2, a armadilha da dívida

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Reinaldo Gonçalves eValter Pomar A AWDILNA DA D'VIDA Como a dívida pública interna impede o desenvolvimento econômico e aumenta a desigualdade social

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Page 1: 2, a armadilha da dívida

Reinaldo Gonçalves e Valter Pomar

A AWDILNA DA D'VIDAComo a dívida pública

interna impedeo desenvolvimento

econômico e aumenta adesigualdade social

Page 2: 2, a armadilha da dívida

Fundação Perscu AbranlOInstituída pelo Diretório Nacional

do Partido dos Trabalhadoresem maio de 1996

DiretoriaLuiz Dulci ~ presidente

Zllah Abramo - vice-preSIdenteHamilton Pereira- direlOr

Ricardo de Aze,edo - diretor

Editora Fundação Pcrseu Abramo

Coordenação EditorialAarnarionMaués

Assistente EditorialCandice Quinelato Baptl~t.a

Rc\'isãoMaurício Balthazar LcaI

Capa, Ilustrações e Projeto GráficoGilberto\laringoru

Ilustração da CapaÂngelo Agostini, Rtvisfa lluslroda n' 561

Editoração EletrônicaAugusto Gome)

lmpres.~:ioGrát1caVidaeConsCléooa

I" edição: fevereiro de 2002Tiragem: 5 mil exemplafC.· •.•

Todos os direitos res.enado ..•àEditora Fundação PefSeu Abramo

Rua Francisco Cruz. 2],.104117-09 [ - São Paulo - SP - Brasd

Telefone: (11) 5571-4299Fax: (11) 5571-0910

Home-pagc: hltpJlwww.fpabl"llmo.~_hrE-mai]: [email protected]'I.br

Copyright C 2002 by Reinaldo Gonçal,e) e \aher Pl\l1laT

ISBN 85-86469-63--

Page 3: 2, a armadilha da dívida

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Page 4: 2, a armadilha da dívida

Para garantir a continuidade do paga-mento das dívidas financeiras. o governoFernando Henrique Cardoso (FHC) tam-bém cortou investimentos, privatizou em-presas estatais c, mais recentemente. fezaprovar a Lei de Responsabilidade Fis-cal (veja box na p. 17).

O "calote das dívidas sociai~" toma-seevidente quando observamos o orçamen-to da União, dos es(ado~ e dos municípios;quando verificamos as conseqüências doacordo com o FM1; ou quando analisamosa dinâmica do endividamento externo, quefaz a riqueza produzida no Brasil sersugada e transportada para governos eempresas estrangeims, inslituiçõc~ finan-ceiras internacionais e também brasileiroscom aplicações no exterior.

Já no caso da dívida interna, as coisasnão são tão claras. Há quem diga, porexemplo, que a dívida pública interna, di·

rllferentcmente da cxterna, seria uma dívi-da "conosco mesmo", uma dívida do go-

vemo para com lOda a sociedade brasi·leínl.

Ocorre que. nos últimos anos. nossos

(

governos têm gasto mais com a dívidapública interna do que com a dívida exter-na. Assim, é fundamental saber qual a ori-gem dessa dívida, qual sua composição equem são seus beneficiários.

Este livro é uma pequena contribuiçãora este desafi A exemplo do que fize-

mos em O Brasil elldil'idado. ue tratavadadívidaextema neste livro buscamossis-tematizar as informações disponíveis sobrea dívida pública interna brasileira. Incluí-mos um capítulo que truta da dívida públi-cabmsileirade 1850alé 1994(aoleilOrnão-familiarizado com o tema, sugerimos que aleitura deste capímlo seja feita após a leitu-ra do restante do livro). E demos destaquepara o que ocorreu durante o governo FHC,por razões que ficar.io óbvias. Esperamosque a leimra de<,lelivro nos ajude a enfren-tar os 'ienhores da dívida.

AI vórias dívidasUma divida pode ser el(tema ou interna, pnva-

da ou pUblica. Quando falamos que uma divida éinterna ou externa, na prática estamos designan-do o tipo de moeda em que essa divida lerá de serpaga: se a divida tem de ser paga em moeda es-trangeira, trata-se de dívida extema: se a diVidapode ser paga em reais, trata-se de divida Interna

Já quando falamos que uma divida é publicaou privada, estamos nos referindo a quem con-traiu o empréstimo: se lo; uma pessoa física ouuma empresa privada, a dívida é privada: se foium órgão publico, a divida é publica,

A divida pública, portanto, é a soma de tudoaquilo que lodos os órgãos do Estado braSileirodevem, inctumdo o governo federal, eslados,municiplos e empresas estataiS,

Mas como Osetor publico é também um gran-de credor, tanto de outros órgãos publicos comode entidades privadas, o conceito de dívida líqui·

A ARII\ADILHA DA DíVIOA 8

da traduz maIS claramente a posição financeirado setor público

Na prática, a divida liqUida é quanto o Estadodeve, menos aquilo que ele deve para si mesmo

A divida p(blIea Il'llerna possli lrês origens prin-~ak$ o f nanoamento de novos gastos publicosem bens e servIÇOS(deSPesas com educaçào,construção de r"IOVasobras etc.), os gastos comIUfOS sobre as dividaS contraidas no período an-terior e. no caso do governo lederal, a politicamonetária e cambtaJ

Fonte PEREJRA. FAD<J.O Plano Real a o cresci-

manlO dlt d vida pUt:IIca fIOBraSil. São Paulo, FGVfEAESP.2000, DIssermçã-ode mestrado apresenta-da li Escaaoe ~ óe Empresas de SãoPaulo. Fundação GetlAro Vargas, GONÇALVES ePOMAR O BIUi ~. São Paulo, EditoraFundaçAo Perseu AbrarT'o.2000

Page 5: 2, a armadilha da dívida

'V'IIOd'lIWA '8 IlAWJN09 OOlVNll~ 6

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I!SDJa O 0pUDJ9élnbSOUD 0f!O

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bilidade do governo federal e do BancoCenlral.

Quando FlIC :l<;sumiu,emjaneiro de 1995,nossa dívida líquida lotai cm de 153 bilhõesde real!>.Deste lotaI. o governo fedeml e oBaneo Central de\'imll 66 bilhões de reais.No final de 2000, a dívida líquida 10lalemde 563 bilhões de reai<;,dos quais 353 bi-lhões de reais emm de responsabilidade dogoverno federal e do Banco Ccntral.

Portanto. além de responder pela maiorparte da dfvida. o governo fedeml e o Ban-

co Central também respondem pela parteda dfvida que cresce mais rápido: de 1994a 2000, enquanto nossa dívida líquida totalcresceu 367%, a dívida líquida do governofederal e do Banco Cenlral cresceu 536%.

O que o!>neolibemis não contam é que,durante os primeiros seis anos do governoFHC, as receilas foram :.empre maioresque as despesas. Até porque o governo temampliado a arrecadação, ao mesmo lempoem que arrocha os investimentos. os ga..~-tos sociais e os ••alários do funcionalismo.

Morolonislas e perdedoresDo século XIX ao século XXI. da monarquia à

repubhca, de regimes CtvlSa militares, o Brasilteve maratomslas e perdedores na chefia do Es-tado braSileiro

Os perdedores foram aqueles que hveram,durante o seu mandato, uma taxa média de cres-cimento anual do PIB muito Infenor li taxa médiahistórica do pais (4,4%)

Antes de ludo, alguns comenlárlos de nature-za melodológica A fonte de dados até 1947 é o

I Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. IPEA(CONTADOR, 1977); a partir de 1947 os dadosprovém da Fundação Getúlio Vargas (Conjuntu-ra Económica, Rio de Janeiro, diversos núme-ros), A taxa média refere-se li média aritméticadas variações anuais percentuais do PIS. Osdados para Pedro 11referem-se ao período 1862-1889, pela ausência de dados anteriores a 1862Para 200 1 e 2002 consideraram-se as taxas de1,3"10e 1,9%, respectivamente. como as previ-sões de crescimento do PIS, com base na revis-ta The Economistde 23 de outubro de 2001.

Como, de modo geral, as eleições presiden-ciais são em novembro e a posse em janeiro, háCOincidência entre o período de cálculo do PISfjaneiro-dezembro) e o mandato presidencial. Noscasos de diferenças mais expressivas (seis me-ses ou mais), fez-se a interpolação aritmética(Afonso Pena, Nilo Peçanha e Epitácio Pessoa).Excluíram-se as presidências com mandato infe-nor a um ano: Delllm Moreira, José Linhares,Nereu de Oliveira Ramos e Pascoal RameriMazzilli. Considerou-se a taxa média de GetúlioVargas nos dois governos

E, então, quem são os perdedores? Quantos"fernandos~ estão entre eles?

Prudente de MoraISe Barros, 11/1894a 1111898,

com uma taxa média anual de crescimento do

A AR1IVJ)ILHJr. DA DiVIDA 10

PIS de -6,8%. ocupa a posIÇão número 1 entreos sete perdedores. Seu governo fOImarcado porcrise econOmica e pohtlCa, queda dos preços in-ternacionaiS do café (1896). conflitos políticosinternos (Guerra de Canudos. 1896-1897) e cres-Cimento da diVida pUblica

O segundo perdedor é Fernando Collor deMello. 311990 a 9'1992, com uma taxa médiaanual de crescimento do PIS de -1,4%, cUJogo-vemo caractenzou-se por crise econômica, pro-blemas cambiaiS, mã gestão. incompetência ecorrupção

Deodoro da Fonseca. 11/1889 a 11/1891, é olercelro perdedor. FOI responsável por uma taxamédia anual de creSCImento do PIS de - 1,3%, Oseu governo foi marcado por conflitos internos ecrise institucionaL repercussões da abolição daescravidão (1888) e da proclamação da repúbli-ca(1889)

O quarto perdedor é Floriano Peixoto, 11/1891a 1V1894. com uma taxa média anual de cresci-mento do PIB de - 0.7% No seu governo o paístambém expenmentou crise institucional. proble-mas financeiros (Encllhamento, 1892) e conflitospolíticos internos (Revolta da Armada, 1893; Re-volução Federalista no Rio Grande do Sul)

Venceslau Brás, 11/1914 a 11/1918, é o quintoperdedor, No seu mandato a taxa média anualde crescimento do PIS foi de 2,1%. O pais sofreucrise econômica, crise cafeeira (queima de 3 mi-lhões de sacas), 11mdo ciclo da borracha e con-flllos políticos Intemos (Guerra do Contestado,1915).

O sexto perdedor foi WaShington Luís, 11/1926

a 1011930, com uma taxa média anual de cresci-mento do PIB de 2,1%, cUJomandato foi marca-do por crise da díVIda elderna. revoltas tenenlistase crise mundial (outubro de 1929).

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:fbs defensores do governo FHC costu-

(

mam apontá·lo como responsável por"eMabilil.ar" a economia do país. Ocorreque nesse período o desemprego cresceu,a violência cresceu, a crise social cresceu,a miséria cresceu. a dívida externa cres-ceu, a dívida interna cresceu, os déficilSexternos crcscer ..UTI ..•

Na verdade, a única variável da econo-mia brasileira que pennanece em níveisaparentemente satisfatórios desde 1995 éa inflação. Ma..so cuslosocial que tem sidopago para manter baixas as taxas inflacio-nárias é descomunal.

Além disso, uma inflação média anualda ordem de 8% s6 parece satisfatória secomparada com a experiência recente dealtas taxas de inflação das últimas duas

ad s. No contexto de um esempenhoeconômico medíocre, uma inflação médiaanual de 8% representa um crescente des-conforto para quem vive de salário ou re-cebe algum ti o de renda fixa.

Além disso, a estabilidade econômica esocial inclui a estabilidade monetária, masnão pode se limitar II ela. Para os credoresde dívidas, para os rentislas, a estabilida-de monetária pode até ser suficiente. Maspara o restante da população brasileira,numa sociedade lão desigual como a nos-sa, é preciso muito mais do que "estabili-dade": é preciso "movimento", um movi-mento que distribua riquezas.

Dessa perspectiva, o governo FHC foium lotai fracasso. Quando se leva em contaoutros indicadores macroeconômicos (taxade investimento, taxa de crescimento, taxade desemprego e contas públicas), o quese verifica é que o governo FHC não pro-duziu estabilidade, mas uma instabilidadeconcentmdord de renda e riqueza.

A wv.l)llNA DA OiVIDA

Menos crescimento,mais desigualdade

Uma das principais características do Bra-sil é a extrema concentração de proprie~dade e de renda, mtimamente relaciona-das. A desigualdade é tamanha que mui~tos analistas se perguntam: por que estapanela de pressão alllda não explodiu'!

Uma das respostas para essa perguntaestá no crescimento da economia brasilei~ra ao longo do século XX. O crescimento.mesmo presef\ando a desigualdade, pos-sibilita a mobilidade social. Ou seja: ain-da que em termo\ relativos se amplie ofo~so entre ricos e pobres. o crescimentopermite cena melhora no padrão de con~sumo e na qualidade de Vida de amplossetores da população.

Ocorre que, durante o governo FHC, ataxa média anual de crescimento econô-mico tem sido medíocre: 2,4% ao ano noperíodo 1995-2001, quando a média his~tórica do país é de 4,4%.

De Pedro n até FHC, o país teve 28 che-fes de Estado que ficaram pelo menos umano no governo. Quando calculamos astaxas de crescimento médio anual do PIBpara cada um desses chefes de Estado,verificamos que F C est.l no grupo dos"perdedores", aqueles sete chefes de Es-tado com os piores desempenhos em ter-mos de crescimento do PLB(Tabela 2).

uando comparamos o descmpcnho daeconomia brasileira COmo de oUlras eco-nomias de pane continenlal a conslata~ção é a mesma No período 1995-1999,

s dados mostram que a rcnda per capitada China cresceu li vezes mais que a bra-sileira; a da índia cresceu quase sete ve-zes mais; e a dos Estados Unidos cresceuquatro vezes mai •.•do que a brasileim (Ta-

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dia anual decre!,cimenlo do PIB no perío-do em questjo.

Não é de eSIr,mhar, portamo. que em-presas "produtivas" tenham grande partede seus recursos aplicados em lítulos públi-

Como vimos, há uma relação direta en-tre o problema da dívida pública e o mo-delo econômico brasileiro. A dívida pú-blica torna-se um freio ao crescimento euma causa de maior desigualdade na so-ciedade brasileira. Crescer dislribuindoriqueza e renda exige, portanto, atacar oproblema da dívida.

A paranóia dosuperávit primário

o governo FHC é responsável pelo maisgrave ciclo de endividamento (internoe externo) da história da economia bra-sileira, ao mesmo tempo em que redu-ziu as taxas de crcscimenlo e investi-mento.

Na verdade, a política econômica do go-verno federal premiou - por exemplo, pormeio dos juros altos - aqueles capitalistas

Retrógradas, renlistas e barões da privalizaçõao grupo Votorantlm era até há pouco tempo o

maior grupo empresanal de capital nacional. Ini-ciou o ano de 2001 com um patrlmõnlo liquido de8,2 bilhões de reais. Esse grupo écaracteristica-mente de natureza familiar. Há pelo menos 20herdeiros trabalhando em cargos de direção nogrupo, e entre os 62 principais diretores 12 (Io-dos homens) têm o sobrenome da lamnia Moraes,que é a controladora. No início dos anos 90 ogrupo montou um banco multiplo (BancoVotoranlim). Durante a década de 1990 obser-vam-se três movimentos Simultâneos que têmmarcado a atuação do grupo: perda de posiçãorelativa, expansão das atividades financeiras eparticipação no processo de pnvatização.

O grupo Votorantim tem ongem em uma lece-lagem, em 1918. Na década de 1930 o grupo jápossura uma fábrica de cimento. Ao longo de 80anos expandiu-se e concentrou-se em atividadesbas de gamme, isto é, setores intensivos em re-cursos naturais e com reduzido dinamismotecnol6gico. Nestes setores, o grupo Votorantlmtem gerenciado estruturas oligopólicas de mer-eado de produtos homogêneos. O grupo tem exer-cido liderança de mercado nas áreas de: níquel(65%), zinco (50%), cimento (42%) e alumfnio(30%). O grupo Votorantlm tem, atualmente, in-vestimentos em cimento, metalurgia, siderurgia,química, alimenlos. mecânica, papel, celulose,energia elétrica e no selOr financeiro_ No enlan-lo, este grupo, que foi duranle muitos anos o maisimportante grupo industrial do pais, tem concen-Irado seus investimenlos em setores mareadospor estruturas oligopóhcas (e, evenlualmente,estruturas cartetizadas, como foi o caso do ci-

â AWílILHA DA DíVIDA 14

mento até recentemente), intensivos em recur-sos naturais e com reduzido dinamismo tecnoló-gico.

No início dos anos 90, quando foi fundado obanco mulhplo, o grupo tinha 96 empresas. Hoje,tem cerca de 60, sendo 25 fâbncas de Clmenlo e17 uSInas hidrelétncas. O número de emprega-dos caiu de 60 mil no infcio da década de 1990para 30 mil atualmente (Balanço Anual, GazetaMercantil, 1998, p. 51). O palrimônlo líquido dogrupo aumentou de 4,5 bilhões de reaIs em 1994para 8,2 bilhões de reais em 2000. Nesse mes-mo períodO, o grupo desceu da posição de pri-meiro maior grupo econômico privado no Brasilpara a posição de 11g maior grupo empresarial.

Ao longo dos anos 90 observa-se, no entanto,que as atividades financeiras do grupo Votorantlmse expandiram. O patrimônio liquido do bancoaumentou de 61 milhões de reais em 1994 para576 milhões de reais em 2000_ O palrlmônlo dobanco representou 1,4% do patnm6nlo total dogrupo em 1994 e 7% em 2000. A crescenle econtinua Importância relativa do banco no con~junto das atividades do grupo também está ex-pressa nos lucros. O lucro 1iqUldo do banco re-presenlou 5,3% do lucro total do grupo em 1994,17,8%em 1998, 14,5%em 199ge7,5%em2000.Esses dados indicam, na realidade, que o grupoestá fazendo o percurso inverso do modelo tradi-cional de capital financeiro. Assim, o Votorantlm,até recenlemenle o mais importante grupo Indus-trial brasileiro, está se envolvendo cada vez maiscom atividades financeiras. De industriais a hnan-cistas ou, melhor dizendo, de industriaiS arentlslas da dfvida públiCa.

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no (el6Jl\lapls "6"a) SO!f9doôIIOap salu,ua6J3S ewessed anb ·.o~eZllelUJd ep S~JeQ. a (e:l!lql)depl"!p ep Se}SIIU8J 'opuazlpJ~law no) SelSl:ll.feU"!I wa as-welWOjSueJI S!e!JlsnpU! 'eWJOI 'i!ISaa

'O"!,!8'13ZI1'eIl!Jdap osseooJdo woo .o:l!lu\!nb. olles ap c!aw JOd .wo:>o sop-eJ69J19J sIeues9Jdwa sodnJ6 salsap o-g:'Jelnw

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-!lU soxleq 50 WOO31uaWj3/1ep'WJol as-el:>osseerOOIOU:l91 elle elad sodru6 S91sap elOUQladeur

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aluaWSll-e op-e:)Jaw ap seJnlnJISa ap SaluaJa6

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Pam financiar o pagamento de<:tes títu-los, o governo Implantou um tremendoarrocho riscaI. O aumento da carga tribu-

t

t<lriabruta, que cresceu de 28,4% Cm 1995para 31,7% em 1999, redu:óu 11 renda pes-soal disponível na economia.

A combinação, desde 1995, desse tipode política monetária e fiM:al resultou na-quela taxa média anual decrescimento realde 2,-l% no período 1995~2001, medíocresegundo qualquer padrão de refer~ncia,seja o desempenho histórico da economiabrasileira, seja o desempenho da econo-mia mundial.

No que diz respeito ao desempenho daeconomia mundial, vale destacar que elacresceu a uma taxa média anual de 3,6%no período 1995-2001. enquanto a "loco-motiva" norte-americana cresceu 3,7%anualmcnle (FML 2000).

Na prática, portanto, o governo FHCadotou política.:: que reduziram o cresci-mento econômico no Brasil, embora cer-!<Imente tenham ajudado no crescimentoeconômico verificado nos paí<;es capita-

liMas centrais. Agora que mesmo aquelespaíses estão num momento de desacelera-ção econômica, o Brasil se vê no pior dosmundos.

Para realizar esta "façanha", o governo,a mídia e os grandes empresários lança-ram mão de vários mecanismos econômi-cos, políticos e ideológico<;.

Um do~ mecani~mo<; ideológicos fOI li

criação de uma "parnn6ia": li do~ supcrávitsprimários. O entendimento deste e de ou-tros conceitos é importante pam se com-preender os principais problemas de fin::lD-çns públicas no Brasil.

Imaginemos um governo cujas dívidassejam unicamente as relativas ao ano cor~rente. Este governo tem que arrecadar umvolume de impostos nect:~sário pam pa-gar suas de!>pesascorrentes. Se ao; receitasforem inferiores às despesas, o governolerá um déficit. Se as receitas forem supe-riores as despesas, o governo terá um su-perávit.

Agora imaginemos que este governo te-nha. além da>;despesa ••correnles. dívj·

Juros baixos: só quando as galinhos tiverem dentesOs juros no Brasil continuam entre os maIS ai·

tos do mundo. As promessas de FHC de baixaros Juros não podem se realizar porque a politicaeconômica está limitada pela vulnerabilidade ex-terna do país e, principalmente. pela escassezde dólares. A abertura econômica faz com que oBraSil dependa dramaticamente da entrada dedólares. Ocorre que, apesar dos excelentes ne-góclos gerados pelas privatizaçôes e pelas com-pras de empresas naCIonaiS por estrangeiros, asituação econômica do pais toma o 8rasll poucoseguro para os investidores internaCIonais, Poresta razão, FHC coloca os JUrosnas alturas, comOpropóSIto de atrair capital estrangeiro (dÓlares)para aplicações de curto prazo. Esta pode pare-ceruma boa idéia para os especuladores. masagrava ainda mais a situaçào de vulnerabilidadee Instabilidade crOnica da economia brasileira

FHC eslá enlre a ~cruz e a caldeirinhaM• Se

baixa os juros, o capital estrangeiro não entra nopais. o que provoca um aumento da taxa de cãrn-

A AR1IIADllH4 OA OlVI04 16

blo e. provavelmente, uma crise cambial. O re~sultado seria, de saida, o aumento ainda maiorda in/lação. que Já está de volta Se aumenta osjuros, a díVida pública (União, estados e munidopios) explode ainda mais e as contas públicasficam fora de controle. o que aumenta o risco decalote sobre a diVida interna e agrava a situaçãoeconômica do país, com recessão, aumento dodesemprego e da violência. Ao mesmo tempo. acredibilidade de FHC vai para o buraco e o Esta-do perde legitImidade. Cresce, assim, o poten-CIal de cnse política e Institucional.

A abertura econômica precisa ser reverllda,com a restrição às importações de bens e servi-ços supér/luos (lorradas por1uguesas e biquínisamericanos!) e a imposição de lorles controlessobre a entrada e saída decapitai estrangeiro. OBrasil precisa, também. de políticas orientadaspara a expansão do mercado inlerno de consu-mo de massas, acompanhadas por uma pro/un-da refonna do sislema financeiro naCIonal.

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Page 14: 2, a armadilha da dívida

~a~ exatamente de quem ele cobra mais.

(

A" vítimas dos COI1CS,do arrochoedo cres-cimento medíocre são os assalariados e ossetore~ médios, os mcsmos que têm suarenda supertributada pelo governo, pam

~gerar o superávll primário. Chegará o diaem que, como na Argentina de 2001, ogoverno não terá mais como ampliar re-ceita ••nem como reduzir despe~as. Nessedia. a galinha dos ovos de ouro estarámol1a.

Em resumO: a dívida criada pelo gover-no FHC é a principal herança que ele dei-xa para as prÓXimas gerações de brasilei-ros. Por essa fa7ão. di7-se que FHC com-prometeu o fUluro no Brasil. O de'icontro-le da); contas públicas é parte essencial dapolílica de FHC. responsável por uma das

maiores transferancias de rique7..ae de ren-da ocorridas na história do Brasil.

Para inglês ver

No Bm~il de File. scn'ir a.1idívida." finan-ceiras tomou-se uma prioridade acima detodas as outra ••.

A dívida implica o pagamento de JUro~elevados, a deterioração das contas públi-cas, o aumemo da carga tnbulána. a rcdu~ção do~ ln\'c::'llmentos, o baixo nível deatividade econômlcil

Isto reduz o potencial dc crcscimenloeconômico e também a capacidade do Es-tado de combater a pobreza e a de<;igual-dade social, provoca a degradação dos ser-

fstadas Unidos: déficit público e gostos militaresOs cenários econômicos para o mundo nao se

alteraram signilicativamenle apôs os aconteci-mentos violentos do dia 11de setembro de 2001,nos Estados Unidos. Em 2000 já se delineavaclaramente um cenáno de desaceleração da eco-nomia none-americana, deVido à interação dequatro fatores; queda dos inves1imentos, redu-ção dos preços das açôes. aumento da taxa deluros e elevação do preço do petróleo

O governo nane-americano reagiu à situaçãoreduzindo a taxa básica de juros. Houve sete re~duçôes sucessivas nos oito primeiros meses de2001. A taxa básica de juros (taxa anualizada deempréstimo interbancário de um dia) reduziu-sesignificativamente: de 6.5% em janeiro para 4,5%em abril, e 3,5% em agosto. Na semana seguin-te aos eventos de Nova York e WaShington. oBanco Central none-americano reduziu a taxa dejuros para 3% e, pouco depois, para 2,5%.

Mas o endividamento privado nos EstadosUnidos e o crescimento do passivo externo daeconomia none-americana atingiram níveis preo-cupantes. E a situação das contas externas dosEstados Unidos tem influência no sistema de ta-xas de cambio das principais moedas da econo-mia internacional O problema mais relevante serelere à depreciação abrupta e sigmficativa damoeda none-americana em relaçao a outrasmoedas A redução do valor em moeda nacionaldo patrimônio dos investidores Internacionais nosEstados Unidos poderá implicar uma contração

!J. ARMADilHA DA DIVIDA 18

da liquídez internacional. Na medida em que sereduz o peso de ativos ·seguros· (denominadosem dôlares) no ponfólio dos investidores Internacionais, há um movimento no sentido de se redu-zir o peso de ativos de maior risco (como. porexemplo, titulos de empresas e governos)

Após o dia 11 de setembro de 2001, os dile-mas persistem. A desaceleração econômica dosEstados Unidos pode se transformar em recessãoprofunda e duradoura. Da mesma forma que anotes dos atentados, a trajetória econômica demédio prazo dependerá, em grande medida, dadisposição do governo norte·americano de reali·zargastos públicos substantivOs. Mais especifi·camente, a saída erae é transformar o atual equi·hbrio fiscal em um elevado déficit

No que diz respeito aos eleitos macroeconômi-cos, faz pouca diferença deixar de gastar 100 bi·Ihõesde dólares em programas sociaiSpara gastá-los em conflitos bélicos. Um engenheiro militarganhando 6.000 dólares na Califórnia tem o mes·mo impacto na economia que dois assistentessociais ganhando cada um 3.000 dôlares para tra·balhar nos subúrbios pobres de Nova York..

Na ausência de conllitos bélicos. o presidenteBush provavelmente seria levado a um ceno equi-libno entre os gastos SOCIaise os gastos na indús-tria de armamentos. Com os aconteClrflentos deNova Vorio:e Washington, Bush viu-se na confor-tável posIÇão de poder concentrar os gastos nocomplexo II1dvstnal e militar none·americano

Page 15: 2, a armadilha da dívida

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Page 16: 2, a armadilha da dívida

mesmo por govcrnos que, na casa dos ou-tros, estimulam a paranóia do superávitprimário.

(

Mo~tram, também. que mesmo governo..;l:ontrolados pelo capital financeiro perce-bem que um superávit fiscal orientado parao pagamento de Juros pode significar umfreio ao desenvolvimento.

Portanto. a "paranóia" do superávit pri-mário imposta pelo FMI e realizada pelogoverno FHC não é equívoco, ingenuida-de. ignorância ou esquiwfrenia do presi-dente da República. mas sim uma políticadeterminada e deliocrada de concentraçãoc transferência de riquezas.

Ampliando a dependênciaJunto com a desigualdade e a demOCrdclarc.strita, a dependência ex tema é lima dasprincipais características da sociedade bra-..;ileira.

Esta dependência conviveu. durantev,írios períodos de nossn história, com ci-clos de crescimento econômico. Doisexemplos disso: as décadas de 1950 e de1970. quando os capitais estrangeiros con-tribuíram ativamente para a expansão doPlB nacional.

Nos anos 90. o país também recebeu in-vestimentos estrangeiros de monta. Mas,na ocasião, aqueles investimentos não vie-ram participar de um ciclo de crcscimen-to; em compensação resultaram num apro-fundamento sem igual da dependênciaexterna do Bmsi!.

Dois indicadores deIxam ISSO claro: osaldo em conta corrente c o passivo ex-temo. O saldo em conta corrente conta-biliza as relações do Brasil com os de-mais países do mundo: se o saldo é nega-tivo. isso significa que O país está envi-ando maio;recursos para Oe"lerior do querecebendo.

A WWlllHA DA OlVIDA 20

o passivo externo, por sua veL, é a somade nossa dívida cxterna com o in\'estimcn-to e<;trangeiro no Brasil (no mercado fi-nanceiro, acionário ou sob a forma de in-vestimento direto): o valor rC\u1tante in-dica a presença do capnal estrangeiro naeconomia brasllcim. Se abatermo~ dc!.senúmero nossas reserva!. em moeda estran-geira mais os haveres externos dos ban-cos brasileiros. obteremo!'i um indicadorchamado "passivo externo líquido" Emoutras palavras: o saldo em conta correnteé uma medida de "I1U)(O",enquanto o pas-sivo externo é uma medida de "eslO(lue"

Em 1991, o saldo de transações corren·tes entre o Bmsil e o mundo em negativocm 1,4 bilhão dc dólares. Jáem 2000, nos-so saldo ncgalJvo foi de 24,6 bilhões dedólares. Em apena,>uma década, multipli-camos por 17 n05'>0déficit em mmsaç&:scorrentes. Em percentuais. a relação entreo déficit no balanço de pagamentos (saldode transações correntes) e o PIB aumen-tou de menos de I% para um déficit de4,4% em 2000 (Tabelas 7 e 8).

Em 1994. nosso passivo externo líquidoera de 185 bilhões de dólares. Em 2000.ele cresceu para 355 bilhões de dólares.Isso indica um aumento da vulnerabilidadecxterna da economia br..tsileira. Ou seja.hoje somos mais suscetíveis. Oll menosresistentes. a pressões, fatores desestabi-h7.adores e choques externos.

Uma análise qualitativa da pre.'>ençadocapital estrangeiro na economia brnsileiraconfirma que o modelo econômico inicia-do no governo Collor e ampliado e apro-fundado no go\crno FIIC implicou sériosdesequilíbrios nas esferas comercial, fi-nanceira. proouti\a e tecnológica (Gonçat\'es. 1999). '\1~i\que isso: FHC quebrou oEstado brasileiro.

Page 17: 2, a armadilha da dívida

'VWOd UllVA 1l Ilh1VJN09 OOlVNI3~

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Page 18: 2, a armadilha da dívida

moeda em poder do público + reservas dosbancos comerciais). Ao emitir moeda para

( pagar ...uas dívidas. o Estado gera inOação,\ que reduz o valor real daquelas dívidas.

Na prática. há uma transferência de recur-sos reais para o Estado. que os ulili7..<l pamfinanciar seus déricils (CARVALHO el

olii. 2001, p. 94-96).

Estima·se que em uma situaçao de in-flação anual de 100%, com uma base mo-netária de 2,9% do PIB. o imposto infla-cionário "cJa de 2% do PlB (GIAMBIAGTe ALÉM, 1999. p. 109). Isto é. com essesparâmetros o governo poderia financiardéficils fiscais equivalentes (em termosreais) a 2i,{- do PIB. por meio da emissãode moeda e de slIa depreciação.

Governo ••podem também tomar emprés-timos ou emitir diferentes lipos de títulos,

no exterior, para financiar os seus déficits.Surge. então. o endividamento externo jun-to a credores internacionais. Os credorespodem ser oficiais (in"tituições multilate-rai .••ou bilaterai ••) ou privados (bancos co-merciais, instituiçõcs financeinL'ô. fundosde pensão. fundo ••de Investimento. segu-radoras e outros).

O endividamento intemoé outra da ••for-mas de financiamento do déficit público.Por meio da emissão de dIferentes tiposde títulos. os governos e o Banco Centralcontraem dívidas Junto a residentes. quepodem ser pe .••.••oas físicas ou jurídicas re-sidentes no país, inclusive sub"idiária., deempresas Iran .••aclOnais e filiais de bancosestrangeiros atuando no paí<;.

O governo tamlXm pode vender títulos.não para linanciarseu déficit. mas sim para

Plana Real e endividamento públicaEm 1994. o então mimstro da Fazenda lançou

o Plano Real Sob o pretexto de derrubar a inlla-ção. o governo promoveu uma intensa aberturacomercial. As exportações cresceram muito. masas Importações cresceram mais ainda. gerandodéfiCit crescente na balança comercial. Ao longodesses anos, cresceu também o gasto do paíscom o serviço da dívida externa- o quanto paga'mos de juros e amortização -, com as remessasde lucro, com as viagens internacionais e com opagamento de royalries. Resultado: o Brasil pas-sou a ter um enorme déficit nas transações cor-rentes com os outros países.

Este déficit foi financiado por capitais estran-geiros. que vieram para o Brasil sob a forma deinvestimento, empréstimo ou investimento decurto prazo. O governo estimulou a vinda dessescapitais por meio de vários expedientes, entre elesas altas taxas de JUfO.

Como resultado, cresceu o estoque da dividae também o serviço da dívida, tanto externacomo, prinCipalmente. interna. Entre 1994 e1999, o pais gastou com juros mais de 250 bi·Ihões de reais

A politlC8 de Juros altos também teve eleltosdesastrosos sobre as finanças públicas estaduaise municipaiS. Como boa parte das dívidas des·ses governos estava contratada com taxas de

A ARlMDllHA DA DíVIDA 22

juros lIutuantes, e que chegaram a mais de 33%ao ano em termos reais em 1995, houve umaexplosão dessas dividas. Foi o caso da divida deestados como São Paulo e Rio Grande do Sul,forçados depois a renegociá·las em termos alla-mente desfavoráveis aos seus interesses

A entrada de capitais estrangeiros contribuiu paraa valorização do real em relação ao dólar, Somen·te o custo de acumulação de reservas internacio-nais no Banco Central pode ser estimado em até76 bilhões de reais, depondendo dos parâmetrosutilizados (considerando·se nesse caso todo o di·ferencial de juros entre o rendimento das reservase a taxa de juros básica do Banco Central).

Uma parte também expressiva da dívida foi acu-mulada em outras despesas decorrentes da poli·tica monetária e cambial praticada nesse período,bem como da disposição do governo de protegera todo custo os interesses do grande capltallinan-ceiro, Uma dessas lontes foi o Programa de Estí·mula à Reestruturação do Sistema FinanceiroNacional (Proer). Depois de negar, contra todasas evidências. que o Prcerteria um elevado custofiscal. o Banco CentraJ foi obrigado a reconhecerum prejuízo lá realizado de mais de 13 bilhões dereais, valor incorporado à divida interna

Além dessas Implicações imediatas no cresci-mento da divida Interna, a polihca econõmica do

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Page 20: 2, a armadilha da dívida

públicas, que poderia servir de base paraa construção de um modelo alternativo deeconomia, sociedade c política.

Mas quando a '\ocial-democracia bra-sileira" chegou ao governo federal, em1995, com a eleição do presidente Fernan-do Henrique Cardoso, as finanças públi-

Icas foram colocadas a serviço de uma po-lítica d~ desmonte do Eswdo, socialmenteregressiva e geradora de in<;tabilidadeeco-

I nômlca.A situação fiscal brasileira degradou-

se significativamente ao longo do gover-no FHC. A partir de 1995, o desempe-nho medíocre da economia brasileiraestá associado a um aumento imponantedos gastos públicos, bem como à ocor-rência de sucessivos déficits públicos(Tabela 9).

Os dados do governo central mostramum•• fone tendência de aumento da rela-ção gastos/PIB, que saltou de 14% em1995 para 22,70/1' em 2000. Em 1995 oTesouro Nacional apresentou um superá-vit, mas a panir de então têm ocorridodéficits crônicos.

Os dados de estoque da dívida públicamo:;lram a mesma situação de deteriora-ção lIO longo do governo FHC. O creM:i-menta da dívida mobiliária mtema foiexponencial a partir de 1995. Em valorescorrentes essa dívida saltou de 62 bilhõesde reais no final de 1994 para 579 bilhõesde reais em junho de 2001 (Colljlllltllra

Ecollômica, agosto de 2001, p. Xl). l<;sosignifica um crescimento médio anual Sll·perior a 40% em termos nominais e a 30%em tennos reais.

A relação entre a dívida interna líquidado governo central e o PIB aumentou de9,8% em 1995 para 23,4% em 2000, comuma nítida tendência de crescimento du-rante o governo FHC. Nesse período temhavido, ainda, o aumento da dívida públi-ca externa. A relação dívida externalP!B

A ARAADllHA OA OiVIOA 24

mais do que duplicou, tendo aumentadode 3,S1K em 1995 panl 7,5% em 2000. Oresulti.ldo é que a relação entre a dívidalíquida total do governo celltml e o P1Baumentou de 13,2% em 1995 para 30,9%C 111 2000.

Essa degradação da.!. finanças públicasparece <;erúnica na histórica econômicabrasileira. Os dados mostram que, para Oconjunto do selOr público brasileiro, o dé-ficit opemcional médio foi de 4,2% noperíodo 1995-2000. Nesse mesmo perío-do houve um super::ívitfiscal médio de 1%,

Isso significa que o pagamento de jurosreais sobre a dívida pública rcpre.!.entouem média 5.2q· do PIS (Tabela 10).

Comparativamenlt.: ao período de altainflação (1980-1994), a situação fi~çal bra-sileira (tomando como base as contas dogoverno federal) piorou significativamentedurante o governo File. A relação médiajuros reais/PIB aumentou de 4.6% em1983-1994 para 5,2% no período 1995-2000, enquanto a relação média superávitprimáriolPlB foi de 2.2% e I% respecti-vamente. O déficit nominal do PIB foi daordem de 8% durante o governo FHC.

Dívida e aberturacomercial

O .• analista:. consen'adores dizem que od~ficít existente na" contas externas doBrasil é causado pelo déficit público. Ouseja: o rombo causado pelos gastos exces-sivos do Estado geraria. por diversos ca-minhos, um déficit em nossas relações como restante do mundo.

Um daqueles caminhos, muito citado.está relacionado ao chamado "custo Bra-sil": para cobm o déficit público. o go-verno cobra munos impostos. o que enca-rece os produtos fabricados no Brasil, di-

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Page 22: 2, a armadilha da dívida

entrada de recursos eXlernos (endIvida-mentO externo, inclusive).

Os dados do Banco Central do Brasilsobre necessidades de financiamenlo doselar público para as diferenles esferas degovemo comprovam claramente essas afir-mações. No caso do governo fedcml veri-ficou-se, inclusive, equilíbrio ou superá-\it primário em 1998-2000. Ma.s os jurosabsurdamente elevados, inelu~ivc em de·corrência das crise>;cambiais recorrentes,provocaram gigantescos déficits nominais(Tabela 11).

A mesma situação tem se verificado nocasados governos estaduais e mUnicipais,que têm sido vítimas da polílica de jurosaltos do governo federal. Em 2000, porexemplo, os governos c..staduais tiveramum superávit primário de 0,4% do PIB, quefoi mais do que absorvido por um déficitcorrespondente ao pagamento de juros de2,2'1; do PTB. A situação dos municípiosnão é diferenle: O superávit primário fOIde O,I % do PlB, enquanto o pagamentode juros correspondell a 0.4% do PIB no-minal. No caso das estatais, a >;ituação édiMinta apenas porque, em 1999 e 2000,houve superávits primários que mais doque compensaram o pagamenlo de juros.hto é. as empresas estatais contribuíramem quase' % para a redução do total dasnecessidades de financiamento do setorpúblico, apesar dos juros absurdos.

A importância do pagamento de jurospara a degradação das contas públicas bra-sileiras, bem como Opapel dos juros comofreio ao crescimento econômico, são c1a·ramente demonstrados pelos dados. Nogovel"l1oFHC, a relação média entre o pa-gamento de juros sobre a dívida pública eo PIS foi de 6,2'k, significativamentemaior do que a média do período 1983-2000. que foi de 4,5% (Tabela 12).

O desempenho do governo FHC tambémfoi inferior, se comparado ao período an-

!J."'RJI\.6DllHâDA oíVID'" 26

(criar, em teonos tanto da taxa de inve~ll-menta como da taxa de crescimento doPlB.

Ao analisarmos a relação entre o paga-mento de JUros sobre a dívida púbhca c ataxa de investimento, verificaremos queaproximadamente um quarto (26.4%) doinvestimento lotai na econOmia foi trans-ferido do governo para os renlistas, na for-ma de pagamento de juros. Não é por ou-tm razão que a ciranda financeira retomacom o gO\'emo FHC.

Considerando que parte expre~siva darenda proveniente de juros fica no circuitofinanceiro, e, portanto, não retoma ao ~is-tema produth·o. dá para se ter uma idéia doefeito contracionista dos juros da díVIdaIlltema. Se essa renda tivesse sido gasta pelosetor público. como invcstimento ou cus-teio, haveria uma injeção de gastos corres-pondente a um quarto dos investimentos.

Tirando mais de quemtem menos

Ao longo do governo FIle houve umaumento significativo da carga tributária,que pulou de 28,4g. do Pffi em 1995 para31,7'1 em 1999 (Tabcla 13).

Entretanto, e<;sa situação nflo pode sergeneralizada para as diferentes esferas dego\'erno. Ela é \álida, sobretudo, para ogoverno federal, cuja carga lribullíria bru·ta aumentou de 18,5% do PIS em 1995para 21,8'k em 1999. Esse aumetUo dearrecadação tributária do govcrno fedemlocorreu tanto nas unidades administrati-vas como na Previdência Social.

Em 1999, o go\emo fedeml respondeupor aproximadamente 70% da carga tri-butária bruta no Brasil. Isto significa queno final do século XX e no início do sécu-lo XXJ a distribuição da carga tributária

Page 23: 2, a armadilha da dívida

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rência para os governos estaduais. quemais do que compensou a perda de arre-cadação desses governos correspondentea níveis mais baixos de atividade econô-mica. Assim. a receita disponível dos es-lados manteve-se relatIvamente estável noperíodo 1995-1999. graças às transferên-cias feitas pelo governo federal. No casodos municípios, verificou4se um aumentoda receita disponível em decorrência dastmn.<;ferencias fedemis ao longo do peóo-do em questão.

A situação acima não parece se alterarsignificativamente no caso da carga tribu-tária líquida (impostos + ta'(as + contri-buiçõcs· subsídios - benefícios - transfe-rências) do governo federal. que mostmuma nÍlida tendência de crescImento apartlrdc 1995 (Tabela 15).

Há uma redução da carga tributária lí-quida dos estados e lima certa estabilida-de da carga tributária líquida dos municí-pios. Em 1999. a carga tributária líquida(como percentual do PIB) dos governosfederal. estadual e municipal era de 9,8%.5.7% e I Iit, respectivamente. Isto é, o go-verno federal respondeu por cerca de 60%da carga triblltária líquida na economiabrasileira em 1999.

A arrecadação bruta de receitas federaisaumentou significativamente a partir de1995 e, principalmenle, depois de 1997.Curiosamente. o aumento da arrecadaçãoocorreu simultaneamente à desaceleração(e ao desempenho medíocre) da economiabrasileira. De fala. a arrecadação bruta dogoverno federal qU<l<;eduplicou durante ogoverno FHC, pois foi de aproximadamen-te95 bilhõcs de rcaisem 1995-%ede 176bilhõcs de reais em 2000.

Mesmo se descontarmos uma inflaçãoacumulada de40'k (IGP-JDacumulado noperíodo 1997-2000). houve um crescimen-to real de aproximadamente 50%. Essecrescimento decorreu, em gmnde medida,

A ARMOILHA DA OiVIDA 28

do aumento do Impo~to de renda sobre aspessoas físicas. da Cofins e da CPMF. Demodo geral. comparando-se o ano 2000com 1995-1996, pode-se afirmar que oaumento de 80 bilhõe ••de reai ••de arreca-dação foi proveniente do imposto de ren-dadas pessoas físic~ (10 bilhõcs de reais).da Cofins (20 bilhõcs de reais) e da CPMF(15 bilhõel>de reuls).lsto é. mais de doisterços do aumento de arrecadação derivamde três lributos (um imposto e duas con-tribuições)

Em resumo: o governo FHC aplicou umapolítica monetária contraeionista (jurosaltos) e uma política fi<;calre<;tritiva (im-postos altos). AS"101. é fácil entender tan-to o desempenho m~díocre da economiabra.<.ilelradumnte o governo FHC como aconcentração de riqueLa e renda. Afinal.o aumento da carga tnbutária tem signifi-cado que o governo retira renda da maio-ria das famílias e das empresas para pagaros juros altos devidos aos rcntistas.

O principal dilema da política Iribut<Íriadurante o governo FHC não reside no au-mento da carga, e sim no destino dado aosrecursos extraídos da sociedade. Afinal,conforme já mencionado. o aumento dosimpostos pode ter diversos efeitos positi-vos sobre a economia e a sociedade. En-tretanto, no caso do gov~rno FHC, o au-mento de impostos telll sitio acomp<lIlha-do da contração de gastos públicos no ladoreal da economia. ao mesmo tempo em quecrescem as despesas financeiras do gover-no. Essa redução dos gastos públicos(exceto juros), com transferência de ren-da para os rentistas do sistema financeiro,coloca uma trava na economia brasileira eestá na origem da degradação da inrra~estrulum do país. inclusive da crise de e-nergia elétrica.

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ral)o A dívida externll líquida do setor pú-blico aumentou de 5,6% do PTBem 1995para 9,7% em 2000. M;lis uma vez. o des-taque fica por conta do aumento do endi-vidamento do governo federal, cuja dívi-da externa líquida (como proporção doPIB) mais do que dobrou no período emquestão.

Entretanto. o fato de maior reientncia éO cre~Clmcnto bmlal da dívida interna lí-qUida do setor público. A relação entrees~a dívida e o PlB passou de 24,9'k em1995 para 39,5% em 2000. O governo fe-deral é. "em dúvida alguma, o principalvilão dessa hislória dmmálica. A relaçãoentre a dívida interna do governo federalco PIS aumentou de 9.8%. em 1995. para23,4c,*" em 2000. O aumento do endivida-mcnlO do~ governos estaduais e municipaisé. quase que totalmente. compensado pelaqueda do endividamento das empresas es-tatais, Em 2000. o governo federal e oBanco Central respondiam por aproxima~damenle 60'R: da dívida líquida total dosetor público.

O aumento da dívida interna do setorpüblico decorre, em grande medida. dapolítica de taxas de juros altas do govemoFHC. Essa política de juros altos decor~reu, principalmente, da necessidade deobter financiamento para os déficits crô~nicos das contas externas e enfrentar ascrises cambiais recorrentes.

O desequilíbrio extemo também está naorigem de uma importante mudança noproccsso de endividamento do governofederaL a saber, a çrescente indexação doslílUlos públicos à laxa de câmbio.

Quando o governo vende um título pú-blico, ele assume um compromisso: ao fi-nal de um determinado prazo, ele deve pa-gar ao portador do título O valor de facedo título. mais um valor adicional. Estevalor adicional pode ser definido no atoda venda do título (nesse ca.so, teremos

A AR.oIWlllHA DA DíVIDA 30

uma dívida pré-fixada) ou pode ser defi-nido no alOdo resgate do título (nesse caso,teremos uma dívida pós-fixada). No casodas dívidas pós-fixadas, é comum se lra-balharcom dois tipos de indexador: a taxade juros ou a variação cambial. Natur.tl~mente. exislem a.s variallles de cada tipode indexador. bem como a combinaçãoenlre ambú',.

Quando Ogoverno vende lítulos pós-fi-xado ••. baseado •• na variação da taxa decâmbio, seu obJemo principal ~ criar ummecanismo de proteção pam as empresa.sno Brasil que têm passivos em dólares.Nestc grupo incluem-se lodas as empre~sas endividadas em dólares ou aquelascujos proprietários são e •.•tr..ll1gclros(sub-sidiárias e filiai ••de empresas Iransnacio-nais ou bancos eSlr..lllgeiros).

As empresas que têm dívidas em dóla-res podcm perder muito dinheiro, casohaja uma desvalorização cambial. Porexemplo: se a taxa de cflmbio era de I: I(um real = um dólar) quando a dívida foicontraída e, no momento de pagar a dívi-da, a taxa de câmbio for de 2: t (dois rcai ••= um dólar). a empresa devedora Icrá queprovidenciar o dobro de recursos em reaispara poder pagar a mesma dívida em dó-lares.

1maginemos que esta empresa endivida-da comprou títulos do governo. pós-fixa-dos com base na variação da tnxa cambial.Suponhamos que ela comprou I milhão dereais em título:>plíblicos, numa taxa de I: I,portamo o equivalemcntc a I milhão dedólares. Quando chega o momento do res~gate dos títulos. a taxa de cambio é de 2: I .Resultado: o governo é obrigado a pagar2 milhões de reais (o equivalentc a I mi-lhão de dólares).

:"oJcsseca~o. quem tomou prejuízo coma dcs\'alorizilção cambial foi o gO\emo.não a empresa. Por ISSO, as empresasendividadas em dólar eOSlUmam fazer

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