2013 direito publico andrey delacao premiada

Upload: necandi

Post on 01-Jun-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    1/38

    A Colaborao premiada e a nova Lei do Crime Organizado (Lei 12.850/2013)Andrey Borges de Mendona1

    1. n!rod"o

    A Lei 12.850, de 2 de agosto de 2013 - criada em substituio Lei !03"#1!!5 $ %assou a ser,

    atua&mente, o di%&oma b'sico de en(rentamento ao crime organi)ado no Brasi&. A no*a &egis&ao

    a%er(eioou o sistema naciona&, tanto no as%ecto %ena& +uanto %rocessua&. riou, dentre outros, o ti%o

    %ena& incriminando a organi)ao criminosa, su%rindo (ina&mente a &acuna do ordenamento urdico

    brasi&eiro. Ademais, seguindo tend/ncia internaciona&, disci%&inou di*ersos meios de obteno de

    %ro*as,2

    consciente de +ue o (enmeno da crimina&idade organi)ada, em ra)o de suas caractersticas,necessita de meios ece%cionais de in*estigao, diante da insu(ici/ncia dos mtodos tradicionais.3

    essa &in4a, a co&aborao %remiada a%resenta im%ortncia %remente +uando se en(renta o crime

    organi)ado. 6m ra)o de suas caractersticas - sobretudo, a &ei do si&/ncio 7omert, im%osta %e&a

    *io&/ncia e a 9cu&tura da su%resso da %ro*a: - os instrumentos tradicionais no do res%ostas

    1 ;rocurador da ni*ersidade ;ab&o de ?&a*ide, em @e*i&4a, 6s%an4a, em ireitosumanos, Cntercu&tura&idade e esen*o&*imento. Mestrando %e&a >ni*ersidade de @o ;au&o em ;rocesso ;ena&.

    Membro do Cnstituto A@D $ Antonio @carance Dernandes de 6studos A*anados. andreyborgesEya4oo.com.br.

    2?s meios de %ro*a no se con(undem com os meios de obteno de %ro*as. on(orme &eciona AntnioMaga&4es Fomes Di&4o, 9?s meios de provare(erem-se a uma ati*idade endoprocessual+ue se desen*o&*e

    %erante o ui), com con4ecimento e %artici%ao das %artes, *isando a introduo e a (iao de dados%robatGrios no processo. ?s meios depesquisaou investigaodi)em res%eito a certos %rocedimentos 7em gera&,extraprocessuais regu&ados %e&a &ei, com o obeti*o de conseguir %ro*as materiais, e +ue %odem ser rea&i)ados

    %or outros (uncion'rios 7%o&iciais, %or eem%&o:. Ainda segundo o mesmo autor, baseado nisso o Gdigo de;rocesso ;ena& ita&iano de 1!88 di(erenciou os meios de %ro*a e os meios de busca da %ro*a 7ins%eHes, busca ea%reensHes, interce%taHes te&e(nicas. ?s meios de %ro*a se caracteri)am 9%or o(erecer ao ui) resu&tados

    %robatGrios diretamente uti&i)'*eis %e&o ui) na deciso:, en+uanto os meios de in*estigao no so %or si sG(ontes de con4ecimento. Ademais, ;ao&o Ionini a(irma +ue os meios de busca da %ro*a gera&mente tra)em

    sur%resa, en+uanto os meios de %ro*a de*em rigorosa obedi/ncia ao contraditGrio. ?s meios de in*estigao,como a busca e a%reenso, buscam no obter e&ementos de %ro*a, mas sim (ontes materiais de %ro*a. Iambmso meios de in*estigao de %ro*a as interce%taHes te&e(nicas, in(i&trao de agentes, interce%tao ambienta&.F?M6@ DCL?, Antonio Maga&4es. otas sobre a termino&ogia da %ro*a 7re(&eos no %rocesso %ena&

    brasi&eiro. CnJ KA

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    2/38

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    3/38

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    4/38

    Assim, a co&aborao %remiada se situa dentro do marco de bene(cios estatais concedidos

    +ue&es +ue contribuem com a %ersecuo %ena&, *isando estimu&ar o in*estigado#im%utado oucondenado a co&aborar com a %ersecuo %ena&. Ademais, a no*a &egis&ao deia c&aro +ue a

    co&aborao %ode ser tanto *o&tada %ara a %re*eno +uanto %ara a re%resso de in(raHes %enais, bem

    como a necessidade, con(orme ser' *isto, de 4a*er um acordo escrito 4omo&ogado %e&o ui).

    ;ortanto, a co&aborao %remiada %ode ser de(inida como a e(ica) ati*idade do in*estigado,

    im%utado ou condenado de contribuio com a %ersecuo %ena&, sea na %re*eno ou na re%resso de

    in(raHes %enais gra*es, em troca de bene(cios %enais, segundo acordo (orma&i)ado %or escrito entre

    as %artes e 4omo&ogado %e&o u)o.

    3. %mbi!o de apli&ao do bene$'&io

    >rge %er+uirir em +ua& in(rao %ena& a co&aborao %remiada %ode ser a%&icada. A co&aborao

    %remiada ' (oi %re*ista em di*ersas &egis&aHes, ao menos em seus as%ectos materiais, desde 1!!0. 10

    o %arece 4a*er d=*idas de +ue, %ara todos os crimes %re*istos na &egis&ao, o %rocedimento

    %re*isto na no*a &egis&ao se a%&ica, ana&ogicamente.

    o bastasse, a Lei 12850#2013 %re*iu a %ossibi&idade de uti&i)ao da co&aborao %remiada,

    ainda, como (orma de en(rentamento do crime organi)ado. >rge, assim, de&imitar o +ue se entende %orcrime organi)ado na no*a &egis&ao.

    ? conceito $ +ue c4amaremos depr8prio- de organi)ao criminosa est' no art. 1T, W1T, da no*a

    Lei11, +ue estabe&ece basicamente o re+uisito estrutura& 7associao de " ou mais %essoas

    ati*idade estata& de %ersecuo crimina&. CnJ ALAB

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    5/38

    estrutura&mente ordenada e caracteri)ada %e&a di*iso de tare(as, ainda +ue in(orma&mente, (ina&stico

    7*antagem de +ua&+uer nature)a $ desde +ue i&cita -, mediante a %r'tica de in(raHes %enais cuas%enas m'imas seam su%eriores a " anos, ou +ue seam de car'ter transnaciona& e tem%ora& 7+ue 4aa

    %erman/ncia e estabi&idade $ re+uisito im%&cito.12

    ;orm, a &egis&ao, ao menos em seus as%ectos %rocessuais, no se &imita a%enas a este conceito.

    ? art. 1T, W2T, tra) a+ui&o +ue c4amaremos organiao criminosa por equiparao. @egundo este

    dis%ositi*o, a &ei tambm se a%&icaJ 7i %ara os crimes transnacionais %re*istos em tratado

    internaciona&13O 7ii %ara as organi)aHes terroristas, recon4ecidas segundo as normas de direito

    internaciona&, +ue %raticarem atos de su%orte ao terrorismo, atos %re%aratGrios ou de eecuo de atos

    terrorista em territGrio naciona&.14;ara estas situaHes e+ui%aradas, segundo nos %arece, mesmo +ue

    no %reenc4idos os re+uisitos do conceito de organi)ao criminosa %ro%riamente dita 7re+uisitos

    estrutura&, (ina&stico e tem%ora&, %re*istos no art. 1T, W1T, ser' %oss*e& a a%&icao dos meios de

    obteno de %ro*a %re*istos na no*a &egis&ao. on(orme &eciona N&adimir Aras, %arte-se do

    %ressu%osto de +ue nestes casos %ode 4a*er o en*o&*imento de uma organi)ao criminosa.15 a

    mesma &in4a,

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    6/38

    naciona& e o resu&tado de*esse ocorrer no estrangeiro ou *ice-*ersa $ %re*isto em Iratado

    internaciona& (irmado %e&o Brasi&. Assim, no eem%&o dado %or N&adimir Aras, uma %essoa %resa na(ronteira de cidade +ua&+uer da (ronteira do Brasi&, (&agrada %e&a ;o&cia tra)endo armas de (ogo do

    eterior, %ara comercia&i)ao no Brasi&, sem autori)ao &ega&. 17esse caso, como 4' tratado

    internaciona& sobre a matria, seria %oss*e& a%&icar os mecanismos es%eciais de in*estigao, como a

    co&aborao %remiada e a in(i&trao de agentes, mesmo +ue no %resentes os re+uisitos do art. 1T, W1T.

    A segunda 4i%Gtese de e+ui%arao a da organi)ao terrorista. A &egis&ao interna se remete

    s normas de direito internaciona&, %or (oro do +ua& o Brasi& (aa %arte, %ara rece%cionar internamente

    a+ue&as organi)aHes terroristas recon4ecidas no mbito internaciona&. 18? +ue o &egis&ador buscou (oi

    %ermitir +ue se a%&i+uem os meios de obteno de %ro*as %re*istos na no*a &egis&ao %ara tais

    organi)aHes terroristas identi(icadas em territGrio naciona& e +ue esteam %&aneando %raticar a+ui atos

    terroristas.

    A di(icu&dade maior +ue atua&mente se entende, de maneira maorit'ria $ embora 4aa

    %osicionamentos em contr'rio - +ue no 4' ti%i(icao do crime de terrorismo no ordenamento urdico

    naciona&, %ois o art. 20 da Lei de @egurana aciona& 19 no de(ine o +ue so 9atos de terrorismo:,

    *io&ando o %rinc%io da &ega&idade, sobretudo da necessidade de descrio dos com%ortamentos

    incriminadores.

    e +ua&+uer sorte, a %ar das 4i%Gteses %re*istas e%ressamente %ara uti&i)ao da co&aborao

    %remiada, a uris%rud/ncia ' asse*erou +ue, com base na Lei !80R, a co&aborao %remiada %oss*e&

    de ser a%&icada %ara +ua&+uer ti%o %ena&. este sentido ' decidiu o @I. 20;orm, de*e-se ter caute&a

    1R A

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    7/38

    %ara no bana&i)ar o instituto, uti&i)ando meios de obteno de %ro*a %ara in(raHes sem gra*idade, o

    +ue %oderia a(rontar o %rinc%io da %ro%orciona&idade. @egundo o Ministro Fi&son i%% ' a(irmouJ9Acordo de de&ao %remiada %ara crimes gra*es, no sG do corru co&aborador como da+ue&e corru

    de&atado, %or+ue acordo de de&ao %remiada no (oi (eito %ara (urto de ga&in4a, no %ode ser

    bana&i)ado 7...:21.

    4. omen!o

    A no*a &egis&ao indicou +ue %oss*e& a co&aborao %rocessua& em +ua&+uer (ase da

    %ersecuo %ena& e at mesmo a%Gs o trnsito em u&gado, ' na (ase da eecuo da %ena. ', assim, a

    co&aboraopr>?processual7anterior ao o(erecimento da den=ncia e c4amada %or a&guns de inicial,

    processual 7ocorrida entre o recebimento da den=ncia e o trnsito em u&gado e c4amada de

    intercorrente%or a&guns ep8s?processual7a%Gs o trnsito em u&gado, tambm c4amada de tardia.

    ;ortanto, segundo o no*o &egis&ador, mais im%ortante do +ue o momento a e(eti*a contribuio %ara

    a %ersecuo de in(raHes %enais gra*es.

    Neremos +ue a co&aborao em cada um dos momentos %ossui caractersticas %rG%rias +ue

    indicam a necessidade de seu estudo se%arado.

    5. *e+"ii!o para a &olaborao

    A &egis&ao estabe&ece tr/s re+uisitos %ara a co&aborao %remiadaJ 7i *o&untariedadeO 7ii

    e(ic'cia da co&aboraoO 7iii circunstncias subeti*as e obeti*as (a*or'*eis. Neamos se%aradamente.

    5.1.,ol"n!ariedade

    de causa de diminuio de %ena 7...:. 7 !R50!#MF,

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    8/38

    A *o&untariedade da co&aborao 7art. "T, ca%ut indica +ue a co&aborao, embora no %recise ser

    es%ontnea 7ou sea, %ode decorrer de orientao do ad*ogado ou de %ro%osta do M;, no %ode ser(ruto de coao, sea (sica ou %s+uica, ou de %romessa de *antagens i&egais no %re*istas no acordo.

    ? &egis&ador toma, nesse sentido, di*ersas %recauHes e caute&as %ara garantir a *o&untariedade. Assim,

    eige-se +ue em todos os atos de negociao, con(irmao e eecuo, o co&aborador estea

    acom%an4ado e assistido %e&o ad*ogado 7art. "T, W15T. [ a c4amada 9du%&a garantia:, de +ue (a&a

    Antonio @carance Dernandes, indicando a necessidade de +ue 4aa consenso do co&aborador e do

    ad*ogado,22sobretudo %ara +ue o co&aborador ten4a consci/ncia das im%&icaHes %enais, %rocessuais e

    %essoais do ato de co&aborao.

    Ademais, a *o&untariedade assegurada %e&o contro&e udicia&, ao rea&i)ar a an'&ise sobre a

    4omo&ogao de e*entua& acordo. esse sentido, o art. "T, WRT, estabe&ece +ue o magistrado ir'

    *eri(icar a regu&aridade, &ega&idade e voluntariedadedo acordo, %odendo %ara con(irmar este (im,

    sigi&osamente, ou*ir o co&aborador, na %resena de seu de(ensor. Assim, o ui) %oder' ou*ir o

    co&aborador, *isando a%urar se 4' *o&untariedade ou no no ato. No&taremos ao tema +uando tratarmos

    da 4omo&ogao.

    Ademais, ainda %ara assegurar a *o&untariedade da co&aborao, o &egis&ador estabe&ece +ue o

    acordo sea (eito %or escrito e assinado %or todos os en*o&*idos, contendo e%ressamente 9dec&arao

    de aceitao do co&aborador e de seu de(ensor: 7art. PT, inc. CCC.

    ;or (im, tambm *isando assegurar a *o&untariedade, o &egis&ador indica a %re(er/ncia %e&o

    registro dos atos de co&aborao %e&os meios ou recursos de gra*ao magntica, estenoti%ia, digita& ou

    tcnica simi&ar, inc&usi*e audio*isua& 7art. "T, W13T.

    5.2.-$i&&ia da &olaborao

    [ essencia& a e(ic'cia da co&aborao %remiada, ou sea, +ue aui&ie rea&mente a a&canar os

    obeti*os %re*istos na &ei.

    Assim, %ara +ue sea %oss*e& a%&icar +ua&+uer dos bene(cios, o &egis&ador im%He +ue a

    co&aborao a&cance um ou mais dos seguintes resu&tadosJ C - a identi(icao dos demais coautores e

    %artci%es da organi)ao criminosa e das in(raHes %enais %or e&es %raticadasO CC - a re*e&ao da

    22D6

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    9/38

    estrutura 4ier'r+uica e da di*iso de tare(as da organi)ao criminosaO CCC - a %re*eno de in(raHes

    %enais decorrentes das ati*idades da organi)ao criminosaO CN - a recu%erao tota& ou %arcia& do%roduto ou do %ro*eito das in(raHes %enais %raticadas %e&a organi)ao criminosaO N - a &oca&i)ao

    de e*entua& *tima com a sua integridade (sica %reser*ada 7art. "T, ca%ut. A &ei c&ara ao estabe&ecer

    +ue se contenta com a%enas um dos re+uisitos. Cnteressante anotar +ue o &egis&ador indica uma esca&a

    crescente de im%ortncia da co&aborao, do inciso C ao N, a a%ontar, ao menos em uma %rimeira

    an'&ise, +ue o bene(cio concedido ao co&aborador de*e ser tambm crescente nessa direo. a

    mesma (orma, a obteno de %&ura&idade de resu&tados de*e ser considerado na an'&ise do bene(cio a

    ser concedido.

    Assim, en+uanto no inciso C o agente a%enas identi(ica os demais coautores, no inciso CC re*e&a

    toda a estrutura 4ier'r+uica e a di*iso de tare(as. [ o c4amado 9agente re*e&ador:. 23o inciso CCC o

    &egis&ador demonstra +ue a contribuio do agente %ode ser na %re*eno de in(raHes %enais, o +ue

    certamente muito re&e*ante. [ a c4amada 9co&aborao %re*enti*a:. esse caso iro atuar %ro-

    ati*amente e no de maneira 4istGrica.

    o inciso CN, o &egis&ador demonstra, seguindo a tend/ncia internaciona&, a re&e*ncia em as(iiar

    o %atrimnio da organi)ao criminosa. [ a 4i%Gtese de 9co&aborao %ara &oca&i)ao e recu%erao

    de ati*os:,%re*ista no art. 2P, W1T, b, da on*eno de ;a&ermo.24oe ningum du*ida de +ue %ara a

    %ersecuo %ena& e(iciente de organi)aHes criminosas essencia& a identi(icao e %erdimento dos

    bens e *a&ores da organi)ao, %ara im%edir +ue e&a continue a atuar, retroa&imentando-se. Ianto assim

    +ue a tend/ncia nos %ases euro%eus criar mecanismos +ue (aci&item o %erdimento dos bens +ue so

    %roduto ou %ro*eito das in(raHes %enais das organi)aHes criminosas, inc&usi*e %e&a %re*iso de

    %resunHes &egais. ;or (im, o inc. N se %reocu%a com a *ida e integridade (sica da *tima, certamente

    *a&or maior a ser %rotegido %e&o ordenamento urdico. [ a c4amada 9cola

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    10/38

    se os resu&tados e(eti*amente (orem atingidos +ue o co&aborador %oder' ser bene(iciado com os

    %r/mios &egais.26

    6mbora as circunstncias %essoais seam im%ortantes na considerao do bene(cio aser a%&icado, con(orme consta do art. "T, W1T, a e(ic'cia da co&aborao $ ou sea, +ue os resu&tados

    seam e(eti*amente a&canados $ condio sine qua non %ara a concesso do bene(cio. @e as

    in(ormaHes %restadas (oram su%er(iciais, no (ornecendo in*estigao subsdios +ue &e*assem

    incriminao de outros agentes ou ao a&cance de resu&tados %ositi*os %ara a %ersecuo %ena&, no

    cabe a a%&icao do bene(cio, con(orme decidiu o I

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    11/38

    co&aborao ocorrer' em re&ao a (atos de terceiros, em ra)o da *edao da re*iso crimina& pro

    societatis.

    5.3. Cir&"n!n&ia "be!iva e obe!iva $avorvei.

    ;or (im, o art."T, W 1T, estabe&ece +ue ao ser ana&isada a rea&i)ao de um acordo de

    co&aborao e a concesso do bene(cio, o o%erador de*e considerar, em +ua&+uer caso, a

    %ersona&idade do co&aborador, a nature)a, as circunstncias, a gra*idade e a re%ercusso socia&

    do (ato criminoso, a&m da e(ic'cia da contribuio 7' ana&isada.

    ? &egis&ador indica +ue de*em ser ana&isadas as circunstncias obeti*as e subeti*as docaso concreto %ara *eri(icar se ou no cab*e& a co&aborao. Nea, %ortanto, +ue no se trata

    de direito subeti*o do in*estigado#im%utado#condenado rea&i)ar o acordo e receber os

    bene(cios. ? membro do M; e o e&egado de ;o&cia de*em *eri(icar a ade+uao da

    co&aborao +ue&e caso concreto, &u) da estratgia in*estigati*a e da %ersecuo %ena&, sem

    o&*idar a %rG%ria re%ercusso socia& do (ato criminoso e sua gra*idade. on(orme consta do

    Manua& do 6LA sobre co&aborao %remiada, a 9autoridade %o&icia& e o Ministrio

    ;=b&ico no so obrigados a %ro%or ou aceitar a o(erta de co&aborao +uando u&garem, %e&acircunstncia do caso, +ue e&a no necess'ria:.2!

    Mas no sGJ as circunstncias %essoais do agente tambm so im%ortantes. 6mbora no

    se eia a %rimariedade do agente ou +ue ten4a bons antecedentes, con(orme bem &embram

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    12/38

    6. ro&edimen!o

    A maior ino*ao da no*a &ei no tocante co&aborao (oi estabe&ecer o %rocedimento e me&4or

    de&imitar as (unHes das %artes no %rocedimento. Ao estabe&ecer um %rocedimento c&aro, o &egis&ador

    diminui a insegurana no tocante co&aborao, me&4or disci%&ina os direitos e garantias dos

    en*o&*idos, inc&usi*e da+ue&es atingidos %e&a co&aborao, e, assim, me&4or assegura os direitos

    (undamentais em ogo, dentro da ideia de coneo entre direitos (undamentais, organi)ao e

    %rocedimento. 6m outras %a&a*ras, con(orme &eciona @carance Dernandes, com base nas ideias

    desen*o&*idas %or A&ey, o %rocedimento aumenta a %robabi&idade de um resu&tado con(orme o direito

    (undamenta&. 6mbora a sua obser*ncia no signi(i+ue, %or si sG, a correo do resu&tado, constitui

    a%enas, se &egtimo o %rocedimento, o me&4or meio de obt/-&o.31

    on(orme *isto, a co&aborao %ode ser antes, durante ou a%Gs o %rocesso. a %resente an'&ise,

    uti&i)aremos como %armetro a co&aborao (eita antes do o(erecimento da den=ncia, (a)endo a%enas

    as consideraHes es%eciais em re&ao s demais situaHes.

    6.1.A!o de nego&iao. *egra de o"ro

    ?s atos de negociao inc&uem todos os contatos e tratati*as, desde o contato inicia& at a

    (orma&i)ao do acordo.

    esde &ogo, urge +ue tr/s regras (undamentais esteam sem%re %resentes na mente do o%eradorJ a

    sem%re ter caute&a ao rea&i)ar a co&aboraoO b a necessidade de corroborao da co&aborao 7a regra

    da corroboraoO c necessidade de (a)er acordos com baios integrantes da organi)ao criminosa

    %ara incriminar seus &deres. Neamos se%aradamente.

    A %rimeira regra essencia& nesse tema ter sem%re caute&a ao rea&i)ar a co&aborao. o se %ode

    es+uecer +ue se est' &idando com uma %essoa +ue ' %raticou um ou mais de&itos e est' interessada em

    obter bene(cios &egais. omo ' se a(irmou, nesse tema 9estar %reca*ido estar %re%arado: 32. Assim,

    im%rescind*e& agir com cuidado e caute&a.33;orm, ao mesmo tem%o em +ue de*e estar %reca*ido,

    31D6

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    13/38

    no se de*e desconsiderar sistematicamente suas a(irmaHes. omo a(irma*a Fio*ane Da&conni, ui)

    res%ons'*e& %e&a ?%erao 9Mos Lim%as: na Ct'&iaJ 9;or e%eri/ncia, estou con*encido de +ue o=nico com%ortamento e(ica) e usto em re&ao aos arrependidos, sem d=*ida, *eri(icar atentamente

    seus %ro%Gsitos, mas sem de%reciar sistematicamente suas a(irmaHes:34.

    ?utra regra essencia& a necessidade da corroborao. omo ser' *isto mais (rente, as

    dec&araHes do co&aborador %recisam ser re(oradas %or outros meios de %ro*a %ara &e*ar

    condenao. @o)in4o, as dec&araHes do co&aborador no &e*aro a &ugar nen4um. Nea, nesse sentido,

    o +uanto dis%He o art. "T, W 1PJ nen4uma sentena condenatGria ser' %ro(erida com (undamento a%enas

    nas dec&araHes de agente co&aborador.

    ;or (im, a terceira regra de ouro de*e serJ 9(aa acordo com %eies %e+uenos %ara %egar

    %eies grandes:. Csso mora& e uridicamente mais usti(ic'*e&35. Assim, o acordo no de*e ser

    rea&i)ado com o &der da organi)ao criminosa %ara incriminar os subordinados. Ao contr'rio, como

    &embra @rgio Moro, o bene(cio da co&aborao de*e ser concedido a%enas +ue&es acusados de

    %e+uena ou mdia im%ortncia %ara atingir os &deres da organi)ao, em um *erdadeiro e(eito

    dominG. @egundo o re(erido ui) Dedera&, 9o mtodo de*e ser em%regado %ara %ermitir a esca&ada da

    in*estigao e da %ersecuo na 4ierar+uia da ati*idade criminosa. Da)-se um acordo com um

    criminoso %e+ueno %ara obter %ro*a contra o grande criminoso ou com um grande criminoso %ara

    &ograr %ro*a contra *'rios outros grandes criminosos 7...: 36.

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    14/38

    ;=b&ico.

    6mbora a Lei ten4a (eito meno %ossibi&idade de o e&egado de ;o&cia rea&i)ar a co&aborao,esta somente de*e ser admitida se com a %artici%ao ati*a do membro do Ministrio ;=b&ico. omo

    titu&ar ec&usi*o da ao %ena& %=b&ica, %or decorr/ncia constituciona& 7art. 12!, C, da D, no %ode

    ser aceito um acordo (eito %e&a ;o&cia sem a %artici%ao ati*a do M;. A *incu&ao do M; %e&o

    acordo do e&egado seria, %or *ias trans*ersas, a Autoridade ;o&icia& *incu&ar o eerccio das (unHes

    acusatGrias em u)o, con(orme &embra 6duardo Ara=o da @i&*a. 37Assim, no nos %arece %oss*e& a

    4omo&ogao de acordo +ue no ten4a a e(eti*a %artici%ao do membro do M; ou, ao menos, a sua

    concordncia. ada im%ede +ue o M; rati(i+ue o acordo (eito, de*endo ter caute&a a%enas em *eri(icar

    a *o&untariedade do agente. ;orm, caso o e&egado rea&i)e acordo e o membro do M; mani(este-se

    em contr'rio, somente caber' ao ui), caso concorde com o e&egado, a%&icar o art. 28 do ;;. o

    %oder' 4omo&og'-&o nesse caso.

    e +ua&+uer sorte, mais im%ortante +ue 4aa atuao conunta do Ministrio ;=b&ico e da

    ;o&cia. ontra o crime organiado, somente uma atuao coordenada e %autada %e&o interesse comum

    da %ersecuo %ena& +ue interessa sociedade, acima de dis%utas cor%orati*as. ;ortanto, recomenda-

    se +ue o e&egado, ao ter notcia da %ossibi&idade de co&aborao %remiada, +ue entre em contato com

    o membro do M; res%ons'*e& %ara +ue 4aa %artici%ao ati*a na co&aborao.

    A no*a Lei deia bastante c&ara, ainda, a im%ossibi&idade de o ui) %artici%ar dos atos de

    negociao. ? art. "T, WPT, e%resso ao asse*erarJ 9? ui) no %artici%ar' das negociaHes rea&i)adas

    entre as %artes %ara a (orma&i)ao do acordo de co&aborao:. Busca-se, assim, +ue o magistrado

    %reser*e sua im%arcia&idade, no se *incu&ando s tratati*as, at mesmo %ara +ue %ossa eercer um

    me&4or contro&e no momento da 4omo&ogao do ato.

    6.3.4ra!a!iva. r6a&ordo.

    urante as tratati*as, sem%re 4' a di(icu&dade de como c4egar a um acordo. ? membro do M; '

    de*e se com%rometer com o acordo, antes de saber o +ue o in*estigado sabe 6 se o co&aborador se

    auto incriminar e de%ois o acordo no se concreti)ar, no %oder' se %reudicar A di(icu&dade +ue o

    ;romotor#e&egado, %ara decidir se de*e rea&i)ar o acordo, ter' +ue saber necessariamente o +ue o

    3RA @CLNA, 6duardo Ara=o. Organia!es criminosas" aspectos penais e processuais da #ei n$ %&'()*%+,%. 5!#P0. ;ara o autor, inconstituciona& a %ro%osta %or e&egado de %o&cia, &u) da titu&aridade ec&usi*a daao %ena& con(erida ao M;, %ois no %ode a Autoridade dis%or de ati*idade +ue no &4e %ertence, *incu&ando oentendimento do Grgo res%ons'*e& %e&a acusao.

    14

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    15/38

    co&aborador %oder' contribuir e +uais documentos#%ro*as %ossui, antes mesmo de se com%rometer a

    (irmar o acordo. ? in*estigado, %or sua *e), %ode (icar inseguro de ser %reudicado %e&a sua %rG%riacon(isso e %e&a indicao de %ro*as sem +ue *en4a a ser (orma&i)ado o acordo. ? +ue (a)er Yuem

    de*e dar o %rimeiro %asso

    Cnicia&mente, a +uesto %assa %e&a necessidade do estabe&ecimento de con(iana entre o membro

    do M; e o co&aborador 7sem%re com caute&af. Mas, a %ar disso, a so&uo %ara esse a%arente di&ema

    sim%&esJ %ea uma amostra e %rometa ao co&aborador +ue a+ui&o +ue e&e disser no ser' uti&i)ado em

    seu %reu)o38.

    ;ara tanto %ode ser (irmado um %r-acordo, indicando +ue as %ro*as %rodu)idas antes da

    concreti)ao do acordo no %odero ser usadas, o +ue de*e ser res%eitado. Assim, %ara +ue o

    ru#in*estigado co&aborador no (i+ue em situao descon(ort'*e&, en+uanto o acordo no (or

    (orma&i)ado, o membro do M; no de*e uti&i)ar, em 4i%Gtese a&guma, os e&ementos e %ro*as

    a%resentados nestas reuniHes %re&iminares %e&o co&aborador em seu des(a*or. os 6>A so c4amadas

    proffer session, tambm denominadas 9+ueen (or a day:. 6 caso o acordo no se concreti)e ao (ina&,

    de*e-se desconsiderar todas as in(ormaHes a%resentadas %e&o co&aborador durante as tratati*as. o

    contr'rio, 4a*eria a(ronta ao de*er de &ea&dade, +ue de*e %autar a atuao do membro do M; 39. Assim,

    somente a%Gs a rea&i)ao do acordo de(initi*o 7%or escrito e 4omo&ogado +ue o membro estar'

    autori)ado a uti&i)ar das %ro*as e e&ementos a%resentados %e&o co&aborador.

    ;arece ser esta a ideia +ue orientou o &egis&ador a %re*er, no artigo "T, W10, a seguinte regraJ 9As

    %artes %odem retratar-se da proposta, caso em +ue as %ro*as autoincriminatGrias %rodu)idas %e&o

    co&aborador no %odero ser uti&i)adas ec&usi*amente em seu des(a*or:. Nea +ue, ao contr'rio de

    outras %assagens, a+ui o &egis&ador uti&i)a no a %a&a*ra 9acordo: 7como o (a) no artigo "T, WPT, WRT,

    W!T, W11 e artigo PT, artigo RT, ca%ut e W3T, mas sim %a&a*ra 9%ro%osta:.

    Assim, 4a*endo ou no o %r-acordo, ocorrendo retratao da %ro%osta $ %or +ua&+uer moti*o $

    as %ro*as a%resentadas %e&o co&aborador no %odero ser uti&i)adas em des(a*or do in*estigado. ? +uesigni(ica a e%resso 9ec&usi*amente em seu des(a*or: @egundo nos %arece, embora a &ei no ten4a

    sido c&ara, signi(ica +ue a+ue&as %ro*as a%resentadas %e&o co&aborador no %odero ser uti&i)adas %e&a

    acusao em (ace de&e, %ara %reudic'-&o, sob %ena de i&icitude, em decorr/ncia da *io&ao ao

    38 I

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    16/38

    %rinc%io do nemo tenetur se detegere, con(orme bem &embra N&adimir Aras.40-41;orm, nada im%ede

    +ue o in*estigado uti&i)e a+ue&as %ro*as a%resentadas %ara se de(ender em u)o das acusaHes(ormu&adas contra e&e, ra)o %e&a +ua& o &egis&ador uti&i)a a e%resso 9ec&usi*amente em seu (a*or:.

    ?u sea, no 4a*er' i&icitude ou %roibio de uti&i)ao da %ro*a %or %arte do co&aborador. ;orm,

    %oderia o M; uti&i)ar as %ro*as a%resentadas em des(a*or de outros agentes, +ue (oram incriminados

    durante as tratati*as o nos %arece +ue sea %oss*e&. @e no 4ou*e um acordo e(eti*o, 4omo&ogado

    %e&o ui), como se a+ue&as %ro*as no ti*essem nunca c4egado ao con4ecimento do M;. 6ssa

    situao di(erente, %orm, +uando 4' um acordo 4omo&ogado e esse rescindido %e&o acusado, em

    ra)o do descum%rimento do acordo 4omo&ogado. essa 4i%Gtese 7resciso, no 4' nen4um Gbice a

    +ue as %ro*as seam uti&i)adas em des(a*or do acusado ou de terceiros incriminados.

    6.4.7ormalizao do a&ordo

    4egado a um acordo, as %artes de*em (orma&i)'-&o %or escrito, nos termos do art. "T, WRT, e no

    art. PT. Adotou-se a %r'tica, desen*o&*ida inicia&mente na Dora Iare(a do caso Banestado e ins%irada

    no direito norte-americano, de se rea&i)ar um *erdadeiro 9contrato:, com c&'usu&as contratuais entre as

    %artes.42 ' basicamente +uatro *antagens do acordo escritoJ 7i tra) maior segurana %ara os

    en*o&*idosO 7ii estabe&ece com maior c&are)a os &imites do acordoO 7iii %ermite o consentimentoin(ormado do im%utado, assegurando a *o&untariedadeO 7i* d' maior trans%ar/ncia e %ermitir o

    contro&e no a%enas %e&os acusados atingidos, mas do magistrado, dos Grgos su%eriores e %e&a %rG%ria

    %o%u&ao em gera&. Assim, o acordo escrito tra) maior e(ici/ncia %ara a in*estigao, ao tem%o +ue

    me&4or assegura os interesses do co&aborador e dos im%utados.43

    "0 A

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    17/38

    6.4.1. Con!edo do a&ordo

    ? artigo PT dis%HeJ 9? termo de acordo da co&aborao %remiada de*er' ser (eito %or escrito e

    conterJ C - o re&ato da co&aborao e seus %oss*eis resu&tadosO CC - as condiHes da %ro%osta do

    Ministrio ;=b&ico ou do de&egado de %o&ciaO CCC - a dec&arao de aceitao do co&aborador e de seu

    de(ensorO CN - as assinaturas do re%resentante do Ministrio ;=b&ico ou do de&egado de %o&cia, do

    co&aborador e de seu de(ensorO N - a es%eci(icao das medidas de %roteo ao co&aborador e sua

    (am&ia, +uando necess'rio:.

    ? &egis&ador no a%enas im%He +ue o acordo sea (eito %or escrito, mas tambm esti%u&a um

    conte=do mnimoa ser tratado. Assim, acordos orais no %odem mais ser considerados como (orma de

    acordos de co&aborao.

    ? inc. C do art. PT tem em mira a e(ic'cia da co&aborao. omo ainda no (oi eecutada a

    co&aborao, as %artes constaro +ua& ser' a (orma de co&aborao e os %oss*eis resu&tados es%erados.

    Ademais, segundo o inc. CC, no acordo de*e constar a %ro%osta o(ertada %e&o Ministrio ;=b&ico ou do

    e&egado de ;o&cia e suas condiHes. o restou c&aro como de*e ser esta %ro%osta, ou sea, se

    gen>rica7%or eem%&o, a%ontando os bene(cios %re*istos em &ei ou, ainda, a%enas a %re*iso de uma

    causa de diminuio de 1#3 a 2#3 ou se de*e ser especficae concreta7indicando +ue o M; %ro%Heuma causa de diminuio de 1#3 em caso de os resu&tados serem atingidos. ada obstante %osiHes

    em sentido contr'rio44, %arece-nos +ue no 4a*eria sentido em 4a*er %ro%ostas genricas e sem

    concretude. ? +ue o &egis&ador busca dar segurana %ara as %artes, de sorte +ue de*e constar, c&ara e

    - @[ICMA I>

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    18/38

    concretamente, +ua& a %ro%osta (eita %e&o M; ou e&egado. Irataremos dos bene(cios %ass*eis de

    serem %ro%ostos no %rGimo tG%ico.? inc. CCC se %reocu%a com a *o&untariedade do acordo, assegurando a du%&a garantia, ou sea, +ue

    4aa aceitao %e&o co&aborador e seu de(ensor. 6m caso de discordncia de +ua&+uer um de&es, no

    nos %arece +ue o acordo %ossa ser rea&i)ado.

    6ige-se, ainda, assinatura de todos os en*o&*idos, con(orme inc. CN, %ara assegurar a

    autenticidade do acordo e, ainda, a sua *o&untariedade.

    ;or (im, o inc. N %re*/ +ue %oder', +uando necess'rio, 4a*er es%eci(icao das medidas de

    %roteo ao co&aborador e sua (am&ia, nos termos da Lei !80R#!!.

    on(orme dito, estas c&'usu&as so um mnimo eigido %e&o &egis&ador. ada im%ede $ ao

    contr'rio, de caute&a +ue ocorra $ +ue outras c&'usu&as seam estabe&ecidas %ara ante*er e*entuais

    %rob&emas, sobretudo &u) do caso concreto. Assim, %or eem%&o, im%ortante o estabe&ecimento de

    c&'usu&as +ue %re*eem a resciso do contrato %e&as duas %artes, com as suas conse+u/ncias, bem como

    a &imitao tem%ora& do acordo.

    6.4.2. 9ene$'&io previ!o

    A &ei esti%u&a +uais so os bene(cios &egais %ass*eis de serem %ro%ostos. a (ase de

    in*estigao, %oss*e&J a causa de diminuio de %ena at 2#3O b substituio da %ena %ri*ati*a de

    &iberdade %or restriti*a de direitosO c %erdo udicia&O d imunidade 7sobre o +ua& (a&aremos em tG%ico

    %rG%rio. @obre esse %onto, tr/s +uestHes im%ortantes. ;rimeiro, necess'rio +ue 4aa bastante

    res%onsabi&idade ao %ro%or o bene(cio, evi!ando propo!a +"e no poam er &"mprida o" +"e

    o ine:e+"'vei. Csto tra) a%enas descrdito e %reudica sobremaneira a e(ici/ncia do sistema de

    %roteo s testemun4as e a credibi&idade da co&aborao %remiada, uma *e) +ue 4' a&ta %robabi&idade

    de o bene(ici'rio se (rustrar com o sistema e de&e se des&igar, %reudicando a %rG%ria %ersecuo %ena&e co&ocando em risco sua %rG%ria *ida. este sentido, inc&usi*e, a &io do @IJ 9A a%&icao da

    de&ao %remiada 7... de*e ser cuidadosa, tanto %e&o %erigo da den=ncia irres%ons'*e& +uanto %e&as

    conse+u/ncias de&a ad*inda %ara o de&ator e sua (am&ia, no +ue concerne, es%ecia&mente,

    segurana:.45

    A segunda +uesto sobre a %ossibi&idade de bene(cios no %re*istos em &ei. @eriam %oss*eis

    outros bene(cios $ %enais ou %rocessuais - a&m da+ue&es e%ressamente %re*istos em &ei omo se

    "5 @I, !R50!#MF,

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    19/38

    trata de normati*a ben(ica ao ru, desde +ue no 4aa %roibio $ ou sea, no a(ronte o ordenamento

    urdico - e estea dentro do marco da ra)oabi&idade, %oss*e& +ue outros bene(cios seam o(ertados ee*entua&mente a%&icados. este tema, como se trata de norma mais (a*or'*e& ao ru, ineiste a

    restrio da &ega&idade estrita. Ademais, im%ortante notar +ue o magistrado ir' (isca&i)ar tais

    bene(cios, assim como o Iribuna&. a orreio ;arcia& 200!0"000350"P"46,' mencionada, o I

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    20/38

    ;.

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    21/38

    o(erecimento da den=ncia, com (u&cro no acordo de imunidade, no 4a*er' +ua&+uer a(ronta ao

    ordenamento urdico, desde +ue assegurado os de*idos contro&es institucionais.54

    o caso do acordo de imunidade, 4a*er' o contro&e %or %arte do udici'rio, ao +ua& de*e ser

    submetido o acordo %ara 4omo&ogao, con(orme ser' *isto. aso o ui) discorde do acordo de

    imunidade %oder' a%&icar o art. 28 do ;;, %or ana&ogia, %ois se trata de 4i%Gtese de no o(erecimento

    da den=ncia.55Assim, caso discorde do acordo, o ui) %oder' remeter o caso aos Grgos de c=%u&a do

    M; 7;rocurador Fera& de ustia ou 2U mara de oordenao e

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    22/38

    a&egaHes (uturas de ar+ui*amento e de coisa u&gada, sobretudo se o acusado no cum%riu ainda o

    acordo. 6n+uanto o co&aborador no cum%rir com o obeto do acordo, %oss*e& o sobrestamento do(eito, %or seis meses, %rorrog'*e& %or mais seis meses, com a conse+uente sus%enso da %rescrio,

    nos termos do art. "T, W3T56.6mbora a &ei no sea e%ressa, nesse caso, como 4' %re*iso de sus%enso

    da %rescrio, de*e 4a*er autori)ao udicia& %ara a %rorrogao do %ra)o %ara o(erecimento da

    den=ncia.

    6.5.="bmio > ?omologao pelo @"iz

    a co&aborao %remiada, o magistrado, embora no %artici%e das negociaHes, %ossui du%&a e

    re&e*ante atuao. Cnicia&mente, atuar' na 4omo&ogao do acordo, rea&i)ando contro&e de &ega&idade e

    *o&untariedade. Mas no a%enas nesse momento ir' atuar. a (ase da sentena, tambm atuar',

    o%ortunidade em +ue ir' *eri(icar se o acordo se cum%riu e, ainda, a%&icar ou no e*entua& bene(cio 57.

    os interessa, nesse %asso, a atuao do ui) na 4omo&ogao do acordo.

    @egundo o art. "T, WRT, o res%ecti*o termo, acom%an4ado das dec&araHes do co&aborador e de

    cG%ia da in*estigao, ser' remetido ao ui) %ara 4omo&ogao, o +ua& de*er' *eri(icar sua

    regu&aridade, &ega&idade e *o&untariedade, %odendo %ara este (im, sigi&osamente, ou*ir o co&aborador,

    na %resena de seu de(ensor.

    A (ina&idade da 4omo&ogao , sobretudo, rea&i)ar o contro&e da regu&aridade, &ega&idade 7ou

    sea, se (oram obser*ados os re+uisitos, %rocedimentos e garantias %re*istos em &ei e *o&untariedade

    do ato e de*e ser (eita %erante o ui) natura& do (eito58.

    a an'&ise da *o&untariedade, a &ei %ermite +ue o ui) oua o co&aborador, sigi&osamente, na

    %resena de seu de(ensor. ;ara tanto, me&4or do +ue (a)er %erguntas cuas res%ostas seam sim ou no,

    de*e o magistrado %ermitir +ue o co&aborador (a&e e e%&i+ue a+ui&o +ue com%reendeu do acordo.

    5PW 3T ? %ra)o %ara o(erecimento de den=ncia ou o %rocesso, re&ati*os ao co&aborador, %oder' ser sus%enso %orat P 7seis meses, %rorrog'*eis %or igua& %erodo, at +ue seam cum%ridas as medidas de co&aborao,sus%endendo-se o res%ecti*o %ra)o %rescriciona&.

    5R 6ssa atuao somente no ocorre no caso de acordo de imunidade, em +ue no 4' o(erecimento da ao %ena&.

    58 Assim decidiu o I

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    23/38

    Cnteressante +uestionar se o ui) %oderia ou*ir o co&aborador sem a %resena do M; ou do

    e&egado %ara ta& (im. A,

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    24/38

    de(esa a&egue, %or eem%&o, coerHes ineistentes, com%ro*ando, %or eem%&o, %or meio de gra*ao

    das tratati*as, a *o&untariedade do acordo. ;ode 4a*er, nesse caso, um incidente %ara demonstrao da*o&untariedade da co&aborao, +ue somente ser' %oss*e& com a %resena do M;.

    e +ua&+uer sorte, caso o magistrado entenda +ue no 4' *o&untariedade ou, ainda, em caso de

    d=*ida a res%eito do consentimento &i*re do im%utado, de*e negar 4omo&ogao ao acordo, 61 de

    maneira (undamentada.

    e outro giro, *isando %reser*ar a im%arcia&idade do magistrado, na 4omo&ogao o magistrado

    no de*e entrar no mrito do acordo. @ua atuao %autada %or assegurar, con(orme dito, a &ega&idade,

    regu&aridade e *o&untariedade. o de*e se des*iar %ara an'&ise, nesse momento, de outras +uestHes.

    6.5.1. #e&ie po'vei do magi!rado

    ? magistrado, ao receber o %edido de 4omo&ogao, %ode tomar tr/s %oss*eis decisHesJ a

    4omo&ogar o acordoO b no 4omo&og'-&oO c rea&i)ar sua ade+uao.

    Cr' 4omo&ogar, caso entenda +ue (oram obser*ados os re+uisitos, %rocedimentos e garantias.

    @obre os e(eitos da 4omo&ogao e a *incu&ao do magistrado, trataremos em tG%ico %rG%rio.

    ;or outro &ado, ocorrer' a no 4omo&ogao, nos termos do art. "T, W8T, +uando a %ro%osta 9no

    atender aos re+uisitos &egais: 7%or eem%&o, se o co&aborador no esta*a acom%an4ado do ad*ogado

    ou se no com%reendeu bem os termos do acordo. o de*e o magistrado adentrar no mrito do

    acordo.

    o caso de no 4omo&ogao, 4' duas so&uHes %oss*eisJ ou a a%&icao do art. 28 do ;; %e&o

    magistrado ou, ainda, a uti&i)ao de recurso %e&as %artes. @egundo nos %arece, a uti&i)ao do art. 28

    do ;;, %or ana&ogia, de*e ocorrer, con(orme dito, nos casos em +ue 4ou*er acordo de imunidade.

    esse caso no 4' o(erecimento de den=ncia e, %ortanto, 4' ana&ogia com o art. 28 do ;;. ;orm,

    (ora desta 4i%Gtese, as %artes de*em recorrer da deciso, caso no concordem com a deciso de no4omo&ogao.62? recurso cab*e& seria, segundo nos %arece, a correio %arcia&.63

    ;ode o magistrado ade+uar a %ro%osta ao caso concreto. Yua& o &imite deste %oder de ade+uao

    do magistrado @egundo nos %arece, tambm a ade+uao est' &imitada obser*ncia dos re+uisitos

    P1D6

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    25/38

    &egais. Assim, %or eem%&o, caso entenda +ue a&guma c&'usu&a do acordo inconstituciona& 7%or

    eem%&o, c&'usu&a em +ue o co&aborador renuncie ao direito de recorrer, %oderia ec&ui-&a do acordo,caso no o desnature. ;oderia, ainda, ade+uar o acordo *ontade das %artes, +uando a&guma c&'usu&a

    no esti*esse de acordo com a *ontade das %artes ou esti*esse obscura ou ambgua. Iambm desta

    deciso de ade+uao as %artes %odero recorrer, *a&endo-se da correio %arcia&.

    ;or (im, o @ID ' decidiu +ue o magistrado +ue %artici%a de %rocedimento de co&aborao

    %remiada no est' im%edido %ara (utura ao %ena&, %ois re(eridas causas esto e%ressa e

    taati*amente indicadas no art. 252 do Gdigo de ;rocesso ;ena&.64

    6.6. =igilo do a&ordo

    Acordo , em %rinc%io, sigi&oso. @obretudo na (ase das tratati*as, im%ortante +ue sea mantido

    o sigi&o, %ara im%edir +ue 4aa %ressHes inde*idas +ue &e*em o co&aborador a desistir. ;ara tanto, a &ei

    tra) a&gumas caute&as. @egundo o art. RT, o %edido de 4omo&ogao do acordo ser' sigi&osamente

    distribudo, contendo a%enas in(ormaHes +ue no %ossam identi(icar o co&aborador e o seu obeto.

    @egundo o W 1T, as in(ormaHes %ormenori)adas da co&aborao sero dirigidas diretamente ao ui) a

    +ue recair a distribuio, +ue decidir' no %ra)o de "8 7+uarenta e oito 4oras. ;or sua *e), o art. RT,

    W2T, restringe o acesso aos autos ao ui), ao Ministrio ;=b&ico e ao de&egado de %o&cia, como (ormade garantir o /ito das in*estigaHes. At mesmo %ara +ue %ossa rea&i)ar o acordo, de*e-se assegurar

    ao de(ensor do co&aborador o am%&o acesso aos e&ementos de %ro*a +ue digam res%eito ao eerccio do

    direito de de(esa, de*idamente %recedido de autori)ao udicia&, ressa&*ados os re(erentes s

    di&ig/ncias em andamento.

    P" 9;rocessua& ;ena&. abeas or%us. Cm%edimento. Cm%arcia&idade do u&gador. Cnter*eno %robatGria domagistrado em %rocedimento de de&ao %remiada. o con(igurao das 4i%Gteses taati*as. Cnocorr/ncia. Art.252 do ;;. ;recedentes. ?rdem enegada. 1. As 4i%Gteses de im%edimento e&encadas no art. 252 do Gdigo de

    ;rocesso ;ena& constituem um numerus c&ausus. ;recedentes 7 nT !2.8!3#6@, Iribuna& ;&eno,

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    26/38

    ? acordo ser' sigi&oso %ara os atingidos %e&a co&aborao, mesmo a%Gs a 4omo&ogao. Mas at

    +uando A no*a &ei de&imitou c&aramente o momentoJ at o recebimento da den=ncia, o%ortunidadeem +ue o acordo deia de ser sigi&oso %ara os im%utados e atingidos %e&a co&aborao, nos termos do

    art. RT, W3T. Assim, no a%enas o acesso ao acordo escrito de*e ser garantido aos rus atingidos %e&a

    co&aborao, mas tambm e*entuais contribuiHes (eitas %e&o co&aborador. esse sentido, tanto o

    termo do acordo 4omo&ogado +uanto e*entuais dec&araHes %restadas de*em ser concedidas aos

    demais im%utados.

    ;orm, a +uesto %ode se mostrar com%&ea, sobretudo +uando o co&aborador se com%rometer a

    contribuir em di*ersas in*estigaHes. ;or eem%&o, no caso de do&eiro +ue %restasse ser*ios %ara

    *'rias organi)aHes criminosas. 6m situaHes deste ae), de*e-se ter bastante caute&a, %ois se (or (eitoa%enas um acordo %ara todas as in*estigaHes, 4a*er' o risco de +ue di&ig/ncias e in*estigaHes em

    curso seam des*e&adas +uando do recebimento da den=ncia. ;ortanto, o idea&, nestes casos, +ue 4aa

    um termo de co&aborao %ara cada in*estigao. ?u sea, 9a %rud/ncia rec&ama +ue se co&4am termos

    se%arados, indi*idua&i)ando as em%reitadas, a (im de no %reudicar o resguardo do sigi&o das

    in*estigaHes *indouras:65. Assim, %ara a organi)ao criminosa 9A:, um termo de co&aboraoO %ara

    a organi)ao criminosa 9B:, outro termo, e assim %or diante. om isso, medida +ue (orem recebidas

    den=ncias em re&ao a cada organi)ao criminosa, o termo res%ecti*o ser' a%resentado aos

    im%utados, sem %reu)o de +ue in*estigaHes e, sobretudo, di&ig/ncias em curso seam %reudicadas.

    6.7.A!o de e:e&"o do a&ordo. Oi!iva do &olaborador.

    >ma *e) 4omo&ogado o acordo, inicia-se a (ase de sua eecuo, ou sea, o co&aborador ir'

    %restar sua e(eti*a co&aborao com a %ersecuo %ena&. [ o momento em +ue o co&aborador ir' %r

    em %r'tica a sua contribuio, eecutando e dando incio ao cum%rimento do acordo (orma&i)ado e

    4omo&ogado.

    on(orme *isto, essa co&aborao %ossui *'rias (ormas. ;ode consistir, %or eem%&o, na indicao

    das contas banc'rias dos demais in*estigados, na indicao do %atrimnio, no au&io em identi(icar a

    *tima, em im%utar a res%onsabi&idade aos outros acusados, etc. ? &egis&ador &imita a%enas os

    resu&tados 7art. " T, mas no os meios %ara a&can'-&os, +ue %odero ser os mais *ariados, desde +ue

    &citos.

    Cm%ortante destacar +ue, embora comum, a co&aborao no inc&uir' necessariamente o

    P5 AB>AM

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    27/38

    de%oimento do co&aborador. e*e-se a(astar a ideia comumente di(undida de +ue a co&aborao

    %remiada se esgotaria no de%oimento do co&aborador. 6mbora sea comum, no a =nica es%cie deco&aborao.

    aso sea necess'rio o de%oimento do co&aborador, incriminando os demais en*o&*idos na

    organi)ao, de*er' ser ou*ido em u)o. esse caso, o co&aborador renunciar', na %resena de seu

    de(ensor, ao direito ao si&/ncio e estar' sueito ao com%romisso &ega& de di)er a *erdade 7art. "T, W1".

    aso minta, %oder' ser res%onsabi&i)ado %e&o de&ito %re*isto no art. 1! da Lei 12850 66,+ue ti%i(ica

    tanto a co&aborao ca&uniosa $ +uando im%uta (a&samente a %r'tica de in(rao a %essoa +ue sabe

    inocente $ +uanto a co&aborao (raudu&enta $ +uando re*e&a in(ormaHes sobre a estrutura de

    organi)ao +ue sabe in*erdicas.676ssa ren=ncia %&enamente *'&ida e constituciona&, %ois (eita de

    maneira *o&unt'ria e assistida e dentro do %oder dis%ositi*o da %arte. Ao *o&untariamente contribuir

    com a acusao $ consentimento de*idamente in(ormado de todas as suas conse+u/ncias e com a

    orientao de ad*ogado -, o co&aborador renuncia a exercer$ no ren=ncia %ermanente - o seu

    direito de (icar em si&/ncio. 6ssa ren=ncia ao eerccio, %ortanto, %&enamente *'&ida, %ois (eita de

    maneira in(ormada, %or se tratar de direito renunci'*e& $ tanto assim +ue o ru %ode *a&idamente

    con(essar68$ e %or ser ben(ico %ara todos os atores en*o&*idos e %ara a %rG%ria (uno urisdiciona&.69

    om +ue +ua&idade o co&aborador ser' ou*ido em u)o

    @e (or co&aborar em re&ao a (ato de terceiro, do +ua& no te*e en*o&*imento, ser' ou*ido, sem

    d=*idas, como testemun4a, com o com%romisso de di)er a *erdade. Mas se (or autor ou %artci%e do

    PP Art. 1!. Cm%utar (a&samente, sob %reteto de co&aborao com a ustia, a %r'tica de in(rao %ena& a %essoa+ue sabe ser inocente , ou re*e&ar in(ormaHes sobre a estrutura de organi)ao criminosa +ue sabe in*erdicas;ena - rec&uso, de 1 7um a " 7+uatro anos, e mu&ta.

    PR>A,

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    28/38

    (ato de&ituoso, sea ou no corru 7em caso de acordo de imunidade ou %rorrogao do %ra)o %ara

    o(erecer den=ncia, como ser' ou*ido e*er' ser ou*ido na +ua&idade de in(ormante $ e no detestemun4a, con(orme decidiu o @ID, antes da no*a Lei. 70e*e-se re&embrar +ue testemun4a sG o

    terceiro, +ue te*e con4ecimento dos (atos com base em seus sentidos. @e o co&aborador %artici%ou dos

    (atos, de*er' ser ou*ido como in(ormante, embora com o de*er de di)er a *erdade. 6sse de*er no o

    transmuda em testemun4a, segundo nos %arece.

    ?s demais im%utados de*em ter a o%ortunidade de (a)er %erguntas %ara o co&aborador. ? cross

    examination , segundo 6nnio Amodio, a mais e(ica) garantia contra abusos no caso do de&icado

    mecanismo da co&aborao de corru, %ara a%urar %re*enHes, interesses ou tend/ncias es%=rias.71;ara

    assegurar o contraditGrio e a am%&a de(esa, idea& +ue o co&aborador sea ou*ido antes dos demais

    im%utados.

    6.7.1. ,alor do depoimen!o do &olaborador

    A%esar de o sistema de a%reciao das %ro*as adotado %e&o nosso sistema %rocessua&

    %ena& ser o da %ersuaso raciona& 7art. 15R do ;;R2, o &egis&ador estabe&eceu um limite

    negativo a ta& %rinc%io no art. "T, W 1P, da no*a Lei, nos seguintes termosJ 9en4uma

    R09AS]? ;6AL. I6

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    29/38

    sentena condenatGria ser' %ro(erida com (undamento a%enas nas dec&araHes de agente

    co&aborador:. 6m *erdade, a &ei *eio recon4ecer o +ue ' era %ac(ico na uris%rud/nciaR3

    , nosentido de +ue o de%oimento do co&aborador, %or si sG, no %ermite edio de decreto

    condenatGrioR". A restrio estabe&ecida inicia&mente %e&a uris%rud/ncia se de*ia ao

    recon4ecimento de +ue moti*os es%=rios 7inc&usi*e a obteno de bene(cios a +ua&+uer custo

    %oderiam &e*ar a&gum corru a acusar outro e %or+ue no 4a*ia o de*er de di)er a *erdade.

    om a no*a Lei, mesmo estabe&ecendo o de*er de di)er a *erdade, as dec&araHes do

    co&aborador ainda so insu(icientes, %ois %odem decorrer da busca do bene(cio ou de outros

    interesses es%=rios. ustamente %or isto im%ortante re&embrar uma das 9regras de ouro: emre&ao co&aborao, +ue a 9regra da corroborao:, ou sea, +ue o co&aborador traga

    e&ementos de %ro*a %ara con(irmar o +ue dec&arouR5.

    6.8.=en!ena. ,in&"laoB

    6m gera&, somente no momento da sentena o ui) *a&orar' o acordo (ormu&ado entre M; e

    de(esa e a e(eti*a co&aborao do co&aborador, tendo em *ista as %ro*as dos autos. 76

    @egundo o art. "T, W 11, a sentena a%reciar' os termos do acordo 4omo&ogado e sua e(ic'cia. Agrande +uesto +ue se co&oca se o magistrado (icar' *incu&ado ou no aos termos do acordo e, em

    caso %ositi*o, em +ue etenso. 6sse certamente um dos %ontos mais im%ortantes e, ao mesmo

    tem%o, ser' um dos mais contro*ertidos da no*a Lei.

    At mesmo em ra)o de nossa cu&tura, em gera& no se aceita +ue o magistrado (i+ue *incu&ado

    R3 @ID $ R5.22P#M@ $ 2.U I. $

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    30/38

    aos termos do acordo, a(irmando-se +ue 4a*eria mera e%ectati*a de direitos, no gerando direito

    subeti*o aos %actuantes ou +ua&+uer com%romisso ou obrigao do u&gador.77

    ;orm, 4' %osiHes di*ergentes. Antonio @carance Dernandes, a%Gs estudar %ro(undamente as

    so&uHes %or consenso no %rocesso %ena& com%arado, asse*erou +ue a *incu&ao do ui) ao acordo das

    %artes uma tnica das no*as &egis&aHes euro%eias. Argumenta-se, como no direito americano, +ue

    sem essa *incu&ao 4a*eria %erda de e(ici/ncia das so&uHes consensuais e ningum se a*enturaria a

    rea&i)ar acordos com o M; se o ui) %udesse a&ter'-&os. 78a mesma &in4a, 6duardo Ara=o, ao tratar

    do acordo +ue %re*isse o %erdo, asse*era +ue o magistrado de*e (icar *incu&ado ao acordo. 9o

    contr'rio, a noo de %rocesso coo%erati*o restaria es*a)iada e 4a*eria um c&ima e indese'*e&

    insegurana urdica na a%&icao do instituto, %ois o Ministrio ;=b&ico no teria como cum%rir a sua

    obrigao no acordo, ante a %ossibi&idade de o ui) no conceder o %erdo udicia& na sentena:. ;ara o

    autor, o im%rescind*e& contro&e udicia& ocorrer' +uando da 4omo&ogao do acordo e de seu

    cum%rimento. Mas 9uma *e) 4omo&ogado e cum%rido o acordo sem re*ogao ou retratao, no 4'

    como o ui) retratar-se na sentena:.79

    A no*a Lei indica +ue o magistrado no %ode sim%&esmente desconsiderar o acordo. Asse*era,

    e%ressamente, +ue o ui) apreciar o termo e a sua eficcia. Assim, o +ue nos %arece +ue o

    magistrado de*e ana&isar se o co&aborador rea&mente cum%riu o acordo 4omo&ogado e, assim, atingiu o

    resu&tado a +ue estaria %ro%osto. A an'&ise da sentena de*e ser (eita &u) da e(ic'cia da co&aborao

    %ara a %ersecuo %ena&. @e o co&aborador cum%rir tota&mente o acordo rea&i)ado, %restando

    co&aborao e(eti*a, o magistrado, em %rinc%io, de*e a%&icar o bene(cio +ue &4e (oi %ro%osto, sendo

    sens*e& ao acordo rea&i)ado e aos interesses em ogo.

    Csto at mesmo em ateno ao %rinc%io da &ea&dade +ue o 6stado de*e +ue&e +ue co&aborou na

    %ersecuo %ena&, con(orme decorre do %rinc%io da mora&idade do art. 3R, caput, da D. 6m caso

    contr'rio, o magistrado de*e (undamentar com %ro(undidade o moti*o %e&o +ua& negou o bene(cio ao

    acusado, sobretudo +uando sua %artici%ao e(eti*a. O STF j decidiu nesse sentido.80o mesmo

    RR esse sentido, Manua& do 6LA sobre co&aborao %remiada, %. !.

    R8D6

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    31/38

    sentido, decidiu o @I, a(irmando +ue, se 4ou*e e(eti*a contribuio do ru-co&aborador, de*e ser

    assegurada a a%&icao do bene(cio.81

    Assim, segundo ' decidiu o @I, %reenc4idos os re+uisitos &egais, o ru-co&aborador (ar' us ao

    bene(cio, (icando o magistrado a%enas autori)ado a ana&isar se as condiHes (oram ou no

    %reenc4idas. Neste sentido, veja a seguinte deciso: ao contrrio do que afirma o acrdo ora

    objurgado, preenchidos os requisitos da delao premiada, previstos no art. 14 da Lei n. 9.807/99, sua

    incidncia obrigatria (...).82

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    32/38

    co&aborador %ara a %ersecuo %ena&, nos termos. ;oder', %ortanto, de maneira (undamentada,

    entender +ue a contribuio do co&aborador em nada contribuiu %ara a %ersecuo %ena& ou, ainda, +ueo co&aborador rescindiu o acordo. ;orm, recon4ecendo +ue o co&aborador contribuiu %ara a

    %ersecuo %ena&, de*e assegurar-&4e o bene(cio %ro%osto. @omente de*e negar *a&idade ao acordo se

    4ou*er resciso ou ine(ic'cia do acordo.

    [ certo +ue essa +uesto eigir' certamente uma mudana de menta&idade dos o%eradores do

    direito, +ue muitas *e)es gradua& e demorada. ;orm, somente com maior res%eito ao acordo

    (ormu&ado %e&as %artes e 4omo&ogado %e&o ui) +ue a co&aborao %rocessua& %oder' se trans(ormar em

    e(iciente mecanismo de combate crimina&idade organi)ada. @em +ua&+uer segurana de +ue o acordo

    ser' res%eitado, o co&aborador no se sentir' estimu&ado a des%roteger-se e assumir di*ersos riscos, emateno a uma *antagem +ue se+uer %oder' *ir a usu(ruir. A tend/ncia internaciona&, uris%rudencia& e

    &ega& a%onta no sentido de maior res%eito ao acordo (orma&i)ado e 4omo&ogado, inc&usi*e em ateno

    ao %rinc%io da segurana urdica. 6s%era-se, nesse sentido, sensibi&idade do magistrado em res%eitar

    o acordo 4omo&ogado, desde +ue &ega&, *o&unt'rio e e(ica).

    7. Colaborao pro&e"al

    ;ode ocorrer a co&aborao ocorrer durante a (ase %rocessua&, ou sea, a%Gs o recebimento daden=ncia at a sentena. Assim, durante a audi/ncia de instruo e u&gamento %ode o ru demostrar

    dis%osio em co&aborar. esse caso, tambm se de*e obser*ar o mesmo %rocedimentoJ rea&i)ao de

    acordo %or escrito, sem %artici%ao do magistrado e sueito 4omo&ogao udicia&. Nisando %ermitir

    +ue 4aa tem%o %ara +ue a co&aborao sea e(eti*a $ ou sea, %rodu)a resu&tados -, o art. "T, W3T,

    a(irma +ue o %rocesso re&ati*o ao co&aborador :%oder' ser sus%enso %or at P 7seis meses,

    %rorrog'*eis %or igua& %erodo, at +ue seam cum%ridas as medidas de co&aborao, sus%endendo-se o

    res%ecti*o %ra)o %rescriciona&:. A Lei no %re*iu a sus%enso em re&ao aos demais im%utados.

    Assim, %e&a &etra da &ei, 4a*eria sus%enso a%enas em re&ao ao co&aborador, continuando o (eito emre&ao aos demais acusados. ada im%ede, segundo nos %arece, +ue o ui) sus%enda o %rocesso todo,

    sobretudo +uando no 4ou*er %riso caute&ar. ;orm, nesse caso, o %ra)o de %rescrio no se

    estenderia aos demais im%utados, mas somente ao co&aborador, %or aus/ncia de %re*iso &ega&.

    @e no 4ou*er sus%enso tota& do %rocesso, e*entua& resu&tado da co&aborao +ue atina os

    demais im%utados %oder' ser untado %osteriormente, inc&usi*e na (ase recursa&, desde +ue assegurado

    o contraditGrio, a%&icando-se o art. P1P do ;;.84

    8" Art. P1P. o u&gamento das a%e&aHes %oder' o tribuna&, cmara ou turma %roceder a no*o interrogatGrio do

    acusado, rein+uirir testemun4as ou determinar outras di&ig/ncias.

    32

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    33/38

    8. Colaborao p6pro&e"al o" !ardia

    A no*a &ei e%ressa ao %ermitir a co&aborao %rocessua& inc&usi*e na (ase de condenao.

    Assim, segundo o art. "T, W 5T, 9se a co&aborao (or %osterior sentena, a %ena %oder' ser redu)ida

    at a metade ou ser' admitida a %rogresso de regime ainda +ue ausentes os re+uisitos obeti*os:. 6ssa

    co&aborao %ode ocorrer mesmo a%Gs o trnsito em u&gado da sentena condenatGria.

    on(orme &eciona 6duardo Ara=o da @i&*a, segundo a e%eri/ncia ita&iana, nessa (ase +ue

    ocorrem a maioria dos acordos de co&aborao %remiada, %ois o co&aborador tem a sua situao

    %rocessua& de(inida. ;orm, &embra o mesmo autor, com ra)o, +ue, se de um &ado aumentam acordos

    (rut(eros, %ro%orciona&mente cresce o risco de acordos (a&sos.85

    o caso da co&aborao na (ase de eecuo, a &ei %re*iu dois bene(cios %oss*eisJ a diminuio

    em metade da %ena e, ainda, a %rogresso de regime, ainda +ue no cum%rido o re+uisito obeti*o, ou

    sea, ainda +ue no ten4a cum%rido o tem%o necess'rio no regime anterior.

    a (ase da eecuo, a +uesto re&e*ante a e(ic'cia da medida. @e o ru co&abora na (ase de

    eecuo, %ara indicar (atos re&ati*os a autores +ue ainda no (oram u&gados, no 4a*er' maiores

    Gbices %ara a co&aborao. 6m outras %a&a*ras, caso um agente co&abore, mesmo com o trnsito em

    u&gado de sua condenao, %ara incriminar outros corrus ainda no de(initi*amente condenados ouse+uer u&gados, %oss*e& a%&icar o bene(cio na (ase da eecuo %ena&. ;orm, se ' 4ou*e trnsito

    em u&gado %ara os rus +ue (oram atingidos, a co&aborao no ser' mais e(eti*a, %ois ser' im%oss*e&

    reabrir o %rocesso %ara a %roduo de %ro*as em des(a*or dos acusados e %ara aumentar suas %enas,

    uma *e) +ue no 4' re*iso crimina&pro societatis. este caso, no %oder' o co&aborador se bene(iciar

    do instituto.

    6m caso de co&aborao a%Gs o trnsito em u&gado, o magistrado da eecuo %ena& +uem de*e

    a%&icar e*entuais bene(cios, %ara se e*itar a su%resso da instncia, a%&icando, %or ana&ogia, o

    raciocnio constante da @=mu&a P11 do @ID86. ' +uem de(enda, %orm, +ue o bene(cio sea a%&icado

    %or intermdio de re*iso crimina&.

    9. #irei!o do Colaborador

    85A @CLNA, 6duardo Ara=o. Organia!es criminosas" aspectos penais e processuais da #ei n$ %&'()*%+,%. P5.

    8P 9Iransitada em u&gado a sentena condenatGria, com%ete ao u)o das eecuHes a a%&icao de &ei mais

    benigna:.

    33

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    34/38

    ? art. 5T da Lei estabe&eceu +uais so os direitos do co&aborador. ? %rimeiro usu(ruir

    das medidas de %roteo %re*istas na &egis&ao es%ec(ica, +ua& sea, a Lei !80R#!!, +ue tratadas medidas de %roteo em seus artigos RT a !T, no a%enas das testemun4as e *timas, mas

    tambm dos rus co&aboradores, nos termos do art. 15 da re(erida Lei.8R

    ? co&aborador tambm tem o direito de ter seu nome, +ua&i(icao, imagem e demais

    in(ormaHes %essoais %reser*ados. ? &egis&ador no disci%&inou a+ui 4i%Gtese de 9testemun4o

    annimo:, ou sea, a+ue&e em +ue a %arte no tem con4ecimento dos dados +ua&i(icados do

    de%oente.88on(orme *isto, os atingidos %e&o acordo %ossuem direito de ter acesso ao acordo

    e, %ortanto, sabero +uem (oi o co&aborador, %ois esse assina o termo e ter' seu nomeidenti(icado neste. A+ui no se de*e negar aos atingidos o con4ecimento da identidade do

    co&aborador. ? +ue a &ei *isa %roteger a intimidade do co&aborador contra o %=b&ico em gera&,

    sobretudo %ara resguard'-&o da 9%ec4a: de de&ator ou dedo duro. ? +ue o magistrado %ode

    assegurar +ue o endereo e demais dados +ua&i(icati*os do co&aborador no seam acess*eis

    aos acusados, *isando %reser*'-&o.8!@egundo nos %arece, o acesso do ad*ogado constitudo ao

    endereo do co&aborador %oder' ser negado, %ois isto em nada re&e*ante %ara a de(esa.

    Iambm tem o co&aborado o direito de ser condu)ido, em u)o, se%aradamente dosdemais coautores e %artci%es 7inc. CCC. ', ainda, o direito de %artici%ar das audi/ncias sem

    contato *isua& com os outros acusados. [ o +ue @carance Dernandes c4ama de testemun4o

    8R Art. 15. @ero a%&icadas em bene(cio do co&aborador, na %riso ou (ora de&a, medidas es%eciais de seguranae %roteo a sua integridade (sica, considerando ameaa ou coao e*entua& ou e(eti*a. W1T 6stando sob %riso tem%or'ria, %re*enti*a ou em decorr/ncia de (&agrante de&ito, o co&aborador ser'custodiado em de%end/ncia se%arada dos demais %resos.W2T urante a instruo crimina&, %oder' o ui) com%etente determinar em (a*or do co&aborador +ua&+uer dasmedidas %re*istas no art. 8o desta Lei.

    W 3T o caso de cum%rimento da %ena em regime (ec4ado, %oder' o ui) crimina& determinar medidas es%eciais+ue %ro%orcionem a segurana do co&aborador em re&ao aos demais a%enados.

    88 6m sentido contr'rio %arece ser o entendimento de

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    35/38

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    36/38

    est' em ogo o interesse %=b&ico:!2. Assim, %ara tentar com%atibi&i)ar os interesses, a im%rensa

    %oder' se *a&er de iniciais %ara se re(erir ao co&aborador, como ocorre com crianas eado&escentes, e*itando in(ormaHes +ue %ossam identi(ic'-&o, mas sem %reu)o de di*u&gar o

    conte=do da co&aborao.

    ;or (im, o co&aborador tem direito a cum%rir %ena em estabe&ecimento %ena& di*erso dos

    demais corrus ou condenados.

    10. Con&l"e

    Deita a an'&ise das +uestHes en*o&*endo a co&aborao %remiada na Lei 12.850#2013, *eri(ica-se

    +ue o &egis&ador buscou e+ui&ibrar e(ici/ncia e garantismo, assegurando %roteo aos interesses

    en*o&*idos. Neamos as %rinci%ais conc&usHes do traba&4oJ

    1. A Lei 12.850, em boa 4ora, disci%&inou os as%ectos %rocessuais da co&aborao %remiada,

    sobretudo ao estabe&ecer as garantias e (unHes das %artes, bem como o %rocedimento %ara a

    co&aborao.

    2. A co&aborao %remiada %ode ser de(inida como a e(ica) ati*idade do in*estigado, im%utado

    ou condenado de contribuio com a %ersecuo %ena&, sea na %re*eno ou na re%resso de in(raHes

    %enais gra*es, em troca de bene(cios %enais, segundo acordo (orma&i)ado %or escrito entre as %artes e4omo&ogado %e&o u)o.

    3. A co&aborao %ode ser a%&icada a +ua&+uer ti%o de in(rao %ena&, desde +ue gra*e.

    ". A co&aborao %ode ser anterior, concomitante ou %osterior ao %rocesso, inc&usi*e a%Gs o

    trnsito em u&gado.

    5. Ir/s so os re+uisitos %ara a co&aborao %remiadaJ 7i *o&untariedadeO 7ii e(ic'cia da

    co&aboraoO 7iii circunstncias subeti*as e obeti*as (a*or'*eis. o se trata de direito subeti*o do

    in*estigado, im%utado ou co&aborador rea&i)ar o acordo.

    P. A Lei disci%&inou o %rocedimento da co&aborao, +ue busca assegurar os interesses da %arte

    7garantismo e da %ersecuo %ena& 7e(ici/ncia ao mesmo tem%o.

    R. e*e 4a*er um acordo escrito entre os interessados, sem %artici%ao do ui). ? co&aborador

    de*e sem%re estar acom%an4ado de ad*ogado.

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    37/38

    direitos, imunidade, %erdo e %rogresso de regime. As %artes %odem %re*er outros bene(cios a&m

    dos %re*istos em &ei, desde +ue com%at*eis com a onstituio e com o ordenamento urdico.!. A &ei ino*ou ao %re*er +ue o M; %ode %ro%or acordo de imunidade 7art. "T, W"T. ;ara sua

    im%&ementao, %oss*e& a sus%enso do %ra)o %ara o(erecimento da den=ncia e do %ra)o

    %rescriciona&. aso o ui) discorde do acordo de imunidade, de*e a%&icar o art. 28 do ;;O

    10. ? acordo ser' submetido sigi&osamente 4omo&ogao do ui), %ara an'&ise da &ega&idade,

    regu&aridade e *o&untariedade. esta o%ortunidade, o ui) %oder' 4omo&og'-&o, reeit'-&o ou ade+u'-&o.

    6m caso de di*erg/ncia das %artes +uanto deciso udicia&, %oss*e& a uti&i)ao de correio

    %arcia&, sa&*o no caso de acordo de imunidade. ? acordo ser' sigi&oso at o recebimento da den=ncia,

    o%ortunidade em +ue de*e ser re*e&ado %ara os demais im%utados.

    11. A eecuo do acordo %ode ser de *'rias (ormas. aso sea ou*ido em u)o, o co&aborador

    ter' o de*er de di)er a *erdade, renunciando ao eerccio do direito ao si&/ncio - o +ue admiss*e& -,

    e %oder' ser +uestionado %e&os demais im%utados. @er' ou*ido como testemun4a ou in(ormante, a

    de%ender se dec&ara sobre (ato em +ue terceiro ou, do contr'rio, en*o&*ido diretamente.

    12. [ necess'ria a regra da corroborao, de sorte +ue nen4uma sentena condenatGria ser'

    %ro(erida com (undamento a%enas nas dec&araHes de agente co&aborador.

    13. a sentena, o magistrado ir' ana&isar a e(ic'cia da co&aborao. ? magistrado de*e res%eitar

    o acordo e&aborado e, como regra, conceder o bene(icio caso entenda +ue a contribuio do

    co&aborador (oi e(ica). @omente de*e negar *a&idade ao acordo se 4ou*er resciso ou ine(ic'cia do

    acordo.

    1". A Lei tambm assegurou direitos ao co&aborador, tendo adotado a %ossibi&idade de

    9testemun4o: ocu&to, embora no o 9testemun4o: annimo.

    15. [ %oss*e& a co&aborao na (ase %rocessua& e da eecuo. esse caso, +uem *eri(icar' a

    e(ic'cia da medida o ui) das eecuHes.

    11. 9ibliogra$ia

    AB>AM

  • 8/9/2019 2013 Direito Publico Andrey Delacao Premiada

    38/38

    >A,