20. a condição da igreja ii

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1 | A p o s t i l a – A C o n d i ç ã o d a I g r e j a I I

A CONDIÇÃO DA IGREJA II

Antes de começarmos o nosso estudo vamos rever alguns pontos fundamentais, para a interpretação do assunto. Temos que levar em consideração que tanto a Bíblia e o Espírito de Profecia são estudados levando do material para o espiritual e que é regra sobre regra, preceito mais preceitos. E que quando uma profecia não se cumpre em uma geração ela se cumpre em outra, pois, o trato de Deus com Seu povo é condicional.

O mundo não deve ser introduzido na igreja, e com e la casar-se, formando um laço de união . Por esse meio tornar-se-á a igreja verdadeiramente corrupta, e, como foi declarado em Apocalipse: "Refúgio de toda a ave imunda e aborrecível!" Apoc. 18:2. (TM, Ob. Evang. 265)

Nossa posição no mundo não é a que deveria ser. Est amos longe de onde estaríamos se nossa experiência cristã houv esse estado em harmonia com a luz e as oportunidades que nos fo ram dadas e se desde o princípio houvéssemos avançado constante mente, para a frente e para cima. Se tivéssemos andado na luz que nos tem sido concedida, se tivéssemos progredido no conhecimento do Senhor, nossa vereda ter-se-ia tornado cada vez mais brilhante. Mas muitos dos que receberam luz especial acham-se tão conformados com o mundo que mal podem ser distinguidos dos mundanos. Não se destacam como povo peculiar de Deus, eleito e precioso. É difícil discernir entre o que serve a Deus e o que O não serve. (III TS, 251)

Nas balanças do santuário há de ser pesada a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela será julgada pelos privilégios e vantagens que tem desfrutado. Se sua experiência espiritual não corresponde às vantagens que, a preço infinito, Cristo lhe concedeu; se as bênçãos que lhe foram conferidas não a habilitarem para fazer a obra que lhe foi confiada, sobre ela será pronunciada a sentença: "Achada em falta." Pela luz que lhe foi concedida, pelas oportunidades dadas, será ela julgada. (III TS,

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251) (Apoc 11: 19; Apoc 15: 7, 8; Ex 25: 10-22; II Cr 5: 7; Heb 9: 4; Apoc 4: 5; 16: 17 – 21; I Cor 6: 3)

"Arrepende-te, e Pratica as Primeiras Obras"

Solenes admoestações e advertências, manifestas na destruição de muito acariciadas instalações para o serviço, co mo que nos dizem: "Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te , e pratica as primeiras obras ." Apoc. 2:5. Por que há tão pálida percepção da verdadeira condição espiritual da igreja? Não caiu a cegueira sobre os vigias dos muros de Sião? Não se acham muitos dos servos de Deus despreocupados e bem satisfeitos, como se a coluna de nuvem, de dia, e a de fogo, à noite, pousassem sobre o santuário? Não há, em cargos de responsabilidade, os que professam conhecer a Deus mas em sua vida e caráter O negam? Não se acham muitos dos que se consideram o Seu povo escolhido e peculiar, satisfeitos com viver sem a evidência de que, na verdade, Deus Se acha no meio deles, para os salvar das ciladas e dos ataques de Satanás?

Não possuiríamos hoje muito mais luz se, no passado , tivéssemos acolhido as advertências do Senhor, reconhecido a S ua presença e volvido costas a todas as práticas contrárias à Sua vontade? Se isso houvéssemos feito, a luz do Céu teria brilhado no templo da alma, habilitando-nos para compreender a verdade, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Oh! quanto não é Cristo desonrado pelos que, professando ser cristãos, trazem opróbrio sobre o nome que tomam, deixando de fazer que sua vida corresponda com sua profissão, deixando de tratar-se mutuamente com o amor e respeito que Deus espera revelem em palavras bondosas e atos corteses! (III TS, 252)

Os poderes satânicos estão intensamente incitados. Guerras e derramamento de sangue são o resultado. A atmosfera moral acha-se envenenada por atos cruéis e horríveis. O espírito da discórdia está a espalhar-se; ele prevalece por toda parte. Muitas almas acham-se possuídas do espírito de fraude ou de procedimentos clandestinos. Muitos se desviarão da fé, dando ouvidos a espírito s sedutores e doutrinas de demônios . Não discernem qual o espírito que deles tomou posse. (III, TS, 253)

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Um Ser que enxerga por sob a superfície e lê o cora ção de todos os homens, diz dos que têm recebido grande luz: " Não se acham aflitos e atônitos por causa de seu estado moral e espiritual." "Escolhem os seus próprios caminhos, e a sua alma toma prazer nas suas abominações; também Eu quererei as suas ilusões, farei vir sobre eles os seus temores; porquanto clamei e ninguém respondeu, falei, e não escutaram, mas fizeram o que parece mal aos Meus olhos, e escolheram aquilo em que não tinha prazer." Isa. 66:3 e 4. "Por isso Deus lhe enviará a operação do erro, para que creiam a mentira", "porque não receberam o amor da verdade para se salvarem", "antes tiveram prazer na iniqüidade." II Tess. 2:11, 10 e 12.

O Professor celeste indagou: "Que engano maior pode rá seduzir o espírito do que a pretensão de que estais construin do sobre o fundamento reto e de que Deus aceita vossas obras, quando na realidade estais efetuando muitas coisas de acordo com princípios mundanos, e estais pecando contra Jeová? Oh! é um grande engano, uma fascinante ilusão, a que toma posse do espírito dos homens, quando, tendo uma vez conhecido a verdade, confundem a forma da piedade com o espírito e a eficiência da mesma; quando supõem ser ricos, e estar enriquecidos, e de nada terem falta, enquanto na realidade estão faltos de tudo!"

Deus não mudou em relação a Seus servos fiéis que guardam imaculadas as suas vestes. Mas muitos estão a clamar: "Paz e segurança!" (I Tess. 5:3), enquanto está prestes a sobrevir-lhes r epentina destruição. A menos que haja arrependimento completo, a menos que os homens humilhem o coração, confessando os pecados e recebendo a verdade tal qual é em Jesus, jamais entrarão no Céu. Quando a purificação se realizar em nossas fileiras, não ficaremos por mais tempo ociosos, jactando-nos de ser ricos e enriquecidos e de nada ter falta.

Quem pode sinceramente dizer: "Nosso ouro é provado no fogo; nossas vestes estão incontaminadas do mundo "? Eu vi nosso Instrutor apontando para as vestes da chamada justiça. Tirando-as, pôs a descoberta a corrupção que estava por debaixo. Disse-me Ele, então: "Não vê como eles pretensiosamente encobriam seu depravamento e corrupção do caráter? 'Como se fez prostituta a cidade fiel!' Isa. 1:21. A casa de Meu Pai é feita casa de comércio, um lugar de onde partiram a presença e glória divinas! Por esse motivo é que há fraqueza, e falta de força." (III TS, 253 / 254)

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Chamado para a Reforma

A menos que se arrependa e converta a igreja que ag ora está a levedar-se com sua apostasia, comerá do fruto de se us próprios atos, até que se aborreça a si mesma . Quando resistir ao mal e escolher o bem, quando buscar a Deus com toda a humildade e alcançar sua alta vocação em Cristo, permanecendo na plataforma da verdade eterna, e pela fé lançar mão dos dons que para ela se acham preparados, então será curada. Aparecerá então na simplicidade e pureza que Deus lhe deu, separada de embaraços terrenos, mostrando que a verdade com efeito a libertou. Então seus membros serão na verdade os escolhidos de Deus, os Seus representantes.

É chegado o tempo para se realizar uma reforma comp leta. Quando esta reforma começar, o espírito de oração atuará e m cada crente e banirá da igreja o espírito de discórdia e luta . Os que não têm estado a viver em comunhão cristã, chegar-se-ão uns aos outros em contato íntimo. Um membro que trabalhe da maneira devida levará outros membros a unir-se-lhes em súplica pela revelação do Espírito Santo. Não haverá confusão, pois todos estarão em harmonia com o Espírito. As barreiras que separam um crente de outro, serão derribadas e os servos de Deus falarão as mesmas coisas. O Senhor cooperará com os Seus servos. Todos orarão com entendimento a prece que Cristo ensinou aos Seus servos: "Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu." Mat. 6:10. (III TS, 255 / 256)

Foi-me mostrado que o espírito do mundo está leveda ndo rapidamente a igreja. Vocês estão seguindo o mesmo caminho que o antigo Israel. Há a mesma rebeldia ao seu santo chamado como povo peculiar de Deus. Os irmãos estão tendo associação com as infrutuosas obras das trevas. Sua concordância com os descrentes têm provocado o desprazer divino. Vocês não sabem das coisas que dizem respeito á sua paz e as estão rapidamente ocultando de seus olhos. Sua negligencia em seguir a luz os colocará em um posição mais desfavorável do os Judeus, sobre quem Cristo pronunciou uma maldição. (5 TI, 76)

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Mas poucos sabem o que nossas igrejas estão para experimentar. Foi-me mostrado que presentemente estamos sob tolerânci a divina; porém, ninguém sabe até quando. Ninguém sabe quão grande é a misericórdia que tem sido exercida sobre nós. Poucos são fervorosamente consagrados a Deus. (5 TI 76)

Um dos mais deploráveis efeitos da apostasia origin al foi a perda do poder de domínio próprio por parte do home m. Unicamente à medida que esse poder é reconquistado pode haver real progresso. (CBV, 129)

Todo ato, embora pequeno, tem seu lugar no grande d rama da vida. Considerai que o desejo de uma única satisfaç ão do apetite, introduziu o pecado no mundo, com seus terríveis re sultados . Os casamentos profanos dos filhos de Deus com as filhas dos homens, deram em resultado a apostasia que terminou com a destruição do mundo pelo dilúvio. O mais insignificante ato de condescendência com o próprio eu tem resultado em grandes revoluçõe s. É o que acontece agora. Poucos há que sejam ponderados. Como os filhos de Israel, não dão ouvidos aos conselhos, mas seguem as próprias inclinações. Unem-se a um elemento mundano no assistir a reuniões em que se porão em evidência, e assim abrem o caminho que será seguido por outros. O que foi feito uma vez, será repetido por eles e por muitos outros. Todo passo dado por essas pessoas produz impressão perdurável, não só em sua própria consciência e hábitos, como nos dos outros. Esta consideração imprime solene dignidade à vida humana. (CSE, 103)

A condescendência com um único sentimento de vingan ça pode abrir o caminho para um cortejo de sentimentos que terminarão em assassínio. O menor desvio do direito e dos princíp ios levará à separação de Deus, e poderá terminar em apostasia . ... Exige menos tempo e trabalho corromper os nossos caminhos diante de Deus do que implantar no caráter hábitos de justiça e verdade. Tudo aquilo a que um homem se acostuma, seja sua influência boa ou má, ele acha difícil abandonar. (CSRA, 241)

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A grande apostasia, que se está desenvolvendo e aum entando e tornando-se mais forte... continuará nesta marcha a té que o Senhor desça do Céu com um clamor. Devemos apegar-nos aos primeiros princípios de nossa fé e prosseguir em força e crescimento de fé. Devemos sempre conservar a fé consolidada pelo Espírito Santo de Deus, desde os primeiros eventos de nossa experiência até o tempo presente. Precisamos agora de mais ampla, mais profunda, mais ardente e inamovível fé na direção do Espírito Santo. Se no princípio precisamos da manifesta prova do poder do Espírito Santo para confirmar a verdade, após a passagem do tempo, precisamos hoje de toda evidência na confirmação da verdade, quando pessoas estão se apartando da fé e dando ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas de demônios. Não deve haver nenhuma pessoa desanimando agora. (MM, Olhando Para o Alto, 346)

Como foi nos dias de Cristo, assim se dá agor a; os fariseus não conhecem sua necessidade espiritual. A eles se dirige a mensagem: "como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego e nu; aconselho-te que de Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestidos brancos para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez." Apoc. 3:17 e 18. Fé e amor são o ouro provado no fogo. Mas no caso de muitos se obscureceu o brilho do ouro, e perdeu-se o tesouro precioso. A justiça de Cristo é para eles um vestido sem uso, uma fonte intata. A esses é dito: "Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te pois de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti verei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apoc. 2:4 e 5. (DTN,280)

Mas, oh! que cena deplorável! Aqueles que não se submetem à influência do Espírito Santo logo perdem as bênçãos recebidas quando reconheceram que a verdade procedia do Céu. Eles caem numa fria formalidade sem vida; perdem o interesse pelas almas que perecem: eles abandonaram seu "primeiro amor". E Cristo lhes diz: "Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prátic a das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro,

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caso não te arrependas." Apoc. 2:5. Ele retirará Se u Espírito Santo da igreja , e O dará a outros que O apreciem. (MM, RP, 309)

Eis a nossa obra, irmãos; empreendê-la-emos? Tão pouco dela é feito, que vêm à propósito as palavras da verdadeira testemunha à igreja: "Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeir a caridade. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apoc. 2:4 e 5. (TM, O. Evang, 275)

Não haverá cristãos a quem tal pessoa se possa diri gir em busca de alívio? A esta pergunta Deus responde : "Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apoc. 2:4 e 5. Um farisaísmo frio e de coração endurecido se tem apossado de muitos dos professos seguidores de Cristo, e o amor de Jesus está morto. (TM, Obreiros Evang, 352)

"Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apoc. 2:5.

Os olhos do Senhor se dirigiam para o povo com um misto de tristeza e desprazer, e eram pronunciadas as palavras: "Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te, po is, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obra s; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres ." Apoc. 2:4 e 5. (Idem, 461)

Cedo na história da igreja o mistério da iniqüidade predito pelo apóstolo Paulo iniciou sua calamitosa obra; e quando os falsos ensinadores, a cujo respeito Pedro advertiu os crentes, exibiram suas heresias, muitos foram seduzidos pelas falsas doutrinas. Alguns tropeçaram sob as provas e foram tentados a abandonar a fé. Ao tempo em que foi dada esta revelação a João, muitos haviam perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia Deus não permitiu que a i greja

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continuasse em estado de apostasia . Numa mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles, e Seu desejo de que fizessem segura obra para a eternidade. "Lembra-te pois donde caíste", apelou, "e arrepende-te, e pratica as primeiras obras." Apoc. 2:5. (AA, 587)

Falei ao povo de Otsego, sobre os versículos quatro e cinco do segundo capítulo do Apocalipse: "Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apoc. 2:4 e 5. O povo ao qual são dirigidas essas palavras tem muitas qualidade excelentes, reconhecidas pela Testemunha Fiel; "tenho, porém", diz Ele, "contra ti que deixaste o teu primeiro amor". Aí está uma necessidade que precisa ser satisfeita. Todas as demais graças não bastam para suprir as deficiências. A igreja é aconselhada: "lembra-te pois donde caí ste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres . ... Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da Vida. (I ME, 369)

A igreja remanescente é chamada a passar por uma ex periência semelhante à dos judeus ; e a Testemunha Fiel, que anda no meio dos sete castiçais de ouro, tem uma solene mensagem para Seu povo. Diz Ele: "Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apoc. 2:4 e 5. O amor de Deus tem estado a desaparecer da igreja, e em resultado, o amor de si mesmo tem ressurgido ativamente. Com a perda do amor de Deus veio a perda do amor aos irmãos. Pode a igreja satisfazer a toda a descrição feita da igreja de Éfeso e todavia faltar -lhe a vital piedade . Deles disse Jesus: "Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo Meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade." Apoc. 2:2-4. (Idem, 387)

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Disse a Testemunha Verdadeira à igreja de Éfeso: "T enho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade . Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres". Apoc. 2:4 e 5. O Salvador aguarda a resposta a Seus oferecimentos de amor e perdão, com uma compaixão mais terna do que aquela que move o coração de um pai terrestre para perdoar um filho transviado e sofredor. Ele clama aos errantes: "Tornai-vos para Mim, e Eu tornarei para vós." Mal. 3:7. Mas se aquele que vagueia, recusa persistentemente atender à voz que o chama com amor compassivo e terno, será finalmente deixado em trevas. O coração que durante muito tempo desdenhou a misericórdia de Deus, torna-se endurecido no pecado, e não mais é susceptível à influência da graça de Deus. Terrível será a sorte da alma da qual o Salvador, pleiteando por sua defesa, declarará finalmente: "Está entregue aos ídolos; deixa-o". Osé. 4:17. Haverá menos rigor no dia do Juízo para as cidades da planície do que para aqueles que conheceram o amor de Cristo, e contudo se desviaram à escolha dos prazeres de um mundo de pecado. (PR, 165)

Vi que, havendo Jesus deixado o lugar santo e entrado para dentro do segundo véu, as igrejas têm-se tornado esconderijo de toda espéc ie de ave imunda e detestável. Vi nas igrejas grande iniqüidade e vileza; contudo, os seus membros professam ser cristãos. Sua profissão, suas orações e exortações constituem uma abominação aos olhos de Deus. Disse o anjo: "Deus não Se agradará de suas assembléias. Egoísmo, mentira e engano são por eles praticados sem reprovações da consciência. E sobre todos esses maus traços lançam o manto da religião." Foi-me mostrado o orgulho das igrejas nominais. Deus não está em seus pensamentos; sua mente carnal demora-se neles mesmos; decoram os seus pobres corpos mortais, e olham então para si mesmos com satisfação e prazer. Jesus e os anjos olham para eles com ira. Disse o anjo: "Seus pecados e orgulho alcançaram o Céu. Sua porção está preparada. Justiça e juízo têm dormido por muito tempo, mas despertarão logo. Minha é a vingança, e Eu darei a retribuição, diz o Senhor." As terríveis ameaças do terceiro anjo deverão tornar-se realidade, e todos os ímpios beberão da ira de Deus. Um inumerável exército de anjos maus estão se espalhando sobre to da a Terra e enchendo as igrejas . Esses agentes de Satanás olham para as

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corporações religiosas com exultação, pois o mato da religião oculta multidão de pecados. (PE, 274) Isa 4: 1; 2: 2;

Disse o anjo: "Nada menos que a completa armadura da justiça pode habilitar o homem a vencer os poderes das trevas e conservar a vitória sobre eles. Satanás tomou plena posse das igrejas como um corpo . Consideram-se os dizeres e as obras de homens em vez das claras, cortantes verdades da Palavra de Deus. (PE, 273 e 274)

Muitos se levantarão em nossos púlpitos tendo nas mãos a tocha da falsa profecia, acesa na infernal tocha de Satanás. (TM, 409)

A condição da igreja neste tempo é indicada nas palavras do Salvador, em Apocalipse: "Tens nome de que vives, e estás morto.” (GC, 309 e 310)

Há estonteante apostasia no povo de Deus, aqueles a quem tem sido confiadas santas e sagradas verdades . Sua fé, seu serviço, suas obras, devem ser comparados com o que poderiam ter sido se seu rumo fosse continuamente para frente e para cima, segundo a graça e a santa verdade que lhes foram dadas. (TM, O. Evang, 450)

Nunca deis motivo para que o mundo diga que as pess oas mundanas e os seguidores de Cristo são parecidos em seus gostos e interesses; pois Deus traçou uma linha entre Seu povo e o mundo. Esta linha demarcatória é ampla, profunda e clara; não deve estar tão mesclada com o mundo que não seja discernível. "O Senhor conhece os que Lhe pertencem." II Tim. 2:19. "Pelos seus frutos os conhecereis." Mat. 7:20. (MM, RP, 360)

À medida que me era desdobrada a condição da igreja e do mundo, e contemplei as terríveis cenas que se encontram pr ecisamente diante de nós, fiquei alarmada com a perspectiva; e noite após noite, enquanto todos na casa estavam dormindo, escrevi as coisas que me eram dadas por Deus. Foram-me mostradas as heresias que irão surgir, as mentiras que prevalecerão, o poder de Satanás para

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operar milagres - os falsos cristos que aparecerão - que enganarão a maior parte até mesmo do mundo religioso e que, se fosse possível, desencaminhariam os próprios eleitos. (III ME, 114)

Uma idêntica condição de coisas existe hoje. Aquilo que em si mesmo é lícito, é levado ao excesso. O apetite é satisfeito sem restrições. Professos seguidores de Cristo estão hoje comendo e bebendo com os ímpios, enquanto seus nomes permanecem nos h onrados registros da igreja . A intemperança embota as faculdades morais e espirituais, e prepara o caminho para a satisfação das más paixões. Multidões não se sentem sob qualquer obrigação moral de reprimirem seus desejos sensuais, e tornam-se escravos da luxúria. Os homens estão vivendo para os prazeres dos sentidos, para este mundo e para esta vida unicamente. (PP, 101 e 102)

A fé e o amor são as verdadeiras riquezas, o ouro puro que a Testemunha Verdadeira aconselha os mornos a comprar. Por mais ricos que sejamos em tesouros terrestres, toda a nossa riqueza não nos habilitará a comprar os preciosos remédios que curam a doença da alma chamada mornidão. A inteligência e as riquezas da Terra eram impotentes para remover os defeitos da igreja de Laodicéia, ou remediar-lhes a deplorável condição. Eram cegos, não obstante achavam que estavam bem. O Espírito de Deus não lhes iluminava a mente, e não percebiam sua pecaminosidade; não sent iam, portanto, necessidade de auxílio . (I TS, 477)

Com o coração tomado de dor, o visitante que de longe viera, contemplou as arruinadas defesas de sua amada Jerusalém. E não é assim que os anjos do Céu inspecionam a condição da igreja de Cristo? Como os habitantes de Jerusalém, habituamo-nos aos males existentes, e muitas vezes ficamos satisfeitos, sem fazer nenhum esforço para remediá-los. Como, porém, são esses males considerados pelos seres iluminados divinamente? Não olham eles, como Neemias, de coração tomado de tristeza, para os muros arruinados e as portas carbonizadas? SDA Bible Commentary, vol. 3, pág. 1.136. (Vidas que Falam 264)

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Estar sem as graças do Espírito de Deus é realmente triste; mais terrível condição, porém, é estar assim destituído de espiritualidade e de Cristo, e ainda buscar justifi car-nos dizendo aos que se sobressaltam por nós que não necessitamo s de seus temores nem piedade. Temível é o poder da ilusão própria no espírito humano! Que cegueira! tomar a luz por trevas e as trevas por luz! A Testemunha Verdadeira aconselha-nos a comprar dEle ouro provado no fogo, vestidos brancos e colírio. (I TS, 477)

A verdadeira graça, que é de inestimável valor e que resistirá à experiência da provação e da adversidade, só se obtém pela fé, e pela humilde obediência apoiada pela oração. As graças que resistem às provas da aflição e da perseguição, e demonstram sua pureza e sinceridade, são o ouro que é provado no fogo e achado genuíno. Cristo oferece vender este precioso tesouro ao homem: "Aconselho-te que de Mim compres ouro provado no fogo." Apoc. 3:18. O morto, frio cumprimento do dever não nos faz cristãos. Cumpre-n os sair do estado de mornidão e experimentar conversão real, o u perderemos o Céu. (I TS, 478)

Foi-me mostrado que toda prova feita pelo processo de refinamento e purificação sobre os professos cristãos demonstra que alguns são escória. Nem sempre aparece o fino ouro. Em toda crise religiosa alguns caem sob a tentação. O peneiramento de Deus sacode fora multidões, como folhas secas. A prosperidade multip lica a massa dos que professam. A adversidade os leva para fora da Igrej a. Como uma classe, não tem o espírito firme em Deus. Saem de nós, porque não são de nós; pois quando surge tribulação ou perseguição por causa da palavra, muitos se escandalizam. (I, TS, 479)

Já mais a linha de separação entre os seguidores de Cristo e os de Satanás deve obliterar-se. Há uma linha divisória distinta, traçada por Deus mesmo, entre a igreja e o mundo, entre os que observam Seus mandamentos e os que quebrantam Seus preceitos. Não se unem uns aos outros. Divergem uns dos outros como o dia da n oite pelos seus gostos, aspirações, propósitos e caráter. Cultivando o amor e o temor de Deus, havemos de aborrecer até a coisa mais insignificante que tenha visos de impureza. (II TS pág. 224)

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A conformidade aos costumes mundanos converte a igr eja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo . A familiaridade com o pecado inevitavelmente o fará parecer menos repelente. Aquele que prefere associar-se aos servos de Satanás, logo deixará de temer o senhor deles. Quando, no caminho do dever, somos levados à prova, como o foi Daniel na corte do rei, podemos estar certos de que Deus nos protegerá; mas se nos colocamos sob tentação, mais cedo ou mais tarde cairemos. (GC pág. 509)

O Senhor escolheu para Si aquele que é piedoso; essa consagração a Deus e a separação do mundo é clara e positivamente ordenada em ambos os Testemunhos. Há um muro de separação que o Senhor mesmo estabeleceu entre as coisas do mundo e as coi sas que Ele mesmo estabeleceu entre as coisas do mundo e santif icou para Si. A vocação e o caráter do povo de Deus são peculiare s, suas perspectivas ou peculiares, e essas peculiaridades os distinguem de todo os outros povos. Todo o povo de Deus na Ter ra é um corpo, desde o principio até o fim do tempo. Ele tem uma C abeça que dirige e governa o corpo. A mesma imposição feita a o antigo Israel, pesa agora sobre o povo de Deus – serem separados d o mundo. O grande Líder da igreja não mudou. A experiência dos cristãos nestes dias. É muito semelhante ás viagens do antigo Israel. Por favor, leia I Corintios 10, especialmente os versos 6 até o 15. (I TI pág. 283-284).

A linha de separação entre cristãos professos e ímp ios é agora dificilmente discernida . Os membros da igreja amam o que o mundo ama, e estão prontos para se unirem a ele; e Satanás está resolvido a uni-los em um só corpo, e assim fortale cer sua causa arrastando-os todos para as fileiras do espiritismo . Os romanistas, que se gloriam dos milagres como sinal certo da verdadeira igreja, serão facilmente enganados por este poder operador de prodígios; e os protestantes, tendo rejeitado o escudo da verdade, serão também iludidos. Católicos, protestantes e mundanos juntamente aceitarão a forma de piedade, destituída de sua eficácia, e verão nesta aliança um grandioso movimento para a conversão do mundo, e o começo do milênio há tanto esperado. (GC pág. 588)

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Satanás tomou plena posse das igrejas como um corpo . Consideram-se os dizeres e as obras de homens em ve z das claras, cortantes verdades da Palavra de Deus. O espírito e amizade do mundo são inimizades contra Deus. Quando a verdade em sua simplicidade e força, como é em Jesus, é levada a dar fruto contra o espírito do mundo, desperta para logo o espírito de perseguição. Grandes números de pessoas que professam ser cristãs não conhecem a Deus.

Uma inumerável hoste de anjos maus estão se espalha ndo sobre toda a Terra e enchendo as igrejas . Esses agentes de Satanás olham para as corporações religiosas com exultação, pois o manto da religião cobre o maior crime e iniqüidade. (P.E, págs. 273-275).

A maioria dos cristãos finalmente consentiu em baix ar a norma, formando-se uma união entre o cristianismo e o paganismo . Posto que os adoradores de ídolos professassem estar convertidos e unidos à igreja, apegavam-se ainda à idolatria, mudando apenas os objetos de culto pelas imagens de Jesus, e mesmo de Maria e dos santos. O fermento vil da idolatria, assim trazido para a igreja, continuou a obra funesta. Doutrinas errôneas, ritos supersticiosos e cerimônias idolátricas foram incorporados em sua fé e culto. Unindo-se os seguidores de Cristo aos idólatras, a religião cristã se tornou corrupta e a igreja perdeu sua pureza e poder. Alguns houve, entretanto, que não foram transviados por esses enganos. Mantinham-se ainda fiéis ao Autor da verdade, e adoravam a Deus somente. (GC pág. 43) A história se repete.

Em nosso tempo, como na antiguidade, as verdades vi tais da Palavra de Deus são substituídas por teorias e espe culações humanas. Muitos professos ministros do Evangelho nã o aceitam toda a Bíblia como a Palavra inspirada . Um sábio rejeita esta parte, outro duvida daquela. Elevam sua opinião acima da Palavra; e as Escrituras que eles ensinam, repousam sobre a autoridade deles próprios. Sua autenticidade divina é destruída. Deste modo é semeada largamente a semente da incredulidade; porque o povo é confundido e não sabe no que crer. Há muitas crenças que a mente não tem o direito de entreter. (Parábolas de Jesus, pág. 39)

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Não há, porém, união entre o Príncipe da luz e o pr íncipe das trevas, e nenhuma conivência poderá haver entre os seus seguidores. Quando os cristãos consentiram em unir- se àqueles que não eram senão meio-convertidos do paganismo, e nveredaram por caminho que levaria mais e mais longe da verdad e. Satanás exultou em haver conseguido enganar tão grande número dos seguidores de Cristo. Levou então seu poder a agir de modo mais completo sobre eles, e os inspirou a perseguir aqueles que permaneceram fiéis a Deus. Ninguém compreendeu tão bem como se opor à verdadeira fé cristã como os que haviam sido seus defensores; e estes cristãos apóstatas, unindo-se aos companheiros semipagãos, dirigiram seus ataques contra os característicos mais importantes das doutrinas de Cristo. (GC, 45)

Foi necessária uma luta desesperada por parte daque les que desejavam ser fiéis , permanecendo firmes contra os enganos e abominações que se disfarçavam sob as vestes sacerdotais e se introduziram na igreja. A Escritura Sagrada não era aceita como a norma de fé. A doutrina da liberdade religiosa era chamada heresia, sendo odiados e proscritos seus mantenedores.

unidade só se pudesse conseguir comprometendo a verdade e a justiça, seria preferível que prevalecessem as diferenças e as conseqüentes lutas. (GC pág. 45)

E um escritor, no Religious Telescope, testificou: "Nunca testemunhamos declínio religioso tão generalizado c omo no presente . Em verdade, a igreja deveria despertar e pesquisar a causa desta situação aflitiva; pois, como aflito é que deveria ser encarado este estado de coisas por todo aquele que ama a Sião. Quando nos lembramos de quão poucos e espaçados casos de verdadeira conversão existem, e da insolência e obstinação dos pecadores, quase sem precedentes, exclamamos como que involuntariamente: 'Esqueceu-Se Deus de ser misericordioso? ou está fechada a porta da graça?'"

Semelhante condição nunca prevalece sem causa na própria igreja. As trevas espirituais que caem sobre as nações, igrejas e indivíduos, são devidas, não à retirada arbitrária do socorro da graça divina, por

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parte de Deus, mas à negligência ou rejeição da luz divina por parte dos homens. Exemplo frisante desta verdade vê-se na história do povo judeu no tempo de Cristo. Pelo apego ao mundo e esquecimento de Deus e Sua Palavra, tornou-se-lhes obscurecido o entendimento, e o coração mundano e sensual. Daí estarem em ignorância quanto ao advento do Messias e, em seu orgulho e incredulidade, rejeitarem o Redentor. Mesmo assim, Deus não privou a nação judaica do conhecimento das bênçãos da salvação, ou de participar delas. Aqueles, porém, q ue rejeitaram a verdade, perderam todo o desejo do dom do Céu . Tinham "posto as trevas pela luz, e a luz pelas trevas", a té que a luz que neles estava se tornou em trevas; e quão grandes er am as trevas!

Convém à política de Satanás que os homens conserve m as formas da religião, embora falte o espírito da pied ade vital . Depois de terem rejeitado o evangelho, os judeus continuaram zelosamente a manter seus antigos ritos; preservavam com rigor o exclusivismo nacional, ao mesmo tempo em que não podiam deixar de admitir que a presença de Deus não mais era entre eles manifesta. A profecia de Daniel apontava tão insofismavelmente para o tempo da vinda do Messias, e tão diretamente lhes predizia Sua morte, que eles desanimavam o estudo dessa profecia, e finalmente os rabis pronunciaram a maldição sobre todos os que tentassem uma contagem do tempo. Em sua cegueira e impenitência, o povo de Israel tem permanecido, por mil e novecentos anos, indiferente ao misericordioso oferecimento de salvação, despreocupado das bênçãos do evangelho como solene e terrível advertência do perigo de rejeitar a luz do Céu.

Onde quer que exista causa idêntica, os mesmos efei tos se seguirão. Aquele que deliberadamente abafa as convi cções do dever, pelo fato de se achar este em conflito com a s tendências pessoais, perderá finalmente a faculdade de discern ir a verdade do erro. Obscurece-se o entendimento, a consciência se torna calejada, o coração endurecido, e a alma se separa de Deus. Onde a mensagem da verdade divina é desdenhada e tratada levianamente, ali a igreja se envolve em trevas; esfriam a fé e o amor; entram a separação e a discórdia. Os membros da igreja centralizam seus interesses e energias em empreendimentos mundanos, e os pecadores se tornam endurecidos em sua impenitência.

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A mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14, anunc iando a hora do juízo de Deus e apelando para os homens a f im de O temer e adorar, estava destinada a separar o povo p rofesso de Deus das influências corruptoras do mundo, e desper tá-lo a fim de ver seu verdadeiro estado de mundanismo e aposta sia. Deus enviou à igreja, nesta mensagem, uma advertência qu e, se fosse aceita, teria corrigido os males que a estavam apar tando dEle. Houvessem os homens recebido a mensagem do Céu, humilhando o coração perante o Senhor, buscando com sinceridade o preparo para estar em pé em Sua prese nça, o Espírito e poder de Deus ter-se-iam manifestado ent re eles. A igreja de novo teria atingido o bendito estado de u nidade, fé e amor, que houve nos dias apostólicos, em que "era u m o coração e a alma" dos crentes, e "anunciavam com ousadia a Palavra de Deus", dias em que "acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar". Atos 4:32 e 31; 2:47.

Recebesse o professo povo de Deus a luz tal como lh e refulge da Sua Palavra, e alcançaria a unidade por que Cristo orou, a qual o apóstolo descreve como "a unidade do Espírito pelo vínculo da paz." "Há", diz ele, "um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo." Efés. 4:3-5.

Foram estes os benditos resultados fruídos pelos qu e aceitaram a mensagem adventista . Vieram de denominações várias, e as barreiras denominacionais foram arremessadas ao chão; credos em conflito eram reduzidos a átomos; a esperança de um milênio terreal, em desacordo com a Escritura Sagrada, foi posta de lado e corrigidas opiniões falsas sobre o segundo advento; varridos o orgulho e a conformação ao mundo; repararam-se injustiças; os corações se uniram na mais doce comunhão, e o amor e a alegria reinaram supremos. Se esta doutrina fez isto pelos poucos que a receberam, o mesmo teria feito a todos, se todos a houvessem recebido.

Mas as igrejas, em geral, não aceitaram a advertência. Os pastores, que, como "vigias sobre a casa de Israel", deveriam ter sido os primeiros a discernir os sinais da vinda de Jesus, não quiseram saber a verdade, quer pelo testemunho dos profetas, quer pelos sinais dos tempos. À medida que as esperanças e ambições mundanas lhes encheram o coração, arrefeceram o amor para com Deu s e a fé

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em Sua Palavra; e, quando a doutrina do advento era apresentada, apenas suscitava preconceito e descrença. O fato de ser a mensagem em grande parte pregada por leigos, era insistentemente apresentado como argumento contra a mesma. Como na antiguidade, ao claro testemunho da Palavra de Deus opunha-se a indagação: "Têm crido alguns dos príncipes ou dos fariseus?" E vendo quão difícil tarefa era refutar os argumentos aduzidos dos períodos proféticos, muitos desanimavam o estudo das profecias, ensinando que os livros proféticos estavam selados, e não deveriam ser compreendidos. Multidões, confiando implicitamente nos pastores, recusaram-se a ouvir a advertência; e outros, ainda que convictos da verdade, não ousavam confessá-la para não serem "expulsos da sinagoga". A mensagem que Deus enviara para provar e purificar a igreja revelou com muita evidência quão grande era o número dos que haviam posto a afeição neste mundo ao invés de em Cristo. Os laços que os ligavam à Terra, mostravam-se mais fortes do que as atrações ao Céu. Preferiam ouvir a voz da sabedoria mundana, e desviavam-se da probante mensagem da verdade.

Rejeitando a advertência do primeiro anjo, despreza ram os meios que o Céu provera para a sua restauração . Desacataram o mensageiro de graça que teria corrigido os males que os separavam de Deus, e com maior avidez volveram à busca da amizade do mundo. Eis aí a causa da terrível condição de mundanismo, apostasia e morte espiritual, que prevalecia nas igrejas em 1844. (GC pág. 377-380)

Há motivo para alarmar-nos com a condição do mundo religioso hoje. Tem-se tido em pouca conta a misericórdia de Deus. A multidão anula a lei de Jeová, "ensinando doutrinas que são preceitos de homens". Mat. 15:9. A incredulidade prevalece em muitas das igrejas d e nosso país; não a incredulidade em seu sentido mais amplo , como franca negação da Bíblia, mas uma incredulidade vestida co m o traje do cristianismo, ao mesmo tempo em que se acha a solapar a fé na Bíblia como revelação de Deus. A devoção fervorosa e a piedade vital deram lugar ao formalismo oco. Como conseqüência prevalecem a apostasia e o sensualismo. Cristo declarou: "Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: ... assim será no dia em que o Filho do homem Se há de manifestar." Luc. 17:28-30. O registro diário dos acontecimentos

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que se passam, testifica do cumprimento de Suas palavras. O mundo rapidamente está a amadurecer para a destruição. Logo deverão derramar-se os juízos de Deus e pecado e pecadores serão consumidos. (Patriarcas e Profetas, pág. 166)

Não acho sossego de espírito. Cena após cena é-me apresentada em símbolos, e não tenho sossego enquanto não comece a escrever a questão. No centro da obra, estão as questões sendo moldad as de tal maneira que todas as instituições estão seguind o o mesmo rumo. E a própria Associação Geral se está corrompe ndo com sentimentos e princípios errôneos . Na elaboração dos planos, manifestam-se os mesmos princípios que têm dominado as coisas em Battle Creek por bom espaço de tempo. (TM, Ob, Evang, 359)

Podem as associações de Estados depender da Associa ção Geral no sentido de receber luz, conhecimento e sabedoria ; mas será seguro fazê-lo? Battle Creek não deve ser o centro da obra de Deus . Só Deus pode preencher esse lugar. Quando o nosso povo de diferentes lugares têm suas convocações especiais, ensinai-lhes por amor de Cristo e da sua própria alma a não fazerem da carne o seu braço. Não há poder no homem para ler o coração de seus semelhantes. O Senhor é o único em quem podemos confiar com segurança; e Ele é acessível em todo o lugar e a cada igreja da União. Colocar o homem onde Deus devia estar, não honra nem glorifica a Deus. Deve o presidente da Associação Geral ser o deus do povo? Devem os homens de Battle Creek ser considerados de sabedoria infinita? (Idem, 375)

Mas o coração da obra, o grande centro, tem-se enfr aquecido pelo desgoverno de homens que não acompanharam o passo d e seu Líder . Satanás lhes tem desviado o dinheiro e a capacidade para fins errados. Seu precioso tempo tem passado para a eternidade. O fervoroso trabalho que agora se está fazendo, a luta agressiva que se vem travando, bem podia há muito ter sido levada avante justamente de maneira tão vigorosa, em obediência à luz de Deus. Todo o corpo está doente devido ao desgoverno e à falta de cálculo. O povo a quem Deus confiou os interesses eternos, os depositários da verdade

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plena de resultados eternos, os guardadores da luz que deve iluminar todo o mundo, perderam o rumo. Cometeu Deus um equívoco? São os que estão no coração da obra vasos escolhidos que possam receber o óleo dourado que os mensageiros celestes, representados por duas oliveiras, esvaziam nos canudos de ouro para abastecer as lâmpadas? Estarão os que estão em Battle Creek, os homens e mulheres que Deus escolheu para fazerem a mais solene obra jamais dada aos mortais, em sociedade com Cristo em Sua grande firma? Estão aqueles a quem Deus ordenou comunicar a luz das lâmpadas acesas aos outros, para que as regiões em trevas. (Idem, 397)

O trabalho principal de satanás está na sede de nos sa obra . Ele não poupa esforços para corromper homens em posição de responsabilidades e persuadi-los as serem infiéis a seus vários deveres. (4 TI, 210)

Este é tempo de trevas espirituais nas igrejas do m undo. A ignorância das coisas divinas encobriu da vista dos homens, a Deus e a verdade. As forças do mal estão ganhando f orça . Satanás promete aos seus coobreiros fazer um trabalho que cativará o mundo. Ao passo que a atividade da igreja é apenas parcial, Satanás e suas legiões exercem atividade intensa. As professas igrejas cristãs não estão convertendo o mundo; pois elas próprias estão corrompidas de egoísmo e orgulho, e necessitadas de experimentarem em seu seio o poder regenerador de Deus, antes de poderem guiar outros a uma norma mais pura e elevada. (Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 315)

Um dos pecados que constituem um dos sinais dos últ imos dias é serem professos cristãos mais amantes dos prazeres do que de Deus. Tratai sinceramente com vosso coração. Examin ai cuidadosamente . Quão poucos são os que, depois de um exame fiel, podem olhar para o céu e dizer: "Eu não sou desses que aí se acham descritos. Eu não amo os prazeres mais do que a Deus!" Quão poucos podem dizer: "Estou morto para o mundo; a vida que agora vivo, vivo-a na fé do Filho de Deus. Minha vida está escondida com Cristo em Deus, e quando aparecer Aquele que é minha vida, eu também aparecerei com Ele em glória"! Gál. 2:20. (MJ, 84)

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Cristo declara que existirá idêntica incredulidade no tocante à Sua segunda vinda. Como os contemporâneos de Noé não o conheceram, "até que veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também", nas palavras de nosso Salvador "a vinda do Filho do homem". Mat. 24:39. Quando o professo povo de Deus se estiver unindo co m o mundo, vivendo como vivem os do mundo, e com eles gozando de prazeres proibidos; quando o luxo do mundo se torna r o luxo da igreja; quando os sinos para casamentos estiverem a tocar, e todos olharem para o futuro esperando muitos anos de prosperidade temporal, subitamente então, como dos céus fulgura o relâmpago, virá o fim de suas resplendentes visões e esperanças ilusórias. (O Grande Conflito, págs. 338 e 339.)

Se a mais decida vigilância não for manifestada no grande coração da obra para proteger os interesses da causa, a igreja se tornará tão corrupta quanto às igrejas de outras denominações. (4 TI, 513)

E não é somente no mundo que vemos os resultados da negligência da igreja em trabalhar nas fileiras de Cristo . Por esta negligência tem sido levado para dentro da igreja um estado de coisas que tem eclipsado os altos e santos interesses da obra de Deus. Um espírito de criticismo e amargura tem penetrado na igreja, e o discernimento espiritual de muitos tem diminuído. Em virtude disto a causa de Cristo tem sofrido grande perda. As inteligências celestiais têm estado à espera de poder cooperar com os agente s humanos, mas nós não temos discernido sua presença. (BS, 72)

Mas a luz que por anos tem estado perante as igreja s tem sido desconsiderada . A obra que deveria ser feita pela humanidade sofredora em cada igreja, não o tem sido. Os membros da igreja têm falhado no atender a Palavra do Senhor, e isso têm-nos impedido de ter uma experiência que deveria ser alcançada na obra evangélica. Review and Herald, 4 de março de 1902. (BS, 182)

Aos médicos missionários e ministros que têm estado a beber nos sofismas científicos e enfeitiçantes fábulas contra os quais tendes sido advertidos, eu gostaria de dizer: Vossa alma e stá em perigo . O

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mundo precisa saber qual a vossa posição e qual a posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Deus chama os que aceitaram esses enganos destruidores a que não mais mantenham duas posições. Se o Senhor é Deus, segui-O. (CSS, 13)

ATENÇÃO!

Satanás e seus instrumentos têm estado e estão trab alhando diligentemente. Dará Deus Sua bênção às casas publi cadoras se elas aceitarem os enganos do inimigo ? Hão de as instituições que têm sido conservadas perante o povo como santas ao Senhor, se tornar escolas em que os obreiros comam do fruto da proibida árvore da ciência? Animaremos Satanás em sua perigosa entrada na cidad ela da verdade para depositar sua ciência infernal, com o ele fez no Éden? São os homens que se encontram no centro da obra homens incapazes de distinguir entre a verdade e o erro? São eles homens que não podem ver as terríveis conseqüências de prestar influência ao erro? Caso ganhásseis milhões de dólares por trabalho dessa espécie, que valor teria esse lucro quando comparado com a terrível perda em que se incorre por dar publicidade às mentiras de Satanás? (Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 350 e 351)

Estão rapidamente se aproximando dias quando haverá grande perplexidade e confusão. Satanás, trajado com vestes angelicais, enganará, se possível os próprios escolhidos. Haverá muitos deuses e senhores. Soprará todo vento de doutrina. Aqueles que têm rendido altas homenagens á falsamente chamada ciência não s erão os líderes de então . Os que confiam no intelecto, no gênio ou talento não permanecerão á frente das fileiras e colunas. Eles não progrediram de acordo com a luz. Os tem mostrados infiéis não serão então incumbidos do rebanho. (5TI, 80)

O trigo deve ser colhido para o celeiro de Cristo. O joio tem a aparência de trigo, mas quando a colheita chegar, d eve ser rejeitado . Existe, todavia, uma imitação do trigo por um longo período de tempo. Satanás envida um decidido esforço para enganar e conduzir

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a estranhos caminhos aqueles que têm alguma ligação com a Palavra de Deus, e inventará todo estratagema possível para prolongar o período de seu controle. O Senhor Deus do Céu não sancionará ligações mistas e corruptas na igreja. O Senhor deseja que Sua obra na pregação do evangelho seja feita de tal maneira que não haja estímulo para obreiros ímpios, nenhuma tolerância para com más associações em assembléias cristãs. Manuscrito 7, 1900. (MM, CT, 235)

Foi-me mostrado um grupo sob o nome de adventistas do sétimo dia, que estava aconselhando que a bandeira ou sina l que nos torna um povo distinto não devia ser tão chocanteme nte defendida; pois pretendiam não ser o melhor método para obter êxito para nossas instituições. Esta bandeira distintiva deve ser levada pelo mundo até ao fim do tempo da graça. Descrevendo o povo remanescente de Deus, diz João: "Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus." Apoc. 14:12. Esta é a lei e o evangelho. O mundo e as igrejas estão-se unindo em harmonia no transgredir a lei de Deus, em arrancar violentamente o memorial de Deus, e no exaltar um dia de repouso que traz a assinatura do homem do pecado. O sábado do Senhor teu Deus, porém, deve ser um sinal para mostrar a diferença entre os obedientes e os desobedientes. Vi alguns estendendo as mãos para remover a bandeira, e obscurecer-lhe a significação. ... (II ME, 385)

O inimigo das almas tem procurado introduzir a supo sição de que uma grande reforma devia efetuar-se entre os advent istas do sétimo dia, e que essa reforma consistiria em renun ciar às doutrinas que se erguem como pilares de nossa fé, e empenhar-se num processo de reorganização . Se tal reforma se efetuasse, qual seria o resultado? Seriam rejeitados os princípios da verdade, que Deus em Sua sabedoria concedeu à igreja remanescente. Nossa religião seria alterada. Os princípios fundamentais que têm sustido a obra neste últimos cinqüenta anos, seriam tidos na conta de erros. Estabelecer-se-ia uma nova organização. Escrever-se-iam livros de ordem diferente. Introduzir-se-ia um sistema de filosofia intelectual. Os fundadores deste sistema iriam às cidades, realizando uma obra maravilhosa. O sábado seria, naturalmente, menosprezado, como também o Deus que o criou. Coisa alguma se permitiria opor-se ao novo movimento. Ensinariam os

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líderes ser a virtude melhor do que o vício, mas, removido Deus, colocariam sua confiança no poder humano, o qual, sem Deus, nada vale. Seus alicerces se fundariam na areia, e os vendavais e tempestades derribariam a estrutura. (I ME, 204 / 205)

Durante os passados cinqüenta anos de minha vida, tive oportunidades preciosas de obter experiência. Tive-a quanto à primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Os anjos são representados como voando pelo meio do céu, proclamando ao mundo uma mensagem de advertência, e tendo relação direta com o povo que vive nos últimos dias da história terrestre. Ninguém ouve a voz desses anjos, pois eles são símbolo do povo de Deus a trabalhar em harmonia com o Universo celeste. Homens e mulheres, iluminados pelo Espírito de Deus e santificados por meio da verdade, proclamam as três mensagens em sua ordem.

Tive uma parte nesta obra solene. Quase toda a minha vida cristã se acha com ela entretecida. Vivem ainda pessoas que têm experiência semelhante à minha. Reconheceram a verdade em desdobramento para estes dias; mantiveram-se a passo com o grande Líder, o Capitão do Exército do Senhor.

Na proclamação das mensagens, toda especificação da profecia se tem cumprido. Aqueles que tiveram o privilégio de desempenhar uma parte na proclamação dessas mensagens obtiveram uma experiência que é do mais alto valor para eles; e agora que nos encontramos entre os perigos destes últimos dias, quando se ouvirão de todo lado vozes dizendo: "Eis que o Cristo está aqui", "Aqui está a verdade", ao passo que a preocupação de muitos é transtornar o fundamento de nossa fé, que nos tirou das igrejas e do mundo para colocar-nos como um povo peculiar na Terra, daremos, como João, o nosso testemunho:

"O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida. ... O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco." I João 1:1 e 3.

Eu testifico das coisas que tenho visto, das coisas que tenho ouvido, das coisas que minhas mãos tocaram da Palavra da vida. E este testemunho sei que é do Pai e do Filho. Vimos e testificamos que o poder do Espírito Santo tem acompanhado a apresentação da verdade,

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advertindo pela pena e pela palavra, e dando as mensagens por sua ordem. Negar esta obra seria negar o Espírito Santo, e colocar-nos-ia em companhia dos que se apartaram da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores.

O inimigo porá em operação tudo para desarraigar a confiança dos crentes nas colunas de nossa fé nas mensagens do passado, as quais nos colocaram sobre a elevada plataforma da verdade eterna, e firmaram e imprimiram cunho à obra. O Senhor Deus de Israel guiou Seu povo, revelando-lhe verdade de origem celestial. Sua voz foi ouvida e ainda o é, dizendo: "Ide avante de força em força, de graça em graça, de glória em glória." A obra está se fortalecendo e ampliando, porque o Senhor Deus de Israel é a defesa de Seu povo.

Aqueles que se apegaram à verdade teoricamente, com a ponta dos dedos, por assim dizer, que não levaram seus princípios ao santuário interior da alma, antes conservaram a verdade vital no pátio exterior, não verão nada de sagrado na história passada deste povo, a qual deles tem feito o que são e os tem firmado como obreiros missionários diligentes, decididos no mundo.

Preciosa é a verdade para este tempo; mas aqueles cujo coração não foi quebrantado mediante o cair sobre a rocha Cristo Jesus, não verão nem compreenderão o que é a verdade. Aceitarão o que lhes agrada às idéias, e começarão a manufaturar outro fundamento que não seja aquele que foi posto. Lisonjearão sua própria vaidade e estima, pensando que são capazes de remover as colunas de nossa fé, e substituindo-as por outras de sua própria invenção.

Assim continuará a ser enquanto o tempo durar. Quem quer que tenha sido acurado estudante da Bíblia verá e compreenderá a solene posição dos que estiverem vivos nas cenas finais da história terrestre. Sentirão sua própria ineficiência e fraqueza, e tornarão seu primeiro interesse, não somente ter uma forma de piedade, mas ligação vital com Deus. Eles não ousarão descansar enquanto Cristo não estiver formado no interior, a esperança da glória. O próprio eu morrerá; expulso será o orgulho da alma, e eles terão a mansidão e bondade de Cristo. Manuscrito 28, 1890.

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Nenhuma Nova Organização

Depois da passagem do tempo, Deus confiou a Seus fiéis seguidores os princípios preciosos da verdade presente. Esses princípios não foram dados aos que não tiveram parte na proclamação da primeira e da segunda mensagens angélicas. Eles foram dados aos obreiros que haviam tomado parte na obra desde o começo.

Os que passaram por essas experiências devem ser fi rmes como uma rocha aos princípios que nos tornaram adventist as do sétimo dia . Devem ser coobreiros de Deus, ligando o testemunho e selando a lei entre Seus discípulos. Os que tomarem parte no estabelecimento de nossa obra sobre o fundamento da verdade bíblica, os que conhecem os marcos do caminho que indicaram o trilho certo, devem ser considerados obreiros do mais alto valor. Eles podem falar por experiência pessoal quanto às verdades a eles confiadas. Esses homens não devem permitir que sua crença se transforme em descrença; não devem permitir que a bandeira do terceiro anjo lhes seja arrebatada das mãos. Cumpre-lhes manter o princípio de sua confiança firme até ao fim.

O Senhor declarou que a história do passado repetir-se-á ao entrarmos na obra finalizadora. Toda verdade que Ele deu para estes últimos dias deve ser proclamada ao mundo. Toda coluna por Ele estabelecida deve ser fortalecida. Não podemos desviar-nos agora do fundamento estabelecido por Deus. Não podemos agora entrar em nenhuma nova organização; pois isto significaria ap ostasia da verdade. Manuscrito 129, 1905.

Não Há Necessidade de Temer

Não há nenhuma necessidade de duvidar, de estar temeroso de que a obra não seja bem-sucedida. Deus está à testa da obra, e porá tudo em ordem. Caso haja coisas necessitando serem ajustadas na direção da obra, Deus atenderá a isso, e trabalhará para endireitar todo erro. Tenhamos fé que Deus vai conduzir a nobre nau que transporta o Seu povo, em segurança, para o porto.

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Quando eu me achava em viagem de Portland, no Maine, para Boston, muitos anos atrás, sobreveio-nos um tempestade, e as grandes ondas nos arremessavam de um lado para outro. Caíram os candelabros, e as malas rolavam para cá e para lá, como se fossem bolas. Os passageiros estavam atemorizados, e muitos gritavam, na expectativa da morte.

Depois de algum tempo, o piloto veio a bordo. O capitão pôs-se junto do piloto enquanto ele tomava o leme, e exprimiu temor quanto à direção em que o navio estava sendo conduzido. "Quer tomar o leme?" perguntou o piloto. O capitão não se prontificou a fazer isso, pois sabia que lhe faltava experiência.

Então alguns dos passageiros ficaram desassossegados, e disseram que temiam que o piloto os lançasse de encontro às rochas. "Quereis tomar o leme?" perguntou o piloto. Eles, porém, sabiam que não o podiam manejar.

Quando pensais que a obra se encontra em perigo, orai: "Senhor, fica ao leme. Conduze-nos através desta perplexidade. Leva-nos a salvo ao porto." Não temos nós razão para crer que o Senhor nos conduzirá através, triunfantes?

Há diante de mim muitos que são velhos ajudadores na causa. Tenho conhecido alguns de vós durante os últimos trinta anos. Irmãos, não temos nós visto crise após crise sobrevir à obra, e não nos conduziu o Senhor por elas, operando para glória de Seu nome? Não podeis crer nEle? Não Lhe podeis confiar a causa? Não vos é possível, com vossa mente humana, compreender a operação de todas as providências de Deus. Deixai-O cuidar de Sua própria obra. Review and Herald, 20 de setembro de 1892. (II ME, 388-399)

Muitos que se chamam cristãos são meros moralistas humanos. Recusaram a dádiva que, somente, podia habilitá-los para honrar a Cristo com representá-Lo ao mundo. A obra do Espírito Santo lhes é estranha. Não são praticantes da Palavra. Os princípios celestes que distinguem os que são um com Cristo dos que se unem ao mundo, tornaram-se quase indistintos. Os professos seguidores de Cristo não são mais um povo separado e peculiar. A linha de demarcação é imperceptível. O povo está-se subordinando ao mundo, às suas práticas, costumes e egoísmos. A igreja passou para o mundo, transgredindo a lei, quando o mundo devia passar pa ra a igreja na

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obediência da mesma. Diariamente a igreja se está c onvertendo ao mundo . (Parábolas de Jesus, págs. 315 e 316.)

Após chegar a Oakland, fiquei impressionada ao perceber o que estava acontecendo em Battle Creek, mas eu estava fraca e impossibilitada de ajudá-los. Sabia que o fermento da incredulidade estava atuando. Aqueles que desprezavam as claras injunções da Palavra de Deus estavam desrespeitando os testemunhos que lhes apelavam para que dessem ouvidos á Bíblia. Ao visitar Healdsburg, no ultimo inverno, passei muito tempo em oração, sobrecarregada de ansiedade e tristeza. Mas o Senhor removeu as trevas de uma vez, enquanto eu orava, e extraordinária luz encheu a sala em que eu me encontrava. Um anjo de Deus estava a meu lado e eu parecia estar em Battle Creek, num dos concílios. Ouvi palavras sendo proferidas e ouvi coisas que, se Deus permitisse, gostaria de apagar de minha memória par a sempre. Meu coração estava tão ferido que não sabia o que fazer ou dizer. Algumas coisas nem posso mencionar. Foi-me ordenado não revelar isso a ninguém, pois a situação ainda deve piorar . (5 TI 68)

Foi-me dito para reunir a luz que me fora dada e deixar que seus raios brilhassem sobre o povo de Deus. Fiz isso mediante artigos publicados nos jornais. Levantei-me cerca das três da madrugada, durante meses, e reunir os diferentes assuntos dos escritos após os dois últimos testemunhos me terem sido dados em Battle Creek. Passei a limpo esses temas e os enviei urgentemente a vocês, mas não cuidei de mim mesma e o resultado foi curvar sob o peso. Meus escritos não puderam ser todos concluídos para chegar até vocês na Associação Geral.

Novamente, enquanto em oração, o Senhor Se revelou. Eu estava uma vez mais em Battle Creek. Passava por muitas casa e ouvia as palavras de vocês ao redor da mesa. Não tenho liberdade de relatar agora os pormenores. Espero nunca ser chamada a mencioná-los.

Que voz vocês reconhecerão como a voz de Deus? Que poder tem o Senhor para corrigir seus erros e mostra-lhes sua conduta como ela de fato é? Que poder opera na igreja? Se vocês se recusarem a crer até que toda sombra de incerteza e toda possibilidade de duvida sejam removidas, nunca crerão. A duvida que exige perfeito conhecimento nunca se renderá a fé. A fé repousa sobre evidencias e nunca demonstrações. ...

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É-me doloroso dizer, meus irmãos, que sua pecaminosa negligencia em andar na luz os envolveu em trevas. Vocês podem agora estar sendo sinceros em reconhecer e obedecer á luz. As duvidas que tem mantido e a negligencia em ouvir os reclamos divinos tem cegado suas percepções de forma que a escuridão agora lhes é como a luz e a luz como as treva. (5 TI, 71)

Deus realizará uma obra em nosso tempo que poucos e speram . Ele suscitará e exaltará entre nós os que estão mais preparados pela a unção de Seu Espírito do que pelo o preparo exterior de instituições cientificas. Estes meios não devem ser desprezados ou condenados; eles são ordenados por Deus, mas só podem fornecer as habilidades exteriores. Deus mostrará que não depende de seres humanos instruídos e cheio de si. (5 TI 82)

Os mais fracos seguidores de Cristo entraram em ali ança com o poder infinito . Em muitos casos, Deus pode fazer pouco com os homens de erudição, porque não sentem necessidade de apoiar-se nAquele que é a fonte de toda sabedoria; por isso, após uma prova, Ele os põem de lado por homens de talento inferior que aprenderam a confiar nEle, cuja alma é fortalecida pela bondade, verdade e inabalável fidelidade, as quais não se rebaixarão a nada que deixe qualquer mácula na consciência. (4 TI, 540/ 541)

O Senhor escolheu para Si aquele que é piedoso; ess a consagração a Deus e a separação do mundo é clara e positivamente ordenada em ambos os Testemunhos. Há um muro de separação que o Senhor mesmo estabeleceu entre a s coisas do mundo e as coisas que Ele mesmo estabeleceu entre a s coisas do mundo e santificou para Si . A vocação e o caráter do povo de Deus são peculiares, suas perspectivas ou peculiares, e essas peculiaridades os distinguem de todo os outros povos. Todo o povo de Deus na Terra é um corpo, desde o principio até o fim do tempo. Ele tem uma Cabeça que dirige e governa o corpo. A mesma imposição feita ao antigo Israel, pesa agora sobre o povo de Deus – serem separados do mundo. O grande Líder da igreja não mudou. A experiência dos cristãos nestes dias. É muito semelhante ás viagens do antigo Israel. Por favor, leia I Corintios 10, especialmente os versos 6 até o 15. (I TI pag 283-284).