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Sebenta elaborada por Jorge Barosa [21107833] 2013/10/21 SEBENTA DE NOÇÕES DE DIREITO COMERCIAL 2013 / 2014 3º Ano - 1º Semestre Prof. Dr.ª Ana Cristina Borges Malhão

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Sebenta elaborada por Jorge Barosa [21107833] 2013/10/21

SEBENTA DE

NOÇÕES DE DIREITO COMERCIAL

2013 / 2014

3º Ano - 1º Semestre

Prof. Dr.ª Ana Cristina Borges Malhão

Noções de Direito Comercial Aula 21-10-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Docente: Ana Cristina Borges Malhão

Características do direito comercial:

• É um ramo de direito privado • É um direito privado especial • É um direito fragmentado • É um direito com influência muito forte do direito comunitário

Actos de comércio

Actos de comércio ou actos civis

Juros comerciais actualmente a 7,5%

Dívidas comerciais são de natureza solidária (os sócios respondem como um só)

O casal responde pelas dívidas comerciais

Conceito de actos de comércio: A concepção de actos de comércio é uma concepção extremamente ampla, são todos os factos que desencadeiam efeitos jurídicos e ainda todos os actos que tenham como sua origem.

Artigo 2º do código comercial

São actos de comércio os que se encontrem especialmente regulados na lei comercial.

1ª objectivo

Todos os que estão previstos no código comercial

1º passo, verificar se a legislação comercial prevê o acto.

Exemplo: a pessoa comprou um casaco para o revender

Sim o acto é objectivamente comercial

2ª passo (o sujeito)

Quando a resposta acima é não

1ª pergunta: António é comerciante:

se a resposta for não o acto é civil

Se a resposta for sim então temos de continuar o teste do artº 2

Noções de Direito Comercial Aula 21-10-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

2ª pergunta: o acto é de natureza exclusivamente civil

Sim, então é civil

Se não, continua o teste

3ª pergunta: e o contrário não resulta do próprio acto?

Exemplo o comerciante de automóveis compra um carro para oferecer à filha

Resposta: sim

Resposta: não, eu comprei o carro para alugar o uso. (é um acto subjectivamente comercial)

Nota: se a lei não distingue, não é o intérprete que o deve fazer.

A lei prevê o acto ?

O acto é objectivamen-te comercial

O acto é civil

Sim Não

Art.º 2º O acto é de natureza exclusiva-

mente civil O acto é civil

Sim

E o contrário não resulta do próprio acto?

Não

O acto é civil Sim

O acto é subjectivamente co-mercial

Não

É comerciante? Não

Sim

Noções de Direito Comercial Aula 21-10-2013

3 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Nos termos da primeira parte do art.º 2º do código comercial o acto é objectivamente comercial. Nos termos da segunda parte do art.º 2ª do código comercial o acto é subjectivamente comercial.

Código art.º 463, atenção ver art.º 230

EXEMPLOS (classificar a compra e a venda) art.º 463, 464 (norma desqualificadora):

1. Eu comprei o meu fato numa loja. Para quem compra: Nos termos da primeira parte do art.º 2º do código comercial o acto não é objectivamente comercial (art.º 464, n.1 do Código Comercial). Para quem vende: Nos termos da primeira parte do art.º 2º do código Comercial o acto é objectivamente comercial (art.º 463, n.3 do Código Comercial) É um acto misto, ou seja é comercial e civil, ou seja é unilateralmente comercial

2. O pai do João ofereceu-lhe 500 Euros e o João com esse dinheiro comprou acções da EDP O Pai: doação - De acordo com a primeira parte do art.º 2º a doação não está previsto no código comercial. O filho: compra - De acordo com a segunda parte do art.º 2º o acto não é subjectivamente comercial, visto que não é comerciante, com tal é um acto civil. A financeira: venda - A subscrição das acções de acordo com a primeira parte do artº 2º o acto é objectivamente comercial (art.º 463, n.5 do Código Comercial)

3. Pedro dono e explorador de uma sapataria na baixa, e comprou para revender 200 pares de sapatos a uma fábrica, e 10 pares de botas a um sapateiro que ainda fabrica calçado à mão. A compra à fábrica: De acordo com o art. 2º primeira parte conjugado com o artigo 463, n. 1 do código comercial, o acto é objectivamente comercial. A venda pela fábrica: De acordo com o art. 2º primeira parte conjugado com o art.º 230, n.1 do código comercial, o acto é objectivamente comercial. A compra ao sapateiro: De acordo com o art. 2º primeira parte conjugado com o num. 1 do artigo 463 do código comercial, o acto é objectivamente comercial. A venda do sapateiro: É um acto civil, porque o art.º 464, n.3 desqualifica esta venda como sendo comercial.

Noções de Direito Comercial Aula 21-10-2013

4 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

4. O Sr. Limp Ching Ey é dono e explorador de um restaurante chinês de luxo resolveu comprar uma moeda muito especial e antiga para a expor no hall de entrada do seu restaurante e assim atrair clientela. A compra: Partindo do art. 2º primeira parte verificamos que este acto não está previsto na lei comercial, não sendo por isso objectivamente comercial, contudo nos termos da segunda parte do art.º 2º do cc tendo o acto sido praticado por um comerciante, e não sendo o acto de natureza exclusivamente civil verificamos que resulta da intenção com que o comerciante praticou o acto que este está relacionado com o giro comercial. Assim estamos perante um acto subjectivamente comercial. Já a venda da moeda pressupõe-se que a venda foi efectuada por um marchan (antiquário), nos termos do art.º 2º da primeira parte do Código Comercial conjugado com o art.º 463, n.º 1 do código comercial estamos perante um acto objectivamente comercial.

5. Imagine agora que o Limp ChingEy era conhecido por ser um grande coleccionador de arte em particular de moedas. A compra: Partindo do art. 2 do código comercial, o acto não está previsto na lei comercial, como tal é um acto de natureza civil. A venda: Se o prossuposto tiver sido efectuado por um comerciante (marchan), então de acordo com o artº. 2 da primeira parte conjugado com o art.º 463 do código comercial, estamos perante um acto objectivamente comercial.

6. Uma sociedade construtora edifica um prédio e vendeu a um reformado para o arrendar. A venda: De acordo com o art.º 2 conjugado com o art.º 463 do código comercial o acto é objectivamente comercial. A compra: De acordo com o art.º 2 conjugado com o art.º 463 do código comercial o acto é objectivamente comercial.

Noções de Direito Comercial Aula 21-10-2013

5 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

7. Dois colegas A e B compraram um carro, um deles usa este carro às segundas, quartas e sextas, para se deslocar para a universidade, o outro utiliza nos restantes dias para transportar jovens às discotecas cobrando bilhete. A compra pessoa “A”: De acordo com o artº 2º, 1ª parte, conjugado com o art.º 464, n.º 1, considera-se um acto civil para a pessoa “A”. A compra pessoa “B”: De acordo com o artº 2º, 1ª parte, conjugado com o art.º 463, n.1 a compra é objectivamente comercial. Para quem vende: De acordo com o artº 2º, 1ª parte, conjugado com o art.º 463,nº 3, a venda é objectivamente comercial. Logo o regime é misto, pois aplica-se parte civil e parte comercial.

8. Um advogado com problemas financeiros desloca-se do norte do país para comprar uma tonelada de batatas a um agricultor para as revender na feira. Compra: De acordo com o artº 2º, 1ª parte, conjugado com o art.º 463, 1ª parte o acto é objectivamente comercial. Venda: é um acto civil porque o art.º464, n.º2 assim o desqualifica o acto como sendo comercial. Logo é um acto misto pois é unilateralmente comercial.

9. … não tinha dinheiro, então pediu emprestado a um colega para efectuar o acto. De acordo com o art.º 2, 1ª parte do código comercial conjugado com o art.º 394 é um acto puro ou bilateralmente comercial.

Noções de Direito Comercial Aula 28-10-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

O advogado pediu dinheiro emprestado ao banco para efectuar a compra

De acordo com o art.2º, 1ª parte conjugado com o art.º 362 é um acto bilateralmente e objectivamente comercial.

.. o advogado tinha dinheiro para adquirir, mas não tinha meio de transporte para as batatas, como tal pediu a um amigo emprestado um camião.

Segundo o art.º 2, 1ª parte o acto não está previsto na lei comercial. Nos termos da segunda parte do art.º 2º o acto é civil.

.. o advogado tinha dinheiro para adquirir, mas não tinha meio de transporte para as batatas, como tal resolveu contratar o transporte das batatas com uma empresa de transportes.

Nos termos do o art.º 2, 1ª parte conjugado com o art.º 366, o acto é objectivamente comercial. O acto é bilateralmente comercial.

Um estudante de solicitadoria, gosta imenso de escrever poemas, um dia resolveu correr várias editoras para tentar editar os poemas, mas nenhuma aceitou, e então ele próprio editou os livros, depois foi para a baixa vender os mesmos numa banquinha de rua.

Parágrafos no art. 230 são normas desqualificadoras.

É um acto civil, de acordo com art.º 2, 1ª parte conjugado com o 3º paragrafo do art.º 230

O Bernardo é dono e explorador de uma loja de trapos (boutique), e decidiu contratar uma contabilista para lhe fazer a contabilidade, e o Sr. Bernardo decidiu comprar 500 camisolas, então resolveu empenhar uma jóia de família para poder comprar as 500 camisolas.

A compra de acordo o art.º 2, 1ª parte do código comercial, conjugado com o art.º 463, n. 1 parte, o acto é objectivamente comercial.

O penhor de acordo com o art.º2, 1ª parte do código comercial, conjugado com o art.º 397, o acto é objectivamente comercial.

A venda de acordo com o art.º 2, 1ª parte do código comercial, conjugado com o art.º 463, n.º 3 a venda é objectivamente comercial.

O contrato contabilidade, art.º 2º, 1ª parte do código comercial, não está previsto na lei comercial. Segundo o art.º 2º, 2ª parte o acto é praticado por um comerciante, não é exclusivamente civil e resulta da própria actividade, logo é subjectivamente comercial.

Noções de Direito Comercial Estudo teste 04-11-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

O que é o direito comercial

É o conjunto de normas jurídicas que disciplinam as atividades das empresas e dos empresários comerciais, bem como os atos considerados comerciais, ainda que não diretamente relacionados às actividades das empresas.

• Direito Privado do Comércio e dos Comerciantes o Relativo às operações jurídicas realizadas pelos comerciantes e reporta-se ao

exercício do comércio. • Comércio

o É a actividade lucrativa da produção, distribuição e vendas de bens. o Abrange todos os segmentos que unem o produtor ao consumidor e as

actividades conexas e acessórias. • Direito Privado

o Embora tenha algumas áreas com regras de Direito Público ex: Registo Comercial, deveres contabilísticos

Características do Direito Comercial

• Cosmopolitismo: é um ramo do Direito marcadamente internacional; • Dinamismo: é um ramo em rápida evolução; • Onerosidade: a atividade mercantil envolve, via de regra, atos não gratuitos; • Simplicidade: busca formas menos rígidas do que o Direito Civil; • Fragmentarismo: não forma um sistema jurídico completo; • Presunção de solidariedade: visa à garantia do crédito.

Natureza da autonomia comercial

• Não dispõe de unidade dogmática o Não tem uma sistemática vincada e por isso é composto por um conjunto de

disciplinas autónomas. • A sua autonomia é fruto de vários condicionalismos históricos e culturais • Dependendo dos institutos jurídicos caracteriza-se quer por critérios objectivos quer

por critérios subjectivos. o A relação com o Direito Civil varia consoante os institutos jurídicos em causa.

Noções de Direito Comercial Aula 18-11-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Profissional

• Pratica actos reiterados • Lucrativo

Quanto aos limites de pratica de comércio:

Menores não podem praticar actos de comércio

• Representante legal de menores • Art.º127 código civil, art.º 1889 cod. Civil • O representante representa o menor como comerciante

Interditos e incapazes não podem praticar actos de comércio

Proibições

• Está vedado a qualquer pessoa praticar actos bancários (proíbe a recepção de depósitos e outros fundos reembolsáveis)

• Está vedado a qualquer pessoa praticar actos de factoring • Está vedado a qualquer pessoa praticar actos de Leasing financeiro • Está vedado a qualquer pessoa praticar actos de Seguros (lei que regula a actividade

seguradora)

Incompatibilidades

• Prevista no estatuto de cada profissão (ex.: titulares de cargos públicos, não podem praticar o comércio)

Inibições

• É determinada judicialmente, as inibições de praticas de comércio; • Inibições decretada pelo Banco de Portugal. • São sempre temporárias

Impedimentos

• Conflitos de interesses (ex.: art.º 253 CC, o gerente não pode praticar actos de comércio que façam concorrência com a empresa onde é gerente)

Quem não é comerciante:

Art.º 230, parágrafos (normas desqualificadoras)

• Art.º 464 • Artesão • Proprietário rural ou explorador rural • Mestre ou oficial do oficio mecânico

Noções de Direito Comercial Aula 18-11-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

• Todas as actividades liberais intelectuais com controlo próprio (solicitador, escritores, cientistas, médicos, etc…)

Quanto a sociedades, quem não são comerciantes:

• Estado pessoa colectiva não é comerciante, o estado é uno, o único ramo de direito que estabelece uma figura jurídica é o direito do trabalho. O estado não é comerciante mas pratica actos de comércio

• Os institutos públicos • As empresas públicas • As fundações públicas • Os estabelecimentos públicos • Associações sem fins lucrativos

O comerciante é todo aquele que é civilmente capaz e pratica actos de comércio de forma sistematizada.

Actos substancialmente comerciais, ou formalmente comercial

• É um acto que pela sua natureza caracteriza quem o pratica • Ex: Quem compra uma obra de arte • Pratica com o objectivo do lucro • Pratica de forma habitual.

O comerciante está sujeito a obrigações especiais, obrigações de registo

Regime de solidariedade, art.º 100 do CC, só se aplica a quem é comerciante

Os juros comerciais também são diferentes conforme o tipo de classificação.

Art.º 99, norma unificadora, obriga a que o contrato seja comercial mesmo que seja unilateralmente comercial.

O conceito de empresa: é um conceito económico, é uma afectação de meios técnicos, humanos com o objectivo de realização de uma actividade, dotados de uma organização com o objectivo de realização de lucro.

O comerciante pode assumir 2 formas legais:

• Comerciante com responsabilidade ilimitada • Comerciante com responsabilidade limitada

Noções de Direito Comercial Aula 18-11-2013

3 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Empresas Singulares:

O empresário em nome individual:

• Exerce a actividade afectando todo o seu património. • Responsabilidade ilimitada

Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitadas –EIRL

As sociedades civis podem tomar forma de sociedade comercial, exemplo sociedade civil sob forma de sociedade comercial

O direito civil se aplica subsidiariamente ao direito comercial

Composição de uma sociedade:

• Sócios; • Substrato patrimonial; • O objecto; • O fim (finalidade).

Sociedades comerciais:

Sociedades por quotas

Sociedades Anónimas

Sociedade Unipessoal

Noções de Direito Comercial Aula 25-11-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Definição de sociedade

Art.º 980 Código Civil – Contrato de sociedade é aquele em duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera fruição, a fim de se repartirem os lucros resultantes dessa actividade.

Art.º 142 do Código das Sociedades Comerciais – Causas de dissolução administrativa ou por deliberação dos sócios.

Art.º 270 do Código das Sociedades Comerciais – Dissolução da sociedade

Art.º 464, n.º3 do Código das Sociedades Comerciais – Dissolução administrativo da sociedade

Art.º 488 do Código das Sociedades Comerciais –Domínio total inicial da sociedade em relação ao grupo

Regras relativas à intangibilidade do capital

Art. 31 – 35 do Código das Sociedades Comerciais

O capital da empresa não pode ter capital inferir ao capital social e

Art.º 11-do CSC o objecto da sociedade deve ser determinado

Fim da sociedade – Obter lucro com vista a distribuir pelos sócios.

Art.º 22, n. 3 - Pacto leonino é uma cláusula do séc. XIX, era o pacto que sócio fazia que ou não participava nos lucros, ou não participava nas percas.

Uma sociedade é uma pessoa distinta da dos sócios, parse uma sociedade não no momento do parto mas sim no momento do registo. O registo não trás nada, mas torna publico o acto da constituição da sociedade.

Pessoa jurídica - É um centro autónomo de imputação de direitos e deveres.

Denominação comercial da sociedade – a-firma da sociedade

A denominação obrigatória, tem como fim proteger os terceiros que contratam com a sociedade.

A marca – é um sinal distintivo do comércio.

Assumir forma comercial - Reiterada, sistemática e profissional

Sociedades Civis / Sociedades Comerciais, Distinguem-se:

Noções de Direito Comercial Aula 25-11-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Uma sociedade civil é uma sociedade cujo objecto consiste em actos não comerciais.

Uma sociedade comercial segue as …

As sociedade civis podem assumir a forma comercial - art.º 1º, n.º 4 CSC

1ª pergunta

O código das sociedades comerciais tem vários tipos de sociedades, porquê?

O código tem vários tipos de modelos, 5 grandes critérios

1º critério – as regras das relações entre os sócios

2º critério – elas também se distinguem entre si de acordo com este critério, a forma como se relaciona com terceiros

3º critério – a estrutura organizatória da sociedade

4º critério – a forma como se pode transmitir as participações comerciais

5º critério – o capital social, a forma como ele está representado.

1º critério

A responsabilidade dos sócios

Sociedades

Civis Sociedades Comerciais

Sob a forma civil

Sob a forma comercial

Art.º 980 CC Art.º ¼ CSC

Noções de Direito Comercial Aula 25-11-2013

3 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Enquanto na sociedade por quotas o sócio é solidariamente responsável pela sua entrada e dos outros, enquanto na sociedade anónima o sócio só é responsável pela sua entrada.

Na sociedade por quotas o sócio à partida é responsável pelas prestações acessórias e complementares, na sociedade anónima não é responsável.

2º critério

Na responsabilidade com terceiros

Em nenhum dos casos os sócios respondem pelas dívidas da sociedade

3º critério

A estrutura organizatória

• Órgãos deliberativos da sociedade – Em ambos os casos temos uma estrutura semelhante, a assembleia de sócios, mas está presente na sociedade por quotas.

• Órgãos executivos ou representativos – Na sociedade por quotas temos a gerência, na sociedade anónimas temos 2 opções, modelo germânico, ou modelo clássico (conselho de administração)

• Órgãos de fiscalização – Normalmente na sociedade por quotas têm o conselho fiscal ou fiscal único, na sociedade anónima, ou temos conselho fiscal ou temos um ROC.

4º critério

Transmissão das participações comerciais

• Transmissão inter vivos – Na sociedade por quotas a transmissão da quota carece do consentimento da sociedade (art.º 228 CSC). Nas sociedade anónimas, as acções ao portador não pode haver qualquer restrição, nas acções nominativas pode ocorrer limitação através do pacto social (art.º 328 CSC).

• Transmissão mortis causa / sucessória – A sociedade por quotas pode estar sujeita a restrições ou mesmo ser afastada (art.º 225 CSC). A sociedade anónima a transmissão da quota dá-se por mero efeito sucessório.

5º critério

O capital

Enquanto nas sociedades por quotas não está disperso, cada sócio só tem uma quota. Nas sociedades anónimas o capital está disperso.

Casos práticos

Aníbal, Bento e Casimiro constituem uma sociedade por quotas, Aníbal obriga-se a entregado um carro avaliado em 2.000 Euros, Bento e Casimiro obrigam-se a entregar 1.500 Euros cada um.

Noções de Direito Comercial Aula 25-11-2013

4 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Quando é que devem ser realizadas estas entradas?

Para que Casimiro e Bento pudessem diferir o máximo que a lei prevê quanto é que teria de ser a entrada de cada um?

Em caso de diferimento qual o montante posterior?

Qual o regime aplicável no caso de ser uma sociedade anónima?

Noções de Direito Comercial

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa [21107833] (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Casos práticos

Aníbal, Bento e Casimiro constituem uma sociedade por quotas, Aníbal obriga-se a entregado um carro avaliado em 2.000 Euros, Bento e Casimiro obrigam-se a entregar 1.500 Euros cada um.

Quando é que devem ser realizadas estas entradas?

Conforme o art.º 26 do código das sociedades comerciais:

As entradas dos sócios devem ser realizadas até ao momento da celebração do contrato, sem que exista prejuízo do disposto nos números 2 e 3 do art.º 26 do CSC.

Sempre que a lei o permita, as entradas podem ser realizadas até ao termo do primeiro exercício económico, a contar da data do registo definitivo do contrato de sociedade.

Nos casos e nos termos em que a lei o permita, os sócios podem estipular contratualmente o diferimento das entradas em dinheiro.

Para que Casimiro e Bento pudessem diferir o máximo que a lei prevê quanto é que teria de ser a entrada de cada um?

Conforme o art.º 197, n.º do CSC, o montante será aquele que estiver inscrito no contrato comercial efectuado pelo Aníbal, Bento e Casimiro.

Em caso de diferimento qual o montante posterior?

Conforme o art.º 203 do CSC, o montante total de cada um seria exactamente o mesmo valor que foi inscrito no contrato da sociedade, ou seja neste caso 1.500€ para o Casimiro e 1.500€ para o Bento, a não ser que existam atrasos na realização do capital social acordado no contrato, então terá de se aplicar o art.º 203, n.º 3 do CSC e aplicar os juros de mora.

Qual o regime aplicável no caso de ser uma sociedade anónima?

Conforme o art.º 273 do CSC o número mínimo de sócios não pode ser inferior a cinco como tal, não se pode aplicar qualquer tipo de regime neste caso.

Noções de Direito Comercial

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa [21107833] (Informática de Gestão – 3.º Ano)

CORRECÇÃO

Quando é que devem ser realizadas estas entradas?

No que diz respeito ao Aníbal a realização de entradas em espécie é sempre no momento da celebração do contrato (art.º 28 CSC)

Bento e Casimiro estão sujeitos aos Art.º 26 e o art.º 203, N.º 1 do CSC

Conforme o art.º 26 do código das sociedades comerciais:

As entradas dos sócios devem ser realizadas até ao momento da celebração do contrato, sem que exista prejuízo do disposto nos números 2 e 3 do art.º 26 do CSC.

Sempre que a lei o permita, as entradas podem ser realizadas até ao termo do primeiro exercício económico, a contar da data do registo definitivo do contrato de sociedade.

Nos casos e nos termos em que a lei o permita, os sócios podem estipular contratualmente o diferimento das entradas em dinheiro.

E conforme o art.º 203, n.º 1

O pagamento das entradas diferidas tem de ser efectuado em datas certas ou ficar dependente de factos certos e determinados, podendo, em qualquer caso, a prestação ser exigida a partir do momento em que se cumpra o período de cinco anos sobre a celebração do contrato, a deliberação do aumento de capital ou se encerre o prazo equivalente a metade da duração da sociedade, se este limite for inferior.

Para que Casimiro e Bento pudessem diferir o máximo que a lei prevê quanto é que teria de ser a entrada de cada um?

Conforme o art.º 197, n.º do CSC, o montante será aquele que estiver inscrito no contrato comercial efectuado pelo Aníbal, Bento e Casimiro. Ou seja aquele que for necessário para a sociedade começar a funcionar.

Em caso de diferimento qual o montante posterior?

Conforme o art.º 203 do CSC, o montante total de cada um seria exactamente o mesmo valor que foi inscrito no contrato da sociedade, ou seja neste caso 1.500€ para o Casimiro e 1.500€ para o Bento, a não ser que existam atrasos na realização do capital social acordado no contrato, então terá de se aplicar o art.º 203, n.º 3 do CSC e aplicar os juros de mora.

Noções de Direito Comercial

3 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa [21107833] (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Qual o regime aplicável no caso de ser uma sociedade anónima?

Conforme o art.º 273 do CSC o número mínimo de sócios não pode ser inferior a cinco anos como tal, não se pode aplicar qualquer tipo de regime neste caso.

A serem 5 o art.º 277, n.º 2: Nas entradas em dinheiro só pode ser diferida a realização de 70 % do valor nominal ou do valor de emissão das acções, não podendo ser diferido o prémio de emissão, quando previsto. Sem prejuízo da realização integral do capital social obrigatório.

Noções de Direito Comercial Aula 02-12-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Constituição de sociedades

Regra geral todas as sociedades:

• Fase da elaboração do contrato social • A fase do registo • A fase da publicação do contrato

1. Numa primeira fase, a escolha do nome da sociedade, e tem de haver o principio da exclusividade, e depois a elaboração do pacto social. Numa empresa na hora estes processos são simultâneos.

2. Assinatura do pacto social constituído da sociedade 3. Depósito do capital social; 4. Declaração de início de actividade

Algumas situações o registo comercial não é suficiente, ex: Instituições de crédito

Sociedades anónimas com apelo à subscrição pública

1. Projecto de pacto social e submete-lo a registo a titulo provisório 2. Devem encontrar um intermediário financeiro, e em conjunto vão elaborar o

programa de oferta de acções, o intermediário é o que garante a regularidade da operação pública

3. Período de subscrição de acções 4. Terminado prazo é efectuada a assembleia geral constitutiva. 5. Converter o registo provisório emregisto definitivo e seguinto os tramites será

publicado

Entidade publica empresarial

• É constituída por decreto de lei ou lei; • Promulgado pelo Presidente da Republica; • Acto unilateral legislativo.

Processo de insolvência

No âmbito da insolvência pode haver necessidade de se criar uma entidade que opere a sua gestão. No plano de pagamentos da insolvência contem em anexo o projecto do pacto social da nova empresa a ser criada, e esta empresa é localizada no tempo. È convocada a assembleia de credores e eles é que aprovam o plano de insolvência, depois vai ao tribunal para o juiz aprovar o mesmo.

Noções de Direito Comercial Aula 02-12-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Empresa municipais

O acto de constituição parte da assembleia municipal, ou da junta metropolitana, e perante a autorização da assembleia municipal, é elaborado um pacto social, é registado e é publicado.

O Pacto Social

1. Natureza jurídica: ou é um contrato ou é um negócio jurídico unilateral. 2. Se for um contrato ele não é comutativo, em que existe prestação e contraprestação. 3. Os intervenientes no contrato têm vontades paralelas com um fim comum, e é do tipo

organizacional. 4. Ou então será um negócio jurídico unilateral. 5. Quem pode, os sujeitos: Podem ser pessoas singulares, como pessoas colectivas.

Todos os incapazes podem ser sócios, interditos, menores desde que estejam devidamente representados. Permite aos maiores de 16 anos constituam sociedades desde que o capital social provenha dos frutos do seu trabalho e desde que a sua responsabilidade da sociedade se limite apenas ao capital social, nesta circunstancia o maior de 16 anos pode constituir sozinho sociedade.

6. Os conjugues, a lei civil impede que os conjugues alterem por via negocial o regime de casamento através de outro tipo de negócios, o art.º 1714 do Código Civil a ideia que nos dá é que então os conjugues não podem constituir sociedades. O art.º 8º do CSC vem a esclarecer isso: É permitida a constituição de sociedades entre conjugues, bem como a participação destes em sociedades, desde que só um deles assuma responsabilidade ilimitada. Os conjugues não podem usar a sociedade para desvirtuar o seu regime de casamento.

7. Sobre pessoas colectivas, o CSC prevê várias situações, n.º6, art.º 11º n.º4, art. 481.º. As pessoas colectivas podem ser públicas. E outras pessoas colectivas não societárias (Ex.: as associações, as fundações)? Podem desde que necessária à persecução do seu fim.

A denominação comercial da sociedade

O regime jurídico do registo nacional de pessoas colectiva que vêm a estipular a denominação comercial do comerciante, e a escolha dessa denominação comercial (firma) tem de obedecer a um conjunto de suposto de princípios (9 admissibilidade de firma ou de denominação comercial).

O princípio da ver verdade, que tem objectivo proteger todos os consumidores que constituam negocia com aquela pessoa colectiva. A denominação não pode induzir em erro sobre a natureza da actividade prestada por aquele comerciante, a lei permite a utilização de denominações de fantasia, desde que elas não induzem em erro sobre o objecto social.

• O nome não indicie em erro o nome do objecto social; • Quanto à forma jurídica da sociedade.

Noções de Direito Comercial Aula 02-12-2013

3 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

O princípio da legalidade, as expressões ofensivas à moral e aos bons costumes, liberdade, opção politica, religiosas, étnicas.

E não pode apropriar-se de símbolos, épocas, situações históricas.

Princípio da verdade (art.º 32 RNPC):

Princípio da novidade (art.º 33 RNPC): A denominação comercial não pode ser susceptível de confusão ou erro, tem de ser distinta. Não pode usar elementos de outras que já estejam constituídas ou legalizadas. O âmbito territorial vâm a dividir. Não é permitida só a inclusão de uso exclusivo

Comerciantes individuais (art.º 38 RNPC): pode usar o nome completo ou abreviado, e tem de usar a siglas do objecto do comércio: “E.I.R.L.”, “Sucessor”, “herdeiro”

Pessoas colectivas, a designação ou tipo de sociedade.

Exercício:

António Silva e João Antunes constituíram uma sociedade por quotas e querem explorar um supermercado na Rua de Santa Marta, e queríamos que nos dessem 3 hipóteses de firmas.

Firma nome, Firma denominação ou fantasia, Mista

• António Silva & João Antunes, Lda. • Supermercados Super Spar, Lda. • Silva & Antunes Supermercados, Lda.

Exercício:

António Campos adquiriu o estabelecimento comercial a Bento Lopes e este autorizou a transmissão da firma, como é que António Campos pode usar a firma que adquiriu?

• António Campos Sucessor de Bento Lopes • Sucessor de Bento Lopes

Noções de Direito Comercial Aula 02-12-2013

4 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Exercício:

António Santos dono da fábrica de Brinquedos do Tejo produz os brinquedos Sobrinca, hoje António Santos celebrou com Bernardo um trespasse vendendo o seu estabelecimento.

A. Santos, Lda. nome do comerciante

Brinquedos do Tejo é o nome do estabelecimento

Sobrinca, é a marca, ou seja sinal distintivo do produto.

Na ausência de qualquer referência do contrato quais são os sinais distintivos que acompanham a transmissão:

• O nome do estabelecimento • A marca

A firma só se transmite por declaração expressa do comerciante.

Caso prático:

Quatro pessoas querem constituir uma sociedade, com o objecto organizar viagens para os sócios e respectivas famílias, pedem a um jurista a elaboração de uma minuta, depois juntam-se os quatro para discutir essa minuta, e a minuta tem as seguintes clausulas:

1. Entre “A”, “B”, “C” e “D” é constituída uma sociedade anonima; 2. A sede é em Lisboa, e pode ser mudada para qualquer outro local por iniciativa de

qualquer sócio; 3. Os sócios “A” e “D” participarão no capital social com uma entrada de 3.000€ cada

um; 4. Os sócios “B” e “C” entram com conhecimentos pessoais e empresariais que

possuem; 5. As entradas em dinheiro, metade é realizado com a escritura e o restante será

realizado quando o património social atingir 50.000€; 6. A sociedade adotará a firma “ Viagens e Actividades Lúdicas, Lda.”, 7. O objecto consiste na organização de viagens e programas fins de semana para os

sócios e família. 8. Independentemente da existência de lucros o sócio “C” tem sempre direito a um

dividendo anual de 5.000€; 9. O sócio D é nomeado vitaliciamente sócio / gerente.

Noções de Direito Comercial Caso Prático 02-12-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Caso prático:

Quatro pessoas querem constituir uma sociedade, com o objecto organizar viagens para os sócios e respectivas famílias, pedem a um jurista a elaboração de uma minuta, depois juntam-se os quatro para discutir essa minuta, e a minuta tem as seguintes cláusulas:

1. Entre “A”, “B”, “C” e “D” é constituída uma sociedade anonima; a. De acordo com o art.º 273, n.º1 do CSC a sociedade não pode ser

constituída visto que “a sociedade anónima não pode ser constituída por um número de sócio inferiores a cinco”

b. De acordo com o art.º 272, a) do CSC não deve constatar no contrato de sociedade os nomes dos accionistas, mas sim o número de acções, e se existir o respectivo valor nominal.

2. A sede é em Lisboa, e pode ser mudada para qualquer outro local por iniciativa de

qualquer sócio; Esta cláusula não pode existir, visto que segundo o art.º 406 do CSC os poderes de gestão da sociedade estão sobre o concelho de administração, nomeadamente sobre a mudança de sede e aumentos de capital.

3. Os sócios “A” e “D” participarão no capital social com uma entrada de 3.000€ cada um; De acordo com o art.º 277 do CSC, os sócios “A” e “D” podem efectuar a entrada de 3.000€ cada um, desde que só diferiram até a realização de 70% do valor nominal.

4. Os sócios “B” e “C” entram com conhecimentos pessoais e empresariais que possuem; De acordo com o art.º 277, n.º 1 do CSC, não é possível a entrada só com conhecimentos empresariais, as entradas têm de ser efectuadas em dinheiro.

5. As entradas em dinheiro, metade é realizado com a escritura e o restante será realizado quando o património social atingir 50.000€; De acordo com o art.º 285,dedes que não ultrapasse os 5 anos.

6. A sociedade adotará a firma “ Viagens e Actividades Lúdicas, Lda.”, Art.º 275, n.º1 O nome escolhido não é possível, visto que segundo o art.32, n.º1 do RNPC, os elementos componentes das firmas e denominações devem ser verdadeiros e não induzir em erro sobre identificação, natureza ou actividade do seu titular.

7. O objecto consiste na organização de viagens e programas fins de semana para os sócios e família. Art.º 1. N.º 3, o objecto não é licito, porque as sociedades comerciais têm como finalidade o lucro.

8. Independentemente da existência de lucros o sócio “C” tem sempre direito a um dividendo anual de 5.000€; Art. 21º, nº2, pacto leonino

Noções de Direito Comercial Caso Prático 02-12-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

9. O sócio D é nomeado vitaliciamente sócio / gerente. Segundo o CSC, não existe nas sociedades anónimas sócios/gerentes, mas sim conselho de administração e o mesmo deve respeitar as regras existentes no art.º 390 do CSC. Segundo ao art.º 391, n.º3, os administradores não podem ser nomeados vitaliciamente.

Noções de Direito Comercial Aula 09-12-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Pacto social, é um contrato organizativo.

Este acto (pacto social, estatutos), tem menções obrigatórias:

Gerais

• Nome / Firma; • Identificação de todos os sócios, total completa (naturalidade, morada de residência,

numero de pessoa colectiva, conjugue, regime de matrimónio); • Tipo de sociedade (anónimas, por quotas, em nome colectivo, em comandita,

coligadas) • Deve conter a designação obrigatória pelas regras do RNPC, e deve seguir toda a

legislação existente na mesma. • Tem de estar referida no pacto social • Objecto social: Quanto ao objecto de acordo com o número 41 do CSC, tem de ser

determinado, definido, e tem de preceder o lucro. • A sede: Em matéria de sede estatutária, é a sede onde os sócios podem exercer os

direitos de informação, é também a sede que deve ser notificada ou citada, é também a sede estatutária que define a competência do tribunal. A sede efectiva ou sede principal: de acordo com o art.º 3, n.º 1 do CSC a sede efectiva da sociedade importa para:

1. Determinar o estatuto pessoal da sociedade, a lei que regula a capacidade da sociedade, as normas da sociedade, regula a competência, regula a responsabilidade.

• Sucursais, art.º 13º CSC, o estatuto pode proibir, permitir sem necessidade de deliberação, se não existir tem de ser sujeito a deliberação prévia.

• Capital social: a referência a cada quota, ou às acções. Entradas em dinheiro ou em espécie, caso seja em espécie tem de estar avaliados. Capital social subscrição pública, apenas tem referência aos sócios fundadores. Na maioria dos casos, está referido as despesas de constituição da sociedade. Se for o capital social a suportar, tem de ficar registado tal ou então se forem os sócios a suportar tem de ficar registado o montante em divida a cada um dos sócios.

• Referências específicas, sociedades anónimas, para além da referencia, tem de estra o valor nominal de cada, numero e categorias de acções. As condições de transmissão das acções, o tipo de categorias, as regras de conversão. O capital social realizado e o capital social diferido. A possibilidade que a SA tem de emitir obrigações. A estrutura adoptada, e o tipo de fiscalização.

• Nas sociedades comanditas, quais são os sócios comanditários, e quais são os sócios comanditados.

Facultativas

• Normas imperativas (não existem nas facultativas) • Normas supletivas que estabelecem o regime • Normas habilitantes, que expressamente prevêem situações diversas que o pacto

social pode admitir.

Noções de Direito Comercial Aula 09-12-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão – 3.º Ano)

• Normas facultativas o Gerais, geralmente qualquer pacto social pode prever penalidades para o

incumprimento de entrada de sócios, não votar, etc… o Podem ainda conter normas para a sua própria liquidação, estar já

estabelecidas regras, para a sociedade seja liquidada de acordo com as regras estabelecidas

o O tempo de duração da sociedade, se não tiver o tempo de duração é indeterminado;

o Pode estra previsto o diferimento da entrada de capital da sociedade. • Na sociedade por quotas (menções facultativas)

o Pode estabelecer que determinados sócios são responsáveis para determinados credores da sociedade.

o Imposição de obrigações acessórias, prestações suplementares, suprimentos o Pode também como menção facultativa, referir regras especificas para a

transmissão por morte, Ex: dispensar consentimento para alienação das quotas

o Pode ainda ter uma menção de regras de amortização de quotas o Regulação ou atribuição ao sócio de direito de exoneração de sócios o Casos de exclusão de sócios o Limitar o montante de lucros a distribuir

• Nas sociedades anónimas (menções facultativas) o Obrigações dos sócios em prestações acessórias, em prestações

suplementares, só em acções nominativas o Limites à transmissão de acções nominativas o Regras de eleição da administração o Permitir que seja a administração a deliberar sobre os aumentos de capital

social, mas ser condicionada. o Limitar o montante de lucros a distribuir.

• Em matéria de blindagem de capital social Sociedades Anónimas o Através dos limites das acções nominativas (50% + 1%) o Dar direito de preferência no universo dos accionistas o Sujeitar os aumentos de capital social a parecer prévio desta categoria de

acções nominativas, e dar preferência a estas acções nominativas (50% + 1%)

Sociedade em comandita simples

• Sócios comanditários, têm uma responsabilidade limitada ao valor do seu capital social • Sócios comanditados, têm responsabilidade ilimitada

Comandita por acções

• Os sócios comanditários: têm responsabilidade sobre a participação das acções subscritas.

• Os sócios comanditados

Noções de Direito Comercial Aula 16-12-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Caso prático

A escritura de constituição da sociedade X, Lda. foi celebrada a 2 de Abril 2000. A sociedade tem 3 sócios A, B e C, a gerência está confiada aos sócios A e B. No dia 15 de Março 2000 o sócio A arrendou um andar em nome e por conta da sociedade. A 5 de Abril 2000 o sócio B comprou móveis para mobilar o escritório, a 20 de Abril de 2000 foi feito o registo de sociedade. A 26 de Abril o sócio C comprou uma carrinha para ser usada na sociedade. Sucede que as rendas que o senhorio exigiu como caução não foram pagas, os móveis não foram pagas, a carrinha não foi paga.

Enquadramento de meia página sobre o direito das sociedades: Responsabilidade antes, durante e depois do registo, pacto social, personalidade

Em que termos e contra quem é que os credores podem exigir o pagamento das dívidas.

Regime actos praticados antes do pacto social

• Sócios respondem de forma ilimitada e solidariamente; • Conjunto de negócios jurídicos que são realizados antes do pacto social, chama-se

sociedade irregular; • Todos os actos praticados antes do pacto social, aplica-se:

o Nas relações internas, artº. 983 e seguintes o Nas relações externas, artº. 1001 e seguintes

• É responsável a sociedade a constituir, subsidiariamente e pessoal e solidariamente os sócios.

Entre o pacto e o registo

• Aplica-se nos termos do artº. 37 o código das sociedades comerciais. • Nas relações internas, vale o pacto social • Nas relações externas, o regime é semelhante ao anterior, com uma pequena

diferença, respondem todos os sócios de forma ilimitada e solidária, apenas os sócios que agiram e autorizaram o negócio, os outros respondem apenas até ao montante da sua entrada

• A partir do momento com o registo a sociedade adquire personalidade jurídica • Prazo 2 meses para registo sob pena de multa

Certificado

Admissibilidade

de firma

A/B/C

Pacto Social

Escritura

Registo

Personalidade Jurídica

Noções de Direito Comercial Aula 16-12-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

• A sociedade assume os direitos e obrigações constituídas antes do registo • Pode assumir todos os negócios que forem expressamente ratificados pela

administração.

Regime actos praticados depois do pacto social e depois do registo.

Invalidades do pacto

• Antes do registo aplica-se aos pactos sociais as normas dos negócios jurídicos, aplica-se o regime civil.

• Depois do registo aplica-se o CSC, porque depois do registo a sociedade já existe como personalidade jurídica.

• As causas da nulidade são poucas e grosseiras, mas podem ser corrigidos.

Nulidade

• Falta de sócios • No pacto não tem a firma • No pacto não tem o objecto • Não tem sede • Falta de menção da firma • Falta do capital social • Falta da referência do valor das entradas • Valor das entradas inferiores ao mínimo legal

Nestes casos permite-se a realização de uma assembleia geral e nos termos dos art.º 42 e 43 do CSC, podem corrigir-se estes vícios.

Falta de forma não é possível sanar, ou então estes vícios serem sanáveis mas não foram.

Legitimidade para arguir a nulidade

• Os órgãos da administração e fiscalização • Os credores da sociedade • Os sócios • O ministério público.

A nulidade depois do registo quando se declara nula numa sociedade, tem de calcular credores, a sociedade entra em liquidação, liquidação judicial.

Quando se invoca a nulidade de uma sociedade registada, quem evoca, é obrigada a intentar acção de anulação.

Tem que dirigir uma carta à sociedade dando 90 dias para corrigir o erro. Notificação judicial a avulsa.

Noções de Direito Comercial Aula 16-12-2013

3 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Vícios da vontade dos sócios

Uma pessoa é coagida a fazer parte da sociedade O sócio é incapaz O sócio está em erro quanto aos prossupostos de facto.

Antes do registo

Pode não determinar a finalidade do acto social

Se for depois do registos

Nunca está em causa a invalidade do contrato O socio que está em erro determina que o mesmo pode exonerar-se, recebendo o

valor real da sua participação. Proteger os incapazes, neste caso o incapaz tem o direito de reaver tudo o que

investiu.

Acordos parassociais

Os acordos parassociais são contratos celerados entre os sócios todos, ou só alguns e claro produzem efeitos jurídicos entre eles, não vinculam a sociedade.

Em que matérias se costumas fazer os acordos parassociais:

Os sócios estar juntos em determinados momentos Não vender as suas participações em determinados momentos Sócios que combinam entre si os direitos de preferência São regulados pelo direito civil Os acordos são inoponíveis à sociedade Todos os acordos são possíveis? Não (pode haver um acordo com pacto leonino?, não

viola o art.º 22, nenhum acordo social pode induzir a uma deliberação inválida, a lei proíbe a venda de voto)

A pré vida da sociedade

Personalidade jurídica: É um centro autónomo de imputação de direitos e deveres.

A sociedade é pessoa jurídica com interesse comuns e com atributos, tem nome que é a firma (ex.: 13, n.2 art.º 9 n.1), , tem uma sede art.º 9, autonomia patrimonial art.º36, forma a sua vontade com órgão, art.º 36 n.2, tem capacidade jurídica, capacidade de gozo e capacidade de exercício.

o Personalidade judiciária, activa e passiva o Personalidade tributária o Tem responsabilidade contraordenacional o Tem responsabilidade jurídica ou penal

Noções de Direito Comercial Aula 16-12-2013

4 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Desconsideração da personalidade jurídica

É muito comum no direito tributário, tanto que em várias situações nós verificamos que o próprio sócio responde pessoal e limitadamente por obrigações fiscais da sociedade. (Ex: IVA o gestor efectivo responde

Para além da situação fiscal, o estado ignora a existência da personalidade jurídica e recais sobre os sócios

As sociedades são direitos autónomos …

A lei permite em certas situações a desconsideração de personalidade jurídica

• A desconsideração relativa à imputação dos actos o Os comportamentos da sociedade são imputados aos sócios

Ex: Violação da obrigação de não concorrência, venda de beis alheiros, venda de bens onerados, sociedade em que o pai vende a uma sociedade só constituída por filhos. Um sócio único que adquire de uma sociedade um bem onerado ou um bem alheio.

• A desconsideração relativa à responsabilidade dos actos o Quando existe confusão patrimonial o A sociedade não tem nem teve capital próprio suficiente para a prossecução

da actividade, e os sócios não superam essa insuficiência, então os credores podem operar a desconsideração da sociedade.

o As sociedades em relação ao domínio, quanto a sua intervenção na sociedade são tão grandes que a subjuga em relação aos seus interesses.

A questão da capacidade

A sociedade pode:

Pode praticar todos os actos necessários à persecução dos seus fins (fim o lucro), em princípio estão vedados á sociedade actos gratuitos ou consecução de benefícios a terceiros sem contrapartidas.

Não pode praticar direitos vedados por lei (ex.: uso e habitação) Todos os direitos da personalidade (ex.: casar, adoptar)

O objecto social serve, para vincular os sócios.

Em sociedades limitadas, não é oponível a terceiros que os órgãos sócios estão a praticar actos para além do objecto social. Já em sociedades ilimitadas (nome colectivo, em comandita simples) a regra é oposta.

Os actos praticados pelas limitadas, os actos são oponíveis à sociedade.

Noções de Direito Comercial Caso Prático 16-12-2013

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Jorge Barosa – 21107833 (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Caso prático

A escritura de constituição da sociedade X, Lda. foi celebrada a 2 de Abril 2000. A sociedade tem 3 sócios A, B e C, a gerência está confiada aos sócios A e B. No dia 15 de Março 2000 o sócio A arrendou um andar em nome e por conta da sociedade. A 5 de Abril 2000 o sócio B comprou móveis para mobilar o escritório, a 20 de Abril de 2000 foi feito o registo de sociedade. A 26 de Abril o sócio C comprou uma carrinha para ser usada na sociedade. Sucede que as rendas que o senhorio exigiu como caução não foram pagas, os móveis não foram pagas, a carrinha não foi paga.

Em que termos e contra quem é que os credores podem exigir o pagamento das dívidas.

No dia 15 de Março o sócio A arrendou um andar em nome e por conta da sociedade

• Como o negócio foi efectuado antes da escritura e de acordo com o art.º 997 do Código Civil, todos os sócios respondem de forma ilimitada e solidariamente

No dia 5 de Abril 2000 o sócio B comprou móveis para mobilar o escritório

• Este negócio foi efectuado após a escritura mas antes do registo, como tal de acordo com o art.º 37 do Código das Sociedades Comerciais, o sócio “B” responde de forma ilimitada e solidaria, os restantes sócios apenas respondem até ao montante da sua entrada.

No dia 26 de Abril o sócio C comprou uma carrinha para ser usada na sociedade.

• De acordo com o art.º 260, n.º 2 do Código das Sociedades Comerciais, a sociedade pode opor a terceiros as limitações de poderes resultantes do seu objecto social, se provar que o terceiro sabia, ou não podia ignorar. Como tal a responsabilidade ilimitada perante tal divida é do sócio “C”. A não ser que os sócios gerentes tenham passado uma acta para lhe conferir poderes para o negócio assim a responsabilidade passa para a sociedade de acordo com o art.º 260, n.º 1.

Noções de Direito Comercial Caso Prático 16-12-2013

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Jorge Barosa – 21107833 (Informática de Gestão – 3.º Ano)

Enquadramento de meia página sobre o direito das sociedades: Responsabilidade antes, durante e depois do registo, pacto social, personalidade.

Os actos praticados pelos sócios de sociedades comerciais, estão divididos no tempo em 3 tempos:

Actos praticados antes do pacto social Entre o pacto social e o registo Depois do pacto social e depois do registo

Nos actos praticados antes do pacto social os sócios respondem de uma forma ilimitada e solidariamente, neste caso todos os actos praticados neste período aplica-se nas relações internas o art.º 983 do Código Civil e seguintes, nas relações externas aplica-se o art.º 1001 e seguintes do Código Civil.

Nos actos praticados entre o pacto social e o registo as relações entre os sócios aplica-se o art.º 37 do código das sociedades comerciais, nas relações internas vale o pacto social, nas relações externas aplica-se o art.º 1001 e seguintes do Código Civil, mas com uma pequena diferença do período anterior, neste caso todos os sócios respondem de uma forma ilimitada e solidaria.

Aos actos que forem praticados depois do pacto social e depois do registo, aplica-se o código das sociedades comerciais, visto que a sociedade já existe como personalidade jurídica (é um centro autónomo de imputação de direitos e deveres) .

Certificado

Admissibilidade

de firma

A/B/C

Pacto Social

Escritura

Registo

Personalidade Jurídica

Noções de Direito Comercial Aula 06-01-2014

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Caso Prático

Suponha que a sociedade XPTO, S.A. o contrata para conceber um programa informático com vista à gestão das Assembleias Gerais.

Depois de analisar os dispositivos legais responda às seguintes questões:

Quais os principais parâmetros a ter em conta no que toca à gestão das convocatórias para a Assembleia Geral.

Quais os elementos e que menções deveriam constar no formulário de convocatória das Assembleias Gerais.

Quais os parâmetros que deveriam ser ponderados no que toca à valoração/contagem dos votos.

Quais os elementos e que menções deveriam constar no formulário destinado à ata da Assembleia Geral.

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Participações sociais

Conjunto unitário de direito e obrigações.

Determina a posição jurídica do sócio na sociedade

Natureza jurídica: Incorpora direitos reais, objecto de usufruto, é uma coisa incorporia, é um direito subjectivo complexo.

Participações social, pode ser objecto de uma execução, execução do direito aos lucros, ou execução do direito das quotas.

Quota penhorada, o sócio mantem a participação nas decisões da organização.

Fecho de direitos e obrigações

Obrigações actuais e potenciais

Direito

1. Direito de participação (ex. direito de participação das eleições, direito de ser eleito, direito de informação, direito de participação nas deliberações)

2. Direitos tipicamente patrimoniais (exe: direito aos lucros, direito de liquidação da quota)

3. Direitos de controlo (ex: direito de acção art.º 77, direito de impugnar as deliberações sociais, direito de impugnar as contas art.º 67)

Noções de Direito Comercial Aula 06-01-2014

2 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

4. Direitos subjectivos (ex: direito de exoneração) 5. Direitos especiais (ex: no pacto social pode ser atribuído direitos especiais, ex: ao sócio

fundador ter mais votos, eleger órgãos sociais, etc.) Estes direitos podem ser extintos, mas segundo a lei em principio o sócio tem de dar autorização para tal, ou então se o pacto social mencionar que a retirada de direitos especiais pode ser efectuada. art.º 257, n.º 3 e art.º 591, n.º 2, a lei pode permitir a retirada de direitos especiais.

Os sócios tem obrigação de entrada

Os bens tem ser subjectiveis de penhora, ou dinheiro. Os bens impenhoráveis não são permitidos.

Os sócios não podem quinhoar nas perdas

A lei não permite que um sócio esteja isento de quinhoar nas perdas.

O sócio tem como obrigação actuar de forma compatível com a sociedade. Não concorrência, dever de lealdade, boa fé, dever de sigilo, respeitar os estatutos, actuar sempre em conformidade com os estatutos.

Conceito de participação social

Traduz sempre a posição jurídica de um sócio face à sociedade, é sempre um conjunto de direito e obrigações.

Sócio tem uma parte do pacto social.

Falamos em acções em sociedades anónimas ou sociedades por comanditas em acções.

Acção (pode ter vários significados no CSC)

• Participação social numa sociedade anónima • Acção documento papel, titulo • Fracção do capital social

As participações socias nem sempre se traduzem em títulos, as acções escriturais por exemplo são as acções em registos informáticos.

Valor das acções

Pode ter quatro valores

• Valor nominal; • Valor de subscrição ou de emissão (pode ter valor igual ao valor nominal (igual ao par),

ou acima do valor nominal (acima do par))

Noções de Direito Comercial Aula 06-01-2014

3 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

• Valor contabilístico: valor contabilístico é o valor que está muto próximo do valor de liquidação, é o valor do património social liquido, é talvez o valor mais real da acção, pode ser superior ou inferior ao valor nominal da acção.

• Valor comercial: valor de transacção, resulta da quota de mercado, da lei da oferta e da procura.

Quotas e as ações: as acções são indivisíveis, art.º 276, n.º 4

As acções podem ser fraccionáveis: o art.º 233, art.º 238 e art.º 221

ACÇÕES

• Podem ser nominativas (sabemos quem é o titular) • Ao portador • Tituladas (em papel)

Categorias de acções

• Ordinárias: Direitos especiais para todos, art.º 302, n.º 2 • Especiais: compreendem mais (acções privilegiadas) ou menos direitos (acções

diminuídas) Mais direitos: normalmente são atribuídas a sócios fundadores, podem ter direito de veto, podem ter direito de a quinhoar mais nos lucros. Diminuídas: sócios com proporção menor nos lucros, acções de mera fruição (nem direito de informação têm)

• Acções preferenciais: mais direitos patrimoniais, máximo 50% do capital social

Deliberações sociais

Tomada de decisão proveniente do órgão competente para a formação da vontade da sociedade, o que significa que é juridicamente imputável à sociedade

Formas (art.º 53)

• Deliberação social pode ser tomada numa assembleia geral convocada • Deliberação social pode ser tomada numa assembleia geral universal (art.º 54, n.º 1) • Deliberação social pode ser tomada unanimes por escrito (art.º 54, n.º 3) • Deliberação social pode ser tomada por voto escrito (art.º 247, n.º 2 a n.º 7), não é

possível numa sociedade anónima

Noções de Direito Comercial Aula 06-01-2014

4 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Assembleia geral

• Reunião presencial previamente convocada • Reunião por meios telemáticos (art.º 76), a sociedade têm de assegurar a

autenticidade dos meios

Funcionamento das assembleias gerais

• Momento da informação • Momento da decisão

Critério de atribuição de votos

• Direito de voto duplo; • Sociedades Anónimas voto só é atribuído a um número determinado de acções • O numero de votos é proporcional à participação social

Quanto a outras situações do direito de voto: impedimento

• Conflito de interesses • Mora na participação da entrada (art.º 384, n.º 4) • Decidir a exclusão de um sócio • Todas as situações do art.º 251 do CSC • Conflito de interesses art.º 384, n.º 6 • O pacto social segundo a doutrina pode prever o conflito de interesses, se não limitar

de forma abusiva o seu direito de participação social.

Informação instrumental

• Toda a informação necessária que não pode ser sonegada (art.º 290, n.º 1) • Informação independente, já pode ser limitada • Informação em sentido estrito, fazer perguntas à sociedade (art.º 181, n.º 1 quotas

art.º 214 anónimas art.º 291) • Direito de consulta, examinar documentos sociais • Direito de inspecção, exigência de elementos necessários à vistoria • Em sentido estrito, só os sócios com 10% do capital social é que podem exercer esta

prática • À consulta art.º 288 e art.º 289, só os sócios que preenchem estes requisitos é que

podem consultar ou exigir a consulta • Todos os sócios que tem direito de deliberar têm acesso à informação instrumental • Art.º 214, pode regulamentar o exercício do direito de informação

Representação do sócio

• Nas sociedades em nome colectivo, sociedades por quotas, em comandita simples, o conjugue o ascendente, o descendente.

Noções de Direito Comercial Aula 06-01-2014

5 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

• Comandita por acção ou por anónimas, qualquer pessoa desde que a procuração contenha os requisitos previstos no art.º 381

• Uma procuração por cada assembleia, procuração especial tem de mencionar a data da assembleia, o sentido do voto, pelo menos critérios o sentido do que o voto deve ser efectuada.

Noções de Direito Comercial Caso Prático 06-01-2014

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Caso Prático

Suponha que a sociedade XPTO, S.A. o contrata para conceber um programa informático com vista à gestão das Assembleias Gerais.

Depois de analisar os dispositivos legais responda às seguintes questões:

Quais os principais parâmetros a ter em conta no que toca à gestão das convocatórias para a Assembleia Geral.

Quem efectua a convocatória da Assembleia Geral, de acordo com o art.º 377 do CSC, existem as seguintes hipóteses para serem colocadas no sistema informático:

o Presidente da Mesa; o Comissão de auditoria; o Concelho geral e de supervisão; o Concelho Fiscal; o Tribunal.

O programa tem de permitir a publicação da convocatória, de acordo com o contrato de sociedade:

o Emissão automática da carta a ser publicada; o Emissão automática de cartas com as convocatórias registadas aos sócios; o Envio automático de emails com a convocatória, com recibo de leitura activado.

O programa de emitir avisos dos limites temporais (limite de 21 dias) para serem enviadas as comunicações, de acordo com o art.º 377, n.º 4 do CSC

Quais os elementos e que menções deveriam constar no formulário de convocatória das Assembleias Gerais.

O formulário de convocatória deve conter as seguintes menções de acordo com o art.º 171, n.º 1:

Nome da sociedade; Tipo de sociedade; Morada da sede; Conservatória do registo onde se encontra matriculada; Número de matrícula da conservatória; Identificação da pessoa colectiva; O montante do capital social.

E os seguintes elementos:

O lugar da reunião; O dia da reunião; A hora da reunião; A indicação da espécie da assembleia:

o Geral

Noções de Direito Comercial Caso Prático 06-01-2014

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o Especial Os requisitos que porventura estejam subordinados à participação e o exercício do

direito de voto; Definição dos acionistas: Nome, morada, contactos, numero de acções, valor das

acções, tipo de acionista (com direito a voto/sem direito a voto). A ordem do dia; A descrição do processo do voto:

o Se é por voto electrónico; o Se é por endereço físico; o As condições de segurança; o O prazo para a recepção das declarações de voto; o Data do cômputo das mesmas.

Quais os parâmetros que deveriam ser ponderados no que toca à valoração/contagem dos votos.

O sistema tem de ter os seguintes parâmetros para poder valorizar a contagem de votos de acordo com o art.º 384:

• Quantos votos cabem a cada acção (art.º 384, n.º 1 e n.º2); • Limite máximo de votos por um único accionista (art.º 384, n.º 3); • Limitação de votação enquanto a realização do capital não estiver realizada (art.º 384,

n.º 4); • Não ser possível o accionista efectuar votos no plural (art.º 384, n.º 5); • A limitação de voto por determinados accionistas (art.º 384, n.º 6); • A forma do exercício do voto (art.º 384, n.º 8 e n.º9); • Data limite para a entrada de votos (art.º 384, n.º 9).

Quais os elementos e que menções deveriam constar no formulário destinado à ata da Assembleia Geral.

O sistema tem de permitir a inserção das seguintes menções de acordo com o art.º 63:

• A identificação da sociedade; • O lugar da reunião; • O dia e a hora da reunião; • O nome do presidente; • Os nomes dos secretários (se os houver); • Os nomes dos sócios presentes ou representados e o valor nominal das partes sociais,

quotas ou ações de cada um, salvo nos casos em que a lei mande organizar lista de presenças, que deve ser anexada à ata;

• A ordem do dia constante da convocatória, salvo quando esta seja anexada à ata; • Referência aos documentos e relatórios submetidos à assembleia; • O teor das deliberações tomadas;

Noções de Direito Comercial Caso Prático 06-01-2014

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• Os resultados das votações; • O sentido das declarações dos sócios, se estes o requererem. • Nome e local para a assinatura do Presidente e do Secretário da Assembleia (art.º 388,

n.º2).

Noções de Direito Comercial Aula 13-01-2014

1 Instituto Superior Politécnico do Oeste Elaborado por Jorge Barosa (Informática de Gestão–3.º Ano)

Sócios têm Direitos de participação, eleger ou ser eleito, reagir contra sociedade quando qualquer ilícito art.º 77, impugnar as deliberações, direitos patrimoniais, direitos relativos aos lucros anuais e à liquidação, direitos de controlo.

Obrigação de entrada, obrigação de quinhoar nas perdas, obrigações natureza comportamental, direito de deliberar, quer em assembleia geral, ou por deliberação de voto por escrito.

Sócio tendo direito de voto não o pode exercer (ex: litigio, não cumpri-o com a obrigação da entrada, etc.).

Direito de informação do sócio

Direito de informação independente, o sigilo

Nas SA só com 10% de capital social podem consultar

Art.º 288 e 289

Direito á informação instrumental, para direitos de deliberação, não pode ser vedado ao sócio.

O sócio pode ser representado

Convocatórias

Legitimidade para convocar

• Nas sociedades por quotas art.º 348, n.3 o gerente, ou qualquer membro do concelho fiscal ou um tribunal;

• Nas Sociedades Anónimas, o presidente da Art 377, n.1, a comissão de auditoria, o Concelho Geral e os Tribunais.

Forma de convocar

• Na sociedade por quotas, por carta registada (art. 248) • Na Sociedade Anónima, também pode proceder convocatória por carta registada, ou

por correio electrónico desde que o sócio tenha concedido por escrito a autorização para tal, art.º 377, o formato normal é o anúncio público da convocatória

Prazo (art. 248)

• Prazo mínimo de uma assembleia geral nas sociedades por quotas 15 dias para a convocatória.

• Sociedade Anónimas 1 mês em caso de anúncio publico ou 21 dias em caso de carta registada ou correio electrónico.

Noções de Direito Comercial Aula 13-01-2014

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Consequências das deliberações:

• Deliberações inexistentes; • Ineficácia (a deliberação não é oponível) absoluta (todos os sócios, art.º 55 do CSC).

(ex: tirar um direito especial a um sócio, alterações estatutárias que impliquem que um sócio passe a ter responsabilidades que antes não tinha);

• Ineficácia relativa (não produz efeitos apenas para aquelas pessoas), ex: art.º 86, n.2. A acção é proposta contra a sociedade pelo gerente, pelo sócio, ou pelo órgão de fiscalização.

• Não existe base legal ou ineficácia da doutrina (ex. não foi feita a acta, a acta é um meio de prova). A inexistência da acta não poe em causa o conteúdo da deliberação. Actas: livros de actas, por documento particular, a avulso, acta documento público notarial (art.º 63), acta electrónica.

Cabe ao presidente da Assembleia Geral a responsabilidade da acta

Nas sociedades por quotas cabe aos sócios a responsabilidade.

Nulidade das actas

• A nulidade é a sanção mais grave • Negocio jurídico que viola de tal forma os dispositivos legais de tal forma que ele é

nulo. • Qualquer pessoa pode faze-lo a todo o tempo • Nas sociedades comercias é um regime de excepção, quando viola de forma

substancial formas legais imperativas (ofensivas dos bons costumes). • Violação por pacto do conteúdo da deliberação, ex: violação dos art.º 22, art.º 131 e

seguintes, art.º 85, n.1 , art.º 210., todas as regras que protegem terceiros e ainda as regras que protegem interesses indisponíveis dos sócios.

• Art.º 56, n.3, deliberações tomadas sem que todos os sócios tenham sido convocados por escrito, assembleia geral não convocada.

• Todos os vícios formais; • Todos os vícios de procedimentos; • Violação dos estatutos; • Não foi rejeitado o dever de informação; • Regime especial de invalidade, aprovação de contas, art.º 69, em que a sociedade

apresenta aos sócios as contas do exercício e o relatório de gestão. Sociedade por Quotas art.º246, n.1, nas Sociedades Anónimas, art.º 376, n.1 Violação do princípio da veracidade, especialização, integralidade das contas, prudência, ou violação princípios relativos à volumetria impostas por lei Ex.: contas não foram assinadas pelo administrador que deveria de ter assinado.

• Regime da anulabilidade: Art.º 58, n.1 alínea C

Como fazer a declaração de nulidade, é metida uma acção contra a sociedades:

• Em primeira linha os órgão de fiscalização;

Noções de Direito Comercial Aula 13-01-2014

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• O órgão de fiscalização se detectar na própria assembleia deve informar os sócios da sua nulidade;

• Se o órgão fiscal detectou depois da assembleia geral, deve convocar outra assembleia geral para informar a nulidade da deliberação. Depois tem 2 meses para declarar a nulidade da deliberação;

• A acção deve ser intentada contra a sociedade; • Prazo é todo o tempo; • A partir do momento que o tribunal diga sobre a sua nulidade, a partir desse momento

deixa de produzir efeito.

Anulabilidade das actas

• Enquanto o negócio jurídico existir produz efeitos; • Só tem legitimidade as pessoas que a lei determina; • Tem um prazo para o efectuar;

Acção de anulabilidade

• O administrador ou o gerente; • Os sócios só podem meter o sócio que não votou contra a deliberação. • Pode o credor • Pode o usufrutuário (prazo 30, art.º 59)

Um sócio foi a uma assembleia geral e detectou irregularidade e não votou, pode vir mais tarde promover a anulabilidade, ele tem 5 dias para comunicar por escrito que não votou naquela deliberação, ou consta na acta em como não votou.

Vícios, consequências e formas de reagir.

Noções de Direito Comercial Aula 13-01-2014

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Matérias do teste

1º Grupo

• Escolher dentro de 3 casos práticos: Estudar o caso prático já efectuado.

2º grupo

• 6 Questões para escolher 3 sobre matérias das sociedades Estudar principais passos de constituição das sociedades, A matéria da constituição das sociedades, entre a constituição e a verdadeira constituição (registo) Sociedades fantasma com o intuito de enganar terceiros, pode celebrar negócio jurídico antes do pacto social, não proíbe art.º 36, n.2 mas submete para o Código Civil. 1001 e seguintes. A lei permite o pré-endividamento da sociedade

• As invalidades do pacto social CSC de que em princípio a maior parte das nulidades são sanáveis, e a ser considerada nula ou vicio não for sanável entra em liquidação. Órgãos de Fiscalização, órgãos de administração, qualquer credor, ou qualquer sócio, ministério publico.

• Capacidade jurídica das sociedades A partir do registo Art.º 6, n.1 plasma o princípio da especialidade Vedados direitos de personalidade, direito de uso e direito de habitação Objecto social vincula a sociedade, uma vez que determina a sua actividade

• Participações dos sócios Quais os principais direitos Quais os principais deveres

• Qualificar as participações sociais Quotas, acção Acções ordinárias Acções especiais (privilegiadas se lhes derem mais direitos, diminuídas se lhe derem menos direitos ou mistas, não votam mas tem mais direito a lucro) Quanto à sua titularidade, ao nominador ou não Acções escriturais ou tituladas

3º grupo

Desenvolvimento

Direito de informação dos sócios