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15-10-2014

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Revista de Imprensa15-10-2014

1. (PT) - Público, 15/10/2014, Optimização de cuidados com incontinência deve ser uma prioridade do SNS 1

2. (PT) - Correio da Manhã, 15/10/2014, Pediatras defendem vacina da meningite 2

3. (PT) - Destak - Destak Porto, 15/10/2014, Rastreios grátis ao cancro na Baixa do Porto 3

4. (PT) - Correio do Minho, 15/10/2014, Chef Hélio dá conselhos para uma alimentação saudável 4

5. (PT) - Correio do Minho, 15/10/2014, UMinho apoia Liga Portuguesa Contra o Cancro 5

6. (PT) - Diário de Notícias, 15/10/2014, Ordem dos médicos que Portugal tem maior risco de importar ébola 6

7. (PT) - Jornal de Notícias, 15/10/2014, Ordem dos Médicos arrasa estratégia sobre o ébola 9

8. (PT) - Público, 15/10/2014, Especialista em saúde pública alerta que Portugal não está preparado paralidar com ébola

11

9. (PT) - Público, 15/10/2014, Dentro de mês e meio haverá entre 5000 e 10.000 novos casos de ébola porsemana

12

10. (PT) - Correio do Minho, 15/10/2014, Porque é que o ébola é tão mortífero? 14

11. (PT) - i, 15/10/2014, Ébola. OMS alarmada com despiste rápido de casos suspeitos 15

12. (PT) - Diário Económico, 15/10/2014, “Mais ensaios clínicos podem trazer um retorno económicosubstancial” - Entrevista a Nuno Arantes-Oliveira

17

13. (PT) - Diário Económico, 15/10/2014, Orçamento do Estado para 2015 - Passos revê défice em alta para2,7% apesar de não ter reduzido sobretaxa

18

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Optimização de cuidados com incontinência deve ser uma prioridade do SNS

Dados do relatório Índice

Global de Envelhecimento,

2013 indicam que Portugal

apresenta uma elevada

percentagem (26,6%) de

pessoas idosas, sendo

expectável que esse valor

aumente para 40,4% até 2050,

passando de oitavo para

segundo lugar relativamente à

população idosa, entre 195 países.

Num conjunto de dados publicados

recentemente pela Direcção-Geral da

Saúde (DGS), sobre a saúde da população

portuguesa com 65 ou mais anos de

idade, esta entidade alerta para o facto

de a diminuição da população activa

representar uma consequente diminuição

do crescimento económico potencial.

Aliada a esta diminuição, surge também um

aumento da despesa relativa aos sistemas

de pensões, saúde e cuidados a longo prazo,

constituindo uma pressão substancial a

nível económico para os países.

Tendo em conta o crescente

envelhecimento da população e dados que

mostram que, em alguns países da OCDE,

entre 40% e 50% dos gastos com saúde são

atribuídos aos idosos e o custo per capita

daqueles que possuem mais de 65 anos é

três a cinco vezes maior que o dos outros

grupos etários, urge a implementação de

medidas que ajudem os Estados a garantir

os cuidados à população idosa mas também

a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

Atento a esta tendência, o Fórum Global

da Incontinência juntou especialistas de

todo o mundo para analisar e debater

o impacto da doença nos doentes, nos

prestadores de cuidados de saúde e na

sociedade. Trata-se de uma plataforma

de formação e de discussão sobre a

incontinência que junta decisores políticos,

prestadores de cuidados de saúde e dos

serviços de assistência social, organizações

não governamentais e especialistas da área

médica a nível mundial. Neste encontro, foi

apresentado um documento que defi niu

um modelo de cuidados para esta condição

em que foram tecidas recomendações que

visam melhorar os cuidados de saúde e ao

mesmo tempo reduzir o encargo do sistema

de saúde com esta patologia.

O documento Especifi cação do Serviço

de Incontinência Ideal, que envolveu um

conjunto multidisciplinar de especialistas

de todo o mundo, delineia, assim, uma

série de princípios baseados em evidência,

sobre a melhor forma de organizar os

cuidados de proximidade para pessoas

com incontinência e reduzir custos para

os sistemas de saúde e assistência social. O

documento defi ne um modelo com medidas

gerais que devem ser adaptadas e aplicadas

por cada Governo,

orientando as

políticas a nível

local.

Esta apresentação

surpreendeu,

porque revelou que

os profi ssionais

de saúde podem

melhorar a

dignidade

dos doentes e

economizar milhões

se adoptarem a uma

abordagem correcta

nos cuidados com

a incontinência.

Para além de

apresentarem

este conjunto de

medidas, mostraram

também a efi cácia

deste modelo, com

um estudo acerca da

sua implementação

na Holanda. Este

estudo económico,

elaborado pela

Universidade

Erasmus, na

Holanda, mostra que

um melhor caminho

de cuidados, que

tenha por base

os princípios

recomendados,

se for aplicado a

doentes com mais

de 65 anos de

idade com quatro

patologias, poderia

poupar ao sistema

de saúde holandês 14 milhões de euros num

período de três anos, e poupar 106 milhões

de euros, no mesmo período de tempo,

numa perspectiva social.

Sabemos que a incontinência urinária

afecta cerca de 20% da população

portuguesa com mais de 40 anos e que a sua

incidência aumenta com o envelhecimento.

Sabemos também que a incontinência tem

um grande impacto na qualidade de vida

das pessoas, com realce no nível económico,

com elevados custos directos, indirectos

e intangíveis. Neste sentido, e tendo em

conta, também, a condição económica que

Portugal tem enfrentado e todas as questões

levantadas relativamente à sustentabilidade

do nosso Serviço Nacional de Saúde,

não será já tempo de Portugal analisar a

viabilidade da implementação de algumas

destas medidas que permitem melhorar

os cuidados, ao mesmo tempo que os

tornamos mais custo-efi cientes?

Os princípios básicos do modelo

apresentado no documento Especifi cação

do Serviço de Incontinência Ideal, assentam

numa optimização dos recursos utilizados,

na equidade de acesso e tratamento, nos

cuidados centrados no doente, na defesa

das normas profi ssionais e da gestão clínica.

Recomenda uma abordagem integrada

dos cuidados de incontinência e defi ne um

sistema modular específi co destinado a

orientar o paciente através de todas as fases

necessárias, desde a detecção dos sintomas

até à avaliação adequada e tratamento.

Os especialistas envolvidos na elaboração

das recomendações chegaram à conclusão

de que a incontinência não tem sido uma

prioridade para os sistemas de saúde e que a

tendência tem sido de redução dos recursos

disponíveis para estes cuidados. Alerta-

se, ainda, para a falta de profi ssionais com

formação específi ca nesta área.

O estudo sugere que deveriam

existir especialistas com formação em

incontinência, como, por exemplo,

enfermeiros que funcionem como co-

coordenadores da gestão da doença e

que acompanhem todo o processo, desde

o diagnóstico e tratamento do doente.

Propõe, igualmente que o enfermeiro

faça a coordenação, também, junto dos

vários especialistas, num modelo que seja,

assumidamente, centrado no doente.

O relatório sugere, também, o

estabelecimento de programas credenciados

de formação para enfermeiros e outros

profi ssionais de saúde ou de assistência

social, e o estabelecimento de processos de

avaliação abrangentes e padronizados para

responder às necessidades dos doentes e

dos cuidadores em relação a produtos para

a incontinência. Outra medida bastante

Temos de encarar a incontinência urinária como o real problema que representa, seja, priorita- riamente, a nível individual pelo impacto na vida das pessoas que sofrem da condição e respectivos familiares, seja pelo impacto nos sistemas de saúde

Director da Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias

destacada no relatório é a promoção da

autogestão da doença, através da utilização

da telemedicina.

No documento, os especialistas destacam

ainda a importância de medir e avaliar

constantemente os resultados obtidos e

reconhecer os bons exemplos.

Estima-se que 600 mil portugueses

sofram com a doença e especialistas

alertam que estes dados são apenas “a

ponta do icebergue”, porque a tendência é

que venham a aumentar exponencialmente

com o envelhecimento progressivo da

população. Trata-se, pois, de um problema

sub-relatado e subtratado que impõe uma

carga considerável na qualidade de vida dos

doentes e dos seus cuidadores, bem como

ao Estado e prestadores de saúde. Temos,

pois, de encarar a incontinência urinária

como o real problema que representa, seja,

prioritariamente, a nível individual pelo

impacto na vida das pessoas que sofrem da

condição e respectivos familiares, seja pelo

impacto nos sistemas de saúde.

Não será tempo de o Estado, de forma

global, e o Serviço Nacional de Saúde, em

particular, darem prioridade e analisarem

a melhor forma de adaptar localmente

estas recomendações, que podem trazer

melhorias substanciais para as pessoas,

para os cuidadores e para os custos

associados a esta doença?

PAULO PIMENTA

Debate Cuidados de saúdeJoão Paulo Nunes

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Destak Porto Tiragem: 135000

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SAÚDE

Rastreios grátisao cancro naBaixa do PortoUmrastreiogratuitoaocancrodecabeçaedopescoçovaidecorrerhoje,entreas10heas14h,napraçaGomesTeixeira,noPorto,realizadopormédicosespecialis-tas.Oconsumoexcessivoquerdetabacoquerdeálcoolestáentreosfatoresderiscodestadoença.

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Hospital de Braga‘Chef’ Hélio dá conselhos para uma alimentação saudávelO ‘chef’ de cozinha Hélio Loureiro, conhecido por ser o responsável pelaalimentação dos jogadores da selecção nacional de futebol, realiza hoje,na entrada principal do Hospital de Braga, uma demonstração de receitassimplese saudáveis. O encontro está marcado para as 10.30 horas e assinalao Dia Mundial da Alimentação, que se comemora amanhã.

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Com o apoio do Lions Clube de BragaUMinho apoia LigaPortuguesa Contra o CancroA Universidade do Minho (UMinho), através dosServiços de Acção Social e da associação académica,juntamente com o Lions Clube de Braga (LCB), vairealizar um peditório, junto da comunidadeestudantil, um peditório a favor da Liga PortuguesaContra o Cancro. A inciativa decorre de entre os dias27 e 31 de Outubro nos ‘campi’ de Gualtar e Azurém(Guimarães).Depois dessa data, e até ao dia 2 de Novembro, opeditório transfere-se para as zonas comerciais,igrejas e freguesias de Braga e Guimarães.Refira-se que no ano lectivo anterior o LCB entregou50 bolsas de estudo a estudantes carenciados daUMinho, num total de cerca de 50 mil euros. A acçãovolta a repetir-se este ano lectivo.

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Corte: 1 de 1ID: 56169562 15-10-2014ENRIC VIVES RUBIO

Pôr a tónica numa intervenção centrada apenas nos serviços hospitalares é estratégia errada, diz Ordem

A direcção do Colégio da Especia-

lidade de Saúde Pública da Ordem

dos Médicos (OM) está preocupada

com a forma como as autoridades de

Saúde portuguesas têm lidado com o

problema da infecção pelo vírus de

ébola e considera que têm passado

“mensagens de enganosa tranquili-

dade” à população. Hoje, o director-

geral da Saúde, Francisco George, vai

ao Parlamento clarifi car as medidas

que têm sido tomadas para enfrentar

o problema.

Num parecer muito crítico relati-

vamente ao que tem sido feito até

à data em Portugal para enfrentar

a eventual entrada de doentes com

ébola, Pedro Serrano, que preside a

este grupo de especialistas e assina

o documento divulgado no site da

Ordem, defende que o país não está

preparado para lidar com a possibi-

lidade de importação de casos, um

“risco teórico” que é “alto”, no seu

entender, dadas as relações de pro-

ximidade com os países africanos de

língua ofi cial portuguesa.

Especialista em saúde pública alerta que Portugal não está preparado para lidar com ébola

Pôr a tónica numa intervenção

centrada apenas nos serviços hospi-

talares (em Portugal há três hospitais,

dois em Lisboa e um no Porto, pre-

parados para isolar casos suspeitos)

é uma estratégia “errada”, acentua

o médico, enquanto defende que

se deve montar ou reforçar “uma

apertada vigilância dos aeroportos

e portos”.

Pedro Serrano pergunta, a pro-

pósito, onde está e como pode ser

consultado o plano de contingência

nacional, como se articulam os vários

níveis de cuidados de saúde do país,

e se a rede nacional de serviços de

saúde pública já está activada para

a vigilância epidemiológica de casos

que venham a surgir.

Recordando a experiência da gripe

pandémica, altura em que foi monta-

da uma estrutura, criados circuitos e

oleada uma máquina para “enfrentar

uma epidemia à escala global”, o es-

pecialista em saúde pública propõe

que tudo isto seja aproveitado e re-

activado. Ao mesmo tempo, lamen-

ta que até agora não tenha chegado

ao conhecimento do público ou da

generalidade dos profi ssionais de

saúde “nenhuma orientação, inte-

grada e global, que inclua desde uma

estratégia nacional para lidar com

o problema até à emissão de infor-

mação que responda às perguntas e

ansiedades”.

Um eventual caso de ébola “não

vai chegar com uma bandeirinha a

assinalá-lo ao aeroporto da Portela,

onde logo chegará uma ambulância

do INEM, que o levará sem demora

ao Curry Cabral [hospital de referên-

cia para casos suspeitos em Lisboa],

onde espera por ele um quarto isola-

do e apetrechado”, caricaturiza Pe-

dro Serrano, lembrando que o que

a realidade tem vindo a demonstrar

nos últimos tempos é bem diferente.

“Como nos foi dado ver, primeiro nos

Estados Unidos e logo em seguida em

Espanha, nem os países com meios

técnicos mais sofi sticados consegui-

ram lidar efi cazmente com apenas

um caso de ébola”, faz notar (ver

notícia na página 29).

O médico propõe ainda que se crie

uma base de dados com os portugue-

ses que residem nos países conside-

rados de risco para monitorizar as

suas deslocações e para lhes fazer

chegar informações sobre medidas

a adoptar.

Depois de na semana passada ter

considerado que Portugal está razo-

avelmente preparado para lidar com

este fenómeno, o bastonário da OM,

José Manuel Silva, mostra-se agora

mais cauteloso. O caso da doente que

suspeitava estar infectada e que no

domingo se dirigiu pelo seu pé para

o Hospital de S. João, no Porto, de-

pois de ter passado por uma unidade

de saúde privada, veio provar, frisa,

que são necessárias “medidas para

além da publicação de brochuras e

protocolos”.

SaúdeAlexandra Campos

Ordem dos Médicos divulga parecer que critica “mensagens de enganadora tranquilidade” das autoridades nacionais

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Corte: 1 de 2ID: 56169546 15-10-2014

Os números são brutais, mostram

a gravidade da doença e a rapidez

com que se propaga. Segundo a

Organização Mundial de Saúde,

no início de Dezembro — ou seja,

dentro de escasso mês e meio — de-

verá haver entre cinco mil e dez mil

novos casos de ébola por semana. A

taxa de mortalidade, essa, estima-

se que continue a ser muito elevada

— 70% nos países mais afectados,

a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné-

Conacri.

Os novos números foram divulga-

dos ontem, horas antes de o Conse-

lho de Segurança das Nações Uni-

das se reunir de emergência para

debater a doença e formas concer-

tadas de combater a sua propaga-

ção (ver pág. 13).

“No início de Dezembro, pode-

mos ter entre cinco mil e dez mil

novos casos por semana”, disse em

Nova Iorque o director adjunto da

OMS, Bruce Aylward. Será um au-

mento substancial no número de

pessoas infectadas, uma vez que,

neste momento, estão a ser refe-

renciados mil novos casos por se-

mana.

A epidemia do ébola, doença que

está a infectar e a matar sobretudo

na África ocidental — mas já chegou

aos Estados Unidos e à Europa —,

matou até ontem 4447 pessoas em

8914 infectadas. Aylward explicou,

porém, que estes números falham

por defeito, uma vez que há uma

grande quantidade de casos não re-

gistados. O número real de infec-

tados nas capitais dos três países

mais afectados deverá ser bastante

maior — 1,5 maior na Guiné, duas

vezes mais na Serra Leoa e 2,5 vezes

mais na Libéria.

“Para este grupo de pessoas [da

África Ocidental] que sabemos es-

tarem doentes e cuja sorte conhe-

cemos, a taxa de mortalidade é de

70%, sendo este número idêntico

para os três países”, disse o director

adjunto da OMS, que é o respon-

sável pela acção no terreno desta

agência da ONU.

A avalanche de números terríveis

foi usada por Bruce Aylward para

explicar que o mundo tem de se

Dentro de mês e meio haverá entre 5000 e 10.000 novos casos de ébola por semana

concertar para combater, em bloco

e de forma efi caz, esta epidemia. A

comunidade internacional, disse

em tom crítico, tem de “dar provas

de maior determinação para res-

ponder de forma decisiva”. Além

da reunião no Conselho de Segu-

rança, está prevista outra reunião

de alto nível para debater formas

de controlo e combate à doença

— hoje, em Bruxelas, juntam-se os

ministros da Saúde dos países da

União Europeia e entre os temas

em debate estarão o reforço dos

controlos alfandegários (aeropor-

tos, portos e rede ferroviária) e um

maior esforço de coordenação na

prevenção.

As Nações Unidas traçaram já um

objectivo, ambicioso, e que exige

acções concertadas entre os paí-

ses: travar a expansão da doença

até 1 de Dezembro, a data em que

o número de casos vai aumentar

exponencialmente. Para isso, quer

criar mecanismos de segurança pa-

ra o enterro dos mortos e garantir

o isolamento de pelo menos 70%

dos casos suspeitos. “É um projecto

muito ambicioso”, disse Aylward,

considerando que a “propagação

geográfi ca é um dos maiores desa-

fi os”.

O número de doentes continua a

aumentar nos países da África Oci-

dental, apesar de ontem um comu-

nicado da OMS referir que no Sene-

gal e na Nigéria não surgiram novos

casos e que os países poderão ser

considerados livres da epidemia. O

último caso registado nestes países

data de há 42 dias. “Se a vigilância

continuar e se não for detectado

outro caso, a OMS poderá declarar

o fi m da epidemia na Nigéria a 17 de

Outubro e no Senegal a 22”, diz o

comunicado.

A Europa e os Estados Unidos já

têm mortos — pessoas que contacta-

ram com a doença em África ou que

lidaram com doentes transferidos

para hospitais europeus. Sabe-se

que o doente que morreu nos EUA

e a auxiliar de enfermagem infec-

tada em Espanha — e cuja situação

é “preocupante”, mas que deno-

tou melhoras — contraíram o vírus

devido a falhas no protocolo de

segurança. A mais recente vítima

do ébola a morrer na Europa foi

um sudanês, funcionário da ONU,

que chegou a Leipzig (Alemanha)

na semana passada, proveniente

da Libéria.

EpidemiaAna Gomes Ferreira

A OMS divulgou números novos e devastadores. Travar a propagação geográfica é o objectivo ambicioso, mas urgente

AFOLABI SOTUNDE/REUTERS

Senegal e Nigéria poderão ser declarados livres da epidemia

A doença que está a infectar e a matar sobretudo na África ocidental já matou 4447 pessoas em 8914 infectadas. Mas estes números falham por defeito e na realidade são superiores — 1,5 mais na Guiné, duas vezes mais na Serra Leoa e 2,5 vezes mais na Libéria Página 12

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Organização Mundial de Saúde projecta cenário para daqui a seis semanas em África. E Portugal estará preparado? p13 e 29

OMS prevê até dez mil novos casos de ébola por semana

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Opinião

Os surtos de doença causados pelovírus do Ébola podem atingir ta-xas de mortalidade entre 50 a

90%. Ou seja, em cada dez pessoas infecta-das nove podem morrer!

Decorre na Costa Ocidental de África,desde fevereiro de 2014, um surto de doen-ça por Vírus Ébola que já vitimou mais detrês mil pessoas. E alguns especialistas te-mem pelo disseminar do vírus à escala pla-netária. Pode ser uma questão de tempo senão forem tomadas medidas de saúde ade-quadas. O risco para os países europeus éconsiderado baixo. No entanto, a Direção-Geral da Saúde disponibiliza, no seu portal(http://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/sau-de-de-a-a-z/ebola.aspx), documentaçãocom medidas de prevenção.

O que é o Ébola?Trata-se de uma doença grave, frequente-

mente mortal. Os sintomas, que têm inícioentre dois a 21 dias após a infecção pelo ví-rus Ébola, englobam uma febre súbita supe-rior a 38,6 °C, debilidade, dores muscularese de garganta. E estes são só os sintomasiniciais.

A fase seguinte da doença carateriza-sepor vómitos, náuseas, diarreia e em algunscasos, hemorragias tanto internas como ex-ternas, acompanhada por insuficiência devários órgãos, entre eles o fígado e os rins.Foram estes sintomas extremos que deramprimeiramente o nome à doença como febrehemorrágica Ébola (FHE).

O vírus ÉbolaÉbola é uma doença causada por um ví-

rus, do género Ebolavirus. O vírus foi de-tectado pela primeira vez em 1976 em doissurtos simultâneos ocorridos em Nzara (Su-dão) e Yambuku (República Democráticado Congo). Como a aldeia em que se regis-tou um dos surtos está situada perto do rioÉbola, o vírus ficou com este nome.

A febre hemorrágica ébola é provocadapor quatro das cinco espécies de vírus clas-sificadas no género Ebolavirus, família Fi-loviridae, ordem Mononegavirales. As qua-tro espécies patogénicas são o Ebolaviruszaire, Ebolavirus sudan, Ebolavirus bundi-bugyo e o Ebolavirus taïforest. O quinto ví-rus, a espécie Ebolavirus reston, não apa-renta provocar a doença em seres humanos.

TransmissãoConsidera-se que o reservatório natural do

vírus em África são algumas espécies demorcegos frugívoros (que se alimentam defrutas), em particular Hypsignathus mons-trosus, Epomops franqueti e MyonycterisTorquata. Por isso, a distribuição geográfi-ca dos Ebolavirus pode ser coincidente com

a dos morcegos referidos.Em África estão documentados ainda ca-

sos de infecção associados à manipulaçãode outros animais como sejam chimpanzés,gorilas, macacos, antílopes e porcos-espi-nhos infectados, que tinham sido encontra-dos mortos ou doentes na selva. Destes hos-pedeiros naturais o vírus é transmitido paraa população humana através do contactocom órgãos, sangue, secreções e outros lí-quidos corporais dos animais infectados.

Como é que o vírus passa dos morcegospara os outros animais? Os morcegos mor-dem a fruta e contaminam-na com saliva,fruta essa que é depois recolhida e comidapor mamíferos terrestres como os gorilas.Esta cadeia de eventos constitui um possí-vel meio de transmissão indireta entre ohospedeiro natural e as populações animais,pelo que a investigação tem-se focado nasaliva dos morcegos.

Posteriormente o vírus propaga-se dentroda comunidade humana pela transmissãopessoa a pessoa, através do contacto comsangue, secreções, tecidos, órgãos ou líqui-dos orgânicos de pessoas doentes e mortas.Também pode haver transmissão da infec-ção através do contacto de mucosas ou le-sões da pele com superfícies ou objectoscontaminados com fluídos orgânicos de umdoente, como seja a sua urina ou o seu suor.

O vírus é extremamente infeccioso mas omecanismo da infecção ainda é mal com-preendido.

Mecanismo da infecçãoOs principais alvos da infecção do vírus

Ébola são as células endoteliais que reco-brem os órgãos e o interior dos vasos san-guíneos, um tipo de glóbulos brancos (osfagócitos mononucleares), e os hepatócitos(células do fígado).

As células infectadas são “forçadas” pelovírus a sintetizar uma proteína (em rigoruma glicoproteína) denominada glicopro-teína do vírus do ébola (GP). A GP formaum complexo que liga o vírus às células en-doteliais que revestem a superfície interiordos vasos sanguíneos. A GP interfere aindacom a sinalização entre certos tipos de gló-bulos brancos, o que permite ao vírus es-quivar-se do sistema imunitário, o que re-duz a capacidade deste em lutar contra ovírus. Os glóbulos brancos infectados po-tenciam o transporte do vírus pelo corpo dohospedeiro, depositando-o nos gânglios lin-fáticos, fígado, pulmões e baço.

A infecção das células endoteliais provocaa perda de integridade da parede dos vasossanguíneos, o que potencia as hemorragiasinternas e externas. A infecção de tantos ti-

pos de células diferentes em vários órgãos éuma das razões para a alta mortalidade cau-sada pelo vírus Ébola.

Prevenção e tratamentoNão há vacina contra o vírus Ébola. Estão

a ser experimentadas algumas possibilida-des em animais modelos, mas ainda nenhu-ma está disponível para uso clínico. A exis-tência de uma vacina permitiria ajudar osistema imunitário a identificar e eliminar ovírus Ébola logo depois da infecção e redu-zir o contágio. Também não há nenhum tra-tamento farmacológico específico, apesarde algumas drogas experimentais estarem aser testadas em casos extremos.

Os casos graves requerem cuidados inten-sivos. Os doentes são afectados por umadesidratação intensa pelo que um dos trata-mentos é a sua reidratação por via intrave-nosa ou oral com soluções que contenhamelectrólitos.

Risco de infeção pelo vírus Ébola e co-mo o evitar

É preciso dizer que o risco de infeção pelovírus Ébola é muito baixo mesmo paraquem vive em zonas afetadas ou tiver viaja-do para essas zonas, exceto se houver expo-sição direta a fluidos corporais de pessoasou animais infetados, mortos ou vivos. Ocontacto com fluidos corporais inclui ocontacto sexual não protegido com doentes,até três meses depois de estes terem recupe-rado da doença.

A Direcção Geral de Saúde (DGS) afirmaque “o contacto ocasional em locais públi-cos com pessoas que não pareçam estardoentes não transmite o vírus. Os mosqui-tos também não transmitem o vírus Ébola.Não há evidência de transmissão por aeros-sol deste vírus, como acontece com o vírusda gripe.” Apesar da sua virulência, o vírusÉbola é facilmente destruído pela utilizaçãode sabão, lixívia, pela ação da luz solar epor temperatura elevada ou secagem. Porexemplo, e segundo a DGS, a lavagem namáquina de vestuário que tenha sido conta-minado com fluidos destrói o vírus. O vírusÉbola sobrevive apenas por pouco tempoem superfícies que estejam expostas ao solou que tenham secado. Contudo, pode so-breviver por mais tempo em roupas ou teci-dos que foram manchados com sangue ououtros fluidos corporais.

A Direcção Geral de Saúde aconselha queem caso de suspeita de ébola, ligue primei-ro para a Linha de Saúde 24. Siga os proce-dimentos que lhe serão indicados. Não sedirija a um hospital ou centro de saúdeusando transportes públicos.

* Bioquímico e Comunicador de Ciências

PORQUE É QUE O ÉBOLA É TÃO MORTÍFERO?

CIÊNCIA VIVA | ANTÓNIO PIEDADE*

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Francisco Ferreira da [email protected]

O presidente da P-Bio explicacomo é possível fomentar acriação de novas empresas nes-ta área e a importância dos me-dicamentos órfãos para o des-envolvimento da ciência e daeconomia em Portugal.

O que são medicamentos órfãose que importância têm?Medicamentos órfãos são pro-dutos destinados a diagnosticar,prevenir ou tratar doenças querepresentam perigo de vida, ouque são graves e crónicas, masque só afectam uma pequenapercentagem da população –por exemplo na Europa até cincopessoas em cada dez mil. Ouseja, salvam vidas mas têm ummercado muito pequeno. Sãoportanto produtos cujas receitasdificilmente conseguem justifi-car o investimento necessáriosem que haja enquadramentosou incentivos especiais.

Temos condições para atrair in-vestimento de empresas que osproduzam?Sim e não. Já há empresas pro-dutoras de medicamentos ór-fãos a investir em Portugal, in-cluindo membros da P-BIO. Sefalarmos em investimento emI&D, que é uma grande parte doorçamento de empresas de bio-tecnologia nesta área (e nou-tras), existem algumas condi-ções favoráveis. Existe uma po-pulação de cientistas jovembem treinada e uma comunida-de médica bem preparada.Existem centros com algumasboas condições de base para in-vestigação clínica e, em algunscasos específicos, registos e ba-ses de dados competitivos. Noentanto, é difícil competir comalgumas condições oferecidaspor outros países, por exemploao nível fiscal, para atrair in-vestimento em I&D, e existemdificuldades organizacionaisque dificultam a implementa-ção e execução eficiente de en-saios clínicos.

É o que nos falta para atrair in-vestimento nesta área?

O que falta a Portugal é ser maisatractivo que os outros paísesonde uma empresa deste sectorpossa investir. O que isso signi-fica, falando da área da biotec-nologia como um todo, é que,não podendo hoje competircom outras regiões ao nível, porexemplo, dos benefícios fiscaisao investimento em I&D ou datradição acumulada nesta área,Portugal tem de se diferenciarpor outros meios.

Como?É importante ultrapassar obstá-culos organizacionais e buro-cráticos para permitir a empre-sas estrangeiras “entrarem” fa-cilmente nos nossos hospitais epara fazer com que estes te-nham capacidade de resposta àssolicitações daquelas. É neces-sário criar um ecossistema, aonível da investigação, favorávelà interacção com as empresas, oque passa por saber preparar eorientar os investigadores e osseus projectos para a defesa dovalor comercial ou económicoque estes porventura tenham(sem prejuízo do valor científi-co). A meu ver também é ne-cessário apostar num númerolimitado de “projectos-bandei-ra”, mobilizadores dos melho-res recursos nacionais que po-derão vir a fortalecer-se a longoprazo, traduzindo-se em inves-timento em pessoas, grupos einstituições concretas.

É possível ter ‘start-ups’ a pro-duzir medicamentos órfãos nonosso país?Sim, é possível. Algumas dascondições estão criadas e já exis-tem ‘start-ups’ nesta área entreos membros da P-BIO. Existe emPortugal uma camada de douto-rados e investigadores abaixodos 40-45 anos com boas ideias etreinados, muitos deles em uni-versidades estrangeiras, onde écomum os cientistas aproveita-rem os resultados dos seus tra-balhos para lançarem projectosempresariais. Vários centros deinvestigação portugueses hojepromovem esse tipo de “saída” eexistem alguns, como o Biocant,em que as ideias de negócio po-dem ser incubadas e aceleradas.Existem também alguns peque-nos investidores privados de ca-pital de risco, e um ou dois in-vestidores maiores ligados aoEstado, com interesse em apos-tar nas fases iniciais das empre-sas de biotecnologia.

O que falta, então?O que não há ainda é um histo-rial de sucesso que dê real cre-dibilidade ao sector, e faltamalgumas competências de in-terface entre as ciências “da

“Mais ensaios clínicos podem trazerum retorno económico substancial”Biotecnologia Investigação, desenvolvimento e produção de medicamentos para doenças raras dinamizam a economia.

ENTREVISTA NUNO ARANTES-OLIVEIRA Presidente da P-BIO, Associação Portuguesa de Biotecnologia

É necessárioapostar em‘projectos-bandeira’que poderão vir afortalecer-se a longoprazo, traduzindo-seem investimentoem pessoas, grupose instituiçõesconcretas.

Nuno Arantes-Oliveira dizque existem centros de

investigação onde as ideiasde negócio podem ser

incubadas e aceleradas.

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vida” (biologia, biomedicina,farmácia) e a actividade empre-sarial. Também não existemainda, em Portugal, investido-res especializados com escalasuficiente para levarem estasempresas – cujos ciclos de des-envolvimento são longos e decapital intensivo – até ao mer-cado. Isto significa que as em-presas têm sempre de competirpor capital estrangeiro a partirde uma determinada fase dedesenvolvimento.

Portugal pode realizar mais en-saios clínicos deste tipo de me-dicamentos?A oportunidade existe, sem dú-vida, se pensarmos que o nú-mero de empresas a desenvol-ver medicamentos órfãos é cadavez maior, tal como é o número

destes medicamentos a entra-rem na fase de desenvolvimen-to clínico pelo Mundo fora. Poroutro lado, é hoje claro que aactividade de ensaios clínicos,se bem estruturada, pode trazerum retorno económico subs-tancial – dois euros por cadaeuro investido, segundo algunsestudos. Parece-me que o desa-fio passa por enraizar este tipode actividade nos hábitos dosprofissionais e das instituições.Mas também é de enorme im-portância não permitir o surgi-mento de situações que façamcom que as multinacionais queinvestem no país percam o in-teresse e queiram sair de Portu-gal. Será extremamente difícilatrair investimento em I&D deempresas cujo interesse comer-cial no país tenha diminuído. ■

CONFERÊNCIA

Doenças RarasA conferênciainternacional sobremedicamentos órfãos edoenças raras realiza-sesexta-feira, dia 17, noHotel Sana, em Lisboa,numa organização da P--Bio. Em debate vão estartemas como “AtrairInvestimento eFinanciamento”, “CriarValor Económico atravésda Investigação Clínica”e “O Valor Acrescentadoda Biotecnologia e dosMedicamentos Órfãos.

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OE2015

Passos revê défice em altapara 2,7% apesar de nãoter reduzido sobretaxaMarta Moitinho [email protected]

O Governo reviu em alta a metado défice para o próximo ano,apesar de não ter avançado comuma redução na sobretaxa do IRS.Além disso, não conseguiu evitara adopção de mais medidas decontenção, que a ministra das Fi-nanças apresenta hoje. A novameta, que aponta para um déficeigual a 2,7% do PIB em vez dos2,5% combinados com a ‘troika’,ainda não teve o aval de Bruxelas,mas o Governo acredita que a Co-missão não levantará problemas,sabe o Diário Económico.

O anúncio da nova meta do dé-fice para o próximo ano foi feitoontem pelo primeiro-ministro, navéspera da entrega do documentono Parlamento. Passos Coelhosublinhou o progresso feito na re-dução do défice em relação à he-rança que recebeu do Executivoanterior (em 2010 andava pelos10%) e destacou que 2015 será oprimeiro (em 15 anos) em quePortugal terá um défice abaixo dolimite dos 3% imposto pelo Pactode Estabilidade e Crescimento.

No entanto, o novo objectivode défice para 2015 implica umarevisão em alta de 0,2 pontos per-centuais do PIB. A meta acordadacom a ‘troika’ determinava umadiminuição do défice dos 4% pre-vistos para 2014 para 2,5%. Alémdisso, o Governo piora os objecti-vos orçamentais, apesar de não seter comprometido com uma re-dução da sobretaxa de IRS, o quesignifica que o Executivo não estáa rever a meta em alta para baixarimpostos, até porque as outrasmexidas no IRS (coeficiente con-jugal e outras) terão de ser com-pensadas com as receitas adicio-nais obtidas com a reforma da fis-calidade verde. E ontem, o pri-meiro-ministro deixou a indica-ção de que a ministra das Finançasapresentará hoje medidas adicio-nais de contenção. “A opção [de

Orçamento Um dia antes da entrega do Orçamento, o primeiro-ministro anunciou uma revisãoem alta da meta do défice. O Governo ainda não tem o aval de Bruxelas, mas está confiante.

rever a meta em alta] não apre-senta medidas adicionais além dasque serão apresentadas amanhãpela ministra das Finanças”.

No Parlamento, a ministra dasFinanças reuniu-se com os parti-dos e aproveitou o primeiro en-contro com o PCP para justificar aopção de fixar uma meta maisalta para o défice. Segundo o líderparlamentar, João Oliveira, os“elementos de ponderação”adiantados pela governante noencontro (que decorreu à portafechada) foram a “avaliação dacredibilidade externa” e “o quepodia significar um aumento deimpostos”. Leia-se: o Governoprejudicou a meta orçamentalpara evitar um aumento de im-postos. É que “fazer finca péexactamente nos 2,5% significa-ria fanatismo orçamental”, resu-miu Passos Coelho horas depois.

A explicar este revisão em alta(mesmo sem alívio na sobretaxa)está, segundo o Executivo, a rea-valiação do impacto dos chumbosdo Tribunal de Constitucional. O

DESTAQUE ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2015

Executivo estimava um impactonegativo de 1.100 milhões de eu-ros, mas uma actualização dascontas apontou para 1.400 mi-lhões de euros.

O Governo está confiante deque a nova meta terá o aval deBruxelas, tendo em conta quePortugal foi um “bom aluno” -disse a ministra das Finançasnuma das reuniões com os parti-dos, segundo o relato feito por umdeputado ao Económico - e que secomprometeu com as reformasestruturais, acrescenta fonte go-vernamental.

Alívio no déficenão convence oposiçãoNo entanto, o alívio nos objectivosde consolidação orçamental nãoconvenceu a oposição. A revisãoem alta do défice acontece “me-ramente” porque o Executivo“não teve outro remédio”, disse olíder parlamentar do PS, depoisdo encontro da delegação do PS.Eduardo Ferro Rodrigues adian-tou que “mesmo assim [a reduçãode 4% para 2,7%] representa umesforço extremamente duro” elembrou que ainda falta ver o quevai acontecer do lado da despesa.Para o PS, este será um Orçamen-to “de esgotamento do país”. Blo-co de Esquerda e PCP salientaramque o Orçamento para 2015 alinhapela mesma política que os deanos anteriores, apesar de a‘troika’ já ter saído.

O comunista João Oliveira -que considerou que a meta déficeserá mais alta por motivos “elei-torais” - e que este será um orça-mento de ‘troika’ “sem a ‘troika’estar no país”. Pedro Filipe Soa-res, o líder do Bloco de Esquerda,adiantou que o Governo tenta“dizer que este é um novo Orça-mento, mas ele é feito de medidasvelhas”. Os Verdes destacaram omesmo: “Já não está cá a ‘troika’.É um Orçamento da autoria doPSD/CDS genuinamente”, disseHeloísa Apolónia. ■com B.F.L.

DesempregoPrevisão do Governo para ocrescimento económico em2015 é igual à do FMI.

A economia vai crescer 1,5%, nopróximo ano, e a taxa de desem-prego vai baixar para 13,4%.Este é o cenário macroeconómi-co previsto no Orçamento doEstado para 2015 que o Governoentrega hoje no Parlamento eque a ministra das Finanças re-velou ontem aos deputados.

Um dia antes da entrega dodocumento na Assembleia, Ma-ria Luís Albuquerque, foi ao Par-lamento apresentar as linhas ge-rais do documento aos partidoscom assento parlamentar. Osencontros são individuais e de-correm à porta fechada. Segun-do relatos feitos por vários depu-tados ao Diário Económico, aministra apresentou os númerosglobais do cenário macroeconó-mico. O PIB deverá crescer

EXECUÇÃO

Orçamento desteano ainda em riscoO ano já está no fim,e foram apresentadosdois orçamentosrectificativos, masos riscos à execuçãoorçamental de 2014continuam elevados.Aliás: até há medidas quepodem ser chumbadaspelo Eurostat, dizem osperitos internacionais.A Comissão Europeiadestaca quatro riscosno relatório: o cenáriomacroeconómico, doqual podem resultar errosnas previsões de receitae despesa apresentadasno segundo Rectificativo;novos desvios na execuçãoorçamental; frisa que faltaconhecer a decisão doTribunal Constitucionalsobre o aumento dosdescontos para a ADSE,SAD e ADM (quevale 0,2% do PIB)e diversos “riscos deimplementação”. Nestecapítulo, Bruxelas sublinhaos atrasos no recursoao programa derequalificação, oscortes nas despesassectoriais – que nuncaforam detalhados eque dependem apenas documprimento de tectos dedespesa – e até riscos navenda das concessões. M.P.

Fazer finca péexactamente nos 2,5%[de défice para 2015]significaria fanatismoorçamental.

Pedro Passos CoelhoPrimeiro-ministro

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PONTOSCHAVE

● O Governo reviu em alta a metado défice para o próximo anopara 2,7% em vez dos 2,5%.● A economia vai crescer 1,5%e o desemprego baixa para 13,4%.

● Comissão Europeia critica Governopor falhar compromissos.● Reformas antecipadas continuamcongeladas.● Governo promete enviar 12 mil

funcionários para a mobilidade.● Farmacêuticas acusam Governode violar acordo com a sobretaxa.● Deduções fixas podemnão avançar no próximo ano.

Bruxelas ajusta as contasque estavam por saldardesde a 12ª avaliaçãoEm vésperas de OE/15,Comissão critica Governopor falhar compromissos.

Luís Reis [email protected]

A ‘troika’ já foi embora há al-guns meses, mas a ComissãoEuropeia faz questão de lembrarque continua presente. Em vés-peras de o Governo entregar oOrçamento do Estado no Parla-mento, Bruxelas fez ontem umaanálise ao programa de ajusta-mento, criticando a estratégiaorçamental do Executivo esteano e o Tribunal Constitucionale alertando para os vários riscosque pairam sobre o país. Numtom especialmente duro, a Co-missão disparou em todas as di-recções, num ajuste de contasque estava por fazer desde a 12ªavaliação da ‘troika’.

“Tendo em conta os últimosdesenvolvimentos, o pacote dasmedidas de consolidação [para2015] é agora estimado em 1,8%do PIB”, avança o documento.Isto porque, antes de o TribunalConstitucional chumbar os cor-tes salariais, em Maio, o esforçoque estava previsto era de 2,3%do PIB. Ou seja, desde então, oGoverno desistiu de 870 mi-lhões de euros em medidas deausteridade.

A nova estratégia, além deser de “menor qualidade”,“implica que as receitas extraobtidas com a recuperaçãoeconómica e as reservas orça-mentais estão agora a ser usa-das para suportar mais despesapública, enquanto um dos ob-jectivos do programa em ter-mos orçamentais, em particu-lar para 2014, era obter umaconsolidação orçamental ba-seada na despesa, que deveriatornar o ajustamento mais du-rável e promotor do cresci-mento no médio prazo”, criticaa Comissão Europeia.

Os planos do Executivo“afastam-se do compromisso,que as autoridades assumiramdurante o programa, de imple-mentar medidas compensató-rias de dimensão equivalente equalidade, caso os riscos de

execução e legais se materiali-zarem após decisões do Tribu-nal Constitucional”, avançaainda o documento.

Ao longo de pouco mais de 90páginas, Bruxelas continua alançar críticas e avisos, não só noplano orçamental, mas tambémno económico, onde apela a um“consenso político alargado”para uma estratégia de “cresci-mento sustentado” a prazo.

O tom é duro e surge em vés-peras de Orçamento e no mes-mo dia em que o primeiro-mi-nistro assumiu publicamenteque o Governo aponta a um dé-fice de 2,7% do PIB no próximoano, ao invés dos 2,5% que fo-ram acordados ao abrigo dosProcedimentos por Défices Ex-cessivos (ver texto ao lado). Mas

não são os números do Orça-mento para 2015, que a Comis-são já disse ainda não ter visto,que justificam as críticas.

O tom ácido de Bruxelas vemajustar contas que estavam porsaldar desde a 12ª avaliação. Naaltura, o Governo rejeitoucompensar o chumbo aos cor-tes salariais, argumentandoque ainda havia outros diplo-mas em análise e queria daruma resposta conjunta maistarde. As autoridades interna-cionais não gostaram, receandoque o Executivo acabasse pornão compensar os chumbos natotalidade.

As posições extremaram-sesobretudo com o Fundo Mone-tário Internacional (FMI), mas aComissão também não gostouda ideia. Até porque já havianessa altura uma batalha emtorno das reformas estruturais,com a ‘troika’ a pedir mais, so-bretudo no mercado de traba-lho, e o Executivo a rejeitar irmais além. Como consequên-cia, pela primeira vez em trêsanos, Portugal terminou umaavaliação do programa, a últi-ma, com um chumbo.

Os riscos e críticas que Bru-xelas deixou ontem são os queficaram por fazer publicamentena última avaliação - que, porterminar com um chumbo,nem sequer teve direito aos ha-bituais documentos de avalia-ção. E são exacerbados querpelos acontecimentos dos últi-mos meses, como a implosãodo BES e a travagem da econo-mia europeia - que agravam asperspectivas para a economiaportuguesa -, quer por, na óp-tica de Bruxelas, haver sinaisde que o Governo ter vindo aperder o ímpeto de ajusta-mento que teve ao longo doprograma. É que a ‘troika’ nãosó viu o Governo desistir decompensar alguns chumbos doConstitucional e não avançarmais reformas laborais, comoaté já assistiu a um aumento dosalário mínimo - medida pe-rante a qual o departamento deAssuntos Económico da Co-missão não escondeu o des-conforto. ■ com M.P.

Ferro Rodrigues, Vieira da Silva eEduardo Cabrita foram os deputados

que António Costa escolheu parareunir com a Governo sobre o

Orçamento do Estado para 2015.

´Paula Nunes

baixa para 13,4%1,5%, terá dito a ministra, o quesignifica que a previsão de cres-cimento assumida pelo Executi-vo será a mesma que foi apre-sentada pelo Fundo MonetárioInternacional há cerca de duassemanas. Apesar da economiaacelerar, o Governo não prevêum crescimento da receita fiscaltão grande como o que deveráacontecer este ano, adiantou aoEconómico fonte do Executivo.

Além disso, o desemprego vaibaixar. Os números reveladospela ministra aos deputados mos-tram que a taxa de desempregovai cair de 14,2%, este ano, para13,4%, em 2015. Apesar da desci-da, o desemprego vai continuarainda acima dos níveis pré-crise,o que significa que as contas daSegurança Social continuarãopressionadas tanto pela via dossubsídios de desemprego comopelas contribuições.

Além disso, a ministra das Fi-

nanças explicou como espera quea economia cresça. Apesar de nãoter divulgado os números finais,deu indicações ao nível das ten-dências. O investimento vai cres-cer, as exportações vão acelerar(principalmente, em resultado daturismo), mas as importaçõestambém vão recuperar devido aoaumento do consumo privado.

Apesar de não descer a sobre-taxa de IRS, o Governo apenas vaicortar as pensões mais altas (aci-ma de 4.611 euros) e os cortes so-bre os salários da Função Públicacomeçam apenas nos 1.500 euros,recuperando 20% da redução re-muneratória a que estão sujeitos.Estes dois factores podem ajudar aacelerar o consumo das famílias.

As contas externas vão manterum excedente, em resultado daaceleração das exportações e ape-sar do aumento das importações,apurou o Económico junto de fon-te governamental. ■ M.M.O. e M.S.

Críticas às“incertezas”geradas pelo TC

A Comissão é dura nas críticasà actuação do Constitucional.Depois de enumerar todas asdecisões do Tribunal, Bruxelasdiz que uma consolidaçãosustentável e duradoura teráde passar por uma legislação“eficiente e compreensiva”,apoiada em medidas estruturais.Mas as decisões do TC “nãodão um guião claro” sobre comopoderá ser desenhada essalegislação, acusa a Comissão.Sublinha que o Tribunal retiraas suas conclusões “a partir deprincípios constitucionais muitogerais”, cujas margens “não estãoclaramente definidas”, são “muitoamplas e susceptíveis a diferentesinterpretações”. Lembra que o TCtem sido criticado por “escolhera alternativa de interpretaçãomais estreita” e avisa que quereste Governo, quer os futuros,“continuarão a ser confrontadoscom as incertezas de comoo Tribunal Constitucional vaiinterpretar estas margense os princípios constitucionaissubjacentes”.

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DESTAQUE ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2015

António Costae Cristina Oliveira da [email protected]

O Governo vai manter em 2015 asuspensão das reformas antecipa-das na Segurança Social. Porém,se houver margem orçamentalpara mexer nesta medida, o des-congelamento começará porabranger os trabalhadores comcarreiras contributivas mais lon-gas, apurou o Diário Económico.

A versão preliminar do Orça-mento do Estado, noticiada nasemana passada pelo Económico,já dava a entender que o Governomanteria congelado, por mais umano, o acesso às pensões anteci-padas no sector privado, uma vezque o documento prolonga até fi-nal de 2015 as medidas depen-dentes da vigência do programade ajustamento. Ontem, a minis-tra das Finanças também deu in-dicação a alguns deputados deque o acesso às reformas anteci-padas continuará suspenso.

Já o relatório da Comissão Eu-ropeia que faz o balanço do pro-grama de ajustamento portuguêsaponta noutro sentido: “As auto-ridades confirmaram que a sus-pensão das reformas antecipadasserá levantada a partir de 2015,aumentando as pressões orça-mentais nas despesas com pen-sões no próximo ano”, lê-se nodocumento divulgado ontem.Esta indicação também tinhasido avançada por alguns meiosde comunicação social, citandofonte governamental.

No entanto, ao que o Económi-co apurou, a intenção do Governoé mesmo manter congelado o

acesso às pensões antes da idadelegal de reforma (65 anos em2013, 66 anos em 2014 e 2015, au-mentando gradualmente no futu-ro). Esta medida vigora desdeAbril de 2012 e, inicialmente, oGoverno esperava poupar 450milhões de euros em 2012 e 2013.Actualmente, já há excepções aesta regra: desempregados delonga duração, regimes específi-cos e funcionários públicos (quedescontam para a Caixa Geral deAposentações) podem abandonarmais cedo o mercado de trabalho.

Bruxelas critica alteraçõesrecentes no mercado laboralNo seu relatório, a Comissão Eu-ropeia reconhece que muitas re-formas foram feitas no mercadode trabalho mas diz que é precisoir mais longe. As instituições in-ternacionais focaram sempre aimportância de ajustamentos sa-lariais ao nível da empresa e Bru-xelas vem agora criticar algumasopções recentes do Executivo.Desde logo, é feita referência àmedida que permite que os con-tratos colectivos de trabalho pos-sam ser suspensos, mas apenas seexistir acordo entre as partessubscritoras. Depois, a Comissãodefiniu como um “grande revésna reforma da contratação colec-tiva” a recente alteração do Exe-cutivo que suavizou as restriçõesà publicação de portarias de ex-tensão (que permitem estender atodo um sector as condições ne-gociadas entre associações sindi-cais e patronais, incluindo o au-mento dos salários mínimos).

Bruxelas acrescenta ainda que“continuam por avaliar” as im-plicações da subida do saláriomínimo e alerta para a necessi-dade de mais reformas: “As au-toridades têm de estar prepara-das para tomar medidas adicio-nais caso a reforma não tenha re-sultados suficientes no combate àelevada segmentação do merca-do de trabalho”. ■ com M.M.O.

Sector Privado Suspensão das reformasantecipadas mantém-se em 2015.

OE2015

Paulo Figueiredo

Reformasantecipadascontinuamcongeladas

Os médicos que forem parazonas carenciadas vãopoder receber suplementosremuneratórios ouincentivos de carácter nãopecuniário. A versão maisrecente da proposta de OEpara 2015, a que o DiárioEconómico teve acesso,prevê “incentivos àmobilidade geográfica emzonas carenciadas” paramédicos com contratode trabalho com vínculopúblico ou privadointegrados em serviçosdo SNS. Os termos econdições de atribuiçãodos incentivos serãofixados por decreto-lei.

Governo promete enviar 12 milfuncionários para a mobilidadeExecutivo comprometeu-se coma Comissão Europeia e definiumetas para 2014 e 2015.

Denise [email protected]

O Governo assumiu peranteBruxelas o compromisso de co-locar no sistema de requalifica-ção (mobilidade especial) 12 milfuncionários públicos entre2014 e 2015. “O novo sistema derequalificação, que substituiu oanterior regime de mobilidadeespecial [...] tem como alvo 12mil funcionários públicos em2014 e 2015 que serão pagoscom 60% do seu salário no pri-meiro ano e com 40% a partirdaí”, lê-se no documento daComissão Europeia sobre o pro-grama de ajustamento divulga-do ontem.

Os últimos dados do Gover-no, referentes a Março, dãoconta de menos de mil traba-lhadores do Estado (978) no sis-tema de requalificação. O novoregime entrou em vigor em De-zembro de 2013 e afecta tanto osactuais excedentários como ostrabalhadores que forem lá co-locados entretanto.

Os sindicatos têm vindo apúblico contar que em vários

serviços e organismos públicos,nomeadamente na SegurançaSocial, tem havido reuniões in-formais com os trabalhadoresonde dirigentes anunciarammetas de redução de pessoalatravés da requalificação da or-dem dos 10 a 12,5%.

A informação foi depois des-mentida por fonte oficial do Mi-nistério das Finanças, que recu-sou haver objectivos definidos.Por sua vez, o ministro da Presi-dência, Marques Guedes, ques-tionado na altura pelos jornalis-tas sobre o assunto após umareunião do Conselho de Minis-tros, disse apenas que o regimede requalificação é uma lei e quecada ministério poderia aplicá--la como entender.

O documento de Bruxelasrefere que em 2015 haverá “re-duções adicionais no empregopúblico” que serão conseguidas

sobretudo por aposentação,rescisões, não renovação doscontratos a termo e pelo regimede requalificação.

No próximo ano, o Governoconta com poupanças de 49 mi-lhões de euros com a requalifi-cação, 48 milhões com os pro-gramas de rescisões e mais 140milhões com as saídas por apo-sentação e não renovação doscontratos a termo.

Por outro lado, conta comum aumento da despesa de 70milhões de euros com a rever-são de 20% dos cortes salariaisque estão a ser aplicados aostrabalhadores com remunera-ções acima de 1.500 euros.

No final de Agosto, a ministradas Finanças, Maria Luís Albu-querque, sinalizou que maistrabalhadores poderiam ir paraa requalificação, após a conclu-são dos processos de reorgani-zação em curso e com o progra-ma Aproximar. A ministra re-conheceu ainda que as poupan-ças com a requalificação e comos programas de rescisões nãoestavam a produzir os resulta-dos esperados.

Ontem, questionado sobre oassunto, o Ministério das Fi-nanças não respondeu até aofecho da edição. ■

POUPANÇA

49 milhõesO Governo conta com umapoupança de 49 milhões de euroscom a requalificação, em 2015,segundo o documento de Bruxelas.

Se houver margemorçamental,descongelamentocomeçará pelascarreiras longas.

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CES só se aplicaa pensõessuperioresa 4.611 eurosEm 2015, aContribuiçãoExtraordinária deSolidariedade (CES)só vai incidir sobrepensões acima de4.611,42 euros, quandoactualmente abrangereformas superiores amil euros. Continuamabrangidas as pensõesdo sector públicoe privado, com asactuais excepções(caso dos PPR). Assim,as pensões entre4.611,42 e 7.126,74euros serão sujeitasa uma taxa de 15%;acumula depois umcorte de 40% no valorque ultrapassa 7.126,74euros. No próximoano, só as pensõesmínimas serãoaumentadas.

Progressõescongeladasna FunçãoPúblicaAs progressões naAdministração Públicadeverão manter-secongeladas nopróximo ano. Apesarde o Governo játer sinalizado quehaveria margem para

descongelar asprogressões em 2015 –que estão proibidasdesde 2011 – a versãopreliminar doOrçamento do Estadomantém a normaque proíbe qualquervalorizaçãoremuneratória.Também os prémiospor desempenho,as promoções ou assubidas na carreira(aumento salarial)por concurso devemmanter-se proibidas.

Metas de reduçãode pessoaldesaparecemmas controlocontinuaNa versão preliminardo OE para 2015 nãoconsta a meta deredução de pessoal de2% ao ano naAdministraçãoCentral, que está emvigor desde 2011.Também para asautarquias emequilíbrio financeiro ameta de redução depessoal desapareceu.Só as câmarassobreendividadasterão de cortar em3% o número detrabalhadores. Asempresas públicastambém deixam de

ter uma metaquantitativa. Porém,mantém-se a normade controlo derecrutamento depessoal. Além disso,a não renovação doscontratos a termona AdministraçãoPública mantém-se.

Entidadesempregadorassem descontospara ADSEAs entidadesempregadoraspúblicas devem deixarde contribuir paraa ADSE, segundoa versão preliminar.Actualmente acontribuiçãoé de 1,25%, maso Governo já tinhasinalizadoque no futuroseriam apenasos beneficiários(funcionários públicose pensionistas doEstado) a suportar osubsistema de saúde.Estes descontam3,5% do seu salário,mas o diplomaque veio aumentar acontribuição de 2,5%para 3,5% – e que estáem vigor desde Maio –ainda está a seravaliado pelo TribunalConstitucional.

Subsídio dedesempregomajoradopara casaisEm 2015, tal comoaconteceu nos últimosanos, os casaisdesempregados comfilhos e as famíliasmonoparentaiscontinuarão ater direito a umamajoração de 10%no subsídiode desemprego.O mesmo se aplicaa trabalhadoresindependentes querecebam o subsídiopor cessaçãode actividade.

Reposiçãode 20% doscortes salariaisno EstadoNo próximo ano,os funcionáriospúblicos com saláriossujeitos a cortes(acima de 1.500 euros)terão uma reversãoda reduçãoremuneratóriaem 20%. A medida –que foi aprovada numdiploma à parte e nãono OE – irá custarcerca de 70 milhõesde euros, segundo orelatório da ComissãoEuropeia sobreo programa de

ajustamento divulgadoontem.

Complementosde pensãosuspensosAs empresas do sectorpúblico com prejuízosnos últimos três anossó poderão pagarcomplementosde pensão no casode trabalhadorescom reformas até 600euros. Os restantescomplementoscontinuam suspensos.

Compensaçõespara professoresem 2015Os professores comcontrato anual esteano lectivo que nãoconsigam colocaçãoaté 31 de Dezembrode 2015, renovandoo vínculo, vão recebercompensaçãopor caducidadedo contrato. Ouseja, só recebem aindemnização depoisdas colocaçõesque decorrem entreSetembro e Dezembro.

D E S P E S A

Mais 50 milfamílias comisenção de IMIO Governo alarga aisenção permanente deIMI aos contribuintescom rendimentos até15.300 euros, contraos anteriores 14.600euros. Em causaestarão, segundoespecialistas, maisde 50 mil famílias quevêem, assim, reforçadaa isenção de IMI,numa altura em quea cláusula geral desalvaguarda que travoua subida do IMI até2015, irá desaparecer.

Cerveja com maisimpostoOutra das alteraçõesimplica um aumento doimposto na cerveja nopróximo ano. A subidapode chegar aos 2%e vai afectar a maiorparte do mercado.Trata-se de umaalteração no chamadograu plato quecorresponderá a umaumento da tributação.As empresas de cervejareduziram o grau dealcolémia há uns anos,pagando assim menosimpostos e o Governotem vindo a fazera correcçãoda tributação.

DESTAQUE ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2015

Saiba quais asprincipais alteraçõesdo Orçamento

Paula Cravina de [email protected]

O primeiro Orçamento do Esta-do depois da saída da ‘troika’ vaitrazer algum alívio para as famí-lias e pensionistas, mas muitosdos esforços de consolidação or-çamental e de contenção vãomanter-se.

O lado menos negativo doOrçamento do Estado para 2015(OE/15) deve reflectir as deci-sões do Tribunal Constitucionalpara os funcionários públicos epensionistas. Por um lado, oscortes salariais da Função Públi-ca vão manter-se a partir dos1.500 euros e entre os 3,5% e os10%, mas haverá a devolução de

20% da redução remuneratória.Por outro lado, a maior parte dospensionistas deixa de estar su-jeito à Contribuição Extraordi-nária de Solidariedade (CES). Seagora, esta contribuição temefeito nos reformados com pen-sões de mil euros, a partir dopróximo ano, apenas quem temrendimentos mais elevados - a

Alterações Este Orçamento, o primeiro depois da ‘troika’,vai reflectir as decisões do Tribunal Constitucional.

OE2015

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R E C E I T A

partir de 4.611,42 euros - estarásujeito àquela contribuição.

Quanto aos impostos há boasnotícias, mas para as empresas.Tal como estava já previsto nareforma do IRC, a taxa vai descerde 23% para 21%, em 2015. Esteano já tinha descido dois pontospercentuais: de 25% para 23%.

No lado mais negativo está o

adiamento do alívio dos impostospara as famílias. No sábado o Go-verno encontrou uma soluçãopara a redução do IRS, mas estanão virá sob a forma de corte di-recto da sobretaxa de 3,5%, nemterá efeitos no próximo ano. OExecutivo preferiu condicionar aredução da sobretaxa à evoluçãodas receitas fiscais, medida esta

que terá efeitos apenas em 2016, ese o Governo que estiver em fun-ções honrar esta promessa.

O IRS deverá sofrer grandes al-terações em 2015, mas estas mu-danças serão conhecidas na pró-xima quinta-feira no âmbito dareforma daquele imposto e serãodiscutidas à margem do OE/15. ■

com C.O.S., D.F., L.S. e H.S.

Penhorasmais rápidaspara dívidasaté 51 mil eurosO Fisco vai acelerarno próximo anoo processo depenhora dosdevedores comdívidas até 51 mileuros. Isto porquevai ser alargadoo número dedevedores notificadoatravés da caixapostal electrónica,o que contribui paratornar os processosde penhora maisrápidos. A alteraçãoconsta da versãopreliminar doOrçamento doEstado para 2015(OE/15). A citaçãoatravés da caixapostal electrónicaera válida apenaspara dívidas até25.500 eurose o valor é agoraaumentadopara 51 mil euros,abrangendo assimmais contribuintes.A citação considera--se feita no momentoem que o devedoracede à caixapostal electrónicaou no 25º dia depoisdo envio, casoo contribuintenão acedaà caixa postal.Os contribuintesdeverão, por isso,estar atentos àssuas caixas postaiselectrónicas.

Cigarroselectrónicospassam a sertributadosOutra alteração fiscalpassa por fazertributar os cigarroselectrónicos. OImposto Sobreo Tabaco passa,segundo a versãopreliminar, a incidir no

líquido contendonicotina, emrecipientes utilizadospara carga erecarga de cigarroselectrónicos. “Sãoequiparados aoscigarros, aos tabacosde fumar, ao tabacopara cachimbo deágua, ao rapé, aotabaco de mascar e aotabaco aquecido, osprodutos constituídos,total ou parcialmente,por substâncias que,não sendo tabaco,obedeçam aosoutros critérios”como o “tabacomanufacturadoespecialmentepreparado paraemitir um vapor semcombustão da misturade tabaco nelecontida”. A versãopreliminar consagra,porém, uma excepção:os produtos quetenham uma funçãoexclusivamentemedicinal.

Taxa sobre avenda dasfarmacêuticasO Governo vai mesmoavançar com umataxa sobre as vendasda indústriafarmacêutica. Areceita arrecadadacom estas taxasreverterá para oServiço Nacionalde Saúde, como formade financiamentodo sistema. Apossibilidade de

avançar com uma taxasobre as vendas doslaboratórios já esteveem cima da mesa noOrçamento do Estadopara 2014, masacabou por ficarem ‘standby’ e foisubstituída este anopor um acordo com aindústria farmacêuticapara baixar a despesapública com remédios.O valor da taxa aaplicar será diferenteconsoante o tipode medicamento (porexemplo remédioscomparticipadospelo Estado, sujeitosa receita médica, etc.)e pode variar entre0,5% e os 15%.

IRC descede 23%para 21%O Governo vaicumprir a descida dataxa de IRC em 2015de 23% para 21%,prevista na reformadeste impostosobre os lucrosdas empresas,prescindindo de 200milhões de euros emreceita fiscal. A perdade receita com asegunda descidado IRC em dois anosdeverá ser cobertapelo dinheiroarrecadado nocombate à fraude eevasão fiscal, que sóeste ano fará entrarnos cofres do Estadomais 700 milhõesde euros.

Farmacêuticas dizemque sobretaxa é“quebra de acordo”Governo quer farmacêuticasa financiar o SNS. Empresascontestam opção depoisde terem acordado numapoupança de 160 milhões.

Hermínia [email protected]

A sobretaxa sobre as vendas daindústria farmacêutica está a ge-rar perplexidade e preocupaçãonas empresas do sector, que hámenos de um mês assinaram como Ministério da Saúde um proto-colo que prevê uma redução dadespesa com medicamentos em160 milhões de euros em 2014. Háquem fale “de quebra de acordo”.

“Não podemos deixar de ma-nifestar a preocupação sobre umanotícia que, se confirmada, colocasérios riscos de sustentabilidadedo sector”, diz Luís Rocha, direc-tor de relações institucionais daNovartis, sublinhando, que qual-quer comentário sobre a matériapode ser prematuro sem a apro-vação do Orçamento do Estadopara 2015. A versão preliminar dodocumento prevê, tal como oDiário Económico avançou, umasobretaxa sobre as vendas, cujareceita será usada como fonte definanciamento do Serviço Nacio-nal de Saúde (ver caixa).

Com a maior parte das empre-sas a recusar comentar a matéria,fonte do sector diz que o “ministroestá a quebrar o acordo que tinhacom a Apifarma e com as empre-sas que o assinaram”. A mesmafonte frisa que o protocolo, que foisubscrito por 90% dos associados,“seria a melhor solução já que éum acordo entre parceiros e ba-seado numa negociação”. “Fazsentido assinar um acordo combase na boa fé e em alternativa auma taxa fiscal e depois avançarcom esta medida?”, questionaoutra fonte. “Havia um objectivo,trabalhou-se intensamente paralá chegar, inventou-se a pólvo-ra…”, diz a mesma fonte lem-brando que o acordo foi assinado,mas que a verba de 160 milhõesainda não foi paga.

“O sector colaborou com o Go-verno no programa de ajusta-mento imposto pela ‘troika’”, dizo director de relações institucio-nais da Novartis, lembrando quedos cerca 1,7 mil milhões de cortede despesa com a saúde previstosno programa, “até 2013, cerca de

50% desse ajustamento foi feitona área do medicamento”.

É perante este cenário que Is-mael Gomes, director-geral daLabesfal Genéricos, considera quea aplicação da sobretaxa sobre asvendas é “exagerada face a tudo oque se conseguiu até ao momen-to”. Defendendo o consumo degenéricos, Ismael Gomes diz quedeve ser evitada “a aplicação demecanismos externos e ‘artifi-cialmente’ implementados quepodem destabilizar o mercado eprejudicar a própria sobrevivên-cia das empresas”.

As empresas contactadas peloEconómico esperam, no entanto,que o Governo possa recuar nestamatéria, à semelhança do queaconteceu há um ano. A sobretaxafoi discutida em 2013, mas acaboupor ser substituída por um acordocom a indústria farmacêutica.

Contactada, a Apifarma recusacomentar o tema. ■

OE/15

Sobretaxa até 15%A versão preliminar do OE/15prevê que o valor da taxaa aplicar seja diferente con-soante o tipo de medicamen-to, podendo variar entre0,5% e os 15%. Os valoresa aplicar serão definidos porportaria, mas até lá, e logo apartir de 1 de Janeiro, as far-macêuticas começam a pa-gar (os valores variam entre2,5% e 12,4%). Caso o paga-mento não seja feito dentrodo prazo respectivo, “come-çam a correr imediatamentejuros de mora”, lê-se nodocumento, que diz que“cobrança da dívida é pro-movida pela AutoridadeTributária e Aduaneira”.

3,5%SOBRETAXA DE IRSMantêm-se em 2015,mas poderá ser reem-bolsada em 2016. Adevolução vai dependerdas receitas fiscais adi-cionais conseguidaspelo Estado.

165milhõesFISCALIDADE VERDEAs recomendações dacomissão da fiscalidadeverde prevêem umacréscimo de receitano valor de 165 milhõesde euros.

21%IRCO Executivo manteveo compromissoassumido na reformado IRC e vai baixar ataxa em dois pontospercentuais, de 23%para 21% em 2015.

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DESTAQUE ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2015

Governo deixa cairdeduções fixas no IRSLígia Simões e António [email protected]

O Governo não deverá acolher aproposta dos peritos de introdu-zir um novo esquema de dedu-ções fixas em substituição do ac-tual modelo de deduções perso-nalizadas e com os gastos com acasa, a saúde e a educação quevariam em função do gasto efec-tivamente realizado (até deter-minado tecto de dedução). A de-cisão será tomada amanhã emConselho de Ministros que apro-vará a proposta de reforma doIRS. E a vontade do primeiro--ministro é a de que seja adopta-do um outro modelo de dedu-ções à colecta e que será “inova-dor”, sabe o Económico.

O Orçamento do Estado para2015 que é hoje apresentado noParlamento não trará, assim, ne-nhuma novidade em matéria deIRS, com excepção da norma dasobretaxa que irá fixar a possibili-dade do excedente de receita fis-cal face ao orçamentado ser alo-cado à redução da sobretaxa de3,5%, mas com efeitos apenas nosreembolsos do imposto em 2016.

O Económico sabe que o Exe-cutivo liderado por Pedro PassosCoelho teme que as deduções fi-xas possam afectar negativa-mente a classe média.

Alguns fiscalistas admitiram jáque uma dedução per capita fixa,numa proposta em que os peritosda Comissão do IRS querem asdespesas de saúde, educação e

casa a valer no máximo 331 eurosno IRS (nos dependentes é de321,95 euros e nos ascendentes éde 294,25 euros), pode “ser me-nos justa” do que a possibilidadede dedução de determinada per-centagem das despesas efectiva-mente realizadas.

“Serão muito penalizadas asfamílias de rendimentos médiose que tenham despesas relevan-tes muito superiores ao padrãodessas despesas”, alerta JaimeEsteves da PwC. O fiscalista frisaque estas deduções acabam porfuncionar como uma “válvula deescape”, permitindo manter “al-guma aceitação social da brutalcarga fiscal presente”.

E é para aliviar esta carga quedeverá ser aumentado o tecto de250 euros de benefícios fiscaismediante pedido de factura como alargamento a despesas deeducação e saúde. Actualmente,este benefício fiscal abrange ca-beleireiros e estéticas, mecânicose restauração.

Quociente familiar avançaDeverá, no entanto, manter-sea outra proposta da comissão li-derada por Rui Morais de cria-ção de um quociente familiar,

que para o cálculo do rendimen-to colectável passa a incluir osfilhos e os ascendentes sem re-cursos que vivam na mesmacasa (que soma um valor de 0,3por cada filho e ascendente aoactual quociente conjugal quedivide o rendimento por dois nocaso de casais). A medida seráfinanciada com a receita da re-forma fiscalidade verde que seráapresentada na quinta-feira.

Foi a par desta proposta, querepresenta potencialmente umadesagravamento do IRS, que ogrupo de trabalho propôs a intro-dução de um sistema de deduçõesfixas à colecta (um valor padrão enão em percentagem) igual paratodos os agregados familiares.

Na prática, os gastos com acasa, a saúde e a educação deixa-riam de ser declarados no IRS,como até agora e passariam a serassumidos à partida, sem que fos-se necessário apresentar factura.Uma simplificação que para a co-missão de Rui Morais foi sinaliza-da como a pedra basilar da refor-ma apresentada em Julho, tendoem vista dispensar muitos contri-buintes da entrega da declaraçãode IRS (rendimentos de trabalhodependente e de pensões).

Em causa está, assim, tam-bém pré-preenchimento auto-mático das declarações, que pre-tendia aliviar o trabalho buro-crático a cerca de 70% dos con-tribuintes. Ao todo, estimam osperitos, esta alteração afectaria1,7 milhões de agregados. ■

Imposto Governo poderá não substituir as deduções pessoais e deduções dedespesas por uma dedução fixa, igual para todos os agregados familiares.

OE2015

ANÁLISE

CARLOS LOBONational tax director da EY

O Orçamento do Estado para2015 é um orçamento fiscal-mente comprometido. Em prin-cípio, tal seria absolutamentenormal, uma vez que o propósi-to da lei orçamental é precisa-mente a renovação da autoriza-ção anual para a cobrança deimpostos e a realização de des-pesa pública, no âmbito de umPacto Social geral, estabelecidoentre o Estado e os cidadãos. Po-rém, em 2015, esta vertentecompromissória subiu de nível.Para além dos compromissospós-‘troikianos’, de estabiliza-ção financeira, o Governo esta-beleceu, unilateralmente, cincocompromissos adicionais: i) aanunciada descida do IRC, nasequência da reforma do impos-to; ii) a eliminação progressivadas normas excepcionais de tri-butação (incluindo sobretaxas eafins) na perspectiva constitu-cional do “Estado de Emergên-cia Económica de facto”, na se-quência das sucessivas decisõesdo Tribunal Constitucional; iii) ajá decretada eliminação da der-rama e do IMT que, apontandopara 2016, necessitam de umperíodo de adaptação anterior,sob pena de rotura fiscal dosmunicípios; iv) a anunciada re-dução do IRS, na sequência dorecente pacto fiscal de luta con-tra a evasão e fraude fiscal; v) ocompromisso de “esverdea-mento” do sistema fiscal, na se-quência do relatório do Grupoda Fiscalidade Verde, e queaponta para necessidade da “re-ciclagem” da receita fiscal adi-cional na descida do IRS (sobre-taxa) e dos impostos sobre asempresas.

O Orçamento do Estado para2015 é portanto uma equação de5.º grau (pelo menos), em que oresultado final (a meta do défi-ce) já se encontra estabelecida.Porém, é essencial descobrir afórmula resolutiva para a deter-minação das variáveis, sob penade a confusão se instalar e de sefazer perigar a estabilidade doPacto Social geral que funda-menta a relação entre os cida-dãos e o Estado. Os contribuin-tes são, neste momento, merosestudantes que, olhando paraum quadro de ardósia, aguar-dam ansiosamente que o pro-fessor (in casu, o Governo) in-dique os termos básicos para aresolução deste problema com-plexo, onde variáveis externasrelevantes (por exemplo, oscustos da intervenção no BES)podem influenciar a execuçãoorçamental.

Neste enquadramento, aconcretização destes compro-missos, de forma inelutável, de-cidida e clara, é essencial paracidadãos e empresas efectuemas suas opções de forma susten-tada. Note-se que não foram es-tes que solicitaram estes com-promissos; foi o Governo que osanunciou em momentos diver-sos da sua governação. Para queos contribuintes e as empresasnacionais passem o exame de2015, no sentido de uma essen-cial recuperação económica, éessencial que todos estes com-promissos sejam honrados. Sóassim um mínimo de previsibi-lidade, de segurança e estabili-dade estarão garantidos. ■

Um Orçamentofiscalmentecomprometido

O Orçamentodo Estado para 2015é uma equaçãode 5.º grau (pelomenos), em queo resultado final(a meta do défice)já se encontraestabelecida.

Despesas com educação vão ser incluídas nalista de facturas que dão benefício fiscal.

Pascal Rossignol / Reuters

QUOCIENTE FAMILIAR

0,3Deverá avançar proposta deperitos de incluir filhos e avós mocálculo do rendimento colectável.

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Page 26: 15-10-2014 - portal.arsnorte.min-saude.ptportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal... · 4. (PT) - Correio do Minho, 15/10/2014, Chef Hélio dá conselhos para uma alimentação

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Âmbito: Economia, Negócios e.

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Primeiro-ministro anunciou ontem uma revisão em alta da meta do défice de 2,5%para 2,7%. Governo ainda não tem autorização de Bruxelas, mas está confiante.O alívio na consolidação orçamental não convence a oposição.

Passos vai a eleiçõescom Orçamentode austeridade

ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2015

OPINIÃO

Carlos Lobo,fiscalista da EY,

considera:“Orçamentofiscalmente

comprometido”

ESTADO

Executivopromete enviar

12 milfuncionáriospúblicos paraa mobilidade

EMPREGO

Previsõesdo Orçamentoapontam paradesempregonos 13,4%em 2015

PENSÕES

Reformasantecipadas

vão continuarcongeladas

na SegurançaSocial

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