expansão 278 bx

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Opinião Norberto Carlos Vanessa Silva Pedro da Rosa “Não adianta almejar fortuna porque médico nunca será rico” P43 Motos Harley Davidson eléctrica? Será pecado? P47 ´ Prémio Maboque de melhor Órgão de Comunicação Social de Angola 2013 Prémio Superbrands Angola 2013 Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 | Número 278 | Director Carlos Rosado de Carvalho | Preço 500 Kz | www.expansao.co.ao PUB Gestão de tesouraria Apoio ao investimento Pagamentos ao exterior As melhores soluções para o seu negócio. Para mais informações dirija-se a qualquer Balcão BFA ou consulte www.bfa.ao PUB Lídia Onde BANCA BESA reforça capitais para cumprir regras do BNA José de Lima Massano diz que ainda está a analisar a situação do banco para se chegar a uma conclusão sobre as reais necessidades de dinheiro. | P18 PUB País ocupa segunda posição na produção petrolífera do continente, atrás da Nigéria, desde 2009, indica relatório da BP. Em 2013, a produção valeu 0,8% do total mundial, mas as reservas provadas estão estáveis desde 2012. P19 Angola é o segundo produtor de crude em África desde 2009 PETRÓLEO MARIA EUGÉNIA ENGRÁCIA PAREDES, ADMINISTRADORA DA ENANA “Novo aeroporto vai ‘roubar’ tráfego à África do Sul” A administradora da ENANA acredita que o novo aeroporto de Luanda vai fazer escalas entre a Ásia e a América. | P30 COMÉRCIO AGRÍCOLA PAPAGRO precisa de 1.000 milhões Kz para pagar a camponeses Ministério diz que a sustentabilidade do programa não está em causa mas precisa de injecção de dinheiro. | P34

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Expansão nº 278

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  • Opinio Norberto Carlos Vanessa Silva

    Pedro da Rosa No adianta almejar fortuna porque mdico nunca ser rico P43

    Motos Harley Davidson elctrica? Ser pecado? P47

    Prmio Maboque de melhor rgo deComunicao Social

    de Angola 2013

    Prmio Superbrands Angola 2013

    Sexta-feira, 25 de Julho de 2014 | Nmero 278 | Director Carlos Rosado de Carvalho | Preo 500 Kz | www.expansao.co.ao

    PUB

    Gesto de tesourariaApoio ao investimentoPagamentos ao exterior

    As melhoressolues parao seu negcio.

    Para mais informaes dirija-sea qualquer Balco BFA ou consulte www.bfa.ao

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    B A N C A

    BESA refora capitais para cumprir regras do BNAJos de Lima Massano diz que ainda est a analisar a situao do banco para se chegar a uma concluso sobre as reais necessidades de dinheiro. | P18

    PUB

    Pas ocupa segunda posio na produo petrolfera do continente, atrs da Nigria, desde 2009, indica relatrio da BP. Em 2013, a produo valeu 0,8% do total mundial, mas as reservas provadas esto estveis desde 2012. P19

    Angola o segundo produtor de crude em frica desde 2009

    P E T R L E O

    M A R I A E U G N I A E N G R C I A P A R E D E S , A D M I N I S T R A D O R A D A E N A N A

    Novo aeroporto vai roubar trfego frica do SulA administradora da ENANA acredita que o novo aeroporto de Luanda vai fazer escalas entre a sia e a Amrica. | P30

    C O M R C I O A G R C O L A

    PAPAGRO precisa de 1.000 milhes Kz para pagar a camponesesMinistrio diz que a sustentabilidade do programa no est em causa mas precisa de injeco de dinheiro. | P34

  • 2 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    PALOP-CPLP

    ANTNIO PEDRO

    Os Estados-membros dos Pases Africanos de Lngua Oficial Por-tuguesa (PALOP) tm desafios para Hrcules, depois de apura-dos os grandes objectivos em-presariais do bloco sem descar-tar o contributo da Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa (CPLP) nos megacompromissos assumidos.

    De onde vir dinheiro para su-porte de projectos como criao e fomento de pequenas e mdias empresas, e capacitao de co-merciantes? esta a questo em

    jogo. O Expanso provocou lde-

    res de associaes empresariais sobre o modelo aparentemente adequado: se convm a criao de um fundo financeiro pelos Es-tados-membros ou a assuno das despesas, em todo o proces-so, pelos empresrios do bloco africano que fala portugus.

    Na perspectiva do Expanso, dentro dos PALOP, uma vez que Angola e Guin Equatorial pro-duzem petrleo, Moambique, Guin-Bissau e So Tom e Prn-cipe efectivam pesquisas de hi-drocarbonetos, ficando Cabo Verde sem esta sorte, como os governos concertariam a criao de um fundo, no curto-mdio prazo, com dinheiro do petrleo para acudir os desafios empresa-

    riais do bloco? Juntando a CPLP ao desafio, Brasil e Timor Leste j produzem crude, restando Por-tugal, cujas pesquisas foram can-celadas em final de 2013 pela bra-sileira Petrobras.

    O presidente da Confederao Empresarial da CPLP, o moam-bicano Salimo Abdula, revelou que a viso ter-se uma CPLP e PALOP economicamente fortes nas prximas duas dcadas, em-bora reconhea que o ltimo leva vantagem devido ao crescimento das economias africanas.

    muito importante criarmos este fundo, alis, Moambique tem reservas de gs comprova-das como um dos quatro poten-ciais maiores produtores do mundo nos prximos anos, An-gola, Timor-Leste, Brasil j esto

    a explorar petrleo, Guin-Bis-sau e So Tom esto em pesqui-sas, isto um processo e, se qui-sermos ir rpido, vamos sozi-nhos, mas se quisermos ir longe,

    vamos juntos. Francisco Viana, presidente

    da CE-PALOP, no quer ouvir fa-lar num fundo que venha a de-pender do petrleo, porque en-tende que os desafios devem co-mear j, e os Estados-membros s precisam de adoptar uma de duas opes. Ou financiam todos os investimentos, ou reduzem os encargos fiscais de empresas en-volvidas nos desafios empresa-riais dos PALOP, principalmen-te.

    O presidente da Comunidade de Empresas Exportadoras e In-ternacionalizadas de Angola (CEEIA), Agostinho Kapaia, re-conhece que no novidade que os PALOP so ricos em petrleo, disso todos sabemos.

    No entanto, prefere valorizar

    F U T U R O E M P R E S A R I A L

    PALOP: bloco econmico precisa de dinheiro para megaprojectos Depois do Frum Econmico dos PALOP, realizado em Julho corrente, em Luanda, o Expanso provoca o debate sobre a criao, no curto prazo, de um Fundo Financeiro de Desenvolvimento para suporte dos projectos empresariais da comunidade, incluindo a CPLP, onde o petrleo a mola impulsionadora.

    PALOP e CPLP acordaram contratar peritos para elaborao de uma plataforma interna para financiamento de projectos empresariais

    Luanda acolheu em Julho corrente o Frum Econmico dos PALOP

  • EXPANSO | 25 de Julho 2014 3

    outras reas como a agricultura ou as novas tecnologias, acredi-tando que, por esta perspectiva, faz sentido que se consiga criar um fundo financeiro que fomen-te a cooperao econmico-em-presarial e que impulsione o teci-do de empresas destes pases.

    Um pessimismo com olho nos BRICS A dvida de Jorge Baptista, pre-sidente da Associao dos Em-preendedores de Angola (AEA), sobre o xito de um fundo, evi-dente.

    Aponta que o tecido empresa-rial dos PALOP muito fraco, sem grande expresso no mundo dos negcios, e em muitos casos est politizado e dependente do prprio sistema poltico, via pela qual tem visibilidade.

    Na anlise de Baptista, um fun-do comum nunca funcionaria em pleno se olharmos para os pro-blemas internos que estes pases vivem e atravessam.

    Para o presidente da AEA, An-gola e os restantes Estados--membros dos PALOP tm mui-to para melhorar nos seus mer-cados antes de pensarem em fun-dos comuns. Afirma que na agen-da poltica dos lderes dos PA-LOP ainda no existe um consenso efectivo sobre a cria-o de um fundo comum.

    Explica que a actualidade tem demonstrado que, em primeiro lugar, cada um dos pases do blo-co deve consolidar e solidificar a

    economia interna e promov-la de forma a atingirem a estabili-dade e o crescimento baseado nos padres internacionais vi-gentes.

    [Os PALOP] precisam de me-lhorar o ndice de crescimento humano e formao de recursos humanos, formar o homem do amanh que seja capaz de contri-buir para o desenvolvimento dos seus pases.

    Filipe Lemos, presidente exe-cutivo do LIDE Angola Grupo de Lderes Empresariais recor-da que h poucas semanas assis-tiu-se assinatura de protocolo, entre os membros dos BRICS (Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul), para a criao de um banco de desenvolvimento que vai apoiar tambm as respec-tivas economias.

    O referido banco prev capital inicial de 50 mil milhes USD (4,8 bilies Kz) para financiar obras de infra-estrutura em pa-

    ses pobres e emergentes. Para o presidente executivo do

    LIDE Angola, no existe incon-veniente de os pases da CPLP apostarem num projecto similar com caractersticas prprias.

    Fala-se muito que os PALOP tm problemas estruturais, mas nem tudo nos BRICS um mar--de-rosas, preciso comear de algum lado, e esperar atingirmos os nveis dos BRICS, por exem-plo, para avanarmos para pro-jecto semelhante retardar nos-sas ambies de independncia econmica, desabafou Lemos.

    Para o gestor, os PALOP e a CPLP deviam tambm criar um banco de fomento, com juros bo-nificados, pois, do seu ponto de vista, uma instituio do gnero, bem estruturada, exerceria me-lhor a funo de financiador das economias integradas e, com certeza, os empresrios teriam um dilogo facilitado.

    A CEEIA, atravs do seu presi-dente, defende que muito im-portante que os PALOP sejam parceiros na explorao de pe-trleo e nos fundos que surgem desta explorao, ao mesmo tempo que deve existir uma ca-pacidade de unio dos empres-rios destes pases.

    importante que nos prxi-mos 10 anos consigamos refor-ar estas relaes e criar coeso, o que nos levar directamente cooperao econmica-empre-sarial que tanto se tem falado nos ltimos tempos, desafia Kapaia.

    Filipe Lemos concorda com a criao de um fundo com dinhei-ro do petrleo, pois pode ajudar a alavancar a economia dos PA-LOP, diversific-la e, consequen-temente, torn-la sustentvel, mas adverte que o petrleo es-gotvel.

    Lemos ressalta que o mercado da CPLP de dimenso superior ao dos PALOP e, infelizmente, os seus membros esto em estgios diferentes de desenvolvimento das suas economias.

    Elucidou que Portugal est in-serido na Unio Europeia e tem uma economia organizada, ape-sar das dificuldades actuais, en-quanto o Brasil tem uma econo-mia dinmica e membro do BRICS.

    Acredito que embora nem to-dos os membros produzam pe-trleo, o fundo deveria funcionar para o fortalecimento das econo-mias dos Estados-membros, sendo que a sua aplicao dever ter em conta as pontencialidades de cada pas-membro, vaticina.

    Um fundo e fortalecimento da classe As relaes empresariais so a mais-valia para os PALOP e para a CPLP, na ptica de Kapaia, in-sistindo que extremamente re-levante a criao de um fundo de coeso econmico e social com vista diminuio das assime-trias nos pases da CPLP.

    Apela, neste sentido, que im-portante o fortalecimento da classe empresarial africana e da sua independncia econmica, um assunto que preocupa, so-bremaneira, Francisco Viana, o presidente da CE-PALOP.

    Kapaia admite que uma prio-ridade, o fortalecimento da clas-se do bloco, sem descartar o pe-

    trleo, que pode representar um grande impulso para fazer acon-tecer a execuo de projectos dos PALOP.

    Precisamos de um fundo de coeso econmico e social entre todos os pases dos PALOP e da CPLP, mas precisamos tambm de capacitar as associaes e a ca-mada empresarial em vrias ver-tentes. Este deve ser o caminho do desenvolvimento e do cresci-mento, assumiu o presidente da CEEIA.

    Jorge Baptista prefere ser cau-teloso, justificando que no exis-tem fundos em outros modelos que funcionam entre antigas co-lnias e pases que falem a mes-ma lngua. Na anlise do presi-dente da AEA, o mundo global e, ao se pensar num fundo pro-teccionista para fomentar as economias do bloco africano que fala portugus, estaramos a tentar dar um passo superior realidade.

    Baptista advoga que, caso o ob-jectivo de um possvel fundo seja de elevar a marca dos PALOP e da CPLP, justo que sejam seleccio-nadas algumas reas do poten-cial desses blocos econmicos para o investimento comum, vi-sando o mercado global. Contu-do, alerta que o petrleo, nos pr-ximos 10 anos, vai fazer falta a qualquer um dos pases para col-matar as necessidades internas sociais.

    A posio de Baptista j fora manifestada por Lemos, que, apesar de todos argumentos ex-pressados, salienta que um pro-cesso pesado que a CE-PALOP e a CE-CPLP precisam de levar em conta, na elaborao de projecto, e remeter aos polticos para deci-so da criao ou no de um fun-do.

    Salimo Abdula insiste tam-bm que o fortalecimento da classe empresarial dos dois blo-cos muito importante, mas o suporte poltico na definio de financiamentos decisivo.

    Vamos colocar peritos a tra-balhar, nesse dossi, de forma profissional. No sabemos qual ser o formato do possvel fundo de desenvolvimento, mas quan-do concludo, ns, direco, leva-remos aos governos dos PALOP e da CPLP para deciso, revelou Abdula.

    Reconhece que os dois blocos econmicos precisam de dinhei-ro para avanar com megapro-jectos, mas assegura que j se comeou a trabalhar nesse senti-do.

    A CPLP j comeou a trabalhar com vista a encontrar formas de financiamento para os megapro-jectos, incluindo no quadro dos PALOP, prevendo uma platafor-ma financeira para o efeito, se-gundo Abdula.

    Disse, como prova desse em-penho, que em Junho ltimo foi realizado, em Lisboa, o primeiro encontro de bancos, instituies financeiras e seguradoras, resul-tando na criao de uma comis-so instaladora para os PALOP.

    Agora, queremos que a unio dos bancos, seguradoras e insti-tuies financeiras seja uma rea-lidade para ser uma plataforma financeira para suportar os pro-jectos empresariais dentro da CPLP, augura Abdula.

    Salimo Abdula, CE-CPLP

    Francisco Viana, CE-PALOP

    Agostinho Kapaia, CEEIA

    Jorge Baptista, AEA

    Filipe Lemos, LIDE Angola

    Entre uma mescla de desafios, sobressai a criao ou no de um fundo de desenvolvimento, a coeso empresarial e o suporte poltico

    Foto

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    e C

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  • 4 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    PALOP-CPLP

    frfrfrfricicicaic

    EurEurEurEuropaopaopaopa

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    EurEurEurEuropaopopop

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    EurEurEurEuropaopopp

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    Ammmmmm riccccccccaaaaaaaaaaaaaaaaaaddododo dod Sullllllllllllll

    PALOP e CPLP em buscade afirmao econmica

    rea (Km2):

    Capital:

    Populao:

    PIB:

    PIB per capita (USD):

    Moeda:

    RIL* (milhes USD):

    Inflao (%):

    Balana corrente:

    Dvida Externa:

    Dvida Externa (% PIB):

    Esperana de vida:

    Alfabetizao (%):

    Principais fontes de receitas:

    Indicadores Macroeconmicos, 2013

    **Instabilidade poltica no permitiunegociaes para pesquisas de crude oil

    Guin Bissau

    Localizao

    36 125

    Bissau

    1.6 milhes

    1 049 milhes USD

    615

    Franco CFA

    197

    0.9

    (-9.7) milhes USD

    238 milhes USD

    22.6

    49

    54.2 (2010)(2012) (2010)

    (2012)

    (2010)

    Legenda:

    *RIL - Reservas Internacionais Lquidas

    Ref. Converso para USD: Xe.com

    Explorao de petrleo Perspectiva**:

    Exportaes de castanha

    de caj e produtos do mar

    Cabo Verde

    4 033

    Praia

    512 mil

    1 836 milhes USD

    3 681

    Escudo de Cabo Verde

    417

    1.5

    (-37.5) milhes USD

    1 686 milhes USD

    91.8

    74

    85.3

    Sem perspectiva de petrleo vista

    Exportaes de sal, banana,

    conservas de peixe

    **Pesquisas em curso para descobertade petrleo

    Brasil

    8 511 925

    Braslia

    190.7 milhes

    2175 mil milhes USD

    11700

    Real

    358808

    5.91

    2510 milhes USD

    66,3 mil milhes USD

    3

    74

    91

    -Explorao de petrleo no pr-sal

    Exportaes de commodities

    e receitas fiscais

    no sector de servios

    So Tom e Prncipe

    964

    So Tom

    183 mil

    324 milhes USD

    1681

    Dobra

    -

    7.1

    (-6.3) milhes USD

    211 milhes USD

    65.1

    65

    89.2

    Explorao de petrleo

    Exportaes de cacau,

    90% do total

  • EXPANSO | 25 de Julho 2014 5

    frfrfrfricaicaicaa

    EurEurEurEuropopaopo

    frfrfrfricaicaicaica

    EurEurEurEuropaopaopaop

    frfrfrfricaicaicaca

    EurEEurEuropaopopp

    frfrfrfrffrfricacacac

    EurEurEurEuropaopaopopaAsia

    Austrlia

    O Frum Econmico dos Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa, em linha com a Comunidadede Pases de Lngua Portuguesa, debateu em Luanda o seu futuro econmico, integraoe estabelecimento de parcerias empresariais. O Expanso apresenta alguns indicadores macroeconmicosde 2013 dos pases membros, nalguns casos de anos anteriores, com foco numa perspectiva de todosEstados-membros produzir petrleo, no mdio prazo, motivo para criao de um possvel FundoFinanceiro com receitas do "ouro negro" para impulsionar a cooperao econmica.

    Fontes: Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Mundial e Fundo Monetrio Internacional, Banco de Moambique, Banco de Portugal, AICEP, Banco Central do Brasil, IBGE

    (2011)

    (2010) (2011) (2011)

    (2012)(2012)

    (2012) (2012)

    (2012)

    (2012)

    ** A Petrobras cancelou, desde Novembrode 2013, pesquisas nos blocos offshorede Peniche e Alentejo *** Clculo do Expanso

    Portugal

    92212

    Lisboa

    10.5 milhes

    224170 milhes USD

    26250

    Euro

    18348

    0.3

    811.8 milhes USD

    289179 milhes USD ***

    129

    80

    100

    Explorao de petrleo

    Receitas fiscais, realce

    ao sector de servios

    Guin Equatorial

    28051

    Malabo

    720 mil

    18 000 milhes USD

    23 778

    Franco CFA

    0

    7.3

    (-1.6) mil milhes USD

    990 milhes USD

    5.5

    51

    93.9

    Novos campos petrolferos

    Petrleo e gs natural

    Angola

    1 246 700

    Luanda

    21.4 milhes

    123 361 milhes USD

    5 745

    Kwanza

    34 754

    8.8

    11 179 milhes USD

    26 036 milhes USD

    21

    52

    70.4

    Explorao de petrleo no pr-sal

    Petrleo e diamante

    **Pesquisas em curso para descobertade petrleo

    Moambique

    801590

    Maputo

    24.3 milhes

    16277 milhes USD

    630

    Metical

    3103

    4.3

    (-5.1) mil milhes USD

    8698 milhes USD

    53.4

    53

    51.6

    Explorao de petrleo

    Exportaes de tabaco, acar,

    carvo mineral e gs natural

    Timor-Leste

    14954

    Dili

    1.1 milhes

    1615 milhes USD

    1371

    Dlar dos EUA

    884

    3.3

    (-650) milhes USD

    n.d.

    n.d.

    67

    58.3

    Novos campos petrolferos

    Petrleo

  • 6 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    ANTNIO PEDRO As associaes empresariais dos PALOP vo fomentar a cooperao com dinheiro prprio ? Este um trabalho a que cha-mamos de capacitar os capaci-tadores, no sentido de estes formarem a classe empresarial nas mais diversas reas, quer tecnolgicas, quer de gesto, e, portanto, o financiamento tem de ser visto numa lgica de Es-tado. H duas possibilidades, e a primeira conseguirmos obter uma percentagem dos impos-tos que estamos a pagar, como empresrios, nas mais diversas reas do sector empresarial pri-vado, para fazermos um bom trabalho com vista ao fortaleci-mento da classe empresarial. Se por esta via no conseguirmos consenso, ento o prprio Esta-do pode assumir esta responsa-bilidade, como j o fazem mui-tos pases, procurando identifi-car um montante aproximado da realidade actual do funcio-namento das associaes em-presariais. uma forma de es-tas se enquadrarem neste mo-saico empresarial dos PALOP, com trabalho de capacitao e de melhoramento da competi-tividade dos empresrios. Por isso, ou o Estado que assume a carga financeira, atravs de uma afectao de verbas, ou fa-cilita-nos os recursos descon-tando uma taxa dos nossos im-postos para o efeito. Por quanto tempo o Estado poderia assumir este encargo financeiro, antes de o deixar nas mos dos empresrios? A questo no o Estado assu-mir esta responsabilidade por quantos anos, afinal pagamos impostos, contribumos, e, por-tanto, no uma esmola que es-tamos a pedir. um dever pegar em parte desta verba, para a qual estamos a contribuir, e in-vestir na formao das nossas empresas. disso que estamos a falar, e no por quanto tempo o Estado pode assumir o peso fi-nanceiro dessa cooperao. um processo contnuo para os anos que se avizinham, por-que h sempre necessidade de formao, de actualizao, de fazer encontros de marketing, comerciais, de vendas, de trei-namento. Por isso, o dinheiro ter de vir sempre de uma das duas hipteses que apontei. Como encara a hiptese de se criar um fundo financeiro, no mdio prazo, com dinhei-

    ro do petrleo j explorado por vrios pases da CPLP e, futuramente, tambm ser por outros para esse efei-to? Bem, no queremos andar atrs do dinheiro do petrleo para a criao de um fundo financeiro, ainda que, no mdio prazo, sur-

    ja esta possibilidade com os ce-nrios que apontou. Na prtica, no queremos depender do pe-trleo para termos um fundo fi-nanceiro. Achamos que, se nos derem a oportunidade de des-envolvermos as nossas aces empresariais no mbito da co-munidade, com parte dos im-postos que pagamos que no so poucos, s para dar exem-plo, o imposto industrial em Angola de 30% , no h ne-cessidade de ir buscar dinheiro onde no estamos a vender. Os projectos que assumimos, de-

    pois da aposta poltica, so de grande envergadura, e isto um enorme desafio a nvel da co-munidade. Se formos constatar as realidades do Brasil e de Por-tugal, este tipo de apoio do Es-tado existe e continuar a exis-tir. Somos ns que temos de lu-tar pela nossa conquista e inde-pendncia econmico-empre-sarial, mas, ao mesmo tempo, necessrio que o Estado, nos Estados-membros dos PALOP, adopte este modelo. O presidente da Confedera-o Empresarial da CPLP, Salimo Abdulla, admitiu ao Expanso que um fundo fi-nanceiro extremamente re-levante, mas sero feitos es-tudos sobre o modelo ade-quado Sim, fizemos uma reunio com bancos comerciais da CPLP, so-ciedades financeiras e segura-doras, para encontrarmos fr-mulas sobre os trabalhos que pretendemos desenvolver. um processo que tem o seu tempo para poder concretizar--se. No se trata de irmos bus-car o que no nos pertence, mas de utilizarmos bem algumas verbas que so retiradas do Es-tado para determinadas causas, e ns estamos aqui para refor--las, no caso, as causas do em-presariado, da capacitao fi-nanceira e tecnolgica. Temos a convico de que, do lado de Angola, no quadro dos PALOP, o Estado vai dar este passo.

    Est salvaguarda a protec-o jurdica de investimen-tos recprocos? Podemos fazer proteco aos investimentos a nvel da comu-nidade, mas toda a proteco tem os seus limites. A maior proteco a capacitao e dar competitividade aos que esto a trabalhar connosco. No vamos atrs das proteces, mas que-remos ir atrs do que beneficia o consumidor final neste uni-verso dos PALOP. Se algum vende determinado produto mais barato que outros, preci-so haver financiamento para conhecermos estas fontes e tra-zer o mais barato para os nossos mercados. J foram planificadas roda-das de negcios? O modelo das rodadas de neg-cios parece-me feliz, na medida em que preciso identificar, para j, quem o parceiro es-trangeiro, o que faz, qual a sua filosofia empresarial. Apesar disto, temos de respeitar o mer-cado, quem apresenta melhor preo e posio privilegiada no mercado. As exportaes e importa-es entre os PALOP so re-siduais, quase inexistentes, principalmente quando se observa os indicadores de Angola. Como pensam rever-ter este quadro? Temos um programa para o des-envolvimento do comrcio dos

    nossos pases, mas a nossa prio-ridade no so as trocas comer-ciais. Gostaria de chamar a aten-o para o que mais importan-te neste processo. O mais im-portante saber, em cada mil comerciantes na Guin-Bissau, quantos so guineenses. Em cada mil comerciantes em An-gola, quantos so angolanos e, em cada mil comerciantes em Moambique, quantos so mo-ambicanos. Se estivermos preocupados com as trocas co-merciais, at podem aumentar, mas pode ocorrer entre chine-ses, libaneses, ou empresrios de outras nacionalidades que operam nesses mercados. A maior preocupao consiste em quem domina o comrcio, quantos nacionais trabalham em actividades de comrcio. No estou a querer dizer que os estrangeiros no so bem-vin-dos, mas sim que, para fazer co-mrcio em frica, a maioria tem de ser africana. No caso de An-gola, Luanda em particular, quantos micro e mdios comer-ciantes no Cazenga, no Hoji-ya--Henda, so angolanos? No sinal de que os nossos irmos estrangeiros no sejam bem--vindos, nada disso. O lado dif-cil dessa empreitada que te-mos de formar comerciantes angolanos, cabo-verdianos, gui-neenses. Por isso que, mais im-portante do que as trocas co-merciais, termos comercian-tes dos nossos pases, no em exclusividade, mas em maioria.

    Entrevista a Francisco Viana

    O presidente da Confederao Empresarial dos Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa (PALOP) admite duas vias para financiamento da cooperao econmico-empresarial entre os pases-membros. Ou os Estados assumem a carga financeira para ajudar aos objectivos ou do incentivos fiscais s empresas.

    No queremos depender do petrleo para termos um fundo financeiro

    O mais importante no so as trocas comerciais, mas saber, por exemplo, em cada mil comerciantes na Guin-Bissau, quantos so guineenses

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    PALOP-CPLP

    6 EXPANSO | 25 de Julho 2014

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  • 8 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    OPINIOD I T O

    Os investimentos que esto a ser feitos, ou que podem vir a ser feitos, nos domnios dos sectores primrio e secundrio da nossa economia dizem muito sobre

    o que ser Angola no futuro, em termos de industrializao. Mas no h pas que se industrialize sem possuir fontes seguras de matrias-primas internas necessrias.

    Avanar em industrializao sem alternativas internas plausveis no domnio das matrias primas , no mnimo, uma aposta arriscada de mais.

    A clebre frase do Dr. Agostinho Neto, segundo a qual a agricultura a base, e a indstria, o factor decisivo do desenvolvimento no deixa iluses a esse respeito. A agricultura extensiva, tanto pelo sector pblico quanto pelo privado, como se tem vindo a fazer com a produo do milho em Malanje, do arroz no Cuando Cubango e no Bi, ou o que se est a fazer na Matala, Humpata e Chibia, na Hula, mostra o caminho, mas no diz tudo.

    No caso das indstrias de equipamentos, materiais de construo e outras, o Pas vai continuar dependente, por muito mais tempo ainda. Est distante o dia em que vamos produzir o suficiente, a partir de matrias-primas nacionais, o ferro para as obras, os cabos elctricos, os plsticos, os pneus, enfim, os tecidos.

    O sector secundrio, para ser alavancado, necessita, em primeirssima instncia, de um sector primrio robusto e slido. Quando que nos daremos ao belo prazer de degustar um sumo fresquinho produzido a partir de frutas nacionais? H j alguns indcios na Hula, mas apenas ali mesmo. Esta incipiente produo deve estender-se a outras regies que podem faz-la. O anncio recente da ministra da Indstria, Bernarda da Silva, sobre o arranque do Programa de Industrializao das Zonas Rurais em todo o territrio um bom indicativo. Contudo, se estivermos atentos

    ao actual parque industrial, j instalado, e implementao de inmeros plos industriais em diversas provncias, eles ainda deixam muitas questes em aberto.

    Avaliando os investimentos em curso na nossa economia, existem riscos latentes. Nenhum pas saiu do fosso do subdesenvolvimento, no mundo, sem que tenha resolvido o problema da economia agrria. Ela a energia que impulsiona a indstria. Mas, tambm certo, nenhum pas avana apenas com a grande produo agro-industrial.

    A pequena produo agrcola familiar um suporte indispensvel para o equilbrio da economia. Ela no tudo, como no a industrializada. As duas complementam-se e contribuem para o fortalecimento da economia. Elas so fortes aliadas de apoio indstria.

    Mesmo nos pases avanados, a pequena produo mercantil no desapareceu. Ela ocupa uma poro importante como fonte principal de suporte alimentar populao rural. Em Angola, ela no excepo. Aqui, ainda , em grande escala, a fonte alimentar principal da maioria da populao e suporte da renda familiar.

    Mesmo a mancar, no seu actual estgio, a agricultura familiar pode suportar uma fatia interessante de suprimentos em matrias-primas para o segundo sector. Para que se tire um maior proveito dessa produo, indispensvel que ela no seja desperdiada.

    Pelo Pas fora, h ainda milhares de camponeses que no conseguem levar o

    As empresas no devem olhar muito para os custos de participao nas feiras, mas ver a facilidade e a oportunidade que estes espaos proporcionam para o desenvolvimento dos seus negcios Manuel Domingos Bunga Economista

    Para que a economia produza mais bens de consumo, necessrio o recurso aos bancos, onde vai funcionar a intermediao financeira, porque assim as pessoas poupam mais do que gastam, mas tambm existem outras que gastam mais do que poupam Aguinaldo Jaime Presidente do conselho de administrao da Agncia Reguladora de Superviso de Seguros

    Angola j no est interessada em apenas importar produtos, quer parcerias e investimentos para a produo local, precisamos de estar atentos a esses avanos Maria Reis

    Embaixadora do Brasil em Angola Temos conhecimento de que, nos ltimos anos, os apoios a conceder s organizaes no governamentais tm-se concretizado na forma de cooperao estabelecida mediante acordos com tarefas concretas, responsabilidades e a necessria prestao de contas Joana Lina Segunda vice-presidente da Assembleia Nacional

    A Itlia um pas amigo, o povo italiano apoiou o povo angolano nos momentos mais difceis da sua histria, quando lutava pela libertao nacional, e ter sido o primeiro pas ocidental a reconhecer a independncia atesta a importncia que sempre atribuiu a Angola e ao seu povo, sendo, pois, um grande sinal de amizade e solidariedade, que nos comprometemos a reforar Jos Eduardo dos Santos Presidente da Repblica

    Uma indstria dependente uma iluso

    Nos equipamentos e materiais de construo, o Pas vai continuar dependente do exterior por muito mais tempo ainda

    Norberto Carlos Docente universitrio

    A N L I S E

    Director Carlos Rosado de Carvalho Chefe de Redaco Adjunto Francisco de Andrade Grande Reprter Csar Silveira Redaco Andr Samuel, Aylton Melo, Estvo Martins, Eunice Sebastio, Marcelino Von-Haff, Nelson Rodrigues e Ana Filipe (Secretria de Redaco), Yollanda Pacavira (Secretariado), Rui Gouveia (Reviso) Colaboradores Alexandre Frade Batista, Cndido Mendes Fotografia Edson Chagas (Subeditor), Csar Magalhes, Ldia Onde Departamento Grfico Gilson Cssio, Marta Gregrio Infografia Expanso/Anyforms Design Projecto Grfico Econmica/+2 designers Produo Ana Marques (Chefia), Artur Camaro, Carlos Martins, Joo Santos Tratamento de Imagem Samuel Rainho (Coordenador), Paulo Garcia, Tiago Maia Impresso Sogapal Distribuidora Score Media Direco Comercial Sofa Costa (Directora), Carina Amuedo, Carla Carreira, Ctia Amado, Jorge Domingos Miguel Direco Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Garcia Jos, Herlander Toms, Katila Denise, Stanislau Pataca Contactos: 244 222 322 665 / 244 222 322 674 Fax: 244 222 443 453. Rua Damio de Gis, n. 81 Bairro de Alvalade, Luanda Angola Contactos E-mail: [email protected] / [email protected] Distribuio em Portugal Estratgia Media Direco-Geral Nilza Rodrigues Departamento Administrativo Amlia Saavedra Contactos +351 927747062 Registo MCS-520/B2009

  • EXPANSO | 25 de Julho 2014 9

    pouco que produzem para os mercados, para os centros de consumo ou para as poucas indstrias existentes. Como h, tambm, pequenos agricultores que preferem no arriscar na diversificao de variantes que podem ajudar a sustentar a indstria.

    H, como se pode constatar, uma produo no campo que pode ser aproveitada, mas no . Para inverter este quadro, necessrio incluir outros agentes, que no o Estado, nesta cadeia. fundamental que o pequeno comerciante faa parte dela. O comerciante pode participar na compra e venda dos produtos agrcolas. Mas este, por sua vez, deve usufruir de incentivos e garantias de que haver retorno seguro do dinheiro empregado. A introduo deste elemento na cadeia de intermediao entre o campo e os centros de consumo permitir que o Estado se liberte, paulatinamente, de encargos sem retorno previsvel. Porm, tudo isso requer afinao e sintonia entre os diferentes actores que intervm na tomada de decises.

    O certo que uma indstria forte e de qualidade importante para que o Pas possa dar o salto necessrio e ombrear com outros na corrida para o livre comrcio na regio da SADC. Isto decisivo, at. Atingindo esta meta, Angola mostrar robustez suficiente para decidir o seu futuro na regio.

    Por agora, o melhor manter o optimismo, sabendo que h, pelo menos, projectos capazes de decidir o nosso futuro. De resto, Angola pode mostrar--se organizada e competitiva para conquistar um lugar importante no mercado da frica Austral.

    Mas h, ainda, motivos para nos preocuparmos. E muito. Assusta a quantidade de vezes que apostamos em iniciativas empresariais cujos resultados no deram resultados, pelo menos os esperados. Assusta a dificuldade em gerar mais empregos e no voltar a perd-los. Assusta, tambm ainda, ver a enorme dificuldade que o Pas tem em sustentar as poucas indstrias com matrias-primas nacionais. Mas nada, rigorosamente nada, assusta tanto quanto a pobreza de investimentos para a produo de matrias-primas para a indstria transformadora.

    As alternativas actuais ainda so incipientes, primrias, muito simples. Elas no garantem nada, por enquanto, convenhamos. Mas bem razovel esperar mais.

    O Pas tem tudo o que permite mais, o que permite dar certo. Difcil constatar que o cenrio contraditrio. A andar como vamos, at aqui, ainda cedo para vislumbrarmos como alguns investimentos j feitos no sector primrio e secundrio podem dar certo ou trazer desiluses.

    O que se est a fazer, agora, ainda no motivo para se sair por a a cantar vitrias, nem desespero. motivo de alerta. Estes investimentos podem, sim, decidir o que se pretende, no papel.

    Sob o lema Os desafios da atraco de investimento estratgia, legislao, instituies, infra--estruturas e recursos humanos, arrancou, na ltima tera-feira, 22 de Julho, a 31. edio da Feira

    Internacional de Luanda (FILDA). Mais de 800 expositores, dos quais cerca

    de metade so estrangeiros provenientes de cerca de 40 pases, montaram estamin no recinto do Cazenga para darem a conhecer ao mercado a sua oferta de produtos e servios.

    Se verdade que a FILDA , antes do mais, uma oportunidade para as empresas se exibirem, dando uma de mad, no menos certo que o Governo pode e deve aproveitar este palco internacional para promover as potencialidades do Pas como receptor de investimento.

    As empresas estrangeiras vm maior feira de Angola para tentarem vender produtos e servios oriundos dos respectivos pases.

    O principal desafio do Governo convencer essas empresas a produzirem c na banda, ajudando diversificao da economia e criao de emprego. Desde a abundncia e a diversidade dos recursos naturais, at localizao geogrfica privilegiada, passando pelo mercado jovem e em crescimento, no faltam argumentos para atrair investimento estrangeiro.

    Um argumentrio rico e variado, que mais do que compensa os problemas que tambm temos, como a falta de competitividade, principal sintoma da nossa petrodependncia, e o mau ambiente de negcios, j para no falar da maka dos vistos.

    No faria mal, pelo contrrio, temperar a confiana que nos caracteriza, alertando os potenciais investidores para algumas dificuldades que os esperam. Coisa que, regra geral, as autoridades, mas no s, ignoram quando esto perante plateias estrangeiras.

    No tenhamos iluses. Quem pensa em investir em Angola, antes de se meter no avio, l os principais relatrios internacionais sobre o Pas, identifica os seus pontos fortes e fracos e compara-os

    com os de outras economias. Quando um homem, ou mulher, de

    negcios entra num avio para Luanda, quer dizer que a anlise custo-benefcio que fez com base na informao que recolheu justificou o investimento de vir conhecer Angola no terreno. Por isso, no adianta insistir na tecla de que somos a oitava maravilha do mundo, sob pena de fazermos alguns investidores sentirem que os queremos fazer passar por mal informados. Quem vem investir em Angola sabe que est a investir num pas novo com as vantagens e inconvenientes da resultantes.

    O que acabo de escrever no se aplica apenas aos expositores estrangeiros que esto na FILDA. Nos ltimos tempos, assistimos em Luanda a um verdadeiro corropio de misses empresariais estrangeiras em busca de oportunidades de negcios nos mais variados sectores. S neste ms passaram por c delegaes da Holanda, Brasil e Itlia com dezenas de empresrios acompanhados de governantes.

    Todas as misses que visitam Angola so precedidas de um aturado trabalho de casa de preparao que envolve as embaixadas desses pases que municiam os participantes de todo o tipo de informao sobre o Pas. Boa e m. Mais uma vez, s o facto de se darem ao trabalho de vir at c porque concluram que Angola pode valer a pena.

    No tenhamos iluses. Quem pensa em investir em Angola, antes de se meter no avio, l os principais relatrios internacionais sobre o Pas, identifica os seus pontos fortes e fracos e compara-os com os de outras economias

    Excesso de madosmo tambm no bom

    E C O N O M I A 1 0 0 M A K A S

    Carlos Rosado de Carvalho Director

    Uma indstria forte e de qualidade importante para que o Pas possa dar o salto necessrio e ombrear com outros na corrida para o livre comrcio na regio da SADC

    Pela boca morre o peixe...A Portugal Telecom anda nas bocas do

    Mundo e no pelas melhores razes. A operadora lusa investiu quase mil milhes de euros, qualquer coisa como 150.000 milhes Kz em papel comercial, ttulos de dvida de curto prazo da Rioforte, que falhou o pagamento. Ou seja, a PT emprestou dinheiro Rioforte, do Grupo Esprito Santo, e no foi reembolsada na data combinada. Trago este assunto colao, porque no h muito tempo a PT denunciou a Unitel, onde detm uma participao de 25%, por

    conceder crdito aos seus prprios accionistas, embora sem os nomear. A Telecom portuguesa, tudo o indica, est de sada da empresa angolana devido a divergncias com os restantes accionistas. Como escrevi aqui recentemente, uma questo de preo. Compreendo que, com a denncia, a PT quisesse valorizar o seu peixe. Mas no havia necessidade. caso para dizer: pela boca morre o peixe ou faz o que eu digo, no faas o que eu fao ou ainda olha o nu a falar do roto.

  • EMPRESAS

    10 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    E D E L S O N A N G O L E L E C T R I C I D A D E

    2,2 mil milhes Kz33 novos postes 16,4 mil milhes Kz

    JOS DUARTE FIGUEIREDO

    A Lucapa Diamonds anunciou re-centemente que vai comear a ex-plorar uma mina em Angola nos prximos dois anos, podendo, des-ta forma, superar o maior produtor de diamantes do Pas, a Catoca.

    O depsito Lulo, a cerca 700 qui-lmetros a leste de Luanda, poder ser ainda mais valioso do que a Ca-toca, a quarta maior mina de kim-berlito do mundo, a julgar pelo va-lor das pedras, com uma mdia de 6.533 USD o quilate, afirmou o res-ponsvel da Lucapa, Miles Ken-nedy. Este valor compara com os cerca de 100 USD por quilate da mina da Catoca.

    Isto sugere que, aps os kim-berlitos lavados nos canais de rios antigos, o prmio vai ser substan-cial, afirmou Miles Kennedy numa entrevista a partir de Perth, na Austrlia, onde a Lucapa se ba-seia.

    Este um longo e cientfico jogo. No estamos a prometer por excesso, mas as primeiras desco-bertas dizem-nos que poderemos estar optimistas, adiantou.

    Angola, o quarto maior produtor de diamantes em valor, tem vindo a incentivar a indstria, baixando os impostos e os requisitos relativa-mente propriedade das minas, anteriormente controladas pelo Estado. A crise financeira global em 2008 forou o encerramento de algumas minas, mas o Governo est agora a atribuir novas reas de explorao.

    Os diamantes so formados em canais de antigos vulces subterr-neos. Apenas cerca de 1% desses canais contm pedras preciosas. Os kimberlitos aluviais so encon-trados ou superfcie dos rios ou nos canais de antigos vulces que foram corrodos por lenis de gua subterrneos.

    Os preos das gemas de diaman-te subiram 2,4% este ano e estavam a cotar-se nos 8.122 USD, de acordo com o Rapaport Diamond Trade Index. O ndice formulado a par-tir do preo mdio pedido para os 25 melhores diamantes de 1 quila-te, da cor entre D e H e da claridade.

    A Lucapa Diamonds est prestes a obter uma licena para explorar pedras aluviais numa extenso de 3 mil quilmetros quadrados da concesso Lulo at ao final deste ano, adiantou Miles Kennedy, sen-do que a mina poder ter cerca de 500 mil quilates, de acordo com documentos da empresa.

    Em Maio deste ano, a empresa australiana encontrou quatro dia-mantes de boa forma e cor pe-sando 1,85 quilates durante as duas primeiras semanas, usando uma nova unidade de processamento, de acordo com documentos da em-presa. Um quilate um quinto de um grama.

    O potencial est l, disse Ken-nedy, acrescentando que em ne-nhuma parte do mundo foi anun-ciada a descoberta de diamantes deste calibre e valor. Nenhum. Nem um, frisou.

    Lucapa com 40% da concesso Lulo fica a cerca de 150 quilme-tros de Catoca na mesma formao geolgica, a Lucapa Graben, que vai desde a provncia do Namibe, na Costa Atlntica, at ao Sudoes-te, na fronteira da Repblica De-mocrtica do Congo, no Nordeste.

    O canal que est a ser explorado um dos oito numa pequena lista de 250 j identificados e tem 220 hectares, quase quatro vezes o ta-manho do Catoca.

    A Lucapa tem 40% da concesso de minerao de kimberlito, en-quanto a Endiama detm 33%. A empresa Rosas e Ptalas SA de-tm o restante capital, segundo do-

    cumentos da empresa. Os acordos de explorao e produo com o Governo foram estendidos para mais dois anos (Maio de 2016), tan-to para aluvial como para as pedras de kimberlito, de acordo com os documentos. A anterior legislao obrigava a que a estatal Endiama ficasse com 50% da maioria das minas.

    A Rosas e Ptalas pertence ao advogado Celso Rosa, dono da con-

    cesso desde 2002, que foi posta a concurso pelo Executivo em 2008 para atrair investidores, afirmou Miles Kennedy. A Lucapa est em prospeco h seis anos, acrescen-tou.

    A Sociedade Mineira de Catoca explora a mina de Catoca, que pro-duz cerca de 70% dos diamantes de Angola em volume. propriedade de Endiama, OAO Alrosa, Ode-brecht, bem como de uma parceria entre a China e a Sonangol. A mina produziu 6,5 milhes de quilates em 2012, gerando um uma receita de 575 milhes USD.

    Angola produziu 9,36 milhes de quilates no ano passado no valor de 1,28 mil milhes USD, ficando atrs de Botsuana, Rssia e Cana-d, de acordo com o Processo de Kimberley, um grupo internacio-nal que trabalha para interromper o fornecimento dos chamados dia-mantes de sangue de zonas de guerra.

    N O L U L O , C E R C A D E 7 0 0 Q U I L M E T R O S A L E S T E D E L U A N D A

    Lucapa tem depsito de diamantes para superar Catoca Os australianos da Lucapa Diamonds vo comear a explorar o depsito Lulo e acreditam que daqui a dois anos vo superar o maior produtor de diamantes do Pas, a Catoca. Os diamantes encontrados so de alta qualidade.

    Os preos das gemas de diamantes no mercado internacional subiram 2,4% este ano

    DR

    A Lucapa Diamonds est prestes a obter uma licena para explorar pedras aluviais numa extenso de 3 mil quilmetros quadrados

    Valor da central trmica a ser construda este ano Nova central trmica avaliada em 2,2 mil milhes Kz (23 milhes USD) ser construda este ano no municpio do Cuito Cuanavale na provncia do Kuando Kubango. A infra-estrutura, a erguer em 12 meses, vai ter uma capacidade para gerar 7,5 megawatts de energia elctrica.

    Valor do contrato entre a petrolfera e a KCA Deutag A empresa escocesa KCA Deutag foi contratada por dois anos num valor de 16,4 mil milhes Kz (170 milhes USD), pela Sonangol, para a realizao de furos de prospeco em diversos blocos martimos. A KCA Deutag est presente em Angola desde 2005.

    Nmero que a empresa prev instalar no municpio de Viana A EDEL, Empresa de Distribuio de Ener-gia Elctrica, prev instalar 33 novos pos-tes de transformao de energia no muni-cpio de Viana. Os novos postes esto a ser montados no Zango (seis), Sapu (sete), Caop (cinco), Viana-sede (trs), Mulenvos de Baixo (quatro) e noutras zonas.

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  • 12 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    EMPRESAS

    JOS DUARTE FIGUEIREDO

    O sector de agro-pecuria da Nambia vai iniciar uma srie de iniciativas para garantir novos mercados em Angola e na Zmbia, uma vez que est a enfrentar dificuldades para exportar para a frica do Sul.

    Sakkie Coetzee, presidente da Unio Agrcola da Nambia (NAU, em ingls), afirmou Bloomberg que os agriculto-res namibianos esto a procu-rar novos mercados para o gado, at porque as exporta- e s p a r a a f r i c a d o S u l , o maior comprador, esto em r i s c o, n o d e v i d o c r i s e d e c o n s u m o m a s t a m b m p o r -que o pas vizinho introduziu restries.

    A N a m b i a , q u e e x p o r t a c e r c a d e 4 9 0 m i l a n i m a i s para a frica do Sul por ano, no vendeu qualquer animal para o seu vizinho desde 1 de Maio deste ano. A frica do Sul imps novas regras, que i n c l u e m t e st e s i n d i v i d u a i s d e sa d e p a r a c e r t a s d o e n -as, de quarentena dos ani-m a i s a n t e s d o t r a n s p o r t e , b e m c o m o p r o v a d e t r a t a -mento de parasitas internos e externos.

    Sakkie Coetzee referiu que

    as regras so rigorosas e no necessrias, j que as regras sanitrias da Nambia esto de acordo com as normas da U n i o E u r o p e i a , u m d o s p r i n c i p a i s d e st i n o s p a r a a carne bovina do pas.

    A nossa produo est vol-tada para a exportao para a f r i c a d o S u l , m a s, p e r a n t e esta situao, estamos agora a explorar formas de ter Angola e a Zmbia como opes para novos mercados, adiantou o presidente da NAU.

    A Nambia exporta cerca de 150 mil leites desmamados o u b ez e r r o s j ov e n s p a r a a frica do Sul por ano. Alm disso, o pas tambm trans-porta 240 mil cabras e cerca de 100 mil ovelhas anualmen-te para matadouros na pro-vncia de KwaZulu-Natal, re-velou Coetzee.

    O Ministrio da Agricultura da frica do Sul e represen-tantes da indstria pecuria decidiram a 10 de Junho que as necessidades de importa-

    o s e r i a m s i m p l i f i c a d a s para facilitar o comrcio, sal-vaguardando o estado sani-t r i o d o p a s e m r e l a o s i m p o r t a e s d e a n i m a i s d a Nambia, disse o Ministrio num comunicado.

    No temos escolha a no ser encontrar mercados al-ternativos, afirmou Sakkie Coetzee, acrescentando que o mercado de Angola no ir, de certeza, absorver os mesmos nmeros de exportao que a frica do Sul.

    Crise na frica do Sul obriga produtores da Nambia a virarem-se para AngolaOs produtores de gado namibianos querem exportar carne para Angola depois de uma queda de consumo na frica do Sul e de novas restries sanitrias. O pas vizinho o principal mercado, recebendo 490 mil animais por ano.

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    A produo de gado da Nambia est voltada para a frica do Sul. Produtores so obrigados a procurar novos mercados

    A G R O - P E C U R I A

    Os produtores de gado da Nambia dizem que cumprem as regras sanitrias impostas na Unio Europeia e que, portanto, esto aptos a exportar para Angola

    Tecnolgica lusa vende

    para Angola h trs anos e escolheu o Pas como

    primeiro destino para a instalao

    de escritrios fora de Portugal.

    EUNICE SEBASTIO

    A Gema, empresa de desen-volvimento tecnolgico e so-lues digitais interactivas, v a i c r i a r a p l i c a e s p a r a o mercado angolano em parce-ria com universidades locais, revelou ao Expanso Martim Pessanha, scio da empresa.

    O projecto vai envolver uni-versidades que leccionam In-formtica cujo nome o res-ponsvel no indicou e deve

    arrancar no primeiro trimes-tre de 2015, naquele que o primeiro passo da internacio-nalizao da empresa portu-guesa, que j vende para An-gola h trs anos.

    A n g o l a f o i o p a s q u e a Gema escolheu para iniciar a internacionalizao, disse. A empresa opera no Pas com o nome Gema Digital, sendo detida a 100% pela Gema Por-tugal. Segundo o gestor, Ango-la, onde tem crescido cerca de 5 0% po r a no, o m ercado mais importante para a Gema aps Portugal.

    A Gema dis p on ibiliza software e servios, nomeada-mente aplicaes interacti-vas, hologramas, ecrs inter-activos, jogos, aplicaes mo-bile e solues de realidade aumentada. Em Angola factu-rou, em 2013, cerca de 87 mi-lhes Kz (900 mil USD), tendo como clientes empresas como C h e v r o n , Tot a l , Z a p, E S S O,

    S o c i e d a d e B a a d e L u a n d a , Angola Cables, Movicel, Ode-brecth e BigMedia.

    E st e a n o, e st i m a f a c t u r a r cerca de 145 milhes Kz (1,5 milhes USD) em Angola.

    Em termos de conjunto, a Gema, que emprega cerca de 40 pessoas, facturou em 2013 cerca de 2 milhes de euros (pouco mais de 262 milhes Kz) e prev, este ano, chegar aos 2,5 milhes de euros.

    O gestor avanou que a ni-ca dificuldade que a empresa encontra no mercado angola-no tem que ver com a falta de oferta de alguns equipamen-tos com tecnologia de ponta com os quais a Gema trabalha.

    Angola tem evoludo mui-to, mas, neste momento, o que nos preocupa a falta de equi-pamentos para a instalao dos nossos servios, afirmou. Os equipamentos da empresa provm de pases como China, EUA, Alemanha e Portugal.

    Entre os projectos j reali-zados em Angola est o desen-volvimento de solues para a i n a u g u r a o d a e st a o d e Sangano da Angola Cables, as-

    sim como para a Esso e para a Sonang ol. Posteriormente, assinou com a Total um con-trato de gesto da rea digital de um projecto do Departa-mento de Desenvolvimento Sustentvel, que consistiu na criao de um videomapping de Natal num dos edifcios da petrolfera.

    Martim Pessanha disse no temer a concorrncia em An-gola, porque o mercado local no conta com nenhuma ou-tra empresa a prestar os mes-mos servios. Ainda assim, garantiu, a Gema vai conti-n u a r a t r a b a l h a r c o m o t e m trabalhado, com vista a satis-fazer sempre os clientes .

    Para alm de Angola, a em-p r e s a v e n d e s e r v i o s p a r a pases como o Brasil e como os Estados Unidos da Amri-ca, estando prevista a abertu-ra de escritrios tambm na frica do Sul e em Moambi-que.

    T E C N O L O G I A

    Gema instala-se em Luanda e prepara parcerias com universidades locais

    Facturao no mercado angolano atingiu os 900 mil USD em 2013

  • EXPANSO | 25 de Julho 2014 13

    Empresa luso-angolana

    investe perto de 200 milhes Kz em unidade de fabrico de equipamentos de perfurao e agrcolas.

    Fbrica arranca em Setembro e vai criar, numa primeira fase,

    34 empregos nacionais.

    MARCELINO VON-HAFF

    A Oxdrill Angola, sociedade luso-angolana que opera na rea metalomecnica, investiu 194,1 milhes Kz (cerca de 2 milhes USD) na construo de uma f-brica, em Viana, que arrancar no prximo ms de Setembro, revelou ao Expanso o scio-ge-rente, Vtor Cavalinhos.

    A unidade, de acordo com o responsvel, vai produzir m-quinas de perfurao para cap-tao de gua, material para geo-tecnia e obras, e componentes metalomecnicos. O projecto, explicou Vtor Cavalinhos, j foi aprovado pela Agncia Nacional

    de Investimento Privado (ANIP), faltando fechar alguns aspectos burocrticos para que inicie a laborao.

    Estou em crer que, no futuro, a nossa fbrica ter todas as con-dies para ser um dos plos in-

    dustriais mais bem estruturados de frica. A Zona Econmica Es-pecial de Luanda e Bengo o nosso alvo para desenvolver oportunidades de negcio j identificadas, garantiu.

    A construo da unidade que vai gerar 34 empregos nacionais est enquadrada no plano es-tratgico da Oxdrill Angola, tra-tando-se de um investimento a mdio/longo prazo completa-mente virado para o potencial

    agrcola e mineiro de Angola. A Oxdrill, avanou, pretende

    afirmar-se como uma empresa de referncia a nvel do mercado nacional e internacional, tendo j planos para, no curto prazo, desenvolver aces comerciais nos pases vizinhos.

    Questionado pelo Expanso sobre o posicionamento da em-presa no mercado nacional, o responsvel assegurou que no ser difcil tornar-se um grande player no campo de equipamen-

    tos de perfurao. Acreditamos que vamos al-

    canar um posicionamento sin-gular no mercado nacional, esse o nosso principal objectivo. No ser difcil, pelo menos no campo dos equipamentos de perfurao, pois seremos o ni-co fabricante angolano, disse

    Para alm de mquinas de per-furao para captao de gua e equipamentos para trabalhos de geotecnia e outras obras, a fbrica tambm vai produzir, na vertente

    agrcola, charruas, derregadores, escarificadores, chisis, grades de discos, vibrocultores e rebo-ques, indicou o scio-gerente.

    A Oxdrill Angola uma socie-dade luso-angolana constituda para a realizao de investimen-to em Angola, sendo o seu objec-tivo o fabrico, a comercializao e a distribuio de equipamen-tos industriais, metalomecni-cos, de extraco, explorao e agrcolas, bem como de acess-rios e de servios conexos.

    M E T A L O M E C N I C A

    Oxdrill avana com fbrica em Viana

    Empresa garante que elegeu a Zona Econmica Especial Luanda/Bengo para criar novos negcios

    A unidade vai gerar, numa primeira fase, 34 postos de trabalho

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  • 14 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    EMPRESAS

    B R E V E S

    Portugal quer mais cooperao com Angola na energia O vice-primeiro-ministro portugus, Paulo Portas, afirmou segunda-feira, em Luanda, haver necessidade de se darem passos pragmticos e positivos para reforar a cooperao no domnio de energia e guas entre Portugal e Angola. Falando imprensa no final de uma reunio que manteve com o ministro de Energia e guas, Joo Baptista Borges, o governante portugus esclareceu que o encontro visou compreender melhor os planos importantes de desenvolvimento na rea de energia e guas, que consta do programa do Executivo angolano e que fazem parte de um processo contnuo.

    Fundador da Odebrecht morre com 93 anos Norberto Odebrecht, que iniciou um escritrio de engenharia e transformou a Odebrecht na maior construtora da Amrica Latina, morreu domingo com 93 anos de idade. Norberto Odebrecht criou a empresa em 1944 no Estado da Bahia, expandindo-o para outras regies do Brasil na dcada de 1960. A empresa expandiu-se no exterior na dcada de 1970. Nascido em 1920 numa famlia de ascendncia alem, Norberto Odebrecht estudou Engenharia e comeou a trabalhar para a construtora do seu pai. Norberto entregou a presidncia da sua empresa ao seu filho Emlio em 1998 e dedicou-se Fundao Odebrecht, uma organizao educacional e ambiental, sem fins lucrativos. O seu neto Marcelo o actual presidente executivo da Odebrecht SA.

    Empresas italianas apostam na parceria com angolanas Mais de quatrocentas empresas italianas esto muito interessadas em fazer parcerias de negcios com congneres angolanas, garantiu em Luanda a vice-presidente da Confederao de Industriais Italianos, Licia Mattioli. Licia Mattioli, que fez estas declaraes no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, aquando da chegada do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, lembrou que h pouco menos de um ms realizou-se em Turim (Itlia) um frum de negcios com vrios ministros angolanos, onde foram abordadas as vias de cooperao empresarial entre os dois Estados. Explicou que so vrias as companhias interessadas nesta parceria, nomeadamente as relacionadas com agro--indstria, construo, mecnica, energia, aviao, entre outras.

    Regulador do mercado de capitais lana campanha para explicar o seu papel regulador aos angolanos. Trabalho criativo a cargo de agncia portuguesa em parceria com a Boost.

    DAVID RODRIGUES

    A associao da funo regu-ladora do rbitro no desporto ao papel da Comisso do Mer-cado de Capitais (CMC) a li-nha condutora na campanha institucional do organismo li-derado por Archer Manguei-ra, que, numa primeira fase, decorre at Agosto, sendo de-pois retomada entre Setem-bro e Outubro.

    Em declaraes ao Expan-so, Paulo Monteiro, director criativo da agncia portugue-sa Shiny People, que conce-beu a campanha em parceria com a angolana Boost, justifi-ca a opo pela figura do rbi-tro como a melhor analogia que pode estabelecer-se entre o que cabe CMC e o que de-vem fazer estes agentes des-portivos.

    Ao criarmos uma analogia com o mundo do desporto, as-sociando a CMC ao papel do rbitro, figura incontornvel em qualquer competio que se quer saudvel, leal e trans-parente, estamos a responder ao desafio de comunicar efi-cazmente, transversalmente e de forma interclassista a im-portncia da misso e a rele-vncia da CMC enquanto re-gulador e supervisor do futu-ro mercado de capitais, ex-plica o criativo.

    A campanha inclui dois fil-mes para TV um de 30 e ou-t r o d e 6 0 s e g u n d o s e e st tambm presente na rdio e na imprensa, com quatro te-mas (ver fotos). Nesta fase, e x p l i c a Pa u l o Mo n t e i r o, a c a m p a n h a i n st i t u c i o n a l d a CMC dirige-se apenas so-ciedade angolana e pretende tambm sublinhar o papel, a i m p o r t n c i a e a m i s s o d a CMC para o futuro da econo-mia angolana.

    O mercado de capitais an-golano, recorde-se, dever ar-rancar ainda este ano, numa primeira fase por via da nego-ciao de dvida pblica em mercado secundrio e dvida corporativa. A negociao de aces que requer que haja mais informao sobre as em-presas envolvidas ocorrer numa fase posterior.

    N e st a f a s e , e x p l i c a Pa u l o Mo n t e i r o, a C M C t e m u m a boa imagem junto do pbli-co em geral. A percepo que j existe hoje sobre a CMCV no podia ser mais positiva, afirma o director criativo, su-b l i n h a n d o q u e s e t r a t a d e uma instituio plena de jo-vens quadros angolanos, mui-t o q u a l i f i c a d o s, a l t a m e n t e m ot i v a d o s, c o m u m n o b r e sentido de misso e com uma e n o r m e c o n s c i n c i a d o i m -

    portante papel que tm a de-sempenhar no futuro da eco-nomia e da sociedade angola-na.

    A p a r t i r d e O u t u b r o / N o -vembro, dever ser lanada u m a n ov a c a m p a n h a , m a s Paulo Monteiro prefere, para j, no adiantar detalhes. Es-tamos a preparar o lanamen-to do follow up da campanha de comunicao institucio-nal, que ser, sem dvida, um projecto de comunicao bas-tante pertinente, inclusivo e de extrema utilidade para o futuro desenvolvimento de toda a sociedade angolana, garante o responsvel.

    UUma agncia no mundo A Shiny People est baseada em Lisboa, mas tem trabalha-

    do em aces em pases como Inglaterra, Espanha e Brasil, p a r a a l m d e Po r t u g a l e d e Angola. Em Angola, segundo Paulo Monteiro, a empresa colabora regularmente com o BESA e, recentemente, foi a agncia responsvel pelo des-envolvimento da estratgia e c r i a t i v i d a d e d a c a m p a n h a g l o b a l d e l a n a m e n t o d a Tranquilidade para Angola e Moambique.

    Pa u l o Mo n t e i r o g a r a n t e que a Shiny People trabalha sempre em parceria com os clientes em qualquer parte do mundo. Em Angola, a empre-sa tem tido vrios parceiros, de acordo com a natureza do projecto. No caso da campa-nha da CMC, o parceiro esco-lhido foi a agncia Boost.

    M E R C A D O S

    CMC assume papel de rbitro em campanha institucional

    Paulo Monteiro Director criativo da Shiny People

    A percepo que hoje existe da CMC no podia ser mais positiva

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    J so muitos anos juntos. A conhecer clientes. A apoiar clientes. A financiar clientes. A fazer o seu negcio crescer. E quando isso acontece, o nmero dos nossos clientes Tambm cresce. Graas ao passa-palavra. Hoje so quase um milho. Distribudos pelas 18 provncias de Angola. Servidos por mais de 200 balces. O crescimento do Banco BIC consequncia directa do crescimento dos angolanos e de Angola. Por isso, sempre que festejarmos um aniversrio, seja o 9, 19 ou 99, uma certeza ns temos: para festejar juntos.

  • 16 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    ECONOMIA & FINANAS

    CSAR SILVEIRA

    Angola foi, entre os dez maio-res produtores petrolferos da frica subsariana, o Pas cuja petrolfera nacional vendeu menos petrleo a empresas in-termedirias suas classifica-das de opacas e obscuras, en-tre 2011 e 2013, comercializan-do por essa via entre 2% e 6% do total exportado.

    A informao est no relat-rio Grandes Consumidores: Empresas Suas, Petrleo Africano e os Riscos de Opaci-dade, divulgados recentemen-te pelo Instituto de Governa-o dos Recursos Naturais, or-ganismo suo que diz que as transaces so opacas e obs-curas entre as petrolferas africanas e as intermedirias suas.

    Segundo o documento, os dez maiores produtores da frica subsariana comerciali-zaram, entre 2011 e 2013, mais de 2,3 mil milhes de barris de petrleo, equivalentes a 250 mil milhes USD. Parte consi-dervel da venda foi feita a em-presas suas que pagaram aos governos africanos, afirma o relatrio, cerca de 12% dos rendimentos obtidos na co-mercializao de petrleo.

    Os autores do documento acreditam que as percentagens baixas das vendas de Angola resultam dos esforos que a Sonangol tem feito para ven-der o petrleo bruto a utiliza-dores finais, evitando interme-dirios. Angola uma excep-o dentro de frica, e isso re-presenta uma ruptura com o passado, l-se no relatrio.

    Apesar de no constarem en-tre as principais compradoras de crude angolano, as empresas suas, em 2011, fizeram um pa-gamento de 2 mil milhes USD Sonangol. O relatrio confir-ma a liderana chinesa entre os principais compradores do pe-trleo do Pas, seguindo-se em-presas indianas.

    O relatrio refere que a baixa percentagem da empresas su-as nas compras angolanas ofusca o sucesso que a tambm sua Trafigura tem nos neg-cios no Pas.

    Sublinha que esta empresa, que se destaca na comercializa-o de derivados de petrleo faz parte de vrias joint ventu-res e tem vrios acordos com a Sonangol, atravs das quais quase adquiriu o monoplio da importao dos produtos para o Pas, facturando cerca de 3,3 mil milhes USD em 2011.

    A realidade alm-fronteiras Dos dez pases analisados pelo relatrio, a situao do Gana que mais se assemelha de An-gola. Em 2010, a estatal Natio-nal Petroleum Corporation (GNPC) assinou um contrato de exclusividade de comercia-lizao com a sua Vitol, que adquiriu a totalidade da pro-duo do Estado cerca de 3,9 milhes de barris.

    No entanto, em 2012, a Vitol perdeu a condio de comer-ciante exclusivo do petrleo gans para a Unipec, uma sub-sidiria da empresa estatal chinesa Sinopec, como parte de um acordo envolvendo um emprstimo de cerca de 3 mil milhes USD do Banco de Des-envolvimento da China ao Gana.

    Por sua vez, o governo nige-riano vendeu mais de um tero da sua produo para comer-ciantes suos no perodo em anlise, considerada uma quantidade anormalmente elevada para produtores de seu tamanho que, normalmente, preferem vender para refina-rias e outros utilizadores fi-nais, l-se no relatrio. O mesmo estima que, nos anos 2011 e 2012, os comerciantes suos compraram quase a me-tade do petrleo, no valor de cerca de 27 mil milhes USD no maior produtor africano. Em 2013, o referido valor bai-xou para 10 mil milhes devido entrada de empresas nigeria-nas no negcio.

    Nos Camares, os comer-ciantes suos Glencore, Gun-vor e Vitol adquiriram metade do crude comercializado pela companhia nacional de com-bustvel daquele pas africano, Sociedade National des Hydrocarbures (SNH), em 2013, num valor de 600 mi-lhes USD, cerca de 12% das re-ceitas do governo.

    As empresas suas tambm so os maiores compradores do crude exportado pela GEPe-trol, companhia estatal da Gui-n Equatorial. Segundo o do-cumento, os suos compra-ram cerca de 40% dos volumes identificados entre 2011 e 2013.

    O Chade tambm elegeu os in-termedirios suos como principais parceiros para a co-mercializao das primeiras exportaes, em 2012. No ano seguinte, a Glencore ganhou a exclusividade da aquisio do crude correspondente com-panhia nacional, Socit des Hydrocarbures du Tchad. Um acordo que permitiu empresa sua adquirir, em 2013, petr-leo no valor de 400 milhes USD, o equivalente a 16% dos valores totais do governo.

    O documento tambm d destaque situao na Rep-blica do Congo, referindo exis-tir um registo de m gesto da Societ Nationale des Pe-troles (SNPC) e que os dados das vendas da mesma so im-

    perceptveis. Dados de vendas identifica-

    dos onde a SNPC poderia ser claramente discernida como o vendedor cobrem apenas uma pequena parcela das vendas totais da empresa 18% em 2011 e 30% em 2012. Das ven-das, a parte do leo foi para as empresas chinesas, mas os in-termedirios suos Vitol, Gunvor, Glencore, Lynx, Mer-curia e Trafigura tambm saem bem neste ambiente opa-co, l-se no documento.

    O relatrio estima que as empresas intermedirias su-as de petrleo facturem anualmente cerca de 100 mil milhes USD, colocando-as no mesmo patamar de empresas como a Chevron e a Apple.

    Um relatrio suo classifica as transaces petrolferas nacionais e africanas com intermedirios suos de opacas e obscuras e acrescenta que Angola uma excepo, fazendo uma ruptura com o passado.

    C O M E R C I A L I Z A O D E P E T R L E O

    Angola faz pouco recurso dos intermedirios suos

    Sublinhando existirem muitas imprecises nos dados recolhidos, o relatrio garante que em muitos registos de venda no se consegue identificar o comprador ou o vendedor, especialmente quando a companhia nacional usa determinada empresa para vender o seu petrleo. Entre as recomendaes, o relatrio sublinha a necessidade de as empresas petrolferas dos pases produtores deverem tomar medidas para proteger a integridade dos processos atravs dos quais se vende o produto. Devem ainda seleccionar os compradores utilizando um mtodo que reduz a oportunidade de favoritismo, suborno e manipulao, assim como recomenda uma a transferncia das receitas tesouraria, atravs de de um processo baseado em regras que reflicta prioridades nacionais claras.

    R E C O M E N D A E S D O R E L A T R I O

    Os dez maiores produtores da frica subsariana comercializaram entre 2011 e 2013 mais de 2,3 mil milhes de barris

  • EXPANSO | 25 de Julho 2014 17

    Aumento justificado com as polticas seguidas

    no quadro da reforma tributria e com o reforo

    das actividades das reparties fiscais na

    cobrana dos impostos.

    NELSON RODRIGUES

    Cerca de 400 mil milhes Kz de receitas fiscais foram arrecada-dos no primeiro semestre deste ano, mais 25% do que no mesmo perodo do ano passado, em que a Conta nica do Tesouro (CUT) recebeu dos contribuintes 320 mil milhes Kz, de acordo com dados das Finanas, cedidos pela Repartio dos Grandes Contri-buintes.

    A ajudar ao aumento das re-ceitas tributrias esto as polti-

    cas do Projecto Executivo para a Reforma Tributria (PERT), no-meadamente a reformulao da base tributria nacional, e o re-foro da actividade das reparti-es fiscais no acompanhamen-to da actividade fiscal no Pas, segundo Silvina Nkiavo, chefe de Repartio dos Grandes Contri-buintes.

    Em termos de arrecadao do primeiro semestre, j conse-guimos arrecadar mais de 400 mil milhes Kz, afirmou Silvina Nkiano, que elogiou tambm o trabalho desenvolvido pelo Es-tado na modernizao do siste-ma fiscal do Pas.

    Em declaraes aos jornalis-tas, aps uma visita efectuada pelo ministro das Finanas, Ar-mando Manuel, Repartio dos Grandes Contribuintes, na semana passada, Silvina Nkiavo afirmou haver necessidade do aumento de instalaes fiscais, devido ao nmero de empresas existentes.

    No passado, tivemos dificul-dade em termos de trabalho por causa do espao, por isso houve necessidade de se abrir esta nova instalao, para melhor acomo-darmos os nossos contribuin-tes, disse a responsvel.

    Tambm Miguel Panzo, direc-tor nacional dos Grandes Con-tribuintes em exerccio, falou das vantagens da nova reparti-

    o fiscal. Segundo o respons-vel, o estatuto de grande contri-buinte abrange actualmente 487 empresas, eleitas com base no volume de arrecadao de recei-tas e sector de actividade.

    Esta repartio fiscal foi constituda para atender exclu-sivamente os 487 grandes con-tribuintes. Os restantes vo ser atendidos nas suas reparties de origem, explicou Miguel Panzo, para quem a comodidade e um acompanhamento dedica-do e exclusivo constam dos be-nefcios da nova repartio.

    Questionado sobre a aplicao dos fundos provenientes dos im-postos, o director nacional dos impostos em exerccio explicou que tais verbas do cobertura aos programas do Estado em ter-mos, por exemplo, de constru-o de pontes, estradas, aero-portos, entre outras infra-estru-turas pblicas.

    Os impostos arrecadados servem para atender s necessi-dades da populao, e o Executi-vo tem essa fonte de arrecadao para poder levar a cabo os seus projectos, que so vastos, disse.

    F A C E A O P E R O D O H O M L O G O

    Receita fiscal sobe 25% no primeiro semestre

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    H 487 empresas com estatuto de grande contribuinte. Pesam cerca de 87% na receita fiscal

    Grandes contribuintes tm uma repartio fiscal prpria

  • 18 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    ECONOMIA & FINANAS

    JOS DUARTE FIGUEIREDO

    O Banco Esprito Santo Angola (BESA) vai ter de reforar os seus capitais de forma a cumprir os r-cios de solvabilidade exigidos pela entidade supervisora, o Ban-co Nacional de Angola (BNA), re-velou o governador Jos de Lima Massano.

    O responsvel mximo da enti-dade supervisora bancria admi-tiu existir um problema na car-teira de crdito do BESA, quando falava na Assembleia Nacional perante os deputados e respon-dendo a questes levantadas pela oposio.

    H um problema nesta altu-ra identificado com a qualidade da carteira de crdito do Banco Esprito Santo Angola. Temos operaes em situao irregu-lar, operaes de crdito mal-parado, frisou Jos de Lima Massano.

    Apesar de haver uma garantia do Estado emitida pelo Presi-dente da Repblica, Jos Eduar-do dos Santos, no montante de 5,7 milhes USD (553 mil mi-lhes Kz), a favor da instituio financeira controlada maiorita-riamente pelo Banco Esprito Santo (BES), o governador ex-plicou que o BNA est a ultimar a concluso de uma avaliao situao do BESA, admitindo desde j um cenrio de reforo dos capitais por parte dessa ins-tituio, entre outras reco-mendaes do regulador ango-lano para mitigar as irregulari-dades e inconformidades detec-

    tadas no banco. Jos de Lima Massano acres-

    centou ainda que o BNA no identificou situaes relevantes que possam ser tipificadas como favorecimento de crdito a deter-minados cidados ou entidades. Falamos de uma situao genera-lizada, temos devedores de todos os estratos, de todos os sectores da vida econmica e social.

    O governador fez questo de frisar que, com base nos ele-mentos j em posse do banco central, no h risco para o sis-tema financeiro nacional, em-bora remetendo mais informa-o para uma fase posterior da investigao.

    O responsvel mximo do BNA fez estas declaraes na altura em que vrias autoridades angolanas e portuguesas destacaram que a questo do BESA, e consequente-mente do BES, estaria a ser acom-panhada com toda a ateno.

    Portugal e Angola trabalham em conjunto O vice-primeiro-ministro portu-gus, Paulo Portas, de visita a Luanda desde segunda-feira, afirmou que os bancos centrais de Angola e de Portugal esto a trabalhar em conjunto na situa-o do BESA.

    Eu serei naturalmente discre-to sobre essa matria, mas sem-pre poderei adiantar que os regu-ladores de Angola e de Portugal tm trabalhado conjuntamente, e eu confio nas medidas de estabi-lizao que sabero encontrar, afirmou Paulo Portas aps uma audincia de quase uma hora com o Presidente da Repblica, Jos Eduardo dos Santos.

    Embora sem adiantar o teor da

    conversa com o Presidente ou a soluo tcnica para a questo, Paulo Portas disse apenas enten-der que a articulao em curso um sinal com confiana.

    J esta semana tambm o go-vernador do Banco de Portugal, Carlos Costa, igualmente numa audincia no parlamento luso, afirmou que a situao no BESA estar resolvida no curto prazo, sendo que a garantia dada pelo Estado angolano vai permitir ao banco ter alguma folga para re-solver os seus problemas de dvi-das que no foram pagas pelos seus clientes.

    Para Carlos Costa, o accionista maioritrio do BESA, o Banco Es-prito Santo, no dever sentir um largo efeito nas suas contas, e este no dever ter um impacto negativo nas contas do banco portugus.

    O Banco de Portugal no ante-cipa um impacto negativo rele-vante na posio de capital do BES resultante da situao finan-ceira da filial BESA, disse o go-vernador na audio na Assem-bleia da Repblica de Portugal.

    Na altura, o governador do

    banco central portugus confir-mou haver uma garantia do Esta-do angolano que cobre uma par-te substancial da carteira de cr-dito. Como cerca de 70% da car-teira de crdito do BES relativa a Angola, a aval dado pelo Presi-dente Jos Eduardo dos Santos cobre um valor inferior a 3 mil milhes de euros (394 mil mi-lhes Kz) de emprstimos do banco.

    Prioridade no BES A situao em Angola uma das prioridades da nova administra-o do BES, liderada por Vtor Bento, sendo que a visita do vice--primeiro-ministro portugus, Paulo Portas, vista como diplo-macia econmica para tentar desbloquear o mais rapidamente possvel a situao tanto no BESA como no BES.

    Alis, embora Ricardo Salgado no esteja j ligado ao BES, o jor-nal portugus Correio da Manh noticiou que o anterior presiden-te executivo e ex-homem forte do Grupo Esprito Santo (GES) este-ve em Luanda esta semana, tendo encontros ao mais alto nvel e com o tema da dvida das empre-sas do GES na bagagem.

    Certo que o ex-presidente do Banco Esprito Santo [BES], a braos com o pedido de falncia controlada da Esprito Santo In-ternacional com dvida no re-conhecida no valor de 1,2 mil mi-lhes de euros e que j entrou em incumprimento , dever tentar reunir apoios junto do general Kopelipa e at do Presidente Jo-s Eduardo dos Santos para en-contrar solues para a reestru-turao das empresas do GES, escreve o jornal.

    O Banco Esprito Santo Angola (BESA) vai necessitar de reforar os seus capitais prprios depois de o Estado ter dado uma garantia de 5,7 mil milhes USD pelas dvidas ao banco.

    B A N C A

    BESA vai reforar capitais para cumprir regras do BNA

    Rui Guerra, presidente executivo do Banco Esprito Santo Angola (BESA)

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    as

    O BNA no identificou favorecimento de crdito a determinados cidados ou entidades

    No se pode dizer que h um desconhecimento de quem sejam os devedores do banco [Banco Esprito Santo Angola], no verdadeiro. Tambm no temos registo de responsveis do Banco Esprito Santo Angola (BESA) terem feito pronunciamentos nesse sentido. H um trabalho que est a ser feito. Alm da nossa interveno, muito recentemente, o trabalho no BESA terminou h cerca de duas semanas em que teve a sua carteira de crdito avaliada pelo Banco Central Europeu. Portanto, nesse trabalho no registmos imparidades acima daquelas que ns prprios tnhamos j identificado. Relativamente responsabilizao, claro que as regras e as leis so muito claras. H um trabalho que est a ser feito de recuperao da carteira de crdito e entendemos que h uma ou outra situao que poder ser mais difcil de ser cuidada, tratada, mas no se pode dizer que esse trabalho no esteja a ser feito. Naturalmente feito pelo banco comercial no primeiro momento, pelo banco central e demais autoridades envolvidas neste processo. A garantia emitida, num primeiro momento, procurou essencialmente assegurar que alguns dos projectos que eram considerados como crticos para a instituio, e nalguns casos para a prpria economia, pudessem continuar a ser financiados. H projectos que esto em curso, eles tm de ser terminados para que a recuperao dos valores tambm possa ocorrer. Em simultneo, essa garantia visou assegurar que o banco cumprisse com os nveis mnimos de solvabilidade impostos pelo Banco Nacional de Angola. O trabalho que est neste momento em fase de concluso vai ento determinar aquilo que o montante necessrio e definitivo de ajustamento de capitais prprios da instituio. A necessidade de reforo de capitais h-de ser claramente inferior ao valor da garantia entretanto emitida.

    J O S D E L I M A M A S S A N O D I X I T

  • EXPANSO | 25 de Julho 2014 19

    DAVID RODRIGUES

    Angola exportou, em 2013, 500 milhes de metros cbicos de gs natural liquefeito (LNG na sigla inglesa), revela o relatrio anual sobre energia da petrolfera BP, se-gundo o qual o estatuto de segun-do maior produtor de petrleo de frica j vem desde 2009 .

    O Japo foi o pas para onde saiu mais LNG (200 milhes de metros cbicos), seguido do Brasil, China e Coreia do Sul (100 milhes de metros cbicos cada). Os dados confirmam o arranque a meio gs da fbrica de LNG no Soyo, inicial-mente projectada para vender, so-bretudo, aos EUA.

    O aumento da cotao do pro-duto, aliado s descobertas de gs de xisto no continente norte-ame-ricano, levou Angola a procurar outros mercados para rentabilizar o investimento, que tem sido igualmente afectado por paragens ocasionais na produo.

    O relatrio da BP confirma que Angola foi, em 2013, o segundo maior produtor de petrleo em frica, com 1,801 milhes de bar-ris por dia (mbpd), mais 0,8% face a 2012, atrs da Nigria, com 2,322 mbpd (-4% em relao ao ano an-terior) e frente da Arglia, que se ficou por 1,575 mpb (+2,7%).

    O documento indica, alis, que o estatuto de segundo maior pro-dutor de petrleo em frica foi al-canado em 2009, ano em que An-gola teve uma produo de 1,804 mbpd, superior da Arglia (1,775 mbpd), mas abaixo da nigeriana (2,211 mbpd). Em 2010, 2011 e 2012, a produo angolana man-

    teve-se acima da argelina. No ano passado, segundo a BP, a

    Lbia liderou o aumento da produ-o em frica, com 1,509 mbpd, ainda abaixo da de 2011 (1,658 mbpd), mas mais de trs vezes su-perior de 2012 (479 mil barris por dia), fortemente afectada pela instabilidade poltica no pas.

    Reservas provadas mantiveram-se em 2013 Em termos de reservas provadas, o relatrio anual da BP revela que, em Angola, no houve alteraes entre 2012 e 2013 12,7 mil mi-lhes de barris, o que corresponde a 0,8% do total mundial. frica de-tinha, no fim do ano passado, 7,7% das reservas provadas mundiais, sendo que a maioria est na Lbia (2,9%) e na Nigria (2,2%).

    O Mdio Oriente, onde as reser-vas tambm se mantiveram inal-teradas, continuou a ser a princi-pal regio produtora de petrleo (47,9% do total).

    Em termos mundiais, o total das reservas provadas quase no se al-terou entre 2012 (1.683,3 mbpd) e 2013 (1.687,9 mbpd), ano em que o consumo global de petrleo cres-ceu apenas em cerca de 1,4 mbpd, abaixo da produo global (+560 mil bpd).

    Em frica, o consumo de ener-gia primria subiu 1,7% em 2013, abaixo do PIB (3,7%) da regio e da mdia dos ltimos dez anos (3%) e a um ritmo inferior ao de 2012 (3,8%). Em termos mundiais, o consumo de energia primria su-biu 2,3% em 2013, mais 1,8 pontos percentuais face ao ano anterior.

    O petrleo continuou a ser o principal combustvel em frica, quer em termos de produo quer de consumo, tendo sido respons-

    vel por cerca de 42% da procura de energia primria no continente.

    O gs natural ganhou peso em frica, tendo pesado 27% no total do consumo de energia, cinco pontos percentuais acima de 2012. J as exportaes de gs na-tural (em pipeline e LNG) caram 14,6%, para 14,4 mil milhes de metros cbicos. A quota de frica no total das exportaes mundiais de gs recuou de 9,6%, em 2012, para 8% em 2013.

    Segundo o relatrio, a frica do Sul foi responsvel pelo consumo de 90% do carvo na regio e por 100% da produo.

    Angola o segundo produtor de petrleo do continente africano desde 2009Pas segue-se, desde 2009, Nigria no ranking da produo. Em 2013, foram vendidos 500 milhes de metros cbicos de LNG a quatro pases, com o Japo a liderar as compras, com 200 milhes de metros cbicos.

    Nigria mantm-se o maior produtor, e Lbia teve recuperao

    M O S T R A R E L A T R I O D A B P

    Gerao elctrica

    aumentou 1,2% no ano passado, face a 2,5%

    na mdia global. Produo africana vale

    apenas 0,3% do total. DAVID RODRIGUES

    A produo de electricidade em frica cresceu em 2013 cerca de metade do verificado no resto do mundo, revela o relatrio anual de energia da BP. A produo no continente subiu 1,2% face a 2012, para 703 Terawatt-hora, face ao crescimento de 2,5% no

    resto do mundo, para 23.127 Te-rawatt-hora. A produo de elec-tricidade em frica valeu, em 2013, cerca de 3% do total mun-dial, o que faz do continente o que menos contribuiu para a ge-rao elctrica .

    O relatrio no tem dados rela-tivos a Angola, em especfico, no que diz respeito gerao elc-trica h apenas referncia di-recta frica do Sul, Arglia e Egipto.

    O pas liderado por Jacob Zu-ma manteve-se como o que mais pesa na produo elctrica (1,1% do total mundial), ainda que a ge-rao tenha sofrido um ligeiro decrscimo (de 0,4%), face a 2012. Na Arglia, que contribui com 0,3% para o total, a produ-o subiu 2,9% e, no Egipto, que

    vale 0,6%, aumentou 1,1%. No grupo resto da frica, a gerao elctrica aumentou 2,7%, pesan-do apenas 1% do total mundial.

    De acordo com o documento da BP, a gerao elctrica mun-dial aumentou 2,5% no ano pas-sado, em linha com o crescimen-to do consumo de energia prim-ria (2,4%). O desempenho da

    produo melhorou ligeiramen-te face a 2012 (quando crescera 2,2%), mas continuou abaixo da mdia dos ltimos 10 anos (3,3%).

    A China, onde o consumo su-biu 7,8% face a 2012, voltou a ser o pas com mais peso na produ-o de energia elctrica (23,2% do total). A regio sia-Pacfico

    foi, alis, a que mais contribuiu para a gerao no mundo 41,8% do total.

    Depois desta regio, a zona de-signada por Europa-Eursia foi a que mais pesou no bolo de ener-gia elctrica (23%), seguida da Amrica do Norte (22,4%), Am-rica Central e do Sul (5,3%) e M-dio Oriente (4,4%).

    E M 2 0 1 3

    Gerao de electricidade em frica cresceu metade da mdia mundial

    A China produziu quase 25% do total de electricidade no ano passado

    200 milhes de m3 de LNG vendidos ao Japo, que liderou as compras

    Energia em nmeros

    0,8% Peso das reservas provadas de petrleo em Angola no total mundial

    12,7 mil milhes de barris eram as reservas provadas de petrleo em Angola no fim de 2013

    7,7% Peso das reservas provadas de petrleo em frica no total mundial

  • 20 EXPANSO | 25 de Julho 2014

    ECONOMIA & FINANAS

    B R E V E S

    Falta de garantias adia concesso de crditos bancrios A inviabilidade de alguns projectos de investimentos continua a constituir o principal entrave concesso de crditos a pequenas e mdias empresas, considerou na quinta-feira, em Luanda, o presidente do conselho de administrao do Banco BIC, Fernando Teles. O banqueiro justificou que a aplicao de recursos a um projecto deve, primeiramente, ser avaliada de modos a se evitar constrangimentos futuros. Angola est a crescer muito, e nesta altura a formao de aspirantes a empresrios imprescindvel, particularmente ao BIC, disse, acrescentando que o banco tem boa margem para conceder crditos, porm, tem de haver bons projectos, bons empresrios.

    Administrao Tributria esclarece sobre servios afins A administrao tributria, rgo afecto ao Ministrio das Finanas, vai participar, este ano, pela terceira vez, na Feira Internacional de Luanda (Filda) e aproveitar a ocasio para esclarecer o pblico sobre as etapas da reforma em curso no sistema tributrio nacional. No evento, que decorre at 27 de Julho, 12 tcnicos ligados ao Projecto Executivo para a Reforma Tributria (Pert), a Direco Nacional dos Impostos (DNI) e do Servio Nacional das Alfndegas (SNA) dissiparo dvidas inerentes relao entre estas trs instituies/servios e suas especificidades.

    Portugueses lanam fundo imobilirio Um dos maiores grupos portugueses lana nesta semana um fundo para investidores qualificados e privados com origem na China para tentar tirar partido do entusiasmo de empresrios daquele pas pelo investimento imobilirio em Portugal, refere o Jornal de Angola. O fundo Imoecading, ligado ao grupo portugus Jos de Mello, com depsito no Banco Popular Portugal, auditoria da Deloitte e participao de consultoras imobilirias nas transaces, apresentado em Xangai, onde esto marcadas perto de cem reunies com potenciais investidores, anunciaram responsveis pela iniciativa. Jos de Mello, presidente da gestora de fundos Selecta, afirmou que o fundo de 30 milhes de euros (cerca de 4 mil milhes Kz) est parcialmente tomado pela Economic Corporation for Africa Development International (ECADIntl).

    Maria Lusa Abrantes defende que prazo de atribuio de incentivos fiscais esteja alinhado com o perodo de pagamento de crditos aos bancos por parte dos empresrios do sector agrcola. Investimento na agricultura tem ainda valores modestos.

    NELSON RODRIGUES

    As empresas que investirem no sec-tor da agricultura podem vir a ter mais benefcios fiscais, anunciou a presidente do conselho de adminis-trao da Agncia Nacional de In-vestimento Privado (ANIP). De acordo com Maria Lusa Abrantes, em causa est a possibilidade de os benefcios serem atribudos duran-te o perodo de reembolso de crdi-tos cedidos por instituies finan-ceiras de fomento agrcola.

    O objectivo, explicou a respons-vel aos jornalistas, margem de uma cerimnia de assinatura de contratos de investimento na ANIP, a semana passada, promover o au-mento da aposta dos empresrios neste sector. Temos de ver muito bem a possibilidade de aumentar-mos os incentivos fiscais agricul-tura, com base na avaliao que feita e tendo em vista os critrios dos bancos de fomento no que se re-fere ao crdito ao sector, explicou.

    Para Maria Lusa Abrantes, a di-ferenciao de projectos em ter-mos de incentivos, aliada ao esforo que est a ser feito pelo Governo na

    rea das infra-estruturas, nomea-damente barragens, pode gerar mais interesse na agricultura por parte de empresrios.

    Os bancos de fomento agricul-tura tm prazos que, normalmente, no so entre trs e cinco anos, ao contrrio do que ocorre com a atri-buio de incentivos fiscais , disse, reconhecendo que o sector carece ainda de meios humanos e melho-res condies de trabalho.

    H um grande esforo do Execu-tivo no que se refere s infra-estru-turas necessrias para a agricultura, o que nos leva a crer que s com as infra-estruturas, nomeadamente a irrigao, estradas, logsticas, o sec-tor vai melhorar, defendeu Maria Lusa Abrantes, acrescentando que as infra-estruturas constituem um

    dos principais interesses dos inves-tidores.

    Maria Lusa Abrantes sublinhou que, dos 21 novos contratos assina-dos na ANIP, avaliados em 5,1 mil milhes Kz (cerca de 53,3 milhes USD), apenas um diz respeito ao sector agrcola um projecto da Fa-zenda Girassol para a produo e comercializao de hortcolas e fru-tcolas, avaliado em 116,3 milhes Kz (1,2 milhes USD).

    Os valores dos contratos so ainda modestos, apesar de repre-sentarem um acrscimo para a in-dstria, um sector que, em 2013, era mais insignificante, disse.

    I N V E S T I M E N T O P R I V A D O

    ANIP quer aumentar incentivos fiscais no sector da agricultura

    Maria Lusa Abrantes (esq.) na assinatura de mais um contrato de investimento

    Ld

    ia O

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    Sector depende da existncia de infra-estruturas em que o Governo est a apostar

    Investimento pblico ficou nos 13% at Maro,

    ascendendo a cerca de 266 mil milhes Kz,

    revela balana de execuo do OGE.

    NELSON RODRIGUES

    A taxa de execuo do investi-m e n t o p b l i c o n o p r i m e i r o trimestre situou-se nos 13%, ou seja, 12 pontos percentuais abaixo da marca 25% que d e v e r i a t e r a t i n g i d o, t e n d o em conta uma execuo uni-forme ao longo do ano.

    D e a c o r d o c o m o b a l a n o d a E xe c u o d o O r a m e n t o G e r a l d o E s t a d o ( O G E ) d e 2 014 r efer ente ao p rim eiro trimestre aprovado na se-m a n a p a s s a d a p e l a A s s e m -bleia Nacional, com 134 votos a favor, 26 contra e trs abs-tenes , a previso de in -vestimento anual de 1.975

    mil milhes Kz, mas at Mar- o s f o r a m a p l i c a d o s 2 6 6 mil milhes.

    Se a execuo tivesse sido proporcional ao perodo em anlise, teriam sido aplica-d o s 4 9 3, 7 m i l m i l h e s K z , mais 227,7 mil milhes Kz do que o verificado na rubrica do i nv e s t i m e n t o p b l i c o, q u e tem implicaes directas no crescimento do Pas.

    O f r a c o r i t m o d e i nv e st i -