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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO Nestes 10 anos o TEMPS D’IMAGES ancorou-se na paisagem artística contemporânea fazendo aparecer géneros e disciplinas. Aqui as formas contaminam-se, as artes cruzam-se e abrem portas a novas propostas artísticas híbridas - O confronto entre o real e as imagens projectadas no palco. Fiel à sua ambição o TEMPS D’IMAGES LISBOA continua a apresentar projectos artísticos que cruzam a imagem em movimento com a performatividade, juntando artistas destas linguagem complementares que aqui se querem unas, resultado de uma programação conjunta, estando mais do que nunca atenta à criação nacional. O TEMPS D’IMAGES não se constrói numa temática, num eixo único que define a programação. É uma fotografia da criação contemporânea, dos seus questionamentos e das suas pesquisas. Uma imagem múltipla da efervescência artística do nosso tempo. Três meses de percurso por Lisboa no CAM, no Carpe Diem - Arte e Pesquisa, na Plataforma Revolver, no Institut Français du Portugal, no CCB, no Teatro da Politécnica, no Negócio ZDB, na Culturgest, no Teatro Municipal Maria Matos, no São Luiz Teatro Municipal, no MNAC - Museu do Chiado, no Espaço Alkantara e na Cinemateca Portuguesa, como sempre, dando destaque à produção nacional. TEMPS D'IMAGES a IMAGEM encontra o PALCO com Alfredo Martins | André Godinho e Paula Garcia | Anne Teresa de Keersmaeker e João Botelho | António Jorge Gonçalves | Carlota Lagido e Miguel Bonneville | Carlos Pimenta | Cintia Marcel | Gerard Byrne | João Onofre | João Sousa Cardoso e Ana Deus | Mala Voadora | Mariana Tangner | Neuer Tanz / Va Wölfl | Olga Mesa | Olga Roriz e João Raposo | OqueStrada | Solange Freitas e Catarina Vieira | Sónia Baptista e Cláudia Varejão | Teresa Gentil 10 anos TEMPS D’IMAGES LISBOA 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 2012

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO

Nestes 10 anos o TEMPS D’IMAGES ancorou-se na paisagem artística contemporânea fazendo aparecer

géneros e disciplinas. Aqui as formas contaminam-se, as artes cruzam-se e abrem portas a novas propostas

artísticas híbridas - O confronto entre o real e as imagens projectadas no palco.

Fiel à sua ambição o TEMPS D’IMAGES LISBOA continua a apresentar projectos artísticos que cruzam a

imagem em movimento com a performatividade, juntando artistas destas linguagem complementares que

aqui se querem unas, resultado de uma programação conjunta, estando mais do que nunca atenta à criação

nacional.

O TEMPS D’IMAGES não se constrói numa temática, num eixo único que define a programação. É uma

fotografia da criação contemporânea, dos seus questionamentos e das suas pesquisas.

Uma imagem múltipla da efervescência artística do nosso tempo.

Três meses de percurso por Lisboa no CAM, no Carpe Diem - Arte e Pesquisa, na Plataforma Revolver, no

Institut Français du Portugal, no CCB, no Teatro da Politécnica, no Negócio ZDB, na Culturgest, no Teatro

Municipal Maria Matos, no São Luiz Teatro Municipal, no MNAC - Museu do Chiado, no Espaço Alkantara e na

Cinemateca Portuguesa, como sempre, dando destaque à produção nacional.

TEMPS D'IMAGES a IMAGEM encontra o PALCO

com Alfredo Martins | André Godinho e Paula Garcia | Anne Teresa de Keersmaeker e João Botelho | António

Jorge Gonçalves | Carlota Lagido e Miguel Bonneville | Carlos Pimenta | Cintia Marcel | Gerard Byrne | João

Onofre | João Sousa Cardoso e Ana Deus | Mala Voadora | Mariana Tangner | Neuer Tanz / Va Wölfl | Olga

Mesa | Olga Roriz e João Raposo | OqueStrada | Solange Freitas e Catarina Vieira | Sónia Baptista e Cláudia

Varejão | Teresa Gentil

10 anos TEMPS D’IMAGES LISBOA 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 2012

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 2

10 anos TEMPS D’IMAGES LISBOA

Um dos projectos do TDI 10 anos mostra-nos a imagem de um X perfeito.

Cruzada, encruzilhada, incógnita, multiplicação, tem sido o nosso tempo, as nossas

imagens.

No passado fomos cruzada e multiplicação.

O futuro; encruzilhada e incógnita.

O presente é todo o X.

Bem-vindo ao Temps d’Images 2012 onde, como nunca, assumimos uma presença

marcante na criação nacional unindo os mais relevantes programadores e instituições de

Lisboa que comungam da nossa aventura. Porque afinal esse X, essa incógnita

multiplicada, essa cruzada na encruzilhada, terá sempre um resultado – a construção do

novo tempo das imagens e das imagens do novo tempo.

António Câmara Manuel

Setembro, 2012

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PROGRAMAÇÃO

_________________________________________________________________________________________

INSTALAÇÕES

Gerard Byrne { Imagens ou Sombras }

CAM | 20 SET > 6 JAN 2013

Gerard Byrne (Dublin, 1969) apresenta-se pela primeira vez em Portugal com Imagens ou Sombras. Esta exposição é

constituída por três grandes instalações e um vídeo, que exploram os códigos da linguagem televisiva, problematizam e

desmontam as fronteiras entre performance, televisão, teatro e cinema.

Vinda do Irish Museum of Modern Art (IMMA) em Dublin e terminando na Whitechapel Art Gallery em Londres, a mostra

assume uma forma diferente em cada um destes espaços.

Imagens ou Sombras, título da exposição e do catálogo que a acompanha, é mais do que uma evocação da caverna

platónica - em que o que nós humanos veríamos seriam somente as sombras do mundo verdadeiro -, é sobretudo uma

síntese do que interessa a Byrne, a realidade e a ficção, a verdade e a fantasia, não como categorias opostas mas porosas,

que se contaminam e instabilizam, tal como uma escultura minimalista exige um uso e manuseamento simultaneamente

delicado e complexo.

Curadoria: Enrique Juncosa | Curadora associada: Isabel Carlos

Cinthia Marcelle {Cruzada}

CARPE DIEM – Arte & Pesquisa | 20 OUT > 26 JAN 2013

Dezasseis músicos surgem dos quatro cantos de um cruzamento, quatro de cada lado, trajando quatro cores: amarelo,

vermelho, azul e verde. Os grupos (grupo dos pratos, grupo dos taróis e bumbos, grupo dos trompetes e trombones,

grupo dos bombardinos e tubas), entram em cena, um de cada vez, ao som desencontrado dos instrumentos até

alcançarem o centro do cruzamento. Quando todos se vêem na encruzilhada, frente a frente, inicia-se um duelo entre

eles, embate que termina em uma coreografia na qual os músicos trocam de lugar, formando então quatro bandas de

cores e instrumentos misturados. Ao som de uma mesma canção, enfim harmonizados, os músicos deixam a encruzilhada

espalhando-se, cada qual no seu tempo, pelas quatro vias.

Produção: KATÁSIA FILMES | Apoio: Construtora INPAR, Valores de Minas, Escola Municipal Anísio Teixeira

Cortesia: Juan Carlos Bendana-Pinel

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Laurence Louppe { Poética da Dança Contemporânea }

MNAC | 30 OUT | 18h30

Lançamento do livro com apresentação de Jacinto Lageira

Obra fundamental de uma das maiores teorizadoras da dança contemporânea, Laurence Louppe, condensa a pesquisa e

reflexão da autora ao longo de vários anos de trabalho enquanto investigadora e conferencista. O presente estudo

centra-se em questões essenciais como o surgimento da dança contemporânea e a especificidade dos seus modos de

leitura, bem como os fundamentos da modernidade na dança, tendo como propósito a formulação de uma teoria do

movimento. Acresce ainda a esta edição portuguesa uma listagem das obras coreográficas e dos filmes de dança

apresentados em Portugal, organizada por Maria José Fazenda.

Anne Teresa De Keersmaeker {Violon Fase}

MNAC | 30 OUT > 11 NOV

Violon Fase é o primeiro solo de Anne Teresa De Keersmaeker. Foi coreografado em 1981 em Nova Iorque. Um ano mais

tarde, tornou-se parte integrante de Fase: quatro movimentos para música de Steve Reich.

Thierry De Mey filmou, em 2001, a performance de um guindaste a 20m de altura.

A instalação mostra Anne Teresa De Keersmaeker a dançar na areia branca e os movimentos dos seus pés desenham na

areia uma forma que se assemelha a uma rosa.

Olga Mesa { Achas que te queria matar? }

PLATAFORMA REVÓLVER | 15 NOV > 30 DEZ

labOratorio/labOfilm é um projecto de oficinas coreográficas gerador de instalações evolutivas (dípticos audiovisuais

iniciado em 2011por Olga Mesa.

Nesta dupla projecção poderemos ver dois pontos de vista, de uma única cena. Rostos e corpos de mulheres de várias

idades encontram-se, escondem-se, ocultam-se, olham-se, tocam-se e confundem-se num labirinto imaginário de

ressonâncias espaciais e evocações. O som, recôndito multiplica e impõe os espaços.

A coreógrafa propõe a encenação do corpo Operador* numa rodagem. Num espaço labiríntico cheio de "fora de campo",

o corpo, a camara, o movimento, o som e a voz, traduzem a relação do ser com o mundo, com a realidade e a ficção, com

o visível e invisível, com a memória individual e colectiva.

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Este corpo Operador* não hierarquizado constrói a sua identidade abandonado uma experiencia de relevo e intercambio

dentro do grupo, onde observar e ser observado será tão importante como acionar; e onde o outro será o lugar a partir

do qual se irá construir uma memória comum.

*corpo Operador: corpo-olho que captura os seus impulsos e decisões num diálogo com a camara. Corpo que interpreta e realiza

simultaneamente a montagem de uma sequência cinematográfica em tempo real, ou em diferido. Corpo num campo de batalha. É o

ponto de contacto, e muitas vezes de choque entre o visível e o (in)visível, entre a ficção, o real e o imaginário.

João Onofre {Untitled (N’en finit Plus)}

MNAC | 12 DEZ > JAN 2013

Vídeo HD Monocanal, PAL, 16:9, cor, som, 3' 03'' loop

Copyright © João Onofre 2010-11

Uma adolescente, Beatriz Mateus, canta "La nuit n’en finit plus" de Petula Clarck, à capela, numa vala escavada na

planície durante a noite.

Realização: João Onofre | Com: Beatriz Mateus | Fotografia: Leonardo Simões | Som: Emídio Buchinho | Direcção de produção: Toni

Tàpies | Chefe de Produção: Manuela Ribas | Pós-produção de Imagem: Carlos Almeida, Irmalucia SFX | Primeiro assistente de Camara:

Hugo Azevedo | Assistente de Chefe de Produção: Sandra Bogalho | Operador de Grua Technocrane: Rui Guerra | Operador de Grua

assistente Technocrane: Paulo Miguel Rosa | Electricista de grua: Paulo Freitas | Operador de Dolly: Anabela Vieira, Filipe Ribeiro | Chefe

Electricista: Raúl Caldas | Electricistas: João Oliveira, António Correia | Onofre Studio Manager: Ana Bilbao | Gaffer: Luís Filipe |

Assistentes: Vladimir, Jorge, Ricardo, Sr. Ramalho | HD encoding: Pedro Reis/Resize | Equipamento técnico: Cinemate, Portugal, Planar

Filmes, Vendap, Fátima Correia, Rolling Power | Agradecimentos: Carlos Vidal, Paula Torre do Vale, Beatriz Mateus, Jackie Correia,

Emído Buchinho, Toni Tàpies

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ESPECTÁCULOS

VA Wölfl {ich sah: das Lamm auf dem Berg Zion, Offb. 14.1}

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL | 26 e 27 OUT | 21h30

"E eu vi o Cordeiro no Monte Sião" é o versículo que dá o título à peça de VA Wölfl. Não é uma surpresa que um dos

coreógrafos mais visionários e destemidos da dança alemã se interesse pela poesia alucinatória do Apocalipse. As suas

criações são caracterizadas por um imaginário radical e perturbador, algures entre o surrealismo e o hiper-realismo. As

suas coreografias investem mais na percepção do movimento do que no próprio movimento e as imagens que cria

continuam a perseguir-nos depois do fim do espetáculo. "Não é coincidência", escreve o crítico de dança Arnd

Wesemann, "que o som oco ? um clique demoníaco ? de 17 bailarinos a destravar as suas pistolas Walther PPK e a

disparar sobre os seus próprios joelhos soe igual a um obturador da câmara. É uma imagem que se desenvolve em

milésimos de segundo na cabeça de cada espectador, dividindo-o entre a sensação imediata de medo e a consciência da

encenação, da falsificação." Com uma precisão intransigente, o coreógrafo desconstrói a banalidade da vida quotidiana,

expondo o vazio e a estigmatização de uma sociedade obcecada com a segurança e encurralada nos seus próprios medos.

Com o apoio do Goethe-Institut, no contexto do programa Coreografia Contemporânea Alemã | Co-apresentação Festival Temps

d'Images

Coreografia: VA Wölfl | Com: Alfonso Bordi, Jusin Carter, Montserrat Gardó Castillo, Petr Hastik, Nicholas Mansfield, Edgar Sandoval Diaz,

Kristin Schuster, Yuki Takimori, Judith Wilhelm, Susanna Keye, Marco Wehrspann, Wolfgang Wehlau, N.N., N.N., VA Wölfl | Apoios:

Cidade de Düsseldorf, Ministério da Família, Crianças, Juventude, Cultura e Desporto de Nordrhein-Westfalen, Fundação Castelo e

Parque Benrath, Fundação de Arte e Cultura da Sparkasse, Defence Systems & Equipment International London/Waffenmesse,

Secretariado de Cultura de Wuppertal/Nordrhein-Westfalen e NEUER TANZ

João Sousa Cardoso e Ana Deus {Raso como o Chão}

TEATRO DA POLITÉCNICA | 31 OUT | 21h00

| 1 > 3 NOV | 19h00

Álvaro Lapa, escritor revisitado, num dos seus textos intensos, Raso como o Chão. E aqui veremos de novo a sua tão

particular articulação entre o escrito pessoal e a informação, o recorte, a colagem, a repetição. E uma viva reflexão sobre

o país - ontem e hoje…

Um espectáculo de Ana Deus e João Sousa Cardoso a partir de Raso como o Chão de Álvaro Lapa | Com: Ana Deus e João Sousa Cardoso

| Fotografia: André Cepeda | Produção: Três Quatro Lente Associação Cultural do Porto 2011/2012

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 7

André Godinho e Paula Garcia {VENUS <3 ADONIS}

CCB – Sala de Ensaios | 1 e 2 NOV | 21h00

| 3 e 4 NOV | 19h00

© MKauffmann

Venus <3 Adonis parte da vontade de fazer uma ópera deliberadamente desprendida dos cânones de virtuosismo a que a

ópera é associada.

Em cena, os autores deste espectáculo, ambos leigos musicais, constroem um espaço, onde é interpretada, na medida

das suas capacidades, a ópera barroca Venus & Adonis que John Blow compôs em 1683 para a corte de Carlos II de

Inglaterra. Recorrem a um coro que acumulará as funções de orquestra. Todas as noites haverá um espectador diferente -

a quem o espectáculo é dedicado e a quem se pretende agradar mais do que a todos -, a assistir ao espectáculo via Skype.

A utilização deste meio tem não só uma importância conceptual, por criar um "rei" contemporâneo, como também

formal, por estabelecer uma relação entre o palco e a imagem filmada - neste caso pela câmara do Skype.

De André Godinho & Paula Garcia | Co-produção CCB ⁄ Festival Temps d’Images

Solange Freitas, Catarina Vieira e Tiago Cadete { O Festim – Do fim das coisas nada sabemos }

TEATRO DA POLITÉCNICA | 2 e 3 NOV | 21h00

O Festim- do fim das coisas nada sabemos é sobre o fim, sendo que, o fim da festa é a metáfora para o fim dos tempos,

anunciado há muito. Há os que acreditam, os que se revoltam, os que bebem mais um copo, mas todos inventam um

passado e um futuro para si, já que o presente se situa no momento da consciência do fim, esse momento que é sempre

uma passagem impossível de situar. Onde pusemos o ponto final? Onde nos puseram o ponto final?

Criação: Catarina Vieira/Solange Freitas/Tiago Cadete | Interpretação: Catarina Vieira, Solange Freitas e Tiago Cadete | Textos: Cláudia

Chéu entre outros | Vídeo: Carlos Conceição | Espaço Sonoro: Tiago Cerqueira | Produção Executiva: Vertigo - Associação Cultural

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Mariana Tengner Barros { Peça do Coração – For Him }

TEATRO DA POLITÉCNICA | 8 e 9 NOV | 19h00

Peça do Coração é um projecto que Mariana Tengner Barros pretende desenvolver para sempre. O objectivo é recriar

ciclicamente (até ao fim da sua carreira, curta ou longa) o conceito inicial do projecto nascido em 2008, que explora as

dinâmicas de solo e coro, e as múltiplas relações entre a singularidade e a pluralidade, assim como o termo vasto e

polissémico de "coração".

Em 2012, Peça do Coração - For Him a New Fragrance by Mariana Tengner Barros, descentrada da necessidade

autobiográfica da versão anterior, entrega-se à presença de intérpretes exclusivamente masculinos, e reinventa a sua

expressão através de Cláudio Vieira, John Romão e Tiago Cadete.

Se o amor é cego, porque não vê nada através dos olhos do poder, não esperemos que este venha a julgar ou governar,

pois ignora as relações de troca: basta-se a si mesmo, como cornucópia sexual da abundância.

De Mariana Tengner Barros | Co-criação/com: Cláudio Vieira, John Romão e Tiago Cadete | Figurinos/Vídeo: António MV | Sonoplastia:

João Ferro Martins e Filipe Lopes | Acompanhamento Dramatúrgico: Mickael de Oliveira | Encenação: Mariana Tengner Barros |

Produção: Eira | Co-produção: Festival Temps d'Images / DuplaCena | Apoio: O Espaço do Tempo, Fórum Dança

Olga Mesa {LabOfilm & 1: O Lamento da Branca de Neve }

CULTURGEST | 9 e 10 NOV | 21h30

LabOfilm & 1: O Lamento da Branca de Neve é um projeto que questiona, aprofunda e estabelece vínculos entre a poética

da linguagem cinematográfica e o ato coreográfico. Olga Mesa parte desta relação para depurar a sua escrita artística: a

coreografia e a mecânica da sensação, o fora de campo, a dupla / visão, a câmara cega, o corpo abandonado, os textos

para (não) serem escutados.

Com O Lamento da Branca de Neve quero conhecer a matéria real dos sonhos; quero construir um sonho. Quero perder-

me através de um espelho (não) visível onde o espectador se possa ver refletido; que possa sentir o seu próprio tempo e

ter a sua visão. Quero que possa recordar que todos somos vítimas e carrascos, seres humanos perdidos, frágeis,

abandonados, mas também capazes de matar. Porque a qualquer um de nós, como à Branca de Neve de Walser, podem

perguntar-nos: "Pensas que te queria matar?". Com este lamento quero que sejam visíveis, desde longe, os diferentes

planos narrativos da Branca de Neve; a que se desperta com a memória da guerra e da infância dizendo: "mais do que

ver, prefiro escutar".

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 9

Concepção, direcção e coreografia: Olga Mesa | Assistente de direcção, vídeo e documentação: Marta Rodriguez | Corpos operadores:

Sara Vaz e Olga Mesa | Criação sonora: Jonathan Merlin | Dramaturgia e espacialização de textos: Francisco Ruiz de Infante | Textos:

Robert Walser e Olga Mesa | Criação de luz: Christophe Renaud | Direcção técnica: Ludovic Rivière | Colaboração vestuário: Pierre

Boileau | Fotografia: Susana Paiva / Pierre Mercier | Administração (Fr): Natalie Ehsan-Ziah | Produção: Cie. Olga Mesa / Hors Champ -

Fuera de Campo (Fr-Es), Off Limits, Madrid (Es) | Coprodução: FRAC Alsace, Sélestat (Fr), Festival Citemor, Montemor-O-Velho (Pt), Pôle

Sud - Scène Conventionnée pour la danse et la musique, Estrasburgo (Fr), Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura (Pt), MNCARS -

Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid (Es) | Apoios: Ayudas a la Creación Contemporánea Matadero, Madrid 2009 (Es),

AECID - Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (Es), INAEM - Instituto Nacional de las Artes Escénicas y de la

Música (Es), ACA - Agence Culturelle d'Alsace (Fr)

Olga Roriz e João Raposo {Present in Progress}

MNAC

Present in Progress é um encontro de dois gestos distintos, a dança e a pintura.

Juntos e ao vivo, pintor e coreógrafa dialogam na sua solidão.

A música é a única ligação entre eles, espacial e temporal.

Ela move-se colada a uma tela branca. Ele está de pé em frente a uma mesa em branco, câmaras de vídeo, tintas, pincéis,

papeis...

O Movimento dela flutua entre as explosões de linhas e cores.

O resultado é ora dramático, ora poético.

Cada performance é uma nova experiência, uma viagem diferente e sempre com uma outra história para contar.

O cruzamento da dança, da pintura, do vídeo e da música, manipulados em tempo real pelos dois criadores, transporta o

espectador para um universo genuíno e apaixonante.

Concepção e Espaço cenográfico: Olga Roriz e João Raposo | Coreografia e interpretação: Olga Roriz | Pintura e vídeo: João Raposo |

Música: Balanesco Quartet "Possessed" | Director de produção: Pedro Quaresma | Produtora executiva: Teresa Brito

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 10

António Jorge Gonçalves {Barriga da Baleia}

ESPECTÁCULO público infanto-juvenil

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL | 13 > 16 NOV | 10h00

|17 e 18 NOV | 11h e 16h30

Sari é uma menina de 4 anos com uns pais dorminhocos.

Certa manhã, cansada de esperar que eles acordem, decide sair sózinha e corre para a beira-mar onde encontra Azur, e

uma grande onda que a leva pelo mar adentro, até à boca escancarada de uma baleia. Lá dentro a solidão reina, apesar

dos bichos estranhos que habitam entre os dentes grandes e de um velho muito velho que conta quantos peixes tem o

mar.

Vale-lhe então o engenhoso Azur que, vazando a àgua do oceano para dentro de um grande buraco, a consegue vir

libertar. Mas que será feito agora da baleia e daqueles peixes, sem uma pinga de líquido para nadar?

António Jorge Gonçalves e Ana Brandão apresentam esta pequena epopeia marítima com palavras e canções embarcadas

em desenhos luminosos e objectos manipulados.

Uma criação original de António Jorge Gonçalves | Intérpretes: Ana Brandão (narração, canções e movimento) António Jorge Gonçalves

(realização plástica, desenho+manipulação de objectos, sonoplastia incidental).

Teresa Gentil {Bemóis e outros Bicharocos}

ESPECTÁCULO público infanto-juvenil | Música contemporânea para crianças

CCB – Peq. Auditório | 14 > 16 NOV | 11h00

| 17 e 18 NOV | 11h30

A música contemporânea é um bicho, um bicharoco...

Estas histórias escritas por Judite Fernandes contam as peripécias do Elias, um chicharrinho do mar dos Açores que luta

contra as insónias; da aranhita Sofia, que quer viver num sapato porque não consegue fazer teias; da Pupa, uma linda

borboleta que se depara com as dificuldades e as intempéries do dia-a-dia. Estas histórias passaram à partitura,

partilhando o conceito de uma escrita aberta a vários estilos musicais, sonoridades e texturas, num exercício de levar o

público a gostar da música contemporânea e a degustá-la.

Orquestração das peças: Elias, o sonhador Marimba, piano preparado e narração. | O Mentiroso Piano preparado voz (soprano) ,

narração e sapateado. | Os altos e os baixos desta vidinha Piano, flautas de bisel, violino e narração.

Música: Teresa Gentil | Histórias: Judite Fernandes | Vídeo: Isis López | Desenho de luz: André Raposo | Ilustrações: Teresa Gentil |

Músicas / Flauta de bisel Jorge Álvaro Ferreira / Marimba Rui Silva / Narração Cláudia Andrade / Piano Teresa Gentil / Violino Manuel

Maio / Voz Rita Matias

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 11

Alfredo Martins {ozzzzzzzzzzz}

RESIDÊNCIA DE CRIAÇÃO NO FESTIVAL TEMPS D’IMAGES

ESPAÇO ALKANTARA | 15 > 24 NOV

There’s no place like home – a demanda de Dorothy pelo regresso a casa impulsiona toda a narrativa de “O Feiticeiro de

Oz”, decalcando o paradigma da viagem do herói ou a história da mala de cartão.

Ozzzzz propõe uma releitura deste clássico, abordando o binómio casa/viagem num contexto contemporâneo de

mobilidade à escala mundial.

Num espectáculo mais ou menos musical, Dorothy retoma a estrada de tijolos amarelos ou apanha um voo comprado em

promoção no site da Ryanair. Sem data de regresso prevista e apenas com bagagem de mão, evoca-se uma narrativa que

recupera a imagem distante da casa. Postais escritos ou conversas via skype, encomendas de chouriços da terra ou

interfaces electrónicos vão mediando a comunicação entre Dorothy e o mundo.

Espectáculo traduzido pelo google translator em 19 idiomas simultaneamente.

PORTAS ABERTAS

Ao longo da residência, haverá três momentos de “Portas Abertas” em que a equipa abre o processo de trabalho a todos

os interessados em participar:

18 NOV

A CASA | “There’s no place like home”

21 NOV

A VIAGEM | “Toto, I have the feeling we’re not in Kansas anymore.”

24 NOV

O REGRESSO | “If I ever go looking for my heart’s desire again, I won’t look any further than my own backyard”

Direcção artística: Alfredo Martins | Desenvolvido e interpretado por Alfredo Martins, Carlos Alves, Cláudia Gaiolas, Estelle Franco, Luís

Godinho, Paula Diogo e Séverine Porzio | Vídeo Masako Hattori | Produção executiva Meninos Exemplares | Produção teatro meia volta

e depois à esquerda quando eu disser | Co-apresentação Festival Temps d’Images, Alkantara

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 12

Carlota Lagido e Miguel Bonneville { A Room Full of Dirt}

NEGÓCIO | 21 > 25 NOV | 21h30

Ambos temos vindo a insistir - nos nossos trabalhos - na ideia da experiência individual como processo social, rompendo

assim com a distinção entre público e privado, tal como na ideia de que a identidade não é estanque ou linear e que deve

ser entendida como um processo de auto-consciência. Assim, aquilo que procuramos agora é um escape dos julgamentos

a que somos expostos, do tumulto ruidoso das cidades, do apego vicioso das tecnologias, no fundo, do afastamento

crescente da percepção dos nossos corpos e das nossas identidades; das nossas verdadeiras vontades. O tempo é-nos

preenchido involuntariamente. As distracções são constantes e quase exigidas. Impedem-nos de pensar.

Nesta peça pretendemos então recriar uma paisagem familiar, em toda a sua transitoriedade e em toda a sua decadência;

apresentar uma compilação ou abstracção de memórias de outros tempos. Queremos falar de tudo o que deixámos para

trás, da involuntária e inerente saudade, dos nossos sonhos perdidos. Como visitar um sótão repleto de tudo aquilo que,

por uma ou outra razão, foi ficando esquecido - as nossas aspirações, as nossas vontades, as nossas visões românticas de

reconhecimento e de estrelato. E pretendemos que seja claro que, o espectador que se deparar connosco, com esta obra,

possa responder com uma contemplação catártica.

A Room Full Of Dirt é, acima de tudo, o movimento de dois corpos à procura do mesmo: ultrapassar o medo.

Concepção, interpretação, cenografia e figurinos: Carlota Lagido & Miguel Bonneville | Desenho de Luz: Diogo Melo | Fotografia: Joana

Linda

Sónia Baptista + Cláudia Varejão {Tempus Fugit}

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL | 13 e 14 DEZ | 19h00

© Cláudia Varejão

Do tempo interior que se contém e do tempo exterior que se manifesta. De dentro para fora o coração arrasta o tempo,

perde-se nele, agasalha-se, desnuda-se.

Da diferença entre o tempo dos bichos e o tempo das pessoas. Os bichos vivem as estações, a tempo, as pessoas fogem

do tempo, sem tempo.

Do Tempo cronológico e do tempo meteorológico. Os dias desaceleram, os minutos abrandam a deshoras, as estações

confundem-se, brandas, extremam-se, brutas.

A vida caminha, trôpega pisa o chão mas o tempo, sôfrego de ar, voa.

[Sed fugit interea fugit irreparabile tempus ("Mas ele foge: irreversivelmente o tempo foge")].

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 13

Direcção artística, textos, música e interpretação: Sónia Baptista | Vídeo: Cláudia Varejão | Figurinos: Lara Torres | Direcção técnica:

Diogo Melo | Coordenação editorial: Helena Nogueira-Silva |Produção executiva: alvo (neutro) associação | Produção: alvo (neutro)

associação | Co-produção: Festival Temps d’Images / DuplaCena, São Luiz Teatro Municipal

Mala Voadora {Revelação}

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL | 13 > 15 DEZ | 21h00

| 16 DEZ | 17h30

Revelação parte do romance de Dostoiévski Os Demónios, publicado em 1872. Um grupo de pessoas, numa pequena

cidade, reúne-se discretamente com o objectivo de debater temas do novo ideário político que agita a Rússia. Fala-se de

revolução. Alguns tornam-se radicais. O grupo está ligado pelo desejo comum de um novo modelo social e, também,

pelas suas próprias relações sociais. Revelação é um espectáculo em torno de uma COMUNidade, sobre aquilo que é

COMUM, e evoca o contexto cultural em que surgiu o COMUNismo.

Direcção: Jorge Andrade . a partir de Fiódor Dostoiévski, Sergey Nechayev e uma narrativa de Angela Railean | Com: Anabela Almeida,

Cláudia Gaiolas, Jorge Andrade, Miguel Fragata e um grupo de pessoas de Abrantes | Cenografia: José Capela | Produção: Manuel Poças

| Co-produção: Artemrede | Agradecimento: Inês Barahona | A mala voadora é uma estrutura financiada pela Secretaria de Estado da

Cultura / Direcção Geral das Artes e associada da Associação Zé dos Bois.

OqueStrada {10 Anos d’Strada }

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL | 20 DEZ | 21h00

© Rita Carmo

OqueStrada assobiam 10 anos de palco com um concerto-álbum de memórias, para (re)ver antigos amores d'strada e

baptizar novas cantigas que estão a chegar.

Em Dezembro, antes do lançamento do próximo álbum, os OqueStrada sobem ao palco do Teatro São Luiz para festejar

10 anos de cumplicidade genuína com o país. Nessa noite, fecham um ciclo com um concerto-álbum de memórias e

partilham segredos guardados desde o primeiro espectáculo "TascasTour", musical portátil de 2002, até "TascaBeat o

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 14

sonho português", lançado em 2009. Entre antigos amores d'strada e boleias OqueStrada espreitam 2013 e não resistem

a revelar duas, talvez mesmo, três novas cantigas.

Os 10 anos Temps d'Images, cruzam os "10 anos d'Strada" num palco de amigos que connosco embarcam nesta viagem

pelas imagens da memória.

OqueStrada são:

Pablo - Contrabacia

João Lima - Guitarra Portuguesa

Miranda - Voz

Sempre rodeados de um refinado gang de brilhantes e surpreendentes músicos vindos das mais variadas castas.

Direcção Musical - Marta Miranda

Composição - Marta Miranda, João Lima e Pablo (J.M. Dercle)

Cenário - Pablo

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PROJECÇÕES

O Cinema à Volta de Cinco Artes – Cinco Artes à Volta do Cinema

{ Cinematografia - Musicalidade 2 }

CINEMATECA PORTUGUESA | 5 > 13 NOV

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 15

Se nas edições anteriores a ideia de coreografia no cinema não se reduzia às comédias musicais ou às cenas dançadas,

nem a teatralidade no cinema à representação do teatro ou à presença visível do teatro dentro do filme, trata-se agora de

abordar, pela segunda vez, a musicalidade como ela se revela nos diferentes aspectos da mise en scène dos filmes.

Isso leva-nos a abordar a musicalidade no cinema não apenas pela utilização que pode ser feita da música nos filmes mas

também, e sobretudo, pelo tratamento cinematográfico do tempo, quer seja pela montagem, o movimento, o

contraponto imagem-som, as rupturas cronológicas, o ritmo, o leitmotiv, a alternância das luzes, etc.

Desde os primórdios do cinema que os realizadores reivindicaram uma forma cinematográfica mais próxima da

musicalidade do que da narrativa. Foi nomeadamente o caso das avant-garde francesas, mas também das alemãs dos

anos 20, ainda na época do cinema mudo, que procuravam libertar o cinema das reproduções teatrais ou literárias.

Desconstrução da narrativa pela fragmentação, o estilhaçar do tempo, a procura de um ritmo fora de um contexto

narrativo.

Mas a musicalidade no cinema não se esgota evidentemente com o fim das suas pesquisas formais. Com a chegada do

cinema sonoro, a banda sonora, vai participar nisso muito fortemente: a relação entre ruídos e sons naturais, a textura

das vozes, os silêncios…

Esta segunda edição dedicada às relações cinematografia-musicalidade abre pistas, daí a grande variedade de filmes

propostos, desde os filmes do início do cinema sonoro - período tão rico no trabalho da relação do som e da imagem e

tão pouco conhecido, aos filmes contemporâneos, passando por filmes de animação, por filmes conhecidos ou

desconhecidos.

Esta programação procura, desde a sua primeira edição, levar o espectador a abordar os filmes - mesmo aqueles que já

conhece - com um novo olhar (e um novo ouvido) e a redescobri-los graças à simples alteração do ponto de vista, desta

vez através da musicalidade. Mas procura ainda propor filmes pouco vistos (e pouco conhecidos) em Portugal.

São assim apresentados em 2012 filmes de Sadao Yamanaka, Jean Grémillon, Otto Preminger, Jean Renois, Mani Kaul,

P.P.Pasolini mas também filmes de George Kuchar, Dudley Murphy, Humphrey Jennings, Peter Nestler, Jean-Marie

Straub, Pedro Costa, Rita Azevedo Gomes, etc.

Como acontece desde a sua primeira edição, é a relação entre os filmes escolhidos, o catálogo, constituído por textos em

grande parte originais, e o encontro com os autores dos textos, realizadores, críticos, escritores, encenadores, actores,

etc., o que constitui a base e a matéria que determina este programa.

Para além da equipa de coordenação que formamos com Ricardo Matos Cabo, participou activamente neste programa,

Bernard Eisenschitz, Pierre Léon, Renaud Legrand, Cyril Neyrat, Stéfani de Loppinot, Marcos Uzal, Florent Guézenguar,

Luís Miguel Oliveira, com quem temos vindo a criar um diálogo em torno das relações entre o cinema e as outras artes.

Para além dos nomes já citados e que estarão connosco contamos ainda com a presença de outros cineastas e autores

quer de textos originais para este catálogo ou que virão apresentar e dialogar sobre os filmes, como Alberto Seixas

Santos, Carlos de Pontes Leça, Diogo Dória, que escreveram textos originais sobre alguns dos filmes deste programa.

Pierre-Marie Goulet e Teresa Garcia

Lisboa, Outubro 2012

TEMPS D’IMAGES Prémios de Cinema para FILMES sobre ARTE

DEZEMBRO

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 16

Mostramos filmes, por exemplo, sobre:

AI WEIWEI - um artista que é perseguido na China mas fica lá;

PAULA REGO - a pintora portuguesa a falar sobre coisas nunca ouvidas;

AS TRÊS MARIAS - as famosas escritoras Portuguesas e a sexualidade, a sociedade e a literatura;

JIRI KYLIAN - o célebre coreógrafo de Praga;

BOBBY - um skateboarder e artista da rua de Nova Iorque;

RUDOLF MING - a fazer filmes de terror;

BEATRIZ GONZÁLEZ - a artista que chora sobre a Colômbia;

RAUL LINO - o arquitecto que também desenhou as escolas primárias em Portugal;

KARAJAN - o famoso maestro de orquestra com imagens e informações nunca publicadas anteriormente;

RAMÓN VINYES - chamado "o sábio homem Catalão" por Gabriel García Márquez;

PHILIP ROTH - um célebre escritor que é intransigente consigo;

- ou sobre as PRÁTICAS CRIMINOSAS no MERCADO DE ARTE, um filme sensacional e chocante...

"Cada obra artística é uma vitória sobre a inércia humana."

Herbert von Karajan

Conquistem a sua inércia - e conheçam os nossos artistas e realizadores!

Rajele Jain

FILMES sobre ARTE 2012

Portugueses: > O TOQUE DA GAITA DE FOLES de Luís Margalhau

> THROUGH THE LOOKING GLASS de Daniel Neves

> LABORATÓRIO#6 - BARRO de Miguel Gaspar

> ENCURRALADA NOS ROCHEDOS de Filipe Afonso

> PAULA REGO de Rogério Taveira

> FAZEDOR DE NUVENS de Paulo Carneiro

> OUTRAS CARTAS OU O AMOR INVENTADO de Leonor Noivo

> A CIDADE ONDE MORO de Pedro Ferreira, Samanta Correia

> _____ de Tiago Costa

> A VOSSA CASA de João Mário Grilo

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 17

> BIPOLAR de Tiago Costa

Internacionais: > UP IN THE CORNER - HOLGER HILLER de Janine Jembere (Alemanha)

> THE GRAND SCHEME de Sabrina Calmels (Bélgica)

> IN THE BED OF SURREALISM. SUKUTS de Ilona Bruver (Lituânia)

> ARTS EXAMINEES de Xu Tang (China)

> KROKODYLE de Stefano Bessoni (Itália)

> MUHAI TANG de Markus Unterfinger (Suiça)

> TWO TALES OF MODIKHANA de Gouri Parwardhan (Índia)

> THE UNNAMED de Huang Ya-Li (Taiwan)

> LA RUE de Konstantinos-Antonios Goutos (Alemanha)

> NUDE de Inara Kolmane (Lituânia)

> RODRIGO ANDRADE E O PRETO de Gabriel Faccini, Pedro Henrique Risse (Brasil)

> MATKA EDENIIN de Rax Rinnekangas (Finlândia)

> JIRI KYLIAN - FORGOTTEN MEMORIES de Don Kent (França)

> ARTIFACTS OF THE CITY de Florian Schneider (Alemanha)

> HOW ARE YOU DOING, RUDOLF MING? de Roberts Rubins (Lituânia)

> BEATRIZ GONZÁLEZ, WHY ARE YOU CRYING? de Diego García-Moreno (Colômbia)

> LOOTERS OF THE GODS de Adolfo Conti (Itália)

> KARAJAN - THE SECOND LIFE de Eric Schulz (Áustria)

> ANIMALS OF ART de Peter Sempel (Alemanha)

> FORA DE PÁGINA de Elena Macián Masip, David J. Moya Algaba (Espanha)

> ELEGÍA DEL TRÓPICO de Floreal Peleato (Colômbia)

> UMA TRAMAZUL de Andre Costa, Matias Lancetti, Tassia Quirinho (Brasil)

> SOUNDBREAKER de Kimmo Koskela (Finlândia)

> PHILIP ROTH - SANS COMPLEXE de William Karel, Livia Manera (França)

> AI WEIWEI - WITHOUT FEAR OR FAVOUR de Matthew Springford (GB)

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COLÓQUIO INTERNACIONAL

Carlos Pimenta { Arte. Política. Economia }

Colóquio Internacional

INSTITUT FRANÇAIS DU PORTUGAL | 29 e 30 NOV

Grande parte do nosso “encontro” com a arte revela-se, em termos de acesso, na projecção desta através dos media. A

arte tornou-se um “ruído” consumido de forma compulsiva na busca da próxima novidade. A arte assume, hoje, uma

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 18

democratização radical em que só existe opinião e cacofonia - naquilo que poderemos considerar como uma certa crise

da cultura democratizada.

Na vida contemporânea multitask a arte surge, muitas vezes, não como centro mas como pano de fundo, revelando o fim

decorativo enunciado por Hegel. Na cultura mainstream a arte aparece-nos como redundante, disseminada em múltiplas

formas: no entanto, todas elas configuradas por sistemas que a dominam e instrumentalizam com o irónico objectivo de

nos fazer acreditar na subjetcivação.

Ainda teremos necessidade de reconhecer uma autonomia essencial da arte? Será ainda a arte determinante na criação

do “aspecto” do mundo?

Se o artista é um “profissional do aspecto” é-lhe possível configurar o mundo: ou, pelo menos, propor para ele uma nova

figuração. Neste contexto, o artista surge dotado de uma intenção colocando-se, também, em tensão entre real e ficção,

entre politica e arte.

Assistimos a uma mudança das condições de produção e distribuição que modificam não só o trabalho artístico mas,

também, as características dos receptores das obras, induzindo novas linhas de pensamento e percepção do mundo.

Neste colóquio, procura-se equacionar, mais em detalhe, as conjunturas de natureza artística, politica e económica que

determinam os actuais contextos.

Uma iniciativa: Festival Temps d´Images / Universidade Lusófona / Institut Français du Portugal

Coordenação: José A. Bragança de Miranda

Coordenação executiva: Carlos Pimenta

Programa*

Dia 29 (quinta-feira)

manhã

10h - Abertura

10.30 - Conferência de abertura: José A. Bragança de Miranda

11.15 - Conferência: Jean-François Chougnet

12.00 - Debate

tarde

14.30 - Tema arte. politica. economia – José Gomes Pinto

15.00 - Tiago Bartolomeu Costa

15.30 - Tema política. economia. arte – Francisco Luís Parreira

16.00 - Tema economia. arte. politica – Helena Garrido

16.30 - Síntese | moderador

17.00 - Debate

Dia 30 (sexta-feira)

manhã

10.00 - Conferência – Paulo Cunha e Silva

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 19

10.45 - Conferência – Christophe Girard

11.30 – Debate

tarde

arte. política. Economia

14.30 Painel de artistas e produtores – apresentação de comunicações

André E. Teodósio / Patricia Portela / Rui Horta / Victor Pinto da Fonseca (entre outros, a confirmar)

16.30 Síntese e conclusões do painel | moderador – Tiago Bartolomeu Costa

17.00 Debate

17.45 Síntese e conclusões do colóquio | coordenador - José A. Bragança de Miranda

* Intervenientes e painéis já confirmados. O programa ainda não se considera fechado, podendo vir a incluir outros

intervenientes cuja confirmação se aguarda.

FICHA TÉCNICA

Direcção António Câmara Manuel

Consultadoria Artística Irit Batsry

Design Maria José Peyroteo

Consultoria Técnica Alexandre Coelho

Vídeo de Apresentação Nuno Lacerda

Help Desk Pedro Joel

Responsável ARTE Angelike Oussedik

Coordenação Geral: Frédèrique Champs

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TEMPS D’IMAGES 2012 20 SETEMBRO > 20 DEZEMBRO 20

Parceiros Internacionais:

{França} {Roménia} {Hungria} {Alemanha} {Canadá}

AGRADECIMENTOS: Adelaide Ginga, Afonso Guerreiro, Aida Tavares, Ana Gomes da Silva, Ana Rito, António Rodrigues,

António Vilela, Carlos Dias, Catarina Boieiro, Chloé Siganos, Cláudia Belchior, Coro Menor, Curro Morales, Delfim Sardo,

Elsa Aleluia, Elsa Bruxelas, Emilia Tavares, Francisco Camacho, Hélder Verónio Gomes, Helena Barranha, Hugo Barata,

Hugo Cortês, Jacinto Lageira, Jean-François Chougnet, João Cachulo, João Figueira Nogueira, João Gata, João Meireles,

Joachim Bernauer, Joaquim René, Jonas Omberg, José Neves, Kazike, Lara Morbey, Lucinda Lopes, Luísa Ramos, Luis

Miguel Oliveira, Margarida Mota, Maria Antónia Câmara Manuel, Maria Antónia Linhares, Maria José Camecelha, Maria

José Ribeiro, Maria Schiappa, Mário Rei, Miguel Lobo Antunes, Patrícia Henriques, Patrícia Silva, Paula Pereira, Paulo

Seabra, Rafael Alvarez, Ricardo Custódio, Roger Teboul, Sofia Campos, Susana Menezes, Susana Sousa Dias, Tânia Afonso,

Tânia Guerreiro, Thomas Walgrave, Tierry Bert, Tiza Gonçalves, Vera Rosa, Zambeze / Fundação Moranguinho, Zé Branco.

Agradecimento especial Namalimba Coelho

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