1ª aula, dignidade da vida

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EMRC, NO STRESS Sumário: A dignidade da Pessoa Humana A Vida como o Valor.

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EMRC, NO STRESS

Sumário: A dignidade da Pessoa HumanaA Vida como o Valor.

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O início da vida humana

A taxonomia — ciência que tem por finalidade a classificação dos seres vivos — cataloga o ser humano da seguinte forma:

• Reino: Animalia (o homem é um animal)• Filo: Chordata (possui uma coluna vertebral)• Classe: Mammalia (classe dos que mamam; inclui todos os mamíferos)• Subclasse: Placentalia (é um mamífero cuja fêmea possui placenta)• Ordem: Primata• Família: Hominidae (a este grupo pertencem também os gorilas e os chimpanzés)• Género: Homo• Espécie: Homo Sapiens• Subespécie: Homo Sapiens Sapiens

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Toda a pessoa — independentemente da sua cor, religião, nacionalidade ou condição social — encontra nesta organização taxonómica uma linha comum no seu processo evolutivo, que lhe garante um estatuto de pertença e dignidade distinto dos outros seres vivos. Os dados científicos remetem-nos para a singularidade do ser humano, enquanto indivíduo que se distanciou gradualmente dos outros seres vivos, em geral, e dos animais, em particular, conquistando uma inteligência superior, capaz de criar mundos alternativos, de desenvolver consciência ética e de se reconhecer numa relação social. No seu percurso, o ser humano foi ganhando consciência da sua dignidade. Mas a sua acção ora se orienta para a defesa da mesma, ora a fere, pondo em causa a própria vida humana.

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Para alguns, a vida humana tem o seu início quando ocorre a nidação, porque,nos estádios anteriores, as células que vão constituir o ser humano ainda nãose diferenciaram; para outros, a vida humana só se inicia quando começa aactividade cerebral, por analogia com a morte, que é determinada pela paragem do funcionamento do cérebro. Outros defendem que o início da vida humana ocorre quando a actividade cerebral emite ondas tipicamente humanas, porque é este aspecto que distingue o ser humano dos outros animais. Outros, ainda, só estão dispostos a reconhecer o ser humano a partir do momento do parto, porque o feto só assume personalidade jurídica quando nasce para a sociedade.Muitos, no entanto, defendem que a vida humana tem início no momento dafecundação, porque o desenvolvimento de um ser humano é um processo contínuo que não permite identificar com precisão saltos de qualidade. É também esta a posição da Igreja Católica.

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A vida humana – Um valor a defenderDe entre todos os valores, a vida humana é o valor primordial, sendo este o pontode partida de todos os direitos da pessoa. Como poderíamos, por exemplo, exigir quese fizesse justiça a alguém se lhe negássemos o direito de existir? Se a vida humananão estiver assegurada, é simplesmente impossível a realização dos outros valores.A solidariedade, a verdade e a bondade só têm razão de ser se estiverem relacionadoscom a defesa da vida humana. É por isso que a vida é o valor primordial, sem o qualnão poderiam existir os restantes valores.Uma vez que o ser humano é — em variadas situações — agredido, negado eviolentado, ficando a vida humana seriamente comprometida, a humanidadeelaborou «códigos» que têm como objectivo defender expressamente a vida humanae a sua dignidade.Age de tal modo que trates

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A vida — dádiva de Deus

Na perspectiva judaico-cristã e islâmica, Deus é a origem da vida. É nele que seencontra a plenitude da vida, em toda a sua perfeição, a qual não conhece início nemterá ocaso. O ser humano é um ser vivente porque recebeu de Deus a vida como um dominestimável. A vida é, pois, o primeiro dom de Deus. Todo o crente sente que tem paracom ele uma enorme dívida de gratidão. Nada fez para merecer existir e, contudo, Deusquis que existisse. Por isso, através da oração, agradece a Deus esta dádiva fundamental.Mas a melhor maneira de a agradecer é cultivá-la e respeitá-la, como quem cuida damaior prenda que alguma vez lhe tenha sido oferecida. É por isso que o respeito pelavida faz parte do Decálogo, a lei fundamental da Bíblia: «Não matarás».

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O valor da vida humana no Hinduísmo

Eu não desejo matar os meus professores, tios, filhos, avós, sogros, netos,cunhados e outros parentes que estão prestes a matar-nos, ó Krishna.Ó Senhor Krishna, que prazer há em matar os nossos primos? Por mataros nossos semelhantes nós iremos incorrer num crime e, consequentemente,num pecado. Portanto, nós não mataremos os nossos primos. Como podealguém ser feliz depois de matar os seus parentes, ó Krishna?De qualquer modo, eles estão cegos pela ambição e não vêem maldadena destruição da família ou pecado por traírem os seus amigos.Bhagavad-Gita

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A vida humana no Alcorão

Ó vós que credes, sede firmes na distribuição da justiça, mesmo contravós mesmos, vossos pais e vossos parentes, trate-se de ricos ou indigentes.Deus vela sobre todos. (4, 135)Quem matar uma pessoa sem que esta tenha matado outra ou tenhaespalhado a corrupção sobre a Terra seja julgado como se houvesse matadotoda a humanidade e quem a ressuscitar seja recompensado como se tivesseressuscitado toda a humanidade. (5, 32)Dai o que é justo ao próximo, ao pobre e ao viajante. (17, 26)Não mateis os vossos filhos por temor da miséria. O seu assassínio é umagrande falta. (17, 31)

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Vida… no Budismo

Tudo o que existe no mundo possui uma alma, não só o ser humanoe os animais, como também as plantas, as pedras, as gotas de água, etc.O respeito pela vida é o primeiro (e o mais importante) mandamento budista.Por essa razão é que, ao andar, deve o monge varrer diante de si para nãocorrer o risco de matar algum animal pequeno. A doutrina budista proclamao respeito absoluto pela vida humana.

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Declaração Universal dos Direitos Humanos

O reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da famíliahumana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento daliberdade, da justiça e da paz no mundo.

Artigo 1.º: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidadee em direitos. Dotados de razão e consciência, devem agir uns para com osoutros em espírito de fraternidade.

Artigo 2.º: Todos os seres humanos podem invocar os direitos e asliberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma,nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opiniãopolítica ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento,ou de qualquer outra situação.

Artigo 3.º: Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Este documento foi proclamado a 10 de Dezembro de 1948, após a Segunda GuerraMundial

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Um longo caminho a percorrer

João Paulo II exerceu a sua acção como papa de forma incansável; dedicou todas as suas energias a percorrer o mundo, revelando o seu amor por toda a humanidade. Efectuou cento e quatro viagens apostólicas a cento e vinte e nove países. Visitou hospitais, prisões, bairros pobres, leprosarias… chamando a atenção para a beleza davida e da pessoa humana.