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1 Audiência Pública – STF 05março2010 José Roberto Ferreira Militão, São Paulo, OAB- Comissão de Assuntos AntiDiscriminatórios - CONAD

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Audiência Pública – STF

05março2010José Roberto Ferreira Militão, São Paulo, OAB-Comissão de Assuntos

AntiDiscriminatórios - CONAD

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STF – Audiência Pública 05Mar2010

“A ‘raça estatal’ e o racismo”.

José Roberto F. Militão, advogado, afrodescendente, ativista contra o racismo; membro da Comissão de Assuntos AntiDiscriminatórios – CONAD-OAB/SP; membro do Conselho de Desenvolvimento da

Comunidade Negra do governo do Estado de São Paulo (1987-1997)

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A oportunidade do debate - STF

- sou um militante CONTRA o racismo- sou defensor de Ações Afirmativas- sou a favor de COTAS SOCIAIS (pela renda)

- * Venho alegar em defesa da DIGNIDADE HUMANA de todos e dos afro-brasileiros.

- * Espero demonstrar que o Estado NÃO PODE impor um identidade racial que não queremos.

- * Dizer que o Estado NÃO PODE submeter-se aos velhos ideais do racismo.

-

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Venho falar em IGUALDADE

Desse que é o núcleo do ilimunismo.

ILUMINISMO x RACISMO (Igualdade) x (diferenças)(Mesmo plano) x (hierarquia)

São conceitos antagônicos – irreconciliáveis.

Dizer, se queremos a IGUALDADE

Ela não pode ser ´RACIAL´ mas HUMANA

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a voz do prof. MILTON SANTOS

Vídeo: youtube até o tempo de 2:14´

http://www.youtube.com/watch?v=xp9_fPuYHXc

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- NÃO DECIDIRÁ A PROIBIÇÃO DE AA -- 1 – se a igualdade admite a classificação racial?

2 – se o brasileiro quer/precisa dessa classificação?

3 – se, conforme o conceito do racismo, os afro-brasileiros querem pertencer a uma ´raça inferior´?

4 - se isso é compatível com a DIGNIDADE humana?

5 - se renegamos a miscigenação e a democracia racial?

6 - se essa opção é compatível com nossa história e com a vontade popular expressa na Carta Cidadã?

7 – quais os efeitos colaterais da raça estatal?

STF: decide o futuro ou o passado?

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AA: o debate como vitória ABDIAS – FSP 7jul06 - TENDÊNCIAS/DEBATES

“A realização, em poucos dias, de duas manifestações, mostra que existe vida

inteligente dos dois lados. A discussão não será decidida no âmbito das ciências jurídicas e sociais, já que nelas encontramos elementos favoráveis às duas posições. Trata-se de um

debate eminentemente POLÍTICO, que reflete a visão de mundo dos que dele participam...”.

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STF: qual visão POLÍTICA de mundo?

O problema não se limita às Universidades: há centenas, milhares de leis em trâmites:

CDH-SENADO aprova o PL do Sen. PAIM 28/08/2008 - 14h:28 – Agência Senado:

- estabelece cotas para AFRO-BRASILEIROS no mercado de trabalho. O texto reserva 20% dos cargos DAS e

46% das vagas em empresas com mais de 200 empregados aos ´negros´.

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Dignidade Humana

A dignidade humana, definida por Kant, ao lado da vida, são os principais direitos

fundamentais do homem, como determina o art. 1° da Declaração dos Direitos Humanos

(1948): "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em DIGNIDADE e em

direitos.”

Também inscrito no art. 1º da CF/88

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STF: o Iluminismo precisa de tempo

A história humana tem 200.000 anos. A história escrita, 3.500 anos. O cristianismo, 2.000. O iluminismo 250.

Precisamos de mais tempo...

- O STF decidirá se nos concede MAIS TEMPO na edificação do ideal Iluminista – todo homem nasce igual e tem iguais direitos –ou se escolhe a PERVERSA visão de mundo aquela do RACISMO edificada para sonegar os ideais iluministas.

- Dentre eles a igualdade, pré-condição para a Dignidade! - a destruição da crença em ´raças´ é a pré-condição.

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Ecoar a voz do bom senso político:

Neste sentido, a do governo de meu estado:

“... Aqueles que, no século 21, insistem em ressuscitar o conceito de raça e em criar

LEGISLAÇÕES baseadas na premissa de que elas merecem tratamento diferenciado pelo Estado

devem SER CONTIDOS em suas ações e pretensões, sob pena de incitarem, em algum

momento do futuro, processos odiosos que não podem ser aceitos pela humanidade.”

J. Serra, 27/4/09 - FOLHA – Nenhum genocídio deve ser esquecido

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Ecoar a voz Popular:´Brasil de todos os Deuses´  

Autores: Jeferson Lima, Flavinho, Gil Branco, Me Leva e Guga - 2010 

“ Num país da cor da miscigenação, De tanto Deus, Tanta religião.

Pro povo, FELIZ, cultuar.... ... O índio dançou, em adoração.

O branco rezou na cruz do cristão; O negro louvou os seus orixáis; A luz de Deus é a chama da paz”

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O que queremos garantir no STF? Milton Santos: “Reproduzir a segregação racial

dos EUA me assusta...Nem vou elogiar a miscigenação em si, mas, essa tolerância relativa

brasileira me parece algo de VIRTUOSO que deveria ser um ponto de partida... Muitos pensam naquela inserção que é a ´solução mais fácil´...

Vejo com mais simpatia que quero ser só um brasileiro. Um brasileiro igual. Um brasileiro

qualquer. O que havia que se completar é abrir espaços semelhantes PARA TODOS pelo

Estado...”

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Venho lembrar ao E. STF:

Na voz de MILTON SANTOS, que a ´relativa tolerância´ é um patrimônio nacional: é a

DEMOCRACIA racial, oriundas da COR da MISCINGENAÇÃO, diz o samba.

- que a DR não é sómente ´mito´: é desejada pelo povo. É aquela CHAMA da PAZ louvada pelo samba enredo e que está agora ameaçada

por uma nova ´onda´ de RACIALISMO patrocinado por interesse transnacional.

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A equivocada doutrina Racialista por Juarez C. da Silva Jr. -  2006 - Afropress

Diz: “É que o MN utiliza critérios do discriminador, o antídoto do veneno de cobra com o mesmo veneno: a raça. ... E, baseado no fato de que os "mulatos" são, na prática, integrantes do mesmo grupo, o MN sugere que se conscientizem e assumam juntos com os pretos uma identidade

RACIAL comum: a de NEGRO.”

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Uso ESTATAL: o circulo vicioso?

O doutrinador do MN justifica pelo uso ESTATAL:

“A definição de pretos + pardos = identidade RACIAL de NEGROS, é aceito e utilizado pelo IBGE e políticas

públicas de cotas.

“Tal conceito é também LEGALMENTE reforçado no  PL nº 6264/05 que Institui o Estatuto da Igualdade Racial.”

Círculo virtuoso? O uso político da raça, o uso acadêmico e o

uso estatal = Justifica a ideologia do pertencimento racial

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A pedagogia Estatal:

Montesquieu, esplica:

"Recebemos três educações diferentes: a de nossos pais, a de nossos mestres e

a do mundo (que seria a estatal).

- A que aprendemos nesta última, ( a estatal) destrói todas as idéias das duas

primeiras"

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Segregar para educar o branco?

- O jovem cotista pode ser representante racial?

O império da DIGNIDADE HUMANA não permite o uso da pessoa como MEIO. São as velhas lições de KANT, reiteradas pelo mestre FÁBIO K. COMPARATO:

´O imperativo será o seguinte: age de tal maneira que uses a HUMANIDADE, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre como FIM e nunca simplesmente

como MEIO.´

- o estado há de empregar outros meios pedagógicos, jamais o ser humano afro-brasileiro, como instrumento útil.

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POLÍTICA DE ESTADO:

O Ministro da Igualdade Racial, tem afirmado de forma reiterada:

“ A política de igualdade ´racial´ é uma política de Estado e lutamos que não seja apenas deste governo, mas

que perdure para sempre.”

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Conviver c/o ´racismo´ no 3º milênio?

FRANTZ FANON, em 1956, constatava:

“Numa sociedade com a cultura de raças, a presença do racista, será, pois, natural.”

- Portanto nessa recriação do conceito de ´raça´ é admissível a convivência com o racismo.

- o alforriado convivia bem com a escravidão -

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Ressurge (triunfante) da RAÇA? CELIA M. M. AZEVEDO – Unicamp - 2004

Nos EUA após 1990 se percebe vigoroso movimento de renovação da noção de ´RAÇA´ nas academias:

“ Exemplifica: o livro A CURVA DO SINO (1994) que reúne em 800 pags resultados de pesquisas com brancos e pretos nos EUA: com gráficos e o uso de

resultados de testes de inteligência, pretendeu comprovar a inferioridade do NEGRO.

- Seu apelo final é para que cada um reconheça a sua identidade RACIAL, e, o seu lugar na

HIERARQUIA social, dando-se ensejo a uma sociedade harmoniosa.”

.

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Interesses ULTRA-NACIONAIS? Prof. LÍVIO SANSONE, UFBA – constata 1998

“O Brasil nunca foi um paraíso racial, nem tampouco é hoje um inferno racial:

essa mudança deveu-se sobretudo à alteração dos projetos políticos do meio

acadêmico e das fundações FORD, ROCKFELLER e MAC ARTHUR (...).

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EUA não ratificam Tratados de DH

Dr. FABIO COMPARATO, nos revela outra coincidência:

“Com o colapso da União Soviética, os EUA, convenceram-se de que a ONU contraria seus

interesses hegemônicos... Sinal inquietante disso é que os EUA vêm se recusando sistematicamente a ratificar todas as

convenções internacionais de DIREITOS HUMANOS , na medida em que elas

constituem uma limitação à SOBERANIA.”

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Condenados ao RACISMO?

Setores do MN – Ongs e no Estado - estimulam a crença racial e preferem o RACISMO

explícito do que o RACISMO CORDIAL o que repudiamos em nossa Carta Magna.

- Querem nos impor a crença racial dos afro-americanos?

“PRETO é COR; a RAÇA é NEGRA...!

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Frederik Douglas: via o Brasil: “Duvido que tenha jamais existido um povo

mais tiranizado, mais desavergonhadamente pisado e impiedosamente usado, do que as pessoas livres de cor nos EUA. Mesmo um país católico como o BRASIL [...] não trata as suas pessoas de cor, do modo tão injusto, bárbaro e escandaloso como nós as tratamos [...]. A América democrática e protestante faria bem em aprender a lição de HUMANIDADE vinda do BRASIL católico e despótico.”

(1.858, DOUGLAS F. apud Azevedo, Célia M.M. 1996:155)

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MARCA e ORIGEM: BRA x EUA

1953, ORACY NOGUEIRA, USP (Tanto Preto;

Quanto Branco) estabelecia a diferença que a academia jamais desmentiu: “Nos EUA o

racismo é manifestado pela origem (raça); no Brasil, pela MARCA ( cor).

- adotar o remédio racial é terapia equivocada para um mal inexistente.

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- Não professamos a ´raça´:

“Brasileiros não reconhecem sua identidade racial” (Ass. Comunic. UNB) – agosto 2009:

Tese de doutorado - UNB - Dpto de Linguística. A pesquisadora Dra FRANCISCA CORDÉLIA O. SILVA “constatou que os afro-brasileiros têm dificuldade em se assumirem NEGROS e PARDOS e em identificar outras pessoas etnicamente.”

- Lamentava a doutoranda da UNB após três anos de pesquisas.

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Políticas raciais e o povo:

Em nov/08: ´Datafolha´ pesquisa o grau de concordância ou discordância:

75%, concordaram totalmente que “deveriam ser criadas cotas nas

universidades para pessoas pobres e de baixa renda, independente da raça”.

E em parte, outros 11% = 86%

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Mais Racismo - Mais estigmas

- 62%, concordam que “reservar cotas para negros nas universidades pode gerar atos de racismo”,

- 53% concordam “ser uma coisa humilhante para eles (negros)”.

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´Cotas´ seriam temporárias? RJ

Em 19/11/2008 foi divulgada pesquisa a pedido da OnG: CIDAN – IBPS:

http://www.ibpsnet.com.br/descr_pesq.php?cd=83

63% ´contra´ leis raciais

62% dos pretos ´contra´

64% dos pardos ´contra´

Em 20/11/2008, o MN no governo do Rio, comemora a RENOVAÇÃO: mais dez anos!

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Agência Senado – ENQUETE:

- No ´site´ até maio/09 a enquete PLC 180/2008:

Qual seria o melhor sistema de cotas a ser adotado pelas universidades:

- registrou o seguinte: 54,50% não concorda com o sistema de cotas- 39,20% concorda com o sistema de cotas

sociais (oriundos de escolas públicas) 6,289% concorda com as cotas 'raciais'.

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Direitos raciais APARTADOS?

A segregação de direitos raciais: Significa: o direito pela raça; a separação e a

tomada de atitudes, comportamentos e práticas sociais reservados à ´raça negra´ e outras

exclusivas da ´raça branca´.

- Será o Estado acolhendo ao arrepio da cidadania o ideal do RACISMO! É a

matriz de ódio e ressentimentos racial!

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Deforma a ALMA, dizia KING:

As leis de segregação, nos diz, LUTHER KING, na Carta da Prisão (1963):

“... toda lei que eleva a personalidade humana é justa, toda lei que impõe a

segregação é injusta, porque a segregação deforma a alma e prejudica a personalidade”.

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Efeitos colaterais: a baixa estima

“O niilismo social dos Afro-Am. (12%)”:- (CORNELL WEST; T.SOWELL; BARACK OBAMA, KELVIN GRAY)

- representam 65% dos presos: São DOIS MILHÕES nas cadeias.

- 45% dos jovens (16-24) sob custódia da justiça; - 70% da gravidez adolescente são meninas afro-americanas;

- Portanto em 2010, temos nos EUA: - 2 milhões, são 5% da população afro-americana nas prisões. - Nós temos, 0,2%, cerca de 170.000 afro-brasileiros nas prisões.

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Democracia Racial, antes do ´mito´

Manoel Quirino, em 1918:“... Do convívio e colaboração na feitura deste País, procede esse elemento mestiço de todos os matizes, plêiade

ilustre, verdadeiras glórias da nação.: os Rebouças, Gonçalves Dias, Machado de Assis,

Cruz e Souza, Pe. José Maurício, Tobias Barreto, Francisco Glicério, José do Patrocínio

e muitos outros. Circunstância essa que nos permite dizer que o Brasil possui duas grandezas reais: a uberdade do solo e o talento do mestiço.”

(Mário Maestri*)

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Roger BASTIDE nos relata - 1944

“Regressei para a cidade de bonde. O veículo estava cheio de trabalhadores de volta das fábricas que se misturavam aos

passeantes...

“Mestiços, brancos e pretos aglomerados, apertados, amontoados uns sobre os outros.. Um preto exausto, deixava

cair a cabeça pesada e adormecida, sobre o ombro de um empregado de escritório, um branco... E isso constituía uma bela imagem da democracia social e racial que Recife me

oferecia no meu caminho de regresso, na passagem crepuscular pelo arrebalde pernambucano.” (Bastide 1944c in GUIMARÃES, A.S.,

DEMOCRACIA RACIAL, p.10, STF)

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O ´mito´ da Democracia Racial: A visão da “democracia racial” antes de ser ´mito´.

(ABDIAS ao I Congresso Negro Brasileiro, em agosto/1950):

“Observamos que a larga miscigenação praticada como imperativo da formação histórica, desde o início da colonização do Brasil, está se transformando, por

inspiração e imposição das últimas conquistas da biologia, da antropologia e da sociologia, numa bem

delineada doutrina de DEMOCRACIA RACIAL a servir de lição e modelo para outros povos de

formação étnica complexa conforme é o nosso caso”

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DIGNIDADE HUMANA: nem o povo pode violar

É a lição do mestre Comparato: “Reduzido à sua expressão mais simples, o regime

democrático é composto de dois elementos essenciais: o princípio majoritário e a garantia dos direitos fundamentais.

Advertindo: “A vontade popular que despreza a DIGNIDADE da Pessoa Humana não é

democrática, é TIRÂNICA”

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As Cotas Sociais: Bolsa Família

Exemplo de AA não racial (80%).

- a inclusão de afro-brasileiros nas oportunidades em geral não pode ser pela

´raça estatal´.

Na espécie, de universidades, basta, portanto: 50% de cotas sociais/renda para a

inclusão dos afro-brasileiros.

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Malcolm X, foi executado por racialistas RADICAIS .

"Não lutamos por integração ou por separação. Lutamos para

sermos reconhecidos como seres humanos. Lutamos por direitos de

HUMANOS." - Essa foi sua sentença de morte!

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E enfatiza o líder MANDELA:

"Eu odeio o racismo, pois o considero uma coisa

selvagem, venha ele de um preto ou de um branco. "

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Que n/governantes possam afirmar:

Pres. Lula, Dia Internacional da Recordação do Holocausto Recife - PE, 27jan2010

“ ... Em março, terei a honra de visitar Israel, a Palestina e a Jordânia. E levarei até lá

nossa mensagem de tolerância e de paz. Uma mensagem que é baseada, não em uma utopia, mas na REALIDADE de uma nação onde as

mais diversas comunidades convivem em harmonia.”

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STF: QUEREMOS SER SIMPLESMENTE HUMANOS!

Consigno o apelo: que a Excelsa Corte não permita que o Estado

nos imponha uma identidade racial que não queremos. E, que

doravante, sejamos apenas senhores de NOSSO DESTINO. Destino que o

racismo sonegou e retardou: que sejamos

simplesmente HUMANOS!