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Em um ano que deveria ser de crescimento para as exportações brasileiras, os volumes estão caindo pelo segundo trimestre consecutivo com exportadores praticando overbooking, ou seja, reservando espaços em navios de diversos armadores, mas não utilizando todas as reservas na hora de exportar. No entanto, a estratégia para garantir espaço está prejudicando o setor como um todo, e os armadores lutam contra o tempo para evitar um declínio ainda maior nos embarques para o exterior.

“Grandes exportadores estão chegando com metade da carga para a qual reservaram espaço, ao passo que clientes de menor porte simplesmente nem aparecem com a carga, o que força os armadores a trabalharem 24 por 7 para evitar que os navios deixem os portos com metade do espaço vazio, o que seria um cenário desastroso para o País”, acrescenta.

Esse ciclo vicioso impactará negativamente o resultado das exportações no terceiro trimestre, que se somará ao crescimento já prejudicado do segundo trimestre pela greve dos caminhoneiros e que tirou o brilho do primeiro trimestre, que beneficiado pela Copa do Mundo. A Maersk Line estima que até 200.000 toneladas de mercadorias tenham deixado de ser exportadas entre meados de julho e agosto, o que aumenta os custos para os exportadores e afeta a competitividade brasileira.

“Os exportadores estão se prejudicando ao reservar um espaço que não usam, pois isso aumenta os custos e causa sérios entraves para outros exportadores que não conseguem espaço nos navios, o que torna toda a situação ainda pior. É preciso resolver a questão com urgência”, diz Dominguez.

“Estamos nisso juntos, queremos que nossos clientes prosperem e que o Brasil cresça também. A solução mais rápida, simples e justa seria adotar o mesmo modelo de reservas usado pelas companhias aéreas. Ou seja, quando os exportadores reservarem seu espaço, pagam antecipadamente, como é feito na compra de uma passagem”, acrescenta.

As exportações brasileiras deveria estar crescendo, mas os exportadores estão em um ciclo negativo. A volatilidade do câmbio, as incertezas sobre os preços do frete de caminhão e a robusta safra de algodão estão pressionando os exportadores, que enfrentam espaço reduzido nos navios e reservam espaço com diversos armadores para garantir a exportação de sua carga. A questão é que essa estratégia está causando mais danos do que benefícios.

Antonio DominguezDiretor Principal da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul

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3Source: Dataliner

Este ciclo de overbooking tem origem no primeiro trimestre de 2016, quando as importações brasileiras entraram em colapso e as empresas de transporte marítimo foram obrigadas a reduzir o número de navios que vinham para o Brasil (até 2016, o País era um importador líquido).

Em meados de 2016, os volumes de importação caíram pela metade e eram praticamente os mesmos registrados nas exportações. Consequentemente, menos importações signifi caram menos navios para todos e menos espaço para os exportadores.

“Um exportador pode muito bem enviar sua carga do Brasil para outra parte do mundo, mas quando as importações caem, é o armador que arca com o custo de trazer o contêiner vazio ou o navio subutilizado de volta para o País. Quando se leva em conta também o aumento do preço do bunker e outras inefi ciências da cadeia de suprimentos, a competitividade sofre”, explica Dominguez. “Para os armadores, o atual cenário de overbooking representa até um risco potencial à segurança dos navios, já que o planejamento da embarcação é afetado, os custos aumentam e carga é deixada no porto”, acrescenta.

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Maersk revisa projeçõesMaersk está revisando para baixo suas projeções de 2018. Os novos números serão divulgados em setembro. Anteriormente, a Maersk Line previa 3,4% de crescimento para importações e exportações, sendo 4,6% importações e 1,3% exportações. Em abril, economistas falavam em crescimento de PIB em torno de 3%, previsão que caiu para cerca de 1,5%.A revisão da Maersk vem depois de as exportações caírem pela primeira vez no ano (-6% no segundo trimestre), ao passo que as importações cresceram 10% no mesmo período.

Então, o que isso significa para o comércio exterior brasileiro em 2018?“Estamos revisando para baixo nossas projeções para 2018. Dissemos em maio que haveria uma ressaca após a Copa do Mundo, mas a situação é pior do que esperávamos”, diz Dominguez, lembrando que a Maersk Line previu no final de 2016 que o País levaria pelo menos mais três anos, até 2020, para recuperar os volumes do comércio exterior e voltar a ter equilíbrio.

O cenário do segundo semestre agora parece incerto e representa uma reviravolta em comparação com o primeiro trimestre, quando o total de importações e exportações cresceu 12% graças à Copa do Mundo. No segundo trimestre, o total de importações e exportações subiu apenas 1%. Vale ressaltar que cerca de 80% de todo o comércio exterior brasileiro é feito via contêiner.

Source: Dataliner

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Q12016

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Q12017

Q22017

Q32017

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Variações - Importações + Exportações(% vs mesmo quadrimestre do ano passado)

Variação de ExportaçõesForte queda no índice de crescimento, impactado pela contração das exportações

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Q12016

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Variações de Importações(% vs mesmo quadrimestre do ano passado)

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Q12016

Q22016

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Variação de Exportações(% vs mesmo quadrimestre do ano passado)

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Já havíamos começado perceber um desaceleração no comércio em maio após, um primeiro trimestre forte. Mas quando a greve dos caminhoneiros aconteceu, exportadores de todo o País foram prejudicados, apesar de termos conseguimos manter nosso serviço funcionando.

Matias ConchaDiretor de Trade e Marketing da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul.

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Exportações - Carga seca

Europa Extremo Oriente

Exceto para a Europa, todas as outras regiões contraíram seus mercaods no segundo quadrimestre de 2018

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Q12017-2016

Q22017-2016

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Q12017-2016

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Q12018-2017

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Q22018-2017

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No segmento reefer, a maior redução foi para a Europa, com queda de 21% no segundo trimestre. As exportações refrigeradas para a Ásia registraram aumento de 6%, no entanto, o volume foi pequeno. De março e abril de 2017, mais de 30 países proibiram temporariamente a entrada de carnes e aves brasileiras.

“Se considerarmos as restrições comerciais do ano passado sobre a carne versus o impacto da greve dos caminhoneiros em 2018, o segmento de carne melhorou ano após ano, depois de crescer 8% no segundo trimestre”, diz Concha. “No entanto, os volumes permanecem baixos tendo em vista que a proibição russa para carnes e aves brasileiras continua e que os efeitos da proibição generalizada de 2017 ainda são sentidos”, acrescenta.

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IMPORTAÇÃOO Brasil ainda sentiu os impactos positivos da Copa do Mundo no segundo trimestre. Todas as regiões apresentaram crescimento de dois dígitos, com a Europa subindo 14% e a Ásia 10%.

As importações de máquinas e aparelhos eletrônicos aumentaram 14%, ao passo que o segmento automotivo cresceu 11%. “Os volumes do setor automotivo ainda estão abaixo dos níveis vistos em 2014, mas os fabricantes estão otimistas, já que muitos veículos que chegam ao Brasil estão acabando na Argentina”, diz Concha. “Os argentinos estão tentando congelar preços que ainda podem pagar, considerando que a infl ação está em torno dos 30% e as taxas de juros estão em 45%”, acrescenta.

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PERSPECTIVAS

Com o dólar cruzando a marca de R$ 4, este deveria ser um bom momento para as exportações, mas esse frenesi de overbooking está prejudicando o segmento, que poderia estar mais robusto e rentável com o real mais fraco. Nas importações, o Real mais fraco está prejudicando o poder de compra dos brasileiros. Já podemos ver esse efeito nas encomendas de eletroeletrônicos, que estão com um desempenho abaixo da média em agosto.

Matias ConchaHead of Trade and Marketing for Maersk Line East Coast South America.

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Já estávamos cautelosos em 2018 antes da greve dos caminhoneiros e agora estamos ainda mais. Ações urgentes são necessárias para ajudar os exportadores, que têm pouca ou nenhuma transparência nos preços dos fretes dos caminhões e precisam tomar decisões com base em uma moeda continuamente flutuante.Estamos solicitando uma solução prática e rápida que garanta espaço para os exportadores e coloque fim a essa saga de overbooking, antes que a situação se deteriore ainda mais.

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“Antonio DominguezManaging Director for East Coast South America

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Sobre a Maersk Line

• A Maersk Line é a maior companhia de transporte marítimo do mundo, com mais de 33 mil funcionários e mais de 630 embarcações, que fornece soluções integradas de logística no mar e na terra.

• A Maersk Line atende clientes por meio de seus 306 escritórios em 114 países.

Sobre a A.P. Moller-Maersk

• A Maersk tem mais de 89 mil funcionários no mundo e está presente em mais de 130 países.

• Outras subsidiárias incluem a Svitzer, que opera 430 rebocadores, a Maersk Supply Service, que opera 70 navios de apoio, e a Maersk Drilling, que conta com 22 navios.

• Um navio da Maersk atraca em um porto a cada 15 minutos.

Para mais informações, entre em contato: PR Consulting Americas - +55 11 3078 7272

Gabriela Forlin - gabriela@prconsultingamericas.com Bruna Carletto - bruna@prconsultingamericas.com

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