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25-08-2017

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Revista de Imprensa

1. Risco de pré-diabetes já atinge perto de um quinto dos portugueses, Correio da Manhã, 25-08-2017 1

2. Discurso direto - José Manuel Boavida, Correio da Manhã, 25-08-2017 3

3. Enfermeiros querem ganhar mais do que médicos, Jornal de Notícias, 25-08-2017 4

4. Enfermeiros dizem que blocos de partos funcionaram ontem a meio gás, Público, 25-08-2017 7

5. Protesto dos enfermeiros especialistas não afetou bloco de partos de Braga, Diário do Minho, 25-08-2017 8

6. Interior da extensão de saúde de souselo em requalificação, Douro Hoje, 23-08-2017 9

7. Famalicão investe 250 mil euros na destruição de ninhos de vespa asiática, Diário do Minho, 25-08-2017 10

8. Dadores de sangue fazem campanha de recolha, Diário do Minho, 25-08-2017 12

9. Novos casos de hepatite A diminuem, i, 25-08-2017 13

10. Portugal à espera de decisão da OMS sobre tabaco aquecido, Diário de Notícias, 25-08-2017 14

11. É preciso mudar tudo, para tudo ficar igual!, Público, 25-08-2017 15

12. Grupo para avaliar saúde de bombeiros no combate a fogos, Jornal de Notícias, 25-08-2017 16

13. "Com alterações climáticas há risco de transmissão da dengue na Europa" - Entrevista a Luísa Pereira,Diário de Notícias, 25-08-2017

17

14. Os chimpanzés também têm uma forma de Alzheimer como nós, Público, 25-08-2017 22

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A1

Tiragem: 136719

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

Cores: Cor

Área: 21,77 x 28,49 cm²

Corte: 1 de 2ID: 70996981 25-08-2017

Estudo revela que 5,5% da população com Idades entre os 25 e os 74 anos já tinham diagnóstico de diabetes

SAÚDE

Risco de pré-diabetes já atinge 19 por cento ESTUDO O Prevalência é mais elevada nos homens do que nas mulheres e em indivíduos com baixa escolaridade e sem atividade profissional DIAGNÓSTICO O 12,9 % desconheciam a sua condição

Custos diretos de 1,5 mil milhões de euros

SUMA TRIGUEIRA°

Dezanove por cento da po-pulação residente em Portugal, com idade en-

tre os 25 e os 74 anos, em 2015, apresentava níveis de glicose no sangue de pré-diabetes e 5,5 0/,, já tinham a doença. Os números são de um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ri-cardo Jorge (INSA), com base em dados do primeiro Inquéri-to Nacional de Saúde com Exa-me Físico (INSEF), que indica também uma prevalência de dias mais elevada nos ho-mens do que nas mulheres, 12,1"/.. e 7,8%, respetivamente.

Além disso, o mesmo estudo revelou que a maioria dos dia-béticos estava consciente da sua situação (87%) e estava a tomar medicação (79,7 <>4)).

PROGRAMA DE SAÚDE PRIORITÁRIO AJUDA NO TRATAMENTO DE DOENTES

Entre as conclusões deste es-tudo, que teve como objetivo descrever a prevalência, o co-nhecimento e o controlo da dia-betes na população residente em Portugal, referem ainda que a diabetes era mais prevalente entre os indivíduos que apre-sentavam baixa escolaridade e sem atividade profissional.

Em 2009, 44 por cento das pessoas desconhecia a sua con-dição de saúde e em 2015 esse valor diminuiu para 12,9 por cento. A existência de um pro-grama de saúde prioritário de-dicado especificamente a esta doença contribuiu para essa melhoria, ajuda no tratamento e diagnóstico (mais Informação napágina 47). • NOTICIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EMPAPEI Luís Mediria foi presidente da SPD

13 A diabetes tem custos dire-tos no País de 1,54 mil milhões de euros, o que representa 0,9% do PIB e 10% das despe-sas de saúde. Os dados foram revelados por José Luis Medi-na, na altura presidente da Sociedade Portuguesa de Dia-betologia (SPD), numa confe-

rência realizada no final de 2016. Segundo o mesmo res-ponsável, em 2013 morreram em todo o Mundo cinco mi-lhões de pessoas com diabe-tes, mais do que com tubercu-lose (1,5 milhões de pessoas), VIH /Sida (1,5 milhões) e ma-lária (600 mil pessoas). • COMETO

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Tiragem: 136719

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,32 x 2,38 cm²

Corte: 2 de 2ID: 70996981 25-08-2017

worten 50% MEGA DESCONTÃO 25 26 E 27 DE AGOSTO

SEXT EIRA 06 DIÁRIO €1.50( VA)

www.cmjornal.pt da manhã

.)ERAÇÁO MARQUES

BAVA ESCONDEU 11,5 MILHÕE DO FISCO P.31

CORREIO RIREM OCIAVIO RIBEIRO DIA •AOJ ARMANDO MEUS PEREIRA CARIEIS RODRICIIIS I MI CARI RS CASTREI

rii,1 REVELA AI reRAÇOES

GOVERNO 'ACILITA

REFORMA ANTECIPADA P.8E9

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E LA7FR

O CASO PEDRO BARROSO

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CR7 VOLTA A GANHAR

"GRAV• CENAS MUITO OUSADAS"

MOURINHO NA LUZ 18 DE OUTUBRO

MESSI EM A LVALADE 27 DE SETEMBRO

JARDIM NO DRAGÃO 6 DE DEZEMBRO

INTO-ME ABENÇOADO ESTOU MUITO FELIZ"

QUER CONTINUAR siit A VENCER efF

OLEIROS

OS FERIDOS E OITO CASAS DESTRUÍDAS P.BE7

SEIS

BOMBEIR

DROGA DO SOM A SOLTA NOS FESIWAIS

poppers' e "o consumo excessivo causa danos graves", alerta a PJ P.10

PRÉMIO DE MELHOR JOGADOR IIKEUROPA EM DIADE SORTEIO DA LIGA MILIONÁRIA Pin

SENSAÇÃO DE EUFORIA

E DESEJO DE PRAZER

ATÉ 210E AGOSTO P.13 Estradas fazem mais 51 mortos e 815 feridos ESTUDO P.17

Risco de pré-diabetes já atinge perto de um quinto dos portugueses

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A3

Tiragem: 136719

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 47

Cores: Cor

Área: 10,19 x 13,98 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70996881 25-08-2017

DISCURSODIRETO

José Manuel Boavida: Pres. da Ass. Protetora dos Diabéticos de Portugal sobre a doença

"DEVIA EXISTIR UMA DISCIPLINA DE CULINÁRIA" 3 CM: Um estudo do Instituto Nacio-nal de Saúde Doutor Ricardo Jorge (IN - SA) revela que 19 por cento da popu-lação está em risco de ser diabética. Como co-menta? José Manuel Boavida - Os números do INSA estão aquém da realidade, porque a metodologia utilizada dei-xa mais de 30 por cento de fora. O impacto da doença é maior. O Sindicato Indepen-dente dos Médicos revelou um estudo que mostra que o peso da diabetes nos centros de saúde já é maior do que outras doenças. Mas havia um programa de

prioridade à diabe-tes. Não foi bem su-cedido? - A diabetes devia ser uma prioridade que não tem sido encarada como tal .

Precisa de uma ação concer-tada de todos os parceiros sociais, doentes, médicos e autarquias. Não são ações isoladas que resolvem o pro-blema. Exige medidas de fundo. Pode dar exemplos? - Passa por medidas de con-trolo e regulação da alimen-tação, ritmos de trabalho e de atividade física. Nas esco-las devia existir uma disci-plina de culinária e de ali-mentação. • S.T.

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A4

Tiragem: 65236

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 3ID: 70996560 25-08-2017

ENFERMEIRO início de carreira

O QUE PRETENDEM AGÚNA MÉDICO ASSISTENTE 35 horas - início de carreira

AGORA ENFERMEIRO início de carreira

1201€} 2025 ; 1833€

Enfermeiros exigem melhores

condições

de trabalho

ENFERMEIRO PRINCIPAL ENFERMEIRO DIRETOR MÉDICO ASSISTENTE início de carreira DE NÍVEL 1 40 horas - início de carreira

2952C 4033€ 2746C

e

Progressão Subida de esulao em três anos

Os enfermeiros querem que haja uma subida automática de esca-lão ao fim de três anos, desde que as avaliações de desempenho se-jam positivas. Caso não haja pro-gressão há mais de cinco anos, os enfermeiros devem passar para o escaldo seguinte.

Contratação Recrutar sempre por concurso

A contratação de enfermeiros e a mudança de categoria no Serviço Nacional de Saúde deve ser feita por concurso, priorizando-se o recrutamento interno. Se não houver candidatos, então haverá consulta externa. É outra das rei-vindicações dos enfermeiros.

Nacional

saúde Reivindicam aumento de 68% do salário no inicio de carreira e criação da categoria de enfermeiro especialista a receber 2448 euros

Enfermeiros querem ganhar mais 800 euros Carla Sofia Luz e Delfim Machado [email protected]

1.- Os enfermeiros querem receber mais 823 euros em início de car-reira, passando de uma remunera-ção mínima atual de 1201,48 euros para 2025,35 euros. Reivindicam um aumento de 68,6% já a partir de 1 de setembro. Esta proposta faria com que um enfermeiro, no 1.9 es-calão, ganhasse mais do que um médico assistente em início de profissão, com horário de 35 horas semanais [ler fichai.

A mudança depende da aprova-ção de um novo acordo coletivo de trabalho pelo Ministério da Saúde. mas. dificilmente, Adalberto Cam-pos Fernandes dará aval a subidas remuneratórias desta grandeza. A proposta - apresentada a 16 de agosto no âmbito das negociações entre a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros e a Ad-ministração Central do Sistema de Saúde - cria a categoria profissio-nal de enfermeiro especialista e. para esses, exige-se um salário de, pelo menos, 2488,78 euros.

Os enfermeiros especialistas re-tomaram, ontem, o protesto em 28 hospitais e centros de saúde. Se, até ao foral da manhã de hoje, a tu-tela nada disser oficialmente sobre a proposta de acordo coletivo de trabalho, os enfermeiros avança-rão para a greve. A paralisação na-cional decorrerá no próximo mês por cinco dias. Também os médi-cos ameaçaram com uma greve para outubro e, hoje, realiza-se uma nova ronda negocia] no Mi-nistério da Saúde.

Semanas de 35 horas para todos Depois de sete anos sem aumen-tos, com a carreira reduzida a duas categorias (enfermeiro e enfer-meiro principal) e com as progres-sões muito dificultadas, grande parte dos enfermeiros (que repre-sentam um terço doS trabalhado-

res do Serviço Nacional de Saúde) está no primeiro escalão da tabe-la remuneratória. Auferem 1201,48 euros por mês. Muitos são precários. E o salário é o mesmo para todos: sejam ou não especia-listas, trabalhem 35 ou 40 horas por semana.

Em cima da mesa, está, entre outras medidas, a generalização do horário de 35 horas semanais para todos os profissionais, a limi-tação do recurso a contratos a ter-mo (incluindo os recibos verdes), a progressão mais rápida na car-reira (ao fim de três anos, desde que tenham avaliações de desem-penho positivas) e uma nova tabe-la remuneratória com menos de metade dos escalões. O reforço dos salário é uma das mudanças mais expressivas e será o maior obstáculo ao entendimento com o Ministério da Saúde. O IN apurou que os enfermeiros admitem uma atualização gradual dos venci-mentos, desde que seja feita em dois anos.

Além desse reforço remunera-tório, a nova tabela extingue a ca-tegoria de enfermeiro principal e cria quatro novas categorias. Pro-põe-se, então, o enfermeiro espe-cialista (que começaria por auferir 2488,78 euros e atingiria os 4033,54 euros no topo da carreira) e os enfermeiros diretores de ní-vel 1, 2 e 3. O primeiro nível seria para os dirigentes de um serviço, o segundo para quem comanda departamentos e o terceiro para o enfermeiro que integra a Admi nistração de uma unidade ou de uma região de Saúde. As remune-rações propostas ascendem de 4033,54 euros a 4548,46 euros.

O objetivo dos enfermeiros é que, nas unidades públicas, me-tade dos profissionais seja espe-cialista e, desses, 90% integrem os serviços de Obstetrícia, Pedia-tria, Psiquiatria e Cuidados Inten-sivos. •

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Tiragem: 65236

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

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Área: 10,66 x 30,00 cm²

Corte: 2 de 3ID: 70996560 25-08-2017

Restrição Menos contratos a termo

Os enfermeiros só admitem o re-curso a contratos a termo para substituição temporária de traba-lhador, iniciativas sazonais, ne-cessidade de reforço temporário, projetos de Investigação externos ou contratações ao abrigo de polí-ticas especiais de emprego.

Opçãe Deixar trabalho à noite aos 50 anos

Os enfermeiros propõem ser dis-pensados de prestar trabalho no-turno (entre as 20 e as 8 horas) a partir dos 50 anos. Para obter a dispensa, terão de requerê-la. Os horários de trabalho deverão per-mitir folgas ao sábado e domingo, de quatro em quatro semanas.

Sindicato diz que protesto pode juntar mais especialistas LUTA Os enfermeiros de cinco es-pecialidades estão a ponderar jun-tar-se ao protesto dos especialistas de saúde máterna e obstetrícia e suspender as tarefas especializa-das pelas quais não são remunera-dos, revelou ontem José Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfer-meiros. O porta-voz do movimen-to que organiza este protesto ga-rante que a prestação de cuidados especializados foi ontem reduzida para metade em vários serviços e que houve salas de parto "sem do-tações seguras".

Em declarações à Agência Lusa, o presidente do Sindicato dos En-fermeiros (SE), José Azevedo, afir-mou que lodos os outros enfer-meiros especialistas estão com vontade de avançar para protestos idênticos" aos colegas de saúde materna e obstetrícia, que ontem recomeçaram um protesto que passa por deixar de realizar as fun-ções de especialista, pelas quais ainda não são pagos.

Além da saúde materna e obs-tetrícia, as especialidades de en-fermagem atualmente reconheci-das são a enfermagem comunitá-ria, a médico-cirúrgica, a de reabi-litação, a de saúde infantil e pediá-

trica, e a de saúde mental e psi-quiátrica.

Bruno Reis, porta-voz do movi-mento dos Enfermeiros Especialis-tas em Saúde Materna e Obstetrí-cia (ESMO), disse à Lúsa que ontem houve uma "diminuição de mais de 50% dos prestadores de cuidados, levando a um sério congestiona-mento dos serviços". Na materni-dade do Hospital de Portalegre, o protesto também teve efeito.

"Num serviço onde deveriam estar quatro enfermeiros especia-listas, estão apenas dois, um que está só para a sala de partos e outro que assegura o resto do serviço", disse Pedro Costa, membro do mo-vimento, revelando que um enfer-meiro fez "a preparação para o par-to" e outro "ficou com a sala de par-tos, consultas, urgências e sala de dilatação".

O Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) e o Hospital de Santa Maria da Feira asseguraram que os serviços funcionaram com "relati-va normalidade", sendo que este último garante que nenhuma grá-vida foi transferida. Contactado pelo IN, o Ministério da Saúde dis-se que não iria comentar o protes-to. •

Enfermeiros garantem que serviços estiveram a metade, Governo não comenta

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Tiragem: 65236

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 13,21 x 14,15 cm²

Corte: 3 de 3ID: 70996560 25-08-2017

V

worten 50% EGA DESCO\TAO [ 25,26 E 27 DE AGOSTO

Public Idade

Sexta-feira 25 de agosto 2017 • ininv.ja.pt • as • yes • moro • ebargortsocrie • IbibrmealidaTigas de Apiade • ~ir David Panes, Inès(adosa e Peáo Ivo Carito • Emir ã klelletehreid

1

Jornal de Notícias

P

Mónaco Man. United luventus Besiktas Basileia Barcelona leipiig CSKA Moscovo Olympiacos

A somar troféus

na Europa Ronaldo volta a ser o

melhor jogador da UEFA • Manchester de Mourinho no caminho do Benfica e Mónaco

de Jardim no do F. C. Porto • Sporting com Barcelona

e luventus

Braga qualifica-se para a Liga Europa depois de ter estado a perder por duas vezes

• Aumento de 68% (1201 para 2025 atros) em início de carreira

• Protesto de obstetrícia ameaça chegar a outras especialidades P.8 e 9

Enfermeiros querem ganhar mais do que os médicos

VIVE NA MESMA RUA QUE A SOBRINHA DE 15 ANOS P. 16

Luiz manda suspeito de violação para Junto da vítima

Altice Atropelos às leis laborais podem valer multa de 1,5 a 4,8 milhões Pagina 12

GNR Fizeram formação de nove meses mas afinal não há vagas Página 14

Pensões Refoma antecipada para 15 mil em outubro e sem penalização Página 1.3

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GRÁTIS HOJE 8? UVRO

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Angola MI11 A renova maioria absoluta com menos deputados Páginas 26 e 27

Seis bombeiros - • feridos .'41 .\ • itra .

t """ e cercados r _ pelo fogo em Oleiros

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A7

Tiragem: 34326

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 21,75 x 9,71 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70996405 25-08-2017

Enfermeiros dizem que blocos de partos funcionaram ontem a meio gás

O retomar do protesto dos enfermei-

ros especialistas em saúde materna

e obstétrica afectou ontem o funcio-

namento de vários blocos de partos,

este é um problema que decorre da

“falta de médicos” e que está previs-

to desde Maio passado. Já uma fonte

da administração do Centro Hospita-

lar do Entre Douro e Vouga (CHEDV),

a que pertence a unidade de Santa

Maria da Feira, assegurou à Lusa que

não foi necessário transferir qualquer

grávida até ao fi nal da manhã de on-

tem e disse que o hospital está a fun-

cionar com “relativa normalidade”.

Com cerca de metade dos enfer-

meiros a aderir ao protesto, recusan-

do-se a desempenhar as funções es-

ProtestoAlexandra Campos

Hospitais desvalorizaram impacto do primeiro dia do protesto dos enfermeiros obstetras

pecializadas e assegurando apenas os

cuidados gerais, têm sido os médicos

a tentar “garantir os serviços”, mas

“o esforço vai tornar-se insustentá-

vel, como aconteceu no mês passa-

do”, contrapuseram ao fi nal da tarde

os representantes deste movimento,

em comunicado. Mas notam que a

assistência de emergência “nunca foi

posta em causa”, uma vez que esses

casos têm a assistência adequada.

O porta-voz do movimento, Bruno

Reis, calculou que era superior a 50%

a adesão ao protesto.

e até terá obrigado à transferência

de grávidas entre hospitais, segundo

o movimento que representa estes

profi ssionais. Mas dois dos hospitais

citados como exemplos de situações

mais complicadas — o de Santa Maria

da Feira e o Amadora-Sintra — des-

dramatizaram o impacto do primeiro

dia deste protesto.

O hospital Amadora-Sintra admitiu

a possibilidade de ter que encami-

nhar doentes para outras urgências

obstétricas em vários dias desta se-

mana e da próxima, mas frisou que

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A8

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 26,00 x 30,80 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70997498 25-08-2017

Protesto dos enfermeiros especialistas não afetou bloco de partos de BragaOs protestos dos enfermeiros especialistas estão de regresso, afetando blocos de parto um pouco por todo o país. No entanto, os números dos sindicatos, do movimento que representa os especialistas e dos administradores hospitalares estão longe de coincidir. Em Braga não há notícia de perturbações.

Francisco de Assis

O movimento dos En-fermeiros Especia-listas em Saúde Ma-terna e Obstetrícia

(ESMO) retomou ontem o protesto contra as ad-ministrações hospitala-res e o Governo, exigin-do estatuto próprio, como especialista, mas tam-bém o pagamento «jus-to» pelo trabalho realiza-do. Um pouco por todo o país houve notícia de perturbações em blocos de partos, mas o Hospi-tal de Braga garantiu que o bloco de partos funcio-nou normalmente.

Assim, os enfermeiros admitem deixar de rea-

do está a funcionar nor-malmente. Se houver al-gum parto vamos fazê-lo como de costume. Não houve nenhuma transfe-rência nem de parturiente nem de recém-nascido», referiu António Barbosa.

Recorde-se que os pro-testos começaram em ju-lho, foram suspensos, mas agora foram retomados.

Enfermeiros especialistas voltam às reivindicações a exigirem remuneração de acordo com o cargo que desempenham

tratos individuais de tra-balho, mas as situações foram resolvidas e não re-gistamos quaisquer pro-blemas. Se houver algu-ma situação de protesto, a equipa está em condi-ções de resolver eventuais anormalidades para que tudo funcione bem. Não prevemos problemas», afirmou a fonte.

lizar as funções de espe-cialista, pelas quais estes profissionais ainda não são pagos.

Contactado pelo Diário do Minho, fonte do Hos-pital de Braga garantiu a normalidade dos blocos de parto. «Os blocos de parto estão a funcionar normalmente. Tínhamos enfermeiros com con-

Tudo normal no Hospital de FamalicãoNo Centro Hospitalar do Médio Ave, em Famalicão, o bloco de partos também «funcionou com toda a normalidade». A garan-tia foi dada ao Diário do Minho pelo próprio pre-sidente do Conselho de Administração. «Aqui tu-

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Administrações negam perturbações por causa da greve dos especialistas

O Centro Materno-Infantil do Norte e o hospital de Santa Maria da Feira disseram ontem à Lusa que, apesar da greve dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia, os serviços funcionam com «relativa normalidade».

Os dados das administrações dos dois hospitais do Norte contrariam informações avançadas pelo movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saú-de Materna e Obstetrícia (ESMO) que indicam que o protesto está a reduzir para menos de metade a

Destaque

Os enfermeiros especialistas exigem a criação de uma categoria específica na carreira, bem como a respetiva remuneração pelas funções especializadas que desempenham.Consultas de vigilância da gravidez, blocos de partos, internamentos de alto risco, interrupção voluntária da gravidez ou cursos de preparação para a parentalidade são algumas das funções específicas destes profissionais que serão suspensas no protesto.Recorde-se que, perante os protestos de julho, o ministro da Saúde chegou a pedir um parecer sobre o protesto, tendo o conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) concluído que os enfermeiros especialistas podem ser responsabilizados disciplinar e civilmente, bem como incorrer em faltas injustificadasApesar de não concordarem com a posição da PGR, até porque também tinham pareceres favoráveis, os enfermeiros especialistas acabaram por regressar ao trabalho, também na expetativa de uma negociação que chegasse a bom porto.

Greve decorre em todo o país, mas os números dos sindicatos e das administrações dos hospitais não coincidem

prestação de cuidados especializados. Por seu lado, fonte da administração do Centro

Hospitalar do Entre Douro e Vouga, que gere o Hos-pital São Sebastião em Santa Maria da Feira, decla-rou que, «até ao fim da manhã, o protesto dos en-fermeiros não motivou a necessidade de transferir nenhuma grávida» para outras unidades de saúde.

Mais cinco especialidades admitemjuntar-se à greve da saúde maternaEntretanto, os enfermeiros de cinco especialidades estão a ponderar juntar-se ao protesto dos especia-listas de saúde materna e obstetrícia e suspender as

tarefas especializadas pelas quais não são remu-nerados, revelou o Sindicato dos Enfermeiros.

Segundo José Azevedo, «todos os outros enfer-meiros especialistas estão com vontade de avan-çar para protestos idênticos» aos colegas de saú-de materna e obstetrícia,

Assim, para além da saúde materna e obstetrí-cia, as especialidades de enfermagem atualmen-te reconhecidas são a enfermagem comunitária, a médico-cirúrgica, a de reabilitação, a de saúde in-fantil e pediátrica, e a de saúde mental e psiquiá-trica. Prevêm-se tempos conturbados.

Redação/Lusa

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A9

Tiragem: 1000

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Regional

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 14,12 x 9,29 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70982726 23-08-2017

Arrancaram as obras de beneficiação do interior da Extensão de Saúde de Souselo. Depois da mudança do telhado e da requali-ficação do exterior, estão agora em curso os trabalhos de melhoramento e renovação do interior do edifício.

A intervenção, a cargo da Administração Regional de Saúde do Norte, está a ser acompa-nhada de perto pelo presidente da Junta de Fre-guesia de Souselo e pelo presidente da Câmara de Cinfães que já estiveram no local.

“Com estas obras ficarão criadas as condi-ções adequadas para o acolhimento e presta-

ção de cuidados de saúde aos utentes”, referiu o autarca Armando Mourisco, sublinhando que “a nossa meta é a melhoria contínua da quali-dade dos serviços prestados ao cerca de 5.500 utentes inscritos nesta unidade”.

Interior da extensão de saúde de souselo em requalificação

Cinfães

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 15

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Área: 25,51 x 22,19 cm²

Corte: 1 de 2ID: 70997588 25-08-2017

faz em prol do ambiente e dos cidadãos, sem que ha-ja qualquer contrapartida

Famalicão investe cerca de 250 mil euros na destruição de ninhos de vespa asiática

A Câmara Municipal de Vila Nova de Fa-malicão vai inves-tir até 2020 cerca

de 246 mil euros na des-truição de ninhos de ves-pa velutina, vulgarmente conhecida como vespa asiática, anunciou ontem a autarquia.

A autorização da des-pesa foi ontem mesmo aprovada em reunião do executivo municipal, fi-cando desta forma asse-gurada a continuidade do trabalho que o município famalicense tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos, através dos serviços da Proteção Ci-vil, Saúde Pública e Am-biente, e em colabora-ção com a Associação dos Silvicultores do Vale do Ave (ASVA), de vigilân-cia e controlo desta es-pécie invasora.

Desde 2014 até hoje, o município de Vila Nova de Famalicão já respondeu a mais de duas mil sinaliza-ções de supostos ninhos de vespa velutina, tendo procedido à destruição de cerca de 1500 após con-firmação da natureza dos mesmos.

Na destruição dos ni-nhos é dada prioridade aos ninhos instalados em habitações, espaços públi-

Câmara aprovou investimento para plano de controlo da espécie até 2020

DR

Cada intervenção custa entre 80 e 150 euros.

Já foram destruídos cerca de 1500 ninhos de vespa asiática em Famalicão

cos e em zonas de eleva-da afluência de pessoas, de forma a tranquilizar os cidadãos.

A Câmara não cobra qualquer valor pela inter-venção, no entanto, um abate pode custar entre 80 e 150 euros dependendo da complexidade da in-tervenção. É um esforço financeiro que a Câmara

do Estado para o efeito.O tempo de espera mé-

dio, depois do alerta, pa-ra um abate tem variado entre as 48 e as 72 horas, dependendo da comple-xidade, salvo os casos em que é necessário recorrer a uma logística diferente, como por exemplo recur-so a uma autoescada dos bombeiros.

Identificar e denunciar para controlar

Informação A vespa velutina ou vespa asiá-tica é uma espécie de vespa não-indígena, pre-dadora da abelha europeia, com comprimen-to médio de cerca de 2,5 cm. As caraterísticas que permitem distinguir esta espécie de outras espécies de vespa habituais no nosso país são o facto de possuir as pontas das patas amarelas e o abdómen escuro, com uma fina faixa amare-la e apenas um segmento amarelo. Esta espé-cie é considerada mais perigosa para o ser hu-mano do que a vespa europeia (vespa crabro).

O Município de Vila Nova de Famalicão as-sume a despesa com a destruição dos ninhos que são detetados no concelho como medida de controlo da proliferação desta espécie.

DR

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 1

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Área: 4,35 x 4,35 cm²

Corte: 2 de 2ID: 70997588 25-08-2017

SEXTA-FEIRA.25.AGO 2017 WWW.DIARIODOMINHO.PT 0,85 € Diretor: DAMIÃO A. GONÇALVES PEREIRA | Ano XCVIII | n.º 31501

COMÉRCIO DE BRAGA REGISTA CRESCIMENTO SUPERIOR A 10%

FESTA DA HISTÓRIA LEVA MÚSICAE GASTRONOMIA A ESPOSENDEregião P.12

braga P.04

DM

An

tón

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Tradição do banho santo mantém vitalidade em S. Bartolomeu do Mar

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tón

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Sp. Braga na fase de grupos com sacrifício

REGIÃO P.10-11E

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Famalicão investe 250 mil euros na destruição de ninhos de vespa asiática

REGIÃO P.15

DESPORTO P.21-24

Sp. Braga, 3FH, 2

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A12

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 16

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Área: 7,53 x 9,54 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70997604 25-08-2017DADORES DE SANGUE FAZEM CAMPANHA DE RECOLHA

Areosa A Associação de Dadores de Sangue de Areosa, em Viana do Castelo, vai promover ho-je, dia 25, entre as 14h30 e as 19h30, uma cam-panha de recolha de sangue num supermerca-do da freguesia.

Além das campanhas de recolha de sangue, a Associação de Dadores de Sangue de Areosa, com mais de 800 inscritos, efetua diversos ser-viços à população, nomeadamente o rastreio da tensão arterial, do colesterol e da glicemia.

Aquela associação de dadores foi constituí-da em 2000 por António Mesquita, o mesmo fundador do Núcleo de Dadores de Sangue da Meadela que, em janeiro deste ano, foi agracia-do com o título de cidadão de mérito pelo seu empenho na promoção da dádiva benévola de sangue, razão que levou também o Instituto Por-tuguês do Sangue a atribuir-lhe o Certificado de Reconhecimento de Cidadão Exemplar em 2009.

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A13

Tiragem: 14000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

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Área: 4,51 x 26,07 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70996648 25-08-2017

Saúde

Novos casos de hepatite A

diminuem CASOS Desde o início de 2017 que foram notificados 454 casos de hepatite A e confirmados 435, sendo que o número de casos diminuiu. 74% dos casos localizam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

DADOS Dos dados disponíveis no site da Direção-Geral de Saúde (DGS), dos 454 casos notificados, a maioria são homens (88%), sendo que em 52% dos casos o contágio foi feito através de contacto sexual.

REFORÇO Depois de ter surgido o surto de hepatite A, em abril, a DGS decidiu reforçar a vacinação antes dos festivais de verão e aconselhou ainda que durante os eventos se tomassem algumas medidas de prevenção. Depois dos festivais a direção recomendou que se fizesse uma vigilância dos sintomas compatíveis com a doença.

MEDIDAS IMPLEMENTADAS A DGS estabeleceu que os viajantes podem adquirir vacinas gratuitamente nas farmácias comunitárias, passando a ser considerados aptos para vacinação gratuita.

HEPATITE A Esta doença raramente é letal, tendo uma taxa de mortalidade inferior a 0.6%, apesar de a doença se agravar com a idade.

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A14

Tiragem: 23662

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

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Área: 21,05 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70996427 25-08-2017

Declaração de conflito de interesses

Produtos inovadores só poderão vir a ser aconselhados a quem não consegue deixar de fumar

Portugal à espera de decisão da OMS sobre tabaco aquecido Saúde. Alteração à lei portuguesa abre a porta a que alternativas ao tabaco tradicional possam ser aconselhadas. Mas a Direção-Geral da Saúde aguarda estudos independentes e de longo prazo

ANA BELA FERREIRA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está avaliar se os novos pro-dutos de tabaco - como o tabaco sem combustão - podem ser con-siderados alternativas menos noci-vas para os fumadores que não conseguem deixar de fumar. Só de-pois dessa avaliação ser feita e re-sultar num largo consenso entre os peritos a Direção-Geral da Saúde (DGS) poderá vir a indicá-los como alternativas.

A alteração à lei do tabaco, que vai entrar em vigor em 2018, prevê que "apenas para os fumadores em relação aos quais os métodos con-vencionais de cessação se provem ineficazes" podem ser sugeridas al-ternativas "comprovadas pela DGS que consubstanciem redução de riscos e da nocividade". "No fundo é dizer que tudo o que seja infor-mações no sentido de que não pre-judica a saúde e que de certa forma reduz os malefícios do tabaco que as pessoas tem de ser informadas", explica a deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos.

Mas enquanto a DGS britânica abriu a porta a considerar que pro-dutos como o tabaco aquecido e os cigarros eletrónicos podem ser me-nos prejudiciais para a saúde do que o tabaco convencional, por cá esse entendimento está longe de ser seguido. "A DGS fundamenta as suas orientações nos resultados da investigação científica que vai sen-do produzida por entidades e equi-pas de investigação com idoneida-de e independência técnica, bem como pelas recomendações de di-versas entidades de referência em saúde pública como a OMS", subli-nha o organismo português, em resposta ao DN.

No plano inglês para o controlo do tabaco apresentado em julho, o organismo de saúde pública local lembra que já foram feitos alguns estudos para avaliar a impacto des-tes produtos novos de tabaco e que vai continuar a avaliar "de forma critica" se os mesmos "podem re-presentar um papel na redução dos riscos para os fumadores".

Numa coisa todos parecem con-cordar- incluindo a indústria -, o melhor que os fumadores podem fazer é parar de fumar. Até porque, como lembra a deputada do PS: "O

fator da adição continua presente nestes novos produtos porque têm nicotina. Inglaterra é o país mais avançado nos estudos dos efeitos destes produtos e que para já apontam que prejudicam menos, não quer dizer que sejam inócuos. O que a lei quis salvaguardar é que se houver opções menos más os fu-madores devem ser informados, mas isso não quer dizer que não fa-çam mal."

O facto de estes produtos serem bastante recentes é um dos moti-vos que também leva a que as au-toridades de saúde estejam reti-centes. "Dado que muitos dos efei-tos do consumo de produtos do tabaco apenas se fazem sentir mui-tos anos após o início do consumo, será necessário avaliar no tempo essa eventual redução do risco ou da nocividade", alerta a DGS.

À questão do tempo junta-se "a elevada nocividade de todos os produtos do tabaco", o que impõe "necessariamente uma atitude de precaução nesta matéria" por par-

te das autoridades de saúde. "Há que aprender com os erros do pas-sado. Como sabemos, a promoção dos designados cigarros lightveio a revelar-se nociva, não trazendo os benefícios em saúde pública que se esperavam", reconhece a en-tidade presidida por Francisco George.

Até que a lei-que até compara ' os cigarros eletrónicos e o tabaco aquecido aos cigarros convencia-

Francisco George lidera Direção-Geral

da Saúde

nais no que às restrições diz respei-to -entre em vigor, não é expectá-vel que este entendimento da DGS mude. "Eventuais recomendações quanto à existência de alternativas de redução de riscos e de nocivida-de dos produtos do tabaco só po-derão ser promovidas pela DGS após um amplo consenso técnico"; que será o resultado "de estudos de investigação epidemiológica bem conduzidos, realizados por inves-tigadores idóneos e sem conflitos de interesses". Até agora têm sido divulgados estudos promovidos pelas empresas tabaqueiras.

Por enquanto, a DGS aguarda a avaliação que está a ser feita pela OMS no âmbito da Convenção--Quadro para o Controlo do Taba-co. Nesse sentido, assegura que "se-guirá as orientações da Organiza-ção Mundial de Saúde e de outras entidades de referência em saúde pública que venham a revelar-se pertinentes e consensuais entre peritos, tendo em conta a nossa realidade".

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A15

Tiragem: 34326

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 49

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Área: 13,25 x 29,44 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70996504 25-08-2017

É preciso mudar tudo, para tudo ficar igual!

A ADSE, subsistema de saúde

dos funcionários públicos, é

um dos melhores sistemas de

proteção na doença que existe

em Portugal, quiçá no mundo,

porque:

— É um sistema solidário,

pois a contribuição de todos é

percentualmente igual (3,5%,

atualmente).

— Não tem cláusulas de exclusão em

função da idade e/ou de doenças.

— Permite aos quotizados escolher

livremente o prestador dos cuidados de

saúde.

Acresce ainda que, segundo uma auditoria

do Tribunal de Contas, em 2013, a existência

da ADSE permitiu ao SNS — i. é, aos impostos

de todos os portugueses — uma poupança de

210 milhões de euros.

Por isso escrevi (PÚBLICO, 25/9/2015 “A

ADSE está na moda”) que a ADSE não só não

deveria ser extinta como deveria ser aberta

a outros associados. Mais, sugeri que os

quotizados fossem incorporados na gestão

e que houvesse uma comissão tripartida

ADSE-Ordem dos Médicos-prestadores

convencionados para dirimir confl itos

técnico-científi cos e outros.

O atual Governo procedeu à alteração

legislativa do estatuto da ADSE, através do

DL 7/2017 de 9 de janeiro de 2017. Por força

desta, a ADSE passa a instituto público

participado (ADSE, IP) e a ter, entre os

demais órgãos de gestão, um conselho

geral e de supervisão (CGS) de 17 membros,

quatro representantes dos associados,

eleitos por sufrágio e 13 nomeados: três

pelo Ministério das Finanças, três pelo

Ministério da Saúde, três pelos sindicatos,

dois pelas associações dos reformados e

aposentados da administração pública, um

pela Associação Nacional de Municípios e um

pela Associação Nacional de Freguesias. Tem

ainda um conselho directivo (CD) composto

por presidente e dois vogais, sendo um dos

vogais indicado pelos representantes eleitos

dos quotizados e pelos nomeados pelos

sindicatos e associação dos reformados e

aposentados. Conclui-se que os associados

eleitos não só estão em imensa minoria no

CGS, como só muito difi cilmente conseguirão

eleger o seu representante para o CD.

Acontece que uma parte signifi cativa

do processo eleitoral — nomeadamente,

constituição das

listas, recolha

de assinaturas

de proponentes,

entrega das listas,

consulta dos

cadernos eleitorais

e período de

reclamações —

decorre em pleno

período de férias,

entre 20 de julho

e 24 de agosto. Por

sua vez, o período

de propaganda

decorrerá entre

a última semana

de agosto e 17 de

setembro. Mais, a

situação prevista

nesta lei eleitoral no

que respeita ao voto

por correspondência

é penalizadora

para quem não tem computador, resida

no estrangeiro, se encontre de férias ou

doente. Impunha-se à ADSE que remetesse

os boletins de voto com a possibilidade de

devolução em envelope pré-pago a todos

os potenciais eleitores. No entanto, não só

não se instituiu esse procedimento, como se

criou um outro mecanismo de difi culdade ao

exigir-se o reconhecimento da assinatura do

votante.

Assim sugeria ao Ministério da Saúde que

mande suspender todo o processo, leve em

atenção as críticas que têm sido feitas e o

refaça por forma a que haja uma verdadeira

representatividade dos associados. A

não ser que a ideia seja seguir a sábia

recomendação de Tomasi de Lampedusa,

in O Leopardo: “Se queremos que tudo

continue como está, é preciso mudar tudo.

Percebeste?”

Que o processo seja refeito para que haja uma verdadeira representati-vidade dos associados

Médico estomatologista; presidente da APCMG — Associação de Medicina de Proximidade

NELSON GARRIDO

Assim sugeria ao Ministério da Saúde que mande suspender todo o processo eleitoral na ADSE

José Mário Martins

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Tiragem: 65236

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

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Área: 16,26 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 1ID: 70996568 25-08-2017

Lesões podem ser graves • A concentração de monóxido de carbono pode provocar cefa-leias, sensação de falta de ar, alterações visuais, náuseas e fadiga (concentrações inferiores a 40%), confusão, alucinação, ataxia e coma (entre 40 e 60%) e morte para concentra-ções acima de 60%.

Saúde Projeto para criar equipas de bombeiros-enfermeiros que atuam

no terreno pretende diminuir mortalidade e ferimentos entre os soldados da paz

Sb mano, há noticia de mais de 150 bombeiros feridos no combate às chamas

Grupo para avaliar saúde de bombeiros no combate a fogos Inas Sdirack [email protected]

► Todos os verões, há notícia de bombeiros feridos em incêndios - só este ano, serão mais de 150. Porque algumas destas vítimas se-riam evitáveis, um grupo de bom-beiros-enfermeiros está a desen-volver um projeto para proteger e socorrer bombeiros em pleno tea-tro de operações até que a emer-gência médica chegue e possa atuar. A proposta foi apresentada ao Ministério da Administração Interna, no início do ano, mas não avançou.

O modelo já é usado em países europeus, como França e Espa-nha, e passa pela criação de equi-pas de bombeiros com formação superior em enfermagem que, pela sua experiência no combate a incêndios e no uso de equipamen-tos de proteção individual pesa-dos, conseguem chegar onde ou-tros intervenientes, como os pro-fissionais de emergência médica, não devem estar por questões de segurança.

"Por mais louvável que seja esta atitude, não devíamos assistir a imagens com pessoal do INEM de manga curta e sapatilhas a correr monte acima com uma mochila às costas para salvar bombeiros", ex-plica Nélson Nascimento, presi-

dente do Grupo Nacional de Bom-beiros-Enfermeiros (GNBE).

Prevenção de intoxicações O responsável defende que estas equipas, formadas por dois bom-beiros-enfermeiros, seriam as pri-meiras a atuar nos casos graves, em que é necessário, por exemplo, a desobstrução da via aérea e a esta-

Co-oximatro de pulso • É um aparelho não invasivo que monitoriza os níveis de mo-nóxido de carbono no sangue. Os resultados permitem decidir os tempos de reabilitação, bem como a necessidade de admi-nistrar oxigénio. A co-pximetria de pulso é defendida pela Na-tional Fire Protection Associa-tion desde 2015.

bilização do bombeiro até à chega-da da emergência médica e trans-porte para o hospital. Mas a ideia é também que estejam no terreno, na primeira linha de fogo, a proteger a saúde dos bombeiros, evitando por exemplo intoxicações por inalação de fumo.

Ainda que não haja estatísticas, sabe-se que uma das principais causas de ferimentos e até morte entre os bombeiros é a intoxicação por monóxido de carbono e por cia-neto. É aqui que o GNBE quer atuar, avaliando no local os níveis de mo-nóxido de carbono no sangue atra-vés da co-oximetria de pulso [ler caixa] e decidindo se devem des-cansar por alguns momentos e re-ceber oxigénio.

As intoxicações por monóxido de carbono provocam sintomas imediatos, como as cefaleias, a per-turbação e o cansaço, mas podem também causar lesões neuronais para a vida, explica Mariana Ferrei-ra da Silva. também coordenadora do GNBE.

Os responsáveis, ambos bom-beiros-enfermeiros numa corpora-ção do Norte, querem também po-der usar no terreno um antídoto para o cianeto (hidroxocobalamina) aprovado pela Agência Europeia do Medicamento e com resultados comprovados na sobrevivência e prevenção de lesões cerebrais. •

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A17

Tiragem: 23662

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 4

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 5ID: 70996362 25-08-2017

ANA SOUSA DIAS

As alterações climáticas estão a abrir a porta dos países não tropicais ao mos-quito da febre da dengue. Que relação há entre este facto e o trabalho de uma cientista portuguesa nascida numa al-deia da Régua em 1974?I I lisa Pereira é investigadora em genética populacio-nal no Ipatimup-Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universida-de do Porto e estuda o genoma das po-pulações de África eAmérica Central que adquiriram resistência àquela doença, o que poderá permitira cria-ção,,finalmente, de um medicamento. Doutorou-se com uma investigação so-bre o mapa genéticodos portugueses: somos mais misturados do que os po-vos do resto da Europa. Thve de vencera timidez para se integrar numa comuni-dade - os geneticistas populacionais - que trabalha em colaboração com ou-tras áreas do saber, como a antropolo-gia, a arqueologia. a história.

O seu campo de Investigação é um dos que mais rapidamente evoluíram nos últimos anos? No início do século XXI, os métodos de sequenciação deram um salto enorme e radical. Hoje conseguimos conhecer todo o genoma e uma pessoa pode che-gar lá por pouco mais de mil dólares. E que utilidade tem para uma pessoa conhecer o genomacompletof Depende muito do interesse de cada um. Na maior parte dos casos, as pessoas querem saber mais sobre as suas origens. Para povos que sofreram mistura, por exemplo os afro-americanos que que-rem saber mais sobre as suas origens afri-canas, os seus antepassados, ou os povos judeus que andaram em diásporas pelo mundo, é muito importante saber mais sobre a genealogia. A genética veio con-tribuir com muita informação que com-plementa as documentos oficiais.

PERFIL

Luísa Maria de Sousa Mesquita Pereira nasceu em Vila Maior, Santa Marta de Penaguião (Vila Real) em 1974. Aí estudou até ao 9, ano. Fez o secundá-rio no Porto e licen-ciou-se em Biologia na Fac. de Ciências da Univ. do Porto, onde fez mestrado e doutoramento. Fez pós-doc no Ipatimup e na Universidade de Oxford, em genéti-ca populacional. É investigadora do Ipatimup, líder do grupo de diversida-de genética. É professora afilia-da na Fac. de Medicina do Porto. Tem uma centena de artigos publica-dos em revistas científicas. Publicou o livro O Património Genético Português, com Filipa Ribeiro.

LEIA TODA A ENTREVISTA EM DN.PT

13N+ Entrevista de verão a Luísa Pereira

"Com as alterações climáticas, há o risco de a febre da dengue se transmitir na Europa"

Nós, portugueses, temos uma grande mistura? Somos mais misturados do que os po-vos do resto da Europa, devido à nossa proximidade a África e por estarmos no Grande Mediterrâneo, uma zona imen-sa de migrações ao longo do tempo -fe-nícios, gregos, romanos. E há também o papel de Portugal nos Descobrimen-tos, que fez entrar linhagens da África subsaariana. Mas há multas outras informações no genoma, além da genealogia. Por exemplo, há quem tenha interesse em saber se tem os marcadores de sus-cetibilidade a certas doenças. E isso é problemático, principalmente para doenças complexas sobre as quais se sabe ainda pouco. Sabemos que deter-minado marcador genético está asso-ciado a uma doença complexa e se uma pessoa o encontrar pode ficar inutil-mente assustada A verdade é que pode não vir a ter a doença. Não é forçoso que venha a ter? Não é garantia, porque essas doenças complexas são codificadas por muitos genes e é o intercâmbio entre essas va-riáveis, interagindo como ambiente, que pode levara que venha a tê-la. Esta é uma das grandes discussões éticas de hoje. As empresas estão a fornecer este teste e algumas até vão ao ponto de in-formar a pessoa sempre que é publica-do um artigo em que aquele marcador é associado atura determinada doen-ça. E isso é terríveL Muitas são doenças neurodegenerativas que poderão apa-recer ou não depois dos 50 ou 60. Como é que uma pessoa lida com esta infor-mação? Discute-se muito eticamente se a pessoa pode comprar diretámente este teste ou se deve haver a mediação de um médico para gerir a informação e a maneira como é transmitida. É possível fazer esses testes direta- mente? No estrangeiro é possível. Em Portugal temos uma lei que diz que deve haver a intervenção de um médico, tem de ser

o médico a pedir o exame, mas estão disponíveis na intemet. Fez o seu teste? Fiz o meu teste apenas para a linhagem mitocondrial, não fiz o genoma com-pleto. Não quero ter informação desses marcadores. leria algumas razões para ter medo ou é uma questão de princípio? Tenho casos na família de uma doença neurodegenerativa e não quero saber, não quero ter de lidar com essa infor-mação neste momento. Se tivesse os dados ficaria tentada a espreitar. Mas essa precaução de que fala apli-ca-se apenas a algumas doenças, não? Há certos marcadores que vale a pena testar, por exemplo o BRCA1, muito as-sociado a cancro da mama familiar. Aí é possível prevenir. Se souber que é por-tadora daquela variante, pode ser se-guida muito mais cedo. Para certas si-tuações é importante, mas para isso é suficiente estudar aquela doença, não as doenças degenerativas. Há a possibilidade de perceber se tem tendência para a longevidade? Há marcadores associados à longevi-dade mas é uma característica extre-mamente complexa. É muito impor-tante a alimentação, se a pessoa fuma ou não. É um mundo novo em que os desenvolvimentos tecnológicos per-mitiram entrar. Antigamente só faláva-mos de doenças causadas por um úni-co gene, os síndromes. Eram realmen-te fáceis: um gene e uma variante que provoca aquela doença. Estou a falar de doenças genéticas muito graves. Por exemplo? Por exemplo, a fenilcetonúria, identifi-cada no teste do pezinho. Por isso foi in-troduzido esse teste genético que per-mite identificar a variante que causa a doença. Os bebés afetados não conse-guem processar um aminoácido pre-sente em muitos alimentos e, se os co-messem, teriam uma grave deficiência cognitiva. Por isso é feito tão precoce-mente. Ao identificá-la, eles vão ter

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Tiragem: 23662

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 5

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uma alimentação especial. Ficam mui-to pequenos porque não podem comer proteínas, mas têm um desenvolvi-mento cognitivo normal. O essencial dos genes vem pela linha materna? Não. O que leu no meu livro - O Patri-mónio Genético Português IGradiva, 20091-baseava-se mais na parte da he-rança transmitida pela mãe, o ADN mi-tocondrial, porque foi isso que investi-guei para o meu doutoramento. Era essa a parte do genoma que podia dar mais informação com a capacidade tecnológica que tínhamos na altura. Hoje isso já mudou. Pode-se estudar outros marcadores genéticos transmi-tidos por ambos os progenitores. Que não têm que ver com a genealogia? Também têm, mas são transmitidos por ambos os progenitores, pelos seus pais, pelos seus avós, tem a informação de todos eles. Não os estudávamos por-que esta informação é toda misturada dentro das células. É muito difícil seguir e reconstituir a evolução. Mas claro que, em ciência, quanto mais informação ti-vermos melhor. O ADN mitocondrial só conta a história do lado materno. Agora, por exemplo, aplicam-se técni-cas de chip em que se classifica em la-boratório cerca de 500 mil variantes ao mesmo tempo, ou mesmo um ou dois milhões. Mete-se a nossa amostra no chipzinho, vai para uma máquina e aquilo sai tudo. E usa-se essa informa-ção como se fosse um GPS genético. Aquela informação genética tem capa-cidade -e isso foi testado na Europa-de nos dizer que nós somos de Portu-gal, comparando com a base de dados europeia. Mesmo a nível da Europa que é, apesar de tudo, um continente bas-tante heterogéneo. O que investiga neste momento? Nós estudávamos o genoma para infe-rir a evolução e para melhor estudar o que é normal, o que não causa doença. Porque as doenças contam uma parte limitada da evolução humana, portan-to estudávamos aquilo a que chama-mos diversidade neutra. Uma doença é uma mutação? Sim, são mutações patogénicas, e são uma parte muito limitada da variabili-dade que existe em nós. Continuamos a ter como primeiro objetivo categori-zar as populações, classificá-las, ver quão semelhantes elas são, como mi-graram, como se originaram. Mas esta-mos a ver que essa informação tam-bém é muito importante para entender a suscetibilidade a algumas doenças. Estou a ir um bocadinho por aí. Pode dar um exemplo? Estou incluída no 13S e para nós as doenças são importantes. Interessa-me estudar doenças que são mais frequen-tes num determinado grupo popula-cional, ou a que um determinado gru-po populacional é mais resistente. Algum grupo em concreto? Estamos a trabalhar sobre a genética humana na suscetibilidade à febre da dengue. É uma febre muito frequente em países tropicais e subtropicais - Su-deste Asiático, América do Sul. Mas na Madeira houve um primeiro surto. O ví-rus é transmitido por picada do mos-

quito e devido às alterações climáticas o mosquito está a vir para latitudes mais a norte. Há o risco de a Europa, muito em breve, vir a ter transmissão autóctone da febre da dengue. Tanto o vírus como o mosquito existem em África mas os africanos quase não so-frem dessa febre. Estão imunizados? Houve um surto em Angola e a maior parte das pessoas que ficaram doentes foram portugueses e outros estrangei-ros que vivem lá. Pensa-se que as po-pulações africanas tenham resistência à febre da dengue, que é semelhante a outras que existem em África, por exemplo a febre amarela lá adquiriram uma resistência genética a doenças re-lacionadas que as protege também contra a febre da dengue. Então, fomos explorar essa diferença. E como faz esse estudo? Fomos estudar a população de Cuba, com colaborações em Havana, porque Cuba é uma população altamente mis-turada, com os escravos que foram in-troduzidos e com os europeus, espe-cialmente espanhóis. Os médicos em Cuba também observaram que as pes-soas que adoecem são as que têm pele mais clara, enquanto os cubanos com pele mais escura não sofrem tanto da dengue, principalmente a forma mais grave, a hemorrágica. Aplicámos lá os novos testes genéticos e provámos que os indivíduos cubanos com maior an-cestralidade africana têm maior resis-tência. Conseguimos identificar alguns genes que podem explicar essa carac-terística, genes muito relacionados com o metabolismo dos lípidos. Os lí-pidos são muito importantes para o ví-rus entrar nas células, para se replicar. O que é que isso permite? Permite-nos Identificar genes que estão a contribuir para a resistência em indiví-duos que têm muita componente afri-cana. Agora vamos fazer testes funcio-nais e tentar identificar o que esses genes codificam, qual é a parte do metabolis-mo em que interagem que pode explicar ou não esta resistência à doença. E isso pode contribuir para no futuro criar uma vacina? Para a vacina não, mas pode contribuir para desenvolvermos algum medica-mento. Até agora não há nenhum me-dicamento para a febre da dengue. O que se faz? Tem de se acompanhar, tentar contro-lar as hemorragias e a perda de líquidos mas não há tratamento. Morre-se de dengue? Geralmente, se for identificada cedo, é possível controlar de modo a não entrar em choque, o que leva à morte. Mas ain-da se morre. E uma coisa estranha de que nunca me tinha apercebido- e só fazen-do parte do consórcio europeu é que me apercebi porque tinha pessoas daTai-lândia, do Vietname, do Camboja - nes-sas zonas é tão endémico que hoje os adultos são resistentes, são os que não morreram. Nessas zonas só as crianças têm dengue. Nunca tinha pensado nisso. A ciência feita em rede permite che-gar a conclusões que sozinha... ... não chegava lá. Não se pode estar iso-lado.

Há o risco de a Europa, vir a ter febre da dengue, o mosquito está a vir para latitu-des mais a norte

A informa-ção genética pode ser usada como um GPS para identificar, por exem-plo, um português, compa-rando com a base de dados europeia

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MV+ Entrevista de verão a Luísa Pereira

"A geração de 1960-70 deu o salto educativo, fez a diferença em Portugal '

Como é o seu dia-a-dia de trabalho? Considero-me unia pessoa tímida mas tenho de fazer muitos contactos. Como estudo populações, preciso de amos-tras genéticas de continentes por vezes complicados. Dou a volta a isso estabe-lecendo colaboração, por exemplo, com antropólogos. Colaboro com um antropólogo checo, que passou muitos anos em África e tem imensas amostras de várias populações. Ele adora o con-tacto e está interessado na parte antro-pológica clássica, ver os indivíduos e a cultura, fotografá-los. Ao mesmo tem-po colhe a amostra de saliva e colabo-ramos com ele nos estudos genéticos. Trabalha numa secretária com um computador? Sim, basicamente. Nunca tive um mi-croscópio. Um laboratório de biologia molecular, de genética, baseia-se mui-to numa técnica que foi revolucionária nos anos 1980 e que nos permite estu-dar o ADN. Esta técnica permite multi-plicar milhões de vezes, num tubinho, a região do genoma que queremos es-tudar, com uma quantidade mínima de amostra de ADN - até um cabelo, como é usado na forense, é suficiente. Sabe-mos a sequência do genoma todo, mas só queremos estudar uma zona, e dize-mos-lhe: quero que copies só esta zona. Trabalhamos com tubinhos mínimos e as técnicas estão cada vez mais auto-matizadas, para diminuir erros, trocas de amostra. Passamos a maior parte do tempo em frente a um computador a analisar dados e a interpretá-los. Era isso que pensava que ia aconte-cer? O que a trouxe para a biologia? Eu tinha a certeza de que tinha de ser algo ligado à biologia, sabia desde cedo que queria ciências. Sempre tirei boas notas a matemática mas não me consi-dero um génio matemático. Não gosta-va de física, podia seguir química mas biologia era o que mais me interessava.

Durante o curso na faculdade ficou cla-ro, quando tive genética, que era aqui-lo. Tem uma grande componente teóri-ca, o que me interessa. Nunca me inte-ressou o laboratório, mexer em tubos e placas, ir para o microscópio. Gosto mais de pegar em dados em bruto, ver padrões e tirarsentido do que lá está. A genética populacional tem muita matemática e muita teoria. E foi para uma área que está em enor-me desenvolvimento. Quando comecei o doutoramento, tive a sorte de ser o momento da investiga-ção no mitocondrial. E o Ipatimup era já independente tecnicamente. O Ipa-timup abriu em outubro de 1996, co-mecei a vir no ano seguinte, estava a acabar o meu mestrado. Fiz aqui o dou-toramento e fiquei cá. Visitava investi-gadores noutras partes do mundo para aprender as técnicas de análise estatís-tica para processar os dados. Foi aí que comecei a estabelecer colaborações - o meio não é muito grande e acabamos por nos conhecer a todos. A ciência é especial para mim nesse sentido. Está--se em conexão com vários países, e isso é o que temos de mais positivo. Não se ganha muito, tem-se uma vida muito instável, dependente de bolsas até bastante tarde. Eu por acaso conse-gui escapara isso mas fui das últimas. E mesmo do lpatimup? Sou contratada pelo Ipatimup. Mas de-pois de mim não mais houve contrata-ções. A possibilidade de conhecer pes-soas de vários pontos do mundo e de contactar com culturas, religiões de todo o lado é muito enriquecedora. A religião tem peso no momento em que estão afazer ciência? Tentamos abstrair, e tentamos que não influencie os resultados, mas tem um peso no que se vai estudar. Já perdi um bom amigo por causa de um artigo, não gostou do resultado que publicámos.

Mas sendo um cientista pode-se não gostar de um resultado? Ai pode, pode. Somos humanos, luta-mos uns com os outros muitas vezes. Por motivos religiosos? Neste caso... O judaísmo foi tão perse-guido que demonstrar que são originá-rios do Médio Oriente é muito impor-tante para eles. No nosso artigo mos-trámos que os judeus ashkenazi vieram do Próximo Oriente para a Europa, en-traram provavelmente pela Itália, de-pois foram para o Reno e mais para Les-te-Alemanha, Polónia, República Che-ca. Quando estudamos as linhagens mitocondriais, com grande poder de resolução, mostrámos que eram euro-peias. Achamos que vieram homens do Médio Oriente e juntaram-se a muitas mulheres europeias. Isto tem um gran-de impacto dentro de Israel. A partir de

um certo momento histórico, conside-ram que é a mulher que transmite a re-ligião. Foi muito complicado quando o meu amigo viu o resultado do estudo. A sua área de investigação é multo es-pecializada mas tem ligações trans-versais à história, à antropologia... É muito desafiante trabalhar em con-junto. São linguagens e ritmos muito di-ferentes, por vezes é complicado. A nos-sa área teve um grande desenvolvimen-to em Inglaterra porque lá a arqueologia é muito forte e está muito avançada, aceita métodos quantitativos, usa a quí-mica para medir o tempo e as particula-ridades dos sítios que estão a explorar. Procuram mais o intercâmbio com ou-tras ciências. Em Portugal ainda é mui-to complicado. Os casos da equipa de Cláudio Torres em Mértola e de João Zi-lhão são exceções, correm bem. Mas

1. Reunião dos participantes no projeto europeu DENFREE (estu-do da febre den-gue), no Ipatimup, Porto, maio de 2013. Luisa é a terceira na fila da frente (da esquerda para a direita) 2. NaVila Maior, Santa Marta de Penaguião, quando criança 3. Recordação de um intercâmbio científico com Marrocos. Muralha de El Jadida, último bastião dos por-tugueses em Mazagão 4. No Ipatimup, 2017

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também é difícil noutros países. A Fran-ça é muito forte em antropologia clássi-ca mas não deu o salto para incluir a ge-nética. Quase não há estudos de genéti-ca em França. Estudam as ex-colónias mas não se estudam a eles próprios. Quando comecei o meu doutoramento fui a um congresso em Inglaterra onde havia metade arqueólogos, metade ge-neticistas. Conheci toda a gente da área, foi fantástico. Os meus horizontes alar-garam-se entretanto e comecei a inte-ressar-me por África, porque é rica em diversidade genética e temos facilidade na relação com as ex-colónias. Como chegou à investigação dentffica? Eu achava que ia ser professora do se-cundário, como a minha irmã. Era o mais óbvio, o mais seguro. Quando co-mecei o curso, não tínhamos contacto com a ciência. A universidade tinha os senhores professores e os alunos não ti-nham a noção do que era a investiga-ção científica. No primeiro ano estu-da-se tudo-matemática, química, geo-logia, áreas importantes para a nossa formação. O segundo ano era uma seca - decorar as plantinhas, os bichinhos, as características. No terceiro comecei a tergenética e fisiologia, interessei-me mais. E no quarto ano tínhamos está-gios prolongados no laboratório. Foi fazendo as suas próprias pontes? Sim. Hoje é mais fácil os alunos conhe-cerem a realidade da investigação cien-tífica e ser professor do secundário é muito difícil. Por mais instável que seja a vida científica, é mais fácil obter uma bolsa do que um lugar como professor. É ridículo. Foi muito importante a ciên-cia começar a ser feita em institutos de investigação. Deixou de estar sob a al-çada única das faculdades que tinham uma componente pública e hierárqui-ca muito pesada, o que torna a ciência lenta. Os institutos têm autonomia, o que permitiu dar o verdadeiro salto. A ligação às questões da saúde abriu--lhe novas possibilidades? Pode parecer um lugar-comum, mas não é: quanto mais multidisciplinar um sítio é, melhor..0 facto de entrarmos para o I3S ainda foi melhor. Somos 800 pessoas, a fazer coisas muito diferentes. Sabem o que os outros estão a fazer? O sucesso do Instituto resulta das cola-borações que as p"-gnas dos grupos es-tão a fazer. Houve a visão para fazer o instituto, para juntar, mas não há uma visão organizadora de cima. Estamos organizados em três grandes linhas, em três programas-cancro; neurobiologia e doença neurológica; interação com o hospedeiro e resposta (é sempre um nome complicado, é basicamente infe-ção e bioengenharia de próteses). Te-mos seminários dos group leaders urna vez por semana e há convidados que vêm cá. Mas o que funciona mesmo é a conversa de corredor tu fazes isto e isso interessa-me, vou ter contigo e vamos vero que dá. Foi assim no caso da dengue? Um grupo do Instituto Pasteur precisa-va de alguém que soubesse de genética populacional, que fosse mulher e de um país europeu mais pobre. Porquê esses requisitos? Os grandes consórcios europeus têm

um número mínimo de países para se-rem financiados. Geralmente quem os lidera são franceses, alemães, italianos e ingleses e têm de ir buscar pessoas de outros países. E ser mulher fazia diferença? Por causa das quotas. Beneficiou de oportunidades relacio-nadas com o momento histórico. Não se pode deixar passar. A ciência é muito dinâmica, se não se acompanhar fica-se para trás. Na década de 1990 a genética populacional teve imensos avanços e respostas e começou a co-municar para o público em geral. Esta-mos sempre a lidar com prazos, o que é muito sufocante e cansativo, mas é a nossa realidade. Fazer um abstract para aquele congresso, acabar aquela tese de mestrado, submeter aquele artigo, é sempre isto. A FCT lembra-se de abrir um concurso de projetos e durante um mês há que escrever o projeto. Nos Es-tados Unidos sabe-se quando abrem os concursos, aqui não. Vivemos na incer-teza de ter de reagir. Além da febre da dengue, tem outros projetos de investigação? Estudo cancros ligados a infeção. Inte-ressa-me a diferença de respostas das populações aos agentes infecciosos. Umas já contactaram com aquele agente patogénico e adquiriram resis-tência, e daí a variabilidade genética. A minha abordagem é a mesma: gené-tica, grandes números. Cada vez de-pendo mais da análise bioinformática. Nasceu numa aldeia da Régua, o que fazem os seus pais? O meu pai já morreu, era mecânico. A minha mãe era doméstica e agora herdou as vinhas, é vitivinicultora. Ti-nham pouco mais do que a escola pri-mária, tiveram a visão de nos dar estu-dos. Foi isso que fez a diferença em Por-tugal, a geração de 1960 e 1970 que deu o salto educativo. Nasci em 1974 e ain-da tive na escola primária da aldeia co-legas com 14 anos a quem lhes davam o diploma, quer soubessem quer não. Foi o salto de uma geração, foi imedia-to, e a entrada na União Europeia veio fazer toda a diferença. Estávamos fe-chados, não havia autoestrada. Para chegar ao Porto demorava-se séculos. Quanto tempo demora agora? Uma hora. Antes, nem me lembro, sei que era horrível, vomitava sempre du-rante a viagem. O carro do meu pai - era mecânico mas era um bocado "em casa de ferreiro espeto de pau" - era péssi-mo, estava sempre avariado, passáva-mos humilhações. Havia três carros na minha aldeia. Viaja quantas vezes por ano? Este ano estou muito paradinha mas em setembro vou a três sítios. Vou a um congresso em Coimbra, vou ser ar-guente de urna tese em Liège (Bélgica) e depois provavelmente vou ser júri do concurso dos jovens cientistas euro-peus na Estónia. É um concurso em to-dos os países para os miúdos do ensino secundário trabalharem num projeto de ciência. Os países escolhem repre-sentantes que vão ao concurso euro-peu. É muito giro ver miúdos tão novos interessados por ciência. Alguns até nos envergonham porque são génios.

Por razões religiosas, perdi um bom amigo que não gostou do resultado que publi-cámos

Por mais instável que seja a vida cientifica, é mais fácil obter uma bolsa do que um lugar como professor. E ridículo

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Ano 153, N.• S4 RO tanso*

DIselarflarkiBaldaiaDhetoradlunto PauloTavares Seidlienties Joana Petiz e leonklio Paulo Senta Dielaordeiffle Palio remardes

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TODOS OS DIAS O EPISC110 DO FOLHETIM DEVERÃO POR FERREIRA FERNANDES COM ILUSTRA_ÇOES DE NUNO SARAIVA PAtM

SEX'T'A-FEIRA 125.8.17 I WWW.DN.PT

ELEIÇÕES EM ANGOI FESTA DA VITÓRIA DO MPLA EM SUSPENSO Cristina tal Men, em Luanda, enviada ON/ FSE PAGa a e a

~o Lourenço sere o presidente

que sucede a José Eduardo dos Santos

Autárquicas A maioria dos candidatos independentes são dissidentes partidários Regresso de dinossauros potencia "grupos de cidadãos" como solução para disputas internas nos partidos. Quase seis em cada dez independentes têm passado partidário. Mas

REFORMA ANTECIPADA E SEM SOFRER PENALIZAÇÃO SÓ CHEGA 415 MIL PESSOAS

preciso ter mais de 60 anos e 48 de contribuição ou um mínimo de 46 e ter começado a trabalhar antes dos IS anos. Novas regras arrancam a 1 de outubro. 14.0.20

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ENTREVISTA A LUISA PEREIRA

"Com alterações climáticas há risco de transmissão da dengue na Europa" PÁGS. 4 A

• PELA AMÉRICA DO TIO SILVA

Idalmiro: açoriano e cônsul numa cidade onde um português é herói PÁ«. ama

SORTEIO EIA CHAMPIONS

Benfica e Porto têm grupos duros mas a fava calhou ao Sporting PÁGS. 40 E 41

I Pi VERGADA g it PELO VENTO

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A22

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Os chimpanzés também têm uma forma de Alzheimer como nós

Os chimpanzés são os nossos pa-

rentes vivos mais próximos. E pare-

ce que tais semelhanças também se

estendem à doença de Alzheimer. Ca-

racterísticas desta doença, que tem

aumentado nos seres humanos, tam-

bém existem nestes nossos primos.

Embora haja algumas diferenças, as

parecenças detectadas, e referidas

num artigo na revista Neurobiology of

Aging, podem permitir que os chim-

panzés contribuam (ainda mais) para

a investigação, neste caso da doen-

ça de Alzheimer. Afi nal, não há uma

cura para ela, apenas medicamentos

que abrandam os sintomas.

Numa autópsia em 1906, o médico

alemão Alois Alzheimer observou que

o cérebro de um doente tinha uma

acumulação invulgar de duas proteí-

nas. Eram as placas de beta-amilóide

e os emaranhados neurofi brilares.

As placas de beta-amilóide formam-

se pela acumulação (incorrecta) da

proteína beta-amilóide à volta dos

neurónios. Já os emaranhados neu-

rofi brilares aparecem devido ao mau

funcionamento da proteína tau no

interior dos neurónios. A tau está en-

volvida na formação de estruturas

cilíndricas nos neurónios designadas

por “microtúbulos”, que fazem parte

do esqueleto das células. Depois, a

proteína tau separa-se dos microtú-

bulos e cria formas desorganizadas:

os emaranhados neurofi brilares, que

entopem esses microtúbulos.

Não se sabe muito bem o que causa

estas duas acumulações, mas levam

à morte de neurónios e podem ser

encontradas em regiões cerebrais

responsáveis pela formação da me-

mória, como o hipocampo. No caso

dos depósitos de beta-amilóide, po-

dem espalhar-se ainda para outras

regiões do cérebro. Tudo isto leva à

doença de Alzheimer, que surge, na

maioria das vezes, após os 65 anos

e se caracteriza por lapsos de me-

mória, esquecimentos de pessoas

ou lugares e perda de competências

quotidianas. No fi m, os doentes fi -

cam dependentes dos outros.

Desta vez, um grupo de cientistas

dos EUA “fez a autópsia” a 20 cére-

Seremos a única espécie que tem doença de Alzheimer? Uma equipa dos Estados Unidos detectou agora acumulações indevidas de proteínas em cérebros de chimpanzés, à semelhança do que ocorre nas pessoas

NeurociênciasTeresa Serafim

ISTOCK

Tal como os humanos, os chimpanzés têm sinais distintivos da doença de Alzheimer, como a acumulação da proteína beta-amilóide (à esquerda, a proteína em vasos sanguíneos e, à direita, em placas)

diz ao PÚBLICO Melissa Edler, neu-

rocientista da Universidade de Kent

e principal autora do trabalho.

Parkinson é o passo a seguirA principal diferença entre a doença

de Alzheimer nos humanos e as ca-

racterísticas detectadas nos chimpan-

zés está na beta-amilóide. Nos chim-

panzés, esta proteína acumulou-se

mais nos vasos sanguíneos do que

em placas. E nos chimpanzés existia

um aglomerado de tau nas projec-

ções que saem dos neurónios, algo

que não se verifi ca nos humanos. Por

isso, os cientistas chamam a esta do-

ença nos chimpanzés “patologia dos

emaranhados neurofi brilares”. Quan-

to aos seus sintomas, a equipa ainda

não tem dados comportamentais e

cognitivos para estes primatas.

Em 2015, a doença de Alzheimer

afectava 44 milhões de pessoas no

mundo e 140 mil em Portugal, se-

gundo a organização Alzheimer’s

Disease International. “A doença

de Alzheimer tem sido considerada

uma doença unicamente humana”,

diz Melissa Edler. Se esta doença for

mesmo única na nossa espécie, diz

a neurocientista, deve-se perceber

o que protege os cérebros de outras

espécies, para encontrar tratamentos

para os humanos. “Os chimpanzés

são os nossos parentes vivos mais

próximos e, como tal, podem ajudar-

-nos a perceber esta doença.”

Este trabalho também é impor-

tante para os próprios chimpanzés.

“Envelhecem nos institutos de in-

vestigação, nos abrigos e em jardins

zoológicos por todos os EUA, e es-

peramos que este estudo informe os

seus tratadores. Assim podem estar

mais preparados para cuidar da saú-

de cognitiva dos chimpanzés em fun-

ção da sua saúde física.”

Melissa Edler já estuda, no cérebro

dos tais 20 chimpanzés, se houve di-

minuição de neurónios, como ocor-

re com os doentes de Alzheimer. Se

existiu, pode signifi car que os chim-

panzés tinham sintomas de demên-

cia, como os humanos. E a cientista

avisa o seu próximo projecto será

perceber se os chimpanzés também

sofrem da doença de Parkinson.

[email protected]

por isso um estudo desta dimensão

é raro”, explica Mary Raghanti, an-

tropóloga da Universidade Estadual

de Kent e coordenadora do trabalho,

num comunicado da Universidade

Estadual da Geórgia (EUA).

Quanto à doença de Alzheimer

nestes primatas, só num estudo de

2008 (de outra equipa) se encontra-

ram emaranhados neurofi brilares no

cérebro de um chimpanzé. Porém,

como tinha sofrido um derrame ante-

rior à morte, os cientistas pensavam

que o que tinham encontrado estava

associado a esse derrame.

O que se viu desta vez? Os cientis-

tas observaram emaranhados neuro-

fi brilares e placas de beta-amilóide

nos cérebros dos chimpanzés, tal co-

mo se pode ver nos humanos. Tam-

bém perceberam que os chimpanzés

acumularam beta-amilóide nos vasos

sanguíneos. “As conclusões do nosso

estudo mostram que os chimpanzés

têm características patológicas mui-

to visíveis da doença de Alzheimer”,

bros de chimpanzés dos 37 aos 62

anos. E não é assim tão vulgar fazer

análises a cérebros de chimpanzés,

como se lê no artigo científi co: “Até

à data, menos de 50 cérebros de pri-

matas mais velhos foram examinados

para a patologia da doença de Alzhei-

mer em estudos anteriores.” Os cére-

bros dos chimpanzés para investiga-

ção não são muitos. “Os exemplares

de cérebros dos grandes primatas,

particularmente de indivíduos mais

velhos, são incrivelmente escassos,

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