19 agosto 2012

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XX 152 19/08/2012 * Monumento ao abandono - p. 01 * Candidatos desrespeitam a lei com uso de ONGs na busca pelo voto - p.03 * Anel Rodoviário: uma armadilha a cada 1,4 km - p. 12

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Clipping Geral Eletrônico

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XX 152 19/08/2012

* Monumento ao abandono - p. 01

* Candidatos desrespeitam a lei com uso de ONGs na busca pelo voto - p.03

* Anel Rodoviário: uma armadilha a cada 1,4 km - p. 12

Gustavo WerneckOs brasileiros lembram amanhã

o fim da Revolução Liberal de 1842, que opôs no campo de batalha as tro-pas imperiais, comandadas pelo bri-gadeiro Luis Alves de Lima e Silva (1803-1880), que passaria à história como o duque de Caxias, e as forças chefiadas pelo mineiro Teófilo Otoni (1807-1869). Em jogo, estava a defe-sa dos princípios constitucionais e da liberdade. Passados exatos 170 anos, o local do último combate (ver a crono-logia), travado em Santa Luzia, na Re-gião Metropolitana de Belo Horizonte, é um cenário que em nada reverencia a coragem dos 5.460 homens (2.460 do Exército e 3 mil liberais) envolvidos no conflito. No sítio histórico Muro de Pedras/Recanto dos Bravos, a três qui-lômetros do Centro da cidade histórica, há lixo, árvore queimada, depredação, muito mato e outras agressões, como o furto da placa comemorativa do Cente-nário, afixada, em 1942, pelo governo estadual. O abandono foi constatado em laudo do Ministério Público de Mi-nas Gerais (MPMG). Pior ainda é que o muro de pedras, símbolo da região, vem nitidamente perdendo sua estru-tura, em um completo desrespeito ao patrimônio de Minas e à memória do país.

Protegido pela Lei Orgânica mu-nicipal e de propriedade da Prefeitura de Santa Luzia, responsável pelo tom-bamento, o sítio histórico foi alvo de ação popular, em meados da década passada, motivada pela destruição de parte do muro de pedras. Na sequência, o processo foi assumido pelo MPMG. “A situação é de abandono”, diz a pro-motora de Justiça da comarca, Vanessa Campolina Rebello Horta, que, no mês passado, a partir do laudo, instaurou inquérito civil público para que o pa-trimônio seja protegido e restaurado. Preocupada, ela diz que vai pedir ao comando da 4ª Região Militar do Exér-cito que auxilie na preservação. “Não adianta o município apenas recuperar a

área, é preciso que fiscalize e mantenha vigilância constante”, diz a promotora.

De acordo com o laudo elabora-do em junho pela arquiteta e urbanista Andréa Lanna Mendes Novais e pela historiadora Neise Mendes Duarte, da Coordenadoria das Promotorias de Jus-tiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico/MG (CPPC), houve agrava-mento no estado de conservação do sí-tio em relação a 2008, quando foi feita outra visita técnica. Diz o documento: “O poder público municipal deixou de zelar pelo patrimônio cultural ao se omitir no dever de fiscalizar e preser-var a integridade dos bens”. A equipe sugere medida emergencial para se evitarem maiores descaracterizações, como capina da área e no seu entorno e limpeza de todo o conjunto formado pelo muro de pedras e monumento a Caxias, patrono do Exército, o que im-pediria a proliferação de animais, acú-mulo de lixo, umidade e propagação de incêndio. As especialistas orientam que a remoção da vegetação deverá ser criteriosa, evitando-se, assim, novos danos, além de recomendar que pedras soltas sejam guardadas para uso futuro no restauro.

Para recuperar a área, a equipe da coordenadoria sugere pesquisa arqueo-lógica; execução de um projeto de re-vitalização; implantação de sistema de iluminação adequado e de mobiliário urbano (lixeira e bancos), com aprova-ção prévia do Conselho de Patrimônio Cultural de Santa Luzia; sinalização; programas de educação patrimonial; e elaboração de uma proposta de uso para o local, compatível com as suas características e permitindo a perpetua-ção dos bens e incorporação do sítio ao cotidiano dos moradores.VANDALISMO

No início da tarde de quinta-feira, a equipe do Estado de Minas esteve no sítio histórico e constatou a situação do Muro de Pedras. No dia seguinte, servi-dores da prefeitura fizeram alguns servi-ços para a solenidade cívico-militar de

amanhã, como pintura dos meios-fios, retirada de lixo e uso de caminhão-pipa para molhar o gramado. Antes, havia sujeira por todo lado: no pódio de al-venaria, construído em 1992 para rece-ber as autoridades durante a entrega da condecoração da Láurea Cruz da Bata-lha de Santa Luzia, no gramado perto do Monumento a Caxias e no entorno. Quem passa por ali pode ver que de-saparecem as pedras da mureta, usadas para dividir terrenos no século 19, e se transformaram, durante o conflito, em trincheiras. Há quem afirme que os blo-cos são usados nos alicerces de casas da região. O vandalismo não perdoou nem uma das árvores das imediações do monumento. Alguém ateou fogo à base e deixou a madeira em cinzas e carvão.

O coordenador do CPPC, promo-tor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, diz que os serviços no Muro de Pedras devem ser constantes, e não uma vez por ano, às vésperas da soleni-dade, como faz a prefeitura atualmente. “Não podemos permitir que isso ocor-ra. É preciso cuidado o tempo todo. A comunidade de Santa Luzia deve se apropriar do espaço e valorizar sempre essa que é uma das páginas mais im-portantes da história do Brasil”, diz.

A Prefeitura de Santa Luzia, via assessoria de imprensa, informa des-conhecer o atual lado do MPMG e sustenta que não recebeu notificação recente sobre o assunto. Em nota, a Procuradoria-geral do Município cita um laudo do MP, elaborado “há aproxi-madamente seis anos nos autos de uma ação popular” e ressalta que “todas as irregularidades encontradas no local foram praticadas há mais de 12 anos, não havendo notícias de ausência de conservação do local atualmente”.

COMEMORAÇÃOOs 170 anos do fim da Revolução

Liberal serão celebrados amanhã, com solenidade, às 8h, no Museu Histórico Aurélio Dolabella – Casa de Cultura

EStADO DE MINAS - ON LINE - 19.08.2012MEMÓRIA DEPREDADA

Monumento ao abandono Muro de Pedras, em Santa Luzia, local do último combate da Revolução Liberal, que completa 170 anos amanhã, sofre com o descaso. MP faz laudo e vai pedir ajuda do Exército para preservar sítio histórico

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(Rua Direita, 785, no Centro Históri-co de Santa Luzia) – e no Sítio His-tórico Muro de Pedras (10h), com a entrega da Láurea Cruz da Batalha de Santa Luzia. Serão agraciadas Maria Goretti Gabrich Fonseca Freire Ra-mos, Lorrane Luiza Lima Marques de Souza e Íria Maria Renault de Castro Silva. A promoção é da prefeitura, 4ª Região Militar e Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia.

• CRONOLOGIA DA REVOLUÇÃO

» 23/7/1840 – Dom Pedro II, com 15 anos incompletos, é coro-ado e aclamado imperador cons-titucional e defensor perpétuo do Brasil

» 24/7/1840 – É formado o primeiro gabinete de ministros, com predominância do Partido Liberal

» 13/10/1840 – Eleições à As-sembleia Legislativa Geral, com fraudes, ameaças e violência

» 23/3/1841 – É formado o segundo gabinete de ministros, composto pelo Partido Conserva-dor

» 23/11/1841 – Promulgada a lei que restaurou o Conselho de Estado

» 3/12/1841 – Promulgada a lei do processo criminal. A polícia ficaria subordinada ao ministro da Justiça, desaparecendo a função do juiz de paz eleito

» 2/5/1842 – Atendendo ao Partido Conservador, Pedro II toma medida extrema e baixa de-creto dissolvendo a Assembleia Legislativa Geral e convoca nova eleição Muro de Pedras, em Santa Luzia

» 7/5/1842 – Reação do Parti-do Liberal, protestando contra ato do imperador

» 17/5/1842 – Deflagrada a re-volução na província de São Paulo (O grito de Sorocaba)

» 10/6/1842 – Deflagrada a re-volução na província de Minas (O grito de Barbacena)

» 17/06/1842 – Término da Revolução Liberal na província de São Paulo, pacificada pelo Exérci-to Imperial

» 20/8/1842 – Fim da revolu-ção com a Batalha de Santa Luzia

» 14/3/1844 – O imperador baixa decreto concedendo anistia ampla, geral e irrestrita aos libe-rais

• Sete pecados patrimoniais

» O muro de pedras que é sím-bolo do lugar vem perdendo sua estrutura e, em alguns pontos, nem existe mais

» O monumento em memória dos heróis, erguido em 1942, Cen-tenário da Revolução Liberal, teve a placa furtada na década de 1990

» Para evitar furtos ou vanda-lismo, a placa de bronze indicativa do Recanto dos Bravos, que fica-va sobre o pedestal, não pode ser mantida no lugar

» Em vários cantos do sítio histórico, como aos pés do monu-mento, é possível ver lixo de toda sorte, incluindo preservativos

» Com o tempo seco, há vá-rios pontos sapecados pelo fogo e o vandalismo não perdoou nem a base de uma árvore

» O pódio onde as autoridades ficam na solenidade está sujo, com jardins destruídos e revestimento malcuidado

» Pichações estão presentes no mármore branco, aumentando a sensação de abandono e desrespei-to com o patrimônio

(ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)

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Bertha Maakaroun“Se a eleição fosse hoje, ou daqui

a seis meses, ou daqui a oito meses, o PSB estaria seguramente apoiando a presidente Dilma%u201D

Planos diretores regionais e o de-talhamento de planejamento de Belo Horizonte para 2030. “Tem tanta coi-sa boa sendo gestada, planos diretores regionais, casados com planejamento participativo regionalizado, detalha-mento de planejamento para 2030. Isso é um legado muito bonito que posso deixar para a cidade, o que para mim, em termos de realização de vida, vale umas cinco medalhas de ouro na Olimpíada”, afirma o prefeito Marcio Lacerda (PSB), de 66 anos, candidato à reeleição. Para a mobilidade urba-na, Lacerda defende o transporte de massa. A referência que ele chama de “visão de futuro” é , assim como para seu adversário, Barcelona, onde há 60 quilômetros de metrôs, 130 quilô-metros de BRTs, além dos corredores convencionais de ônibus. Na saúde, o prefeito sustenta: “Nosso sistema de saúde municipal tem a melhor avalia-ção pelo Ministério da Saúde dentre as cidades acima de dois milhões de habitantes. Esse é um dado oficial. É uma das cidades que mais investem per capita entre todas as capitais”. Entre os investimentos feitos por seu governo no setor ele destaca a con-tratação de médicos e o aumento no número de exames e de cirurgias ele-tivas, além da instalação de 42 acade-mias de ginástica ao ar livre.

Durante o seu governo houve um conflito entre o senhor e o seu vice, Roberto Carvalho, do PT, que se tor-nou público. Como foi a relação com o PT em seu governo?

A relação com os secretários pe-tistas, com os gerentes, sempre foi muito boa porque era profissional e leal. Tivemos uma estabilidade mui-to grande de secretários nos cargos.

Houve uma continuidade no trabalho, não ficamos mexendo na adminis-tração em função de pressões polí-ticas. Essa continuidade foi fruto de um planejamento feito em 2008, foi a proposta de governo, que se mate-rializou no detalhamento de um plano estratégico, “BH metas e resultados para 2012”. O acompanhamento des-sas metas e resultados, discussão de alternativas para solucionar os pro-blemas da cidade, foi feito de forma ampla e participativa. Tudo era deba-tido com o prefeito. Roberto Carva-lho teve uma perda de poder de fato, com a nossa gestão, motivada por esse modelo, e não por idiossincrasias entre mim e ele. Essa dificuldade de relacionamento com o vice-prefeito se acentuou com o tempo, em função de um projeto pessoal dele. Desde o primeiro dia de governo, começou a articular a sua candidatura para 2012. Eu diria apenas isso.

Se reeleito, em que mudará um eventual governo Lacerda sem o PT? Gestores e militantes petistas poderão ser incorporados ao seu governo?

O nosso ideário, que estará em nosso programa de governo bastante detalhado, reflete uma continuidade dos avanços que tivemos nesta ges-tão. Nesses avanços há uma marca de boa gestão de pessoas do PT, do PSB e de outros partidos. O nosso ideário é o do PSB. É o humanismo aplica-do na prática buscando a redução de desigualdades, o avanço econômico com inclusão. Então não existe dife-rença entre o nosso ideário e o do PT. A diferença básica que existe é que o PSB não usa a máquina pública para aparelhar o partido. Você vê a presen-ça do PSB no governo federal muito pequena em relação ao apoio político forte que o PSB dá ao governo Dil-ma. Se o PT não se reciclar, corre o risco de se enfraquecer muito na pró-xima década. Como tem muita gente

boa historicamente filiada ao PT, as-sim como não fizemos caça às bruxas nesse processo, temos de fazer um governo de quadros, profissionais, com ideário de avanço da sociedade, que não estejam na PBH para apa-relhar partidos ou buscar vantagens pessoais.

O PT e o PSB são aliados no pla-no nacional. Para 2014, o caso de BH colocará dificuldades para 2014, para que essa aliança continue?

Se a eleição fosse hoje, ou daqui a seis meses, ou daqui a oito meses, o PSB estaria seguramente apoiando a presidente Dilma. Acho muito difícil isso mudar. Eu mesmo não sou crítico do governo Dilma. O que aconteceu, aqui no nosso processo, é que houve rompimento do PSB e PT em For-taleza, no Recife, depois aqui, rom-pimento feito pelo PT motivado por uma disputa de vereadores. Quase nos transformou, digamos, em moeda de troca essa relação do PSB com o PT. O PSB nacional chegou a pensar em intervir aqui. Nessas circunstân-cias não é que eu tenha escolhido o lado do Aécio (Aécio Neves) contra a Dilma. Estamos discutindo a questão municipal, um projeto para BH, que é o que a população quer. Se alguém resolveu nacionalizar essa questão aqui, não foi o PSB municipal nem Marcio Lacerda.

No programa eleitoral tanto a sua campanha quanto a de seu adversário poderão usar as imagens de Dilma…

A nossa campanha a princípio não pretende usar. A princípio. Nem foram buscadas em arquivo. O nos-so foco é discutir a cidade, discutir o diagnóstico de 2008, lembrar a his-tória da cidade nas últimas décadas, discutir o que prometemos, o que fi-zemos, o que estamos fazendo e o que podemos fazer. Inclusive com propos-tas pé no chão, viáveis, realizáveis, calculadas em termos do orçamento.

EStADO DE MINAS - ON LINE - 19.08.2012ENtREVIStA/MARCIO LACERDA

Legado para mais 20 anos Socialista destaca o planejamento de BH para 2030 e as ações na saúde como seus trunfos

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Não vamos fazer propostas miraculo-sas, eleitoreiras, demagógicas, como tem acontecido nesta eleição, sem fazer conta. A gente tem conseguido um bom saldo de cumprimento das propostas eleitorais de 2008 porque fizemos contas.

Se o senhor ganhar a eleição, cumprirá o mandato de quatro anos ou será candidato ao governo de Mi-nas em 2014?

O meu desejo, o meu projeto, é continuar a fazer algo que estou gos-tando muito de fazer. Tem tanta coisa boa sendo gestada, planos diretores regionais, casados com planejamento participativo regionalizado, detalha-mento de planejamento para 2030. Isso é um legado muito bonito que posso deixar para a cidade, o que para mim, em termos de realização de vida, vale umas cinco medalhas de ouro na Olimpíada. É uma coisa mui-to nobre (ser candidato ao governo de Minas), enobrece a história de qual-quer um. Mas isso estaria implicado uma disputa nacional também, outro complicador. Implicaria tomar uma posição automaticamente em relação à disputa nacional.

O seu vice, Délio Malheiros, era um crítico ácido de seu governo. Isso lhe traz agora algum constrangimen-to?

Vejo Délio Malheiros como um vereador que teve carreira interes-sante, deputado estadual, advogado, pelo que ele fala, sempre foi muito antipetista, no sentido de não gostar da prática política do PT. As críticas dele à gestão vêm desde a época do Pimentel (Fernando Pimentel). Ele estava de fato com mobilização gran-de para ser candidato a prefeito, tinha várias críticas pontuais, ao mesmo tempo não conhecia a minha gestão mais de perto. Ele está tendo a hones-tidade agora, e a transparência para dizer: “Olha há problemas, mas vejo

que Marcio é a pessoa talhada para enfrentar isso”.

O senhor usaria o sistema de saú-de municipal, tentaria marcar consul-tas, faria tratamentos nele?

(Pergunta feita pela eleitora Cláudia Alonso, 50 anos, auxiliar ad-ministrativa)

Outro dia meus netos de 8 meses precisaram vacinar contra a gripe, mandei-os anonimamente para vaci-nar em um posto de saúde da prefei-tura, porque sabia que não haveria ne-nhum problema de atendimento. Não fui procurar uma clínica particular. Eu usaria sem nenhum problema. O nos-so sistema de saúde municipal tem a melhor avaliação pelo Ministério da Saúde dentre as cidades acima de dois milhões de habitantes. Esse é um dado oficial. É uma das cidades que mais investem per capita entre todas as capitais. Tivemos seis milhões de exames no ano passado, contra cinco milhões em 2008. Contratamos ago-ra 135 médicos para essa área. Nes-ses três anos e meio realizamos 150 mil cirurgias eletivas, reduzimos a fila para um quarto que era ao fim de 2008. Vamos construir um hospital. Fizemos 42 academias de ginástica. Aumentamos as equipes de saúde da família, de 513 para 578. Temos 19 mil profissionais na saúde municipal, a metade do total de funcionários da PBH. Tem um projeto que é o Saúde na escola, que começamos em 2009. Este ano vamos examinar com auto-rização dos pais 110 mil crianças do ensino fundamental. Isso foi implan-tado com um secretário de Saúde do PSDB e uma secretária da Educação do PT.

O que o senhor. propõe para re-duzir a tarifa do transporte público e melhorar a mobilidade urbana em Belo Horizonte?

(Pergunta feita pelo eleitor Luca Palmesi, 24 anos, estudante)

A tarifa é calculada em função de

custos. O aumento não é uma nego-ciação. Se comparar com outras ca-pitais não somos a mais cara. Somos a oitava do país. Há hoje em BH três mil e poucos ônibus. Essa frota trans-porta aí 400 milhões de passageiros por ano. Somado com metrô, 53% das viagens em BH são realizadas por modo coletivo. Então o que fazer para melhorar isso? A solução é transpor-te de massa de mais qualidade. E a longo prazo a nossa visão é hoje, que precisaríamos para ter um uso como Barcelona, chegar a 60 quilômetros de metrô, a 130 quilômetros de BRT (estamos fazendo 20 agora). E mais um certo número de corredores de ônibus. Fizemos esse projeto, essa visão de futuro. Então, não há saí-da fora do transporte de massa. Não adianta ficar fazendo uma trincheira aqui, um viaduto ali. Você vai chegar mais rápido ao próximo engarrafa-mento. A velocidade média tem de ser sistêmica.

O sr. vai tirar os pipoqueiros, en-graxates e as bancas de revistas da rua? O sr. pretende retirar a Feira Hi-ppie da Afonso Pena?

(Pergunta feita pela eleitora Are-tuza Ferreira do Nascimento, 24 anos, pipoqueira)

A ocupação do espaço público depende de licenciamento e eventu-almente depende de licitação. Conse-guimos licitar todas as feiras, inclu-sive o Mercado do Cruzeiro. Só não conseguimos licitar a Feira da Afon-so Pena, mas estamos em negociação com os artesãos. Não há nenhuma intenção de tirá-la de lá, inclusive há intenção de ocupar mais uma quadra. Por outro lado, há grande demanda por novas feiras. Estamos estudando 50 espaços e vamos debater com en-tidades para licitarmos todos eles de forma organizada. Quanto às bancas, estão regularizadas e os ambulantes que têm licença continuam tendo.

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Bertha Maakaroun“Há entre mim e Dilma uma afi-

nidade de princípios, de valores e de prioridades, o que nos aproxima mais%u201D

Um governo democrático, que amplie os espaços de interlocução com a sociedade. Essa é uma das di-ferenças políticas que Patrus Ananias (PT), de 60 anos, ex-prefeito, ex-mi-nistro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e candidato à Pre-feitura de Belo Horizonte, assinala em relação ao governo Marcio La-cerda (PSB). Além de anunciar que manterá as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em curso na cidade, realizadas, se-gundo ele, sobretudo com recursos do governo federal, Patrus aponta para investimentos na saúde capazes de transformá-la “no melhor serviço de assistência médica do país”. O candidato também anuncia um Or-çamento Participativo deliberativo, ação social intensa, projetos culturais que envolvam a população nos espa-ços públicos e, para o transporte co-letivo, a tarifa única, com prazo de 90 minutos. “Uma cidade democrática, que queremos que BH seja, favorece a circulação de veículos, do transpor-te coletivo, mas também a circulação das pessoas. Que BH seja uma cidade que convide a andar, a passear, como Barcelona. E ao mesmo tempo con-vive com o transporte coletivo. Daí a importância que vamos dar para a questão do metrô, além de avançar com todas as obras que estão sendo implementadas em BH”, afirma.

Como foi a relação do PT com o prefeito e o governo Lacerda?

Por razões institucionais, tive uma relação respeitosa com o pre-feito, na condição de ministro (do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) no governo Lula e na condi-ção de cidadão de BH. Agora, houve

pontos tensionados, como a relação do prefeito com o vice-prefeito Ro-berto Carvalho (PT), que manteve uma linha mais crítica. Mas o fato é que hoje temos uma situação objeti-va. O prefeito rompeu a aliança com o PT, fez outra opção. Estamos em campos diferentes.

Se eleito, em que mudará o go-verno Patrus, sem o PSB, em relação ao governo Lacerda? Gestores e mi-litantes socialistas poderão ser incor-porados ao seu governo?

Será, seguramente, um governo mais democrático, no sentido de ou-vir as pessoas e ampliar os espaços de interlocução com a sociedade. Vamos criar espaços efetivos de participa-ção, como a implantação em caráter deliberativo do Orçamento Participa-tivo. Será também um governo com ação social muito vigorosa. Essa foi uma característica do meu primeiro governo e agora volto com uma ex-periência muito mais ampla, a partir da implantação das políticas sociais do presidente Lula. Outras diferen-ças é que teremos uma ação ousada e criativa no que se refere à cultura e vamos certamente abrir democra-ticamente os espaços públicos à po-pulação. Agora, em relação ao PSB, tive apoio importante dos militantes históricos, fundadores do PSB, pes-soas realmente com um perfil mais socialista. É claro que, ganhando as eleições, vamos governar com as for-ças políticas e sociais que estiveram conosco durante a campanha. Mas, como prefeito, procurarei sempre conversar com todas as forças polí-ticas, econômicas e sociais da cidade e sempre procurarei ter relação res-peitosa com os setores da oposição. Sempre que for do interesse público, do interesse maior da cidade, para o bem público, procurarei todas as for-ças políticas em torno de objetivos maiores.

O PT e o PSB são aliados no pla-no nacional. Para 2014, o caso de BH colocará dificuldades para que essa aliança continue?

Claro que sempre houve esse di-álogo, essa cooperação entre o PT e o PSB em vários níveis. Mas não foi só em BH onde houve separações. O PSB preferiu se afastar do PT e fa-zer outras alianças em Fortaleza, no Recife e em importantes cidades do Brasil e de Minas. É um fato que te-remos de processar politicamente ao longo do tempo.

Na propaganda eleitoral tanto a sua campanha quanto a de Lacer-da poderão usar imagens de Dilma Rousseff…

O apoio da Dilma é à nossa can-didatura. Recebi a manifestação for-mal de apoio dela. Somos correligio-nários, do mesmo partido, fui colega de ministério da Dilma por quase sete anos. Há entre nós uma afinidade de princípios, de valores e de priorida-des, o que nos aproxima mais. Entre as muitas contribuições que o gover-no Lula e o governo Dilma deram ao país, está também a dimensão re-publicana na relação com os demais entes federados, mesmo que sejam partidos de oposição que estejam à frente de estados e de municípios. A relação é absolutamente ética, dentro dos princípios do pacto federativo. Nós mesmos, no Ministério do De-senvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), repassamos quase R$ 4 bilhões para Minas. Praticamente todas as políticas sociais de Minas eram financiadas com a participação muito efetiva do governo federal, especialmente de nosso ministério. Colocamos sempre o bem comum, o interesse público, acima de eventuais diferenças partidárias. Agora quando você tem afinidades de princípios e valores com a pessoa, as possibilida-des de parceria e cooperação crescem

EStADO DE MINAS - ON LINE - 19.08.2012ENtREVIStA/PAtRUS ANANIAS

Democracia acima de tudo Petista aposta na gestão participativa, na ação social e na cultura como pontos a favor dele

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em função da elaboração de projetos, em função do empenho, da liderança e da determinação que o prefeito co-loque nas suas prioridades.

Se o senhor ganhar a eleição, cumprirá o mandato de quatro anos ou será candidato ao governo de Mi-nas em 2014?

Sim, cumprirei o mandato de quatro anos. Tenho uma relação mui-to forte com BH, nunca fiz política pensando em um cargo à frente.

O seu vice, Aloisio Vasconcelos, foi secretário de governo de Newton Cardoso (PMDB). Isso trará algum constrangimento para a sua campa-nha?

O meu vice é um homem corre-tíssimo, um homem probo, hones-to, conhecido em BH, respeitado profissionalmente. Politicamente, ele ocupou um cargo institucional, como ocupou outros cargos em ou-tros governos, prestando serviços à comunidade por intermédio desses cargos.

O senhor usaria o sistema de saúde municipal, tentaria marcar consultas, faria tratamentos nele?

(Pergunta feita pela eleitora Cláudia Alonso, 50 anos, auxiliar administrativa)

O meu compromisso, eleito pre-feito, é trabalhar com absoluta prio-ridade para que BH tenha o melhor serviço de assistência médica do país. Nós sabemos que esta é uma área em que a administração falhou. O atendimento médico em BH é ruim. O compromisso nosso é fazer com que seja do melhor nível, o mes-mo nível do melhor atendimento dos hospitais particulares. Temos uma proposta muito clara e bem forma-tada para a saúde em BH. Primeiro equipar e progressivamente abrir os postos de saúde nos fins de semana. Atualmente eles não abrem nos fins de semana. Ampliar as equipes de saúde da família e garantir médicos em todas elas. Cerca de 100 equipes

de saúde da família em BH não têm médicos. No nível intermediário os estudos que temos mostram que há uma demanda de mais nove unida-des especializadas e também uma unidade de raio X para exames mais especializados. Temos o compromis-so, se não for cumprido na atual ges-tão, de concluir o hospital do Bar-reiro e buscarmos maior integração dos hospitais do município – além do Barreiro, o Odilon Bherens – em parceria com o Hospital das Clínicas da UFMG com a rede do estado e buscar também uma ação integrada com a rede particular em BH.

O que o senhor propõe para re-duzir a tarifa do transporte público e melhorar a mobilidade urbana em Belo Horizonte?

(Pergunta feita pelo eleitor Luca Palmesi, 24 anos, estudante)

Em relação ao transporte públi-co, o nosso programa prevê uma ta-rifa única, dentro de um prazo de 90 minutos. Enquanto a pessoa estiver nesste período, que esteja usando o metrô ou ônibus, ela pagaria uma só tarifa. Isso implica também uma ação mais vigorosa do ponto de vista de integração da RMBH. O prefeito de BH tem de ter o papel de liderança nesse processo, porque os problemas hoje são comuns nas áreas conurba-das. Saneamento básico, habitação, preservação de nascentes, há uma integração. E precisamos integrar o transporte coletivo em BH, estabele-cendo a tarifa única dentro do prazo mencionado. A mobilidade urba-na é um grande desafio e será uma prioridade de nosso governo. Uma cidade democrática, que queremos que BH seja, favorece a circulação de veículos, do transporte coletivo, mas também a circulação das pes-soas. Que BH seja uma cidade que te convide a andar, a passear, como Barcelona. E ao mesmo tempo con-vive com o transporte coletivo. Daí a importância que vamos dar para a

questão do metrô, além de avançar com todas as obras que estão sendo implementadas em BH com recursos do governo federal, que são as obras do PAC e relacionadas à Copa do Mundo. Além das vias públicas. To-das as obras que estão sendo feitas vamos concluir, todas elas, inclusive o BRT. E vamos fazer um esforço grande, e vamos conseguir com cer-teza viabilizar recursos para as obras do metrô, as obras do Anel Rodovi-ário, integrar definitivamente o Anel Rodoviário dentro do sistema viário de BH, e buscar a construção do Ro-doanel. Buscaremos todas as outras formas que facilitem a circulação de veículos e transporte coletivo, mas teremos cuidado especial com os pe-destres. As calçadas, facilitar o aces-so aos espaços públicos, estimular as vias de bicicleta. Enfim, trabalhar para que as pessoas se apropriem do espaço.

O sr. vai tirar os pipoqueiros, en-graxates e as bancas de revistas da rua? O senhor pretende retirar a Fei-ra Hippie da Afonso Pena?

(Pergunta feita pela eleitora Aretuza Ferreira do Nascimento, 24 anos, pipoqueira)

Um gestor público democrá-tico é um construtor de consensos e possibilidades compartilhadas. Teremos sempre o maior respeito e carinho por todas as pessoas que estejam lutando para ganhar a sua vida com dignidade. Por outro lado queremos ter uma cidade que facili-te a circulação das pessoas, que os espaços públicos, as calçadas sejam franqueadas às pessoas. Buscaremos conciliar esses interesses. Com rela-ção à Feira Hippie, vamos mantê-la. É um patrimônio de Belo Horizonte. Claro que vamos mantê-la monito-rando, fazendo acertos necessários, para que preserve a sua identidade. Nosso compromisso é inclusive o de ampliar muito os espaços de feiras e de exposições em BH.

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De pouco adiantou a última reforma na Praça Raul Soares, em 2008. As árvores sofreram podas radicais e os arbustos, cortados em formato de bolinha, encolheram. As mudanças, porém, não inibiram os encontros fortuitos “atrás da moita”. Os flagras podem ser vistos madru-gada adentro, à exceção das – raras – vezes em que uma viatura da PM é estacionada na praça. Na maior parte das noites, nem a presença dos agentes da Guarda Municipal inibe o movimento. Em meio ao clima de liberalidade, pode-se observar noi-te após noite a presença de homens mais velhos rondando a praça. Só o estilo da abordagem varia.

A figura desses senhores se destaca entre os grupos de rapazes magros, que falam fino, são mais agitados e têm gestos peculiares. O provável cliente aproxima-se deva-gar, sem pressa. Passa pelos jovens e lança olhares. Revela a que veio. Em seguida, ocupa um banco va-zio da praça. Senta e espera. “E aí, amor?”, vão chegando dois ou três garotos, puxando assunto. Querem dinheiro.

“Já recebi propostas de pessoas

mais velhas, tanto de homens quan-to de mulheres”, revela S., de 16 anos. Ele continua frequentando a escola pública do bairro onde mora, na Região Norte de BH. “Na minha escola, quase ninguém sabe da mi-nha preferência sexual, mas nunca me senti menor do que ninguém”, diz.

Ele não é o único a esconder a opção sexual. Com aliança na mão esquerda, o homem casado chega sozinho ao point próximo à Raul Soares, às 23h05. Sua idade pode ser calculada pelas têmporas grisa-lhas e pelo diâmetro da barriga. Ele tenta disfarçar os 55, 60 anos usando bermuda jeans e tênis. São itens de marca cara. Essa é uma das senhas para atrair rapazinhos na noite. Eles se dependuram no pescoço do ho-mem, como mariposas atraídas pela luz. Abraçam, trocam três beijinhos e cochicham algo ao pé do ouvido. Estão se conhecendo.

De repente, um deles se afasta do grupo. Segue até a outra roda de “amigos” e transmite o recado ao mais escolado da turma. A par-tir desse momento, o “cafetão” está encarregado de arranjar um garoto

mais novo para atender ao pedido do cliente, que já está esperando. Ele conversa com um e outro, sempre de forma descontraída e alegre. Não quer deixar pistas. Aos desavisados, não passa de um clima de paquera.É assim a prostituição masculina na Raul Soares: velada. Nas imedia-ções o esquema é mais escancarado, mas também envolve a participação de menores, ainda que em propor-ção mais discreta. De volta à praça, a negociação com os garotos de pro-grama consome em torno de 20 mi-nutos. Às 23h25, o “cliente” deixa o local abraçado a dois rapazes. Um tem 18 anos; o outro, menos de 14. Entram apressados em um Vectra preto estacionado estrategicamente no quarteirão acima. Não retornam antes da meia-noite. Os outros per-manecem no ponto, conversando, se beijando e bebendo. Continuam “à caça”.

Quem aparenta menor poder aquisitivo leva mais tempo até con-seguir um programa. Alguns deles já são figurinhas carimbadas no en-torno da praça. Mudam os locais de permanência para não dar na cara, mas estão sempre por ali.

Os senhores e os meninos da praça

Sandra KieferDependendo do frio, do chama-

riz das boates ou dos jogos daquela noite, a Raul Soares irá atrair um tipo de público com maior ou me-nor poder aquisitivo, faixa etária e de bairros bem distintos. No último fim de semana de julho, uma das casas de shows trazia como atra-ção “meninos malvados”, que se apresentariam como gogo boys e prometiam “strip total”. Em 14 de agosto, véspera de feriado, haveria a distribuição gratuita de vodca com

energético (uma dose por pessoa), além de shows com drag queens. A sinalização de que a noite vai dar ou não movimento, porém, vem de um dos bares do entorno da praça, que poderá recolher as cadeiras mais cedo de cima do passeio.

Nos bares e botecos nas imedia-ções da praça são comuns as batidas do Comissariado da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, cuja sede fica a poucos quarteirões dali, no número 600 da Avenida Olegá-rio Maciel. As inspeções se limitam,

porém, a verificar a venda e o consu-mo de bebidas alcoólicas por meno-res de idade nos estabelecimentos.

Ângela Maria Xavier Muniz, coordenadora do comissariado, diz ser mais difícil detectar a exploração sexual de adolescentes em espaços públicos. “Se não houver denúncia ou se a equipe não tiver certeza de que se trata de menor de idade ex-posto à exploração, há o risco de causar constrangimento na menina ou no menino, o que também seria crime. Ao ser abordados, eles po-

REPORtAGEM DE CAPA

Strip, abusos e batidas inúteis Menores se infiltram no universo que gravita em torno da Raul Soares, onde boates oferecem s

hows com gogo boys e muito álcool. Vizinho, Comissariado da Infância nada consegue fazer

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dem alegar que estão ali por livre e espontânea vontade”, explica.

Segundo a coordenadora, a equipe está pronta para agir, caso haja denúncias concretas de pedo-filia ou exploração, mas precisa ter cautela em relação aos movimen-tos da causa gay. “As pessoas têm o direito constitucional de ir e vir, de estar em logradouros públicos. Temos de ser cuidadosos, porque os movimentos podem levar pelo lado da discriminação, da homofo-bia”, afirma.FLAGRANtE

Nas questões de ordem sexu-al, o comissariado prefere centrar fogo em motéis, hotéis, casas de massagem e saunas, onde podem fazer flagrantes com mais facili-dade. O artigo 250 do Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe a entrada ou permanência de meno-res de 18 nesses estabelecimentos. Se o limite de idade for inferior a 14 anos, o acompanhante é imedia-tamente preso e poderá responder a processo criminal. Já os adoles-centes entre 14 e 16 anos são deti-dos e encaminhados à delegacia.

Nesse caso, os documentos são apreendidos e os pais são cha-mados a retirá-los. “Normalmente ocorre um chororô danado, pois os pais nem desconfiavam da vida du-pla do filho”, revela Ângela Muniz, lembrando que a maior parte deles se apresenta com a identidade do irmão mais velho ou de colegas de escola. “É fácil descobrir a verda-de. Basta perguntar o nome do pai ou da mãe e a data de nascimento. Eles nunca sabem. Aí damos uma bronca, ameaçamos abrir processo por falsidade ideológica”, resume a coordenadora.

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