3 conversas sobre cidades , projetos e a construção da paisagem

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FAAC - Bauru 3 Universidad Nacional de Asunción CON_ VERSAS. (sobre cidades, (sobre cidades, projetos e a construção da paisagem) 25/08 31/08 01/09 01/09 Juanca Cristaldo

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Apresentações feitas na FAAC UNESP, como parte do programa Escala Docente da AUGM

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Page 1: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

FAAC - Bauru

3Universidad Nacional 

de Asunción

CON_VERSAS.

(sobre cidades, (sobre cidades, projetos e a

construção da paisagem)

25/0831/0801/0901/09

Juanca Cristaldo

Page 2: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

A questão:

O projeto pat prosanearjardim Irene.

Santo André - SP.

22,6 hectares1500 famílias.

Desenvolvimento: Março 2004Setembro 2005

Page 3: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

ROTEIRO:

25/08 – as cidades(RMSP).

01/09 – a construção de outra paisagem.

02/09 – a arquitetura de uma arquitetura de uma proposta.

Page 4: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

1ªCON_

VERSA

As cidades.As cidades.

Entendendo a RMSP

Page 5: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

A REGIÃO METROPOLITANA METROPOLITANA DE SÃO PAULO:

39 municipios,

área total de 7.943.818 km²,

população:19.539.450

habitantes

Page 6: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

A REGIÃO METROPOLITANA METROPOLITANA DE SÃO PAULO:

Aproximadamente80 quilômetrosno sentido Leste– Oeste e 35 nosentido NorteSul

Page 7: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

conflitos:

O trânsito

Page 8: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

conflitos:

As enchentes

Page 9: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

conflitos:

Os deslizamentos

Page 10: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

conflitos:

As favelas e osloteamentosloteamentosclandestinos.

Page 11: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

A percepção destes destes problemas:

São Paulo é caótica (por tanto, inapreensível)

São Paulo sempre foi assim.

A região cresceu rápido demais, não tem como orientar esse processo.

Page 12: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Existem processos que explicam o aparente caos da Região metropolitana.

õ áFatos que contradizem esta percepção:

4 gerações humanas atrás (uns 200 anos) o Rio Tietê não era um canal de esgoto a céu aberto, o Rio Pinheiros corria na direção percepção: Pinheiros corria na direção contraria e os Lagos da represa Billings e Guarapiranga não existiamexistiam.

A região cresceu, e cresce, a partir de DECISÕES não de modo de DECISÕES, não de modo “espontâneo”

Page 13: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

E uma hipótese sobre o VALOR sobre o VALOR DO PROJETO.

As ferramentas políticas de legislação, planejamento e controle urbano são condições necessárias mais não suficientespara construir cidades sustentáveis.

Page 14: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

O territo_

rio searticula

Page 15: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

ano 1.867, I ã Implantação da

via férrea Jundiaí Santos. Ciclo de Ciclo de desenvolvimento baseado nos trilhos e a trilhos e a exportação de café.

Page 16: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Referências: ano 1.901, ã A) Usina Hidroelétrica Parnaíba. implantação

da Represa Edgar de Souza 33 Souza, 33 quilômetros águas abaixo de São Paulode São Paulo

Page 17: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

ano 1.908, ã

Referências:A) Usina Hidroelétrica Parnaíba.B) Represa Guarapiranga. implantação

da Represa guarapiranga. A intenção

B) Represa Guarapiranga.

A intenção original era derivar água dos afluentes dos afluentes do pinheiros para aumentar a vazão na a vazão na represa Edgar de Souza.

Page 18: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

ano 1.927, A ó

Referências:A) Usina Hidroelétrica Parnaíba Após a seca e

a crise energética de 1 924 e

A) Usina Hidroelétrica Parnaíba.B) Represa Guarapiranga.C) Represa Billings

1.924 e 1.925, implanta-se a Represa Represa Billings. As águas do Rio Grande são Grande são contidas, com o intuito de descarregá-las na Serra do Mar, até as turbinas da Usina Hidroelétrica Henry Borden.

Page 19: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

A partir da é década de

1.940: começa a retificação retificação dos rios Tietê e Pinheiros, além da além da implantação das avenidas marginais. marginais.

Descartado o projeto de Saturnino de Brito, é implantada a proposta de Ulhoa Cintra.

Page 20: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Referências: Também na é

A) Usina Hidroelétrica Parnaíba.B) Represa Guarapiranga.C) Represa BillingsD) Retificação dos Rios Tietê e Pinheiros.

década de 1.940: entram em funcionamento funcionamento a Estrutura de retiro e a Usina de Usina de Traição, que permitem a efetiva efetiva captação das águas do rio Tietê e sua reversão, via o Canal do Rio Pinheiros.

Page 21: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

1960 1970 1980Crescimento total no período (%)

Região

Período 1.950 –1.980:Ciclo de

Região Metropolitana de São Paulo 4.791.245 8.139.730 12.588.725 162,70

Grande  ABC 504.416 988.677 1.652.781 227,70

S t A d é 245 147 418 826 553 072 125 60Ciclo de desenvolvimento baseado na implantação de

Santo André 245.147 418.826 553.072 125,60

implantação de industrias multinacionais, especialmente especialmente montadoras de carros, indústrias químicas e qpetroquímicas, etc.

Page 22: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Referências:A) usina hidroelétrica parnaíba.b) represa guarapiranga.

1.976P b) represa guarapiranga.

c) represa billingsd) Retificação dos rios tietê y pinheiros.e) reversão das aguas do tietê.f) estabelecimiento de áreas de proteção aos mananciais.

Perante o enorme aumento da população e a população e a expansão da região metropolitana metropolitana, baseada no binômio favela-loteamento loteamento precário, o Governo do Estado de São Paulo institui as áreas de proteção aos mananciais.

Page 23: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

1.982O R

Referências:G) Barragem na Via Anchieta, separando o Braço Rio

Grande do Corpo Central da Represa. O braço Rio Grande é separado do corpo central

Grande do Corpo Central da Represa.

corpo central da represa, por meio de uma barragem uma barragem na Via Anchieta.

1.992O governo do estado proíbe o bombeamento das águas do tietê à represa Billings.

Page 24: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

O tecido

(a favela e oLoteamentoclandestino)

Page 25: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Segundo B

Perante o enorme crescimento de população na segundaBonduki(2.004), a Lei de congelamento

çmetade do século XX, e sem uma oferta acessível de moradiade aluguel, a população procurou a solução da casaparticular, materializada nas favelas e loteamentosclandestinos

congelamento dos aluguéis de 1.942, destinado a destinado a proteger os inquilinos, acabou acabou destruindo o mercado particular de construção de moradias de aluguel, até então muito ativo.

Page 26: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Entre 1940 y 1950, cerca de 100 í á ã mil famílias, más de meio milhão de

pessoas, passaram a morar em casas próprias. A grande maioria em loteamentos periféricos que em loteamentos periféricos, que não estavam mais desocupados, como nos anos de 1920. Enfrentar e dominar a periferia Enfrentar e dominar a periferia passou a ser a tarefa cotidiana de centenas de milhares de trabalhadores, que construíram trabalhadores, que construíram em silêncio uma cidade muito maior que a São Paulo oficial.

Bonduki (2.004)

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Page 28: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Uma tentativa de

SínteseSíntese

Page 29: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

Por que tentar

No turbilhão que representa um conjunto urbano de18.000.000 de habitantes, é muito fácil deixar-se levarpela sensação de que estamos perante um processoestocástico, sem controle ou sentido, alguma coisa que

estabelecer padrões que permitam entender os simplesmente acontece. Nossa hipótese é contraria.

Ainda que brutal, existem características bastanteconcretas de como a RMSP tem se desenvolvido.

Detectar e compreender como se produziu o problema

entender os problemas da RMSP?

Detectar e compreender como se produziu o problemaé um caminho para começar a pensar possíveis respostas.

Além disso, os padrões descrevem não só o que acidade é, mais como chegamos à situação atual. Servem

ê ápara desenhar uma tendência, e compreender o que iráacontecer se continuamos atuando do mesmo modo.

Page 30: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

1º. Padrão:

A Região Metropolitana de São Paulo se estende cada vez mais.

A petrificação progressiva da regiãoO solo urbano é eminentemente solo impermeável, isto reduz o

nível dos lençóis freáticos e acelera a velocidade superficial daágua, aumentando as enchentes. Praticamente não existem,espaços verdes intra – urbanos. Entre a Serra da Cantareira, aoNorte, e a Serra do Mar ao sul, um oceano de asfalto e concreto

região

cobre por igual vales e encostas, áreas planas e lugares degrande declividade.

Page 31: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

2º. Padrão:Desde princípios do século XX assumiu-se um posição no querefere aos recursos hídricos na Região Metropolitana de São

Dependência de recursos hídricos

refere aos recursos hídricos na Região Metropolitana de SãoPaulo. Com critério nitidamente economicista estabeleceram-sepráticas que convertem aos corpos d água intra-urbanos emgeradores de energia e solventes de resíduos. A possibilidade dereconhecer os recursos hídricos intra-urbanos (os rios Tietê,Pinheiros, Tamanduateí, e seus numerosos afluentes) como recursos hídricos

externos.

, ,de múltiplos usos possíveis, orientados também à preservação dosecossistemas, o lazer, e inclusive o consumo humano, é consideradohoje como algo completamente impossível.

A alternativa hoje praticada, no entanto, não é questionada,ainda que se aproxime do absurdo. Importa-se água de outrasbacias, progressivamente mais distantes, ao ponto que hoje sereverte água por 100 quilômetros ou mais. Aproximadamente ametade da vazão consumida na RMSP (um total de 63,1 m3/s ), éobtida do Sistema Cantareira, na Bacia do Rio Piracicaba.

O padrão é, por tanto, o seguinte: capta-se água para consumo debacias cada vez mais distantes, ao tempo que as cidades águasabaixo devem receber os efluentes não tratados de toda a RegiãoMetropolitana.

Page 32: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

3º. Padrão:A inexistência, até pouquíssimo tempo, de ferramentas de gestão

para combater a especulação imobiliária e gerir solo urbano paramoradia de interesse social fez com que o lugar da população de

Abandono das áreas centrais

moradia de interesse social, fez com que o lugar da população deescassos recursos na RMSP, fosse sempre a periferia. Umaperiferia, que parece uma mancha de tinta ou de aceite, dilatando-se em ondas expansivas cada vez maiores, na medida que o centrofica vazio, sem habitantes e deteriora-se.

centrais, densidade nos bordes.

O tecido da periferia é formado basicamente por casas auto-construídas em loteamentos com algum grado de irregularidadejurídica ou administrativa, ou por favelas. Curiosamente, comotambém foram ocupadas a maior parte das várzeas e áreas verdesintra-urbanas significativas, a periferia é uma interfase com asintra urbanas significativas, a periferia é uma interfase com asáreas verdes da Serra da Cantareira ao Norte, e da Serra doMar, ao Sul.

A periferia é o lugar onde se manifestam de forma mais intensamuitos conflitos e grandes potencialidades.

Page 33: 3 Conversas sobre Cidades , projetos e a construção da paisagem

4º. Padrão:Se bem o primeiro ciclo de expansão econômica de São Paulo esteveassociado à implantação das ferrovias, desde os anos 30 do século XX

ê à ã

Avenidas marginais e priorização do

ocorreu uma mudança de tendências, que levou à priorização dosautomóveis e caminhões perante o transporte em trilhos. A implantação daindustrias de carros nos anos 50, reforçou esta tendência, que vinhadesde a implantação do plano de avenidas de Prestes Maia.

O plano de Avenidas, estabelecia a construção de grandes avenidas priorização do transporte particular.

nos vales de Rios e Córregos. A pesar de que hoje é conhecimentoestabelecido no meio técnico que estas respostas tem efeitos altamentenegativos, principalmente no que refere ao impacto das enchentes, aindahoje continuam sendo implantadas Avenidas de fundo de Vale.

A opção pelo modelo da “cidade dos carros” é insustentável CadaA opção pelo modelo da cidade dos carros é insustentável. Cadanovo incremento na capacidade das vias, induz a um crescimento donumero de carros, e o problema acaba se tornando ainda pior.

Do mesmo jeito que nos casos anteriores, hoje em dia é freqüente ouvirque não se podem implantar transportes públicos na escala necessária

ôpara a RMSP, que não existe dinheiro para Trens ou corredores de ônibus.Continuam-se implantando obras viárias, e mais carros particulares seincorporam ao trânsito cada dia.

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éPropor a mudança não é uma atitude absurda,Absurdo é continuar fazendo o que

reconhecemos como nocivo para nós mesmosreconhecemos como nocivo para nós mesmos.

Every new idea, At the beginning

It´s on a minority of one It s on a minority of one.

Carlyle

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http://vallesyladeras.blogspot.com/

http://taller‐e.blogspot.com/