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Exposiçao Centor Cultural V&M - Maio de 2012

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Page 1: Catalogo JB Lazzarini

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caminhoé um ponto partidocaminho que vai, que volta sem, com sentidocaminhoum dia não chego lálinha reta, linha curvacurvocaminhoquando a vida cobrar tempoquando a árvore quiser ventopassa tempocaminhode tudo o que restade tudo o que prestasei nãocaminho

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Espaço Cultural V & M do BRASILMaio de 2012

Page 4: Catalogo JB Lazzarini

Tríptico70 x 150 cm - 2012

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“O trabalho do JB é uma fotografia do Brasil. Uma forma natural, amistosa, uma vontade de agradar sem pretenção...”

Yamandu Costa

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J.B. Lazzarini por Gladston Mamede

A brasilianidade pode expressar-se por uma estética própria. Não apenas uma estética de conteúdo, mas uma estética de forma, pictórica. Em suma, uma pintura com cara de Brasil. Foi o que tentou Tarsila do Amaral. Mais do que Anita Malfatti, e seu expressionismo de raízes européias (tanto quanto o academicismo que lhe antecedeu), Tarsila propôs-se uma pintura de forma brasileira. Superou o cânone do mero conteúdo, para trazer formas e cores que traduzissem essa tropicalidade tupiniquim.

Essa fundação de uma brasilianidade pictórica, por exemplo, salta a obra de Cândido Por tinari, de incontestável impor tância. Afora cer tas peças, em que a paleta se apresenta mais tropical, mais fauve, Por tinari está menos atento à tropicalidade e mais preocupado com seu ativismo social, numa escolha que não me parece merecer crítica. Usa do cubismo e até do expressionismo europeus para trazer para a tela o drama dos brasileiros: os cenários secos, a miséria de famílias inteiras, o empenho do trabalho braçal, os descampados onde, alheias a tudo, as crianças brincam.

Guignard é uma referência interessante, mas sua paleta saltou a proposta de uma brasilianidade para se situar uma mineiridade plástica, construindo um expressionismo das Gerais. Paisagens afogadas no verde das Alterosas, salpicadas de pequenas casas e igrejas em

profusão, penduradas em montanhas, por vezes ao modo da pintura oriental. Mas é uma pintura mineira no seu jeitinho, dessas que nos acostumamos a ver nas varandas ou nos tetos dos velhos casarões coloniais. Um resgate simplesmente genial.

Mas há, ainda, Di Cavalcanti e, sim, com uma brasilianidade ímpar. Não apenas pela temática, mas principalmente pela coragem de suas cores. Suas telas são um espelho do espectro vivo das cores cotidianas do Brasil, entre paisagens naturais e, até, paisagens urbanas. Há na sua pintura uma coragem de abrir a cor como apenas os chamados pintores ingênuos (naïfs) ousaram fazer, embora o tenham feito depois dele.

É nesse enredo que contemplo, encantado, a pintura de J.B. Lazzarini. A compreensão de seu trabalho demanda atenção ao tempo, realçando um período de formação e evolução, no qual suas experiências com a cor ainda buscam um equilíbrio que, enf im, a maturidade lhe deu. O contraste abrupto entre cores como preto, azul, vermelho e amarelo, por vezes chapadas em formas exclusivamente geométricas, foi indispensável para moldar uma expressão própria, inconfudível e, melhor, capaz de expressar uma estética da brasilianidade que o coloca como herdeiro da herança de Tarcila e Di Cavalcanti, embora sem nunca copiá-los.

Em seu atual estágio de produção, como se vê na série Ser tão e, principalmente, da série Metamorfose, é de uma riqueza ímpar. Antes de

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mais nada, uma riqueza nos matizes: sutilmente, a cor obtém do espectador a primeira reação ao tema exposto. O vermelho, preto e laranja, para o agreste ser tanejo; cinza, preto, branco e sutis azuis para o enredo aquático; a profusão de cores, contrastadas, para a totalidade da paisagem. Superando a fotograf ia, essas obras relatam as paisagens brasileiras para a íris, multiplicando as referências que evocam a cenograf ia natural e social brasileira.

Na série Metamorfose, essas qualidades se mostram lapidadas. O contraste pictórico continua rico, mas absolutamente harmônico e equilibrado com as formas. A proposta de uma tradução tropical exibe-se mais sutil e elegante, embora conserve a bravura do fauvismo e do colorismo, num eixo que remonta, no exterior, a Gaugin, Matisse e Cézanne, e no Brasil a Inimá de Paula.

J.B. Lazzarini, no entanto, não é replicador de qualquer desses pintores. Quem admira seus trabalhos vê a tradição colorista, mas expressa de forma original. Mesmo o cubismo de Picasso e Por tinari, encontra em suas telas uma nova af irmação, rica e revisitada, ampliando as possibilidades do traço e da criação ar tísticos. Os cubos se postam como um caleidoscópio da realidade, aproveitando-lhe a riqueza de elementos, formas e tons. Mais do que a visão da paisagem tropical, o ar tista transmite a sensação de encantamento provado por essa paisagem. Esse encantamento passou a ser ainda maior quando o ar tista aceitou trabalhar com grandes formatos, que tomam o expectador como uma

explosão que, diante de seus olhos, não lhe permite ver mais nada: tudo é a obra de ar te.

Já seria o bastante. Mas é preciso destacar um último ponto: o exercício desse caminho de construção ar tística direcionou-se, com uma naturalidade impressionante, para um retorno ao fraseado colorista ao extremo da abstração. O mesmo percurso de Mondrian, 60 anos antes. É essa a grande metamorfose de seus trabalhos atuais. Ainda se percebem os ícones de brasilianidade, mas a forma alia-se à cor para ser menos explícita, mas ainda assim, mensageira. É indianista, é afrobrasileira, é mesmo urbana, na frialdade do cinza e negro e af ins. Essa simplicidade reducionista é extremamente eloquente.

Eis a razão de minha admiração por esse grande ar tista: J.B. Lazzarini assumiu o ônus de uma estética brasileira e desempenha essa função com maestria. Embora seguindo uma tradição, é único no que faz, postulando seu lugar na história nacional das ar tes plásticas.

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9 telas20 x 120 cm - 2012

Página seguinte:Díptico180 x 180 cm - 2012

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“Lazzarini é um poeta das cores.”

Paulo Virgílio Grilo

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90 x 320 cm - 2012

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Díptico150 x 180 - 2011

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Díptico80 x 150 - 2011

Págins seguinte:Díptico

120 x 120 - 2012

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110 x 250 cm - 2012

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JB Lazzarini vem construindo um mundo multicolorido em suas obras, imprimindo sua marca original, presente na caminhada e no processo artístico que desenvolve. O trabalho passa a ser reconhecido através da expressão que se propõe e representa.

Podemos perceber em sua trajetória algumas correntes refer-entes a arte moderna/contemporânea, sem no entanto f ixar-se em nenhuma delas especif icamente. É nesse sentido que sua obra ganha a força de criar algo novo e diferente.

Criando suas cores a partir da mistura de pigmentos, Lazzarini nos apresenta sua pintura mutável, aliada a uma técnica vig-orosa, povoada de cores, onde se misturam em harmonia o concreto e o orgânico; memórias adormecidas que nos revelam um mosaico fragmentado de tons, movimento, música e poesia.

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exposições individuais selecionadas • Exposição “Caminho”, Centro Cultural V&M do BRASIL , Belo Horizonte MG

• Exposição, Mirian Fernandes Gallery, Miami Design District EUA• Exposição “Metamorfose”, Museu Inimá de Paula , Belo Horizonte MG

• Galeria Contemplo, Belo Horizonte MG• Tutto, Belo Horizonte MG• Cenário Yamandú Costa e Dominguinhos, Auditório Ibirapuera, São Paulo SP

• Ilustração do Livro Rio das Velhas em Verso e Prosa Projeto Manuelzão UFMG• Cenário 60m² Yamandú Costa, Palácio das Artes, Belo Horizonte MG

• Espaço Cultural Momo, Belo Horizonte MG• Pintura sobre o carro Fiat Stilo com a participação dos alunos de design da Fumec e alunos do Projeto social Árvore da VidaMinas Cult, • Praça da Liberdade, Belo Horizonte MG• Grande Sertão: Veredas, Centro Cultural de Contagem MG• Mural na fachada do Centro Cultural DCE PUC, Belo Horizonte MG• Stopcenter, Nova Lima MG

• Status café cultura e arte, Belo Horizonte MG• Grande Sertão: Veredas, Vitória ES• Arrumação, Belo Horizonte MG• Fundação Casa da Cultura Conceição do Mato Dentro MG• Pintura para capa do CD do grupo Zé da Guiomar Samba e Bossa• Pintura para cenário, 20 anos da Rede Minas

• Galeria Oito, Alphaville Mall, Nova Lima• Galeria da Travessa, Belo Horizonte MG

• Até onde a vista avista, Galeria Pampulha Iate Clube, Belo Horizonte MG• Café com Letras, Belo Horizonte MG

• Projeto Mural, Ponteio Belo Horizonte MG

• Sentidos, Galeria Telemar, Belo Horizonte MG• Galeria da Travessa, Belo Horizonte MG

• Realiza série de 90 Gravuras, Serigraf ia, Life Center, Belo Horizonte MG

• Cores, Galeria Pampulha Iate Clube, Belo Horizonte MG

• Cadê ?, Sesiminas, Belo Horizonte MG• Banco do Brasil, Belo Horizonte MG• Soho, Belo Horizonte MG

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1999

1998

1995

1993

1988

exposições coletivas selecionadas • III Exposição Internacional de Artes Plásticas, Algarve Portugal• Feira de livros, Morro do Chapéu, Nova Lima MG

• Bienal da Energia CEMIG, Palácio das Artes, Belo Horizonte MG

• The Brazilian Artists Exhibition, National Arts Club, New York EUA• Cow Parade, Belo Horizonte MG• Galeria Contemplo, Belo Horizonte MG• Galeria Agnus Dei, Belo Horizonte MG

• Festivelhas, Arte e Transformação, Morro da Garça MG

• Oldrado da Ponte, Província de Lodi, Milão – Itália

• Universidade Estácio de Sá, Belo Horizonte MG• VII Circuito Internacional de Arte Brasileira• Palais Palffy,Viena Áustria• Galerie Expression Libre, Paris França• Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro RJ• Galeria da Travessa, Belo Horizonte MG

• Tribunal de Contas, Belo Horizonte MG• Naturarte 2001, Província de Lodi Milão Itália

• Resumo Hoje 98, Grande Galeria do Palácio das Artes, Belo Horizonte MG

• Galeria Jardins, São Paulo SP

• Mostra GAPA 10 anos, Sesiminas, Belo Horizonte MG• Projeto Matriz, Prefeitura Municipal Conceição do Mato Dentro, MG

• Concurso BH 100 anos, Galeria da Telemig, Belo Horizonte MG

• 2º Salão de Artes Plásticas de Ferros MG• Escola Guignard, Câmara Municipal, Belo Horizonte MG

• OU… Sesiminas, Belo Horizonte MG• Escola Guignard, Tribunal de Alçada, Belo Horizonte MG• Salão de Arte de Montes Claros MG

• 20º Salão de Arte da Usiminas, Ipatinga MG• Cotidiano Industrial, Palácio das Artes, Belo Horizonte MG 1º Prêmio

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Curadoria: Robson SoaresFotos: Nello AunDesign: Clara Gontijo

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