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NOTÍCIAS O FUTURO DA EDUCAÇÃO E OS NOVOS PREFEITOS - A partir do diagnóstico da realidade e projeção da população até cinco anos, é tarefa dos novos prefeitos planejar a expansão das matrículas na creche e na pré-escola. Em 2012, havia no ES 99 mil crianças de 4 e 5 anos e 92 mil matrícula na pré-escola. A universalização da pré-escola exigirá mais 2,7 mil vagas até 2016. LEIA MAIS INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL CRESCE E DESAFIA ESCOLAS - O ator Ariel Goldenberg, de 32 anos, espera que o premiado “Colegas”, que estreou nesta sexta-feira (1º) no cinema, contando as aventuras de três jovens com síndrome de Down que fogem de uma instituição assistencial (veja a crítica do filme), chame a atenção para a inclusão das pessoas com deficiência intelectual na sociedade, a começar pela escola. “Queremos que as pessoas olhem para os deficientes com outros olhos”, diz Ariel, que ficou famoso nas redes sociais após a divulgação do sonho de receber uma visita do ator norte-americano Sean Penn. LEIA MAIS EDITORIAL: ENSINAR EM CASA - Embora o ensino domiciliar, em tese, seja uma opção válida, entendida como um direito dos pais há várias circunstâncias que desaconselham sua legalização no Brasil, afirma jornal. LEIA MAIS PROJETO FIXA REQUISITOS FÍSICOS MÍNIMOS DE NOVA ESCOLA - O texto afirma que prefeitos e governadores que tenham autorizado construções fora dos padrões estabelecidos passam a ser inelegíveis enquanto durar a apuração das irregularidades cometidas. LEIA MAIS FRACASSO ESCOLAR É MAIS RECORRENTE ENTRE ALUNOS NEGROS - A porcentagem de alunos negros com mais de dois anos de atraso escolar chega a 14% no Brasil. Entre alunos brancos, a taxa cai pela metade: 7%. Além disso, apenas metade dos estudantes negros, ao atingir o 6º ano do Ensino Fundamental, tem a idade correta para o ano em que estuda. Os números estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011. LEIA MAIS ESTUDO MOSTRA QUE METADE DOS ESTUDANTES CONCLUIU O ENSINO MÉDIO NA IDADE ADEQUADA - Pouco mais da metade [51,1%] dos estudantes concluíram o ensino médio em idade considerada adequada, aos 19 anos. No ensino fundamental, 64,9% concluem aos 16 anos, segundo o quinto relatório de monitoramento das 5 Metas do movimento TPE (Todos pela Educação), divulgados nesta quarta (6). Anualmente, a entidade divulga estudo com os resultados da educação brasileira em relação a metas estipuladas para até 2022. Os resultados não atingiram a meta. LEIA MAIS TCU VAI AUDITAR AÇÕES DOS GOVERNOS NO ENSINO MÉDIO EM TODO O BRASIL - No dia 21 de março, o Tribunal de Contas da União (TCU) assinou com os Tribunais de Contas dos Estados, em Brasília, um termo de cooperação para realizar uma auditoria coordenada para identificar os problemas que afetam a qualidade do ensino médio no Brasil. No final, os tribunais de contas estaduais vão encaminhar os resultados para o TCU que criará um único relatório. A previsão é concluir o trabalho até dezembro. Será uma ação inédita no país. LEIA MAIS POLÍCIA MILITAR CONCLUI PRIMEIRO CURSO DO PROERD VOLTADO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL NO ES - A Polícia Militar, por meio da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Interativa (DDHPI) encerrou na última sexta-feira (08) o primeiro curso Proerd para educação infantil e o novo currículo do 7º ano chamado "Caindo na Real". Foram capacitados 36 militares, que já são instrutores e agora poderão aplicar os dois novos currículos. LEIA MAIS PLENÁRIO VOTA PRAZO PARA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA FAZER CURSO SUPERIOR - O Plenário votou e encaminhou para sanção do Senado no dia 12 a proposta que dá prazo de seis anos para os professores da educação básica com a formação em nível médio, na modalidade normal, concluírem curso de licenciatura de graduação plena (PL 5395/09). Esse prazo, contado da posse em cargo docente da rede pública de ensino, não se aplicará a professores com formação em ensino médio de modalidade normal que trabalhem em creches, na pré-escola e nos anos iniciais do ensino fundamental. INTEIRO TEOR INFORMATIVO CAPE/MPES 10 MARÇO 2013 EQUIPE CAPE Dirigente: Fabiula de Paula Secchin Agentes de Apoio: Geisa Genaro Rodrigues e Susete Ferreira Magalhães. Assessoria Técnica Pedagógica: Camila Ferreira Moreira Agente Técnico (Assistente Social): Andreia Lima de Cristo Fernanda Talita F. da Cruz Telefone: (27) 3194-4733/4734 Fax: (27) 3194-4623 Email: [email protected] “A mais importante busca humana é esforçar-se pela moralidade em nossa ação. Nosso equilíbrio interno, inclusive da existência, depende disso. Somente a moralidade em nossas ações pode dar beleza e dignidade à vida. Fazer disso uma força viva e trazê-la para a consciência é talvez a tarefa principal da educação.” (Albert Einstein)

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NOTÍCIAS

O FUTURO DA EDUCAÇÃO E OS NOVOS PREFEITOS - A partir do diagnóstico da realidade e projeção da população até cinco anos, é tarefa dos novos prefeitos planejar a expansão das matrículas na creche e na pré-escola. Em 2012, havia no ES 99 mil crianças de 4 e 5 anos e 92 mil matrícula na pré-escola. A universalização da pré-escola exigirá mais 2,7 mil vagas até 2016. LEIA MAIS INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL CRESCE E DESAFIA ESCOLAS - O ator Ariel Goldenberg, de 32 anos, espera que o premiado “Colegas”, que estreou nesta sexta-feira (1º) no cinema, contando as aventuras de três jovens com síndrome de Down que fogem de uma instituição assistencial (veja a crítica do filme), chame a atenção para a inclusão das pessoas com deficiência intelectual na sociedade, a começar pela escola. “Queremos que as pessoas olhem para os deficientes com outros olhos”, diz Ariel, que ficou famoso nas redes sociais após a divulgação do sonho de receber uma visita do ator norte-americano Sean Penn. LEIA MAIS EDITORIAL: ENSINAR EM CASA - Embora o ensino domiciliar, em tese, seja uma opção válida, entendida como um direito dos pais há várias circunstâncias que desaconselham sua legalização no Brasil, afirma jornal. LEIA MAIS

PROJETO FIXA REQUISITOS FÍSICOS MÍNIMOS DE NOVA ESCOLA - O texto afirma que prefeitos e governadores que tenham autorizado construções fora dos padrões estabelecidos passam a ser inelegíveis enquanto durar a apuração das irregularidades cometidas. LEIA MAIS FRACASSO ESCOLAR É MAIS RECORRENTE ENTRE ALUNOS NEGROS - A porcentagem de alunos negros com mais de dois anos de atraso escolar chega a 14% no Brasil. Entre alunos brancos, a taxa cai pela metade: 7%. Além disso, apenas metade dos estudantes negros, ao atingir o 6º ano do Ensino Fundamental, tem a idade correta para o ano em que estuda. Os números estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011. LEIA MAIS ESTUDO MOSTRA QUE METADE DOS ESTUDANTES CONCLUIU O ENSINO MÉDIO NA IDADE ADEQUADA - Pouco mais da metade [51,1%] dos estudantes concluíram o ensino médio em idade considerada adequada, aos 19 anos. No ensino fundamental, 64,9% concluem aos 16 anos, segundo o quinto relatório de monitoramento das 5 Metas do movimento TPE (Todos pela Educação), divulgados nesta quarta (6). Anualmente, a entidade divulga estudo com os resultados da educação brasileira em relação a metas estipuladas para até 2022. Os resultados não atingiram a meta. LEIA MAIS TCU VAI AUDITAR AÇÕES DOS GOVERNOS NO ENSINO MÉDIO EM TODO O BRASIL - No dia 21 de março, o Tribunal de Contas da União (TCU) assinou com os Tribunais de Contas dos Estados, em Brasília, um termo de cooperação para realizar uma auditoria coordenada para identificar os problemas que afetam a qualidade do ensino médio no Brasil. No final, os tribunais de contas estaduais vão encaminhar os resultados para o TCU que criará um único relatório. A previsão é concluir o trabalho até dezembro. Será uma ação inédita no país. LEIA MAIS POLÍCIA MILITAR CONCLUI PRIMEIRO CURSO DO PROERD VOLTADO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL NO ES - A Polícia Militar, por meio da Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Interativa (DDHPI) encerrou na última sexta-feira (08) o primeiro curso Proerd para educação infantil e o novo currículo do 7º ano chamado "Caindo na Real". Foram capacitados 36 militares, que já são instrutores e agora poderão aplicar os dois novos currículos. LEIA MAIS PLENÁRIO VOTA PRAZO PARA PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA FAZER CURSO SUPERIOR - O Plenário votou e encaminhou para sanção do Senado no dia 12 a proposta que dá prazo de seis anos para os professores da educação básica com a formação em nível médio, na modalidade normal, concluírem curso de licenciatura de graduação plena (PL 5395/09). Esse prazo, contado da posse em cargo docente da rede pública de ensino, não se aplicará a professores com formação em ensino médio de modalidade normal que trabalhem em creches, na pré-escola e nos anos iniciais do ensino fundamental. INTEIRO TEOR

INFORMATIVO CAPE/MPES 10

MARÇO 2013

EQUIPE CAPE

Dirigente: Fabiula de

Paula Secchin

Agentes de Apoio:

Geisa Genaro Rodrigues e Susete Ferreira

Magalhães.

Assessoria Técnica Pedagógica:

Camila Ferreira Moreira

Agente Técnico (Assistente Social):

Andreia Lima de Cristo Fernanda Talita F. da

Cruz

Telefone:

(27) 3194-4733/4734 Fax: (27) 3194-4623

Email:

[email protected] “A mais importante busca humana é esforçar-se pela moralidade em nossa ação. Nosso equilíbrio interno, inclusive da existência, depende disso. Somente a moralidade em nossas ações pode dar beleza e dignidade à vida. Fazer disso uma força viva e trazê-la para a consciência é talvez a tarefa principal da educação.” (Albert Einstein)

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INFORMATIVO CAPE/MPES 10

MARÇO 2013

EDUCAR INDÍGENAS É DESAFIO PARA ESCOLAS DENTRO E FORA DAS ALDEIAS - É importante se fazer uma avaliação da realidade da fala dessas crianças e de suas famílias para se tomar uma decisão adequada a cada realidade. É um desafio que traz a oportunidade de muita reflexão e possibilidades de inovações pedagógicas na perspectiva de valorizar a diversidade sociocultural e promover uma aprendizagem significativa e contextualizada, diz. LEIA MAIS ABMP E TODOS PELA EDUCAÇÃO LANÇAM LIVRO EM ABRIL - No dia 02 de abril, terça-feira, o movimento Todos pela Educação e a ABMP lançam o livro Justiça pela Qualidade na Educação durante um seminário para discutir o tema, em São Paulo. O livro reúne série de artigos produzidos por profissionais do direito e da educação que buscam contribuir para o diálogo entre as duas áreas. De acordo com o promotor de justiça do estado de São Paulo e autor de um dos artigos da obra, Luiz Antonio Miguel Ferreira, a publicação traz importantes reflexões sobre um tema que ainda é discutido em poucas obras. DROGAS EM ESCOLA - Aluno de escola estadual de Jardim Limoeiro, na Serra, é flagrado com cocaína dentro da instituição. O delegado titular da Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei afirmou que as escolas públicas e particulares onde acontece o tráfico de drogas não denunciam para não perderem alunos. O procurador de Justiça Sócrates de Souza diz que o tráfico de drogas dentro ou no entorno das escolas está longe de acabar por causa do medo que os funcionários dessas instituições têm de denunciar. A Sedu afirmou que tem comitê contra drogas e ainda neste semestre trabalhará a questão das drogas nas escolas em projetos. LEIA MAIS REDES DE ENSINO DEVEM DEFINIR CALENDÁRIO DE FÉRIAS DURANTE COPA DO MUNDO - Com a aproximação da Copa do Mundo de Futebol de 2014, o Ministério da Educação (MEC) recomenda que os sistemas do país ajustem o calendário de aula durante o período do evento, especialmente nos locais que vão sediar os jogos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) dia 19. O MEC entende que a Lei Geral da Copa (12.663/2012) não pode se sobrepor à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/1996). LEIA MAIS

MEC: CRECHES PODEM FICAR FECHADAS DURANTE FÉRIAS - O Ministério da Educação (MEC) homologou dia 19 parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que permite que Creches públicas fechem durante as férias Escolares. O parecer ressalta que a responsabilidade pelo atendimento das crianças, no período de férias, deve ficar a cargo da área de assistência social. LEIA MAIS NECESSIDADE DE NOVAS LEIS COM GARANTIAS A PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN DIVIDE OPINIÕES - Pelo menos seis propostas que asseguram direitos a pessoas com síndrome de Down tramitam atualmente no Congresso Nacional: uma no Senado e cinco na Câmara dos Deputados, de acordo com levantamento feito pela Agência Brasil. Quando o assunto diz respeito à legislação para pessoas com a alteração genética, as opiniões são divergentes. LEIA MAIS ESCOLA É INTERDITADA PELA DEFESA CIVIL - Pais de alunos da Escola Municipal Reverendo Jader Gomes, em Cachoeiro de Itapemirim, estão preocupados em deixar seus filhos na instituição com medo de que o prédio desabe. Parte da construção foi interditada devido às chuvas que atingiram o município nos últimos dias. De acordo com a Secretária Municipal de Educação, o Prédio tem 40 anos e nunca sofreu reforma. LEIA MAIS

SEMANA DE MOBILIZAÇÃO DA CONAE/2014 MOVIMENTA FÓRUNS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO - O Fórum Nacional de Educação (FNE) promove, de 18 a 22 de março, a Semana de Mobilização para a Conferência Nacional de Educação (CONAE) de 2014. Nesse período, o FNE orienta que os Fóruns Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Educação e/ou as comissões organizadoras de conferências em diversas localidades do País realizem atividades com a finalidade de envolver a sociedade nas discussões pertinentes à CONAE/2014 e à melhoria da qualidade da educação no Brasil. LEIA MAIS EDUCAÇÃO APROVA CUIDADOR NAS ESCOLAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA A Comissão de Educação aprovou na quarta-feira (20) proposta que torna obrigatória a presença de cuidador em escolas regulares para acompanhar alunos com deficiência quando necessário. LEIA MAIS / ÍNTEGRA DA PROPOSTA

INFORMATIVO CAPE/MPES 10

MARÇO 2013

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JURISPRUDÊNCIAS Agravo de Instrumento n.º 19614-67.2012.8.08.0035 TJES – 2013 – JORNADA DE TRABALHO DO PROFESSOR Agravante: Município de Vila Velha e outros Agravado: Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública - SINDIUPES Relator: Des. Álvaro Manoel Rosindo Bourguignon ACÓRDÃO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. JORNADA DE TRABALHO DO PROFESSOR. LEI MUNICIPAL Nº 4.670/2008. PLANO DE CARGOS, CARREIRA E REMUNERAÇÃO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA. 25 HORAS SEMANAIS. CARGA HORÁRIA AOS SÁBADOS. EXCEPCIONALIDADE INEXISTENTE. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. A Lei Municipal nº 4.670/2008, que instituiu o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério Público do Município de Vila Velha, em especial pelo disposto no artigo 7º que dispõe ser 25 (vinte e cinco) horas semanais a jornada de trabalho do professor e com a Lei de Diretrizes e Bases. 2. No § 3º do referido artigo 7º consta que ¿a jornada de 25 (vinte e cinco) horas semanais de Professores em função docente compreende 20 (vinte) horas de atividades com os alunos e 05 (cinco) horas de atividades pedagógicas.¿ 3. Quanto à carga horária especial, o artigo 8º da Lei nº 4.670/2008 dispõe que é o exercício temporário de magistério de excepcional interesse de ensino que será estendida aos profissionais em função docente, pedagógica e de coordenação. 4. Já pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a Educação no Brasil, as escolas devem cumprir pelo menos 200 dias letivos anuais, distribuídos em dois semestres. 5. Nesses dias letivos não estão inclusos os exames de final de ano, intervalos e nem os recreios, que são contabilizados à parte. Além disso, reuniões de planejamento e outras atividades dos professores sem a presença dos alunos também não fazem parte dos 200 dias letivos, que são aqueles programados para aula. 6. Saliente-se que a LDB prevê adaptações do calendário escolar de acordo com peculiaridades locais ou até climáticas. Ou seja, em caso de catástrofes naturais ou epidemias infectocontagiosas os duzentos dias letivos provavelmente não serão cumpridos e, nesses casos, as aulas poderão ser repostas em períodos livres do dia, aos sábados ou até mesmo encurtar as próximas férias. 7. No caso em tela não há notícias que tenha ocorrido alguma peculiaridade local ou climática que tenha dado azo a necessidade de instituição de carga horária especial pelo Município de Vila Velha para o exercício do magistério na rede municipal de ensino aos sábados. 8. Recurso conhecido e desprovido. VISTOS, relatados e discutidos, estes autos em que estão as partes acima indicadas. ACORDA a Egrégia Segunda Câmara Cível, na conformidade da ata e notas taquigráficas que integram este julgado, à unanimidade de votos, conhecer do presente recurso para desprovê-lo, nos termos do voto proferido pelo E. Relator. (TJES, Classe: Agravo de Instrumento, 35129002248, Relator : ÁLVARO MANOEL ROSINDO BOURGUIGNON, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 05/03/2013, Data da Publicação no Diário: 13/03/2013)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA ADI 4167 - STF - PISO SALARIAL - EFICÁCIA DA DECISÃO DE MÉRITO DESDE 27 DE ABRIL DE 2011 O Tribunal determinou a correção do erro material constante na ementa do acórdão embargado, para que a expressão “ensino médio” seja substituída por “educação básica”, e determinou a retificação da ata de julgamento para registrar que a ação direta de inconstitucionalidade não foi conhecida quanto aos arts. 3º e 8º da Lei nº 11.738/2008, por perda superveniente de seu objeto. Em seguida, o Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, Ministro Joaquim Barbosa (Relator), acolheu os embargos de declaração para assentar que a Lei nº 11.738/2008 tenha eficácia a partir da data do julgamento do mérito desta ação direta, ou seja, 27 de abril de 2011, vencido o Ministro Marco Aurélio, que acolhia os embargos em maior extensão. Impedido o Ministro Dias Toffoli. (ADI 4167, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Plenário, julgado em 27/02/2013, publicado em 08/03/2013). AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 70053262457 TJRS – 2013 – TRANSPORTE ESCOLAR EM VEÍCULO PARCIALMENTE ADAPTADO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Transporte escolar. Estudante deficiente físico e intelectual. Garantia Constitucional à Educação. Antecipação de tutela deferida na origem. Manutenção. Explicitação da matéria. (TJRS Agravo de Instrumento, Relatora: Des.ª Sandra Brisolara Medeiros, nº 70053262457, Sétima Câmara Cível, Julgado em 01/03/2013).

INFORMATIVO CAPE/MPES 10

MARÇO 2013

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INFORMATIVO CAPE/MPES 04

AGOSTO 2012

APELAÇÃO CÍVEL Nº 066060000198 TJES – 2013 - PRÁTICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA POR SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

APELAÇÃO CÍVEL Nº 066060000198 APELANTE: VAGNER CÂNDIDO DA SILVA APELADO:

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL - MPES RELATOR DESEMBARGADOR RONALDO

GONÇALVES DE SOUSA ACÓRDÃO EMENTA: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA -

MUNICÍPIO DE MARILÂNDIA - SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO - DESVIO DE VERBA

PÚBLICA - PARAMENTO DE HORAS EXTRAS A PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS. O

objetivo da Lei de Improbidade é promover o disciplinamento e punição de todo aquele sujeito

que venha lesar de maneira direta ou indireta a res pública, devendo o julgador valer-se dos

mecanismos e punições que dela se extraem. Conforme salientou a precisa doutrina de

Gustavo Senna Miranda, ao falar dos reflexos dos atos de improbidade administrativa: [...] não

resta dúvida de que quando aquele que tem por função servir o público se utiliza dela para

satisfazer interesses particulares, acaba por atingir interesse de toda coletividade, causando

vários reflexos deletérios na sociedade, do que se conclui que seu ilícito é de natureza difusa, já

que atinge vítimas indeterminadas. Inegavelmente, muito pior que o ladrão, o homicida, enfim,

do que o criminoso comum, é o corrupto, o dilapidador dos cofres públicos, da moral

administrativa, pois, sua conduta ilícita acaba atingindo o direito de um número indeterminado

de pessoas, impossibilitando investimentos em diversas áreas e projetos sociais, como, por

exemplo, os relativos a segurança pública, no combate à fome, à educação, saúde, priva

milhões de brasileiros de suas necessidades básicas, fundamentais para a sobrevivência ¿ com

dignidade ¿ da pessoa humana. (MIRANDA, Gustavo Senna. Princípio do juiz natural e sua

aplicação na lei de improbidade administrativa, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 130).

Comprovado o ato de improbidade administrativa, que à luz do entendimento majoritário

independe de dolo do agente, e sendo a penalidade aplicada condizente com a

proporcionalidade e razoabilidade, não há que se reformar a sentença condenatória.

Atualmente, para haver a caracterização de ato de improbidade administrativa não é necessário

a existência da intenção de lesar ou a inda a existência da dano ao erário, mas tão-somente a

existência de ILICITUDE administrativa ou algum ato de imoralidade, ou até mesmo de

incompetência administrativa. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJES, Classe:

Apelação, 66060000198, Relator: RONALDO GONÇALVES DE SOUSA, Órgão julgador:

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de Julgamento: 05/03/2013, Data da Publicação no Diário:

15/03/2013)

APELAÇÃO nº 0000281-60.2011.8.26.0069 TJSP – 2013 – DETERMINAÇÃO DE MATRÍCULA APESAR DE ANTERIOR EVASÃO ESCOLAR APELAÇÃO. CONSTITUCIONAL. DIREITO À EDUCAÇÃO. PRETENSÃO DE OBTENÇÃO DE VAGA PARA MENOR EM ESCOLA ESTADUAL. CONTINUIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL. AUSÊNCIA DE VAGA. INADMISSIBILIDADE. DEVER DO ESTADO EM ASSEGURAR O DIREITO PLEITEADO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. MANUTENÇÃO. APELAÇÃO DENEGADA. (TJSP, Apelação nº 0000281-60.2011.8.26.0069, Relator: Desembargador Amorim Cantuária, 3ª Câmara, Julgado em 23/02/2013). SENTENÇA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA ANULA CLÁUSULA CONTRATUAL QUE EXIGIA DA FAMÍLIA DE ALUNO COM DEFICIÊNCIA O PAGAMENTO DE ENCARGOS REFERENTES AO ATENDIMENTO ESPECIALIZADO O Ministério Público de Goiás, por meio da Promotoria de Catalão, ajuizou Ação Civil Pública em desfavor de estabelecimento de ensino particular, devido à cobrança indevida de despesa pedagógica especial, prestada aos alunos com deficiência. A criança tutelada no caso é portadora de transtorno do espectro autista e necessita de assistência especial no âmbito escolar para desempenho de suas atividades. Ela já frequentava a escola sem nenhum custo adicional, todavia, no ano de 2013 o colégio decidiu alterar o contrato, de adesão, cobrando pelo apoio pedagógico. Os pedidos, com requerimento de tutela antecipada, tiveram por objeto a imediata matrícula da criança, ficando a cargo e custeada pela requerida a disponibilização de acompanhamento especializado, e a suspensão da eficácia da cláusula contratual abusiva. O juiz de primeiro grau concedeu a tutela antecipada e, na sentença definitiva, julgou procedente os pedidos iniciais do Parquet. Acesse aqui Petição Inicial e Decisão

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MARÇO 2013

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INFORMATIVO CAPE/MPES

04 AGOSTO 2012

Apelação Cível em Mandado de Segurança 2012.079397-5 – TJSC 2013 – TAC NÃO PODE SER EMPREGADO COMO JUSTIFICATIVA PARA VIOLAÇÃO A DIREITO SUBJETIVO DA CRIANÇA ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL - TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA - EXISTÊNCIA CLARIVIDENTE DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO VIOLADO 1 "- A educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível, que, deferida às crianças, a estas assegura, para efeito de seu desenvolvimento integral, e como primeira etapa do processo de educação básica, o atendimento em creche e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV). "- Essa prerrogativa jurídica, em consequência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de que se reveste a educação infantil, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta, em favor das "crianças até 5 (cinco) anos de idade" (CF, art. 208, IV), o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão governamental, apta a frustrar, injustamente, por inércia, o integral adimplemento, pelo Poder Público, de prestação estatal que lhe impôs o próprio texto da Constituição Federal. "- A educação infantil, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental. "- Os Municípios - que atuarão, prioritariamente, no ensino fundamental e na educação infantil (CF, art. 211, § 2º) - não poderão demitir-se do mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi outorgado pelo art. 208, IV, da Lei Fundamental da República, e que representa fator de limitação da discricionariedade político- -administrativa dos entes municipais, cujas opções, tratando-se do atendimento das crianças em creche (CF, art. 208, IV), não podem ser exercidas de modo a comprometer, com apoio em juízo de simples conveniência ou de mera oportunidade, a eficácia desse direito básico de índole social."- Embora inquestionável que resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e executar políticas públicas revela-se possível, no entanto, ao Poder Judiciário, ainda que em bases excepcionais, determinar, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas, sempre que os órgãos estatais competentes, por descumprirem os encargos políticos-jurídicos que sobre eles incidem em caráter mandatório, vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional. A questão pertinente à 'reserva do possível'" (STF, AI n. 677274, Min. Celso de Mello). 2 A celebração de Termo de Ajustamento de Conduta entre o Ministério Público e o Município para a solução das vagas em creches não pode autorizar a violação do direito subjetivo da criança à respectiva matrícula. (TJSC, Apelação Cível em Mandado de Segurança n. 2012.079397-5, de Itajaí, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros, j. 05-03-2013)

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AÇÕES LOCAIS Promotoria de Justiça de Nova Venécia expede Notificação Recomendatória visando orientar medidas e encaminhamentos quando da prática de atos infracionais por alunos O Ministério Público Estadual, por intermédio da Promotoria de Justiça de Nova Venécia, expediu Notificação Recomendatória aos profissionais que atuam na área de educação pertencentes às Redes Pública e Privada, dispondo sobre como devem ser tomadas providências em casos de atos infracionais praticados por alunos. A recomendação tem por objetivo orientar professores, diretores e outros profissionais da educação acerca das medidas adotadas quando da prática de atos infracionais por alunos, bem como apontar as diferenças entre estes e os atos de indisciplina. Ao final, a notificação possui, em anexo, dois modelos de sugestão de comunicação que podem ser utilizados como base para levar ao conhecimento das autoridades competentes os fatos ocorridos no ambiente escolar. ACESSE A ÍNTEGRA DA NR

Educação Infantil Em continuidade às ações propostas pela Campanha Institucional “Mais Educação Infantil” do Ministério Público, através do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Educação (CAPE) e do Colegiado de Estudos e Atuação Estratégica da Educação (CEATE-CAPE), continuam sendo instaurados procedimentos preparatórios em diversas Promotorias de Justiça do Estado, com o escopo de acompanhar e investigar a oferta de vagas na Educação Infantil, especialmente na faixa etária de 04 e 05 anos (pré-escola), em observância à Emenda Constitucional 59/2009 e artigo 208, IV, da Constituição Federal. Relação de Comarcas e procedimentos instaurados: Marechal Floriano, Muqui, Piúma, Montanha, Atílio Vivacqua, Cachoeiro de Itapemirim, Alfredo Chaves, Pancas e Alto Rio Novo (Publicados na edição de outubro deste informativo); Sooretama, Venda Nova do Imigrante e Linhares (Publicados na edição de novembro deste informativo), Vargem Alta, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim (Publicados na edição de Dezembro deste informativo). Novas Comarcas com procedimentos instaurados: São Gabriel da Palha/Vila Valério Procedimento Preparatório é instaurado em Vila Velha para apuração de fatos que envolvem alunos com deficiência auditiva A 4ª Promotoria de Justiça Cível de Vila Velha instaurou Procedimento Preparatório com vistas apurar a observância dos direitos assegurados às pessoas com deficiência auditiva na rede de ensino do município, especialmente os princípios gerais previstos na Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas. Promotoria de Venda Nova do Imigrante impetra Mandado de Segurança com o fim de garantir vagas para crianças na Educação Infantil A Promotoria de Justiça de Venda Nova do Imigrante impetrou onze Mandados de Segurança com o escopo de garantir matrículas na Educação Infantil da rede escolar municipal, em razão da negativa de vagas pela Secretaria Municipal de Educação, bem como pela Direção da Escola. As ações destacam as disposições normativas previstas no ordenamento jurídico brasileiro que garantem a matrícula de crianças de 0 a 6 anos na Educação Infantil, a farta jurisprudência neste sentido, além de reforçar a relevância pedagógica e psicológica observada para crianças que frequentam a creche e a pré-escola em comparação àquelas que, por motivos financeiros, encontram-se impedidas. Veja na íntegra a Petição Inicial.

INFORMATIVO CAPE/MPES 10

MARÇO 2013

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INFORMATIVO CAPE/MPES 10

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Fiscalização do Transporte Escolar

Em fevereiro de 2013 a equipe do CAPE, em conjunto com a 7ª Promotoria Cível de Vitória, realizou inspeções nos municípios de Itarana e Itaguaçu para conhecimento da realidade do transporte escolar nessas comarcas. Foram observadas diversas irregularidades na execução do transporte escolar nesses locais, dentre as quais podem ser citados: carros sem vistoria do Detran, falta de cinto de segurança para todos os alunos, não utilização de tacógrafo, extintores de incêndio fora da data de validade, transporte superlotado, ônibus sem grade separando o motor e não fixação do Termo de Autorização expedido pelo Detran/ES no painel do veículo, dentre outras. A equipe recebeu ainda relatos dos motoristas acerca das dificuldades para circular em períodos de chuvas recorrentes, impossibilitando-os de trafegar em determinados trajetos devido à precariedade das estradas na área rural. Destaca-se, ainda, como dificuldades para garantia de transporte escolar nos municípios a ausência de concorrência de empresas que prestam serviço na execução do transporte escolar na licitação. Verificou-se que quatorze dos dezesseis veículos da frota de uma das empresas de transporte foram vistoriados em 15/02/2013 (inspeção semestral) e estavam com a autorização do Detran, contudo, no decorrer das visitas técnicas institucionais, ocorridas de 18/02 a 21/02/2013, observou-se que os veículos não tinham os equipamentos obrigatórios e de segurança, como cinto de segurança e tacógrafo, indicando que possivelmente os equipamentos foram retirados do veículo após a inspeção. Uma das obrigações do poder público para garantir o acesso e permanência de crianças e adolescentes em instituição educativa é certamente o transporte escolar, de qualidade e seguro, conforme normas estatuídas na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Encontro Estadual reúne Promotores e Profissionais da Educação no MPES

Promotores de Justiça, professores, pedagogos, policiais da patrulha escolar da Polícia Militar, secretários municipais de Educação e outros agentes envolvidos com a Educação no Estado participaram do "II Encontro Estadual de Educação – MEC e Ministério Público". O evento foi organizado pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) e do Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Educação (Cape), e a Coordenação de Educação do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), em parceria com o Ministério da Educação (MEC). O encontro aconteceu nos dias 29/02 e 01/03, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ).

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No primeiro dia do encontro foram tratados assuntos como: a elaboração do Plano Nacional de Educação, Educação Infantil, Garantia da Educação Inclusiva, Paz nas Escolas e Financiamento da Educação: FUNDEB. Para o palestrante Luiz Antonio Miguel Ferreira, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo e membro do Conselho Consultivo da Fundação Abrinq: “O direito à educação não está mais restrito ao sistema educacional. Há uma nova relação, formada pelo Poder Judiciário, Ministério Público, Conselho Tutelar, Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e a do Adolescente, Polícia Civil e Militar. O entrosamento desses órgãos com a escola é fundamental para o combate à violência no ambiente educacional”. Ressaltou ainda: “Se os promotores de justiça fortalecem a escola, facilitam a vida de todos, agindo na proteção preventiva. É preciso que não tenhamos só a intenção punitiva, mas também a intenção reconstrutiva na resolução de conflitos”. No segundo dia as palestras envolveram temas como Controle Social dos Conselhos, Educação em Valores Humanos e Transporte Escolar. Para finalização do encontro foi realizada uma Mesa Redonda, tendo como tema “Educação Infantil: Diversos Olhares”, na qual participaram promotores de justiça, juiz da Infância e Juventude, profissionais das áreas de direitos humanos, filosofia e psicologia, que debateram sobre o corte etário na educação infantil, aspectos pedagógicos e psicológicos da inserção da criança em creches e pré-escolas, alunos com deficiência na educação infantil, funcionamento no período de férias, noturno e finais de semana, dentre outros, transformando o momento numa rica discussão sob os ângulos dos diversos saberes ali representados. Reunião do CEATE – CAPE, CAPS e CADP verifica diagnóstico realizado pelo CEAF acerca do quantitativo de servidores não efetivos nas áreas de Educação e Saúde. No dia 22/03, às 09 horas, na Sala de Reuniões do 5º andar do Complexo Administrativo da Procuradoria Geral de Justiça, aconteceu a segunda reunião conjunta dos Colegiados Permanentes de Estudos e Atuação Estratégica do CAPE, CAPS e CADP. O encontro teve como pauta principal a apresentação de pesquisa realizada pelo CEAF com diagnóstico situacional do quantitativo de servidores efetivos, comissionados e DT’s nas esferas estadual e municipal na áreas de Educação, Saúde e administração em geral, além do levantamento das leis existentes para fundamentar as contratações. Os dados extraídos em julho de 2012 demonstram o alto número de servidores não efetivos e alguns impressionam, como, por exemplo, os municípios de Marilândia com 82,82% de DT’s na Educação e Baixo Guandu com 75,37% na Saúde. Após a exposição do diagnóstico, o grupo presente estabeleceu a divisão dos trabalhos para elaboração de Kits de atuação que serão posteriormente encaminhados aos Promotores de Justiça, formado por peças jurídicas, diagnóstico detalhado e legislação municipal correspondente.

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ATUALIDADES E CURIOSIDADES

Cuidados com a Educação Domiciliar

Por Fabio Stopa Schebella Pedagogo, Pesquisador e Diretor Pedagógico da ANED (Associação Nacional de Educação Domiciliar)

Talvez muitos estranhem o que vou dizer agora, mas creio que no decorrer deste artigo tudo ficará claro... O fato é que não devemos cair no fanatismo de pensar que a educação domiciliar em si seja garantia de resultados positivos para a educação de uma criança. Por que digo isso? Porque muitas vezes, em nosso ânimo e anseio por defender o homeschooling, caímos no erro de vermos ele como uma utopia educacional. Nessa utopia, fantasiamos que, pelo simples fato de ensinarmos nossos filhos em casa, o sucesso educacional dos mesmos está garantido. Sei que isso ocorre, na maior parte dos casos, de forma inconsciente, mas é comum ouvirmos o seguinte discurso: “O sistema escolar é inadequado para as crianças, e causa mais problemas do que resolve. Por isso precisamos ter o direito de ensinar nossos filhos em casa, para dar uma educação de qualidade a eles”. Parece correto, não parece? E superficialmente está, mas quando analisamos essa fala mais a fundo podemos identificar um grande engano: considerar que a educação domiciliar por si só naturalmente irá garantir uma educação de qualidade. Com efeito, isso não é verdade! Assim como qualquer outro processo, a educação domiciliar só terá resultados positivos caso sejam observados vários cuidados básicos. Por mais raras que sejam estas palavras vindas de um defensor do ensino doméstico, não posso deixar de afirmar: caso os aplicadores do homeschooling não sejam criteriosos durante o planejamento e a efetivação da instrução, esse processo educativo estará fadado ao mais retumbante dos fracassos. Inclusive, tenho que ir além... Como pesquisador educacional é minha responsabilidade alertar aos pais de que, caso a educação domiciliar seja aplicada de forma inadequada ou desregrada, pode ocasionar déficits, deficiências e problemas muito maiores do que aqueles resultantes de um processo escolar precário. Espero que todos sintam em minhas palavras, não um tom de crítica, mas de alerta. Afinal, o objetivo da nossa próxima série de artigos será, justamente, mostrar quais são alguns dos cuidados fundamentais que devem ser tomados quando se inicia um trabalho de ensino em casa. Agora, em contrapartida, não posso deixar de afirmar que um trabalho consistente de homeschooling qualifica as possibilidades educacionais de uma forma extraordinária. Não canso de me surpreender com os progressos incríveis dos homeschoolers que acompanho. A naturalidade e rapidez com que os conhecimentos são assimilados e as habilidades são desenvolvidas são impressionantes. Enfim, podemos considerar a Educação Domiciliar, enquanto processo, como uma faca de dois gumes – ela pode trazer resultados muito bons ou muito ruins, dependendo da forma como o trabalho é desenvolvido. Por isso, mais uma vez afirmo: há cuidados essenciais que não podemos ignorar quando pretendemos ensinar nossos filhos em casa, e vamos ver alguns deles nas próximas semanas. LEIA ARTIGO NA ÍNTEGRA

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MEC autoriza fechamento de creches nas férias

Órgão alega que unidades de educação infantil não podem ser meramente

assistencialistas

O Ministério da Educação (MEC) autorizou o fechamento de creches e pré-escolas durante o período de férias. O órgão homologou um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), que defende a necessidade de recesso escolar para que instituições de educação infantil possam realizar serviços de manutenção em seus prédios, além de avaliar práticas pedagógicas e replanejar o currículo de professores. O posicionamento do CNE foi estabelecido em 2011, atendendo a uma consulta feita pela Secretária Municipal de Educação de São Paulo. À época, a secretaria justificou que o fechamento das unidades durante as férias deveria ocorrer para eventuais reformas e trabalhos de dedetização e desratização, que não poderiam ser realizados no período de funcionamento regular em razão do risco de contaminação que oferecem aos alunos. O parecer aprovado pelo MEC justifica que as creches e pré-escolas são estabelecimentos educacionais e não têm funções meramente assistencialistas. "As necessidades de atendimento a crianças em dias ou horários que não coincidam com o período de atividades educacionais (...) deverão ser equacionadas segundo os critérios próprios da assistência social", diz. Em outro trecho, o texto afirma é adequado a creches e pré-escolas adotar "uma estrutura curricular que se fundamente no planejamento de atividades durante um período, sendo normal e plenamente aceitável a existência de intervalo". O parecer do CNE foi uma resposta ao questionamento da Secretaria de Educação da cidade de São Paulo. Contudo, ao ser aprovado pelo MEC, pode ser utilizado como diretriz em todo o país. O parecer e a briga judicial da prefeitura de São Paulo tratam apenas do recesso de dezembro e janeiro. Durante o mês de julho, todas as creches funcionam normalmente, mas é perceptível a diminuição dos alunos. Segundo o secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, o custo por aluno por ano é de R$ 12 mil, quatro vezes maior do que a média no Brasil, que é de R$ 2,5 mil.

Quem também comemora a aprovação do parecer são os professores. Quando

soube do parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) a favor das férias nas

escolas de educação infantil, Aparecida Leite de Oliveira, de 53 anos, levantou os

braços e começou a pular de alegria. “Eba, eles estão vendo que a gente é

professor”, disse a docente com 20 anos de experiência. Para educadores dos

Centros de Educação Infantil, como são chamadas as creches em São Paulo, as

férias são um reconhecimento de que eles são professores e trabalham em escolas

– e não profissionais de assistência social. ACESSE AQUI O PARECER

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INFORMATIVO CAPE/MPES 07 NOVEMBRO 2012

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SUGESTÃO DE LEITURA

A hora da justiça Os jargões, a linguagem rebuscada, as citações em latim e as referências a números de leis e outros dispositivos legais tornam as discussões jurídicas quase incompreensíveis para a maioria da população. Agora são eles - promotores, defensores públicos e juízes - que querem entender melhor uma outra área cheia de termos técnicos, números e um emaranhando de siglas como LDB, Ideb, Fundeb, Saeb e PAR. Nesse sentido, entidades da área da educação começam um trabalho conjunto para capacitar os operadores do direito que desejam atuar em prol da melhoria da qualidade do ensino no país. O tema foi discutido em setembro durante o "Congresso Internacional de Educação: uma agenda urgente", em Brasília. O evento foi promovido pelo Todos pela Educação, que já deu início a um trabalho em parceria com a Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP) para aprofundar essa discussão por meio do projeto intitulado Justiça pela Qualidade da Educação. Além das duas entidades, o trabalho será conduzido por pessoas que transitam no meio educacional: Nina Ranieri, do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Cândido Gomes (Universidade Católica de Brasília), Célio da Cunha (doutor em educação e professor da UnB), Francisco Aparecido Cordão (presidente do Conselho Nacional de Educação), Neroaldo Pontes (ex-secretário de Educação da Paraíba) e Inês Kisli (Instituto Ayrton Senna). Formar para a educação O diagnóstico inicial feito por promotores, defensores públicos, gestores e especialistas presentes no seminário é que é preciso levar mais informações ao Judiciário sobre como ele pode atuar para garantir mais do que a matrícula de uma criança que está fora da escola. Uma iniciativa semelhante já foi organizada em 2001 pela ABMP e promoveu a capacitação de cerca de três mil promotores sobre o tema. Segundo Luiz Antônio Ferreira, membro da associação e do Ministério Público de São Paulo, cada vez mais o sistema de Justiça é chamado para responder sobre questões relacionadas à educação, mas o debate sobre qualidade ainda é incipiente. "O que discutimos é ausência de vagas, transporte, merenda, falta de professores", enumera. Recentemente o MP paulista editou um livro com as principais jurisprudências na área que vão desde a creche até o ensino superior, e tratam de aspectos variados. Isso mostra, na avaliação dele, que há necessidade cada vez maior de engajamento em torno do tema. Richard Pae Kim, juiz da Vara de Infância de Campinas (SP), avalia que os operadores da lei precisam não apenas se apropriar dos marcos legais e das normas que se referem ao tema, mas conhecer a realidade do sistema educacional brasileiro. "Temos leis que são ótimas, mas precisamos sair do plano do 'dever ser' para o 'ser'. Em muitos casos, estamos discutindo a questão do acesso, quando deveríamos estar falando da qualidade. Já tivemos uma geração de estudantes [desde a Constituição de 1988] que não viu seus direitos garantidos", aponta. O sentimento coletivo é de que o sistema de Justiça pode se envolver e fazer muito mais pela educação. É necessário sair de um modelo de atuação pontual sobre casos específicos para atuar como agente de mudança. "O Judiciário ainda não compreendeu o papel que pode ter na discussão educacional, que é mais de tutorar o processo, impor metas e exigir que as leis possam ser cumpridas e não apenas dizer o que pode e o que não pode", ressalta o diretor da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV), Oscar Vieira. Ele critica que alguns problemas são sistêmicos - como a baixa qualidade da educação e a ausência de vagas - mas a estratégia adotada pelo Ministério Público e o Judiciário é trabalhar de forma fragmentada. "O juiz trabalha 200 vezes o mesmo problema em um mês cada vez que aparece uma mãe pedindo vaga em creche. Mas não enfrenta o problema que é impor ao Estado uma necessidade de construir uma política mais inclusiva", compara.

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Qualidade objetivada Um dos desafios para que o sistema de Justiça possa atuar de forma mais efetiva para resolver os problemas das redes de ensino é definir conceitos claros do que é uma educação de qualidade. A delimitação é uma das tarefas a que se propõe o grupo de trabalho "Justiça pela Educação de Qualidade". "Faltam parâmetros concretos e isso apareceu de forma muito forte nas nossas discussões. O que é qualidade? É o aluno estar na escola, passando de ano, concluindo as etapas com sucesso. É o acesso, a permanência, a conclusão, mas essencialmente o aprendizado", define a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz. Ela acredita que as avaliações e os diversos indicadores educacionais que existem no país podem servir de parâmetro para o trabalho de promotores e juízes. O próximo passo do grupo será a edição de uma publicação com os principais temas educacionais com os quais o sistema de Justiça precisa trabalhar rotineiramente. Ela incluirá temas como a aplicação dos recursos mínimos previstos em lei e as expectativas de aprendizagem para cada etapa de ensino. Segundo Priscila, a intenção não é judicializar a educação, mas fazer um trabalho de prevenção de litígios. "O mundo do direito já tem vários instrumentos que permitiram avanços em outras áreas. A ideia é trazer esses instrumentos para a educação também. Se uma taxa de aprendizagem é muito baixa em um determinado município pode caber uma intervenção do Ministério Público", diz. Clareza de responsabilidades No debate sobre a atuação da Justiça na educação fica claro o embate entre gestores públicos, que se sentem ameaçados quando questionados pelo Ministério Público ou outra instância judicial, e os promotores, que agem quando detectam que o direito de uma criança ou adolescente à educação está sendo violado. O respeito à autonomia de cada um dos poderes é um cuidado que deve ser considerado quando a Justiça atua pela educação. Oscar Vieira, da FGV, avalia que muitas vezes há uma tentativa por parte do Judiciário de substituir a autoridade educacional. E alerta: o promotor não pode se transformar no secretário de Educação. "O objetivo dele é cobrar a aplicação da lei, não substituir a autoridade educacional", afirma. Os gestores municipais presentes no Congresso apontaram para as dificuldades das redes em cumprir decisões judiciais que, na visão deles, não levam em conta a realidade da escola e dos sistemas de ensino. Luiz Antônio Ferreira reconhece que essas tensões existem, mas defende que o MP precisa ser visto como parceiro e não inimigo. "Se forem delimitadas as responsabilidades de cada um, fica mais fácil o encaminhamento. A ideia inicial não é a de que sejamos inimigos. Mas nossa missão também é de cobrar", pontua.

INTERAÇÃO NECESSÁRIA Consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Ricardo Chaves Martins acompanha de perto a tramitação de todos os projetos de lei relacionados à educação. Atualmente trabalhando na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), ele participou do debate sobre como o sistema de Justiça pode trabalhar para garantir uma educação de qualidade. Para Martins, não é necessário inventar novas leis para que esse direito seja assegurado a todas as crianças e jovens de forma igualitária. Mas ele aponta que a ação entre os três poderes precisa ser mais coordenada. Entre os três poderes, o Judiciário é o mais distante da educação? Não diria isso. Pelo que temos visto, em muitos locais o Judiciário e o Ministério Público têm atuado de forma bastante importante na garantia do direito. Agora, a ação coordenada e cooperativa entre as instâncias do Judiciário, do Executivo e do Legislativo, aprovando a legislação necessária, sempre será importante para que essa interação aconteça. CONTINUE LENDO...