a disciplina cristÃ escola dominical - ipjg presb. geraldo m. b. valim 19 de agosto de 2012

A DISCIPLINA CRISTÃ

Escola Dominical - IPJG Presb. Geraldo M. B. Valim

19 de agosto de 2012

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O Disciplina Cristã

Quem já teve, ou têm, filhos pequenos sabe o significado de disciplina. E, para quem nunca teve filhos,

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pode ser que disciplina tenha somente o significado mais superficial, de fazer prevalecer a vontade paterna, obrigando a criança a fazer o que os pais acham correto.O pior é que muitas vezes é só isso mesmo.

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E quando é só isso, esse confronto de vontades, do tipo “VOCÊ VAI PEGAR ESSA

ROUPA DO CHÃO!”, ou “QUAL É O SEU

PROBLEMA?”, estimula na criança a uma resposta no mesmo tom: “NÃO

VOU!”.

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E mesmo quando a criança acaba obedecendo, há ressentimentos, sequelas emocionais.Por isso, pelas sequelas emocionais de uma disciplina, sequelas que podem ocorrer mesmo que essa

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disciplina seja aplicada de maneira correta e com propriedade, devemos ter bem claros os objetivos e todos os conceitos e definições envolvidos no assunto.

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No dicionário (Houaiss), temos no verbete DISCIPLINA algumas definições:

Ensino e educação que um discípulo recebia de seu mestre;

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Obediência às regras e aos superiores;

Regulamento sobre a conduta dos diversos membros de uma coletividade;

Castigo ou penitência.

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Mas estamos falando de DISCIPLINA CRISTÃ: um assunto que deve ser estudado na Bíblia.

E vários textos falam de disciplina, como em Hebreus:

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“Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado. E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe

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por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos

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sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo,

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senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, E fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie inteiramente, antes seja sarado.

Hebreus 12:4-13

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Neste texto vemos que a disciplina é como um treinamento. E se entendermos a disciplina cristã como um treino, teremos uma melhor compreensão.

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O problema surge porque a disciplina cristã não é aplicada apenas pela leitura da Bíblia.

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Vamos lembrar que a disciplina cristã é aplicada na IGREJA! E a igreja tem uma dupla origem, divina e humana.

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Por isso, para assuntos espirituais, no que parece um paradoxo, usamos também ferramentas materiais.

Conforme em II Corintios 10:8 fala da autoridade pessoal do apóstolo para agir na disciplina.

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“Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu para edificação, e não para vossa destruição, não me

envergonharei.”

2 Coríntios 10:8

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Hoje não temos mais os apóstolos, e a disciplina não é mais exercida por uma só pessoa, mas coletivamente, pela igreja.

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E hoje, na igreja, se entende como disciplina cristã ou eclesiástica, o exercício ordeiro dessa autoridade da igreja, baseado nas escrituras.

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Essa disciplina serve para a instrução e correção de todos os membros da igreja, sem exceção. Como um treino especial para quem precisa corrigir e aprimorar sua vida cristã.

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Essa disciplina deve ser exercida em um contexto de cuidados pastorais, com o propósito de honrar a Deus, tornando claro o significado de pertencer ao CORPO DE CRISTO.O nosso manual presbiteriano diz o seguinte:

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“A Igreja reconhece o foro íntimo da consciência, que escapa a sua

jurisdição, e do qual só Deus é Juiz; mas reconhece também o foro externo que

está sujeito à sua vigilância e observação”.

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“Disciplina eclesiástica é o exercício da jurisdição espiritual da Igreja sobre seus membros, aplicada de acordo com a Palavra de Deus.”

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“Toda disciplina visa edificar o povo de Deus, corrigir escândalos, erros ou faltas, promover a honra de Deus, a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo e o próprio bem dos culpados.”

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A quebra da disciplina na igreja é uma realidade. Começou com Adão. Ele perde a comunhão com Deus, e se esconde (para escapar da disciplina);

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Eva acusa a serpente, Adão acusa Eva, mas não havia solução possível para eles dois se justificarem.

Deus os disciplinou, e tornou-se necessário mediadores e intermediários entre Deus e o homem.

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A religião foi uma maneira de tentar corrigir isso, de treinar o homem para voltar a ter comunhão com Deus, mas na realidade aprofundou mais ainda o problema, separando mais ainda o homem de Deus.

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Os sacrifícios de Abel e Caim são um exemplo. Um aproximou de Deus, o outro separou-se mais ainda. A solução única para esse problema está em Cristo!

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“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não

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sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo.

Gálatas 6: 1-5

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No texto de Gálatas 6:1 “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.”

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A palavra “corrigir” da versão Revista e Atualizada de Almeida, que na versão NIV é “restaurar”, no grego é KATARTIZEN, se não tem a tradução “disciplina”, por outro lado expressa muito bem o conceito de disciplina cristã.

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No grego clássico essa palavra tinha uma variedade de sentidos, mas que podem ser reunidos em apenas dois: I. Significava AJUSTAR, por ordem

nas coisas, restaurar. Daí ser usada para pacificar uma cidade dividida em facções beligerantes;

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para religar um membro de um partido; para recuperar partes do corpo mediante exercício (hoje, de certo modo, fisioterapia), como um braço atrofiado após uma fratura; restaurar uma pessoa a sua sanidade mental; e para reconciliar amigos separados.

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II. É usada para o EQUIPAR E CAPACITAR PLENAMENTE ALGUÉM OU ALGUMA COISA PARA UM DETERMINADO

PROPÓSITO. Assim era usada para armar um navio ou um exército, sendo que para o exército se referia também habilitação para a

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guerra, em relação a disposição e a ordem no campo de batalha.

No cotidiano, era usada a respeito das roupas feitas e preparadas para uso.

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No NT katartizen é usada treze vezes, sendo duas delas citações do VT (Mateus 21:16 e Hebreus 10:5). Seu uso segue três linhas gerais: I. É a palavra usada para os discípulos

CONSERTANDO AS REDES (Mateus 4:21; Marcos1:19). As redes estavam sendo preparadas para uso futuro.

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II. Há um grupo de passagens onde o significado básico é o de EQUIPAR ou PREPARAR.Por exemplo, Lucas 6:40 (Na ARA é traduzida como “instruir”) e Romanos 9:22.

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III. Há ainda um outro grupo de passagens que a ARA traduz como APERFEIÇOAR (2 Corintios 13:11; Hebreus 13:21 e 1 Pedro 5:10, sendo que nesta última a NIV traduz como “restaurar”).

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Há uma passagem na qual o palavra katartizen foi traduzido como UNIÃO em 1 Corintios 1:10. Nesse texto ela é usada a respeito da união dos elementos discordantes da Igreja de Corinto.

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Então, se juntarmos tudo, vemos que, a respeito da disciplina cristã, algumas coisas ficam claras:1. A disciplina cristã nunca visa ser um

castigo para PAGAR o mal feito, ou um castigo RETRIBUIDOR desse mal. Não é vingança.

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2. A disciplina visa “REMENDAR” a pessoa, num melhor sentido, como que conserta-lo para viver a vida cristã. A pessoa é considerada como que danificada ou ferida, não como um deliberado infrator.

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3. A disciplina visa equipa-lo para melhor enfrentar as tentações, e a luta e as exigências da vida. Considera que a sociedade cristã deve reenviar esse homem melhor capacitado para lidar com as coisas que o tinham derrotado antes.

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4. Considera que o infrator é uma pessoa imperfeita para lidar com a vida, e conclama a comunidade cristã, ekklesia de Jesus, de pessoas também imperfeitas, a dar CONHECIMENTO E FORÇA, QUE VEM DE DEUS, para vencer o mal e fazer o que é correto.

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Resumindo:

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A DISCIPLINA CRISTÃ nunca é vingativa, nem retributiva, nem

sádica.

Sempre é CONSTRUTIVA.

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E é aplicada sempre e somente com a intenção de AJUDAR o homem que

errou a fazer o melhor.

ESSA DISCIPLINA É OBRIGAÇÃO DA IGREJA.

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