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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4961 • Quarta-feira, 16 de Março de 2016 10 PATACAS 14 0 C/17 0 C • HOJE Fonte SMG PUB PUB FOTO ARQUIVO Pequim vai ajustar vistos individuais para as RAE’s O Governo Central chinês vai melhorar e ajustar a po- lítica de vistos individuais para Macau e Hong Kong. A revelação foi feita pelo Conselho do Estado através de um documento sobre o aprofundamento da coope- ração inter-regional na zona da Delta do Rio de Pérolas, no entanto, não foram avan- çados pormenores sobre as alterações a introduzir, no- meadamente quanto a um eventual alargamento do es- quema de vistos individuais a mais cidades do Conti- nente. A ideia do Governo Central é “apoiar Macau na construção do Centro Mun- dial de Lazer e Turismo”, “promover em conjunto a diversificação económica, desenvolvimento da indús- tria de medicina chinesa e o sector das convenções e ex- posições”. Segundo o docu- mento, nove províncias vão estreitar a cooperação com Macau e Hong Kong, tendo sido ainda referido que o projecto de passeio de iates na Zona da Delta arrancará em breve. DST descarta subsídios para guias turísticos Pág. 2 Centrais Sociedade de Jogos deverá continuar a perder quota de mercado até 2018 Marco Mueller promete “diversidade” no Festival Internacional de Cinema RAEM enfrenta desafios com custos elevados Pág. 4 Quebras expressivas no número de excursionistas e as consequentes perdas de rendimentos levaram o sector dos guias turísticos a apelar à atribuição de subsídios por parte do Governo, no entanto, a Direcção dos Ser- viços de Turismo garantiu ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que não tem quaisquer planos nesse sentido. Desiludida com a decisão, a presidente da Associação de Promoção de Guias de Turismo de Macau diz sen- tir-se impotente perante as dificuldades sentidas por muitos colegas de profissão. Pág. 5 Moradores querem maquetas do Centro de Doenças Contagiosas Pág. 6 Instituto Salesiano justifica reconstrução com a falta de espaço Última Estoril não será classificado Pág. 7 Docomomo defende valorização de edifícios do património moderno Pág. 9

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Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 4961 • Quarta-feira, 16 de Março de 2016 10 PATACAS

140C/170C• • • HOJE

Fonte SMG

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ARQ

UIVOPequim vai ajustar

vistos individuais para as RAE’sO Governo Central chinês vai melhorar e ajustar a po-lítica de vistos individuais para Macau e Hong Kong. A revelação foi feita pelo Conselho do Estado através de um documento sobre o aprofundamento da coope-ração inter-regional na zona da Delta do Rio de Pérolas, no entanto, não foram avan-çados pormenores sobre as alterações a introduzir, no-meadamente quanto a um eventual alargamento do es-quema de vistos individuais a mais cidades do Conti-nente. A ideia do Governo Central é “apoiar Macau na construção do Centro Mun-dial de Lazer e Turismo”, “promover em conjunto a diversificação económica, desenvolvimento da indús-tria de medicina chinesa e o sector das convenções e ex-posições”. Segundo o docu-mento, nove províncias vão estreitar a cooperação com Macau e Hong Kong, tendo sido ainda referido que o projecto de passeio de iates na Zona da Delta arrancará em breve.

DST descarta subsídiospara guias turísticos

Pág. 2 Centrais

Sociedade de Jogos deverácontinuar a perder quota de mercado até 2018

Marco Mueller promete“diversidade” no FestivalInternacional de Cinema

RAEM enfrentadesafios com custos elevados Pág. 4

Quebras expressivas no número de excursionistas e as consequentes perdas de rendimentos levaram o sector dos guias turísticos a apelar à atribuição de subsídios por parte do Governo, no entanto, a Direcção dos Ser-viços de Turismo garantiu ao JORNAL TRIBUNA DE

MACAU que não tem quaisquer planos nesse sentido. Desiludida com a decisão, a presidente da Associação de Promoção de Guias de Turismo de Macau diz sen-tir-se impotente perante as dificuldades sentidas por muitos colegas de profissão. Pág. 5

Moradores queremmaquetas do Centrode Doenças Contagiosas Pág. 6

Instituto Salesianojustifica reconstruçãocom a falta de espaço Última

Estoril não será classificado Pág. 7

Docomomo defendevalorização de edifíciosdo património moderno Pág. 9

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02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 16 de Março de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal), João Pimenta (Pequim) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Helder Fernando, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Secretário de Direcção: Miguel Quintais • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

ANALISTAS COLOCAM SANDS NO TOPO DAS PROJECÇÕES

SJM deverá perder mercado até 2018

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ARQ

UIVO

Num contexto de crescente preponderância do mercado de massas do jogo, a SJM encontra-se numa “posição relativamente fraca” devido à “entrada tardia” no COTAI e elevada “dependência” de “junkets” e “casinos satélite” com “baixo desempenho”, considera a consultora Sanford C. Bernstein, prevendo um declínio na quota da operadora até 2018. No pólo oposto, os analistas apontam a Sands China como “vencedora a longo prazo” na mudança de paradigma, do jogo VIP para o de massas

Depois de ter dominado o sec-tor do jogo durante longos anos, desde o início da era da

liberalização até ser destronada pela Sands China em 2015, a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) vai continuar a perder peso no mercado, prevêem os analistas Vitaly Umansky e Si-mon Zhang, da consultora Sanford C. Bernstein, sugerindo que essa tendên-cia deverá prolongar-se pelo menos por dois anos.

Convicta de que o Grand Lisboa Palace não irá abrir portas antes do início de 2018, tendo em conta que a própria SJM apontou a inaugura-ção para finais de 2017, a consultora sustenta que a “entrada tardia” no COTAI deixará a operadora fundada por Stanley Ho em “significativa des-vantagem em 2016 e 2017”. “Como tal, acreditamos que a SJM vai conti-nuar a perder quota de mercado e a permanecer altamente dependente de junkets [em particular do Golden Group] e das operações de casinos sa-télite” que, além de revelarem “baixo desempenho”, ficarão sujeitos a “sig-nificativa pressão descendente” face à competição dos empreendimentos do COTAI, antecipam os analistas.

Numa altura em que a “capacidade operacional e de marketing no mer-cado de massas” é uma “vantagem competitiva” cada vez mais crucial, a SJM encontra-se numa “posição rela-tivamente fraca”, sustentam, identi-ficando ainda como factores de risco a “complicada estrutura accionista” da empresa e “conflitos de interesse”, não especificados neste relatório.

Segundo dados compilados pelo JORNAL TRIBUNA DE MACAU, que confirmam o cenário traçado no iní-cio do ano nestas páginas, a SJM não

só continuou a perder terreno para a Sands China como, inclusive, caiu para o terceiro lugar do “ranking” das receitas nos primeiros dois meses de 2016. No total de Janeiro e Fevereiro, a quota de mercado da SJM quedou--se pelos 19,7%, contra 23,9% da Sands China e 22,2% da Galaxy. Além disso, a Melco Crown aproximou-se da ter-ceira posição, ao absorver 15,6% das receitas totais.

O declínio da SJM está directamen-te associado à emergência do mercado de massas, cujo peso nas contas glo-bais do sector subiu de 33,9% em 2013

para 44,6% no ano passado. Esta mu-dança estrutural do mercado tem tam-bém contornos geográficos, com os analistas a confirmarem que a abertu-ra de novos projectos no COTAI pode-rá contribuir para que as operadoras com casinos concentrados na Penín-sula “continuem a perder mercado a médio e longo prazo”.

Sands: “vencedora”a longo prazo

Em contrapartida, manifestam-se optimistas sobre a evolução das ope-radoras que já exploram casinos no

Analistas consideram que a “entrada tardia” no COTAIdeixará a SJM em grande “desvantagem” em 2016 e 2017

Sérgio Terra

As quebras contínuas nas receitas dos casinos, no-meadamente nas salas VIP, tornam “insustentá-vel” a actual situação e geram “desespero” entre

os promotores de jogo, que se vêem confrontados com “crédito malparado” e a necessidade de vender “activos de alto risco” a outros investidores com “grande descon-to”. O retrato é feito pelo grupo Neptune, um dos princi-pais operadores de “junkets”, no relatório dos primeiros seis meses do ano fiscal 2015/2016, que encerrou a 31 de Dezembro com prejuízos de 257 milhões de dólares de Hong Kong. Este resultado contrasta com os lucros líqui-dos de 130,9 milhões apurados um ano antes, sendo que

as receitas das comissões também caíram 53% para 132,9 milhões.

Apesar do “esforço incansável” para que os “junkets” consigam cobrar as dívidas dos clientes num curto prazo de tempo, a “angústia ainda paira”, indica o grupo Nep-tune, reconhecendo que a “queda do lucro e o volume de negócios sem brilho” constituem um “grande desafio” para os promotores de jogo. Nesse contexto, a empresa salienta que vai continuar a diversificar a sua actividade, “explorando novos negócios, incluindo empréstimos de dinheiro e a identificar locais adequados para a compra de novos activos”, no quadro de uma estratégia que visa

“garantir um retorno estável de investimentos” e, con-sequentemente, “margem de manobra muito necessária para enfrentar um momento tão difícil”.

Num registo mais optimista, a Neptune diz acreditar que as novas regras da Direcção da Inspecção e Coor-denação de Jogos (DICJ), que obrigam os “junkets” a apresentar relatórios contabilísticos mensais, poderão ser “fundamentais” para manter o “desenvolvimento saudável” da indústria do jogo. Além disso, a empresa espera que os novos projectos no COTAI conduzam ao regresso da “nostalgia dos dias prósperos”.

S.T.

“Junkets” entre a “angústia” e o “desespero”Os promotores de jogo continuam a enfrentar grandes dificuldades na cobrança de dívidas dos jogadores, alimentando sentimentos de “angústia” no sector, refere o grupo Neptune, no seu último relatório interino

COTAI, destacando nomeadamente o caso da Sands China, vista como “vencedora a longo prazo” na “mu-dança de paradigma”, do jogo VIP para o de massas.

A forte presença no COTAI, o “só-lido desempenho” no segmento de massas, as boas políticas de controlo de custos e o estatuto de líder na ofer-ta de mesas e quartos são argumen-tos que, na perspectiva da consultora, pendem para o lado da Sands China e que deverão ser reforçados em Setem-bro deste ano, com a previsível aber-tura do Parisian.

Apesar do impacto do Studio City ainda estar aquém das expectativas, os analistas também depositam es-peranças no futuro da Melco Crown, destacando os bons resultados do City of Dreams, bem como da Galaxy, que manteve a liderança no jogo VIP nos dois primeiros meses de 2016 e obteve um recorde em termos da sua quota de mercado no mercado de massas, beneficiando do impulso da segunda fase do mega resort.

“Acreditamos que a Galaxy tem potencial para surpreender positiva-mente no primeiro trimestre, em par-ticular com as suas receitas brutas no mercado de massas”, antevêem.

Por outro lado, a Sanford C. Berns-tein considera que, embora enfrentem actualmente “ventos contrários” na Península, a Wynn Macau e a MGM China deverão ver os seus riscos “mi-tigados a longo prazo”, uma vez que irão lançar projectos no COTAI ao longo dos próximos 12 meses. Além do natural aumento das receitas após a abertura do Wynn Palace e MGM Cotai, Umansky e Zhang enaltecem o facto das duas operadoras conta-rem com equipas de gestão de eleva-da qualidade, considerando mesmo Grant Bowie, da MGM China, como o melhor CEO no terreno.

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | PUBLICIDADE 03

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Quarta-feira, 16 de Março de 201604 JTM | LOCALFO

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CS

O director do Instituto dos Estudos Nacionais da Universidade de

Tsinghua e um dos colaborado-res na criação do Plano Quin-quenal da China esteve ontem no território para proferir uma “palestra sobre o Planeamen-to estratégico e o caminho do desenvolvimento estável de Macau”. Na opinião de Hu Angang, o maior desafio para o futuro de Macau reside nos custos elevados generalizados, seja em termos de negócio ou da vida geral da população.

Referindo que qualquer re-gião com salários altos enfrenta este problema, por exemplo re-lativamente às rendas e custos da mão-de-obra, Hu Angang afirmou que, tendo em conta que o mercado de Macau é re-

lativamente pequeno, é neces-sário ter em consideração como é que se pode aproveitar o mer-cado da China, especialmente do Delta do Rio das Pérolas, para dar novo fôlego ao desen-volvimento. Assim, defendeu o aproveitamento das oportuni-dades de desenvolvimento do Continente, para que ambos os planos quinquenais possam avançar em sintonia, gerando benefícios para ambas as partes.

Na palestra, que juntou na audiência vários titulares dos principais cargos da RAEM, in-cluindo o Chefe do Executivo, Hu Angang frisou que “qual-quer plano para o futuro preci-sa de ser assertivo, podendo ser lançadas várias medidas para atingir o mesmo objectivo”.

Hu Angang destacou ainda que a implementação do plano de desenvolvimento da RAEM vai enfrentar diversos tipos de

Hu Angang, membro do grupo que elaborou o plano quinquenal da China, apontou ontem os custos elevados, incluindo nos negócios, rendas e mão-de-obra, como o grande desafio para o futuro de Macau. Por outro lado, defende que o plano de desenvolvimento para os próximos cinco anos de Macau deve ser assertivo nos seus objectivos

problemas, que, no entanto, podem ser resolvidos através do diálogo. Segundo afirmou, o plano quinquenal não faz qual-quer referência ao sector finan-ceiro local, no entanto, Macau ainda pode apostar numa estra-tégia competitiva baseada em vantagens que inicialmente não seriam vistas como tal, juntan-do a estas os pontos fortes do desenvolvimento do Continen-te chinês.

De acordo com a “Ou Mun Tin Toi”, o académico indicou ainda que o plano de desenvol-vimento quinquenal de Macau reúne características históricas e marcantes, estando basica-mente definidos os seus objec-tivos e orientações.

Ainda sobre o plano de de-

senvolvimento quinquenal da RAEM, Lau Pun Lap, director do Gabinete de Estudo das Polí-ticas, e Lei Ngan Leng, assessora do Gabinete do Chefe do Execu-tivo, avançaram ao jornal “Ou Mun” que a proposta básica do plano será revelada ao público no próximo mês. O documento irá incluir a análise às 2.492 opi-niões recebidas durante os três meses de consulta pública.

Lao Pun Lap explicou que a proposta apresenta o quadro estrutural do plano, devendo passar por uma segunda fase de consulta até ser apresenta-da uma versão definitiva. A “Proposta Básica do Plano de Desenvolvimento Quinquenal (2016-2020) da RAEM”, segun-do assegurou o director, tem

em conta os critérios nacionais e internacionais e, para além disso, estipula indicadores de avaliação e balizas temporais.

De acordo com os dois res-ponsáveis, a Comissão para a Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer sugere qua-tro fases para a afirmação dessa estratégia, sendo destacada a coordenação interdepartamen-tal para o período entre 2016 e 2020. A proposta também sa-lienta que é necessário reforçar os papéis da Comissão para a Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer e da Comis-são para o Desenvolvimento da Plataforma, devendo ser fortalecidas as suas funções em termos de coordenação, super-visão e promoção.

ACADÉMICO DE PEQUIM RECOMENDA ASSERTIVIDADE NO PLANO QUINQUENAL LOCAL

Custos elevados serão maior desafio da RAEM

Política de investimento da China apresentada na Torre

Vai realizar-se amanhã pelas 10 horas na Torre de Macau um “seminário sobre Política de Investimento da China 2016”. De acordo com um comunicado dos Serviços de Economia, a palestra é organizada pelo Ministério do Comércio da China e pela Secretaria para a Economia e Finanças do Governo de Macau, contando com a presença de Liu Haiquan, adjunto do ministro do Comércio. Liu vai “apresentar às organizações e associações empresariais de Macau a estratégia de desenvolvimento macro e a nova política de aproveitamento de investimentos estrangeiros do país no contexto da nova conjuntura económica”. O seminário pretende apresentar aos investidores locais o actual ambiente de investimento da China Continental.

Liane Ferreira e Viviana Chan

2ª Vez “JTM” - 16 de Março de 2016

Execução Ordinária n.º CV1-14-0095-CEO 1.º Juízo Cível

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | LOCAL 05

Trocas com Taiwan sobem 1,3%O presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau disse em Taipé que as trocas comerciais entre Macau e Taiwan atingiram 181 milhões de dólares em 2015, o que representou um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior

Durante um seminário sobre o inter-câmbio entre empresas de Macau e Taiwan, Jackson Chang, presi-

dente do Instituto de Promoção do Co-mércio e do Investimento (IPIM) lembrou ainda que os voos comerciais entre os dois territórios representam 24% de todos os voos que utilizam o aeroporto internacio-nal de Macau e que o número de turistas de Taiwan que visitaram o território em 2015 foi de um milhão, o que representou um aumento de 3,6% em relação a 2014.

No encontro participaram 50 represen-tantes das associações e câmaras de comér-cio de diferentes sectores de Taiwan, das organizações de franquia e das empresas de marca, nomeadamente, o secretário-ge-ral do Taiwan Trade Development Coun-cil (TAITRA), Peter W.J. Huang, e o vice--presidente da “Association of Chain and Franchise Promotion, Taiwan”, Hsu Ho Sen.

O presidente do IPIM liderou uma de-legação de pequenas e médias empresas de Macau que esteve presente na “17th Taipei International Chain and Franchise

ASSOCIAÇÃO PROPÕE USAR PROFISSIONAIS DESEMPREGADOS EM PASSEIOS NA ZONA NORTE

DST rejeita dar subsídios a guias turísticos

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JTM

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UIVO

A diminuição no núme-ro de excursionistas tem gerado grandes

preocupações no sector dos guias turísticos, tendo sido avançada a possibilidade de pedirem apoios ao Governo. Porém, a Direcção dos Servi-ços de Turismo (DST) não vai apaziguar essas inquietações.

Numa resposta ao JOR-NAL TRIBUNA DE MACAU, a DST revelou que “não tem planos para responder a tal re-querimento”.

Em declarações a este jor-nal, a presidente da Associa-ção de Promoção de Guias de Turismo de Macau, Chu Ming Ha, sublinhou que o sector re-gistou a perda de pelo menos 10% dos trabalhadores.

Referindo que as quebras radicais no número de excur-sões começaram a registar-se em Outubro do ano passado, a mesma responsável justificou a situação com o escândalo da morte de um excursionista

em Hong Kong, por alegada agressão à porta de uma loja. Segundo afirmou, o caso foi noticiado em quase todos os jornais do Interior da China, facto que prejudicou grave-mente a imagem turística de Hong Kong e, consequente-mente, afectou Macau, porque não existem excursões separa-das para as RAE’s.

Chu Ming Ha lamentou a rejeição do Governo, pelo fac-to dos apelos do sector terem sido ignorados. “Não é só ficar desiludida, é mesmo uma si-tuação de impotência”, disse.

Segundo a presidente da associação, muitos guias turís-ticos foram obrigados a ficar em casa por não terem trabalho em Fevereiro, mas escusou--se a calcular a diminuição nas renumerações. “Se não temos trabalho, não temos nenhum rendimento”, disse apenas.

Na sua opinião, quando o sector manifestou a intenção de pedir apoio, uma das vias ponderadas passaria por aju-dar os guias turísticos a en-contrar trabalho, até mesmo

O sector dos guias turísticos pediu às autoridades a atribuição de subsídios devido à queda radical no número de excursionistas, no entanto, a Direcção dos Serviços de Turismo garantiu ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que tal não irá acontecer. Além de se manifestar desiludida com a decisão, a presidente da Associação de Promoção de Guias de Turismo de Macau diz sentir-se impotente perante o panorama actual de alguns colegas de profissão

no Governo, para aumentar os serviços nos pontos turísticos.

Assim, sugeriu que o “Go-verno contrate os guias sem trabalho” para desenvolver as actividades turísticas na zona norte do território. Ideia esta já abordada por várias asso-ciações de Macau.

Comparando a actual crise no turismo local com a regis-tada em 2003 aquando da crise do Síndrome Respiratória Agu-da grave (SARS), Chu Ming Ha prevê que a situação actual se prolongue mais no tempo. Lembrando que, naquela altu-

ra, o Governo organizou for-mações para os guias, criticou a DST por não querer interferir na situação de crise. “A DST é só uma entidade fiscalizadora, mas não é quem ajuda e orienta o mercado”, frisou.

A líder da Associação de Promoção de Guias de Turis-mo de Macau acha que muitas pessoas têm preconceitos con-tra os guias turísticos e mesmo os residentes de Macau não os percebem. Salientando que os guias não devem ser culpados pelos conflitos relativos às ex-cursões a “custo zero”, disse

Polytec: a “maior vítima”O presidente do grupo Polytec afirmou que a “maior vítima” do caso “Pearl Horizon” é a empresa e avisou que não irá tolerar mais protestos “quentes” dos proprietários. Por outro lado, manifestou-se confiante no resultado final do processo judicial, salientando que “não pode nem vai perder”

Depois de um domingo mar-cado por mais um protesto dos proprietários de frac-

ções no empreendimento “Pearl Horizon”, o presidente da cons-trutora responsável pelo projecto veio a público queixar-se. Em Pe-quim, Or Wai Sheun, presidente da Polytec Holdings, disse à “Ou Mun Tin Toi” que a empresa “foi a maior vítima do caso”, por isso também compreende a situação dos queixosos. No entanto, frisou que não pode concordar com actos de vandalismo, indicando mesmo que um colega foi atacado num en-contro com compradores de apar-tamentos.

No que diz respeito ao processo judicial que contesta a decisão do Governo de declarar a caducidade do terreno, Or Wai Sheun afirmou, de forma confiante, que “não pode perder nem vai perder” e que o

atraso é um facto absoluto que foi escrito no papel.

Sobre a troca de acusações fei-ta através de anúncios publicados no jornal “Ou Mun”, o presidente do grupo garantiu que vai ser mais compreensivo e tolerante quando os proprietários deixarem de ser irracio-nais e não ameaçarem a segurança do pessoal da sua empresa.

Crente de que as obras do Pearl Horizon estão apenas “temporaria-mente penduradas”, Or Wai Sheun disse esperar que o processo judicial corra rapidamente e a seu favor, para oferecer fracções de alta qualidade aos compradores.

Questionado sobre a possibili-dade de uma reconciliação com o Governo da RAEM, o presidente da Polytec referiu que vai usar to-das as vias possíveis para lidar com essa questão.

R.C.

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IPIM

Spring Exhibition” (TICFE2016) com um pavilhão destinado a promover o “Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental 2016 (2016 MIECF), que se rea-liza em finais de Março em Macau, a Ex-posição de Franquia de Macau 2016 (2016 MFE), prevista para Julho e a 21.ª Feira In-ternacional de Macau (21ª MIF), que terá lugar em Outubro próximo.

JTM com Macauhub

Viviana Chan

que, devido às necessidades económicas, as excursões chi-nesas para Tailândia, Japão e até países europeus são feitas dessa forma.

De acordo com os dados estatísticos do Governo, regis-tou-se uma quebra consecuti-va no número de excursionis-tas entre Outubro de 2015 e Janeiro de 2016, diminuindo de 804.000 para 581.000, tra-duzindo um declínio de cer-ca de 28%. Para as excursões provenientes do Interior da China, a queda foi maior, atin-gindo 32%.

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Quarta-feira, 16 de Março de 201606 JTM | LOCAL

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• • • BREVESValor das reservas cambiais caiu 1,4% em FevereiroAs reservas cambiais da RAEM atin-giram 153,2 mil milhões de patacas no final de Fevereiro, o que repre-senta uma descida de 1,4 por cento face aos dados rectificados do mês anterior (155,4 mil milhões). Segun-do a Autoridade Monetária, a taxa de câmbio efectiva da pataca foi de 107,41, reflectindo uma quebra de 1,23 pontos face a Janeiro e uma su-bida de 2,74 em relação a Fevereiro de 2015.

Conselheiros queremcolaborar no 10 de JunhoNa qualidade de conselheiros das Comunidades Portuguesas dos Círculos da China, Macau e Hong Kong, José Pereira Coutinho, Rita Santos e Armando Jesus foram rece-bidos ontem pelo cônsul-geral Vítor Sereno, a quem manifestaram dis-ponibilidade em colaborar e promo-ver actividades comemorativas do Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Num encontro em que fizeram o balanço da visita realizada a Portugal em Fevereiro, salienta-ram a “importância da presença de uma alta individualidade de Portu-gal” em Macau no dia 10 de Junho.

Oito escolas premiadasno “Plano de Jornalista”Cerca de 100 alunos de 18 institui-ções de ensino locais participaram no programa “Plano de Jornalista na Escola”, organizado pela Di-recção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Associação dos Trabalhadores da Comunicação So-cial e Associação de Jornalistas dos Assuntos Desportivos de Macau. Após a avaliação realizada pelo júri, foram premiadas oito escolas, anun-ciou a DSEJ.

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MORADORES PEDEM MAIS DADOS SOBRE CENTRO DE DOENÇAS CONTAGIOSAS

Onde estão as maquetas?Alguns residentes que vivem perto do local onde o Governo planeia construir o Centro de Doenças Infecto-Contagiosas pediram ontem informações conclusivas sobre o plano, frisando que nem sequer foram divulgadas publicamente maquetas do projecto

Moradores da zona onde vai ser construído o Centro de Doenças Infecto-Contagio-

sas, perto do Centro Hospitalar Con-de de São Januário (CHCSJ), voltaram ontem a manifestar-se contra aquele projecto. Zhang, representante do proprietário do “Ka On Court”, disse que o projecto prevê um edifício com 5.000 m2 e 60 metros de altura sendo necessário demolir seis edifícios, in-cluindo três dos Serviços de Saúde, nas proximidades do CHCSJ.

No entanto, acrescentou, ainda não foi divulgado o relatório de impacto ambiental, nem maquetas do projecto, pelo que os residentes não têm uma noção clara da dimensão do prédio, nem da distância até às habitações.

Por outro lado, os moradores di-zem estar preocupados com o possível impacto da construção no Monte da Guia e na muralha da cidade, sem con-tar eventuais riscos à saúde das crian-ças que andam na escola naquela zona.

O mesmo representante salien-tou ainda que a distância actual não respeita os critérios do Ministério da Saúde da China, aconselhando as au-toridades a apresentarem provas con-clusivas.

Segundo a publicação “All About Macau”, os moradores consideram que, apesar da aparente abertura do Governo, na realidade o Executivo ignora as opiniões contra o projecto. Disse ainda que o Governo afirma que os moradores e activistas não têm for-mação médica para avaliar.

Os deputados Ng Kuok Cheong, Au Kam Sam e Pereira Coutinho tam-bém participaram no encontro, tendo

este último afirmado que os residen-tes já recolheram um número signi-ficativo de assinaturas. Para além disso, lembrou que muitos cidadãos não se opõem porque “têm medo de represálias” e muitas “pessoas do Go-verno que viviam ali zarparam, mal souberam que ao lado iria ser cons-truído um edifício de doenças infec-to-contagiosas”.

Já Au Kam Sam defendeu a cons-trução do centro no novo hospital das Ilhas e Ng Kuok Cheong aconselhou o Governo a aplicar os recursos na ac-

tualização das instalações do CHCSJ. Durante a tarde, os Serviços de

Saúde organizaram uma encontro entre residentes e pessoal médico no Centro Clínico de Saúde Pública em Coloane.

O activista Scott Chiang destacou que não é benéfico “colocar os resi-dentes contra os profissionais de saú-de”, devendo o Executivo explicar, pelo menos, porque é que o Centro tem de ser construído tão perto da zona residencial.

L.F.

Moradores contam com o apoio de Scott Chiang, Coutinho, Au Kam San e Ng Kuok Cheong

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | LOCAL 07

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Pais e director do Colégio Diocesano dão sinais de tréguasDezenas de pais de alunos do Colégio Dio-cesano de São José encontraram-se ontem com Koc Va Pong, director do estabeleci-mento de ensino, para obter esclarecimen-tos sobre os motivos subjacentes à subida do valor das propinas pelo terceiro ano con-secutivo. No encontro, o director reiterou a necessidade da renovação do campus e de contratação de professores estrangeiros, justificação que os pais aceitaram. Porém, os encarregados de educação instaram a instituição a apresentar uma percentagem de aumento “mais razoável”. A saída do encontro, e citando declarações alegada-mente proferidas pelo director, os pais dis-seram que o Colégio Diocesano de São José pretende pedir a adesão ao sistema gratuito de ensino do Governo, assunto que a insti-tuição vai abordar com o Bispo de Macau. Considerando que o encontro de ontem representou o primeiro passo para resolver o desentendimento entre as duas partes, os progenitores presentes revelaram que, ape-sar de haver um descontentamento relati-vamente às 30.000 patacas de propina para o ensino infantil, alguns pais tendem a acei-tar o aumento porque pretendem assegurar a melhor educação possível para os filhos.

R.C.

Vicente Jorge sem casa-museuA ideia de construir uma casa-museu para albergar o espólio de José Vicente Jorge caiu no esquecimento, porque as autoridades locais não demonstraram interesse, lamentam Pedro Barreiros e Graça Pacheco Jorge

Em entrevista à Rádio Macau, Pe-dro Barreiros e Graça Pacheco Jorge, netos de José Vicente Jor-

ge, uma das figuras mais importantes da primeira metade do século XX em Macau e alvo da fotobiografia “Um Ma-caense Ilustre”, que ambos lançaram em 2011, lamentaram a falta de vontade em torno do projecto para criar uma casa--museu dedicada ao avô.

Segundo Pedro Barreiros, a ideia passava pelo envio de Portugal para Macau de livros e outros objectos, so-bretudo mobiliário e cerâmica, que “constituiriam um núcleo de qualquer coisa que poderia ser mais alargada e que tivesse a ver com os macaenses”.

“Penso que a ideia ficou por aí. Acho que houve aqui um ‘laisser tomber’. Nunca mais se falou no assunto. Nós também não estamos para agitar ban-deirinhas e dizer que ‘temos que fazer’. Talvez algum dia se volte a falar nisso”, disse Barreiros.

Lembrando que “dávamos tudo o que era nosso para ficar no museu, para ficar em Macau”, Graça Pacheco Jorge

avisa que, se a vontade surgir no futuro, “é capaz de já ser tarde”.

Pedro Barreiros e Graça Pacheco Jor-ge estão na posse de apenas uma parte da colecção que pertenceu ao avô. No entanto, esse espólio ainda contém ob-jectos valiosos, destacou a neta de José Vicente Jorge: “As coisas que nós temos já não existem. A minha pena é que não voltem para Macau, que era o lugar cer-to para as coisas estarem. Nunca mais quiseram falar no assunto. Se não que-rem, não querem. Paciência”, disse na entrevista à Rádio.

José Vicente Jorge foi um destacado tradutor-intérprete que chegou a ser cônsul-geral de Portugal em Cantão, tendo desempenhado, enquanto chefe do Expediente Sínico, a função de me-diador durante momentos decisivos da história de Macau e do Mundo, no-meadamente a Iª Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), a Revolta dos Boxers (1898-1901), a implantação das repúblicas portuguesa (1910) e chinesa (1911) e a Iª Guerra Mundial (1914- 1918).

Apaixonado pela arte chinesa, José

Vicente Jorge acumulou uma colecção que, no auge, contava com “cerca de 10.000 peças, representando os princi-pais ramos de arte chinesa - cerâmica, bronze, jade, pintura, caligrafia, escul-tura, gravura, esmalte, laca, bordado e mobília”, como se lê na introdução da sua obra “Notas sobre a Arte Chinesa”.

Catarina Almeida

A proposta do Governo de não iniciar o processo para a classificação do imóvel do antigo Hotel Estoril obteve a maioria dos votos dos 15 membros do Conselho do Património Cultural. Carlos Marreiros, arquitecto e membro do Conselho, admitiu que a demolição “poderá ser uma realidade”

PROPOSTA DO GOVERNO APOIADA PELA MAIORIA NO CONSELHO DO PATRIMÓNIO CULTURAL

Antigo Hotel Estoril não vai ser classificado

Dos 15 membros do Conselho do Património Cultural, 13 vo-taram a favor da proposta do

Governo de não iniciar um processo de classificação do antigo Hotel Estoril, re-velou ontem o presidente do Instituto Cultural (IC), Ung Vai Meng, à saída da primeira reunião plenária do ano.

Depois de uma discussão “muito profunda e alargada”, e apresentados os factos históricos sobre o edifício, através de documentação recolhida pelo IC, no-meadamente do Departamento do Patri-mónio Cultural, e também de membros, arquitectos, historiadores, entre outros, fez-se uma votação secreta que deu o aval à posição do Governo de que a es-trutura não possui valor arquitectónico.

Após a reunião, Carlos Marreiros, arquitecto e membro do Conselho, reco-nheceu aos jornalistas que a “demolição poderá ser uma realidade” mas, para já, “é outra história”. “Ao não se iniciar [a classificação] o processo acabou aqui. A lei permite que um grupo de cidadãos possa avançar com uma proposta de classificação de um determinado imó-vel, assim como o Governo, através da Lei da Salvaguarda do Património, tem o direito de consultar as instâncias devi-das”, recordou.

Por sua vez, Ung Vai Meng referiu que já não é necessário “consultar outros especialistas” uma vez que foi recolhida toda a informação sobre a história do edifício.

Para Carlos Marreiros, a decisão agora conhecida vai permitir “ganhar” tempo. Assim, “o Governo pode, e deve,

consultar a população no que diz respei-to ao programa a encaixar lá dentro”, su-blinhou, defendendo que o “programa funcional deve ser três andares para o parque de estacionamento (...) porque há carência de parques”.

Durante a discussão foram expostos e relembrados alguns factos históricos e arquitectónicos que pesaram na ava-liação, neste caso na rejeição da estru-tura como património cultural. “O que resta hoje é um somatório de um edifí-cio com vários postiços, sobre uma pré-

-existência que era bonita. Mas, mesmo este edifício que herdámos agora, e que vem de adaptações dos anos 90, não tem qualquer qualidade. O Hotel Estoril está todo descaracterizado por dentro”, con-siderou Carlos Marreiros.

O arquitecto relembrou que a actual estrutura é o resultado de acrescentos a uma construção modernista original dos anos 50 de “grande qualidade”.

Com base na decisão tomada, reto-ma-se a questão de qual será o desti-no do mural elaborado pelo arquitecto

italiano Oseo Acconci. Uma vez que já não será iniciado o processo para a classificação do imóvel, “a equipa projectista terá liberdade para, por exemplo, preservar aquele mural ou transportá-lo no edifício, dentro, fora ou noutro local, caso as pessoas con-siderem que aquele mural de mosaico hidráulico tenha valor”, disse.

Cabe, deste modo ao Governo e à equipa de projectistas decidir o desti-no para o antigo Hotel Estoril. Como já tinha sido anunciado, o Executivo pre-tende reutilizar o espaço para construir um centro dedicado ao ensino das artes, incluindo o Conservatório de Música. “Acho que carece naquela zona equipa-mento deste tipo e a própria praça tem vocação para este tipo de registo”, con-siderou Carlos Marreiros. Ao que tudo indica, o líder do projecto será o arqui-tecto português Álvaro Siza Vieira que já defendeu publicamente a demolição do imóvel.

Recorde-se que, em Setembro, a asso-ciação de urbanistas “Macau Root Plan-ning” lançou uma petição para pedir a avaliação do valor patrimonial do anti-go hotel Estoril e piscina adjacente.

Na primeira reunião plenária do Conselho do Património Cultural deste ano, foi ainda apresentado o relatório sobre o incêndio do pavilhão principal do Templo de A-Má. Segundo Ung Vai Meng, os membros do Conselho “con-cordaram com a medida” definida com o Corpo de Bombeiros visando, entre outros procedimentos, extinguir os in-censórios diários nos templos, durante os períodos de queima de incensos, e a manutenção regular dos equipamentos eléctricos.

“Maioria esmagadora” votou contra a classificação do antigo hotel Estoril

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Quarta-feira, 16 de Março de 201608 JTM | LOCAL

O escritor Wu Ming I, que esteve no Festival Rota das Letras, lamenta o desconhecimento que existe no mundo em relação à literatura de Taiwan, vista por muita gente apenas como uma parte da literatura chinesa. Em Macau a tendência também se mantém, excepto no caso de jovens que escolheram estudar na Formosa

A questão mais crítica do mercado editorial em Taiwan é a mesma que

afecta muitos países do mun-do: “As vendas têm decrescido muito e muito rapidamente. De 2010 até ao ano passado as quebras foram de cerca de 50%. Em 2010 os lucros passa-vam dos 30 milhões, em 2015 ficaram-se por metade desse valor”, explicou Wu Ming I, em declarações ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Além disso, contou, “os es-critores locais vendem muito poucos exemplares, apenas al-guns milhares. No entanto, a literatura traduzida pode ven-der mais de 200.000 cópias”.

O problema poderia ser me-nos grave, caso houvesse uma maior internacionalização da literatura deste território, po-rém, lamentou o escritor da Formosa, “a literatura de Tai-wan não é muito conhecida noutras partes do mundo, em particular no Ocidente. Os es-

trangeiros não conhecem quase nada”.

Macau segue a tendência de desconhecimento. “Se [a literatura de Taiwan] for mini-mamente conhecida é devido a jovens de Macau que vão es-tudar para Taiwan e regressam com um conhecimento dife-rente”. O Festival “Rota das Letras” pode contribuir para a contrariar, sublinha. “O festival ajuda os artistas de Taiwan a fi-carem mais conhecidos sobre-tudo porque, quando o público conhece os artistas, pode falar com eles pessoalmente e perce-ber melhor tanto o seu trabalho como a maneira de pensar, po-dem ficar mais interessados em ler os seus trabalhos”.

Para Wu Ming I, na origem deste desconhecimento está um desinteresse em “ler lite-ratura traduzida”. “Algumas obras chinesas só se tornaram mais populares no mundo oci-dental por estarem muito rela-cionadas com política”. Ainda assim, reconhece, “o mercado literário de Taiwan não faz muito para se promover no ex-

terior, por isso, os estrangeiros vêem a literatura de Taiwan apenas como parte integrante da chinesa”.

O escritor gostava que a li-teratura de Taiwan fosse mais

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Mercado literário de Taiwan “não faz muito para se promover no exterior”, lamenta Wu Ming I

WU MING I DESTACA IMPORTÂNCIA DA DIVULGAÇÃO

Literatura de Taiwan “não é muito conhecida”

Inês Almeida

Lançado Dicionário Cronológico da Imprensa

O Instituto Cultural lançou ontem o “Dicionário Cronológico da Imprensa Periódica de Macau do Século XIX (1822-1900)”, da autoria de Daniel Pires, licenciado em Filologia Germânica e doutorado em Cultura Portuguesa. Fruto de uma extensa investigação em bibliotecas, arquivos, universidades e colecções particulares macaenses e portuguesas, a obra analisa, descreve, inventaria e localiza todos os periódicos macaenses publicados no século XIX.

A direcção da AIPIM reuniu, ontem à tarde, com o director do Gabinete de Comunicação

Social (GCS), Victor Chan, que é tam-bém porta-voz do Governo, a quem solicitou a entrega de uma moção debatida e aprovada em assembleia--geral no dia 3 de Março às autori-dades relevantes: o Gabinete para os Recursos Humanos e o Corpo de Po-lícia de Segurança Pública. A AIPIM apela às autoridades que “considerem

o tratamento célere dos processos que permitam aos órgãos de comunicação social em língua portuguesa e inglesa a contratação e/ou renovação das au-torizações de profissionais diretamen-te afectos à actividade editorial, para que estes possam trabalhar e residir” na RAEM, lê-se no texto.

Entende a AIPIM que, “sem a cria-ção de tal mecanismo, se criam dificul-dades à operação dos órgãos de comu-nicação social em língua portuguesa e

AIPIM pede celeridade nos BIR e “blue card”A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) apelou ontem ao tratamento célere dos processos de autorização ou renovação de residência e/ou permanência no território, cuja demora dificulta a contratação de profissionais

inglesa, bem como à expansão dos seus projectos editoriais”, refere o documen-to, que junta os pontos de vista manifes-tados por empregadores (proprietários ou directores) e empregados.

“Não está a haver qualquer discri-minação de jornalistas ou de outros pro-fissionais que trabalham nos órgãos de comunicação social de língua portugue-sa e inglesa – não temos qualquer sinal” nesse sentido, ressalvou o presidente da direcção da AIPIM, João Francisco Pinto, apontando que o está em causa é antes a “demora” e a “complexidade” dos referidos processos.

Trata-se de “um apelo para que tra-tem estes processos com celeridade, para que não se criem mais dificuldades aos órgãos de comunicação social em

língua portuguesa e inglesa”, explicou. “Esta situação, este atraso, toda esta de-mora está a criar dificuldades quer ao preenchimento de vagas, quer à expan-são de negócios editoriais”, concluiu.

A moção elenca, entre os fundamen-tos do pedido, a inexistência em Macau de instituições de ensino superior que façam formação suficiente de jornalis-tas para os meios de comunicação em língua portuguesa e inglesa; a escassez de quadros profissionais em Macau e a necessidade de os órgãos de comunica-ção social em língua portuguesa e in-glesa terem de recorrer à contratação de profissionais ao exterior para preencher vagas e para a expansão dos seus negó-cios editoriais.

JTM/Lusa

conhecida no exterior por dois motivos principais: “Por um lado porque, em geral, a cul-tura de Taiwan não é muito conhecida no mundo. Quero que mais gente saiba o que é Taiwan. Depois há a questão do mercado literário que é muito pequeno, ou seja, não há muitos leitores. Se a literatura de Taiwan fosse mais comer-cializada para outros pontos do mundo o mercado poderia desenvolver-se mais”.

Wu Ming I foi um dos pri-meiros autores contemporâ-neos de Taiwan a ter uma das suas obras traduzidas para vá-rias línguas incluindo inglês, francês, turco, japonês ou co-reano, mas mantém a humilda-de. “Em Taiwan há tanta litera-

tura de qualidade que me sinto muito grato por o meu livro ter sido traduzido para estas línguas estrangeiras”. “Acre-dito que a nossa literatura tem muita qualidade e merece ser apreciada em todo o mundo”, acrescentou.

Por uma das suas obras ter sido traduzida para inglês, “The Man with the Compound Eyes”, Wu Ming I já teve opor-tunidade de obter reacções ao seu trabalho de pessoas fora da China. “Alguns leitores men-cionam o facto de o livro ser es-crito com muito detalhe o que fez com que quisessem saber mais sobre Taiwan”. A sua úl-tima obra, “The Stolen Bycicle” será também traduzida para inglês “em breve”.

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | LOCAL 09

Hóquei precisa de árbitrosA formação de árbitros é uma das prioridades da nova direcção da Associação de Hóquei de Macau

A Associação de Hóquei de Ma-cau (AHM) está apostada em criar uma “base sustentável”

para o “desenvolvimento saudável” da modalidade no território. De acor-do com um comunicado da AHM, Fi-lipe Senna Fernandes, presidente da direcção, aponta como uma das prio-ridades deste ano a formação de árbi-tros, frisando que o número actual é insuficiente.

Por forma a “resolver este proble-ma”, a AHM tem vindo a trabalhar com a congénere de Hong Kong no sentido de lançar cursos de formação, o primei-ro dos quais está provisoriamente mar-cado para Abril. Segundo Filipe Senna Fernandes, este curso visa providenciar aos árbitros existentes no território uma oportunidade de aperfeiçoamento bem como potenciar o aparecimento de no-vos oficiais de campo.

As duas entidades ponderam ain-da realizar um “curso de formação de oficiais de competição mais detalhado com qualificação de nível internacio-nal”, sendo que a AHM está numa “fase de identificação e recrutamento de potenciais candidatos”.

No sábado, a Taça Macau assinalou o início da nova temporada de Hó-quei em Campo, com a participação de seis equipas: Falcon’s Sport Club, Iao Lok, Keong Sai, Le Club, Lusitânia

EXPOSIÇÃO DO CENTRO DOCOMOMO REÚNE MAIS DE 30 EDIFÍCIOS

Pela valorização do Património moderno

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A Galeria da Fundação Oriente, na Casa Gar-den, recebe a partir de

sexta-feira a exposição “Macau Modernism” numa iniciativa promovida pela Docomomo Macau, entidade que prosse-gue os objectivos da DOCO-MOMO Internacional (“Docu-mentation and Conservation of Buildings, Sites and Neigh-bourhoods of the Modern Mo-vement”).

No total, serão apresenta-dos cerca de 40 edifícios mo-dernistas que a associação defende deverem ser mais va-lorizados. Rui Leão, arquitec-to e membro da Docomomo Macau, explicou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU que o levantamento é o resultado de um trabalho iniciado há dois anos. “Inicialmente nem tinha o formato de uma exposição mas é o trabalho mais impor-tante que a Docomoco tem a fazer, que é a documentação do património moderno”.

A lista em questão incluiu,

entre outros, o edifício do Mer-cado Vermelho, já listado como património cultural. Nas pala-vras de Rui Leão, é um edifício marcante na cidade por estar “inserido na malha e nas ruas de uma forma muito particular, muito forte”.

“O Mercado Vermelho, para além de ser uma peça lindíssima, e de marcar uma certa arquitectura até tardia tem uma transição do déco ao modernismo mais puro que se deu bastante tardia em Ma-cau porque havia um fascínio muito grande pelo déco”, real-çou. Para além disso, quando o edifício é visto de longe, vislumbra-se “um percurso de aproximação que é muito bo-nito”. Atendendo à “luz que a cidade tem, há uma série de edifícios que estão em pontos--chave e parece que estão ali postos para a gente olhar para eles, ver a luz e a sombra a re-flectir-se”.

Para o arquitecto há tam-bém a questão “da relação da arquitectura com o urbano” que considera ser “muito inte-ressante”. “A arquitectura de

Dezenas de edifícios preenchem a exposição “Macau Modernism”, organizada pela Docomomo Macau, que desta forma pretende sublinhar a importância de uma vertente do património que merece ser mais valorizada

Macau tem uma potência que é dada pela malha da cidade. E nós andámos atrás disso”, afir-mou.

Para além das propostas que vão integrar a mostra, Rui Leão explicou que há mais edi-fícios “que merecem atenção”, de acordo com “vários critérios e lógicas não só da exposição mas também uma ideia de um guia de arquitectura no qual estamos a trabalhar”.

Há ainda outros factores que foram tidos em conta na elaboração da lista de imóveis modernos retratados na expo-sição. “Há uma outra questão da cidade que não tem nada a ver com estas características físicas, que é o facto de haver muita falta de manutenção. Como o clima faz os edifícios deteriorarem-se muito veloz-mente e há uma cultura de reu-tilização ou de aplicação sobre

Docomomo considera que o Mercado Vermelho, património cultural,é um dos edifícios que merece ser valorizado

Mini-Râguebi a “dobrar”O relvado da Escola Internacional de Macau vai acolher no sábado a segunda edição do Festival de Mini-Râguebi, cujo número de participantes duplicou face ao ano anterior

No âmbito das comemorações dos 20 anos da modalidade no território, a Associação de Râ-

guebi de Macau e o Clube de Râguebi “Os Morcegos” vão juntar cerca de 400 praticantes e respectivos pais no Cam-po Desportivo da Escola Internacional (TIS, na sigla inglesa) na segunda edição do Festival de Mini-Râguebi, agendada para o próximo sábado.

Pelo relvado da TIS irão passar, a partir das 11:30, 31 equipas de oito clu-bes, num total de 66 jogos, envolvendo crianças com idades compreendidas en-tre 5 e 10 anos. A Associação de Râguebi congratula-se pelo facto do Festival ter conseguido “dobrar o número de equi-pas participantes em relação ao ano an-terior”.

“Estamos felizes por acolher todas estas equipas de Hong Kong. Inclusiva-

mente não conseguimos aceitar todos os pedidos de participação neste evento. Apesar da nossa pequena dimensão em relação a estes clubes de Hong Kong, o rugby continua em crescimento em Ma-cau ao mesmo tempo que os pais vão descobrindo os benefícios deste despor-to nas crianças. Nós ensinamos o espí-rito de equipa, desportivismo, respeito, fitness e prazer de jogar - valores que nós julgamos muito importantes para as suas vidas e para o desporto”, sublinha o presidente do clube “Os Morcegos”, Simon Carrington, em comunicado.

Pelas 15:30, irá ainda disputar-se uma partida entre as equipas seniores do Clube de Râguebi de Macau e do “Valley Rugby FC”, de Hong Kong, que se apresentará na “máxima força” de-pois de “uma época de grandes resulta-dos” na região vizinha.

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e Palmeiras. O troféu foi conquistado pelo Falcon’s, tendo o Iao Lok e a Lu-sitânia preenchido os restantes luga-res do pódio. Esta semana arrancou entretanto a Liga de Hóquei de 2016, competição que junta aquelas seis equipas e se prolonga até Outubro, em três rodadas.

No dia 6, realizou-se o Interport Hong Kong-Macau, com o território a fazer-se representar na região vizinha em três categorias (Masters, Sub-21 e Seniores), recuperando assim uma tradição interrompida há três anos. A próxima edição terá lugar em 2017 na RAEM.

Por outro lado, a selecção de Ma-cau foi convidada pela Associação de Hóquei de Hong Kong a participar na 5ª edição da “Men’s AHF Cup”, em Novembro.

Catarina Almeida

os edifícios muito violenta (...) os edifícios desaparecem com grande facilidade”, referiu o arquitecto, mencionando ca-sos como os das “gaiolas, dos anúncios e dos fios eléctricos” que camuflam a arquitectu-ra própria de cada edifício. “Acho que isso é muito noci-vo porque quando queremos fazer a advocacia da protecção do património, muitas vezes até com fotografias, temos di-ficuldade porque aquilo está com um ar tão lastimável que ninguém acredita em nós”, re-forçou.

Sobre a entrega da lista apresentada pela Docomomo Macau ao Instituto Cultural (IC), Rui Leão indicou que o documento já foi partilhado mas como “instrumento de trabalho” desenvolvido pela associação. Para já, o objectivo é levantar o debate sobre esta questão. “Agora estamos a tor-ná-lo [documento] público. O próximo passo será fazer uma documentação mais detalhada para essa documentação ser submetida ao IC”, revelou.

A exposição “Macau Mo-dernis + Mapping Modern Ar-chitecture in Hong Kong” será inaugurada às 18:45 e ficará parente até 18 de Maio. A mos-tra é uma parceria entre a Do-comomo Macau com a associa-ção congénere de Hong Kong.

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10 JTM | LOCAL Quarta-feira, 16 de Março de 2016

Vai decorrer entre os dias 6 e 11 de Dezembro a sétima edição do “Sound & Image Challenge” , que irá chegar a “dois espaços com história”,

sublinha a Creative Macau. Um deles é o Teatro Dom Pedro V, o primeiro com arquitectura europeia a ser construído na China, declarado Património Mundial da Humanidade, e a Cinemateca Paixão, espaço de-dicado à divulgação da cultura cinematográfica de Macau.

No Teatro irão decorrer, entre 6 e 9 de Dezembro, as cerimónias de abertura e de entrega de prémios, mostras das curtas-metragens finalistas do prémio de “Melhor Filme do Público”, dos vídeoclipes musicais finalistas, de “premières” e encontros com directores e realizadores internacionais “que virão a Macau ex-pressamente para assistir ao festival”.

Quanto à Cinemateca Paixão, nos dias 10 e 11, vai receber um programa concentrado na mostra “dos filmes e vídeos musicais finalistas e premiados e em encontros com directores locais e internacionais”.

No âmbito deste festival vai ser realizado um sim-pósio sobre filmografia no auditório do Museu de Arte de Macau tendo como oradores Joyce Yang, críti-ca de cinema, San Ho, curador de festivais de cinema, Albert Chu, proditor, João Cordeiro, designer de som,

e como moderadores Alice Kok, artista e curadora e Benjamin Hodges, professor de produção de vídeo e multimédia.

O período de admissões dos trabalhos a concurso começa hoje e prolonga-se até 16 de Junho. O painel do júri de pré-selecção do concurso de curtas-metra-gens é composto por Alice Kok, António Caetano Fa-ria, realizador e produtor, Emily Chan, directora e ar-gumentista, Lorence Chan, realizador e João Cordeiro, designer de som e animação.

A Creative Macau recorda ainda que na edição an-terior do Sound & Image Challenge foram submetidos a concurso 680 filmes, provenientes de 65 países e 45 vídeoclipes musicais, que deram origem a uma lista de 25 filmes finalistas do concurso “Shorts” e cinco ví-deoclipes do concurso “Volume”. Os trabalhos finalis-tas tiveram origens em países e regiões como Macau, Hong Kong, Dinamarca, França, Espanha, Polónia, Rússia ou Alemanha.

Na competição “Shorts” os filmes são divididos em quatro categorias: ficção, documentário, publici-dade, animação. O festival inclui ainda prémios espe-cíficos para produções com origem em Macau como “Identidade Cultural de Macau”, “Melhor Candida-tura Local”, “Melhor no Evento” e “Prémio Favorito

FESTIVAL CHEGA À CINEMATECA PAIXÃO

“Sound & Image” em “espaços com história”O Sound & Image Challenge comemora este ano a sua sétima edição em dois espaços históricos: o Teatro Dom Pedro V e a Cinemateca Paixão. O evento inclui mostras de filmes, “premières” e encontros com realizadores

Ainda falta mais de meio ano para o Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios

de Macau, mas o director do evento já tem as prioridades bem definidas. “Queremos escolher filmes que não sejam oriundos do Este da Ásia ou americanos ou que vejamos pela segunda vez”. Além disso, “deverão ser representativos do mundo do cinema e garantir a diversidade”, explicou Marco Mueller que esteve ontem no Pavilhão que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Instituto Cultural instalaram na 20ª edi-ção do “Hong Kong International Film & TV Market” (FILMART).

De acordo com a revista “Variety”, o festival em Macau vai concentrar-se nos estilos e no cinema comercial e irá incluir competições, galas de apresentação, um “best-of” e ainda uma parte focada no ci-nema regional. No que respeita à compe-tição, garante Mueller, “será composta por filmes populares mas inovadores e algo es-peciais, para que sejam interessantes para compradores internacionais”.

“Macau pretende identificar-se como

EVENTO INTERNACIONAL DECORRERÁ EM DEZEMBRO

Mueller aposta na “diversidade” no Festival de CinemaO director do Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios de Macau quer apostar na diversidade na selecção dos filmes a apresentar no evento que vai coordenar. A competição será composta por filmes “populares mas inovadores e algo especiais”, avançou Marco Mueller

um centro de cinema global e de co-produ-ções e como um ponto de entrada de com-

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | LOCAL 11

e como moderadores Alice Kok, artista e curadora e Benjamin Hodges, professor de produção de vídeo e multimédia.

O período de admissões dos trabalhos a concurso começa hoje e prolonga-se até 16 de Junho. O painel do júri de pré-selecção do concurso de curtas-metra-gens é composto por Alice Kok, António Caetano Fa-ria, realizador e produtor, Emily Chan, directora e ar-gumentista, Lorence Chan, realizador e João Cordeiro, designer de som e animação.

A Creative Macau recorda ainda que na edição an-terior do Sound & Image Challenge foram submetidos a concurso 680 filmes, provenientes de 65 países e 45 vídeoclipes musicais, que deram origem a uma lista de 25 filmes finalistas do concurso “Shorts” e cinco ví-deoclipes do concurso “Volume”. Os trabalhos finalis-tas tiveram origens em países e regiões como Macau, Hong Kong, Dinamarca, França, Espanha, Polónia, Rússia ou Alemanha.

Na competição “Shorts” os filmes são divididos em quatro categorias: ficção, documentário, publici-dade, animação. O festival inclui ainda prémios espe-cíficos para produções com origem em Macau como “Identidade Cultural de Macau”, “Melhor Candida-tura Local”, “Melhor no Evento” e “Prémio Favorito

FESTIVAL CHEGA À CINEMATECA PAIXÃO

“Sound & Image” em “espaços com história”O Sound & Image Challenge comemora este ano a sua sétima edição em dois espaços históricos: o Teatro Dom Pedro V e a Cinemateca Paixão. O evento inclui mostras de filmes, “premières” e encontros com realizadores

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do Público”. O “Sound & Image Challenge” é um festival inter-

nacional anual de curtas-metragens que inclui dois concursos tendo em vista promover os produtores de cinema locais e estimular os produtores internacionais a competir em Macau. Outra meta é “aumentar o co-nhecimento do público na área do audiovisual”.

EVENTO INTERNACIONAL DECORRERÁ EM DEZEMBRO

Mueller aposta na “diversidade” no Festival de Cinema

Sophie Marceau vem apresentar“Asian Film Awards”A actriz francesa Sophie Marceau está incluída na lista das estrelas que esta-rão amanhã no Teatro do Venetian para a cerimónia de entrega de prémios na gala dos “Asian Film Awar-ds”. Ao lado da conhecida artista estarão ainda perso-nalidades do cinema como Angie Chiu, de Hong Kong, Raymond Wong de Taiwan e Giddens Ko, da Coreia do Sul. Este ano contam-se 77 nomeados, de 36 filmes oriundos de nove países diferentes, que foram distribuídos por 15 catego-rias, incluindo “Melhor Filme”, “Melhor Realizador”, “Me-lhor Actor”, “Melhor Actriz”, “Melhor Guião” ou “Melhor Cinematografia”. “A competição é apertada com candida-turas do mais elevado calibre como o filme ‘The Assassin’ que arrecadou nove nomeações, ou produções internacionais como ‘Mountains May Depart’, ‘Mr. Six’, ‘Veteran’, e ‘Our Lit-tle Sister´”, refere uma nota do Venetian. O júri deste ano será presidido por Johnnie TO Kei-fung e composto por outras celebridades como a actriz chinesa Gao Yuanyuan. A gala é descrita como “uma celebração do talento, importância e po-der do cinema asiático na cena internacional”. Visto o Twitter ser um dos parceiros oficiais do festival, pela primeira vez, a audiência poderá receber “updates” através desta rede social e apreciar o evento “ao mesmo tempo que os convidados”, na internet. A lista de nomeados desta edição foi decidida pela organização do festival, 12 “respeitados profissionais da indústria” e críticos de todo o mundo, antes de chegar às mãos do júri que teve a palavra final.

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Trabalhos do concurso serão apresentados na Cinemateca Paixão

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DST

um centro de cinema global e de co-produ-ções e como um ponto de entrada de com-

panhias internacionais na Grande China”, afirmou Marco Mueller, acrescentando que

o Executivo da RAEM “está analisar seria-mente a criação de um sistema de incenti-

vos”. O evento decorrerá entre os dias 8 e 13

de Dezembro no Centro Cultural de Ma-cau e no Museu de Ciência, além de loca-lizações mais pequenas para determinadas ocasiões. O director do festival ainda não confirmou a participação de realizadores com grande importância a nível regional, como Tsui Hark e John Woo.

O novo Festival é co-organizado pela DST e a Associação de Cultura e Produ-ções de Filmes e Televisão de Macau.

Maria Helena de Senna Fernandes aproveitou a ida a Hong Kong para o lançamento do FILMART para divulgar o novo festival internacional. No seu dis-curso, a directora dos Serviços de Turismo frisou que a RAEM “está a fazer um gran-de esforço não apenas para transformar a cidade no Centro Mundial de Turismo e Lazer mas também para impulsionar o progresso económico alicerçado na diver-sificação moderada”, sendo, por isso, a promoção das indústrias criativas uma das preocupações.

Nesse sentido, explicou, “o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura propôs a organização de um festival internacional de cinema, com o objectivo de juntar em Macau trabalhos relevantes e abrindo as portas a oportunidades de intercâmbio”.

Em jeito de conclusão, Maria Helena de Senna Fernandes incentivou o público a “marcar as datas” do festival no calendá-rio, garantindo que mais detalhes sobre o evento serão divulgados em breve.

Por outro lado, foi lançado ontem o programa “Hong Kong Film New Action 2016” que tem como objectivo uma colabo-ração na área do cinema entre a Província de Guangdong, Hong Kong e Macau.

I.A.

Marco Mueller esteve ontem no pavilhão de Macau na FILMART, em Hong Kong

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Quarta-feira, 16 de Março de 201612 JTM | PUBLICIDADE

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JTM | DESPORTO 13Quarta-feira, 16 de Março de 2016

PREMIER LEAGUE

Leicesternão cedeO Leicester, equi-

pa sensação da Premier League,

venceu na noite de segun-da-feira o Newcastle (1-0). Na estreia de Rafa Benítez ao comando dos magpies, foi Claudio Ranieri a sorrir, mantendo o avanço no pri-meiro lugar.

Shinji Okazaki marcou o único golo da partida, ao minuto 25, amargando a estreia de Rafa Benítez (ex--treinador do Real Madrid) ao leme do Newcastle. Os magpies estão imersos no 19.º lugar da Premier Lea-gue.

O triunfo permite ao Leicester, equipa coman-dada por Claudio Ranieri, manter o avanço de cinco pontos no 1.º lugar da liga inglesa. O segundo classifi-cado é o Tottenham. Arsenal (-11) e Manchester City (-12) que têm ambos um jogo em atraso.

Na imprensa britânica vão crescendo as opiniões de que com o avanço conse-guido e a má performance das equipas com mais títu-los conquistados, o Leicester tem sérias hipóteses de ob-ter o título, o que seria um verdadeiro feito.

LIGA PORTUGUESA

Tranquila vitória do BenficaNo remate da jornada, o Benfica recebeu e bateu um Tondela a dar as despedidas desta “ousadia” de uma época entre os maiores do futebol português

Foi uma vitória fácil, sem réplica que obrigasse o adversário a suar as es-topinhas. Os 4-0 nos 90 minutos são

testemunho claro e o golo de honra dos visitantes, obtido aos 90+2 minutos, foi mais consentido do que construído, num período em que o Benfica já estava com-pletamente descontraído e a pensar no

jogo que se segue.A recuperação da liderança – se al-

guma vez a perdeu… - não se discute, nunca esteve em causa nem o adversário, com todo o respeito por ele, tinha argu-mentos capazes de colocar esse objectivo em causa.

Apenas uma nota: Mitroglou vai fa-

lhar o jogo do Bessa porque festejou o golo tirando a camisola e vendo o res-pectivo cartão amarelo. É tempo dos pro-fissionais refrearem os ímpetos, mais a mais num jogo em que o golo marcado não tinha qualquer carga decisória do marcador!

C.S.

Mitroglou festejou tirando a camisola e não pode jogar o próximo jogo

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Quarta-feira, 16 de Março de 201614 JTM | ACTUAL

O ministro da Habitação chinês, Chen Chenggao, admitiu ontem que existem 739 milhões de metros quadrados em casas por vender no país, mas assegurou que o mercado se mantém estável, face ao rápido êxodo rural

CHINA

Admitida “bolha” no imobiliário mas Governo sem preocupações

As vendas estão a recuperar”, afirmou Chen, numa conferência de imprensa à margem da sessão anual da Assembleia Nacional

Popular (ANP), o órgão máximo legislativo chinês.O ministro previu que o avanço do sector imo-

biliário registado em 2015, de 14%, após ter recuado 7% em 2014, se mantenha este ano.

Ainda assim, a recuperação não evitou um au-mento no número de casas por vender, face à esca-lada dos preços nas grandes metrópoles e a estagna-ção nas pequenas cidades, onde a procura é menor do que o esperado.

No conjunto, a China passou a ter 720 milhões de metros quadrados de habitações por vender, face aos 580 milhões do ano passado, assumiu Chen, su-blinhando que a progressiva urbanização do país contribuirá para solucionar este problema.

“O processo de urbanização não mudou, temos 770 milhões de pessoas a viver nas cidades, 56,5% da população total, e no final do 13.º Plano Quinquenal (2016-2020), essa cifra será maior, o que dá enorme potencial ao mercado imobiliário”, disse.

O vice-ministro Ni Hong, também presente na conferência de imprensa, detalhou que 100 milhões de chineses de zonas rurais deverão chegar às cida-des a médio prazo, ainda que Chen tenha reconhe-

cido que aquelas estimativas são ameaçadas pelo abrandamento da economia chinesa.

“É preciso criar postos de trabalho que assegu-rem a permanência dos imigrantes nas cidades”, afirmou o ministro, numa altura em que o encerra-mento de fábricas, minas e outras indústrias do país levam muitos trabalhadores a regressar ao campo.

O ministro enalteceu os esforços das entidades financeiras, nomeadamente do Banco Agrícola da China, que concedeu em Janeiro empréstimos no valor de 17 mil milhões de yuan, para que os chine-ses rurais adquiram uma casa.

Quanto aos preços do imobiliário, Chen subli-nhou que é preciso estabilizar o mercado “e castigar atividades ilegais” nas cidades grandes, onde a es-peculação é maior.

Já nas cidades de dimensão média e pequena, onde estão concentradas 70% das casas por vender, o Governo “está a analisar medidas para estimular a compra”, ressaltou o ministro.

Nos últimos meses, o Banco do Povo da China (Banco Central) aprovou diversas medidas (sobretu-do a redução do pagamento inicial), visando facilitar a concessão de hipotecas para a compra da primeira ou segunda casa.

JTM/Lusa

MUNDO

Mais de 12 milhões morreram por ambientes pouco saudáveisCerca de 12,6 milhões de pessoas morreram por viverem ou trabalharem em ambientes pouco saudáveis em 2012, o que representa um quarto de todas as mortes naquele ano, revela um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) ontem divulgado

Intitulado “Prevenção das doenças através de am-bientes saudáveis: uma

avaliação global do peso das doenças provocadas por ris-cos ambientais”, o estudo conclui que os fatores de ris-co ambiental, como a polui-ção do ar, da água ou do solo, assim como a exposição a químicos, as alterações climá-ticas ou as radiações ultravio-leta, contribuem para mais de 100 doenças e lesões.

As doenças não-comu-nicáveis, como os acidentes vasculares-cerebrais, a doen-ça cardíaca, os cancros ou as doenças respiratórias cróni-cas, representam hoje dois terços (8,2 milhões) das 12,6 milhões de mortes provoca-das por fatores ambientais, revela a segunda edição do estudo, publicado pela pri-meira vez há 10 anos.

Já as mortes provoca-das por doenças infecciosas,

como a diarreia ou a malá-ria, muitas vezes associadas à má qualidade da água e do saneamento, registaram uma queda, devido às melhorias no acesso à água e saneamen-to, mas também graças a mais imunização, redes mosquitei-ras tratadas com inseticida e medicamentos essenciais.

“Um ambiente saudável sustenta uma população sau-dável”, disse a directora-ge-ral da OMS, Margaret Chan,

citada num comunicado da organização.

A responsável alertou que, se os países não tomarem me-didas para tornar mais sau-dáveis os ambientes onde as pessoas vivem e trabalham, “milhões vão continuar a ficar doentes e a morrer demasiado cedo”.

O relatório apresenta al-gumas medidas que os países podem tomar para inverter a tendência de aumento das doenças relacionadas com o ambiente, incluindo a redu-ção do uso de combustíveis fósseis e o aumento do acesso a energias de baixo carbono.

“Há uma necessidade ur-gente de investimento em estratégias para reduzir os riscos ambientais nas nos-sas cidades, nas nossas casas e locais de trabalho”, disse Maria Neira, directora do de-partamento de Saúde Pública, Ambiente e Determinantes

Sociais da Saúde na OMS.Esses investimentos, afir-

mou a responsável, podem “reduzir significativamente o crescente peso mundial das doenças cardiovasculares e respiratórias, as lesões e os cancros, levando a poupanças imediatas nos custos dos ser-viços de saúde”.

Os grupos etários mais afectados pelos perigos am-bientais são as crianças com menos de cinco anos e os adultos de entre 50 e 75. Anualmente, poderiam pre-venir-se as mortes de 1,7 mi-lhões de crianças com menos de cinco anos e 4,9 milhões de adultos com 50 a 75 anos através de uma melhor gestão ambiental.

Enquanto as crianças são mais afectadas por doenças respiratórias e diarreias, os adultos sofrem mais de doen-ças não-comunicáveis.

JTM/Lusa

É na Ásia que se morre mais

Segundo o relatório, as regiões do Sudeste asiático e do Pacífico ocidental foram as que mais contribuíram para o número total de mortes relacionadas com o ambiente em 2012, com um total de 7,3 milhões de mortos. Segue-se a África, com 2,2 milhões de mortos; a Europa, com 1,4 milhões de mortes; o Mediterrâneo oriental, com 854 mil mortes; e as Américas, com 847 mil óbitos anuais. Com 2,5 milhões de mortes anuais, os acidentes vasculares-cerebrais são a principal causa de morte associada a causas ambientais, a que se segue a doença isquémica cardíaca (2,3 milhões de mortes anuais), os acidentes involuntários, como acidentes rodoviários, e os cancros (com 1,7 milhões de mortes cada) e as doenças respiratórias crónicas (1,4 milhões de mortos).

Edifício mais alto da China abre “em breve” em Xangai

O Shanghai Tower, o edifício mais alto da China e o segundo mais alto do mundo, vai abrir “em breve” no distrito de Pudong, em Xangai, a “capital” financeira do país, avançou ontem a imprensa local. Com 632 metros de altura, aquela construção é apenas superada pelo Burj Khalifa (828 metros), no Dubai. O edifício inclui um elevador com uma velocidade máxima de 18 metros por segundo, e capaz de levar os visitantes à plataforma panorâmica instalada no 119.º andar em menos de um minuto.

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | ACTUAL 15

HONG KONG

Pequim “abre-se” à entrada de“jovens radicais” no LegislativoUm dirigente do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau em Pequim diz-se preparado para ver “jovens radicais” no Conselho Legislativo de Hong Kong, esperando no entanto que “amadureçam”

COREIASA Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, advertiu ontem que a Coreia do Norte expõe--se à “autodestruição” caso não limite as suas ambições nucleares. A Presidente sul-coreana manifestou-se pouco depois de o líder norte--coreano, Kim Jong-Un, ter anunciado a reali-zação de testes com uma ogiva nuclear e com “diferentes tipos” de mísseis balísticos “dentro de pouco tempo”.

BRASILO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva via-jou na terça-feira (hora local) para Brasília para conversar com a presidente Dilma Rousseff e fechar a sua participação no governo, infor-mou à Reuters uma fonte palaciana, admitin-do que Lula volte ao Palácio do Planalto como ministro, mesmo sem haver ainda a decisão de qual cargo ocuparia.

VENEZUELAA Venezuela prolongou por mais 60 dias o estado de Emergência Económica, decretado em Janeiro pelo Presidente Nicolás Maduro, para fazer face à crise alimentar e económi-ca nacional. A crise económica na Venezuela agravou-se com a descida dos preços do pe-tróleo, a principal fonte de entrada de receitas no país.

JAPÃOA Sony informou ontem que vai adquirir a participação de 50% que o falecido Michael Jackson detinha na Sony/ATV, o maior selo da edição musical do mundo. A multinacional e os gestores do património de Michael Jack-son acordaram a aquisição por parte da Sony Entertainment, o ramo de conteúdos audio-visuais da Sony, de 50% da sociedade, num negócio avaliado em cerca de 750 milhões de dólares.

HONG KONGUma em cada seis empregadas domésticas em Hong Kong está sujeita a trabalho for-çado, trabalhando em média 71 horas por semana, nalguns casos mais de 15 horas por dia, segundo um estudo apresentado ontem pelo Justice Centre Hong Kong. O estudo foi conduzido durante 12 meses, com entrevistas a mil trabalhadores domésticos migrantes - a maioria mulheres – provenientes de oito paí-ses.

TAIWAN-IUma sondagem divulgada ontem indica que 81,6% dos taiwaneses rejeitam que ambas as partes do Estreito da Formosa pertençam a uma mesma China. A sondagem, realizada pela Taiwan Indicators Survey Research (TISR), na quinta e na sexta-feira da passada semana, mostra que apenas 9,2% dos inquiridos apoia que Taiwan e China pertençam a um mesmo território.

TAIWAN-IIA Presidente eleita de Taiwan, Tsai Ing-wen, do independentista Partido Democrata Pro-gressista (PDP), designou ontem como futu-ro primeiro-ministro o antigo titular da pasta das Finanças Lin Chuan, que toma posse a 20 de Maio. Tsai descreveu Lincomo uma pessoa “com grandes dotes para comunicar e resolver problemas”, e prometeu que, com a ajuda de Lin, “recuperar-se-á a confiança do povo no governo”.

EUAO número de mortos pelas tempestades que atingiram os Estados do sul dos Estados Uni-dos aumentou para cinco, enquanto morado-res da Louisiana e do Mississippi mantinham a vigilância para mais enchentes, resultado de chuvas fortes que inundaram casas, alagaram rodovias e provocaram milhares de resgates.

VOLTA AOMUND

O PSD adoptou um comporta-mento no Orçamento do Es-tado para 2016 – votar contra

todas as propostas originais mas abs-ter-se nas alterações – o que evitou ao governo do PS uma derrota substan-tiva em dois artigos importantes: um atribuindo 106 milhões de euros para o programa de ajustamento na Grécia; outra, de 24 milhões, para assistir a Turquia no problema dos refugiados.

Quando o PCP e o BE anunciaram o voto contra os dois artigos – porque sempre o fizeram no passado –, pen-sou-se que as normas poderiam estar em risco, já que o PSD também votaria contra. Estão em causa compromissos europeus – e o PS sempre disse que os seus acordos à esquerda nunca os co-locariam em causa.

Os socialistas decidiram então usar em seu favor a tática adoptada pelo PSD. Se tinha anunciado que se absteria face a alterações às propostas originais, então o que haveria a fazer era alterar as propostas originais: na da Grécia deixou de constar o nome do país, dizendo a norma que está em causa apenas “a quota-parte do finan-ciamento de programas de assistência

Vamos ver muitas caras novas nos ecrãs da televisão. Vai ser normal que vários jovens radicais se tornem deputados [em Setembro]. A política é o processo de

transformar teorias em prática. Os jovens a participar na po-lítica, incluindo radicais, vão gradualmente amadurecer”, disse Feng Wei, director adjunto daquele gabinete, ao jornal South China Morning Post.

Nas eleições intercalares para o Conselho Legislativo de Hong Kong, no mês passado, o candidato ‘localist’ Edward Leung conquistou 66 mil votos, defendendo que a indepen-dência de Hong Kong é “uma das opções” da cidade em comentários após os motins no início de Fevereiro que o seu grupo foi acusado de instigar.

Feng disse que o Governo Central chinês está “muito preo-cupado” com o aumento da radicalização em Hong Kong e está a analisar os motivos que levam a esse fenómeno.

O abrandamento da economia, com a mediana salarial praticamente inalterada em duas décadas, ao mesmo tempo que o preço da habitação disparou, foi um dos motivos avan-çados pelo dirigente chinês.

Abstenção social-democrata viabilizou propostas do governo que não tinham apoio nem do Bloco nem do PCP

“Problemas com a economia afectam certamente a sub-sistência das pessoas e geram conflitos sociais”, comentou.

Além disso, os jovens de hoje, “egocêntricos”, e que su-blinham “a importância do indivíduo” através da Internet, “estão mais propensos a desafiar a autoridade e a agir por impulso”, considerou. Ainda assim, para Feng, “a esmaga-dora maioria das pessoas de Hong Kong é patriota”.

“As pessoas de Hong Kong são pragmáticas e cheias de sabedoria. Adopto sempre uma atitude positiva e optimista em relação a Hong Kong. Temos paciência a lidar com os as-suntos de Hong Kong”, disse.

O responsável defendeu que “o grau de democracia é muito elevado” na cidade, mas que esta foi praticada “du-rante um período curto”, sendo a “qualidade das pessoas que participam na política democrática não muito alta”. “Quando exercem os seus direitos democráticos, muitos não respeitam o suficiente os direitos dos outros e não dão aten-ção aos interesses gerais da comunidade”, concluiu.

JTM/Lusa

financeira”; quanto à da Turquia, a solução foi a mesma, passando a nor-ma a referir apenas genericamente o “cofinanciamento de mecanismos eu-ropeus em favor dos refugiados”.

Assim, na votação na especialida-de, o PSD absteve-se em vez de votar contra e as duas propostas passaram – na da Grécia com os votos a favor do PS, votos contra do BE e do PCP e a abstenção também do CDS; na da Turquia, o resultado final foi o mesmo (aprovação) mas com outra votação: PS e CDS votaram a favor; o PSD abs-teve-se; PCP e BE contra.

“Congratulo-me que o PSD tenha encontrado uma boa desculpa para ter o mínimo de bom senso e de sen-tido de Estado”, comentou depois o Primeiro-Ministro.

O primeiro empateO dia de votações mostrou que, no

essencial, o guião da esquerda se vai cumprindo sem grandes sobressaltos.

A única surpresa terá ocorrido pe-rante uma proposta do Governo sobre endividamento autárquico. O PCP (15 deputados), o PSD (89) e o PEV (dois) votaram contra; o PS (86 deputados),

o BE (19) e o PAN (um) a favor; e o CDS (18) absteve-se. Isso conduziu a um empate: 106 a favor e 106 contra. Repetida a votação, o resultado foi o mesmo, pelo que, como o regimento determina, a proposta foi chumbada.

Resultado: o que as autarquias poupam com os cortes salariais – mesmo tendo esses cortes sido dimi-nuídos – deixa de ser obrigatoriamen-te dirigido ao abate das suas dívidas.

O que também suscitou interesse foi o facto de o PAN (Pessoas, Ani-mais, Natureza) estar a conseguir aprovar propostas suas. Por exemplo, a que reduziu de 23% para 6% o IVA dos copos menstruais (só o PCP votou contra; os proponentes, o PS e o BE, votaram a favor; PSD e CDS abstive-ram-se). O mesmo partido já não con-seguiu no entanto fazer aprovar uma proposta que aumentava para de 6% para 13%, o IVA na tauromaquia.

Como se previa, o PCP conseguiu fazer aprovar propostas suas conge-lando propinas e determinando que os manuais escolares serão gratuitos no 1.º ano do básico (antiga 1.ª classe).

JTM/DN

PORTUGAL

Guião da esquerdasem sobressaltos

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Quarta-feira, 16 de Março de 201616 JTM | OPINIÃO

Não é do meu tempo, mas confesso que já me fantasiei a caval-

gar campo afora, num robus-to cavalo árabe, de corda lan-çada no ar e a domar o gado do meu imaginário rancho texano. Ainda hoje se vêem alguns anúncios da mítica campanha do Marlboro Man (que remonta aos anos 50) e que permitiu à marca que a lançou passar de uma quota de mercado de 1% para líder de vendas em menos de duas décadas. Que sucesso, menos para os pobres modelos, que entretanto deduzo que te-nham falecido com cancro do pulmão.

Anos mais tarde, a indús-tria do tabaco investiu biliões de dólares em Hollywood, inteligentemente antevendo o respectivo poder de difu-são (todos se recordam que Sharon Stone, além da perna estrategicamente, de igual

Humanus fumadorus - uma espécie em vias de extinção?

modo segurava elegantemen-te um cigarro). É abismal a genialidade do marketing desta indústria, que assim conseguiu demonstrar a ver-satilidade de fumar: num mo-mento de pausa e reflexão individual, em partilha e con-vivência, ou mesmo após ínti-mo amor carnal.

Mais, é impensável pedir, por exemplo, uma pringle a um desconhecido. Já um cigar-ro, até é pretexto para meter conversa com aquela jocosa rapariga com quem as frases de engate já não pegavam.

Havia depois o lado mais sórdido da coisa, a permissi-bilidade social de se sujeitar o fumador passivo a este tóxico bafejar. A este propósito, re-

cordo-me que para obter sal-mão fumado não era preciso ir ao supermercado, bastava mesmo deixar uma posta fres-ca numa discoteca.

Entretanto, os tempos mudaram e os reguladores atacaram na mesma moeda, desde logo obrigando a que os rótulos dos maços tives-sem aquelas imagens certa-mente dissuasivas ainda que claramente exageradas. Já vi quem obrigue a funcionária do 7-Eleven a vasculhar a es-tante até encontrar um pacote com uma imagem menos as-querosa.

Para quem se afirma libe-ral, custa ver o Estado intervir para restringir uma qualquer liberdade, mas Macau tem

JOSÉÁLVARES*

Para quem se afirma liberal, custa ver o Estado intervir para restringir uma qualquer liberdade,

mas Macau tem tido coragem para implementar as recomendações da OMS. Dito isto, o decréscimo do número de residentes fumadores, que na altura

da entrada em vigor do Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo se fixava nos cerca de 17%

(note-se que a recomendação da OMS é de 5%), não foi além dos 2%.

tido coragem para implemen-tar as recomendações da Or-ganização Mundial da Saúde (OMS). Dito isto, o decrésci-mo do número de residentes fumadores, que na altura da entrada em vigor do Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo se fixava nos cerca de 17% (note-se que a reco-mendação da OMS é de 5%), não foi além dos 2%. Que fa-zer então ?

No que toca ao imposto sobre o tabaco, não há grande margem para novo considerá-vel aumento, sob pena de se fomentar uma “revolta dos nicotineiros”. Quanto às zo-nas de fumo, uma proibição total em locais públicos é ir-razoável, tanto que já existem zonas de fumo devidamente segregadas. A limitação/con-trolo alfandegário, que de-termina que cada pessoa não pode entrar em Macau com mais de 19 cigarros, ainda que pertinente, também não oferece espaço de manobra.

Finalmente, é de louvar o trabalho dos inspectores da saúde, especialmente se tiver-mos em conta que têm sido alvo de prosaicos insultos e algumas demonstrações físi-

cas de descontentamento. São verdadeiros mosqueteiros da saúde pública, andando sem-pre em gangue, escada acima, escada abaixo, e quando se vêm diante de um trapaceiro, em vez da espada, desembai-nham os seus blocos de notas e caneta, fazendo justiça em nome do indefeso fumador passivo. É, no entanto, traba-lho inglório.

Conforme os próprios fu-madores reconhecem, o risco inerente à inofensiva autua-ção de 200 patacas não justi-fica o incómodo de se deslo-carem para um local de fumo autorizado. E aqui é que o legislador pode e deve actuar, num registo similar ao de Itá-lia que implementou pesadís-simas multas por esse tipo de infracções.

Mais até do que dar alen-to aos seus vícios, o ser hu-mano é propício à preguiça, e só quando a sanção pela infracção deixar de ser uma “palmadinha”, passando, ao invés, a revestir um sentimen-to de vazio no bolso, é que se vindica o bom trabalho da fis-calização.

*Jurista

RECRUTAMENTO DOIS INTÉRPRETES-TRADUTORES

DE 2.ª CLASSEUM OPERÁRIO QUALIFICADO

Dois intérpretes-tradutores de 2.ª classe, 1.º escalão (línguas chinesa e inglesa) - do quadroCondições de candidatura: a) A residência permanente da Região Administrativa Especial de Macau;b) A maioridade;c) Estejam habilitados com licenciatura em tradução e interpretação

(chinês e inglês) ou em línguas (chinesa ou inglesa);d) A capacidade profissional;e) A aptidão física e mental.

Um operário qualificado, 5.º escalão, área de electricista - contratoadministrativo de provimentoCondições de candidatura:a) A residência permanente da Região Administrativa Especial de Macau;b) A maioridade;c) Estejam habilitados com o ensino primário;d) Possuam experiência profissional de onze anos ou mais na respectiva área;e) A capacidade profissional;f) A aptidão física e mental.

Para quaisquer informações adicionais, os interessados poderão consultar os avisos da abertura dos concursos, publicados no Boletim Oficial n.° 11, II Série, de 16 de Março de 2016, pedir esclarecimentos pessoalmente, durante o horário normal de expediente, junto ao Núcleo de Apoio Administrativo, no rés-do-chão do Edifício da Polícia Judiciária, sito na Avenida da Amizade, n.° 823, Macau (entrada junto à Rua de Nagasaki, n.° 23), o website desta Polícia: www.pj.gov.mo.

Prazo da apresentação de candidatura: 17/03/2016 – 05/04/2016

POLÍCIA JUDICIÁRIA

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | OPINIÃO 17

Dito

“Desde que cheguei a Lisboa dediquei--me de corpo e alma (...) interessou-me sobretudo divulgar, mostrar que nós [macaenses] temos uma cozinha espe-cial, muito boa, saudável(...)”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

16/03/1996

VOOS PARA TAIWANEM ROTAS ALTERNATIVASAs ligações aéreas entre Macau e as cidades de Taipé e Kaohsiung, em Taiwan, e Xangai, na China, es-tão a utilizar rotas alternativas de-vido aos exercícios militares da Re-pública Popular, disse uma fonte da aeronáutica civil no território. A fonte indicou que os aviões da Air Macau que servem as ligações entre o território e aquelas três ci-dades estão a utilizar diferentes corredores aéreos indicados como alternativa pelas autoridades de Pequim e Taipé. As novas rotas penalizam em cerca de dez minu-tos cada um dos voos, o que não é considerado significativo pelos operadores, mas podem determi-nar atrasos substanciais no início das ligações devido à densidade de tráfego na região e à sobre--utilização dos corredores. “Estes atrasos, a acontecer, têm apenas a ver com razões de segurança na circulação dos aviões nos corredo-res aéreos”, precisou a fonte.

MENOS VISITANTESNO CONJUNTO DO ANOMacau foi visitado por mais de 7,7 milhões de pessoas em 1995, mas os turistas portugueses represen-taram apenas 0,29 por cento da-quele total, indicam estatísticas oficiais. Apesar da sua pequena dimensão no conjunto global das estatísticas, 22.399 pessoas, o nú-mero de visitantes portugueses aumentou no ano passado 5,59 por cento relativamente a 1994, sendo um dos grupos onde mais se evi-denciou o crescimento no espaço de doze meses. No seu conjunto, o número de visitantes que vieram a Macau no ano passado (7.752.495) traduz um ligeiro decréscimo de 1,04 por cento relativamente aos valores estatísticos de 1994, apesar de haver origens com crescimen-tos muito significativos. Não em termos percentuais, mas em valor absoluto , e também expressivo o decréscimo no número de visitan-tes de Hong Kong que no ano pas-sado estiveram em Macau e que segundo as estatísticas rondaram os 5,6 milhões de pessoas. Apesar de se manter como a principal ori-gem dos visitantes de Macau, com 77,72 por cento do total, o mercado da vizinha colónia de Hong Kong caiu 7,73 por cento em 1995, va-lor que acabou por determinar a vinda a Macau ao longo dos doze meses do ano passado de 5.617.492 residentes na vizinha colónia.

Graça Pacheco Jorge citada pelo “Ponto Final”

Sempre os mesmosLUIZ

OLIVEIRA DIAS *

POSTAIS DAS ILHAS

Algumas associações de jovens (acredita-se que bem intencio-nados) pediram a intervenção

do Comissário Contra a Corrupção no projecto que visa a construção de um empreendimento imobiliário que iria (irá?) ocupar uma área grande no Alto de Coloane, o qual, entre vários outros absurdos, prevê a construção de uma torre de 100m de altura. Junto-me a eles. E junto-me não por ser ecologis-ta, ambientalista, verde ou qualquer coisa do género mas porque, tendo vivido muitos anos em Coloane, me sinto indignado quando vejo alguns gananciosos a conspurcarem a sua pai-sagem com arranha-céus à maneira do COTAI.

Dizem esses jovens, com alguma ironia e muita razão que, quando aqui se faz alguma coisa lentamente, tudo deve estar em ordem. Mas, sempre que o Governo processa algo com demasia-da rapidez é caso para se suspeitar que esconde alguma situação estranha. Pa-rece ter sido agora o caso:

Em 2007, o respectivo Plano Urba-nístico limitava a 12m a altura máxima dos edifícios a construir em Coloane; dois anos depois, esse plano deixou de incluir o projecto daquele empreendi-mento; e em 2012 autorizou para ele

uma licença para um ano; e agora, em 2016, quatro anos depois, o projecto começou a ser desenvolvido ao abrigo dessa licença provisória concedida por um ano. A dar assim razão à suspei-ta dos jovens, que quando o Governo imprime uma eficácia excepcional a algum projecto, há motivo para se des-confiar.

À vista disto, os ditos jovens resol-veram ouvir o próprio Chefe do Execu-tivo o qual deu uma resposta a meu ver enigmática: “Ainda não domino total-mente a técnica da respectiva Lei pelo que pretendo analisar os factos com o Secretário e os seus assessores jurídi-cos”. Com todo o respeito, não consigo entender.

Acontece que, por esses dias, foi pu-blicada a lista das pessoas e entidades que vão compor o Conselho para a Re-novação Urbana. Dela constam, além de um ou dois arquitectos e dos presi-dentes de diversas associações locais, cerca de uma dezena de empresários de construção civil, de imobiliárias e obras - sempre os mesmos - ninguém especializado em protecção do patri-mónio nem do ambiente.

Face às críticas que imediatamen-te surgiram, o Chefe do Executivo apressou-se a esclarecer que se limi-tara a assinar uma lista que lhe fora sugerida pelo Secretário Raimundo do Rosário (Agatha Christie, diria que a culpa teria sido do mordomo…) e demonstra “não só uma forte repre-sentatividade como contribuía para equilibrar - repito, para equilibrar -

as opiniões de todos os sectores da sociedade”. Continuo a não entender bem já que, ao que disse antes, há uma dezena de membros ligados ao sector imobiliário e apenas um de cada uma das restantes áreas ali representadas. Como também o não entenderam dois arquitectos locais particularmen-te prestigiados comentando o facto à jornalista Liane Ferreira deste Jornal: Lam Iek Chit, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico, dizendo “este desequilíbrio na nomeação dos membros do Conselho para a Reno-vação Urbana leva a população a per-der a confiança neste órgão mesmo antes deste começar a funcionar”; e Francisco Vizeu Pinheiro, Doutor em Arquitectura e Catedrático da Uni-versidade de São José a afirmar que tal decisão, além de enfermar de mui-tos conflitos de interesses e incompa-tibilidades, acaba por ser o mesmo do que incluir fabricantes ou negocian-tes de armamentos numa comissão destinada a promover a paz.

Assim, caberá agora ao CCAC en-tender - e dar-nos a entender - o que somente o Chefe do Executivo enten-deu apesar de “não dominar ainda to-talmente a técnica da respectiva Lei”. E sem demora - ou seja, a tempo de ainda evitar o pior - pois que, segundo aca-ba de informar o Secretário, a próxima reunião deste Conselho vai ser muito em breve.

*Docente.Anterior presidentedo Instituto Politécnico de Macau.

“A vida não passa de uma oportunidade de encontro. Só depois da morte se dá a junção - os corpos têm o abraço, as almas têm o enlace.”

Victor Hugo

Os nossos passos térreos que calcam a terra cálida com subtileza deixam uma pegada, uma sombra daquilo que fomos, a linha do passado e do presente esvane-

ce-se como o açúcar na água. Nós a água, e o açúcar? O açúcar já é passado, já se diluiu. O dia mais fácil foi ontem, passado, já passou.

Continuamos a nossa caminhada de forma vincada. Todos querem deixar imaterialidade que se perpetue no decorrer da vida dos outros, algo que se entranhe nos canais da terra.

Durante a vida temos um quinhão de oportunidades que se encostam com harmonia aos nossos dedos, algumas per-manecem mais tempo, são mais obstinadas, querem porque sim ser desenvolvidas e crescer em cima de nós.

Outras, pousam devagarinho, às vezes nem damos por elas, de vez em quando bate o sol e nota-se a sua forma, quase impercetível. Mas continuam ali, escondidas, na aresta entre as cordilheiras dos dedos. Essas são perenes, têm a maturida-de no seu traço e transpiram certeza.

Mark Twain diz que os dois dias mais importantes na nossa vida são o dia em que nascemos e o dia em que per-cebemos porquê. Nesse encontro, estremecem-se as virtudes perante a beleza terrível do destino. A ideia do cerco final que nos vai apertando suga-nos e deixa-nos encarquilhados e com a língua com textura a camurça, tal quando comemos um dióspiro verde. Esse cerco aperfeiçoa-nos o abraço para nos evolarmos de baloiço ao enlace.

Victor Hugo percebeu bem cedo a nossa turva eternidade

Éter terrenoREGINA

DE AZEVEDO PINTO*

térrea, a enxovia desmedida que finda, em éter. Se assim é, pois que as nossas lágrimas fecundas façam parir os nossos sonhos, até que a aurora apareça para honrar o encontro da oportunidade escondida. Porque o enlace não se dá se o abra-ço não for real deste lado.

Só passa para lá o que que for verdade, o que não for, fica aqui, ímpar, a ecoar na surdez.

*Advogada em Lisboa

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JTM

Quarta-feira, 16 de Março de 201618 JTM | LAZER

• • • ROTEIRO

• • • SOB OS HOLOFOTES

Catarina Almeida

IVO ALMEIDA É CONHECIDO POR “KANGOLDJ”

Estudante durante o dia e DJ à noiteAnima as noites de Macau há mais de três anos, mas é DJ há 11. Além de estudar no Instituto Politécnico, Ivo Almeida é gestor de eventos pela agência “Sideshow Kuts”. De Macau salienta a multiculturalidade “apaixonante”, mas lamenta a falta de “cultura musical”

Apesar da vida “correr bem” em Portugal, a situação económica não “garantia um grande futu-

ro” para Ivo Almeida. Foi neste con-texto que o português decidiu deixar para trás a gestão de uma empresa de eventos e uma carreira de oito anos en-quanto DJ. “Tentei os Estados Unidos e a Europa mas como não obtive logo resposta, e como já tinha cá o meu pai, a esposa e a minha irmã, foi mais fácil vir para Macau. Basicamente, queria mudar de ares”, contou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

Há três anos e meio no território, Ivo Almeida teve de começar a traba-lhar do zero para se reafirmar como DJ. Embora tenha sido um processo “bastante rápido”, desdobrou-se ini-cialmente entre a restauração e a car-reira de DJ, área a que se dedica a 100% desde Novembro último.

Conhecido por “KangolDJ”, é tam-bém aluno no Instituto Politécnico de Macau, com o objectivo de ter um di-ploma. “Vai abrir-me outras portas, até porque não estou minimamente inte-ressado em seguir Administração Pú-blica. Mas, hoje em dia, seja para que trabalho for, pedem muitas vezes um diploma”.

Com o passar do tempo, foi fazendo mais contactos, cultivando novas ami-zades, até que surgiu a oportunidade de integrar a agência “Sideshow Kuts”, garantindo-lhe novos espaços para mostrar o seu trabalho. Actualmente, a agência funciona em mais de 30 paí-ses e regiões e conta com mais de 100 artistas agenciados. “Em Outubro úl-timo fizemos o maior evento mundial, segundo a revista mais prestigiada do mundo dos DJ’s, porque estava a de-correr simultaneamente em 28 países

de todos os continentes”, disse. Para já, está prevista uma digressão em Abril pela Tailândia e Taiwan.

Com uma agenda cada vez mais preenchida, tornou-se quase obrigató-rio dedicar-se só à carreira de DJ. “Essa foi a principal razão para ter decidido abandonar a restauração. Já tinha os

contactos e algum reconhecimento. Foi um bocadinho um tiro no escuro mas até agora está a correr bem”, frisou.

Sobre as dificuldades em construir uma carreira em Macau, Ivo Almeida garante que, “hoje em dia, não é difícil ser-se DJ ou pelo menos ser chamado”, graças, em parte, ao avanço da tecnolo-

gia. “Há muito mais concorrência [em Portugal] e o mercado é muito mais sel-vagem. Em Macau há muitos DJ’s, mas há mais procura”, considerou.

Por outro lado, Ivo Almeida lamen-ta a “falta de cultura musical” no terri-tório, pelo facto de ainda se dar muito valor ao “comercial” e ao que está na “moda”. “Há vários estilos musicais na Europa que estão mais do que afirma-dos e que aqui não estão, nem vão estar tão cedo”, disse.

Três anos depois, Ivo continua “apaixonado” pela multiculturalidade que não lhe passa despercebida. “É o melhor que Macau tem para dar. Infe-lizmente, tanto o Governo como várias outras entidades não tiram partido dis-so como deveriam”, considerou.

Com uma carreira de 11 anos e, apesar de gostar do que faz, Ivo Al-meida ambiciona outro futuro. “Não quero ser DJ para o resto da minha vida. Gosto muito, acredito que daqui a 10 anos até posso ir tocar na festa de aniversário de um amigo, mas não é o que quero fazer da minha vida”, confessa.

Considerando que está numa boa fase profissional, não se dá por satis-feito. “Sou muito difícil para me sen-tir realizado, mesmo quando as coisas estão a correr bem, como agora, por-que tento sempre procurar mais. Cla-ro que que quero estabilizar a minha vida, e aí vou escolher um sítio para assentar”.

Com novos projectos na calha, como a possível abertura de um curso de DJ’s através da agência “Sideshow Kuts”, o dia-a-dia será ainda mais preenchido. “Quem disse que correr por gosto não cansa mentiu. A paixão é tanta que às vezes estou completamente esgotado mas não consigo parar (...). Estou a fa-zer o que gosto e para mim é uma bên-ção”, concluiu.

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 18:10 Amor à Vida (Ras-tros de Mentiras) - Repetição 19:00 TDM Entrevista (Repetição) 19:30 Aqui Há História (Repetição) 19:35 Água de Mar 20:30 Telejornal 21:00 Montra do Lilau 21:30 Mentes Criminosas S.9 22:10 Amor à Vida (Rastros de Mentiras) 23:00 TDM News 23:30 Resumo Liga dos Campeões 23:50 Amores e Desamores 00:40 Telejornal (Repetição) 01:15 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Dutch Eredivisie 2015-16 Weekly Highlights 14:00 Bundesliga 2015-16 TBC 15:00 Bundesliga 2015-16 TBC 16:00 Bundesliga 2015-16 TBC 17:00 Australian Open Tennis 2016 Highlights Day 4 18:00 Dutch Eredivisie 2015-16 Weekly Highlights 19:00 FIA Formula E Championship 2015-16 20:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:30 Goals! 21:00 Sport Confidential 21:30 Bundesliga 2015-16 TBC 22:30 FOX SPORTS Central 23:00 UFC Epics UFC 164

31 FOX SPORTS 213:00 HSBC World Rugby Series 2015-16 15:00 Ba-

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866Clube Militar de Macau 28 714 000ANIMA 28 715 732

• • • CÂMBIOS - Info BNUPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 8.82 8.93YUAN (RPC) 1.219 1.242A programação é da responsabilidade das estações emissoras

CINETEATROS1 Gods of Egypt21:30

S2 Allegiant14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

TORRE DE MACAUGods of Egypt (3D)14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

GALAXYAllegiant13:50 • 15:50 • 18:15 • 20:55 • 23:00

London Has Fallen13:10 • 17:15 • 19:00 • 21:20 • 23:15

Gods Of Egypt (3D)13:30 • 18:10 • 20:35 • 22:50

Pride and Prejudice and Zombies13:15 • 17:00 • 23:20

iGirl13:00 • 19:15

Room21:05

03:45TDM SPORT/HD

Barcelona VS Arsenal

dminton Unlimited 15:30 Pro Bull Riding 16:30 FOX College Basketball 2015-16 Big East Men’s Tournament 18:00 Hopman Cup 2016 Highlights Final 19:00 Gillette World Sport 19:30 Asian Tour 2016 Highlights 20:30 2016 AFC Champions League 2016 22:30 Inside Sailing 23:00 2016 AFC Futsal Championship 2016 00:00 Pro Bull Riding

40 FOX MOVIES11:55 The 6th Day 14:05 What Happens In Vegas 15:50 The Giver 17:30 X-Men: The Last Stand 19:20 Blue Streak 21:00 The Road Within 22:45 Angels & Demons

41 HBO11:45 A Million Ways To Die In The West 13:45 Smokin’ Aces 15:30 Dolphin Tale 2 17:15 Magic In The Moonli-ght 18:55 Jupiter Ascending 21:00 Annabelle 22:40 Vinyl 23:40 Serena

50 DISCOVERY12:30 Kings Of The Wild 13:25 Men, Women, Wild 14:20 Alaskan Bush People 15:15 You Have Been Warned 16:10 Survive That! 17:05 How Do They Do It? 18:00 You Have Been Warned 19:00 Survive That! 20:00 Mythbusters 21:00 Treehouse Masters 22:00 Strip The City 23:00 Magic Of Science 00:00 Myth-busters 00:55 Treehouse Masters

54 HISTORY13:00 Swamp People 14:00 Aussie Pickers 15:00

Kings Of Restoration 16:00 Storage Wars 16:30 Storage Wars: Canada 17:00 The Pickers 18:00 Sons Of Liberty 19:00 Secrets Of Einstein’S Brain 21:00 Genius 22:00 Ancient Aliens 23:00 The Curse Of Oak Island 00:00 Genius

62 AXN12:15 The Voice 14:00 NCIS: Los Angeles 14:55 Alias 15:50 The Voice 17:35 Wipeout 18:25 Hawaii Five-0 19:20 Exit 20:10 Kung Fu Hustle 22:00 CSI: Crime Sce-ne Investigation 22:55 The Blacklist 23:50 CSI: Crime Scene Investigation 00:45 Kung Fu Hustle

82 RTPI14:30 Bom Dia Portugal - Directo 16:59 Sociedade Civil 17:59 A Praça - Directo 21:00 Jornal da Tarde - Directo 22:12 Os Nossos Dias 23:00 Manchetes 3 23:30 Agora Nós - Directo 02:05 O Preço Certo 02:56 Bem-vindos a Beirais 03:48 Hora dos Portugueses 04:00 Telejornal - Directo

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Quarta-feira, 16 de Março de 2016 JTM | LAZER 19

• • • CULTURA

Dito de outro modo o actor era uma pessoa especial, que o público se habituou a ver como se fosse da

família, como disse Ana Zanatti.Simone de Oliveira afirmou que Ni-

colau Breyner, “foi o grande estroina, no bom sentido da palavra, que adorava uma boa gargalhada”.

“Era uma pessoa muito inteligente, culta, com um talento extraordinário para interpretar tudo o que lhe era pedido”, re-feriu por seu turno Maria do Céu Guerra.

Herman José disse que perdeu “um irmão e um amigo”, manifestando “gra-tidão eterna”. “Perdi um irmão e um

amigo. Não imagino vida mais útil e mais profícua [do que a sua], a minha gratidão será eterna”, escreveu, no “facebook”, Herman José.

Um “talento natural” como actor, foi assim que se lhe referiu, o realizador Joa-quim Leitão. “Foi um dos actores com quem mais gostei de trabalhar, porque tinha um talento natural e fazia tudo com enorme facilidade. Apesar de ser uma fi-gura muito conhecida e com uma grande carreira, nunca foi arrogante”, enfatizou.

“Era um actor único, que sabia muito bem interpretar todas as emoções - a tris-teza, a alegria, a ironia - e doseá-las para

A morte de Nicolau Breyner foi apontada por políticos, amigos e colegas como “grande perda”. Para o cidadão português, Nicolau foi fundamentalmente o amigo que todos apreciavam ver entrar em nossa casa pela Televisão. Fosse em papéis dramáticos, fosse de humor

cada cena”, disse António-Pedro Vascon-celos, lamentando a morte do artista.

O encenador Filipe la Féria disse que a sua morte é uma “perda irreparável para o teatro português”

O Presidente da República, Marce-lo Rebelo de Sousa, disse ter tido “um grande desgosto” com a morte de Nico-lau Breyner, “um grande artista, grande coração e grande amigo”, que teve uma “vida culturalmente e humanamente muito rica”.

O presidente da Assembleia da Repú-blica, Eduardo Ferro Rodrigues, mani-festou a sua “enorme consternação” com a notícia da morte de Nicolau Breyner, considerando que o país perdeu “um dos seus melhores criadores”.

O primeiro-ministro, António Costa, por seu turno, lamentou a morte do ami-go, actor e realizador Nicolau Breyner, considerando que “deixa um vazio imen-so”. António Costa sublinhou que o país deve a Nicolau Breyner “alguns dos mais notáveis papéis representados em Portu-gal” e “grandes momentos de humor, em que ele era absolutamente exímio, desde a crítica política à crítica de costumes”.

O ministro da Cultura João Soares referiu-se a Nicolau Breyner como o “ho-mem bom e de cultura” que, enquanto actor, realizador e produtor, foi um exem-

plo de profissionalismo e de entrega à Cultura e à Língua portuguesas.

O presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires, disse que Nicolau Breyner, natural do concelho alentejano, “nunca se desligou da sua terra natal, do seu conce-lho, das suas gentes e isso é de facto de louvar”, elogiou.

O PS lembrou o “grande actor” e um dos artistas “mais queridos dos portu-gueses”, e o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou incontornável o contributo que o actor deu à arte de re-presentar, enquanto a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, recordou o amigo ao lado de quem travou combates políticos.

Também da área desportiva se sentiu o pesar pela morte do actor que encar-nou “João Godunha”, na telenovela “Vila Faia” (1982). O Benfica endereçou condo-lências aos familiares e amigos do actor, “um reconhecido e apaixonado adepto benfiquista”.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Autores, Nicolau Breyner foi dos “pou-cos atores portugueses tiveram uma ac-tividade tão diversa e rica, mas sempre valorizada pela componente autoral, de que não abdicou, e que fez questão de considerar essencial na sua vida”.

JTM com Lusa

PERFIL

UM TENOR QUE FOI ACTOR E REALIZADORNicolau Breyner protagonizou uma carreira de mais de 60 anos, tendo deixado uma marca nos palcos e na televisão portuguesa, sobretudo através de teleno-velas muito populares como “Vila Faia” e “Cinzas”, assim como de programas de humor, como “Eu Show Nico” (1988) e “Nicolau no país das maravilhas”, de 1975, em que foi o “Senhor Contente”, com Herman José, o “Senhor Feliz”. Foi dos poucos que teve “uma actividade tão diversa e rica, mas sempre valorizada pela componente autoral de que não abdicou”, afirma a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) que destacou “as suas grandes qualidades artísticas, culturais e humanas” e realçou “o facto de Nicolau Breyner ter apoiado atividades de opo-sição à ditadura, no final dos anos sessenta, do século XX”. Nicolau Breyner teve “mais de 450 participações no cinema, em filmes de cineastas de várias gerações, desde Fernando Lopes a Jorge Paixão da Costa, passando por António-Pedro Vasconcelos, Joaquim Leitão, Leonel Vieira, Mário Barroso e João Botelho, entre outros. Foi também o principal actor de longas-metragens que realizou”. Pelas suas prestações como realizador e actor, Breyner recebeu três globos de ouro, em 2003 e 2004. Da sua “extensa biografia artística constam dezenas de progra-mas de televisão, numerosas peças de teatro e filmes, de que se destacam, em 2014, ‘Os gatos não têm vertigens’ e ‘Virados do avesso’, e, em 2012, dirigiu e representou no filme ‘A teia de gelo’”. “Sete pecados rurais”, longa-metragem de 2013, encontra-se em terceiro lugar, na lista de filmes portugueses, com o maior número de espectadores, desde que é feito o tratamento estatístico dos dados de bilheteira (2004). Com formação de cantor dramático - era tenor - Nicolau Breyner estreou-se como actor em 1960, na peça “Leonor Telles”, de Marcelino Mesquita, com encenação de Francisco Ribeiro, conhecido como “Ribeirinho”, na companhia do Teatro Nacional Popular, no Teatro da Trindade, em Lisboa.

CONSTERNAÇÃO GERAL SOBRE A MORTE DE NICOLAU BREYNER

O actor que apreciávamos ver entrar em casa

Em “Uma Família Açoreana”

O “Senhor Feliz e o Sr Contente” com Herman José

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20 JTM | ÚLTIMA Quarta-feira, 16 de Março de 2016 • Fecho da Edição • 01:20 horasFO

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Na RAEM continua a decorrer com o ha-bitual interesse a edição 2016 da Rota das Letras.

Programa diversificado para todos os gostos, e com a participação de importantes nomes das letras, tem sido amplamente no-ticiado nos media locais, nomeadamente nos que mais de perto reconhecem o objectivo estratégico de Macau ser mais que a “terra dos casinos”.

Exemplar, há que o reconhecer, tem sido o trabalho da Lusa, importante para projec-tar o evento, fora das fronteiras da RAEM.

Debalde, contudo, em especial junto da imprensa de Portugal, que até agora não tem ligado patavina ao que aqui se vai dizendo e fazendo.

É lamentável, mas Macau tem que se ha-bituar a isto.

Em troca, um destes dias, um dos diários de maior influência de Lisboa (que não o de maior circulação que esse é mais para o cri-me e social) dava meia página bem medida a um “take” da Lusa sobre Macau.

Não sobre um evento da Rota das Letras, mas promovendo a abertura de uma loja de conservas...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Debalde em Lisboa

Políticas imobiliáriasdivergentes originam queixas na Ilha da MontanhaNuma cerimónia de comemoração do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, que teve lugar ontem em Zhuhai, o presidente do Conselho dos Consumidores da Ilha da Montanha, Peng Jiuru, revelou que entre 270 queixas apresentadas em 2015, 27 foram formuladas por residentes da RAEM. Entre estas, 22 estavam relacionadas com o sector imobiliário e com políticas divergentes entre Macau e Hengqin nesta matéria. O mesmo responsável aproveitou a ocasião para apelar aos cidadãos de Macau para que se informem melhor sobre os diplomas legais que regem o imobiliário na China Continental antes de “tirarem dinheiro do bolso”. No âmbito do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor foi criado um sistema de indemnização e um centro de arbitragem. Com o novo sistema, eventuais compradores podem receber um valor monetário pago pelo Conselho, caso não seja possível contactar a companhia em causa. Quanto ao centro de arbitragem, de-verá garantir auxílio aos consumidores na resolução de problemas que envolvam um montante inferior a 5.000 renminbis.

Terminal do Porto Exterior já tem via para declaração de mercadoriasFoi posta em prática, a partir da meia-noite de ontem, uma via de acesso para “declaração de mercadorias” e outra para “nada a de-clarar” no Terminal Marítimo do Porto Exterior. Segundo noticiou o Canal TDM, os Serviços de Alfândega pretendem implementar a mes-ma medida em todos os postos fronteiriços terrestres e marítimos ao longo dos próximos 12 meses. O objectivo, informou um superinten-dente dos Serviços de Alfândega, vai ao encontro do “posicionamen-to de Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer”, facilitando a circulação dos turistas. Em regime experimental, a medida vai ser executada em três fases. Primeiro, será aplicada em todos os terminais marítimos, de seguida no Aeroporto Internacional de Macau e, por fim, nos restantes postos fronteiriços.

Director do Instituto Salesiano garante queplano de reconstrução “é uma necessidade”O Padre Yu Fu Keung, director do Instituto Salesiano, defendeu ontem o plano de reconstrução da escola, sublinhando que se tra-ta de “uma necessidade” para o desenvolvimento futuro da ins-tituição, sobretudo devido à falta de espaço. Assegurando que a estrutura do edifício apresenta problemas, entre os quais o risco de incêndios, o Padre Yu Fu Keung referiu que a actual situação torna difícil acompanhar as exigências de ensino da escola. Relati-vamente à proposta de demolição de um dos edifícios - com mais de 100 anos - que gerou uma recolha de assinaturas para pedir a reavaliação do valor histórico do prédio ao Instituto Cultural (IC), o mesmo responsável garantiu, segundo a “Ou Mun Tin Toi”, que o Instituto Salesiano vai fazer o máximo possível para equilibrar os interesses do Governo, a preservação do patri-mónio e a melhoria das condições da escola. Em declarações aos jornalistas, o Padre Yu Fu Keung revelou que o plano de reconstrução pode obrigar a um investimento de 200 milhões de patacas e terá em conta o número de estu-dantes e as necessidade de ensino. Por sua vez, o presidente do IC, Ung Vai Meng, não adiantou muitos pormenores, quando questionado sobre a sua posição face a esta matéria. Contudo, considerou que a localização da escola é um factor a ter em conta. “Temos de considerar a localização da escola porque fica ao lado de um património. Mas, de momento, esse assunto vai ser discutido no Conselho do Planeamento Urbanístico e, por isso, ainda não temos mais informações”, disse ontem, à saída da reunião do Conselho do Património Cultural. O plano do Instituto Salesiano será hoje analisado no Conselho do Planeamento Urbanístico. V.C.

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Operação anti-terrorismo gera tiroteio em BruxelasUma operação policial num subúrbio de Bruxelas resultou ontem em tiroteios que deixaram pelo menos três agentes da polícia feridos, indicou a polícia à agência Reuters, sem se pronunciar sobre a gravidade dos ferimentos. À hora do fecho desta edição, a operação continuava em curso, com o jornal belga “Le Soir” a avançar que dois homens estavam a ser visados pela polícia: um que se barricou no quarto de um apartamento na Rue du Dries, no subúrbio belga de Forest, e outro que se encontrava escondido num terreno baldio perto desse prédio. As buscas estão relacionadas com os atentados de Paris a 13 de Novembro, segundo adiantou a Procuradoria Federal belga à agência noticiosa AFP, mas a polícia rejeitou confirmar o envolvimento de forças anti-terroristas.

Ásia-Pacífico voltou a ser a regiãomais afectada por desastres naturaisEm 2015, a Ásia-Pacífico continuou a ser a região do mundo mais propensa a desastres naturais, refere um novo relatório das Nações Unidas. Segundo a Comissão Económica e Social da ONU para a região (ESCAP), a Ásia-Pacífico sofreu mais da metade dos 344 de-sastres ocorridos em todo o mundo em 2015, resultando em mais de 16 mil mortes e 59 milhões de pessoas afectadas. O custo dos danos económicos superou 45 mil milhões de dólares, sem incluir perdas indirectas. O sul da Ásia foi a zona mais afectado, com 52 desastres e mais de 14 mil mortos, a maioria no terramoto de 7,6 graus de magnitude que atingiu o Nepal, em Abril. O novo relatório alerta que as cidades que estão a crescer na região podem não estar equipadas de forma adequada para enfrentar desastres urbanos, que ocorrem de forma mais frequente e com maior intensidade. Mais de 700 milhões de pessoas na Ásia--Pacífico vivem em cidades com risco de desastres “alto” ou “extremo”, podendo esse número chegar a mil milhões até 2030. O documento menciona que em diversas metrópoles, grande parte das infra-estruturas estão ultrapassadas e foram construídas sem atenção adequada à resistência a desastres.

Laura Gelbert, JTM/Rádio ONU, em Nova Iorque