278 mil exemplares cfo...

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Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 JORNAL DO CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA ANO 12 · Nº 61 · JUL-AGO E Nº 62 · SET-OUT DE 2004 www.cfo.org.br 278 MIL EXEMPLARES O Conselho Federal de Odontologia e os 27 Con- selhos Regionais aprovaram por unanimidade, du- rante Assembléia Conjunta realizada nos dias 14 e 15 de outubro, em Brasília, o documento “Pelo Ato Saúde”. Objetivo é sensibilizar o Senado para a ne- cessidade de sanar “ambigüidades e imprecisões” con- tidas no Projeto de Lei 25/02 (Ato Médico), que, se- gundo o documento, representa “restrição à atua- ção profissional de outras categorias e uma afronta aos princípios do SUS”. Ao final, texto faz apelo ao “discernimento dos Senhores Congressistas” no sentido de encontrar solução “que preserve a coesão da equipe de saúde”. Tema reuniu no CFO os principais conselhos federais de saúde e quatro ministérios Que as conquistas de 2004 se frutifiquem no próximo ano, pelo bem da saúde bucal da população CFO homenageado A Câmara dos Deputados realizou no dia 15 de outubro sessão solene em ho- menagem ao Conselho Federal de Odontologia. Até então, jamais uma enti- dade odontológica havia recebido semelhante honraria. Para o presiden- te do CFO, Miguel Nobre, a iniciati- va representa o reconhecimento do Legislativo ao tra- balho desen- volvido pela entidade. “Essa home- sis citou alguns dados alarmantes sobre saúde bucal: 45% da população não têm acesso à escova e creme dentais; 13% dos adoles- centes nunca foram ao dentista; 80% da po- pulação adulta não possui gengivas sa- dias; 24,5 milhões de brasileiros não têm um dente sequer. “No Bra- sil, temos 195 mil cirurgiões-den- tistas e cerca de 50 mil técnicos e auxiliares. Com eles podemos con- tar para curar essa chaga, de forma que em alguns anos, um simples sorriso, uma das nagem simboliza a grande ação conjunta que temos desenvolvido com parlamentares em defesa da saúde da população brasileira”, re- sumiu. Requerida pelo deputado federal Vander- lei Assis (PP-SP) – autor do projeto de lei 3520/04 que visa incorporar a especia- lidade Odontologia do Trabalho à Polí- tica de Saúde Ocupacional do Ministé- rio do Trabalho –, a sessão contou também com a pre- sença dos deputados Sandra Rosado (PMDB-RN), João Batista (PFL-SP) e Wasny de Roure (PT-DF). O deputado As- formas mais belas de comunicação, deixe de ser um elemento de segregação entre os brasileiros”, discursou. Além dos presidentes dos Conselhos Regionais de Odontologia e da coordena- ção de Saúde Bucal do Ministério da Saú- de, estiveram presentes, prestigiando a ho- menagem, representantes e dirigentes da Associação Brasileira de Odontologia, Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas e Federação Inter- estadual dos Odon- tologistas. PÁGINA 3 Pelo Ato Saúde Pelo Ato Saúde Especialidades 15 15 III Fórum Mercosul Feliz 2005 Deputados Sandra Rosado (PMDB- RN) e Vanderlei Assis (PP-SP) e o presidente do CFO, Miguel Nobre Futuro da Odontologia do Trabalho depende do Congresso Nacional aprovar PL 3520/04 12 12 4 4 CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:16 1

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    JORNAL DO CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIAANO 12 · Nº 61 · JUL-AGO E Nº 62 · SET-OUT DE 2004www.cfo.org.br278 MIL EXEMPLARES

    O Conselho Federal de Odontologia e os 27 Con-selhos Regionais aprovaram por unanimidade, du-rante Assembléia Conjunta realizada nos dias 14 e15 de outubro, em Brasília, o documento “Pelo AtoSaúde”. Objetivo é sensibilizar o Senado para a ne-cessidade de sanar “ambigüidades e imprecisões” con-tidas no Projeto de Lei 25/02 (Ato Médico), que, se-gundo o documento, representa “restrição à atua-

    ção profissional de outras categorias e uma afronta aos princípios do SUS”.Ao final, texto faz apelo ao “discernimento dos Senhores Congressistas” nosentido de encontrar solução “que preserve a coesão da equipe de saúde”.

    Tema reuniu no CFO osprincipais conselhosfederais de saúde equatro ministérios

    Que as conquistas de 2004se frutifiquem nopróximo ano, pelo bem dasaúde bucal da população

    CFO homenageadoA Câmara dos Deputados realizou no dia15 de outubro sessão solene em ho-menagem ao Conselho Federalde Odontologia. Até então, jamais uma enti-dade odontológica havia recebido

    semelhante honraria.Para o presiden-

    te do CFO, MiguelNobre, a iniciati-va representa o

    reconhecimento doLegislativo ao tra-

    balho desen-volvido pelaentidade.“Essa home-

    sis citou alguns dados alarmantes sobre saúdebucal: 45% da população não têm acesso àescova e creme dentais; 13% dos adoles-centes nunca foram ao dentista; 80% da po-

    pulação adulta não possui gengivas sa-dias; 24,5 milhões de brasileirosnão têm um dente sequer. “No Bra-sil, temos 195 mil cirurgiões-den-tistas e cerca de 50 mil técnicos

    e auxiliares. Comeles podemos con-tar para curar essachaga, de formaque em algunsanos, um simplessorriso, uma das

    nagem simboliza a grande ação conjunta quetemos desenvolvido com parlamentares emdefesa da saúde da população brasileira”, re-sumiu.

    Requerida pelo deputado federal Vander-lei Assis (PP-SP) – autor do projeto de lei3520/04 que visa incorporar a especia-lidade Odontologia do Trabalho à Polí-tica de Saúde Ocupacional do Ministé-rio do Trabalho –, a sessãocontou também com a pre-sença dos deputados SandraRosado (PMDB-RN), JoãoBatista (PFL-SP) e Wasnyde Roure (PT-DF).

    O deputado As-

    formas mais belas de comunicação, deixede ser um elemento de segregação entre osbrasileiros”, discursou.

    Além dos presidentes dos ConselhosRegionais de Odontologia e da coordena-ção de Saúde Bucal do Ministério da Saú-de, estiveram presentes, prestigiando a ho-menagem, representantes e dirigentesda Associação Brasileira de Odontologia,Associação Brasileirade Cirurgiões-Dentistase Federação Inter-estadual dos Odon-tologistas.

    PÁGINA 3

    Pelo Ato SaúdePelo Ato Saúde

    Especialidades

    1515

    III Fórum MercosulFeliz 2005

    Deputados Sandra Rosado (PMDB-RN) e Vanderlei Assis (PP-SP) e opresidente do CFO, Miguel Nobre

    Futuro da Odontologiado Trabalho dependedo Congresso Nacionalaprovar PL 3520/04

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    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:161

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  • 22 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    Dr. Miguel NobrePresidente do CFO

    P L E N Á R I O

    FALE COM O PRESIDENTE DO [email protected]

    Av. Nilo Peçanha,50 - Grupo 2316CEP: 20044-900Rio de Janeiro/ RJ

    SUA OPINIÃO

    Tels: (21) 2122-2200Fax: (21) 2122-2229 e 2122-2230E-mail: [email protected]: www.cfo.org.br

    Sede no DF: SHC-AO-Sul-EA-02/08-Lote 05 -Ed. Terraço Shopping,Torre A/sala 207 - Bairro OtogonalCEP 70660-020 - Brasília/ DFTel: (61) 234-9909 | Fax: 226-1737

    Edição: Sol Comunicações Ltda.Jornalista Responsável:Marcelo Pinto (MTB 19936)Marcelo Pinto (MTB 19936)Marcelo Pinto (MTB 19936)Marcelo Pinto (MTB 19936)Marcelo Pinto (MTB 19936)Repórteres:Pilar Minguez, Thiago Costa ePilar Minguez, Thiago Costa ePilar Minguez, Thiago Costa ePilar Minguez, Thiago Costa ePilar Minguez, Thiago Costa eVitor Monteiro- RioVitor Monteiro- RioVitor Monteiro- RioVitor Monteiro- RioVitor Monteiro- RioFábio Marçal- DFFábio Marçal- DFFábio Marçal- DFFábio Marçal- DFFábio Marçal- DFFotografia: Descrição da Imagem

    Projeto Gráfico e Edição de Arte:Metara Comunicação Visual([email protected])

    Assessoria, Divulgação e PublicidadeRoberto Fonseca - (21) 9965-2617Perfil Impresso Assessoriae Planejamento Gráfico Ltda.

    PresidenteMiguel Álvaro Santiago Nobre(Rio Grande do Sul)E-mail: [email protected]

    Vice-PresidenteAilton Diogo Morilhas Rodrigues(Mato Grosso do Sul)E-mail: [email protected]

    Secretário-GeralMarcos Luis M. de Santana (Sergipe)E-mail: [email protected]

    TesoureiroLester Pontes deMenezes a(Rondônia)E-mail: [email protected]

    ConselheirosEmanuel Dias de Oliveira e Silva([email protected] · Pernambuco)José Mário Morais Mateus([email protected] · Minas Gerais);Mário Ferraro Tourinho Filho([email protected] · Bahia)Roberto Eluard da Veiga Cavali([email protected] · Paraná);Rubens Côrte Real de Carvalho([email protected] · São Paulo)

    Anísia Maria Fialho Abdala (MA)Benício Paiva Mesquita (CE)Genésio Pessoa de A. Júnior (TO)Hildeberto Cordeiros Lins (AL)Jorge dos Passos Corrêa Cobra (SC)

    José Alaor Demartini Penna (MT)José Ferreira Campos Sobrinho (RN)Laércio Villela Barros (ES)Lucimar de Sousa Leal (PI)Manoel Leopoldo Filho (RR)Maria Carmen de A. M. Jardim (PB)Maria Izabel de Souza Á. Ramos (AP)Marluiz Nunes de Freitas (AC)Messias Gambôa de Melo (PA)Rutílio Caldas Pessanha (RJ)Selene Machado Costa Guedes (AM)Wilson Carneiro Ramos (GO)

    Sugestões e colaboraçõespara o Jornal do CFOE-mail: [email protected]

    EditorialEditorial

    NOTAS

    P a r t i c i p e : w w w . c f o . o r g . b r

    Artigos assinados podem não refletir, necessariamente, a opinião do CFO e são de inteira responsabilidade dos autores.

    Esta autarquia federal, auditada pelo Tribunal de Contas da União, atesta que o Jornal do Conselho Federal de Odontologia possui tiragem de 278 mil exemplares,distribuídos para todos os profissionais de Odontologia inscritos nos Conselhos Regionais, bem como para associações científicas, academias, sindicatos,federações sindicais, universidades, centros de ensino, Congresso Nacional e órgãos da Saúde, Educação e Trabalho ligados às esferas municipal, estadual e federal.

    Odontologia maisforte nos municípios

    Representatividade política no Con- gresso Nacional e no Governo Fe-deral, a Odontologia já provou que tem.Haja vista, no campo legislativo, a aprova-ção do duplo vínculo empregatício no servi-ço público para cirurgiões-dentistas e outrasprofissões de saúde, projeto de autoria dadeputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e rela-tado pelo deputado Rafael Guerra (PSDB-MG). Além destes, diversos parlamentarestêm desenvolvido um trabalho sério, em sin-tonia com as demandas da classe odontoló-gica. Entre eles, vale registrar que os cirur-giões-dentistas ainda são minoria. O que, emnenhum momento, resultou em falta de em-penho ou vontade política. Pelo contrário,no momento tramitam projetos importan-tes, como o do piso salarial dos cirurgiões-dentistas, da tabela mínima de honoráriosodontológicos para planos de saúde e do pro-jeto que determina que a criação de cadacurso de odontologia dependerá de parecerde CFO e CROs. Projetos essenciais que avan-çam no Congresso, a despeito do reduzidonúmero de CDs nesta Casa Legislativa. Emrelação ao poder executivo central, como nãocansamos de repetir, o programa Brasil Sor-ridente fala por si só.

    Como se não bastasse, o CFO acabade receber homenagem inédita em sessão

    realizada no plenário da Câmara dos Deputa-dos. Tal iniciativa, do deputado VanderleiAssis (PP-SP), foi um reconhecimento dopapel estratégico da saúde bucal na vida dapopulação, mas também do papel políticoexercido por esta Autarquia na defesa dosinteresses da categoria odontológica.

    Categoria esta que, nas eleições munici-pais deste ano, superou uma nova barreirano campo da representatividade política, ele-gendo 278 cirurgiões-dentistas para prefei-turas e Câmaras de Vereadores. Eis um feitoa ser comemorado como um sinal inequívo-co de maturidade política.

    Trocando em miúdos, termos 211 verea-dores e 67 prefeitos significa termos 278 vo-zes prontas a afirmar o direito à saúde bucalcomo um direito de cidadania; a implemen-tar (no caso dos prefeitos) as equipes de saú-de bucal necessárias, e fiscalizar (no casodos vereadores) se as verbas estão sendocorretamente aplicadas, e se a população estásendo bem atendida.

    Enfim, o lobby da Saúde Bucal – trans-parente, pelo bem da população – sai muitofortalecido destas eleições. Que continuemosnessa linha ascendente.

    O CFO perguntou na ediçãopassada: “Você acredita que oêxito do programa BrasilSorridente poderá gerar maisempregos no setor público?”Veja a resposta da classe

    O CFO quer Sua Opinião na próxima edição:“Com a eleição de 278 CDs para Prefeituras e Câmaras deVereadores, a Odontologia está melhor representadapoliticamente?”

    Saúde bucal,Saúde bucal,Saúde bucal,Saúde bucal,Saúde bucal,direito dos índiosdireito dos índiosdireito dos índiosdireito dos índiosdireito dos índiosEm discurso realizado no dia 27/10,em que anunciou a demarcação de14 áreas indígenas, num total de 2milhões e 400 mil hectares, o presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva reveloua decisão de levar saúde bucal paraas comunidades indígenas. Essa açãofaz parte do que o presidente cha-mou “pacote de cidadania”. Além dademarcação, o governo quer dar aosíndios acesso ao direito fundamen-tal de ter um sorriso saudável.

    Agenda comumAgenda comumAgenda comumAgenda comumAgenda comumO secretário-geral da OAB federal, Ra-imundo Cezar Britto Aragão, recebeuem Brasília a diretoria do CFO. O en-contro serviu para definir uma agen-da comum com base nos projetos delei de interesse de advogados e CDs

    Piso salarialPiso salarialPiso salarialPiso salarialPiso salarialO piso salarial dos CDs e médicos,fixado em R$ 1337,32, com 20 ho-ras semanais, pode estar próximo devirar lei. O deputado Rubens Otoni(PT-GO) deu parecer favorável ao pro-jeto. O PL aguarda nova votação noSenado para ser aprovado. Este éapenas um dos sete projetos consi-derados prioritários pelo CFO queavançam no Congresso Nacional.

    PPPPPara cumprir as metasara cumprir as metasara cumprir as metasara cumprir as metasara cumprir as metasO Projeto Rio Grande Sorriso querpromover investimentos premiandoas prefeituras que cumprirem asmetas em saúde bucal. Os vence-dores receberão, em outubro de2005, um equipamento automáti-co completo (1º lugar) e uma auto-clave (2º e 3º lugares). Mais infor-mações no CRO-RS: (51) 33329299.

    sim 91,12%

    não 8,88%

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:172

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 33

    CFO homenageado: Miguel Nobre, Sandra Rosado, Ailton Rodrigues, Vanderlei Assis,Marcos Santana e Lester de Menezes

    CFO recebehomenagem concedidapela primeira vez auma entidadeodontológica,em sessão soleneno Plenário da Câmarados Deputados

    Pelos seus serviços prestados nos últimos anos em defesa da profis- são e, sobretudo, da saúde da popu-lação, o CFO acaba de receber uma home-nagem inédita que ficará registrada na me-mória do CongressoNacional. Numasexta-feira 15 de ou-tubro, véspera, por-tanto, do início daSemana Nacional deSaúde Bucal – queculminou com a co-memoração do Diado Cirurgião-Dentis-ta, em 25/10 –, a Câ-mara dos Deputadosrealizou sessão sole-ne em homenagem a esta Autarquia repre-sentante dos mais de 250 mil profissio-nais de Odontologia distribuídos por todoo Brasil.

    A sessão foi requerida pelo deputadoVanderlei Assis (PP-SP), autor do Proje-to de Lei 3520/04 que visa incorporara Odontologia do Trabalho na Políticade Saúde Ocupacional, atualmente emtramitação na Comissão de SeguridadeSocial e Família.

    “Promotoresde

    cidadania”Para o presiden-

    te do CFO, MiguelNobre, a iniciativarepresenta o reco-nhecimento do Le-gislativo ao trabalhodesenvolvido pelaentidade. “Essa ho-menagem simboliza a grande ação conjuntaque temos desenvolvido com parlamenta-res em defesa da saúde da população brasi-leira”, resumiu. Como bem frisou a deputa-da Sandra Rosado (PMDB-RN), presidenteda sessão, “as equipes de saúde bucal, com-postas por cirurgiões-dentistas, auxiliaresde consultório dentário e técnicos em hi-

    Câmara exalta papel do CFO

    giene dental cumprem o papel deagentes sociais, e, mais do queisso, de semeadores da justiça,de promotores da cidadania”. Ro-sado destacou a qualificação e ovalor dos profissionais de odon-tologia que, segundo ela, “se in-cluem hoje entre os melhores emais competentes do mundo”.

    Infelizmente, o problema desaúde bucal ainda está longe dese resolver. Nenhum in-

    dicador nessa área dignifica opaís. Ao contrário, pesquisa re-cente realizada através de umaparceria entre o Ministério daSaúde, o Conselho Federal deOdontologia, os Conselhos Re-gionais de Odontologia e a As-sociação Brasileira de Odontolo-gia, mostrou que apenas uma dascinco metas estabelecidas nessa

    área pela OrganizaçãoMundial de Saúde foicumprida, mesmo assim de for-ma precária – referente à reduçãodo número de crianças até 12anos com cárie –, como obser-vou em seu pronunciamento o de-putado Vanderlei Assis. “Há umagrande disparidade entreos resultados alcançadosno Sul e Sudeste em re-lação a outras regiões”.

    Papel estratégicodo CFO e CROs

    O problema se agrava nas re-giões mais pobres, uma formade reprodução das desigualda-des que existem a partir das dife-renças de renda. Para melhorar taisíndices, o Conselho Federal

    vem realizando um trabalho exemplarde sensibilização da opinião pública ede colaboração com o Ministério da Saú-de. Como disse o deputado Wasny deRoure (PT-DF), ao se referir ao progra-ma Brasil Sorridente, que deve investiraté 2007 R$ 1,4 bilhão em diversasações de saúde bucal, “pela primeira vezsurgiu uma proposta de envergadura na-cional mobilizando entidades que mili-tam no setor de saúde bucal, fazendo-as

    interagir no proces-so de formulação,reformulação e in-teração do Estadona sociedade”.O deputado JoãoBatista (PFL-SP),por sua vez, lem-brou que os objeti-vos da saúde bucalnormalmente sãovistos pelas autori-dades sanitárias

    como algo secundário, quando, segun-do ele, “deveriam estar integrados àsdemais ações da saúde pública”, reco-nhecendo, nesse sentido, o papel estra-tégico exercido pelo CFO e CROs.

    Outros dados alarmantes foram apre-sentados pelos ora-dores, entre elesque 45% da popu-lação não têm aces-so regular à escovae creme dentais;que 13% dos ado-lescentes nunca fo-ram ao dentista; que80% da populaçãoadulta não contacom gengivas sadi-as e que 24,5 mi-

    Compuseram a mesa da ses-são, além da presidenteSandra Rosado (PMDB-RN) edo deputado Vanderlei Assis (PP-SP), o presidente do ConselhoFederal de Odontologia, MiguelNobre, o presidente da Associa-ção Brasileira de Odontologia,Norberto Francisco Lubiana, ocoordenador de Saúde Bucal doMinistério da Saúde, José FelipeRiani, o presidente da Associa-ção Brasileira dos Cirurgiões-Den-tistas do Distrito Federal, Ander-son de Oliveira Paulo.

    Estiveram presentes tam-bém, o vice-presidente do CFO,Aílton Diogo Morilhas, o tesou-reiro do CFO, Lester Pontes deMenezes, o secretário-Geral doCFO, Marcos Luís Macedo de San-tana, e os presidentes dos Con-selhos Regionais de Odontolo-gia, o secretário-adjunto de Saú-de do Distrito Federal, Mário Hor-ta Barboza, a representante daFederação Interestadual dosOdontologistas, Rosângela Ca-mapum, o secretário-geral da As-sociação Brasileira de odontolo-gia do Distrito Federal, WesleyBorba Toledo, e o vice-presiden-te da Associação Brasileira deOdontologia, Luiz Roberto Cra-veiro Campos.

    lhões de brasileiros não têm um dentesequer. “Há muito que trabalhar paramelhorar esses dados. O que traz espe-rança é que estão sendo tomadas medi-das importantes em saúde bucal”, reve-lou o deputado Vanderlei Assis. “No Bra-sil, temos 195 mil cirurgiões-dentistase cerca de 50 mil técnicos e auxiliares.Com eles podemos contar para curar essachaga, de forma que em alguns anos,um simples sorriso, uma das formasmais belas de comunicação, deixe de serum elemento de segregação entre os bra-sileiros”. Ao que a deputada Sandra Ro-sado completou: “Que continuemos atrabalhar por um Brasil melhor, maispróspero, mais saudável e mais sorri-dente”.

    CFO em açãoCFO em ação

    Dep. Sandra Rosado (PMDB-RN)

    EntidadesprestigiamAutarquia

    Dep. Vanderlei Assis (PP-SP)

    Dep. João Batista (PFL-SP)

    Dep. Wasny de Roure (PT-DF)

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:193

    amdk6IIINote

  • 44 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004Novas especialidades

    Gerenciando saúde bucalno ambiente de trabalho

    Novas especialidades

    Os 97 especialistasem Odontologia doTrabalho aprovadosem concurso peloCFO têm pela frenteum mercadoextremamentepromissor. Mas oimpulso fundamentalsó virá com aaprovação do projetode lei 3.520/04,ao regulamentar estaespecialidade entre asnormas do Ministériodo Trabalho

    Pouca gente sabe que para algunsprofissionais a saúde bucal repre-senta um diferencial no ambientede trabalho. Uma gotícula de saliva, porexemplo, pode ser o suficiente para ele-trocutar um funcionário que trabalhe comfios de alta tensão. É por isso que mui-tas empresas valorizam o serviço do ci-rurgião-dentista ocupacional, fortalecen-do a nova especialidade, embora a legis-lação ainda não a torne obrigatória nosambientes de trabalho.

    Devido à variedade de doenças do tra-balho que trazem conseqüências bucais,o Conselho Federal de Odontologia apro-vou em setembro de 2001 a nova especi-alidade Odontologia do Trabalho quehoje já conta com 97 profissionais apro-vados em concurso, defesa de memoriale comprovação de cargo no magistério.

    Responsável pela união entre a ativi-dade laboral e a saúde bucal do trabalha-dor, a especialidade vai da realização deexames odontológicos para fins traba-lhistas até o planejamento de programasde educação sobre acidentes de trabalhoe doenças ocupacionais, a identificaçãoe a vigilância dos fatores ambientais queconstituem riscos à saúde bucal no

    trabalho e o assessoramento técnico emsegurança, ergonomia e higienedo trabalho.

    A resolução CFO n° 22 de 2001, arti-go 30, realça o compromisso com “abusca da compatibilidade entre a ativi-dade laboral e a preservação da saúdebucal do trabalhador”. Desde então, aAssociação Brasileira de Odontologia doTrabalho (ABOT) procura promover atu-ação estratégica do CD na saúdeocupacional.

    A ABOT é formada por aproximada-mente 15 CDs e completa em outubroapenas um ano de estatuto formulado.Mas o pouco tempo de formação não osimpede de divulgar o debate da funçãoda nova especialidade. O I SeminárioNacional de Odontologia do Trabalho,organizado pela associação, teve o apoiodo presidente do CFO, Miguel Nobre, dopresidente do CRO-RJ, Outair Bastazinie do deputado Vanderlei Assis (PP-SP).O evento foi realizado em agosto, naUniversidade Federal Fluminense (UFF),em Niterói (RJ).

    O grupo está atento ao processo deaprovação da lei que regulamentará aOdontologia do Trabalho em nível fede-ral. Se o projeto de lei 3.520/04 (de au-toria do deputado Assis) for aprovado, apresença do profissional será legalizadaconforme a norma quatro do Ministériode Trabalho (NR-4), que obrigará asempresas a contratar um odontologistaocupacional segundo o nível de perigodo ambiente de trabalho e o número defuncionários.

    Perfil mais flexívelA atuação do especialista em Odon-

    tologia do Trabalho não está restrita aoconsultório dentário, logo o profissio-nal deve ser mais flexível. “Temos queter uma visão holística, não nos restrin-gindo só ao paciente. São muitos fatoresenvolvidos, como as condições de tra-balho e a relação com a empresa”, afir-ma a especialista Márcia Okano.

    Para o CD Henrique da Cruz Pereira,a aprovação da especialidade é o cum-primento, pela Odontologia, de mais umpapel social. “São muitas as doençasocupacionais que põem em risco a saú-de bucal e pedem que se aborde o ambi-ente de trabalho com diagnóstico

    e redução de riscos”, comenta Pereira.Para o especialista Rafael Arouca, a

    Odontologia do Trabalho influi no desen-volvimento social e econômico do país.“Com mais qualidade de vida, ela elevaa capacidade de produção e geração deriqueza”, explica o CD. Pereira concor-da. “O alto índice de doenças bucais napopulação ativa traz conseqüências eco-nômicas diretas na estabilidade do setorindustrial e de serviços”.

    Mercado promissorEliana Cozendey, coordenadora do se-

    minário e uma das fundadoras da ABOT,crê que a regulamentação aumentará ademanda pela nova especialidade. Aindaassim, ela diz que os empresários já pro-curam CDs ocupacionais para destacar umcompromisso social com o funcionário.A Odontologia do Trabalho ajuda empre-sários a obter selos de qualidade como aOSHA 18.001 (qualidade de saúde e se-gurança ocupacional), ISO 9000 (geren-ciamento da empresa), ISO 14000 (ges-tão ambiental) e AS 8000 (responsabili-dade social).

    A Petrobras e a CTEEP (Companhia deTransmissão de Energia Elétrica Paulista)já se preocupam com a saúde bucal deseus funcionários. No primeiro caso, ofuncionário que se encontra em platafor-mas marítimas geraria alto custo para serdesembarcado por problemas de saúde,sem contar o prejuízo pela falta de mão-de-obra especializada. Já a CTEEP possuihá 15 anos um programa de Odontologiado Trabalho, minimizando o desconfortode funcionários em cargos de risco.

    Em ambas as empresas, o CD ocupa-cional faz exames periódicos nos funcio-nários, diagnostica os problemas e ori-enta-os para um tratamento na rede cre-denciada da firma. “Seria impossível paraum CD tratar todos os funcionários deempresas como a Petrobras e a CTEEP, emesmo assim, essa não é a sua função”,afirma Eliana. “O CD ocupacional estásempre vigiando os riscos do funcionáriono trabalho”, diz ela. E acrescenta: “O CDda rede credenciada pode não associar osproblemas dos dentes de um paciente coma exposição ao mercúrio durante o manu-seio de lâmpadas, por exemplo”.

    Eliana diz também ser importante in-formar os empresários que um funcionário

    doente pode ser tratado sem deixar suasfunções. Muitos trabalhadores não con-seguem emprego ou são demitidos pelascondições de seus dentes. “A Odontolo-gia do Trabalho ajuda as empresas a ad-ministrar a saúde de seus funcionárioscom exames e informação”, conclui a CD.

    PILAR MINGUEZ

    As empresas que admitamtrabalhadores estão obriga-das a implantar o Programa deControle de Saúde Médico Ocu-pacional – PCMSO – que contémos exames para fins trabalhistas.Porém, esse programa limita osexames às avaliações médicas,uma vez que o cirurgião-dentistanão está inserido na NR-4. Estanorma trata basicamente doscomponentes da equipe multi-disciplinar responsável pela se-gurança e saúde de funcionári-os. Também estabelece quais asempresas obrigadas à apresen-tação de uma equipe de acordocom o risco.

    O profissional pode atu-ar, por exemplo, planejando oPCMSO dentro do setor privado.Através dos exames, o CD/ges-tor criaria uma demanda pelotratamento da saúde bucal forada empresa. Segundo o profes-sor da Faculdade de Odontolo-gia da USP e autor do livro“Odontologia do Trabalho” LuizMazzilli, a especialidade melho-ra a qualidade de vida do funci-onário ao mesmo tempo que“movimenta o mercado públicoe privado da saúde bucal”.

    No entanto, essa área ain-da está “desatendida”, pois faltaao médico o conhecimento es-pecífico sobre risco ambientalnas doenças bucais. Eliana Co-zendey concorda e diz: “Pode-mos observar, na Odontologia doTrabalho, uma lacuna entre aspráticas da saúde bucal e o cam-po da saúde do trabalhador”.

    A importância daregulamentação

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:194

    amdk6IIIHighlightcitar palestra do marcão no final do párágrafo

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 55

    folha dirigida

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:195

  • 66 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    Enfim, atendimentoespecializado para todos

    Governo federalinaugura 64 Centrosde EspecialidadesOdontológicas em40 municípios de15 Estados. Os CEOsrepresentarãoum incrementoextraordináriono atendimentoe a abertura de novasvagas paraa Odontologia.

    N o dia 8 de outubro foram inau-gurados 64 Centros de Especia-lidades Odontológicas em todoo Brasil. Os Centros prestarão atendi-mento especializado em Endodontia, Pe-riodontia e Cirurgia, além de laboratóri-os de próteses dentárias. Os CEOs fazemparte do programa Brasil Sorridente, dogoverno federal, lançado em março des-te ano, que prevê um investimento deR$1,4 bilhão em diversas ações de saú-de bucal.

    O presidente do Conselho Federal deOdontologia, Miguel Nobre, esteve pre-sente à inauguração do CEO de Londrina(PR), ao lado do presidente da Repúbli-ca, Luiz Inácio Lula da Silva, do minis-tro da Saúde, Humberto Costa, e do co-ordenador de saúde Bucal do Ministérioda Saúde, Gilberto Pucca. Lula e Hum-berto Costa anunciaram o credenciamen-to dos 64 CEOs, que estão localizadasem 40 cidades de 15 estados. O anúncioocorreu durante a cerimônia de inaugu-ração do CEO Professor Laudísio Brinho-lli, em Londrina. Outros dois Centrosforam inaugurados simultaneamente, umno Rio de Janeiro e outro em São Rai-mundo Nonato, no Piauí, através de vi-deoconferência.

    Fim da prótese como“moeda eleitoral”

    Em seu discurso, Lula ressaltou quea saúde bucal vai deixar de ser “moedaeleitoral”, lembrando de casos de doa-

    Brasil SorridenteBrasil Sorridente

    ção de próteses e extração de dentes emépocas de eleição. “A gente tem de ar-rancar todos os dentes do dentista quearrancar um dente sem necessidade”,brincou.

    O financiamento dos CEOs obedeceàs Portarias do Ministério da Saúde GM/MS Nº 1570, 1571 e 1572 de 29 de ju-lho de 2004, que estabelecem as normase requisitos para implantação e creden-ciamento dos centros. Pela lei, municí-pios com centros tipo I, com três cadei-ras odontológicas, recebem mensalmenteR$ 6,6 mil para custeio dos serviços,além de R$ 40 mil em parcela única,correspondentes a custos com reforma,ampliação ou construção do espaço físi-co. No caso de unidades tipo II, comquatro ou mais cadeiras, os valores sãode R$ 8,8 mil mensais e R$ 50 mil, res-pectivamente.

    Atendimentoespecializado

    deverá crescerDos 64 CEOs credenciados dia 8, onze

    são novos. Os demais foram adaptados aos

    critérios do Brasil Sorridente para receberos recursos federais. Os 40 municípiosforam escolhidos para servir de pólos dereferência em atendimento e devem rece-ber pacientes de cidades vizinhas.

    Antes do Brasil Sorridente, 96,7% dosatendimentos odontológicos feitos no Sis-tema Único de Saúde diziam respeito àextração dentária, restauração, pequenascirurgias, aplicação de flúor e resina. Em2003, o número de procedimentos especi-alizados via SUS cresceu de 3,3% para16%. Com a entrada dos CEOs na rede deatendimento do SUS, a tendência é que essaparcela aumente ainda mais.

    Um importante atendimento que serárealizado nos CEOs é o tratamento de peri-odontia. No País, apenas dois em cada dezadultos têm gengiva sadia. No caso dosidosos, a situação é mais grave: mais de90% apresentam problemas na gengiva.Além dos tratamentos, a prevenção é umadas armas a favor da saúde bucal. De acor-do com o levantamento realizado pelo SBBrasil, entre 1999 e 2004, 65% dos casosde câncer de boca identificados com ante-cedência são tratados com sucesso. Em2002, aproximadamente 3,5 mil pessoas

    faleceram em decorrência de câncer bucal.Os números em relação aos CEOs são

    promissores. No período entre dezem-bro de 2002 e setembro de 2004, o nú-mero de equipes cresceu 106,8%, emtodo o País, chegando a 8.832 equipes,distribuídas por 3.095 municípios. Coma ampliação do número de equipes naatenção básica, o Ministério da Saúdeaumentou de 26 milhões para mais de43 milhões a parcela da população comacesso a tratamento odontológico narede pública. O crescimento resultou nageração de aproximadamente nove milempregos diretos para cirurgiões-den-tistas, auxiliares de consultório dentá-rio e técnicos em higiene dental.

    O Ministério da Saúde está investindocerca de R$ 3 milhões para adequação deespaço físico e R$ 528 mil por mês namanutenção das unidades. A meta dogoverno é credenciar 100 CEOs até ofinal de 2004 e implantar cerca de 400Centros até o final de 2006, distribuí-dos em todos os Estados brasileiros emmunicípios que já apresentarem um his-tórico de referência em atendimento es-pecializado em outras áreas.

    Presidente Lula na inauguração do Centro de Especialidades Odontológicas de Londrina (PR)

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:206

    amdk6IIIHighlighttirar a impressão de q miguel está ao lado do lula

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 77

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  • 88 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    FALE COM O PRES. [email protected]

    Entrevista CROsEntrevista CROs

    Mudar a imagem da odontologia em seu Estado,motivando a população a freqüentar o consultóriodentário, é uma das metas do recém-empossadopresidente do Conselho Regional de Odontologiado Pará, Mário Tavarez Moreira Júnior.Além de presidente do CRO-PA, Mário Tavarezé especialista em Dentística, professor da Escolade Aperfeiçoamento Profissional da ABO-PAe Gerente de Identificação Antropológica do CPCRenato Chaves.

    Mário Tavarez, Presidente CRO-PA

    Como está a concentração defaculdades e profissionais noEstado do Pará?Temos cerca de 2.484 CDs registra-dos no Pará, com duas faculdadesde Odontologia, uma pública e ou-tra particular. Há uma grande con-centração de CDs na capital, mas aSecretaria Estadual e alguns muni-cípios estão procurando revertereste quadro.

    Quais são suas metaspara esta gestão?Primeiro, mudar a imagem daodontologia no Pará. É necessárioque a população entenda o que é aodontologia, e passe a ter motiva-ção para freqüentar os consultóri-os odontológicos com uma outravisão. Outra meta é a mudança in-terna, para que o CD se adapte me-lhor à evolução da odontologiacomo ciência e também como fatorsocial importante na manutençãoda saúde da população.

    Nestas eleições municipais, oCRO-PA apoiou candidatos àCâmara Municipal?O CRO-PA apoiou exclusivamenteCDs, apresentando-os à classeodontológica dos municípios, jun-

    tamente com as respectivas propos-tas. Além disso, já desenvolvemosum trabalho de informação inicial,para esclarecer os parlamentares eo poder público sobre o que é ne-cessário para melhorar o atendi-mento odontológico à população.Temos muitos aliados no Poder Exe-cutivo, no Legis-lativo e no Judi-ciário do Estado.

    O Ato Médico(PLS 25/02),que resguardaos interessesda categoriamédica, estáprovocandopolêmicaentre os profissionais desaúde. Como o senhor vê essaquestão?Caso seja mantido o artigo que pre-serve a competência da odontolo-gia, não vejo prejuízo direto para aclasse. Ocorre que ainda há neces-sidade de uma interação sólida en-tre as profissões na área da saúde,pois não temos um modelo para tra-tar a população/paciente de formaintegrada.

    Nos 10 anos de PSF, as Equipesde Saúde Bucal mostram umacobertura consolidada, commais de 7 mil equipes. Como osenhor vê a capacitação dadapela universidade para essaatividade?Na verdade, esta capacitação prepa-

    ra o CD para en-carar a profissãode outro modo,ampliando seushorizontes atémesmo do pontode vista mercado-lógico. Em rela-ção às ações bási-cas de saúde, acre-dito que o objeti-vo está sendo al-

    cançado, isto pode ser justificado atémesmo pela redução dos índicesCPOD, mas que ainda necessitamfazer com que acreditemos, em fu-turo bem próximo, ter de aumen-tar o tipo de atendimento.

    O CRO-PA possui alguma açãopara que as operadoras desaúde do Estado adotem atabela VRPO (ValoresReferenciais paraProcedimentos Odontológicos)?

    O CRO-PA, em agosto, realizou umaoficina sobre relacionamento comas operadoras de saúde, em que ospresentes tiveram acesso à confe-rência do conselheiro federal JoséMário Morais Mateus, junto com opresidente do CFO, Miguel ÁlvaroSantiago Nobre. Agora está sendocriada a Comissão Estadual de Con-vênios e Credenciamentos, para fa-zer com que as operadoras adotema tabela VRPO.

    Que conselho daria a umestudante de odontologia queestá entrando no mercado detrabalho?Que veja a odontologia como umaferramenta moderna, moldada paraatuação integrada, pensando tam-bém na odontologia fora do ambi-ente de consultório. Por exemplo,procurar atender novas modalida-des de pacientes: deficientes, idosose adolescentes. O estudante deveoptar por um modelo de promoçãode saúde e não apenas por uma es-pecialidade, mercadologicamentefalando.

    “Estamos esclarecendo osparlamentares e o poder

    público sobre o que énecessário para melhorar oatendimento odontológico à

    população”

    Atualize o seu endereço junto ao CRO

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:218

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 99Entrevista CROsEntrevista CROs

    FALE COM O PRES. [email protected]

    A Ricardo Sá, Presidente CRO-RN

    Apesar de conviver com um mercado de trabalhosaturado, o profissional que exercer seu ofício com amor,buscando novas especialidades, terá sempre campode trabalho. Essa é a opinião do presidente do ConselhoRegional de Odontologia do Rio Grande do Norte, RicardoLuiz Araújo de Sá. Formado pela Universidade Federaldo Rio Grande do Norte em 1988, Ricardo Sá é especialistaem Periodontia, diretor da ABO-RN, e Primeiro TenenteDentista da Polícia Militar, além de cursar Pós-Graduaçãoem Implantodontia.

    Como está a concentração defaculdades e profissionais noEstado do Rio Grande doNorte?Temos 2.066 cirurgiões-dentistasinscritos (1,06% dos CDs do Bra-sil), perfazendo uma relação de1.433 habitantes para cada CD. Seconsiderarmos que pouco mais dametade da população é economi-camente ativa e cerca de 20% ape-nas procuram com alguma regu-laridade os serviços odontológicos,esta relação cai para 286 por CD,comprovando a saturação do mer-cado de trabalho odontológico doRN. E ainda 75% dos CDs estãoconcentrados na capital, onde re-sidem 25% da população do Esta-do. Com isso a relação CD/popu-lação em Natal fica em 1/492.

    Quais são suas metas paraesta gestão?Principalmente abrir o mercadode trabalho para o cirurgião-den-tista. Este ano, levaremos à As-sembléia Legislativa o projeto dacarreira do odontolegista. No diado Cirurgião-Dentista será lança-da a campanha “O Sorriso Leva-do a Sério”, contra o Câncer deboca e pela higiene oral e os hábi-

    tos nutricionais. Além do cartãoafinidade, que concede descontona anuidade do CRO-RN.

    Nestas eleições municipais, oCRO-RN apoiou candidatos àCâmara Municipal?Em Natal cinco colegas CDs foramcandidatos a vere-ador, e o CROapoiou todos porestarem envolvi-dos com os nossosproblemas. Temostambém uma ban-cada de deputadosestaduais de CDs.

    O Ato Médico (PLS25/02), queresguarda osinteresses da Medicina, estáprovocando polêmica entre osprofissionais de saúde. Como osenhor vê essa questão?Somos contra a maneira como estásendo conduzido. Os médicos nãotêm a competência de legislar so-bre as outras categorias profissio-nais. O projeto de lei do Ato Médi-co assegura apenas aos médicos asprerrogativas na indicação de tra-tamentos e na ocupação de cargosde chefia, sendo prejudicial às ou-

    tras categorias e à população.

    Nos 10 anos de PSF, asEquipes de Saúde Bucalmostram uma coberturaconsolidada, com mais de 7mil equipes. Como o senhorvê a capacitação dada pela

    universidadepara essaatividade?Ainda que asuniversidadesformem os CDscom ênfase nasaúde pública,essa qualifica-ção não corres-ponde ao novomodelo assis-

    tencial de saúde. O CRO-RN fará umcurso de atualização para discussãodo processo de trabalho e a troca deexperiências entre os CDs. Uma daspropostas é a inclusão de alunos es-tagiários nas unidades de Saúde daFamília

    O CRO-RN possui alguma açãopara que as operadoras desaúde do Estado adotem atabela VRPO(Valores Referenciais para

    ProcedimentosOdontológicos)?Há dois anos foi criada a Comis-são de Convênios e Credenciamen-tos para trabalhar a tabela VRPO,unindo todas as entidades odon-tológicas do Rio Grande do Norte.Achamos fundamental conscien-tizar os CDs do valor do nosso tra-balho, que está sendo exploradopor planos de saúde de forma mas-sacrante. É preciso analisar as pro-postas de credenciamento e rejei-tar as que não trouxerem uma re-muneração justa, para não preju-dicar a qualidade dos serviços.

    Que conselho daria a umestudante de odontologiaque está entrando nomercado de trabalho?Diria que sempre há espaço paraquem exerce a profissão com amor,mas o mercado está cada vez maisdifícil. Sugerimos que procurem es-pecialidades como a OdontologiaColetiva, a Implantodontia e aOdontologia Legal, que vêm apre-sentando novos mercados.

    “Achamos fundamentalconscientizar os CDs do valordo nosso trabalho, que estásendo explorado por planos

    de saúde de formamassacrante”

    Proteja-se: não assine convênio se a empresa não estiver inscrita em seu CRO

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:229

  • 1010 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    O Partido da OdEleições 2004Eleições 2004

    A Odontologia saidestas eleições muitobem representada:de cerca de 1500candidatos, 67 forameleitos prefeitose 211, vereadores.

    P assadas as eleições deste ano,jornalistas e cientistas políti-cos são unânimes em reco-nhecer que nenhum partido pode-rá ser apontado como campeão ab-soluto de votos. Levando em contacritérios como número de prefeitose vereadores eleitos e as dimensõespopulacional e econômica dos mu-nicípios, os grandes partidos não so-freram mudanças significativas emsuas posições. A avaliação geral éde que governo e oposição equili-braram forças. Pois quem desequi-librou de fato, e isso a grande im-prensa não registrou, foi um parti-do novo, tão novo que não possuisequer registro no Tribunal Superi-or Eleitoral.

    Estamos falando do Partido daOdontologia, que reúne entre seus“filiados” os cerca de 1500 cirurgi-ões-dentistas que, abrigados dentrodos 27 partidos políticos oficialmen-te registrados, concorreram às pre-feituras, vice-prefeituras e CâmarasMunicipais em todo o País. E quetiveram – de forma incontestável –um aproveitamento sem preceden-tes. O “P.O.” elegeu em todo o Bra-sil 278 profissionais de odontologia,correspondendo a 20,4% dos can-didatos. Foram eleitos 211 para oLegislativo e 67 para o Executivomunicipais. Estados como São Pau-lo e Minas Gerais – os primeiros co-locados em números absolutos –seguidos por Santa Catarina (65%),Acre (50%), Paraíba (37%), Tocan-tins (36%), Pernambuco (25%),Rio Grande do Sul (24%), Rio Gran-de do Norte (22%), Piauí (21%),Paraná (19%), Amazonas (14%) eMato Grosso do Sul (11%).

    E a bancada pode crescer aindamais, se levar em conta o númerode suplentes em todo o País: 638.

    CROs se mobilizamUm dos fatos que mais chama-

    ram a atenção foi a mobilização dasentidades odontológicas, notada-mente os CROs, no sentido de di-vulgar para a classe os candidatosCDs – que ganharam a companhia,em alguns casos, dos técnicos emprótese dentaria e técnicos em hi-giene dental.

    No final de agosto, o CRO-RJ or-ganizou um encontro entre os can-didatos a vereador no Estado e oslíderes da odontologia fluminense.Na ocasião, o presidente da autar-

    quia, Outair Bastazini, resumiuaquele que deve ter sido o sentimen-to de todos os presidentes de CROsque tomaram iniciativas semelhan-tes. “Este evento nos dá o direitode mais tarde cobrar o comprome-timento de vocês com a saúde bu-cal caso sejam eleitos”, disse ele aoscandidatos. De 88 candidatos, seisforam eleitos.

    MG e SP elegem 27prefeitos do “P.O.”

    Os Estados vizinhos, Minas Ge-rais e São Paulo, dividiram o primei-ro lugar em número de eleitos. En-quanto Minas teve 185 candidatosa vereador e elegeu 45 – o que re-presenta um aproveitamento de

    24% -, o TRE de São Paulo regis-trou 264 candidaturas de CDs às Câ-maras Municipais, dentre os quais52 (ou 20%) conquistaram a cadei-ra de vereador. O número de pre-feitos também surpreendeu. EmMinas, de 38 candidatos, 15 forameleitos (40%). Já São Paulo lançou27 candidatos e elegeu 12 (ou44%). Juntos, os dois Estados ele-geram 27 prefeitos e 97 vereadores.Nada mal.

    Um exemplo do que pode umvereador comprometido com a saú-de bucal vem de Guaratinguetá(SP). José Luiz Moura Brasil (PTB)foi eleito para seu terceiro manda-to. Um de seus maiores orgulhos foiter instituído a Lei municipal de

    o

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  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 1111

    d

    O voto classista pode operar mi- lagres. Macaubal, cidade do in-terior de São Paulo, que o diga. Lá,os dois cirurgiões-dentistas eleitospara a Câmara Municipal pertencema partidos que sempre estiveramem campos opostos: o PT do pre-sidente Lula e o PSDB do ex-presi-dente Fernando Henrique. No en-tanto, basta ouvir suas propostaspara ter certeza de que a Odonto-logia é a grande responsável poremprestar unidade ao discurso dosdois vereadores.

    Voto uniu governo e oposição

    Presença nas Câmaras e Prefeituras

    “Minha principal proposta é usaros 15% da verba destinada à saú-de. Aqui não são aplicados nem2%”, discursa Jamil Chamas Neto(PT), para quem a maior motivaçãopara entrar na política foi a “poucavergonha da saúde do município”.Já seu colega Edson Caíres (PSDB)daria, de 0 a 10, “nota 3” para oatendimento em saúde bucal emsua cidade. “Aqui a saúde bucal érelegada a ‘quinto’ plano. Precisa-mos partir para a prevenção dedoenças bucais”, diz.

    Eleições 2004Eleições 2004

    prevenção à cárie, que estabeleceque sejam realizados a cada sema-na bochechos com flúor nas esco-las, e três vezes por ano sejam dis-tribuídas escovas dentais. “Após 10anos de implantação dessa lei, o ín-dice de Cariado Perdido Obturado(CPO) caiu de 12 para 3, alcançan-do um nível de primeiro mundo”,comemora o vereador que aindaencontra tempo para atender emseu consultório.

    Simone Rezende Rodrigues daSilva (PSB), eleita para a Câmarade Além Paraíba (MG), será a úni-ca vereadora mulher da cidade. Elaconta que apesar de já atuar politi-camente esta foi a primeira vez queconcorreu a um cargo eletivo. “Jáfui coordenadora de odontologia esecretária de Saúde”, revela.

    Eleito para seu terceiro manda-to, o vereador Antonio OswaldoStorel (PT) é a prova do quão fér-til pode ser o ingresso de cirurgi-ões-dentistas na política municipal.Em 2001, ao assumir a presidênciada Câmara de Vereadores de Pira-cicaba (SP), Storel já tinha uma ex-tensa folha de serviços prestados àsaúde bucal. Entre outras ações,ele conseguiu reverter, através deemenda, uma lei municipal que es-tabelecia a jornada de CDs e plan-tonistas em 40 horas semanais.Graças à sua intervenção, a jorna-da permaneceu em 20 horas.

    Já para o vereador reeleito de

    Ribeirão Preto (SP), José RobertoScandiuzzi (PDT), o mot ivoque o levou à política poderiaser definido como “familiar”.Com 16 cirurgiões-dentistas nafamília, ele “queria fazer algopara a classe e também para apopulação”. Com o gabinete “aserviço da odontologia”, Scan-diuzzi diz manter contato cons-tante com o CRO e o sindicato.

    Voto classistaPara a pesquisadora do Instituto

    Universitário de Pesquisas do Rio deJaneiro (Iuperj), Alessandra Aldê, osmodos do eleitor se relacionar como candidato a vereador podem ser osmais variados. “Alguns eleitores res-pondem ao clientelismo, outros seidentificam com o líder do bairro quejá tenha feito coisas positivas, algunsvotam em amigos ou amigos dosamigos, outros são eleitores fiéis deuma pessoa ou causa. Aí entra tam-bém a identificação por classe, comoestá ocorrendo com a odontologia”,analisa a pesquisadora que acaba deiniciar um estudo sobre o tema.

    Em Manaus, a nova vereadoraLúcia Anthony (PCdoB), que já ha-via concorrido ao Senado nas elei-ções passadas, reconhece que oapoio dos colegas foi de “grandevalia” para sua eleição. Para ela, amaior motivação para entrar napolítica foi a luta contra o cliente-lismo e a corrupção.

    Em todo o Brasil, 400 mil candi-datos concorreram a 51.748vagas de vereador e a 5.563 deprefeito. Pelo Partido da Odonto-logia foram 1.375 candidatos,com 278 eleitos. Veja a seguir a

    Prefeiturascomprometidas com a

    saúde bucalPrefeito eleito de Jaguarão (RS),

    Henrique Edmar Knorr Filho(PMDB) conta que a odontologia foiquem o introduziu na política. “Eradentista de uma escola e passei de-pois a diretor”, conta. Antes de che-gar à prefeitura, foi secretário mu-nicipal de Educação e vice-prefei-to. “Ter o apoio da classe foi funda-mental para minha eleição”, reve-la. Uma curiosidade, alguns Estadoselegeram mais prefeitos que verea-dores: Rio Grande do Sul (8/6),Goiás (3/2) e Acre (1/0).

    O novo prefeito de Cafelândia(PR), Estanislau Mateus Franus(PMDB), é outro exemplo de car-reira política construída no campoda saúde. Eleito com 58% dos vo-tos, ele acredita que foi “muito sig-nificativo” para sua vitória o apoioda população que acompanhousua luta, por dois mandatos comovereador, pela melhoria do atendi-mento em saúde bucal. Hoje, a redemunicipal conta com 4 CDs. MasFranus quer mais. “Ao assumir a

    prefeitura, minhas prioridades se-rão habitação e a saúde pública,através do Pronto Atendimento 24horas”.

    A história de Gustavo Medeiros(PDT), eleito prefeito de ManuelViana (RS), não é diferente. Seuprimeiro contato com a atividadepolítica se deu quando assumiu asecretaria municipal de Saúde. Du-rante sua gestão, implantou o Pro-grama de Saúde Bucal na rede mu-nicipal de ensino, sanando, segun-do ele, “praticamente todos os pro-blemas de saúde bucal nas criançasentre 7 e 14 anos”. Para ele, “é maisimportante prevenir do que ter quearcar com os custos de doençasbucais”.

    Ao que parece, a classe odonto-lógica decidiu fazer o mesmo nes-tas eleições municipais: prevenirparticipando da vida democráticapara não ter que arcar mais tardecom o alto custo da falta de repre-sentatividade política.

    MARCELO PINTOCOLABORARAM PILAR MINGUEZ E

    VITOR MONTEIRO

    FON

    TE:

    TSE

    relação percentual entre os profis-sionais de odontologia candidatosa prefeito e vereador e os eleitos.Somente Amapá, Roraima e Sergi-pe não elegeram nenhum candi-dato.

    Pernambuco 26% 60%

    Piauí 29% 20%

    Paraná 21% 31%

    Rio de Janeiro 7% 0%

    Rio G. do Norte 25% 25%

    Rondônia 12,5% 0%

    Rio G.do Sul 18% 57%

    Santa Catarina 93% 0%

    São Paulo 20% 44%

    Tocantins 14% 75%

    UF vereadores prefeitos

    Acre 0% 100%

    Alagoas 15% 100%

    Amazonas 15% 0%

    Bahia 12% 40%

    Ceará 15% 25%

    Minas Gerais 24% 40%

    M. G. do Sul 11% 11%

    Mato Grosso 17% 0%

    Pará 0% 50%

    Paraíba 44% 33%

    UF vereadores prefeitos

    ontologia cresce

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:2311

  • 1212 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    O debate sobreo ingressode profissionais semqualificação oriundosde países vizinhosao Brasil dominouo III Fórum Mercosul(CFO), que reuniuos principaisconselhos federaisda área de saúde equatro ministérios

    Apreocupação com a ameaça de in-vasão de profissionais sem qualifi-cação de países vizinhos ao Brasildominou o III Fórum do Mercosul, umespaço destinado a discutir a atuação eintegração dos profissionais da saúde dospaíses membros do Mercado Comumdo Cone Sul. O evento reuniu no dia 17de agosto, na sede do Conselho Federalde Odontologia, em Brasília, represen-tantes dos principais conselhos federaisda área de saúde do País e de quatro mi-nistérios: Saúde, Educação, Relações Ex-teriores e Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior.

    Para os representantes dos conselhosfederais de saúde, os outros países terãode ter profissões regulamentadas comono Brasil. Os profissionais das áreasde Odontologia, Medicina, Medicina Ve-terinária, Enfermagem, Farmácia, Fisio-terapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psi-cologia, Serviço Social e Educação Físi-ca presentes ao Fórum informaram quesão vários os casos relatados de práti-cas ilegais na fronteira de países comoUruguai, Paraguai e Bolívia. Nos dois úl-timos, não há sequer conselhos federais.

    Obstáculoa um código comum

    Uma das questões que sobressaíramfoi a de como reprimir a prática ilegalda profissão. No Brasil, isso é caso depolícia, lembraram os dirigentes. Masnos outros países, não. A diferença é vistacomo um obstáculo na criação de um có-digo comum. De acordo com WilsonAguiar Filho, representante do Ministé-rio da Saúde, a grande discussão que se

    aproxima é se os profissionais da áreade saúde deverão obedecer às leis de cadapaís, se haverá um código comum paracada profissão ou se haverá um códigocomum para todos os profissionais daárea de saúde dos países membros doMercosul. “Temos que avaliar a questãodo exercício profissional. As profissõessão diferentes dependendo do país. Umassão consideradas de nível superior emalguns países e em outros não”, lembrouo representante do Ministério da Saúde.Ele ainda reconheceu que são problemasque devem se aprofundar e precisam sercada vez mais debatidos.

    Regina Stella, coordenadora de Saú-de de Medicina na área do Mercosul, re-presentante do Ministério da Educação,lembrou que a validade ou não no Brasildos cursos de graduação dos demaispaíses está sendo discutida por uma co-missão técnica de ensino superior cria-da a pedido dos ministros. “Para ter va-lidade para exercer a profissão, ele deveobedecer às leis de cada país, e os títu-los de graduação dos outros países se-rão respeitados desde que sejam de cur-sos acreditados junto ao MEC”, explica.A partir daí, caberá aos profissionaispedir o registro junto ao respectivo con-selho. “Os países já estão se adequan-do” informou Stella, embora reconhecen-do que a fiscalização já difícil no Brasilé ainda pior nos países vizinhos.

    Medidas de salvaguardaÉrica Watanabe, coordenadora Adjun-

    ta da Coordenação Nacional do Comér-cio de Serviços do Itamaraty, pôs o Mi-nistério das Relações Exteriores à dis-

    posição dos conselhos e confirmou queo governo brasileiro vem liberando vis-tos temporários de trabalho para doisanos, prorrogáveis por mais dois. “Afi-nal, isso também é a integração”, afir-mou. Quanto ao reconhecimento defini-tivo, caberá ao respectivo conselho pro-fissional decidir. Ela ainda lembrou que“a negociação no Mercosul em serviçossão regidas pelo protocolo de Montevi-déu, inspirado no Gats (acordo de co-mércio e serviços da OMC)”. Esse proto-colo prevê medidas de salvaguardas paraevitar uma avalanche de outros profissi-onais no país, seja de comércio ou deserviços. E a questão de permanência dosprofissionais liberais dos países do Mer-cosul pode ser solucionada de duas for-mas: pelo reconhecimento de diplomas(que depende do MEC para estabeleceros currículos mínimos), ou através deautorização legal para o exercício da pro-fissão nos demais países, que procuraestabelecer diretrizes básicas e gerais paraque as agremiações profissionais nos pa-íses estabeleçam convênios entre si (con-vênios de reconhecimento reciproco).

    Idioma, outra dificuldadeOs representantes dos conselhos lem-

    braram também das dificuldades causa-das pelo idioma e que o Conselho Naci-onal de Educação precisa estar atento aisso. Eles destacaram ainda a preocupa-ção de que outros ministérios, como odo Trabalho, também participem da dis-cussão. A posição foi apoiada pelo re-presentante do Ministério da Saúde. ParaMaria Helena Atrasas, do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio

    Saúde debate MercosulExterior, coordenadora geral dos estudose análises da competitividade, o maiordesafio hoje é a regulamentação para“quem merece poder ser profissional emnosso País”. O conselheiro do CFO Má-rio Ferraro, coordenador do Fórum, des-tacou a necessidade de maior participa-ção dos conselhos nessa discussão, es-pecialmente junto ao MEC. Ele informouque um documento com os resultadosdo debate do fórum seria submetido acada um dos ministérios e também aopresidente da República. O vice-presiden-te do CFO, Ailton Rodrigues, disse que épreciso definir também quais são os ver-dadeiros interlocutores nessa discussão,pois existem muitos intermediários.“Nossa preocupação é primeiro com apopulação diante dos verdadeiros absur-dos que se vê hoje nas fronteiras do Paíscometidos por profissionais sem capa-citação vindos de outros países”.

    CFO em ação

    Érica Watanabe – Ministério dasRelações Exteriores. TTTTTema:ema:ema:ema:ema:“Negociações sobre Comér-“Negociações sobre Comér-“Negociações sobre Comér-“Negociações sobre Comér-“Negociações sobre Comér-cio de Serviços no Merco-cio de Serviços no Merco-cio de Serviços no Merco-cio de Serviços no Merco-cio de Serviços no Merco-sul”sul”sul”sul”sul”. Maria Helena Atrasas – Mi-nistério do Desenvolvimento, In-dústria eComércio Exterior. TTTTTema: “Rema: “Rema: “Rema: “Rema: “Re-e-e-e-e-lacionamento entre as Ne-lacionamento entre as Ne-lacionamento entre as Ne-lacionamento entre as Ne-lacionamento entre as Ne-gociações do Comércio degociações do Comércio degociações do Comércio degociações do Comércio degociações do Comércio deServiços e os Serviços Pro-Serviços e os Serviços Pro-Serviços e os Serviços Pro-Serviços e os Serviços Pro-Serviços e os Serviços Pro-fissionais do Mercosul”.fissionais do Mercosul”.fissionais do Mercosul”.fissionais do Mercosul”.fissionais do Mercosul”. Wil-son Aguiar Filho –Ministério daSaúde. TTTTTema: “Informaçõesema: “Informaçõesema: “Informaçõesema: “Informaçõesema: “Informaçõesdo Processo em Andamen-do Processo em Andamen-do Processo em Andamen-do Processo em Andamen-do Processo em Andamen-to do Exercício Profissionalto do Exercício Profissionalto do Exercício Profissionalto do Exercício Profissionalto do Exercício Profissionaldo Mercosul”.do Mercosul”.do Mercosul”.do Mercosul”.do Mercosul”. Regina Stella –Ministério da Educação TTTTTema:ema:ema:ema:ema:“““““Aspectos de Integração daAspectos de Integração daAspectos de Integração daAspectos de Integração daAspectos de Integração daEducação no Mercosul”Educação no Mercosul”Educação no Mercosul”Educação no Mercosul”Educação no Mercosul”. Obs:Não houve representante do Mi-nistério do Trabalho e Emprego.

    A Comissão Mercosul do CFOé integrada pelo seu presidenteMário Ferraro Tourinho Filho e osmembros Jorge dos Passos Cor-rêa Cobra e Marluiz Nunes de Frei-tas, todos presentes ao III Fórumdo Mercosul.

    Palestrantesdo evento

    COMISSÃO MERCOSUL DO CFO:[email protected]

    CFO em ação

    O vice-presidente do CFO (esquerda) Ailton Rodrigues e o conselheiro Mário Ferraro(quarto) coordenam a mesa do fórum

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:2412

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 1313

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  • 1414 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    Desde 25 de outubroa classe odontológicaconta com uma novapágina do CFO naInternet. Meta dadiretoria é reformularo sítio sempre quenecessário, paragarantir facilidade erapidez no acesso àsinformações

    Desde que assumiu a gestão do CFO,a atual diretoria elegeu a Internetcomo uma de suas prioridades. Naperspectiva de aperfeiçoar constantemen-te os serviços oferecidos, a autarquia in-vestiu este ano em mais uma reformula-ção do site. A nova página do Conselho,que entrou no ar no dia 25 de outubro(Dia do CD e da Saúde Bucal), está maisbonita e mais dinâmica. E com um dife-rencial a mais: através dela é possívelacessar informações mais detalhadassobre o dia-a-dia do CFO e da profissão.

    Site facilitou acesso ainformações

    As mudanças se concentraram nolayout e no acesso às informações. Bus-cando sintonia com a imagem corporati-va do CFO – que, como autarquia fede-ral, traz como símbolos marcantes o bra-são da República e a bandeira do Brasil,além do próprio símbolo da odontolo-gia – o novo layout investe em tons maissuaves, mantendo a mesma paleta decores, derivadas do verde-amarelo, comdestaque, no alto, para o símbolo daodontologia, em bordô.

    Mas ainda que o novo visual tenhaadicionado clareza e funcionalidade àpágina, as principais mudanças estão nosserviços. Mais facilidade de acesso aosdados, melhor organização na área dedownload (para baixar arquivos mais pe-sados), quantidade maior de notícias efotos, são algumas das melhorias feitascom o objetivo de qualificar ainda maisa relação do CFO com a classe odontoló-gica. O sítio passa, inclusive, a disponi-bilizar uma seção, organizada por mês,com todas as notícias sobre a atuação

    Informação com mais qualidade

    WWW.CFO.ORG.BR:modo de usar

    Dados do CFO: Dados do CFO: Dados do CFO: Dados do CFO: Dados do CFO: a grande novi-dade da atual reformulação é a pos-sibilidade de verificar se o profissio-nal está inscrito no CRO e em qualespecialidade. Mais do que a classe,quem mais ganha é a população,que passa a dispor de um serviçoque permite a qualquer cidadão fis-calizar o exercício legal da profissão,tornando ainda mais eficaz o com-bate ao falso profissional. Acima detudo, o CFO passa a prestar um ser-viço de utilidade pública.Atos normativos: Atos normativos: Atos normativos: Atos normativos: Atos normativos: é possível en-contrar qualquer decisão, portaria

    ou resolução através de uma ferra-menta de busca; basta digitar a pa-lavra-chave ou refinar a busca, infor-mando o ano e a natureza do atonormativo (decisão, portaria ou re-solução).LLLLLegislaçãoegislaçãoegislaçãoegislaçãoegislação: textos como o da Lei5.081 de 1966 (que regula o exercí-cio da odontologia), do Código deÉtica Odontológica ou de outras leisrelacionadas direta ou indiretamen-te com a profissão podem ser bai-xados aqui sem complicações.Fórum: Fórum: Fórum: Fórum: Fórum: a cada nova edição,o Jornal do CFO lança uma questãopara a classe dar sua opinião. Para nãoficar restrito ao “sim” e “não”, o usu-ário entra no “Fórum e participardo debate.

    do CFO em favor da categoria. Outranovidade é a seção “Agenda”, que passaa conter duas “subseções”: “Agenda doCFO” e “Eventos odontológicos”, ondeconstarão todas as ações importantes doConselho e todos os encontros e congres-sos realizados no Brasil.

    Serviço de busca: útil à população

    Resultado do projeto de interligaçãodos CROs ao Sistema de Informação doCFO, a autarquia detém hoje o mais com-pleto banco de dados a respeito dos pro-fissionais de odontologia. Com isso, osite passa a oferecer um serviço tão útilpara a classe quanto para a população.Acessando “Dados do CFO” é possívelverificar, digitando nome e Estado, se oprofissional em questão é inscrito noCRO e em qual especialidade está regis-trado. Uma forma simples e objetiva decombater o falso profissional e garantirsegurança à população, que assim se tor-nará, naturalmente, uma aliada no com-bate ao exercício ilegal da odontologia.

    Além disso, na seção “Links”, o usu-ário poderá acessar os endereços maisimportantes da Odontologia na granderede, desde CROs, associações, sindi-catos, faculdades e órgãos do governofederal.

    Página registra 27 milvisitas em outubro

    A iniciativa de levar adiante umanova reformulação no site - a primei-ra ocorreu em 2002 - não foi motiva-da por um eventual número baixo deacessos à página. Na verdade, a dire-toria decidiu investir na renovação nomomento em que o CFO registra su-cessivos recordes de visitas em seusítio. Somente em outubro, foramcomputados 27 mil acessos ao ende-reço www.cfo.org.br, superando amédia mensal de 2003, de 26 mil.

    “Um dos objetivos principais donovo site do CFO, seguindo orienta-ção do presidente Miguel Nobre, éconsolidá-lo como uma referênciapara todos que necessitam de infor-mação sobre odontologia, principal-mente no aspecto de legislação”, afir-ma o gerente de Tecnologia e Infor-mação do CFO, Luciano Barreto, quecontou com a colaboração direta dosjornalistas Marcelo Pinto, no Rio deJaneiro, e Fábio Marçal, em Brasília,

    CFO na internetCFO na internet

    além da dedicação do webmaster Luci-ano Thomé, funcionário da autarquiaresponsável pela programação do novosite e por seu projeto gráfico.

    Todo o processo de reformulação dapágina do CFO contou com o acompa-nhamento atento do presidente MiguelNobre, entusiasta da Internet como meio

    rápido e eficaz de divulgar informaçõesimportantes sobre o dia-a-dia da profis-são. “Nosso objetivo é levar a cada ci-rurgião-dentista, técnico ou auxiliar, etambém estudantes de odontologia, in-formações úteis e atualizadas para obom exercício da profissão”, resume opresidente do CFO.

    Nova apresentação da página do Conselho Federal de Odontologia

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:2814

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 1515

    Conselhos aprovamdocumento crítico aoPL 25/02 (Ato Médico)

    Reunidos em Brasília nos dia 14e 15 de outubro, o Conselho Fe-deral de Odontologia e os 27Conselhos Regionais aprovaram porunanimidade, durante sua Assem-bléia Conjunta, o documento intitu-lado “Pelo Ato Saúde”. Nele, é exter-nada a insatisfação da classe odonto-lógica quanto às “ambigüidades e im-precisões” contidas no texto do Pro-jeto de Lei 25/02, de autoria do ex-senador Geraldo Althof (PFL-SC),que assegura apenas ao graduadosem Medicina prerrogativas na pres-crição de medicamentos e na ocupa-ção de cargos de chefia.

    No documento, CFO e CROs reco-nhecem “como uma reivindicação le-gítima da categoria médica” a tentativade regulamentar seu exercício profissi-onal. No entanto, faz uma série de res-salvas ao projeto, mostrando porque aodontologia é contrária à aprovação dotexto como está – após alteração feitano dia 1o de julho, na Comissão deConstituição e Justiça do Senado, pelosubstitutivo do senador Tião Viana.

    Sobre o artigo 3o do PL 25/02, noqual restringe-se aos médicos as fun-ções diretivas de estabelecimentos desaúde, o documento diz representar“um retrocesso à concepção do pró-

    A seguir, a íntegrado documento assinadopelo CFO e CROse enviado para ossenadores, onde tramitao projeto de lei 25/02(Ato Médico)

    “É preciso, antes de tudo, re-gistrar que o Conselho Federal e osConselhos Regionais de Odontolo-gia respeitam e apóiam a regula-mentação do exercício da medici-na como uma reivindicação legíti-ma da categoria médica.

    Entretanto, tendo em vista a re-

    CFO e CROs: “ato saúde”

    prio Sistema Único de Saúde, poisafronta diretamente o conceito de tra-balho multiprofissional, hoje univer-salmente aceito.” O texto está sendodivulgado nos informativos impressose eletrônicas da mídia odontológica,

    dação do Projeto de Lei 25/2002 – al-terado pelo substitutivo do senadorTião Viana e aprovado na Comissão deConstituição e Justiça em 1o/07/2004–, a categoria odontológica se posici-ona contrariamente à sua aprovação,a partir das seguintes considerações:

    Em seu artigo primeiro, há umainequívoca ameaça à liberdade deprescrição terapêutica pelas demaisprofissões, já consagrada em lei. O ar-tigo 2o, por sua vez, atribui a defini-ção de procedimentos médicos uni-camente ao CFM, o que torna as demais categorias profissionais da saú-de vulneráveis à invasão em suascompetências. Adiante, no artigo 3o,

    outras categorias e uma afrontaaos princípios do SUS –, cremos nodiscernimento dos Senhores Con-gressistas responsáveis pelo desti-no deste projeto de lei, de modoque o Senado da República saibaidentificar as ambigüidades levan-tadas acima e corrigi-las, encon-trando, por fim, a solução que pre-serve a coesão da equipe de saú-de, mas, sobretudo, os interesseslegítimos da população brasileira.

    ASSEMBLÉIA CONJUNTA DO CONSELHOFEDERAL E DOS CONSELHOS REGIONAIS

    DE ODONTOLOGIA, REUNIDA EM BRASÍLIANOS DIAS 14 E 15 DE OUTUBRO DE 2004.”

    arroga-se aos médicos as funções di-retivas de estabelecimentos de saú-de, onde haja procedimentos médi-cos. Isso representa um retrocesso àconcepção do próprio Sistema Únicode Saúde, pois afronta diretamente oconceito de trabalho multiprofissio-nal, hoje universalmente aceito.

    Como se não bastassem tantasambigüidades e imprecisões, o arti-go 4o evidencia, ainda, a ameaça deviolação da autonomia das demaisprofissões, rotulando-as como “exer-cício ilegal da medicina”.

    Por tudo isso – pelo PL 25/02representar ao mesmo tempo umarestrição à atuação profissional de

    e foi enviado a todos os 81 senadores.Durante a reunião, os Conselhos

    discutiram também outros assuntos,como recadastramento, anuidade eplanos de saúde, e assistiram a duaspalestras: uma sobre “Previdência

    suplementar”, por Elisabeth Sekulic,auditora fiscal do Ministério da Previ-dência, e outra tratando do “Novo Per-fil das Auditorias Contábeis”, pelo Ge-rente Contábil do CFO, Luciano deMendonça Costa.

    Ato saúdeAto saúde

    “Pelo Ato Saúde”

    Os 27 CROs discutiram questões políticas e administrativas pertinentes a suas atuações

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:2915

  • 1616 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    A odontologia e a luta por uma melhor saúde bucal estão mais fortes no Congres-so Nacional. Os parlamentares etambém cirurgiões-dentistas Jova-ir Arantes, deputado federal peloPTB de Goiás, e Geraldo Thadeu, doPPS de Minas Gerais, tiveram a odia do Cirurgião-Dentista e tambémo dia da Saúde Bucal (ambos come-morados em 25 de outubro) comoprincipais pontos nos pronuncia-mentos que realizaram no parla-mento, nos dias 19 e 26 de outu-bro, respectivamente.

    Técnica avançada,saúde precária

    O deputado Jovair Arantes,em seu discurso, ressaltou a impor-tância histórica da odontologia noPaís, lembrando ser uma das pro-fissões mais tradicionais e antigas.Pediu que os deputados e a socie-dade de uma forma geral reflitamsobre a realidade atual da profissão,os avanços já alcançados e os pon-tos que ainda precisam de maisapoio. Destacou ainda o fato de mui-tos CDs estarem deixando suas ro-

    Congresso homenageiaCirurgião-Dentista pelo seu dia

    Pronunciamentosdos deputados ecirurgiões-dentistasGeraldoThadeue Jovair Arantescitam indicadoresda saúde bucaldo brasileiro e pedemque a sociedade reflitasobre a realidade atualda Odontologia,promissora masinspirando ainda muitapreocupação. tinas nos consultórios para ingres-

    sar na política, fato que fortalece aprofissão e os profissionais.

    Já Geraldo Thadeu, articula-dor também da Frente Parlamentarem Defesa da Odontologia, relatounúmeros que mostram que pormais que a técnica odontológica te-nha avançado muito nos últimosanos, a situação da saúde bucal degrande parte da população continuabastante precária. Disse que o Bra-sil cumpriu apenas um dos cincopontos fundamentais para a saúdebucal exigidos pela OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), sendoque 45% da população não têmacesso a itens básicos para a saúdeda boca, como escovas e pastas dedente; que 13% do total de adoles-centes do País nunca foi a um den-tista; que 80% da população nãoapresenta gengivas sadias e quemais de 20 milhões de brasileirosnão têm nem um dente sequer naboca. Por outro lado, elogiou medi-das do governo federal que promo-verão um avanço na área até 2006,como a criação de 350 centrosodontológicos, 500 consultóriospopulares e 10 mil equipes de saú-de bucal, num investimento de cer-

    população e que tem nada maisnada menos do que 11% do totaldestes profissionais do planeta.Com mais CDs tendo a palavra noCongresso e com graduais avan-ços como a inclusão das ESBs noPSF, as comemorações de 25 deoutubro dos próximos anos po-dem ser ainda mais festivas.

    A ÍNTEGRA DOS DISCURSOSDOS DEPUTADOS ESTADISPONÍVEL NO SITE DO CFO:www.cfo.org.br

    ca de 1,4 bilhão de reais. Por fim,elogiou o trabalho dos CROs de todoo País que, paralelamente aos gover-nos federal, estadual e municipalprocuram integrar a sociedade nabusca de uma melhor saúde bucal.

    Carta a classeO deputado Jovair Arantes resol-

    veu este ano multiplicar sua home-nagem a classe, enviando uma car-ta aos cirurgiões-dentistas de Goi-ás, seu Estado, na qual parabenizaos colegas. “Milhares de sorrisos jáforam resgatados através do traba-lho de cada um dos cirurgiões-den-tistas do Brasil. Por isso não é exa-gero nenhum afirmar que o nossotrabalho tem contribuído decisiva-mente para devolver a auto-estimaa milhões de brasileiros”, diz umtrecho da missiva.

    A maior participação de CDsna política vem claramente fortale-cendo a luta por um atendimentoodontológico mais amplo. Exemplodisso é que o Programa Saúde daFamília (PSF) ganhou o reforço deEquipes de Saúde Bucal, que só nogoverno Lula já são mais de 3 mil.Nada mais justo em um país queapresenta um crescimento anual decirurgiões-dentistas proporcional-mente superior ao crescimento da

    fotos Vanor Correia/Descrição da Imagem

    Dia do Cirurgião-DentistaDia do Cirurgião-Dentista

    PLENÁRIA DO CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA E SEUS FUNCIONÁRIOS

    Deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG) Deputado Jovair Arantes (PTB-GO)

    O CFO parabeniza você,Cirurgião-Dentista, que

    através do seu trabalhopermite que milhões

    de brasileiros tenham nasaúde bucal um

    passaporte para acidadania plena.

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:3116

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 1717

    Programação nos Estados

    Acre

    Escovódromo em escolas, praças e fei-ras, com distribuição de escovas den-tais. Cursos de atualização promovidospela ABO, e distribuição de cartazes efolderes explicativos.

    Alagoas

    Junto à Universidade Federal de Alago-as (UFAL) e a Faculdade de Odontolo-gia (CESMAC), CDs e graduandos cria-ram um estande Informativo no Shop-ping Iguatemi,de Maceió, além de tea-tro infantil.

    Amazonas

    Dia 19/10 foi lançada a Campanha “Va-lorize Seu Sorriso”. Dia 25, o presiden-te do CRO-AM participou de homena-gem prestada pela Câmara Municipal deManaus.

    Amapá

    Foram realizados ações preventivas eeducativas e diversos cursos.

    Bahia

    Além da Semana de Saúde Bucal doEstado, realizada pela Secretaria de Saú-de do Estado, com apoio do CRO-BA,ABO-BA, o SOEBA e Prefeituras Muni-cipais, foram realizadas atividades co-munitárias nos hospitais, postos, es-colas da rede pública e faculdades deodontologia sobre os cuidados com asaúde bucal.

    Ceará

    O CRO-CE, junto a associações de Espe-cialidades Odontológicas do Estado(Aceorto e Aceop), realizou a Semanada Odontologia. E em parceria com oABO-CE, Sindiodonto e ACO, foi reali-zada solenidade de homenagens à clas-se.

    Distrito Federal

    Ocorreu a II Semana de Saúde Bucal,com a realização de um curso de cons-cientização sobre o câncer de boca e ou-tras doenças bucais.

    Espirito Santo

    Relançados a campanha “Consulteantes de ser Consultado” e o proje-to “Educar para Prevenir”, em CROitinerante com atividades educativase promocionais. Foram ministradasdiversas palestras e o simpósio “AEquipe Multidisciplinar na busca dosorriso e da beleza facial”.

    Goiás

    No dia 29 foi realizada uma soleni-dade de entrega de carteiras aos no-vos profissionais.

    Maranhão

    Várias palestras direcionadas aosCDs do Estado. Os temas aborda-dos foram: Cirurgia, Prótese Dentá-ria, Radiologia e Biossegurança,além de um curso de Dentística Res-tauradora.

    Minas Gerais

    Foram ministrados cursos paraCDs, na sede do CRO-MG e cursos eatividades sociais em praças. Tevetambém o Encontro de Saúde Bucalem zonas de risco social de BH, emparceria com a Prefeitura.

    Mato Grosso

    Semana de Prevenção de Saúde Bu-cal com teatro, aulas de escovaçãocom distribuição de kitse ativida-des recreativas. Na UNIVAG ocor-reu a II Jornada da Saúde, na UNICaconteceu a V Jornada de Odonto-logia, o V Fórum Acadêmico e Pro-fissional e o I Encontro de Profes-sores de Odontologia de MT.

    Mato Grosso do Sul

    Foram lançadas as campanhas dePrevenção ao Câncer de Boca eOdontologia Solidária para preven-ção das doenças da boca e arreca-dação de alimentos, em conjuntocom a ABO-MS.

    Ao comemorar o Dia do Cirurgião-Dentista e da Saúde Bucal (25 de outubro), os Conselhos Regionaisde Odontologia realizaram, por meio de parcerias com entidades de classe e universidades, ações as

    mais variadas, como distribuição de folderes, escovódromo, teatro e lançamento de campanhas.

    Pará

    Semana da Saúde Bucal, com escova-ção supervisionada, palestras educa-tivas e preventivas, aplicação de flúor,teatro de fantoches, vídeos e espaçopedagógico. Também foram realiza-das conferências para CDs, THDs,ACDs, TPDs e APDs.

    Paraíba

    Jornada de Odontologia, com cursosde Dentística, Farmacologia e Endo-dontia e inauguração da Delegacia doCRO-PB em Patos.

    Pernambuco

    Solenidade comemorativa e homena-gens aos profissionais que completa-ram 70 anos de idade e aos CDs com25 anos de exercício profissional.

    Piauí

    CRO-PI, Associação de Odontologiae Sindicato organizaram ações preven-tivas e de higiene direcionadas à po-pulação local.

    Paraná

    CRO-PR e ABO-PR promoveram jan-tar com homenagens.

    Rio de Janeiro

    Veiculados pela Rádio MEC spots so-bre odontologia e lançada a campa-nha de Escovação e Fluoretação naAssembléia Legislativa do Estado doRio de Janeiro, promovida por CRO-RJ, SOBE e Departamento de Odonto-logia da ALERJ.

    Rio Grande do Norte

    Campanha “O Sorriso Levado a Sé-rio”, com distribuição de informati-vos educativos, palestras e vídeos.Foram realizadas atividades para alu-nos das redes pública e privada. To-dos os eventos tiveram apoio de:CRO-RN, ABO-RN, SOERN, DOD-UFRN, Uniodonto e Unidental.

    Rondônia

    CDs da Secretaria Estadual de Saúde pro-feriram palestras na rede pública de en-sino fundamental. Cursos de Dentísticae Otimização da Estética, com ABO-ROe Sindicato.

    Roraima

    VIII Jornada Odontológica de Roraima,com ações preventivas e educativas ediversos cursos.

    Rio Grande do Sul

    3ª Semana Estadual de Promoção deSaúde Bucal e campanha na mídia,além do lançamento do Projeto Rio Gran-de Sorriso, com incentivos a mais in-vestimentos em políticas de atençãoem saúde bucal.

    Santa Catarina

    O CRO-SC, em parceria com a Secre-taria Estadual de Saúde, o SESC e aABO-SC, participou de eventos de pre-venção do câncer de boca, examespreventivos, escovódromo e ativida-des lúdicas com crianças.

    Sergipe

    No dia 20 foi feita doação de alimentosa instituições carentes. No dia 21, atra-vés de teatro, escovódromo e exposi-ção, foi apresentada a campanha educa-tiva “Saúde na Feira”, além de simpósiosobre Ética nas profissões de Saúde.

    São Paulo

    O CRO-SP distribuiu folderes explicati-vos sobre o câncer bucal. No dia 25, noPalácio dos Bandeirantes foram presta-das homenagens a pessoas ilustres daodontologia nacional.

    Tocantins

    Será promovido o Movimento de AçãoComunitária dentro da programação doI Congresso de Odontologia da ABO-TO,com profissionais atendendo crianças deescolas públicas.

    Dia do CDDia do CD

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:3317

  • 1818 Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004

    Oficina realizada emCampos do Jordão(SP), com CFO e CROs,aprimora redação doCódigo

    O Código de Processo Ético da Odon- tologia sofreu alterações em algunsde seus conteúdos. As alterações foramdecididas em uma Oficina realizada nacidade de Campos do Jordão (SP), ocor-rida de 5 a 7 de agosto deste ano, comos membros dos 27 Conselhos Regio-nais de Odontologia.

    Código de Processo Ético

    AGENDA

    Odontologia brasileira a serviço de todos

    ABCD (Associação Brasileira deCirurgiões-Dentistas)Tel. (11) 6223-2333Fax (11) 6221-3612E-mail:[email protected]: www.abcdbrasil.org.br/ABO (Associação Brasileirade Odontologia)Tel/Fax: (11) 5083-4000E-mail: [email protected]: www.abonacional.com.brAbeno (Associação Brasileira de Ensino Odontológico)Tel/Fax. (61) 356-9611E-mail: [email protected]: www.abeno.org.br

    AcBO (Academia Brasileirade Odontologia)Tel/Fax. (21) 2547-8266E-mail: [email protected]: www.acbo.org.brCFO (Conselho Federal de Odontologia)FIO (Federação Interestadualdos Odontologistas):Tel (62) 285-4619Fax (62) 285-4824E-mail: [email protected]: www.fio.org.brFNO (Federação Nacionaldos Odontologistas):Tel (21) 2233-5879Fax (21) 2263-6635E-mail: [email protected]: www.fno.com.br

    Odontologia brasileira a serviço de todos

    Entre as principais alterações promovi-das podem ser citadas a modificação do títu-lo do capítulo II, “Da Comissão Ética”, a qualtrata do caráter permanente das comissõesde ética formadas por 3 conselheiros efeti-vos e suplentes, indicados pelo presidente;a criação de um novo título para o capítuloIII, “Da Instauração do Processo Ético”, quediz que a instauração do processo será feitapelo presidente do Conselho competente, epara o capítulo XI, “Da Execução”, além dacriação do novo capítulo VI, “Da Prova Pe-ricial”, que especifica os procedimentosde perícia e a designação do perito, quenão constavam no código antigo. As ou-tras alterações ocorridas levaram em conta

    José Alencar recebediretoria do CFO. Lulafala da melhoria noatendimento emsaúde bucal em seuprograma “Café com oPresidente”

    Dois importantes acontecimentos com autoridades federais em outubro mar-caram o prestígio da saúde bucal junto aogoverno Lula. Na quarta-feira, 27, o vice-presidente e ministro da Defesa, JoséAlencar, recebeu em sua residência ofici-al, o Palácio Jaburu, em Brasília, o presi-dente do CFO, Miguel Nobre, e o presi-

    Saúde bucal na agenda do governomobilísticas faziam convênio com empresasde assistência médica mas não previam o tra-tamento dentário para os trabalhadores”.

    Pesquisas realizadas pelo Ministério daSaúde descobriram que, no Brasil, apenas55% dos adolescentes têm todos os dentesna boca e que 75% dos idosos já não têmmais nenhum dente. O presidente explicouque o Programa Brasil Sorridente vai contarcom equipes de saúde bucal que saltarão de8800, hoje, para 16 mil até o fim de seumandato.

    “Haverá 400 centros de saúde bucal,um para cada 500 mil habitantes, ondea pessoa marcará consulta por telefonee fará o tratamento que necessitar, des-de um canal até a correção dos dentes,com aparelhos, sobretudo as crianças.Caso precise fazer prótese, também vaifazer prótese de qualidade”, disse.

    apenas pequenas mudanças de expressão.De acordo com o presidente do CFO,

    Miguel Nobre, além da eficácia do código,a rapidez para pôr em prática as decisõestomadas é fundamental. A partir da Oficinaem Campos do Jordão foram resolvidas asmudanças que, de acordo com Nobre, de-vem agilizar sua aplicação. As alteraçõesforam decididas por uma Comissão Relato-ra, integrada por membros de todos os CROse foram decididas pela Resolução 59 doCFO, que revogou o CPE antigo e aprovouo novo. Sua redação final foi divulgada em6 de outubro, no Diário Oficial.

    A diferença entre o Código de Ética pro-priamente dito e o Código de Processo Éti-

    co é que o primeiro tipifica os crimes, defi-nindo-os. Já o Código de Processo Éticodefine o trâmite que o processo vai seguirapós a comprovação de que houve realmentealgum crime.

    A Comissão Relatora da Oficina foi aseguinte: Relatoria Geral: Rubens Corte Realde Carvalho (SP) e Selene Machado CostaGuedes (AM); Relatores dos Grupos: Gru-po I, José Thadeu Pinheiro (PE) e Lucimarde Souza Leal (PI); Grupo II, Joaquim Gui-lherme Vilanova Cerveira (RS) e Maria Iza-bel de Souza Ávila Ramos (AP); Grupo III,Anísia Maria Fialho Abdala (MA) e AugustoTadeu Ribeiro Santana (SE); Grupo IV, Outa-ir Bastazini (RJ) e Anselmo Calixto (GO).

    dente do CRO-RJ, Outair Bastazini. Já nodia 18, em seu programa quinzenal “Cafécom o Presidente”, o presidente Lula res-saltou a importância da saúde bucal para apopulação.

    Acompanhados do superintendente exe-cutivo do CFO, Márcio Coimbra, e do ad-vogado do CRO-RJ, Rogério Ventura, No-bre e Bastazini solicitaram do vice-presi-dente apoio aos projetos de lei que trami-tam no Congresso Nacional voltados parauma melhor saúde bucal. José Alencar, queano passado já havia recebido a diretoriado CFO em audiência, reiterou seu empe-nho junto ao governo federal e à sua agre-miação política, o Partido Liberal, que cos-tuma ser o fiel da balança em votaçõesimportantes no Congresso.

    Alencar comprometeu-se a apoiar “to-dos os projetos que sejam positivos para

    o mercado de trabalho da odontologia eque beneficiem, sobretudo, a saúde dapopulação”. Nobre e Bastazini saíram doencontro confiantes de que a odontologiatem no Palácio Jaburu um aliado incondi-cional.

    Lula faz um “Cafécom saúde bucal”

    Por sua vez, o presidente Luiz Inácio Lulada Silva endossou, em seu programa de rá-dio quinzenal, a intenção de melhorar a saúdebucal da população menos favorecida econo-micamente. “Sempre achei um absurdo que aboca não fosse tratada como questão de saú-de pública”, disse o presidente.

    Lula lembrou que esta é uma luta antiga,dos tempos em que era sindicalista. “Quandofui diretor do sindicato dos metalúrgicos deSão Bernardo do Campo, as empresas auto-

    2º Congresso dePesquisa emOdontologia do RJ

    18/11 e 19/11 de 2004Rio de Janeiro - RJInformações:[email protected]

    1ª Convenção deDefesa de Classe

    20/11 de 2004 -São Paulo - SPInformações: 0800 12 85 55E-mail: [email protected]

    3º Congresso Brasileirode Oclusão

    30/11 a 30/12 de 2004São Paulo – SPInformações: (11) 5549.3207 -5083.3009 - 5083-0590E-mail:[email protected]

    23º Congresso Internacionalde Odontologia de SP

    23/1 a 27/1 2005 -São Paulo – SPInformações: 0800 12 85 55E-mail: [email protected]

    CFO JULHO-outubro.pmd 12/11/2004, 13:3418

    amdk6IIINoterealização CRO-SP

  • Nº 61 · Jul/Ago e Nº 62 · Set/Out de 2004 1919EntrevistaEntrevista

    FALE COM O PREFEITO CDDE [email protected]

    João Antonio Salgado Ribeiro,Prefeito eleito de Pindamonhangaba (PPS-SP)

    Dos 67 cirurgiões-dentistas eleitos prefeitos em todo oPaís, João Ribeiro (PPS-SP) pode ser visto como símboloda presença da odontologia no poder municipal. Nascidoem uma família de políticos – o pai foi prefeito e o irmãochegou à presidência da Câmara dos Vereadores – este CDcom atuação destacada em saúde pública foi eleito commais de 50% dos votos para administrar uma cidade donade um invejável Parque Industrial: são 324 empresas deramos variados como aço, alumínio, papel, têxtil efarmacêutico. Segundo o novo prefeito, “Pinda” –localizada no Vale do Paraíba entre as cidades de Rio e SãoPaulo – tem um grande potencial turístico a desenvolver.É a odontologia mostrando sua vocação política.

    Odontologia na prefeitura

    O que o levou a candidatar-se aum cargo para o Executivo?A motivação é continuar o trabalhoque comecei como vereador. O en-volvimento com ações sociais, a co-munidade e seus problemas influenci-am nossa participação política. Mi-nhas prioridades são o emprego e asolução de problemas sociais decor-rentes do desemprego.Como cirurgião-dentista, é naturalque a classe odontológica da regiãoalimente esperanças de que, tendo osr. como prefeito, Pindamonhangabainvista mais em saúde bucal.A saúde bucal é um dos temas que pre-tendo priorizar e será um dos princi-pais temas de meu discurso de posse.

    E após o discurso, como será aprática?Aqui, o Programa Saúde da Famílianão conta ainda com equipes de saú-de bucal. Houve um retrocesso, poiso atual prefeito exonerou 84 agentescomunitários. Pretendo reorganizareste quadro.

    Há alguma meta específicaemsaúde bucal?

    Pretendo promover um curso de saú-de pública na prefeitura, de odonto-logia preventiva e social, reorganizan-do o PSF. Quero trazer também umprofissional de renome para coorde-nar as equipes do PSF. Depois, queroexpandir o programa também para aárea odontológica. Até o fim do man-dato, nossa meta é duplicar o núme-ro de equipes do PSF (atualmente são14).

    Para cada equipe de PSF haveráuma equipe de saúde bucal?Tudo vai depender da necessidade.A prefeitura mantém um serviço or-ganizado de saúde bucal. A princípio,a meta é levantar os dados para ave-riguar as necessidades da população.É preciso registrar que hoje há umaabertura indiscriminada de cursos deodontologia. Apesar disto, temosuma população que carece dos servi-ços odontológicos. Logo, o que pre-cisamos não é de mais profissionaisde odontologia, mas sim de boaspolíticas de saúde.

    Há um projeto de lei noCongresso, apoiado pelo CFO,que visa interromper a abertura

    de faculdades por 10 anos. Apósesse período, cada faculdade sóseria aberta após avaliaçãocriteriosa. Além desta, que outramedida seria importante parainteriorizar ou descentralizar onúmero de profissionais dascapitais?O fato é que quando o estudante esua família, de modo geral, escolhemuma profissão eles nunca fazem umaanálise do mercado. As pessoas ain-da se miram em profissionais de su-cesso de outras gerações, quando omercado era outro. Apesar de, por umlado, ser motivo de orgulho os avan-ços da odontologia e os programaspreventivos, por outro não há maisespaço no mercado.

    De acordo com o Ministério daSaúde, nos municípios em quehá fluoretação da água, onúmero de cáries é reduzido.Como está a situação emPindamonhangaba?Aqui temos mais de 90% de água flu-oretada. Isso se deve a análises feitasna década de 80, incentivando as in-dústrias de cremes dentais a se ade

    quarem aos níveis de flúor ideais.Há 16 anos, nós temos um programada prefeitura e do estado que faz aprevenção nas escolas, com escova-ção, distribuição de escovas e reali-zação de palestras. No meu mandatopretendo dar continuidade a essesprogramas.

    Se alguém lhe perguntasse sobreque medidas de seu governo osr. gostaria de ser lembrado,quais seri