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Atendendo ao chamado da Audiência Pública nº 038/2012 (“AP”), a Centrais Elétricas do Pará S.A. (“CELPA”) apresenta suas contribuições sobre as propostas sugeridas de valoração do Reposicionamento Tarifário (“RT”) e Fator X (“FX”) pela Superintendência de Regulação Econômica da Agência Nacional de Energia Elétrica (“ANEEL”), através da Nota Técnica nº 105 /2012, de 18 de abril de 2012 (“NT”). Em decorrência da aplicação das metodologias definidas no Módulo 2 do PRORET, que trata da revisão tarifária das concessionárias de distribuição de energia elétrica, o RT com financeiros da CELPA é de 8,14%, sendo o efeito médio percebido pelo consumidor de 6,70% e o FX de 2,46%. Na análise realizada pela CELPA, particularmente no arquivo “Revisão CELPA - AP.xlsm” (“Arquivo”), foram percebidas inconsistências de regras de calculo, base de dados e /ou abordagem conceitual que poderão gerar ao longo do 3CRTP uma receita regulatória insuficiente para o atendimento dos requisitos regulatórios de qualidade, continuidade e segurança, dentre outros, do serviço de distribuição de energia elétrica. Ou de outra forma, se atendidos as todos os requisitos regulatórios, a operação da CELPA poderá ser conduzida para um desequilíbrio econômico financeiro, o que fere o contrato de concessão do serviço de distribuição de energia elétrica no Brasil. O presente Documento está estruturado em sete capítulos. No capítulo 1 é feita uma analise das revisões passadas e de seus impactos no equilíbrio econômico financeiro da concessão. Em seguida, nos capítulos 2, 3, 4, 5 e 6 são pleiteados, respectivamente, os ajustes em quatro temas específicos – Custos operacionais, Perdas não técnicas de energia, Base de remuneração, Receitas irrecuperáveis e Componentes financeiros. Por fim, no capítulo 7 é consolidada a proposta da CELPA e encerrada a presente manifestação expondo algumas questões relevantes vinculadas ao resultado obtido. Cabe frisar que, após esta manifestação formal e, porquanto esteja em curso o processo de revisão tarifária periódica, a CELPA se reserva ao direito de, sempre que julgar cabível e, de forma tempestiva, reavaliar conceitos e valores propostos, complementando ou retificando toda ou parcialmente a argumentação aqui contida.

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Atendendo ao chamado da Audiência Pública nº 038/2012 (“AP”), a Centrais Elétricas do Pará S.A. (“CELPA”) apresenta suas contribuições sobre as propostas sugeridas de valoração do Reposicionamento Tarifário (“RT”) e Fator X (“FX”) pela Superintendência de Regulação Econômica da Agência Nacional de Energia Elétrica (“ANEEL”), através da Nota Técnica nº 105 /2012, de 18 de abril de 2012 (“NT”).

Em decorrência da aplicação das metodologias definidas no Módulo 2 do PRORET, que trata da revisão tarifária das concessionárias de distribuição de energia elétrica, o RT com financeiros da CELPA é de 8,14%, sendo o efeito médio percebido pelo consumidor de 6,70% e o FX de 2,46%.

Na análise realizada pela CELPA, particularmente no arquivo “Revisão CELPA - AP.xlsm” (“Arquivo”), foram percebidas inconsistências de regras de calculo, base de dados e /ou abordagem conceitual que poderão gerar ao longo do 3CRTP uma receita regulatória insuficiente para o atendimento dos requisitos regulatórios de qualidade, continuidade e segurança, dentre outros, do serviço de distribuição de energia elétrica. Ou de outra forma, se atendidos as todos os requisitos regulatórios, a operação da CELPA poderá ser conduzida para um desequilíbrio econômico financeiro, o que fere o contrato de concessão do serviço de distribuição de energia elétrica no Brasil.

O presente Documento está estruturado em sete capítulos. No capítulo 1 é feita uma analise das revisões passadas e de seus impactos no equilíbrio econômico financeiro da concessão. Em seguida, nos capítulos 2, 3, 4, 5 e 6 são pleiteados, respectivamente, os ajustes em quatro temas específicos – Custos operacionais, Perdas não técnicas de energia, Base de remuneração, Receitas irrecuperáveis e Componentes financeiros. Por fim, no capítulo 7 é consolidada a proposta da CELPA e encerrada a presente manifestação expondo algumas questões relevantes vinculadas ao resultado obtido.

Cabe frisar que, após esta manifestação formal e, porquanto esteja em curso o processo de revisão tarifária periódica, a CELPA se reserva ao direito de, sempre que julgar cabível e, de forma tempestiva, reavaliar conceitos e valores propostos, complementando ou retificando toda ou parcialmente a argumentação aqui contida.

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Além disso, a CELPA ressalta que os ajustes ora solicitados não abordam todos os aspectos questionados pela Rede Energia, seu controlador, no que diz respeito às metodologias utilizadas pela ANEEL, bem como não implica a desistência, alteração ou renúncia dos direitos decorrentes dos pedidos /questionamentos anteriormente formulados no âmbito da Audiência Pública nº 040/2010, processo integrante do 3CRTP. ����

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A Resolução Homologatória ANEEL nº 188/2004, publicada em 06 de agosto de 2004, homologou o resultado definitivo da primeira revisão tarifária periódica da CELPA (1CRTP), fixando o índice de +20,21% para reposicionamento das tarifas de energia elétrica em 07/08/2003.

Posteriormente, a Resolução Homologatória ANEEL nº 849/2009, publicada em 21 de julho de 2009, homologou o resultado definitivo da segunda revisão tarifária periódica da CELPA (2CRTP), fixando o índice de –8,38% para reposicionamento das tarifas de energia elétrica em 07/08/2007.

Tais resultados originaram receitas requeridas insuficientes para o atendimento do serviço de distribuição de energia elétrica com qualidade, continuidade e segurança na área de concessão da CELPA, em função das subestimações dos recursos gerenciáveis regulatórios, como atesta a Tabela a seguir:

Tais déficits, objetos de recursos administrativos, foram devidos à:

• Expressiva quantidade de ativos elétricos não valorados na 1CRTP e que permaneceu excluída da 2CRTP, com o seu consequente impacto nos recursos de capital e de operação;

• Consideração parcial das complexidades geolocacionais e socioeconômicas da área de concessão o que se traduziu em patamares regulatórios de custos operacionais, perdas de energia e de inadimplência muito distante da realidade da concessão com o seu consequente impacto nos recursos de operação.

1 Com destaque para as questões, dentre outras, relacionadas com Destinação de Outras Receitas vinculadas a Ultrapassagem de demanda e Excedente de reativos, Analise de eficiência dos Custos Operacionais e Áreas de influência da SUDENE e SUDAM no calculo do Custo de Capital.

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Aliada a condição de subestimações dos recursos gerenciáveis regulatórios juntou–se ainda a obrigatoriedade de execução do Programa Luz Para Todos (PLPT) que se caracterizou como um sugador de recursos gerenciáveis.

Registra–se que essa transferência de recursos penalizou os indicadores de continuidade até mesmo para os conjuntos elétricos sem a influência do PLPT, na medida em que tais conjuntos viram reduzidos em parte seus recursos, sem a contrapartida de injeção de recursos complementares, na premissa de manutenção do equilíbrio econômico financeiro da concessão.

Concretamente se aplicados os déficits observados nas premissas e parâmetros da formação dos recursos gerenciáveis regulatórios nos ciclos revisionais anteriores e, consequentemente seus reflexos nos reajustes anuais subsequentes, gerariam um recurso adicional ao longo dos últimos 07 anos do ciclo tarifário de R$ 967,63 milhões a valores de 30 de junho de 2011, conforme ilustra a tabela a seguir:

Registra-se ainda que:

• do total do déficit de recursos gerenciáveis regulatórios, R$ 583,81 milhões estão vinculados a remuneração bruta de capital e quota de reintegração, por conta da subestimação da base de remuneração. Fato grave na medida em que a desconsideração da abertura da base de remuneração de ativos no 3CRTP faz com que tal déficit permaneça para o próximo ciclo tarifário.

• da diferença resultante, não aportada nos custos operacionais, de R$ 383,82 milhões promoveu no período compreendido entre Agosto de 2003 a Julho de 2010: adicional de R$ 209,40 milhões nas compras de energia pelo crescimento das perdas não técnicas, diminuição de caixa operacional de R$ 160,04 milhões por conta da inadimplência e pagamento de R$ 131,73 milhões em multas de DIC/FIC/DMIC, cujo somatório das penalidades chegaram a ser maior que a falta de recursos operacionais não aportados pela razão óbvia e consequente de maior degradação da operação.

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Como a finalidade da Revisão Tarifária Periódica é de assegurar às concessionárias de serviço público de energia elétrica, independentemente das metodologias que vierem a ser aplicadas, a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos respectivos contratos de concessão, conforme expressa o artigo 9º, paragrafo 2º, da Lei nº 8.987, de 1995, os valores de RT´s fixados para CELPA nos dois ciclos revisionais anteriores, não lhe asseguraram a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do seu contrato de concessão, princípio que a ANEEL está obrigada a observar.

Assim, quando se realiza uma analise global da proposta estabelecida para CELPA, em fase de AP e, que reflete as premissas teóricas da metodologia do 3CRTP, verifica-se que os resultados pretendidos pela ANEEL continuariam a comprometer o equilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, o que viola artigo 9º, paragrafo 2º, da Lei nº 8.987, de 1995. Neste sentido, a CELPA apresenta adiante suas contribuições tendo como premissa a restauração do equilíbrio econômico financeiro da concessão.

Cumpre observar que a CELPA não pleiteia nesta contribuição resgatar nenhum déficit de receita econômica passada, mas corrigir as inconsistências de regras de calculo, bases de dados ou abordagens conceituais focadas nos temas de Custos operacionais, Perdas não técnicas, e Base de remuneração, de modo a minimizar possível déficit de receita econômica futura.

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Considerando os custos operacionais definidos no 2CRTP, a variação dos índices de inflação, o crescimento do produto e os ganhos médios de produtividade observados entre ciclos revisionais, a ANEEL fixou, para fim de reposicionamento tarifário, o valor para os custos operacionais da CELPA na data-base do 3CRTP, 07 de agosto de 2.011, em R$ 428.905.945,07.

Em seguida, dentro da metodologia aplicada para o 3CRTP, a ANEEL procede, além da análise dos ganhos de produtividade, uma segunda avaliação comparativa da eficiência entre as distribuidoras cujo resultado prático é o de estabelecer, se for o caso, uma trajetória para os custos operacionais ao longo do ciclo tarifário, ou seja, o nível de custos operacionais reconhecidos para fim de reposicionamento tarifário (ponto de partida) vai paulatinamente migrando para o nível definido na análise comparativa (ponto de chegada). Tal procedimento é realizado via o chamado componente T do Fator X.

Especificamente no caso da CELPA foi estabelecido um componente T de +2%, o que definiu a trajetória de custos operacionais retratada na Tabela adiante.

Os valores expostos na Tabela permitem tecer os seguintes comentários:

• A exemplo das revisões passadas o Regulador define um componente P do Fator X que reflete o ganho potencial de produtividade no próximo ciclo tarifário, o que faz reduzir no primeiro ano tarifário os custos operacionais anteriormente definidos de R$ 428.905.945,07para R$ 426.913.439,83;

• A partir do segundo tarifário o Regulador aplica o componente T do Fator X de 2% sobre o valor da Parcela B (“VPB”). No entanto, este percentual cresce para 3,30% considerando a relação entre os custos operacionais e VPB de 60,56%, o que faz a trajetória dos custos operacionais ser muito agressiva determinando um ponto de chegada para o ultimo ano tarifário de R$ 385.998.161,43.

• Por conta da trajetória, a proposta da ANEEL exigirá um ganho de produtividade ao longo do 3CRTP de 2,62% a.a., na média, ao reduzir os custos operacionais regulatórios de R$ 428.905.945,07 para R$ 385.998.161,43. Ressalta–se que a media do setor no 2CRTP foi de 0,78% a.a.

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Se a proposta de trajetória dos custos operacionais regulatórios já impõe uma redução relevante ao longo do próximo ciclo de R$ 90.716.441,13, a comparação com os custos operacionais reais da CELPA torna a situação mais dramática aonde pode ser observada uma diferença acumulada no ciclo de R$ 162.529.613,18, conforme atesta a Tabela adiante.

Tal redução exigirá um ganho médio de produtividade de 3,60% a.a. que não é factível para a área de concessão da CELPA.

Contrariamente, se não tivesse a trajetória, os custos operacionais reais seriam reduzidos de R$ 446.859.238,08 para R$ 426.913.439,83 e a produtividade exigida seria de 1,14% a.a., em média, o que é razoável nos aspectos técnicos e de gestão e aderente com a regulação pela busca do aumento da produtividade, além de estar em linha com aquela observada pela ANEEL para o 2º. Ciclo de 0,78% a.a., em média.

Do exposto, fica evidente que a CELPA entender como “exercício de casa” trazer seus custos operacionais reais para R$ 426.913.439,83 e neste sentido, acata a proposta da ANEEL de patamar de custos operacionais regulatórios para fim de reposicionamento tarifário de R$ 428.905.945,07.

Resta claro, portanto, a questão da trajetória dos custos operacionais ao longo do 3CRTP e, sobre esse tema, a CELPA discorda da proposta da ANEEL pelas razões adiante descritas:

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A CELPA apresentou suas contribuições na Audiência Pública 040 /2010 – reafirmadas, posteriormente, pelo Recurso Administrativo interposto junto a ANEEL – relacionadas às discussões sobre a metodologia de cálculo de Custos operacionais regulatórios a ser aplicada no 3CRTP constante na nova Nota Técnica 294 /2011, de 26 de outubro de 2011, que atualizou e complementou a anterior Nota Técnica no. 101 /2010, notadamente nos temas vinculados à: Escolha das variáveis e de seus pesos para o cálculo do crescimento do produto; Incorporação de Custos adicionais não contemplados pela Empresa de Referencia no 2CRTP e Deslocamento para fronteira de eficiência pela media das empresas mais eficientes.

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Apesar da importância destes questionamentos, o centro atual da

preocupação da CELPA está vinculado a trajetória de redução dos custos operacionais via o componente T do Fator X e, mais especificamente, sobre os resultados do segundo estagio do modelo de analise comparativa de eficiência entre concessionária que consiste em avaliar as características específicas de cada área de concessão que afetam os custos das distribuidoras a fim de definir um intervalo de eficiência esperado de custos que considere essas especificidades.

2.2. Analise de eficiência - Segundo estágio.

Pela proposta da ANEEL, a estimativa da eficiência das empresas é feita em dois estágios. No primeiro estágio, os parâmetros de eficiência são definidos avaliando-se a relação insumo/produto. Como insumos são considerados os custos operacionais reais das distribuidoras. Os produtos incluem o número de unidades consumidoras, a extensão das redes de distribuição e o consumo faturado de energia (cativo, livre e suprimento), segregado por nível de tensão (AT, MT e BT). Neste estagio foi indicado uma eficiência da CELPA comparativamente com as demais concessionárias de 55,29%. Em outras palavras, os custos operacionais reais da CELPA deveriam ser 55,29% dos observados.

No segundo estagio, segundo o próprio Regulador, o objetivo é o de definir os intervalos de valores em torno do percentual de eficiência estabelecido no primeiro estágio, considerando como as externalidades, as chamadas variáveis ambientais, que afetam os custos das concessionárias. Para isto é necessário escolher as variáveis ambientais e definir sua amplitude máxima sobre os custos.

O Regulador considerou no 3CRTP as variáveis ambientais de cada área de concessão vinculadas: ao nível médio salarial; a intensidade de chuvas; a densidade do mercado atendido e ao nível de complexidade enfrentado para combater as perdas não técnicas. E foi fixado um limite máximo de 20% no resultado do primeiro estágio.

Neste estagio para a CELPA foram indicados os limites de variação sobre o percentual de eficiência estabelecido no primeiro estagio de – 5,25%, limite inferior, e +14,75%, limite superior. Em outras palavras, os custos operacionais reais da CELPA deveriam ser posicionar no intervalo de eficiência de 50,04% a 70,04% dos observados. E foi exatamente este intervalo de eficiência que ensejou a aplicação da trajetória de redução de custos operacionais proposta pela ANEEL, o que a CELPA não concorda pelas razões adiante expostas.

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2.2.1. Relevância das variáveis ambientais.

Como já visto, para o ajuste do índice de eficiência de saída do primeiro estágio, o modelo considerado pela ANEEL tem como variáveis ambientais: o nível médio salarial; a intensidade de chuvas; a densidade do mercado atendido aqui considerada pela relação Unidades Consumidoras (UC) / Conjunto e ao nível de complexidade enfrentado para combater as perdas não técnicas.

Na Tabela 4, Fls. 35, da referida Nota Técnica no 294/2011-SRE/ANEEL, são expostos os coeficientes de regressão segundo os três métodos utilizados pela ANEEL que visam testar estatisticamente a influencia das variáveis ambientais no parâmetro de eficiência do 1º. Estágio, como se vê na Tabela adiante.

Coeficientes de Regressão – Empresas acima de 1 TWhFinal da AP 040

VARIÁVEIS TOBIT Banker e Natarajan Silmar e Wilson

EXÓGENAS 2008 2007 Salário Médio 1,07 1,06 0,60 Chuva 0,36 0,37 0,13 Complexidade PNT 0,71 0,70 0,25 UC /Conjunto (0,33) (0,33) (0,39)

Observa-se, nos dados da Tabela exposta que a variável UC / Conjunto é a que apresentou a menor relevância no parâmetro de eficiência em dois dos três métodos de regressão, o que é algo intuitivamente questionável, principalmente para aquelas concessões em áreas criticas onde não só a condição climática é adversa (considerada parcialmente pelo Regulador pela variável exclusiva “Chuva”) mais a logística operacional é complexa, e no caso da CELPA incluindo um expressivo numero de bases de operação avançadas por conta da difícil acessibilidade, a utilização de tipos de veículos é mais pesado em detrimento ao tipo leve e a tecnologia de comunicação é mais robusta, por vezes através de satélite ou operadores locais de subestações e redes, sendo que estas variáveis são distintas para cada tipo de concessionária.

No 2CRTP para capturar as características geográficas e infraestruturas das distintas áreas de concessão, assim como a logística operacional de cada empresa, o Regulador utilizou uma estimativa do Tempo Médio de Deslocamento (TMD) para o atendimento às emergências, solicitação de clientes e manutenção da rede, através da técnica de clusterização, a partir dos valores de TMD praticados pelas concessionárias do país.

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Na ocasião do 2CRTP, a CELPA se manifestou que os tempos médios de deslocamento para o atendimento em áreas urbanas e rurais só seriam possíveis em áreas complexas, em função da logística implementada na sua área de concessão. Ou seja, o aumento de custo não viria apenas por conta de TMD’s maiores mais também pela maior partição do território em áreas de atuação da gestão regionais / locais.

Sobre este ultimo aspecto, foram ressaltadas as péssimas condições de trafegabilidade e acesso da área de concessão da CELPA, o que exige uma estrutura de equipes de manutenção disponibilizadas em regime de plantão permanente para atendimento das ocorrências de emergência no sistema. Ou seja, a combinação desfavorável das condições de clima e deslocamento aumenta o numero de ocorrências e diminui a produtividade do atendimento e, por consequência, aumento de custo.

A CELPA entende que a variável UC / Conjunto não expressou de forma plena sua influencia sobre o parâmetro da eficiência do primeiro estagio, fato corroborado pela menor relevância desta variável em dois dos três métodos de regressão. Ademais, uma analise comparativa dos limites de eficiência entre concessionarias apontou para o rank constante da Tabela adiante.

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Os dados expostos na Tabela permitem tecer as seguintes observações:

• LIGHT: Detém a área de maior influência de variáveis ambientais. Ou

seja, estressa o parâmetro de eficiência do 1º. Estagio até o limite superior de 20% imposto pela agência e, por consequência, seu limite inferior de 0% não penaliza o parâmetro de eficiência do 1º. Estagio;

• COSERN: Detém a área de menor influência de variáveis ambientais. Ou seja, estressa o parâmetro de eficiência do 1º. Estagio até o limite inferior de 20% imposto pela agência e, por consequência, seu limite superior de 0% não bonifica o parâmetro de eficiência do 1º. Estagio;

• CEB: Posicionou–se no segundo lugar em termo de área de maior influência de variáveis ambientais pelo fato exclusivo do peso relevante da variável Salario médio sobre os custos considerado pela agencia.

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• CELPA: Posicionou–se no terceiro lugar em termo de área de maior influência de variáveis ambientais. A perda de significância de peso da variável UC /Conjunto considerado pelo Regulador subestimou o custo de uma logística operacional complexa, como é caso da CELPA.

Do exposto, a CELPA entende que a variável UC / Conjunto não expressou de forma plena sua influencia sobre os custos de logística de forma de tornar habilitar, junto com as demais variáveis, a CELPA com a área de maior influencia das variáveis ambientais. Ou seja, capaz de estressar o parâmetro de eficiência do 1º. Estagio até o limite superior de 20% imposto pela agência.

2.2.2. Amplitude das variáveis ambientais.

As variáveis ambientais consideradas procuram mensurar as especificidades mais relevantes no que diz respeito aos custos de operação e manutenção das empresas de distribuição de energia elétrica. A variação máxima de 20%, sugerida pela ANEEL, pode subestimar o tamanho da influência das variáveis ambientais no parâmetro de eficiência do 1º. Estagio.

Tal percepção não é aderente com a visão da ANEEL que no parágrafo 149 da Nota Técnica 101 /2001 escreve: “Empresas em áreas de concessão com variáveis ambientais que tendem a gerar perda de produtividade, ou seja, maiores custos operacionais, possuiriam uma margem de erro mais no sentido de ser mais condescendente com seus reais níveis de eficiência”.

Ou seja, o Regulador reconhece que existe uma margem de erro maior do parâmetro de eficiente do 1º. Estagio em áreas de forte influencia de variáveis ambientais, mais, ao mesmo tempo, minimiza suas influencias por conta de certa ineficiência de gestão. Tal assertiva não tem comprovação pratica ao relacionar, por exemplo, forte índice de precipitação pluviométrica com fraca gestão de negócio. Neste sentido, vale lembrar as condições de operação da CELPA, empresa que atua em área de alta complexidade, e se perguntar se tal ilação faz algum sentido.

A CELPA detém a titularidade da concessão de distribuição de energia elétrica no estado do Pará, abrangendo uma extensa área de 1,25 milhões km2, representando cerca de 15% do território brasileiro e equivalente a pouco mais de 5 vezes o estado de São Paulo. Essa área é dividida em 143 municípios, onde habitam, de forma dispersa, perto de 7,5 milhões de pessoas, em aproximadamente 1,86 milhões de domicílios, segundo dados do IBGE. A partir destes mesmos dados pode-se observar que cerca de 29% dos domicílios do Pará estão localizados na área rural, em contraste com média brasileira de cerca de 14 %, isto já se constitui em um primeiro indicativo da singularidade dessa área.

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Nessa área a CELPA atendeu em 2011, 1,836 milhões de clientes (2,6 % do total do Brasil), observando-se densidades médias de 1,47 cliente / km2 e 5,07 MWh / km2, contrastando fortemente com a média do Brasil de 8,26 clientes / km2 e 38 MWh / km2 respectivamente (fonte: EPE).

Essa dimensão e distribuição espacial impõem à CELPA uma complexa logística para atender suas obrigações contratuais, que a diferencia da maioria das concessionárias de distribuição de energia elétrica do Brasil. Além do mais, outras especificidades devem ser observadas, dentro da área de concessão da CELPA, para o adequado dimensionamento da sua estrutura de custos no modelo da ER. Tais especificidades são descritas nos itens a seguir.

• Dispersão x Deslocamento

Cerca de 56% de todos os clientes atendidos pela CELPA estão dispersos em locais fora da região metropolitana de Belém e das sedes das regionais, localizando–se em áreas extensas e de difícil acesso. Esses locais estão distribuídos por 05 meso regiões que concentram 96% da área da concessão e 63% da população, o que faz no seu conjunto apresentar uma densidade de 57% da média do estado.

Essa grande extensão territorial da região, associada à baixa densidade habitacional, requer longos sistemas radiais para atendimento a população rural. A operação e manutenção desses sistemas são bastante dificultadas pelo péssimo estado de conservação das estradas, que é agravado pelo clima da região com chuvas por quase todo o ano, temas que serão abordados adiante. Esses fatos provocam deslocamentos com tempos superiores àqueles admitidos para locais de maiores concentrações de clientes e com estradas em bom estado de conservação.

Ademais, estudos realizados pela CELPA, apontam que parte de sua área estritamente urbana não guarda qualquer similaridade com as das demais concessionárias de distribuição de energia elétrica do Brasil, que se caracteriza pela menor densidade de consumidores por extensão de rede de baixa tensão, com média de 8,11 metros de rede por cliente, enquanto a “Urbana” típica apresenta de 4,75 metros de rede por cliente, ou seja, a área Urbana da CELPA apresenta um adensamento 71% menor do que a área Urbana típica.

• Grandes áreas com restrições a intervenções.

Pelos dados disponíveis na Secretaria Ciência Tecnologia e Meio Ambiente do Pará, em cerca de 33,3 %, da área de concessão da CELPA, que representam aproximadamente 41,2 milhões de hectares, está localizado em terras indígenas. Ademais, cerca de 22,5 %, que representam 28,0 milhões de hectares, estão localizadas em áreas de conservação ambiental. Pode se concluir que em mais de 55 % da área de concessão da CELPA há algum tipo de limitação de acesso, o que aumentam os custos e cuidados de intervenção.

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Cumpre salientar que apesar das restrições a intervenções nessas áreas, a densa vegetação existente propicia de sobremaneira o aumento das frequências de manutenção sobre os ativos ali instalados, seja do ponto de vista preventivo seja do ponto de vista corretivo.

• Condições meteorológicas críticas

Pelos dados disponíveis da Secretaria de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente do Pará, pode-se observar altos índices pluviométricos, acima de 2.000 mm anuais de precipitação e acima de 80% no que se refere a umidade relativa do ar na grande maioria da área de concessão da CELPA, que comprometem sobremaneira as vias de acesso e o número de atuação do sistema elétrico, em especial no período úmido. A condição critica se torna mais relevante no período compreendido de dezembro a maio, onde vários trechos de rodovias ficam intransitáveis por longos períodos, deixando um número considerável de municípios isolados.

• Malha viária precária.

Pelos dados do Ministério dos Transportes pode-se observar que o Pará possui uma malha rodoviária de cerca de 35,7 mil km de rodovias federais, estaduais e municipais, que representam cerca de 2,3 % da malha nacional. Das rodovias federais e estaduais do Pará, daquelas que dão acessos aos maiores centros urbanos, menos de 37% são pavimentadas, contrastando com a média brasileira de mais de 57 %. Além disso, a cobertura no território do Pará é de apenas 28,6 m / km2, o que contrasta fortemente com a média nacional de 185,7 m / km2, dificultando ou, até mesmo, impossibilitando o acesso aos vários dos Municípios atendidos (fonte: DNIT atualizado até 13/10/2011).

Além disso, 21 (vinte e uma) sedes municipais, que correspondem à cerca de 15% dos municípios do Pará, são acessadas somente por via fluvial ou avião fretado, o que além de dificultar o acesso, implica em longo período de tempo de deslocamento a esses locais.

• Dificuldade de comunicação no interior do estado

Na área de concessão da CELPA, pela sua extensão, há dificuldades de comunicação que são agravadas nas áreas suburbanas, e mais drasticamente nas áreas rurais, onde em grande parte só é permitida através de satélite cujo, tempo de resposta em situação climática adversa é elevado, prejudicando consequentemente as atividades operacionais (subestações, redes e atendimento a clientes) etc.

Assim, o impacto dos fatores externos listados no gerenciamento operacional da atividade de distribuição de energia elétrica na área de concessão da CELPA pode ser traduzido, dentre outros, pela (o):

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A. Necessidade de disponibilizar em maior número as equipes de emergências

B. Aumento dos tempos de deslocamento /preparação das atividades; C. Necessidade de operadores em subestações sem telecomando; D. Aumento da incidência de falhas em equipamentos;E. Por consequência, aumento do custo operacional das atividades.

Diante deste contexto, a CELPA entende que a variação máxima de 20%, sugerida pela ANEEL, pode subestimar o tamanho da influência das variáveis ambientais no parâmetro de eficiência do 1º. Estagio em áreas de concessão críticas, principalmente se for adotado uma variável mais aderente coma complexidade logística exigida. Neste sentido, para as áreas de concessão ditas “críticas”, como é caso da CELPA, seria necessário ampliar a variação máxima da influência das variáveis ambientais no resultado do primeiro estágio para 30%.

2.2.3. Pleito CELPA.

A metodologia de apuração dos custos operacionais no 3º CRTP não leva em consideração muitos dos fatores que explicam os níveis dos custos operacionais das distribuidoras, dado que nem todos estes custos se explicam pelas variáveis escolhidas pela ANEEL na determinação do nível de eficiência.

Nas concessões de distribuição existem custos que não estão sendo explicados pelas variáveis escolhidas pela ANEEL e, dessa forma, ao estar incluídos nas bases de custos tomadas como referência para o calculo do Benchmarking pela metodologia DEA em duas etapas, estão sendo considerados como ineficiências nos custos operacionais, quando na verdade são custos que a concessionárias tem devido as particularidades das concessões onde atuam.

Nesse sentido é necessário identificar esses custos para a sua consideração como custos adicionais e específicos de cada concessão que não estejam sendo explicados pelas variáveis do benchmarking e, em consequência, estão sendo erroneamente considerados como ineficiências dessas distribuidoras. Nesses aspectos metodológicos é clássico na literatura algumas deficiências do DEA que no caso específico da metodologia do 3º ciclo pode estar proporcionando custos operacionais insuficientes para a concessão.

Por outro lado, a CELPA reconhece a dificuldade da ANEEL para uma alteração dos intervalos de eficiência, base para a construção de trajetória dos custos operacionais, como comentado nesta contribuição, na medida em que os procedimentos das aplicações metodológicas para o 3CRTP estão regulamentados.

Assim, e tendo em vista o acima exposto, a CELPA solicita que se reconheça que as variáveis ambientais não representaram adequadamente a complexa logística operacional da concessão, optando-se pela não aplicabilidade da trajetória.

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A proposta constante da NT estabeleceu os seguintes patamares de perdas de energia para CELPA, conforme atesta a Tabela adiante.

A Tabela exposta evidencia que a proposta da ANEEL desconsidera qualquer trajetória de perdas não técnicas mantendo–se percentual fixo de 36,27% sobre o mercado de baixa tensão ao longo do ciclo tarifário.

No entanto, o percentual definido de partida para as perdas da está subestimado por conta das perdas não técnicas que não expressa à realidade da área de concessão da CELPA que adiante faz sua contribuição considerando: No item 01 faz uma breve consideração inicial. Em seguida, os itens 02 e 03 apresenta, respectivamente, a evolução comparativa das condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA e a descrição da experiência da CELPA no combate das PNT. E, por fim, o item 04 traz o plano de combate as PNT para o próximo ciclo com a respectiva proposta de trajetória de redução das PNT.

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Conforme o modelo da ANEEL para o 3CRTP, a CELPA detém a primeira colocação no “índice de complexidade social”. Isto indica que as condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA a tornam a área mais difícil do país para se combater as perdas não técnicas (PNT). Apesar disto, a meta estabelecida para empresa no 2CRTP exigia uma redução das PNT de 8,29% sobre o mercado de baixa tensão, de 40,11% (ponto de partida) para 31,82% (ponto de chegada), trajetória que se mostrou inexequível motivada principalmente:

• Pela piora expressiva das condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA ao longo do 2CRTP e;

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• Observada ainda, que a meta de redução das PNT para a CELPA considerava a existência de áreas de concessão comparáveis (benchmarking), no caso a CEMAR, praticando PNT inferiores, premissa que, de certa forma, contradizia o próprio título da área de concessão da CELPA de maior “índice de complexidade social”.

Tais condições resultaram em um grande distanciamento entre às PNT regulatória e real se posicionando, essa ultima, no patamar de 50,62% sobre o mercado de baixa tensão no final de julho de 2011, apesar de todo esforço da CELPA na aplicação dos recursos financeiros e físicos, maiores até que os regulatórios previstos para o 2CRTP, aliado a entraves jurídicos na instalação de medidores digitais para uma maior eficácia ao combate as PNT.

Neste contexto, a trajetória de redução das PNT para o 3CRTP a ser proposta pela CELPA, objeto da presente contribuição, deverá observar duas grandes referencias, a saber:

• Ponto de partida das PNT: Segundo o Regulador o ponto de partida para a análise de perdas não técnicas será definido pelo menor valor entre as perdas regulatórias do ciclo passado e o mínimo histórico de perdas não técnicas praticado pela empresa nos últimos 4 anos civis, a contar do último ano da base de dados. No entanto, ainda segundo o Regulador, o ponto de partida poderá ser flexibilizado se, e somente se, simultaneamente, ocorrerem as três situações: (i) haja grande distanciamento entre a perda não técnica regulatória do final do 2CRTP e a praticada; (ii) seja constatado que o distanciamento ou não cumprimento da meta do 2CRTP esteve atribuído à piora significativa das condições socioeconômicas da área de concessão; e (iii) inexistência de outras áreas de concessão comparáveis praticando perdas inferiores. Exatamente sobre a oportunidade de flexibilização do ponto de partida que a CELPA fara a sua defesa pela consideração do Regulador de um patamar de PNT de maior aderência à complexidade socioeconômica da área de concessão. Aqui cabe um registro relevante que a ANEEL já flexibilizou o ponto de partida ao propor um percentual de 36,27% sobre o mercado de baixa tensão, porem julgado ainda insuficiente pela CELPA.

• Ponto de chegada das PNT: Tendo como base toda a experiência acumulada no combate das PNT em termos de ações realizadas, dos resultados obtidos e das dificuldades encontradas, a CELPA apresentará o seu Plano de combate às perdas para o próximo ciclo. Trata–se de propostas consistentes de ações e metas e estará lastreada em todo conhecimento acumulado pela CELPA, dentro da sua área de concessão, procurando compatibilizar, em ultima analise, a velocidade de redução das PNT e o crescimento espontâneo das PNT com os recursos regulatórios de CAPEX e OPEX.

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Inicialmente cabe mencionar que a CELPA solicitou à Tendências Consultoria que examinasse a evolução das condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA e a comparação com outras áreas de concessão de características semelhantes, no caso a CEMAR.

O estudo foi encaminhado a ANEEL cujo Anexo 01, parte integrante desta contribuição, expõe sumariamente os principais resultados, adiante sintetizados nos seus principais aspectos de dados e conclusões.

As condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA são conhecidamente muito ruins. De acordo com o modelo da ANEEL para o 3CRTP, a CELPA detém a primeira colocação no “índice de complexidade social”. Isto indica que as condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA a tornam a área mais difícil do país para se combater as PNT.

Um exame mais apurado e atualizado indica que as condições socioeconômicas no Pará e na Região Metropolitana de Belém são ainda piores do que aquelas consideradas na definição do “índice de complexidade”.

Existem fatores cujo efeito deve elevar o “índice de complexidade” atual da CELPA. Especificamente, são eles: (i) a elevação da violência no estado do Pará e sobretudo na Região Metropolitana de Belém; (ii) a maior acessibilidade dos eletrodomésticos, o que tem elevado mais do que proporcionalmente aos demais consumidores o consumo dos fraudadores e furtadores de energia elétrica; e (iii) a evolução da situação habitacional da Região Metropolitana de Belém e a contínua pressão demográfica.

Ao comparar a evolução das variáveis consideradas para a composição do índice de complexidade socioeconômica nota-se que a região da concessionária CELPA apresentou piora socioeconômica relativa de 2001 a 2008, principalmente em termos de violência e inadimplência. Os resultados obtidos foram:

• Violência: no início do segundo ciclo, em 2001, a CELPA era a concessionária com a 35ª área mais violenta; ao final do terceiro ciclo, em 2008, a área de concessão da CELPA passou a ser a 4ª mais violenta do país, subindo 31 posições no ranking de violência;

• Desigualdade: medida pelo percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza, a CELPA passou de 15ª área mais desigual em 2001 para 11ª em 2008, ganhando 4 posições.

• Infraestrutura (coleta de lixo): no início do terceiro ciclo em 2004 a área de concessão da CELPA era a 13ª com piores condições de infraestrutura;

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essa situação piorou, e em 2008 passou a ser a 9ª pior área em termos de coleta de lixo, ganhando 4 posições.

• Infraestrutura (abastecimento de água) e informalidade (precariedade): a situação relativa da CELPA é muito ruim desde o começo do segundo ciclo, quando a concessionária apresentava a 5ª pior área em termos de infraestrutura e a 4ª pior área em termos de precariedade. Em 2008, a CELPA aparece ainda pior: 3ª pior área em termos abastecimento de água, ganhando 2 posições, e em termos de precariedade, ganhando 1 posição.

• Inadimplência: no início do 3º ciclo, em 2004, a área de concessão da CELPA era a 47ª com maior inadimplência no setor de crédito; já em 2008 passou a ser 16ª área com mais inadimplência, ganhando 31 posições em apenas 4 anos.

Ressalta-se ainda que no 2CRTP a CELPA já era a 1ª colocada no ranking de“complexidade social”. Assim, a piora socioeconômica relativa da sua área de concessão do segundo para o terceiro ciclo se refletiu em ampliação da distância entre a CELPA e as demais concessionárias.

Além disso, viu-se que o Estado do Pará apresentou um aumento acentuado na porcentagem de domicílios que possuem eletrodomésticos, principalmente entre os mais pobres. No período de 2001 a 2008 na área urbana do Estado do Pará o consumo de TV em cores aumentou 17,3%; de geladeira ou freezer aumentou quase 12% e de microcomputadores quase 200%.

Destaca-se que esses aumentos foram mais fortes entre os domicílios pobres com renda domiciliar per capita até ½ salário mínimo. Notou-se ainda, que essas expansões foram mais expressivas no período referente ao 3CRTP, entre os anos de 2004 e 2008. Assim, a área de concessão da CELPA passou a apresentar um maior risco em relação às fraudes, aos furtos e às ligações ilegais de energia elétrica por parte da população.

Ademais a análise comparativa com a área de concessão da CEMAR, que segundo o Regulador é o benchmarking da CELPA, evidenciou certa inviabilidade do patamar de PNT praticado na CEMAR vir a ser observado na CELPA, dadas que às diferenças relevantes dos respectivos indicadores socioeconômicos cujas variáveis vinculadas a infraestrutura, criminalidade, desigualdade e inadimplência são amplamente favoráveis a CEMAR.

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Aqui também cabe mencionar que a CELPA encaminhou a ANEEL a experiência da empresa no combate as PNT cujo Anexo 02, parte integrante desta

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contribuição, expõe sumariamente os principais resultados, adiante sintetizados nos seus principais aspectos de dados e conclusões.

Nos últimos cinco anos a CELPA desenvolveu e implantou uma serie de ações com destaque para: (I)“Blindagem” de medidores e o Sistema de Medição Centralizado (SMC); (II) Instalação de Cubículo de Medição Externo para UC de MT; (III) Regularização de Clientes sem Medição; (IV) Regularização de Áreas de Invasão; (V) Projeto High Performance e; (VI) Caixa de Medição Blindada – CMB.

Neste período foram desembolsados R$ 294,8 milhões de recursos no combate as PNT sendo R$ 66,8 milhões nas ações de campo de fiscalização e regularização envolvendo 670.200 homens – horas, em media por ano, e R$ 228,0 milhões de investimentos associados.

Apesar de todo esse esforço de pessoal e recursos, as PNT aumentaram tendo alcançado o patamar de 50,62% sobre o mercado de baixa tensão no final de julho de 2011, percentual bem acima da proposta regulatória do ponto de chegada ao final do 2CRTP, em agosto de 2011, de 31,82% sobre o mercado de baixa tensão.

De forma resumida as principais justificativas estão no aumento: (I) da degradação dos indicadores socioeconômicos, como demostrado no item anterior; (II) do crescimento espontâneo das perdas (novas fraudes) mais que dobrando o indicador histórico que era de 3% para 7% nos últimos 05 anos e; (III) das dificuldades técnicas e legais de implantação das ações de combate as PNT.

Nota-se ainda que a análise comparativa com a área de concessão da CEMAR (o benchmarking da CELPA) evidenciou certa inviabilidade do patamar de PNT praticado na CEMAR vir a ser observado em 100% na CELPA, dadas às diferenças relevantes dos respectivos indicadores socioeconômicos, como demonstrado no item anterior.

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Uma análise complementar consiste na apuração da trajetória efetiva, de redução de perdas, que será imposta à concessionária na atual proposta da ANEEL. Conforme apurado no item anterior, as perdas não-técnicas sobre mercado de baixa-tensão reais alcançaram o patamar de 50,62%, enquanto a proposta do regulador é um nível de 36,27%.

Assim, para ter no fim do ciclo regulatório perdas reais iguais ao patamar fixado pela ANEEL, será necessária uma redução de 14,4%; o equivalente a 3,6 p.p. para cada ano do ciclo.

Importa destacar que conforme item 3.3.3, do submódulo 2.6 do PRORET, a intensidade máxima aplicável a uma empresa com as características da CELPA

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seria de 2 p.p., tendo em vista a sua alta complexidade sócio-econômica, o número de consumidores e o nível real de perdas não-técnicas.

Neste contexto, o nível de perdas estabelecido pela ANEEL representa uma trajetória efetiva que supera em 1,6 p.p. o limite máximo fixado pelo Regulador, o que, naturalmente, evidencia a necessidade de revisão do valor fixado para o nível de perdas não-técnicas regulatórias na área de concessão da CELPA.

Deste modo, a CELPA apresenta a seguir o seu plano de combate às perdas, juntamente com uma proposta compatível com o nível de redução máximo fixado pelo Regulador.

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O plano de combate as PNT será dada grande ênfase ao projeto da CMB o que ampliaria os recursos para o patamar de R$ 358,7 milhões para o todo o próximo ciclo tarifário – cerca de 22% a mais do que o 2CRTP - sendo R$ 146,23 milhões nas ações de campo de fiscalização e regularização e R$ 212,56 milhões de investimentos associados.

Neste cenário, estima-se que a CELPA alcance ao final de 2014 /2015 uma PNT de 40,68% sobre o mercado de baixa tensão, o que representa uma redução de 9,94% sobre o ano de 2010 /2011, equivalente a uma velocidade media anual de redução de 2% a.a., o que é aderente com a proposta da ANEEL para concessões de alta complexidade de socioeconômica (numero índice maior que 0,16) e elevadas PNT (maior que 20% sobre o mercado de baixa tensão).

A Tabela adiante resume a proposta da CELPA sobre as PNT.

Grande parte desta proposta de redução deve–se as ações de instalação de 125.000 CMB e de fiscalização de 1.015.172 UC´s como atesta a Tabela a seguir em termos de Energia Agregada por projeto.

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Em seguida verifica-se, nos gráficos adiante, a projeção para as perdas globais da CELPA e perdas não técnicas sobre o mercado de baixa tensão, mantendo-se todos os projetos para o combate ao furto de energia até 2015.

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O questionamento da CELPA sobre a Base de remuneração regulatória abrange dois aspectos, a saber:

• Inclusão das “Sobras físicas” do 1CRTP • Ajustes no Laudo de Avaliação do 3CRTP

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A reivindicação da CELPA é de reaver e incluir estes Bens apurados como “sobras físicas” retroativas ao Laudo de Avaliação do 1CRTP na medida em que as quantidades de ativos incluídas no Cadastro Patrimonial Contábil estavam inferiores a realidade existente e confirmada pelo recente inventário, conforme formalizado na ANEEL através da Carta VPRE/703/11, de 22 de novembro de 2011, constante no Anexo 03, parte integrante desta contribuição, adiante sumarizada.

• Principais etapas do processo

o Execução do “Levantamento Físico” de 100% dos ativos visando atender a implantação do MCPSE e 3º Ciclo de Revisão Tarifária;

o Elaboração da “Conciliação Físico-Contábil”, conforme relatório da avaliadora credenciada pela ANEEL (Projeto Levin 3352-9897);

o Elaboração da “Fundamentação” para o “Destino das Sobras Físicas” com base na premissa de que estas pertencem ao 1CRTP;

o Elaboração da “Avaliação das Sobras Físicas”. , conforme relatório da avaliadora credenciada pela ANEEL (Projeto Levin 3352-10995).

• Critérios de Avaliação das “Sobras Físicas”.

o Sobras se referem ao 1CRTP (premissa);

o Aplicado procedimentos de avaliação conforme RN 338/2008-SFF/ANEEL;

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o Utilizado Banco de Preço homologado no 2CRTP e 3CRTP. Quando não existente, foi utilizado Banco de Preço do acervo da avaliadora;

o Utilizado %COM e %CA homologados no 3CRTP;

o Utilizado o IAS – Índice de Aproveitamento Subestações do 3CRTP;

o Aplicada depreciação acumulada média do 1CRTP, por TUC/UC.

• Resultado e pleito

O Laudo da avaliação das Sobras Físicas da CELPA, em dezembro de 2010, apresentou como resultado o valor de:

VNR = R$ 959.415.597,38, equivalente a base de remuneração bruta. VBR = R$ 250.095.128,68, equivalente a base de remuneração liquida.

Considerando as premissas observadas no 1CRTP (Custo líquido de capital, Impostos e Taxa de depreciação) para o calculo dos recursos de capital aplicado às bases incrementais de remuneração bruta e liquida, observa-se o valor de R$ 45.815.413,37, a preço de agosto de 2003, como sendo o déficit de recursos gerenciáveis regulatórios vinculados aos recursos de capital que deixaram de ser considerados na formação do nível tarifário do 1CRTP, conforme ilustra a Tabela a seguir.

Premissas (%)

Custo líquido de capital 11,27%

Impostos 34,00%

Taxa de Depreciação 3,05%

R$ de Agosto de 2003 Recursos de capital R$ /ano

Quota de Reintegração Regulatória 18.633.070,87 Remuneração Bruta do Capital 27.182.342,50 TOTAL 45.815.413,37

Este déficit, como visto anteriormente, resultou em uma redução da receita econômica passada de cerca de R$ 583,81 milhões, a preço de junho de 2011. Sua desconsideração continuará incrementando essa perda de receita econômica.

Neste contexto, a CELPA entende que a RTP 2011 é uma oportunidade única

para que se possa ajustar os efeitos danosos que a empresa carrega desde sua revisão do 1º Ciclo, garantindo que no futuro a condição de equilíbrio econômico e financeiro seja assegurada.

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Do exposto, a CELPA solicita à ANEEL a inclusão dos valores de R$ 959.415.597,38, a título de base de remuneração bruta e R$ 250.095.128,68, a título de base de remuneração liquida, como incrementais as respectivas bases do 3CRTP, de forma que a base de remuneração passe a refletir o montante correto de ativos vinculados à concessão.

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A reivindicação da CELPA é de reaver as ultimas glosas efetuadas pela ANEEL dentro do processo de fiscalização do Laudo de avaliação de seus ativos para aprovação final da Base de Remuneração Regulatória do 3CRTP.

• Principais etapas do processo

o TN – 093/2011-SFF, de 06/07/11. RF – Relatório Fiscalização 086/2011-SFF. Foram apontadas 25 Constatações referentes à Fiscalização da BRR;

o Carta VPR/404/11, de 08/08/11, contendo a Manifestação da Celpa ao TN 093. Carta VPR/418/11, de 15/08/11, contendo a Manifestação “complementar” da Celpa referente ao IAS – Índice Aproveitamento Subestação da Base Blindada;

o Ofício 1074/2011-SFF/ANEEL, de 08/11/11. ANEEL encaminhou o RAF contendo o Parecer do Órgão Regulador. Nota: neste RAF foram incluídas mais 3 novas constatações;

o Carta VPRE/782/11, de 08/12/11. Contém a Nova Manifestação da Celpa ao TN 093 através de “Recurso Administrativo” contra a decisão da ANEEL apresentada no RAF.

o Ofício 178/2012-SFF/ANEEL, de 24/02/12. ANEEL encaminhou o Parecer da Nova Manifestação da Celpa (Carta VPRE/782/11).

• Resultado e pleito

Após todo o processo de discussão sobre o Laudo de avaliação realizado pela CELPA para definição final da base de remuneração pela ANEEL segue adiante os valores que, na visão da CELPA, devem compor a sua base de remuneração:

• Ajuste da Depreciação Acumulada de ativos motivado pela defasagem da “data de energização” x “data de imobilização” de obras. Valor: R$ 20.684.485,93.

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• Ajuste na avaliação de medidores devido a aplicação de critério diferente do Laudo (VNR =Valor Novo de Reposição). Valor: R$ 10.402.291,11.

• Ajuste na avaliação de transformadores de distribuição devido a aplicação de critério diferente do Laudo (VNR =Valor Novo de Reposição). Valor: R$ 9.202.632,68.

• Valor dos ajustes: R$ 40.289.409,72

Posto isto, a CELPA solicita que a ANNEL reveja sua posição sobre as glosas descritas para, por fim, aprovar a base de remuneração regulatória e, por consequência, definir na tarifa de fornecimento os recursos advindos de Quota de reintegração e Remuneração bruta dos ativos para o 3CRTP.

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Para fins de cálculo de Receita Irrecuperáveis, a CELPA solicita que seja utilizado os dados referente aos anos de 2008, 2009 e 2010, informados por ocasião do envio dos dados iniciais. Aqueles encaminhados em resposta ao Ofício Circular n° 351/2009 e 005/2010, foram apurados equivocadame nte. Agora, por ocasião da apuração dos dados de 2011, foi feita uma revisão dos dados enviados a essa Agência, constatou-se que, em decorrência de metodologia de apuração da idade da carteira adotada pelo nosso sistema comercial, de que o débito a ser renegociado (parcelado) representa um débito novo do cliente, passando a contar a sua idade a partir da data de vencimento do parcelamento, os referidos dados não reproduziam a idade real da carteira na ótica dos dados solicitados dos referidos ofícios, que deve considerar a idade do débito desde o seu vencimento original, independente da existência ou não da renegociação.

Exemplifica–se adiante.:

• Fatura No. 001 • Valor R$ 100,00 • Vencimento: 01/01/2009 • Renegociada em: 01/10/2009, com novo vencimento em 30/10/2009. • Data da apuração da carteira: 31/12/2009 • Apuração do aging da carteira: • Idade da Carteira: 62 dias de vencido, pois se considerava o

vencimento da renegociação, ou seja, 30/10/2009. • Idade Real da Carteira: 364 dias de vencido, pois se considera a data

de vencimento original da fatura, ou seja, 01/01/2009.

Pelos motivos acima abordados, a CELPA nesta contribuição apresenta a nova planilha com os referidos dados recalculados e solicita a retificação dos mesmos na base de dados desta Agência.

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A aplicação dos novos percentuais implica em adicional sobre as receitas irrecuperáveis vinculadas aos encargos setoriais de R$ 1.072.019,50.

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Adiante, demonstrativo correspondente aos componentes financeiros a serem contemplados neste processo de revisão, cuja diferença entre o reconhecido na proposta da ANEEL e o pleiteado nesta contribuição alcança R$ 13.296.247,52.

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A CELPA salienta que se trata de valores preliminares, estimados e que os mesmos estão sujeitos à fiscalização e validação por parte das Superintendências de Fiscalização Econômica e Financeira e de Regulação Econômica da ANEEL.

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Em resumo, os pleitos solicitados pela CELPA contemplam:

• Dado que as variáveis ambientais não representaram adequadamente a complexa logística operacional da CELPA sugere-se pela não aplicabilidade da trajetória dos custos operacionais, via componente T do Fator X, ao longo do 3CRTP.

• Dada à piora expressiva das condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA e certa inexigibilidade de atendimento a trajetória de redução das perdas não técnicas por conta da inexistência de áreas de concessão comparáveis (benchmarking) com a CELPA sugere-se uma nova trajetória para o 3CRTP que considere como ponto de partida as perdas não técnicas atuais e velocidade de redução media anual de 2%, (sobre o mercado de baixa tensão), velocidade coerente com a proposta da ANEEL para áreas com características da CELPA.

• Inclusão das “Sobras físicas” do 1CRTP na Base de remuneração do 3CRTP de forma a cessar o déficit de receita econômica passada pela sua desconsideração caso contrario o déficit que já alcança hoje cerca de R$ 583,1 milhões continuará a crescer.

• Ajustes no Laudo de Avaliação do 3CRTP cuja reivindicação é de reaver as últimas grossas efetuadas pela ANEEL dentro do processo de fiscalização do Laudo de avaliação de seus ativos para aprovação final da Base de Remuneração Regulatória do 3CRTP e que alcançam no valor de cerca de R$ 40,29 milhões.

• Ajustes nos percentuais reais de inadimplência por classe de consumo função de inconsistência dos dados enviados pela própria CELPA, o que acarreta um incremental de custos de R$ 1,07 milhão.

• Ajustes nos itens de componentes financeiros que alcançam cerca de R$ 13,29 milhões.

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ANEXO 01:

CELPA: CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DA ÁREA DE CONCESSÃO.

1. Os desafios defrontados pela CELPA no combate as PNT

As condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA são conhecidamente muito ruins, colocando a concessionária como primeira colocada no índice de complexidade socioeconômica apurado no terceiro ciclo de revisão tarifária realizado pela ANEEL, conforme publicado na Nota Técnica nº 0031/2011-SRE/ANEEL. Isto indica que as condições socioeconômicas da área de concessão da CELPA a tornam a área mais difícil do país para se combater as PNT.

Não obstante, um exame mais apurado e atualizado indica que as condições socioeconômicas no Pará e na Região Metropolitana de Belém são ainda piores do que aquelas consideradas na definição do “índice de complexidade”.

Existem fatores cujo efeito deve elevar o “índice de complexidade” atual da CELPA. Especificamente, são eles:

� A elevação da violência no estado do Pará e sobretudo na Região Metropolitana de Belém;

� A maior acessibilidade dos eletrodomésticos, o que tem elevado mais do que proporcionalmente aos demais consumidores o consumo dos fraudadores e furtadores de energia elétrica;

� A evolução da situação habitacional da Região Metropolitana de Belém e a contínua pressão demográfica.

2. Evolução socioeconômica relativa da área de concessão da CELPA

O segundo e o terceiro ciclos de revisão tarifária realizados pela ANEEL utilizam diversas variáveis socioeconômicas para calcular o índice de complexidade social das áreas de concessão. Para realizar esta medição são consideradas quatro dimensões: violência, infraestrutura, desigualdade e informalidade (ou precariedade). No terceiro ciclo é considerada ainda a dimensão comprometimento da renda. A Tabela 1 mostra as variáveis usadas em cada ciclo para cada uma das dimensões.

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Tabela 1. Variáveis socioeconômicas dos ciclos de revisão tarifária

Ciclo Violência Desigualdade Precariedade Infraestrutura Comprometimento da renda

�����Óbitos por agressão

Percentual de pessoas com renda per capita inferior a ½ salário mínimo

Percentual de pessoas em domicílios subnormais

Cobertura de abastecimento de água

����

Óbitos por agressão

Percentual de pessoas com renda per capita inferior a ½ salário mínimo

Percentual de pessoas em domicílios subnormais + precários (MC)

Cobertura de abastecimento de água

Inadimplência no setor de crédito

Percentual de chefes de família que recebem até 3 salários mínimos �

Cobertura de coleta de lixo �

�� �� Índice de Gini �� �� ��

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

A Tabela 2 mostra a evolução da área de concessão da CELPA em relação às demais concessionárias observando as variáveis comuns aos dois ciclos. São considerados os anos iniciais e finais de cada um2. Verificamos que houve uma piora relativa da área de concessão da CELPA em todas as dimensões. Nas dimensões violência, infraestrutura e desigualdade a piora ocorre durante os anos dos ciclos, enquanto para a dimensão precariedade a região de concessão da CELPA permanece na mesma posição durante os ciclos, porém apresentando piora relativa do segundo ciclo para o terceiro ciclo.

A violência piorou muito na região de concessão da CELPA. No início do segundo ciclo, em 2001, a CELPA era a concessionária com a 35ª área mais violenta. Porém, no último ano do 2º ciclo (o valor de 2006 é igual ao de 2005) a concessionária apresentava a 16ª área mais violenta, subindo 19 posições no ranking. Ao final do terceiro ciclo, a situação ficou mais dramática. Em 2008, a área de concessão da CELPA passou a ser a 4ª mais violenta do país. Assim, do início do segundo ciclo para o final do terceiro, a CELPA subiu 31 posições no ranking de violência. Em ambos os ciclos, o piora relativa da CELPA em termos de violência foi semelhante. Em cada um deles a concessionária subiu 19 posições.

Tabela 2. Classificação da CELPA nas dimensões consideradas para o índice de complexidade social

Ciclo Violência Infraestrutura Desigualdade Precariedade

Ano Óbitos por agressão

Abastecimento de água

Percentual de pessoas com renda per capita

inferior a ½ s.m.

Percentual de pessoas em domicílios

subnormais+precários

2o ciclo

2001 35ª 5ª 15ª 4ª

2006 16ª 5ª 14ª 4ª

3o ciclo

2004 23ª 4ª 13ª 3ª

2008 4ª 3ª 11ª 3ª

Elaboração: Tendências.

2 O período de cada ciclo se refere aos anos da base de dados utilizada pela ANEEL. No segundo ciclo os dados abrangem o

período de 2001 a 2006, e no terceiro ciclo, o período de 2004 a 2008.

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Outra dimensão que apresentou uma grande variação foi a de desigualdade. A variável comum aos dois ciclos é a de pessoas pobres que representa o percentual de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a ½ do salário mínimo. No período de abrangência de ambos os ciclos, a área de concessão da CELPA apresentou piora relativa da desigualdade. No segundo ciclo, ela passou de 15ª área mais desigual para 14ª, enquanto no terceiro ciclo a piora foi mais acentuada passando de 13ª área mais desigual para 11ª. No período todo, a CELPA ganho 4 posições.

Nas dimensões infraestrutura (abastecimento de água) e informalidade a situação relativa da CELPA é muito ruim desde o começo do segundo ciclo, quando a concessionária apresentava a 5ª pior área em termos de infraestrutura e a 4ª pior área em termos de precariedade. Essas posições não foram alteradas durante o segundo ciclo. Já no final do terceiro ciclo, a área de concessão da CELPA apresentou piora relativa de duas posições na dimensão infraestrutura e de uma posição na dimensão informalidade. Em 2008, a CELPA aparece como a 3ª pior área em termos abastecimento de água e também como a 3ª pior área em termos de precariedade dentre as 64 concessionárias de distribuição de energia elétrica do país.

A Tabela 3 mostra a evolução da posição relativa da CELPA de 2004 a 2008 para as variáveis inseridas no terceiro ciclo de revisão tarifária.

Tabela 3. Classificação da CELPA nas dimensões consideradas

no índice de complexidade social do 3CRT

Ciclo Infraestrutura Desigualdade Inadimplência

Ano Coleta de lixo Percentual de chefes

de família que recebem até 3 salários mínimos

Índice de Gini

Setor de crédito

3o ciclo

2004 13ª 11ª 37ª 47ª

2008 9ª 11ª 57ª 16ª

Elaboração: Tendências.

Na dimensão infraestrutura foi considerada a variável de coleta de lixo. No início do terceiro ciclo a área de concessão da CELPA era a 13ª com piores condições de infraestrutura. Essa situação piorou, e em 2008 passou a ser a 9ª pior área em termos de coleta de lixo, subindo 4 posições durante o terceiro ciclo.

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Na dimensão desigualdade, o terceiro ciclo considerou também as variáveis: percentual de chefes de família que recebem até 3 salários mínimos e Índice de Gini. A área de concessão da CELPA não apresentou mudança relativa considerando a primeira variável e melhorou relativamente considerando o índice de Gini.

Outra variável inserida na última revisão tarifária se refere à inadimplência, indicando a porcentagem de inadimplência nas operações de crédito. Destacamos que a área de concessão da CELPA sofreu uma forte piora relativa em termos de inadimplência durante o terceiro ciclo. No início deste ciclo, em 2004, a área de concessão da CELPA era a 47ª com maior inadimplência. Já em 2008 passou a ser 16ª área com mais inadimplência, ganhando 31 posições em apenas 4 anos.

Para todas as variáveis consideradas para a composição do índice de complexidade socioeconômica (exceto índice de Gini e percentual de chefes de família que recebem até 3 salários mínimos) a região da concessionária CELPA apresentou piora socioeconômica relativa. Destacamos as pioras acentuadas em termos de violência e inadimplência.

Ressalta-se ainda, que no segundo ciclo de revisão tarifária da ANEEL, a CELPA já era a 1ª colocada no ranking de “complexidade social”. Assim, essa piora socioeconômica relativa da sua área de concessão do segundo para o terceiro ciclo se refletiu em ampliação da distância entre a CELPA e as demais concessionárias.

3. Condições habitacionais: domicílios subnormais e precários.

A estatística de “aglomerados subnormais” empregada pelo IBGE que foi utilizada no segundo ciclo de revisão tarifaria foi muito criticada. Por isso, o Ministério das Cidades realizou um estudo para fazer um levantamento mais adequado, visando identificar quais dos setores classificados como normais pelo Censo apresentavam características mais próximas às dos “aglomerados

subnormais” nas principais cidades do País. O estudo classifica estes setores como “assentamentos precários”, que somados aos “aglomerados subnormais” passam um retrato mais apurado das condições habitacionais da população. Essa variável foi usada no terceiro ciclo.

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Analisando as variáveis de precariedade utilizadas nos dois ciclos, observamos na Figura 1 a evolução desses percentuais na área de concessão da CELPA. Durante o segundo ciclo o percentual de domicílios subnormais aumentou 0,3%, essa piora manteve a CELPA como a 4ª pior concessionária na dimensão informalidade. Já no início do terceiro ciclo, em 2004, o percentual de pessoas em domicílios subnormais+precários era de 15,8%, em 2008 houve uma redução de 3,0%, atingindo o percentual de 15,3%. Porém, essa melhora não teve efeito relativo, e a área de concessão da CELPA manteve-se como a 3ª pior em termos de precariedade habitacional.

Figura 1. Evolução da precariedade na região sob concessão da CELPA (%)

Domicílios subnormais (2CRT) Domicílios subnormais+precários (3CRT)

8,29 8,308,30

8,318,32

8,32

2001 2002 2003 2004 2005 2006

15,8 15,8 15,8

15,5

15,3

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

Destaca-se ainda que um dos elementos que torna difícil a melhora das condições socioeconômicas e, particularmente, das condições de moradia e infraestrutura no Pará é o constante crescimento populacional do estado. Levando em conta que a maior parte da migração para a região é composta de pessoas de baixa renda e que a taxa de natalidade é maior entre as classes de menor renda, tem-se uma demanda crescente por investimentos em infraestrutura e moradia popular.

A Tabela 4 mostra o crescimento populacional das regiões brasileiras e do Estado do Pará entre os anos censitários. Notamos que a taxa de crescimento populacional para o Pará está entre as mais elevadas do País, somente sendo superada pela de outros estados da Região Norte. Isto sugere que a pressão demográfica continua desafiando as autoridades na tentativa de aprimorar a infraestrutura e melhorar as condições de moradia da população.

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Tabela 4. Contagem Populacional

2000 2010 � 2010/00

Pará 6.192.307 7.585.471 22,5%

Região Norte 12.900.704 15.865.196 23,0%Região Nordeste 47.741.711 53.103.193 11,2%Região Centro-Oeste 11.636.728 14.046.649 20,7%Região Sudeste 72.412.411 80.385.217 11,0%

Região Sul 25.107.616 27.379.511 9,0%

Brasil 169.799.170 190.744.956 12,3%Fonte: IBGE. Elaboração: Tendências.

4. Desigualdade de renda.

O conceito de desigualdade foi ampliado a partir do terceiro ciclo com a inclusão de duas variáveis. Além do percentual de pessoas com renda per capita

inferior a ½ salário-mínimo, foram utilizadas as variáveis percentual de chefes de família que recebem até três salários mínimos e Índice de Gini.

Apesar de a ANEEL indicar que usou a mesma variável, percentual de pessoas com renda per capita inferior a ½ salário-mínimo, nos dois ciclos, nem o nível nem a trajetória da variável batem quando comparamos os anos em comum aos dois ciclos, como pode ser observado na Figura 2. Por isso, faremos a análise separada por ciclo.

Durante o segundo ciclo a desigualdade diminuiu na área de concessão da CELPA. O percentual de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza saltou de 48,1% em 2001 para 38,2% em 2006, apresentando variação percentual de 20,6% nesse período. Apesar dessa redução da desigualdade, a CELPA teve piora na sua posição relativa, subindo uma posição no ranking de desigualdade no período de 2001 a 2006.

Por outro lado, durante o terceiro ciclo de revisão tarifária ocorreu aumento da desigualdade na área de concessão da CELPA. O percentual de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza foi 1% maior em 2008 (51,1%) do que em 2004 (50,6%). Em todo o período desse ciclo mais da metade da população do Pará estava abaixo da linha de pobreza. Destacamos que nos anos intermediários 2005-2007 o percentual de pobreza foi maior, em torno de 55%. Assim, a CELPA teve piora relativa de duas posições no ranking de desigualdade durante o terceiro ciclo, aparecendo em 2008 como a 11ª área com maior desigualdade de renda do país.

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Figura 2. Evolução do percentual de pessoas

com renda per capita inferior a ½ salário mínimo na região sob concessão da CELPA

2º Ciclo 3º Ciclo

48,1 47,749,9 48,4

44,5

38,2

2001 2002 2003 2004 2005 2006

50,6

55,354,7 54,9

51,1

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

A Figura 3 compara a variação da desigualdade na área de concessão da CELPA em relação às demais concessionárias considerando a variável de percentual de pessoas com renda per capita inferior a ½ salário-mínimo. Calculamos a variação percentual nesse indicador durante o segundo ciclo de revisão tarifária, entre 2001 e 2006, para todas as concessionárias e as ranqueamos da maior variação para a menor.

Figura 3. Ranking de variação percentual do número de pessoas com renda per capita inferior

a ½ salário mínimo entre 2001 a 2006

-60%

-40%

-20%

0%

20%

40%

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LETR

OA

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C

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

Se compararmos a tendência das concessionárias, no segundo ciclo, com exceção de duas empresas, as demais tiveram variação negativa do índice. Ou seja, a maioria das regiões de atuação das concessionárias, inclusive aquela em que a CELPA está inserida, teve redução do índice de desigualdade no período de 2001 a 2006. Porém, observamos que a CELPA, apesar de ter apresentado retração na desigualdade, esta foi muito inferior a ocorrida nas demais concessionárias, estando

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na nona posição com a concessionária de menor redução na desigualdade. Isso justifica sua piora relativa no ranking de desigualdade durante o segundo ciclo.

Realizamos o mesmo exercício para o período do terceiro ciclo, conforme mostrado na Figura 4. Durante o terceiro ciclo de revisão tarifária, a tendência de redução da desigualdade, segundo o critério de percentual de pessoas com renda per capita inferior a ½ salário mínimo, permanece entre a maioria das empresas. Entretanto, a CELPA está entre as 13 concessionárias (das 64 consideradas) que tiveram aumento da desigualdade no período de 2004 a 2008, caracterizando uma piora relativa.

Figura 4. Ranking de variação percentual do número de pessoas com renda per capita inferior a ½

salário mínimo entre 2004 a 2008

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TAC

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Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

Em relação à nova variável inserida no terceiro ciclo de revisão tarifária, percentual de chefes de família que recebem até três salários mínimos, a variação foi de 5,8% entre os anos de 2004 e 2008, ou seja, houve piora na desigualdade da área de concessão da CELPA considerando esta variável. Entretanto, essa piora não caracterizou uma mudança relativa da CELPA no ranking formado com essa variável quando observamos os anos inicial e final.

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Figura 5. Evolução do percentual de chefes de família que recebem até

três salários mínimos na região sob concessão da CELPA

82,3

87,1

88,9

87,4 87,1

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

A Figura 6 mostra a evolução de outra variável considerada no terceiro ciclo de revisão tarifária na dimensão desigualdade, o Índice de Gini. Observamos uma retração nesse índice de 6,6% entre os anos de 2004 e 2008, indicando queda da desigualdade na área de concessão da CELPA.

Figura 6. Evolução do Índice de Gini na região

sob concessão da CELPA

0,532

0,514

0,505

0,520

0,497

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

Comparamos a evolução das condições socioeconômicas das áreas de concessão da CELPA e da Cemar (distribuidora de energia do Maranhão). Observamos que durante o segundo ciclo, ambas as áreas tiveram redução semelhante do percentual de pessoas com renda per capita inferior a ½ salário mínimo, em torno de 20%. Por outro lado, como mostra a Figura 7, durante o terceiro ciclo a área de concessão da CELPA apresentou aumento desse índice, enquanto a área de concessão da Cemar teve queda superior a 4%.

O mesmo pode ser percebido em relação às outras duas variáveis de desigualdade utilizadas. Conforme mostrado na Figura 8, a área de concessão da CELPA apresentou uma piora maior do que a área da Cemar para a variável percentual de chefes de família que recebem até três salários mínimos entre 2004 e 2008. Enquanto essa porcentagem aumentou quase 6% em 2008 com relação a

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2004 na área de concessão da CELPA, na área da Cemar esse aumento foi de 5,5%.

Em relação ao Índice de Gini (Figura 9), as duas áreas evoluíram, porém a área da Cemar apresentou melhora muito superior à observada na região da CELPA, com retração de 14,4% no Maranhão contra 6,6% no Pará.

Figura 7. Variação do percentual de pessoas com renda per capita inferior a

½ salário mínimo entre 2004 e 2008

0,9%

-4,3%

CELPA CEMAR

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

Figura 8. Variação do percentual de

chefes de família que recebem

até 3 s. m. entre 2004 e 2008

Figura 9. Variação percentual do

Índice Gini entre 2004 e 2008

5,8%

5,5%

CELPA CEMAR

-6,6%

-14,4%

CELPA CEMAR

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

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5. Criminalidade.

A criminalidade na área de concessão da CELPA vem crescendo continuamente ano após ano. O número de ocorrências delituosas registrados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará na Região Metropolitana vem crescendo a taxas alarmantes, como pode ser constatado na Tabela 5.

Tabela 5. Registro de ocorrências na RM de Belém

2007 2008 var (%)Ocorrências delituosas 105.993 128.288 21,0%Furtos e roubos 32.232 44.673 38,6%Homicídios 759 1.057 39,3%Latrocínios 120 98 -18,3%

Fonte: Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp).

Somente em 2008, o número total de ocorrências delituosas aumentou 21%. E o mais grave é que o tipo de ocorrência que apresentou a maior taxa de crescimento foi a de homicídios, que aumentou mais de 39,3% no ano. Os furtos e roubos também cresceram a uma taxa elevada, de 38,6%. Somente os latrocínios apresentaram uma queda em 2008 de 18,3%.

A dimensão violência considerada no índice de complexidade social calculado pela ANEEL é medida pelo número de óbitos por agressão. No caso da região da CELPA, observamos um aumento significativo desse número, conforme mostrado na Figura 10. A variação no período de 2001 a 2008 foi muito grande (157,1%), passando de 1,52 em 2001 para 3,91 em 2008. Durante o terceiro ciclo, esse índice aumentou 74,6%.

Figura 10. Evolução do número de óbitos por agressão

(por 100 mil habitantes)3

1,521,84

2,10 2,24

2,79 2,933,13

3,91

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

3 De 2001 a 2003 são informações provenientes da base de dados do segundo ciclo, e de 2004 a 2008 as

informações são da base de dados do terceiro ciclo.

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Na Figura 11 observamos a tendência de variação da criminalidade na área de concessão da CELPA em relação às demais concessionárias durante o segundo ciclo. Apresentamos um ranking de variação do número de óbitos por agressão para todas as concessionárias. A tendência da maior parte das empresas durante o este ciclo é positiva, ou seja, a maioria das regiões de atuação das concessionárias de energia teve aumento do índice de violência no período de 2001 a 2006, tendência seguida pela CELPA. Destacamos ainda, que a CELPA apresentou o sexto maior aumento percentual na criminalidade, o que evidencia a forte piora relativa da concessionária frente às demais em termos de violência.

O mesmo exercício foi feito para o terceiro ciclo. A Figura 12 mostra que, também no terceiro ciclo, a tendência da maioria das concessionárias é de piora na violência, e que novamente a CELPA se destaca pela piora relativamente maior (10ª maior).

Portanto, a área de concessão da CELPA, além de seguir a tendência de aumento da criminalidade das demais regiões em ambos os ciclos, apresentou piora relativamente maior, saindo de 35ª região mais violenta em 2001 para 4ª região mais violenta em 2008. Isso é fortemente refletido no percentual de perdas não técnicas da empresa.

Comparando a evolução da violência na região sob concessão da CELPA e na região sob concessão da CEMAR, observamos que ambas apresentaram crescimento do índice de violência de 2001 a 2008 (Figura 13), embora a área da CELPA tenha apresentado um aumento da violência bem superior ao observado na área da CEMAR.

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Fig

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o percentua

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entre 2001 a 200

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-25%

25%

75%

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175%

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Figura 13. Variação percentual do número de óbitos por agressão

entre 2001 e 2008

157,1%

95,7%

CELPA CEMAR

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

6. Infraestrutura.

A ANEEL considerou, nos dois últimos ciclos de revisão tarifária, para cálculo da qualidade de infraestrutura de uma região, o percentual de domicílios com abastecimento de água. A partir do terceiro ciclo, passou a usar também o percentual de domicílios cobertos pelo serviço de coleta de lixo.

Figura 14. Evolução do percentual de domicílios

com água encanada4

44,6

46,345,8

39,640,4

43,1

46,147,3

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

Percebemos que houve uma queda considerável do percentual de domicílios com água encanada de 2001 para 2004. Porém observando todo o período, de 2001 a 2008, notamos que houve um aumento de 6,0% na abrangência da distribuição de água, passando de 44,6% em 2001 para 47,3% em 2008. Apesar da melhora do serviço na área de atuação da CELPA, relativamente às regiões de outras concessionárias não houve melhora no Pará. Assim, a empresa ganhou posição no ranking, indicando piora relativa na distribuição de água encanada.

4 De 2001 a 2003 são informações provenientes da base de dados do segundo ciclo, e de 2004 a 2008 as

informações são da base de dados do terceiro ciclo.

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Quanto à variável coleta de lixo, inserida no terceiro ciclo de revisão tarifária, observamos na Figura 15 um aumento do percentual de casas atendidas pelo serviço durante os quatro primeiros anos da amostra. Entretanto, em 2008, esse número cai para 82,2%, uma redução de 6,1% em relação a 2004.

Figura 15. Evolução do percentual de domicílios

atendidos pela coleta de lixo

87,6

91,8

96,097,7

82,2

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

A Figura 16 mostra o ranking das variações percentuais durante o terceiro ciclo nas áreas de concessão das empresas de energia elétrica para a variável coleta de lixo. Apesar de a maioria das concessionárias apresentarem piora na infraestrutura das suas áreas no período de 2004 a 2008, a CELPA destaca-se por ter a 4ª maior retração desse serviço, apresentando piora relativa da infraestrutura. Essa piora relativa justifica o fato de a empresa ter passado de 13ª pior área com serviço de coleta de lixo em 204 para a 9ª pior área.

Figura 16. Ranking de variação do percentual de domicílios atendidos pela coleta de lixo entre

2004 a 2008

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Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

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Comparando as regiões atendidas pela CELPA e pela Cemar, observamos que no Maranhão ocorreu um aumento maior da porcentagem de domicílios com abastecimento de água de 2001 a 2008, uma diferença de 45,1 p.p em relação ao Estado do Pará.

Quanto à coleta de lixo, observa-se o oposto. Embora a diferença de variação entre as regiões seja muito pequena, ambas enfrentaram uma piora de infraestrutura em relação a esse quesito.

Figura 17. Variação da porcentagem de

domicílios com abastecimento de

água entre 2001 e 2008

Figura 18. Variação da porcentagem de

domicílios com coleta de lixo entre

2004 e 2008

6,0%

51,1%

CELPA CEMAR

-6,1%

-6,3%

CELPA CEMAR

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

7. Inadimplencia.

No terceiro ciclo de revisão tarifária, foi utilizada a variável de inadimplência no setor de crédito para medir o nível de comprometimento da renda da população nas regiões das concessionárias. Na área de concessão da CELPA, o índice subiu de 2,3% para 3,3%, com variação de 42,1% no período de 2004 a 2008 como mostra a Figura 19.

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Figura 19. Evolução do índice de inadimplência no setor de crédito na região sob concessão da

CELPA

2,32,7

3,73,5

3,3

2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

A Figura 20 mostra o ranking de variação percentual da variável inadimplência para as áreas de concessão das empresas distribuidoras de energia elétrica.

A CELPA aparece como 4ª empresa com maior crescimento da inadimplência. Ao compararmos a tendência das demais concessionárias durante o terceiro ciclo, mais da metade das empresas teve variação negativa do índice.

Ou seja, a maioria das regiões teve redução do índice de inadimplência no período de 2004 a 2008, enquanto a CELPA teve seu índice de inadimplência aumentado no período. Além disso, esse aumento foi o quarto maior entre as 17 concessionárias com expansão da inadimplência. Isso se reflete no ranking das concessionárias, a CELPA saltou 47ª região mais inadimplente em 2004 para 16ª em 2008.

Figura 20. Ranking de variação percentual da inadimplência

no setor de crédito entre 2004 a 2008

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Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

Comparando com a evolução da região da Cemar, vemos que a área de concessão desta teve uma forte redução da inadimplência de quase 45%, enquanto a área de concessão da CELPA sofreu um aumento significativo, superior a 40%.

Figura 21. Variação percentual do índice de inadimplência no setor

de crédito entre 2004 e 2008

42,1%

-44,1%

CELPA CEMAR

Fonte: ANEEL. Elaboração: Tendências.

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ANEXO 02

A EXPERIÊNCIA DA CELPA NO COMBATE ÀS PNT

1. Além das condições socioeconômicas muito adversas, a experiência

acumulada pela Celpa no combate às perdas não técnicas (PNT), ao longo da última

década, tem demonstrado a importância de se prestar atenção aos detalhes no

desenvolvimento e no ajuste de estratégias de combate às PNT. Durante esse

período, a Celpa passou por momentos de grande sucesso e retrocesso no combate

às PNT.

2. A seguir, citamos alguns dos elementos importantes para entender o

comportamento do nível de perdas não técnicas na área de concessão da Celpa,

assim como os projetos que a concessionária tem adotado para contornar estes

desafios.

• “Blindagem” de medidores e o Sistema de Medição Centralizado (SMC)

3. Apesar do “gancho” ter ganhado espaço nos últimos anos, a principal

forma de irregularidade na área de concessão da Celpa, quando o Grupo Rede

assumiu a concessão era a fraude na medição.

4. Para conter este tipo de fraude, a estratégia principal da Celpa foi a

“blindagem” dos medidores, utilizando-se de um sistema que ela denominou

CPRede.

5. O sistema CPRede consiste na substituição dos medidores individuais

em cada domicílio por um agrupamento de medidores em postes da rede elétrica na

rua. O chamado “olhão”, como passou a ser denominado pela população, devido às

fortes lentes de aumento instaladas nas suas tampas frontais, tinha o objetivo de

dificultar a adulteração do medidor e o desvio de energia. As primeiras redes foram

convertidas em 1999 e a substituição completa das redes integrantes do programa

foi finalizada em 2001.

6. A estratégia foi muito bem sucedida nos primeiros anos. As perdas

totais reduziram mais de 10 pontos percentuais entre 1999 e 2003. No período

seguinte, entretanto, as perdas voltaram a apresentar uma tendência de ascensão.

Uma das explicações para tal fenômeno foi o aprendizado de como fraudar energia

no CPRede.

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7. Após um determinado período de implantação do CPRede, a

participação das irregularidades feitas por meio de fraude no medidor aumentou,

conforme se verifica pela figura abaixo. Isto porque se disseminou uma nova técnica

de fraude durante essa época: a queima da bobina dos medidores eletromecânicos.

Irregularidades por tipo

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Fonte: Celpa, 2010.

8. Para lidar com esta nova realidade, a Celpa modificou sua estratégia

de blindagem. Essa nova estratégia envolve:

(i) a adoção de nova topologia de rede de distribuição, conhecida como Primário

e Secundário Horizontal (PSH), em que as linhas aéreas da rede de baixa

tensão são instaladas no mesmo nível de cruzeta da rede de média tensão,

conforme demonstrado na figura abaixo;

(ii) a implementação de sistema de medição centralizado (SMC);

(iii) a instalação de medidores digitais, que dificultam a realização de fraudes,

como por exemplo a queima de bobina; e

(iv) a instalação de visor na unidade de consumo que permite ao usuário

acompanhar o seu consumo de energia elétrica.

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Rede PSH: estrutura B1H e ligação do concentrador

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9. A CELPA iniciou a instalação dos medidores digitais em alguns

projetos pilotos em 2006 e a instalação em alimentadores completos a partir de

2007. Em 2007 foi publicada a Portaria Inmetro nº 371, que teve como reflexo

imediato a proibição da Celpa de faturar o consumo indicado por novos medidores

digitais que vinha utilizando. Somente a partir de setembro de 2009, com a

publicação da Resolução ANEEL nº 213, é que a Celpa foi autorizada a realizar a

cobrança do consumo dos clientes com estes medidores digitais instalados em

unidades consumidoras.

10. Após a liberação pelo INMETRO, todos os equipamentos que estavam

instalados e os adquiridos tiveram que passar por um processo de readequação.

Com a conclusão da readequação realizada em 2010, somente a partir de 2011 foi

possível efetuar a cobrança do total de consumidores faturados por meio da medição

digital. A evolução desse projeto pode ser verificada conforme gráfico seguinte:

Fonte: Celpa, 2010.

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Evolução Medição Eletrônica Celpa

Fonte: Celpa/GRE, 04/2011.

11. Existem, atualmente na Celpa, 61 alimentadores na região

metropolitana de Belém com essa tecnologia, alcançando, em 2011, um total de

103.167 unidades consumidoras com medidores de energia digitais instalados em

campo, dentre os quais, 100.031 consumidores estão ativados para faturamento.

12. Como resultado da implementação dessa tecnologia, pode-se salientar

a redução nas perdas de energia no alimentador MT-02, localizado na SE Marituba,

onde o projeto foi implantado praticamente em toda a rede deste alimentador, tendo

havido uma redução na perda anual de 25,67% se comparado a setembro/2010

(maior perda) a fevereiro/2012 (status atual).

Perda Anual (%) do Alimentador MT-02 com SMC

Fonte: Celpa, 2011.

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• Instalação de Cubículo de Medição Externo para UC de MT

13. Para o combate às perdas de energia

nas unidades consumidoras do Grupo A foi

desenvolvido um sistema “blindado” ainda mais

robusto, denominado Systrafo MT, que está sendo

adotado em áreas com um histórico de elevadas

Perdas Não Técnicas - PNT. Todos os

equipamentos são instalados fora das

dependências da unidade consumidora e a

telemetria é empregada para passar os dados de consumo e demanda para a

central da concessionária.

14. Este projeto teve inicio em 02/2008, com a instalação de 438 conjuntos

de medição distribuídos entre a região metropolitana de Belém e o interior do

Estado.

15. Para a efetividade deste projeto a CELPA, a partir de 10/2009, passou

a contar com o contrato de performance, onde buscou um parceiro para instalação

dos equipamentos de medição, sendo valorizado o kWh agregado por conjunto

instalado, durante 12 meses. Nesta segunda fase do projeto o contrato foi realizado

com a empresa Landis+Gyr com a instalação de 600 unidades, entre out/2009 e

out/2010. Durante o período de 2008 a 2011, a energia agregada em todo o projeto

foi de 154 GWh, totalizando-se 1.077 unidades consumidoras com os equipamentos

instalados.

16. Para o ano de 2012, a previsão de instalação é de mais 197 conjuntos

de telemedição, distribuídos em 56 unidades para a área metropolitana de Belém e

141 unidades para o interior do Pará.

17. Nessa terceira fase, a Celpa irá investir de forma tradicional para

instalação dos conjuntos de telemedição, nos quais está prevista a aplicação de R$

3,7 milhões em todo o projeto. Com a instalação dessas medições espera-se para

2012 uma energia agregada de 10 GWh, representando uma recuperação de 0,07%

na curva de perdas total da Celpa.

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• Regularização de Clientes sem Medição

18. A Celpa, em setembro/2009, iniciou o programa para regularização de

clientes sem medição, visando a instalação de medidores em unidades

consumidoras que se encontram a forfait, tanto em CPRede quanto em medição

convencional.

19. Apesar de o projeto original ter contemplado a instalação de 35.000

medidores, foram regularizadas 86.000 unidades consumidoras sem medição.

20. Com objetivo de envolver todos os processos no combate ao forfait, a

ligação nova também foi foco para instalação de medição com padrão CPRede ou

convencional. Em dezembro/2011 o número de clientes sem medição na Celpa

correspondia a 19.972. Essas UCs estão localizadas em áreas de risco, onde a

Celpa ao longo do projeto já havia realizado a implantação de medição, porém no

decorrer do tempo os medidores foram danificados/extraviados em decorrência de

atos de vandalismo.

21. Com a implantação do novo projeto de blindagem da medição, essas

áreas serão novamente regularizadas.

22. Abaixo, pode-se acompanhar a evolução do projeto evidenciando o

quantitativo de medições instaladas. Esse programa foi concluído em maio de 2010,

gerando um retorno da ordem de 7 GWh/mês. Apesar de o projeto ter sido concluído

em maio/2010, a Celpa continua executando ações para regularização de clientes

sem medição.

Fonte: Celpa, 2011.

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• Projeto High Performance

23. Esse projeto visa reduzir as perdas de energia elétrica nas

subestações que possuem grande participação nas perdas da Celpa e que não

estão com a curva de perdas anualizada em crescimento acentuado.

24. A escolha das subestações (SEs) leva em consideração as perdas

absolutas e a sua contribuição no total das perdas, além da topologia das regiões

(dificuldade de deslocamento de equipes para operações em localidades com

grande incidência de fraudes).

25. Os serviços a serem executados em clientes do grupo “B” obedecerão

ao detalhamento dos procedimentos da Celpa.

26. O modelo contratual de performance está sendo aplicado nos

alimentadores de perdas médias (de 15% a 40%), onde o parceiro assume todo o

risco do negócio, com estrutura de equipes de campo, administrativa e de

planejamento. A concessionária remunera somente a energia recuperada, a qual é

monitorada por meio de metas previamente estipuladas em contrato.

27. Com um total de 260 equipes de perdas atuando em 101

alimentadores, o projeto teve início na região metropolitana de Belém e foi

implementado posteriormente para o interior do Estado. Estes alimentadores

compõem um bloco abrangendo cerca de 560 mil consumidores faturados e com

uma perda de 829 GWh/ano, o que representa 26,90% da perda anual da Celpa.

28. Desde o início do projeto performance a energia total agregada foi de

31 GWh. Para todo o projeto está prevista uma recuperação é de 568,5 GWh,

representando uma redução de 3,74% na perda anual da Celpa.

29. Também como medida de combate às perdas em áreas críticas, a

Celpa manterá, equipes de fiscalização convencionais em sua área de concessão,

atuando em áreas não atingidas pelo projeto performance.

• Projeto Caixa de Medição Blindada – CMB

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30. Para o combate às perdas de energia, a CELPA inova com o

desenvolvimento de mais uma ferramenta para coibir o furto de energia em sua área

de concessão.

31. O projeto para desenvolvimento da “Caixa de Medição Blindada-CMB”

foi iniciado em maio de 2011, visando à implantação principalmente em áreas onde

os índices de perdas são elevados e a Celpa encontra grandes dificuldades de

implementação de ações de combate às perdas de energia e inadimplência.

32. Para este projeto está prevista a implantação em 125 mil unidades

consumidoras, abrangendo áreas localizadas na região metropolitana de Belém e

interior do Estado.

33. A CMB foi desenvolvida para atender de 60 a 100 unidades

consumidoras simultaneamente. Consiste em um quadro composto basicamente de

concreto revestido de “folhas” metálicas, inclusive nas portas.

Fonte: Celpa,

Fonte:Celpa, 2011.

Visão externa e interna da Caixa de Medição

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34. A principal característica deste projeto é combater o furto de energia,

tanto na medição quanto na rede de baixa tensão, impedindo as ligações

clandestinas – “ganchos”.

35. Com o advento desse sistema, a população das áreas onde o sistema

foi instalado irá se beneficiar de melhores condições de qualidade no fornecimento

de energia elétrica, uma vez que as ligações clandestinas estarão inviabilizadas.

36. Há previsão, também, de que não haverá ocorrência no sistema

(interrupções no fornecimento) em razão de “Papagaios e Pipas”.

37. Os circuitos dos transformadores serão redimensionados e menos

extensos, e os transformadores implantados nos seus devidos centros de carga.

38. Esse novo padrão disponibiliza uma melhor visualização do registrador

de leitura, em função de ter características semelhantes às dos prédios de múltiplas

unidades consumidoras.

39. Destaca-se, ainda, como forte característica do projeto, o acesso visual

do cliente aos medidores de energia, com possibilidade, inclusive, de

acompanhamento de consumo e leitura diária.

Fonte: Celpa, 2011.

Acesso facilitado para leitura - CMB

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40. Com a implantação do projeto Caixa de Medição Blindada em

maio/2012, a Celpa vem desenvolvendo a troca contínua de todos os equipamentos

de medição nas áreas por ele atingida, proporcionando assim maior rotatividade dos

mesmos.

41. Para implantação do projeto CMB foram selecionados os alimentadores

com perdas elevadas ou situados em área crítica, geralmente com perdas acima de

35% anual. Nestas áreas a perda de energia chega a aproximadamente 266 GWh

ao ano.

42. A Celpa iniciou, em novembro/2011, a implantação do projeto no

alimentador AM-03, da subestação Augusto Montenegro. Com cerca de 4.000

unidades consumidoras faturadas e uma perda de aproximadamente 12 GWh/ano, o

alimentador AM-03 foi o escolhido para implantação de 100 caixas de medição, com

o intuito de se obter o primeiro alimentador com medição totalmente “blindada”.

43. Abaixo seguem as perdas do AM-03 com faturamento parcial (30

caixas – ciclo de leitura cheio em Abril) e faltando apenas 11 caixas para completar

todo o alimentador:

44. Existem 100 caixas instaladas em campo e já aptas para faturamento

no sistema. Como resultado dessa primeira parte do projeto, a perda acumulada das

caixas blindadas instaladas apresenta perda de 0,91 % em Abril/2012.

45. Para o projeto é previsto a instalação nestas áreas de 1.563 caixas

blindadas, contemplando 125 mil unidades consumidoras, o que representará um

agregado de 162 GWh, ou uma redução de 1,07% na curva de perdas da Celpa.

Para implantação do projeto será necessário um investimento de R$ 100 milhões.

46. Após a liberação deste investimento, no decorrer de 15 meses, o

projeto será desenvolvido ao longo de alimentadores localizados na área

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metropolitana de Belém, dentre os quais estão destacados conforme tabela abaixo,

assim como a projeção de recuperação após implantação do projeto em cada

alimentador.

Projeção Orçamentária

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Cronograma de Implantação

• Regularização de Áreas de Invasão.

47. Atualmente a Celpa possui cerca de 114.000 UCs em áreas de invasão,

divididas em 322 áreas de ocupação.

48. Este projeto será aplicado para a Região Metropolitana de Belém e para o

Interior do Estado, com prioridade de execução para Marabá. Esse projeto

teve início em novembro de 2010 em Marabá e cerca de 25.000 UCs já foram

regularizadas. A previsão é de regularização de mais 100.000 UC’s.

49. Com a regularização destas áreas é previsto uma energia agregada de 136

GWh, o que representa uma redução 0,9% na curva de perda total da Celpa.

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Área da Bela Vista em Marabá – Regularizada com Rede Multiplexada e CPRede

Área de Invasão denominada Ibifan – ao lado da Celpa - Regional

Ante��

Depois

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ANEXO 03

Carta VPRE/703/11, de 22 de novembro de 2011.

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