2001 - delta - reestruturação do setor bancário

14
CURRENT ISSUES Maio 2001 volume 1 número 2 Reestruturação do Setor Bancário Luiz Nelson Porto Araujo Os principais fatores que estão definindo a reestruturação do setor bancário são os se- guintes: regulação, competição, globalização e tecnologia. A adaptação à nova realidade é fundamental para a sobrevivência das instituições financeiras, tendo no planejamento estratégico o ponto mais importante para a obtenção de resultados e crescimento sus- tentado. No caso particular do Brasil, o processo de reestruturação do setor também é bastante relevante e com uma particularidade adicional, a estabilidade econômica. Um dos principais efeitos desta estabilidade é a redução da receita do float, impactando diretamente a rentabilidade de cada instituição e, por consequência, do setor como um todo. Um banco é um intermediário depositante que toma emprestado recursos de unidades econômicas superavitárias e empresta a uni- dades deficitárias (tomadores). Ele faz essa operação mais eficientemente do que os em- prestadores e tomadores poderiam fazer in- dividualmente, ou seja, o custo de transação é diminuído quando a realocação de recur- sos financeiros é realizada por um intermedi- ário especializado. 1 A visão corrente é de que os bancos estão perdendo espaço para um espectro bastante 1. A literatura sobre este tema é bastante extensa, tanto para o caso brasileiro quanto para o internacio- nal. Ver, por exemplo, Barros, e Almeida Jr. (1997), amplo de concorrentes não bancários, como financeiras, fundos mútuos e fundos privados de pensão, dentre outros, que estão ofere- cendo produtos bancários tradicionais de maneira mais eficiente. Os motivos determi- nantes da entrada de concorrentes são: i) as inovações tecnológicas eliminaram as vanta- gens até então reservadas aos bancos; ii) os novos competidores estão livres de regula- ções custosas impostas sobre os bancos e iii) o excesso de liquidez no mercado de ca- pitais. Benston et al. (1982), Berger et al. (1987), Harker e Zenios (1998), Herring e Santomero (1995), Roth e Jackson III (1995).

Upload: delta-economics-finance

Post on 26-May-2015

215 views

Category:

Business


1 download

DESCRIPTION

Os principais fatores que estão definindo a reestruturação do setor bancário são os seguintes: regulação, competição, globalização e tecnologia.

TRANSCRIPT

Page 1: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

CURRENT ISSUES

Maio 2001 volume 1 número 2

Reestruturação do Setor Bancário Luiz Nelson Porto Araujo

Os principais fatores que estão definindo a reestruturação do setor bancário são os se-

guintes: regulação, competição, globalização e tecnologia. A adaptação à nova realidade

é fundamental para a sobrevivência das instituições financeiras, tendo no planejamento

estratégico o ponto mais importante para a obtenção de resultados e crescimento sus-

tentado. No caso particular do Brasil, o processo de reestruturação do setor também é

bastante relevante e com uma particularidade adicional, a estabilidade econômica. Um

dos principais efeitos desta estabilidade é a redução da receita do float, impactando

diretamente a rentabilidade de cada instituição e, por consequência, do setor como um

todo.

Um banco é um intermediário depositante

que toma emprestado recursos de unidades

econômicas superavitárias e empresta a uni-

dades deficitárias (tomadores). Ele faz essa

operação mais eficientemente do que os em-

prestadores e tomadores poderiam fazer in-

dividualmente, ou seja, o custo de transação

é diminuído quando a realocação de recur-

sos financeiros é realizada por um intermedi-

ário especializado.1

A visão corrente é de que os bancos estão

perdendo espaço para um espectro bastante

1. A literatura sobre este tema é bastante extensa,

tanto para o caso brasileiro quanto para o internacio-

nal. Ver, por exemplo, Barros, e Almeida Jr. (1997),

amplo de concorrentes não bancários, como

financeiras, fundos mútuos e fundos privados

de pensão, dentre outros, que estão ofere-

cendo produtos bancários tradicionais de

maneira mais eficiente. Os motivos determi-

nantes da entrada de concorrentes são: i) as

inovações tecnológicas eliminaram as vanta-

gens até então reservadas aos bancos; ii) os

novos competidores estão livres de regula-

ções custosas impostas sobre os bancos e

iii) o excesso de liquidez no mercado de ca-

pitais.

Benston et al. (1982), Berger et al. (1987), Harker e

Zenios (1998), Herring e Santomero (1995), Roth e

Jackson III (1995).

Page 2: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS & FINANCE 2

As implicações deste novo ambiente concor-

rencial são muito importantes para a dinâ-

mica do setor bancário no mundo, em geral,

e no Brasil, em particular. O caso brasileiro é

ainda mais significativo quando se considera

que a dinâmica deste mercado é também di-

recionada por outros fatores, dentre eles: i)

a estabilização inflacionária induzida pelo

Plano Real e as suas implicações sobre a es-

trutura de receitas e despesas das institui-

ções bancárias; ii) o grau de inovação tecno-

lógica (em particular, da tecnologia bancária)

embebido no setor; iii) a escala concorrencial

trazida pela entrada de instituições estran-

geiras que atuam globalmente; iv) as inova-

ções regulatórias e as instituições que rede-

finiram o grau do risco sistêmico do sistema

bancário nacional; e v) o potencial de banca-

rização da população de baixa renda – po-

dendo, mesmo, ser considerado como um

instrumento de inclusão social.

Setor Bancário

A análise da dinâmica do setor bancário é

feita a partir de seis temas fundamentais: i)

organização, ii) estrutura organizacional, iii)

regulação, iv) competição, v) globalização e

vi) tecnologia.2

Organização

Os motivos que explicam a expansão deste

setor na segunda metade do século passado

são importantes na elaboração de cenários

futuros. Em geral, esta organização está cor-

relacionada com fatores estruturais da eco-

nomia (população, renda, emprego, inflação

e tecnologia).

2. Para uma discussão ver, por exemplo, Aghion e

Tirole (1995), Aoki (1986), Chandler (1962), Kolari e

Zardkoohi (1987), March e Simon (1993), Milgrom e

Estes fatores, no longo prazo, são determi-

nantes do desenvolvimento econômico, da

distribuição da renda e da penetração do se-

tor bancário nas atividades das empresas,

das famílias e do setor público.

Estrutura organizacional

No período recente pode-se observar mu-

danças, sem paralelo, no sistema de decisão

interno dos bancos e na sua estrutura orga-

nizacional. As mudanças, sem dúvida, irão

impactar a maneira como eles disponibilizam

seus serviços de maneira eficiente, o quão

eficientemente eles interagem com os seus

clientes e o quão eficazmente eles compe-

tem nos diversos segmentos do mercado.

Basicamente, duas estruturas organizacio-

nais são tradicionalmente analisada, inclu-

sive para bancos3

: a tipo-U e a tipo-M. As Fi-

guras 1a e 1b resumem os atributos destas

estruturas.

Atualmente, existe um debate se o banco

universal, como formatado em vários países

(desenvolvidos e em desenvolvimento), cor-

responde à estrutura organizacional mais

apropriada para se assegurar a competitivi-

dade de longo prazo destas instituições. De

fato, estudos demonstram que:

sistemas de informações centralizados

tendem a aumentar o custo total;

sistemas de entrega de produtos centra-

lizados (centralized product delivery),

em geral, tem um impacto insignificante

sobre o custo total; e

operações de back-office centralizadas

reduzem o custo de maneira significa-

tiva, um resultado consistente com a

Roberts (1992). Estes referências tratam do caso ge-

nérico de uma organização.

3. Para uma discussão ver, por exemplo, Qian

(1999).

Page 3: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS AND FINANCE 3

existência de economias de escala em

operações de back-office.

A teoria e a evidência empírica sugerem que

a estrutura organizacional mais eficiente é a

do tipo-M, onde decisões estratégicas são

tomadas pela administração central ou head

office, e as decisões operacionais são aloca-

das às divisões (funcionais). Estruturas ma-

triciais e em rede, também podem ser im-

plantadas em instituições bancárias.

Até o início dos anos 70, a estrutura tradici-

onal era a do tipo-U, onde as principais uni-

dades são as divisões funcionais. Com as

mudanças no sistema econômico e regulató-

rio e, em particular, o aumento da concor-

rência por instituições não-bancárias e a

desregulamentação geográfica e de produ-

tos, os bancos se reposicionaram a partir de

uma estrutura organizacional voltada para o

mercado, similar em muitos aspectos àquela

observada nas organizações do tipo-M.

Em termos comparativos, a estrutura organi-

zacional voltada para o mercado e a do tipo-

M separam a tomada de decisões estratégi-

cas da tomada de decisões no âmbito das

divisões operacionais (isto é, descentraliza-

ção), e possuem controles e incentivos inter-

nos que eliminam os problemas de oportu-

nismo, perda de controle e racionalidade li-

mitada, característicos de organizações do

tipo-U.

A principal característica desta estrutura or-

ganizacional voltada para o mercado é a ele-

vação dos departamentos de clientes e de

marketing à níveis superiores da instituição.

Os departamentos passam a ser organizados

em torno de grupos de clientes ao invés de

funções bancárias. Todos os produtos e fun-

ções necessários ao atendimento de um par-

ticular grupo de cliente tendem a ser aloca-

dos em único departamento. A estratégia

deste tipo de estrutura é essencialmente es-

tar no mercado certo, com o produto certo,

no momento certo.

Comparada com a estrutura do tipo-U, a es-

trutura voltada para o mercado é menos cen-

tralizada, menos especializada e um pouco

menos formalizada. Qualquer conflito é resol-

vido considerando-se os objetivos do banco,

ao invés das funções individuais, e os admi-

nistradores possuem responsabilidades pela

obtenção de resultados (em geral, lucrativi-

dade). Neste sentido, dificuldades de coor-

denação e controle são corrigidas através de

um sistema de incentivo mais efetivo e pela

eliminação de competição entre as unidades

funcionais.

Assim, com a mudança para uma estrutura

organizacional voltada para o mercado, par-

tiu-se de um sistema de atendimento des-

centralizado para um centralizado. Neste úl-

timo caso, um agente (o representante da

conta) é responsável por todas as necessida-

des do cliente com relação ao produto e à

sua entrega. Em outras palavras, o represen-

tante age como um intermediário entre os

clientes e os membros das áreas funcionais

do banco que de fato produzem os diversos

serviços. Ao contrário, em um sistema de

atendimento descentralizado, os funcioná-

rios de cada unidade funcional atendem aos

clientes diretamente.

A mudança para um sistema de atendimento

centralizado foi induzida por diversos fatores,

em particular:

sob um sistema descentralizado, os

bancos não conhecem a rentabilidade

geral dos seus clientes, na medida em

que existe pouca comunicação e coor-

denação entre as diversas unidades fun-

cionais;

a mudança para um sistema centrali-

zado aumenta a percepção do cliente

Page 4: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS & FINANCE 4

com relação à qualidade do serviço, na

medida em que neste sistema os pro-

blemas são resolvidos por apenas um

representante ao invés de diversos es-

pecialistas funcionais;

os sistemas centralizados podem ser

mais eficientes, do ponto de vista dos

custos, de se atender aos clientes.

Regulação

Pressões competitivas levaram os países a

desregularem os seus respectivos setores

bancários, um elemento importante que per-

mitiu uma globalização ainda mais intensa.

De fato, antes de 1970, a maior parte dos

países desenvolvidos possuíam regulamen-

tações protetivas e restritivas sobre o setor

bancário.

Em geral, as taxas de juros pagas sobre os

depósitos eram fixas ou com um limite supe-

rior, e a divisão entre banking e atividades

securities-related era bastante restrita (como

por exemplo no Canadá, nos Estados Unidos

e no Japão), ou ao menos limitada (na Bél-

gica, Dinamarca, Espanha, Inglaterra e Itá-

lia).

Nos anos 90, a desregulação alterou drasti-

camente o ambiente global bancário em re-

lação àquele que existia na década de 1960.

No entanto, em diversos países, as ativida-

des de banking e de securities ainda perma-

necem separadas.

A elevação do nível e volatilidade das taxas

de juros, em grande parte resultantes de au-

mento no nível e na volatilidade da inflação,

deram aos depositantes e aos ofertantes de

serviços financeiros incentivos para contor-

narem barreiras regulatórias que criaram te-

tos sobre as taxas de juros em depósitos à

vista e restringiram a criação de contas cor-

rentes aos bancos comerciais.

Ao mesmo tempo, avanços tecnológicos em

telecomunicações e em sistemas computa-

cionais, que facilitaram a rápida e barata

transferência de recursos e informação entre

contas e entre instituições, também permiti-

ram contornar barreiras regulatórias.

Na verdade, grande parcela da desregulação

de jure apenas validou a desregulação de

facto induzida pelas forças de mercado.

Neste momento de desregulação da ativi-

dade bancária, o papel do Banco Central

como regulador e emprestador de última ins-

tância é fundamental. No entanto, ele não

deve assegurar todas as instituições inde-

pendentemente do seu comportamento ou

sucesso da sua operação, sob o risco de in-

duzir os bancos a ignorar o risco e não per-

mitir ao público diferenciar entre as diversas

instituições que ofertam seus produtos e ser-

viços no mercado.

Competição

A busca de economias de escala e de escopo

é uma das características mais marcantes do

setor bancário ao final do século passado e

início deste. Esta competição também está

associada à maior inserção de outras insti-

tuições em atividades tradicionalmente de-

senvolvidas por bancos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, durante a

década de 1980 a distinção entre bancos de

investimento e bancos comerciais tornou-se

menos clara, na medida em que os últimos

passaram a responder à maior competição

no mercado de capitais através do aumento

dos empréstimos, provimento de garantias fi-

nanceiras e colocação direta de securities

para os seus clientes. A distinção entre os

bancos comerciais e outras linhas de comér-

cio também tornaram-se confusas quando

Page 5: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS AND FINANCE 5

os provedores não-bancários de serviços fi-

nanceiros, cada vez mais oferecem serviços

e produtos que competem com aqueles dos

bancos comerciais.

Um banco mais competitivo tem maiores

chances de auferir resultados positivos e, no

longo prazo, de sobreviver. A maior competi-

tividade pode ser alcançada ao se: i) oferecer

produtos e serviços para clientes mais sofis-

ticados e exigentes; ii) estabelecer diretrizes

para atendar às exigências técnicas e legais;

iii) comprar de fornecedores mais avançados

e globais e iv) tratar seus colaboradores

como permanentes.

Além disso, o acirramento da competição em

mercados globais deve induzir os bancos a

buscarem parcerias estratégicas, que facili-

tem: i) novos e melhores produtos e serviços;

ii) linhas de produtos e serviços mais "inteli-

gentes"; iii) maior e melhor acesso a merca-

dos; iv) tecnologia de ponta; v) maior oportu-

nidade de crescimento; vi) preços e risco me-

nores e vii) menos exigências e obstáculos

para investimentos.

Globalização

Um dos motivos que explicam a expansão

global do setor bancário na segunda metade

do século passado e início deste foi o cresci-

mento no número e tamanho das empresas

multinacionais. Estas empresas possuem

necessidades específicas que tornam a aber-

tura de subsidiárias no exterior um negócio

bastante atraente. Estas empresas são de-

mandantes de recursos para as mais diver-

sas operações (investimento, aquisição, co-

mércio exterior).

Tecnologia

As inovações tecnológicas também foram

importantes na globalização do setor bancá-

rio. Através da telecomunicação e de redes

de fibra ótica os bancos puderam ofertar no-

vos produtos e serviços como cartões de cré-

dito, factoring, commercial papers, atendi-

mento eletrônico (principalmente, caixas),

diversas modalidades de fundos de investi-

mento e operações de câmbio.

A tecnologia permitiu aos bancos competi-

rem fora das áreas tradicionais de mercado

e de produtos e permitiu a outras firmas ofe-

recerem serviços financeiros até então restri-

tos aos bancos comerciais. Desta maneira, o

número e tipo de firmas pertencentes ao se-

tor de serviços financeiros aumentou e a

competição intensificou-se.

Alguns dos principais efeitos das inovações

tecnológicas que devem redefinir o posicio-

namento competitivo das instituições bancá-

rias são:

vulnerabilidade: o nível de informação

sobre qualquer banco ficou mais acessí-

vel a todos (colaboradores, clientes e

concorrentes);

lentidão: as instituições maiores são,

em geral, mais lentas do que os indiví-

duos para acompanhar as mudanças;

além disso, são também mais lentas do

que instituições menores;

obrigações: as instituições buscam

constantemente o atendimento ao cli-

ente (satisfação e qualidade são, cada

vez mais, fundamentais);

versatilidade: as instituições oferecem

opções aos seus clientes; de fato,, a es-

colha se tornou tão importante quanto o

produto e o serviço ofertado; e

opções: a fragmentação do mercado

gera novas oportunidades; no entanto, o

foco da instituição deve ser mantido.

Page 6: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS & FINANCE 6

Reestruturação do Setor

A adaptação à nova dinâmica setorial é fun-

damental para a sobrevivência das institui-

ções bancárias, tendo no planejamento es-

tratégico um dos temais mais importantes

para a obtenção de resultados e o cresci-

mento sustentado.

Em função desta dinâmica este setor deve

ajustar o seu posicionamento estratégico

contemplando, em particular, as seguintes

dimensões: i) direcionamento das atividades

operacionais e ii) controle de riscos.

O ajuste deve envolver o redirecionamento

das atividades operacionais, com a volta das

funções tradicionais de intermediário entre

as unidades superavitárias e as deficitárias e

a reavaliação dos recursos empregados na

operação. No caso particular do Brasil, com

a redução do float, a prestação de serviços

ao cliente tornou-se de fato a única maneira

das instituições bancárias continuarem a

existir em um ambiente cada vez mais com-

petitivo.

Neste reposicionamento estratégico o con-

trole de riscos tem um papel fundamental,

na medida em que a sua assunção é ine-

rente à própria atividade bancária. No caso,

o problema dos bancos é a gestão – e nesta,

a mitigação – de riscos e não o avoidance.

Como a má gestão pode levar até mesmo à

quebra da instituição, o controle das opera-

ções e a gestão de riscos em mercados no-

vos e distantes tornou-se um desafio ainda

mais importante.

O risco na atividade bancária aumentou por

diversos motivos, dentre eles:

o maior nível e volatilidade das taxas de

juro;

as inovações tecnológicas, que permi-

tem a transferência imediata e quase a

custo zero de recursos e que aumentam

a importância, o custo e a complexidade

dos sistemas de controles internos e de

monitoramento;

ao crescimento e sofisticação dos mer-

cados financeiros, além da introdução

de novos instrumentos financeiros;

às variações (subidas e descidas) rápi-

das no preço dos ativos imobiliários,

energéticos e agrícolas;

às restrições financeiras em países em

desenvolvimento e desenvolvidos; e

à globalização dos mercados.

Reestruturação do Setor no Brasil

No caso particular do Brasil, o processo de

reestruturação do setor também é bastante

relevante e com uma particularidade adicio-

nal: a estabilidade econômica. Um dos prin-

cipais efeitos desta estabilidade é a redução

da receita do float, impactando diretamente

a rentabilidade de cada instituição e, por

consequência, do setor como um todo.

Este processo de reestruturação deve impli-

car em:

consolidação de bancos através de ope-

rações de fusão e de aquisição;

redução do número de colaboradores e

de agências;

investimento em tecnologia de trans-

missão de dados e processamento de

informações;

busca de novas fontes de receitas; e

definição estratégica do nicho de atua-

ção da instituição.

É importante ressaltar que a adaptação à

nova realidade que define o setor (organiza-

ção, estruturação organizacional, regulação,

competição, globalização e tecnologia) é fun-

damental para a sobrevivência e o cresci-

mento das instituições nacionais, tendo no

Page 7: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS AND FINANCE 7

planejamento estratégico e na busca de no-

vas fontes de receitas e rentabilidade os pon-

tos mais relevantes.

No caso brasileiro, os principais temas locais

que irão definir a reestruturação do setor são

resumidos a seguir. Alguns deles já estão

praticamente concluídos, enquanto que ou-

tras ainda estão em discussão, elaboração

e/ou implantação.

Acordo da Basiléia

A adequação ao Acordo da Basiléia foi feita

pela Resolução n° 2099, de 17/08/94, do

Conselho Monetário Nacional - CMN. Se-

gundo esta Resolução, os bancos devem

adequar-se à exigência de capital mínimo re-

alizado e patrimônio líquido, obtido pela pon-

deração dos ativos pelo risco, até o final de

1994 e cumprir os novos limites de capital

mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil

- BACEN até o final de maio de 1995.

A principal mudança em relação às regras

anteriores está na transferência do cálculo

da capacidade de alavancagem de cada

banco do passivo para o ativo. O risco ope-

racional de uma dada instituição passa a ser

medido de acordo com o tipo de aplicação

feita com o capital que ela administra e não

mais pelo volume de recursos captados.

Como consequência, o endividamento má-

ximo dos bancos é reduzido.

Para evitar que as instituições financeiras

concentram suas aplicações em ativos de

risco zero sem limitação de volume, o BACEN

manteve a regra anterior ao Acordo de limite

de alavancagem de 15 vezes o patrimônio lí-

quido para o endividamento com recursos

captados de terceiros.

O cálculo do valor do patrimônio líquido exi-

gido para o enquadramento nas novas regras

representa a aplicação de 8% sobre o ativo

ponderado pelo percentual de risco. Nas re-

gras originais do Acordo, os ativos bancários

são classificados em cinco categorias de

risco. No Brasil, foram reagrupados em 4

classes.

PROER

A Resolução BACEN n° 2208, de 03/11/95,

instituiu no Banco Central o Programa de Es-

tímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento

do Sistema Financeiro Nacional - PROER. O

PROER é implementado por meio de reorga-

nizações administrativas, operacionais e so-

cietárias, previamente autorizadas pelo

BACEN, que resultem em transferência de

controle acionário de instituição financeira,

ou na modificação de seu objeto social para

finalidades não privativas de instituições in-

tegrantes do sistema.

O objetivo do PROER é assegurar liquidez e

solvência ao Sistema Financeiro Nacional e

resguardar os interesses de depositantes e

investidores.

O PROER compreende:

linha especial de assistência vinculada

à: i) títulos ou operações de responsabi-

lidade do Tesouro Nacional ou de enti-

dades da administração federal direta;

ii) perdas decorrentes do processo de

saneamento; iii) gastos com redimensi-

onamento e reorganização administra-

tiva e decorrentes de reestruturação e

modernização de sistemas operacio-

nais; e iv) desmobilização de ativos de

propriedade da instituição financeira

dele participante;

liberação de recursos do recolhimento

compulsório/encaixe obrigatório sobre

recursos à vista para aquisição de Certi-

ficados de Depósitos Bancários - CBDs

Page 8: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS & FINANCE 8

de emissão de instituições participantes

do PROER;

flexibilização do atendimento dos limites

operacionais aplicáveis às instituições fi-

nanceiras (redução da obrigatoriedade

de que o banco comprador tenha patri-

mônio superior a 2,2 vezes o patrimônio

da instituição resultante da fusão, defi-

nida no Acordo da Basiléia (conforme

Resolução BACEN n° 2.099/94); e

diferimento dos gastos relativos aos cus-

tos, despesas e outros encargos com a

reestruturação ou modernização de ins-

tituições financeira.

FGC

O estabelecimento formal de sistemas de ga-

rantia de depósito é uma tendência global a

partir da 1990. No Brasil, a Resolução

2.197, de 31/08/95, do CMN, autorizou a

"constituição de entidade privada, sem fins

lucrativos, destinada a administrar mecanis-

mos de proteção a titulares de créditos con-

tra instituições financeiras".

A Resolução BACEN n° 2.211, de 16/11/95,

aprovou o Estatuto e Regulamento do Fundo

Garantidor de Créditos - FGC, associação civil

sem fins lucrativos, com personalidade jurí-

dica de direito privado. Esta Resolução tam-

bém fixou em 0,025% do montante dos sal-

dos das contas correspondentes às obriga-

ções objeto de garantia, a contribuição men-

sal das participantes do FGC.

A Circular BACEN n° 2.657, de 17/01/96, es-

tabeleceu a base de cálculo para a determi-

nação das contribuições das participantes do

FGC e os procedimentos para o seu recolhi-

mento:

a base de cálculo é o saldo apresen-

tado, ao final de cada mês, nos títulos e

4. Entre junho de 1997 e dezembro de 2000, sete

operações de privatização foram concluídas. Outras

subtítulos do COSIF relacionados no

Anexo desta Circular; e

o recolhimento será feito eletronica-

mente, por intermédio do Serviço de

Compensação de Cheques e Outros Pa-

péis – SCCOP.

Privatização e PROES

O Decreto-lei n° 2.321, de 25/02/87, já

identificava como alternativas a federaliza-

ção e privatização de instituições financeiras

sob intervenção ou regime de administração

temporária. Como exemplo, pode-se citar o

Banco Meridional, que pertencia ao Governo

do Estado do Rio Grande do Sul e que, de-

pois de federalizado, encontra-se incluído no

PND.

A Medida Provisória n° 841, de 20/01/95, al-

terou a Lei n° 8.031, de 12/04/90, que criou

o Programa Nacional de Desestatização -

PND. Esta Medida Provisória incorporou ao

PND as instituições financeiras controladas,

direta e indiretamente, pela União e também

os bancos estaduais, que tenham as suas

ações do seu capital social desapropriadas

por força de intervenção ou regime de admi-

nistração especial temporária, decretada

pelo BACEN.4

No ano seguinte, a Medida Provisória n°

1.514, de 07/08/96, estabeleceu mecanis-

mos objetivando incentivar a redução da pre-

sença do setor público estadual na atividade

financeira bancária e dispôs sobre a privati-

zação de instituições financeiras. Em se-

guida, a Resolução BACEN n° 2.365, de

28/02/97, instituiu no Banco Central o Pro-

grama de Incentivo à Redução do Setor Pú-

blico Estadual na Atividade Bancária -

três instituições financeiras estão em processo de pri-

vatização.

Page 9: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS AND FINANCE 9

PROES, no âmbito dos mecanismos estabe-

lecidos na Medida Provisória n° 1.556-7, de

13/02/97.

O PROES instituiu duas linhas de crédito des-

tinadas à renegociação dos passivos dos

bancos estaduais, sujeitas à medidas admi-

nistrativas e societárias. A primeira previa um

financiamento de 100% do total das dívidas

caso o banco estadual fosse privatizado,

transformado em agência de fomento ou ex-

tinto. A segunda linha de crédito previa um

financiamento de 50% do total das dívidas

caso o Estado optasse pelo saneamento de

sua instituição financeira.

A Tabela 1 apresenta as instituições financei-

ras estaduais que foram privatizadas no âm-

bito deste Programa, até 31/12/00. O Banco

do Estado do Rio de Janeiro - BANERJ foi o

primeiro banco estadual a ser privatizado

dentro do PROES. Em seguida, foram privati-

zadas as seguintes instituições: Credireal,

Bemge, Bandepe, Baneb, Banestado e Ba-

nespa. Estão em processo de privatização as

seguintes instituições: BEG, BEA e Paraiban.

Outros ajustes

O processo de reestruturação do setor ban-

cário no Brasil deve, necessariamente, impli-

car no estabelecimento de nova regulação

setorial, considerando-se em particular:

a regulamentação, por lei complemen-

tar, do art. 192 da Constituição Federal,

referente ao sistema financeiro nacio-

nal. A definição das regras de funciona-

mento do sistema financeiro ainda não

foram definidas, permanecendo em vi-

gor as disposições da lei; e

a privatização das instituições financei-

ras estaduais.

Resultados da Reestruturação

Algumas das principais tendências para o se-

tor, decorrentes do processo de reestrutura-

ção em curso são: i) a queda das barreiras

geográficas à competição, ii) a redução e eli-

minação, em alguns casos, das barreiras tra-

dicionais à competição entre os diferentes ti-

pos de instituições financeiras e iii) a inten-

sidade e velocidade das inovações tecnológi-

cas.

Primeiro, a queda das barreiras à competição

deve ter como consequência, um papel mais

importante às atividades de supervisão e de

regulação, na medida em que a extensão ter-

ritorial será ainda maior. Além disso, a coor-

denação entre diferentes supervisores e re-

guladores deve ser acentuada. Nesta coor-

denação está compreendida a necessidade

de se desenvolver mecanismos para a troca

de informações entre as diferentes autorida-

des.

Segundo, a redução das barreiras tradicio-

nais à competição entre instituições financei-

ras, também deve induzir a necessidade de

os supervisores terem maior conhecimento

das instituições, de maneira a entender e

monitorar os riscos associados com um es-

pectro novo de produtos e serviços.

Por fim, a intensidade e velocidade das ino-

vações tecnológicas induzem, diretamente,

inovações financeiras, tanto nos mercados

quanto nos produtos e serviços. Estas mu-

dança reduziram significantemente as restri-

ções tradicionais sobre a assunção de riscos

e facilitaram a redução do horizonte de re-

torno, permitindo aos participantes do mer-

cado serem mais agressivos e os mercados

mais voláteis.

Page 10: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS & FINANCE 10

No caso brasileiro, os seguintes resultados

deste processo de reestruturação são espe-

rados: i) novos mecanismos para mitigação

dos riscos, ii) redimensionamento da mão-

de-obra empregada, iii) redirecionamento

das atividades operacionais, iv) inserção de

bancos estrangeiros, v) identificação de ni-

chos de mercado e racionalização dos custos

e vi) fontes de recursos para financiamento

de longo prazo.

Primeiro, com a estabilização da inflação, os

riscos assumidos pelas instituições bancá-

rias durante o período anterior de inflação e

volatilidade elevada devem ser reduzidos. No

entanto, novas fontes de risco irão surgir

neste novo cenário, em grande parte decor-

rentes da globalização dos mercados e da

maior concorrência.

Segundo, o redimensionamento da mão-de-

obra é uma das principais questões no âm-

bito deste processo de reestruturação. Existe

previsão de que com a utilização mais in-

tensa de tecnologia, o volume de emprego

irá reduzir-se. Com a estabilização e posterior

queda das taxas de juros, a demanda por

crédito pessoal e corporativo deve expandir-

se. Em consequência, a avaliação de riscos

das operações bancárias deve tornar-se

ainda mais relevante, particularmente o

acompanhamento da inadimplência.

Terceiro, o ajuste deve envolver o redirecio-

namento das atividades operacionais, com a

volta das funções tradicionais de intermediá-

rio entre as unidades superavitárias e as de-

ficitárias e a reavaliação dos recursos empre-

gados na operação.

Quarto, os bancos estrangeiros devem apro-

veitar o novo cenário financeiro nacional para

expandir suas operações, introduzindo novos

produtos e serviços, e exacerbando as pres-

sões competitivas dentro do setor. Os ajustes

mais profundos serão efetuados pelas insti-

tuições bancárias oficiais, em particular as

estaduais.

Quinto, a identificação de nichos de mer-

cado, conjuntamente com a racionalização

dos custos operacionais (em particular, mão-

de-obra, aluguéis e tecnologia) são desafios

que também devem ser equacionados pelas

instituições durante o processo de reestrutu-

ração.

Sexto, com o esgotamento das origens tradi-

cionais de recursos, o setor bancário depara-

se com a necessidade de buscar novas fon-

tes estáveis para o financiamento de longo

prazo. Uma alternativa é o Sistema de Previ-

dência Complementar. Este Sistema permite

compatibilizar prazos e taxas com retorno de

investimento de longo prazo, fundamental no

financiamento de atividades de longo prazo.

Nos países mais desenvolvidos, o patrimônio

destes fundos já tornou-se bastante rele-

vante, financiando inclusive exportações (por

exemplo, no caso do Japão).

Neste novo cenário espera-se que a perfor-

mance das instituições seja distinta, na me-

dida em que algumas delas terão vantagens

competitivas sobre as demais. Será perfeita-

mente visível para a autoridade monetária, e

mesmo o público em geral, as instituições

vencedoras e as perdedoras. Em consequên-

cia, espera-se também uma migração de ne-

gócios das últimas para as primeiras, com as

expectativas se auto realizando. Este pro-

cesso de seleção natural deve encorajar a

consolidação bancária no país, com as insti-

tuições mais poderosas absorvendo (medi-

ante fusões ou aquisições) as mais fracas.

Page 11: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS AND FINANCE 11

Referências

Aghion, Philippe e Jean Tirole (1995): Some

Implications of Growth for Organizational

Form and Ownership Structure, Euro-

pean Economic Review, vol 39, n° 3-4,

April, pg 440-455.

Aoki, Masahiko (1986): Horizontal vs. Verti-

cal Information Structure of the Firm,

American Economic Review, December,

vol 76, n° 5, December, pg 971-983.

Barros, J. e M. Almeida Jr. (1997): Análise

do Ajuste do Sistema Financeiro

Nacional, Brasília: Ministério da

Fazenda.

Benston, G., G. Hanweck e D. Humphrey

(1982): Scale Economies in Banking: A

Restructuring and Reassessment, Jour-

nal of Money, Credit and Banking, vol

14, November, pg 435-456.

Berger, Allen, Gerald Hanweck e David

Humphrey (1987): Competitive Viability

in Banking: Scale, Scope, and Product

Mix Economies, Journal of Monetary

Economics, vol 20, n° 3, December, pg

501-520.

Chandler, Alfred Jr. (1962): Strategy and

Structure, New York: Doubleday & Com-

pany, Inc.

Harker, Patrick T. e Stavros A. Zenios (1998):

What Drives the Performance of Finan-

cial Institutions, Wharton Financial Insti-

tutions Working Paper 98-21, June, The

Wharton School, University of Pennsyl-

vania.

Herring, R. J. e A. M. Santomero (1995): The

Role of the Financial Sector in Economic

Performance, Wharton Financial Institu-

tions Working Paper 95-08, The Whar-

ton School, University of Pennsylvania.

Kolari, J. e A. Zardkoohi (1987): Bank Cost,

Structure and Performance, Lexington,

MA: Lexington Books.

March, James e Herbert Simon (1993): Or-

ganizations, 2nd edition, Cambridge,

MA: Blackwell.

Milgrom, Paul e John Roberts (1992): Eco-

nomics, Organization, and Manage-

ment, New York, NY: Prentice Hall.

Qian, Yingyi, Gérard Roland e Chenggang Xu

(1999): Coordinating Changes in M-

form and U-form Organizations, Working

Paper n° 284, May, Stanford University

and CEPR.

Roth, Aleda e William Jackson III (1995):

Strategic Determinants of Service Qual-

ity and Performance: Evidence from the

Banking Industry, Management Science,

vol. 41, n° 11, November, pg 1720-

1733.

Page 12: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS & FINANCE 12

Figura 1a – Estrutura organizacional tipo-U

Figura 1b – Estrutura organizacional tipo-M

Page 13: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS AND FINANCE 13

Tabela 1 - Privatização de bancos estaduais (1997/2000)

Instituição Data do leilão Comprador Valor (R$ milhões) Ágil (em %)

Banerj 26/06/97 Itaú 311,10 0,6

Credireal 07/08/97 BCN 134,20 10,9

Bemge 14/09/98 Itaú 603,06 92,0

Bandepe 17/11/98 ABN-Amro 182,90 0,0

Baneb 22/06/99 Bradesco 267,80 6,3

Banestado 17/10/00 Itaú 1.799,26 346,5

Banespa 20/11/00 Santander 7.160,92 287,1

Page 14: 2001 - Delta - Reestruturação do Setor Bancário

C U R R E N T I S S U E S

__________________________________________________________________________________

DELTA ECONOMICS & FINANCE 14

Luiz Nelson Porto Araujo, economista, é sócio-diretor da Delta Economics & Finance. Foi Professor do De-

partamento de Planejamento e Análise Econômica da EAESP-FGV e da FCECA da Universidade Macken-

zie.

As opiniões expressas nesse estudo são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es) e não expressam,

necessariamente, a visão da Delta Economics & Finance.

Sobre a Delta

Fundada em 2000, a Delta é uma empresa brasileira de consultoria econômica e financeira. Nossa mis-

são é oferecer soluções de qualidade aos nossos clientes mediante um compromisso com ética, inova-

ção, trabalho em equipe, alianças estratégicas e capacidade analítica.

Disponibilizamos sofisticadas soluções em corporate finance, economic regulation, local development &

logistics e strategy & operations. O diferencial destas soluções está na utilização de modernos métodos

analíticos.

Nossos profissionais possuem extensa experiência em vários setores de atividade econômica, dentre eles,

automotivo, bancário, óleo e gás, petroquímico, construção, imobiliário, energético, transportes e saúde.

Para maiores informações, visite nosso site:

www.deltaef.com

Disclaimer

This research is based on information obtained from, or are based upon public information sources that are considered to be

reliable, but Delta does not make any representation with respect to its completeness or accuracy and, therefore, of which we

assume no liability. All opinions expressed herein reflect the author’s judgment at the original time of publication, without regard to

the date on which the User may receive such information, and are subject to change without notice. Delta reserves the right to

modify the views expressed herein at any time without notice. Moreover, Delta reserves the right not to update this information or to

discontinue it altogether without notice.

Delta may have issued other research that are inconsistent with, and reach different conclusions from, the information presented in

a particular research. These publications reflect the different assumptions, views and analytical methods of the analysts who

prepared them. Past conclusions should not be taken as an indication or guarantee of future conclusions, and no representation or

warranty, express or implied, is provided in relation to future conclusions.

The material in each of these publication is copyrighted. Copying and/or transmitting portions or all of a particular research without

permission may be a violation of applicable law. Delta encourages dissemination of its work and will normally grant permission to

reproduce portions of the work promptly.

© 2001 – all rights reserved

Delta Economics & Finance