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Escola de Arquitectura Eduardo Jorge Cabral dos Santos Fernandes A Escolha do Porto: contributos para a actualização de uma ideia de Escola Tese de Doutoramento em Arquitectura, Área de Conhecimento de Teoria e Projecto. Trabalho realizado sob a orientação do Professor Arquitecto Jorge Correia (orientador) e do Professor Arquitecto João Vieira Caldas (co-orientador) Julho de 2010

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Escola de Arquitectura

Eduardo Jorge Cabral dos Santos Fernandes

A Escolha do Porto: contributos para a actualizao de uma ideia de EscolaTese de Doutoramento em Arquitectura, rea de Conhecimento de Teoria e Projecto. Trabalho realizado sob a orientao do Professor Arquitecto Jorge Correia (orientador) e do Professor Arquitecto Joo Vieira Caldas (co-orientador) Julho de 2010

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Agradecimentos Ao Prof. Arq. Sergio Fernandez, que desde o primeiro momento aceitou acompanhar esta tese e que, mesmo depois de ter deixado de ser (oficialmente) o seu orientador, continuou a mostrar o mesmo interesse e disponibilidade no seu acompanhamento, constituindo ajuda preciosa, insubstituvel crtica e encorajador incentivo. Ao Prof. Arq. Jorge Correia e ao Prof. Arq. Joo Vieira Caldas (orientador e co-orientador desta dissertao) pela disponibilidade, empenho e rigor com que acompanharam este trabalho. A todos os que contriburam, de uma forma ou outra, para o desenvolvimento deste trabalho, de que destaco (pedindo desculpa por eventuais omisses involuntrias) o contributo precioso de Paulo Cruz, Nuno Portas, Paulo Varela Gomes, Alexandre Alves Costa, Domingos Tavares, Manuel Mendes, Maria Manuel Oliveira, Francisco Ferreira, Joana Ribeiro, Daniel Silva, Vincenzo Riso, Elisirio Miranda, Pedro Bandeira, Ana Lusa Rodrigues, Ivo Oliveira, Bernardo Brito, Glria Vilaa, Lucinda Oliveira, Vernica Costa, Jos Carlos Freitas e Teresa Godinho. A todos os docentes e colegas da minha licenciatura que despertaram o meu interesse pela Arquitectura Portuguesa. A todos os alunos que, durante estes 11 anos de carreira acadmica (na FAUP e na EAUM) me ensinaram e incentivaram a estudar. Cristina, Catarina, Leonor e ao Francisco, por me lembrarem quotidianamente que a vida no s Doutoramento. Finalmente, gostaria de dedicar esta dissertao memria (sempre presente durante a sua elaborao) do Professor Fernando Tvora.iii

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Resumo.

A Escolha do Porto: contributos para a actualizao de uma ideia de Escola O termo Escola do Porto implica uma identidade que relaciona a pedagogia de uma instituio de ensino com as ideias e a prtica arquitectnica dos seus professores e/ou antigos alunos. Nasce como uma ideia de arquitectura moderna portuguesa, com a obra terica, desenhada e construda de Fernando Tvora, na sequncia de um processo hesitante, difcil e solitrio que medeia entre a publicao de O Problema da Casa Portuguesa e a construo do mercado de Vila da Feira (o primeiro texto e a primeira obra globalmente representativos desta ideia). A transformao desta aco individual numa tendncia colectiva coincide com a realizao do Inqurito Arquitectura Popular Portuguesa, entre 1955 e 1961, perodo marcado por vrios acontecimentos de grande importncia para a definio das ideias de arquitectura e ensino da Escola. Este primeiro enunciado de uma identidade vai ser posto prova nos tempos de crise pedaggica, social e poltica que medeiam entre a Reforma de 1957 e a Revoluo de 1974. Depois, com o processo SAAL, a Escola obrigada a reinventar-se, confrontada com uma situao paradoxal, na defesa dos princpios do Direito Arquitectura e do Direito Cidade face urgncia e dimenso das necessidades das populaes. na sequncia desta curta (mas marcante) experincia, e do crescente interesse exterior pela obra do seu arquitecto mais prestigiado, lvaro Siza Vieira, que a chamada Escola do Porto se transforma num fenmeno globalizado, o que altera a sua especificidade.

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Esta identidade de Escola subsiste, durante todo o arco temporal que estudamos (1940-1997), como resultado de um conjunto de mecanismos de transmissibilidade de uma metodologia cognitiva (uma maneira de pensar articulada com uma maneira de fazer) que relaciona os conceitos de colaborao e relao com o contexto com um entendimento intemporal de modernidade, uma concepo da arquitectura como arte figurativa, um entendimento Vitruviano da formao do arquitecto e a defesa do desenho analgico como instrumento primordial de concepo e de sntese. Apesar da diversidade de contributos identificveis, a sua caracterizao pode fazer-se, at dcada de 80, com um grau elevado de consenso; depois, nos anos 80 e 90, a subsistncia desta identidade frequentemente questionada. A Escola sofreu, durante estas dcadas, uma mudana de escala que atravessou transversalmente a generalidade dos seus vectores constituintes e despoletou uma crise de crescimento sensvel em todas as suas vertentes. Procuramos nesta dissertao entender os mecanismos destas alteraes e inquirir sobre a conscincia terica de uma nova identidade, procurando reflexos das novas realidades na formao dos estudantes da FAUP e na metodologia de trabalho, na obra e nas ideias dos arquitectos do Porto. Acreditamos, no entanto, que estas mudanas no implicam a morte da Escola; pelo contrrio, defendemos que a sua metodologia cognitiva continua a fazer sentido. No entanto, no final do mbito temporal do nosso estudo, encontramos associados designao Escola do Porto dois fenmenos muito distintos: a mera reutilizao acrtica de modelos formais, reproduzidos a partir de imagens publicadas e/ou obras visitadas, configura a permanncia daquilo a que poderemos chamar Estilo do Porto, mas a efectiva transmissibilidade do mtodo cognitivo da Escola implica a considerao dos valores tericos de cada referncia exterior e o seu uso intencional e consequente, face ao contexto e ao programa, mas tambm ao novo esprito da poca. Assim, a subsistncia desta ideia de Escola, nos dias de hoje, implica o respeito pela herana do seu modo de pensar mas tambm, paradoxalmente, a sua actualizao.

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Summary

The Choice of Oporto: contributions to update the idea of a School. The concept School of Oporto implies an identity that relates the pedagogy of a teaching institution with the ideas and architectural practice of its professors and/or former students. It is born as an idea of Portuguese modern architecture, with the work of Fernando Tvora (text, design and buildings), after an hesitating, difficult and solitary process between the publication of O Problema da Casa Portuguesa and the building of the Vila da Feira market (the first representative text and work of this idea). The transformation of this individual action into a collective trend coincides with the Enquiry on Popular Portuguese Architecture, between 1955 and 1961, a period of various important events to the definition of the ideas of architecture and teaching of the School. This first statement of an identity is tested in the pedagogical, social and political crisis occurred between the 1957 Reform and the 1974 Revolution. Afterwards, with the SAAL process (state housing programme), the School is forced to reinvent itself, confronted with a paradoxical situation, defending the principles of the Right to Architecture and the Right to the City and faced with the urgency and dimension of the needs of the populations. As a consequence of this short (but striking) experience, and of the growing external interest in the works of its most prestigious architect, lvaro Siza Vieira, the so-called Oporto School becomes a global phenomenon, which changes its specificity.

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This identity of School subsists, throughout the time range studied (1940-1997), as a result of a body of transmission mechanisms of a cognitive methodology (a way of thinking connected to a way of doing) that relate the concepts of collaboration and relation with the context with a timeless understanding of modernity, a concept of architecture as figurative art, a Vitruvian understanding of the architect education and the endorsing of the analogical drawing as the main instrument of conception and synthesis. Despite the diversity of identifiable contributions, up to the 80s its characterisation can be traced with a great consensus; however, in the 80s and 90s, the persistence of this identity is often questioned. During these decades the School undergoes a change in scale that crosses its constituting vectors transversally and creates a growth crisis, perceivable in all its fields. In this dissertation we try to understand the mechanisms of those changes and to question the theoretical conscience of a new identity, trying to identify the new realities in the education of the FAUP (Faculty of Architecture of the University of Oporto) students and in the methodology, the work and the ideas of the Oporto architects. We believe, however, that these changes do not imply the death of the School; on the contrary, its cognitive methodology is still meaningful. Nonetheless, at the end of the time span of our study, two very distinct phenomena have become associated with the Oporto School: the mere uncritical reusing of its formal models, reproduced from the published images and/or works visited, results in the permanence of an Oporto Style, but the effective transmission of the cognitive method of this School implies the understanding of the theoretical values of each external reference and its intentional and consequent use, when faced with the context and the programme, but also with the new Zeitgeist. Therefore, the persistence of this idea of School, nowadays, implies the respect for the heritage of its way of thinking but, paradoxically, also its update.

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I VOLUME: Introduo. 1. A Escrita do Porto. 1.1. Antecedentes: personagens, legados e desafios. 1.1.1. Marques da Silva, o elementarismo e a tradio da Escola-Ateli. 1.1.2. Carlos Ramos e a modernizao do ensino. 1.1.2.1. O nacionalismo na arquitectura, a campanha da casa portuguesa e Raul Lino. 1.1.2.2. O Estado Novo e a primeira gerao moderna da arquitectura portuguesa. 1.1.2.3. Cristino da Silva, Carlos Ramos e o ensino da arquitectura nos anos 40. 1.1.2.4. Reflexos do ensino da EBAP nos CODA dos anos 40. 1.1.2.5. A segunda vaga do modernismo portugus e o Congresso de 48. 1.1.2.6. A Escola de Carlos Ramos. 1.2. A construo de uma ideia de Escola. 1.2.1. O Problema da Casa Portuguesa como momento fundador. 1.2.1.1. Organizao e Contedos. 1.2.1.2. Oportunidade e Significado. 1.2.2. A caminho de uma identidade colectiva: dos Cadernos de Arquitectura ao Inqurito, da Casa sobre o mar Casa de Ofir. 1.2.2.1. Crise de confiana e primeiras viagens: da virgem branca ao desfazer do mito. 1.2.2.2. A difcil concretizao de uma teoria em obra: primeiras tentativas. 1.2.2.3. Opes urbansticas: dois casos em Ramalde. 1.2.2.4. As trs constantes da evoluo da Arquitectura e do Urbanismo e as primeiras obras de maturidade. 1.2.2.5. Os textos do Comrcio do Porto: pessimismo e crtica. 1.2.2.6. O valor persuasivo do facto arquitectnico: primeiras obras manifesto e ltimos textos de referncia. 1.3. Da Reforma Revoluo: hipteses de trabalho. 1.3.1. A consolidao de uma identidade colectiva. 1.3.1.1. A modernizao do ensino e a Reforma de 1957. 1.3.1.2. Do funcionalismo abstracto ao funcionamento vernacular: a ESBAP e o Inqurito. 1.3.1.3. A participao portuense no CIAM X. 1.3.1.4. A transmisso de uma metodologia cognitiva: a emergncia de lvaro Siza. 1.3.1.5. A Escola como modelo interno e as primeiras vises exteriores. 1.3.2. Evoluo de uma ideia de Escola: diferentes caminhos. 1.3.2.1. A procura de novos modelos identitrios. 1.3.2.2. O reconhecimento internacional de lvaro Siza. 1.3.3. Crise e sobrevivncia do desenho. 1.3.3.1. Da sada de Ramos recusa do desenho. 1.3.3.2. lvaro Siza e a defesa do desenho pela prtica do projecto. 1.3.3.3. Fernando Tvora e a defesa do desenho pela pedagogia. 163 167 168 177 196 202 205 231 231 240 247 249 251 259 142 153 110 118 125 135 1 23 27 31 43 44 55 62 69 78 89 95 99 101 104 109

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II VOLUME: 2. A Escala do Porto. 2.1. Os CODA da EBAP/ESBAP. 2.1.1. Caracterizao do objecto de estudo e questes metodolgicas. 2.1.2. Programa, simbolismo, contexto, modelos, linguagem e escala. 2.1.2.1. Habitao unifamiliar: linguagem e contexto. 2.1.2.2. Habitao colectiva: efeitos de uma mudana de escala. 2.1.2.3. Programas tursticos: escala e relao com o stio. 2.1.2.4. Programas industriais e equipamentos agrcolas: a conceptualizao do pragmatismo. 2.1.2.5. Servios de sade e ensino: simbolismo e funo. 2.1.2.6. Programas religiosos: diferentes leituras de uma incontornvel carga simblica. 2.1.2.7. Os restantes CODA da EBAP/ESBAP. 2.1.3. Sntese Conclusiva. 2.2. A escala do ateli: o vo de escada face cadeia de montagem. 2.2.1. O Encontro de 1969 e o debate sobre a escala dos atelis. 2.2.1.1. O paradigma de escala como filosofia de vida. 2.2.1.2. O paradoxo de Royaumont. 2.2.2. A Escala do Porto. 2.2.2.1. Ofir. 2.2.2.2. De Ofir a Moledo. 2.2.2.3. De Moledo a Caminha. 2.3. O Processo SAAL como confronto com a cidade. 2.3.1. Discursos sobre o SAAL. 2.3.2. Reflexes sobre o SAAL Norte. 2.3.2.1. O clima de emergncia e a velocidade da resposta. 2.3.2.2. Especificidades do SAAL Norte: a relao com a ESBAP. 2.3.2.3. Questes tipolgicas: a regra e a excepo. 2.3.2.4. Siza e o conceito de ilha proletria. 2.3.2.5. As outras ilhas proletrias do SAAL Norte. 2.3.2.6. A ilha proletria como estrutura urbana: questionamento do conceito. 2.3.2.7. A Escala do SAAL Norte: do paradoxo de Royaumont aos planos de terceira gerao. 2.3.2.8. O SAAL em ambiente no urbano. 263 267 271 273 274 293 316 331 343 357 366 375 379 383 387 393 397 398 403 413 425 429 437 438 440 443 451 457 474 477 490

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III VOLUME: 3. A Escolha do Porto. 3.1. Maturidade ou crise: a arquitectura do Porto nos anos 80. 3.1.1. A herana do SAAL face ao novo mercado de trabalho. 3.1.1.1. Habitao colectiva de promoo estatal ou cooperativa. 3.1.1.2. Interveno em reas de valor patrimonial: da Ribeira ao Chiado. 3.1.2. Equipamentos pblicos depois de Abril: escala, linguagem, programa, significado e contexto. 3.1.3. To catch a precise moment of a flittering image in all its shades 3.2. Da Revoluo Universidade: estabilizao de uma ideia de arquitectura e ensino. 3.2.1. A ESBAP depois de Abril: oposio entre duas vises de ensino. 3.2.1.1. As propostas de Bases Gerais de 74/75. 3.2.1.2. Os Encontros do Curso de Arquitectura e as Bases Gerais de 75/76. 3.2.2. A ESBAP entre 1976 e 1979: evoluo da estrutura do Curso de Arquitectura. 3.2.2.1. As Bases Gerais de 1976/77. 3.2.2.2. Da proposta de 1977 s Bases Gerais de 79/80. 3.2.2.3. Da Revoluo Universidade: escolhas e frustraes. 3.2.3. O ensino da Arquitectura no Porto na transio entre a ESBAP e a FAUP. 3.2.3.1. A difcil transio logstica. 3.2.3.2. Transio pedaggica: do debate de 1983 ao plano de estudos da FAUP. 3.2.3.3. As aulas de Teoria Geral da Organizao do Espao. 3.2.3.4. A revista Unidade e a contestao interna na FAUP. 3.2.3.5. A escola-ateli na era da informao. 3.3. Ser ou no ser: dilemas de uma construo terica. 3.3.1. Para uma teoria da Escola: a nova escrita do Porto. 3.3.1.1. Discursos de um Mtodo: as dissertaes dos Concursos para Professor Agregado de 1979. 3.3.1.2. A Escola do Rigor face ao Post-modern. 3.3.1.3. A Escola na imprensa internacional: Regionalismo Crtico ou Profisso potica? 3.3.1.4. Redefinies e discursos crticos: a Escola e a Escola. 3.3.1.5. Notas para uma caracterizao da Arquitectura Portuense. 3.3.1.6. Crnica de uma morte anunciada. 3.3.1.7. Quem se atreve a discutir a forma de um dedo? 3.3.2. Ser ou no ser Moderno: a modernidade como conceito intemporal. 3.3.2.1. O princpio da intemporalidade da arquitectura moderna. 3.3.2.2. Os modernos so em geral superiores aos antigos: a tradio de oposio ao contexto dominante. 3.3.3. Ser ou no ser Escola: transmissibilidade e decoro terico. 3.3.3.1. Consideraes sobre a aplicao do conceito de escola no Porto. 3.3.3.2. A Escola no uma rvore: para uma leitura em semi-retcula dos fenmenos de transmissibilidade. 3.3.4. Ser ou no ser do Porto: o stio como alegoria. 3.3.4.1. Os stios de Siza: do Regionalismo Crtico Globalizao. 3.3.4.2. A especificidade da arquitectura Portuense. Concluso. Bibliografia. 501 505 509 513 527 533 561 585 589 590 599 605 606 609 622 625 627 629 641 645 658 667 671 672 678 687 690 697 700 707 713 714 719 727 728 734 743 744 749 753 775xi

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No texto desta dissertao so usadas as seguintes abreviaturas: AAP Associao dos Arquitectos Portugueses Arquitectura Revista Arquitectura BCE - Bairros de Casas Econmicas promovidos pelo Estado Novo BG Bases Gerais do Curso de Arquitectura da ESBAP Brigadas Brigadas Tcnicas do SAAL CDUA FAUP Centro de Documentao de Urbanismo e Arquitectura da FAUP CMP Cmara Municipal do Porto CODA Concurso para Obteno do Diploma de Arquitecto Congresso 1 Congresso Nacional de Arquitectura de 1948 Cooperativa rvore Cooperativa de Actividades Artsticas CRL, Porto CRUARB - Comissariado para a Renovao Urbana da rea da Ribeira Barredo DAA UM Departamento Autnomo de Arquitectura da Universidade do Minho EA UM Escola de Arquitectura da Universidade do Minho EBAL - Escola de Belas Artes de Lisboa EBAP Escola de Belas Artes do Porto ESBAL - Escola Superior de Belas Artes de Lisboa ESBAP Escola Superior de Belas Artes do Porto Experincia - Regime Experimental institudo no Curso de Arquitectura da ESBAP em 1970 FAUP Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto FBAUP Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto FEUP Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto FFH Fundo de Fomento de Habitao FLUP Faculdade de Letras da Universidade do Porto ICAT Iniciativas Culturais Arte e Tcnica Inqurito Inqurito Arquitectura Popular Portuguesaxiii

IST Instituto Superior Tcnico JA revista J A, publicao bimestral da Ordem dos Arquitectos OA Ordem dos Arquitectos ODAM Organizao Dos Arquitectos Modernos PREC Processo Revolucionrio Em Curso Processo Processo SAAL Reforma Reforma do ensino das Belas Artes de 1957 Revoluo revoluo de 25 de Abril de 1974. SAAL Servio de Apoio Ambulatrio Local SNA Sindicato Nacional dos Arquitectos SPN Secretariado de Propaganda Nacional TGOE - Teoria Geral da Organizao do Espao Unidade revista Unidade Unit Unidade de Habitao de Marselha.

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Listagem de ilustraes.As fontes bibliogrficas das imagens indicam-se entre parntesis, abreviadas; na bibliografia podem encontrar-se as referncias completas. Todas as imagens com indicao (CDUA FAUP) so propriedade do Centro de Documentao de Urbanismo e Arquitectura da FAUP (que nos concedeu autorizao para a sua utilizao neste trabalho), com autoria do fotografo Armnio Teixeira. Todas as fotografias em que no est indicada fonte bibliogrfica e apenas surge a indicao (E. F.) so da autoria de Eduardo Fernandes.Fig. 1. Vista da marginal de Lea, com Piscina das Mars, de lvaro Siza, foto do estado actual (E. F.). Fig. 2 Casa de Ofir, Fernando Tvora, foto do estado actual (E. F.). Fig. 3 lments et Thorie de LArchitecture, de J. Guadet, exemplar de Marques da Silva, presente na exposio do seu esplio, FAUP, 2006 (E.F.). Fig.4 Trs obras de Marques da Silva no Porto, fotos do estado actual (E. F.): a) Armazns Nascimento. b) Gare de S. Bento. c) Edifcio A Nacional. Fig. 5 Obras no Porto, fotos do estado actual (E. F.): a) Palcio Atlntico, ARS. b) Edifcio Rialto, Rogrio de Azevedo. c) Palcio do Comrcio, Maria Jos Marques da Silva e David Moreira da Silva. d) Garagem do jornal Comrcio do Porto, Rogrio de Azevedo. e) Edifcio do jornal Comrcio do Porto, Rogrio de Azevedo. Fig. 6 a) Hospital de Santo Antnio, John Carr, foto do estado actual (E. F.). b) Palacete de Jorge ONeill, vista e pormenor da fachada (SINCERO, J., Casa Portugueza, pg. 207 e 210). c) Casa do Conde dArnoso (RIBEIRO, I. Raul Lino, pg. 88). d) casa do Engenheiro Ricardo Severo (RIBEIRO, I. Raul Lino (pg. 90). Fig. 7 a) Alados da Casa n 8 do Portugal dos Pequenitos (VIEGAS, I. M.; VALE, I. H., Jardim Portugal dos Pequenitos, pg. 30-31) b) Casa da Estremadura no Portugal dos Pequenitos, foto do estado actual (E. F.). c) Ilustrao de Raul Lino para Casa na Estremadura (Casas portuguesas., p. n. n.) d) Casa do Caramulo no Portugal dos Pequenitos, foto do estado actual (E. F.). e) Ilustrao de Raul Lino para Casa do Caramulo (Casas portuguesas., p. n. n.). 50 46 40 38 36 23 1

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Fig. 8 Obras de Raul Lino, fotos do estado actual (E. F.). a) Vivenda Pimenta, Coimbra, 1902. b) Governo Civil de Coimbra, 1928. c) Casa dos Patudos, em Alpiara, 1904. Fig. 9 Obras da primeira gerao moderna, fotos do estado actual (E. F.). a) Instituto Superior Tcnico, Pardal Monteiro b) Instituto Nacional de Estatstica, Pardal Monteiro. c) Liceu de Coimbra, Carlos Ramos d) Casa da Moeda, Jorge Segurado e Antnio Varela. e) Hotel Vitria, Cassiano Branco. f) Coliseu do Porto, Cassiano Branco. Fig. 10 Obras em linguagem Estado Novo, em Lisboa, fotos do estado actual (E. F.). a) Praa do Areeiro, Cristino da Silva. b) Praa de Londres, Cassiano Branco. c) Faculdade de Letras de Lisboa, Pardal Monteiro. Fig. 11 Cristino da Silva, estudo para Um Grande Porto Comercial (FERNANDES, J. M., Lus Cristino da Silva, pg. 40). Fig. 12 a) Colnia Balnear e de Frias, Lucnio Cruz (revista rA, pg. 23). b) Igreja das Antas, Fernando Tudela, foto do estado actual (E. F.) c) Prdio, Fernando Silva (CDUA FAUP). d) Assento de Lavoura, Castro Freire (revista rA, pg. 19). e) Jardim-Escola, Manuel Montalvo (revista rA, pg. 22). f) Escola, Amndio Amaral (CDUA FAUP). Fig. 13 a) Moradia em Cascais, Victor Palla (revista rA, pg. 14). b)Bairro Piscatrio em Espinho, Sottomayor Negro (CDUA FAUP). c) Central Leiteira, Raul Leito, alado (CDUA FAUP). Fig. 14 a) Fbrica de tapetes para Vigo, Fernando Pereira de Matos, alado (CDUA FAUP). b) Bairro de casas geminadas, Manuel Laginha, perspectiva (CDUA FAUP). c) Prdio de rendimento no Porto, Amndio Marcelino, foto do estado actual (E. F.). Fig. 15 a) A Minha Casa, Delfim Amorim (revista rA, pg. 11). b) Pavilho das Ilhas Adjacentes, Mrio Bonito (revista rA, pg. 21). Fig. 16 Palcio de Justia de vora, Carlos Ramos, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 17 O Problema da Casa Portuguesa, Semanrio ALO (microfilme cedido pela Biblioteca Municipal do Porto). Fig. 18 Casa de Habitao, Mrio de Oliveira, alados (CDUA FAUP). Fig. 19 a) Fernando Tvora, Casa sobre o Mar: planta, alado e perfis (revista rA, pg. 32). b) Idem, perspectiva aguarelada por Nadir Afonso (ASOCIACIN PRIMEIRO ANDAR, coord., Tavora, pg. 58). c) casa Kaufmann, Frank Lloyd Wright (PFEIFFER, B. B., Frank Lloyd Wright, pg. 118). d) Fernando Tvora, Casa sobre o Mar, folha 6 (CDUA FAUP). Fig. 20 a) Bairro das Estacas, Formosinho Sanchez e Ruy dAthouguia, fotos do estado actual (E. F.). b) Bairro de Ramalde, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.), vista geral, pormenor da fachada poente e pormenor da fachada nascente. 130 122 114 100 92 76 74 72 70 63 60 56 52

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Fig. 21 Grupo residencial dos armazenistas de mercearia, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.). a) vista de conjunto (incio da rua Aaro de Lacerda). b) 2 grupos de 4 casas, com edifcio de habitao colectiva ao fundo c) grupo de 4 casas geminadas d) edifcio de habitao colectiva e) vista de conjunto (meio da rua Aaro de Lacerda). Fig. 22 a) Mercado de Vila da Feira, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.): vista do interior, utilizao do azulejo e mobilirio fixo. b) Mercado da Ovar, Janurio Godinho, fotos do estado actual (E. F.): vista do interior, cobertura invertida e utilizao do azulejo. Fig. 23 Biblioteca do Instituto Nunlvares, Fernando Tvora, fotos do interior, estado actual (E. F.). Fig. 24 TVORA, Fernando, Do Porto e do seu Espao, suplemento de Cultura e Arte do Jornal Comrcio do Porto, 26.1.1954, pg. 6 (E. F.). Fig. 25 Quinta da Conceio, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.): entrada do ptio vermelho e Pavilho de Tnis. Fig. 26 Imagens de espigueiro, relatrio da Zona 1 do Inqurito (SNA, Arquitectura Popular em Portugal, pg. 73). Fig. 27 a) Pequeno hotel de frias no alto Minho, Jos Moura, alados (CDUA FAUP). b) Desenhos de Corbusier para a casa Errazuris, Celle-Saint-Cloud e Les Mathes (BOESIGER, W., le Corbusier, pg. 70-71). c) Bloco de habitaes em ala contnua, Albano Moura (CDUA FAUP). Fig. 28 Escola primria, Manuel Ribeiro, alados e planta (CDUA FAUP). Fig. 29 a) Habitao no Porto, Maria Augusta Guedes, perspectiva do interior (CDUA FAUP). b) Parque infantil no Porto, Lino Vasconcelos, planta, perspectiva, alados, corte e detalhes (CDUA FAUP). Fig. 30 a) Unidade Residencial de Ramalde, trabalho escolar de Pdua Ramos e Ferreira dos Santos, fotos da maqueta e plantas (ESBAP, Boletim, n. 2/3, pg. 15-17). b) Habitaes Unifamiliares, trabalho escolar de Luiz Cunha, Fernando Seara e Villares Braga, perspectiva, imagem de maqueta e plantas (idem, pg. 1718). Fig. 31 a) Moradia, Santos Costa, alado e planta (revista rA, pg. 34). b) Moradia de Jos Cardoso, planta, corte e alado (idem, pg. 35). c) Moradia, Jos Carlos Loureiro, alados, planta e corte (idem, pg. 33). Fig. 32 a) Moradia de Oliveira Martins, plantas e alados (revista rA, pg. 13). b) Anncio do Concurso Eva do Natal (jornal Comrcio do Porto em 11.12.1955). c) Moradia de Oliveira Martins, axonometria (revista rA, pg. 13) e foto do estado actual (E. F.). Fig. 33 a) Habitao na Serra da Estrela, Lus Baptista, perspectiva (CDUA FAUP). b) Posto rodovirio em Lagos, Antnio Castro, perspectiva (CDUA FAUP). b) Casa de frias na Serra dos Carvalhos de Jos Marques, plantas e corte (revista rA, pg. 30). c) Casa de frias no Cabo do Mundo de Alfredo Braga, planta e alados (CDUA FAUP). Fig. 34 a) Casa na praia de Francisco Melo, plantas e alados (revista rA, pg. 31). b) Habitao para industrial, Jorge Gigante, plantas e alados (idem, pg. 37). c) Quatro casas em Matosinhos, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.) e plantas (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, Casas, pg. 24). Fig. 35 Casa de frias em Amorim, de Alfredo Matos, fotos do estado actual (E. F.), recentemente reformulado. Fig. 36 Painis 3 e 4 da participao portuguesa no CIAM X (GRUPO CIAM PORTO, X Congresso CIAM). 198 xvii 194 192 190 188 186 184 182 180 178 159 154 146 141 138 133

Fig. 37 a) Bairro do Toural em Bragana, de Viana de Lima, fotos do estado actual (E. F.). b) Faculdade de Economia do Porto, Viana de Lima, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 38 Restaurante e Posto de Estrada de Seia, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 39 a) Quatro casas de Matosinhos, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). b) Casa Carneiro de Melo, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). c) Centro Paroquial de Matosinhos, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 40 a) Casa de Ch, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). b) Piscina das Mars, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 41 a) Cooperativa de Lordelo, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). b) Piscina da Quinta da Conceio, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 42 Quinta da Conceio, Fernando Tvora (com lvaro Siza), fotos do estado actual (E. F.). Fig. 43 Bloco de Pereira Reis, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 44 a) Conjunto habitacional Luso, Jos Carlos Loureiro e Pdua Ramos, fotos do estado actual (E. F.). b) Edifcio Parnaso, Jos Carlos Loureiro e Pdua Ramos, fotos do estado actual (E. F.). c) prdio em Coimbra, Vasco Cunha, fotos do estado actual, frente e traseiras (E. F.), desenho do alado posterior (CDUA FAUP). Fig. 45 Casas em Moledo, CODA de lvaro Siza (revista rA, pg. 60). Casa Alves Costa, lvaro Siza, planta (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 45) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 46 a) Formas do Habitat Rural - Norte de Bragana, contribuies para a estrutura da Comunidade, Arnaldo Arajo, 1957 (revista rA, pg. 51-52). b) Ensaio de Recuperao de um Conjunto na Aldeia de Espinhosela - Contribuio Metodolgica para Planos de Recuperao, Jos Joaquim Dias, 1963 (revista rA, pg. 71). Fig. 47 Recuperao de Aldeias - equipamento colectivo. Rio de Onor, Bragana, Sergio Fernandez, 1964, fotografado (E. F.) a partir de exemplar disponibilizado por Sergio Fernandez: a) levantamento do existente, alado e plantas. b) proposta para a Casa do Povo, alados. Fig. 48 a) Casa Beires, foto da poca da construo, planta do piso 1 (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, pg. 163) e fotos do estado actual (E. F.). b) Casa Alves Santos, foto do estado actual (E. F.). c) Casas Alves Santos e Rocha Ribeiro, plantas do piso 0 (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 56 e 29). Fig. 49 a) Plantas da casa Carneiro de Melo e do projecto para a casa Jlio Gesta (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 27 e 37). b) Planta da casa Ferreira da Costa (idem, pg. 39) e foto do estado actual (E. F.). c) Plantas da casa Alves Costa e da casa Manuel Magalhes (idem, pg.45 e 65). d) Casa Manuel Magalhes, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 50 a) Supermercado Domus, fotos do estado actual (E. F.). b) Caxinas, Vila do Conde, fotos do estado actual (E. F.) e maqueta (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, 1954-76, pg. 208). c) Imagem de ilha do Porto (GURDIA, M., et. al., Atlas histrico de ciudades europeas, pg. 141). d) bairro da Boua, Porto, foto da construo e da maqueta (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, 1954-76, pg. 177). Fig. 51 VillAlcina, Sergio Fernandez, foto do estado actual (E. F.). Fig. 52 Habitao rural, Rolando Torgo, planta e alados (revista rA, pg. 59). 276 xviii 263 256 254 252 237 235 228 224 222 220 216 214 209 207 200

Fig. 53 Habitao unifamiliar isolada, Clio Costa, cortes (CDUA FAUP). Fig. 54 a) Casa de frias em Amorim (recentemente reformulada), Alfredo Matos, fotos do estado actual (E. F.). b) Habitao, Joaquim Jos de Sousa, alado e planta (CDUA FAUP). Fig. 55 a) Habitao na Serra da Estrela, Lus Baptista, perspectiva (CDUA FAUP). b) Habitao nos Aores, Manuel Medeiros, perspectiva (CDUA FAUP). c) Habitao no Mindelo, ngelo Peres, fotos do estado actual (E. F.). d) Moradia em Trs os Montes, Manuel Melo, fotos da maqueta (CDUA FAUP). Fig. 56 Bloco de casas em ala contnua, Albano Moura, perspectiva (CDUA FAUP). Fig. 57 a) habitao unifamiliar, Manuel Sousa, perspectiva (CDUA FAUP). b) habitao unifamiliar, Vasco Mendes, perspectiva (CDUA FAUP) c) habitao unifamiliar, Maria Oliveira, perspectiva (CDUA FAUP). d) habitao unifamiliar, Mrio Azevedo, perspectiva (CDUA FAUP). e) habitao unifamiliar, Jos Pulido Valente, fotos do estado actual (E. F.), alado e planta (revista rA, pg. 59). Fig. 58 a) habitao unifamiliar, Maria Guedes, perspectiva do interior (CDUA FAUP) b) habitao unifamiliar, Joo Camacho, foto do estado actual (E. F.). c) habitao unifamiliar, Joaquim Sampaio, fotos do estado actual (E. F.). d) habitao, Jorge Baptista, perspectiva (CDUA FAUP). e) duas habitaes geminadas, Joaquim Fazenda, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 59 a) casa de Ofir, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.). b) quatro casas de Matosinhos, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 60 a) Cooperativa O Lar Familiar, Mrio Bonito, fotos do estado actual (E. F.). b) Casas de Celestino de Castro nas ruas Santos Pousada e Amial, fotos do estado actual (E. F.). c) Casa Aristides Ribeiro, Viana de Lima, foto do estado actual (E. F.). d) Casa na rua Latino Coelho, Armnio Losa e Cassiano Barbosa, foto da fachada (FERNANDES, F.; CANNAT, M., Guia da Arquitectura Moderna). Fig. 61. Bloco das guas Livres, Nuno Teotnio Pereira e Bartolomeu Costa Cabral, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 62 a) Bloco de Costa Cabral, de Viana de Lima, edifcio Parnaso e Conjunto habitacional do Luso, de Jos Carlos Loureiro, fotos do estado actual (E. F.). b) Prdio de rendimento, Fernando Silva, alado (CDUA FAUP). c) Prdio de rendimento para o Porto, Bruno Reis, perspectiva (CDUA FAUP). Fig. 63 Prdio de rendimento de Amndio Marcelino, fotos do estado actual (E. F.) e alado (revista rA, pg. 16). Fig. 64 a) Edifcio Ouro, Mrio Bonito, fotos do estado actual (E. F.). b) Edifcio de habitao colectiva no Porto, Pereira da Costa, planta, alado (revista rA, pg. 39) e foto do estado actual (E. F.). c) Habitao colectiva, Joo Korrodi, planta e alado (revista rA, pg. 40) d) Habitao colectiva, Alberto Rosmaninho planta de implantao e alado (revista rA, pg. 40). Fig. 65 a) Edifcio Ouro, Mrio Bonito, foto do piso recuado, plantas (revista J-A, n. 205, Mar./Abr. 2002, pg. 68-69) e alado (GONALVES, J. F., Prdios de Rendimento, p. n. n.). b) Unidade de habitao de Marselha, foto do estado actual (E. F.) e alado (SBRIGLIO, J., Le Corbusier, pg. 118). Fig. 66 a) Bloco de habitao, comrcio e escritrios, Hermenegildo Pestana, fotos do estado actual (E. F.). b) Edifcio na rotunda da Boavista, Benjamim Carmo Azevedo e edifcio na avenida da Boavista, Mrio Borges de Arajo, fotos do estado actual (E. F.). 306 302 300 298 296 294 292 290 288 286 284 282 280 278

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Fig. 67 a) Bloco residencial na rua Corte-Real, Adrito Barros, fotos do estado actual (E. F.). b) Edifcio no Porto, Rui Pimentel, foto do estado actual (E. F.). c) Edifcio ISM, Barcelona, Coderch, foto e planta (FRAMPTON, K., Modern Architecture, pg. 384). d) Vasco Cunha, prdio em Coimbra, alado posterior (CDUA FAUP) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 68 Conjunto habitacional para a Quarteira, Lopes da Costa (CDUA FAUP). Fig. 69 a) Conjunto habitacional do Luso, de Jos Carlos Loureiro e Pdua Ramos, vista area e planta da torre (FERNANDES, M. C., Campo do Luso). b) Torre Neue Varh, Alvar Aalto, foto e planta (LAHTI, L., Alvar Aalto, pg. 88-89). c) Torres dos Olivais, Teotnio Pereira e Nuno Portas, fotos do estado actual (E. F.). d) Bloco residencial no Porto, Luiz Praa, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 70 Imvel de rendimento para a Cidade da Beira, Moambique, Jos Moreira (CDUA FAUP). Fig. 71 a) Pousada de Bragana, Jos Carlos Loureiro e Pdua Ramos, fotos (revista Arquitectura n 78, Maio 1963, pg. 13). b) Hotel Vitria, Cassiano Branco e Hotel D. Henrique, Jos Carlos Loureiro e Pdua Ramos, fotos do estado actual (E. F.). c) Pousada de Santa Brbara, Manuel Tanha, corte, alado e foto (TAINHA, M., et. alt., Manuel Tainha, pg. 46-47). d) Hotel do Mar, Conceio Silva, foto (SILVA, J. P. C., et. alt., Francisco da Conceio Silva, arquitecto, pg. 40). Fig. 72 a) Colnia Balnear e de Frias, Lucnio Cruz, alado (revista rA, pg. 23). b) Pousada, Jos Sequeira Braga, alado (revista rA, pg. 23). c) Casa Les Mathes, Corbusier, alado, planta (BOESIGER, W., le Corbusier, pg. 71) e esquema construtivo (BENVOLO, L., Storia dellarchitettura moderna, pg. 621). d) Pequeno hotel de frias no Alto Minho, Jos Moura, alados (CDUA FAUP). Fig. 73 a) Motel para Viana do Castelo, Jos Pereira, perspectiva (CDUA FAUP). b) Estalagem da via Norte, Bento Lousan, alados (revista rA, pg. 67) e fotos do estado actual (E. F.). c) Hotel em Leiria, Carlos Almeida, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 74 a) Bloco de aplicaes mltiplas, Joo Matos, perspectiva (CDUA FAUP) e fotos do estado actual (E. F.). b) Antnio Moura, Estalagem (CDUA FAUP). Fig. 75 a) Casa-abrigo, Fernando Sousa, foto da maqueta (CDUA FAUP). b) Estalagem, Fernando S Dantas, planta (revista rA, pg. 67) c) casa de Ofir, Tvora, planta (TRIGUEIROS, L., ed., Casa de Frias em Ofir, p. n. n.). Fig. 76 Hotel Algar Sol, na praia do Carvoeiro, Antnio Feyo, perspectiva (CDUA FAUP). Fig. 77 a) Central Leiteira, Raul Leito, alado (CDUA FAUP). b) Fbrica de tapetes para Vigo, Fernando Pereira de Matos, alado (CDUA FAUP). c) Laboratrio de especialidades farmacuticas, Antnio Baptista, alado (revista rA, pg. 45). d) Fbrica de malhas, Lcio Miranda, alado (revista rA, pg. 45). e) Cortadoria Nacional de Plo, Jos Jacinto, perspectiva (CDUA FAUP). Fig. 78 a) Fbrica de mveis em Fnzeres, Dulio da Silveira, corte e planta (revista rA, pg. 66). b) Posto da Unio Elctrica Portuguesa, Eduardo Iglsias, alado (revista rA, pg. 45). Fig. 79 a) Armazm de algodo em Matosinhos, lvaro Siza, fotos do exterior e do interior (SALGADO, J., lvaro Siza em Matosinhos, pg. 131). b) Restaurante e Posto de Estrada de Seia, Fernando Tvora, foto do estado actual (E. F.). c) Agncia Volkswagen em Braga, Anbal Soares, alados (CDUA FAUP). d) Estao de Servio com Oficina, Lus Ribeiro, corte (CDUA FAUP) e) Ampliao de garagem no Porto, Alfredo Matos Ferreira, foto do estado actual (E. F.). xx 338 334 332 328 326 324 322 319 317 314 312 310 308

Fig. 80 a) Assento de Lavoura, Leonardo Castro Freire, planta e alado (revista rA, pg. 19). b) Propriedade agrcola, lvaro Bessa, alados (CDUA FAUP). Fig. 81 a) Complexo Cooperativo, Antnio Correia, perspectiva (CDUA FAUP). b) Grmio de lavoura, Duarte Castel-Branco, planta e alado (revista rA, pg. 48) | casas Jaoul, Corbusier, foto e corte (BOESIGER, W., le Corbusier, pg. 107). c) Complexo cooperativo na Granja de Mouro, Jos Forjaz, planta, alado e axonometria (revista rA, pg. 68). Fig. 82 a) Hospital de Bragana, Viana de Lima, foto do estado actual (E. F.). b) Asilo e posto anti-sifiltico para Trs os Montes, Altino Silva, alado (CDUA FAUP). c) Hospital Regional de Tomar, Amncio Guedes, perspectiva (CDUA FAUP). Fig. 83 a) Casa de sade para Lisboa, Antnio Arajo, axonometria (CDUA FAUP). b) Hospital de Bragana, Viana de Lima, foto do estado actual (E. F.). c) Pavilho do Rdio, Carlos Ramos, foto do estado actual (E. F.). Fig. 84 a) Escola na Guarda, Ades Bermudes, foto do estado actual (E. F.). b) Escola no Porto, Alexandre de Sousa, foto do estado actual (E. F.). c) Escola na Figueira da Foz, Rogrio de Azevedo, foto do estado actual (E. F.). d) Liceu de Coimbra, Carlos Ramos, foto do estado actual (E. F.). e) Pavilho de Pintura e Escultura da ESBAP, Carlos Ramos, alados e cortes (FAUP, Desenho de Arquitectura, pg. 53). f) Escola em Bragana, Viana de Lima, foto do estado actual (E. F.). g) Faculdade de Economia do Porto, Viana de Lima, foto do estado actual (E. F.). Fig. 85 a) Jardim-Escola, Manuel Montalvo, alado (revista rA, pg. 22) b) Escola, Amndio Amaral, alado (CDUA FAUP). c) Ncleo escolar, Helena SantAna, alados e perspectiva (CDUA FAUP). d) Colgio-internato, Albino Mendo, alado (revista rA, pg. 23) e) Jardim-infantil, Maria Quintanilha, planta e perspectiva (revista rA, pg. 46). Fig. 86 Escola Primria do Cedro, Fernando Tvora, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 87 a) Escola de Iniciao de Arte, Nomia Coutinho, planta e corte (revista rA, pg. 65). b) Escola primria, Manuel Ribeiro, planta e alados (CDUA FAUP). Fig. 88 Colgio de S. Miguel em Ftima, Pedro Pinto, axonometria (CDUA FAUP). Fig. 89 a) Igreja de Nossa Senhora de Ftima, Pardal Monteiro, foto do estado actual (E. F.). b) Igreja de So Joo de Deus, Antnio Lino, foto do estado actual (E. F.). c) Igreja do Sagrado Corao de Jesus, Nuno Teotnio Pereira e Nuno Portas, foto do estado actual (E. F.). d) Igreja do Instituto NunAlvares, Fernando Tvora, foto do estado actual (E. F.). e) Igreja de guas de Penamacor, Nuno Teotnio Pereira, foto do estado actual (E. F.). f) Convento de Gondomar, Fernando Tvora, foto do estado actual (E. F.). Fig. 90 a) Igreja em Capareiros, Eduardo Monteiro, alado (CDUA FAUP). b) Igreja de Santo Antnio das Antas, Fernando Tudela, fotos do estado actual, do exterior e do interior (E. F.). c) Capela de Ronchamp, Corbusier, fotos do estado actual, exterior e interior (E. F.). Fig. 91 a) Santurio de Nossa Senhora da Piedade, Lus Cunha, alado e planta (revista rA, pg. 49). b) Centro Paroquial de Matosinhos, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.). 362 360 358 356 354 352 350 348 346 344 342 340

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Fig. 92 a) Capela em estaleiro de uma Hidro-elctrica, Manuel de Almeida, fotos (FERNANDES, F.; CANNAT, M., Moderno Escondido). b) Centro Catlico em Vila Real, Mrio Santos, perspectiva (CDUA FAUP). c) Unidade de promoo e integrao social no Padro da Lgua, Abrunhosa Brito, perspectivas; foto (E. F.) de exemplar do autor. Fig. 93 Posto de Correios em vora, Filipe Figueiredo, alado, planta (revista rA, pg. 18) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 94 a) Edifcio de alojamento militar, Waldemar S, alados (CDUA FAUP). b) Piscina da Granja, Jos Coutinho, alados (CDUA FAUP) e fotos do existente. Fig. 95 a) Matadouro para Santo Tirso, Serafim Santos, perspectiva (CDUA FAUP). b) Museu Etnogrfico no Porto, Alcino Soutinho, perfis e plantas (revista rA, pg. 44). c) Museu Arqueolgico de Paos de Ferreira, Fernando Lanhas, planta e alado (revista rA, pg. 74) d) Arquivo Histrico do Porto, Carlos Reis Camelo, alado e planta (idem, pg. 43) e) Cinema para a Guarda, Manuel Magalhes, planta e alado (idem, pg. 17). Fig. 96 a) Mercado de Matosinhos, Fortunato Cabral (grupo ARS), fotos do estado actual (E. F.). b) Mercado para o Peso da Rgua, Fernando Giro, perspectiva (CDUA FAUP). c) Posto rodovirio para Lagos, Antnio Castro, perspectiva (CDUA FAUP). Fig. 97 a) Loja Rampa, Lisboa, Conceio Silva, fotos (SILVA, J. P. C., et. al., Francisco da Conceio Silva, pg. 34). b) Hotel do Mar de Sesimbra, Conceio Silva, foto (idem, pg. 40). c) Hotel da Balaia, Conceio Silva, foto (idem, pg. 75). Fig. 98 Companhia de Seguros Tranquilidade, Porto, Jos Carlos Loureiro, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 99 a) Casa de Ofir, de Fernando Tvora, percurso at entrada, fotos do estado actual (E. F.). b) Prototype dhabitation binuclaire, Marcel Breuer, axonometria e planta (Lrchitecture DAujourdHui, Jun. 1948, pg. 3). c) Casa Geller, Long Island, EUA, Marcel Breuer, planta (DRILLER, J. Breuer Houses, pg. 148). d) Uma habitao, CODA de Jos Carlos Loureiro, alados e planta (revista rA, pg. 33). Fig. 100 Esquema comparativo (E. F.) das plantas da casa Geller, de Marcel Breuer (DRILLER, J. Breuer Houses, pg. 148) e da casa de Ofir, de Fernando Tvora (TRIGUEIROS, L., ed. Casa de Frias em Ofir, p. n.n.). Fig. 101 a) Casa Alves Santos, cortes (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 56). b) Casa Alves Costa, cortes (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 46). c) Casa Alcino Cardoso, corte e alado (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 73). d) Casa Manuel Magalhes, cortes (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 65). Fig. 102 Casa de Ofir, Fernando Tvora, fotomontagem da planta de implantao (E. F., a partir dos desenhos publicados em TRIGUEIROS, L., ed., Casa de Frias em Ofir, p. n. n.), foto da entrada (TRIGUEIROS, L., ed., Casa de Frias em Ofir, p. n. n.) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 103 Casa Alves Costa, lvaro Siza, planta (CIANCHETTA, A.; MOLTENI, E., lvaro Siza, pg. 45) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 104 a) Bloco residencial na Pasteleira, Pedro Ramalho e Sergio Fernandez, fotos do estado actual (E. F.). b) Casa Marques Guedes, em Caminha, Alves Costa e Camilo Corteso, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 105 VillAlcina, em Caminha, Sergio Fernandez, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 106 VillAlcina, em Caminha, Sergio Fernandez, planta, cortes, alados (TAVARES, A.; BANDEIRA, P., ed., S ns e Santa Tecla, pg. 76) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 107 Bairro de Cabanas, SAAL Algarve, Joo Moitinho, fotos do estado actual (E. F.), plantas e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 342). 444 xxii 420 418 416 411 410 406 402 400 392 386 373 371 369 367 364

Fig. 108 Bairro de Carcavelos, Matosinhos, SAAL Norte, Bento Lousan, fotos do estado actual (E. F.), planta e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 404). Fig. 109 Bairro da Cruz de Pau, Matosinhos, SAAL Norte, Maria Fernanda Seixas, fotos do estado actual (E. F.), planta e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 406). Fig. 110 Bairro de Massarelos, Porto, SAAL Norte, Fernandes de S, fotos do estado actual (E. F.), planta, corte e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 428). Fig. 111 a) Ilha do Porto (GURDIA, M., et. al., Atlas histrico de ciudades europeas, pg. 141) b) Bairro da Boua, lvaro Siza, foto do estado actual (E. F.). c) Fbrica Sunila em Kotka, Finlndia, Alvar Aalto, foto e corte transversal (LAHTI, L., Alvar Aalto, pg. 39) d) Bairro da Boua, lvaro Siza, corte transversal (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, 1954-76, pg. 179). Fig. 112 a) Projecto de 1973 do bairro FFH da Boua, lvaro Siza, corte, esquisso inicial e planta de implantao (FRAMPTON, K., lvaro Siza Complete Works, pg. 140). b) Bairro SAAL da Boua, lvaro Siza, 1976, planta (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, 1954-76, pg. 179). c) Bairro SAAL da Boua, foto da maqueta e vista area dos blocos construdos em 1977 (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, 1954-76, pg. 179). Fig. 113 Bairro da Sra. das Dores, S. Victor, Porto, SAAL Norte, lvaro Siza, foto do estado actual (E. F.), fotos da poca (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, 195476, pg. 184-185), axonometria, plantas, corte e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 434-435). Fig. 114 Bairro da Lapa, Porto, SAAL Norte, Matos Ferreira e Beatriz Madureira, foto da poca (BORELLA, G., et. al., La scuola di Porto, pg. 27), fotos do estado actual (E. F.), plantas, cortes e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 422). Fig. 115 Bairro da Maceda-Accio, Porto, SAAL Norte, Alcino Soutinho, fotos do estado actual (E. F.), implantao (BORELLA, G., La Scuola di Porto, pg. 20), plantas e alados do bloco 1 (BANDEIRINHA, A., O Processo SAAL..., pg. 427). Fig. 116 Bairro de Francos, Porto, SAAL Norte, Rolando Torgo, fotos do estado actual (E. F.), implantao, plantas e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 420-421). Fig. 117 Bairro de Contumil, Porto, SAAL Norte, Clio Costa, fotos do estado actual (E. F.), planta de implantao, plantas e alados de um bloco de T1 + T4 (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 419). Fig. 118 Bairro das Antas, Porto, SAAL Norte, Pedro Ramalho, fotos do estado actual (E. F.), axonometria, plantas e cortes (BORELLA, G., et. al., La scuola di Porto, pg. 22-23). Fig. 119 Bairro de Chaves de Oliveira, Porto, SAAL Norte, Manuel Lea, fotos do estado actual (E. F.) e alados (ARQUIVO DISTRITAL DO PORTO, Uma cidade em (r)evoluo). Fig. 120 Bairro do Leal, Porto, SAAL Norte, Sergio Fernandez, fotos do estado actual (E. F.), plantas e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 425). Fig. 121 a) Projecto para Miragaia, Porto, SAAL Norte, Fernando Tvora, fotos da envolvente, estado actual (E. F.), plantas e alado (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 429). b) Projecto para a Prelada, Porto, SAAL Norte, Fernando Tvora, plantas, alado (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 432) e fotos da envolvente, estado actual (E. F.). Fig. 122 Janelas dos bairros do SAAL construdos na cidade do Porto, fotos do estado actual (E. F.): a) Bairros das Antas, Contumil e Leal. b) Bairros da Maceda, Francos e Sra. das Dores. c) Bairros da Lapa, Massarelos, Chaves de Oliveira e Boua. xxiii 478 472 470 468 466 464 462 460 458 455 453 452 450 448 446

Fig. 123 a) Empenas dos bairros do Leal, Chaves de Oliveira e Contumil, fotos do estado actual (E. F.). b) Empenas dos bairros de Massarelos, Antas e Lapa, fotos do estado actual (E. F.). c) Empenas dos bairros de Maceda, Francos e Sra. das Dores, fotos do estado actual (E. F.). d) Bairro da Boua, foto dos blocos construdos em 1977 (FRAMPTON, K., lvaro Siza, pg. 151-156) e foto do estado actual (E. F.). e) Casas na Weissenhofsiedlung, J. P. Oud (BARBIERI, U., J. J. P. OUD, pg. 122) f) Casas geminadas em Kotka, Finlndia, Alvar Aalto (LAHTI, L., Alvar Aalto, pg. 39). Fig. 124 a) Bairro SAAL da Boua, foto da maqueta do projecto de 1976 (TRIGUEIROS, L., ed., lvaro Siza, 1954-76, pg. 179). b) Edifcio Bonjour Tristesse, Berlim, lvaro Siza (FRAMPTON, Kenneth, lvaro Siza , pg. 199). c) Fachada de Adolf Loos na Michaelerplatz, Viena, (SARNITZ, August, Adolf Loos, pg. 39) d) Edifcio Mossehaus, Berlim, Erich Mendelsohn e Richard Neutra, reconstruo e ampliao do edifcio sede do jornal Berliner Tageblatt (ZEVI, B., Erich Mendelshon, pg. 60-61). Fig. 125 Urbanizao da Malagueira, vora, lvaro Siza, fotos do estado actual (E. F.) e esquisso de Siza (FRAMPTON, K., lvaro Siza, pg. 165). Fig. 126 Bairro do Poo de Baixo, Ovar, SAAL Norte, Domingos Tavares, fotos do estado actual (E. F.), plantas e alados (idem, pg. 401). Fig. 127 Bairro da praia de Cortegaa, Ovar, SAAL Norte, Antnio Moura, fotos do estado actual (E. F.), plantas e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 400). Fig. 128 Bairro de Angeiras, Matosinhos, SAAL Norte, Adalberto Dias e Antnio Dias, fotos do estado actual (E. F.), plantas e alados (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 403). Fig. 129 a) Bairro SAAL em Canal Caveira, Manuel Tanha, fotos do estado actual (E. F.). b) Plantas, corte e alados do bairro SAAL em Grndola e axonometria do bairro SAAL em Canal Caveira (BANDEIRINHA, J. A., O Processo SAAL..., pg. 354 e 352). c) Bairro SAAL em Grndola, Manuel Tanha, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 130 Faculdade de Arquitectura do Porto, lvaro Siza, vista da outra margem do rio Douro, foto do estado actual (E. F.). Fig. 131 Bairros SAAL no Porto, fotos do estado actual (E. F.): a) Bairros das Antas e de Contumil. b) Bairros do Leal, Chaves de Oliveira e de Francos. c) Bairros da Boua e da Lapa d) Bairros da Maceda e de S. Victor. Fig. 132 Plano Integrado da Quinta da Senhora da Conceio, Guimares, Pedro Ramalho, axonometria, planta, corte (RAMALHO, P. Itinerrio, pg. 50) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 133 Conjunto habitacional das Lameiras, Famalico, No Diniz, planta, cortes esquemticos (revista Arquitectura n 134, Jul. 79, pg. 33) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 134 a) Conjunto habitacional na freguesia da Senhora da Hora, Matosinhos, No Diniz, fotos do estado actual (E. F.). b) Conjunto de blocos de habitao colectiva no Porto, Joo Arajo Resende e Joo Godinho, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 135 Conjunto de Habitao Econmica de Massarelos, Francisco Barata e Manuel Fernandes de S, axonometria, cortes, alados, planta (FAUP, Pginas Brancas II, pg.120-121) e fotos do estado actual (E. F.). Fig. 136 Cooperativa SACHE, em Aldoar, Manuel Correia Fernandes, implantao, cortes, plantas (FAUP, Pginas Brancas II, pg.65-66) e fotos do estado actual (E. F.). 520 518 516 514 512 510 501 497 495 493 491 487 485 480

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Fig. 137 Conjunto habitacional em Lea da Palmeira, cooperativa Cohemato, Jorge Gigante, Francisco Melo e Pedro Mendo, planta de implantao do plano geral (FAUP, Pginas Brancas pg. 120) e fotos do estado actual (E.F.). Fig. 138 Conjunto habitacional em Lea da Palmeira, cooperativa Cohemato, Jorge Gigante, Francisco Melo e Pedro Mendo, plantas e alados do Bloco B (FAUP, Pginas Brancas pg. 121) e fotos do estado actual (E.F.). Fig. 139 Cooperativa O Lar do Trabalhador, Lea da Palmeira, Rogrio Cavaca e Ceclia Cavaca, fotos do existente (E. F.), plantas e alados das moradias geminadas e dos apartamentos triplex (revista ArChitcti, n 11/12, Out./Nov./Dez. 91, pg. 56-59). Fig. 140 a) lvaro Siza, recuperao no Barredo, Porto, alados (FRAMPTON, K., lvaro Siza, pg. 157). b) lvaro Siza, recuperao dos Armazns do Chiado, alados, corte, planta (idem, pg. 434-435) e foto do estado actual (E. F.). Fig. 141 a) Casa da Covilh, Guimares, Fernando Tvora, foto do estado actual (E. F.). b) Convento de Refios, Ponte de Lima, Fernando Tvora, foto do estado actual (E. F.). c) Casa dos 24, Porto, Fernando Tvora, foto do estado actual (E. F.). Fig. 142 Cmara Municipal de Matosinhos, Alcino Soutinho: a) Esquissos (ArChitcti n 1, Fev. 1989, pg. 17). b) Implantao (verso inicial), alado, corte e planta do piso 0 (OPUS INCERTUM, Architectures Porto, pg. 113, 115-116). Fig. 143 Cmara Municipal de Matosinhos, Alcino Soutinho, fotos do estado actual (E. F.). Fig. 144 Piscina Municipal de Matosinhos, Pedro Ramalho: a) Corte, planta e fotos da poca da construo (RAMALHO, P., Itinerrio, pg. 71-72; FERNANDES, F.; CANNAT, M., Guia da Arquitectura Moderna, Porto, pg. 196-197). b) Fotos do estado actual, depois de obras de recuperao e ampliao (E. F.). Fig. 145 Mercado Municipal de Braga, Eduardo Souto Moura, esquissos, fotos da poca da construo e axonometria (ESPOSITO, A., LEONI, G., Eduardo Souto Moura, pg. 63, 65 e 67). Fig 146 Casa das Artes, Porto, Eduardo Souto Moura, axonometrias (FIGUEIRA, J., et al, Porto 1901 / 2001, fascculo 27, p. n. n.) e fotos do estado actual (E. F.). Fig 147 Central de Camionagem de Lamego, Jos Carlos Portugal, Carlos Prata, fotos do estado actual (E. F.), esboo axonomtrico, plantas e alados (OPUS INCERTUM, Architectures Porto, pg. 234, 236). Fig 148 a) Tribunal de Matosinhos, Pedro Ramalho, fotos do estado actual (E. F.). b) Paos de Concelho de gueda, Pedro Ramalho, fotos do estado actual (E. F.) Fig. 149 a) Faculdade de Economia, Viana de Lima, alado da primeira proposta (FIGUEIRA, J., et al, Porto 1901 / 2001, fascculo 18, p. n. n.). b) Faculdade de Economia, Viana de Lima, foto do existente (E. F.). c) Plo da Asprela, Universidade do Porto, desenhos do plano de Luiz Cunha (revista R-A, n. 154, pg. 27 e 29). d) Residncias de estudantes do Plo da Asprela, Luiz Cunha, foto do existente (E. F.). e) Nuno Tasso de Sousa, Escola Superior de Educao do Porto, foto do existente (E. F.). Fig 150 Faculdade de Cincias do Desporto, Porto, Cristiano Moreira, fotos do existente (E. F.). Fig. 151 Faculdade de Medicina Dentria do Porto, Jos Quinto, Domingos Tavares e Lcio Parente, Centro de Estudos da FAUP, fotos do existente (E. F.) e axonometria (FAUP, Pginas Brancas II, pg. 83). Fig. 152 Faculdade de Engenharia do Porto, Pedro Ramalho, fotos do existente (E. F.) e axonometria do conjunto (A.A.P./C.D.R.N., Pedro Ramalho, pg. 86). 558 556 554 552 550 547 545 542 539 537 535 531 529 526 524 522

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Fig. 153 Pavilho Carlos Ramos, FAUP, Porto, lvaro Siza, planta de implantao (OPUS INCERTUM, Architectures Porto, pg. 135), planta do piso 1, alados (OPUS INCERTUM, Architectures Porto, pg. 137) e fotos do existente (E. F.). Fig. 154 FAUP, Porto, lvaro Siza, fotos de trs fases da construo (E. F.). Fig. 155 a) Convento de La Tourette, Corbusier (CRESTI, C., Le Corbusier, tavole 21, pg. 67). b) FAUP, Porto, lvaro Siza, primeiros esquissos (VIEIRA, . S., lvaro Siza Une question de mesure, pg. 111). c) FAUP, Porto, fotos areas (FIGUEIRA, J., et al, Porto 1901 / 2001, fascculo 29, p. n. n.). d) Fotos do edifcio do escritrio de lvaro Siza: vista da margem Sul e do Largo de Santa Catarina (E. F.). Fig. 156 FAUP, lvaro Siza: a) evoluo do projecto, esquissos (VIEIRA, . S., Edifcio da Faculdade de Arquitectura, pg. 112-120). b) estudo preliminar, planta e alado (WANG, W., lvaro Siza: Figures and Configurations, pg 81). Fig. 157 FAUP, lvaro Siza: a) alados e cortes das torres H e G (revista Croquis, n. 68/69, pg. 166). | b) esquema geral (OPUS INCERTUM, Architectures Porto, pg. 135). b) alado geral (revista Croquis, n. 68/69, pg. 156). c) perspectivas (FRAMPTON, K., lvaro Siza, pg. 307). Fig. 158 FAUP, lvaro Siza, fotos de uma possvel Promenade Architectural (E. F.). Fig. 159 a) campus de Otaniemi, Alvar Aalto, planta (LAHTI, L., Alvar Aalto, pg. 60). b) FAUP, lvaro Siza, planta (revista Croquis, n. 68/69, pg. 166). c) casa Ozenfant, Paris, Corbusier (FRAMPTON, K., Le Corbusier, pg. 44) d) casa Tzara, Paris, Adolf Loos (SARNITZ, A., Adolf Loos pg. 60). e) Grate-ciel no bairro de Pessac, Bordeus, Corbusier, foto do estado actual (E. F.). f) FAUP, lvaro Siza, foto do estado actual (E. F.). Fig. 160 Proposta cinzenta: esquema geral e adaptao para o ano lectivo de 1974/75 (Proposta de Bases Gerais para a Estruturao do Curso de Arquitectura, pg. 13). Fig. 161 Proposta Amarela: esquema grfico com Exemplos de Coordenao Vertical (ESBAP, Bases Gerais da Estruturao do Curso de Arquitectura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, pg. 11). Fig. 162 Mapa de Unidades de Coordenao, Matrias e Docentes (Relatrio do Trabalho do Conselho Pedaggico e Cientfico, 1975, p. n. n.). Fig. 163 Quadro resumo do Plano de Estudos de 1976/77 (E. F., a partir de ESBAP, II Encontro do curso de Arquitectura. Bases Gerais). Fig. 164 ESBAP - 1 seco - Arquitectura - proposta de estruturao e plano de estudos grfico (ESBAP, Proposta de Estruturao e Plano de Estudos 1977, pg. 4). Fig. 165 Quadro resumo do Plano de Estudos de 1977/78 (E. F., a partir de ESBAP, III Encontro do curso de Arquitectura. Bases Gerais). Fig. 166 Quadros resumo do Plano de Estudos de 1978-79 (E. F., a partir de ESBAP, Bases Gerais - Regime de Estudos. 1978-79) e do Plano de Estudos de 1979-80 (E. F., a partir de ESBAP, Bases Gerais. Regime de estudos. 79-80). Fig. 167 Quadro resumo do Plano de Estudos de 1984-85 e da distribuio de servio de 1985-86 (E. F. a partir de FAUP, Guia da Faculdade 1984/85, pg. 8-10 e FAUP, Guia 1986, pg. 35-36). Fig. 168 Quadro de evoluo do Curriculum do Curso de Arquitectura da ESBAP / FAUP entre 1975 e 1984 (E. F.) 638 636 620 617 612 608 598 596 592 579 573 570 568 566 564 562

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Fig. 169 Desenhos de Fernando Tvora, realizados nas aulas de Teoria Geral da Organizao do Espao nos dias 5 de Junho de 92, 12 de Maro de 93, 21 de Maio de 93 e 4 de Junho de 93 (TVORA, F., Teoria Geral da Organizao do Espao). Fig. 170 Documento policopiado (sem ttulo), alunos do segundo ano do curso de Arquitectura da FAUP (arquivo pessoal de Eduardo Fernandes). Fig. 171 Somos quase livres; folheto de propaganda da campanha eleitoral da lista i para a eleio da Associao de Estudantes da FAUP, 4 Dez. 1987 (arquivo pessoal de Eduardo Fernandes). Fig. 172 Quase; folheto de propaganda da campanha eleitoral da lista i para a eleio da Associao de Estudantes da FAUP, 4 Dez. 1987 (arquivo pessoal de Eduardo Fernandes). Fig. 173 Quatro exemplos escolhidos entre os 27 trabalhos ancorados (Unidade 1, pg. 35, 42, 47 e 53). Fig. 174 Ousar, Experimentar, texto da autoria de dez indivduos do 4 e 5 ano da FAUP, Dezembro de 1988 (revista Unidade 2, pg. 58). Fig. 175 Vista da marginal de Lea, com Piscina das Mars, de lvaro Siza, foto do estado actual (E. F.). 753 654 651 649 648 646 642

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IntroduoTodo o homem cria formas, todo o homem organiza o espao e se as formas so condicionadas pela circunstncia, elas criam igualmente circunstncia.(TVORA, F., Da organizao do espao, pg. 85)

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Da janela da sala onde se escreveu grande parte destas pginas v-se a Piscina das Mars. Esta imagem de um objecto arquitectnico dissimulado na paisagem (mas que, ao mesmo tempo, a marca e organiza) acompanhou o processo de reflexo que, durante mais de cinco anos, foi sendo desenvolvido na elaborao desta dissertao, apelando a uma contnua referncia s questes da relao com o contexto. evidente que o projecto desta piscina sensvel ao stio: respeita-o e quase desaparece nele; mas, ao mesmo tempo, reinterpreta o paredo da marginal e dramatiza a relao entre as duas cotas que ele separa (e a interveno de lvaro Siza une). Tambm esta tese indissocivel do(s) seu(s) stio(s): Lea da Palmeira, Matosinhos, Porto e Guimares. Seria esta dissertao a mesma sem a viso quotidiana da referida piscina ou sem a viso frequente da casa de Ch, obtida a partir da marginal, a cujo processo de reformulao (nova interveno de Siza em Lea, que une as duas anteriores) se pde assistir quotidianamente, ao longo da sua lenta evoluo? Seria esta dissertao diferente se os percursos habituais de quem a escreveu no motivassem a passagem frequente pela Quinta da Conceio e pela Cmara de Matosinhos? Ou se a actividade profissional do candidato, como investigador e docente, no o tivesse levado a frequentar o edifcio desenhado por lvaro Siza para a Faculdade de Arquitectura do Porto e as instalaes da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, projectadas por Fernando Tvora? Mas o contexto da Piscina das Mars tambm o mar, em constante movimento. No decorrer destes anos de trabalho, a sempre diferente imagem que se v da referida janela motivou uma reflexo constante sobre o modo como tambm esta dissertao foi sendo condicionada pela evoluo da percepo do seu contexto especfico. Esta dissertao no teria certamente os mesmos contedos se no tivessem sido consultadas ou visitadas vrias obras que influenciaram o seu desenvolvimento; o seu caminho poderia ter tomado diferentes direces se tivessem sido abordados outros textos ou outras arquitecturas (que ficaram de fora do objecto de estudo). Mas a primeira grande alterao da circunstncia que afectou este trabalho (logo no seu incio) foi tambm a mais marcante: esta dissertao teria sido bastante diferente se 3 de Setembro de 2005 no tivesse sido um dia triste para a arquitectura portuguesa.

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Motivao inicial Esta dissertao surge na sequncia de uma vontade antiga de conhecer melhor a chamada Escola do Porto, sentida conscientemente desde Outubro de 1985, momento em que o candidato entrou pela primeira vez no edifcio da Escola de Belas Artes do Porto. Esta vontade de compreender a Escola reflectiuse primeiro em muitos dos trabalhos acadmicos realizados ao longo do seu curso de arquitectura,1 depois no seu estgio de pr-profissionalizao2 e depois ainda (de forma intermitente) no seu percurso profissional. O regresso Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, para a frequncia do 2 Mestrado em Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano (FAUP/FEUP, 1995/1998), foi sentido como um regresso Escola, onde se reencontram os mesmos ambientes e alguns dos antigos colegas e professores. Mas seria o incio da carreira docente, como assistente convidado da FAUP na cadeira de Mtodos e Linguagens da Arquitectura Contempornea (no ano lectivo de 1999/2000) que teria, neste contexto, uma importncia acrescida: mais do que um segundo regresso Escola, proporciona uma inverso de papis em relao s experincias do passado e a concretizao de uma j antiga aspirao pessoal (para alm de uma marcante experincia de contacto, na perspectiva do utilizador, com as novas instalaes da faculdade). 3 A regncia da cadeira de Teoria I, do 2 ano do primeiro plano de estudos do Curso de Arquitectura do Departamento Autnomo de Arquitectura da Universidade do Minho (a partir do ano lectivo de 2000/2001), implicou a necessidade efectiva de estudar o tema Escola do Porto, uma vez que se entendeu que ele seria componente obrigatria do seu programa. Ao longo de cinco anos de docncia desta cadeira (e quatro de docncia de Teoria II, do mesmo plano curricular), o tema foi ganhando importncia, passando de uma aula terica (em 2000/2001) para quatro aulas (em 2004/2005) em que a temtica da arquitectura portuguesa em geral (e da portuense em particular) era abordada na cadeira do 2 ano (a que se somavam ainda outras duas no 3 ano). O primeiro texto sobre o tema, publicado no nmero 2 da revista Laura,4 surge como resultado do esforo de construo de matria pedaggica para as referidas aulas e consolida o conjunto de objectivos, pressupostos e principais questes que estiveram na base da concepo do plano de doutoramento proposto no ano seguinte. Mas a escolha do Porto, como tema de trabalho, teve como motivao principal a sempre presente vontade de voltar EscolaConsideram-se especialmente dignos de referncia, entre outros trabalhos realizados durante o curso que se aproximaram do tema arquitectura portuguesa, os realizados para as disciplinas de Histria da Arquitectura II com docncia de Anni Ghunter Nonnel (no 3 ano, ano lectivo 1987/88) e de Histria da Arquitectura Portuguesa II com docncia de Manuel Mendes e regncia de Ricardo Figueiredo (no 5 ano, ano lectivo 1989/90). 2 FERNANDES, E., Reflexo, relatrio final do seminrio de pr-profissionalizao apresentado em 1992; deste trabalho resultou tambm a colaborao na monografia NONELL, A. G. (et. al.), O Mercado do Bolho Estudos e Documentos (ver FERNANDES, E., O Edifcio do Bolho). 3 O curso do candidato tinha decorrido na ESBAP (nos 1 e 2 anos) e nas primeiras instalaes a uso na rua do Glgota (nos restantes), a casa da antiga Quinta da Pvoa, os seus anexos pr-existentes (as chamadas cavalarias) e o pavilho Carlos Ramos; a construo das novas instalaes estava a decorrer, ainda numa fase inicial. Seria tambm entre as cavalarias e a casa cor-de-rosa que decorreriam depois as aulas de Mestrado. 4 FERNANDES, E., A Escala do Porto.1

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Pressupostos e objectivos iniciais Na altura da elaborao da proposta de plano de doutoramento que originou esta dissertao, no existiam trabalhos de Doutoramento (concludos ou em curso) na rea de Teoria e Histria da Arquitectura Portuguesa Contempornea no Departamento Autnomo de Arquitectura da Universidade do Minho,5 lacuna que se pretendeu colmatar; parece-nos que esta uma rea cuja relevncia evidente, por ser em Portugal que vivemos e trabalhamos, mas tambm pela importncia que tem sido dada chamada Escola do Porto (tema especfico deste trabalho) em Portugal e, sobretudo, fora do pas. Assim, procurou-se com esta dissertao construir bases que permitam enquadrar outros estudos que posteriormente surjam neste contexto (que possam partilhar linhas de investigao e abrir novos caminhos).6 No incio deste trabalho pretendia-se sobretudo contribuir para a clarificao de uma questo que consideramos fundamental na Arquitectura Portuguesa actual: o que hoje a Escola do Porto? Para isto, tornava-se evidente a necessidade de, em primeiro lugar, realizar uma abordagem histrica da evoluo desta ideia de Escola procurando entender a construo da sua identidade desde o momento da sua emergncia e ao longo de todo o seu desenvolvimento. Esta sntese implicava a reconstruo do seu percurso, partindo da necessria compreenso dos contributos que podemos considerar antecedentes, passando pela identificao do seu momento de gnese, pelo reconhecimento das suas caractersticas iniciais e pelo acompanhamento da sua evoluo. S com este pano de fundo seria possvel perceber como esta identidade se pode definir hoje e qual o seu papel no contexto actual da arquitectura portuguesa e internacional. No se pretendia fazer uma histria da chamada Escola do Porto, completa em todas as suas variveis, mas parecia necessrio que fosse assegurada a compreenso da evoluo das ideias que esto associadas a esta definio, aceitando o modo como os seus agentes as procuraram transmitir, mas reflectindo criticamente sobre a sua articulao. Importa clarificar desde j este conceito de Escola, quando aplicado arquitectura, que se presta a alguma abrangncia de interpretaes e a frequentes aproximaes a outros conceitos, como Estilo, Tendncia e Movimento. A palavra estilo7 designa uma maneira de fazer, de mbito abrangente, aparentemente dissociada de qualquer ideologia; j a significao da palavra movimento,8 pelo contrrio,S em 2007 que foi apresentado no DAA um segundo plano de Doutoramento nesta rea, da autoria de Elisirio Miranda: Liberdade e ortodoxia. Equipamentos colectivos de arquitectura moderna nas colnias portuguesas, 1926-1974. 6 Esta linha de investigao esteve j na origem de uma Tese de Mestrado em Arquitectura realizada na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e orientada pelo candidato: GUIMARES, J. K., Casa Cronolgica. Estratgias para a permanncia, continuidade e transformao de uma identidade. 7 estilo, [1] s. m. maneira especial ou caracterstica de dizer, escrever, compor, pintar, esculpir, etc.; costume; pragmtica; ponteiro com que se escrevia antigamente; (); COSTA, J. A.; MELO, A. S., Dicionrio da Lngua Portuguesa (pg. 696). 8 movimento, s. m. mudana de posio no espao em funo do tempo; acto de mover ou de se mover; circulao de veculos; mudana de lugar ou de posio; deslocao; evoluo de ideias; agitao poltica; impulso interior; estmulo; alterao; animao; andamento musical; compras e vendas de uma casa comercial; marcha de tropas; (filos. escolstica) passagem da potncia ao acto; mudana (); idem, pg. 1138.5

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designa um conceito dinmico (relacionado com mudana, circulao, evoluo, agitao ou estmulo) associado ao mundo das ideias; por outro lado, enquanto tendncia9 se define como um propsito de seguir em determinado sentido (sem encontrar oposio), a palavra escola10 remete para mtodo e estilo, para alm das significaes associadas ao ensino. No campo especfico da Arquitectura, a palavra Estilo tanto pode definir um trao identificador como uma individualidade do movimento do esprito, movimento e individualidade que so perceptveis na escolha da palavra, da imagem e no processo de combinar sintagmaticamente as ordens imaginrias ou formais; assim, define o conjunto de formas ou modos estticos que caracterizam uma dada poca ou o modo pessoal e individualizante como um arquitecto () comunica a sua viso interior e disciplina a ordenao das formas e do espao ou ainda os valores estticos e qualidades harmnicas que definem o carcter de qualquer obra.11 Dada esta abrangncia de significados da palavra estilo no de estranhar que a sua aplicao generalizada em toda a historiografia da arquitectura ocidental se preste a alguns equvocos, pois tanto pode designar uma maneira de fazer caracterstica de uma determinada poca (como o estilo Romnico) como uma variao temporal e/ou regional (como o Barroco Alemo), ou mesmo o modo de fazer de um determinado arquitecto (como o estilo Palladiano), patente na sua obra e/ou na de outros. Estas variaes so muitas vezes designadas por outros termos que permitem um maior rigor de linguagem, dada a sua significao especfica, como tendncia, escola e movimento. Assim, se na historiografia do sculo XX (a que mais interessa a esta dissertao), encontramos a expresso Estilo aplicado Arte Nova e ao Art Dec, para alm de tambm se falar em Estilo Moderno, Estilo Internacional, Estilo Brutalista ou Estilo Ps-Moderno, encontramos tambm includas nestes estilos diferentes tendncias, como a Secesso Vienense, o Expressionismo Alemo ou o Neo-racionalismo italiano (tambm designado por Tendenza, apropriadamente), que frequentemente se designam tambm como escola ou movimento. Assim, dentro de um mesmo estilo, diferenciam-se grupos de obras e arquitectos que apresentam um qualquer denominador comum como, por exemplo, as escolas de Chicago,12 Amesterdo e Paris, ou os movimentos Futurista, Esprit Nouveau ou Neoplasticista. Por sua vez, a expresso Escola definida como conjunto de adeptos de um mestre ou de um sistema e concepo tcnica, esttica ou estilstica.13 Se a segunda parte da definio aproxima o termo da definio de estilo, a primeira parte permite extrair ilaes distintivas: estamos a falar de um conjunto reduzido de indivduos que tem em comum um conjunto de relaes mestre-discpulo e/ou a partilha de um mesmo sistema, seja ele construtivo, metodolgico, terico ou lingustico. Esta , no entanto uma definio prximatendncia, s. f. fora que se dirige por si mesma quando no suporta fora contrria, para um sentido determinado; () (fig.) inclinao; propenso; vocao; disposio; propsito, idem, pg. 1601. 10 escola, s. f. instituio social que tem o encargo de educar, segundo planos sistemticos, os indivduos nas diferentes idades da sua formao; casa ou estabelecimento onde se ministra o ensino; conjunto formado pelo professor e alunos; doutrina; sistema; aprendizagem; mtodo; estilo (); idem, pg. 660. 11 RODRIGUES, M.; SOUSA, P.; BONIFCIO, H., Vocabulrio tcnico e crtico de Arquitectura (pg. 127). 12 Curiosamente, existir tambm mais tarde uma escola de Chicago na sociologia, com importantes contributos ao nvel do estudo da cidade; ver COULON, Alain Lcole de Chicago, Paris, Presses Universitaires de France, 1992. 13 RODRIGUES, M.; SOUSA, P.; BONIFCIO, H., Vocabulrio tcnico e crtico de Arquitectura (pg. 122); nesta obra no se encontram definidos os termos movimento e tendncia.9

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do conceito de Movimento. A principal distino ser a de que Movimento, como vimos, um conceito dinmico relacionado com o mundo das ideias; surge espontaneamente, agrupando um conjunto de personagens unido por teorias comuns, que surgem muitas vezes explicitadas sob a forma de manifesto logo na gnese do grupo. Mas precisamente esta vontade de divulgar e concretizar estas ideias que constitui a fora vital do movimento que, consequentemente, perde razo de ser se as suas teorias se generalizam, concretizam ou se revelam irrelevantes para os prprios autores. O Neoplasticismo um bom exemplo desta necessidade de dinmica (associada a uma ideia forte) que caracteriza um movimento: quando os seus defensores no conseguem manter um sentido evolutivo (na rea da arquitectura), no seguimento das ideias expressas nos seus manifestos, porque estas parecem ter atingido o seu expoente mximo em obras j realizadas (como a casa Schroder),14 o movimento perde o seu papel de organismo catalisador e desaparece (no campo da arquitectura), tendo apenas continuidade no campo da pintura, na obra de Mondrian. Reconhecemos o mesmo percurso em vrios movimentos desta poca: o belicismo defendido pelo movimento Futurista perde a conotao herica para ganhar um sentido trgico com a ecloso da primeira guerra mundial (e a morte de SaintElia), o que provoca a decadncia do movimento; no Purismo, o abandono de Ozenfant da direco de LEsprit Nouveau leva ao fim da revista e do movimento que a fundou, no prprio ano da sua consagrao, com o pavilho na Exposio Internacional de Artes Decorativas de Paris (depois de 1925 ainda podemos falar de um Corbusier purista, mas j no de um movimento).15 Assim, podemos assim considerar que uma escola diferente de um movimento porque no parte de uma identidade ideolgica colectiva nem motivada pela urgncia da concretizao de uma ideia de vanguarda; no , necessariamente, um grupo de opinio organizado, do qual se sabe exactamente quem pertence e quando; no tem de estar associada a um manifesto, uma publicao ou a qualquer outro meio de divulgao, escrita ou visual, da actividade dos seus membros. Uma escola geralmente um fenmeno conjuntural, uma resposta a um clima cultural, seja este um conjunto de necessidades prticas de uma sociedade ou de uma regio (como em Chicago, depois do incndio de 1871) ou um grupo de arquitectos que partilham ideias e preocupaes e descobrem modos expressivos similares (como em Amesterdo,16 no inicio do sculo); o termo usualmente utilizado para referir uma relao mestre/discpulos referenciada a uma ou mais figuras tutelares (Sullivan e Adler em Chicago, Berlage em Amesterdo, Mallet-Stevens em Paris).17

Casa Schroder, Gerrit Ritveld e Truus Schroder, 1924; sobre a autoria partilhada desta obra ver FRIEDMAN, A. T, Not a Muse: The Clients Role at the Ritveld Schroder House. 15 Estas so leituras necessariamente simplistas (de temas que, por si s, dariam assunto para vrias dissertaes) baseadas nos textos Antonio SantElia e a Arquitectura Futurista, 1909-1914, De Stijl: evoluo e dissoluo do Neoplasticismo, 1917-31 e Le Corbusier e o Esprit Nouveau, 1907-31 publicados em FRAMPTON, K., Histria Crtica da Arquitectura Moderna (pg. 95-102 e 171-192). 16 Dalla prima met degli anni Deci, ad Amsterdam, un gruppo di architetti, per analogia di committenza, di temi progettuali, di modalit di espressione, deide origine a unanalogia di risultati e temperamento progettuale (); CASCIATO, M. (coord.), La Scuola di Amsterdam (pg. 8). 17 Lcole de Paris naffirme pas lexistence dun groupe darchitectes modernes constitu de faon volontaire mais lexistence dans une mme ville de ralisations architecturales se rfrant toutes aux principes du mouvement moderne. Ces principes thorique et esthtique ont t interprts de faon personnelle par chaque crateur, la cration tant par essence lart de la diffrence. (DELORME, J.-C., Lcole de Paris, pg. 9, nota 4).14

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Contrariamente ao que uma leitura literal da expresso parece indicar, no tem tambm de estar associada a uma instituio de ensino: pressupe uma transmissibilidade de conhecimento, associada a um processo de aprendizagem, mas este no tem de se concretizar por via oficial. No sculo XX so poucos os exemplos de escolas de arquitecturas que se podem considerar ligadas a uma escola; se a Bauhaus ser o exemplo mais paradigmtico, encontramos a caractersticas que a aproximam mais das caractersticas de um movimento (e, depois, um estilo) do que de uma escola. O tema desta dissertao relaciona-se directamente com a aplicao deste conceito de escola ao caso do Porto. O termo Escola do Porto implica uma identidade que procuramos sintetizar relacionando, a cada momento histrico, a pedagogia de uma instituio de ensino com as ideias e a prtica arquitectnica dos seus professores e/ou antigos alunos, justificadas pelo contexto geogrfico, poltico e cultural a que pertencem (e/ou onde actuam). A identificao do carcter unitrio desta entidade colectiva, longe de ser um pressuposto distintivo da abordagem desta tese, um consenso entre aqueles que se dedicam a estudar o tema numa perspectiva histrica; no entanto, se parece claro para todos que existiu uma Escola do Porto, no so consensuais nem o momento em que surge nem a sua sobrevivncia actual (ou a data do seu eventual desaparecimento). Assim, partindo deste frgil consenso (formado por um conjunto de interpretaes bastante distintas), interessava ao mbito especfico deste trabalho no s sistematizar o estudo da evoluo do corpo comum desta definio, mas tambm identificar as linhas divergentes que foram, a cada momento, surgindo na sua interpretao. Apesar da diversidade de contributos identificveis, acreditava-se que seria possvel enunciar uma caracterizao global da identidade a que se chama Escola do Porto com um grau elevado de consenso entre as vrias interpretaes encontradas, que seria vlida at dcada de 80. De igual modo, considerava-se que seria possvel encontrar no discurso crtico contemporneo contributos suficientes para questionar a adequao desta definio, que estaria j desactualizada nos anos 80 e 90. Assumimos assim, como hiptese inicial de trabalho, que a Escola teria sofrido, durante a dcada de 80, uma mudana de escala que teria atravessado transversalmente a generalidade dos seus vectores constituintes e despoletado uma crise de crescimento sensvel em todas as vertentes da sua definio.18 Assim, seria tambm objectivo desta dissertao perceber os mecanismos de alterao da especificidade da chamada Escola do Porto e inquirir sobre a conscincia terica desta nova identidade face ao seu registo escrito (ou sua ausncia); consequentemente, reflectir sobre o impacto desta nova realidade na formao dos seus estudantes e na metodologia de trabalho dos seus arquitectos, procurando a sua consequncia nos projectos desenhados e nas obras construdas.

Este pressuposto surge na sequncia da elaborao do texto A Escala do Porto, publicado na revista Laura # 2, que (como j referimos) constituiu o motor de arranque do projecto de Doutoramento que origina esta dissertao.18

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Este conjunto de pressupostos considerados (como dados adquiridos ou hipteses a confirmar) no momento do incio dos trabalhos, esto tambm associados convico (que justifica o ttulo que escolhemos para esta dissertao) de que a identidade daquilo a que se chamou Escola do Porto seria o resultado de um percurso, direccionado por um conjunto de escolhas conscientes dos seus agentes, em que to importante como o caminho escolhido o caminho que se escolhe no percorrer.19 Acreditava-se que esta escolha do Porto seria sintetizvel numa definio globalizante que reunisse os principais contributos que se encontram na bibliografia sobre o tema, que proporcionaria uma ideia tradicional de Escola, hoje desactualizada. Assim, esta dissertao teria como objectivo encontrar uma definio actualizada da(s) identidade(s) da chamada Escola do Porto (adequada ao conjunto de novas realidades hoje existentes) ou constatar a sua inexistncia. Tentar-se-ia, simultaneamente, entender at que ponto que esta(s) representa(m) tambm o resultado de um conjunto de escolhas conscientes dos seus agentes, na sequncia de um processo de auto-crtica iniciado nos anos 80 ou se, pelo contrrio, aparece(m) como resultado de um processo casustico. Procurar-se-ia ainda perceber se esta(s) nova(s) identidade(s) de Escola apresentam um carcter distintivo no contexto da arquitectura nacional contempornea: se hoje ainda se pode falar de arquitectura da Escola do Porto ou apenas de arquitectura portuguesa. Evoluo dos pressupostos e do mbito temporal Com o desenrolar dos trabalhos, a circunstncia inicial foi-se alterando, porque a pesquisa e a escrita foram permitindo uma melhor leitura do contexto inicial e criando uma nova circunstncia que, por sua vez, motivou a alterao de alguns pressupostos e obrigou a reformular alguns objectivos. Comeou a tornar-se evidente que existia inicialmente uma deficiente avaliao do objecto de estudo, no que se refere bibliografia: encontraram-se vrios textos, publicados de modo disperso e no relacionado, que foram considerados precursores e definidores de uma ideia de Escola e no constavam da proposta bibliogrfica inicial. Esta deficiente apreciao do objecto de estudo no se caracterizava apenas pelo desconhecimento de alguma da documentao existente, mas tambm pelo menosprezo da sua relevncia. A constatao desta realidade obrigou necessariamente a um diferente tipo de abordagem, apoiada num maior nmero de fontes bibliogrficas do que se previa no incio dos trabalhos. Mas, paradoxalmente, se a componente escrita do objecto de estudo foi subavaliada, quantitativamente, foi tambm sobreavaliada, qualitativamente. Os resultados de uma primeira abordagem global ficaram aqum da expectativa, no que diz respeito ao primeiro objectivo da dissertao: conseguir realizar uma sntese histrica da evoluo das ideias da Escola a partir de um resumo da bibliografia de referncia.A sntese realizada pelo candidato na primeira parte do texto Escrtica Pop, a revista Unidade e a crtica interna na Escola do Porto no final dos anos 80 (publicado em 2005 na revista Laura # 3) foi um contributo decisivo para a formao deste pressuposto.19

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A histria da chamada Escola do Porto encontra-se realizada num conjunto de obras de referncia,20 tanto no que diz respeito evoluo da instituio de ensino como no que respeita ao percurso arquitectnico dos seus principais agentes; ao longo do trabalho, encontramos a o necessrio suporte para a particular leitura que fazemos da evoluo das ideias que, a cada momento, explicam esse ensino e essa arquitectura (avaliada em funo dos textos que encontramos, de forma dispersa, noutras fontes bibliogrficas). No entanto, contrariamente expectativa inicial, apercebemo-nos que subsiste (em alguns aspectos) a situao paradoxal que envolve hoje a imagem da Escola do Porto, ao ser reconhecida pblica e institucionalmente sem que se clarifique ou aprofunde, por inrcia ou embarao crtico, o suporte cultural e disciplinar que a determina.21 Se foi este o ponto de partida para o mapa crtico de Jorge Figueira 22 (que , neste panorama, a referncia mais completa), ele foi tambm o mote para esta dissertao, uma vez que encontramos ainda em aberto um conjunto de temas que consideramos essenciais nossa abordagem especfica. Assim, o investimento na investigao documental foi superior ao que estava inicialmente previsto no Plano de Doutoramento para esta fase do trabalho, onde se pretendia contribuir para completar uma histria da ideia de Escola, porque foi necessrio trabalhar directamente a partir de mltiplas fontes documentais, complementando a informao que encontramos nas obras de sntese j publicadas.23 Esta nova circunstncia com que o trabalho se v confrontado colocou em causa alguns dos seus pressupostos e obrigou a rever os objectivos iniciais desta dissertao, que podemos sintetizar na resposta a trs questes: O que foi a chamada Escola do Porto at aos anos 80? O que mudou na Escola depois dos anos 80? Como que esta nova identidade se relaciona hoje com o contexto nacional?

Durante este processo de questionamento metodolgico foi-se tornando evidente no ser possvel realizar, no mbito do mesmo trabalho, uma reviso histrica do objecto de estudo com vista compreenso da evoluo da ideia de Escola, uma reflexo sobre a sua actualidade e ainda, em simultneo, procurarEntendemos que a histria da chamada Escola do Porto, de Carlos Ramos at aos anos 80, pode ser deduzida a partir de um vasto conjunto de textos, de que salientamos: BANDEIRINHA, J. A., Quinas Vivas + O Processo SAAL; BARBOSA, C., Organizao dos Arquitectos Modernos; BORELLA, G. (et. alt.), La scuola di Porto; CARDOSO, A., O Arquitecto Jos Marques da Silva; COSTA, A. A., Dissertao... + Oporto and the Young Architects + Consideraes sobre o ensino + Valores Permanentes da Arquitectura Portuguesa + lvaro Siza + Mostrar o ensino da Arquitectura no Porto + Legenda para um desenho de Nadir Afonso + Memria Presente de Mestre Ramos + Arquitectura do Porto; COSTA, A. A., (et. alt.), SAAL/Norte, balano de uma experincia; FAUP, Desenho de Arquitectura + Pginas Brancas I e II; FERNANDES, M. C., Esbap / Arquitectura Anos 60 e 70, Apontamentos; FERNANDEZ, S., Percurso; FIGUEIRA, J., Escola do Porto: um mapa crtico; FILGUEIRAS, O. L., A Escola do Porto (1940/69); FRAMPTON, K., Em busca de una lnea lacnica. Notas sobre la Escuela de Oporto; MENDES, M., Escola ou generalismo - ecleticismo ou tradio, uma opo inevitvel + Atmosfera domstica. Porto, uma melancolia pr-trgica + Ah, che nsia umana di essere il fiume o la riva!; MENDES, M., PORTAS, N., Arquitectura portuguesa contempornea, Anos sessenta/Anos oitenta; PORTAS, N., 3 Obras de Siza Vieira + Fernando Tvora: 12 anos de Actividade Profissional + Meia Dzia de Questes sobre uma Certa Arquitectura, a Melhor, do Porto + Portugal: Contextual Interpretation and the Importation of Models + Sobre a Escola e a escola do Porto + An Inquiry into the Architecture of Porto; RAMALHO, P., Itinerrio; SANTOS, J. C. (org.) Origens de uma Escola, subsdios documentais para a Histria do ensino de Belas-Artes na Cidade do Porto; TAVARES, D., Da Rua Formosa Firmeza; TVORA, F., O Problema da Casa Portuguesa + Arquitectura e Urbanismo a lio das constantes + A experincia do ensino e da arquitectura + Da organizao do espao; VIEIRA, . S., Alvar Aalto: Trs facetas ao acaso + Oito pontos quase ao acaso + Post-modernismo e arquitectura + (FAUP) no conforto do prestgio conquistado + A propsito da Arquitectura de Fernando Tvora. 21 Ver FIGUEIRA, J., Escola do Porto: um mapa crtico (pg. 18). 22 FIGUEIRA, J., A forma de um dedo. Um mapa crtico da Escola do Porto. 23 Esta metodologia (sempre aconselhvel num trabalho deste tipo) tornou a pesquisa consideravelmente mais lenta do que o inicialmente previsto, no s pela dificuldade de encontrar alguns dos documentos, mas tambm pelos obstculos que muitas vezes se deparam na sua consulta e reproduo.20

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perceber como esta identidade se relaciona hoje com o contexto portugus. Quando se tornou claro que a nova circunstncia, criada pelo prprio desenvolvimento do trabalho, conduzia a um maior investimento na resposta primeira questo (que ultrapassava a abordagem encontrada na bibliografia de referncia), foi necessrio reequacionar as prioridades do trabalho. Considerando que a abordagem segunda pergunta implicava a resposta primeira, do mesmo modo que a terceira implicava as duas anteriores, optou-se por balizar o trabalho em funo de um necessrio enquadramento histrico (com a maior abrangncia possvel, do ponto de vista temporal), que permitisse lanar as bases para uma subsequente pesquisa que enquadre o tema na contemporaneidade. Assim, procurou-se definir um limite temporal adequado a enquadrar esta histria das ideias da Escola, de modo a permitir responder claramente primeira pergunta referida, abordar a segunda (ainda que de forma incompleta) e deixar a terceira em aberto para subsequentes investigaes. Se o estabelecimento de um limite inicial se afigurava fcil (a transio Marques da Silva Carlos Ramos na direco da EBAP, que marca o Curso de Arquitectura de Fernando Tvora), a definio de um limite final revelou-se mais delicada. Se inicialmente se considerava que o trabalho se poderia estender at contemporaneidade, uma primeira reviso do plano inicial (motivada pela j referida mudana de prioridades) apontava para o ano de 1985 para limite temporal final, por vrias razes: A entrada do candidato no curso da FAUP, nesse ano, seria um argumento de ordem pessoal que parecia fazer sentido, porque a partir desta data existe uma diferente percepo da realidade em estudo (vivida e no apenas estudada). Esta tambm a data de publicao da 2 edio de Modern architecture: a critical history (Kenneth Frampton), onde surge o conceito de Regionalismo Crtico, que coloca a Escola do Porto numa taxonomia de mbito global; mas a concepo simultnea dos projectos de lvaro Siza para Ovar (casa Avelino Duarte) e Berlim (Bonjour Tristesse), nesta poca (1980-84), pe em dvida a actualidade do conceito de Frampton (quando aplicado Escola do Porto), logo no momento da sua publicao. Surgem ainda nesta poca mudanas radicais no contexto lectivo da FAUP que tero consequncias no seu ensino: aumento do nmero de alunos, aumento do corpo docente e incio do programa Erasmus. Por ltimo, ainda em 1985, os projectos (tambm de Siza) para as novas instalaes da FAUP marcam um momento em que a transio logstica do curso de Arquitectura para o Plo III da Universidade se comea a consolidar. Face necessidade de estabelecer uma fronteira que delimitasse claramente o mbito do trabalho, o processo de transio ESBAP-FAUP afigurava-se-nos como um momento paradigmtico: faria sentido optar11

por estudar a histria da ideia de Escola nas Belas Artes, deixando de fora a evoluo dessa ideia na Universidade. No entanto, a constatao de que essa transio tinha decorrido num perodo relativamente longo (1985-1996), do ponto de vista logstico, colocava em questo a sua incluso no mbito do presente estudo. Dado que se foi tornando evidente, com o avano da pesquisa, que o edifcio da FAUP se pode considerar paradigmtico em relao a praticamente todos os temas que vo sendo abordados no trabalho, a incluso desta fase de transio (que coincide com a sua construo) tornou-se indispensvel como remate desta dissertao. Esta considerao de um limite temporal mais alargado permite-nos ainda abranger no objecto de estudo as Jornadas Pedaggicas organizadas pela AEFAUP em Novembro de 1995 (documento importante como testemunho da situao do ensino, na poca) e as Provas de Aptido Pedaggica e Capacidade Cientfica de Jorge Figueira (A forma de um dedo. Um mapa crtico da Escola do Porto), realizadas em 1997 (que do origem posterior publicao de Escola do Porto: um mapa crtico). A anli