14. a filosofia da intemperança

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1 | A p o s t i l a – A F i l o s o f i a d a I n t e m p e r a n ç a

A FILOSOFIA DA INTEMPERANÇA

CRIADO EM PERFEIÇÃO E BELEZA – O homem saiu da mão de seu Criador perfeito em organização e beleza de forma.

O homem foi à obra que coroou a criação de Deus, feito á Sua imagem, e destinado a ser Sua semelhança.

Adão era um ser nobre, de mente poderosa, vontade em harmonia com a vontade de Deus, as afeições centralizadas no Céu. Possuía um corpo livre de herança de doenças, alma portadora do cunho da Divindade.

Achava-se diante de Deus na força da perfeita varonilidade. Todos os órgãos e faculdades de seu ser achavam-se igualmente desenvolvidos, harmoniosamente equilibrados.

O Criador do homem organizou a maquinaria viva de nosso corpo. Cada função é maravilhosa e sabiamente arranjada. E Deus Se comprometeu a manter esta maquinaria humana em saudável ação desde que o instrumento humano obedeça a Suas leis e coopere com Ele.

Uma vida saudável requer desenvolvimento, e este requer cuidadosa atenção para com as leis da Natureza, para que os órgãos do corpo sejam conservados sãos, desembaraçados em suas funções.

Nossas inclinações e apetites naturais... foram divinamente providos, e ao serem dados aos homens, eram puros e santos. Era desígnio de Deus que a razão governasse os apetites, e que eles servissem a nossa felicidade. E quando eles são regulados e controlados por uma razão santificada, são santidade ao Senhor. (Temperança, pág.11-12)

Nosso corpo é formado por aproximadamente 100 trilhões de células. Célula é a menor parte individualizada do organismo vivo. É uma pequena parte do corpo que pode reger-se a si mesma, embora seja dependente da função das demais. Cada uma dessas pequenas partes do organismo tem seu comando próprio.

A sede central de onde partem as ordens para a realização de todas as tarefas necessárias á vida do conjunto é o núcleo. Esse núcleo é composto de genes, que por sua vez formam os cromossomos.

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Os cromossomos são formados por moléculas de proteínas chamadas ácido desoxirribonucléico (DNA). Elas são os modelos de tudo o que deve ser feito ao nível da célula, e exigem que tudo seja feito conforme foi pré-programado.

Cada célula tem sua função específica. Ela espera que as condições que circundam estejam em harmonia com as funções para as quais existem. Esse “controle” celular não pode coexistir com situações adversas permanentes, sob pena da célula perder, gradativamente, a sua memória. Esses genes têm suas necessidades. Supri-las corretamente é o segredo da harmonia e saúde entre esse complexo sistema de órgãos e os sistemas do corpo humano.

Como, porém, esses genes conhecem o que é mais favorável? De onde receberam eles sabedoria para solicitar e produzir somente o que é para o bem geral das células?

Cada estrutura molecular que constitui o corpo humano foi divinamente planejada para refletir essa vontade através das leis específicas que regem todo o ser humano. O homem não é criatura independente e auto-suficiente, embora com capacidade de livre escolha.

O homem pode escolher o estilo de vida que desejar, e mesmo rejeitar hábitos corretos, mas afetará a estrutura do corpo. Certamente a escolha vai influir nas bases do organismo, que não se adaptará a essas mudanças e fará soar seu protesto, seu grito, através de incômodos, alteração no corpo, dores e todo tipo de manifestações, até o extremo: deixar finalmente de agir, o que significa, necessariamente, a cessação de toda a atividade vital, morte.

Outro aspecto não menos importante: se cada célula sabe o que é melhor; como escolher, conscientemente, o que mais convém a elas e aos genes? Não deveria o organismo adaptar-se á vontade consciente, ao invés da vontade consciente sujeitar-se ás exigências do organismo?

Muitos agem e pensam dessa maneira. Os animais possuem, claramente, melhor memória genética. Eles conhecem suas necessidades específicas.

Essa memória poderá ser vista em muitos aspectos da vida. A ciência está descobrindo muitas dessas necessidades dos genes e DNAs do organismo, ou o que os genes não querem. Todos possuem um aguçado senso da necessidade de alimentação.

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Sabemos que necessitamos de várias refeições ao dia. Porém, não está muito claro para nós qual o número exato de refeições, ou qual é a qualidade e a quantidade de cada alimento em particular.

Quando se pergunta a alguém, “qual a sua alimentação?”, invariavelmente vem a resposta: “Normal.” Chamamos de “normal” aquilo a que estamos acostumados.

Por normal entende-se o que todos usam o que todos comem. Mas nosso código genético não chamaria de normal ou correto o uso de muitos produtos classificados atualmente como alimento. Daí a resignação generalizada na presença de um número de doenças cada vez maior.

Se a vida que levamos é normal, as alterações na saúde serão classificadas, igualmente, como normais; e normal também será qualificado o modo de combater essas doenças: apenas o controle dos efeitos. Nada com a causa. O erro deve estar em algum lugar no organismo.

Deduz-se, assim, que precisamos conhecer as verdadeiras necessidades dos genes. Esse conhecimento deve vir de fora de nós mesmos, de fonte infinitamente superior ás pesquisas e descobertas da ciência.

A ciência pode ser útil, mas não alcança os objetivos finais. Além de ser muito lenta em suas descobertas, deixa-nos muitos anos em nossa ignorância.

GENE, UM MICROCÉREBRO

Na tentativa de descobrir os mistérios da vida, os cientistas estão pesquisando mais e mais a última fortaleza do nosso corpo. As células, e dentro da célula o seu núcleo. Nesse núcleo estão depositados os segredos de cada célula individualmente. Cada pequena célula recebe, impressas no núcleo, as exatas funções e atividades que ela precisa desempenhar.

O núcleo é uma espécie de memória ou consciência da célula. A célula não tem liberdade de agir como bem lhe apraz. Ela deve ser subordinada aos comandos de seu núcleo, que segue a orientação previamente impressa em seus componentes básicos: os genes.

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Os genes são compostos de uma substancia denominada DNA (ácido desoxirribonucléico). Cada DNA forma um RNA, que será o mensageiro da vontade dos genes no preparo e produções das diversas substanciam necessárias para o desempenho das funções de determinada célula. Esse RNA sai do núcleo e vai para o citoplasma celular, onde exerce sua função. Todos esses genes são resultantes da união dos genes paternos e maternos. Cada um entra com a metade, que formará uma nova célula, modelo para os cem trilhões de células que compõem um organismo humano adulto. Nos genes encontra-se exatamente aquilo que cada célula foi programada para fazer. Se houver respeito a esse programa impresso nos núcleos das células, o resultado será boa saúde. Um estilo de vida correto, segundo as demandas das células corporais, é garantia de bom funcionamento para o corpo. Como, porém reconhecer o que estar impresso nos genes dos núcleos das células? Muitos genes nos dão ciência de suas necessidades. Todos os atos normais da vida são regidos por esses genes. Nem sempre, porém as suas solicitações são atendidas corretamente. Por exemplo: sentimos fome. É uma expressão dos genes. Obedecer a essa solicitação é correto, mas pode haver falhas em fornecer a qualidade adequada de alimentos para o bom funcionamento das células. A percepção das nossas necessidades especifica foi destruída pela prolongada desconsideração aos seus reclamos, ao longo de gerações. Há muito tempo, os genes não recebem aquilo que solicitam, e agora silenciaram sobre muitos aspectos. Para a maioria das pessoas os genes já não emitem nenhuma sinalização quando recebem muita gordura. A falta de atenção quanto a esse particular levou-os a se adaptarem, e o infrator nada sente de errado quando se alimenta dessa maneira.

LIVRO DE MEMÓRIA

Isso pode ser mudado. Embora o código impresso nos genes tenha se tornado obscuro para nós, Deus escreveu esse mesmo código em outro lugar. Exatamente porque a memória genética está se apagando após cada geração, foi dada a ordem para registrar todos esses fatos numa espécie de livro de memória: a própria Palavra de Deus, a Bíblia. Lá está o código original, que norteou a construção de cada gene do organismo.

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Podemos, portanto, redirecionar os núcleos de cada célula a voltar a trabalhar sob as condições originais. Dessa forma é afastada a tensão que se gerava entre as necessidades do corpo e o suprimento errado fornecido.

Essa maneira de agir produzia muito sofrimento. Quando seguimos um estilo de vida oposto ao programado nas células ocorre uma degeneração. A alteração do gene provoca estado doentio no organismo. Exemplo claro desse aspecto acontece quando muita gordura é ingerida, e pouco exercício é realizado. Essa combinação faz a circulação diminuir, o que convence o gene (responsável pela elaboração do mecanismo que abre a célula para a entrada do açúcar) a diminuir o seu número, porque o estilo de vida não criou mais tanta necessidade de energia. A porta de entrada se enferruja (não abre mais), entra pouco açúcar para dentro das células e esse açúcar permanece no sangue, provocando uma doença degenerativa chamada diabetes melitus.

Assim como os genes podem perder sua habilidade de fazer sua tarefa, “degenerando-se”, caso o inverso for feito, procurando a harmonia com o código impresso no núcleo, esses genes se re-gene-ram. Voltam a funcionar normalmente como foram programados a fazê-lo. E o resultado é fácil de prever: reconquista da saúde perdida.

Essa é a razão fundamental por que tantas doenças chamadas degenerativas são simplesmente consideradas incuráveis. A regeneração pode ser esperada somente quando a vida estiver em harmonia com a mensagem codificada nos recessos de cada célula. Essa possibilidade pode existir. É possível, através do plano de Deus para a vida do homem, reconquistar plena saúde, tanto para o físico como para a mente. “Se atento ouvires a Minha voz. E inclinares teus ouvidos a Meus estatutos nenhuma enfermidade porei sobre ti... porque Eu sou o Senhor que te sara. (Exo. 15:26).

IMUNOLOGIA, CIÊNCIA DO FUTURO

Alguém poderá perguntar: “Por que me preocupar estudando assuntos como imunologia e defesas do organismo? Isso é coisa para médicos”. Não pense assim.

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O conhecimento de nós mesmos é fundamental. Dominar o conhecimento do próprio organismo é uma necessidade. Confiar o corpo a terceiros sem compreender nada á nosso próprio respeito não é sábio.

Assuntos de imunologia têm despertado atenções cada vez maiores no meio cientifico. Ele se tornou um ponto em comum na explicação da origem e combate a muitas doenças. Nos últimos dez anos, com o crescimento de doenças relacionadas com a deficiência do sistema imunológico (Aids), muito conceitos e conhecimentos novos veio á luz.

As defesas do corpo estão a cargo das células brancas que não estão fixas em algum lugar. Elas viajam permanentemente por todo o corpo. Em todos os lugares onde há sangue, existem células de defesas. Se você corta o dedo do pé, provocando sangramento, ali estarão as células de defesa prontas para o trabalho. Elas não precisam ser convocadas de outra parte. Já estão no local, no exato momento da necessidade.

São doze tipos diferentes de células, oriundas de duas linhagens principais. Os tipos principais são os polimorfonucleares e os linfócitos. Numa infecção aguda, o número dessas células aumenta de 2 a 4 vezes. Cessada a batalha, esse número retorna ao normal.

Os polimorfonucleares são produzidos na medula dos ossos. A cada minuto, nascem oito milhões dessas células e elas vivem somente de dois a três dias. Têm vida curta. Estes polimorfos estão de prontidão para atacar qualquer invasor. É a defesa mais rudimentar. As células podem sair de dentro dos vasos e atacar os invasores onde eles estiverem. Na presença do inimigo, elas o atraem, envolvendo-o, e o aprisionam dentro de si mesmas. Uma vez preso no seu interior, o polimorfo destrói a proteção da bactéria e ela é dissolvida e morta. Cada célula dessas pode atacar e matar muitas bactérias invasoras.

A segunda classe de células do sistema de defesas são os linfócitos. Células mais requintadas, mais especializadas, elas têm uma função estratégica mais elevada. Existem dois tipos principais de linfócitos: T e B. Olhando-se através de um microscópio não há diferencia na aparência deles. Funcionalmente, porém, são bem diferentes.

Os linfócitos são produzidos no timo e na medula óssea. A duração ou vida de cada célula é mais longa que a dos polimorfonucleares e alguns podem viver vários anos.

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Os linfócitos T formam substâncias denominadas linfoquinas. As linfoquinas estimulam os linfócitos B, que passam a produzir anticorpos como espécie de mísseis para destruir o invasor.

Essas células têm memórias! As armas, uma vez utilizadas contra determinado invasor, permanecem na “memória” das células T. quando o mesmo inimigo se apresenta outra vez, a célula T vai aos seus “arquivos” e aciona a mesma arma imediatamente. É por essa razão que doenças como sarampo, varicela e rubéola são contraídas uma única vez na vida, a menos que haja um enfraquecimento total do sistema de defesa. É isso o que está ocorrendo atualmente entre muitos jovens nos Estados Unidos. Eles estão contraindo, pela segunda vez, sarampo, rubéola e outras enfermidades, porque o sistema de defesa encontra-se enfraquecido pelo estilo de vida precário que estão levando.

As células T são também capazes de destruir outras células. Quando surge no próprio organismo uma célula defeituosa, que não faz parte do sistema normal (caso das células malignas), as células T travam com essa célula desobediente e egoísta uma batalha mortal. Várias células T se juntam ao redor dessas células cancerosas e, através de contravenenos, desferem um ataque mortal.

Num sistema imunológico normal, a vigilância é completa e células malignas não têm chance de se desenvolver. Mas, se enfraquecermos as defesas por descuidos, como uso de gordura animal na alimentação, tensão psicológica constante e uso de fumo, as células T se enfraquecem e não conseguem vencer a batalha contra o câncer. Ele se desenvolve e cresce até destruir todo o organismo.

O fato mais importante descoberto nos últimos anos é que esse sistema pode ser fortalecido ou enfraquecido. E está nas nossas próprias mãos o destino de nosso sistema de defesas.

FATORES QUE FORTACECEM A CÉLULAS T

− Alimentação normal sem gordura

− Exercícios

− Vida ao ar livre

− Esperança

− B-endorfinas do Sistema Nervorso Central

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FATORES QUE ENFRAQUECEM A CÉLULA T

− Gordura animal, café, fumo, álcool, açúcar branco etc.

− Estado depressivo

− Falta de exercícios

− Estresse, drogas.

− Cortisona

− Vírus.

Uma classe diferente de doenças pode ocorrer quando as células perdem a capacidade de distinguir entre o agressor e o próprio organismo. No corpo existem milhões e bilhões de células e substâncias variadas. Como o sistema de controle só ataca as que vêm de fora? Por que não ataca algumas células ou substâncias do próprio corpo? Isso não ocorre porque o sistema de defesa possui, também, uma incrível capacidade de reconhecer o que pertence ao corpo.

Em certas circunstâncias, elementos do próprio organismo podem ser atacados e surgem então as chamadas doenças auto-imunes. Isso pode provocar moléstias bastante sérias. Também nesse caso, deve ser estimulado o sistema de defesas a fim de regularizar a situação.

Em doenças como a Aids, as células T estão em baixo número e sem forças para combater os invasores. Pode-se dar esperança mesmo ás pessoas com essa doença. Para isso, deve haver mudança no estilo de vida.

SEU ORGANISMO, SUA FORTALEZA

Disse alguém: “O que me espanta não é por que adoecemos, mas sim como sobrevivemos diante de tantas agressões.”

A verdade é que não fomos feitos para adoecer e morrer prematuramente. As provas disso estão ao nosso redor. Sujeitos a um sem-número de influências prejudiciais ao organismo, ainda assim conseguimos manter certo grau de saúde. Como isso é possível, estamos começando a entender. Cada vez mais, os médicos e

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pesquisadores estão voltando sua atenção para um sistema no corpo humano encarregado, mais do que qualquer outro, de manter a integridade do organismo. Trata-se do sistema imunológico. A imunologia ganha espaço crescente em importância na medicina. E isso em função do surgimento de doenças como a Aids.

A realização do transplante de órgãos também contribui muito para ampliar o conhecimento sobre as funções desse sistema, embora ele ainda esteja longe de ser totalmente compreendido.

O corpo pode ser atacado em qualquer parte, exterior ou interior. O organismo é agredido na pele, órgãos digestivos, sistema nervoso, respiratório, circulatório. Há necessidade de defesas disponíveis e acessíveis em qualquer ponto carente de reparo por danos sofridos. Por isso, boa parte desse sistema de defesa encontra-se na circulação, no próprio sangue, já que ele tem acesso a todos os recantos de órgãos e tecidos.

Os glóbulos brancos, encontrados na proporção de 8.000 por mm de sangue, são os responsáveis por esse sistema de vigilância constante.

Há vários tipos de leucócitos, ou glóbulos brancos: neutrófilos, cosinófilos, basófilos, linfócitos. Cada célula tem suas características peculiares e desempenha uma função específica.

Dentre eles, os linfócitos têm uma importância fundamental e estão muito intimamente ligados á nossa capacidade de sobrevivência aos ataques a que estamos expostos.

Há dois tipos de linfócitos, cujas funções estão bem estabelecidas: linfócitos T e B. Acompanhe a ação do organismo frente a uma invasão de determinada quantidade de bactérias. Essa invasão de pequenos organismos no corpo da pessoa chama-se infecção. Normalmente, o germe não tem capacidade de invadir através da pele o corpo onde deseja habitar. Mas se houver pequena ruptura da pele, ele obtém acesso e, uma vez dentro do organismo procura sobreviver e multiplicar.

Acontece, porém, que imediatamente após essa invasão, o organismo aumenta a circulação do sangue naquele local; e, com a ajuda de substâncias chamadas histaminas, facilita a saída das células brancas, neutrófilos e monócitos de dentro dos vasos sanguíneos. Fora do leito vascular, os neutrófilos vão enfrentar o invasor.

O resultado de todo esse processo provoca, no local, uma inflamação dolorosa, avermelhada, quente, sujeita a produzir pus.

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Simultaneamente, esses glóbulos brancos podem liberar certas substâncias químicas, desencadeando um aumento de temperatura, que chamamos de febre. A febre tem suas funções e deve ser encarada com cuidado, como veremos mais adiante.

Os neutrófilos e monócitos são, portanto, os responsáveis pela inflamação, abscesso e eventualmente a febre.

Ao mesmo tempo em que ocorre esse fenômeno, entra em ação o processo de destruição do agente invasor, a bactéria. Os agentes responsáveis são os micrófagos e macrófagos. Eles abraçam as bactérias, envolvendo-as e devorando-as.

Outro mecanismo de defesa do organismo humano é o representado pelos anticorpos. Essas substâncias neutralizam agentes estranhos que penetram no organismo. Elas também abraçam “mortalmente” o invasor, desarmando-o para que em seguida seja eliminado pelo corpo. Essas substâncias, chamadas imunoglobulinas, são compostas de 5 tipos: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE. A maior parte desses anticorpos é constituída por IgG.

A imunoglobulina IgG passa pela placenta e circula no sangue do feto. Esse ato é útil porque o recém-nascido, não tendo ainda desenvolvido seu próprio sistema de proteção, recebe-a do sangue materno por 3 a 4 meses.

Um dos mais extraordinários sistemas de proteção ao organismo está nos linfócitos T e B. Eles são glóbulos brancos do sangue que, ao serem examinados, não se distinguem um do outro. Somente técnicas especiais identificam os linfócitos T e B.

Os linfócitos T estimulam os linfócitos B a produzir os anticorpos mencionados anteriormente. Além disso, são capazes de destruir células estranhas como o fazem permanentemente com as células cancerosas.

Calcula-se que nosso corpo produza, diariamente, cerca de 4 células malignas que felizmente não progridem graças a essa vigilância efetuada pela célula T matadora (ou killer,em inglês).

Sabe-se que da integridade desse sistema depende a capacidade de defesa. O mais notável é que está ao alcance de cada pessoa aumentar a eficiência dessas células, contribuindo assim para preservar a saúde. Também é possível enfraquecer as células T e B trazendo doenças e dificuldades ao organismo.

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Endorfinas, muito de nossa saúde depende dessas misteriosas substâncias. Cientistas têm investido recursos e muitos esforços para decifrar a importância das endorfinas.

A palavra é formada por duas outras: endo, que significa dentro, e morfina. Morfina é uma substância química cuja ação alivia a dor e produz sensações de bem-estar.

A endorfina (morfina de dentro do próprio corpo) produz uma série de benefícios: diminuição da sensação de dor, bem-estar, aumentando a resistência, o que em última instância aumenta o nível de saúde e prolonga a vida.

Cada vez mais benefícios são descobertos oriundos das endorfinas e cada vez mais se conhece quais os fatores que promovem a sua produção.

As endorfinas poderiam ser consideradas o “elixir da longa vida”, desde que fosse possível produzi-las em grande quantidade. Essas tentativas já foram feitas.

Procurou-se extrair de animais, em laboratório, certa quantidade de endorfina. Uma pequena quantidade custaria, porém, milhares de reais e não traria os benefícios que a endorfina produzida pelo próprio organismo é capaz de operar.

A boa notícia é que certas atitudes podem favorecer a produção de endorfinas. Atitudes positivas como esperança, amor, exercícios físicos, boa alimentação. Medo, frustração, raiva e má alimentação diminuem a quantidade desses hormônios no corpo. Como se não bastasse, a emoção negativa aumentam a produção de adrenalina e cortisona, cujos efeitos são opostos.

Os benefícios das endorfinas manifestam-se sobre as células T. essas células, responsáveis pelas defesas do organismo, melhora sua capacidade na presença de maior quantidade de endorfinas. Dessa forma, uma pessoa com atividade física, atitude positiva e confiante terá mais saúde, células T mais fortes, menor tendências á infecção e melhor resistência ás doenças malignas.

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O SISTEMA NERVOSO E AS ENDORFINAS

Grande parte do nosso sistema nervoso ainda representa um mistério para os cientistas. Nas pesquisas atuais, têm surgido muitos fatos novos sobre o sistema nervoso e que oferecem uma visão melhor dos fenômenos biológicos observados há muito tempo. O principal aspecto dessas descobertas é o reforço do conceito de unidade mente-corpo.

As alterações ocasionadas pela ação do sistema nervoso sobre o organismo são as seguintes:

1. Certa pessoas com personalidade depressiva,masoquistas, com tendência a negar a realidade, alteram o sistema imunológico e são mais propensas a contrair doenças auto-imunes como artrite reumatóide. Pessoas que não se entregam aos sentimentos negativos, mesmo que enfrentem períodos de tensões, não apresentam alteração do sistema imunológico.

2. Alterações emocionais influem nas doenças em andamento. Doenças infecciosas, até malignas, são agravadas pelo estado de tensão emocional.

3. O sistema nervoso central regula a produção de neurohormônios e elabora neurotransmissores e neuropeptídeos. Essas substâncias têm influencia sobre o sistema imunológico. Dentre os neuropeptídeos, um dos mais importantes é a bata-endorfina. A B-endorfinas aumenta a capacidade das células natural killer (NK) para destruir tumores. Estas células, imunocompetentes, têm esse comportamento diante das B-endorfinas. Esses receptores são locais especiais onde outra substância (no caso, endorfina) liga-se a células e consegue estimular suas atividades e funções. Assim como as endorfina estimulam, outras substancia também produzidas pelo sistema nervoso fazem o papel oposto: freiam a atividade dessas mesmas células. Por essa forma se processa a neuromodulação do sistema imunológico.

4. Descobriu-se que as células T do sistema imune também produzem B-endorfinas e outras substâncias, que por sua vez chegam até o sistema nervoso central, modificando suas funções. Nesse mecanismo, facilmente se percebe que a mente e o corpo são unidos de tal forma que o que um faz afeta o outro e vice-versa.

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5. Descobriu-se que o vírus HIV, da Aids, ataca certas estruturas do sistema nervoso central, o que sugere que o sistema imunológico e certas células do sistema nervoso central têm as mesmas estruturas externas (receptores). Outros vírus, como o do sarampo, são encontrados tanto nos neurônios do sistema nervoso central como nos linfócitos.

6. Certas células encontradas no sistema nervoso central são encontradas também nos órgãos responsáveis pela defesa do organismo, como baço e nódulos linfáticos.

7. Se durante a gestação a mãe for tratada com hormônios, o sistema nervoso central do feto pode ser afetado e isso se demonstrará na vida futura por deficiências no sistema imunológico.

8. Finalmente, estudos feitos em Harvard demonstraram que a longevidade está relacionada com a capacidade de manejar os estados psicológicos. Essa capacidade aumenta a resistência geral do organismo ás doenças, pelo melhor desempenho do sistema imunológico.

FONTE DE ENDORFINAS

As endorfinas são substâncias produzidas no hipotálamo, no sistema nervoso central. O hipotálamo fabrica as endorfinas a partir de uma substância precursora chamada pró-ópio-melanocortina (POMC). Trata-se de um polipeptídeo formado por determinados aminoácidos que conferem ás B-endorfinas um poder analgésico. É um efeito semelhante ao da morfina, porém, 300 trezentas vezes superior. Além disso, como vimos, as endorfinas têm a capacidade de estimular as células T dos glóbulos brancos e as células “matadoras”, que destroem até células malignas. A morfina que se aplica como analgésico não tem nenhum efeito positivo sobre as células imunológicas.

Um fato que chama atenção dos estudiosos é que a substância mencionada, que dá origem ás B-endorfinas, pode, em outras circunstâncias, ser transformada em substância diferente.

As endorfinas são formadas sob a influência de estímulos positivos como esperança, alegria e amor. Esse estado atua sobre o hipotálamo, que determina a formação de endorfinas. Sentimentos negativos

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promovem o fracionamento da molécula (POCT) em outra região, produzindo outra substância: ACTH. (ou adrenalina). Esta substância atuará sobre a supra-renal, produzindo hormônios de estresse, que diminuem a função do sistema imunológico. Que misteriosa orientação recebem essas substâncias para agirem desta ou daquela forma? Do ponto de vista da ciência, não há explicação.

Acompanhe-me na seguinte experiência. Coloque um rato dentro de uma gaiola. Em seguida, programe uma visita para o rato—um gato. Qual a reação do rato? O rato certamente fica apavorado, pois sabe o que o espera. Nesse momento, verifica-se no rato uma grande produção de adrenalina. A adrenalina produz no cérebro ondas elétricas agitadas próprias do estado psicológico do rato diante do perigo. Faça o seguinte agora: coloque no cérebro desse rato eletrodos que captarão essas ondas e registre-as em computador. Lá elas ficam, registradas. Se forem colocados eletrodos na cabeça de outro rato e as ondas geradas pelo rato apavorado da primeira experiência passarem para o cérebro desse segundo rato, veremos que ele manifestará a mesma reação do companheiro que realmente viu o gato. O segundo rato sem ver gato algum, fica amedrontado e prepara-se para fuga.

O que isso significa? Essa experiência mostra que a mente é sujeita a influência exterior. Forças externas podem controlar a mente sem que você saiba.

Está muito na moda hoje a acupuntura, tratamento que se faz através de pequenas agulhas espetadas em determinadas partes do corpo. Muitas pessoas sentem alívio com esse tratamento. Como funciona? Depende do que você já ouviu sobre o tratamento. Se disserem que está na sua cidade o melhor acupunturista da China. “Dr. Cá Ra Pato”, com 40 anos de experiência, cobrando caro e em dólar, e que é muito difícil conseguir uma consulta, você passa crer e desejar intensamente essa oportunidade, talvez única em sua vida. E quando o Dr. Cá começa o tratamento, você sente realmente alívio. Sua fé nesse médico libera muita endorfina de seu cérebro, você vê sua dor desaparecer e diz: “Realmente, esse médico é bom”.Depois de algum tempo, a dor pode voltar; só que o “Dr. Cá” não está mais em sua cidade.

A acupuntura não traz verdadeira cura, mas apenas alívio. Pela confiança que você depositou no processo.

Nosso cérebro está permanentemente sendo controlado por alguma força, situação ou mesmo pelos próprios pensamentos. É possível

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medirmos as reações do cérebro diante de músicas diferentes. Uma música clássica, executada com tranqüilidade, sem instrumentos de percussão, produz ondas cerebrais suaves e uniformes. Se medirmos as ondas elétricas do mesmo cérebro sob influência de uma música tipo rock, com toda a encenação, as ondas serão bem diferentes, e haverá produção de adrenalina, ao contrário do primeiro caso, onde houve liberação de endorfina.

Verificamos, porém, que no caso da música rock também se produz endorfina, para contrabalançar os efeitos negativos da adrenalina. Isso significa que, mesmo não sabendo, recebemos proteção ainda que nossa conduta seja prejudicial em si.

Nosso cérebro realmente foi feito para estar sob controle de força externa e superior ao próprio ser humano. Cabe a nós decidir a cada momento qual o poder que desejamos para comandar nossa vida. O Espírito de Deus é a força que aponta somente os caminhos que promovem a saúde e o bom funcionamento das células. Mas isso acontece somente se controlarmos as influências que chegam até nós e que desejam penetrar através dos nossos sentidos. “Ouvirás uma voz detrás de ti que diz este é o caminho, anda por ele...

A presença do Espírito em nossa mente nos dará alegria, paz gratidão e nos impulsionará a uma vida de atividade em prol dos outros. Nesse relacionamento, hormônios tipo B-endorfinas, serotonina e outros são produzidos em grande quantidade, e o organismo se encontrará preparado Pará enfrentar qualquer problema que possa nos atingir.

Nosso sistema de nervos é composto de dois hemisférios: o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo. O lado esquerdo é a parte responsável pela a lógica, pelos cálculos, pelo debate, pelo raciocínio.

O hemisfério direito sente, aprecia o belo, é intuitivo, confia e ama. Isso é impossível com o hemisfério esquerdo.

A lei de Deus é tão sagrada como Ele próprio. É uma revelação de Sua vontade, uma transcrição de Seu caráter, expressão do amor e sabedoria divinos. A harmonia da criação depende da perfeita conformidade de todos os seres, de todas as coisas, animadas e inanimadas, com a lei do Criador. Deus determinou leis, não somente para o governo dos seres vivos, mas para todas as operações da Natureza. Tudo se encontra sob leis fixas, que não podem ser

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desrespeitadas. Todavia, ao mesmo tempo em que tudo na Natureza é governado por leis naturais, o homem unicamente, dentre todos os que habitam na Terra, é responsável perante a lei moral. Ao homem, a obra coroadora da criação, Deus deu o poder de compreender o que Ele requer a justiça e beneficência de Sua lei, e as santas reivindicações da mesma para com ele; e do homem se exige inabalável obediência. (P.P, pág.52)

O organismo vivo é propriedade de Deus. A Ele pertence pela criação e pela redenção; e pelo mal uso de qualquer de nossas faculdades roubamos a Deus da honra que Lhe é devida.

A falta de cuidado pela maquinaria viva é um insulto ao Criador. Há regras divinamente indicada que se observadas livrariam os seres humanos de enfermidades e morte prematura. (CSRA. Pág, 16)

Deus tanto é autor das leis físicas quanto o é da lei moral. Sua lei está escrita com o Seu próprio dedo em cada nervo, em cada músculo e em cada faculdade que confiou ao homem.

Cada ação descuidada e desatenta, qualquer abuso em relação ao maravilhoso mecanismo do Senhor, com desrespeito a Suas peculiares leis na habitação humana, é uma violação da lei de Deus. Podemos contemplar e admirar a obra de Deus no mundo natural, mas a habitação humana é o mais maravilhoso.

Tão verdadeiramente é pecado violar as leis de nosso ser como o é quebrantar os Dez Mandamentos. Num e noutro caso há transgressão ás leis de Deus. Os que transgridem a lei de Deus em seu organismo físico estarão inclinados a violar a lei de Deus proferida no Sinai. (CSRA pág. 17)

Deve-se obter conhecimento quanto ao comer, beber e vestir-se, de maneira que seja preservada a saúde. A enfermidade é motivada pela violação das leis da saúde; é o resultado da transgressão das leis da natureza. Nosso primeiro dever, dever pertinente a Deus, a nós mesmos e ao nosso próximo, é a obediência ás leis de Deus, as quais incluem as leis da saúde. (CSRA pág. 21)

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Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino — eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais, e da maneira de os aplicar. É essencial, tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do doente, como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente este conhecimento. (CBV, pág. 127)

LUZ SOLAR

“Cuidado, luz solar sobre a pele pode produzir câncer”, dizem muitos especialistas, principalmente da área de dermatologia. A ciência médica vem bombardeando todos os “culpados” pelo aumento crescente de doenças malignas. Nem o Sol escapou. De repente, o astro-rei do nosso sistema solar começou a emitir mortíferos raios em direção aos pobres mortais, obrigando-os a buscar refúgio em abrigos anti-solares..

Seria o Sol realmente danoso á saúde a ponto de fulminar as pessoas com tumores? Bem, as Escrituras nos dão ciência de que no futuro o Sol abrasará o homem com fogo. Talvez no futuro o efeito estufa ou a perda da camada de ozônio em larga escala faça o sol danificar os habitantes. Realmente, os agentes da Natureza, ordenados para preservar a vida na Terra, podem, pela falta de conhecimento a respeito de Suas leis, vir a prejudicar o homem. Assim, o Sol prejudica porque foi destruída a camada de ozônio. Culpar o Sol pelos males que possa acarretar é trocar a causa pelo efeito. A causa foi o modo de vida sobre a Terra, e a conseqüência foi a perda de proteção que a Natureza oferecia.

Se alguém contrai um câncer de pele, o problema não está com o Sol. É o modo de vida do doente que o torna sensível ao Sol. O uso, por exemplo, de dieta rica em gorduras de origem animal, gordura saturada, é um dos problemas. Essa gordura reveste a pele, e pode pela ação de raios solares, transformar-se em substâncias cancerígenas.

Além disso, esse mesmo estilo de vida errado quanto á alimentação enfraquece o sistema de defesa, principalmente os já conhecidos linfócitos T que destruiriam as células cancerígenas. Aí está o quadro: a dieta facilita a geração de substâncias prejudiciais e ao mesmo tempo

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diminui a resistência para combater esses tumores. O Sol não tem a ver diretamente com o problema.

O Sol é um dos agentes naturais que promovem a vida e também a saúde. Deus atua através dos elementos da Natureza. É na Natureza e somente nela que encontramos os remédios que promovem verdadeiras cura e estado saudável do organismo. O Sol faz parte de um conjunto mais amplo de fatores também naturais que estão ao alcance de todas as pessoas praticamente sem custo algum.

O Sol deve ser visto como um remédio natural? Sim, pois ele efetivamente muda as condições do organismo, contribuindo para melhorar suas funções.

O Sol assim age:

1. Equilibra a circulação. O Sol, pelo o seu calor facilmente dosado ás necessidades de cada um, promove uma dilatação nos vasos sanguíneos da pele. Geralmente, a pele fica escondida na sombra das roupas. O sangue tende a fugir e concentrar-se em órgãos internos, provocando certa congestão. Acontece um funcionamento não satisfatório desses órgãos, que acumulam impurezas no interior. O sangue, atraído para a pele, alivia os órgãos internos e proporciona maior eliminação dos tóxicos que prejudicam a saúde. Além disso, a distribuição uniforme do sangue facilita o trabalho do coração e reduz a pressão arterial.

2. Destrói germes e bactérias. A ação dos raios ultravioletas sobre os microorganismos é letal. O Sol destrói bactérias causadoras de doenças. Há menos problemas com infecções nos estabelecimentos de saúde que recebem abundante quantidade de luz solar em seus interiores. A luz artificial não tem essa eficiência. Nos quartos onde estão os doentes, a luz do Sol deve ser convidada a entrar.

3. Aumenta a resistência do organismo. O Sol estimula o nosso sistema de defesas. Aumenta o número de glóbulos brancos e multiplica a eficiência dos linfócitos T. Os linfócitos T são os principais elementos do corpo para a defesa contra germes e produtos tóxicos, tanto para a prevenção de doença como na recuperação da saúde.

A ação do Sol é indispensável. Porém, a luz solar é um fator entre vários outros para a cura de doenças. Separado dos demais princípio que

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regem um estilo de vida saudável, ele se transforma num simples elemento de terapia de sintomas. Por exemplo: é muito útil o Sol para fazer desaparecer as placas da psoríase na pele, mas se não houve mudanças no estilo de vida geral, como alimentação equilibrada, repouso e ausência de estresse, sempre que não houver exposição ao Sol, o problema reaparece.

4. Acalma o sistema nervoso. Um dos hormônios produzidos no cérebro é a serotonina. A sua presença nos dá equilíbrio psicológico e previne a depressão. Pessoas deprimidas são deficientes na produção de serotonina. No norte dos Estados Unidos, os médicos verificaram haver um problema entre as mulheres. Durante o inverno, havia uma espécie de epidemia de depressão entre elas. Foram analisadas as condições psicológicas, mas nada de importante havia. Somente depressão, aparentemente sem outra causa. Finalmente, foi descoberta a razão: falta de luz solar. O tempo nublado do inverno e dias muito curtos praticamente tornava inacessível a luz solar. A solução foi, de alguma forma, a exposição ao Sol mesmo durante esse período, e o surto de depressão foi reduzido.

5. Melhora o metabolismo do cálcio. Os raios solares transformam os procarotenos encontrados nos alimentos em vitaminas D e A, vitamina D ajuda a fixar o cálcio nos ossos. Crianças, principalmente, necessitam ser colocadas em contato com a luz solar. Isso previne o raquitismo, aumenta a resistência ás infecções, acalma o sistema nervoso e promove o crescimento.

EXERCÍCIO

Os benefícios de um programa de exercícios regular, moderado e prazeroso são vários:

1. Reduz as tensões. O exercício descontraído realizado sem pressões ou obrigação alivia o estresse. Pode fazer isso por vários mecanismos. Sabemos que as B-endorfinas responsáveis pelo nosso sentimento de alegria e satisfação têm sua produção aumentada durante o exercício. Por essa razão é importante que o exercício seja livre e voluntariamente, sem muitas regras e regulamentos. Caso contrário ao invés de B-endorfina, o aumento

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será de adrenalina. Os limites entre benefícios e prejuízos andam perto.

2. Induz ao sono. O exercício suave, não exaustivo, favorece o sono. Pessoas com dificuldade para dormir beneficiam-se com a realização de exercício moderado. É especialmente benéfico se o exercício acompanha atividade manual e produtiva, como jardinagem, por exemplo.

3. Diminui a pressão alta. Em muitos centros de tratamento para pressão alta, o exercício é a parte fundamental. Os medicamentos não são mais os tratamentos de primeira escolha.

A razão da queda de pressão, após o exercício, está na diminuição da quantidade de catecolaminas (adrenalina). O exercício físico normaliza a pressão dos que sofrem de pressão alta e previne o problema em pessoas normais. Esse efeito sobre a pressão traz conseqüências importantes sobre o sistema cardiovascular. A pressão elevada é um dos fatores que aumentam o risco de um ataque cardíaco, e baixa-la equivale a proteger o coração.

4. Diminui o colesterol e as gorduras. O exercício regular tem se mostrado capaz de reduzir os altos níveis de colesterol e gordura saturada na circulação. Além disso, aumenta a tração do colesterol que protege as artérias – o HDL. Com a queda de pressão, mais a queda do colesterol e gordura, estaremos realmente prolongando a vida de nosso coração.

5. Ajuda a controlar o peso. Pessoas com tendências a aumentar o peso têm um aliado poderoso no exercício. O controle do peso não se realiza tanto pelo desgaste que o exercício promove ou pela queima de calorias, mas pelo fato de ser um poderoso controlador do apetite. Praticando-o, recuperam-se os nossos limites fisiológicos em termos de necessidades alimentares, principalmente se o exercício for acompanhado de alimentação natural. Além disso, há um estímulo para um funcionamento mais vigoroso da tiróide, que permanece várias horas após o exercício, acelerando o metabolismo geral.

6. Previne diabetes. A prática de exercícios é fundamental para prevenção e tratamento de diabetes, principalmente tipo II ou adulto.

7. Ajuda deixar o cigarro. O exercício dá uma força adicional na batalha contra o vício de fumar.

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Como e onde faze exercício? Em princípio, ele pode ser feito em qualquer lugar. A falta de lugar apropriado não deve servir de pretexto para não realiza-lo. Havendo possibilidade de escolher, deveria ser ao ar livre e na presença de luz solar. As condições de cada pessoa determinam a intensidade e a duração do exercício.

ABSTINÊNCIA

No conceito geral de temperança, encontramos a seguinte regra: abstinência do que prejudica a saúde e moderação naquilo que é bom para a saúde. Os produtos que não pedem moderação e sim abstinência total são os seguintes: fumo, álcool, café, drogas. Para essas substâncias, não existe contra solução: absolutamente nada.

Algumas autoridades afirmam que usar álcool, por exemplo, com moderação não traria problema. Essa é uma das razões da existência de tantos viciados. Todos começaram com moderação. Dificilmente alguém começa sem nenhum controle. São as pequenas doses iniciais que minam a força de controle. A perda do controle não é senão conseqüência do uso de pequenas doses por um longo período de tempo.

Houve época em que fumar conferia status, era elegante. Hoje felizmente, esse conceito está no passado. Há uma consciência geral do inconveniente do uso do cigarro. A maioria que fuma não o quer deixar por várias razões, mas está consciente do perigo do seu uso continuado. O fumo, igual ao álcool, não merece contemporização. Está claro que fumar poucos cigarros por dia é melhor do que muitos, mas quem fuma poucos hoje pode fumar um número bem maior amanhã. Boa saúde e cigarro são incompatíveis. Dezenas e centenas de doenças têm origem no cigarro, que agrava a situação de qualquer outra doença.

O café goza de uma reputação melhor do que as outras drogas mencionadas, mas certamente não fica muito atrás dos seus parceiros em termos de males. Multiplicam-se as suspeitas em relação ao café como cúmplice de muitas doenças graves do organismo. Como toda a droga, ele cria dependência. Por ser um estimulante do sistema nervoso central, cria uma excitação artificial que sempre será seguida por um

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período de depressão. Essa depressão solicita outra dose de café, para a volta do estado normal.

Um dos sintomas de dependência do café é dor de cabeça. Ao passar o efeito do café, surge a dor de cabeça que melhora com o café. Dessa forma, o café é usado para combater a própria dor de cabeça gerada pelo próprio café.

Nervosismo, aumento de pressão arterial, palpitação, gastrite, úlceras, insônia e tendência a aumento de tumores de mamas são algumas conseqüências dessa bebida de cada dia.

Café não é considerado alimento, mas uma droga farmacologicamente ativa, podendo ser útil em certos casos de distúrbios digestivos e queda de pressão. O seu uso deve ser ocasional e não diário como alimento ou bebida.

Todas as drogas mencionadas e muitas outras ilegais, como cocaína e maconha têm um denominador comum: afeta o sistema nervoso, diminuem a produção de B-endorfinas (podem elevar no início, mas na média há uma queda). Com isso diminuem também a eficiência do sistema imunológico, afetando principalmente os linfócitos T e B.

Toda substância que compromete as mais nobres defesas orgânicas põe em perigo nossa estrutura e dá oportunidade ao desenvolvimento de infecção. Degeneração e tumores malignos. Se associarmos esses produtos com uma dieta mal-orientada, com muita gordura saturada e alimentos refinados mais falta de exercício, temos as condições necessárias e suficientes para responsabilizar o modo de vida atual, pela epidemia de todo o tipo de doenças graves da civilização.

ÁGUA PURA

Precisamos mais de água do que de alimento. Resistimos menos sem beber água do que sem nos alimentarmos. A maior parte do corpo é composta de água. Virtualmente, a parte sólida do corpo está submersa em água.

A água, como os outros elementos, não é reconhecida como de real valor na manutenção e recuperação da saúde. Por que os elementos da Natureza, os verdadeiros remédios que Deus legou á humanidade, não têm prestígios? Há várias razões. Uma delas é que a Natureza não

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busca solução longe. “Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra.” A água está ao nosso redor,. Faz parte do dia-a-dia. É algo comum. E em caso de necessidade, procuramos algo novo, desconhecido e de difícil acesso. A abundância de água diminui o seu valor aos nossos olhos. Nada disso, porém, muda a realidade: sem água não há verdadeira saúde, e seu valor deve ser reconhecido.

Quanta água você bebe por dia? Essa pergunta geralmente é respondida assim: “pouca” ou “nada”. Muitos dizem não gostar de beber água. “Nunca tenho sede.” Por não sentir necessidade, a maioria ignora completamente a necessidade de beber água, não apenas uma, mas várias vezes ao dia.

O que é sede? O nosso organismo tem um cuidado todo especial com a água. Exatamente pela sua importância, o organismo controla a quantidade de água no organismo com muita precisão. Os rins são os maiores reguladores de água do organismo. Para eliminar os tóxicos e resíduos do organismo, ele utiliza a água.Se nós somo dados a pouca água, os rins eliminarão esses tóxicos em pouca quantidade de água e a urina torna-se concentrada, mas ainda assim diminui a quantidade total de líquido no corpo. Vem então a ordem para que bebamos água. A sede, portanto é um sinal de alarme. Em outras palavras, com menos água no corpo, haverá perigo. Uma espécie de intoxicação crônica.

Não devemos deixar o corpo chegar a ponto de acionar o alarme, quanto á necessidade de água. Melhor é fazer uso regular e constante de água diariamente. Deve ser formado um hábito.

1. Fortalece nosso sistema de defesas. Todos os remédios naturais mencionados têm um denominador comum: são sempre umas espécies de tônicos para o sistema imunológico. Os glóbulos brancos, principalmente os linfócitos T e B autuam melhor quando se fornece abundante quantidade de água pura.

Enfatizo: água pura. Bebidas e refrigerantes principalmente á base de cafeína (café, chá-preto, colas e outros) não são fontes saudáveis de água para o corpo.

Todas as defesas trabalham com eficiência se tiverem água em abundância á disposição. Por isso é muito importante, principalmente em doenças febris, dar água ao paciente. Há uma idéia errônea de que a água deve ser restringida. Pelo contrário, os glóbulos brancos realizarão com eficiência o seu trabalho caso lhes proporcionemos as

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condições ideais. Embora a água não mate diretamente os germes, fortalece os órgãos responsáveis pela sua eliminação.

2. Limpa o organismo. Já vimos que os rins se utilizam a água para eliminar as impurezas do corpo. Esses dois pequenos órgãos do tamanho de uma mão fechada de adulto desempenham uma função extraordinária. Em cada hora, passam por eles aproximadamente dez vezes todo o sangue do corpo para ser examinado e purificado, se necessário. É um rigorosíssimo teste de qualidade de todo o sangue do corpo a cada 5-6 minutos. O sangue precisa estar bem a cada instante. E esse trabalho é realizado com a ajuda de água. Quando nos esquecemos disso, ficamos ás voltas com inflamações e infecções, principalmente dos rins e vias urinárias.

3. Fortalece a circulação. A água por fora do organismo tem efeitos definidos sobre a pele e a circulação. Muitas pessoas têm pele fria e pés e mãos frios. Vivem com frio e escondem-se de qualquer baixa de temperatura. Para essas pessoas, há necessidade de exercitar os vasos sanguíneos com banho matinal frio, de curta duração. A água a temperatura abaixo do nosso corpo induz uma reação de defesa do corpo, promovendo um aumento de circulação na pele, exatamente onde há pouca circulação. O efeito é tônico ou fortificante. Esse banho é especialmente indicado para pessoas com tendência á anemia e pressão baixa.

A água tem muitas aplicações em casos de doenças. O seu uso pode ser aprendido para tratar doenças comuns, principalmente nas crianças, evitando as corridas á farmácia para comprar remédios.

4. Acalma os nervos. Na prática, não é possível separar os vários efeitos da água. Mas podemos acentuar um ou outro, conforme a necessidade. Para acalmar os nervos, a temperatura da água deve ser morna — um pouco menos quente que o corpo ou mais ou menos que a temperatura corporal. Nessas condições, nossos excitados nervos terão um descanso. Os músculos, endurecidos pelas tensões diárias, conseguem mais facilmente relaxar. Se pelo contrário nos sentimos prostrados, sem ânimo, sem vontade “pra nada”, um banho mais frio trará melhores resultados.

Como todo remédio natural, embora barato, o banho exige algum esforço e conhecimento da parte de quem vai usá-lo. Às vezes, um

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pequeno sacrifício, mas o que é isso comparado com os resultados? Seu custo é quase nulo e não provoca efeitos colaterais.

AR PURO

Alguém talvez diga: “Mas ar não é remédio.” O ar é absolutamente indispensável. Se ficarmos cinco minutos sem respirar, morremos. Não é possível manipular um elemento tão vital. O ar é realmente a culminância de todas as necessidades, fisicamente falando. Por ser tão importante, pequenos erros darão resultados proporcionalmente maiores.

Muitos já não sabem o que é ar puro. Acostumados a viver nos centros urbanos, há muito não respiram ar saudável, especialmente esses necessitam conhecer os males que o ar impuro é capaz de provocar. As doenças respiratórias não param de aumentar, e mais intensamente em áreas industrializadas.

Necessitamos de muito oxigênio. Tudo é movido a oxigênio no nosso corpo. Os processos de utilização, eliminação, construção e produção de energia demandam oxigênio. Há somente duas alternativas para o bom suprimento de oxigênio: respirar o ar mais puro possível (fora das cidades) e respirar corretamente. Não há meio-termo. A respiração deve ser profunda, a fim de passa pelos pulmões. Se não respiramos plenamente, algumas partes dos pulmões não se expandem adequadamente, e o sangue passa pelos alvéolos sem entrar em contato com ar puro e efetuar as trocas. Retorna, assim, aos pulmões sem ter cumprido sua missão. O sangue não se arterializou adequadamente. Continua impuro para suprir as necessidades dos tecidos.

A melhor maneira de aumentar a eficiência dos pulmões é fazer exercícios físicos. Andar ao ar livre aumenta a necessidade de oxigênio, e a respiração torna-se eficiente. Principalmente pessoas sedentárias ou estudantes devem fazer exercícios ao ar livre. Todo o corpo é beneficiado com esse procedimento; e os pulmões, melhores ventiladas, distribuem energia e vigor a todos os músculos e tecidos.

Há muitos que sofrem e vivem nos ambulatórios e consultórios médicos fazendo tratamentos, inalações, procurando dilatar os brônquios para

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obter um pouco mais de ar. Para muitos deles, a receita é afastar-se das regiões de ar impuro. Não há remédio que cure esse mal. Pessoas idosas e as que estão com dificuldades respiratórias são as primeiras vítimas do ar desqualificado dos centros urbanos. Sair tanto quanto possível desse ambiente, e fazer respiração profunda durante vários minutos, várias vezes ao dia, seria muito benéfico. Um erro freqüente á não permitir boa ventilação no quarto de dormir, á noite. Muitos temem o ar noturno e fecham todas as entradas de ar. Assim, passam a respirar o mesmo ar várias vezes durante o período de sono. Janela aberta é a receita para um bom repouso e recuperação do vigor. Também, sempre que possível, colocar crianças separadas dos mais velhos, nos quartos de dormir, esse ar não é saudável para as crianças.

O ar matinal é o melhor e devemos procurar respirar bem e profundamente pela manhã. Assim como o organismo está com nova energia pela manhã, a Natureza também se refez e dá o melhor de si nas horas iniciais do dia. Se ainda tivermos oportunidade de escolher; o ar de lugares mais elevados (montanhas; planaltos) é mais saudável do que o das baixadas, geralmente mais úmidos e quentes.

Precisamos fazer da respiração um ato consciente que exerça plenamente suas funções. A maioria nem se lembra de que precisa respirar. Sua respiração é automática e de maneira superficial. Nos pulmões cabe vários litro de ar, mas em geral só renovamos cerca de 5% dessa capacidade. Deveríamos nos acostumar a renovar mais ar após cada respiração, pois menos toxinas retornarão ao sangue.

A respiração profunda tem a virtude de acalmar os nervos. Quando há tensão, diante de provas, respirar profundamente acalma o estado dos nervos. Por isso, a respiração profunda, rotineiramente, trará melhor controle dos nervos, melhor disposição e pensamentos mais claros, devido á melhor oxigenação dos neurônios. A digestão também é beneficiada com boa respiração, pois ela acelera o processo digestivo.

O sistema imunológico, que policia constantemente o organismo, tem suas funções aumentadas. A tendência a resfriados e infecções freqüentes diminui com exercícios respiratórios com ar de boa qualidade. Ai está mais um remédio da Natureza – simples presente em toda parte, sem custo algum. É, esse o caminho que Deus aponta para a raça humana usufruir vida e saúde em sua plenitude.

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REPOUSO

Precisamos preservar com todo o cuidado os órgãos, principalmente os responsáveis pela nossa integridade física, quando estamos diante de agressão exterior. Micróbios e vírus ou outros parasitas não são as causas fundamentais de doenças, mas marcam presença tão logo a nossa vigilância se enfraquece. Repouso contribui para fortalecer todo o sistema e os glóbulos brancos.

Em média, o período de sono não deve ser inferior a 6 ou 8 horas, e de preferência nas primeiras horas da noite. Dormir tarde da noite e acordar tarde não traz, os mesmo resultados. O sono deve ser induzido naturalmente; não pode ser forçado. Ninguém consegue impor o sono, a não ser com produtos farmacológicos. Quanto mais tentarmos dormir, pensando no fato, mais o sono se afastará. Sentimentos negativos, tais como ansiedade, nervosismo, medo e sentimento de culpa, bloqueiam o mecanismo natural do sono.

Muitos não conseguem tirar da mente sentimentos e pensamentos negativos e são obrigados a recorrer a drogas que induzem ao sono. Dentro de pouco tempo, estarão dependentes. O sono reparador é o natural, sem artifícios. A própria circulação é prejudicada quando se usa psicotrópicos para dormir. Nessa circunstância, o corpo permanece mais ou menos imobilizado, sem a saudável mudança de posição durante o período noturno.

Hábitos errôneos levam muitos a ter dificuldades em conciliar o sono. O uso durante o dia de substâncias estimulantes, principalmente o café, prejudica o sono. Outros não conseguem repousar adequadamente devido ao hábito de jantar abundantemente e tarde da noite. Todo o organismo será afetado por esse tributo sobre os órgãos digestivos, justamente na hora em que todos necessitavam de descanso. Pesadelos. Sono irregular e má disposição geral para enfrentar o dia seguinte são o resultado desse hábito.

Mesmo durante as horas do dia, o melhor método é separar breves períodos de descanso ou mudança de atividade.

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CONFIANÇA NO PODER DE DEUS

Os capítulos anteriores apontam para uma conclusão lógica: se cada elemento como sol, água, ar, exercício e alimentação deve ser visto como um remédio, e se esses remédios são os remédios divinos, quem os criou e prescreve é o verdadeiro médico de nosso corpo e mente.

Compreender e aceitar que Deus é nosso médico é o remédio em si mesmo, capaz de potencializar a ação de todos conselhos que nos foram dados. A fé em Deus como Criador e nos Seus agentes de cura fará a diferença entre simplesmente buscar recuperar a saúde e consegui-lo, ainda que se usem os recursos naturais.

O nosso organismo foi programado para responder a essa realidade. É fundamental o reconhecimento de um Criador que nos ama e que provê todos os recursos para nossa saúde e felicidade. Deus proveu também um meio de salvação de nossas culpas e fraquezas, pela vida e morte de Jesus Cristo. Não pode haver verdadeira cura, com todos os recursos que a Terra possa oferecer, se a sensação de culpa permanece sobre a alma. Por outro lado nada neste mundo é capaz de renovar a culpa da alma humana. Somente Jesus tem esse poder, e Ele o fará se nEle cremos.

Nas Escrituras, lemos: “Não vos embriagueis com o vinho no qual há contenda, mas enchei-vos do Espírito.” A maioria dos esforços para curar não passam de vinho que nuca conseguem remover problema algum. O tratamento que acalma passageiramente, o tratamento que visa apenas a sintomas, esquecendo a verdadeira causa da doença do corpo e alma, não passa de vinho... Entorpece, bloqueia o sistema, força o corpo a retroceder, mas não é a solução no sentido exato da palavra cura.

Doença é esforço de cura que precisa ser bem compreendido, para não desencadear oposição á Natureza, imaginemos alguém que por hábito errôneos enfraqueceu seu sistema de defesa e entra em contato com uma pessoa com doença infecciosa. Os germes passam para ele e, encontrando um organismo debilitado, conseguem penetrar e desenvolver-se. Enfraquecida como estava, essa pessoa não fica de todo desprotegida. Em seu organismo é dado o alarme e as defesas entram em ação. A temperatura eleva-se, o coração se acelera, o sangue circula mais rápido, a tireóide intensifica sua atividade e os

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glóbulos brancos atacam ferozmente o invasor. Há inflamação como conseqüência e dor. Aí está o paciente, com febre, dores prostrado.

Como trata-lo? Simplesmente baixar a febre com remédios fortes não é ajudar a Natureza e pode até alastrar o problema, pois os sintomas são expressão de uma luta, num momento necessário. Trégua, a essa altura, é perigoso pela aplicação dos remédios naturais. A doença é a luta. O drama poderia ser evitado se tivéssemos vivido saudavelmente. Transgressão ás leis da vida traz a penalidade. Talvez devêssemos morrer, mas Deus, na Sua misericórdia, levanta-Se contra o inimigo. Porque os sintomas são incômodos, queremos nos livrar deles a qualquer preço; aí cometemos, muitas vezes, um segundo erro: em vez de alegria pela luta saneadora, vemos razão de queixas e desespero. Precisamos acalmar o organismo e assisti-lo pelo método verdadeiro. Não com qualquer droga ou técnica, mas pelo caminho apontado pelo Espírito Santo.

O verso mencionado pode ser aplicado com mais propriedade ainda nas doenças da mente e da alma. As doenças da mente e os desequilíbrios nervosos multiplicam-se e as propostas humanas de solução crescem nas mesmas proporções. Por que tanta dependência de drogas nos dias atuais? E por haver uma inquietação permanente no ser humano. Incapaz de ser acalmada. Medicamentos que atuam sobre a mente são fracos substitutos da verdadeira paz que o corpo e a mente procuram.

Muitos estão voltando seus olhos para o mistério do ocultismo. O desconhecido sempre exerce atenção especial sobre mentes inquietas. Milhares de pessoas abeberam-se desse vinho hoje em dia. De onde vem esse poder para curar? Ninguém sabe, mas o que parece importar são os resultados. Por apresentarem algum resultado que pode ser medido na forma de estatísticas, essas formas de curar adquiriram uma roupagem cientifica.

“Não vos embriagueis com o vinho, mas enchei-vos do Espírito.” A cura verdadeira tem origem definida: o Criador do Universo, através do Seu Espírito.

Como o Espírito age para curar mente e corpo? Através da Palavra de Deus. Através dessa Palavra, entramos em comunhão com Cristo e, mesmo que dúvidas, “temores e sentimentos de culpa nos assaltem, a graça de Cristo é suficiente para subjugar o pecado e a escuridão (EGW)”. O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nEle confiam será condenados”, escreveu o rei Davi.

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A tendência natural é cedermos diante de sentimentos negativos, descontentamento e melancolia. Devemos, porém, resistir a essas impressões e pensamentos e não dar livre curso a elas. Em seu lugar, cultivemos um espírito de gratidão e louvor. “Então clamou ao Senhor na sua angústia e Ele o livrou de suas necessidades, tirou-o das trevas e sombras da morte: quebrou as suas prisões. Louvai ao Senhor pela a Sua bondade e pelas Suas maravilhas para com os filhos dos homens” (Sal. 107:9-10).

Em tudo daí graças porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”, diz Paulo. Há uma lei nessa passagem: todas as coisas (ainda que aparentemente adversas) contribuem para o nosso bem.

Muitos doentes se queixam de seus problemas para os outros, na esperança de receber simpatia e auxilio. Quanto mais falamos de nossos problemas, mais convictos ficamos de estarmos em dificuldades. Esse vício deve ser quebrado. O método divino para curar corpo e alma segue o principio de falar do que é bom e fazer o bem.

O SEGREDO DA ESTRATÉGICA DO INIMIGO

Intemperança de qualquer espécie embota os órgãos perceptivos, enfraquecendo tanto as energias cerebrais, que as coisas eternas não são apreciadas, mas consideradas como comum. As mais elevadas faculdades da mente, destinadas aos elevados desígnios são postas em servidão ás paixões inferiores. Se nossos hábitos físicos não são corretos, nossas faculdades mentais e morais não podem ser fortes; pois existe grande afinidade entre o físico e o moral.

Os nervos cerebrais que se comunica com todo o organismo, são o único meio pelo qual o Céu pode comunicar-se com os homens e afetar-lhes a vida no recôndito. Qualquer coisa que perturbe a circulação das correntes elétricas no sistema nervoso diminui a resistência das forças vitais, e o resultado é um amortecimento das sensibilidades mentais. (Temperança, pág. 12-13)

A energia elétrica do cérebro, suscitada pela atividade mental, vivifica o organismo todo, e assim é de inestimável auxilio na resistência á moléstia. (Educação, 197. 1909)

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É o corpo um meio muito importante pelo qual a mente e a alma se desenvolvem para a formação do caráter. Essa é a razão por que o adversário das almas dirige suas tentações no sentido do enfraquecimento e degradação das faculdades físicas. Seu êxito neste ponto significa muitas vezes a entrega de todo o ser ao mal. As tendências da natureza física, a menos que postas sob o domínio de um poder mais alto, seguramente obrarão ruína e morte. O corpo deve ser posto em sujeição ás faculdades mais altas do ser. As paixões devem ser controladas pela vontade que, por sua vez, deve ela mesma estar sob o controle de Deus. O régio poder da razão santificada pela graça divina, deve dominar a vida. Poder intelectual, vigor físico e longevidade depende de leis imutáveis. Mediante a obediência a essas leis, pode o homem ser um conquistador de si mesmo, conquistador de suas próprias inclinações, conquistador de principados e potestades, dos “príncipes das trevas deste século”, e das “hostes espirituais” (Efésios 6:12) (PR 488-489)

O Senhor deseja que nossa mente seja clara e aguda, capaz de ver em Sua palavra e serviço pontos importantes, cumprindo Sua vontade, confiando em sua graça, trazendo para Sua causa uma consciência clara e espírito agradecido. Esta espécie de alegria promove a circulação do sangue. Energia vital é pelo cérebro transmitido á mente; por isso o cérebro não deve ser nunca obscurecido pelo uso de narcóticos ou excitado tomando estimulantes. Cérebro, ossos, músculos devem ser postos em ação harmoniosa, a fim de que todos atuem como máquinas bem reguladas, cada uma das partes agindo em harmonia com as outras, sem que nenhuma delas seja sobrecarregada. (Carta 100, 1898.)

Nenhum cristão ingere comida ou bebida que lhe embote os sentidos, ou que atue de tal maneira sobre o sistema nervoso que o faça degradar-se, ou o inabilite para a utilidade. O templo de Deus não deve absolutamente ser contaminado. As faculdades da mente e do corpo devem ser conservadas em saúde, de modo a serem empregadas para glória de Deus.

É impossível aos que condescendem com o apetite atingirem á perfeição cristã. (Temperança, pág. 19)

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Os que vencem como Cristo venceu, necessitam guardar-se continuamente contra as tentações de Satanás. O apetite e as paixões precisam ser restringidos e postos sob o domínio de uma consciência esclarecida, de modo que o intelecto seja preservado, claras as faculdades perceptivas e os manejos de Satanás e seus ardis não sejam interpretados como provindo de Deus. Muitos desejam a final recompensa e vitória que são dadas aos vencedores, mas não estão dispostos a sofrer labuta, privação e renúncia do próprio eu, como fez seu Redentor. É somente mediante obediência e esforço contínuo que venceremos como Cristo venceu.

O poder dominador do apetite demonstra-se-á a ruína de milhares, quando caso houvessem vencido nesse ponto, haveriam tido força moral para ganhar a vitória sobre qualquer outra tentação de Satanás. Os escravos do apetite, porém, falhará no aperfeiçoar o caráter cristão. A contínua transgressão do homem por seis mil anos tem trazido doenças, dores e morte como colheita. E á medida que nos aproximamos do fim do tempo, a tentação de Satanás para condescender com o apetite será mais poderosa e mais difícil de vencer. (Temperança, pág. 21)

A RESPIRAÇÃO

A respiração ideal e completa. Iniciando-se na parte baixa dos pulmões, com auxilio do diafragma, vai se elevando, de maneira rítmica, uniforme e regular, alcança a parte média e atinge a parte superior. Todo o pulmão trabalha.

A respiração que se processa utilizando só a parte alta, média ou baixa dos pulmões é insuficiente. Se bem que a respiração seja melhor do que as outras duas.

Deus deixou no ar substâncias vitais. O oxigênio, na qualidade exata que nosso cérebro precisa receber, fortalece a mente, esclarece-a, tonifica-a, e torna-a muito mais produtiva.

Todo o sistema nervoso e órgãos dos sentidos ficam mais aptos e sensíveis, nossa percepção de Deus e mais significativos e desejáveis. A comunhão com Deus é mais real.

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A qualidade de sangue depende da completa oxigenação nos pulmões. Só a maneira completa de respirar consegue isso. O sangue chega aos pulmões carregados de detritos que recebeu na sua jornada através do corpo. Nos alvéolos pulmonares se dá a transformação do sangue venoso em arterial. É através dos capilares que a hemoglobina dos glóbulos vermelhos (hematose) combina com o oxigênio; ao mesmo tempo o sangue elimina as impurezas.

É fundamental, para a cura e a saúde, que o sangue, ao voltar dos pulmões e “iniciar” sua jornada de retorno para irrigar todo o corpo, tenha conseguido eliminar as impurezas (os dois rins e fígado o auxiliam) e se apossando do oxigênio nas proporções exatas para atender ás necessidades da respiração e nutrição das células do interior do organismo.

As infecções não se alastram na presença do oxigênio. Um sangue rico em oxigênio e perfeitamente purificado leva cura a qualquer parte do corpo em processo infeccioso. Consegue neutralizar as impurezas de uma infecção até a sua eliminação, pois o sistema de defesa terá todas as condições para um bom trabalho.

A nutrição, aquilo que o organismo aproveita de todo processo digestivo só é perfeita na presença do oxigênio.

Durante a digestão, principalmente de proteína animal, ocorrem vários fenômenos que resultam em venenos, como o fenol, uréia, alcoóis, gás, cadaverina e outros tóxicos terríveis.

No intestino delgado, os capilares (pequenas veias) retiram os alimentos já digeridos e o conduzem ao sangue. No momento da passagem do alimento, as toxinas seguem junto.

Normalmente, a quantidade de toxinas é tão grande que o fígado e os rins não conseguem eliminá-las. Assim, o sangue espalha sementes de morte, envelhecimento e doenças.

Os pulmões possuem uma determinada capacidade de expansão. Quando essa capacidade e respeitada a quantidade necessária de oxigênio circulará no sangue. Se os pulmões forem comprimidos (até por razões estéticas) todo o corpo sofrerá: menos oxigenação sanguínea menos força para todo sistema de defesa.

O ar matinal é o melhor e devemos procurar respirar bem e profundamente pela a manhã. Assim como o organismo está com nova energia pela a manhã, a natureza também se refaz e dá o melhor de si

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nas horas iniciais do dia. O ar de lugares mais elevado (montanhas e planaltos) é mais saudável do que das baixadas, geralmente mais unidas e quentes. (Para melhor entendimento deste texto leia abaixo, CBV pág.272-274).

A Respiração

Para possuir bom sangue, é preciso respirar bem. Plena e profunda inspiração de ar puro, que encha os pulmões de oxigênio, purifica o sangue. Isso comunica ao mesmo uma cor viva, enviando-o, qual corrente vitalizadora, a todas as partes do corpo. Uma boa respiração acalma os nervos, estimula o apetite e melhora a digestão, o que conduz a um sono profundo e restaurador.

Deve-se conceder aos pulmões a maior liberdade possível. Sua capacidade se desenvolve pela liberdade de ação; diminui, se eles são constrangidos e comprimidos. Daí os maus efeitos do hábito tão comum, especialmente em trabalhos sedentários, de ficar todo dobrado sobre a tarefa em mão. Nessa postura é impossível respirar profundamente. A respiração superficial torna-se em breve um hábito, e os pulmões perdem a capacidade de expansão. Idêntico efeito é produzido por qualquer constrição. Não se proporciona assim espaço suficiente à parte inferior do peito; os músculos abdominais, destinados a auxiliar na respiração, não desempenham plenamente seu papel, e os pulmões são restringidos em sua ação.

Assim é recebida uma deficiente provisão de oxigênio. O sangue move-se lentamente. Os resíduos, matéria venenosa que devia ser expelida nas exalações dos pulmões, são retidos, e o sangue se torna impuro. Não somente os pulmões, mas o estômago, o fígado e o cérebro são afetados. A pele torna-se pálida, é retardada a digestão; o coração fica deprimido; o cérebro nublado; confusos os pensamentos; baixam sombras sobre o espírito; todo o organismo se torna deprimido e inativo, e especialmente suscetível à doença.

Os pulmões estão de contínuo expelindo impurezas, e necessitam ser constantemente abastecidos de ar puro. O ar contaminado não proporciona a necessária provisão de oxigênio, e o sangue passa ao cérebro e aos outros órgãos sem o elemento vitalizador. Daí a necessidade de perfeita ventilação. Viver em aposentos fechados, mal arejados, onde o ar é sem vida e viciado, enfraquece todo o organismo. Este se torna particularmente sensível à influência do frio, e uma leve exposição leva à doença. É o viver muito fechadas, dentro de casa, que faz muitas mulheres pálidas e fracas. Respiram o mesmo ar repetidamente, até que ele se carrega de venenosos elementos expelidos pelos pulmões e os poros; e assim as impurezas são novamente levadas ao sangue.

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De acordo com a posição da Terra em relação ao sol é a influência de energia que esse fator determina, as águas de rios e mares sobem ou baixam. As plantas vingam, as sementes brotam com vitalidade ou minguam. Dia e noite, o claro e o escuro também determinam transformações na vida e hábitos de plantas e animais.

Cada um de nós possui um ritmo próprio, preestabelecido em nossos genes, acordar, dormir, trabalhar, comer. As disposições recebem influência da Natureza, do dia e da noite, do frio ou do calor. E da posição da Terra em relação ao Sol.

A ciência hoje afirma que o sono é o grande restaurador do sistema nervoso e a única maneira de prepara o cérebro para as funções do dia. Irritação falta de memória, incapacidade para concentração, raciocino e capacidade de julgar alterados são os déficits de noites perdidas.

Pesquisas realizadas pela a Santa Casa, no Rio Grande do Sul, mostraram que dois em cada dez acidentes de trabalho são causados por falta de sono. Pesquisas semelhantes feitas nos Estados Unidos revelam que a falta de sono mata mais do que o álcool e as drogas. Por incrível que pareça 31% (por cento) dos desastres de carro foram relacionados a noites sem dormir.

Os efeitos da perda do sono são muitos variados. A falta de sono:

− Aumenta a irritabilidade, angustia e nervosismo;

− Provoca comportamento anti-social;

− Tira a espontaneidade;

− Causa desorientação e depressão;

− Produz inabilidade para manter fixos os objetivos na realização de uma tarefa;

− Diminui a percepção e as habilidades racionais cognitivas;

− Afeta a capacidade física;

− Diminui a capacidade para movimentos delicados da mão;

− Dificulta manter boa postura;

− Aumenta a sensibilidade à dor;

− Reduz o tono muscular e a força;

− Descontrola o apetite.

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Durante o sono são produzidos importantes hormônios. A melatonina é produzida durante a noite inteira, e funciona como calmante natural.

A produção dele só será normal se a pessoa dormir quieto e escuro. Na ausência dos raios solares.

O hormônio do crescimento é produzido nos (90) noventa minutos que antecede a meia noite. Ele é o responsável pela fixação do aprendizado, pelo o crescimento, pela a qualidade de eficiência do cérebro, e também pelo transporte eficiente de aminoácidos do sangue para o cérebro. As crianças em especial devem dormir antes da meia noite.

A cortisona é outro hormônio produzido após a meia-noite, até o amanhecer. Os fatores estressantes do dia só poderão ser controlados sabiamente sob a ação desse hormônio. É a cortisona também que reduz a fadiga e influi na redução de inflamações.

Ninguém que professe piedade considere com indiferença a saúde do corpo, iludindo-se com o pensamento de que a intemperança não é pecada e não afeta a espiritualidade. Existe íntima correspondência entre a natureza física e a natureza moral.

A transgressão da lei física é transgressão da lei de Deus. Nosso Criador é Jesus Cristo. Ele é o autor de nosso ser. Criou a estrutura humana. É o autor das leis físicas, assim como da lei moral. E o ser humano que descuida dos hábitos e práticas atinentes a sua saúde e vida física, peca contra Deus. Muitos que professam amar a Jesus Cristo não mostram a devida reverência e respeito por Aquele que deu sua vida para salva-los da morte eterna. O Senhor não é reverenciado, nem respeitado, nem reconhecido. Isto é evidente pelo dano causado a seus próprios corpos em violação das leis de seu ser.

A contínua transgressão das leis da Natureza é uma contínua transgressão da lei de Deus. o atual peso de sofrimento e angústia que vemos por toda parte, a atual deformidade, decrepitude, doenças e imbecilidade que agora inundam o mundo, tornam-no, em comparação com o que poderia ser e Deus designou que fosse, um hospital; e a geração atual é débil quanto ao poder mental, moral é físico. Toda esta miséria tem-se acumulado geração após geração, porque o homem caído transgride a lei de Deus. Pecados da maior magnitude são cometidos pela condescendência com o apetite pervertido.

Grande parte de todas as enfermidades que afligem a família humana resulta de seus próprios hábitos errôneos, em virtude de sua voluntária

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ignorância ou do menosprezo pela luz que Deus tem dado em relação ás leis do seu ser. Não nos é possível glorificar a Deus enquanto vivemos em violação das leis da vida. Não é possível ao coração manter-se consagrado a Deus enquanto se tolera a concupiscência do apetite. Um corpo enfermo e um intelecto desordenado em virtude de contínua tolerância para com a ruinosa concupiscência, torna impossível a santificação do corpo e do espírito. O apóstolo compreendia a importância das condições saudáveis do corpo para a bem-sucedida perfeição do caráter cristão. Diz ele: “Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo á escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” Ele menciona os frutos do espírito, entre os quais está a temperança. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com os seus vícios.” (CSRA pág. 43-44)

O corpo precisa de muito líquido. Água pura. Quase sempre, surge o desejo de beber na hora da refeição. O alimento desperta sede. E você pode estar perguntando: “Mas não é correto beber quando existe sede?” Sim, mas não durante as refeições. E por que tanta sede no período das refeições? Por duas razões. Primeiro, a alimentação geralmente é muito temperada. Muito sal e condimentos despertam a sede. Em segundo lugar, o que é mais freqüente, pouca água é consumida fora do período das refeições.

Água logo ao levantar, cerca de 1 a 2 copos, mais água ás 10 ou 11 horas, ás 15 horas e á noite, perfazendo o total de uns 6 a 8 copos ao dia, aliviará aquela sede dos horários das refeições.

Um dos melhores métodos para fortalecer o organismo e também aumentar sua resistência é beber dois copos de água em jejum. Isso é especialmente indicado para quem está com alguma doença.

Água é fundamental para o rim limpar com eficiência o sangue e livrar o organismo dos tóxicos que se formam permanentemente no interior das células. Para limpar o corpo por dentro, somente uma boa quantidade de água. Água as refeições, não. Por quê?

Geralmente, os líquidos ou bebidas ás refeições são consumidos muito gelados. As baixas temperaturas provocam dentro dos órgãos degestivos uma fuga de sangue, causadas pela contrição dos vasos sanguíneos. Para uma digestão normal, o estômago precisa de sangue. Só assim se formam sucos digestivos, que atuam sobre os alimentos.

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O segundo efeito do líquido as refeições é a diluição dos sucos digestivos. Agora, o estômago, além de menos sucos digestivos, os tem muito diluídos, incapazes de modificar adequadamente os alimentos.

Há um retardamento na digestão e o alimento começa a fermentar. A fermentação produz gases e substâncias venenosas que serão absorvidas pela circulação.

Todos os tóxicos sobrecarregam o fígado e os rins e enfraquecem o sistema defensivo do corpo, marcadamente os linfócitos.

Uma das partes que mais sofre no nosso corpo, sem duvida, é o aparelho digestivo. Criado para ser o agente simplificador e transformador de alimentos, suporta muitas agressões e poucas vezes é tratado como merece. É no estômago, intestinos e outros órgãos correlatos da digestão que cai o primeiro impacto do trabalho de transformar matéria do mundo vegetal em matéria viva dentro do organismo. A alimentação virtualmente morta, principalmente pelos processos de cocção ou aquecimento, deve novamente incorporar-se em cada célula e tecido do organismo, e voltar a viver. É uma transformação extraordinária que acontece no interior do aparelho digestivo.

Mas que tarefa ingrata a maioria dá aos seus pobres aparelhos de digestão! São obrigados a fazer verdadeiros malabarismos para realizar esse “milagre”: transformar, selecionar e rejeitar alimentos para manter permanentemente nossa estrutura em boas condições.

Uma das doenças mais comuns atualmente é um estado permanente de congestão da mucosa (pela que reveste internamente o estômago e outros órgãos digestivos) do estômago. Essa congestão e inflamação do estômago recebem o nome de gastrite (gastro, estômago; ite, inflamação). Por que tanta gastrite? Enumeremos as principais causas:

1. Alimentos inadequados, indigestos, muita gordura.

2. Produtos químicos e estimulantes – café, fumo, álcool, conservantes.

3. Excesso de alimentação.

4. Alimentação com freqüência elevada ao logo do dia.

5. Estado emocional – ira, medo, tensão.

6. Uso de medicamentos para tratamento de outras doenças.

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Uma vez que a gastrite está plenamente instalada, torna-se difícil manter os mesmos hábitos, pois o estômago já não os aceita. Aqui é verificada, claramente, a relação causa e efeito.

Para melhorar uma condição como essas mudanças de estilo de vida se impõem. Soluções fáceis, porém sem eficácia, tais como antiácido e outros remédios, não trazem solução definitivas. A menos que as causas apontadas sejam afastadas, não haverá melhora definitiva.

Outra doença relacionada á gastrite é a úlcera do duodeno. A úlcera não é uma simples inflamação. Trata-se de uma pequena ferida de 0,5cm ou mais de largura e que costuma provocar fortes dores, principalmente nos intervalos das refeições. Geralmente, melhora quando algum alimento é introduzido no estômago.

Por que em certas ocasiões o estômago ou o intestino digere a si mesmo em determinadas regiões, provocando uma úlcera? No interior do aparelho digestivo, há sucos gástricos capazes de digerir os vários tipos de alimentos, como gorduras, proteínas e açúcares. Se esses sucos podem digerir esses elementos, por que não digerem o próprio estômago? Há uma proteção especial e defesas permanentes na mucosa dos órgãos digestivos que previnem esse fato. Essas defesas podem ser perturbadas ao entrarem em contato com certos remédios conhecidos como antiinflamatórios. Os antiinflamatórios tiram a proteção dos órgãos digestivos e, assim, podem-se desenvolver ás úlceras. Doses elevadas de remédios, principalmente de cortisona, baixam mais ainda as defesas, e a úlcera poderá perfurar para o interior do abdômen.

Outro fator que diminui a capacidade de proteção da mucosa do intestino e do estômago é o estado psicológico alterado do individuo. Medo e ansiedade provocam um aumento de adrenalina no sangue. A adrenalina, por sua vez, provoca no interior do estômago e do duodeno uma contração dos vasos, diminuindo a quantidade sangue na parede dos órgãos. Com menor quantidade de sangue na região, baixam as reações de defesa e a acidez do estômago ataca sua própria mucosa, o que pode transformar-se em úlcera.

Diante de úlcera, é insuficiente qualquer tratamento só direcionado ao estômago ou ao duodeno. Há 2.000 anos, Hipócrates disse aos seus alunos que pretendiam ser médicos: “Não deixem ninguém persuadi-los a curar uma dor de cabeça, a menos que tenha dado a vocês sua alma para ser curada.” Parafraseando, poderíamos dizer: “Não tente ninguém assumir a cura de uma úlcera, se o doente não estiver disposto a

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enfrentar seus problemas psicológicos.” A razão é simples: o tratamento não funciona. O tratamento de distúrbios digestivos repousa sobre mudanças de estilo de vida, o que inclui mudança de hábitos e uma nova visão da vida. A ansiedade deve dar lugar á segurança, e a desesperança á fé no cuidado e proteção de Deus.

ALERGIAS ALIMENTARES

Pelo aparelho digestivo passam muitas substâncias, algumas das quais não são adequadas ao nosso corpo. A alimentação dos dias atuais apresenta-se com uma riqueza de produtos químicos como nunca houve na história da humanidade. Além disso, a própria alimentação contém muitos produtos capazes de provocar reações inflamatórias nos intestinos, o que desperta certas alergias alimentares.

As alergias são reações inflamatórias exageradas do organismo, quando percebe qualquer anormalidade. Os sistemas de defesa do paciente alérgico apresentam-se muito débeis e, ao menor sinal de perigo, o organismo reage com todas as suas forças. Por essa razão, há pessoas que possuem reações alérgicas a produtos inofensivos, tais como manga, morango e certos derivados do trigo (glútem). Estivesse o sistema imunológico forte, não reagiria a esses alimentos.

As alergias no aparelho digestivo podem se manifestar de muitas maneiras: digestão difícil, excesso de sonolência após a alimentação, cólicas intestinais, dores no baixo ventre, prisão de ventre, diarréia, sangramento intestinal, irritabilidade, nervosismo, insônia e dor de cabeça.

O tratamento como vimos não é primariamente tirar esse ou aquele alimento que está nos prejudicando. Por exemplo: não comer mais manga. Isto é tratar apenas o sintoma. Uma vez que a causa é o sistema imunológico fraco, devemos tratar de fortalecer este sistema, através de um programa de vida que visa aumentar a resistência geral.

Outro órgão que sofre freqüentemente em virtude de falta de critério na escolha dos alimentos é a vesícula. Milhares de pessoas vivem hoje sem a vesícula biliar. Cálculos biliares são formados principalmente em pessoas obesas, após os 40 anos de idade.

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A presença de cálculos, principalmente de pequeno tamanho, patrocina dores fortes no abdômen, até o ombro direito, acompanhado de náuseas e vômitos.

Quando são descobertos esses cálculos, normalmente a vesícula é extirpada junto com as pedras. Como as demais doenças do aparelho digestivo, os cálculos de vesícula podem ser evitados eliminando-se os alimentos á base de gordura animal e frituras. A vesícula é um órgão importante e necessário, e a sua ausência sempre se fará sentir.

Nosso corpo é formado pela comida que ingerimos. Há constante desgaste dos tecidos do corpo; todo movimento de qualquer órgão implica um desgaste, o qual é reparado por meio do alimento. Cada órgão do corpo requer sua parte de nutrição. O cérebro deve ser abastecido com sua porção; os ossos, os músculo, os nervos, requerem a sua. Maravilhoso é o processo que transforma a comida em sangue, e se serve desse sangue para restaurar as várias partes do organismo; mas esse processo está prosseguindo continuamente, suprindo a vida e a força a cada nervo, cada músculo e tecido.

Deve-se escolher o alimento que melhor proveja os elementos necessitados para a edificação do organismo. Nesta escolha, não é guia seguro o apetite. Mediante hábitos errôneos de comer, o apetite se tornou pervertido. Muitas vezes exige alimentos que prejudica a saúde e a enfraquece em lugar de avigorá-la. Não nos podemos guiar com segurança pelos hábitos da sociedade. A doença e o sofrimento que por toda parte dominam, é em grande parte devida a erros populares com referência ao regime alimentar.

A fim de saber quais são os melhores alimento, cumpre-nos estudar o plano original de Deus para o regime do homem. Aquele que criou o homem e lhe compreende as necessidades, designou a Adão o que devia comer: “Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente,... e toda árvore em que há fruto que dá semente, ser-vos-á para mantimento.” (Gênesis 1:29). Ao deixar o Éden para ganhar a subsistência lavrando a terra sob a maldição do pecado, o homem recebeu também permissão para comer a “erva do campo”. (Gênesis 3:18)

Cereais, frutas, nozes e verduras constituem o regime dietético escolhido por nosso Criador. Estes alimentos, preparados de maneira mais simples e natural possível, são os mais saudáveis e nutritivos.

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Proporcionam uma força, uma resistência e vigor intelectual, que não são promovidos por uma alimentação mais complexa e estimulante.

Mas nem todas as comidas saudáveis em si mesmas são igualmente adequadas a nossas necessidades em todas as circunstâncias. Deve haver cuidado na seleção do alimento. Nossa comida deve ser de acordo com a estação, o clima em que vivemos, e a ocupação em que nos empregamos. Certas comidas apropriadas para uma estação ou um clima, não o são para outro. Assim há diferentes comidas mais adequadas às pessoas segundo as várias ocupações. Muitas vezes alimentos que podem ser usados com proveito por pessoas que se empenham em árduo labor físico, não são próprios para as de trabalho sedentário, ou de intensa aplicação mental. Deus nos tem dado ampla variedade de comidas saudáveis, e cada pessoa deve escolher dentre elas aquelas que a experiência e o são juízo demonstram ser as mais convenientes ás suas próprias necessidades.

As abundantes provisões de frutas, nozes e cereais da Natureza, são amplas; e de ano para ano os produtos de todas as terras são mais geralmente distribuídos por todos, devido às facilidades de transporte. Em resultado, muitos artigos de alimentação que, poucos anos atrás, eram considerados como luxos dispendiosos, encontram-se agora ao alcance de todos, como gêneros diários. Este é especialmente o caso com frutas secas e em conservas.

As nozes e as comidas com elas preparadas estão-se tornando largamente usadas, substituindo os pratos de carne. Com as nozes se podem combinar cereais, frutas e alguns tubérculos, preparando prantos saudáveis e nutritivos. Deve-se cuidar, no entanto, em não usar grande proporção de nozes. Os que percebem os maus efeitos do uso das nozes, talvez consigam afastar o mal mediante essa precaução. Convém lembrar, também, que algumas qualidades de nozes não são tão saudáveis como outras. As amêndoas são preferíveis aos amendoins, mas estes, em limitadas porções, usados conjuntamente com cereais, são nutritivos e digeríveis.

Quando devidamente preparadas, as azeitonas, como as nozes, substituem a manteiga e as comidas de carne. O azeite, comido na oliva, é muito preferível á gordura animal. Atua como laxativo. Seu uso se verificará benéfico aos tuberculosos, sendo também medicinal para um estômago inflamado, irritado.

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As pessoas que se têm habituado a um regime muito condimentado, altamente estimulante, têm um gosto não natural, e não podem logo apreciar o alimento simples. Levará tempo até que o gosto se torne natural, e o estômago se recupere do abuso sofrido. Mas os que perseveram no uso do alimento saudável, depois de algum tempo o acharão agradável ao paladar. Seu delicado e delicioso sabor será apreciado, e será ingerido com maior satisfação do que se pode encontrar em nocivas iguarias. E o estômago, numa condição saudável, nem febricitante nem sobrecarregado, está apto a se desempenhar mais facilmente de sua tarefa.

A fim de manter a saúde, é necessária suficiente provisão de alimento bom e nutritivo. Se planejarmos sabiamente, os artigos conducentes á boa saúde podem ser obtidos em quase todas as terras. Os vários artigos preparados de arroz, trigo, milho e aveia são enviados para toda parte, bem como feijão, ervilhas e lentilhas. Estes, juntamente com as frutas nacionais ou importadas, e a quantidade de verduras que dão em todas as localidades, oferecem oportunidade de escolher um regime dietético completo, sem o uso de alimentos cárneos.

Onde quer que haja frutas em abundância, deve-se preparar farta provisão para o inverno, conservando-as cozidas ou secas. As frutas pequenas, como morangos, amoras, groselhas e outras, podem dar com vantagem em muitos lugares onde são pouco usadas, sendo negligenciado o seu cultivo.

Para conservas domésticas, os vidros devem ser usados sempre que possível de preferência ás latas. É especialmente digno de atenção que as frutas a serem conservadas estejam em boas condições. Empregue-se pouco açúcar, e a fruta seja cozinhada apenas o necessário á sua preservação. Assim preparadas, são excelente substituto para as frutas secas.

Onde quer que as frutas secas como passas, ameixas, maçãs, pêras, pêssegos e abricós se podem obter por moderado preço, verificar-se-á que se podem usar como artigos principais de regime, muito mais abundantemente do que se costuma fazer, com os melhores resultados para a saúde de todas as classes.

Não deve haver grande variedade em cada refeição, pois isto incita o excesso na comida, e produz má digestão.

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Não é bom comer frutas e verduras na mesma refeição. Se a digestão é deficiente, o uso de ambas ocasionará, com freqüência, perturbação, incapacitando para o esforço mental. Melhor é usar as frutas numa refeição e as verduras em outra.

O cardápio deve ser variado. Os mesmos pratos, preparados da mesma maneira, não devem aparecer á mesa refeição após refeição, dia após dia. O alimento é tomado com mais prazer, e o organismo mais bem nutrido quando é variando.

É pecado comer apenas para satisfazer o apetite, mas não se deve ser indiferente quanto á qualidade da comida, ou á maneira de a preparar. Se a comida que comenos não é saborosa, o organismo não recebe tanta nutrição. O alimento deve ser cuidadosamente escolhido e preparado com inteligência e habilidade.

Para o pão, não é a melhor a farinha branca, superfina. Seu uso nem é saudável nem econômico. A farinha branca, fina, carece de elementos nutritivos que se encontram no pão feito do trigo integral. É causa freqüente de prisão de ventre e outras condições insalubres.

O emprego do bicarbonato ou fermento em pó, no pão é nocivo e desnecessário. O bicarbonato produz inflamação do estômago, envenenando muitas vezes todo o organismo. Muitas donas-de-casa julgam não poder fazer bom pão sem empregar o bicarbonato, mas isto é um erro. Se si derem ao incômodo de aprender melhores métodos, seu pão será mais saudável e, a um paladar natural, muito mais agradável.

No fazer pão crescido, ou levedado, não se devia empregar leite em lugar de água. Isto representa despesa adicional, e torna o pão menos saudável. O pão que leva leite não se conserva bem tanto tempo depois de assado, como o que é feito com água, e fermenta mais facilmente no estômago.

O pão deve ser leve e agradável. Nem o mais leve vestígio de acidez se deve tolerar. Os pães devem ser pequenos, e tão perfeitamente assados que, o quanto possível, os germes do fermento sejam destruídos. Quando quente ou fresco qualquer espécie de pão levedado é de difícil digestão. Nunca devia aparecer a mesa. Isto não se aplica, entretanto, ao pão sem levedar. Pão de trigo fresco, sem fermento ou levedura, e assado num forno bem quente, é a um tempo saboroso e saudável.

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Os cereais empregados em mingaus devem ser cozidos várias horas. Mas as comidas brandas ou liquidas são menos saudáveis que as secas, que requerem cabal mastigação. Torradas são dos mais digestíveis e aprazíveis alimentos. Corte-se o pão comum em fatias, ponha-se no forno até haver desaparecido o último vestígio de umidade. Deixe-se então dourar levemente e por igual. Pode-se conservar esse pão num lugar seco por muito mais tempo que o pão comum e, se posto novamente ao forno pouco antes de ser servido, ficará como torrado de fresco.

De ordinário se usa demasiado açúcar no alimento. Bolos, pudins, pastelarias, geléias, doces, são causas ativa de má digestão. Especialmente nocivos são os cremes e pudins em que o leite, ovos e açúcar são os principais elementos. Deve-se evitar o uso abundante de leite e açúcar juntos.

O leite que se usa deve ser perfeitamente esterilizado; com esta precaução, há menos perigo de contrair doenças por seu uso. A manteiga é menos nociva quando comida no pão, do que empregada na cozinha; mas, em regra, melhor é dispensá-la inteiramente. O queijo é ainda mais objetável; é totalmente impróprio como alimento.

A comida deficiente, mal cozida, estraga o sangue, por enfraquecer os órgãos que o preparam. Isto desarranja o organismo, trazendo doenças, com seu cortejo de nervos irritados e mau gênio. As vitimas da deficiência culinária contam-se aos milhares. Sobre muitos túmulos se poderia gravar: “morto devido á má cozinha”; “Morto por seus maus tratos infligidos ao estômago”.

É um sagrado dever para os que cozinham o saber preparar alimento saudável. Muitas almas se perdem em razão de um errôneo modo de preparar a comida. Exige reflexão e cuidado o fazer um bom pão; há, porém, mais religião num pão bem feito do que muitos pensam. Na verdade há poucas boas cozinheiras. As jovens entendem ser coisa servil cozinhar e fazer outros serviços domésticos; e, por isso muitas meninas que se casam e têm cuidado de família, pouca idéia possui dos deveres que impendem sobre a esposa e mãe.

Cozinhar não é ciência desprezível, porém uma das mais essenciais na vida prática. É uma arte que todas as mulheres deviam aprender, devendo ser ensinada de um modo que beneficiasse às classes mais pobres. Fazer comida apetecível e ao mesmo tempo simples e nutritiva requer habilidade; pode, no entanto ser feito. As cozinheiras devem

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saber preparar alimento simples, de maneira simples e saudável, e de modo que seja mais apetecível, deve decidir aprender aquilo que é tão essencial ao bem-estar de sua casa. Em muitos lugares, escolas de arte culinária saudável oferecem ensejo de uma pessoa se instruir nesse sentido. Aquela que não tem o auxílio de tais facilidades devia tomar instruções com uma boa cozinheira, perseverando em seus esforços por se aperfeiçoar até se tornar senhora da arte culinária.

É de vital importância a regularidade no comer. Deve haver tempo determinado para cada refeição. Nesta ocasião, coma cada um o que o organismo requer, e depois não coma nada mais até a próxima refeição. Muitas pessoas comem quando o organismo não sente necessidade de alimento, em intervalos irregulares e entre as refeições, porque não têm suficiente força de vontade para resistir á inclinação. Quando em viagem, alguns estão continuamente mordicando, se lhes chega ao alcance qualquer coisa de comer. Isso é muito nocivo. Se os viajantes comessem regularmente, um alimento simples e nutritivo, não experimentaria tão grande fadiga, nem sofreriam tanto enjôo.

Outro hábito pernicioso é o de tomar alimento exatamente antes de se recolher. Pode-se haver tomado as refeições regulares, mas, por sentir-se uma sensação de fraqueza, ingere-se mais alimento. Mediante a condescendência essa prática errônea se torna um hábito, e tantas vezes tão firmemente fixado, que se julga impossível dormir sem comer. Em resultado de tomar ceias tardias, o processo digestivo é continuado através do período de repouso. Mas se bem que o estômago trabalhe constantemente, sua função não é bem feita. O sono é mais vezes perturbado por sonhos desagradáveis, e pela manhã a pessoa acorda sem se haver refrigerado, e com pouco apetite para a refeição matinal. Quando nos deitamos para repousar, o estômago já devia ter concluído a sua obra, a fim de, como os demais órgãos do corpo, fruir repouso. Para as pessoas de hábitos sedentários, as ceias tarde da noite são particularmente nocivas. Para essas as desordens criadas são geralmente o começo de moléstias que findam na morte.

Em muitos casos a fraqueza que leva a desejar alimento é sentida porque os órgãos digestivos foram muito sobrecarregados durante o dia. Depois de digerir uma refeição, os órgãos que se empenharam nesse trabalho precisam de repouso. Pelos menos cinco ou seis horas devem entremear as refeições; e a maior parte das pessoas

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que experimentarem esse plano, verificará que duas refeições por dia são preferíveis a três.

A comida não deve ser ingerida muito quente nem muito fria. Se está fria, as forças vitais do estômago são chamadas a fim de aquecê-las antes de ter começado o processo digestivo. Bebidas frias, pelo mesmo motivo, são prejudiciais; por outro lado o uso copioso de bebidas quentes é debilitante. De fato, quanto mais líquido for ingerido nas refeições, tanto mais difícil se tornará à digestão do alimento; pois o líquido precisa ser absorvido primeiro para que principie a digestão. Não useis sal em quantidade, evitai os picles e comidas condimentadas, servi-vos de abundância de frutas e a irritação que reclama tanta bebida nas refeições desaparecerá em grande parte.

A comida deve ser ingerida devagar, completamente mastigada. Isto é necessário, a fim de a saliva ser devidamente misturada com o alimento, e os sucos digestivos chamados á ação.

Outro mal sério é comer em ocasiões impróprias, como depois de violento ou excessivo exercício, quando uma pessoa se encontra exausta ou aquecida. Logo depois da comida há forte demanda das energias nervosas; e quando a mente ou o corpo é muito sobrecarregado justo antes ou logo depois de comer, prejudica-se a digestão. Quando uma pessoa está agitada, ansiosa, ou apressada, é melhor não comer enquanto não descansar ou obtiver alívio.

O estômago está intimamente relacionado com o cérebro; e quando ele está doente, a força nervosa é chamada do cérebro em auxílio dos enfraquecidos órgãos digestivos. Sendo estas exigências demasiado freqüentes, o cérebro fica congestionado. Se este é constantemente sobrecarregado, e há falta de exercício físico, mesmo a comida simples deve ser tomada parcimoniosamente. Na hora da refeição, expulsai o cuidado e os pensamentos ansiosos; não estejais apressados, mas comei devagar e satisfeitos, o coração cheio de gratidão para com Deus por todas as Suas bênçãos.

Muitas pessoas que rejeitam a carne e outros pesados e nocivos artigos pensam que porque sua comida é simples e sã elas podem condescender com o apetite sem restrições, comendo excessivamente, por vezes até a gulodice. Isto é um erro. Os órgãos digestivos não devem ser sobrecarregados com uma quantidade ou qualidade de alimento que torne pesado ao organismo o digeri-lo.

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Por vezes o resultado do excesso de alimento é imediatamente sentido. Noutros casos não há nenhuma sensação de mal estar; mas os órgãos digestivos perdem a força vital, e é solapada a base da resistência física.

Demasiado alimento pesa no organismo, produzindo um estado mórbido, febricitante. Chama uma indevida quantidade de sangue para o estômago, causando resfriamento nos membros e extremidades. Impõe pesada carga aos órgãos digestivos, e quando os mesmos têm executado sua tarefa, resta uma sensação de desfalecimento e languidez. Pessoas que estão continuamente a comer em excesso chama fome a essa sensação de esvaimento; é, porém causado pelo o estado de exaustão dos órgãos digestivos. Há por vezes anuviamento do cérebro, com indisposição para o esforço mental e físico.

Sentem-se estes desagradáveis sintomas porque a natureza realizou seu trabalho á custa de um desnecessário dispêndio de força vital, achado-se completamente exausta. O estômago está dizendo: “Dá-me repouso.” Por parte de muitos, todavia, a fraqueza é interpretada como um pedido de mais alimento; de modo que, em lugar de conceder descanso ao estômago, lançam-lhe em cima outra carga. Em conseqüência, os órgãos digestivos se acham com freqüência gastos quando se deviam encontra em condições de prestar bom serviço.

Onde tem havido condescendência com hábitos errôneos, não deve haver demora em reformá-los. Quando a dispepsia tem sido o resultado do mau trato infligido ao estômago, façam-se cuidadosos esforços para conservar o resto da resistência das forças vitais, afastando toda sobrecarga. Talvez o estômago nunca recupere inteiramente a saúde depois de longo tempo de mau trato; mas uma correta orientação no regime dietético poupará posterior debilidade, e muitos se recuperarão mais ou menos. Não é fácil prescrever regras que se adaptem a todos os casos; mas, atendendo aos sãos princípios no comer, podem-se operar grandes reforma, e a cozinheira não precisa labutar continuamente para tentar o apetite.

A sobriedade na alimentação é recompensada com vigor mental e moral; é também eficaz no domínio das paixões. O excessivo comer é especialmente prejudicial aos que são de temperamento indolente; estes devem comer frugalmente, e fazer bastante exercício físico. Existem homens e mulheres de excelentes aptidões naturais, que não realizam metade do que poderiam efetuar se exercessem domínio sobre si mesmos quanto a negar-se ao apetite.

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Nosso corpo é a possessão adquirida de Cristo, e não nos achamos na liberdade de fazer com ele o que nos apraz. Todos quantos compreendem as leis da saúde devem reconhecer sua obrigação de obedecer a estas leis, estabelecidas por Deus em nosso ser. A obediência ás leis da saúde deve ser considerada questão de dever pessoal. Nós mesmos temos de sofrer os resultados da lei violada. Cumpre-nos responder individualmente a Deus por nossos hábitos e práticas. Portanto, a questão quanto a nós, é: “Qual é o costume do mundo?” mas: “De que maneira eu, como indivíduo, tratarei a habitação que Deus me deu?”

Observação:

Com referência ao queijo. Os editores, em nota no rodapé, esclarecem que a referência “não inclui a ricota (coalhada escorrida) ou alimentos parecidos, que sempre foram reconhecidos pela autora como saudáveis”. Consultando os depositários das publicações da irmã White, deles recebemos a mesma resposta que fora dada aos irmãos da Alemanha a uma consulta deles. Essa resposta foi dada de acordo com as instruções da própria irmã White, e seguido o seu conselho a edição alemã reza: “O queijo forte, picante, não deve ser comido.” (CBV, pág. 295-309).

PRISÃO DE VENTRE

Para muitos a prisão de ventre nem merece atenção como uma doença. Pode ser vista inicialmente como um transtorno funcional, sabemos hoje que, com o passar dos anos, predisporá o intestino (principalmente o intestino grosso) a contrair câncer. Hemorróidas, apendicite, diverticulite e colite são também muitas vezes conseqüência dessa prisão de ventre crônica.

O que é prisão de ventre? É a diminuição da freqüência de funcionamento do intestino para eliminar as fezes. Normalmente, devemos esvaziar os intestinos pelo menos uma vez ao dia. Em termos fisiológicos, se estabelece um reflexo para o intestino grosso toda vez que alimentos são introduzidos nos órgãos digestivos. Raramente esse reflexo é atendido e, com o tempo, tende a desaparecer. Á pessoas que ficam vários dias e até mais de uma semana sem o funcionamento

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adequado do intestino. O tratamento usado é o mais rudimentar e simples possível: uso de laxativos.

A principais causas da prisão de ventre são: dieta pobre sem fibras e rica em alimentos refinados e a falta de exercício. Um bom exercício acelera o processo digestivo, pela ação dos músculos da parede do abdômen e do diafragma. Ao se contraírem, esses músculos fazem sobre o estômago e intestino, acelerado o seu trabalho. A alimentação contemporânea é pobre em fibras. Mais verduras, frutas e cereais integrais é a receita antiprisão de ventre. Uso de água morna pela manhã em jejum será um auxílio para todo o processo digestivo, inclusive prisão de ventre.

O número de doenças do aparelho digestivo forma uma lista interminável. Não é tão importante enumerá-las uma por uma. Os aspectos básicos do tratamento e recuperação do aparelho digestivo e suas funções são semelhantes aos das várias doenças.

Quando a doença não for mais controlável por mudança de hábitos (caso do câncer), a intervenção médica será necessária.

VALOR DAS FIBRAS

Durante muitos anos, a ciência médica e os nutricionistas não compreendiam para que serviam as fibras. Sabia-se que não eram aproveitadas.

O organismo humano não tem meios para digerir fibras, como muitas espécies de animais. As fibras são eliminadas como entram e daí se concluiu, erradamente, que a sua falta na alimentação não fazia diferença. Era assim que se pensava até uns vinte anos atrás. Hoje, o conceito é outro. As fibras são importantes para a digestão – e muito.

Durante décadas, a industria se especializou em produzir alimentos sem fibras. Finalmente, os resultados apareceram. Hoje está provado: comer comida refinada com pouca fibra favorece o aparecimento de inúmeras doenças, principalmente prisões de ventre crônicas, diabetes, arteriosclerose, diverticulite, hemorróidas e câncer do intestino grosso.

Como isso acontece? O corpo não digere as fibras e aí está sua utilidade. Sendo que elas estão intimamente ligadas aos alimentos, impedem que certas substâncias, como os amidos, sejam

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transformadas muito depressa em glicose e invadam rapidamente a corrente sanguínea. Isso seria extremamente prejudicial, principalmente para o diabético.

Outra função e a de limpeza do intestino. A fibra funciona como uma espécie de esponja. Passa por todos os recatos do intestino. Arrastando muitos produtos tóxicos e eliminando-os para junto das fezes.

Quando falta na alimentação, o intestino trabalha muito lentamente. Os tóxicos, que se formam naturalmente ali pela ação de bactérias, ficam muito tempo em contato com as paredes do intestino grosso e lançam as bases para o desenvolvimento de tumores malignos no futuro.

Fibra carrega o colesterol. Nos intestinos encontramos boa quantidade de colesterol, parte proveniente da alimentação e outra da vesícula biliar.

Esse colesterol. Se não for eliminado pela presença da fibra, que o fixa carregando-o para fora, volta para a corrente sanguínea, aumentando a taxa de colesterol.

Dessa forma indireta, a fibra contribui para baixar o colesterol do sangue e evitar o desenvolvimento de arteriosclerose, doenças das artérias coronárias e causas de ataques do coração. Essas são novidades descobertas nos últimos anos. As primeiras observações foram feitas estudando determinados habitantes no interior da África. Esses nativos se alimentavam com muita fibra. Não havia alimentos refinados. Os médicos que trabalhavam nesses locais verificaram que praticamente não havia entre eles as doenças da civilização ocidental. Estudos posteriores confirmaram essas observações.

Quais os alimentos que contêm fibras? Basicamente, todos os produtos de origem vegetal: Arroz integral, trigo integral, feijão, grãos em geral, frutas e verduras.

Alimentos sem fibras merecem cuidados. Entram nessa categoria todos os produtos de origem animal e refinados: carnes, leites, ovos, queijos, farinha branca, açúcar, (principalmente os refinados), óleos.

Há pouca dúvida entre os cientistas de que a alimentação predominantemente vegetal e sem refino previne a maioria das doenças que tanto estrago têm feito entre a população.

O Dr. Victor G. Heiser, em seu livro You are the Doctor (Você é o Doutor), diz o seguinte: “Até recentemente, nós não sabíamos que

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poderíamos absolutamente estabelecer relação entre doença e alimentação... Mas hoje eu poderia prescrever uma dieta que você julgaria comum e predizer com antecedência mais de meia dúzia de doenças que você poderia contrair como ação do organismo; e conseqüentemente poderia predizer, também, a duração de sua vida.”

Como você se alimenta? Você faz parte daqueles que pela manhã já se levantam em cima da hora, toma qualquer coisa rapidamente e seguem para a atividade do dia quase em jejum?

Ao meio-dia, geralmente se come bem, se possível; se não, algum lanche; mas à noite, sim: um jantar para compensar as atividades do dia, com tudo o que se julga de direitos.

Se você quer boa saúde, o caminho não é por aí. A alimentação precisa ser planejada. A refeição mais importante deve ser a matinal. A energia necessária para enfrentar o dia deve ser provida cedo.

Precisamos nos abastecer pela manhã. Durante as próximas 5 horas, será usada a energia proveniente desses alimentos. Meio-dia é hora do preparo para as tarefas do resto do dia e convém uma alimentação adequada, pois resta toda à tarde para gastar energia.

No final do dia já surge o cansaço, e as atividades praticamente cessarão. O estômago cumpriu seu trabalho e também está necessitando de repouso. Nessas condições, uma refeição leve é o ideal para o jantar.

Comer muito á noite, e principalmente antes de dormir, perturba o sono e causa indigestão; o organismo não se refaz e o dia seguinte há uma sensação de fadiga. Dor de cabeça e enxaqueca é freqüente. Mau hálito e mau humor matinal são comuns. Finalmente, esse costume tende a aumentar o peso corporal.

Tudo isso e mais ainda pode ser evitado ou corrigido se essa regra de comportamento alimentar for aplicada.

Uma vez mais, o estilo de vida define a saúde ou doença, dependendo apenas de nossa escolha.

Alimentos refinados, e, portanto muito concentrado, com muita gordura, dificultam o trabalho das enzimas do aparelho digestivo, que não serão suficientes para digerir rápido e eficientemente esses alimentos. O açúcar, por exemplo, não pode ser absorvido para o interior da

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circulação na forma como chega ao estômago. O açúcar é um composto formado da união da glicose com a frutose (açúcar de amido e da fruta).

Somente após a separação dessas duas moléculas, processa-se a absorção. Como o processo digestivo não está funcionando bem, devido ao tipo de alimento, o açúcar demora a ser digerido e, sob a ação de bactérias intestinais, é transformado em substanciais do tipo acetona, aldeídos, álcool e ácido acético (vinagre). Aí está um fato importante.

Pessoas que pensam nunca terem ingerido álcool, mas ele é formado no processo digestivo, quando o alimento é composto por batatas fritas, sanduíches, refrigerantes e sorvetes. Essas substâncias danosas entram na corrente sanguínea e depois vem até o cérebro. Como conseqüência, uma a duas horas depois vem o mal estar. Há uma sensação de torpor, cansaço e tontura, resultado dessas substâncias química formada através da fermentação.

É possível que nenhuma mãe desejasse que seus filhos viessem a ser dependentes de álcool ou outro vício qualquer. Mas inconscientemente, no dia a dia de sua alimentação pode ser gerada no jovem a sede por bebidas e substâncias fortes e estimulantes. Sabemos que uma coisa atrai outra. Uma dependência por determinado produto atrai outro mais forte e poderoso em seus efeitos.

QUEIJO

O queijo é portador de uma substância denominada “Tiramina”, capaz de desencadear uma forte dor de cabeça. Principalmente em pessoas com tendência a enxaqueca.

O leite ao sofrer um processo de fermentação bacteriana. Essas bactérias, enquanto se desenvolvem no queijo, produzem substâncias novas que não existem no leite em sua forma normal, ás quais denominam de aminas. Essas aminas exercem ação sobre os vasos sanguíneos provocando dilatação dos mesmos, e, quando isso ocorre no cérebro, inicia-se a dor de cabeça devido á congestão resultante.

Também enfraquece as células T. a fermentação das proteínas do leite gera produtos estranhos e nocivos ao organismo desencadeando reações constantes da parte do sistema imunológico levando-o a perder sua eficiência.

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Observação:

O início de uma digestão adequada começa na mastigação. Os dentes têm função de mastigar e misturar o alimento com a saliva. Mastigar pouco, e engolir a comida apressadamente aumentam o trabalho do estômago.

A ptialina, enzima que desdobra o amido, só trabalha se o meio não for ácido. Portanto não misturar na boca, ácido com cereal. Ex: abacaxi é uma fruta ácida, coma primeiro o abacaxi e depois o cereal, o abacaxi é ácido, depois de mastigado vai para o estômago que é ácido. Assim também o cereal, após sofre a ação da ptialina em meio alcalino (boca) vai para o ambiente ácido.

Cereais ou raízes de féculas intercaladas com frutas ácidas, é melhor não comer esses alimentos ao mesmo tempo.

As enzimas são estruturas que provocam reações de simplificador dos alimentos na forma como serão aproveitado pelas células. Os alimentos crus são ricos em enzimas. Contudo o calor e o fogo as destroem. Os alimentos antinaturais cozidos destituídos de vitalidade forçam o organismo a depender demasiado de suas próprias enzimas. Todo alimento natural, se usado cru, terá sua digestão facilitada pela ação das enzimas e fermentos.

A repetição do esforço do organismo vai minando a força vital, provocando envelhecimento precoce, doenças variadas e fragilidade no sistema nervos, deixando-o vulnerável ao estresse.

CASTANHAS COM FRUTAS E CEREAIS CRÚS

Estes bem mastigados facilitam a digestão pelos próprios elementos que possuem naturalmente para este fim.

O açúcar natural das frutas frescas e secas é de facílima digestão e nada concentrado. A glicose e a frutose não sofrerão desdobramentos enzimáticos, pois já se concentram na forma simples como monossacarídeos.

Usados numa refeição, observando as proporções indicadas, cereais, integrais e castanhas não trazem problemas, não demanda digestão demorada como a proteína de origem animal, nem pedem ambientes ácidos.

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É claro que o açúcar natural das frutas não provoca os mesmos prejuízos que o açúcar de cana, o mascavo e o melado. O açúcar branco é desprovido de forças vitais, vitaminas e sais minerais. Essa ausência de agentes nutricionais provoca centenas de doenças degenerativas, além de um distúrbio celular chamado metobolite tóxica, que impede o aproveitamento do oxigênio (regular) antecipando a morte das células.

FRITURAS

As frituras provocam dificuldades na digestão, perturbações intestinais, como colite e fermentações, (veja o caso dos pasteis, que mistura farinha – amido), com gordura, por ser feito em alta temperatura, a gordura forma um envoltório ao redor dos grãozinhos de amido, impedindo na mastigação, que eles sejam atacados pela saliva. Somente depois de dissolvido a gordura pela bile, no intestino delgado, é que se pode efetuar a digestão do amido.

Além da fritura principalmente a de origem animal, decompõem-se em ácidos gordurosos e glicerina. Se a temperatura for muito alta, forma-se outros produtos como acroleína, que tem efeito irritante sobre os órgãos digestivos.

MEL

O mel no pão pode prejudicar a digestão do amido, pois todo doce estimula a secreção salivar. Isenta da ptialina, enzima necessária para o desdobramento do amido.

Usando cru, o mel pode ser encarado como alimento e não como mero adoçante. Contudo ao usar um pouco de mel num mingau de cereais, deveríamos de nos lembrar a possibilidade de que a fermentação aumenta na proporção da concentração do mel.

Os açúcares

Ao longo do sistema digestivo, há elementos responsáveis pela digestão: as enzimas que se achem presente na boca, no estômago e no intestino. Elas atuam na estrutura molecular dos alimentos modificando-os.

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O local onde se inicia a digestão é na boca. Mastigando o pão, imediatamente a saliva ocorre, e a ptialina, enzima especial para o desdobramento do amido e dos açucares surge. Por isso os alimentos ricos em farinha devem ser bem salivados e mastigados.

Se usarmos líquidos junto com o bocado de pão (chá, café, cevada, refresco etc.) estaremos diluindo a saliva e enfraquecendo a atuação da ptialina.

Muito açúcar com amido (pão com geléia ou mel) também prejudica a digestão do amido. Todo ácido impede a atividade dessas enzimas que só é ativada em meio alcalino.

Assim se misturarmos pão com salada irrigada a limão, ou pão com tomate muito ácidos e crus e outros ácidos, estaremos contribuindo para o surgimento de azias, gases e outros problemas. Isto serve para cereais, feculentos e outros alimentos ricos em amido.

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos, na Universidade de Loma linda, constatou-se que cada glóbulo branco tem capacidade de destruir 14 bactérias nocivas do corpo. Entretanto se for usado o equivalente a:

− 6 colheres de (chá ) de açúcar, a capacidade cai para10 bactérias;

− 12 colheres de (chá) de açúcar, a capacidade cai para 5,5 bactérias;

− 18 colheres de (chá) de açúcar, a capacidade cai para 2 bactérias;

− 24 colheres de (chá) de açúcar, a capacidade cai para1 bactéria;

Agora consideremos que:

− Um copo de refrigerante contém o equivalente a 6 colheres de açúcar.

− Uma fatia de bolo tem o equivalente a 12 colheres de (chá) de açúcar.

− Uma fatia de torta de limão tem o equivalente a 18 colheres de açúcar.

− Um sorvete cremoso tem o equivalente a 24 colheres de (chá) de açúcar.

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Em um aniversário, casamento, despedido ou outras datas geralmente nos leva a transgredir as leis naturais.

CHOCOTATE

O chocolate contém teobromina, uma droga poderosa que afeta o cérebro e o sistema nervoso. Rouba do sistema nervoso a lecitina protetora e deixa a pessoas excitadas e nervosas.

Produz sedimentos no sangue que atrapalha a circulação, freqüentemente causando cãibra nos pés e em outras partes do corpo. Rouba o cálcio do corpo. Sobrecarrega o fígado e interfere com o trabalho normal do mesmo.

EFEITOS DOS ADITIVOS NO CORPO HUMANO

Feito uma pesquisa cientifica sobre os efeitos dos compostos químicos agregados aos sorvetes, balas, palmito, azeitona, milho, ervilha, massa de tomate, sucos de frutas, geléias, queijos, leite, etc. qual deve ser nossa atitude no tocante ao uso de alimentos industrializados?

Afirmar que ninguém deve valer-se destas conservas para sua subsistência é extremamente irreal diante da vida moderna. Nossa proposta é reduzir ao máximo a sua utilização e procurar estabelecer métodos mais naturais de conservação de alimentos, visando prejudicar o mínimo possível os componentes trofoquímincos e nutricionais dos alimentos com sua ampla quantidade de princípios ativos. Isto faz parte dos critérios fundamentais das leis nutricionais.

Daremos a relação de alguns aditivos e seus perigos quando usados em excesso.

• ANTIOXIDANTES – H. III, IV, BHA (A V), B H T (A.V), A VIII, A IX, EDTA, A. XII, Ácido fosfórico, ácido Nordihidroguairético Butil-hidroxianisol, Butil-hidroxitolueno, Fosfolipídeos, Galato de propila ou octila, Etilenodiaminotetracetato e dissódico: Causa, Aumento de cálculos urinários. Interfere nos mecanismos de digestão das gorduras. Congestionam as funções do fígado. Interfere no nível

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de colesterol sanguíneo. Promove reações alérgicas. Desequilibra o metabolismo do cálcio, impedindo a absorção do ferro.

• ANTIUMECTANTES – AU. VI, Ferrocianeto de sódio, cálcio ou potássio. Causa. Intoxicação renal.

• ACIDULANTES – H.I, H.II, H.VIII etc. Ácido adípico, cítrico, lático etc. Causa: cirrose hepática e descalcificação óssea e dentária.

• CORANTES – C.I e CII Diversos. Causa: São alérgenos convulsivos e concorrem as formações da anemia hemolíticas.

• CONSERVANTES – P.I, PIII, P.V, P.VII, P.VIII, P.X. Ácido benzóico, Ésteres do ácido hidroxibenzóico, Dióxido de enxofre e derivados, Antibióticos em geral, Nitratos e nitritos, Éster dietilpirocarbônico. Causa: É alérgeno e irritante das mucosas gastrointestinais, provoca inflamações na pele e desequilíbrios musculares. Reduz a assimilação da tiamina (vitamina BI), enfraquece a estrutura óssea, produzem efeitos cancerígenos nas regiões digestivas. E alguns deles é estritamente cancerígenos.

• EDUCORANTES – D.I , Sacarina. Predisposição cancerígena.

• ESTABILIZANTES – ET. XV, ET. XI, XVIII, Polifosfatos. Causa: concorrem á formação de cálculos nos rins e disfunções digestivas

• ESPESSANTES – EP. I, EP.II, E.P. IV etc Ágar-ágar, alginatos, goma adragante etc. Irritantes das mucosas intestinais.

• AROMATIZANTES – F.I, F.II, F.III etc. Diversa. Interfere o crescimento com probabilidade de câncer.

• UMECTANTES – U.III, Dioctil sulfossuccinato de sódio. Promove disfunções digestivas e obstrui a irrigação sanguínea no pulmão.

CONDIMENTOS

Os condimentos, tão freqüentemente usados pelos mundanos, são de molde a arruinar a digestão.

Sob a denominação de estimulantes e narcóticos se acha classificada grande variedade de artigos que, conquanto usados como comida ou bebida, irritam o estômago, envenena o sangue e excitam os nervos. Seu uso é um positivo mal. Muitos procuram a excitação dos

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estimulantes porque, no momento, são aprazíveis os resultados. Há sempre, porém, uma reação. O uso de estimulantes não naturais tende sempre ao excesso, sendo agente ativo em promover a degeneração e a ruína.

Nesta época de pressa, quanto menos excitante for a comida, melhor. Os condimentos são prejudiciais em sua natureza. A mostarda, a pimenta, as especiarias, (canela, cravo, nós-mostarda), picles, e coisas semelhantes, irritam o estômago e tornam o sangue febril e impuro. O estado de inflamação do estômago do bêbado é muitas vezes pintado para ilustrar os efeitos das bebidas alcoólicas. Condição semelhante de inflamação é produzida pelo uso de condimentos irritantes. O organismo sente necessidade, forte desejo de alguma coisa mais estimulante.

Condimentos e especiarias usados no preparo do alimento que vai para a mesa, ajuda tanto a digestão como o chá (chá aqui mencionado é o chá preto e matte), café e a bebida supostamente auxiliam o trabalhador a executar sua tarefa. Havendo desaparecido os efeitos imediatos, fazem cair tão abaixo do nível quanto acima deles foram às pessoas elevadas por essas substâncias. O organismo é enfraquecido. O sangue é contaminado, sendo inflamação o seguro resultado. (CSRA, pág. 339)

Nossa mesa só deve apresentar a comida mais saudável, isenta de toda substância irritante. O forte desejo de tomar bebida alcoólica é estimulado pelo preparo de alimentos condimentados e com especiarias. Isto ocasiona um estado febril no organismo, e vem a sede de bebidas aliar-se á irritação. Em minhas viagens pelo continente, não freqüento restaurantes, carros-restaurantes ou hotéis, pela simples razão de que eu não posso comer o que ali é proporcionado. Os pratos são altamente temperados com sal e pimenta, ocasionando sede quase intolerável... Esses pratos irritariam as delicadas membranas do estômago... Tal é a comida comumente servida nas mesas da moda, e dada ás crianças. Seu efeito é causar nervosismo e criar uma sede que a água não pode extinguir... O alimento deve ser preparado da maneira mais simples possível, livre de condimentos e especiarias, e mesmo de indevida porção de sal. (CSRA pág. 340).

SAL

Não useis sal em quantidade. Cumpre preparar o alimento de modo a ser não só apetitoso, como substancial. Não se deve subtrair ao corpo o

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que ele necessita. Eu uso sal e sempre o usei, porque o sal, em vez de produzir efeito deletério, é realmente essencial para sangue.

Uma vez o Doutor ____ procurou ensinar nossa família a cozinhar segundo a reforma de saúde, tal como ele a entendia, sem sal nem qualquer outra coisa que temperasse a comida. Bem, decidi experimentar fiquei com as forças tão reduzidas que tive de mudar; e começamos um método diferente, com grande êxito. Digo-vos isto porque sei que vos encontrais em real perigo. O alimento deve ser preparado de maneira que seja nutritivo. Não devia ser privado daquilo que o organismo necessita...

Uso algum sal, e tenho-o sempre, porque segundo a instrução que me foi dada por Deus, esse artigo, em vez de ser deletério, é realmente essencial ao sangue. Os porquês e para quês disto, não sei, mas transmito-lhes a instrução segundo me foi dada. (CSRA, pág. 344)

VINAGRE

As saladas são preparadas com óleo e vinagre, á fermentação no estômago, e a comida não são digeridas, mas decompõe-se ou apodrece; em conseqüência, o sangue não é nutrido, mas fica cheio de impurezas, e surgem perturbações hepáticas e renais. (CSRA, pág. 345)

UMA BATALHA CONTRA O VINAGRE

Acabo de ler vossa carta. Parece que tendes sincero desejo de operar a vossa salvação com temor e temor. Animo-vos assim proceder. Aconselho-vos a abandonar tufo o que vos possa levara fazer pela metade a obra de buscar o reino de Deus e Sua justiça. Afastai toda condescendência que vos estorve em vossa obra de vencer. Pedi as orações dos que podem compreender vossa necessidade de auxílio.

Estive muito doente por várias semanas; mas dizia repetidamente: O Senhor sabe tudo a esse respeito. Se eu morrer, morrerei; mas não cederei a esse desejo. A luta continuou, e fui duramente afligida por muitas semanas. Todos pensavam que me era impossível viver. Podeis estar certos de que buscamos mui fervorosamente ao Senhor. Foram

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feitas as mais fervorosas orações por meu restabelecimento. Continuei a resistir ao desejo de usar vinagre, e venci afinal. Agora não tenho inclinação para provar qualquer coisa dessa espécie. Esta experiência me tem sido, por muitas maneiras, de grande valor. Obtive inteira vitória.

Relato-vos este incidente a fim de ajudar-vos e vos animar. Tenho fé, minha irmã, em que podeis atravessar essa prova, e revelar que Deus é o ajudador de Seus filhos em todo tempo de necessidade. Caso determineis vencer esse hábito, e o combaterdes perseverantemente, podeis obter uma experiência do mais alto valor. Quando assentardes a vontade resolutamente para romper com esta condescendência, haveis de obter a ajuda de Deus que necessitais. Experimenta-o, minha irmã.

Enquanto reconhecerdes esse hábito pela condescendência com ele, Satanás manterá seu domínio sobre a vossa vontade, levando-a a obediência a ele próprio. Mas se determinardes vencer, o Senhor vos curará, e dar-vos-á força para resistir a toda tentação. Lembrai sempre que Cristo é vosso Salvador e Protetor. (CSRA pág. 484-485)

A COMBINAÇÃO DOS ALIMENTOS COM FRUTAS E VERDURAS

Grupo I

Grãos (Cereais) – trigo, cevada, arroz, milho, centeio, aveia.

Nozes – castanha de caju, nozes, castanha-do-pará, amendoim, avelãs, castanhas portuguesa.

Leguminosas (legumes) – favas, lentilhas, grão-de-bico, feijão, ervilhas.

Sementes, vagens e frutos (fruto vegetal) – abobrinha, berinjela, quiabo, pimentão, feijão verde, pepino, azeitonas, abacates.

GRUPO II

Flores – couve-flor, brócolos, alcachofra, etc.

Folhas – repolho, alface, couve, chicória etc.

Caule – aspargo etc.

Tubérculos – batata, cenoura, beterrabas, nabos etc.

Feculentos – mandioca, batata, etc.

Grupo III

Frutas – laranja, bananas, mamão, uvas, pêras, maçãs, tomate, cerejas, morangos, melancias, figos, amoras, pêssegos, etc.

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“Se quisermos conservar melhor saúde, devemos evitar comer verduras e frutas na mesma refeição. Caso o estômago seja fraco, haverá perturbação, o cérebro ficará confuso, e incapaz de exercer esforço mental. Comam-se frutas em uma refeição e verduras na seguinte.” (CSRA, pág. 395)

O Grupo I combina com o Grupo II e com o Grupo III; não combine o Grupo II com o Grupo III. Principalmente se as verduras forem cruas.

Para um estômago dispéptico, podeis pôr á mesa frutas de diversas espécies, mas não demasiada variedade em uma refeição.

Recomendaríamos especialmente as frutas como fator de saúde. Mas mesmo as frutas não devem ser comidas após uma completa refeição de outros alimentos.

Verduras e frutas agradavelmente preparadas em sua estação serão benéficas, uma vez que sejam da melhor qualidade, não mostrando o mínimo sinal de deterioração, mas sendo sãs e não afetadas pela doença ou apodrecimento. Morrem mais pessoas por comerem frutas e verduras deterioradas que fermentam no estômago e produzem sangue envenenado, do que fazemos idéia. (CSRA, pág. 309).

CONDIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A COMPATIBILIDADE

− Frutas não combinam com hortaliças exceto as frutas oleaginosas; (as castanhas).

− Alimentos doces não combinam com alimentos salgados;

− Tomate não combina com limão, devido às reações entre os ácidos que compõem esses alimentos;

− Pepino não combina com sal de cozinha, o efeito deste mineral na hortaliça é de ação desidratante;

− Leite não combina com açúcar. Com mel, é passível;

− Café, chocolate, frituras em geral, carnes (vermelhas ou brancas) e o vinagre são alimentos que provocam perturbações orgânicas, mesmo sem associarem-se com outros;

− Frutas hídricas: melão e melancia. Não combinam com nenhuma outra fruta ou com hortaliças.

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Frutas ácidas: abacaxi, caju, tangerina ou mexerica, jabuticaba, laranja, romã, nêspera, ameixa, cidra, lima, marmelo, acerola, etc.

Frutas semi-ácidas: caqui, maçã, manga, goiaba, pêra, pêssego, uva morango, carambola, etc.

Frutas doces: banana, figo, mamão, tâmara, cana-de-açúcar, etc.

Frutas oleaginosas: abacate, amêndoa, castanha, coco, nozes, azeitona, avelã etc.

− Frutas ácidas combina com frutas ácidas, é passível com semi-ácidas.

− Frutas doces combinam com frutas doces, passiveis com semi-ácidas.

− Frutas oleaginosas combinam com oleaginosas, hortaliças, feculentos, leguminosas, e cereais.

− Hortaliças em geral combinam com oleaginosas, com feculentos leguminosas, cereais e hortaliças.

− Feculentos combina com oleaginosas, hortaliças em geral e feculentos.

− Leguminosas são passiveis com cereais, hortaliças, oleaginosas e leguminosas.

− Cereais são passiveis com frutas semi-ácidas e doces, com oleaginosas hortaliças, com leguminosas e cereais.

− Frutas semi-ácidas combinam com frutas semi-ácidas, passiveis com frutas ácidas.

O ALIMENTO DEVE SER FEITO APETITOSO

Os reformadores da saúde, mais que todos os outros, devem ser cuidadosos para evitar extremos. O corpo precisa de nutrição suficiente não podemos subsistir de ar simplesmente; tampouco podemos conservar a saúde a menos que tenhamos alimento nutritivo. Deve o alimento ser preparado de boa maneira, de forma que seja saboroso.

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Um regime que deixa de fornecer os elementos próprios, da nutrição acarreta o opróbrio da causa da reforma de saúde. Somos mortais e temos que prover o alimento próprio para o corpo.

Alguns de nosso povo, posto que se abstenham conscienciosamente de alimentos impróprios, deixam, todavia, de suprir-se dos elementos necessários ao sustendo do corpo. Nutrindo idéias exageradas a respeito da reforma de saúde, corre o risco de preparar pratos tão insípidos que não satisfazem. Cumpre preparar alimento de modo a ser não só apetitoso, como substancial. Não se deve subtrair ao corpo o que ele necessita. Eu uso sal e sempre o usei, porque o sal, em vez de produzir efeito deletério, é realmente essencial para o sangue. Os vegetais devem tornar-se saborosos com um pouco de leite, nata, ou algo equivalente.

Posto que se tenha advertido contra o perigo de contrair enfermidades pelo uso de manteiga e contra os males provenientes do uso abundante de ovos por parte das crianças, não devemos considerar violação do principio, usar ovos de galinhas bem tratadas e convenientemente alimentadas. Os ovos contêm propriedades que são agentes medicinais neutralizastes de certos venenos. (CSRA, pág. 207)

CARNE

Deus deu aos nossos primeiros pais o alimento que pretendia que a raça humana comesse. Era contrário ao Seu plano que se tirasse à vida a qualquer criatura. Não devia haver morte no Éden. Os frutos das árvores do jardim eram os alimentos que as necessidades do homem requeriam. Deus não deu ao homem permissão para comer alimento animal, senão depois do dilúvio. Fora destruído tudo que pudesse servir para a subsistência do homem, e diante da necessidade deste, o Senhor deu a Noé permissão de comer dos animais limpos que ele levara consigo na arca. Mas não era o alimento animal o artigo de alimentação mais saudável para o homem.

O povo que viveu antes do dilúvio comia alimento animal e satisfazia suas concupiscências até enche-se sua taça de iniqüidade, e Deus purificou a Terra de sua poluição moral, por um dilúvio. Então repousou sobre a Terra a terceira terrível maldição. A primeira maldição foi pronunciada sobre a posteridade de Adão e sobre a Terra, por causa da

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desobediência. A segundo maldição veio sobre o solo, depois de haver Caim matado seu irmão Abel. A terceira e mais terrível maldição de Deus sobreveio á Terra por ocasião do dilúvio.

Depois do dilúvio o povo comeu á vontade do alimento animal. Deus viu que os caminhos do homem eram corruptos, e que o mesmo estava disposto a exaltar-se orgulhosamente contra seu Criador, seguindo as inclinações de seu próprio coração. E permitiu-o que aquela raça de gente longeva comesse alimento animal, a fim de abreviar sua vida pecaminosa. Logo após o dilúvio o gênero humano começou a decrescer rapidamente em tamanho, e na extensão dos anos.

Os habitantes do velho mundo eram intemperantes no comer e beber. Queriam ter alimento carneio, embora Deus não lhes houvesse dado permissão de comer alimento animal. Comiam e bebiam em excesso, e seus apetites depravados não conheciam limites. Entregaram-se a abominável idolatria. Tornaram-se violentos e ferozes, e tão corruptos que Deus não os pôde suportar por mais tempo. Encheu-se o cálice de suas iniqüidade, e Deus purificou a Terra da poluição moral por meio do dilúvio, esqueceram-se de Deus, e corromperam seus caminhos diante dEle. Aumentou as grandes proporções a intemperança em todas as formas.

O FRACASSO DE ISRAEL E A PERDA ESPIRITUAL

O regime indicado ao homem no principio, não compreendia alimento animal. Não foi senão depois do dilúvio, quando tudo quanto era verde na Terra havia sido destruído, que o homem recebeu permissão para comer carne.

Escolhendo a comida do homem, no Éden, mostrou o Senhor qual era o melhor regime; na escolha feita para Israel, ensinou Ele a mesma lição. Tirou os israelitas do Egito, e empreendeu educa-los, a fim de serem um povo para Sua possessão própria. Desejava, por intermédio deles, abençoar e ensinar o mundo inteiro. Proveu-lhes o alimento mais adaptado ao Seu desígnio; não carne, mas o maná, “o pão do Céu”. Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doenças e morte a milhares. Todavia a restrição de um regime sem carne não foi nunca

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aceito de coração. Continuou a ser causa de descontentamento e murmuração, franca ou secreta, e não ficou permanente.

Quando se estabeleceram em Canaã, foi permitido aos israelitas o uso de alimento animal, mas com restrições cuidadosas, que tendiam a minorar o mal. O uso da carne de porco era proibido, bem como de outros animais, aves e peixes cuja carne foi declarada imunda. Das carnes permitidas, era estritamente proibido comer a gordura e o sangue.

Só se podiam usar como alimento, animais em boas condições. Nenhum animal despedaçado, que morrera naturalmente, ou do qual o sangue não havia sido cuidadosamente tirado, podia servir de alimento.

Afastando-se do plano divinamente indicado para seu regime, sofreram os israelitas grandes prejuízos. Desejaram um regime cárneo, e colheram-lhe os resultados. Não atingiram ao divino ideal quanto ao seu caráter, nem cumpriram os desígnios de Deus. O Senhor “satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar as suas almas”. Estimaram o terreno acima do espiritual, e a sagrada preeminência que Deus tinha o propósito de lhes dar não conseguiram eles obter.

REGIME SEM CARNE PARA MODIFICAR A DISPOSIÇÃO

O Senhor disse claramente a Seu povo que lhes viriam todas as bênçãos, caso eles guardassem Seus mandamentos, e fosse um povo particular. Advertiu-os, por meio de Moisés no deserto, especificando que a saúde seria a recompensa da obediência. O estado da mente tem grandemente que ver com a saúde do corpo, e em especial com a saúde dos órgãos digestivos. Em geral, o Senhor não proveu carne a Seu povo no deserto, porque sabia que esse regime suscitaria doença e insubordinação. A fim de modificar a disposição e levar as mais altas faculdades do espírito a exercícios ativo, deles tirou a carne de animais mortos. Deu-lhe o pão dos anjos, maná do céu.

REBELIÃO E SEU CASTIGO

Continuou Deus a alimentar as hostes hebréias com o pão que chovia do céu; não se satisfaziam, porém. Seu apetite depravado ansiava por carne, da qual Deus em Sua sabedoria em grande parte os privara...

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Satanás, autor da doença e miséria, aproximar-se-á do povo de Deus no ponto onde pode alcançar o maior êxito. Ele tem controlado o apetite em grande parte, desde o tempo de sua bem-sucedida experiência com Eva, levando-a a comer do fruto proibido. Veio com suas tentações primeiramente á multidão mista, os egípcios crentes, e incitou-os a sediciosas murmurações. Não estavam satisfeitos com o alimento saudável que Deus lhes provera. Seu apetite depravado almejava maior variedade, especialmente alimentos cárneos.

Essa murmuração bem depressa contagiou quase todo o povo. A princípio Deus não satisfez seu apetite concupiscente, mas fez que lhes sobreviessem seus juízos, fulminando com um raio do céu os mais culpados. Isto, porém, em vez de humilhá-los, tão-somente pareceu exacerbar-lhes as murmurações. Quando Moisés ouviu o povo chorando á entrada de suas tendas, e queixando-se por toda parte as famílias, isto lhe desagradou. Apresentou ao Senhor as dificuldades de sua situação, e o espírito insubmisso dos israelitas, bem como a posição em que Deus o colocara em relação ao povo – a de um pai solícito, que devia tornar seus próprios os sofrimentos do povo...

O Senhor instruiu Moisés a reunir os setentas anciões do povo. Não deviam ser apenas os de idade avançada, mas homens de dignidade, são juízo e habilitados a ser juízes, ou oficiais, “E os trarás perante a tenda da congregação, e ali se porão contigo. Então Eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão o cargo do povo, para que tu só o não leves.

“E dirás ao povo: Santificai-vos para amanhã, e comereis carne; portanto chorastes aos ouvidos do Senhor, dizendo: Quem nos dera carne, e comereis. Não comereis um dia, nem dois dias, nem cinco dias, nem dez dias, nem vinte dias, mas um mês inteiro, até vos sair pelos narizes, até que vos enfastieis dela; porquanto rejeitaste ao Senhor, que está no meio de vós, e chorastes diante dEle, dizendo: Por que saímos do Egito?

“E disse Moisés: Seiscentos mil homens de pé é este povo, no meio do qual estou; e Tu tens dito: Dar-lhes-ei carne, e comerão um mês inteiro. Degolar-se-ão para eles ovelhas e vacas, que lhes bastem? Ou ajuntar-se-ão para eles todos os peixes do mar, que lhes bastem? Porém o Senhor disse a Moisés: Seria pois encurtada a mão do Senhor? Agora verás se a Minha palavra te acontecerá ou não...

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“Então soprou um vento do Senhor, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia duma banda e quase caminho de um dia da outra banda, á roda do arraial, e a quase dois côvados sobre a terra. Então o povo se levantou todo aquele dia e toda aquela noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera dez hômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial.

“Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor o povo com uma praga mui grande.”

Neste caso o Senhor concedeu ao povo aquilo que não era para seu melhor bem, porque muito o queriam. Não queriam submeter-se ao Senhor para receber as coisas que se demonstrassem para seu bem.entregaram-se a sediciosas murmurações contra Moisés, e contra o Senhor, porque não recebiam os artigos que se demonstrariam ser um mal. Seu apetite depravado os controlava, e Deus lhes concedeu alimento cárneo, como desejavam, e deixou que sofressem as conseqüências da satisfação de seus apetites concupiscentes. Febres ardentes exterminaram grande número do povo. Os que mais culpados tinham sido em suas murmurações foram mortos logo ao provarem a carne que tinham desejado. Se si tivessem submetido a deixar que o Senhor lhes selecionasse o alimento, e tivessem sido gratos e estado satisfeitos pelo alimento do qual podiam comer livremente sem se prejudicar, não teriam perdido o favor de Deus, nem sido punidos pelas rebeldes murmurações, mediante a grande mortandade.

O DESÍGNIO DE DEUS PARA ISRAEL

Quando Deus tirou os filhos de Israel do Egito, era Seu desígnio estabelecê-los na Terra de Canaã, povo puro, contente e são. Vejamos os meios pelos quais Ele efetuaria isto. Submeteu-os a um curso de disciplina, que, caso houvesse sido seguido de boa vontade, haveria resultado em bem, tanto para eles próprios, como par sua posteridade. Ele tirou deles em grande medida o alimento cárneo. Havia-lhes concedido carne em resposta a seus clamores, justo antes de chegarem ao Sinai, mas isso foi apenas por um dia. Deus poderia haver provido carne tão facilmente como o maná, mas foi feita ao povo uma restrição

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para seu bem. Era Seu desígnio prover-lhes alimento mais apropriado a suas necessidades do que o regime excitante a que muitos deles se haviam acostumado no Egito. O apetite pervertido devia ser levado a uma condição mais sadia, para que eles pudessem fruir o alimento originalmente providenciado para o homem – os frutos da terra, que Deus dera a Adão e Eva no Éden.

Houvesse eles estado dispostos a renunciar ao apetite em obediência a Suas restrições, e a fraqueza e a doença haveriam sido desconhecidas entre eles. Seus descendentes haveriam possuído força física e mental. Haveriam tido claras percepções da verdade e do dever, agudo senso de discriminação, e são juízo. Eles, porém, eram contrários a se submeterem ás reivindicações de Deus, e falharam em atingir a norma por Ele estabelecida, e em receber as bênçãos que poderiam haver possuído. Murmuraram por causa das restrições do Senhor, e cobiçaram as panelas de carne do Egito. Deus concedeu-lhes a carne, mas esta se demonstrou uma maldição para eles.

FIGURA PARA NÓS

“Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.” “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.” I Cor. 10:6 e 11.

A igreja de Battle Creek em geral não tem apoiado o Instituto com seu exemplo. Não têm honrado a luz da reforma de saúde seguindo-a em sua família. A doença que tem visitado muitas famílias em Battle Creek não necessitavam sobrevir, houvessem eles seguido a luz que Deus lhes dera. Como o antigo Israel, eles não deram atenção á luz, e não podiam ver mais necessidade de restringir o apetite do que o fez aquele povo. Os filhos de Israel queriam carne, e disseram, como dizem muitos hoje em dia: Sem carne, morreremos. Deus deu carne ao rebelde Israel, mas com ela estava Sua maldição.milhares deles morrerem enquanto a carne que haviam desejado estava entre seus dentes. Temos o exemplo do antigo Israel, e a advertência da não fazermos como eles fizeram. Sua história de incredulidade e rebelião está registrada como especial advertência para que não sigamos o exemplo deles em murmurar das

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reivindicações de Deus. Como podemos prosseguir em nossa direção assim indiferentemente, escolhendo a própria orientação, seguindo a luz de nossos próprios olhos, afastando-nos mais e mais de Deus, como os hebreus outrora? Deus não pode fazer grandes coisas por Seu povo devido a sua dureza de coração e pecaminosa incredulidade.

Deus não faz acepção de pessoas; mas aqueles que, em todas as gerações, temem ao Senhor e obram justiça são aceitos por Ele; ao passo que os que estão murmurado, sendo incrédulos e rebeldes, não terão o Seu favor ou as benções prometidas aos que amam a verdade e nela andam. Os que têm a luz e ao andam nela, mas desatendem ás reivindicações de Deus, verificarão que suas benções serão mudadas em maldições, e suas misericórdias em juízos. Deus quer que aprendamos a humildade e a obediência ao lermos a história do antigo Israel, que era Seu povo escolhido, peculiar, mas que trouxe sobre si destruição por seguirem os próprios caminhos.

Nossos hábitos de comer e de beber mostram se somos do mundo ou do número daqueles a quem o Senhor, por Seu poderoso cutelo da verdade separou do mundo. Estes são Seu povo peculiar, zeloso de boas obras. Deus falou em Sua Palavra. No caso de Daniel e seus três companheiros, há sermões quanto á reforma de saúde. Deus falou na história dos filhos de Israel, dos quais para seu bem, procurou tirar o regime cárneo.Alimentou-os com o pão do céu; “Pão dos anjos comeu o homem.” Eles, porém, animaram seu apetite terreno; e quanto mais concentravam os pensamento nas panelas de carne do Egito, tanto mais aborreciam a comida que Deus lhe deu para conservá-los em saúde, física, mental, e moralmente.Anelaram as panelas de carne, e nisto fizeram justamente como tem feito muitos em nossos dias.

De Volta ao Regime Original

Tem-me sido repetidamente mostrado que Deus está procurando levar-nos de volta, passo a passo, a Seu desígnio original – que o homem subsista com os produtos naturais da Terra.

Verduras, frutas e cereais, devem constituir nosso regime. Nem um grama de carne deve entrar em nosso estômago. O comer carne não é natural. Devemos voltar ao desígnio original de Deus ao criar o homem.

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Não é tempo de que todos visem dispensar a carne na alimentação? Como podem aqueles que estão buscando tornar-se puros, refinados e santos a fim de poderem fruir a companhia dos anjos celestes, continuar a usar como alimento qualquer coisa que exerça tão nocivo efeito na alma e no corpo? Como podem eles tirar a vida ás criaturas de Deus a fim de consumirem a carne como uma iguaria? Volvam eles antes á saudável e deliciosa comida dada ao homem no princípio, e a praticarem eles próprios e ensinarem a seus filhos, a misericórdia para com as mudas criaturas que Deus fez e colocou sob nosso domínio.

Entre os que estão aguardando a vinda do Senhor, o comer carne será afinal abandonado; a carne deixará de fazer parte de sua alimentação. Devemos ter sempre isto em vista, e esforçar-nos por trabalhar firmemente nessa direção.Não posso pensar que estejamos em harmonia coma luz que Deus tem sido servido de nos dar, nessa prática de comer carne.

Maiores reformas devem-se ver entre o povo que professa aguardar o breve aparecimento de Cristo. A reforma de saúde deve efetuar entre nosso povo uma obra que ainda não se fez. Há pessoas que devem ser despertadas para o perigo de comer carne, os que ainda comem carne de animais, pondo assim em risco a saúde física, mental e espiritual.Muitos que são agora só meio convertidos quanto á questão de comer carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar com ele.

Em toda a nossa obra precisamos obedecer ás leis que Deus deu, para que as energias físicas e espirituais possam operar em harmonia. Homens poderão ter uma forma de piedade, podem até pregar o evangelho, e ainda não estar purificados e santificados. Pastores devem ser estritamente temperantes no comer e beber, para que não façam tortuosas veredas para seus pés, fazendo co que os coxos – os fracos na fé –se desviem do caminho. Se, enquanto proclamam a mais solene e importante mensagem que já foi dada por Deus, os homens combatem contra a verdade por condescenderem com hábitos errados de comer e beber tiram todo o poder da mensagem que apresentam.

Os que condescendem com o comer carne, beber chá e a glutonaria, estão semeando para uma colheita de dor e morte. A comida prejudicial introduzida no estômago fortalece os apetites que combatem contra a alma, desenvolvendo as propensões inferiores. Um regime de carne tende a desenvolver a sensualidade. O desenvolvimento da

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sensualidade diminui a espiritualidade, tornando a mente incapaz de compreender a verdade.

A Palavra de Deus adverte-nos claramente de que, a menos que nos abstenhamos das concupiscências carnais, a natureza física será levada a conflito com a espiritual. A concupiscência no comer luta contra a saúde e a paz. Assim é estabelecida uma guerra contra os atributos mais elevados do homem e os inferiores. As propensões subalternas, fortes e ativas, oprimem a alma. Os mais altos interesses do serão postos em perigo por essa condescendência com apetites não sancionados pelo Céu.

Aqueles que professam crer na verdade devem guardar cuidadosamente as faculdades do corpo e da mente, de maneira que Deus e Sua causa não sejam de maneira alguma desonrados por suas palavras ou ações. Os hábitos e costumes devem ser postos sob sujeição á vontade de Deus. Cumpre-nos dispensar atenta consideração a nosso regime alimentar. Foi me mostrado claramente que o povo de Deus deve assumir atitude firme Contra o comer carne. Daria Deus por trinta anos a Seu povo a mensagem de que, se quiser ter sangue puro e mente clara precisa abandonar o uso de carne, se Ele não quisesse que eles dessem ouvidos a essa mensagem? Pelo uso de alimentos cárneos a natureza animal é fortalecida e enfraquecida a espiritual.

Os males morais do regime cárneo não são menos assinalados do que os físicos. A comida de carne é prejudicial á saúde, e seja o que for que afete ao corpo, tem seu efeito correspondente na mente e na alma. Pensai na crueldade que o regime cárneo envolve para com os animais, e seus efeitos sobre os que a infligem os que a observam. Como isso destrói a ternura com que devemos considerar as criaturas de Deus!

O uso comum de carne de animais mortos tem tido influencia deteriorante sobre a moral, bem como na constituição física. A má saúde, em uma variedade de formas, caso fosse rastreada até á causa, mostraria o seguro resultado da alimentação cárnea.

Os que usam carne menosprezam todas as advertências que Deus tem dado relativamente a esta questão. Não possuem nenhuma prova de estar andando em veredas seguras. Não têm a mínima desculpa quanto a comer a carne de animais mortos. A maldição de Deus repousa sobre a criação animal. Muitas vezes ao ser comida a carne deteriora-se no

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estômago, e cria doença. Câncer, tumores e moléstias do pulmão são em grande escala produzidos por comer carne.

Oh! Se cada pessoa pudesse discernir essas questões como me foram reveladas, os que agora são tão descuidosos, tão indiferentes á formação de seu caráter; os que imploram condescendência num regime cárneo, nunca abririam os lábios em justificação do apetite quanto á carne de animais mortos. Tal regime contamina o sangue em suas veias, e estimula as paixões animais inferiores. Enfraquece a viva percepção e o vigor do pensamento para a compreensão de Deus e da verdade, e o conhecimento de si mesmo. (CSRA, pág. 373-384)

A possibilidade de adquirir moléstias é dez vezes aumentada pelo uso da carne. Os médicos mundanos não podem explicar o rápido aumento das doenças entre a família humana. Mas sabemos que muito desse sofrimento é causado por comer carne de animais mortos. Os animais estão doentes, e participando de sua carne, plantamos as sementes de moléstias em nossos tecidos e sangue. Depois, quando sujeitos ás mudanças num ambiente malárico, isto é mais sensível; também quando somos expostos a epidemias e doenças contagiosas dominantes, o organismo não se acha em condições de resistir ao mal.

Tendes gordura, mas não é bom material. Estais piores por essa corpulência. Se ambos chegásseis a um regime mais parcimonioso, que vos tirasse doze ou quinze quilos de gordura, estareis muito menos sujeitos as enfermidades. Os alimentos cárneos produziram sangue e carne pobres. Vosso organismo encontra-se em estado de inflamação, pronto a apanhar doenças. Estão sujeitos a ataques agudos de doença, e a morte repentina, pois não possuís a resistência constitucional capaz de combater e vencer. Virá tempo em que a força e a saúde que vos lisonjeais de possuir se demonstrarão fraqueza. (CSRA pág. 386-387).

A mesa de muitas professas cristãs é dia a dia posta com uma variedade de pratos que irritam o estômago e produzem estado febril no organismo. Comidas de carne constituem o principal artigo de alimentação na mesa de algumas famílias, até que seu sangue fica chio de humores cancerosos e escrofulosos. Seu corpo compõe-se daquilo que eles ingerem. Mas ao sobrevir-lhes sofrimento e doença, isto é considerado aflição vida da Providência.

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Os que usam alimentos cárneos á vontade nem sempre têm cérebro desanuviado e ativo intelecto, pois que o uso da carne de animais tende a tornar pesado o corpo e a entorpecer as finas sensibilidades do espírito.

Impossível é aos que usam carne em abundancia, ter um cérebro desanuviado, um ativo intelecto.

O regime cárneo muda a disposição e fortalece o animalismo. Constituímo-nos daquilo que comemos, e comer muita carne diminui a atividade intelectual. Os estudantes efetuariam muito mais em seu estudos se nunca provassem carne. (CSRA, 389)

Quando a parte animal do instrumento humano é fortalecida pelo uso da carne, as faculdades intelectuais enfraquecem proporcionalmente. A vida religiosa pode ser obtida e mantida com mais êxito se a carne é rejeitada, pois esse regime estimula a intensa atividade às tendências concupiscentes, e enfraquece a natureza moral e espiritual. “A carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne.”

Fui instruída quanto a ter o uso do alimento cárneo a tendência de animalizar a natureza, e privar homens e mulheres do amor e simpatia que devem sentir uns pelos outros. Somos constituídos daquilo que ingerimos, e aqueles cujo regime compõe-se amplamente de alimento animal são levados a uma condição em que permitem ás paixões subalternas assumir o domínio das mais elevadas faculdades do ser...

As faculdades intelectuais, morais e físicas são prejudicas pelo uso habitual de alimentos cárneos. Esse uso desarranja o organismo, obscurece o intelecto e embota as sensibilidades morais. Dizemos-vos, prezados irmão e irmã; o caminho mais seguro para vós, é deixar de lado a carne. (CSRA pág. 388-391).

VEREMOS QUE A CIÊNCIA DIZ:

A carne é muito mais excitante do que nutritiva. Quem faz uso diário da carne, em quantidade não moderada, e a suprime bruscamente um dia, embora a substitua por alimentos mais nutritivos, experimentará nesse dia uma sensação pronunciada de fraqueza, como se não tivesse alimentado. O que provoca essa falsa sensação de fraqueza não é a

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deficiência de alimento, e sim a supressão do excitante, que, no caso presente, é a carne. O mesmo fenômeno se observa com outros excitantes, tais como o álcool, o fumo, a morfina, etc.

Além de excitante, a carne é tóxica. O líquido extraído dos músculos (soco de carne), injetado na dose de 3 a 5 c.c. por quilo, mata um animal. Da degradação da proteína da carne, no metabolismo, se originam compostos de toxidez mais ou menos elevada: ácido úrico, quantidade apreciável de ácido sulfúrico, ácido fosfórico, etc. Estes dois últimos são especialmente nocivos se não estiverem extremamente diluídos.

Todas as carnes, mesmo que tenham aparência de perfeitamente sãs, se acham impregnadas de substâncias nocivas, e são mais tóxicas quando provêm de animais doentes ou simplesmente fatigados. Os venenos da carne se multiplicam rapidamente após a morte do animal. Quando a carne não é completamente no estômago e intestino delgado, a albumina se putrefaz no grosso intestino, resultando daí a formação de novos venenos (ácidos graxos voláteis, ptomaínas), a maior parte de grande virulência.

Do intestino, a proteína da carne passa ao sangue: uma parte mínima se fixa nos tecidos, o resto é destruído, deixando como principais resíduos os ácidos úricos, sulfúrico e fosfórico.

A gordura e a proteína da carne, oxidando-se, põem em liberdade, igualmente, composta diversos. Ocorre superprodução de ácidos, que, quando não são eliminados ou neutralizados por uma dieta rica em alimentos alcalinos (hortaliças e frutas), ficam retidos nos órgãos, dando lugar a manifestações de artritismo.

Assim si opera lentamente, mesmo com a carne bem digerida, uma espécie de intoxicação crônica, de que não suspeitamos, porquanto os seus progressos são infinitamente lentos, e de que só nos apercebemos quando o mal é irremediável.

O homem não tem poder de transformar a carne em amoníaco; a proteína contida em excesso na carne, para ser eliminada, deve ser queimada; ora, sabemos que as proteínas são maus combustíveis. Ao passo que os carboidratos se queimam integralmente, deixando como resíduo apenas água e gás carbônico, a combustão das proteínas dá lugar a produtos ácidos extremamente nocivos ao organismo.

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O homem não é, aliás, carnívoro por natureza: falta-lhe para isso não só a dentição, mas também as glândulas eliminadoras de que os carnívoros são dotados.

Todas as carnes são substâncias cadavéricas. Portanto, constam apenas de elementos em decomposição putrefata. Falando de carnes, incluímos nelas também os peixes, pois, igualmente, são substâncias protéicas musculares, com o pejorativo de que, quando em putrefação avançada, são mais nocivas do que as carnes de animais terrestres, pela liberação de fósforo, o qual fora das combinações orgânicas, é muito tóxico.

A carne é um produto altamente acidificante e muito deficiente em sais de cálcio que são tão necessário para manter o equilíbrio alcalino do sangue e auxiliar os elementos construtivos dos ossos e dos dentes. É rica em gorduras saturadas em forma de colesterol, ácidos graxos e outros tipos de gordura que provocam sérios atrasos na digestão, possibilita o surgimento de substâncias putrefatas e cancerígenas como idol, escatol, ptomaína, acroleína, prurina, leucomaína e xantina. Outras substâncias como a putrescina e a cadaverina também são encontradas. Além de ser um solo fértil á proliferação de microorganismo.

Em um (1kg) de carne assada na grelha obtém-se (6) seis gramas de benzopireno, quantidade essa que corresponde a (600) seiscentos cigarros.

A gordura fecha artérias importantes como às coronárias do coração e vasos do cérebro;

− Aumenta a pressão sanguínea;

− Sobrecarrega o coração;

− Aumenta o peso corporal;

− Produz cálculos na vesícula;

− Causa indigestão;

− Promove a tendência para o desenvolvimento de câncer;

− Enfraquece as defesas do sistema imunológico.

Sem contar que os animais estão enfermos e ficamos sujeitos a contrair as doenças que eles possuem.

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DROGAS

Um costume que está deitando bases a vasta soma de moléstias e males mais sérios ainda, é o livre uso de drogas venenosas. Quando atacados pela enfermidade, muitos não se darão ao trabalho de investigar a causa do mal. Sua principal ansiedade é verem-se livres da dor e dos desconfortos. Recorrem, portanto a panacéias, cujas reais propriedades eles mal conhecem, ou recorrem a um médico para neutralizar os efeitos de seu mau proceder, ma sem nenhuma idéia de mudar seus nocivos hábitos. Caso não sintam benefícios imediatos, experimentam outro remédio, e depois outro. Assim continuam o mal.

Os doentes estão apressados para ficar bons, e seus amigos se acham impacientes. Eles desejam ter remédio, e se não sentem no organismo aquela poderosa influência que, em seus errôneos pontos de vista induzem-nos apensar que deviam experimentar, mudam impacientemente de médico. A mudança aumenta muitas vezes o mal. Passam por uma série de remédios tão perigosos como os primeiros.

Com o uso de drogas venenosas muitos trazem sobre si doença para toda a vida, e perdem-se muitos que poderiam ser salvos com o emprego de métodos naturais. Os venenos contidos em muitos dos chamados remédios, formam hábitos e apetites que importam em ruína tanto para o corpo como para a alma. Muitos dos populares remédios para desempenha seu papel em deitar as bases para ao hábito da bebida, do ópio, da morfina, os quais são uma tão terrível maldição para a sociedade.

As drogas dadas para entorpecer, sejam elas quais forem desorganizam o sistema nervo. Deus criou leis que governam nossa constituição, e essas leis que Ele pôs em nosso ser são divinas, e para cada transgressão está fixada uma penalidade que cedo ou tarde, será executada. A maioria das enfermidades que a família humana tem padecido e continua padecendo tem sua origem na ignorâncias das próprias leis orgânicas. Eles parecem indiferentes no que respeita á saúde, e trabalham com perseverança para se fazerem em pedaços, e quando alquebrados e debilitados no corpo e na mente, vão em busca do médico e enchem-se de drogas até morrer.

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Milhares de pessoas aflitas poderiam recuperar a saúde se, em vez de dependerem da farmácia para viver, desfizesem-se de todas as drogas, e vivessem com simplicidade, sem usar chá, café, licores nem condimentos que irritam o estômago e o enfraquecem, deixando-o incapaz de digerir sequer os alimentos simples, sem estímulos. O Senhor está disposto a fazer sua luz brilhar em raios claros, distintos, a todos quanto se achem fracos e débeis.

Usar drogas enquanto se continua com os maus hábitos, é por certo incoerente, e desonra grandemente a Deus por desonra o corpo que Ele fez. Todavia, por tudo isso, continuam a ser prescritos estimulantes e drogas, sendo amplamente usados por seres humanos, ao passo que as nocivas satisfações, que ocasionam doença não são abandonadas.

Aqueles que satisfazem seu apetite, e depois sofrem por causa de sua intemperança, e tomem drogas para aliviar, podem estar certos de que Deus não intervirá para salvar a saúde e a vida assim descuidosamente posta em risco. A causa produziu o efeito. Muitos, como último recurso, seguem as direções dadas na Palavra de Deus, e pedem as orações dos anciãos da igreja para restauração de sua saúde. Deus não acha por bem atender ás orações dessas pessoas, pois sabe que, caso elas se restaurassem, á saúde, sacrificá-la-ia outra vez no altar do apetite prejudicial.

Se os que tomam essas drogas fossem os únicos a sofrer, então o mal não seria tão grande. Mas os pais não somente pecam contra si mesmos em engolir drogas venenosas, mas pecam também contra seus filhos. O estado vicioso de seu sangue, o veneno distribuído pelo organismo, a constituição violada, e várias doenças provindas de drogas em resultado de seus venenos, são transmitidas a suas prole, deixando-a como arruinada herança, o que é outra grande causa de degeneração da raça.

Utilizai os remédios que Deus providenciou. Ar puro, luz solar e o emprego inteligente da água, são agentes benéficos na restauração da saúde. Mas o uso da água é considerado demasiado trabalhoso. Mais fácil é empregar drogas do que utilizar remédios naturais.

Muitos pais substituem o tratamento judicioso pelas drogas. A medicação de drogas, tal como é geralmente praticada, é uma calamidade. Educai em direção oposta ás drogas. Usai-as cada vez menos, e confiai mais em métodos saudáveis; então a natureza corresponderá aos médicos de Deus – ar puro, pura água, exercício

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apropriado, uma consciência limpa. Os que persistem no uso do chá, café e alimentos cárneos sentirão necessidade de drogas, mas muitos se poderiam recuperar sem uma gota de remédio se obedecessem ás leis da saúde. As drogas raramente necessitam ser empregadas.

A única esperança de coisas melhores está na educação do povo nos verdadeiros princípios. Ensinem os médicos ao povo que o poder restaurador não se encontra em drogas, porém na natureza. A doença é um esforço da natureza para libertar o organismo de condições resultantes da violação das leis da saúde. Em caso de doença, convém verificar a causa. As condições insalubres devem ser mudadas, os maus hábitos corrigidos. Então se auxilia a natureza em seu esforço para expelir as impurezas e restabelecer as condições normais no organismo.

O povo precisa que se lhe ensine que as drogas não curam as moléstias. É verdade que elas por vezes proporcionam temporário alivio, e o paciente parece restabelecer-se em resultado de havê-las usado; isto se dá porque a natureza possui bastante força vital para expelir o veneno, e corrigir as condições ocasionadoras do mal. A saúde é recuperada a despeito da droga. Mas na maioria dos casos ela apenas muda a forma e o local da moléstia. Muitas vezes o efeito do veneno parece ser vencido por algum tempo, mas os resultados permanecem no organismo, operando grande dano posteriormente.

Não deve ser introduzido no organismo humano coisa alguma que deixe atrás um efeito maléfico. E esclarecer sobre esse assunto e fazer tratamento saudável é a razão que me foi dada para estabelecer sanatórios em vários lugares.

Muitos se poderiam restabelecer sem uma gota de remédio, caso vivessem segundo as leis da saúde. As drogas raramente são necessárias, importa em zeloso, paciente e prolongado esforço estabelecer a obra e levá-la avante sobre princípios saudáveis. Aliai, porém, fervorosas orações e fé aos vossos esforços, e sereis bem-sucedidos. Por meio dessa obra, ensinareis aos doentes, e a outros também, a cuidarem de si mesmos quando enfermos, sem recorrer ao emprego de drogas. (Temperança pág. 82-88)

Nosso primeiro dever para com Deus e nosso semelhante é o nosso próprio desenvolvimento. Toda faculdade com que o Criador nos dotou

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deve ser cultivada ao máximo grau de perfeição, para que sejamos capazes de produzir a maior soma de bem que nos seja possível. Daí ser bem empregado o tempo gasto em firmar e conservar boa saúde física e mental. Não nos podemos permitir entravar ou mutilar uma única função da mente ou do corpo por excesso de trabalho ou por maltrato de qualquer parte do mecanismo vivo. Se assim fizermos, certo é sofrermos as conseqüências. (Temperança, pág. 137)

E Deus ouve a oração. Cristo disse: “Se pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu farei.” Noutro lugar, Ele diz: “Se alguém Me serve,... Meu Pai o honrará.” S.João 14:14; 12:26. Se vivermos em harmonia com Sua Palavra, toda preciosa promessa dada por Ele em nós se cumprirá. Somos indignos de Sua misericórdia, mas ao entregar-nos a Ele, recebe-nos.

Mas unicamente vivendo em obediência a Sua palavra podemos reclamar o cumprimento das promessas que nos faz. O salmista diz: “Se eu atender á iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá.” Salmo 66:18. Se Lhe prestamos apenas uma obediência parcial, com a metade do coração, Suas promessas não se cumprirão em nós.

Temos na Palavra de Deus instruções relativas á oração especial pelo restabelecimento de um doente. Mas tal oração é um ato soleníssimo, e não o devemos realizar sem atenta consideração. Em muitos casos de oração pela cura de um doente, o que se chama fé não é nada mais que presunção.

Muitas pessoas chamem sobre si a doença pela condescendência consigo mesma. Não têm vivido segundo as leis naturais ou os princípios da estrita pureza. Outros têm desconsiderando as leis da saúde em seus hábitos de comer e beber, vestir ou trabalhar. Freqüentemente é alguma forma de vício a causa do enfraquecimento mental ou físico. Obtivessem essas pessoas a benção da saúde, e muitas delas continuariam a seguir o mesmo rumo de descuidosa transgressão das leis naturais e espirituais de Deus, raciocinando que, se Ele as cura em resposta á oração, elas se acham em liberdade de prosseguir em suas práticas nocivas, condescendendo sem restrições com apetites pervertidos. Se Deus operasse um milagre para restaurar á saúde essas pessoas, estariam animando o pecado.

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É trabalho perdido ensinar o povo a volver-se para Deus como Aquele que lhes cura as enfermidades, a menos que sejam também ensinados a renunciar aos hábitos nocivos. Para que recebam Sua benção em resposta á oração, devem cessar de fazer o mal e aprender a fazer o bem. Seu ambiente deve ser higiênico, corretos os seus hábitos de vida. Devem viver em harmonia com a lei de Deus, tanto a natural, como a espiritual.

Deve-se tornar claro aos que desejam orações por seu restabelecimento, que a violação da Lei de Deus, quer natural quer espiritual, é pecado, e que a fim de receber Suas bênçãos, ele deve ser confessado e abandonado. (CBV, pág. 226-228)

Tudo quanto prejudica a saúde, não somente diminui o vigor físico, como tende a enfraquecer as faculdades mentais e morais. A condescendência com qualquer prática nociva à saúde, torna mais difícil a uma pessoa o discernir entre o bem e o mal, e daí mais difícil resistir ao mal. Aumenta o perigo de fracasso e derrota. Toda ação lança seu peso na balança que determina a vitória ou a derrota da vida. .

O progresso da reforma depende de um claro reconhecimento da verdade fundamental.(CBV, pág.128-129)

Deve haver uma reforma em nossas fileiras; cumpre que as pessoas alcancem mais elevada norma antes que possamos esperar que o poder de Deus se manifeste de maneira acentuada em favor da cura dos doentes ...

Se nos apropriarmos do Mestre, se nos servirmos de todo o poder que Ele nos confiou, será revelada a salvação de Deus. Permiti que vos diga que os enfermos serão curadas quando tiverdes fé para ir a Deus de maneira correta. Somos gratos a Deus porque temos a obra médico-missionária. Aonde quer que levarmos o evangelho, podemos ensinar as pessoas a cuidarem de si mesmas. (Medicina e Salvação, pág. 16)

Reforma, reforma contínua precisa ser mantida perante o povo, e por meio do nosso exemplo devemos confirmar o nosso ensino. A verdadeira religião e as leis da saúde andam de mãos dadas. É impossível trabalhar em prol da salvação de homens e mulheres sem

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apresentar-lhes a necessidade do afastamento dos prazeres pecaminosos, que destroem a saúde, aviltam a alma e impedem a verdade divina de impressionar a mente. Homens e mulheres precisam ser ensinados a vigiarem atentamente todo hábito e prática, e imediatamente evitarem as coisas que produzem estado insalubre do organismo e conseqüente sombra escura sobre a mente. Deus quer que Seus luminares se proponham sempre norma elevada. Por preceito e exemplo devem manter elevada a sua norma perfeita acima da falsa norma de Satanás que, se for seguida, produzirá miséria, degradação, doença e morte, tanto do corpo como da alma. Os que alcançaram conhecimento acerca da maneira de comer, beber e vestir para a preservação da saúde, partilhem com outros esse conhecimento. Ministre-se aos pobres o evangelho da saúde, de modo prático, para que saibam cuidar devidamente do corpo, que é o tempo do Espírito Santo. (III TS pág.139)

PRESCRIÇÃO PARA UMA VIDA MELHOR

1. Coma somente alimentos saudáveis e nutritivos.

2. Inclua na dieta abundância de frutas e verduras, sendo sempre algumas cruas.

3. Beba somente entre as refeições: 6 a 8 copos de água diariamente. Se o organismo necessita de limpeza, beba chá de ervas, sucos de frutas ou vegetais. Neste caso suspenda uma ou duas refeições.

4. Não lave sua comida. Dispense totalmente o costumeiro copo de água ou suco durante as refeições; isto atrapalha a digestão.

5. Evite alimentos e bebidas muito quente ou muito frio.

6. Coma vagarosamente, mastigando completamente cada bocado.

7. Cultive uma atmosfera calma e agradável durante as refeições.

8. Não coma alimentos ou petiscos entre as refeições. Deixe o estômago descansar.

9. Não como quando estiver cansado, mas somente quando descansado.

10. Simplifique as refeições. Use apenas alguns artigos alimentares em cada refeição.

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11. Mantenha um intervalo de 5 a 6 horas entre as refeições.

12. Frutas e verduras não devem ser comidas na mesma refeição. O alimento cru deve ser comido sempre primeiro, nunca por último.

13. Varei tanto quanto possível durante a semana.

14. Suco de limão (1/2), não adoçado, num copo de água é bom ao despertar (uma hora antes do desjejum). É de bom efeito alcalino.

15. Se o alimento traz desconforto, abandone uma ou duas refeições e beba sucos.

16. Uma caminhada ao ar livre após a refeição ajuda a digestão.

17. Não se preocupe nem se apavore a respeito de alimentos já ingeridos.

18. Obtenha alimentos em seu estado natural – evite tanto quanto possível, os industrializados.

19. Sobremesas ricas deveriam ser dispensadas. A combinação de ovos, leite e açúcar contribui para inflamação da garganta.

20. O regime vegetariano é mais nutritivo.

21. Carne, inclusive de peixes e de aves, reduz 10 vezes a resistência do corpo ás doenças.

22. A verdadeira temperança inclui o jantar. Ao comer demais.

23. O apetite, os gostos e as preferências deveriam estar sempre sob o controle e direção do intelecto. Do contrário será corrompido e prejudicado pelo apetite.

24. Aprenda a apreciar todos os alimentos saudáveis. Evite alimentos e bebidas prejudiciais como evitaria veneno, pois eles produzirão sangue envenenado. Atrapalham o organismo, prejudicam os órgãos internos, perturbam a paz da mente e encurtam a vida.

25. O mel combina com todos os alimentos. O melado deveria ser usado somente no cardápio de verduras; do contrário pode causar azia. “Não coloque em sua mesa alimento excitante e irritante, mas aquele que é simples, saudável e nutritivo.” – Healthful Living. Pág. 79.

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PROGRAMA DIÁRIO

1. Ao levantar, beba dois copos de água, se possível. Água quente (morna) é benéfica, especialmente no inverno (pode-se acrescentar suco de ½ limão).

2. Desjejum—1 hora após ter tomado a água.

3. A água deve ser tomada entre as refeições; a partir de 2 horas após a refeição e até 1 hora antes da seguinte.

4. A segunda refeição deve ser tomada 5 horas após o desjejum e para pessoas de digestão demorada, após 6 horas.

5. O jantar deve ser leve, tal como sopa, frutas, chá ou suco de frutas.

6. Um regime de duas refeições é melhor porque dá:

a) Mais vigor e vitalidade;

b) Mais vivacidade mental;

c) Mais tempo –omitindo uma refeição elimina-se lavação de louça etc.

d) Um sono mais tranqüilo;

e) Um despertar mais descansado;

f) Regularidade ao peso. Poder intelectual, força física e longevidade dependem de leis imutáveis. Não há acasos, nem chances a respeito deste assunto. A Natureza de Deus não interferirá para preservar o homem das conseqüências se violar as leis naturais. Há muita verdade no adágio; “Cada homem é o Arquiteto de sua própria fortuna.” – Ellen G. White.

O CORPO AFETA A MENTE

Há uma íntima relação entre a mente e o corpo, e, a fim de atingir-se uma elevada norma de alcance moral e intelectual, devem ser atendidas as leis que governam nosso ser físico.

Devemos procurar preservar o pleno vigor de todas as nossas faculdades, para a realização da obra que está diante de nós. Tudo que abate o vigor físico enfraquece o vigor mental, daí, toda a prática desfavorável á saúde do corpo deve ser resolutamente evitada.

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Diz o grande apóstolo: “Esmurro o meu corpo, e o reduzo á servidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” Não podemos manter a consagração a Deus e ao mesmo tempo prejudicar a saúde pela a deliberada condescendência com um hábito errado. A abnegação é uma das condições, não só de admissão ao serviço de Cristo, mas também de nele continuar. O próprio Cristo declarou, em linguagem inequívoca, as condições de discipulado: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me.

Porém muitos que se chamam cristãos estão indispostos exercer abnegação, mesmo por amor de Cristo! Quantas vezes o amor de alguma condescendência perniciosa é mais forte do que o desejo de ter mente sã em corpo são! Preciosas horas de graça são gastas, recursos concedidos por Deus são esbanjados, para agradar aos olhos ou satisfazer o apetite! O hábito mantém a milhares em cativeiro ao terreno e sensual. Muitos são cativos voluntários; não desejam melhor sorte.

Tudo que nos diminui a força física, enfraquece a mente e a torna menos capaz de discernir entre o bem e o mal.

O cérebro é a cidadela do ser. Maus hábitos fiscos afetam o cérebro e impedem a consecução daquilo que os estudantes desejam--- uma boa disciplina mental. A menos que os jovens sejam versados na ciência de como cuidar do corpo assim como da mente, não serão estudantes bem-sucedidos. O estudo não é a causa principal do esgotamento das faculdades mentais. A causa principal é o regime impróprio, refeições irregulares, falta de exercício físico, e desatenção ás leis da saúde em outros sentidos. Quando fazemos tudo que podemos para conservar a saúde, podemos então com fé, rogar a Deus que abençoe nossos esforços.

O Apóstolo Pedro compreendia a relação entre a mente e o corpo, e ergueu a voz em advertência aos seus irmãos: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma.” Muitos consideram este texto como advertência contra a licenciosidade, tão-somente; tem, porém, sentido mais amplo. Proíbe toda a satisfação prejudicial, do apetite ou da paixão. Todo apetite pervertido torna-se uma concupiscência que combate contra a alma. O apetite foi-nos dado pra um bom propósito, não para tornar-se ministro da morte mediante

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sua perversão, degenerando assim nas “concupiscências que combatem contra a alma”.

O meu uso de nossas forças físicas abrevia o período de tempo em que nossa vida pode ser usada para a glória de Deus. E nos incapacita para cumprir a obra que Deus nos deu para fazer. Condescendendo com a formação de maus hábitos, recolhendo-nos tarde, satisfazendo o apetite com prejuízo da saúde, pomos fundamentos da debilidade. Negligenciando os exercícios corporais, fatigando em excesso a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso.

Os que assim. Desconsiderando as leis naturais, encurtam a vida e se desqualificam pra a obra, são culpados de roubo para com Deus. E também estão roubando a seus semelhantes. A oportunidade de abençoar a outros, que é justamente a obra para cujo a execução Deus os enviou ao mundo, foi abreviada por seu próprio procedimento. E incapacitaram-se para fazer mesmo aquilo que poderiam ter realizado em espaço de tempo mais breve. O Senhor considera-nos culpados quando por nossos hábitos prejudiciais privamos o mundo do bem.

A razão por que os jovens têm tão pouca força cerebral e muscular é fazerem tão pouco na área do trabalho útil. “Eis que esta foi à iniqüidade de Sodoma, tua irmã; soberba, fartura de pão e prospera tranqüilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que Eu vendo isto, as removi dali.”

O organismo todo precisa da revigoradora influência do exercício ao ar livre. Umas poucas horas de trabalho manual cada dia serviria pra renovar o vigor físico e acalmar e relaxar a mente.

Quer a pessoa esteja enferma ou bem, a respiração é mais livre a fácil se ela toma banho. Por esse meio os músculos tornam-se mais flexíveis, a mente e o corpo se revigoram por igual, o intelecto clareia, e cada uma das faculdades se torna mais viva.

Habito físico errados prejudicam o cérebro, e o organismo todo corre perigo. Há quem procure revigorar os nervos cansados tomando estimulantes, mais isto não removerá o mal. A menos que se faça uma decidida mudança, a menos que haja um inteligente reconhecimento da necessidade de proporcionar ao cérebro repouso em vez de estimulantes, o agente humano perderá o domínio e desonrará a causa de Deus.

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Devemos dedicar mais tempo a humilde, fervorosa oração a Deus, em busca de sabedoria para criar nossos filhos na doutrina e admoestação do Senhor. A saúde mental depende da saúde do corpo. Como pais cristãos, somos obrigados a educar nossos filhos segundo as leis da vida.

Em Cristo obterão forças e esperança, e não ficarão perturbados por desassossegados anseios de algo que distraia a mente e satisfaça o coração. Encontraram a Pérola de Grande Preço, e a mente repousa tranqüila. Seus prazeres são de espécie pura, elevada, celestial. Não têm pensamentos angustiosos nem remorsos. Esses prazeres não enfraquecem o corpo nem prostram a mente, mas proporcionam saúde e vigor a ambos.

Os habitantes do Céu são perfeitos, porque a vontade de Deus é sua alegria e supremo deleite. ( M. C. P. pág 380-384)

O REGIME ALIMENTAR E A MENTE

O cérebro é o órgão e instrumento da mente, e controla todo o corpo. A fim de que as outras partes do organismo sejam sadias, deve ser sadio o cérebro. E para que o cérebro seja sadio, deve o sangue ser puro. Se pelos hábitos corretos do comer e do beber o sangue se conserva puro, o cérebro será alimentado de maneira apropriada..

O organismo humano é uma maquina maravilhosa, mas pode ser abusado. A transformação do alimento em sangue bom é um processo maravilhoso, e todos os seres humanos deveriam bem compreender este assunto.

Cada órgão do corpo colhe sua nutrição para conservar em ação suas diferentes partes. O cérebro tem de receber a sua parte, os ossos a sua. O grande Construtor-Mestre está em atuação a todo o momento, alimentando com vida e forças cada músculo e tecido, desde o cérebro até á ponta dos dedos das mãos dos pés.

Os órgãos digestivos desempenham parte importante na felicidade de nossa vida. Deus nos deu inteligência, para que pudéssemos saber o que usar como alimento. Não devemos nós, como homens e mulheres ajuizados, analisar se o que comemos é próprio ou ira causar-nos danos? Pessoas que têm azia possuem em geral má disposição. Tudo

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parece ser-lhes contrario, e eles são inclinados a tornar-se mal-humorados e irritáveis. Se deve haver paz entre nós, devemos dedicar mais atenção ao caso de ter estômago pacifico.

A saúde da mente é em grande parte dependente da saúde do corpo, e a saúde do corpo é dependente da maneira em que é tratada a maquina viva.

Lembrem-se de que viver a verdade como é em Jesus, requer muita disciplina própria.

A mente não se desgasta nem tem colapso tantas vezes por causa de diligente emprego e árduo estudo, como por causa de alimentar-se de alimento impróprio, em ocasiões impróprias, e devido à descuidada desatenção ás leis da saúde. Horas irregulares das refeições e do sono esgotam as forças do cérebro. O apóstolo Paulo declara que aquele que quiser ter êxito em alcançar alta norma de piedade tem de ser temperante em todas as coisas. Comer, beber, vestir-se – todos têm influencia direta sobre nosso progresso espiritual. (Mente Caráter e Personalidade,volume 2)

Nossos pastores devem tornar-se inteligentes nesta questão. Não a devem ignorar, nem se desviar pelos que os chamam extremistas. Verifiquem o que constitui a verdadeira reforma de saúde, e ensinem-lhe os princípios, tanto por preceito, como por tranqüilo e coerente exemplo. Em nossas reuniões grandes, devem ser ministradas instruções quanto à saúde e à temperança. Buscai despertar o intelecto e a consciência. Ponde no serviço todo talento de que dispondes, e secundai o trabalho com publicações acerca da matéria. "Educai, educai, educai", é a mensagem que me tem sido incutida. Christian Temperance and Bible Hygiene, pág. 117.

Ao aproximar-nos do fim do tempo, precisamos erguer-nos mais e mais alto na questão da reforma de saúde e temperança cristã, apresentando-a de maneira mais positiva e decidida. Precisamos esforçar-nos continuamente para educar o povo, não apenas por palavras, mas por nossa maneira de viver. O preceito e a prática aliados, possuem uma influência poderosa. Testimonies, vol. 6, pág. 112. (CSRA, 452)

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Fracasso em praticar a reforma de saúde desqualific a para o ministério. Por que manifestam alguns de nossos irmãos pastores, tão pouco interesse na reforma de saúde? É porque as instruções quanto à temperança em todas as coisas se acham em oposição a sua prática de condescendência consigo mesmos. Em alguns lugares isto tem sido a grande pedra de tropeço no caminho de levarmos o povo a pesquisar, e praticar e ensinar a reforma de saúde. Homem algum deve ser separado como mestre do povo enquanto seu ensino ou exemplo contradiz o testemunho que Deus deu a Seus servos para apresentar relativamente ao regime, pois isto trará confusão. Sua desconsideração da reforma de saúde desqualifica-o para levantar-se como mensageiro do Senhor.

A luz comunicada pelo Senhor sobre esta questão em Sua Palavra é clara, e os homens serão provados e experimentados por muitos modos, a ver se a atendem. Toda igreja, toda família, necessita ser instruída com referência à temperança cristã. Todos devem saber como comer e beber de maneira a conservar a saúde. Achamo-nos entre as cenas finais da história deste mundo; e deve haver ação harmônica nas fileiras dos observadores do sábado. Os que se abstêm da grande obra de instruir o povo sobre esta questão, não seguem o caminho que tem por guia o grande Médico. "Se alguém quiser vir após Mim", disse Cristo, "renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me." Mat. 16:24. Testimonies, vol. 6, págs. 376-378. (CSRA, 453-454)

Os ministros que se sentem em liberdade para tolerar o apetite estão longe de atingir o alvo. Deus os quer como reformadores pró-saúde. Deseja-os vivendo na luz que dada sobre este assunto. (III TS 363)

Que o amor de Deus a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo e a Comunhão do Espírito Santo estejam com você leitor. Amem!

Está apostila foi tirada do livro saúde novo estilo de vida do Dr. Lee e de alguns livros de EGW.