10 sábado, 14 de abril de 2018 eduarda la rocque no jb · É muito bom ver o jb de volta às...

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10 Conheça nosso site www.jb.com.br Sábado, 14 de abril de 2018 Opinião Mensagens dos leitores SEGURANÇA PÚBLICA A segurança pública no Rio de Janeiro continua claudicante, mesmo após a intervenção federal. Mas existem motivos para isso. São mais de 3 mil homens, entre policiais milita- res, civis, além de bombeiros e agentes penitenciários que estão fora das ruas, trabalhan- do em gabinetes e fazendo a segurança de deputados. O general Walter Braga Neto, responsável pela intervenção federal, pediu que os militares que estivessem emprestados se juntassem às forças de segu- rança. Mas eles resistem. Talvez por ser mais cômodo trabalhar numa secretaria, na segurança de um político, do que enfren- tar bandidos que andam à solta nas vias públicas. Este não parece ser o único problema com relação à inse- gurança que tomou conta do Rio. São governos sucessivos de descaso com a segurança pública. José Antônio Soares Macedo Rio de Janeiro COINCIDÊNCIA Duas personalidades se juntaram em momento difícil do Rio de Janeiro. É uma coincidência, no pior sentido, ter Pezão e Crivella como governantes. O resultado está aí para que todos possam ver e fazer os seus próprios juízos. O governo do Estado negociando o salário dos funcionários e o pagamento dos fornecedores. A prefeitura com os seus hospitais recusando os pacientes. O Cremerj já entrou com um processo contra a prefeitura pela situação de calamidade em que se encontra o hospital Rocha Faria, em Campo Grande. Os profissionais da saúde dizem que estão enxugando gelo. Leonardo Alves Rio de Janeiro MAU EXEMPLO Na sessão de julgamento do habeas corpus de Antonio Palocci, o ministro Gilmar Mendes disse que não tem nada a aprender com os seus pares do STF. Protagonizou ainda outra polêmica ao dizer que o habeas corpus é uma tradição na Corte, e que estavam “fazendo rima com o AI-5”. .O ministro foi contestado por seus pares, que negaram a concessão do habeas corpus. As sessões do STF são transmitidas ao vivo para todo o país. O ministro não devia dar este mau exemplo aos brasileiros. João Cardoso Ramalho Rio de Janeiro NADA A APRENDER O ministro Gilmar Mendes afirmou em plenário que não tem mais o que aprender com os seus colegas do STF. Já se superou. Após a declaração, o ministro retirou-se do plená- rio. Vai ficar por isso mesmo, esta atitude esdrúxula, duvido- sa, agressiva e desrespeitosa? As excelências continuarão omissas e coniventes com pes- soas deliberadamente aliení- genas? Teresa Abreu de Almeida Rio de Janeiro CONTAS PÚBLICAS Temos acompanhado os desdobramentos da operação Lava Jato, que atinge um grande número de políticos e empreiteiros, acusados de corrupção. Neste momento, a grande indagação que a opinião pública se faz, é se a corrupção está sendo estancada, face às operações judiciais em andamento. Não temos como avaliar agora estes resultados. Esta resposta só teremos num futuro próximo, quando os mecanismos apuradores das contas públicas vierem à público. Mas os brasileiros esperam por melhores dias. Jose Nobre de Almeida Rio de Janeiro GRATUIDADE Tentei embarcar gratuitamente em ônibus da linha Candelária/ Niterói, mas o scal e o moto- rista não aceitaram, alegando que só com o cartão Rio Card Sênior. Para mim, a nova lei da gratuidade contempla os que têm acima de 60 anos, bastando apresentar a carteira de identidade. Acontece que tanto o Rio Card Sênior, como a Setrerj, só fornecem o citado cartão às pessoas que têm mais de 65 anos. Luiz Fernando Gonçalves Costa Niterói-Rio de Janeiro NR: O governador Luiz Fernan- do Pezão vetou a lei que conce- dia gratuidade às pessoas acima de 60 anos. Permanece em vigor, portanto, a isenção apenas acima de 65 anos. IMAGEM DO PAÍS Sobre a mensagem publica- da no JB (13/4), onde o leitor critica a imagem ruim que o país tem no exterior, gostaria de dizer que ela tem motivos justicáveis. Durante alguns anos morei fora do Brasil, e o que via eram notícias negativas, sobre corrupção e violência. Sucesso só faziam os jogadores de futebol. Adriano Mattos Rio de Janeiro ENCONTRO DE TRADIÇÕES O “Jornal do Brasil” está de volta à Av. Rio Branco, onde antes já funcionou. O JB e esta avenida protagonizam uma tradição no Rio de Janeiro. Agora são duas modernizações: o novo JB que voltou às bran- cas e a Av. Rio Branco, que foi reconstruída. Sônia Couto Rio de Janeiro JB NAS BANCAS É muito bom ver o JB de volta às bancas. Tenho acompanhado as edições e posso dizer que estão fazendo um jornalismo de alta qualidade. O Rio de Janeiro precisava deste contra- ponto jornalístico, ainda mais neste momento em que o pais necessita de vozes pela demo- cracia. Luiz Alberto Mendonça Rio de Janeiro As cartas, contendo telefone e endereço do autor devem ser dirigidas à redação do JORNAL DO BRASIL, rua Avenida Rio Branco, 53, 2108 - CEP: 20090-004 ou pelo e-mail: [email protected] Os leitores do JORNAL DO BRASIL vão ganhar amanhã uma nova colunista aos domingos: a economista Eduarda La Rocque, ex-secretária de Fazenda da ci- dade do Rio de Janeiro de 2009 a 2012, na primeira gestão do ex-prefeito Eduardo Paes. Mineira de Uberaba, 48 anos, mãe de um rapaz de 23 anos e uma moça de 17 anos, Eduarda pretende abordar questões de políticas públicas, com olhar na cida- de, no Estado do Rio de Janeiro e no Bra- sil, comparando a iniciativas bem-suce- didas em todo o mundo. Mas ela confessa que não resistiu a abordar, na coluna da estreia, a questão que domina o debate brasileiro há algumas semanas: a prisão do ex-presidente Lula. Uma das primeiras doutoras gradua- das em Economia pela PUC-Rio, onde se formou, em 1991, e iniciou vida acadê- mica, La Rocque tem uma bem-sucedida carreira como executiva ao longo de 12 anos no mercado de capitais, tendo sido presidente das comissões de gestão de risco da Febraban e do IBGC. Seu perfil de técnica e economista foi posto em xe- que, recorda, pelo ex-governador Marce- lo Allencar (PSDB) numa cerimônia em que era homenageada pelo sindicato dos fiscais fazendários e na qual alegou “não ser política, mas apenas uma técnica”. O ex-governador atalhou imediata- mente, lembrando que todo “cidadão deve ter atuação social e política”. O passo seguinte a levou a filiar-se ao PSDB, por afinidade aos colegas professores. Após deixar a Secretaria de Fazenda, Eduar- da La Rocque dirigiu o Instituto Pereira Passos, uma espécie de IBGE da Prefei- tura. Lá foi responsável pelo UPP Social e idealizadora do Pacto do Rio. A visão social em amplas dimensões da socie- dade carioca abriu e multifacetou o seu entendimento sobre a vida na cidade, na periferia do Grande Rio, no Estado e no Eduarda La Rocque no JB Economista estreia coluna aos domingos para comentar as questões da cidade, Estado e do Brasil Brasil. E sua disposição para defender as demandas maiores das diversas camadas da sociedade, com aguda crítica ao cor- porativismo. Disposta a levar as ideias para outras searas, fundou com a filósofa Viviane Mosé a editora Usina Pensamento. Um dos livros que publicou em parceria com o professor Clóvis de Barros Filho, da USP, com Oswaldo Giacoia Junior, pro- fessor titular de Ética e História da Fi- losofia Contemporânea da Universidade Estadual de Campinas (SP) e com Viviane Mosé, é “Política nós não também sabe- mos fazer”. No seu capítulo “Democracia e Infor- mação”, La Rocque destaca que “um mun- do em que 1% da população detém 45% da riqueza, além de extremamente injus- to, é insustentável e incompatível com a democracia”, chamando a atenção para o fato de que, no Brasil, “os 10% mais ricos detêm 55% da riqueza, num movimento crescente”. Para ela, a formação dos cidadãos se dá na ação, na participação. E entende que a “única saída para a democracia é criar instâncias efetivas de participação a partir de uma base de informação qua- lificada”. Em termos práticos, Eduarda considera que a participação da socieda- de será mais eficiente e eficaz “em rede, com equilíbrio entre Estado e os diversos estamentos da sociedade”. Hoje, confessa que, com sua visão multifacetada e multi- disciplinar diverge em muitos pontos dos antigos colegas da academia, mas não se furta às polêmicas”. Pois a partir de agora e em todos os domingos, a inteligência e as observações agudas de Eduarda La Rocque estarão em rede com os leitores nas páginas do JORNAL DO BRASIL e serão replicados e amplificados diariamente no site do “Jornal do Brasil” on line. Economista vai abordar políticas públicas ecientes, sem medo de enfrentar questões polêmicas Divulgação A participação da sociedade será mais eciente e ecaz em rede, com equilíbrio entre Estado, as ONGs e os diversos estamentos sociais” X

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Page 1: 10 Sábado, 14 de abril de 2018 Eduarda La Rocque no JB · É muito bom ver o JB de volta às bancas. Tenho acompanhado as edições e posso dizer que estão fazendo um jornalismo

10 • Conheça nosso site www.jb.com.br Sábado, 14 de abril de 2018Opinião

Mensagens dos leitores

SEGURANÇA PÚBLICAA segurança pública no Rio de Janeiro continua claudicante, mesmo após a intervenção federal. Mas existem motivos para isso. São mais de 3 mil homens, entre policiais milita-res, civis, além de bombeiros e agentes penitenciários que estão fora das ruas, trabalhan-do em gabinetes e fazendo a segurança de deputados. O general Walter Braga Neto, responsável pela intervenção federal, pediu que os militares que estivessem emprestados se juntassem às forças de segu-rança. Mas eles resistem. Talvez por ser mais cômodo trabalhar numa secretaria, na segurança de um político, do que enfren-tar bandidos que andam à solta nas vias públicas.Este não parece ser o único problema com relação à inse-gurança que tomou conta do Rio. São governos sucessivos de descaso com a segurança pública. José Antônio Soares MacedoRio de Janeiro

COINCIDÊNCIADuas personalidades se juntaram em momento difícil do Rio de Janeiro. É uma coincidência, no pior sentido,

ter Pezão e Crivella como governantes. O resultado está aí para que todos possam ver e fazer os seus próprios juízos. O governo do Estado negociando o salário dos funcionários e o pagamento dos fornecedores. A prefeitura com os seus hospitais recusando os pacientes. O Cremerj já entrou com um processo contra a prefeitura pela situação de calamidade em que se encontra o hospital Rocha Faria, em Campo Grande. Os profissionais da saúde dizem que estão enxugando gelo.Leonardo AlvesRio de Janeiro

MAU EXEMPLONa sessão de julgamento do habeas corpus de Antonio Palocci, o ministro Gilmar Mendes disse que não tem nada a aprender com os seus pares do STF. Protagonizou ainda outra polêmica ao dizer que o habeas corpus é uma tradição na Corte, e que estavam “fazendo rima com o AI-5”. .O ministro foi contestado por seus pares, que negaram a concessão do habeas corpus. As sessões do STF são transmitidas ao vivo

para todo o país. O ministro não devia dar este mau exemplo aos brasileiros.João Cardoso Ramalho Rio de Janeiro

NADA A APRENDERO ministro Gilmar Mendes afirmou em plenário que não tem mais o que aprender com os seus colegas do STF. Já se superou. Após a declaração, o ministro retirou-se do plená-rio. Vai ficar por isso mesmo, esta atitude esdrúxula, duvido-sa, agressiva e desrespeitosa? As excelências continuarão omissas e coniventes com pes-soas deliberadamente aliení-genas?Teresa Abreu de Almeida Rio de Janeiro

CONTAS PÚBLICASTemos acompanhado os desdobramentos da operação Lava Jato, que atinge um grande número de políticos e empreiteiros, acusados de corrupção. Neste momento, a grande indagação que a opinião pública se faz, é se a corrupção está sendo estancada, face às operações judiciais em andamento. Não temos como avaliar agora estes resultados. Esta resposta só teremos

num futuro próximo, quando os mecanismos apuradores das contas públicas vierem à público. Mas os brasileiros esperam por melhores dias.Jose Nobre de AlmeidaRio de Janeiro

GRATUIDADETentei embarcar gratuitamente em ônibus da linha Candelária/Niterói, mas o fiscal e o moto-rista não aceitaram, alegando que só com o cartão Rio Card Sênior. Para mim, a nova lei da gratuidade contempla os que têm acima de 60 anos, bastando apresentar a carteira de identidade. Acontece que tanto o Rio Card Sênior, como a Setrerj, só fornecem o citado cartão às pessoas que têm mais de 65 anos.Luiz Fernando Gonçalves CostaNiterói-Rio de Janeiro

NR: O governador Luiz Fernan-do Pezão vetou a lei que conce-dia gratuidade às pessoas acima de 60 anos. Permanece em vigor, portanto, a isenção apenas acima de 65 anos.

IMAGEM DO PAÍSSobre a mensagem publica-da no JB (13/4), onde o leitor critica a imagem ruim que o

país tem no exterior, gostaria de dizer que ela tem motivos justificáveis. Durante alguns anos morei fora do Brasil, e o que via eram notícias negativas, sobre corrupção e violência. Sucesso só faziam os jogadores de futebol.Adriano MattosRio de Janeiro

ENCONTRO DE TRADIÇÕESO “Jornal do Brasil” está de volta à Av. Rio Branco, onde antes já funcionou. O JB e esta avenida protagonizam uma tradição no Rio de Janeiro. Agora são duas modernizações: o novo JB que voltou às bran-cas e a Av. Rio Branco, que foi reconstruída. Sônia CoutoRio de Janeiro

JB NAS BANCASÉ muito bom ver o JB de volta às bancas. Tenho acompanhado as edições e posso dizer que estão fazendo um jornalismo de alta qualidade. O Rio de Janeiro precisava deste contra-ponto jornalístico, ainda mais neste momento em que o pais necessita de vozes pela demo-cracia.Luiz Alberto MendonçaRio de Janeiro

As cartas, contendo telefone e endereço do autor devem ser dirigidas à redação do JORNAL DO BRASIL, rua Avenida Rio Branco, 53, 2108 - CEP: 20090-004 ou pelo e-mail: [email protected]

Os leitores do JORNAL DO BRASIL vão ganhar amanhã uma nova colunista aos domingos: a economista Eduarda La Rocque, ex-secretária de Fazenda da ci-dade do Rio de Janeiro de 2009 a 2012, na primeira gestão do ex-prefeito Eduardo Paes. Mineira de Uberaba, 48 anos, mãe de um rapaz de 23 anos e uma moça de 17 anos, Eduarda pretende abordar questões de políticas públicas, com olhar na cida-de, no Estado do Rio de Janeiro e no Bra-sil, comparando a iniciativas bem-suce-didas em todo o mundo. Mas ela confessa que não resistiu a abordar, na coluna da estreia, a questão que domina o debate brasileiro há algumas semanas: a prisão do ex-presidente Lula.

Uma das primeiras doutoras gradua-das em Economia pela PUC-Rio, onde se formou, em 1991, e iniciou vida acadê-mica, La Rocque tem uma bem-sucedida carreira como executiva ao longo de 12 anos no mercado de capitais, tendo sido presidente das comissões de gestão de risco da Febraban e do IBGC. Seu perfil de técnica e economista foi posto em xe-que, recorda, pelo ex-governador Marce-lo Allencar (PSDB) numa cerimônia em que era homenageada pelo sindicato dos fiscais fazendários e na qual alegou “não ser política, mas apenas uma técnica”.

O ex-governador atalhou imediata-mente, lembrando que todo “cidadão deve ter atuação social e política”. O passo seguinte a levou a filiar-se ao PSDB, por afinidade aos colegas professores. Após deixar a Secretaria de Fazenda, Eduar-da La Rocque dirigiu o Instituto Pereira Passos, uma espécie de IBGE da Prefei-tura. Lá foi responsável pelo UPP Social e idealizadora do Pacto do Rio. A visão social em amplas dimensões da socie-dade carioca abriu e multifacetou o seu entendimento sobre a vida na cidade, na periferia do Grande Rio, no Estado e no

Eduarda La Rocque no JBEconomista estreia coluna aos domingos para comentar as questões da cidade, Estado e do Brasil

Brasil. E sua disposição para defender as demandas maiores das diversas camadas da sociedade, com aguda crítica ao cor-porativismo.

Disposta a levar as ideias para outras searas, fundou com a filósofa Viviane Mosé a editora Usina Pensamento. Um dos livros que publicou em parceria com o professor Clóvis de Barros Filho, da USP, com Oswaldo Giacoia Junior, pro-fessor titular de Ética e História da Fi-losofia Contemporânea da Universidade Estadual de Campinas (SP) e com Viviane Mosé, é “Política nós não também sabe-mos fazer”.

No seu capítulo “Democracia e Infor-mação”, La Rocque destaca que “um mun-do em que 1% da população detém 45% da riqueza, além de extremamente injus-to, é insustentável e incompatível com a democracia”, chamando a atenção para o fato de que, no Brasil, “os 10% mais ricos detêm 55% da riqueza, num movimento crescente”.

Para ela, a formação dos cidadãos se dá na ação, na participação. E entende que a “única saída para a democracia é criar instâncias efetivas de participação a partir de uma base de informação qua-lificada”. Em termos práticos, Eduarda considera que a participação da socieda-de será mais eficiente e eficaz “em rede, com equilíbrio entre Estado e os diversos estamentos da sociedade”. Hoje, confessa que, com sua visão multifacetada e multi-disciplinar diverge em muitos pontos dos antigos colegas da academia, mas não se furta às polêmicas”.

Pois a partir de agora e em todos os domingos, a inteligência e as observações agudas de Eduarda La Rocque estarão em rede com os leitores nas páginas do JORNAL DO BRASIL e serão replicados e amplificados diariamente no site do “Jornal do Brasil” on line.

Economista vai abordar políticas públicas eficientes, sem medo de enfrentar questões polêmicas

Divulgação

A participação da sociedade será mais eficiente e eficaz em rede, com equilíbrio entre Estado, as ONGs e os diversos estamentos sociais”

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