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| Revista Brasileira de Design da Informação/Brazilian Journal of Information Design São Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 305 319 | issn 1808-5377 artigo | article Design e tratamento jornalístico na produção de infovis: apresentação de um modelo para análise de infográficos on-line Design and journalistic mediation in the production of infovis: presentation of an analysis model for online infographics Júlia Rabetti Giannella, Sandra Souza infovis, análise de conteúdo, unitização O termo infovis designa um produto midiático que conjuga as qualidades interativas de um infográfico on-line com o processo de visualização da informação para apresentar dados complexos e disponibilizá-los ao acesso de leitores de informações jornalísticas. O método de análise de conteúdo permite que características relativas a tecnologias de produção, tratamentos visual e jornalístico da informação e graus de interação com usuários sejam identificadas e quantificadas para se estabelecer o estado da arte da infografia em sua transição dos meios impressos para os digitais. O presente artigo apresenta e descreve as etapas de construção de um modelo de análise de infovis – infográficos interativos com base em dados – que possa servir de inspiração a futuras análises de produtos midiáticos semelhantes. infovis, content analysis, unitizing The term infovis designates a mediatic product that combines the interactive qualities of an online infographic with the information visualization process to show complex data and to make them available for the journalistic audience’s access. The content analysis method allows the identification and quantification of characteristics regarding production technologies, visual and journalistic mediation of information and levels of users’ interaction, establishing the state of the art of infographic in its transition from print to digital media. The present paper presents and describes the building steps for an analysis model of infovis – interactive data based infographics – that can serve as inspiration for future analysis of similar mediatic products. 1 Introdução A análise de conteúdo configura-se como importante ferramenta de investigação que permite aos pesquisadores analisar unidades informativas de textos em termos de suas qualidades simbólicas e papéis comunicativos, mostrando-se apropriada para estudo de infográficos, particularmente os que denominamos infovis 1 . 1 A utilização do termo infovis pode ser percebida em contextos específicos, a saber: a) forma abreviada de visualização da informação; b) nome de publicação e conferência acadêmica sobre o tema

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  • | Revista Brasileira de Design da Informao/Brazilian Journal of Information Design So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 305 319 | issn 1808-5377

    artigo | article

    Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para anlise de infogrficos on-line

    Design and journalistic mediation in the production of infovis:

    presentation of an analysis model for online infographics

    Jlia Rabetti Giannella, Sandra Souza

    infovis, anlise de contedo, unitizao

    O termo infovis designa um produto miditico que conjuga as qualidades interativas de um infogrfico on-line com o processo de visualizao da informao para apresentar dados complexos e disponibiliz-los ao acesso de leitores de informaes jornalsticas. O mtodo de anlise de contedo permite que caractersticas relativas a tecnologias de produo, tratamentos visual e jornalstico da informao e graus de interao com usurios sejam identificadas e quantificadas para se estabelecer o estado da arte da infografia em sua transio dos meios impressos para os digitais. O presente artigo apresenta e descreve as etapas de construo de um modelo de anlise de infovis infogrficos interativos com base em dados que possa servir de inspirao a futuras anlises de produtos miditicos semelhantes.

    infovis, contentanalysis, unitizing

    The term infovis designates a mediatic product that combines the interactive qualities of an online infographic with the information visualization process to show complex data and to make them available for the journalistic audiences access. The content analysis method allows the identification and quantification of characteristics regarding production technologies, visual and journalistic mediation of information and levels of users interaction, establishing the state of the art of infographic in its transition from print to digital media. The present paper presents and describes the building steps for an analysis model of infovis interactive data based infographics that can serve as inspiration for future analysis of similar mediatic products.

    1 Introduo

    A anlise de contedo configura-se como importante ferramenta de investigao que permite aos pesquisadores analisar unidades informativas de textos em termos de suas qualidades simblicas e papis comunicativos, mostrando-se apropriada para estudo de infogrficos, particularmente os que denominamos infovis1.

    1 A utilizao do termo infovis pode ser percebida em contextos especficos, a saber: a) forma abreviada de visualizao da informao; b) nome de publicao e conferncia acadmica sobre o tema

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 306 319 306

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    A modalidade infovis, no contexto do presente artigo, designa um produto miditico do jornalismo on-line que se caracteriza por ser, simultaneamente:

    um infogrfico, pois, como produto do jornalismo visual, possui caractersticas narrativas, e elementos estruturais tpicos do gnero jornalstico;uma visualizao da informao, pois apresenta, visualmente, uma organizao de dados abstratos2 e relaes possveis entre eles;interativo, pois oferece ao usurio mecanismos de interao com o contedo, permitindo que ele explore, de forma mais participativa, as informaes apresentadas.A anlise de contedo pode ser definida como [...] tcnica de pesquisa utilizada para tornar inferncias sobre textos (e outros materiais significantes como imagens, sons, smbolos, etc.) replicveis e validveis em seus contextos de uso (krippendorff, 2004, p. 18). O autor destaca quatro componentes conceituais na prtica da anlise de contedo:uma ou mais questes de pesquisa a que analistas buscam responder examinando determinado corpus;corpus de textos (ou outros materiais significantes, como imagens, smbolos, etc.);modelo de anlise em funo dos objetivos e delimitaes do estudo;inferncias que pretendam responder (s) questo(es) da pesquisa (krippendorff, 2004, p. 29-30).

    Com o objetivo de traar um panorama sobre estado da arte e tendncias de utilizao da infografia interativa com base em dados, aplicamos o modelo de Krippendorff (2004: 86) na anlise de um corpus de 270 infovis relativos a temas polticos, publicados entre janeiro de 2010 e dezembro de 2013 (perodo com, pelo menos, uma eleio presidencial no pas sede da publicao), em quatro sites jornalsticos: The New York Times, The Guardian, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo3. Durante o percurso de nossa pesquisa com este corpus especfico, percebemos que o protocolo de anlise que elaboramos a partir do entendimento do infovis como um dispositivo de comunicao sistmico poderia ser para o tema desta edio mais interessante que os resultados propriamente ditos da pesquisa, devido a seu potencial de aplicao em outras anlises futuras de infogrficos. Assim, nosso objetivo no presente artigo no apresentar, na ntegra, as concluses a que chegamos com a aplicao do protocolo em um caso real de anlise (visualizao da informao em infogrficos interativos sobre Poltica em sites jornalsticos de reconhecida credibilidade e pioneirismo), mas a metodologia adotada na anlise de uma amostra significativa de infovis, para demonstrar a validade da mesma na compreenso de outros infogrficos/infovis concebidos a partir da integrao de duas disciplinas fundamentais:

    2 Apesar das divergncias terminolgicas e conceituais a respeito da Visualizao da Informao encontradas em nossa reviso bibliogrfica, a abstrao, contrapondo-se figurao, essencial definio do conceito e designa representaes visuais de baixo nvel de iconicidade (costa, 1998).

    3 giannella, J. R. Dispositivo Infovis: interfaces entre visualizao da informao, infografia e interatividade em stios jornalsticos. 189 f. Dissertao (Mestrado) Escola de Comunicaes e Artes Universidade de So Paulo, 2014.

    (IEEE InfoVis) e c) nome da revista eletrnica idealizada por Juan Carlos Drsteler sobre o tema (). Mesmo assim, adotamos o termo infovis no presente artigo para designar uma modalidade especial de infogrfico interativo com base em dados e processado por computador (o neologismo designa tanto a categoria como exemplos unitrios da categoria, embora no admita plural). Quando utilizado ao lado do termo dispositivo, sua qualidade comunicativa de produto mediador e miditico destacada.

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 307 319 307

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    Design e Jornalismo que, integradas pela tecnologia, so capazes de promover em leitores (usurios da informao) percursos interativos de engajamento e busca autnoma de conhecimento.

    2 Infovis como dispositivo comunicacional

    O infovis, como dispositivo interacional (braga, 2011), pode ser compreendido como um sistema comunicacional pelo qual contedos so tecnologicamente produzidos e apresentados por comunicadores, de um lado, e explorados, de outro, por meio de recursos interativos disponveis aos usurios, de modo que a integrao entre estes dois agentes comunicadores e usurios se d pela mediao do design visual e do tratamento jornalstico da informao, no espao que convencionamos chamar de interface do dispositivo (Figura 1).

    Na figura, infovis um dispositivo comunicacional resultante da inter-relao de trs dimenses: I. a dimenso input refere-se a tecnologias de produo; II. a interface concentra-se nos modos de tratamento do design e do jornalismo e objetiva avaliar a mediao dos produtores da informao na construo da mensagem jornalstica

    Figura 1 Esquema representativo do dispositivo infovis em suas trs dimenses (input, interface e output) e unidades de anlise (tecnologia, design, tratamento jornalstico, interatividade e participao). Fonte: giannella (2014, p. 106).

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 308 319 308

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    e III. a dimenso output engloba, por um lado, a interatividade compreendida como recursos mediadores para explorao do contedo e, por outro, a participao, percebida como aes transformadoras de leitores/consumidores de sistemas de informao.

    Em cada uma das trs dimenses que integram o dispositivo (input, interface e output), identificamos unidades de anlise que podem nos dizer se, como e quanto estas dimenses esto presentes na concepo de um infogrfico/infovis e com que equilbrio elas se combinam na proposta comunicativa de determinado veculo jornalstico. Neste sentido, apresentamos cinco unidades elementares de anlise tecnologia, design, tratamento jornalstico, interatividade e participao que podem, ainda, ser desmembradas em outras subunidades de anlise, conforme objetivos predefinidos da pesquisa.

    Em nossa anlise sobre infovis de tema poltico (Quadro 1), desmembramos a unidade de anlise tecnolgica em duas subunidades, pois queramos saber com que frequncia veculos de comunicao (dos quatro pesquisados) usavam ferramentas de produo on-line e gratuitas na edio de infovis e se apresentavam indcios de emprego de atualizao contnua de bases de dados que se localizam na origem da visualizao dos dispositivos. Em relao ao design, nosso objetivo foi identificar categorias sintticas que pudessem expressar cinco modos de organizao visual dos dados apresentados e/ou manipulados por meio de recursos interativos (quantitativo, grupal, conectivo, temporal e geogrfico). Quanto unidade tratamento jornalstico, destacamos a subunidade temtica para nos referirmos trs categorias semnticas de infovis de contedo poltico e a subunidade gradiente de mediao para identificarmos a presena (total ou parcial) ou ausncia de sete elementos estruturais da infografia jornalstica (ttulo, texto explicativo, referncia de fontes da informao, crdito, artigo, notas textuais e recursos multimdia). Por ltimo, em relao dimenso output, criamos o gradiente de interatividade em contraponto ao gradiente de mediao para entendermos o impacto relativo da manipulao de dez recursos interativos na compreenso das informaes pelos usurios (avanar/retroceder, roll over, zoom, filtragem, relao, busca, extrao, customizao, outro painel de controle e hipertextualidade), bem como verificar trs modalidades de participao cocriativa no processo comunicativo da notcia publicada por editores institucionais (compartilhamento, comentrio e contedo gerado pelo usurio).

    Referimo-nos a estas cinco unidades de anlise tecnologia, design, tratamento jornalstico, interatividade e participao como elementares, pois apresentam potencial de serem aplicadas na anlise de outros dispositivos de comunicao visual, uma vez que decorrem da noo sistmica de comunicao, em que forma, contedo e uso so dimenses indissociveis e interdependentes na compreenso dos fenmenos de visualizao.

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 309 319 309

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    Acreditamos que o conjunto de nove subunidades, cobrindo as trs dimenses sistmicas de todo e qualquer infogrfico que se enquadre em nossa definio de infovis, possa servir de inspirao e, at mesmo, de modelo para outros protocolos de anlise que objetivem investigar a maneira como a visualizao da informao traduz bancos complexos de dados em imagens/esquemas interativos, do ponto de vista de seu potencial comunicativo. Assim, nos itens subsequentes, apresentaremos detalhes do processo de elaborao de um modelo de anlise de contedo, fundamentado em nossa experincia de pesquisa.

    3 Etapas de amostragem e unitizao na anlise de contedo

    Em nossa pesquisa com infovis de tema poltico, o objetivo de explorar o papel relativo da interatividade na apropriao de contedos complexos pelos leitores, nos levou a predefinir trs critrios na composio do corpus de investigao: categoria de anlise, perodo e veculos de comunicao.

    A categoria contedo poltico de infovis nos pareceu ser a mais adequada aos objetivos propostos e incluiu trs pautas do jornalismo poltico:

    1. cobertura de eventos eleitorais (pesquisas, cenrios, candidatos, eleitorado, campanhas, coligaes e resultados);

    2. instituies polticas que geram produtos e fatos (governo e governantes, Congresso Nacional, ministrios, assembleias legislativas, partidos, rgos oficiais, institutos de pesquisa de opinio);

    Dim

    ens

    o

    INPUT INTERFACE OUTPUT

    Uni

    dade

    Tecnologia Design Tratamento jornalstico Interatividade Participao

    Subu

    nida

    de

    Ferramenta de produo

    Modo de organizao da informao

    Temtica Gradiente de interatividade

    Comentrio

    Atualizao contnua

    Gradiente de mediao

    Compartilhamento

    Contedo gerado pelo usurio

    Quadro 1 Unidades e subunidades de um modelo de anlise sobre infovis baseado na noo de dispositivo comunicacional. Fonte: GIANNELLA (2014, p. 107).

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 310 319 310

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    3. escndalos polticos e casos de corrupo.O perodo compreendido entre janeiro de 2010 e dezembro de

    2013 se deveu ao fato desses quatro anos compreenderem a produo de infovis relativos a, pelo menos, uma eleio de alcance nacional nos pases sedes dos veculos de comunicao: Estados Unidos, 2012; Brasil, 2010 e 2013 e Reino Unido, 2010.

    Os veculos de comunicao escolhidos The New York Times, The Guardian, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo apresentam: a) credibilidade e repercusso j estabelecidas de suas publicaes; b) acesso eficaz e gratuito aos contedos on-line e c) destaque pioneiro ou precursor na produo de infovis.

    Definidos os trs critrios que organizaram a constituio dos textos de anlise (contedo, perodo e veculos de comunicao) e orientadas pelos objetivos previamente traados, pudemos selecionar, em cada um dos quatro sites jornalsticos mencionados, uma amostra4 de infovis com as caractersticas que nos permitiriam investigar melhor a inter-relao entre tecnologia utilizada, tratamentos jornalstico e visual da informao e, na ponta final, o grau de interatividade permitido ao usurio na manipulao da informao. Coletamos um total de 270 infovis sobre eleies, instituies e escndalos polticos (81 publicados pelo The New York Times; 65 pelo The Guardian; 50 pela Folha de S. Paulo e 74 pelo O Estado de S. Paulo). Enfatizamos que fez parte de nosso interesse investigativo analisar infovis com diversos nveis de complexidade de produo: desde peas com maior grau de planejamento, conhecimentos tcnicos e premiao em concursos de infografia at peas com menor investimento produtivo, que passam despercebidas dos olhares de especialistas.

    Com a amostra definida, seguimos o esquema de Krippendorff (2004, p. 86) para a consecuo das trs fases principais de qualquer anlise de contedo: 1) elaborao de dados (amostragem, unitizao, codificao, reduo); 2) inferncia e 3) narrao (redao de respostas para questes de pesquisa).

    A etapa de unitizao corresponde formulao de um protocolo de anlise que descreve unidades e subunidades elaboradas para analisar textos coletados (amostra). O protocolo serve como manual de instruo para preenchimento de um formulrio de anlise, por meio do qual dados codificados permitem a construo de histrias sobre o objeto analisado e a aplicao de inferncias a outros objetos semelhantes ou equivalentes.

    Unidades e subunidades de anlise configuram aspectos avaliados da amostra e so evidenciados (ou quantificados) por meio de indicadores, dimenses ou atributos, elementos concretos que permitem determinar a qualidade total ou parcial de cada aspecto unitizado (herscovitz, 2010, p.132):

    yy indicadores indicam presena ou ausncia de determinada caracterstica (por exemplo, tabulao em sim e no);

    yy dimenses qualificam proporo de certas caractersticas (por exemplo, tabulao em sim, no e parcial);

    4 A amostra foi reunida em quatro galerias na rede social on-line Pinterest e podem ser acessadas nos seguintes endereos: ; ; e .

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 311 319 311

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    yy atributos caracterizam certas qualidades evidenciadas (por exemplo, tabulao de gnero por feminino e masculino).

    Com o objetivo de oferecer subsdios a outros protocolos de anlise apropriados compreenso de processos e produtos da visualizao da informao, sero detalhados, a seguir, os procedimentos e critrios que adotamos na definio e avaliao de unidades elementares de anlise e seus desdobramentos em subunidades, ressaltando, porm, que este modelo foi desenvolvido para objetivos especficos de uma pesquisa particular, o que no impede que ele possa ser utilizado como inspirao na elaborao de outros protocolos semelhantes de pesquisa.

    3.1 Dimenso de input do dispositivo

    A unidade tecnologia engloba duas subunidades ferramenta de produo e atualizao contnua que caracterizam aspectos tecnolgicos envolvidos na produo do dispositivo infovis. Elas so avaliadas segundo presena ou ausncia de determinada qualidade.

    A subunidade ferramenta de produo identifica se o infovis possui indicao (tabulao de dados em sim ou no) de uso de ferramentas on-line e gratuitas aplicativos de softwares baseados na web (APIs5), como Google Fusion Tables e Tableau Public para produo de suas representaes esquemticas e/ou implementao de recursos interativos. A utilizao destas tecnologias torna o processo de produo de infovis mais acessvel e veloz, conferindo a no especialistas em design e infografia recursos para criao autnoma de visualizao de dados/informao.

    A subunidade atualizao contnua identifica se o infovis possui indicao6 de que os dados so ou foram, em algum momento, atualizados continuadamente (tabulao de dados em sim e no). A atualizao contnua uma das caractersticas do jornalismo on-line (palacios, 2003) que agrega valores de monitoramento e acompanhamento atualizado da informao aos infogrficos que a utilizam.

    3.2 Dimenso de interface do dispositivo

    Por meio desta dimenso, pretendemos avaliar as unidades design e tratamento jornalstico que, juntas, definem caractersticas mediadoras dos produtores de contedo.

    Unidade design

    A subunidade modo de organizao da informao indica a relao entre os dados visualizados e/ou manipulados por meio de recursos interativos e enfatiza o tipo de representao visual

    5 Application Programming Interface (API) um conjunto de instrues e padres de programao para acesso s funcionalidades e servios de softwares baseados na web, sem a necessidade de implementao do software em si.

    6 A identificao de atualizao contnua feita atravs do reconhecimento de expresses textuais de atualizao como atualizado em, acompanhe ao vivo, tempo real, etc.

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 312 319 312

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    resultante (domnio informativo + aparncia visual). A tabulao dessa subunidade baseia-se na presena isolada ou combinada de categorias de relaes entre os dados (bertin, 2010; engelhardt, 2002; richards, 2000 e wurman, 1991) que definem cinco principais modos de organizao da informao:yy quantitativo, quando relaes entre dados podem ser mensuradas

    em termos de variao ou proporo; yy grupal, quando dados so agrupados ou separados em dois ou mais

    conjuntos de elementos; yy conectivo, quando dados estabelecem uma relao ordinal entre

    dois ou mais elementos; yy temporal, quando dados revelam relaes de ordem temporal e

    sequencial; yy geogrfico,7 quando dados so relacionados em uma superfcie

    geogrfica. Para Engelhardt (2002, p. 137), representaes grficas de

    natureza primria apresentam somente um modo de organizao da informao (quantitativo, grupal, conectivo, temporal ou geogrfico), enquanto as de natureza hbrida oferecem ao menos dois modos de organizao combinados. A Figura 2 um infovis de natureza hbrida: o tamanho dos crculos uma varivel visual (bertin, 2010) que estabelece uma relao quantitativa entre os dados, enquanto a cor dos crculos estabelece uma relao de agrupamento.

    7 Dados geogrficos representados isoladamente so evidncias fsicas. Dessa forma, para que um mapa possa ser considerado por ns infovis, ele precisa evidenciar, tambm, relaes de outras ordens (grupal, quantitativa, conectiva ou temporal).

    Figura 2 Infovis com dois modos de organizao da informao. Fonte: The New York Times.

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 313 319 313

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    Unidade tratamento jornalstico

    A subunidade temtica identifica o assunto predominante do infovis por meio de tabulao classificatria de assuntos previamente definidos.

    A subunidade gradiente de mediao qualifica e dimensiona por meio de sim (2 pontos), parcial (1 ponto) e no (0 ponto) recursos de tratamento jornalstico, a saber: a) elementos estruturais do infogrfico jornalstico, propostos por Leturia (1998) e b) elementos de funo comunicativa em visualizaes, observados por Cairo (2008) e Segel & Heer (2010).

    Recurso de tratamento jornalstico

    Definio operacional Tabulao

    Ttulo Texto direto que exprime o contedo principal. Sim; No Texto explicativo

    O texto explicativo [...] deve ser conciso e fornecer ao leitor toda a explicao necessria para a compreenso do infogrfico (leturia, 1998). A dimenso parcial caracteriza infovis com texto explicativo curto, que no fornece toda informao necessria para compreenso.

    Sim; Parcial; No

    Fonte Informao a respeito da origem dos dados representados (indicao textual como Fonte e Metodologia).

    Sim; No

    Crdito Informao a respeito do [...] autor ou autores do infogrfico, responsveis tanto pelo design como pela apurao da informao (leturia, 1998).

    Sim; No

    Artigo Artigos relacionados que complementam ou aprofundam o contedo (indicao textual como Leia mais, Links relacionados, Clique aqui e indicaes grfico-visuais).

    Sim; No

    Nota Legendas, textos explanatrios ou comentrios que destacam ou enfatizam determinado aspecto do contedo, conduzindo usurios a um ponto de vista. Consideramos a dimenso parcial (1pt) quando notas so formadas por textos objetivos, grficos ou tabelas que aprofundam o contedo visualizado e a dimenso sim (2pts) quando so formadas por comentrios jornalsticos ou anlises que enfatizam determinadas configuraes semntico-sintticas do infovis.

    Sim; Parcial; No

    Multimdia Elementos multimdia, tambm chamados de multi-messaging (segel & heer, 2010), so fotos, vdeos, udios, animaes, ilustraes e outras representaes grficas. Consideramos a presena de multimdia em infovis em duas dimenses: parcial, somente uma mdia (1pt) e sim, duas ou mais mdias (2pts).

    Sim; Parcial; No

    Quadro 2 Recursos do gradiente de mediao. Fonte: giannella (2014, p. 111-113).

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 314 319 314

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    O gradiente de mediao objetiva avaliar, para cada infovis considerado na amostra, um ndice de pontuao de zero a dez, que dever ser contraposto ao ndice de pontuao, em mesma escala, do gradiente de interatividade da dimenso output (Quadro 3). Juntos, os dois gradientes indicam resultados entre foras que um mesmo dispositivo infovis exerce para explanar sequncias de informao, segundo narrativas e discursos jornalstico-editoriais, e propiciar ao usurio a explorao do contedo a partir de percursos mais autnomos, sempre, no entanto, dentro de limites preestabelecidos pelos produtores da informao. Segel & Heer (2010: 8) apontam duas principais abordagens comunicacionais para o que denominam visualizaes narrativas: abordagem direcionada pelo autor (author-driven) e abordagem direcionada pelo leitor (reader-driven). Em nossa anlise, podemos associar a primeira s peas com maior ndice de gradiente de mediao e a segunda, s peas com maior ndice de gradiente de interatividade. Assim como os autores, no compreendemos as duas abordagens como polarizao entre dois extremos dicotmicos, mas como limites dentro dos quais nfases podem ser apresentadas em graus variados.

    3.3 Dimenso de output do dispositivo

    Nesta dimenso, pretendemos avaliar a subunidade interatividade, entendida como recursos interativos para explorao do contedo, e a subunidade participao, percebida como reaes potenciais de leitores. Juntas, estas subunidades evidenciam outros aspectos mediadores no consumo da informao e, algumas vezes, na produo colaborativa de contedo. O enfoque desta dimenso est nas estratgias pragmticas e nos percursos narrativos que usurios realizam sobre o contedo visualizado abordagem direcionada pelo usurio (segel & heer, 2010) e nas aes participativas que exercem sobre ele.

    Unidade interatividade

    A subunidade gradiente de interatividade identifica, para cada infovis analisado, a presena ou ausncia de dez parmetros que correspondem aos recursos interativos para explorao do contedo. Atribui-se um ponto a cada recurso interativo quando presente (tabulao em sim e no), gerando um ndice de pontuao de zero a dez. Destacamos, no Quadro 3, os recursos interativos e suas definies operacionais.

  • | So Paulo | v. 11 | n. 3 [2014], p. 315 319 315

    Giannella J. R. & Souza S. Design e tratamento jornalstico na produo de infovis: apresentao de um modelo para

    anlise de infogrficos on-line

    Unidade participao

    A unidade participao pretende suprir lacunas que a anlise focada apenas em recursos tecnolgicos de interatividade no consegue realizar. Para tal, constituda de trs subunidades analticas: comentrio, compartilhamento e contedo gerado pelo usurio.

    A subunidade comentrio (tabulao de dados em sim e no) identifica se o infovis possui, em sua pgina web, espaos para comentrios de usurios. Comentar corresponde ao interativa de qualidade conversacional (salaverra, 2005), que permite aos usurios no s consumir informaes em um produto miditico, mas tambm, a partir dele, emitir opinies, corrigir dados, fazer sugestes, criticar e gerar discusses com outros leitores, constituindo, dessa forma, um processo de inteligncia coletiva (lvy, 1999).

    A subunidade compartilhamento (tabulao de dados em sim e no) identifica se o infovis pode ser compartilhado em um dos seguintes

    Quadro 3 Recursos do gradiente de interatividade. Fonte: giannella (2014, p. 114-116).

    Recurso interativo para explorao do contedo

    Definio operacional

    Avanar/retroceder O recurso avanar/retroceder (cairo, 2008), tambm chamado de botes de navegao (segel & heer, 2010), normalmente acompanhado pelo sinal grfico de seta. Serve para navegar linearmente pelo infovis.

    Roll over Para Tidwell (apud cairo, 2008: 78), roll over consiste na apresentao de unidades informativas secundrias quando usurios passam o cursor do mouse sobre reas ativas.

    Zoom Zoom (tidwell, apud cairo, 2008, p. 78) constitui a ampliao ou diminuio de determinada rea revelando dados contidos em outras camadas informativas do infovis.

    Filtragem A filtragem (shneiderman, 1996) est presente quando usurios podem desfazer a seleo de itens em um menu de opes, permitindo o controle sobre elementos que se deseja visualizar no infovis.

    Relao Relao constitui recurso interativo que possibilita relacionamento de itens de conjuntos de dados diferentes (shneiderman, 1996).

    Busca O recurso interativo de busca (segel & heer, 2010) configura operao de preenchimento, em um campo livre, de uma palavra ou frase que ser buscada na base de dados do infovis.

    Extrao Extrao (shneiderman, 1996) permite que usurios faam download total ou parcial do conjunto de dados representado no infovis.

    Customizao Para Palacios (2003), a customizao a capacidade do usurio personalizar o contedo, adaptando informaes grficas conforme suas preferncias e objetivos e manuseando elementos interativos para gerar novas apresentaes grficas.

    Outro painel de controle

    Outros menus, barras ou listas manipulveis, que no se encaixam no perfil dos recursos j descritos, mas permitem selecionar por meio de opes preestabelecidas o contedo que ser visualizado.

    Hipertextualidade Interconexo de textos (palacios, 2003) presentes no infovis mediante hyperlinks.

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    anlise de infogrficos on-line

    modos: enviado por e-mail ou redistribudo nas mdias sociais. O compartilhamento repercute na etapa de circulao e distribuio dos produtos miditicos (jenkins, 2011: 29) e depende diretamente da participao ativa do usurio, que no chega a produzir novos contedos, mas torna-se multiplicador da mensagem por meio da consolidao de tecnologias de distribuio da informao que descentralizam a emisso.

    A subunidade contedo gerado pelo usurio (tabulao de dados em sim e no) identifica se o infovis possibilita aos usurios registrar contedos sobre sua interface visual-interativa de modo permanente. Dessa forma, usurios se transformam em produtores ativos na constituio do contedo verbo-visual apresentado no corpo do infovis, o que nos aproxima do conceito de produsage, ou seja, [...] construo colaborativa e contnua e extenso de contedo existente na busca por incremento posterior (bruns, 2008, p. 21). importante destacar que a atividade jornalstica pertence, tradicionalmente, a um campo da Comunicao mais conservador, e, dessa forma, a funo mediadora de jornalistas e designers percebida de modo mais enftico por meio de decises editoriais e escolhas de design de interface que interferem tanto nos percursos interativos oferecidos aos usurios quanto nas possibilidades criativas que estes podem realizar.

    4 Etapas de codificao e reduo na anlise de contedo

    A codificao consiste na terceira etapa de elaborao dos dados, e compreende o preenchimento do formulrio8 de anlise segundo medidas de amostragem e unitizao. J a reduo, ltima fase de elaborao dos dados, compreende a depurao da anlise a partir de pr-testes que podem indicar modificaes em etapas anteriores de amostragem e unitizao (krippendorff, 2004, p. 86).

    As quatro etapas conjuntas amostragem, unitizao, codificao e reduo delimitam um corpus de anlise e permitem que inferncias feitas a partir dos objetos analisados sejam aplicadas, por extenso, a um corpus mais amplo de investigao.

    O formulrio preenchido com os dados da anlise de contedo, tal qual um metadado, permite que eles sejam relativizados e cruzados a fim de se construir uma narrao para as questes que motivaram a pesquisa. Assim, a anlise de contedo constitui tcnica de pesquisa para produzir resultados e validar inferncias a partir da leitura das respostas obtidas no formulrio de anlise. No se trata, portanto, de mtodo com fim em si mesmo, mas de meio para detectar tendncias, padres e diferenas narrativas nos diversos segmentos em que a anlise pode ser aplicada.

    8 Como exemplo, o formulrio preenchido para a amostra analisada em Giannella (2014) pode ser acessado em: .

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    5 5. Consideraes finais

    No campo da comunicao jornalstica, a anlise de contedo serve para:[...] descrever e classificar produtos, gneros e formatos

    jornalsticos, para avaliar caractersticas na produo de indivduos, grupos e organizaes, para identificar elementos tpicos, exemplos representativos e discrepncias e para comparar o contedo jornalstico de diferentes mdias e diferentes culturas (herscovitz, 2010, p. 123).

    Em nossa pesquisa sobre infovis de contedo poltico, a anlise de contedo foi direcionada para refletir e responder a questes sobre dimenses do dispositivo infovis com base em perguntas sobre tecnologia de produo, interatividade contrabalanceada com mediao e, finalmente, aes participativas de leitores que esto reconfigurando papis na produo e consumo de produtos miditicos.

    Em relao aos infogrficos interativos com base em dados que denominamos infovis a anlise com o protocolo descrito nos itens anteriores nos permitiu verificar que as relaes assimtricas entre controle da informao por editores da informao e manipulao dessas mesmas informaes por usurios participativos, intensificadas pelo enraizamento da tecnologia digital na sociedade, reacendeu reflexes sobre reconfigurao das atividades e dos produtos miditicos, a saber:

    1. mudanas no processo de apurao, produo e circulao do contedo informativo, assim como transformaes nas atividades dos comunicadores envolvidos;

    2. emergncia de narrativas e produtos mais interativos e visuais;3. maior abertura do dispositivo miditico e empoderamento do

    usurio frente a seus percursos de leitura e fruio do conhecimento. A saturao de dados gerados e disponibilizados na web e a

    emergncia de modelos comunicacionais mais dialgicos ampliam os cenrios para os campos disciplinares do Design e da Comunicao proporem investigaes, como a aqui sugerida, sobre emergentes produtos miditicos e modelos de anlise que possam compreend-los. O infovis um infogrfico interativo baseado no cruzamento e visualizao de dados que objetiva, em ltima anlise, tornar uma realidade visvel e significativa aos usurios da informao. A interligao entre visualizao da informao, infografia e interatividade proporciona sociedade novos usos da informao bem como modos alternativos de aquisio e produo de conhecimento.

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    Sobre as autoras

    Jlia Rabetti Giannella

    Mestre em Cincias da Comunicao pela Universidade de So Paulo. Possui interesse investigativo em Design da Informao, Design de Interface, Visualizao de dados e Cartografia digital.

    Sandra Souza

    Livre-docente na Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo, atua nas reas de Propaganda e Publicidade, Comunicao Visual e Marketing, em graduao e ps-graduao, e lidera o GEIC, Grupo de Estudos da Imagem em Comunicao.

    Artigo recebido em 21 set. 2014, aprovado em 21 set. 2014.