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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FERNANDO CAETANO CHEROBIN THIAGO CRISTIANO VIEIRA Monografia A CARTA DE CRÉDITO E OS PREÇOS PRATICADOS PELOS BANCOS QUE OPERAM EM CÂMBIO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ ITAJAÍ 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FERNANDO CAETANO CHEROBIN

THIAGO CRISTIANO VIEIRA

Monografia A CARTA DE CRÉDITO E OS PREÇOS PRATICADOS PELOS BANCOS QUE

OPERAM EM CÂMBIO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ

ITAJAÍ 2009

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FERNANDO CAETANO CHEROBIN THIAGO CRISTIANO VIEIRA

Monografia A CARTA DE CRÉDITO E OS PREÇOS PRATICADOS PELOS BANCOS QUE

OPERAM EM CÂMBIO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ

Projeto de monografia desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale de Itajaí.

Orientadora: Profª. Francine Simas Neves.

ITAJAÍ 2009

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Agradecemos primeiramente a Deus, pois em qualquer momento

está do nosso lado nos guiando da melhor forma possível, dando-nos

forças e nos ajudando. Agradecemos a nossos pais, por

estarem sempre ao nosso lado em todos os momentos. Agradecemos a

nossa orientadora Francine Simas Neves pelo apoio e sua colaboração

em passar seus conhecimentos da forma mais clara.

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“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo”.

(Ayrton Senna).

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nomes dos estagiários:

Thiago Cristiano Vieira

Fernando Caetano Cherobin

b) Área de abrangência:

Câmbio

c) Orientadora de conteúdo:

Profª. Francine Simas Neves

e) Responsável pelo Estágio:

Profª. Natalí Nascimento

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RESUMO

A Carta de Crédito é utilizada como uma modalidade de pagamento segura para os exportadores, pois oferece garantia bancária ao mesmo e são estipuladas as condições para a concretização do pagamento, além do banco do importador se comprometer em pagar o total da operação contra a apresentação dos documentos relativos à operação. Ao longo da pesquisa foi enfatizado um roteiro de como se procede uma operação com carta de crédito. Esta pesquisa teve como objetivo geral apresentar a carta de crédito e os preços praticados pelos bancos que operam em câmbio na região do Vale do Itajaí, conceituando-a como forma de pagamento, relacionando a segurança concedida com sua utilização, citando os principais intervenientes na operação e identificando os preços praticados pelos bancos situados na cidade de Blumenau. Os resultados da pesquisa demonstraram as diferenças de valores dos três bancos pesquisados, como também quantidade de processos, os erros mais comuns e o índice de inadimplência. Estes dados podem servir para o exportador que queira utilizar a carta de crédito numa operação. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi do tipo qualitativo e quantitativo, através de pesquisa bibliográfica de caráter explicativa e descritiva. Palavras-chave: Carta de Crédito. Exportação. Vantagens.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ..................................................................................................................23 Tabela 02 ..................................................................................................................25 Tabela 03 ..................................................................................................................25 Tabela 04 ..................................................................................................................25 Tabela 05 ..................................................................................................................26

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LISTA DE SIGLAS

AACE Associação dos Analistas de Comércio Exterior BACEN Banco Central do Brasil CCI Câmara de Comércio Internacional CMN Conselho Monetário Nacional CNC Consolidação das Normas Cambiais do Banco Central do Brasil L/C Letter of Credit PIB Produto Interno Bruto SISBACEN Sistema de Informações do Banco Central UCP Uniform Customs and Practice for Documentary Credits

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................10 1.1 Objetivo geral ................................................................................................11 1.2 Objetivos específicos.....................................................................................12 1.3 Justificativa ....................................................................................................12 1.4 Abordagem peral do problema ......................................................................13 1.5 Questões específicas ....................................................................................13 1.6 Pressupostos.................................................................................................14 2 METODOLOGIA.........................................................................................15 2.1 Tipo de pesquisa ...........................................................................................15 2.2 Área de abrangência .....................................................................................15 2.3 Coleta e tratamento dos dados......................................................................16 2.4 Apresentação e análise dos dados................................................................16 3 COMÉRCIO INTERNACIONAL..................................................................16 3.1 Exportação ....................................................................................................18 3.2 Modalidades de pagamento ..........................................................................20 3.2.1 Pagamento antecipado..................................................................................21 3.2.2. Cobrança documentária ................................................................................22 3.2.2.1 Cobrança documentária à vista.....................................................................22 3.2.2.2 Cobrança documentária à prazo ...................................................................23 3.2.3 Carta de crédito.............................................................................................23 3.2.4 Remessa sem saque.....................................................................................24 4 MERCADO DE CÂMBIO BRASILEIRO......................................................26 4.1 Estrutura cambial brasileira ...........................................................................28 4.1.1 Conselho Monetário Nacional........................................................................29 4.1.2 Banco Central do Brasil .................................................................................29 4.1.3 Bancos autorizados a operar em câmbio ......................................................30 4.1.4 Corretores de câmbio ....................................................................................30 4.1.5 Sisbacen........................................................................................................31 5 CARTA DE CRÉDITO OU CRÉDITO DOCUMENTÁRIO..........................32 5.1 Conceito ........................................................................................................32 5.2 Os intervenientes da operação......................................................................33 5.3 Tipos de carta de crédito ...............................................................................34 5.3.1 Quanto ao tipo de compromisso ...................................................................35 5.3.2 Quanto à liquidação ou utilização..................................................................35 5.3.3 Quanto à disponibilidade ...............................................................................36 5.4 Roteiro da Carta de Crédito e a segurança do exportador e 5.3 do importador ao utilizá-la .............................................................................37 5.5 Pesquisa: Carta de Crédito............................................................................38 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................45 REFERÊNCIAS.........................................................................................................47 ANEXOS ...................................................................................................................49 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS......................................................................53

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1 INTRODUÇÃO

Como modelo de desenvolvimento os países necessitam de uma estrutura

econômica sustentável e o comércio internacional proporciona este conhecimento.

O comércio internacional é a troca de bens e serviços através de fronteiras

internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande

parcela do Produto Interno Bruto (PIB). O comércio internacional esteve presente

através de grande parte da história da humanidade, mas a sua importância

econômica, social e política se tornou crescente nos últimos séculos. O avanço

industrial, dos transportes, a globalização, o surgimento das corporações

multinacionais, tiveram grande impacto no incremento deste comércio. O aumento

do comércio internacional é normalmente relacionado com o fenômeno da

globalização.

Pode-se afirmar, no entanto, que o comércio internacional não é só

importante para os países. As empresas também são as grandes beneficiadas por

essa transação por intermédio do aumento do faturamento, da melhoria da

qualidade e a projeção da marca da empresa no país e no exterior.

Entretanto, somente vender não é o mais importante. Há que se cuidar da

segurança na negociação pelos riscos envolvidos como distância, legislação, moeda

e cultura.

Como propósito esta monografia abordará a modalidade de pagamento carta

de crédito e o preço, ressaltando a segurança de recebimento das divisas em uma

negociação internacional, desde que todos os termos e condições sejam cumpridos.

A forma de pagamento que mais oferece garantias ao importador e ao

exportador ao mesmo tempo é a carta de crédito, devido as condições que a mesma

impõe para sua perfeita validade e utilização. Por isso, ela é um instrumento muito

usado nas transações internacionais.

Este projeto de monografia está assim estruturado: objetivo geral e específico,

justificativa, abordagem geral do problema, questões específicas, pressupostos,

metodologia, comércio internacional, mercado de câmbio brasileiro, carta de crédito

ou crédito documentário, referências bibliográficas e assinaturas dos responsáveis.

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1.1 Objetivo geral

Apresentar a carta de crédito e os preços praticados pelos bancos que operam

em câmbio na região do Vale do Itajaí.

1.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

• Conceituar a modalidade carta de crédito como forma de pagamento.

• Relacionar a segurança concedida com a utilização da carta de crédito.

• Citar os principais intervenientes na operação com carta de crédito.

• Identificar os preços praticados pelos bancos que operam em câmbio na

região do Vale do Itajaí, com a abertura da carta de crédito.

1.3 Justificativa

Com o crescente número de empresas explorando o mercado internacional, é

necessário uma segurança de pagamento que garantem sua estabilização no

mercado.

Por conseguinte, o conteúdo a ser apresentado reflete numa questão de

esclarecimento ao exportador, tomando medidas seguras para evitar prejuízos numa

negociação internacional.

A pesquisa ao ser findada tem como método identificar os intervenientes

participantes, os custos que se tem nesta operação e auxiliar nas negociações

apontando as vantagens do uso da Carta de Crédito.

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1.4 Abordagem geral do problema

A utilização da Carta de Crédito vem crescendo e desenvolvendo-se

rapidamente, certamente devido aos crescentes riscos que englobam as operações

do comércio internacional. E exatamente com a idéia de tentar minimizar os riscos

políticos e econômicos que envolvem as práticas mercantis internacionais é que se

desenvolveu a prática desse mecanismo.

Os custos envolvidos nas operações com carta de crédito são aplicados de

acordo com o banco que o comerciante escolher. Esses custos são habitualmente

uma porcentagem sobre o valor de toda operação.

A Carta de Crédito de Exportação é uma modalidade de pagamento que

oferece grande segurança ao exportador, pois os bancos envolvidos na operação se

responsabilizam do pagamento caso todas as exigências mencionadas na Carta

sejam cumpridas.

Por isso, é necessário conhecer a dinâmica desse processo para ter um bom

desempenho na exportação.

1.5 Questões específicas

As questões específicas são:

a) Qual o conceito de Carta de Crédito?

b) Quais os custos envolvidos na utilização da Carta de Crédito numa operação de

exportação?

c) Como se operacionaliza uma exportação com Carta de Crédito (roteiro)?

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1.6 Pressupostos

Os pressupostos que respondem às questões específicas são as seguintes:

a) A Carta de Crédito além de ser uma modalidade que envolve o pagamento de

uma exportação, ela oferece garantia bancária ao exportador em que são

relacionadas às condições para concretização do pagamento. E um banco se

compromete, por ordem e conta de seu cliente, a pagar o valor relativo à exportação,

mediante a contra apresentação dos documentos representativos da operação. A

Carta de Crédito também pode favorecer o importador caso o exportador não atenda

todas as exigências estipulada na Carta.

b) A utilização da Carta de Crédito constitui-se como um importante instrumento

para os exportadores que desejam obter uma garantia internacional. A carta de

crédito além de atribuir garantias, os bancos cobram uma porcentagem sobre o valor

total da operação para sua utilização.

c) Após o exportador exigir uma garantia bancária do importador, ocorre a

operacionalização da Carta de Crédito. O importador solicita ao seu banco a

abertura de uma que será enviada ao banco do exportador. O banco do importador

após a conferência requerida da Carta efetua o pagamento ao exportador, e o banco

do exportador emite os documentos ao importador.

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2 METODOLOGIA

Este capítulo tratará da metodologia que foi aplicada nesta monografia,

especificando o tipo, a área de abrangência e os instrumentos de coleta, análise e

apresentação dos dados pesquisados.

2.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida de forma qualitativa e quantitativa. Qualitativa, pois

tem como objetivo descrições detalhadas, dados com maior riqueza e profundidade

no assunto.

A pesquisa qualitativa é decorrente da tentativa de se ter como referência, para as ciências sociais, o modelo positivista das ciências naturais, não se levando em conta a especificidade dos objetos de estudo das ciências sociais. Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos (GOLDEMBERG, 2001, p.53).

A pesquisa é quantitativa porque possui dados estatísticos e questionários para

os entrevistados.

Para Rocha (2006, não paginado), “a pesquisa quantitativa é um método de

pesquisa social que utiliza técnicas estatísticas. Normalmente implica a construção

de inquéritos por questionário. Normalmente são contactadas muitas pessoas”.

Quanto aos meios de investigação, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, pois

foi desenvolvida com base em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, entre

outros.

Segundo Cervo e Bervian (1996, p. 48), a pesquisa bibliográfica “[...] busca

conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existentes

sobre um determinado assunto, tema ou problema”.

Quanto aos fins, foi uma pesquisa descritiva e explicativa, pois segundo Cervo

e Bervian (1996, p. 49), “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e

correlaciona fatos”.

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Para Unileste-Mg (2008, não paginado):

A pesquisa explicativa, além de registrar, analisar e interpretar os fenômenos estudados, tem como preocupação primordial identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos, isto é, suas causas.

A pesquisa explicativa indica o “porquê” das coisas, visando identificar os

fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos.

2.2 Área de abrangência

Esta pesquisa abrangeu a área de sistemática de exportação, mais

precisamente no que se refere aos custos bancários na área de câmbio.

2.3 Coleta e tratamento dos dados

A coleta de dados para preparação desta pesquisa foi realizada através de

livros, periódicos (revistas), entrevistas e internet. As entrevistas foram feitas através

de um questionário enviado para cada banco. Após serem preparados, os dados

serão analisados, assim com o objetivo de utilizar informações atuais e corretas.

2.4 Apresentação e análise dos dados

Os dados utilizados na elaboração dessa monografia foram apresentados na

forma de textos descritivos e anexos.

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3 COMÉRCIO INTERNACIONAL

As tentativas de relações econômicas entre povos diferentes precederam

inicialmente nas relações políticas e culturais pacificas entre eles. Este processo se

reflete quando homens tinham o desejo por produtos diferentes que não poderiam

encontrar no seu país de origem, assim favoreceu a necessidade de estimular o

comércio e as relações internacionais.

De fato, a principal característica que pode ser vista é o comércio interno

assemelhando-se ao externo, porque ambos estão alicerçados e tem como objetivo

principal os desejos e as necessidades humanas. Dando início ao processo de

integração de algumas regiões, o comércio internacional aparece para aproximar a

união política e econômica de alguns países.

Este processo tem como fator decisivo a harmonia mundial, pois contribui

para descobertas de caráter tecnológico, de recursos econômicos enfim, das

necessidades que podem colaborar para um progresso mundial.

Segundo Ratti (1996, p.307)

[...] quando examinamos os motivos que dão origem aos dois tipos de comércio. O principal deles vem a ser a impossibilidade de uma região ou país produzir vantajosamente todos os e serviços de que tenham necessidade os seus habitantes. Isto é proveniente de fatores diversos, dentre os quais podem ser destacados: a desigualdade na distribuição geográfica dos recursos naturais, as diferenças de clima e de solo e as diferenças de técnicas de produção.

O Comércio Internacional no que tange a sua origem, se propaga desde o seu

início quando países ou regiões que possuíam em abundância recursos naturais não

eram encontrados em outros lugares.

Este processo se reflete não só em questões climáticas, mas também a

capacidade de produzir em larga escala.

O Comércio Internacional que temos hoje é o resultado de séculos de evolução, modificações, adaptações às necessidades, etc. Desde os primórdios da história, sempre houve a necessidade de troca de mercadorias. Vários são os motivos que nos impelem a comprar. Sejam para satisfazer as nossas necessidades vitais, ou para satisfazer o desejo de consumo e possuir algo que agrada ao nosso gosto pessoal. A tônica da necessidade das trocas está relacionada à inexistência da auto-suficiência,

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ou seja, nenhuma nação é capaz de satisfazer suas próprias necessidades. (HARTUNG, 2004, p. 16)

Pode-se afirmar que o Comércio Internacional desenvolveu-se para suprir as

necessidades e carências dos países. Com este desenvolvimento acelerado

criaram-se em alguns países diferentes estágios de evolução, como a modificação

das características internas. Sejam elas: recursos naturais, cultura dos povos, etc.

De acordo com Krugman e Obstfeld (2000, p. 13), que falam da Teoria das

Vantagens Comparativas

Os países participam do comércio internacional por duas razões básicas, cada uma delas contribuindo para seus ganhos do comércio. Primeiro, os países comercializam porque são diferentes uns dos outros. Os países, assim como os indivíduos, podem ser beneficiados por suas diferenças atingindo um arranjo no qual cada um produz as coisas que faz relativamente bem. Segundo, os países comercializam para obter economias de escala na produção.

Por esta razão, os países que comercializam entre sí, deveriam produzir

apenas uma variedade limitada de bens e se especializar na produção daquela

mercadoria que tivesse mais retorno. No entanto, investindo-se em um tipo de

produto específico, trará maior produtividade e competitividade.

Segundo Smith (1776 apud Gonçalves 1998, p.12)

Por intermédio do comércio internacional um país exporta as mercadorias que consegue produzir mais barato que os demais, e importa aquelas que produz mais caro, produzindo desta forma, mais dos produtos que faz com maior eficiência e consumindo mais produtos do que seria capaz na ausência do comércio internacional.

Pode-se aplicar ainda na citação anterior, que um país deve exportar a sua

produção intensiva que possui um fator relativamente abundante, e importar a

produção intensiva que possui um fator relativamente escasso. Assim se destaca a

diferença dos fatores que são instrumentos básicos das vantagens comparativas.

Existem diversos tipos de obstáculos nas negociações entre nações. Barreiras

físicas, culturais e políticas são exemplos destes obstáculos que interferem

diretamente nas relações comerciais entre países, e por sua vez, esta dificuldade é

contornada devido à boa vontade de seus interlocutores.

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As barreiras físicas podem ser superadas com o grande auxílio da logística

integrada existente no mundo. São aviões de grande capacidade, construção de

novos navios ao redor do mundo e os mais diversos tipos de veículos rodoviários

responsáveis pelo transporte das mercadorias.

Embora vivamos em um mundo globalizado, onde tudo é muito rápido e fácil, a

questão cultural ainda predomina sendo um fator primordial de cada nação. Em que

cada povo tem seu pensamento e atitudes perante as diversas situações

vivenciadas numa negociação internacional.

As barreiras políticas são consideradas uma espécie de proteção às

mercadorias comercializadas no país. Existem dois tipos de barreiras: as tarifárias e

não-tarifárias, segundo Di Sena Júnior (2003, p. 73), “As barreiras tarifárias vem

sendo reduzidas paulatinamente, especialmente nos países desenvolvidos.

Entretanto, barreiras não-tarifárias são cada dia mais utilizadas por esses países

[...]”. As barreiras impostas desses países são aplicadas de diversas formas, como

na aplicação de cotas e na aplicação de restrições voluntárias, tudo visando o

controle da entrada de determinados produtos no país.

O comércio internacional traz consigo muitos benefícios às nações, pois

proporciona maior qualidade de vida aos cidadãos e um grande avanço tecnológico

devido à grande diversidade de bens que poderá oferecer.

3.1 Exportação

O ato de exportar, antes da globalização, era um fato mais raro para as

empresas nacionais, e por isso era uma tarefa desprovida de qualquer tecnicidade,

enquanto hoje requer estudo e conhecimento da gama de legislação, existente para,

ao final, adaptando-se à prática, pode-se operar com o dinamismo e a segurança

que o mercado internacional exige.

Exportar, na verdadeira concepção do termo, é diluir risco, uma vez que permite o engajamento entre clientes nacionais e de outras paragens, com novos hábitos, novas bases econômicas, novas épocas de reação em aumento ou diminuição de procura, e, por conseguinte, acompanhados de novos hábitos de consumo, diferentes exigências, diversas formas de cumprir compromissos. (GARCIA, 1986, p.30)

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Através da globalização, surgiram muitas oportunidades de conquistar

mercados estratégicos no exterior. Para aproveitá-las, o exportador deve

especializar seu produto e mostrar vantagens competitivas em relação aos

concorrentes.

A exportação é uma alternativa estratégica de uma empresa. O mercado

externo garante estabilidade à empresa exportadora, reduzindo o risco de uma

eventual crise no mercado interno.

As empresas exportadoras possuem vantagens sobre os concorrentes

internos, devido sua produção em escala, aumento dos lucros, vantagens tributárias,

redução dos custos operacionais, entre outros fatores.

São notáveis as mudanças que ocorrem nas empresas que resolvem entrar

no mercado internacional, como a melhora na qualidade do produto, que necessita

se adaptar as exigências internacionais e conseqüentemente incorpora novas

tecnologias. Além disso, elas melhoram sua eficiência, lucratividade e melhoria do

processo produtivo.

Exportar também pode reduzir os custos operacionais de uma empresa e

possibilitar que a mesma encontre clientes de maior poder aquisitivo,

proporcionando maiores lucros.

Todas as empresas que se organizam para atuar no comércio internacional,

seja ela empresa industrial, comercial ou “trading company”, deverão de princípio,

atentar para o fato de que sua atuação nesse tipo de comércio implicará registros

especiais que a habilitarão ao desempenho de suas atividades.

É necessário que se conheça o procedimento, os benefícios, as vantagens ou desvantagens, a margem de lucro que será alcançada e muitos outros elementos que se possam adotar como norma de ação na exportação. (GARCIA, 1986, p.30)

As vantagens de conquistar mercados no exterior é o fato de que quando

houver crises no país e o mercado interno estiver em baixa, a empresa tem a

oportunidade de manter sua produção e vendas mesmo em tempos de crise,

diminuindo as chances de falir.

Além disso, existem diversos produtos que não possuem consumidores

suficientes no próprio país obrigando seus fabricantes a buscar mercados em outros

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países. Isto pode acontecer devido a vários fatores, entre eles o poder aquisitivo da

população ou as características climáticas da região.

O exportador pode adotar diferentes estratégias para ingressar no mercado

internacional, conforme abaixo:

• Exportação direta ou indireta, através de agentes.

• Joint-ventures – acordo de sociedade com empresas de outros países

• Acordos de propriedade direta – aluguel ou propriedade de patentes, de

métodos de produção, de marketing e de vendas.

• Compra de empresas de outros países

• Fusão com outra empresa de outro país

• O processo de internacionalização.

Entretanto, as dificuldades para entrar no mercado internacional são várias

assim como: concorrência (estratégias de vendas, qualidade e preços), fatores

socioculturais, fatores econômicos, demográficos, tecnológicos, político-legais,

barreiras tarifárias (influência no custo final para o consumidor), barreiras não-

tarifárias (padrões de qualidade e exigência).

Por isso, é fundamental a realização de uma pesquisa de mercado antes de

começar a exportar já que a empresa se depara com o problema de não saber se vai

ter sucesso ou se vai falhar. O estudo do mercado aumenta as chances de obter

lucros com a transação.

3.2 Modalidades de pagamento

Em todas as transações internacionais deve-se haver uma forma de

pagamento que será atenderá as vontades do importador e do exportador.

As modalidades de pagamento praticadas pelos importadores e exportadores

possuem regulamentação específica da Câmara de Comércio Internacional (CCI).

Por isso, todo profissional de comércio exterior deve ter o domínio dessas normas

para poder aplicá-las em seus negócios.

As modalidades de pagamento utilizadas no comércio internacional são:

• Pagamento antecipado;

• Cobrança documentária;

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• Carta de crédito;

• Remessa sem saque.

3.2.1 Pagamento antecipado

Nessa modalidade de pagamento, o importador envia para o exportador o

valor da transação antes do embarque da mercadoria. Após o pagamento, o

exportador providencia o embarque da mercadoria e o envio da documentação.

Além disso, o exportador deve providenciar, obrigatoriamente, o contrato de

câmbio, antes do embarque, junto a um banco, pelo qual receberá reais em troca da

moeda estrangeira, cuja conversão é definida pela taxa de câmbio vigente no dia.

Essa condição de pagamento é mais utilizada em casos que haja uma grande

confiança por parte do importador no exportador. Por este motivo o mesmo não é

muito usual. O importador corre o risco de não receber a mercadoria ou se prejudicar

com atrasos do exportador. Por causa desse risco, existe uma forma de garantia

bancária que o importador pode exigir no pagamento antecipado. Esta garantia é

denominada Refundmand Bond.

Segundo Del Carpio (p. 185, 2003)

O exportador deve ser criterioso para exigir o pagamento antecipado junto aos importadores, pois é uma modalidade de pagamento que demanda confiança financeira entre as partes e a solicitação de um Refundment Bond gera custo para o exportador junto ao Banco Emitente de garantia.

Essa forma de pagamento é mais comum nos casos em que o importador

encomenda um tipo de produto específico e o exportador exige os envio antecipado

das divisas para que não corra o risco de inadimplência.

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3.2.2 Cobrança documentária.

A cobrança documentária é uma modalidade de pagamento que favorece

operacionalmente o importador e tem a vantagem de substituir a carta de crédito.

Esta forma de pagamento pode ser à vista ou a prazo.

3.2.2.1 Cobrança documentária à vista.

Nessa condição, logo após o embarque, o exportador entrega os documentos

acompanhados de uma Letra de Câmbio ao banco de sua preferência, para que os

mesmos sejam enviados a um banco na praça do importador. Esse, por sua vez,

retira os documentos para que possa efetuar o pagamento e liberar a mercadoria.

Nos casos aéreos e terrestres, os documentos podem ser enviados junto com

a mercadoria.

Numa cobrança à vista geralmente há despesas para o exportador. Entre

elas, pode-se citar a comissão do Banco no Brasil, a comissão do banco no exterior,

despesas postais, selos e impostos.

O risco nessa modalidade é maior para o exportador, pois ele pode sofrer um

enorme prejuízo no caso de desistência do importador no negócio tratado.

Trata-se de operação de alto risco para o vendedor, e, portanto, somente deve ser utilizada quando o comprador for da mais absoluta confiança. Ele deve confiar integralmente no comprador e em seu país. Deve estar seguro de que o importador lhe pagará, após o recebimento da mercadoria, conforme pactuado no contrato comercial. (LUNARDI, 2004, p.33)

É nesse sentido que o exportador deve obter muita confiança no importador

para que aceite esse tipo de pagamento.

Por causo dos riscos em que o exportador tem que correr nesse tipo de

operação, o mesmo pode exigir uma garantia bancária denominada Performance

Bond.

Em casos de desistência do importador ao ter que pagar a fatura, o

exportador que obtiver a Performance Bond poderá receber do banco emitente da

garantia 20% do valor da venda.

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3.2.2.2 Cobrança documentária a prazo

Na cobrança a prazo os documentos enviados pelo exportador ao importador

acompanham um saque com vencimento futuro. Nesse caso, ao retirar os

documentos, o comprador deve dar o aceite. Com os documentos na mão, o

importador pode liberar a mercadoria, porém tem a obrigação de pagar no

vencimento do saque.

Essa modalidade aumenta ainda mais os riscos do exportador, pois o mesmo

dependerá totalmente da promessa do importador de pagar a mercadoria até o

vencimento. Por isso, é importante que haja confiança no comprador.

Como o risco do exportador é alto, ele tem a opção de exigir um Seguro de

Crédito à Exportação, cuja apólice garante uma indenização ao importador se

houver inadimplência.

O prazo máximo permitido nessa modalidade é de 180 dias da data de

emissão do conhecimento de embarque.

3.2.3 Carta de Crédito

A carta de crédito, também conhecida como crédito documentário, é muito

usual nas transações internacionais, pois é a modalidade que mais oferece garantias

ao importador e ao exportador.

Após os contatos preliminares, o importador solicita a um banco de seu país a

abertura de um crédito, Através da rede bancária o exportador recebe a carta de

crédito e logo após providencia o embarque da mercadoria e entrega os documentos

exigidos ao banco de seu país. Esse efetua o pagamento ao exportador. Os

documentos retornam ao importador para que o mesmo possa desembaraçar a

mercadoria após pagar o valor da transação ao banco da sua praça.

Segundo Ratti (2004, p.94)

Na carta de crédito são delineados os termos e condições em que a operação deve ser concretizada, termos esses que dizem respeito, especialmente, aos seguintes itens: valor do crédito, beneficiário e endereço, documentação exigida, prazo de validade para embarque da mercadoria e para negociação do crédito, porto de embarque e destino,

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discriminação da mercadoria, quantidades, embalagens, permissão ou não de embarques parciais ou transbordos, etc.

Nessa modalidade de pagamento, o Banco Emitente garante o pagamento

das divisas ao exportador, se for respeitado todos os termos, exigências e

requerimentos que constam na carta de crédito.

Ao receber a o crédito documentário, o exportador tem a opção de aceitar ou

não os termos da mesma. Por isso, ele deve estudar cuidadosamente as condições

da carta para que concorde ou não.

Se o exportador não concordar com alguma exigência da carta, ele pode

solicitar uma emenda para alterar as condições do instrumento, antes do embarque

da mercadoria. No caso de o importador concordar, ele ordena ao Banco Emitente a

modificação.

Participam desta operação: o importador, o banco emitente, o banco avisador,

o banco negociador, o banco confirmador e o exportador.

O sucesso de uma operação com carta de crédito depende do cumprimento

das exigências do documento pelo exportador. Entretanto, o importador tem a

garantia que o vendedor só receberá as divisas se cumprir as condições do crédito

documentário.

3.2.4 Remessa sem saque

Nessa modalidade, o exportador efetua o embarque da mercadoria e envia

todos os documentos para o importador, sem que o mesmo realize o pagamento da

transação. Não é emitido nem um saque contra o importador.

A remessa sem saque é uma operação de alto risco para o exportador, pois

não existe nenhuma garantia que o importador irá pagar o valor da transação. Por

esse motivo, ela é mais comum em operações realizadas entre companhias que

tenham algum vínculo.

Desde que haja confiança entre comprador e vendedor, essa forma de pagamento apresenta a seguinte vantagem: é a maneira mais rápida de a documentação chegar às mãos do importador. Isso porque vai diretamente do exportador ao importador, sem trânsito bancário. (MAIA, 2000, p. 260)

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Outra vantagem dessa condição é o fato de não existir despesas bancárias na

operação.

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4. MERCADO DE CÂMBIO BRASILEIRO

Câmbio, em português; cambiar em espanhol; Exchange em inglês

significam a mesma coisa: trocar. Sabe-se que o mercado cambial é muito

dinâmico, pois envolve a negociação de moedas estrangeiras.

O mercado cambial decorre de transações de valores no comércio exterior.

É por meio deste mecanismo que o importador compra moeda e o exportador vende.

Segundo Ratti (2004, p. 115)

O fato de não aceitar moedas estrangeiras em pagamento das exportações, nem a moeda nacional em pagamento das importações, constitui a base de um mercado onde são compradas e vendidas as moedas dos diversos países; mercado esse denominado mercado cambial ou mercado de divisas.

Devido ao processo de globalização ser intenso, a necessidade do controle

cambial foi necessário e essas compras e vendas de moedas realizadas, são

monitoradas belo Banco Central do Brasil (BACEN), que é o órgão competente e

responsável pela entrada ou saída de divisas brasileira.

De acordo com Hartung (2004, p.73)

Podemos definir o Mercado de Câmbio como o macro ambiente, abstrato, onde ocorrem as operações de câmbio entre agentes autorizados. São tidos como agentes autorizados todos os agentes devidamente credenciados pelo Banco Central para operar em câmbio.

Neste processo encontram-se os vendedores de moedas, os compradores,

os bancos, os corretores, as autoridades monetárias e os clientes. Maia (2003, p.

254 e 255) considera vendedores “[...] todos aqueles que possuem divisas

estrangeiras e precisam trocá-las por moeda nacional”, e os compradores “[...] todos

aqueles que necessitam de moedas estrangeiras e dispõem apenas de moeda

nacional”.

Segundo Einzing (1966, apud RATTI 2004), há cinco diferentes categorias

de transações que são realizadas em um mercado cambial:

1. transações entre bancos e clientes dentro do país;

2. transações entre bancos no mesmo país;

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3. transações entre bancos localizados em diferentes países;

4. transações entre bancos e bancos centrais dentro do mesmo país;

5. transações entre bancos centrais localizados em diferentes países.

No Brasil, o mercado de câmbio pode ser considerado um ambiente

abstrato, onde as operações cambiais são monitoradas e fiscalizadas pelo banco

central, salientando que o Conselho Monetário Nacional é quem define a política

cambial a ser executada pelo banco central. O banco central tem o poder de punir e

multar dirigentes e instituições que são previstas nas leis, assim como controlar as

vendas e as compras de moedas estrangeiras.

Para Vieira (2004, p.27), o mercado de câmbio pode ser dividido em dois

tipos de seguimentos: “o de taxas livres ou administradas e o de taxas flutuantes,

que são regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil”. O de taxas

livres tem-se de método conhecido como “câmbio comercial” e o flutuante como

“câmbio turismo”.

No âmbito internacional a taxa mais utilizada para efetuar transações

comerciais é o “câmbio comercial”. Pois esta realiza a maior totalidade das

operações de câmbio para a viabilização do comércio exterior do país, ou seja, de

exportação e importação. Pode também ser mensurado que no câmbio comercial

também são realizadas as operações dos governos, bem como transferências

financeiras de investimentos de estrangeiros no País, entre outras operações.

De acordo com o site Direitonet (2008, não paginado), no “câmbio turismo”

“[...] podem ser realizadas operações relativas à compra e venda de moeda

estrangeira para o turismo internacional”[...]. Além de diversos tipos de

transferências, contribuições a entidades, doações, heranças, pensões, etc.

Importante salientar que não há limites para a realização das operações previstas no

regulamento¹ do “câmbio turismo”.

Para a formalização de uma operação de câmbio é necessária a emissão do

contrato de câmbio. Pois neste, constam informações atinente à moeda estrangeira

que uma empresa ou pessoa está comprando ou vendendo. Há operações que o

contrato de câmbio pode ser substituído por boleto.

___________________ ¹ Este regulamento está previsto na (CNC) Consolidação das Normas Cambiais do Banco Central do Brasil.

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4.1 Estrutura cambial brasileira Dentre os principais participantes que estruturam o mercado cambial

brasileiro, pode-se destacar o Banco Central do Brasil, os corretores, os bancos

autorizados e os clientes.

Para Hartung (2004; p.78)

O Mercado de Câmbio é composto de uma série de instituições que participam de todo processo de câmbio. Cada um atua de maneira diferente da outra, no mesmo processo, algumas exercem função normativa, outras executiva e fiscalizadora, outras atuam de forma a garantir a estabilidade do sistema, não importa qual seja o objetivo: lucrar, especular, apostar na alta, apostar na queda, todas estão, em conjunto, influenciando o destino do mercado.

Para uma maior consideração, estes órgãos intervenientes são responsáveis

pelo controle do mercado cambial brasileiro, são eles que ditam os preceitos e

procedimentos no fechamento de câmbio.

O fluxograma 01 mostra como se relaciona o mercado cambial brasileiro:

Fluxograma 01 - Mercado Cambial Brasileiro

Fonte: (HARTUNG, 2004, p.77 ). .

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4.1.1 Conselho Monetário Nacional

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior que dita o sistema

financeiro nacional. Sua principal responsabilidade é ditar as diretrizes da política

monetária, de crédito e cambial no Brasil.

Para Hartung (2004; p.78), ”sua função primordial é de cunho normativo [...]”.

E tem a competência da normatização do sistema financeiro.

O CMN tem como poderes de:

• Permitir a emissão de papel-moeda;

• Sancionar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central;

• Estabelecer diretrizes e normas da política cambial.

4.1.2 Banco Central do Brasil

O Banco Central do Brasil (BACEN) é considerado uma autarquia Federal

vinculada ao Ministério da Fazenda, cujo seu embasamento foi para ser o agente da

sociedade brasileira na promoção da estabilidade do poder de compra da moeda

brasileira.

Segundo Vieira (2004; p. 31), “O Banco Central exerce o controle da parte

cambial das operações de comércio exterior, bem como registra os investimentos de

capital estrangeiro e as importações como financiamento externo.”

As principais atribuições do BACEN são:

• Emitir papel-moeda e moeda metálica autorizado pelo CMN;

• Efetuar o controle dos capitais estrangeiros;

• Autorizar bancos e demais instituições a operar em câmbio;

• Fiscalizar as operações de câmbio, aplicando punições previstas na lei;

• Estabelecer regras de funcionamento do mercado de câmbio.

De uma forma geral, o BACEN cumpri e faz cumprir as disposições

legislativas que são expedidas pelo CMN.

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4.1.3 Bancos autorizados a operar em câmbio

Os bancos autorizados a operar em câmbio são intermediários das principais

operações de câmbio. A sua principal atividade é a possibilidade da conversão de

uma moeda por outra.

Segundo Hartung (2004, p.80), os bancos autorizados a operar em câmbio

são:

[...] os responsáveis pelas atividades cambiais realizadas entre as nações. Compram e vendem a moeda estrangeira, prestam serviços, etc., atuam como intermediários entre exportador e importador, e todos os demais que compram e vendem moeda estrangeira.

As operações de câmbio podem ser classificadas em operações comerciais e

operações financeiras. As operações comerciais são aquelas voltadas para o

comércio de mercadorias e serviços, operações estas atinentes ao comércio

exterior, exportação e importação. E as operações financeiras são relacionadas ao

envio de donativos, manutenção, viagens internacionais, pagamento de juros, dentre

outras operações.

Vale ressaltar que os bancos que operam em câmbio, sobre qualquer razão

não devem deixar de honrar seus compromissos assumidos, pois terá grandes

riscos para continuar operando. Porque segundo Vieira (2004, p.32) “[...] certamente,

seu crédito será cortado pelos demais bancos que atuam naquele mercado”.

4.1.4 Corretores de câmbio

A interferência dos Corretores de Câmbio é opcional, já que os mesmos

atuam como intermediários entre os bancos autorizados a operar em câmbio e as

empresas atuantes do mercado cambial.

As corretoras são empresas especializadas em assessorar operações de

câmbio. Associam operações de câmbio, que convergem taxas mais competitivas a

seus clientes.

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Para Vieira (2004, p.38)

A principal atribuição do corretor é a de procurar no mercado cambial quais as taxas e condições para seus clientes e aproximar as partes interessadas para que os negócios efetivamente sejam realizados. Esta intermediação ocorre com maior freqüência nas operações de exportação, importação remessa financeira e entre instituições financeiras.

Lembrando que atualmente as corretoras têm como objetivo, oferecer aos

seus clientes uma taxa melhor, procurando melhores oportunidades de negócios no

que se referem às taxas cambiais, menores custos bancários, etc.

4.1.5 SISBACEN O SISBACEN é considerado um sistema on-line de comunicação dos bancos

e corretoras de câmbio credenciadas com o BACEN. As informações das operações

do mercado de câmbio no Brasil são devidamente registradas, sendo que o

SISBACEN é o principal instrumento que o Banco Central possui para monitorar e

fiscalizar o mercado de câmbio brasileiro.

Segundo o Banco Central (2008, não paginado) “O Sisbacen – Sistema de

informações do Banco Central é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e

troca de informações que liga o Banco Central aos agentes do sistema financeiro

nacional.”

Pode ser ressaltado também, é no SISBACEN que é realizado a contratação

do câmbio. E através deste sistema que o Banco Central tem condições de

acompanhar com precisão o cambial brasileiro.

Para Ratti (2004, p. 250) “[...] Esse sistema é de grande importância para o

Banco Central, não apenas quanto aos aspectos estatísticos, mas também para que

aquele órgão possa gerenciar o mercado cambial [...]”.

Dessa forma, o SISBACEN pode ser caracterizado como um sistema que

possui uma armazenagem de banco de dados que auxilia o Banco Central no

controle de todas as operações pertinentes ao mercado de câmbio.

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5 CARTA DE CRÉDITO

Formulada em 1933 pela Câmara de Comércio Internacional (CCI), a carta de

crédito surgiu para isentar os bancos de qualquer responsabilidade na negociação.

E a cada dez anos a carta de crédito é revisada por este órgão.

Esta modalidade está definida pelas regras e usos conformes sobre crédito

documentário CCI, mais conhecida como brochura 500, na qual esta foi revisada no

segundo semestre de 2007 e recebeu o nome de brochura 600, mais o suplemento

e.600, que com esta menção os documento podem serem entregues via eletrônico.

Pode-se dizer que a carta de crédito é uma das modalidades mais utilizadas

no âmbito do comércio internacional. Pois, além de envolver o pagamento

internacional, foi elaborada para oferecer garantias não só para o exportador, mas

também ao importador.

5.1 Conceito

A Carta de Crédito é considerada como uma ordem de pagamento total ou

parcial. Emitida pelo banco do importador (emissor), a carta de crédito além de

oferecer garantias, ela só tem validade mediante apresentação da contra entrega de

documentos, compromisso, contratos e documentos relativos às mercadorias.

[...] uma carta de crédito é o método mais seguro de pagamento no comércio internacional, o qual é assumido pelo banco, na medida em que as condições do crédito sejam cumpridas. A carta de crédito proporciona também segurança ao importador que pode assegurar que todas as exigências documentárias contratuais sejam cumpridas, uma vez que tornam-se condições do crédito documentário. (MURTA, 2005, p.363)

Ainda apontando na questão das garantias, Lunardi (2004) propõe que após o

banco do emitente (importador) emitir um crédito a favor do exportador (beneficiário),

só então o exportador irá embarcar a mercadoria. Pelo regulamento, para o

recebimento do pagamento, será necessário apresentar todos os documentos

relativos à operação ao banco. Seja ele à vista ou a prazo.

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Embora a carta de crédito ofereça segurança e garantias tanto para o

exportador como para o importador, esta modalidade de pagamento envolve uma

operação complexa. Porque além de vincular o consenso do importador com o

exportador, este tipo de pagamento envolve uma série de cláusulas estabelecidas

em um documento.

Lunardi (2004, p.49) comenta que “as partes têm de se pautar pela exatidão

das informações e pelo cumprimento”.

Uma carta de crédito pode apresentar diversas especificações. Sejam elas:

de valor, nome do beneficiário (exportador), importador (requerente), documentação

exigida, prazo, validade, portos de destino e de embarque, descrição da mercadoria,

quantidades e outros dados referentes à operação de exportação.

Para o exportador evitar quaisquer problemas, deverá ele providenciar todas

as exigências estabelecidas neste documento com antecipação. Pois se houver

algum tipo de discrepância, poderá o exportador resolver antes mesmo de embarcar

a mercadoria. Caso o exportador ou importador não cumprir com todas as

exigências estabelecidas na carta, segundo a Associação dos Analistas de Comércio

Exterior (AACE), havendo um consenso das partes envolvidas, sejam eles:

exportador, importador e bancos, pode-se alterar e formalizá-la com “emendas”, para

não perder a carta sua validade.

5.2 Os intervenientes da operação

As partes envolvidas em uma operação com carta de crédito são o

beneficiário, o banco instituidor, o banco avisador e o emitente, porém, poderão

participar outros bancos na operação.

De acordo com Lunardi (2000), os intervenientes na operação desempenham

uma ação e possuem obrigações, podendo assim ocorrer o fato de algumas das

partes assuma mais de uma ação, acrescentando assim também mais obrigações:

• Tomador (Applicant): Corresponde ao comprador ou importador. Tem como

obrigação exclusiva instruir amplamente a ordem de crédito documentário,

indicando de forma clara quais documentos pretende que sejam apresentados

pelo beneficiário ao banco antes da realização do pagamento.

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• Banco Emitente (Issuing Bank): É aquele que emite a Carta de Crédito de

acordo com as instruções do seu cliente, o tomador. O banco, após a abertura

de crédito se obriga a pagar o beneficiário.

• Banco Avisador (Advising Bank): É o banco que, a pedido do Banco Emitente,

faz chegar ao conhecimento do beneficiário as existências das condições de

crédito transferindo-lhe os termos sem qualquer responsabilidade. A sua

função é conferir a autenticidade da Carta de Crédito que está recebendo do

banco emitente.

• Banco Confirmador (Confirming Bank): É o banco que confirma o crédito.

• Banco Designado (Nominated Bank): É o banco que em nome do banco

emitente, foi nomeado a cumprir o crédito. • Banco Pagador (Paying Bank): É o banco que quando aceita a designação,

assume o compromisso de pagar o crédito.

• Banco Aceitante (Accepting Bank): É o banco que ao aceitar a designação, se

compromete em aceitar os saques emitidos pelo beneficiário e nos limites do

crédito, efetuar o pagamento nas datas de vencimentos.

• Banco negociador (Negotiatin Bank): É aquele a quem caberá a análise

formal da documentação apresentada pelo beneficiário.

• Banco Remetente (Remitting Bank): É a quem os documentos são

apresentados podendo ser também, o Negociador, Aceitante ou Pagador.

• Banco Reembolsador (Reimbursing Bank): É a quem o Banco Remetente,

Negociador, Aceitante ou Pagador solicitará o reembolso dos fundos pagos

ou a pagar ao Beneficiário.

• Beneficiário (Beneficiary): É quem se beneficia do crédito, que no caso se

destina a dar-lhe maior segurança nas operações de crédito internacional,

preservando-o do risco do não pagamento.

5.3 Tipos de carta de crédito

Para Lunardi (2004), as Cartas de Crédito classificam-se quanto ao tipo de

compromisso, quanto à liquidação e quanto à disponibilidade.

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5.3.1 Quanto ao tipo de compromisso

De acordo com Ratti (2004) os tipos de compromissos da carta de crédito

são:

• Revogável: com esta menção na carta de crédito, significa o comprador

tem poder na negociação. Sendo assim o crédito poderá ser cancelado

ou emendado sem a prévia anuência do beneficiário;

• Irrevogável: esta menção na carta de crédito indica que o crédito só

poderá ser cancelado ou emendado se houver a prévia anuência das

partes envolvidas. Esta modalidade é mais comum de ser utilizada e

oferece maior respaldo ao exportador.

• Confirmado: é uma garantia adicional que o exportador recebe, porque

além do exportador receber a carta de crédito aberta por um banco

desconhecido (sem segurança), este, poderá nomear outro banco para

efetuar o pagamento.

• Transferível/intransferível: o crédito transferível autoriza a pagar o valor

total ou parcial da operação com outros beneficiários, no caso de

intransferível o crédito terá somente um beneficiário, não podendo ser

alterado.

Para tanto, a carta de crédito deverá indicar expressamente se é de caráter

revogável ou irrevogável e transferível ou intransferível. De acordo com Carpio

(2008), na ausência de tais indicações o crédito será considerado automaticamente

irrevogável e intransferível.

5.3.2 Quanto à liquidação ou utilização

Segundo Lunardi (2004), na Carta de Crédito quanto à liquidação ou a

condição de pagamento pode ser:

• Por pagamento (available by payment): é a liquidação à vista da Carta

de Crédito, o crédito é liquidado com a contra a apresentação de todos

os documentos.

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• Por pagamento diferido (available by deferred payment): é a liquidação

à prazo da Carta de Crédito, não há emissão de saque. Geralmente o

prazo para pagamento é contado a partir da data de embarque.

• Por aceite (available by acceptante): emitido pelo beneficiário, contra o

banco emitente ou outro sacado indicado no crédito o saque será

aceito para pagamento no seu vencimento. Ou seja, o banco sacado

dá o aceite a prazo e desenvolverá a letra de câmbio que poderá

descontar no banco, mediante a sua apresentação.

• Por negociação (available by negotiation): neste tipo de operação, a

carta de crédito poderá ser restrita ou irrestrita. Restrita quando o

banco avisador é especificado na carta de crédito pelo banco emissor.

O ideal para o exportador é que seja irrestrita, porque os documentos

do embarque poderão ser negociados (apresentados) no banco de sua

escolha.

5.3.3 Quanto à disponibilidade

Para Lunardi (2004), na opção quanto à disponibilidade na carta é indicado o

banco ao qual deverão ser apresentados os documentos para liquidar, aceitar ou

negociar o Crédito. São classificadas da seguinte forma:

• Restrito (restrict): com esta menção expressa na Carta de Crédito

significa que o beneficiário terá um banco designado para apresentar

os documentos da negociação. Caso não seja cumprido esta condição

pelo beneficiário poderá por em risco a liquidação do Crédito.

• Livremente negociável (freely negotiable): ao adverso de restrito, o

beneficiário terá a liberdade de apresentar os documentos relativos à

operação em qualquer banco de sua preferência, até mesmo em outros

países.

• Crédito direto (straight credit): neste caso o banco designado é o

próprio banco emitente do Crédito, este, autoriza o pagamento, aceite

ou negocia o Crédito.

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5.4 Roteiro da Carta de Crédito e a segurança do exportador e do importador ao utilizá-la.

A carta de crédito surge quando o exportador e o importador exigem garantias

para ambas as partes. De acordo com Lunardi (2004) o exportador garante que

enviará a mercadoria e o importador garantirá que vai pagar por ela. Uma operação

com carta de crédito pode proceder da seguinte forma, confronte com o anexo I:

1. após contatos preliminares de negociação, o importador encomenda

sua mercadoria e o exportador emite a fatura pro forma. A fatura pro

forma é um documento emitido pelo exportador que formaliza e

confirma a negociação, desde que devolvido ao exportador contendo o

aceite do importador;

2. o importador solicita a abertura do crédito em um banco de sua praça;

3. no qual, o banco da praça do importador avisa ao banco da praça do

exportador da existência deste crédito, porém, este crédito poderá ser

informado pelos bancos: avisador, negociador ou confirmador

dependendo da negociação das partes;

4. o banco da praça do exportador confere a autenticidade da carta de

crédito e avisa ao exportador das exigências e condições a serem

cumpridas;

5. o exportador verifica se todas as condições foram cumpridas e envia a

mercadoria para o despacho;

6. a mercadoria é embarcada para o país do importador e o exportador

apresenta ao seu banco os documentos que serão remetidos ao banco

da praça do importador (emissor);

7. o banco do importador (emissor) recebe os documentos relativos à

exportação e examina-os com os termos estabelecidos na carta de

crédito, se houver discrepâncias, julga o importador se aceita ou não;

8. o importador não aceitando a discrepância, não libera o pagamento,

recusa os documentos e envia para o banco do exportador. O

importador aceitando a discrepância paga-se a operação (à vista ou à

prazo);

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9. ao receber o aviso de pagamento do banco emissor, o banco

negociador contrata o câmbio e reembolsa o exportador o equivalente

em moeda nacional;

10. o importador paga os direitos aduaneiros de seu país e retira a

mercadoria no destino.

Neste roteiro conclui-se que o exportador tem a segurança de que irá receber

o pagamento relativo à operação, desde que seja cumpridos todos os termos

estipulados na carta de crédito, porém, possui a desvantagem se algum documento

não for correlativo à carta de crédito e o pagamento estará sendo comprometido.

Para o importador a segurança e as desvantagens serão contrárias às do

exportador.

5.5 Pesquisa: Carta de Crédito

A pesquisa efetuada nos bancos foi elaborada com o objetivo de estudar e

comparar os custos que cada banco exige quando é solicitada a emissão de uma

carta de crédito como forma de pagamento internacional. Esta pesquisa teve caráter

qualitativo e quantitativo, pois através dos questionários, foram obtidos dados

detalhados, estatísticos e com profundidade no assunto.

Através dessa pesquisa, temos a possibilidade de abranger o conhecimento

de como funciona a carta de crédito na prática, pois nela constará os custos

aplicados e quais são estes custos. Como por exemplo: o valor do swift ou da

contratação do câmbio.

Foi elaborado um questionário (anexo II), que serviu de base para as

entrevistas em cada banco, possibilitando a comparação entre as instituições

pesquisadas. Foram apurados os dados de cada questão para que pudéssemos

verificar os resultados e assim chegar a uma conclusão definitiva.

A confecção de gráficos e tabelas serviu para demonstrar adequadamente

todas as informações coletadas e fazer uma comparação entre os bancos.

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Gráfico 01 – Porcentagem de clientes que optam pela L/C.

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

No gráfico 01, podemos notar as porcentagens de clientes que optam pela

carta de crédito na hora de escolher uma modalidade de pagamento, ou seja, entre

todas as formas de pagamento, 30% dos clientes do banco A, 40% dos clientes do

banco B e 45% dos clientes do banco C decidiram utilizar o crédito documentário.

Percebemos então que a escolha da carta de crédito como modalidade de

pagamento é muito comum nos três bancos pesquisados. Isto acontece devido às

vantagens concedidas na utilização deste documento.

O banco C tem uma porcentagem alta do uso da carta de crédito, com quase

metade de suas operações, mostrando que seus clientes confiam no serviço

prestado. Enquanto o banco A possui o índice mais baixo, demonstrando o interesse

de seus clientes em outra forma de pagamento. Os valores praticados em cada

banco podem ter sido o motivo que provoca essa diferença.

Enfim, este gráfico informa que exportadores estão preferindo a carta de

crédito em todos os bancos, pois é a forma de pagamento que mais oferece

segurança tanto para o exportador como para o importador.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Banco A Banco B Banco C

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Tabela 1 - Custos na operação de carta de crédito.

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

Podemos notar na tabela 1 todos os custos que os bancos repassam aos

clientes que solicitam uma operação com carta de crédito. Através dela, podemos

estudar as diferenças dos valores praticados nos bancos pesquisados.

No aviso de recebimento, já é possível ver uma diferença entre as instituições

pesquisadas, sendo que o banco A é o que mais cobra por este serviço.

Para a análise da carta de crédito, os bancos cobram de maneira diferente.

Enquanto os bancos A e C possuem um valor fixo para cada análise, o banco B

cobra 0,1% do valor do documento, não podendo ser menor que USD 50,00.

O preço de cada swift e da contratação de câmbio também variam bastante

entre os bancos. Entretanto, o banco A é o que pratica o valor mais competitivo.

Quanto aos outros custos na exportação, o único banco que informou que

havia despesas de banqueiro no exterior por conta do exportador foi o banco A.

Somando todos os custos envolvidos repassados aos clientes, chegamos a

conclusão de que o banco A,B e C cobram respectivamente USD 250,00, USD

222,00 e USD 270,00 no mínimo.

Custos Banco A Banco B Banco C Aviso de recebimento de L/C

USD 100,00 USD 56,00( Se for CCR + USD20,00)

USD 50,00

Análise de L/C USD 150,00 sendo mínimo de USD 50,00

0,1% do valor da L/C, sendo mínimo de USD 50,00.

USD 150,00 sendo mínimo de USD 50,00

Valor de cada swift USD 30,00. USD 16,00 USD 20,00

Contratação de câmbio USD 70,00 USD 100,00 USD 150,00

Outros custos na exportação

Despesas no exterior por conta do exportador.

Nihil. Nihil

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Banco A Banco B Banco C

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Gráfico 02: Quantidade de processos mensais. Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

No gráfico 02 foram relacionadas as quantidades de operações com carta de

crédito que os bancos A, B e C operam durante o período de um mês.

O banco C é o banco mais procurado pelos exportadores com um total de 80

operações por mês, seguido do banco B e depois o banco A.

Podemos verificar no gráfico 03 a importância da carta de crédito para os

exportadores e como ela é bastante usada.

No que tange as informações do total de valores das cartas de crédito que

são operadas mensalmente, foram recebidas as seguintes informações:

Tabela 02: Total de valores das L/C´s operadas

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

Na tabela 02, podemos ver o somatório das operações à vista, à prazo e

financiadas na exportação. O banco A é o que mais operou tendo como base os

valores totais.

Relativamente, na utilização da carta de crédito como modalidade de

pagamento, existem uma série de cláusulas a serem exercidas. Pois, caso exista

alguma divergência, este crédito poderá ser cancelado ou formalizado com

emendas, como explicado no capítulo 5.1.

Foram classificados os cincos documentos onde apresentam-se os erros mais

comuns no processo de exportação com carta de crédito. O critério da pesquisa, era

apresentar os documentos em uma relação de 1 (um) a 5 (cinco), sendo que o

número 1(um) refere-se àquele documento que mais apresenta erros e o número 5

(cinco) refere-se ao documento de menos erros.

BANCOS TOTAL. (EM USD) Banco A 25.000.000,00

Banco B 9.000.000,00

Banco C 15.000.000,00

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Tabela 03: Erros no banco A

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

Tabela 04: Erros no banco B

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

Tabela 05: Erros no banco C

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

Observando as tabelas 03, 04 e 05, pode-se observar que um dos

documentos que mais apresenta discrepâncias é a fatura comercial, pois segundo os

bancos B e C, esse documento frequentemente possui erros como os seguintes:

a) a descrição da mercadoria diferente da forma que aparece no

crédito;

b) o nome do comprador (importador) em desacordo com a carta de

crédito;

c) as vias são insuficientes;

d) faturamento ou embarque em excesso;

e) preços em desacordo com os do crédito;

f) possuem rasuras não autenticadas;

g) a fatura emitida em moeda diferente da prevista;

Tipo de documento 01 Carta de crédito vencida 02 Conhecimento de embarque 03 Fatura comercial 04 Teor da carta de crédito 05 Certificado de origem

Tipo de documento 01 Fatura comercial 02 Conhecimento de embarque 03 Carta de crédito vencida 04 Certificado de origem 05 Teor da carta de crédito

Tipo de documento 01 Fatura comercial 02 Carta de crédito vencida 03 Conhecimento de embarque 04 Teor da carta de crédito 05 Certificado de origem

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h) firmas não autenticadas por tabelionato, quando especificada na

carta de crédito;

i) falta de indicação do valor do frete e/ou seguro, quando

especificada na carta de crédito.

Outro documento importante que também apresenta discrepância é a

validade da carta de crédito, sendo que quando emitida a carta possui validez para

ser operacionalizada.

Também é de extrema importância ressaltar o conhecimento de embarque,

pois ele atesta que os bens que foram embarcados ou recebidos para embarque. O

conhecimento de embarque segundo Lunardi (2004, p.109) “[...] é o instrumento do

contrato de transporte realizado entre o embarcador (shipper) e o transportador

(carrier).” Este documento é imprescindível e também possui discrepâncias na

operacionalização da carta de crédito. Dentre os quais, foram citados pelos bancos

os seguintes erros:

a) apresentação de jogo incompleto;

b) alterações não rubricadas pelo emitente;

c) não propriamente endossados;

d) data posterior à data de embarque especificada na carta de

crédito;

e) mercadorias diferentes das especificadas no crédito;

f) embarque em porto ou destino diferente do que foi estipulado na

carta de crédito;

g) o conhecimento não é “clean”; pois contém anotações que

indicam que as condições da mercadoria ou sua embalagem não se

encontram em perfeita ordem;

h) os conhecimentos não assinados pela companhia de navegação

ou por agente autorizado.

Muitas vezes, até o banco emissor da carta de crédito também comete erros

na operação. Quanto às especificações e composição do teor da carta de crédito

emitida pelo banco, também são notadas essas discrepâncias nesta modalidade de

pagamento.

O certificado de origem deve estar de acordo, quanto à forma de execução,

com todos os requisitos do país para o qual a mercadoria está sendo exportada.

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0,00%

2,00%

4,00%6,00%

8,00%10,00%

12,00%

14,00%16,00%

18,00%20,00%

BANCO A BANCO B BANCO C

Índice deinadimplência

Havendo qualquer discrepância neste documento, deve ser devidamente

autenticado.

Considerando que esta modalidade de pagamento deve sempre haver um

consenso entre as partes envolvidas, segundo a pesquisa, no que tange aos clientes

inadimplentes, foram encontrados os seguintes resultados:

Gráfico 03 – Índice de inadimplência.

Fonte: Elaborada pelos autores com base nos dados coletados na pesquisa (2009).

Analisando o gráfico 03, pode-se chegar à conclusão que o índice de

inadimplência percebível no banco B (20%) é superior aos bancos A (1%) e C (0%).

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O comércio internacional é de grande importância para a humanidade. Com a

troca de mercadorias e serviços entre países pode auxiliar em um desenvolvimento

mais sustentável destes.

Ressalta-se que adquirir uma determinada mercadoria ou serviço seja de

suma necessidade para um país, pois esta determinada mercadoria ou serviço pode

apresentar escassez ou até a ausência em um país, e estabelece ao governo

adquiri-los em outra nação.

Contudo a venda para o exterior pode ocasionar muitos riscos no que tange

aos importadores que possuem grande instabilidade política e comercial em seus

países, salienta-se também que muitos importadores podem desmoralizar a compra

sem o seu devido pagamento ou que apresentam dificuldades desde a negociação

até o prazo de pagamento.

Diante deste processo, a carta de crédito ou crédito documentário surge como

uma segurança ao exportador, pois cumpridas todas as exigências estabelecidas em

seu teor a carta oferecerá garantia para o pagamento em parte do banco emissor

(importador) para o exportador.

Todavia, o exportador deve ainda tomar o cuidado ao requerer a carta de

crédito. A iniciar pelo banco emissor, este deve ser um banco muito bom que não

possua um histórico pernicioso, um banco de forte conceito internacional. Além

disso, para se buscar uma garantia ainda maior, o exportador deve exigir que a carta

de crédito seja confirmada, ou seja, caso o banco emitente não pagar a operação

por dificuldades financeiras o banco confirmador assume esta responsabilidade de

pagar.

No que tange os tipos de cartas de crédito, o modelo de carta que oferece

vantagens para o exportador é que ela seja irrevogável e intransferível. Uma carta

irrevogável significa que para haver alterações em seu teor as partes envolvidas no

processo devem concordar com qualquer mudança. No entanto, havendo este

consenso o exportador terá uma segurança maior, ou seja, a carta de crédito não

poderá ser alterada sem o seu consentimento. Uma carta intransferível significa que

o exportador não correrá o risco de a carta ser extraviada e utilizada por outra

pessoa.

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Por outro lado, a carta de crédito como sendo uma modalidade de pagamento

mais utilizada no âmbito internacional, também oferece garantias ao importador.

Porque ele tem a garantia de que a mercadoria será embarcada de acordo com a

data mencionada na carta de crédito.

A pesquisa elaborada nos bancos foi constatado que para operar com carta

de crédito existem custos diversos praticados pelos bancos. Estes custos são

percebíveis desde a emissão da carta (importador) até a liquidação deste crédito

(exportador). Foi notado que no processo de exportação existem muitas

discrepâncias nas operações com carta de crédito.

Esta pesquisa demonstrou através de gráficos, tabelas e dados os valores

praticados por cada banco entrevistado. Por isso, ela poderá auxiliar o exportador

que necessita realizar uma operação de exportação com a carta de crédito, pois o

mesmo poderá comparar os custos de cada banco e chegar numa conclusão mais

adequada no momento de decidir qual instituição bancária vai escolher.

A pesquisa também provou o quanto é importante utilizar a carta de crédito

como modalidade de pagamento numa negociação internacional, todavia, vale ao

exportador e importador ter conhecimento aprofundado deste conteúdo já que é

dever dos que atuam no mercado externo.

No entanto, afirma-se que a pesquisa colaborou muito para o aprendizado

dos alunos e certamente este material desenvolvido será de suma importância para

a universidade como fonte de pesquisa. Os objetivos foram cumpridos os

pressupostos aprovados e os resultados obtidos foram positivos.

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HARTUNG, Douglas S. Negócios internacionais. Rio de Janeiro: Qualitymark ed. Ltda, 2004.

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ANEXOS

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Anexo I – Roteiro da Carta de Crédito

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Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

Acadêmicos: Thiago C. Vieira

Fernando C. Cherobin

Orientadora: Profª. Francine Neves

Curso: Comércio Exterior, 8˚ Período

TÍTULO DA MONOGRAFIA: “A Carta de Crédito e os preços

praticados pelos bancos que operam em câmbio na região

do Vale do Itajaí”.

Obs.: Ao responder, considere somente os clientes exportadores.

Questionário: Carta de Crédito

1- Qual a porcentagem de clientes que optam por esta modalidade de

pagamento por mês?

2- Quais os custos envolvidos nesta operação são repassados aos clientes que

exportam (em USD)?

- Aviso de recebimento de L/C:

- Análise de L/C:

- Valor de cada Swift´s:

- Contratação de câmbio:

- Outros custos na exportação:

3- Qual é a quantidade de Cartas de Crédito que o banco opera mensalmente?

4- Qual é o montante (em USD) que foram processadas de Cartas de Crédito no

último mês? (No âmbito geral: à vista, à prazo e financiada).

Anexo II – Questionário Abordado

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5- Assinale de 1 à 5. Os documentos que mais apresentam discrepâncias na

operação com Carta de Crédito. (Considere: 1 maior e 5 menor).

( ) Fatura Comercial;

( ) Conhecimento de embarque;

( ) Teor da Carta de Crédito;

( ) Certificado de Origem;

( ) A Carta de Crédito está vencida.

6- Qual o índice de inadimplência mensal, percebível na operação com Carta de

Crédito?

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Nomes dos estagiários:

Thiago Cristiano Vieira

Fernando Caetano Cherobin

Orientadora de conteúdo:

Profª. Francine Simas Neves

Responsável pelo Estágio:

Profª. Natalí Nascimeto