diagnóstico of. mec

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UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS EM OFICINAS MECÂNICAS LOCALIZADAS NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU GIOVANI GERALDO DA SILVA Foz do Iguaçu - PR 2011

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DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS EM OFICINAS MECÂNICAS LOCALIZADAS NOMUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU

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Page 1: Diagnóstico of. Mec

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras”

DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS EM OFICINAS MECÂNICAS LOCALIZADAS NO

MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU

GIOVANI GERALDO DA SILVA

Foz do Iguaçu - PR 2011

Page 2: Diagnóstico of. Mec

I

GIOVANI GERALDO DA SILVA

DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS EM OFICINAS MECÂNICAS LOCALIZADAS NO

MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade Dinâmica das Cataratas (UDC), como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Ambiental. Profa. Orientadora: Ms. Bruna Camargo Pinto

Foz do Iguaçu – PR

2011

Page 3: Diagnóstico of. Mec

II

TERMO DE APROVAÇÃO

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS

DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS EM OFICINAS MECÂNICAS LOCALIZADAS NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA AMBIENTAL

Acadêmico: Giovani Geraldo da Silva

Orientadora: Ms. Bruna Camargo Pinto

Nota Final

Banca Examinadora:

Profo. Ms. Rodrigo Augusto Zembrzuski Pelissar

Profo. Ms. Sander Joner

Foz do Iguaçu, 22 de novembro de 2011.

Page 4: Diagnóstico of. Mec

III

Carinhosamente dedico esse trabalho a minha querida esposa, Pamella, por seu amor companheirismo, paciência e dedicação doadas durante todo esse

tempo em que compartilhamos nossas vidas.

Page 5: Diagnóstico of. Mec

IV

AGRADECIMENTOS

À minha esposa Pamella por ter suportado com paciência e amor os momentos de

desanimo e o apoio para superar os desafios;

Aos meus pais e irmãos, pela dedicação na formação do meu caráter;

Aos meus grandes amigos Bruno, Vilmar, Alexandre, Edir, Vinicius e tantos outros

que estiveram sempre ao meu lado para juntar forças, enfrentar e superar cada

obstáculo que a vida nos impôs;

À minha orientadora e Professora Ms. Bruna Camargo Pinto pela atenção;

A todos os professores que propiciaram a minha formação;

Aos colegas de curso e de trabalho pelo incentivo e troca de experiências;

A todos os meus familiares pelo apoio e colaboração;

À vida que, através das alegrias e das tristezas, nos permite aprender novos

ensinamentos a cada dia;

E, finalmente, agradeço a Deus pela vida, pela força, pela oportunidade de

realização de um grande sonho e pela fé indestrutível que me fizeram e fazem seguir

sempre em frente.

Page 6: Diagnóstico of. Mec

V

“Você tem que encontrar o que você gosta.

E isso é verdade tanto para o seu trabalho quanto para seus companheiros.

Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida,

e a única maneira de estar verdadeiramente satisfeito

é fazendo aquilo que você acredita ser um ótimo trabalho.

E a única maneira de fazer um ótimo trabalho é fazendo o que você ama fazer.

Se você ainda não encontrou, continue procurando.

Não se contente. Assim como com as coisas do coração, você saberá quando

encontrar. E, como qualquer ótimo relacionamento, fica melhor e melhor com o

passar dos anos. Então continue procurando e você vai encontrar. Não se contente.”

Steve Jobs

Page 7: Diagnóstico of. Mec

VI

SILVA, Giovani Geraldo da. Diagnóstico dos aspectos ambientais em oficinas mecânicas localizadas no Município de Foz do Iguaçu - PR. Foz do Iguaçu, 2011. Trabalho Final de Graduação - Faculdade Dinâmica de Cataratas.

RESUMO

A maior porcentagem dos descartes gerados nas oficinas mecânicas decorre da troca de peças; dos produtos químicos e da água utilizada para limpeza de peças e higienização, demonstrando a necessidade de uma gestão ambiental eficiente que aperfeiçoe os mecanismos que gerenciam e planejam suas atividades. O objetivo do estudo foi analisar a estrutura das empresas, o armazenamento de produtos e o gerenciamento dos resíduos gerados, além de verificar a sensibilização ambiental dos envolvidos. Para realização do estudo, foram selecionadas 20 empresas de forma aleatória, de médio e pequeno porte, localizadas na cidade de Foz do Iguaçu – PR. O questionário utilizado na entrevista permitiu verificar os aspectos ambientais dos empreendimentos, a qualidade das instalações como cobertura, piso impermeabilização, lavagem de peças e a presença de caixa de separação de óleos e graxas. Constatou-se que as empresas oferecem boa infra-estrutura, segregam os resíduos para obter lucros e possuem certificado de destinação final, porém, não possuem sistema de gestão ambiental, tornando-se necessário a sua implantação para melhoria da qualidade de prestação de serviço e permanecia no mercado. Palavras-Chave: gestão ambiental – gerenciamento de resíduos – destinação final.

Page 8: Diagnóstico of. Mec

VII

SILVA, Giovani Geraldo da. Diagnosis of environmental aspects in mechanical workshops located in the city of Foz do Iguaçu - PR. Foz do Iguaçu, 2011. Completion of course work – Faculdade Dinâmica de Cataratas.

ABSTRACT

The largest percentage of discharges generated in the workshop stems from there placement of parts, chemicals and water used for parts cleaning and sanitizing, demonstrating the need for efficient environmental to refine the mechanisms that manage and plan their activities. The aim of this study was to analyze the structure of companies, product storage and management of waste generated and to check the environmental awareness of those involved. For the study, 20 companies were select at random medium and small, located in Foz do Iguassu – PR. The questionnaire used in the interview allowed us to verify the environmental aspects of projects, quality off facilities as cover, floor sealing, washing parts box and presenc os separation of oils and greases. It was found that the companies offer good infrastructure, segregate waste for profit and have a certificate of final destination, but do not have the environmental management system, making it necessary for its implementation to improve the quality of service and remained on the market. Keywords: environmental management – waste management – end disposal.

Page 9: Diagnóstico of. Mec

VIII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização do município de Foz do Iguaçu/PR. ....................................... 28

Figura 2: Localização das oficinas diagnosticadas em Foz do Iguaçu/PR neste

estudo. ...................................................................................................................... 29

Figura 3: Armazenamento de peças novas, usadas e de reposição. ........................ 32

Figura 4: Estocagem de peças novas, usadas e de reposição nos empreendimentos.

.................................................................................................................................. 33

Figura 5: Condições de armazenamento das peças. ................................................ 33

Figura 6: Condições de armazenamento nos empreendimentos. ............................. 34

Figura 7: Formas de acondicionamento de produtos. ............................................... 35

Figura 8: Estocagem de óleo lubrificante, óleo diesel, solvente e graxa fora dos

padrões estabelecidos. ............................................................................................. 35

Figura 9: Canaleta e caixa de contenção. ................................................................ 36

Figura 10: Canaleta e caixa de contenção em oficina mecânica avaliada. .............. 36

Figura 11: Segregação dos resíduos. ....................................................................... 37

Figura 12: Segregação dos resíduos em oficina diagnosticada. ............................... 38

Figura 13: Destinação de peças usadas. .................................................................. 38

Figura 14: Armazenamento das peças destinadas para reciclagem. ........................ 39

Figura 15: Destinação de óleo, estopas e panos contaminados. .............................. 40

Figura 16: Óleo usado, estopas e panos segregados para destinação final. ............ 41

Figura 17: Certificação de coleta de resíduos. .......................................................... 41

Figura 18: Certificado de coleta de resíduo contaminado. ........................................ 42

Figura 19: Tratamento de efluentes. ......................................................................... 43

Figura 20: Sistema de tratamento primário para água residuária. ............................. 43

Figura 21: Destinação final dos efluentes ................................................................. 44

Figura 22: Empreendimentos em desacordo com as normas ambientais. ................ 45

Page 10: Diagnóstico of. Mec

IX

LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Licenças exigidas para o Licenciamento Ambiental ................................ 15

Tabela 2 – Os cinco princípios básicos para o SGA ................................................. 18

Tabela 3 – Vantagens do SGA buscadas pelas empresas ....................................... 19

Tabela 4 – Caracterização de Impacto Ambiental ..................................................... 20

Tabela 5 – O que muda com o PNRS ....................................................................... 22

Tabela 6 – Aspectos e seus possíveis impactos ....................................................... 24

Tabela 7 – Classificação dos Resíduos Sólidos ........................................................ 25

Tabela 8 – Principais processos poluidores da água ................................................ 27

Tabela 9 – Questionário aplicado nas oficinas mecânicas ........................................ 46

Page 11: Diagnóstico of. Mec

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14

2.1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL .......................................................................... 14

2.2 ESTUDOS AMBIENTAIS .................................................................................... 15

2.3 GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................................ 16

2.4 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................................. 17

2.5 IMPACTO AMBIENTAL ....................................................................................... 20

2.6 POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................... 21

2.7 RESÍDUOS SÓLIDOS......................................................................................... 23

2.7.1 Classificação .................................................................................................. 24

2.8 EFUENTES DE OFICINAS MECÂNICAS ........................................................... 26

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 28

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ..................................................... 28

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA PESQUISA ........................... 29

3.2.1 Levantamento do número de oficinas na cidade de Foz do Iguaçu - PR .. 29

3.2.2 Escolha das amostras .................................................................................... 29

3.2.3 Diagnóstico dos aspectos ambientais ......................................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 31

4.1 LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE OFICINAS ................................................ 31

4.2 ASPECTOS AMBIENTAIS AVALIADOS NAS EMPRESAS ................................ 32

4.2.1 Estocagem de peças ...................................................................................... 32

4.2.2 Estocagem de óleo lubrificante, óleo diesel, solvente e graxa .................. 34

4.2.2.1 Caixa de contenção e canaleta ..................................................................... 36

4.3 SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS. ..................................................................... 37

4.4 DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS ...................................................... 38

4.4.1 Peças usadas .................................................................................................. 38

4.4.2 Destinação de óleo, estopas e panos contaminados.................................. 39

4.4.3 Certificação para os resíduos coletados ...................................................... 41

4.5 TRATAMENTO DE EFLUENTES ........................................................................ 42

Page 12: Diagnóstico of. Mec

4.5.1 Destinação final dos efluentes ...................................................................... 44

4.6 GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................................ 45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................48

APÊNDICE.................................................................................................................52

Page 13: Diagnóstico of. Mec

12

1 INTRODUÇÃO

A sociedade aumentou consideravelmente o nível de consumo de bens

materiais nos últimos anos, provocando a redução dos recursos naturais e

contribuindo com o aumento da quantidade de resíduos descartados, além de

degradar e alterar as características do meio ambiente.

O correto gerenciamento dos resíduos gerados pelas atividades diárias da

sociedade moderna é um grande desafio a ser enfrentado no contexto da

problemática do saneamento ambiental, onde, em geral, problemas ambientais têm

ocorrido devido à falta de consciência preservacionista.

Dessa forma, é fundamental a implantação de Sistemas de Gestão

Ambiental em empresas públicas e privadas, para que seus processos sejam

sustentáveis, explorando de forma racional os recursos naturais. Hoje, poucos

empresários já adquiriram consciência ambiental e trabalham de acordo com as

normas ambientais. Vários empreendimentos implantaram sistema de gestão

ambiental devido às advertências recebidas pelos órgãos fiscalizadores, os quais se

sentiram pressionados a implantar como forma de minimização dos impactos no

meio ambiente.

As oficinas mecânicas vêm gerando quantidades significativas de

produtos descartados, que por falta de uma gestão ambiental precisa, podem ser

dispostos de maneira inadequada no solo sem o correto tratamento e

reaproveitamento, causando degradação ambiental. Vários tipos de resíduos sólidos

estão associados às atividades realizadas nas empresas de reparação de

automóveis, entre eles, os mais comuns são panos e estopas contaminadas com

óleo, baterias, embalagens de óleo lubrificante e de peças, pneus, graxas,

lâmpadas, tintas, solventes e latarias. Durante a limpeza da empresa e lavagem das

peças é utilizado um volume elevado de água e solventes, o que contribui para

geração de efluentes potencialmente poluidores.

Algumas empresas de manutenção automotiva em Foz do Iguaçu - PR,

sensibilizados com a questão ambiental, já possuem uma visão ampla sobre os

aspectos ambientais e implantaram em suas oficinas o gerenciamento de resíduos,

com a finalidade de reduzir custos e adequar-se às legislações ambientais. Porém, a

Page 14: Diagnóstico of. Mec

13

gestão ambiental é seguida de forma tímida, pois na maioria das empresas, a

proposta tem pouca repercussão prática.

1.1 OBJETIVO GERAL

Este estudo buscou diagnosticar os problemas ambientais relacionados

às atividades desenvolvidas por oficinas mecânicas no município Foz do Iguaçu –

PR, através de entrevistas e visitas nos empreendimentos.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar o número de empreendimentos de reparação e manutenção

veicular existentes no município de Foz do Iguaçu – PR;

Examinar as instalações das empresas para verificação dos

cumprimentos legais perante as formas de armazenamento de produtos e materiais,

diante dos aspectos da cobertura e impermeabilização do solo;

Identificar os tipos de tratamentos e formas de disposição final dos

resíduos sólidos e efluentes líquidos gerados nas oficinas mecânicas.

Page 15: Diagnóstico of. Mec

14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

De acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) (1981), a

principal função do Licenciamento Ambiental é conciliar o desenvolvimento

econômico com a conservação do meio ambiente. A política determina ainda que o

empreendedor licencie sua atividade junto ao órgão competente, obedecendo às

etapas iniciais do planejamento de seu empreendimento e instalação até a sua

efetiva operação.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) (1997) define

licenciamento ambiental como um procedimento administrativo que licencia a

localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades

que consomem recursos ambientais – consideradas efetiva ou potencialmente

poluidoras ou que possam causar degradação ambiental.

Para o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) (1998) a licença ambiental

estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão

ser obedecidas pelo empreendedor. Segundo Feitosa et al. (2004), a Licença

Ambiental (LA) é um documento que possui um prazo de validade definido,

estabelecido por regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental a

serem seguidas pelas empresa. O autor ainda relata que entre as principais

características avaliadas no processo são o potencial de geração de despejos e

efluentes, resíduos sólidos, emissões atmosféricas, ruídos e o potencial de riscos de

explosões e de incêndios.

De acordo com Almeida (2009), o procedimento para obtenção do

licenciamento ambiental é constituído de três tipos de licenças exigidas em cada

fase do licenciamento como mostra a Tabela 1.

Page 16: Diagnóstico of. Mec

15

Tabela 1 – Licenças exigidas para o Licenciamento Ambiental Licenças Definição

Prévia (LP)

Concedida na fase preliminar do planejamento, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implantação;

Instalação (LI) Autoriza a instalação de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, medidas de controle ambiental e condicionantes;

Operação LO) Autoriza a operação do empreendimento ou atividade, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinantes para a operação

Fonte: Almeida (2009), adaptado.

De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU) (2007), os principais

motivos para a ausência ou falha do licenciamento são a falta de recursos

financeiros ou incentivos fiscais, paralisação de construção e interrupção de

atividades, prejuízos financeiros, interrupção do repasse de recursos federais para

custear obra pública, pena de detenção e multa.

2.2 ESTUDOS AMBIENTAIS

De acordo com o CONAMA (1997), os estudos ambientais são todas e

quaisquer pesquisas relativas aos aspectos ambientais relacionados à localização,

instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento,

apresentado como subsídio para a análise da licença requerida o relatório ambiental,

plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico

ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise

preliminar de risco.

Já para Paulino (2009), os estudos ambientais consistem em identificar,

analisar e avaliar impactos ambientais de uma atividade, assim elaborar medidas

mitigadoras e planos de monitoramento para verificação da eficácia dos dados.

Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

(SEMA) (2008), os estudos ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos

aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação

de um empreendimento, atividade ou obra, apresentado como subsídio para a

Page 17: Diagnóstico of. Mec

16

análise da licença ou autorização requerida, tais como: estudo de impacto ambiental,

relatório de impacto ambiental, relatório ambiental preliminar, projeto básico

ambiental, plano de controle ambiental, plano de recuperação de área degradada,

plano de gerenciamento de resíduos sólidos, análise de risco, projeto de controle de

poluição ambiental, avaliação ambiental estratégica e outros.

Para Andrade (2000), o estudo para elaboração e cumprimento do

gerenciamento ambiental é destinado a regular as formas de uso e ocupação,

prevendo medidas de controle e proteção, mantendo o meio ambiente equilibrado e

conservado, além de avaliar conformidades de acordo com as legislações

ambientais.

2.3 GESTÃO AMBIENTAL

De acordo com Valle (1995) apud Callado et al. (2007), a gestão

ambiental é uma metodologia utilizada para minimização de impactos ambientais

causados por diferentes empreendimentos. Ela consiste em medidas e

procedimentos científicos adequadamente aplicados em empreendimento, onde sua

principal vantagem está relacionada à boa imagem sensibilizada com a conservação

do meio ambiente e a saúde humana.

A Gestão Ambiental melhora a qualidade de vida da população mantendo

os efeitos negativos de implantação e operação de projetos e atividades

minimizados sem causar danos ao meio ambiente e a economia. Os principais

objetivos consiste em punir o poluidor, preservar através de monitoramentos e

auditorias e zelar pelo consumo consciente dos recursos naturais (PAULINO, 2009).

Muitas empresas preocupadas em se adequar as legislações ambientais

adotaram a gestão ambiental em seus processos, visando calcular e revisar seus

procedimentos produtivos, desenvolvendo tecnologias mais limpas e criando

produtos sustentáveis para aproveitar as novas tendências do mercado e

oportunidades de negócios, obtendo vantagens referentes à imagem institucional da

empresa (DONAIRE, 1999).

Para Fernandez (1996), os grandes problemas relacionados às empresas

e indústrias são caracterizados através da falta de cumprimento da legislação

Page 18: Diagnóstico of. Mec

17

ambiental, de percepção das deficiências ambientais nos processos produtivos e de

conscientização ecológica sobre o uso racional dos recursos naturais.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos – (PGR) é uma ferramenta

fundamental na gestão ambiental utilizada para o desenvolvimento organizacional e

destinada a qualquer empresário que deseje maximizar oportunidades, reduzir

custos e riscos associados à gestão (MAROUN, 2006).

Nas ultimas décadas, questões relacionadas à qualidade de vida e

recuperação ambiental têm mobilizado pessoas e algumas organizações a promover

à conscientização ambiental voltada a conservação da natureza, mobilizando as

empresas a se comportarem corretamente de acordo com as leis ambientais

vigentes e regras de certificações diante dos recursos naturais (LORA, 2000).

De acordo com Barbieri (2007), para minimização de problemas causados

no meio ambiente é necessário adotar uma política estratégica para organização de

processos, produtos e serviços, onde o tema de abordagem de Produção mais

Limpa considera a prevenção e proteção ambiental primordial para a permanência

de empresas no mercado de negócios industriais, visando contabilizar o ciclo de

geração e de vida dos produtos, objetivando a redução de riscos aos seres humanos

e ao meio ambiente.

Segundo Martins (2010), os conceitos de Produção mais Limpa

consideram a geração de resíduos como desperdício de dinheiro por parte das

empresas. Isso pelo fato de que o não reaproveitamento desses resíduos acarreta

compra de insumos, desgaste de equipamentos e também custos envolvidos no

transporte e armazenamento desses resíduos. A perda de dinheiro aqui é advinda

pelo não aproveitamento dos resíduos e sua eliminação mediante outros processos

errôneos.

2.4 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é um meio gerencial que as

empresas dispõem para obter o controle e o acompanhamento organizacional

ambiental. Pode ser entendido como um conjunto de ações, procedimentos e

controles, e também, de recursos humanos, financeiros e materiais, que tem como

objetivo garantir que os produtos e atividades da empresa sejam ecologicamente

Page 19: Diagnóstico of. Mec

18

corretos. É um sistema criado para coordenar e acompanhar as atividades de

proteção ambiental (ABNT, 2001).

O sistema de gestão ambiental disponibiliza uma estrutura adequada para

que as empresas possam alcançar a melhoria e amplitude de seus processos de

acordo com que ela determina. Embora sejam esperadas melhorias no desempenho

ambiental, o SGA é considerado uma ferramenta que auxiliar a organização atingir e

controlar o nível de desempenho ambiental (VILAS, 2006).

Donaire (1999) afirma que algumas empresas nas últimas décadas têm

passado por processos de modificações, por adotar em sua política organizacional a

responsabilidade social e a preservação do meio ambiente. Essa relação com a

sustentabilidade faz com que a instituição seja vista como uma organização

sociopolítica onde suas responsabilidades ultrapassam a produção de bens e

produtos.

Conforme a ABNT (2004), os aspectos ambientais são elementos das

atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio

ambiente.

De acordo com ABNT (2011) as funções do SGA são atribuir

responsabilidades, prever recursos materiais e humanos, determinar procedimento

para atender as expectativas de desempenho, conforme as exigências das leis

ambientais.

Para Souza (2004) a organização deve seguir cinco princípios básicos do

Sistema de Gestão Ambiental como mostra a Tabela 2:

Tabela 2 – Os cinco princípios básicos para o SGA Princípios Definição

Planejar (P) Formular um plano para cumprir a política ambiental.

Desenvolver (D) Desenvolver capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender a

política, seus objetivos e metas ambientais.

Checar (C) Mensurar, monitorar e avaliar o desempenho ambiental.

Análise Crítica Gerencial (A)

Analisar criticamente e aperfeiçoar continuamente o Sistema de Gestão Ambiental, com o objetivo de aprimorar o desempenho ambiental global.

Fonte: Souza, (2004), adaptado.

O SGA é um instrumento elaborado para empresas que desejam

regularizar e conhecer seus processos produtivos e administrativos; entre os

Page 20: Diagnóstico of. Mec

19

principais benefícios estão à racionalização dos recursos naturais e energéticos,

localização de falhas de operação produtiva, adequação as exigências ambientais e

adaptação ao desenvolvimento sustentável (BATISTA et al., 2002).

Tabela 3 – Vantagens do SGA buscadas pelas empresas Vantagens Resultados

Segurança Redução de riscos de acidentes e conflitos;

Qualidade Global

Empresa mai competitiva devido a qualidade de seus produtos;

Economia/ Redução Mercado

Redução de gastos e economia dos recursos naturais e energéticos; Captação de novos clientes e satisfação dos atuais;

Imagem Efeito positivo na imagem corporativa da empresa; Produção Financiamento Futuro e permanência da empresa

Revisão dos processos produtivos que se traduz em redução de consumo, minimização da geração de resíduos e efluentes e seus respectivos tratamentos e destinação; Obtidos através de históricos ambientais; Antecipação às exigências da legislação ambiental e de clientes, como instrumentos de sobrevivência e competitividade.

Fonte: FUNIBER, (2010), adaptado.

O SGA apresenta resultados vantajosos de forma imediata, onde

estabelece a política ambiental para as necessidades e problemas, identifica os

aspectos ambientais para determinação de problemas, apresenta as exigências

legais, as prioridades e objetivos, facilitando o planejamento, controle e

monitoramento, para assegurar à eficaz. O autor ainda relata que além dos

resultados imediatos outros são buscados pelas empresas que adotam o SGA em

suas atividades, sendo eles apresentados na Tabela 3 (FUNIBER, 2010).

Page 21: Diagnóstico of. Mec

20

2.5 IMPACTO AMBIENTAL

Segundo Souza e Rodrigues (2004), muitos impactos ambientais são

causados devido ao adensamento populacional nas cidades, onde a falta de

sensibilização das pessoas e do correto gerenciamento de resíduos sólidos e

efluentes contaminados têm gerado sérios problemas ao meio ambiente, entre os

principais problemas diagnosticados nos grandes centros são a falta tratamento de

resíduos e efluentes industriais, ausência de sistema de tratamento de esgoto,

ineficiência de saneamento urbano.

De acordo com Bidone (2001), a poluição e a degradação ambiental são

visíveis no Brasil, bastando observar a natureza e seus recursos naturais onde que

facilmente encontramos alterações advindas da presença do homem. Portanto, em

muitos casos os resíduos estão sendo depositados incorretamente em locais

inapropriados, causando contaminação ambiental e riscos à saúde humana.

Para Fogliatti et al. (2004), o impacto ambiental pode ser caracterizado de

acordo com seu valor, espaço de ocorrência, tempo, reversibilidade, chance de

ocorrência e incidência como mostra a Tabela 4.

Tabela 4 – Caracterização de Impacto Ambiental Caracterização Definição

Valor Positivo: apresenta resultado benéfico para o fator ambiental; Negativo: produz malefícios ao meio ambiente.

Espaço de ocorrência

Local: afeta apenas a área em que a atividade está sendo desenvolvida; Regional: sentido fora do entorno do projeto; Estratégico: expande fora da área de influência.

Tempo Reversibilidade

Imediato: surge no instante da implantação do projeto Médio ou longo prazo: o efeito se manifesta depois de passada a implantação; Permanente: a atividade produz o efeito e esses continua. Reversível: uma ação desenvolvida cessa o efeito; Irreversível: o efeito permanece ao longo do tempo.

Chance de ocorrência

Determinístico: existe a certeza de ocorrência como consequência de uma ação; Probabilístico: é incerta sua ocorrência.

Incidência Direto: Limitada a zona de Influencia direta e indireta do projeto

Indireto: Estendido para fora influencia do empreendimento por agentes externos.

Fonte: Fogliatti et al., (2004), adaptado.

Page 22: Diagnóstico of. Mec

21

Empresas de reparação automotiva causam alterações significativas ao

meio ambiente, pois durante suas atividades utilizam com produtos considerados

potencialmente poluidores. Entretanto, os resíduos gerados são de difícil absorção,

e devido à falta de cuidados durante seu gerenciamento podem emitir poluentes

químicos acima dos níveis permitidos (OLIVEIRA et al, 2007).

A toxidade dos resíduos químicos perigosos pode variar através de

diversas maneiras, como em diferentes estados físicos de acordo com sua

localização e exposição. O problema pode ser mais grave ainda devido à

possibilidade de reações entre diferentes resíduos químicos resultando em

subprodutos muito mais perigosos (COSTA, 2011).

Segundo Mellanby (1982) apud Schenini et al. (2001), o aumento

populacional, a utilização desenfreado dos recursos naturais e sua industrialização,

estão colaborando cada vez mais para problemas ambientais e de saúde humana. A

qualidade de vida da população tem diminuído devido ao acúmulo de resíduos

contaminados descartados de diferentes formas como no solo, na atmosfera e

recurso hídricos, promovendo o aumento da degradação e problemas ambientais

irreversível.

2.6 POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) é considerada como um

marco histórico para o desenvolvimento da gestão ambiental, pois a lei estabelece

alternativas com uma visão ampla e moderna na luta contra os problemas de

saneamento urbano no Brasil. Portanto, trata-se da responsabilidade compartilhada

entre governo, empresas e população, a nova lei faz com que ocorra o retorno dos

produtos às indústrias após o seu consumo, obrigando ao poder público, realizar

planos para o gerenciamento do lixo, o autor ainda explica o que mudou com a lei

como mostra a Tabela 05 (CEMPRE, 2011).

Page 23: Diagnóstico of. Mec

22

Tabela 5 – O que muda com o PNRS Antes Depois Falta de prioridade para o lixo urbano

Municípios farão plano de metas sobre resíduos com participação dos catadores

Existência de lixões na maioria dos Municípios

Os lixões precisam ser erradicados em 4 anos

Resíduo orgânico sem aproveitamento Coleta seletiva cara e ineficiente Exploração por atravessadores e riscos à saúde Informalidade Problemas de qualidade e quantidade dos materiais Falta de qualificação e visão de mercado Inexistência de lei nacional para nortear os investimentos das empresas Falta de incentivos financeiros Baixo retorno de produtos eletroeletrônicos pós-consumo Desperdício econômico sem a reciclagem

Prefeituras passam a fazer a compostagem É obrigatório controlar custos e medir a qualidade do serviço Catadores reduzem riscos à saúde e aumentam renda em cooperativas Cooperativas são contratadas pelos municípios para coleta e reciclagem Aumenta a quantidade e melhora a qualidade da matéria prima reciclada Trabalhadores são treinados e capacitados para ampliar produção Marco legal estimulará ações empresariais Novos instrumentos financeiros impulsionarão a reciclagem Mais produtos retornarão à indústria após o uso pelo consumidor Reciclagem avançará e gerará mais negócios com impacto na geração de renda

Fonte: CEMPRE, (2011), adaptado.

De Giordano (2004), a PNRS apresenta temas amplos e de variadas

discussões como área contaminada, ciclo de vida do produto, coleta seletiva,

controle social, destinação final, gerenciamento de resíduos, gestão integrada,

reciclagem e outros. Entretanto, o foco principal é gerar renda e inclusão social de

pessoas envolvidas com trabalhos de reutilização e reciclagem de materiais e

reduzir os impactos ambientais causados pela disposição inadequada de resíduos.

Algumas prioridades devem ser seguidas durante a gestão e

gerenciamento de resíduos sólidos, onde se apresentam pela seguinte ordem: não

geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e

disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. No entanto algumas

tecnologias poderão ser utilizadas visando à recuperação energética dos materiais

Page 24: Diagnóstico of. Mec

23

descartados, desde que sua viabilidade técnica e ambiental seja comprovada com

os programas de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão

ambiental (BRASIL, 2010).

2.7 RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos resultam de atividades de origem industrial,

doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos

também os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados

em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados

líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de

esgotos ou corpos de água ou exijam para isso soluções técnicas e

economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).

Conforme Argenta et al. (2009), o Brasil gera por dia, 182.728 toneladas

de resíduos sólidos urbanos, no qual, grandes quantidades são abandonadas ou

deixadas em terrenos baldios, córregos, rios ou outros locais inadequados. O autor

relata ainda que em 2009 foram coletadas 161.084 t/dia, das quais 91.524 t/dia

foram depositadas adequadamente em aterros sanitários e 69.560 t/dia tiveram

disposição inadequada, sendo 38.459 t/dia em aterros controlados e 31.101 t/dia em

lixões.

Conforme a Lei nº 12493/99, ficam proibidas, em todo o território do

estado do Paraná, as seguintes formas de destinação final de resíduos sólidos,

inclusive pneus usados, lançamento "in natura" a céu aberto, tanto em áreas

urbanas como rurais, queima a céu aberto, lançamento em corpos d' água,

manguezais, terrenos baldios, redes públicas, poços e cacimbas – mesmo que

abandonados – lançamento em redes de drenagem de águas pluviais, de esgotos,

de eletricidade e de telefone (PARANÁ, 1999).

Segundo Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos-

(SEMA) os resíduos gerados através das ações antrópicas deverão ter

acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final

adequados, nas áreas dos Municípios e nas áreas de malha urbanas unificada de

Page 25: Diagnóstico of. Mec

24

duas ou mais cidades em conseqüência de seu crescimento geográfico (PARANÁ,

1999).

Todos os integrantes do processo de comercialização de óleos

lubrificantes, do qual participam produtor, fabricante, importador, distribuidor,

revendedor, gerador de embalagens plásticas de óleos lubrificantes pós-consumo

são responsáveis por assegurar a execução dos meios necessários ao

encaminhamento das embalagens plásticas de óleos lubrificantes pós-consumo ao

processo de reciclagem (SEMA, 2009).

Para Araújo (2010), muitos impactos são causados no meio ambiente

devido à geração de materiais descartados pelas oficinas de reparação de veículos

em locais inapropriados, como mostra a Tabela 6.

Tabela 6 – Aspectos e seus possíveis impactos Aspectos Impactos

Estopas Contaminação do solo e da água

Papel Poluição visual e proliferação de vetores transmissores de doença

Plástico Contaminação do solo da água e poluição visual Metal

Contaminação do solo, da água e poluição visual

Lâmpadas

Contaminação do solo, da água e saúde

Orgânico Poluição do solo e da água; proliferação de vetores transmissores de doença

Óleo e graxa Contaminação do solo e da água; entupimento de redes de drenagem urbana

Lavagem de peças e higienização

Contaminação do solo e da água

Gasolina Contaminação do solo e da água

Fonte: Araújo (2010), adaptado

2.7.1 Classificação

De acordo com a ABNT (2004), a correta classificação de um resíduo

envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, seus

constituintes e suas características, a comparação destes constituintes com

listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é

Page 26: Diagnóstico of. Mec

25

conhecido, sendo feita de forma criteriosa de acordo com as matérias-primas, os

insumos, o processo que lhe deu origem e de acordo com a classificação

demonstrada na Tabela 7.

Tabela 7 – Classificação dos Resíduos Sólidos Classes Definição

Classe I Perigosos: apresenta periculosidade a saúde humana em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada, ou com características: inflamáveis, corrosivas, reativas, patogênicas e toxicas;

Classe II Não perigosos: não apresentam periculosidade à saúde pública;

Classe II A Não inertes: podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Não se enquadram nas classificações de resíduos perigosos ou de inertes’

Classe II B Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Fonte: NBR 10004 (2004), adaptado.

De acordo com a SEMA (2009), o armazenamento de óleo lubrificante

usado deverá ser em tanques e linhas aéreos, dotados de bacia de contenção, com

piso impermeável e cobertura; no caso da implantação de tanques subterrâneos, os

mesmos deverão ser de paredes duplas, com monitoramento intersticial.

Segundo Lopes et al. (2007), o acondicionamento de resíduos

contaminados por óleo deve ser feito em locais seguros e apropriados para cada tipo

material; o armazenamento pode ser feito em tambores, tanques, contêineres ou a

granel, porém de forma correta e de rápida coleta para destinação final de

tratamento, recuperação e reciclagem.

A NBR 12235/92 tem como objetivo fixar condições para o

armazenamento de resíduos sólidos perigosos, com o propósito de proteger a saúde

pública e o meio ambiente – através de condições básicas de segurança –, e

determina que nenhum resíduo seja armazenado sem análise prévia determinando

suas características físicas e químicas (ABNT, 1992).

O CONAMA (2001), através da resolução n°275 estabelece o código de

cores para os diferentes tipos de resíduos a serem adotados na identificação de

Page 27: Diagnóstico of. Mec

26

coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta

seletiva. Padrão de cores AZUL: papel/papelão; VERMELHO: plástico; VERDE:

vidro; AMARELO: metal; PRETO: madeira; LARANJA: resíduos perigosos;

BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; ROXO: resíduos

radioativos; MARROM: resíduos orgânicos; CINZA: resíduo geral não reciclável ou

misturado ou contaminado não passível de separação (BRASIL, 2001).

Para Andersen (2011), o padrão de cores auxilia e favorece o aumento do

recolhimento de materiais recicláveis, pois os resíduos são previamente separados

dentro das fontes geradoras facilitando o trabalho dos coletores.

A falta de saneamento e gerenciamento de resíduos gera grandes

problemas para o meio ambiente e para a população, onde se destacam:

proliferação de vetores e doenças; corpos d'água contaminados e assoreados

devido ao lançamento de efluentes e resíduos sem o tratamento e disposição

adequada; lençol freático contaminado pela infiltração de derivados de petróleo

(BRUSCHI et al., 2002).

2.8 EFUENTES DE OFICINAS MECÂNICAS

A poluição causa vários problemas no meio ambiente; a alteração da

qualidade da água é um exemplo, que por muitas vezes ocorre devido ao despejo de

efluentes não tratados nos corpos hídricos. Para a minimização desses impactos é

necessário o monitoramento, a fiscalização e a educação para que pessoas e

empreendimentos possam adotar o uso de equipamentos mais modernos, evitando

a degradação ambiental (GIORDANO, 2006).

De Ministério da Saúde (2004), a presença de efluente contaminado

contribui para a degradação da vegetação, dos organismos aquáticos e causa

doenças a sociedade; a Tabela 8 abaixo mostra os principais processos poluidores

da água.

Page 28: Diagnóstico of. Mec

27

Tabela 8 – Principais processos poluidores da água Processos Definição

Contaminação Introdução na água de substâncias nocivas à saúde e a espécies da vida aquática (exemplo: patogênicos e metais pesados).

Assoreamento Acúmulo de substâncias minerais (areia, argila) ou orgânicas (lodo) em um corpo d’água, o que provoca a redução de sua profundidade e de seu volume útil.

Eutrofização Fertilização excessiva da água por recebimento de nutrientes (nitrogênio, fósforo), causando o crescimento descontrolado (excessivo) de algas e plantas aquáticas.

Acidificação Abaixamento de pH, como decorrência da chuva ácida (chuva com elevada concentração de íons H+, pela presença de substâncias químicas como dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, amônia e dióxido de carbono).

Fonte: Barros et al. (1995) apud Ministério da Saúde (2004).

De acordo com a ABNT (1992), os contêineres ou tambores que

armazenam resíduo perigoso e efluente contaminado devem ser rotulados para

facilitar sua identificação e armazenados, preferencialmente, em áreas cobertas,

bem ventiladas e os recipientes são colocados sobre base de concreto ou outro

material que impeça a lixiviação e percolação de substâncias para o solo e águas

subterrâneas, onde a área deverá possuir ainda um sistema de drenagem e

captação de líquidos contaminados para que sejam posteriormente tratados.

Os empreendimentos de reparação de veículos consomem grande

volume de água para higienização dos funcionários, limpeza de pátios e peças. O

efluente gerado nessas empresas possui características potencialmente poluidoras

devido à presença de óleo lubrificante usado, graxa e solventes (PAULINO, 2009).

De acordo com SEMA (2009), Resolução 039/09, é proibida a infiltração

no solo de águas residuárias de lavagem de veículos e do setor de abastecimento,

mesmo que tratadas, porém, caso necessário, levando-se em consideração a

localização do empreendimento e a capacidade de diluição do corpo hídrico, o IAP

poderá estabelecer padrões de lançamento para as águas residuárias.

As Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) estão sujeitas a sofrerem

problemas devido ao lançamento de efluente contaminado com óleo e graxa, os

principais danos são problemas com equipamentos, obstrução de redes e de

tratamento utilizando processos biológicos, onde os organismos não sobrevivem a

óleo contaminado. O autor relata ainda que o tratamento de efluente é necessário

para as oficinas mecânicas, pois suas atividades sempre resultam em quantidades

de óleos e graxas no chão e nas ferramentas (CAESB, 2006).

Page 29: Diagnóstico of. Mec

28

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo de diagnóstico ambiental foi desenvolvido em

empresas especializadas em serviços de manutenção e reparação de veículos, no

município de Foz do Iguaçu, localizado no extremo Oeste do Estado do Paraná, na

fronteira com o Paraguai e Argentina, com coordenadas geográficas de latitude 25º

32’ 45”S e longitude 54º 35’ 07”W, como mostra a Figura 1.

Figura 1: Localização do município de Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Google Earth (2011).

A cidade de Foz do Iguaçu utiliza os meios de transporte para diversos

fins, entre os principais, pode-se destacar os relacionados à locomoção de pessoas

e ao transporte de cargas. Com o passar do tempo, esses veículos sofrem desgaste

natural devido ao seu uso, tornando-se necessário a sua manutenção, e, dessa

forma, as oficinas mecânicas são empreendimentos essenciais para a população.

Foz do Iguaçu possui uma frota de aproximadamente 120 mil veículos, de

acordo com dados divulgados pelo Instituto de Transportes e Trânsito da Cidade

(FOZTRANS) no ano de 2011 e diversas empresas especializadas em serviços de

Page 30: Diagnóstico of. Mec

29

manutenção e reparação mecânica de veículos automotores, os quais algumas

foram alvos do levantamento de diagnóstico ambiental deste estudo.

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA PESQUISA

3.2.1 Levantamento do número de oficinas na cidade de Foz do Iguaçu - PR

Para realização do levantamento das oficinas mecânicas de Foz do

Iguaçu foram consultados dados existentes em cadastros na Prefeitura Municipal,

lista telefônica, Associação Comercial do Município de Foz do Iguaçu (ACIFI) e sítios

eletrônicos, a fim de se obter informações referentes ao ramo de atividade e seus

respectivos endereços e telefones.

3.2.2 Escolha das amostras

A escolha das amostras para realização do estudo foi realizada de forma

aleatória, dividindo os empreendimentos em porte médio e pequeno. Para aplicação

do estudo foram escolhidas 20 empresas, distribuídas em diferentes bairros no

município como mostra a Figura 2.

Figura 2: Localização das oficinas diagnosticadas em Foz do Iguaçu/PR neste estudo. Fonte: Google Earth (2011).

Page 31: Diagnóstico of. Mec

30

3.2.3 Diagnóstico dos aspectos ambientais

Para realização do diagnóstico ambiental foi utilizado um check-list

(APÊNDICE 1) adaptado a partir do estudo desenvolvido por Paulino (2009), o qual

verificou a situação ambiental de oficinas mecânicas na cidade de São Carlos - SP.

As visitas a campo foram realizadas com o propósito de identificar as

condições atuais dos empreendimentos de acordo com as legislações e normas

ambientais referentes aos planos de gerenciamento, formas de tratamento e

disposição final dos resíduos e efluentes.

As oficinas escolhidas na composição do estudo receberam uma visita, na

qual foram realizadas entrevistas com os proprietários e funcionários, a fim de

coletar as informações referentes aos aspectos e aos possíveis impactos ambientais

nas empresas, devido à falta ou a falha no sistema de gestão ambiental.

Os questionários utilizados nas entrevistas durante a visita permitiram

verificar a qualidade das instalações internas para a constatação de problemas

devido à estrutura do empreendimento, observando a cobertura e impermeabilização

do local de trabalho. Verificaram-se as formas de armazenamento e

acondicionamento dos materiais novos e usados, as certificações de disposição final

dos resíduos gerados, as formas de tratamento e lançamento do efluente gerado

durante as atividades limpeza de peças e da higienização do local e dos

trabalhadores

Dessa forma, o objetivo da entrevista foi caracterizar as áreas de estudo

e as atividades desenvolvidas em cada empreendimento. As informações coletadas

foram: localização; área e infra-estrutura do local; serviços realizados; número de

funcionários e suas funções; caracterização dos resíduos gerados como plásticos,

embalagens, metais, peças usadas, vidros, lâmpadas, papel, papelão, graxas,

solventes e óleos usados; local de armazenamento dos produtos, sua disposição e

manejo final.

Page 32: Diagnóstico of. Mec

31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE OFICINAS

Para o levantamento de dados para obtenção do número exato de

oficinas mecânicas foram encontradas algumas dificuldades, e por isso, os dados

ainda estão incompletos. Fato este que ocorreu devido à falta de informação durante

a pesquisa realizada na Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal do Meio Ambiente

e IAP (Instituto Ambiental do Paraná), os quais deveriam conter o cadastro de todos

os empreendimentos deste ramo. Verificou-se que estes órgãos desconheciam

qualquer lista ou dados sobre os empreendimentos de Foz do Iguaçu. Para

obtenção de um número aproximado de empresas foi necessário consultar a lista

telefônica da cidade e empresas cadastradas na internet. Com essa busca, verificou-

se 103 empresas que prestam serviços de reparação mecânica de veículos, troca de

peças e de óleo lubrificante, retifica de motores, limpeza de peças, entre outros.

Dessa forma, pode-se verificar que o cadastro de oficinas em Foz do Iguaçu não

está atualizado e disponível para população.

Martins (2010) encontrou resultados semelhantes em seu estudo

realizado na cidade de João Pessoa – PB. Para Argenta et al. (2009), o cadastro de

empresas de um município deverá receber manutenção contínua, porque se trata de

uma importante ferramenta para o planejamento e ordenamento territorial. O autor

ainda relata que muitas cidades sofrem pela falta de um estudo durante processo de

urbanização, com políticas de planejamento ineficientes. Além disso, acredita-se que

a própria fiscalização ambiental se torna ineficiente com essa carência de dados.

Page 33: Diagnóstico of. Mec

32

4.2 ASPECTOS AMBIENTAIS AVALIADOS NAS EMPRESAS

4.2.1 Estocagem de peças

Todas as oficinas verificadas durante o estudo realizam a estocagem de

materiais usados para futuras reparações de veículos através do recondicionamento

de peças. Entre os principais resíduos, encontram-se os de ferro e de aço; portanto,

apresentam periculosidade ambiental pelos constituintes potencialmente poluidores

agregados nas peças e por estarem sujas com óleos e graxas, havendo

possibilidade de contaminação do solo, dos recursos hídricos e da saúde da

população.

A Figura 3 representa o número de oficinas que realizam o

armazenamento das peças novas, usadas e de reposição.

0

5

10

15

20

Armazenam Não Armazenam

6

14

20

0

18

2

Novas

Usadas

Reposição

Figura 3: Armazenamento de peças novas, usadas e de reposição.

Dessa forma, uma média total de 70% das oficinas mecânicas armazena

algum tipo de peça. Paulino (2009) encontrou resultados semelhantes a estes em

seu estudo. Para Vilanova (2010), muitos empresários da reparação de veículos

desconhecem as vantagens da organização de peças em suas oficinas, pois o

correto manuseio de peças são fatores de grande relevância para garantir a

qualidade na hora de prestar um serviço mecânico ao seu cliente. O autor afirma que

Page 34: Diagnóstico of. Mec

33

as peças que já foram usadas e estão danificadas devem ser mantidas em local

separado dos novos produtos (Figura 4), pois as usadas podem contaminar as

outras, e além disso, ter um local adequado e seguro garante que as peças

descartadas não sejam colocadas novamente em circulação.

A. Vista do local de armazenagem de peças B. Almoxarifado de peças novas e de reposição imediata Figura 4: Estocagem de peças novas, usadas e de reposição nos empreendimentos.

4.2.1.1 Condições de armazenamento das peças

A Figura 5 representa o número de empreendimentos de acordo com

suas condições de armazenamento de peças.

0

5

10

15

20

Piso Impermeabilizado Local Coberto

20 20

15

12

20 20

Novas

Usadas

Reposição

Figura 5: Condições de armazenamento das peças.

Sendo assim, nas 20 oficinas avaliadas em Foz do Iguaçu, mais de 90%

armazenam peças novas, usadas e de reposição em piso impermeabilizado, e 87%

Page 35: Diagnóstico of. Mec

34

realizam o armazenamento das peças em local coberto (Figura 6), resultados

também encontrados por Paulino (2009), onde verificou que 90% das oficinas

armazenam as peças em piso impermeabilizado e em local coberto. Os locais para o

armazenamento de materiais de consumo nas empresas de acordo com Medeiros et

al. (2008) devem ser mantidos limpos e periodicamente higienizados e desinfetadas,

sem a presença de resíduos orgânicos para evitar a presença vetores, como

roedores e insetos no local. O autor ainda explica que o objetivo de manter o local

impermeabilizado e com cobertura é garantir a integridade e a qualidade do produto,

para que seu valor seja mantido sem deterioração.

A. Vista da cobertura e piso impermeabili- B. Vista do armazenamento de peças usa- zado nos locais de estocagem da sem cobertura Figura 6: Condições de armazenamento nos empreendimentos.

4.2.2 Estocagem de óleo lubrificante, óleo diesel, solvente e graxa

Todas as oficinas mecânicas analisadas durante o estudo utilizam óleo

lubrificante, graxa, gasolina, solventes e óleo diesel em suas atividades, sendo

utilizadas para troca de óleo, para engraxar peças e equipamentos, para limpeza de

peças, vendas, entre outros. A Figura 7 representa as formas de acondicionamento

dos produtos nos empreendimentos.

Page 36: Diagnóstico of. Mec

35

Figura 7: Formas de acondicionamento de produtos.

Dessa forma apenas 40% dos produtos estão sendo acondicionados nas

oficinas de forma correta, demonstrando a necessidade de prateleiras para

adequação da estrutura (Figura 8), pois de acordo com a Resolução SEMA 037/09 o

óleo lubrificante e outros derivados de petróleo utilizado na oficina deverão ser

armazenados de forma segura, em instalações adequadas, de modo a não

contaminar o meio ambiente. Paulino (2009) observou em seu estudo que 78% das

oficinas armazenam seus produtos de forma segura. Fernandes (2010) relata que o

local de estocagem não deve estar próximo de fontes de calor e que o almoxarifado

de lubrificantes e outros produtos devem ficar afastados de outros equipamentos de

modo a evitar algum acidente e eventualmente contaminar o meio ambiente.

Figura 8: Estocagem de óleo lubrificante, óleo diesel, solvente e graxa fora dos padrões estabelecidos.

Page 37: Diagnóstico of. Mec

36

4.2.2.1 Caixa de contenção e canaleta

A figura 9 mostra o número de empreendimentos analisados que

possuem canaleta de segurança e caixa de contenção.

Figura 9: Canaleta e caixa de contenção.

Observa-se que 14 empresas não possuem canaleta de segurança e

caixa de contenção, provando assim que grande parte das oficinas está em

desacordo com as normas ambientais, pois a resolução SEMA 038/2009 estabelece

a necessidade de implantação de caixa de contenção, com piso impermeável e

cobertura para locais onde se armazena óleo lubrificante (Figura 10). Gomes (2006)

em seu estudo considerou a necessidade de estabelecer nas oficinas as mesmas

normas de instalação que são seguidas pelo posto e concessionária como, por

exemplo, canaletas de segurança e caixa de separação para água e óleo.

A. Vista da Canaleta no empreendimento B. Caixa de contenção, cobertura e piso imper- meável para armazenamento de óleo usado

Figura 10: Canaleta e caixa de contenção em oficina mecânica avaliada.

Page 38: Diagnóstico of. Mec

37

4.3 SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS.

Os empreendimentos de reparação e manutenção de veículos são

geradores de um considerável volume de resíduos descartados, onde grande parte

dos descartes possui constituintes potencialmente poluidores devido à presença de

óleo e graxa em estopas e panos utilizados na limpeza e higienização dos

funcionários. A Figura 11 mostra a quantidade de oficinas que realizam a

segregação dos resíduos gerados.

Figura 11: Segregação dos resíduos.

Observa-se que 17 empresas realizam a segregação dos resíduos, porém

a classificação de cor foi adotada apenas para os resíduos perigosos, sendo

necessária a segregação e classificação dos demais tipos de materiais, tais como

metal, papel, vidro e plástico (Figura 12). Maroun (2006) observou em seu estudo

que a correta separação dos resíduos possibilita a oportunidade de reutilização e a

reciclagem, pois caso os resíduos sejam acondicionados e segregados de forma

incorreta, os mesmos poderão ficar irrecuperáveis. O mesmo autor afirma que caso

haja mistura de resíduos de classes diferentes, assim um resíduo não perigoso pode

ser contaminado e tornar-se perigoso, o que dificultará seu gerenciamento,

aumentando os custos a ele associados devido a multas decorrentes ao não

cumprimento das legislações ambientais.

Para Lopes et al. (2007), a segregação do resíduos contaminados por

óleo deve ser feito em locais seguros e apropriados para cada tipo material, sendo

que armazenamento poderá ser feito em tambores, tanques, contêineres ou a

Page 39: Diagnóstico of. Mec

38

granel, porém de forma correta e de rápida coleta para destinação final de

tratamento, recuperação e reciclagem.

Figura 12: Segregação dos resíduos em oficina diagnosticada.

4.4 DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS

4.4.1 Peças usadas

Verificou-se que grandes quantidades de peças são trocadas diariamente

nas oficinas mecânicas, assim como a troca de óleo. Os materiais trocados possuem

valor comercial por se tratarem de ferro, aço e óleo usado e por esse motivo,

empresas especializadas pagam por estes produtos, gerando renda para as

empresas. A Figura 13 mostra a quantidade de empreendimentos e suas formas de

destinação final das peças usadas.

Figura 13: Destinação de peças usadas.

Page 40: Diagnóstico of. Mec

39

Dessa forma 19 oficinas mecânicas vendem as peças descartadas para o

sucateiro, estando em acordo com o estabelecido pelo Sistema de Gestão ambiental

(SGA) que foi desenvolvido para reduzir o consumo dos recursos naturais e

promover a reutilização e reciclagem de materiais descartados.

Villas (2006) encontrou resultados semelhantes em seu estudo, onde

verificou-se a rentabilidade da venda de peças usadas. Soares (2006) afirma em seu

estudo que reciclar resíduos é transformá-los em produtos com valor agregado, do

ponto de vista ambiental essa prática é muito atraente, pois diminui a quantidade de

resíduos lançados no meio ambiente, alem de contribuir para a conservação dos

recursos naturais, minimizando a utilização de recursos não-renováveis. A

reciclagem, porém, depende do custo de transporte e da quantidade de resíduos

disponíveis para que o reprocessamento se torne viável ecologicamente.

A empresa que realiza a coleta de peças e sucatas disponibiliza caçamba

(Figura 14) para o armazenamento das peças destinadas para reciclagem.

Figura 14: Armazenamento das peças destinadas para reciclagem.

4.4.2 Destinação de óleo, estopas e panos contaminados

O óleo lubrificante é coletado e armazenado em tambores, juntamente

com o óleo em suspensão e os sedimentos que são retirados da caixa de

separação. Empresas especializadas compram estes produtos, gerando lucro para

as oficinas. A mesma empresa que compra o óleo cobra uma taxa pela coleta e

destinação de estopas e panos usados nas atividades mecânicas.

Page 41: Diagnóstico of. Mec

40

A Figura 15 apresenta as oficinas que realiza destinação dos resíduos

contaminados.

Figura 15: Destinação de óleo, estopas e panos contaminados.

Dessa forma 19 oficinas mecânicas comercializam o óleo usado, sendo

um procedimento benéfico para o meio ambiente devido à economia dos recursos

naturais e energéticos através da reciclagem e reutilização dos resíduos

descartados. Costa (2011) revela que o resíduo contaminado por óleo é considerado

um resíduo tóxico persistente e perigoso para o meio ambiente e para a saúde

humana, e relata que a prática tecnicamente recomendada para evitar a

contaminação química é o envio do resíduo para a regeneração e recuperação por

meio do processo industrial. O ainda autor observou que além do benefício

ambiental, o processo de rerrefino do óleo usado também oferece vantagens

econômicas, pois quando coletados e corretamente encaminhados à reciclagem, são

transformados novamente em óleo lubrificante, numa proporção de 75% a 80% de

aproveitamento.

Gomes et al. (2006) observou em seu estudo que destinar os resíduos

contaminados por óleo de forma menos impactante significa aumentar lucros e

reduzir custos. Para correta destinação dos resíduos contaminados por óleo a NBR

12235/92 estabelece critérios de armazenamento de resíduo perigoso em

contêineres ou tambores, devendo ser rotulados para facilitar sua identificação e

armazenados, preferencialmente, em áreas cobertas, bem ventiladas, em piso

impermeável para impedir a lixiviação e percolação de substâncias para o solo e

águas subterrâneas e em área com sistema de drenagem e captação de líquidos

contaminados.

Page 42: Diagnóstico of. Mec

41

A Figura 16 mostra o armazenamento do óleo usado para venda e a

segregação de estopas e panos para destinação final.

A. Vista dos tambores de armazenamento B. Segregação das estopas, panos e outros do óleo usado e sedimentos retirados das resíduos contaminados por óleo. caixas de separação.

Figura 16: Óleo usado, estopas e panos segregados para destinação final.

4.4.3 Certificação para os resíduos coletados

Como grande parte dos resíduos gerados é comercializada, as oficinas

mecânicas analisadas possuem comprovantes de venda, o que certifica a

destinação do resíduo gerado. A Figura 17 apresenta a quantidade de empresas que

possuem certificação de destino dos resíduos.

Figura 17: Certificação de coleta de resíduos.

Page 43: Diagnóstico of. Mec

42

Sendo assim, 80% das oficinas mecânicas estão de acordo com as

normas ambientais vigentes, pois a Resolução SEMA 037/09 define como obrigação

dos vendedores de manterem para fins de fiscalização, os documentos

comprobatórios de compra de óleo lubrificante e os certificados de coleta de

embalagens plásticas de óleo lubrificante pós-consumo e dos coletores de emitirem

o certificado de coleta para todo o revendedor ou gerador nas visitas periódicas,

onde o certificado deverá ser emitido em 2 (duas) vias, uma das quais ficará com o

revendedor ou gerador para fins de fiscalização. Paulino (2009) em seu estudo

observou resultados semelhantes. Vilas (2006) afirma que todos os

empreendimentos geradores de materiais descartados devem possuir notas e

certificados de destinação, de modo a comprovar a correta destinação final e evitar

multas referentes ao não cumprimento das legislações pertinentes.

A Figura 18 mostra certificado de coleta de embalagens plásticas

contaminadas.

A. Certificado de coleta de embalagens A. Certificado de coleta de resíduo perigoso plásticas contaminadas Figura 18: Certificado de coleta de resíduo contaminado.

4.5 TRATAMENTO DE EFLUENTES

A Figura 19 mostra o número de empreendimentos que realizam o

tratamento primário através da caixa de separação de material sedimentável e caixa

de separação de óleos e graxas.

Page 44: Diagnóstico of. Mec

43

Figura 19: Tratamento de efluentes.

Dessa forma, 14 empresas encontram-se em desacordo com o IAP

(Instituto ambiental do Paraná), pois a Resolução SEMA 038/09 estabelece que as

oficinas mecânicas deverão possuir sistema de tratamento primário para as águas

residuárias, como caixa de separação de material sedimentável e caixa de

separação de óleos e graxas (Figura 20).Vilas (2006) e Paulino (2009) obtiveram

resultados semelhantes onde 50% das empresas avaliadas não possuíam o

tratamento adequado para os efluentes gerados. Moreira (2008) relata em estudo

que evitar o lançamento de efluente e resíduo contaminado no meio ambiente é

importante para a preservação ambiental, pois ao serem despejados no ambiente,

essa poluente afeta de forma direta e indireta a biodiversidade. O autor ainda afirma

que dependendo das propriedades físico-químicas dos derivados de petróleo e do

tempo de permanência no solo, podem lixiviar e contaminar o lençol freático e ainda

quando despejados diretamente na rede de esgoto podem chegar até as estações

de tratamento.

A. Vista do local de lavagem de peças B. Vista da Canaleta e do sitema de trata- mento primário Figura 20: Sistema de tratamento primário para água residuária.

Page 45: Diagnóstico of. Mec

44

4.5.1 Destinação final dos efluentes

A Figura 21 mostra as formas de destinação final dos efluentes pelas

oficinas mecânicas.

Figura 21: Destinação final dos efluentes

Sendo assim, 16 empreendimentos destinam de forma correta seu

efluente final e 4 (Figura 22) encontram-se em desacordo com a Resolução SEMA

038/09 que proibi a infiltração águas residuárias no solo mesmo que tratadas e

também em desacordo com a Resolução CONAMA 357/05 na qual define que os

efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou

indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam as condições e padrões de

lançamento e que o efluente não deverá causar ou possuir efeitos tóxicos

potencialmente poluidores aos organismos aquáticos no corpo receptor. Ferreira

(2006) observou em seu estudo que o controle de efluentes deverá ser eficiente e a

busca de recirculação das águas deve ser permanente para a minimização dos

impactos ambientais. O autor ainda relata que por algumas vezes o processo de

tratamento não opera de forma eficientemente, tornando-se necessário a mudança

em procedimentos operacionais ou melhorias no projeto original e análises nos

efluentes finais. Para Giordano (2006), a poluição causa vários problemas no meio

ambiente, a alteração da qualidade da água é um exemplo, que por muitas vezes

ocorre devido ao despejo de efluentes não tratados nos corpos hídricos, onde para a

minimização desses impactos é necessário o monitoramento, a fiscalização e a

Page 46: Diagnóstico of. Mec

45

educação, para que pessoas e empreendimentos possam adotar o uso de

equipamentos mais modernos, evitando a degradação ambiental.

A. Lançamento de efluente no rio B. Contaminação no solo por efluente

não tratado

C. Infiltração direta no solo e no corpo de D. Infiltração de água residuária água Figura 22: Empreendimentos em desacordo com as normas ambientais.

4.6 GESTÃO AMBIENTAL

A Tabela 09 mostra a porcentagem de respostas referentes à Gestão

Ambiental nas oficinas mecânicas na cidade de Foz do Iguaçu.

Page 47: Diagnóstico of. Mec

46

Tabela 9 – Questionário aplicado nas oficinas mecânicas Perguntas Sim Não

A empresa possui algum projeto de Gestão Ambiental?

0%

100%

Algum cliente demonstrou interesse a respeito dos aspectos ambientais? 90% 10%

A adequação ambiental poderia ser um diferencial de mercado para atrair novos clientes?

100% 0%

Existe fiscalização da Prefeitura Municipal e do Órgão Ambiental? 75% 25%

Seria interessante a obtenção de certificação ambiental para oficinas mecânicas?

100% 0%

Estabeleceria parcerias com instituições a fim de diminuir o desperdício de energia e recursos naturais, contribuindo, dessa forma, em prol das gerações futuras

95% 5%

O investimento em adequação ambiental é um fator limitante para a empresa?

85% 15%

Receberia estagiário em sua empresa para implantação de projetos de adequação ambiental?

65% 35%

Fernandez (1996) constatou que os grandes problemas de degradação

relacionados às empresas são caracterizados através da falta de cumprimento da

legislação ambiental, de percepção das deficiências ambientais nos processos

produtivos e de conscientização ecológica sobre o uso racional dos recursos

naturais. Callado et al. (2007) observou em seu estudo que a gestão ambiental

consiste em medidas e procedimentos científicos adequadamente aplicados em

empreendimentos, onde sua principal vantagem está relacionada à boa imagem

sensibilizada com a conservação do meio ambiente e a saúde humana. Paulino

(2009) verificou resultados semelhantes, e destacou a importância da gestão

ambiental municipal para melhorias das práticas ambientais, não só das oficinas

mecânicas, mas também de outras atividades que degradam o meio ambiente.

Dessa forma, o sistema de gestão ambiental disponibiliza uma estrutura

adequada para que as empresas possam alcançar a melhoria e amplitude de seus

processos de acordo com que ela determina. Embora sejam esperadas melhorias no

desempenho ambiental, o SGA é considerado uma ferramenta que auxiliar a

organização atingir e controlar o nível de desempenho ambiental (VILAS, 2006).

Page 48: Diagnóstico of. Mec

47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos através do estudo constatou-se há

necessidade de um trabalho conjunto, de médio e longo prazo, voltado à

conscientização dos empresários, com o propósito de se mudar os antigos

costumes, tão prejudiciais ao ecossistema.

O estudo de diagnóstico dos aspectos ambientais buscou verificar as

condições de armazenamento de materiais, o gerenciamento de resíduos sólidos e

efluentes em oficinas mecânicas na cidade de Foz do Iguaçu, e diante dos

resultados obtidos, foi possível verificar que apesar de existirem algumas

irregularidades, as empresas oferecem boa infra-estrutura, segregam os resíduos

para obter lucros e possuem certificado de destinação final, porém, não possuem

sistema de gestão ambiental, tornando-se necessário a sua implantação para

melhoria da qualidade de prestação de serviço e permanecia no mercado.

A implantação do sistema de gestão ambiental é possível em empresas

de médio e pequeno porte, sendo até mais fácil, pois as mudanças a serem

realizadas são pequenas, o que diminui os investimentos para a adequação

ambiental.

Neste contexto, propõe-se a implantação de um sistema de gestão

ambiental nas oficinas mecânicas a fim de reduzir os impactos ambientais, evitar

gastos com multas por falta de cumprimento das legislações, e de aumentar a

competitividade empresarial através da qualidade dos serviços prestados.

Page 49: Diagnóstico of. Mec

48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 50: Diagnóstico of. Mec

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Page 51: Diagnóstico of. Mec

50

LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm Acesso em 25/03/2011 LOPES, G. V.; KEMERICH, P. D. C. Resíduos de oficina mecânica: proposta de Gerenciamento: Ciências Naturais e Tecnologias. V 8, n. 1, p. 81-94, 2007. LORA, E. E. S.– Prevenção e Controle da Poluição nos Setores Energético, Industrial e de Transporte. Agência Nacional de Energia Elétrica,2000. MAROUN, C. A. Manual de Gerenciamento de Resíduos: guia de procedimentos passo a passo. ISBM: 2ª ed. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.firjan.org.br/lumis/portal/file/filedownload.pdf> Acesso em: 13 de abril de 2011 MARTINS, K. P.; MORAIS J. A. J. Gestão de Resíduos Sólidos de Oficinas Mecânicas De João Pessoa – PB. Pernambuco: UFPB, 2010. MEDEIROS, F. A.; SILVA, M. J.; MOURA, W. E. Equipamentos e Técnicas de Armazenagem. São Paulo: UNIFIEO, 2008. MELLANBY, Kenneth. Biologia de Poluição. São Paulo: EPU, 1982, v.28. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, Manual de Saneamento. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/customizado/gestao-ambiental-biblioteca/bib_manual_saneamento.pdf>. Acesso em 08 de set. 2011. MOREIRA, V. L. Estudo sobre o conhecimento dos Mecânicos de Manaus acerca dos problemas causados por Hidrocarbonetos Combustíveis e Lubrificantes usados nas Oficinas Mecânicas. Minas Gerais: UFU, 2008.1 OLIVEIRA, J. M.; CUNHA, C. O. M. Gerenciamento de Resíduos em Oficinas Automotivas. Rio Grande do Sul: SENAI, 2007. PAULINO, P. F. Diagnóstico dos Resíduos Gerados nas Oficinas Mecânicas de Veículos Automotivos do Município de São Carlos – SP – Monografia de Graduação UNESP/SP,2009. RESOLUÇÃO n° 038/2009/SEMA, Dispõe sobre a coleta, armazenamento e destinação de embalagens plásticas de óleo lubrificante pós-consumo no Estado do Paraná. Disponível em: http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Legislacao_ambiental/Legislacao_estadual/ RESOLUÇÃO n° 038/2009/SEMA, Dispõe sobre o licenciamento ambiental, estabelece condições e critérios para Postos de combustíveis e/ou Sistemas Retalhistas de Combustíveis e dá outras providências. Disponível em: http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Legislacao_ambiental/Legislacao_estadual/

Page 52: Diagnóstico of. Mec

51

RESOLUÇÃO n° 039/2009/SEMA, Estabelece prazos para adequação da documentação prevista na Resolução SEMA No 038/2009 para todos os empreendimentos revendedores de combustível no Estado do Paraná e suas instalações conforme previsto na Resolução CONAMA no 273/00 e Legislação Estadual que regulamenta a matéria.Disponível em: http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Legislacao_ambiental/Legislacao_estadual/ RESOLUÇÃO n° 051/2009/SEMA, Dispensa de Licenciamento e/ou Autorização Ambiental Estadual de Empreendimentos e Atividades de Pequeno Porte e Baixo Impacto Ambiental. Disponível em: http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Legislacao_ambiental/Legislacao_estadual/ SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto Ambiental: Conceitos e Métodos. 1ª Reimpressão. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2008. SCHENINI, P. C,; LEMOS, R. N. SILVA, F. A. Sistema de Gestão Ambiental no Segmento Hoteleiro. Santa Catarina: UFSC, 2003. SOARES, D. F. Proposta de tratamento e disposição adequada de resíduos químicos gerados no laboratório de separação e Pré-concentração. Minas Gerais: UFU, 2006. SOUZA, M. L.; RODRIGUES, G. B. Planejamento: urbano e ativismos sociais. São Paulo: UNESP, 2004. SOUZA, M. R. – A Implantação do Sistema de Gestão Ambiental Segundo ISO 14001 - Dissertação de Mestrado do programa da Escola Federal de Engenharia de Itajub. Minas Gerais: UNIFEI, 2001. VILANOVA, C. Estoque na medida certa. Disponível em: <http://www. omecanico.com.br/modules/php?recid=290&edid=27&topicid=2>. Acesso em: 15 de outubro. 2011. VILAS, L. H. L. - Gestão ambiental em concessionárias de veículos: uma

proposta de operacionalização. Dissertação de Mestrado em Meio Ambiente e

Sustentabilidade do Centro Universitário de Caratinga. Minas Gerais: UNEC, 2006.

Page 53: Diagnóstico of. Mec

52

APÊNDICE

Page 54: Diagnóstico of. Mec

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APÊNDICE

Questionário de diagnóstico ambiental aplicado em Oficinas Mecânicas na

cidade de Foz do Iguaçu – PR baseado nos estudos de Paulino (2009)

CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ESTABELECIMENTO Empreendimento: ______________________________________________________________

Número de funcionários: _________________________________________________________

Atividade:_____________________________________________________________________

Localização:___________________________________________________________________

Tempo de funcionamento: ___________________ - Área do barracão:____________________

IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO Nome/ Função:__________________________________________________ Idade: _________

Há quanto tempo trabalha no estabelecimento:________ - Escolaridade: ___________________

Aspectos ambientais nas oficinas mecânicas PEÇAS ARMAZENAMENTO LOCAL COBERTO PISO

IMPERMEABILIZADO

Novas ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Usadas ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Reposição ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não MATERIAL DE CONSUMO

ARMAZENAMENTO LOCAL COBERTO PISO IMPERMEABILIZADO

Óleo Lubrificante ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Óleo Diesel ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Graxa ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Gasolina ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Solvente ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não Formas de armazenamento de produtos

PRODUTOS PISO PRATELEIRA

Óleo Lubrificante ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Óleo Diesel ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Graxa ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Gasolina ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Solvente ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

Page 55: Diagnóstico of. Mec

54

COLETA/DESTINO DOS RESÍDUOS

DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS

COMERCIALIZAÇÃO

Peças usadas e quebradas

( ) Sim ( ) Não ( ) Especializada; ( ) Sucateiro; ( ) Catador; ( ) outro___________

Óleo ( ) Sim ( ) Não ( ) Especializada; ( ) Sucateiro; ( ) Catador; ( ) outro___________

Pano ( ) Sim ( ) Não ( ) Especializada; ( ) Sucateiro; ( ) Catador; ( ) outro___________

Estopa ( ) Sim ( ) Não ( ) Especializada; ( ) Sucateiro; ( ) Catador; ( ) outro___________

Embalagens ( ) Sim ( ) Não ( ) Especializada; ( ) Sucateiro; ( ) Catador; ( ) outro___________

Possui certificação de coleta e destinação de resíduos? ( ) Sim ( ) Não

Possui tratamento de efluente antes do lançamento? ( ) Sim ( ) Não

Caixa de separação de óleo e graxa ( ) Sim ( ) Não

Caixa de separação de sólidos sedimentáveis ( ) Sim ( ) Não

Destinação final do efluente

Reutilização Rede de esgoto Fossa séptica Recursos Hídricos

( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

A Gestão Ambiental

Perguntas Sim Não

Existe fiscalização da Prefeitura Municipal e do Órgão Ambiental?

Seria interessante a obtenção de certificação ambiental para as oficinas mecânicas?

A empresa possui algum projeto de Gestão Ambiental?

Algum cliente demonstrou interesse a respeito dos aspectos ambientais?

A adequação ambiental poderia ser um diferencial de mercado para atrair novos clientes?

Estabeleceria parcerias com instituições a fim de diminuir o desperdício de energia e recursos naturais, contribuindo, dessa forma, em prol das gerações futuras

Receberia estagiário em sua empresa para implantação de projetos de adequação ambiental?

O investimento em adequação ambiental é um fator limitante para a empresa?