270 mar 2014
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Audio musica e tecnologia-março 2014TRANSCRIPT
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OTIMIZE SUA MIXAGEM
Tcnicas para produzir mais em menor tempo e
com menos estresse
ATTACKA linha Vertcon e o sucesso do novo parque industrial
SONAR X3 PRODUCERMelhorias e muitas inovaes no mais recente upgrade
Ano XXVI- maro/2014 n270 - R$ 13,00 - www.musitec.com.br
PLANETAATLNTIDA 2014Todos os detalhes tcnicos da verso catarinense de um dos maiores festivais do Brasil
O show de Ivete Sangalo em comemorao aos seus 20 anos de carreira Cmeras Blackmagic Desenhando a luz atravs de janelas e portas
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70 LUZ
&CENA O show de Ivete Sangalo em comemorao aos seus 20 anos de carreira
SISTEMAS DE
SONORIZAO
PARTE 11PARTE 11Sistemas
de
monitorao
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ISSN 1414-2821udio msica & Tecnologia ano XXVI N 270 /maro de 2014Fundador: Slon do Valle
Direo geral: Lucinda diniz - [email protected] jornalstica: marcio Teixeiraconsultoria de Pa: carlos Pedruzzi
coLaBoraram NeSTa edIoandr Paixo, cristiano moura, daniel raizer, enrico de Paoli, Fbio Henriques, Katia dotto, Lo miranda, Lucas ramos, Luciano alves e renato muoz.
redaomarcio Teixeira - [email protected] rodrigo Sabatinelli - [email protected]@[email protected] dIreo de arTe e dIaGramao client By - clientby.com.brFrederico ado e caio csar
assinaturas Karla [email protected]
Distribuio: eric Brito
Publicidade mnica [email protected]
Impresso: ediouro Gr ca e editora Ltda.
udio msica & Tecnologia uma publicao mensal da editora msica & Tecnologia Ltda,cGc 86936028/0001-50Insc. mun. 01644696Insc. est. 84907529Periodicidade mensal
aSSINaTUraSest. Jacarepagu, 7655 Sl. 704/705Jacarepagu rio de Janeiro rJceP: 22753-900Tel/Fax: (21) 2436-1825 (21) 3079-2745 (21) 3435-0521Banco Bradesco ag. 1804-0 - c/c: 23011-1
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distribuio exclusiva para todo o Brasil pela Fernando chinaglia distribuidora S.a.rua Teodoro da Silva, 907 rio de Janeiro - rJ - cep 20563-900
No permitida a reproduo total ouparcial das matrias publicadas nesta revista.
am&T no se responsabiliza pelas opinies de seus colaboradores e nem pelo contedo dos anncios veiculados.4 | udio msica e tecnologia
Show. O que no falta show nesse nosso pas, no ? toda hora festi-val, com artistas nacionais, com gente de fora. Algumas das minhas ban-das preferidas, que antes levavam cinco anos pra voltar aqui, agora vm duas vezes por ano. E depois chegam de novo. A aquele outro artista que nunca tinha aparecido surge como um grande amigo. E tem o Paul McCar-tney. J vi muita gente brincando que daqui a pouco ele estar fazendo turn por cidades pequenas, comprando pousada... Ok, d pra duvidar, mas ele, depois de tanto tempo sem retornar aos palcos tupiniquins, sim-plesmente no vai mais embora! Poder da grana, pessoal... Ento que ve-nham os festivais, as turns internacionais, os shows de grandes artistas daqui mesmo... O pblico e o mercado s tm a ganhar.
E por falar em show, nossa matria de capa mostra os bastidores da verso ca-tarinense do Planeta Atlntida. Nas pginas do texto, muitas entrevistas com gente que fez o evento e detalhes sobre os equipamentos usados. Na capa do caderno Luz & Cena, outro show: a superproduo que comemorou os 20 anos de carreira de Ivete Sangalo e que j est virando DVD. Coisa fi na.
Foi muito legal entrevistar o grande Jos Luiz Sasso para a seo udio no Brasil. Uma vida dedicada ao som, ao cinema, televiso. Nas pginas voc no s conhecer mais sobre a carreira deste fantstico tcnico, mas tambm entender mais sobre a histria do como sugere o ttulo da se-o udio no Brasil. Imperdvel.
Aps o fi m da srie Caando Mitos, Fbio Henriques volta falando de mixa-gem. E nesse primeiro encontro ele chega cheio de ideias para otimizar o seu tempo enquanto trabalha, mas deixando claro que isso no implica em perda de qualidade, mas, sim, em consumir menos minutos e neurnios. Em dias de correria como os que vivemos, dicas para se driblar o relgio so sempre muito bem-vindas, n?
Citando apenas mais uma coluna da AM&T, Katia Dotto surge como convidada para escrever a Plug-ins, e nela a cantora, musicista, produtora e tcnica fala sobre o processador Waves Vintage Aural Exciter, que, surgido em meados dos anos 1970, at costumava receber crdito em discos. Por que? s ler!
Boa leitura!
Marcio Teixeira
Tempo de Shows
edITorIaL
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udio no BrasilJos Luiz Sasso Uma histria pro ssionalque promove uma verdadeira viagem pelosom do cinema e da TVmarcio Teixeira
Plug-insWaves Vintage aural exciter: o curioso processador que tem at crdito em discos Katia dottocristiano moura
notcias do Frontas Partes de um Sistema de Sonorizao (Parte 11): Sistemas de monitoraorenato muoz
Em casaPr-ampli cadores (Parte 1): especi caesLucas ramos
direo de fotogra a para vdeodesenhando a luz atravs de janelas e portaspor Lo miranda
media composerreviso no avid media composer: a hora da verdade por cristiano moura
produtosPor dentro das cmeras Blackmagicpor rodrigo Sabatinelli
Planeta atlntida 2014Festival rene, em Florianpolis, suprassumo da tecnologiarodrigo Sabatinelli
capaIvete Sangalo comemora duas dcadas de sucesso em dVd gravado na Bahiapor rodrigo Sabatinelli
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editorial 2 novos produtos 10
a de attackempresa lana linha Vertcon e comemorasucesso de novo parque industrialrodrigo Sabatinelli
Pro toolsNovos membros da famlia Pro Tools comnome, sobrenome e apelidodaniel raizer
Desa ando a LgicaeXS24 (Parte 2) divirta-se criando pistasindependentes para cada sample de seu instrumentoandr Paixo
otimizando sua MixagemTcnicas para produzir mais em menor tempo e com menos estresseFbio Henriques
sonarSonar X3 Producer: Novo upgradetraz melhorias e muitas inovaesLuciano alves
Lugar da verdadeautomaes atpicasenrico de Paoli
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notcias de mercado 6ndice de anunciantes 95
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P r o d U T o S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2
e m F o c o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 4
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Henrique Moraes Elisei: para o CEO, mercados nacionais de pr-udio e showbusiness ainda tm muito a evoluir
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notcias de mercado
O teatro do SESI-Centro, no Rio de Janeiro, com capacidade para 350 pessoas, um dos principais do circuito artstico da ci-dade, estimulando a produo cultural e facilitando o acesso da populao aos espetculos, que vo de peas teatrais a shows musicais. Para atender a essa variedade de eventos e promover melhora na experincia aos espectadores e artistas, a Seal Telecom empresa especialista na implantao e dimensionamento de sistemas convergentes para comunicao presencial e a distncia recentemente foi responsvel pela implantao do novo sistema de som do espao. Tnhamos um bom sistema, mas ele no acompanhou a evoluo das apresentaes, que, h um tempo, exigiam um pa-dro bem mais elevado da estrutura do teatro, comentou Romiro Vasques, tcnico responsvel do SESI. Desde que foi implementado, o projeto nos deixou em evidncia como referncia de som no Rio de Janeiro, e contamos com a Seal Tele-com para, em um futuro prximo, complementar o projeto para que possamos nos tornar a melhor casa de espetculos do estado, completa o profi ssional. Por se tratar de um prdio antigo, outra preocupao contemplada no projeto era no prejudicar a estrutura. A soluo fez uso de caixas acsticas MINA, nova inte-grante da famlia MILO, da Meyer Sound. E por se tra-tarem de equipamentos compactos e fl exveis na mon-tagem, otimizaram o espao disponvel. J a mesa de som que integra o sistema a Yamaha CL5. Apesar de buscar superioridade imediata, tambm visamos o pro-gresso gradual do projeto, que ser ajustvel com todos os updates que forem necessrios e sem desperdiar o que j est instalado, afi rmou Douglas Miranda, diretor comercial da Seal Telecom do Rio de Janeiro.
NoVo SISTema de Som No TeaTro SeSI-ceNTro rIo
TreINameNTo mIdaS em So PaULoNo ltimo dia 12 de fevereiro, a ProShows promoveu em sua fi lial em So Paulo mais uma edio do Midas Class. Nesta oca-
sio, o treinamento de udio profi ssional foi ministrado por Emerson Duarte, especialista em produtos da marca, e, de acordo
com fontes da distribuidora, que tem matriz em
Sapucaia do Sul, Rio Grande do Sul, o evento teve
como principal objetivo capacitar profi ssionais de
udio com suportes formativos na operao da
famlia Midas Pro Series (consoles Midas Pro2 es-
tiveram, inclusive, presentes no Festival Planeta
Atlntida 2014; mais informaes podem ser con-
feridas na matria de capa desta edio).
O treinamento, que contou com a presena de
tcnicos de renome, como Valtinho, Joo Liba-
rino, Luis Siqueira, Pardal, Flvio, Kadu Mello
e Luizo, tratou de toda parte operacional dos
consoles Midas, abrangendo a confi gurao dos
stage box via AES50, patching, salvar cenas,
shows e presets, channel strip, efeitos e auto-
mao do console, habilitando os participantes
no s a fazer a mixagem, mas tambm a ope-
rar toda confi gurao do sistema.Midas Class: treinamento reuniu profissionais na filial da ProShows em So Paulo
Teatro do SESI-Centro, no Rio de Janeiro: sistema conta com caixas Meyer Sound
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notcias de mercado
Daniel Reis (de azul, direita do console) e tcnicos que marcaram presena na sede da Spectacle, no Rio: workshops apresentaram as principais caractersticas da SSL Live
A Equipo, distribuidora especializada em udio profissional, instrumentos musicais e iluminao, promoveu nos ltimos dias 10 e 11 de fevereiro, em sua sede, sua conveno anual de representantes. O primeiro dia comeou com um caf da manh, reunindo todo o quadro de representantes da empresa e os gerentes comerciais Joey Gross Brown e Adria-na Ochoa e os supervisores de representantes Fernando Kao e Gabriela Flores. Enquanto que na primeira parte do dia foram apresentados e discutidos os resultados obtidos pelos representantes em 2013, bem como os nmeros finais du-
rante o perodo, na segunda parte foi realizado um treinamento com foco na marca Waldman ministrado por Renato Maestrelli, Veronica Ferreira e Cristiane Luchesi, respectivamente supervisores de udio, ins-trumentos musicais e iluminao da marca.
O segundo dia foi reservado a reunies individuais com cada representante e incluiu aes como ava-liao de desempenho, divulgao do planejamento e discusso de novas metas para 2014. De acordo com Fernando Kao, a conveno foi um marco para a reafirmao do compromisso da equipe de vendas e seus representantes. Os resultados da equipe em 2013 demonstraram a importncia e os caminhos para o crescimento sustentvel da empresa. O ano de 2014 desafiador. Focaremos marcas e direcio-naremos os esforos em vendas atravs de planeja-mento, estratgia e execuo. A equipe est prepa-rada para superar as expectativas, destacou.
PrImeIra SSL LIVe da amrIca LaTINa em "TUrN" Por So PaULo e rIoRecentemente a SSL anunciou, aps intensa fase de testes, a chegada ao mercado de sua primeira mesa digital para sono-rizao ao vivo, a SSL Live. A novidade teve grande impacto no mundo do udio, e todos os que fazem parte dele querem saber mais sobre o to aguardado produto.
Em "turn" por So Paulo e Rio de Janeiro, Daniel Reis, um dos scios da unidade mvel da Mix2Go, demonstrou, por meio de pequenos workshops, algumas das principais ca-ractersticas da mesa, sobre a qual voc poder sabe mais na seo Novos Produtos desta AM&T 270 e em matria que ser publicada na edio de abril. At o momento, 90 unidades esto sendo utilizadas em todo o mundo, sendo que a primeira a chegar Amrica Latina a que pde ser conferida durante os workshops.
Nos eventos, estiveram presentes diversos locadores e tcnicos de artistas, como Arthur Luna, operador de mo-nitor de Rodrigo Amarante, e Alexandre Rabao, opera-dor de PA de Lulu Santos. No Rio de Janeiro, os encon-tros foram realizados nas sedes das locadoras Spetacle, de Domenique Chalhoub, e Mac Audio, da famlia Roldo. O workshop tambm foi levado ao Projac, centro de pro-duo da Rede Globo.
eQUIPo reaLIZa coNVeNo de rePreSeNTaNTeS
Conveno de Representante 2014: resultados e planos foram a tnica do evento da Equipo
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novos ProdUToS
SHUre GLXd e o NoVo modeLo de TraNSmISSo Sem FIo
O Korg KRmini uma mquina de ritmo simples, compacta e fcil
de usar, com falante interno e opo de alimentao por pilhas
para que o msico possa tocar onde desejar. Escolher o ritmo
muito simples, bastando selecionar o que deseja e pressionar a
tecla play. Com a funo Chain o usurio faz seus arranjos e con-
venes de ritmo favorito para criar msicas completas.
Os foot switches opcionais permitem controle sem o uso das mos
sobre fill-in/start/stop. H ainda 16 pads para tocar bateria com os
dedos ou para gravar seus prprios ritmos e falante integrado de 2
W para tocar em qualquer lugar, sem a necessidade de um monitor
externo, e ainda conector para fones de ouvido/falantes externos para praticar silenciosamente ou para conectar a um mixer ou sistema de monitorao. O dispositivo, que apresenta um de-sign simples e desperta nostalgia com seus controles em estilo analgico, vem com dois tipos de alimentao: um adaptador AC opcional ou trs pilhas alcalinas AA.
www.korg.com.brwww.pridemusic.com.br
SSL LIVe: SoLId STaTe LoGIc aGora ao VIVoA Solid State Logic tem sido referncia em consoles para estdios
h mais de 35 anos, tendo seu nome associado a design e inova-
o. E depois de tanto tempo, finalmente a marca chega ao som ao vivo com a to aguardada mesa SSL Live, que, de acordo com
a companhia, pode ser o primeiro console para PA lanado por ela,
mas contm todo o DNA SSL.
Uma tela touch screen de alta resoluo e 19 o centro do console,
dando feedback visual constante e acesso aos menus de configurao do sistema e ao rack de efeitos. A tela oferece um contro-
le multi-touch por gestos estilo tablet, possibilitando uma
manipulao fina de parmetros na tela. H tambm um monitor de sis-
tema parte, que
possibilita uma
viso abrangente
de todos os ca-
minhos de sinal.
Com base na
nova plataforma SSL de processamento, Tempest, a Live trabalha com
muita potncia e oferece 976 entradas e sadas e 192 rotas de udio (144 processadas e 48 limpas) a 96 kHz. A forma como as rotas de sinal so configuradas muito flexvel, atravs de canais, auxiliares, grupos Stem e Masters configurados para satisfazer diferentes neces-sidades. Todo o processamento embutido na superfcie de console,
com uma coleo de conectividade I/O incorporado ao frame.
A qualidade do udio da mesa, que dotada de uma coleo de
30 novos efeitos e ferramentas de anlise, uma caracterstica
principal do produto, estando presente desde nos pr-amps de
mics SuperAnalogue e na converso a 24 bits/96 kHz A/D D/A at o processamento interno de 64 bits e operao a 96 kHz. Tambm chama a ateno o conjunto de ferramentas de processamento de
canais que levam o clssico tom SSL, mas com um nvel novo de
preciso, flexibilidade e facilidade de uso.
www.solidstatelogic.com
www.justproaudio.com
BeaTS eLeTrNIcoS No KorG KrmINI
O sistema sem fio Shure GLXD conta com tecnologia inteligente e gerenciamento de energia, oferecendo udio digital profissional para
cantores e msicos em todo lugar. Permite
tambm gerenciamento automtico de fre-
quncias Linkfreq, que garante confiabili-dade e udio de grande qualidade. A con-
figurao do sistema simples e rpida, sendo necessrio seguir apenas quatro
passos para sincronizao de frequn-
cias entre transmissor e receptor.
O GLXD, que carrega baterias de on de ltio atravs de um encaixe no receptor
ou de uma grande variedade de conecto-
res USB, trabalha com cpsulas lendrias
como SM58, SM86, BETA58A e BETA87A e
possui trs sistemas disponveis para vocal (GLXD24BR/SM58, GLXD-24BR/BETA58 e GLXD24BR/BETA87A). Sistemas dedicados para ou-tras aplicaes tambm fazem parte da linha de produtos GLXD, como GLXD14BR e GLXD16BR (guitarra/baixo), GLXD14BR/Beta98HC (ins-trumentos de sopro, entre outros), GLXD14BR/WL93 e GLXD14BR/WL185 (palestrantes) e GLXD14BR/PG30 (headset).
Um elemento da srie que merece destaque especial o
inovador receptor de pedal para guitarra e baixo GLXD6 (foto), primeiro receptor sem fio de pedal da Shure, que oferece fcil montagem em pedalboards e possui afinador cromtico embu-tido com visualizao strobe ou agulha. O pedal permite passar
ou no o sinal de udio durante a afinao.
www.shure.com.br
www.pridemusic.com.br
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novos ProdUToS
oraNGe dUaL darK 50 e 100 No mercado
Lexsen PX- 1505A kit um sistema de caixas acsticas para uso profissional com baixa distoro, amplo alcance e alta sensibilidade. ideal para trabalhos e instalaes em que o reforo de som mais requisitado. Conta com duas caixas, sendo PX -1504A/PX-1505P.
A PX-1505A uma caixa ativa de duas vias, com MP3 player, display LCD e controle re-moto. Tem 200 RMS de potncia e conta com entrada de microfone XLR (com controle de volume) e sadas de linha XLR. Por sua vez, a PX-1505P uma caixa passiva de duas vias, com 200W RMS de potncia e entrada Speakon.
Os produtos, de acordo com a fabricante, oferecem boa relao custo-benefcio, fcil montagem e no precisam de tcnico para instalao. Versteis, so indicadas para igre-jas, eventos corporativos e festas.
www.lexenco.comwww.proshows.com.br
cHeGa o coNSoLe mIdaS m32 Outro console que chega dando o que falar, tendo sido lanado na Namm 2014, o M32, da Midas, que engloba conceitos da Behringer. O console M32 tem estilo e vem com elementos de design inspirados na Bentley de Rajesh Kutty, com assinatura identificada com as clssicas Midas. Possui uma estrutura fsica bem simples e elegante para, de acordo com a fabricante, revolucionar a experincia de mixagem ao vivo.
Entre as caractersticas do console esto performance ao vivo e em estdio de gravao do console digital com at 40 canais de entrada simultneos, 32 premiados pr-amps Midas (linha Pro), 25 bus de sada (configurveis), networking AES50 que permite at 96 entradas e 96 sadas, arquitetura aberta para futura operao 96 kHz, ADC 192 kHz e DAC conversores para alto desempenho de udio.
O equipamento trabalha com 40 bits de ponto flutuante de processamento de sinal digital, oito DCA e seis grupos de Mute, motores de efeitos de processa-mento de sinal 8 estreo e 25 faders motorizados Midas Pro de 100 mm. Con-trole remoto sem fio opcional com Midas Apps para iPhone e iPad.
www.midasconsoles.comwww.proshows.com.br
NoVaS caIXaS LeXSeN PX-1505a KIT
Outras novidades apresentadas na Namm Show 2014, ocorrida em Anaheim, Califrnia, entre 23 e 26 de janeiro, foram os novos mo-delos Dual Dark 50 e 100 (de 50 e 100 watts), da Orange. Acres-centados srie Terror, os dois novos amps inovam com dois canais cada e ainda possuem efeito loop e a possibilidade de se mudar a potncia de ganho. De acordo com a fabricante, a srie high-end que pretende trazer uma nova dimenso de som, capaz de oferecer combinaes sonoras potentes e os mais altos nveis de ganho.
Segundo a marca, o canal A traz uma sonoridade completamente nova, diferente de qualquer outra ouvida nos amps da empresa, ainda que fiel sua herana. J o canal B tem a tradicional sonoridade dos amps da Terror Series. Ambos os canais permitem tirar o som em nveis mais baixos de ganho, chegando a oferecer quatro estgios de ganho.
Os lanamentos apresentam controle atenuador, footswitch para mudana de canais, volume, ganho e diversos outros re-cursos. O modelo de 50 watts conta com outupt para ser usado em 50 ou 25 watts, enquanto que o de 100 pode ser mudado para 100, 70, 50 ou 30 watts.
www.orangeamps.comwww.royalmusic.com.br
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Jos Luiz Sasso
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Uma histria profissional que promove uma verdadeira viagem pelo som do cinema e da TV
UdIo No BraSIL | marcio Teixeira
No dia 21 de abril de 1951, no bairro paulistano do Bom Retiro, nasceu Jos Luiz Sasso, nome que se confunde com a histria do som de cinema brasileiro. Filho de imigrantes italianos, ele comeou a se interessar por udio e imagem por volta dos quatro anos de idade graas ao seu tio Spar-tacus, que consertava alto-falantes e amplifi cadores e reali-zava a manuteno do som de uma sala de cinema em So Paulo, o antigo Cine Marconi, e de outra em Osasco. Z, absorvendo conhecimentos de toda a sua famlia, mergu-lhada seja em artes, seja em pesquisa, vivia a tecnologia desde a mais tenra idade. E no dia em que viu seu primeiro fi lme no cinema, o espanhol Marcelino Po e Vinho, com cinco anos, algo aconteceu, e a experincia fi cou guardada num lugar especial de sua mente infantil.
Tempos depois, o contato com outra famlia rica culturalmente, a de seu amigo-irmo Z Fernando Marchesini, ajudou a fazer com que Sasso se interessasse ainda mais pelo rumo artstico. Aos 12 anos, quando j ia com regularidade ao cinema, nota-va quando o som era ruim. Comecei a ler livros sobre cinema, e a aquele vrus que estava latente em mim desde os meus cinco anos comeou a afl orar. Com 15 anos, com uma cmera de oito milmetros e um gravador usado, passei a fazer alguns fi lmes sonoros. Valia pela experincia, afi rma ele, que ainda aos 15 comeou a trabalhar, sendo a primeira experincia no pequeno laboratrio do cineasta Francisco de Almeida Fleming, autor, diretor e editor de fi lmes nos anos 1920 e 1930, seria considerado por Jos Luiz como um de seus mentores.
DESCOBRINDO UM CAMINHO
Z Luiz seguiu, ento, para um estgio no laboratrio paulis-tano Rex Film, indo depois para a Linx Filmes, empresa que o levou a um estdio de som pela primeira vez. E foi nesse momento, que, com 16 para 17 anos, eu conheci a AIC [Arte Industrial Cinematogrfi ca] So Paulo, empresa que dublava fi lmes de televiso, fazia mixagem de publicidade e tinha tra-balhos de longa metragem. Comecei na empresa como proje-cionista de estdio de dublagem, e depois de algum tempo o Sr. Carlos Foscolo, diretor da empresa e meu primeiro grande mestre, me levou para o departamento de manuteno. Co-mecei assim minha vida tcnica, recorda.
Estudando nos horrios livres, Sasso foi sendo apresentado a novidades, como uma moviola e a montagem e sincroni-zao de negativos de som, alm de aprender com Foscolo
tudo sobre gravao tica. At que, um dia, o tcnico que
fazia a mixagem de fi lmes, Willian Bonas, outro profi ssio-nal de grande importncia no comeo de sua carreira, fi cou doente e algum precisava substitu-lo. Sasso foi colocado
para mixar. Lembro exatamente do primeiro trabalho de te-
leviso que mixei: o desenho animado japons Marino Boy.
Eu tremia na mesa, porque a gente gravava direto em tico.
Se fi zesse errado, mandava o rolo de negativo de som para o espao, o que era prejuzo, acrescenta. Depois de se di-
vidir um pouco entre manuteno e mix, a direo da AIC
percebeu que o lugar de Sasso era justamente na mixagem.
E assim fez toda a mesa de dublagem e parte dos rudos de
sala do fi lme Corrida em Busca do Amor, um dos primeiros do Carlos Reichenbach. Trabalhei em diversas produes,
sempre como tcnico de dublagem, de mesa, de gravao e
s vezes tambm como foley artist, destaca o tcnico, que
tambm mixava fi lmes televisivos dublados, incluindo as s-ries Jeannie um Gnio e A Feiticeira, entre tantas outras.
Com a AIC em crise, Sasso foi para a TV Cultura, que estava
ampliando seu departamento de cinema. A diretora cultural da
emissora era a grande atriz Nydia Licia, que gostava do meu
trabalho e me deixa fazer coisas minhas que eram projetadas
dentro de programas como o do Roberto Miller, Lanterna M-
gica, destaca Sasso, acrescentando que era muito querido na
emissora, onde fez muitos amigos. De l, foi para a lamo em
26 de abril de 1976, e l fi quei at 30 de junho de 1993, indica o tcnico, com preciso. A lamo era fi nalmente um lugar onde eu poderia colocar em prtica tudo o que eu tinha aprendido
desde a poca da AIC. Fui nomeado gerente tcnico do mesmo,
alm de mixador, e comecei a tomar conta do pessoal.
Sasso no estdio 1 da sua empresa, a JLS Facilidade Sonoras
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DOLBY STEREONO BRASIL
Entrem l no IMDb [http://tinyurl.com/sasso-imdb] e vejam muitos fi lmes que fi z na poca. mais f-cil assim do que citar nomes. Mas, ah, a fi cha l no est completa. H fi lmes que fi z cujos nomes nem lembro mais, afi rma o tcnico, indicando uma visita mais famosa fonte de informao sobre cinema da internet. Ao todo, segundo as contas do profi ssional, foram 350 os fi l-mes de longa-metragem nos quais trabalhou ao longo dos seus 45 anos de vida profi ssional, alm de cerca de 700 curtas e mdias. Comercial na casa dos milhares, e fi l-mes de TV tambm foram um monte, completa ele.
Sasso lembra que 1975 e 76 testemunhou o barulho da chegada da tecnologia de som Dolby Stereo ao cinema atravs do fi lme Star Wars. Desde ento fi cou por dentro do assunto graas a estudos e experincias com gravaes estereofnicas, e colocou tudo em prtica em 1983 no fi lme Coraes a Mil, de Jom Tob Azulay. Foi o primeiro em Dolby Stereo feito no Brasil. No tivemos ajuda de nenhum con-sultor Dolby. Pedrinho Siaretta, Carlos dos Santos, Wagner A. Sorgan, Renato Curi e eu fi zemos tudo sozinhos, desta-ca o tcnico, que, 30 anos depois, em 2013, foi chamado para realizar a restaurao do udio da obra. Depois de concluirmos o fi lme, em 83, comecei a entrar em contato com a Dolby, e em 86 a lamo inaugurou um novo prdio, com trs estdios, sendo um bem grande e o primeiro da Amrica Latina credenciado a mixar em Dolby, frisa.
A JSL
Em 1993, Sasso j havia sado da lamo e trabalhava como freelancer, alm de fazer projetos acsticos para salas de cine-ma. Sua empresa JLS Facilidades Sonoras, com a qual segue at hoje, j existia, e alm de voltada a gravao e mixagem, ela tambm oferecia assessoria tcnica, consultoria e implan-tao de sistemas. Para cri-la, recebi um grande suporte de uma pessoa maravilhosa, o Klaus Epenstein, da Savana. Ele me deu uma fora muito grande na importao de equipa-mentos, e ento pude trazer novos WaveFrames, que j ti-nham discos de 2 GB e memria muito maior e j rodavam num Pentium 1. Adquiri uma mquina Beta UVW, e com esse equipamento fi z todo o desenho de som e gravao de foley de Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas, junto com alguns dos meus alunos da ECA, entre os quais estava a Gabriela Cunha, hoje uma excelente tcnica de som, diz Sas-so, orgulhoso. E a JSL comeou a crescer. Contando com a aju-da do pessoal da Dolby, especialmente de Bobby Warren, Z pde equipar ainda mais seu estdio, e assim fez fi lmes como Baile Perfumado e O Cego Que Gritava Luz, todos mixados na Cardan, onde sua empresa ocupava uma sala.
Querendo ter um espao seu, Sas-
so adquiriu, em 1996, um imvel na Rua Albion, bairro da Lapa, em
So Paulo, onde a JSL est at
hoje. O lugar chegou a contar com
trs salas de edio de som, e mui-
tos fi lmes comearam a ser edita-dos l. Sasso, que chegava a mi-
xar 12 a 14 longas por ano em sua
mesa Mackie de 24 canais, em 1998 deu um outro salto ao
ingressar no universo do 5.1. Importou uma mesa D&R Ci-
nemix 5.1, feita para o cinema, com 64 canais e automao de faders, e foi com tudo, segundo suas prprias palavras.
Em 2004, paramos com a edio de som no estdio, con-
centrando esforos apenas na mixagem e na consultoria,
com mdia de 10 a 12 longas por ano.
DESCANSO OU MAIS TRABALHO?
Em 2007, com 56 anos, um dilema: ou Sasso botava os chinelos nos ps e ia passear, ou ampliava a JLS. Depois
de pensar que fi car em casa poderia no ser uma boa, Z Luiz seguiu em frente. Sua esposa Denyse negociou com
sucesso a aquisio de uma casa ao lado da empresa, e
neste espao Z pde fazer, pela primeira vez, um projeto
de estdio para si prprio, com tudo estando concludo em
maio de 2009. Em 2010, o estdio 1, que uma sala gran-
de que atende aos formatos 5.1, 6.1 e 7.1, comeou ofi cial-mente a funcionar, sendo o primeiro fi lme nele mixado a co-produo Brasil-Portugal Amrica, e estamos aqui at hoje,
tocando o nosso barco com o que ainda , at este mo-
mento, o maior estdio brasileiro em espao de mixagem
para cinema. uma sala muito confortvel, ela equivale ao
tamanho de uma sala de cinema para 180 espectadores.
Tem em 13,5 metros de comprimento, oito de largura e um
p direito til de 5,60 metros, afi rma o tcnico, que nela conta com uma mesa D-Command com 32 faders, dois Pro
Tools e sistema de projeo de alta resoluo.
Perguntado sobre a sua receita para o sucesso, o tcnico
fala sobre dedicao, confi ana e honestidade, alm de citar a fora que muitos lhe deram. Humilde, Z Luiz com-
plementa esta auto-anlise afi rmando que Deus lhe deu muito mais do que ele merecia. Estou feliz. A empresa
funciona e hoje meu fi lho, Daniel Sasso, quem cuida de toda parte de gerncia tcnica, ir toc-la adiante. O ser
humano tem que saber quando tem que parar, se preparar
para isso, e saber o que vai fazer depois. J havia dito que
no iria at 2012 mixando ofi cialmente. Parei em dezem-bro de 2011, destaca o tcnico, cujos ltimos trabalhos
integrais como mixador foram Boca, de Flvio Frederico, A
Suprema Felicidade, de Arnaldo Jabor, Hoje, de Tata Ama-
ral, e Ensaio, de Tnia Lamarca. Mas no d vontade de
parar de trabalhar. Sempre tive prazer no que fao, fazen-
do da maneira que gosto, encerrou.
UdIo No BraSIL Em 1986, Z Luiz no estdio 6 da lamo
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O CURIOSO PROCESSADOR QUE TEM AT CRDITO EM DISCOS
WAVES VINTAGE AURAL
EXCITER
Neste ms convidamos Katia Dotto para falar sobre suas
experincias com o Aural Exciter. Boa leitura!
Ol, pessoal. Meu nome Katia Dotto. Sou cantora, musi-
cista e compositora e trabalho com gravao, mixagem e
produo de artistas no meu estdio. Tambm sou certi-
fi cada pela Avid como Pro Tools Expert Certifi ed e leciono cursos de Pro Tools e mixagem na ProClass. Desde que
essa nova era tecnolgica possibilitou termos nosso pr-
prio equipamento em casa ou em um pequeno estdio,
penso que muitos leitores podem se identifi car com a mi-nha trajetria, pois acabei me apaixonando pelo mundo
da gravao e da mixagem enquanto ainda na carreira de
musicista e cantora solo e hoje em dia tenho passado mais
tempo com outros artistas no estdio do que no palco.
O MISTERIOSO APHEX AURAL EXCITER
O Aphex Aural Exciter surgiu em meados da dcada
de 1970 nos Estados Unidos e esteve presente nas
gravaes da maioria dos grandes artistas da poca
por causa da sua habilidade em realar a presena,
o brilho e a claridade em vocais e instrumentos tanto
acsticos quanto eltricos. Uma curiosidade sobre o
Aural Exciter que muitas vezes, logo quando o pro-
duto surgiu no mercado, eram dados os devidos cr-
ditos na ficha tcnica dos discos em que era usado.
Algo como esse disco foi mixado usando o sistema
Aphex Aural Exciter, ou, s vezes, era at categori-
zado como um msico de gravao, tamanho era o
mistrio que cercava sua tecnologia. Para quem ain-
da no conhecia o Aural Exciter, alguns achavam que
era algum tipo de pegadinha, como conta o prprio
produtor e engenheiro Val Garay, que foi um dos prin-
cipais divulgadores do Aphex Aural Exciter.
Uma pergunta comum: por que usar o Aphex Aural Exci-
ter e no simplesmente um equalizador? Bem, primeiro
porque a claridade e presena que ele traz no se con-
segue com nenhum equalizador. Em segundo lugar, por-
que o Aural Exciter tambm cria uma sensao de que
este brilho vai um pouco alm do nosso panorama L/R, quase como se ele posicionasse o instrumento alm de
nossas caixas, e acho que so essas caractersticas que o
tornaram to popular at os dias de hoje.
Esta verso do plug-in da Waves foi desenvolvida a
partir de uma das nicas unidades valvuladas (tube-
-powered) produzidas, porque existiam poucos modelos
valvulados no mercado e sua verso mais comum era
a solid-state. O modelo usado pela Waves para criar o
plug-in foi o 402. Apesar de hoje em dia o circuito do
Aural Exciter ter sido licenciado por outros fabricantes e
existirem modelos similares, os modelos da Aphex con-
tinuam sendo padro de referncia em todo o mundo.
PARMETROS: MODOS DE OPERAO
O Aural Exciter possui quatro modos de operao: BP, MIX1, MIX2 e AX. BP o Bypass, onde o sinal passa sem processa-mento. Porm, importante saber que ele no se comporta
como um bypass puro ou true-bypass, pois o plug-in emu-
la exatamente a sua verso fsica, onde mesmo em bypass
ele modifi ca do som. Com relao aos modos de MIX, va-mos comear com o MIX2. Ele se comporta como a funo Mix do hardware, projetado para ser fi sicamente ligado no insert do canal, e no como send/return. Para controlar a intensidade do efeito, usa-se o boto AX Mix.
J o modo AX foi projetado para ser utilizado em para-lelo (send/return) por meio de um Aux Send e o efeito
PLUG-INS | Katia dotto
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inserido num track auxiliar (return). Desta maneira, o usurio pode equilibrar a relao entre som direto e som processado por meio do Aux Send. Inclusive, note que boto AX Mix fica inutilizvel, uma vez que o plug-in s reproduz o som modificado.
EM AO
Quando usado no modo MIX2, me parece que as me-lhores caractersticas do Aphex Aural desaparecem, e o som fica inclusive mais velado nos violes, ganhando at um pouco de corpo. Como sempre, tudo depende da sua necessidade e sem dvida ele tem sua utilidade. No por coincidncia que Val Garay comenta em suas entre-vistas que prefere utilizar o Aural Exciter no modo AX, colocando-o em send/return.
Nos links a seguir voc pode ouvir alguns dos testes re-alizados com o material da banda RockTed.
- Msica completa: http://goo.gl/qtxa6j- Violo sem Aural: http://goo.gl/1gPMe7- Violo com Aural: http://goo.gl/4QTMYy- Pandeirola sem Aural: http://goo.gl/jVtuzh- Pandeirola com Aural: http://goo.gl/UmvcCB
MODO EXCLUSIVO DO PLUG-IN
Como visto acima, o comportamento do processador no modo MIX2 e no modo AX produzem resultados bem di-ferentes. Por conta disso, a Waves uniu o til ao agra-dvel e criou o MIX1, parmetro que no existe origi-nalmente no hardware. A finalidade obter o som do hardware usado em AX Mode, porm com a praticidade de us-lo como insert direto no canal.
Na minha mais recente mixagem usei o Aphex Aural Exciter em dois instrumentos violo e pandeirola , e em ambos usei exatamente este modo, colocando o plug-in diretamen-te no canal dos instrumentos (no caso do violo, criei um auxiliar somente para somar os microfones usados).
PARMETROS COADJUVANTES
direita da interface do plug-in temos o boto Mains, que funciona para eliminar hummings baseados na fonte de energia usada nos modelos originais. Funcio-na com um filtro passa-alta.
Para deixar a emulao mais fiel, a Waves tambm incluiu o parmetro Noise, que controla a quantidade de rudo que havia no modelo original. A vantagem na verso plug-in poder ajustar isso ao seu gosto ou deslig-lo completamente.
PLUG-INS
Aphex Aural Exciter 602 B: no mercado em 1975
Katia dotto cantora, musicista e compositora e trabalha com gravao, mixagem e produo de artistas em seu estdio. Leciona cursos de Pro Tools e mixagem na Proclass (www.proclass.com.br) e certificada pela avid como Pro Tools expert certified.
Propaganda do produto, com promessa de som vintage e direito a erro de grafia (develoed no lugar de developed)
CONCLUSO
O uso do equalizador para puxar frequncias altas bem comum, e o resultado acaba, s vezes, no sendo o espe-rado. Ao invs de brilho, o timbre fica estridente, ardido, etc. Se voc busca realar as qualidades agudas de um instrumento ou voz, ou destacar um instrumento com in-formaes de alta frequncia, experimente, da prxima vez, o Aural Exciter como alternativa ao equalizador.
At a prxima!
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NoTcIaS do FroNT | renato muoz
As Partes de um Sistema de Sonorizao (Parte 11)
SISTEMAS DE MONITORAOsico etc., tudo isso para proporcionar a aqueles
que esto no palco o maior conforto e segurana
possvel para que possam executar o seu trabalho
da melhor maneira possvel.
COMO SURGIRAM OSSISTEMAS DE MONITOR?
Como j vimos aqui anteriormente, nos primrdios
dos sistemas de sonorizao simplesmente no exis-
tia nenhum tipo de monitorao, nem mesmo para
os cantores. Os msicos ouviam os seus prprios
instrumentos e os cantores tinham que se contentar
com o que eles ouviam do sistema de sonorizao.
Os primeiros monitores eram feitos pelas mesmas
colunas utilizadas para o PA, colocadas nas laterais
do palco (voltadas para o centro) como se fossem
um pequeno side fi ll. A mixagem era a mesma do PA, j que os consoles no possuam sadas inde-
pendentes para o monitor, o que no garantia boa
qualidade para os msicos.
Depois de falar sobre consoles de mixagem voltados
para os sistemas de monitorao, neste artigo irei fa-
lar mais propriamente dos sistemas de monitorao,
caixas e fones como eles surgiram, como se desen-
volveram, como esto agora e o que podemos espe-
rar para os prximos anos. Veremos tambm como os
sistemas com caixas (que durou mais de trs dcadas
e ainda resiste bem em alguns casos) foram sendo
substitudo aos poucos pelos sistemas de fone (com
ou sem fi o), quais foram as principais difi culdades de implementao deste novo tipo de monitorao, quais
suas vantagens e desvantagens.
No artigo anterior falei um pouco da importncia
dos tcnicos de monitor. Neste falarei de algumas
de suas principais atribuies durante um show e
at mesmo antes de um show, como deve ser o
seu preparo tcnico e como deve ser o seu pre-
paro psicolgico para, em muitos casos, efetuar
este tipo de trabalho. Mostrarei tambm a im-
portncia de uma boa interao entre tcnico de
monitor, tcnico de PA, roadies, produtores, m-
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Tcnico de monitor: cargo de confi ana cada vez mais importante na apresentao das bandas
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Um dos primeiros relatos da utilizao de caixas de
monitor ao vivo foi no comeo da dcada de 1960 nos EUA, por uma empresa chamada McCune Sound Ser-
vice, de So Francisco (Califrnia), no show da can-
tora Judy Garland. Um dos tcnicos que desenvolveu
o sistema foi John Meyer (futuro fundador da Meyer
Sound). O que se estava tentando fazer era dar ao
menos ao cantor ou cantora um pouco de conforto,
fazendo com que eles conseguissem se ouvir com um
pouco mais de qualidade utilizando caixas exclusivas
para sua monitorao (com direito tambm a amplifi -cao e equalizao independentes).
CAIXAS DE SOM NO PALCO
A partir do meio da dca-
da de 1970, as caixas de
som se tornaram cada vez
mais presente nos palcos
primeiro as passivas e,
mais tarde, tambm as
ativas. O que sempre se
procurou foi uma caixa
pequena que conseguisse
bastante presso sonora,
com um bom grave e que
tivesse uma grande inteli-
gibilidade, principalmente
na regio da voz.
Uma grande quantidade de
monitores no palco, no quer
dizer necessariamente que
todos os problemas estavam
resolvidos e que todos os m-
sicos se ouviam perfeitamente
bem. Na verdade, em muitos
casos, surgiam mais proble-
mas do que solues com as
caixas de monitor. claro que
para quem no tinha nada
conseguir se ouvir com uma
certa clareza era muito me-
lhor, porm novos problemas
foram surgindo: o volume no
palco fi cou muito mais alto, e, agora, alm dos falantes dos amplifi cadores dos ins-trumentos, tnhamos tambm os falantes das caixas
de monitor somando SPL no palco.
Todo este vazamento sonoro no ajuda muito na
mixagem do PA. Outro problema a falta de re-
ferncia: nem sempre caixas da mesma marca e
modelo soam da mesma maneira, e dependendo
da qualidade dos monitores pode-se perder um
grande e precioso tempo alinhando todas elas
para que soem da mesma forma.
O tcnico de monitor, usando caixas de som, passa
uma boa parte do tempo tentando adivinhar como
as caixas esto soando, j que ele no pode entrar
Eric Clapton um dos artistas que ainda preferem trabalhar com o sistema de monitorao feito por caixas, e no por fones
Apresentao da banda inglesa The Who em 1967: nenhuma monitorao (note a ausncia de microfones na bateria)
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no palco para ver o que est acontecendo. Fora isso, toda caixa tem um ngulo de cobertura, e se o msico se move para um lado ou para o outro ele sai desta co-bertura, perdendo o som. Tirando estes pe-quenos problemas, as caixas de monitorao foram um grande passo para os sistemas de so-norizao em geral. At hoje, mesmo depois do advento de novas tec-nologias, ainda vemos grandes artistas traba-lhando com este sis-tema e tambm ainda existem tcnicos que preferem uma velha e boa caixa de monitor para trabalhar.
MONITORES MAIORES PARA TODAA BANDA (SIDE FILL)
Umas das coisas que se pode notar quando trabalha-mos com caixas de monitores que, por melhor que elas sejam, nem sempre tm uma presso sonora muito grande e nem conseguem fazer uma cobertu-ra sonora muito ampla. Ou seja, sempre foi preciso um sistema que resolvesse estes dois pontos.
O conceito de se colocar caixas nas laterais do palco que pudessem prover cobertura e presso sonora maiores foi logo colocado em prtica com o aumento na quantidade de vias de monitor. Logo estes side fills se tornaram estreo assim o tcnico de monitor podia fazer uma mixagem mais aprimorada usando at imagem sonora.
O side fill tambm tinha o problema de colocar muito som no palco, causando vazamento nos microfones e na plateia. Mais uma vez a impor-tncia de um bom tcnico que soubesse dosar a quantidade de volume e os instrumentos na mi-xagem do side fill era fundamental para uma boa qualidade sonora.
Hoje em dia, com a uti-lizao cada vez maior dos fones de ouvido, o side fill tem sido deixa-do um pouco de lado. Alguns tcnicos s uti-lizam o sub (na gran-de maioria das vezes o side fill configura-do em trs vias) para preencher o palco com baixas frequncias ou ele fica desligado, sen-do usado apenas em caso de emergncia. Para o monitoramento da bateria ou de outro instrumento que gere baixas frequncias, al-guns tcnicos utilizam um sub separado, in-dependentemente se so utilizados fones ou caixas para as mdias e altas frequncias. Normalmente este sub
endereado por uma via auxiliar separada da via usada na bateria.
A REVOLUODOS FONES
Os ear phones (fones de ouvido) foram mais uma dessas revolues que surgiram no mercado nos ltimos 20 anos e que vieram para ficar. Os pri-meiros modelos surgiram no comeo da dcada de 1990, e o cantor Steve Wonder foi um dos primei-ros grandes nomes internacionais a usar o novo produto, que alm de proporcionar um som muito mais claro e definido para quem est usando, ainda consegue fazer um timo isolamento do som exter-no. Ou seja, o msico consegue ouvir bem melhor a sua mixagem sem que o barulho do pblico ou problemas acsticos do lugar interfiram muito.
Demorou um pouco para os msicos e tcnicos se acostumarem com a nova tecnologia. Muitos come-aram a usar sem nenhum planejamento. Com o fone, muita coisa mudou. Os msico passaram a ouvir coisas que no ouviam normalmente, os sons ficaram muito mais claros (assim como os erros).
Side fill no formato de line array proporciona maior cobertura e presso sonora no palco
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Mu
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Side fi ll colocado ao lado da bateria na apresentao do Led Zeppelin em 1975
Wiki
Imag
es
A mixagem de monitor com a utilizao de fones passou a
ser um trabalho muito mais preciso por parte do tcnico de
monitor. Muito do que era feito em mono passou a ser est-
reo, efeitos passaram a ser utilizados com mais frequncia,
e tambm foi necessrio aprender como colocar o som da
plateia para os msicos.
APRENDENDO A TRABALHARCOM OS FONES
A prpria comunicao entre os msicos no palco foi mo-
dificada. Com todos usando fone no dava mais para falar
alguma coisa direto no ouvido do companheiro de palco,
porm bandas maiores, com um maestro no palco, agora
podiam receber instrues diretas atravs de um microfone
endereado para seus fones.
A utilizao de clicks ou qualquer outro tipo de contagem
para guiar a banda tambm foi muito facilitada, e os msi-
cos agora podiam receber diferentes informaes direto nos
seu ouvidos, sem que a plateia ouvisse nada. Alm disso,
informaes dadas por tcnicos fora do palco tambm pas-
saram a ser recebidas com maior clareza.
Uma das grandes vantagens que os fones trouxeram foi
a diminuio em nmero ou at mesmo a eliminao das
caixas de monitor no palco, isto facilitou muito a vida dos
tcnicos de PA, pois os nveis de presso sonora vindos do
palco diminuram imensamente, facilitando bastante a mi-
xagem para a plateia.
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Outro aspecto importante, des-ta vez para a sade dos msi-cos, foi que, ao eliminarem os monitores de cho e passarem a trabalhar com fones, eles tive-ram sua audio mais preserva-da, j que agora passariam a ter um controle muito maior do vo-lume do que estavam ouvindo.
O QUE PODEMOS ESPERAR DOS NOVOS SISTEMAS DE MONITORAO
Desde que foram implementa-dos no mercado, os sistemas de monitorao tinham como objetivo dar mais conforto e segurana para os msicos. Na minha opinio, a tendncia
que isto seja conseguido cada vez mais, e
quanto mais confortvel e seguro o msico es-
tiver, melhor ser sua performance.
Os sistemas de fones j dominam o mercado.
Dos artistas mais simples aos mais sofisticados, a grande maioria usa este tipo de sistema. O
que ir melhor cada vez mais a parte de trans-
misso e receptao dos aparelhos, assim como
a qualidade dos fones propriamente ditos.
Os tcnicos de monitor ganharam cada vez mais
importncia no mercado, desde o seu surgimen-
to at os dias de hoje. Continua sendo um cargo
solitrio (dependendo da quantidade de msicos
no palco, pessoas ouvem seu trabalho), mas
fundamental para um bom desempenho do ar-
tista. Vale lembrar que bandas com maior poder
financeiro ou com maiores necessidades tcnicas podem utilizar at mais de um tcnico de moni-
tor para dar mais conforto e segurana a seus
msicos. E fato que os msicos tambm tm
elevado muito o seu grau de exigncia em rela-
o ao que eles ouvem, sendo, assim, essencial
contar com um bom profissional nesta posio.
Apresentao utilizando fones: palco limpo e maior facilidade para a mixagem do PA
renato muoz formado em comunicao Social e atua como instrutor do IaTec e tcnico de gravao e Pa. Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. e-mail: [email protected]
Receptores de fones sendo preparados para a utilizao em uma apresentao ao vivo
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Todo microfone precisa de um pr-amplifi cador para funcionar. Ele responsvel por amplifi car o sinal na sada do microfone para que o nvel es-
teja alto sufi ciente para ser gravado. Sem o pr--amplifi cador, o sinal seria extremamente baixo e provavelmente nem daria para ouvi-lo. Portanto, o
pr-amplifi cador indispensvel para qualquer es-tdio. E como o pr-amplifi cador responsvel por amplifi car o sinal do microfone, ele tambm afetar a qualidade do sinal, seja para melhor ou pior.
A maioria das mesas de som e das interfaces de
udio (placa de som) incluem pr-amplifi cadores nos seus canais de entrada. Porm, a qualidade
desses pr-amplifi cadores nem sempre boa, es-pecialmente nos modelos mais baratos. Por isso,
comum o uso de um pr-amp externo, que te-
nha uma qualidade sonora melhor. Especialmente
para gravar instrumentos importantes e delicados,
como um violo ou vocal. Vamos conhe-
cer melhor os tipos e especifi caes dos pr-amplifi cadores.
TIPOS DE PR-AMPLIFICADORES
Valvulado
Os pr-amplifi cadores valvulados utilizam vlvulas para amplifi car o sinal, assim como os microfones valvulados. A vlvula produz
uma distoro harmnica que gera um som
mais ardido e com forte presena dos
agudos (brilho). Mas dependendo da qua-
lidade do pr-amplifi cador (e do seu gosto, claro), essa distoro pode ser linda e
excitante, ou excessiva e esmagadora.
Transistorizado
J os pr-amplifi cadores transistorizados produ-zem um som mais limpo e claro, e com um pouco
menos de brilho (agudos). Porm, muitas vezes
no tm a mesma presena e vida que os val-
vulados produzem.
Hbrido
Os pr-amplifi cadores hbridos, como o nome suge-re, dispem de ambos e permitem que voc escolha
se quer utiliz-lo na vlvula ou no transistor. Isso
te d uma variedade maior, e pode ser bem visto.
Mas essa liberdade geralmente vem com um custo
maior.
Muitos vocalistas preferem pr-amps valvulados,
pois realam o brilho e a presena do vocal,
EQUIPAMENTOS PARA UM HOME STUDIOPR-AMPLIFICADORES (PARTE 1): ESPECIFICAES
em caSa | Lucas ramos
Imagem 1 Todo microfone precisa de um pr-amplifi cador para funcionar. Sem o pr-amp, o sinal seria extremamente baixo e provavelmente nem daria para ouvi-lo.
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geralmente tornando-o mais forte e claro. J para
a gravao de uma bateria ou de uma guitarra
(instrumentos mais pesados), muitas vezes um
pr-amplificador transistorizado pode funcionar
melhor, pois os ataques das notas sero capta-
dos com maior definio e clareza. Os hbridos
permitem ter o melhor dos dois mundos, porm
geralmente so mais caros.
ESPECIFICAES
H algumas especifi caes a serem consideradas na hora de escolher um pr-amplifi cador. Confi ra.
Com ou sem transformador
Os pr-amplifi cadores de microfone podem ser di-vididos em dois grupos: com ou sem transforma-
dor em seus circuitos. A diferena entre os dois
grande, e a escolha entre um ou outro bastante
subjetiva. Os pr-amplifi cadores com transformador
tendem a colorir mais o sinal, acrescentando as suas prprias caractersticas sonoras ao sinal vindo do microfone. J os pr-amplifi cadores sem trans-formador tendem a ser mais transparentes, modi-fi cando menos o sinal vindo do microfone.
Nmero de canais
Cada pr-amplifi cador vem com um nmero es-pecfi co de canais, assim como uma mesa. E isso determinar o nmero mximo de microfones que podero ser conectados simultaneamente ao pr--amplifi cador. Muitos fabricantes inclusive oferecem os mesmos modelos em verses com nmeros dife-rentes de canais. Escolha um pr-amplifi cador que satisfaa as necessidades bsicas do seu estdio. Calcule o nmero mximo de canais que voc pre-tende gravar ao mesmo tempo e compre um pr-am-plifi cador (ou vrios) para dar conta de tal nmero. Porm, lembre-se de que voc tambm poder uti-lizar os pr-amplifi cadores da sua interface de udio ou de uma mesa de som (se voc tiver uma), es-
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pecialmente para os canais menos importantes e que no necessitem de tamanha qualidade na gravao. sempre melhor ter o maior nmero de pr-amplifi cadores de alta quali-dade, mas se voc tem que pagar a conta, melhor s comprar o que for realmente imprescindvel.
Impedncia
Todo pr-amplificador tem sua im-pedncia, e muitos dispem de um controle que permite que voc es-colha entre alguns possveis valores de impedn-cia. Para garantir que o sinal do microfone seja transferido com maior eficincia e sem perda, necessrio que as impedncias do microfone e do pr-amplificador estejam casadas. Para no complicar demais, a impedncia do pr-amplifi-cador deve ser mais ou menos dez vezes maior do que a impedncia do microfone (a impedn-cia da maioria dos microfones profissionais varia entre 50 e 2000 ). Ou seja, se a impedncia do microfone for 100 , o pr-amplificador deve ter uma impedncia de 1000 .
Rudo interno (EIN)
Todo equipamento eletrnico de udio produz al-gum nvel de rudo interno. E esse rudo aumenta medida que o nvel do ganho aumentado. Por isso muito importante que o nvel de rudo in-terno do pr-amplificador seja o mais baixo pos-svel, para no acrescentar sujeira demais sua
gravao. O rudo interno conhecido como EIN (ou Equivalent Input Noise).
Equalizador e compressor
Muitos pr-amplificadores vm com equalizado-res e/ou compressores embutidos, que permitem processar o sinal antes de ser enviado para gra-vao. Isso pode ser til, pois permite ajustar o timbre da sua gravao no ato. Mas tambm pode ser perigoso. Geralmente no recomendvel gravar um sinal com compresso ou equalizao, pois caso voc mude de ideia mais tarde, ser impossvel desfazer tal processo. Especialmen-te para aqueles que no tm muita experincia com gravao. As decises de equalizao e com-presso vo depender dos outros instrumentos presentes na produo, e por isso devem ser to-
madas na mixa-gem, e no na gravao. Alm disso, na maio-ria das vezes o fato de ter um equalizador e compressor en-carece bastante o preo do pr--ampl i f i cador. Por isso, eu no acho que equa-
Imagem 2 Muitos pr-amplifi cadores vm com equalizadores e/ou compressores embutidos, que permitem processar o sinal antes de ser enviado para gravao
Imagem 3 Alguns pr-amps vm equipados com sadas digitais, onde o sinal convertido
de analgico para digital. Isso pode simplifi car bastante as conexes de um estdio.
em caSa
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lizao e compresso em um pr-amplificador
seja imprescindvel para um home studio, mas
tambm no algo negativo, pois voc no
precisa usar sempre, s quando necessrio.
Pad
Se o nvel na sada do seu microfone for mais
alto que o nvel mximo de entrada do pr-am-
plifi cador, o sinal soar distorcido. Isso se deve geralmente alta sensibilidade do microfone
somado ao alto nvel de presso sonora produ-
zida pelo instrumento que est sendo gravado.
Para corrigir isso, alguns pr-amplifi cadores dispem de um boto que atenua (diminui) o
nvel de sinal na entrada para poder compen-
sar o alto nvel na sada do microfone. Dessa
forma o sinal no soar distorcido.
Sadas digitais
Alguns pr-amplificadores vm equipados
com sadas digitais, onde o sinal convertido
de analgico para digital. Isso pode simplifi-
car bastante as conexes de um estdio, pois
as conexes digitais so capazes de transmi-
tir mltiplos canais de udio simultaneamente
em um nico cabo. Porm, nem sempre os
conversores que executam a converso so
de boa qualidade, e muitas vezes podem ge-
rar um sinal digital que no fiel ao anal-
gico. No geral, isso ocorre nos modelos mais
baratos, por isso tome cuidado. Tambm
importante certificar-se de que a sua inter-
face de udio dispe de uma entrada digital
com o mesmo conector que a sada digital
do seu pr-amplificador. Os conectores mais
comuns so S/PDIF (at dois canais) e ADAT Lightpipe (at oito canais).
Inverso de fase
Alguns pr-amplifi cadores tambm incluem um boto de inverso de fase, que pode ser muito
til para checar a fase em gravaes com mais
de um microfone. Porm, hoje em dia poss-
vel inverter a fase no prprio software, ento
essa funo no mais essencial.
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Lucas ramos tricolor de corao, engenheiro de udio, produtor musical e professor do IaTec. Formado em engenharia de udio pela Sae (School of audio engineering), dispe de certi caes o ciais como Pro Tools certi ed operator, apple Logic certi ed Trainer e ableton Live certi ed Trainer. e-mail: [email protected]
DI Input (Hi-Z)
Muitos pr-amplificadores oferecem uma entrada P10 (1/4) para a gravao direta em linha de instrumentos eltricos, como baixos e guitarras. Para guitarra, isso pode ser til para gravaes rpidas ou quando no houver um amplificador disponvel. Para baixo, muito comum a gra-vao direta em linha, portanto essa entrada a mais se torna quase indispensvel. Mas, hoje em dia, praticamente todos os pr-amplificadores do mercado vm equipados com tal entrada.
Medidor de nvel
Um recurso bastante til, mas que muitos esque-cem, um medidor de n-vel. Para poder assegurar que o nvel na entrada e na sada do pr-amplifi-cador no esteja alto ou baixo demais, um me-didor bastante conve-niente, pois proporciona uma monitorao visual
dos nveis. Os medidores podem ser em forma de agulha (como os pr-amplificadores mais an-tigos) ou em LED.
Na prxima seo Em Casa vamos conhecer al-guns fabricantes e modelos de pr-amplifica-dores. Entre eles pode estar o ideal para o seu home studio. No perca!
Imagem 4 Alguns pr-amplifi cadores tambm incluem um boto de inverso de fase, que pode ser muito til para checar a fase em gravaes com mais de um microfone
Imagem 5 Muitos pr-amps oferecem uma entrada P10 (1/4) para a gravao direta em linha de instrumentos eltricos, como baixos e guitarras
Imagem 6 Para poder assegurar que o nvel na entrada e na sada do pr-amplifi cador no
esteja alto ou baixo demais, um medidor de nvel bastante conveniente
em caSa
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Planeta
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Diego Matheus
Atlntida2014
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Florianpolis, Santa Catarina, 17 de janeiro de 2014. Do desem-barque do Aeroporto Internacional Herclio Luz j era possvel notar uma movimentao diferente na cidade que, apesar de grande, preserva traos interioranos. O motivo da agitao: a realizao de mais uma edio do Planeta Atlntida, maior festival de msica realizado anualmente no sul do pas.
Conhecido por levar regio shows dos principais artistas da msica pop, o Planeta teve, como de costume, um line up bastante amplo, composto por nomes como os de Ive-te Sangalo, O Rappa, Jota Quest, Lulu Santos, Raimun-dos, Armandinho, S Pra Contrariar, Donavon Frankenrei-ter e DJ Keemo, entre outros que passaram por seu palco
principal, o Palco Central. Sonorizado e iluminado pela Veritas Produo Tcnica, de Srgio Korsakoff, o evento disponibilizou aos tcnicos presentes o que h de mais diverso em termos de tecnologia, desde o sistema de PA at os consoles para a mixagem dos shows.
Em nossa visita ao local, conversamos com alguns dos en-genheiros que acompanham os artistas, tais como Bruno Campregher, do Jota Quest; Carlos Kalunga Branco, de Ivete Sangalo, e Ricardo Vidal, do Rappa, entre outros, e batemos um papo com Joo Libarino, Victor Pelcia e Valter Silva, que prestaram suporte aos tcnicos, tendo o terceiro operado ainda o PA para uma das atraes internacionais do festival.
Festival rene,em Florianpolis,suprassumo da tecnologia
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NORTON NO PALCO PRINCIPAL
O sistema de som utilizado no j citado Palco Central foi o Norton LS9. Composto por 42 elementos, sendo 24 deles dispostos nas duas torres mais prximas caixa cnica e 18 nas torres externas, o line contou tambm com 30 cai-xas de subgraves SB221, da mesma marca.
Gosto muito da sonoridade desse PA, pois, alm da presso sonora, ele fala de 20 a 20 KHz, ou seja, tem as frequncias subgraves no prprio line, disse Valtinho Silva. Como complemento do sistema, utilizamos tam-bm delays compostos por quatro elementos FZ 108A. Esses delays estiveram atrs da house voltados para os fundos da arena que comportava os palcos e a praa de alimentao do evento e nos camarotes, ponto de encontro de patrocinadores e celebridades, com ngulo de viso de aproximadamente 45 graus em relao lateral esquerda do palco, emendou ele.
Ainda sobre o sistema, Valtinho contou que, assim que montado e ligado, este ofereceu uma sonoridade bem redonda aos tcnicos. Por conta disso, no foi preciso promover muitos ajustes em sua equalizao. Alinha-mos [o sistema] do ponto de vista artstico. Mexemos pouco mesmo, somente de acordo com a necessidade de alguns tcnicos, que, em geral, utilizaram nossa prpria equalizao, disse.
Se o line array pare-
cia agradar a todos, o
tecido utilizado sua
frente, para a insero
das logomarcas dos
patrocinadores, era,
claramente, na opinio
dos tcnicos, um ponto
negativo. Engenheiro
de PA do S Pra Con-
trariar, Ivan Cunha,
o Batata, chegou a
enviar produo do
evento, juntamente a
seu rider de solicita-
es, um artigo que
reforava sua posio
quanto ao uso das te-
las ditas ortofnicas.
Produtor tcnico do
evento, Joo Libarino disse que, apesar de existir a tela
frente do PA, esta no prejudicou sua emisso de som. As
telas, em geral, quando no so de qualidade, prejudicam
mesmo. Isso um fato. Mas essa que usamos aqui tinha
qualidade sufi ciente para que o som se propagasse sem que as frequncias fossem condenadas, creio, destacou.
Engenheiro de PA de Lulu Santos, Alexandre Rabao le-
vantou a discusso em seu perfi l do Facebook. Avesso ao uso das telas, ele rece-
beu, por meio de comentrios, apoio
de outros engenheiros, que, no site
de relacionamentos, mostraram-se
totalmente contrrios ao acessrio,
alegando danos severos ao que eles
mais prezam: qualidade sonora.
HOUSEMIX LOTADADE CONSOLES
Na housemix do Planeta, quatro con-
soles estiveram disposio dos tc-
nicos: Midas Pro2, Avid Profi le Mix Rack e DigiCo SD8. Tambm no local,
outra Midas Pro2 esteve dedicada ex-
clusivamente ao master do sistema.
Presentes no evento, os especialistas
de produtos Emerson Duarte e Milton
Koprosky, da ProShows, explicaram
como funcionou o gerenciamento da Os subs da Norton auxiliaram o PA na sonorizao do festival
No detalhe, o delay composto por caixas FZ: sistema atendeu aos camarotes do evento
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sonorizao, feito por meio do console.
De acordo com Milton, a unidade em ques-
to recebia todos os envios dos apresen-
tadores aos DJs, passando pelas cenas de
mix de outros consoles, utilizados pelos en-
genheiros de PA dos artistas para, em se-
guida, enviar essas cenas ao PA e aos delays
que ficavam atrs da house e nos camarotes
do evento, explicou. Segundo Emerson, a
outra mesa, utilizada por engenheiros como
o j citado Batata, ficou disposio de ou-
tros tcnicos que, entre uma passagem de
som e outra, puderam conhecer um pouco
mais sobre o equipamento. Aproveitamos
a oportunidade e trocamos ideias com esses
caras. Afinal de contas, so eles que sempre
nos alimentam com feedbacks sobre os nos-
sos produtos, afirmou.
Por trs da tela ortofnica, que teve seu uso criticado por alguns profissionais, o pomposo line array Norton LS9: sistema agradou aos mais exigentes engenheiros de PA que passaram pelo festival
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Usurio dos consoles Avid, Carlos Branco, o Kalunga, que trabalha com Ivete Sangalo, aprovou a diversidade de modelos e marcas na house do festival. Curto a Pro-file, pois se trata de uma superfcie prtica, que oferece facilidade a ns, tcnicos, sem contar que possui perif-ricos, como os compressores multibandas e reverbs, to interessantes que h tempos no uso processamento outboard. Mas acho legal que, num festival como esse, exista opes para todos, disse.
SETUP NA MORAL
A equipe tcnica do Jota Quest chegou ao festival com um arsenal de equipamentos que contava com todo o backline da banda, bem como os microfo-nes utilizados na captao de seus instrumentos, o console Yamaha PM5DRH, usado na mixagem dos monitores, e os prprios monitores de cho Meyer MJF212, entre outros.
Por no viajar com console prprio, Bruno utilizou uma das mesas disponibilizadas pelo evento. Dentre os modelos, ele escolheu a DigiCo SD8, que, se-gundo o prprio, combina qualidade de udio com recursos, beleza e praticidade, alm de respeitar o modo como cada tcnico trabalha. Durante a pas-sagem de som, o tcnico alinhou o sistema a seu gosto, utilizando, para isso, o software Smaart. Nesta etapa do trabalho, ele verifi cou se as faixas de frequncia estavam iguais em timbre e inten-sidade, considerando, claro, os dois lados do PA,
e cortou, por meio do equalizador, so-
mente o que considerou necessrio.
J conhecia este PA, e, na maioria
das vezes em que trabalhei com ele,
conquistei timos resultados. Trata-se
de um sistema robusto, com excelen-
te potncia e cobertura. Mas, assim
como qualquer sistema, necessita de
cuidados em seu alinhamento, pois,
dependendo do preset escolhido,
pode no soar to bem em determi-
nados ambientes, disse.
Da house, o engenheiro se comu-
nicava com o palco, onde os instru-
mentos da banda j estavam total-
mente microfonados, aguardando somente as instrues
do comandante para que fossem testados e mixados
no PA. Para a captao, Bruno utilizou, basicamente, mi-
crofones Shure. A exceo fi cou a cargo do Sennheiser e906, usado na captao do amplifi cador do guitarrista Marco Tulio Lara, e dos DPA 4099, usados nos metais da
banda sax, trompete e trombone.
Tivemos, no bumbo da bateria, um SM91 e um Beta 52. Na
caixa do instrumento lanamos o SM57 e o SM181. No con-
tratempo e no prato de conduo fi camos com o KSM137. Nos tons e nos surdos, o Beta 98A. Para a voz de Rogrio
Console Midas Pro2, utilizado no festival por Ivan Cunha, do SPC
No cho, os monitores Meyer levados ao festival pela equipe do Jota Quest
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[Flausino, vocalista da banda], a opo foi por um KSM9, sem fi o, e, para os backings, trs Beta 58A, relacionou.
Endorser da Waves, Bruno disse ainda que trabalhou no processamento desses microfones com diversos plug-ins da marca, dentre eles, o Renaissance Compressor, insertado nos canais de bumbo e caixa de bateria; o Vocal Rider, in-sertado na voz de Rogrio Flausino; o C6, usado no baixo de PJ e nos sintetizadores de Marcio Buzelin, e o S1 Stereo Imager, tambm usado nos teclados do msico.
BRAZUCA FRENTE DE SHOW DE SURFISTA
Alm de oferecer suporte aos tcnicos de PA, Valtinho Silva tambm meteu a mo na massa e mixou o show de Dona-
von Frankenreiter. Convidado pelo pr-prio cantor, o tcnico no teve muitas difi culdades para realizar o trabalho, segundo ele, muito simples e objetivo.
Donavon o tpico artista que, apesar de se preocupar com o som de seus shows, deixa o operador bem livre para mixar o PA. Conversamos um pouco durante sua visita ao local do evento e em poucos minutos compreendi o que desejava para o show, que tem,
em primeiro plano, naturalmente, sua voz, deixando um pouco atrs guitarras, baixos e violes, entre outros, e, por fi m, a bateria, contou, durante a passagem de som.
A nica recomendao que me fez foi que a Leslie uti-lizada na guitarra no fosse to presente na mix. Fora isso, era seguir intuitivamente a execuo e promover as nuances, completou ele, diante da Avid Profile com a qual realizou o trabalho.
Para captar os instrumentos, Valtinho utilizou um kit bas-tante bsico de microfones. A bateria e a percusso, por exemplo, receberam diversas unidades de Shure nos mo-delos SM91, SM57 e SM81, distribudos entre caixa, bum-bo, tons, contratempo, pratos, congas e tumbas. Tudo to rudimentar que at mesmo os sempre presentes reverbs foram usados com parcimnia, sem exageros.
VIDAL DIGITAL
Amante confesso do univer-so analgico, o engenheiro de PA da banda O Rappa, Ricardo Vidal, tem rodado o pas nos ltimos meses com dois consoles digitais de mi-xagem DigiCo SD8. Duran-te a passagem de som do festival, na qual pilotou a unidade da mesa disponibi-lizada pela Veritas, ele falou sobre a novidade.
H tempos, precisava de uma mesa que me desse mobilidade. Estava sendo difcil viajar o Brasil com uma analgica, grande, pois num dia nos apresen-
De bon e camiseta branca, Bruno Campregher, do Jota Quest. esquerda, de chapu, Emerson Duarte, da ProShows.
Nos tons e nos surdos da bateria de Paulinho Fonseca foram usados os microfones Shure Beta 89A
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PR-PRODUO: DESAFIO PARA POUCOSAtendimento a tcnicos de artistas comeou meses antes do festival
Engenheiro de PA de Fernanda Takai e do grupo mineiro Pato Fu, Joo Libarino foi, mais uma vez, um dos responsveis pela pr-produo do Planeta Atlntida. H dez anos na equipe tcnica do festival, ele contou, em entrevista exclusiva, detalhes como as exigncias de alguns artistas e a complexidade em atender riders to variados. De DJs a artistas de msica pop, os pedidos so muitos. Cabe a ns, primeiramente, atender, e, no sendo possvel, ofe-recer solues similares, disse.
AM&T: Joo, voc, que, inclusive, j foi dire-tor de palco do festival, quem, meses antes da realizao do evento, recebe as solicitaes dos artistas. Como atender a todos?
Joo Libarino: No fcil, no! So pedidos muito distintos, e por isso h a necessidade de se produzir tudo bem meses antes da realizao do evento. Eu mesmo comeo a trabalhar em no-vembro [o festival realizado em janeiro]. Nessa poca, recebo os riders, fao uma leitura criteriosa e comeo a planejar a locao de tudo. No que diz respeito a consoles e microfones, atendemos, pela prpria Veritas, com tranquilidade. No entan-to, algumas exigncias em termos de backline e at mesmo instrumentos musicais nem sempre so simples de serem atendidas.
AM&T: comum o pedido de instrumentos musicais?
Joo: Sim, bastante comum, principalmente por parte de alguns artistas internacionais que, por questo de disponibilidade de voos e impossibi-lidade de transportar muito peso, optam por nos acionar. A questo : algumas solicitaes so especficas demais e acabamos tendo que nos adaptar. O pessoal do Flo Rida, por exemplo, pe-diu alguns baixos e tivemos dificuldade em en-contr-los, mesmo em nossos fornecedores, que so sempre muito bem preparados para eventos como esse. Alguns DJs tambm fizeram pedidos que ultrapassavam a esfera do udio, como, por exemplo, itens nas linhas de iluminao e vdeo.
AM&T: E que empresas so essas que, de acor-
do com voc, do suporte no fornecimento de
equipamentos?
Joo: Hoje, no Brasil, temos empresas muito ca-
pacitadas para esse tipo de servio. Pelo Planeta,
trabalhamos com a Som Palco, de So Paulo, que
nos fornece 99% das solicitaes extras, como, por
exemplo, os backlines, e a Project Dance, que nos
fornece todo o aparato de DJs, tais como fones,
mixers, controladores etc.
AM&T: A pr-produo pesada. E durante o
festival, como seu trabalho?
Joo: Durante o festival, o trabalho continua,
claro. Damos suporte in loco, o tempo todo. Cui-
damos de tudo. Conferimos se o equipamento lo-
cado chegou funcionando, se est em perfeitas
condies, se precisa de algum reparo... E nosso
time muito bem preparado para isso. Tenho dez
anos de festival e trabalho ao lado de pessoas
que tambm tm uma longa estrada, como, por
exemplo, o MacGyver, tambm produtor tcnico
do festival. O mais novo aqui est conosco h
cinco anos. Isso muito importante.
Joo Libarino, produtor tcnico do evento: preparao comeou em novembro
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tvamos no Norte e, no outro, fazamos show no sul, o que impossibilitava transportar o equipamento, disse. Pra completar, os locadores que ainda trabalhavam com elas [as analgicas] nem sempre faziam manutenes peridicas, ento era comum chegar nos locais e encon-trar mesas defeituosas, o que, por vezes, limitava meu trabalho, emendou.
Alm da praticidade, Vidal fez questo de destacar alguns
Ao lado de Markinho Maluf, Valtinho ( direita) promove os ltimos ajustes na passagem de som do show de Frankenreiter, artista para o qual trabalhou como engenheiro de mixagem no festival
Engenheiro de PA do Rappa, Ricardo Vidal agora utiliza consoles digitais DigiCo SD8. Para ele, mobilidade e sonoridade da mesa foram um convite para a troca de universo.
aspectos tcnicos do equipamento. Ele, que tem gravado
todos os seus shows em 48 canais por meio de um laptop
ligado superfcie, disse que a cada dia descobre uma
nova funo, seja pelo uso, na estrada, ou mesmo por
tutoriais no YouTube ou em outros sites em que a infor-
mao livremente compartilhada.
Antigamente, era preciso ralar para encontrar manuais e
dados que pudessem ajudar nosso trabalho, mas agora no.
tudo muito fcil! Na prtica, auxiliado por esses meios,
vamos, aos poucos, entendendo o equipamen-
to, que tem um som muito interessante e um
modo operacional muito semelhante ao das
analgicas. Sem contar com o processamen-
to interno, que o grande barato, disse,
ainda sobre a SD8, endossado por Markinho
Maluf, que prestou suporte tcnico aos usu-
rios DigiCo. A possibilidade de customizao
de encoders e faders , de fato, o que faz a
diferena, emendou o amigo.
Sobre a captao dos instrumentos usada no
festival, Vidal disse que segue, em boa parte,
o padro adotado pela banda em sua ltima
turn, que comemorou 20 anos de estrada.
Dentre os modelos citados por ele estiveram
o Sennheiser 602, usado no bumbo da bate-ria; o SM 57, usado na caixa do instrumen-
to; os Sennheiser MD421, usados nos tons,
e o Sennheiser e906, usado nas guitarras, alm de um Sennheiser sem fi o, top de li-
nha, usado na voz do Falco, disse.
No detalhe, o e906, da Sennheiser, usado na captao das guitarras de Xando, do Rappa
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TUDO CERTO!Direo de palco do evento comemora
sucesso operacional
Diretor de palco do festival, contratado pela AudioBizz, empresa de Andreas Schimidt, Victor Pelcia conversou com nossa equipe e falou um pouco sobre os bastidores tcnicos do evento.
AM&T: Pelcia, aqui, durante o festival, voc no para um minuto sequer. Esse o papel do diretor de palco?
Pelcia: Exatamente! O cara tem que estar por todos os can-tos, conferindo tudo. Se algo der errado, principalmente em cima do palco, o responsvel ele. E quando a direo de um evento contrata uma empresa como a AudioBizz, ela espera que tudo d certo, que no haja qualquer contratempo.
AM&T: Em um festival como o Planeta, so muitas as trocas de palco. Como feito o planejamento deste in-cessante entra-e-sai?
Pelcia: A gente brinca de Lego! Na verdade, tudo estuda-do, desde a ordem das entradas e sadas dos praticveis at mesmo quem ser responsvel por cada atividade aqui em cima. Para auxiliar nossa equipe, fazemos uns mapas, uns desenhos, e encarregamos um e outro a cada posto. Temos um cara que cuida de monitores, outro que fi ca com os pa-tchs, tem quem cuide dos microfones, dos ACs, enfi m, temos uma equipe qualifi cada para que tudo saia perfeitamente. Afi nal de contas, so muitas coisas rolando ao mesmo tempo e imprevistos quase sempre acontecem.
AM&T: E com essa equipe e essa fi losofi a, nesses anos de estrada, tem dado tudo certo?
Pelcia: Sim, no perdemos o controle de nada, no atrasamos uma montagem sequer, no tivemos problemas com equipamentos, nada do tipo. Fico o tempo todo em cima do palco e s deso at a house em ltimo caso. Nes-te ano, tivemos profi ssionais que cuidaram de tudo com muito carinho, o que facilitou, e muito, a vida da direo tcnica e, claro, da direo de palco.
Kalunga, engenheiro de Ivete Sangalo, e Pelcia, diretor de palco do Planeta Atlntida, nos bastidores do festival
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Empresa lana linha Vertcon e comemora sucesso de novo parque industrial
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Fundada em 1986 por Aires Nicolino, Jos Luis Vendra-metto e Ana Carla Ganem, a Attack Audio System vem,
ao longo do tempo, fabricando e lanando caixas acs-
ticas convencionais e amplifi cadas, potncias e proces-sadores, entre outros produtos. Precursora nacional no
desenvolvimento de sistemas fl y de sonorizao, a em-presa sediada em Apucarana, regio centro-norte do Pa-
ran, tem, atualmente, uma produo verticalizada, ou
seja, que compreende 100% das etapas de fabricao
da elaborao da matria prima fi nalizao.
Recentemente, em seu moderno parque fabril, instala-
do em uma rea de mais de 20 mil metros quadrados,
nasceu a linha Vertcon, desenvolvida pelos scios Aires e
Jos Luis e pelos engenheiros do departamento de Pes-
quisa & Desenvolvimento (P&D) da Attack, Adriano Spa-
da e Claudio Nunes, em parceria com seus consultores
tcnicos, os renomados engenheiros Alexandre Rabao,
que trabalha com o cantor e compositor Lulu Santos;
Denio Costa, proprietrio da DGC udio empresa es-
pecializada em instalaes e Cot Guarino, engenheiro
de PA do grupo NX Zero.
Nas prximas pginas, Rabao, Denio e Cot falam um
pouco sobre cada um dos modelos de caixas que chegam
ao mercado neste ms e sobre a evoluo tecnolgica
pela qual passou, h trs anos, a fbrica da empresa.
Eles contam, ainda, como suas experincias auxiliaram a
Attack no desenvolvimento destes produtos e de outros
que, certamente, esto por vir.
VERTCON: FORMIDVEL FAMLIA MUSICAL
Em novembro de 2013, em um evento ao ar livre, pro-
movido para lojistas, engenheiros e representantes
comerciais, a Attack apresentou sua mais nova linha
de caixas, a Vertcon. A demonstrao se deu na pr-
pria fbrica da empresa, em Apucarana, onde foi mon-
tada uma estrutura padro, semelhante s encontra-
das em grandes eventos, com uma house mix, torres
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mercado | rodrigo Sabatinelli
A de Attack
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de sustentao dos sistemas etc., alm da estrutura
montada no auditrio da indstria para a realizao de
palestras e workshops tcnicos.
Primeira a ser produzida na nova fbrica da Attack, a
linha composta por cinco modelos de caixas acsticas
e um gerenciador digital de sistemas. So eles: L208D,
L212D, S218D, F112D e M112D e LM408E. A L208D
uma caixa para vertical array processada com duas
vias. Composta por dois falantes de 8 para a via de
mdia frequncia e um driver de compresso acoplado
em um guia de ondas para a via de altas, ela promove
uma cobertura horizontal de 100 graus, de acordo com
Rabao, um de seus desenvolvedores.
Trata-se de uma caixa com amplificao de 1100 W
RMS e 250 W RMS, totalizando 1350 W RMS, com
limitador inteligente, que monitora os nveis de sinal
de udio e a tenso de energia das redes, e um sis-
tema [Starting Fader Audio] de proteo dos falantes que silencia os mdulos at a total estabilidade do
amplificador, entre outros, conta ele.
A L212D, um avano do modelo que lhe originou a
passiva LAS212 , outra caixa amplificada, no en-
tanto, composta por dois falantes de 12, sendo um
bass reflex para os graves e outro acoplado em um
plug de fase para os mdio-graves, e dois drivers de
compresso de 1.4 acoplados em um guia de ondas,
por sua vez, acoplado a uma corneta de diretividade
constante, para a alta frequncia.
J a F112D uma caixa composta por um falante de
12 e um driver de 1,4 montado em corneta de dire-
tividade constante. Indicada para uso como sistema
principal de pequeno porte, delays e coberturas ex-
tras, tais como fronts e sides em palcos menores, a
caixa tem, de acordo com Denio, dois principais dife-
renciais: uma sonoridade musical e um verstil sis-
tema de elevao e sustentao.
O M112D o nico monitor da linha. Composto por um falante de 12 e um driver de 1.4, ele conta com duas vias e tem perfi l baixo, 382 mm, ou seja, um layout que privilegia a des-poluio dos palcos, oferecendo, no entanto, altos ndices sonoros.
Desenvolver uma caixa fisicamen-te pequena e que fale bem no ouvido de um cantor, um msico, demanda uma longa pesquisa, um longo perodo de dedicao. Mas as informaes que reunimos ao longo
destes anos, em relao a sonoridade, respostas de frequncia etc., tm o papel de otimizar esse tempo e, claro, ser til produo final, explica Rabao. O NX Zero, banda com a qual trabalho, endorser destes monitores. Eles so os beta testers e esto adorando o resultado, emenda Cot.
Batalhamos muito [pela produo de caixas com um timbre particular]. Queramos, eu, Rabao e Cot,
Aires, Ana e Jos, scios da Attack
De olho nos novos sistemas da empresa, engenheiros, representantes comerciais e lojistas: fbrica foi sede de eventos de testes da linha Vertcon
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A L212D, caixa ampli cada com dois falantes de 12
Monitor de per l baixo, o M112D um dos xods de Rabao, Denio e Cot
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que, alm de volume, ela e todas as outras [caixas] da linha tivessem um som marcante. Para isso, no eco-nomizamos em testes e ajustes por meio das inmeras ferramentas disponveis na fbrica, tais como analisa-dores e medidores. O resultado, portanto, valeu todo esforo, completa Denio.
ber se, futuramente, ter matria prima para repar-
-lo. E sabemos bem que, na estrada, debaixo de sol
e chuva, o reparo inevitvel. O fabricante que sus-
pende a produo de um componente essencial para
o funcionamento de um produto seu, de fato, no
pensa no locador, diz. Ainda de acordo com o en-
genheiro, em caso de ausncia de determinada pea
em seu estoque, a Attack se compromete a coloc-la
novamente em linha de produo, passando, ento, a
suprir quela determinada demanda.
O cliente no fi ca rfo. Ele tem
um sistema e
sabe que, da-
qui a 10, 12
anos, poder
repar-lo. Com
isso, sua obso-
lescncia mui-
to menor e seu
investimento passa
a ser mais seguro.
Existe um cuidado, e esse
cuidado certamente um
atrativo, completa ele.
FABRICAO DE OLHONA SUSTENTABILIDADE
Rabao conta que o atual momento da empresa, que
tem fabricado 100% de seus componentes, bastante
propcio para atender a este tipo de demanda. Segun-
do o prprio, como tudo produzido internamente
de telas a falantes, passando por drivers e gabinetes
, o controle total de todos os estgios da produo
assegura ainda mais a vida til dos equipamentos.
A Attack segue um caminho diferente do que feito
O sub S218D composto por dois falantes de 18 em
sistema bass-refl ex, com amplifi cao de 3000 W RMS e pode ser montado no modo fl y. Por fi m, completa a linha o gerenciador digital de sistemas LM408E, que, de
acordo com Denio, possui quatro entradas e oito sa-
das balanceadas, DSP com 40 bits de ponto fl utuante, conversores de 24 bits/96 kHz, resoluo de 1 Hz, oito equalizadores de magnitude ou fase para cada entrada
e sada, equalizador de 31 bandas em cada en-
trada e conexo com computador via
Ethernet, USB ou RS232.
LONGEVIDADE EM COMPONENTES TAMBM DIFERENCIAL
Para Denio Costa, um dos
grandes diferenciais da
Attack em relao a seus
concorrentes a longe-
vidade de seus produtos,
assegurada pela reposio
de peas e componentes,
essenciais para a manu-
teno dos sistemas, prin-
cipalmente aqueles ad-
quiridos por locadores.
Hoje, quando voc
compra um sistema de
uma empresa, precisa sa-
L208D, nova caixa da Attack para vertical array
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Caixas F112D e seu sistema de sustentao
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A CHEGADA DOS TRS MOSQUETEIROS
Denio, Rabao e Cot esto h trs anos prestando consultoria tcnica para a Attack. Linha Vertcon a primeira com a participao dos engenheiros.
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Rabao, Denio e Cot so, h trs anos, consultores tcnicos da Attack. Con-
vidados pelo prprio Aires, eles chegaram empresa com o mesmo objetivo:
usar suas experincias na estrada para a elaborao de no