produção agroecológica garante vida com dignidade

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Para viver com dignidade é necessário ter um mínimo de recursos, como alimentos de qualidade e quantidade, saúde, respeito, participação social, entre outros. Estes recursos estão sendo adquiridos pela família da senhora Maria Dalva Gomes da Silva, conhecida como Elizângela, do senhor Antônio da Silva, conhecido como Totonho e seus dois filhos, Ronaldo e Renata. Residem na comunidade Maguari, faz parte do município de Aracoiaba, distante trinta quilômetros da sede, situado na região maciço de Baturite, no Ceará. A vida dessa família parece ser bem simples, assim como a de tantas outras, que vivem na comunidade. No entanto, algo diferencia das demais. Depois de serem beneficiados com uma cisterna- calçadão, do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e participado dos Cursos de Gerenciamento de Água para Produção de Alimentos e Sistema Simplificado de Água para Irrigação e outras capacitações feitas pela Organização Barreira Amigos Solidários (Obas), Instituição que executa o programa na região, passaram a cuidar da terra de forma sustentável e ampliaram o cultivo de hortas e frutíferas. Antes plantavam para comer, atualmente plantam para comer e vender. A alegria que o casal sente por ter uma cisterna de 52 mil litros no quintal de casa é evidente. Mas, a forma com que cuida da água é o ponto chave para se avaliar o valor que dão a este bem tão precioso para o Semiárido. Elizângela conta que seu maior sonho era ter uma cisterna-calçadão para poder cultivar hortas. E esta veio no momento certo. Com a cisterna plantamos nossa horta e algumas frutas, tanto para o consumo de casa, como para vender o excedente. Antes comprava as verduras na feira de Aracoiaba e melancia só no inverno e agora até neste período de estiagem ”, diz Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Produção agroecológica garante vida com dignidade Elizângela e Totonho (no centro), Renata e Ronaldo Canteiro de coentro e cebola regado com água da cisterna Ano 5 | nº 94 | Setembro | 2011 Aracoiaba - Ceará Ceará 1

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Page 1: Produção agroecológica garante vida com dignidade

Para viver com dignidade é necessário ter um mínimo de recursos, como alimentos de qualidade e quantidade, saúde, respeito, participação social, entre outros.

Estes recursos estão sendo adquiridos pela família da senhora Maria Dalva Gomes da Silva, conhecida como Elizângela, do senhor Antônio da Silva, conhecido como Totonho e seus dois filhos, Ronaldo e Renata. Residem na comunidade Maguari, faz parte do município de Aracoiaba, distante trinta quilômetros da sede, situado na região maciço de Baturite, no Ceará.

A vida dessa família parece ser bem simples, assim como a de tantas outras, que vivem na comunidade.

No entanto, algo diferencia das demais. Depois de serem beneficiados com uma cisterna-calçadão, do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e participado dos Cursos de Gerenciamento de Água para Produção de Alimentos e Sistema Simplificado de Água para Irrigação e outras capacitações feitas pela Organização Barreira Amigos Solidários (Obas), Instituição que executa o programa na região, passaram a cuidar da terra de forma

sustentável e ampliaram o cultivo de hortas e frutíferas. Antes plantavam para comer, atualmente plantam para comer e vender. A alegria que o casal sente por ter uma cisterna de 52 mil litros no quintal de casa é evidente. Mas, a forma com que cuida da água é o ponto chave para se avaliar o valor que dão a este bem tão precioso para o Semiárido.

Elizângela conta que seu maior sonho era ter uma cisterna-calçadão para poder cultivar hortas. E esta veio no momento certo.

Com a cisterna plantamos nossa horta e algumas frutas, tanto para o consumo de casa, como para vender o excedente. Antes comprava as verduras na feira de Aracoiaba e melancia só no inverno e agora até neste período de estiagem

”, diz

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Produção agroecológica garante vida com dignidade

Elizângela e Totonho (no centro), Renata e Ronaldo

Canteiro de coentro e cebola regado com água da cisterna

Ano 5 | nº 94 | Setembro | 2011Aracoiaba - Ceará

Ceará 1

Page 2: Produção agroecológica garante vida com dignidade

Totonho

“t

“ ”, declarou Elizângela. “Antes não tínhamos nenhum centavos, agora não falta real no bolso”, acrescentou Renata, filha de dez anos.

. Elizângela complementa, em dias que fornecemos mais de duzentos moios de cheiro verde na região . Ela faz questão de lembrar que no período chuvoso a venda das verduras renderam até mil reais por mês.

A família de Elizângela faz de tudo um pouco para viver melhor. Além do cultivo agrícola de feijão e milho e hortas, trabalham também com apicultura. Teve ano que tiraram oitenta baldes de mel, de 18 litros, vendidos a R$ 6,00 cada.

O cultivo dos legumes e o mel são produzidos em menos de quatro hectares de terra, já as verduras e frutas em menos de uma hectare.

Os benefício são percebidos na saúde e também no bolso. Elizângela conta que antes vivia doente em crises de gastrite e febre reumática, atualmente não sente mais nada. Ela atribui a recuperação também à ocupação que tem com o cultivo e o consumo dos alimentos produzidos de forma saudáveis . Não acrescentamos nenhum tipo de agrotoxicos

As dificuldades ainda existem, duas delas é pouca terra e pouca água para plantar muito, no mesmo espaço onde cultivam as hortaliças há um pequeno pedaço de terra que pertence ao pai de Totonho, a família sonha em adquirir a terra. Quanto à água, querem comprar um motor para puxar água do açude até o plantio, assim a água da cisterna ficará guardada para ser utilizada no período de estiagem.

A família tem uma garantia de produção sustentável, a partir do manejo e o cultivo consciente da terra e da água. Sabem que estes recursos naturais são fundamentais para se viver melhor no semiárido, bem como, rentabilidade e qualidade de vida.

Renata colhendo beringela no quintal

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Apoio:

www.asabrasil.org.br

Melancia, mamão, seriguela, coentro e abobrinha - os frutos que vão para a mesa da família de Elizângela e Totonho

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