10-ambiente das aguas

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Manguezais da APA de Guapimirim, na desembocadura do rio Guaxindiba, na Baa de Guanabara

Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

ESTADO JANEIRO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

AMBIENTE AMBIENTE

DAS GUAS DAS GUAS

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL - SEMADSProjeto Plangua Semads / GTZ de Cooperao Tcnica Brasil - Alemanha

Setembro / 2001

Ambiente das guas

Depsito legal na Biblioteca Nacional conforme decreto n 1.825, de 20 de dezembro de 1907

A 492 Ambiente das guas no Estado do Rio de Janeiro / Coordenador William Weber. - - Rio de Janeiro : SEMADS, 2001 230 p. : il. ISBN 85-87206-13-3 Cooperao Tcnica Brasil-Alemanha, Projeto PLANGUA-SEMADS/GTZ. 1.Meio ambiente. 2.Recursos hdricos. 3.Saneamento ambiental. I. PLANGUA. II. Weber, William.

CDD - 333.91 Editor - Redator ( Consultor PLANGUA ) William Weber Projeto grfico e diagramao Luiz Antonio Pinto Equipe editorial Carmine Miceli Celma Paes Barreto Gessy Rangel Laura Frana Marilena Alfradique

Ficha tcnicaColaboraram na elaborao desta publicao:Ilma Conde Perez ( Feema ) Aderson Marques Martins ( DRM ) Jackeline Motta dos Santos ( Plangua ) Alan Carlos Vieira Vargas ( Serla ) Lilian Santos Carvalho ( Pesagro-Rio ) Alceo Magnanini ( IEF ) Lcia Regina Teixeira Mendes ( IEF ) Ana Cristina Machado de Oliveira ( IEF ) Marco Aurlio Santiago Dias ( Semads ) Andra Franco de Oliveira ( IEF) Marta Bebiano Costa ( Cide ) Cllio Navarro ( Semads ) Mnica da Hora ( Serla ) Cleonilde Aranha ( Semads ) Norma Crud Maciel ( Feema ) Cristina Carvalho de Mello ( PDBG ) Raul Lardosa Rebelo ( Plangua ) Eduardo Ildefonso Lardosa ( IEF ) Sabina Campagnani ( IEF ) Egmont Bastos Capucci ( Cedae ) Valdo da Silva Marques ( Simerj ) Elizabeth Cristina da Rocha Lima ( Feema ) Vernica da Matta ( Serla ) Ftima Helena Rocha Crispino ( Serla ) Waldir Rugero Peres ( Cide ) Glauco Souza Barradas ( Fiperj ) Waldo Moreno Gonalves ( Pesagro-Rio ) Helga Restum Hissa ( Pesagro-Rio ) Cooperao Tcnica Brasil-Alemanha Projeto Plangua/Semads/GTZ Coordenao: Antnio da Hora ( Subsecretrio Adjunto de Meio Ambiente ) Wilfried Teuber ( Planco Consulting - GTZ ) Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - Semads Rua Pinheiro Machado, s/n - Palcio Guanabara - Prdio Anexo / 2 andar Laranjeiras - RJ 20 238 - 900

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Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

NDICE NDICEAPRESENTAO COMENTRIO INTRODUO

. . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .MACRORREGIES AMBIENTAISAo integrada nas sete Macrorregies

7 8 9 11

RECURSOS HDRICOS: GESTO

gua, um bem escasso Instrumentos de gesto Gesto inclui os usurios Balano hdrico Qualidade toda prova gua disponvel Rede hidrometeorolgica Estaes meteorolgicas Bacia hidrogrfica Ciclo hidrolgico AMA Rio ANA

.. .

21

DISPONIBILIDADE HDRICA

Mundo de gua Planeta Terra? No Brasil Preocupante poluio Ecologia e preservao guas subterrneas Maior reserva do mundo gua vida Escassez Desperdcio Distribuio nos continentes

..

37 51

OS RIOS E SEUS USOS

.

. . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . .ZONA COSTEIRAMltiplos usos Caractersticas mpares legislao Marco importante Restinga

.

Mananciais Concesso de servios Consumo industrial Consumo agrcola Controle microbiolgico Microbacias Navegao Energia hidreltrica Extrao de areia Pesca e lazer Esporte RIO PARABA DO SUL Vinte anos para recuperao Rio muito alterado Localizao RIO GUANDU Qualidade das guas RESERVATRIO DE LAJES RIOS: MACACU SO JOO MACA MACABU

.

. .

.

.

.

Insustentvel situao Ampla Manguezal Qualidade das guas

75 85

LAGOAS INTERIORES E LITORNEAS

Lagoas Lagunas BAIXADA DOS GOYTACAZES Lagoa Feia Lagoas costeiras de Maca Lagoa de Cima Lagoa do Campelo Parque Nacional de Jurubatiba LAGOAS LITORNEAS Lagoa de Araruama Restinga de Massambaba Lagoa de Saquarema Lagoa de Jacon Maric-Guarapina Piratininga-Itaipu

Ambiente das guas

. . . . . . . . . . .

LAGOAS URBANAS: PROBLEMTICASLAGOAS DE JACAREPAGU Restinga de Marapendi LAGOA RODRIGO DE FREITAS Ampliando as redes

95 99

BAAS: GRANDE DIVERSIDADE

BAA DE GUANABARA Caractersticas Fontes de poluio Programa de investimentos Renovao das guas Uso do solo Histria Comisses Conselho Gestor BAA DE SEPETIBA Restinga de Marambaia BAA DA ILHA GRANDE

. . .

..

.

. .. . . . . . . . . . . . . .6

CHUVAS E ENCHENTES

Naturais Diretrizes Para prevenir Para reverter Ao humana Dragagem Diversidade climtica Hidrografia Revitalizao

SANEAMENTO

Carga poluidora Rios mortos prevista Emissrios submarinos tratamento Doenas

.

.. . . . .. . . .Coleta e destino leos e graxas

111 123 131 135 141 157 163 169 211 219 225

Intensa urbanizao Soluo Macroplano de gesto Sem

RESDUOS SLIDOSAterros sanitrios

.

Lixo flutuante

DESPEJOS INDUSTRIAISIndstrias poluentes contaminados

.

Sob controle

. .

Pr-lixo Mexilhes

COBERTURA FLORESTAL

Dcadas de destruio Exemplo de reflorestamento Pioneiro da silvicultura Mata ciliar Reservas legais Unidades de Conservao Preservao Mata Atlntica Hortos e viveiros Histrico

ECOSSISTEMAS

Leis protetoras Reservas ecolgicas Mangue vida Sistemas produtivos Paisagem alterada Dez anos de estudos Zonas midas

CONSCIENTIZAO

Enfrente a enchente Gente do Caceribu Cidadania pelas guas Gesto integrada Adote uma bacia Hora dos consrcios guas de Jacarepagu Agenda 21

LEGISLAO

Normas estaduais

. . .. . . . . . . . . .. .. .. . . .Normas federais

GLOSSRIO BIBLIOGRAFIAPrincipais atividades

PROJETO PLANGUA

.

Seminrios e workshops

.

Publicaes

Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

APRESENTAO APRESENTAO APRESENTAOmbiente das guas apresenta um diagnstico da disponibilidade de recursos hdricos no Estado do Rio de Janeiro, as respectivas formas de gesto e a situao fluminense dentro do contexto brasileiro e mundial. H quem veja a Terra como o Planeta gua, considerando o volume de recursos hdricos nela existente. No entanto, paradoxalmente, a escassez de gua constitui um dos maiores desafios do sculo. Clculos do WWF, Fundo Mundial de Preservao da Vida Selvagem, revelam que um tero da populao mundial poder ficar sem gua dentro dos prximos 25 anos, se no forem adotadas medidas urgentes de preservao e proteo dos mananciais. Do planeta Terra, trs quartos so constitudos por gua, sendo 97 por cento salgada e 2 por cento integrantes das geleiras, intocveis, portanto. Esse quadro torna-se mais grave ainda, tendo em vista a explorao irracional da gua doce armazenada nos lenis subterrneos ( e presentando 95 por cento da disponibilidade ) e a poluio de outros mananciais, como rios e lagoas, situao que reduz mais ainda a fatia de um por cento da gua que realmente pode ser usada pelo homem. No Brasil, a preocupao de cientistas e ambientalistas, quanto imperiosa necessidade de proteo de nossos mananciais, nem sempre levada em considerao. A atual crise energtica um exemplo da falta de cuidados especiais na preservao e proteo dos nossos mananciais, fator to importante quanto a busca de novas fontes de energia renovvel para solucionar o problema da escassez energtica. Nosso pas dispe de mais de 12 por cento do volume de gua potvel existente no mundo, recurso que, entretanto, extremamente mal distribudo. Cerca de 80 por cento concentram-se na Amaznia e os restantes 20 por cento so desigualmente distribudos pelo pas, atendendo 95 por cento da populao. O Estado do Rio de Janeiro, rico em mananciais, mas igualmente mal distribudos, passou a contar com dispositivos institucionais para disciplinar, controlar e fiscalizar o exerccio da atividade de captao e explorao de guas, inclusive as subterrneas, a partir da Lei de Recursos Hdricos promulgada em 1999. Mais recentemente, o Governador do Estado assinou decreto criando o Conselho Estadual de Recursos Hdricos, rgo deliberativo, normativo e consultivo, com atribuies de supervisionar e promover a implantao das diretrizes da Poltica Estadual de Recursos Hdricos.

A

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel

Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

COMENTRIO COMENTRIO

sta publicao - Ambiente das guas no Estado do Rio de Janeiro -, merece um comentrio. Tem o mrito de reunir, a partir de diferentes fontes e segmentos do Estado do Rio de Janeiro, o que se produz e o que se realiza em prol dos recursos hdricos. gua vida. Por isso, o compromisso da sociedade visando a valorizao das guas dos rios, das lagoas, subterrneas e costeiras, de mltiplos usos e tantas diversidades, deve ser permanente. Para que essas riquezas perdurem para as futuras geraes, de suma importncia a estreita, slida e duradoura cooperao entre autoridades estaduais, municipais, entidades, consrcios e comits de bacias. s vezes os conflitos entre usurios podem at ocorrer, porm devem ser contidos a fim de que ningum governos e usurios -, perca a oportunidade de contribuir com sua parcela de cooperao para o avano da aplicao e do cumprimento das leis vigentes. Neste momento de crise de energia, uma crise moldada pela escassez visvel da gua, devemos tirar lies positivas, como a necessidade de se praticar a gesto preventiva dos recursos hdricos, essencial ao presente e ao futuro de todos que vivemos neste Planeta Terra. Prevenir para o uso futuro significa, hoje, conservar os recursos e os ecossistemas naturais. No deve prevalecer a antiga idia de que cabe apenas ao Poder Pblico zelar pelas guas. A sociedade e o cidado tm parcela fundamental na preservao desses recursos, que so finitos e vulnerveis. Com esta publicao, queremos motivar a todos e convidar a cada cidado, em particular, a contribuir para a conservao de uma das riquezas mais expressivas do Estado do Rio de Janeiro: a gua. Coordenadores: Wilfried Teuber Antnio da Hora

E

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Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

INTRODUO INTRODUO INTRODUO

mbiente das guas no Estado do Rio de Janeiro, ao expor o quadro atual das guas nessa regio, o faz como alerta a todos quantos dependem dos recursos hdricos para sua sobrevivncia e progresso socioeconmico. Esta publicao, em 18 captulos, indica os meios e os instrumentos previstos na legislao de recursos hdricos lei federal 9.433/97 e lei estadual 3.239/99 , assim como na Agenda 21, para que os poderes pblicos, em todos os seus nveis, em parceria com a sociedade, atuem pr-ativamente, em seus respectivos fruns como o Conselho Estadual de Recursos Hdricos , em defesa do uso sustentvel da gua. O termo sustentvel revela limites de uso e disponibilidade dos recursos naturais na Terra. Com a Lei 9.433, conhecida como Lei das guas, governantes e cidados passaram a dispor de importante instrumento de gesto dos recursos naturais, capaz de dar suporte, inclusive, aplicao da Agenda 21, elaborada por ocasio da Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Eco-Rio/92, em

A

que se fixou novo balizamento para o modelo econmico mundial, incorporando o meio ambiente ao clculo de custo/ benefcio em todos os empreendimentos humanos. Ambiente das guas no Estado do Rio de Janeiro, inserida nesse contexto de uso adequado dos recursos naturais, de forma a preserv-los para as atuais e futuras geraes, apia-se, substancialmente, em publicaes tcnicas do Governo do Estado e do Projeto Plangua/Semads/GTZ, pertinentes a esses recursos disponveis. Mais do que nunca, Foto: Pnuma no limiar do Sculo XXI, ainda h tempo, para reverter o quadro de degradao que a todos deve impressionar. Por exemplo, como o rio Paraba do Sul, de que dependem cerca de 12 milhes de pessoas, nos Estados do Rio de Janeiro, So Paulo e Minas Gerais, pode receber ainda 1 bilho de litros por dia de esgotos, alm de resduos orgnicos industriais equivalentes a uma populao de 4 milhes de habitantes? Principal fonte de abastecimento de

Ambiente das guas

gua da Cidade do Rio de Janeiro e parte da Baixada Fluminense, o rio Guandu demanda por dia 250 toneladas de produtos qumicos, o equivalente a cerca de 25 caminhes lotados, para que sua gua oriunda do rio Paraba do Sul se torne potvel. Por que tantas lagoas esto beira da morte, devido a um acelerado processo de eutroficao, motivado pela presena humana, que compromete sua qualidade ambiental a partir do lanamento dirio de

esgotos e detritos? Em Ambiente das guas no Estado do Rio de Janeiro, respostas so dadas, ao mostrar aes efetivas ou planejadas para inverter o quadro atualmente constatado. A escassez de gua j atinge a metade de habitantes do Planeta. Caso no se inicie imediatamente um programa universal de racionamento e reutilizao da gua, em 50 anos a escassez poder se tornar um problema irreversvel. Fica a advertncia.

O Editor

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Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

ESTADO JANEIRO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MA CR ORREGIES MA CR ORREGIES AMBIENTAIS AMBIENTAIS

O

Estado do Rio de Janeiro encontra-se dividido em sete Macrorregies Ambientais MRAs. Segundo o Decreto estadual 26.058, de 4 de maro de 2.000, as MRAs constituem unidades de planejamento e interveno da gesto ambiental, consideradas basicamente as grandes bacias hidrogrficas existentes.

Ambiente das guas Ao integrada nas sete macrorregiesAs sete Macrorregies Ambientais MRAs em que o Estado est dividido, compreendem uma parte terrestre, com uma ou mais bacias hidrogrficas, e uma parte marinha, ou zona costeira, incluindo baas, praias, ilhas, costes rochosos, manguezais, restingas e uma faixa de mar aberto. Para a diviso do Estado em sete MRAs, foram considerados critrios tcnicoambientais, administrativos e polticos, fundamentados no consenso mundial de que a bacia hidrogrfica a melhor unidade territorial para se promover a gesto do meio ambiente.

Assim, todos os recursos ambientais continentais gua, solo, subsolos, ar, biodiversidade, dentre outros sero administrados, tendo a bacia hidrogrfica como unidade bsica de gerenciamento, a partir de uma viso integrada e sistmica. A instituio das MRAs proporciona ainda a atuao unificada dos rgos vinculados Feema, Serla e IEF , descentraliza a administrao e reduz os custos operacionais. Em cada MRA haver uma Agncia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel Semads, com o objetivo de melhorar a relao das prefeituras, do cidado e das empresas privadas com o Governo do Estado.Foto: AGA/Semads/Feema

As praias de Ipanema e Leblon so parte integrante do setor costeiro da MRA-1

Siglas: significado Ao lado dos municpios cujos territrios esto parcialmente situados em uma das sete Macrorregies Ambientais aparecem siglas, com os seguintes significados: IU Municpio cuja rea urbana da sede est integralmente inserida na Macrorregio; PU Municpio cuja rea urbana da sede est parcialmente inserida na Macrorregio; FU Municpio cuja rea urbana da sede est situada fora da Macrorregio.

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Ambiente das guas

MRA-1 Bacia da Baa de Guanabara, das lagoas metropolitanas e zona costeira adjacente. Abrangncia espacial Setor terrestre: Bacia dos rios que desembocam na Baa de Guanabara, destacando-se os rios Carioca, Iraj, So Joo de Meriti, Iguau, Estrela, Suru, Roncador, Guapi, Guara, Caceribu, Guaxindiba, Imboassu e Bomba, e os canais do Fonseca e Icara, ambos no Municpio de Niteri; bacias das lagunas de Marapendi, Jacarepagu, Camorim, Tijuca e Rodrigo de Freitas; bacias das lagoas de Piratininga, Itaipu e Sistema Lagunar de Maric. Setor costeiro: Zona costeira, desde a ponta do Pico e o local situado na praia prxima aos limites entre Maric e Saquarema. Inclui a Baa de Guanabara. Municpios ( integralmente includos ): Nilpolis, So Joo de Meriti, Belford Roxo, Duque de Caxias, Mag, Mesquita, Guapimirim, Itabora, Tangu, So Gonalo, Niteri e Maric; ( parcialmente includos ): Rio de Janeiro ( PU ), Nova Iguau ( PU ) Petrpolis ( PU ), Rio Bonito ( PU ) e Cachoeiras de Macacu ( IU ). Total de municpios: 17

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Ambiente das guas

MRA-2 Bacia contribuinte e Baa de Sepetiba. Abrangncia espacial Setor terrestre: Bacia dos rios que drenam para a Baa de Sepetiba, destacando-se o crrego Caratuacaia e os rios Jacare, Grande, Ingaba, So Braz, do Saco, Sa, Joo Gago, Muriqui, Catumbi, Muxiconga, da Draga, Botafogo, Tingussu, Timirim, Mazomba-Cao, da Guarda, Guandu-Canal de So Francisco, Guandu-Mirim-Canal Guandu, canal de So Fernando, canais do It e Pau Flexas, e os rios do Ponto, Piraqu-Cabuu, Piraco, Portinho e Joo Correia. Setor costeiro: Baa de Sepetiba ( limitada pelas pontas do Pico, do Arpoador e de Jacare ). Municpios ( integralmente includos ): Itagua, Seropdica, Mangaratiba, Queimados, Japeri e Paracambi; ( parcialmente includos ): Rio de Janeiro ( PU ), Nova Iguau ( PU ), Engenheiro Paulo de Frontin ( IU ), Miguel Pereira ( PU ), Pira ( FU ), Rio Claro ( FU ) e Vassouras ( FU ). Total de municpios: 13

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Ambiente das guas

MRA-3 Bacia contribuinte e Baa da Ilha Grande. Abrangncia espacial Setor terrestre: Bacia dos rios que drenam para a Baa da Ilha Grande, destacando os rios Jacuecanga, Japuba, Areia do Pontal, Arir, Jurumirim, Bonito, Bracu, Grata, da Conceio, Japetinga, do Funil, Mambucaba, So Roque, Barra Grande, Pequeno, Grana, Perequ-Au, Corisco, dos Meros e Parati Mirim, e os crregos da Areia, do Sul e Andorinha. Setor costeiro: Baa da Ilha Grande ( limitada pelas pontas do Arpoador e Trindade ). Municpios ( integralmente includos ): Paraty e Angra dos Reis. Total de municpios: 2

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Ambiente das guas

MRA-4 Bacia da Regio dos Lagos, do Rio So Joo e zona costeira adjacente. Abrangncia espacial Setor terrestre: Bacias das lagunas de Jacon, Saquarema e Araruama, e dos rios So Joo, Una e das Ostras. Setor costeiro: Zona costeira, entre a ponta situada prxima aos limites entre Maric e Saquarema, e uma ponta ao sul da praia de Itapebuu, no Municpio de Rio das Ostras. Municpios ( integralmente includos ): Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, So Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Armao de Bzios e Silva Jardim; ( parcialmente includos ): Rio Bonito ( PU ), Cachoeiras de Macacu ( FU ), Casimiro de Abreu ( IU ) e Rio das Ostras ( IU ). Total de municpios: 12

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Ambiente das guas

MRA-5 Bacia do rio Maca, da lagoa Feia e zona costeira adjacente. Abrangncia espacial Setor terrestre: Bacia do rio Maca e das lagoas de Imboassica, Feia e diversas bacias menores situadas at o limite da MRA-6 Setor costeiro: zona costeira, entre uma ponta ao sul da praia de Itapebuu, no Municpio de Rio das Ostras, at um local prximo Barra do Au ( Campos dos Goytacazes ). Municpios ( integralmente includos ): Maca, Carapebus, Quissam e Conceio de Macabu; ( parcialmente includos ): Nova Friburgo ( FU ), Casimiro de Abreu ( FU ), Rio das Ostras ( FU ), Campos dos Goytacazes ( FU ), Trajano de Morais ( IU ), Santa Maria Madalena ( FU ) e So Joo da Barra ( FU ). Total de municpios: 11

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Ambiente das guas

MRA-6 Bacia do rio Paraba do Sul e zona costeira adjacente. Abrangncia espacial Setor terrestre: Bacia do rio Paraba do Sul em territrio fluminense. Setor costeiro: Zona costeira adjacente. Municpios: MRA-6/1: ( integralmente includos ): Itatiaia, Resende, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Pira, Mendes, Paty do Alferes, Valena, Rio das Flores, Paraba do Sul e Comendador Levy Gasparian; ( parcialmente includos ): Vassouras ( IU ), Pira ( IU ), Rio Claro ( IU ), Miguel Pereira ( PU ) e Engenheiro Paulo de Frontin ( FU ). Total de municpios: 19. MRA-6/2: ( integralmente includos ): Trs Rios, Areal, Sapucaia, So Jos do Vale do Rio Preto, Terespolis, Carmo, Sumidouro, Duas Barras, Bom Jardim, So Sebastio do Alto, Cantagalo, Cordeiro e Macuco; ( parcialmnte includos ): Petrpolis ( PU ), Nova Friburgo ( IU ), Santa Maria Madalena ( IU ) e Trajano de Morais ( FU ). Total de municpios: 17. MRA-6/3: ( integralmente includos ): Aperib, Cambuci, Cardoso Moreira, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muria, Miracema, Natividade, Santo Antonio de Pdua, So Fidlis e So Jos do Ub; ( parcialmente includos ): Campos dos Goytacazes ( IU ), Porcincula ( IU ), So Joo da Barra ( IU ) Varre-Sai ( IU ) e So Francisco de Itabapoana ( IU ). Total de municpios: 17. Total geral de municpios: 53

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Ambiente das guas

MRA-7 Bacia do rio Itabapoana e zona costeira adjacente. Abrangncia espacial Setor terrestre: Bacia do rio Itabapoana em territrio fluminense, bem como as pequenas bacias situadas no litoral at os diversos divisores de gua da MRA-6. Setor costeiro ( Zona costeira adjacente ). Municpios ( integralmente includo ): Bom Jesus do Itabapoana; ( parcialmente includos ): Campos dos Goytacazes ( FU ), So Francisco de Itabapoana ( FU ), Varre-Sai ( FU ) e Porcincula ( FU ). Total de municpios: 5

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Ambiente das guasEm termos polticoadministrativos, esta diviso do territrio tem por finalidade interiorizar as aes da Semads, aproximando-a das prefeituras, das empresas e da sociedade civil no Estado como um todo. Para isso, cada Macrorregio abrigar uma Agncia Regional da Semads. Na fase atual de implantao do programa, encontravam-se configuradas as Agncias da MRA-4 ( Bacia da Regio dos Lagos, do rio So Joo e zona costeira adjacente ) e MRA-5 ( Bacia do rio Maca, da lagoa Feia e zona costeira adjacente ). A curto prazo, ocorrer a implementao das agncias MRA-2 ( bacia contribuinte e Bacia de Sepetiba ) e MRA-3 ( bacia contribuinte e Baa da Ilha Grande ). Nas demais Macrorregies MRA-1, MRA-6 e MRA-7 , o processo de adequao est em curso para que recebam as agncias da Semads. Com a diviso do territrio fluminense em Macrorregies e a instalao de agncias em cada uma delas, ocorrero vantagens, segundo estudos tcnicos elaborados pela Semads:

. . .

Os rgos vinculados Semads ( Feema, Serla e IEF ), alm do Departamento de Recursos Minerais DRM, deixaro de atuar isoladamente, cada qual com uma diviso regional prpria, evitando o desperdcio de recursos e desarticulao. Ocorrer saudvel descentralizao administrativa. A nova estrutura administrativa ajudar a melhorar a relao das prefeituras, do cidado e das empresas privadas com o Governo do Estado, evitando os grandes deslocamentos at o Rio de Janeiro, onde se localizam a maioria dos rgos de deciso e deliberao. Com essa nova estrutura administrativa, ser dado passo importante para a implantao, em cada Macrorregio, dos comits de bacias hidrogrficas. A bacia hidrogrfica, conforme explicitam as leis federal e estadual, a melhor unidade territorial para se promover a gesto do meio ambiente, porque, entre outros aspectos, suas fronteiras ( divises de gua ) so naturais e, na maioria das vezes, percebidas com facilidade.Foto: IEF/Lagief

A extrao de areia problemtica no rio Mambucaba, integrante da MRA-3 ( Angra dos Reis )

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Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

RECURSOS RECURSOS HDRICOS HDRICOSgua, um bem escasso

GE - GE S T O -

O

adequado uso das guas e sua proteo como bem cada vez mais escasso, passa pela reorganizao do setor de recursos hdricos, uma das preocupaes dos atuais dirigentes pblicos do Estado do Rio de Janeiro.

Foto: Semads

Chafariz da praa Xavier de Brito, na Tijuca ( Rio de Janeiro )

Essencial sobrevivncia humana e s atividades econmicas, a gesto dos recursos hdricos dever se fazer integrada gesto ambiental. At 1999, as decises tomadas de forma isolada, do ponto de vista ambiental, denotavam, no corpo do Governo, a ausncia de efetivo controle da utilizao e defesa dos recursos hdricos fluminenses. Mas, com o advento da Lei estadual 3.239, de 2/08/99, cuja regulamentao encontrase em fase final, novas perspectivas se abrem com as aes em conjunto de trs Secretarias de Estado e seus rgos vinculados, que passam a agir e interagir para a aplicao das normas disponibilizadas para o setor. Assim, o uso racional dos recursos hdricos no mbito estadual segue tambm as diretrizes da Lei federal 9.433, de 8 de janeiro de 1997. A gua definida como bem de domnio pblico, assim como um recurso natural limitado. A lei federal estabelece um novo marco institucional para

Ambiente das guaso pas, incorporando princpios, normas e padres de gesto da gua universalmente aceitos e praticados em muitos pases. Mais do que definir a gua como bem de domnio pblico, a Lei 9.433 recomenda ainda que:

Instrumentos de gestoNo Estado do Rio de Janeiro, a lei 3.239, que instituiu em agosto de 1999 a Poltica Estadual de Recursos Hdricos, criou tambm o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hdricos, cujos instrumentos de gesto so: Plano Estadual de Recursos Hdricos Programa Estadual de Conservao e Revitalizao de Recursos Hdricos ( Prohidro ) Planos de Bacia Hidrogrfica ( PBHs ) Enquadramento dos corpos dgua em classes, segundo os usos preponderantes dos mesmos Outorga do direito de uso dos recursos hdricos Cobrana aos usurios pelo uso dos recursos hdricos Sistema Estadual de Informaes sobre Recursos Hdricos ( SEIRHI ). Estes instrumentos, elencados em harmonia com os apresentados na Lei federal n 9.433, viabilizam a implementao das diretrizes e fundamentos da Poltica de Recursos Hdricos propostos. O PERHI ser atualizado no mximo a cada quatro anos, contemplando os interesses das bacias hidrogrficas.

. . . .

a gesto deve sempre proporcionar o uso mltiplo dos recursos hdricos, permitindo que todos os setores usurios tenham igual acesso gua, incluindo a proteo dos ecossistemas aquticos; em situao de escassez, o uso prioritrio dos recursos hdricos o consumo humano e a dessedentao de animais; a bacia hidrogrfica a unidade territorial para implementao da Poltica Nacional de Recursos Hdricos e atuao do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos; a gesto dos recursos hdricos deve ser descentralizada e contar com a participao do Poder Pblico, dos usurios e das comunidades.

. . . .

.

.

.

Foto: IEF/Lagief

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Reserva Ecolgica da Juatinga ( Paraty ), criada em 1991, abrange 7.000 hectares

Ambiente das guas

Gesto inclui os usuriosO planejamento e a gesto dos recursos hdricos, inclusive a proteo dos ecossistemas aquticos do Estado do Rio de Janeiro, so agora permanentes preocupaes do Governo estadual, atravs dos rgos gestores e ambientais, que seguem, alm das leis federal 9.433 e estadual 3.239, portarias e atos normativos que esta publicao relaciona s pginas 169 a 210. Tudo indica que a biodiversidade costeira, fluvial e lagunar fluminense tende a receber ateno redobrada com a instituio do Conselho Estadual de Recursos Hdricos, os Comits de Bacias Hidrogrficas, onde tero assento os diversos usurios da

gua, alm dos integrantes do Conselho Estadual de Meio Ambiente Conema. A gesto ser sempre direcionada de forma a proporcionar o uso mltiplo das guas, sem dissociao dos aspectos de quantidade e qualidade, e a adequao s diversidades fsicas, biticas, demogrficas, econmicas, sociais e culturais das diversas regies onde a bacia ou bacias estejam inseridas. No Estado do Rio de Janeiro, a gesto dos recursos hdricos passa pela ao e cooperao direta e indireta de vrios rgos, em especial das secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel Semads, de Saneamento e Recursos Hdricos SESRH e de seus rgos vinculados.

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Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel Semads Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente Feema Fundao Superintendncia Estadual de Rios e Lagoas Serla Fundao Instituto Estadual de Florestas IEF Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hdricos SESRH Companhia Estadual de guas e Esgotos Cedae Secretaria de Estado de Energia, da Indstria Naval e Petrleo Seinpe Departamento de Recursos Minerais DRM Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior Seaapi Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso Rural do Estado do Rio de Janeiro Emater-Rio Empresa de Pesquisa Agropecuria do Estado do Rio de Janeiro Pesagro-Rio Fundao Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro Fiperj

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Ambiente das guas

. .

Atuam ainda em defesa dos recursos hdricos estaduais: Comisso Estadual de Controle Ambiental Ceca Est voltada para a preveno e controle da poluio ambiental. Conselho Estadual de Meio Ambiente Conema rgo colegiado, consultivo e normativo, com representao

paritria de membros do poder pblico e da sociedade civil. Atravs de suas sete Cmaras Tcnicas, estabelece as diretrizes da Poltica Estadual de Controle Ambiental e orienta o Governo do Estado na defesa do meio ambiente, na preservao dos bens naturais, inclusive dos recursos hdricos.

. .

Conselho Estadual de Poltica Agrcola e Pesqueira do rgo colegiado, com competncia para manifestar-se sobre as

Estado do Rio de Janeiro Cepap diretrizes para a poltica estadual de irrigao, drenagem e a normalizao do aproveitamento racional dos recursos hdricos. Agncia Reguladora de Servios Pblicos Concedidos do

Estado do Rio de Janeiro Asep rgo com competncia para exercer o poder regulatrio no mbito das concesses e permisses de servios pblicos, inclusive de abastecimento e produo de gua, entendidas como captao bruta dos mananciais existentes no Estado, incluindo subsolo, sua aduo, tratamento, reservao e sua distribuio de forma adequada ao consumidor final.

.

Conselho Estadual de Habitao e Saneamento do Rio de rgo colegiado, constitudo de 12 membros. Acompanha

Janeiro CEHAS convnios firmados com a Unio para a melhoria e implantao de pequenos sistemas de abastecimento de gua, abrangendo a captao, seja superficial ou subterrnea, aduo, tratamento e distribuio.

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Ambiente das guas

Balano hdricoO balano hdrico superficial do Estado do Rio de Janeiro comea a se viabilizar com o apoio dos Comits de Bacias criados a partir da Lei Estadual de Recursos Hdricos. Antes da promulgao da Lei 3.239, de 2 de agosto de 1999, o que existia a respeito eram estudos isolados, sem uma coordenao competente, realizados por rgos pblicos e/ou entidades privadas que prestam servios nas reas de saneamento, de agricultura e de energia, envolvendo os mais diversos interesses. A expectativa de que a unio de esforos dos Comits de Bacias e dos rgos estaduais de gerenciamento ( Serla e Feema ) permita a consolidao do balano hdrico superficial do Estado do Rio de Janeiro.

O SLAP define a Feema como rgo tcnico integrante da Ceca para fins de fiscalizao do cumprimento da legislao relativa ao controle da poluio ambiental. A Feema detm informaes acerca da qualidade dos recursos hdricos no Estado, ao realizar o monitoramento da qualidade de corpos dgua. Cabe-lhe, por isso, propor o enquadramento de corpos dgua em classes de uso. Compete Serla ( Lei 650, de 11 de janeiro de 1983 ), rgo tcnico executor da poltica de gerenciamento dos recursos hdricos no Estado do Rio de Janeiro, o poder de polcia e a adoo de medidas tcnico-administrativas nas Monitoramento de qualidade das guas - 1999Corpo hdricoBacia do rio Paraba do Sul Bacia da Baa de Guanabara

Nmero de estaes16 ( curso principal ) 21 ( afluentes ) 13 ( espelho dgua ) 27 ( afluentes ) 8 ( espelho dgua ) 17 ( afluentes ) 4 ( espelho dgua )

Qualidade a toda provaCompete Feema, atravs de rede de monitoramento ( ver quadro ao lado ), medir a qualidade das guas dos corpos hdricos do Estado do Rio de Janeiro, assim como estabelecer os padres mnimos dos efluentes industriais e no industriais. Hoje, para prevenir a contaminao do ambiente, inclusive, das guas costeiras, a Feema s licencia empreendimento poluidor ou potencialmente poluidor mediante o cumprimento das exigncias previstas no Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras SLAP ( Lei 1.633, de 21 de dezembro de 1997 ).

Bacia da Baa de Sepetiba Lagoa Rodrigo de Freitas

TotalFonte: Feema / Diag ( 1999 )

106

terras marginais e cursos ou colees de gua do domnio estadual, nas faixas marginais de servido pblica e nos leitos dos cursos dgua, lagoas e seus esturios, bem como nas suas bacias fluviais e lacustres e respectivos mananciais. Qualquer atividade industrial ou no industrial que possa acarretar poluio, certamente interfere nos corpos dgua, direta ou indiretamente, com maior ou menor grau de influncia.

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Ambiente das guas

Estaes de amostragem de qualidade de gua - 1999 Corpo hdricoReservatrio de Funil Bacia do rio Paraba do Sul Sub-bacia do rio Guandu Bacia do rio Una Bacia do rio Maca Bacia do rio So Joo Bacia da Baa de Guanabara Espelho dgua da Baa de Guanabara Bacia da Baa de Sepetiba Espelho dgua da Baa de Sepetiba Bacia do sistema lagunar de Jacarepagu Espelho dgua do sistema lagunar de Jacarepagu Bacia da lagoa Rodrigo de Freitas Espelho dgua da Lagoa Rodrigo de Freitas Espelho dgua do sistema lagunar Piratininga-Itaipu Bacia do sistema lagunar de Maric Espelho dgua do sistema lagunar de Maric Espelho dgua da laguna de Saquarema Espelho dgua da lagoa de Jacon Bacia da laguna de Araruama Bacia da lagoa Feia ( canais e rios incluindo o rio Macabu ) Espelho dgua da lagoa Feia Espelho dgua da Baa da Ribeira ( Baa da Ilha Grande )

N de estaes4 37 11 1 2 8 37 13 8 8 11 5 4 1 6 1 8 3 1 10 18 6 10

TotalFonte: Feema / Diag ( 1999 )

213

Desde 1972, quando foi criado o Projeto Hidrologia Nacional, dados relativos a sries histricas de cotas linimtricas e vazes so registrados pelo antigo DNAEE, atual Aneel, em banco de dados, que armazena tambm o Cadastro Nacional de Estaes Pluviomtricas e Fluviomtricas, codificadas segundo metodologia oficial adotada a nvel nacional. O banco de dados da Aneel armazena parmetros da gua, como pH ( acidez ), OD ( oxignio dissolvido ), temperatura e condutividade da gua, principalmente da bacia

do rio Paraba do Sul. J o Banco de Dados Oceanogrficos BNDO, mantido pelo Instituto de Pesquisas da Marinha, registra, desde 1960, dados de profundidade, transparncia, cor, temperatura, pH, OD, fosfato, fsforo total, nitrito, nitrato, silicato, amnia, salinidade, clorofila e outros de interesse especfico da oceanografia qumica, fsica e biolgica, ao longo de toda a costa brasileira. Essas informaes esto disponveis na Diretoria de Hidrografia e Navegao da Marinha.

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Ambiente das guas

gua disponvelDo ponto de vista quantitativo, os recursos hdricos superficiais podem ser avaliados atravs de estaes fluviomtricas, pluviomtricas e linimtricas. A Serla, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID contrato firmado em 1998 , montou rede para o monitoramento hidrometeorolgico em torno da rea que drena para a Baa de Guanabara, objetivando a qualificao, o conhecimento da disponibilidade hdricas e a obteno de dados em tempo real, necessrios ao planejamento e gesto dos recursos hdricos na regio.EstaoHelipolis Ciep-100 Clube Catavento Est. da Conceio Ponte Ferro-Capivari Santa Cruz da Serra Ponte Ferro-Piabet So Cristvo Quartel da PE Igreja Santo Antnio Av. Automvel Clube Est. Velha da Pavuna Orindi Parque So Miguel Barragem / Cedae Quizanga Duas Barras Japuba Cachoeiras de Macacu Borda do Mato Reta Nova Reta Velha Ponte de Tangu Trs Pontes ColubandFonte: Serla

Alm de representar um salto tecnolgico e pioneiro, a rede telemtrica essencial ao acompanhamento de aes de controle, mediante informaes sobre chuva, nveis de gua, vazes lquidas e slidas associadas e qualidade da gua. Os dados obtidos com essa nova ferramenta daro suporte tcnico-econmico viabilizao de projetos, permitindo o controle e a fiscalizao da poluio ocasionada pelas indstrias, assim como asseguraro os processos de outorga e a futura cobrana pelo uso dos recursos hdricos existentes. De posse das informaes, ser possvel tambm Serla alertar, em tempo real aRio MunicpioBelford Roxo Belford Roxo Nova Iguau Mag Duque de Caxias Duque de Caxias Mag Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Cachoeiras de Macacu Mag Itabora Cachoeiras de Macacu Cachoeiras de Macacu Cachoeiras de Macacu Cachoeiras de Macacu Rio de Janeiro Itabora Itabora Tangu Itabora So Gonalo

Caractersticas e localizao das estaes remotasTipoPFDSQ PFDSQ PFDSQ PFDS PFDS PFDSQ PFDSQ PFDQ PFD PFDS PFDS PFDS PFDS PFDS PFDSQ PFDSQ PFDS PFDSQ PFDS PFD PFDSQ PFDS PFDS PFDS PFDS

Incio28/10/98 22/09/98 04/11/98 12/12/98 24/09/98 18/09/98 25/09/98 30/09/98 30/09/98 27/10/98 1/11/69* 29/09/98 22/12/76* 08/10/98 28/10/98 1/11/76* 1/10/76* 1/04/76* 04/11/76* 1/01/68 16/10/98 22/10/98 28/12/98 22/10/98 24/11/98

da Bota Sarapu Iguau Suru Capivari Saracuruna Inhomirim Maracan Maracan Pavuna Acari Faria Iconha Roncador Guapi Guapi-Au Guapi-Au Macacu Macacu Joana Caceribu Igu Caceribu Aldeia Coluband

PFDSQ Estao pluviomtrica, fluviomtrica, qualidade dgua com medio de descarga lquida e slida PFDS Estao pluviomtrica, fluviomtrica com medio de descarga lquida e slida PFD Estao pluviomtrica, fluviomtrica com medio de descarga lquida * Estao existente transformada em telemtrica e automtica

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Ambiente das guaspopulao sujeita a inundaes locais. As 25 estaes telemtricas veja o quadro anterior , transmitem os dados Estao Central da Serla, no bairro de So Cristvo, via telefonia celular. Constam das estaes, sensores de chuva, nvel e qualidade da gua. Os sensores de qualidade da gua medem de forma contnua os parmetros: pH, temperatura, condutividade e oxignio dissolvido.

Rede hidrometeorolgicaAlm da Serla, que j chegou a ter 92 estaes fluviomtricas e linimtricas, a Light opera 68 estaes fluviomtricas nos reservatrios que compem parte das unidades de seu interesse junto ao sistema de reservatrios que compem as unidades do sistema gerador de energia eltrica.

No mbito do Programa de Despoluio da Baa de Guanabara PDBG, est prevista a elaborao do cadastro de usurios dos recursos hdricos da Regio Hidrogrfica Contribuinte da Baa de Guanabara, a ser gerenciado pela Serla. Esse cadastro integrar, inclusive, o Sistema Estadual de Outorga de Direito de Uso da gua. Em relao s chuvas, segundo dados de 1996 do inventrio das estaes pluviomtricas do antigo DNAEE ( atual Aneel ), o Estado do Rio de Janeiro j chegou a dispor de 495 pontos de observao do comportamento da precipitao pluviomtrica. Hoje, somente 302 estaes esto instaladas a maioria ( 118 ) da rede da Aneel , seguida da rede da Light ( 68 estaes ), 25 do Instituto Nacional de Meteorologia Inmet e 25 da Serla. O Estado, alm das informaes hidrolgicas

Rede telemtrica hidrometeorolgica das bacias contribuintes da Baa da Guanabara

Fonte: Serla

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Ambiente das guas

Quadro geral da rede hidrometeorolgica no Estado do Rio de Janeiro InstituioSistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro Simerj Fundao Superintendncia Estadual de Rios e Lagoas Serla Agncia Nacional de Energia Eltrica Aneel( ex-DNAEE ) Light Servios de Eletricidade Fundao Instituto de Geotcnica do Municpio do Rio de Janeiro Geo-Rio Instituto Nacional de Meteorologia Inmet Furnas Centrais Eltricas Petrobras Petrleo Brasileiro Entidades de ensino superior e tcnico: UFRJ, Uerj e Cefet Diretoria de Eletrnica e Proteo ao Vo DEPV Diretoria de Hidrografia e Navegao DHN

Nmero de estaes10

O que fornecem, o que informamRede prpria, fornece dados meteorolgicos ( temperatura, umidade, presso atmosfrica, chuva, radiao solar, direo e velocidade dos ventos ) Dados hidrometeorolgicos ( rede telemtrica ) Dados pluviomtricos, pluviogrficos, fluviomtricos, fluviogrficos, sedimentomtricos e evaporimtricos Dados de controle de cheias, de operao hidrulica e acompanhamento das condies hidrolgicas Dados meteorolgicos para alertar a populao sobre medidas preventivas ( Alerta Rio ) Temperatura, presso, direo e velocidade do vento, umidade relativa, chuva, evaporao e insolao Previso de chuva para efeito de clculos de disponibilidade energtica em seu sistema hidrogerador Dados meteorolgicos necessrios s atividades operacionais da empresa Dados meteorolgicos para fins didticos e de pesquisa Dados meteorolgicos de interesse navegao area Dados meteorolgicos de interesse dos navegantes

25 118 68 32 25 9 5 5 3 2

Total das estaesFonte: Simerj/Light/CPRM/GeoRio

302

Parte das estaes opera em parceria com o Simerj

obtidas pela Serla em suas estaes, dispe ainda de dados de chuvas e evaporao dos postos climatolgicos da Secretaria de Estado de Cincia e Tecnologia, atravs do Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro Simerj, em parceria com rgos pblicos federais e municipais, alm do setor privado, tais como:

Aneel A Agncia Nacional de Energia Eltrica Aneel ( ex-DNAEE ),

rgo federal, mantm no Estado do Rio de Janeiro rede com 118 estaes hidrometeorolgicas, sendo 62 estaes pluviomtricas, 14 pluviogrficas, 7 fluviogrficas, 35 fluviomtricas, sedimentomtricas e evaporimtricas. Estas estaes localizam-se em municpios como: Bom Jardim, Barra Mansa, Terespolis, Campos, Valena, Nova Friburgo, Petrpolis, Resende, Itatiaia, Rio das Flores, Trs Rios, Porcincula, Quissam, Trajano de Morais e Volta Redonda.

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Ambiente das guas

Foto: Simerj

Estao do Inmet, localizada em Seropdica, registra presso, temperatura, umidade, chuva, vento ( velocidade e direo ) e irradiao solar. Est dotada de bateria solar e de um transmissor via satlite

Light A Light, com a finalidade de controle de cheias, operao hidrulica e acompanhamento das condies hidrolgicas do seu sistema, mantm 68 estaes no Estado do Rio de Janeiro, sendo: uma estao meteorolgica, 20 pluviomtricas, 31 fluviomtricas e uma rede telemtrica hidrolgica com 16 estaes linimtricas. Esses equipamentos localizam-se, entre outros municpios, em Barra Mansa, Barra do Pira, Rio Claro, Mangaratiba, Pira, Carmo, Sapucaia, Trs Rios e Volta Redonda.

Geo-Rio Responsvel pelas encostas e outras reas de risco no

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Municpio do Rio de Janeiro, a Fundao Instituto de Geotcnica do Municpio do Rio de Janeiro Geo-Rio, dispe de dados da rede pluviomtrica telemtrica com 32 estaes medidoras de chuvas, alm de dados de radares meteorolgicos da Aeronutica obtidos por convnio desde 1999 , essenciais tomada de decises, de acordo com a estratgia do Sistema de Alerta de Chuvas Intensas, o Alerta Rio, em operao desde 1996. As estaes da GeoRio localizam-se em bairros e favelas da cidade: Vidigal, Urca, So Conrado, Tijuca, Santa Teresa, Copacabana, Graja, Ilha do Governador, Penha, Madureira, Iraj, Bangu, Piedade, Tanque ( Jacarepagu ), Sade, Jardim Botnico, Itanhang, Cidade de Deus ( Jacarepagu ), Riocentro ( Barra da Tijuca ), Guaratiba, Gericin, Santa Cruz, Cachambi, Anchieta, Grota Funda, Campo Grande, Sepetiba, Mendanha, Sumar ( duas ), Pedra de

Ambiente das guasItana, So Cristvo e Laranjeiras. perodos longos para efeito de clculo de disponibilidade energtica em seu sistema hidrogerador. No Estado do Rio, localizam-se nove estaes hidrometeorolgicas, assim distribudas: Resende, Pedra Selada, Agulhas Negras, Parque Nacional de Itatiaia, Barra Mansa, Itatiaia, represa de Funil, Nossa Senhora do Amparo ( Resende ) e Sapucaia.

Inmet Dados climatolgicos e pluviomtricos so obtidos tambm pelo Instituto Nacional de Meteorologia Inmet, do Ministrio da Agricultura, Abastecimento e Pesca. Das 25 estaes que o Instituto possui no Estado, seis so consideradas climatolgicas principais, 14 climatolgicas auxiliares, trs agroclimatolgicas e uma estao climatolgica especial urbana esta localizada na Uerj , e uma estao termopluviomtrica, no Jardim Botnico. Do total de estaes, seis localizam-se no Municpio do Rio de Janeiro e as demais em Paty do Alferes, Campos, Carmo, Cordeiro, Seropdica, Iguaba Grande, Mangaratiba, Itaperuna, Maca, Maric, Nova Friburgo, Resende, Rio Bonito, Santa Maria Madalena, Valena, Santo Antnio de Pdua, So Fidlis e Terespolis.

Petrobras As principais atividades operacionais da empresa Petrleo Brasileiro Petrobras, no mbito do Estado do Rio de Janeiro, esto relacionadas meteorologia quanto a explorao e produo nas plataformas de Cherne, Garoupa, Enxova e Maca, na Bacia de Campos. Os dados obtidos coletados de hora em hora interessam s operaes de refino, transporte ( dutos e navios ), terminais, gerenciamento das informaes meteorolgicas e oceanogrficas.Foto: Serla

Furnas O Servio de Meteorologia de Furnas Centrais Eltricas atende a demandas da empresa no tocante previso do tempo, numa escala de curto a longo prazo. Seus produtos vo desde alertas de tempo severo, que podem provocar interrupes e danos ao sistema eltrico, at previses de chuva para

Estao pluviomtrica de Cachoeiras de Macacu

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Ambiente das guasopera trs estaes meteorolgicas Campo dos Afonsos, Galeo e Santa Cruz , em apoio navegao area.

Universidades A Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, atravs do Departamento de Meteorologia do Instituto de Geocincias do Centro de Cincias Matemticas e da Natureza, realiza pesquisas bsicas e aplicadas, tendo referenciado seus trabalhos, entre outros, Regio Tropical Brasileira ( Amaznia e Nordeste ), Sul e Sudeste do pas, com destaque especial no Rio de Janeiro. Nesse sentido, mantm estao meteorolgica no Campus da UFRJ ( Fundo ).Foto: Serla

DNH Atravs de suas estaes So Tom e Ilha Rasa , no Estado do Rio, a Diretoria de Hidrografia e Navegao DHN, da Marinha, elabora e divulga boletins meteorolgicos e avisos de mau tempo para a rea martima e porturia visando a segurana da navegao e a salvaguarda da vida humana no mar.

Estaes meteorolgicasDas 35 estaes automticas meteorolgicas de superfcie da rede telemtrica do Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro Simerj, rgo institudo em 29/01/97 ( Decreto 22.935 ), as 11 primeiras localizam-se em: Maca, Santo Antnio de Pdua, Itaperuna, Morro do Coco e So Tom ( Campos ), Dores do Macacu, Paraty, Ilha Grande ( Baa de Sepetiba ), Rio de Janeiro ( Capital ), Sapucaia e Nova Friburgo. Ao implementar a rede, o Simerj promove o desenvolvimento de estudos e projetos em prol da integrao das atividades do Sistema com aquelas desempenhadas pelas reas gestoras dos recursos hdricos do Estado do Rio de Janeiro.

Estao de rede telemtrica da Serla, no rio Acari ( Av. Automvel Clube )

Outras trs estaes so operadas pela Uerj Maracan, Jardim Botnico e Bela Vista. J o Centro Federal de Educao Tecnolgica para ensino de nvel tcnico , opera tambm estao meteorolgica com fins didticos e de pesquisa, no Maracan.

DEPV A Diretoria de Eletrnica ao Vo DEPV, do Ministrio da Aeronutica, no Estado do Rio,

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Ambiente das guasRede telemtrica do SimerjRede de Estaes Meteorolgicas Telemtricas do Simerj1 Fase: Dores de Macacu, Itaperuna, Maca, Morro do Coco, Santo Antnio de Pdua 2 Fase: Iha Grande, Nova Friburgo, Paraty, Rio de Janeiro, Sapucaia, So Tom

Ilustrao: Simerj/Cide

Bacia hidrogrficaBacia hidrogrfica ou bacia de drenagem, define a rea topograficamente drenada por um curso dgua ou por um sistema interligado de cursos dgua de tal forma que todos os caudais efluentes sejam descarregados atravs de uma nica sada.

Os terrenos de uma bacia hidrogrfica so delimitados por dois tipos de linhas de separao de guas: uma topogrfica ou superficial, outra fretica ou subterrnea. A linha de separao fretica , em geral, determinada pela estrutura geolgica dos terrenos, sendo muitas vezes influenciada tambm pela topografia.Foto: Serla / Cide

Todos ns vivemos numa bacia hidrogrfica

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Ambiente das guas

Ciclo hidrolgicoCiclo hidrolgico significa a interao dos processos de precipitao, infiltrao, percolao e transpirao, os quais, em conjunto, permitem que a gua circule entre a litosfera e atmosfera, passando pelos estados lquido, slido e gasoso e mantendo-se relativamente constante ao longo do tempo. Este ciclo relativamente simples sobre os oceanos, mas bastante complexo sobre os continentes, uma vez que existem diferentes rotas que a gua pode seguir antes que o ciclo seja completado.

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A cobertura vegetal desempenha importante papel nesse ciclo, pois retm a gua que vai reabastecer o lenol fretico. Alm disto, atravs do fenmeno da evapotranspirao das plantas ( evaporao + transpirao ), as folhas dos vegetais repem o vapor dgua no ar em quantidades bastante significativas. Assim, a retirada desse manto verde pelo desmatamento interfere negativamente nesse sistema. O ciclo hidrolgico mostra, portanto, as relaes entre as guas, a energia solar, os solos, a vegetao e os demais seres vivos, includos os humanos.

Ambiente das guas

Foto: Plangua

O rio Soberbo, em Parada Modelo, no municpio de Guapimirim, recebe entulhos que provocam enchentes, enquanto que a ponte sobre o mesmo est com sua estrutura exposta por causa da eroso ocasionada pela excessiva extrao de areia. Ciclo hidrolgicoFonte do desenho: Unesco

O ciclo hidrolgico na ilustrao descreve a circulao da gua entre o oceano, a atmosfera e os terrenos. Depende da energia solar. Aps a precipitao das chuvas, parte da gua evapora-se, outra escoa para os rios, lagos e mares e outra parte infiltra-se no solo, reabastecendo os aqferos.

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Ambiente das guasFoto: PDBG

Vista de satlite, a Baa de Guanabara exibe toda sua beleza em meio a tantas adversidades

AMA-RioA Agncia de Meio Ambiente AMA-Rio, cujo formato institucional est sendo definido pela Semads, com a participao de consultores da Fundao Getlio Vargas FGV, para futura apreciao da Assemblia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Alerj, substituir a Feema, a Serla e o IEF, tendo como unidade de planejamento as bacias hidrogrficas. Suas atribuies especficas sero distribudas entre unidades de gesto, correspondentes a cada uma das macrorregies ambientais. A perspectiva indica que o futuro rgo, mais coeso e menos pesado burocraticamente, Agncia Nacional de guas Com a aprovao da Lei 9.984, de 17/07/2000, criando a Agncia Nacional de guas ANA, os tcnicos acreditam que a questo dos recursos hdricos no Brasil estar caminhando em direo a um destino promissor. A nova Agncia tem como finalidade estabelecer instrumentos de gesto, atravs da criao de um arranjo institucional capaz de permitir que algumas diretrizes sejam aplicadas em obedincia aos princpios j contemplados nas leis de recursos hdricos. Como as questes dos recursos hdricos tm ligao com saneamento bsico, a ANA, de acordo com o projeto que institui a Poltica Nacional de Saneamento, dever exercer tambm atividades de coordenao nacional pertinentes regulao dos servios de saneamento. Desempenhar um conjunto de atribuies, das quais se destaca a edio de normas e diretrizes nacionais relativas prestao, delegao e regulao dos servios de saneamento bsico. representar um verdadeiro processo de reengenharia do sistema ambiental, cuja estrutura atual j revela deficincias. Com a criao dessa Agncia, est prevista a realizao de concurso pblico para complementao de seu quadro tcnico/administrativo. consenso mundial que a bacia hidrogrfica a melhor unidade territorial bsica de gerenciamento ambiental. Assim, a gesto dos recursos ambientais do Estado, como gua, solos, sub-solos, ar, biodiversidade, dever ser planejada em funo das unidades de bacias hidrogrficas estaduais.

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Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

DISPONIBILIDADE HDRICAgua, de mltiplos e variados usos, est se tornando uma mercadoria cada vez mais rara e de maior valor. Bem finito e vulnervel, a gua, como tal, precisa ser preservada. de vital importncia que se rompa tambm com a cultura do desperdcio, que no Estado do Rio de Janeiro beira os 40%. Especialistas j admitem que neste Sculo podero se acirrar as disputas por causa desse recurso natural to importante para a sobrevivncia humana e economia das Naes.

A

Mundo de guaOs nmeros disponveis mostram que o planeta Terra tem 70,8% da sua superfcie terrestre cobertos por gua, ou 1,38 bilho de quilmetros cbicos. Por isso azul, quando vista do espao, ou inspira canes como Planeta gua. Da gua existente, 97% so salgadas ( mares e oceanos ). Dos 3% restantes, 76% formam as calotas polares e geleiras permanentes, 22% esto no subsolo e apenas 2% constituem as guas doces dos rios, lagoas e lagos. A gua doce, fundamental sobrevivncia humana, existe apenas em reas continentais do Planeta. Da a necessidade de preservar e administrar bem tais recursos, diante da perspectiva do contnuo aumento da populao mundial e, portanto, do aumento quase exponencial

Foto: IEF/Lagief

Cachoeira do rio Mambucaba, no Parque Nacional da Serra da Bocaina

Ambiente das guasda demanda por gua doce, associado crescente degradao dos ecossistemas aquticos. Por isso, j se discute em fruns internacionais a chamada crise de gua doce, neste milnio. Distribuio do volume dgua na Terra

Fonte: Unesco/PHI/Redes

Planeta Terra?A explicao para tanta gua na maior parte da superfcie terrestre dada por cientistas. Acreditam que a gua estaria contida em compostos rochosos ( silicatos hidratados ) at a terra se formar. A gua teria sido liberada, depois, em estado lquido, quando as

rochas esfriam, num dado momento do primeiro bilho de anos da histria do Planeta. Para outros estudiosos, tudo deve ter comeado com as densas nuvens de gases e vapores vulcnicos que se formaram quando a crosta terrestre entrou no processo de esfriamento e endurecimento. Sob os efeitos das radiaes solares, desencadearam-se reaes qumicas nos tomos de oxignio e hidrognio. E pesadas nuvens se precipitaram em chuvas torrenciais, talvez durante sculos, sem parar. Assim, as guas ocuparam todas as grandes depresses da crosta terrestre, formando os oceanos, mares e lagos. Com o crescimento da populao,o ciclo da gua est cada vez mais ameaado pelas queimadas, pelos desmatamentos, esgotos, despejos industriais e lixo jogados nas lagoas, nos rios, mares e oceanos. Principal bem natural da Terra, devemos proteger a gua e no desperdi-la.

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Ambiente das guasRevista Senac n 2

No BrasilO Brasil detm um tero de toda a gua doce disponvel no Planeta. Pensando nesse volume e talvez considerando-o inesgotvel, parcela da populao, de empresrios, donos de indstrias e at de entidades pblicas, continuam poluindo os rios e o mar, sem dar a devida importncia aos malefcios que tais aes acarretam ao ambiente e ao prprio ser humano. Segundo dados do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente Unep, em 1991/92, o consumo total de gua domstico, industrial e outros , no Brasil, em 1987, foi de 580 litros. Desse total, coube ao consumo domstico 43% ( 250 litros/dia por pessoa ); 40% foram consumidos pela agricultura, e 17% pela indstria. Em outros pases, o consumo domstico por dia/ habitante de gua verificado em 1990 registra, por exemplo: Estados Unidos, 500 litros; Sucia, 250 litros; Itlia, 230 litros; Alemanha, 145 litros; Holanda, 120 litros, Frana, 110 litros e Rio de Cachoeira em Atalanta ( Vale do Itaja / SC ) Janeiro, 250 litros/ habitantes por dia, em 2000.

Foto: Eco.21 - n 43

A Regio Amaznica armazena 80% de toda a gua superficial do Brasil

Preocupante poluioDesde os tempos da Colnia, registram-se problemas com a poluio das guas. No Sculo XVII, por exemplo, criou-se at uma lei que proibia os donos de porcos de sujarem os rios. Mas, de l para c, a sujeira s tem aumentado. No Estado do Rio, rios, riachos, regatos e crregos, cachoeiras e lagos, arroios e ribeires determinam a grande variedade dos recursos hdricos. Alguns encontram-se preservados, belos e teis. Outros, no recebem da populao e autoridades o devido cuidado para mant-los limpos. Ainda hoje, no Brasil,

muita gente no reconhece os rios, lagoas e lagos como uma fonte de vida. Em nosso pas, so poucas as cidades que tratam seus rios com cuidado. No fundo das casas, so o natural escoadouro de dejetos domsticos e de lixo. As enormes quantidades de agrotxicos e fertilizantes de uso agrcola podem acarretar aos corpos receptores rios, lagoas e lagunas a proliferao de algas que se alimentam dos fertilizantes trazidos dos campos pelas chuvas. As algas produzem substncias txicas, podendo tornar a gua imprpria ao consumo humano e fauna aqutica. Pesquisa do Departamento de Biologia Celular e Gentica da Uerj

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Ambiente das guas

Foto Serla

Vala sete no bairro Arcampo...Foto Serla

revelada em julho de 2000, mostra que os agricultores do Estado usam 45 tipos de agrotxicos, sendo que 13 deles tm uso proibido em vrios pases. Legumes como couve, brcolis, vagem-macarro e tomate, alm do morango, coletados em feiras-livres e hortomercados, em maio e junho de 2000 pela Uerj, apresentaram resduos de agrotxicos acima dos limites tolerveis pelo organismo humano. Se legumes e frutas esto com essa sobrecarga de contaminantes, isso pode indicar que parcela dos agrotxicos utilizados em excesso esteja indo para o solo, subsolo e guas superficiais, contaminando-os tambm.

...no Municpio de Mag ( Regio Metropolitana )...Foto Serla

...aps a dragagem e limpeza pela Serla

. . . . . .40

So requisitos bsicos para a gua potvel ser considerada de qualidade:

Ter cor clara Estar livre de organismos patognicos ( transmissores de doenas ) Estar livre de compostos que afetem o seu cheiro ou seu sabor Conter baixas concentraes de elementos ou compostos que so txicos, ou que possam afetar a sade das pessoas, mesmo a longo prazo, como o chumbo, mercrio, etc. Conter baixo ndice de salinidade ( baixas concentraes de cloro, sdio, etc. ) No ser corrosiva

Ambiente das guasFoto: IEF/Lagief

Ecologia e preservaoA Limnologia ( do grego Limno = lago ), rea da Ecologia que estuda os ecossistemas de gua doce, como lagos, lagoas e rios, apresentou nas ltimas dcadas os maiores ndices de desenvolvimento da cincia em todo o mundo. Isso pode ser atribudo em grande parte aos subsdios por ela gerados para o conhecimento cientfico, o manejo racional e a preservao desses ecossistemas. Dados sobre disponibilidade, consumo e nvel de degradao ( poluio, eutroficao, salinizao ) da gua doce servem de base para que organizaes internacionais como a ONU, Unesco e a Unio Europia identifiquem a sua escassez como o principal fator controlador do desenvolvimento social e econmico da humanidade neste Sculo. Na opinio da maioria dessas organizaes internacionais, a qualidade de vida, em futuro prximo, com certeza, estar diretamente associada s medidas para a preservao dos recursos de gua doce que forem tomadas desde agora.

Baa da Ilha Grande: preservar para poder usar

guas subterrneasO volume de gua doce estocado no subsolo representa mais de 90% do total desse recurso disponvel para consumo humano, alcanvel pelos meios tecnolgicos atuais. No entanto, a utilizao das guas subterrneas, no mundo em geral e no Brasil em particular, ainda relativamente modesta, ou seja, muito aqum de sua potencialidade, apesar do aumento do consumo pelos pases desenvolvidos, nas ltimas dcadas. A importncia presente e futura das guas subterrneas requer, no entanto, permanente proteo de contaminaes Foto Cedae/Din ocasionadas, entre outras, por lixes, despejos txicos das indstrias, agrotxicos e fertilizantes ( nitratos ) usados na agricultura, acidentes com o transporte de produtos ( solventes,

Poo Donana 01 ( 500m3/h ), no Municpio de Campos dos Goytacazes

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Ambiente das guas

Domnios hidrogeolgicos do Estado do Rio de Janeiro

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Ambiente das guas

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Ambiente das guasLocalidades abastecidas por gua subterrnea, em municpios da Regio Norte do Estado

Ilustrao: Cedae/Din

legenda Localidades abastecidas por poos Localizao do(s) poo(s) tubular(es) Caminhamento de adutora aumento do custo da captao, aduo e tratamento, a gua subterrnea vem apresentando nos ltimos anos um uso crescente, tendo em vista a oferta maior e o desenvolvimento tecnolgico, que melhorou a produtividade e a vida til dos poos. Alm disso, o volume estocado de guas subterrneas no Brasil calculado em 192 mil km3, com velocidade de fluxo muito baixa, o que torna o manancial pouco afetado pelas variaes sazonais de pluviometria, podendo propiciar um abastecimento regular durante

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leos ), postos de gasolina, oleodutos, extrao de areia em cavas e poluio do ar por emisses e chuva cida. No Estado do Rio de Janeiro, a partir da sano da Lei Estadual de Recursos Hdricos, em 1999, a preservao e o controle do uso das guas superficiais e subterrneas passaram a fazer parte de uma legislao que trata os recursos hdricos como um todo e no de forma segmentada. Em virtude das limitaes quantitativas e qualitativas das guas superficiais, incluindo o

Ambiente das guasos perodos de seca ou estiagem prolongadas. Na rea da Bacia de Campos, 300 mil pessoas so abastecidas com guas subterrneas. Na Regio Norte Fluminense como um todo, h 49 fontes de abastecimento provenientes de guas subterrneas, em operao, gerenciadas pela Cedae. O Departamento de Recursos Minerais DRM rgo vinculado Secretaria de Estado de Energia, da Indstria Naval e do Petrleo, o gestor dos recursos de guas subterrneas, cabendo-lhe a tarefa de atualizar o mapa da potencialidade e localizaes dos mananciais em todo o Estado. Com o CPRM, a Emater-Rio, prefeituras e universidades, o DRM est engajado no Projeto Rede de Geotecnologia em guas Suterrneas Resub. O projeto considerado importante passo para o Estado do Rio de Janeiro conhecer suas potencialidades hdricas subterrneas, mediante levantamento de dados sobre poos profundos em funcionamento, realizao de ensaios geofsicos, testes de bombeamento e rebaixamento para avaliao das caractersticas hidrogeolgicas dos aqferos e os respectivos mapeamentos, a criao de banco de dados hidrogeolgicos, o desenvolvimento de novas tecnologias e, por fim, a formao especializada de recursos humanos. Os principais ambientes aqferos do Estado do Rio de Janeiro e sua potencialidade esto mapeados, a partir do conhecimento atualmente existente, visando orientar os usurios, quanto viabilidade de perfurao de poos para os principais domnios hidrogeolgicos fluminenses ( ver mapa nas pginas 42 e 43 ). O Estado do Rio de Janeiro tem aproximadamente 44 mil quilmetros quadrados, com uma geologia complexa. Predominam rochas cristalinas, gnaisses, migmatitos, granitos, granulitos e rochas alcalinas, cobrindo cerca de 70% do territrio Poo Bem-Posta ( 22m3/h ), no Municpio de Areal fluminense. Nos restantes 30% ocorrem rochas sedimentares e sedimentos variados, relacionados a poro continental da Bacia de Campos e bacias menores, como as bacias de Resende, Volta Redonda, Itabora e Macacu. Os sistemas aqferos fluminenses esto divididos em domnios, em conformidade com os aspectos geomorfolgicos, a partir do mapa geoambiental do Estado: domnios costeiro, montanhoso, de regio de planalto, de depresso do Mdio Paraba, de depresso do Pombal/Muria e do Planalto Sul Capixaba. oportuno destacar, porm, que a gua subterrnea no fonte inesgotvel. Poucos aqferos podem suportar enormes e indefinidas taxas de consumo. A extrao de gua de um aqfero nunca deve exceder sua capacidade de recarga. Nesse sentido, o Estado do Rio de Janeiro mantm um programa de proteo das guas subterrneas.Foto Cedae/DIN

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Ambiente das guasPoos artesianos no Estado do Rio de JaneiroMunicpio So Joo da Barra Localidade Au Grussa Barcelos Atafona Cajueiro/Degredo 1 Garga Barra de Itabapoana Pa. Joo Pessoa 3 Dr. Matos 4 So Joaquim Poos Perfurados Em operao Fora de operao 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 4 5 12 1 2 1 2 2 1 1 1 1 2 2 1 1 3 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 2 1 1 3 1 2 2 4 1 1 1 2 2 2 1 1 2 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 4 1 1 1 3 1 1 2 1 3 1 1 1 -

S.Francisco de Itabapoana Italva Cardoso Moreira Rio Bonito

Conj. Habitacional Boa Esperana Manoel Ribeiro Maric Manilha ( Itambi ) Itabora Carapebus Carapebus Porcincula Santa Clara Ournia Natividade So Joo de So Joo de Ub Boa Nova Ub Estrada Nova Itaocara Santo Antnio Monte Alegre Santa Cruz de Pdua Marangatu Miracema Venda das Flores Paraso do Tobias Cambuci So Joo do Paraso Monte Verde Vassouras Itakamosi Demtrio Ribeiro Baro de Vassouras Massambar Andrade Costa Paraba do Werneck Sul Baro de Angra Miguel Miguel Pereira Pereira Paty do Paty do Alferes Alferes Rio Claro Passa Trs Sapucaia S.Sebastio N.S. Aparecida So Sebastio do Alto do Alto Cordeiro Cordeiro Cantagalo Boa Sorte S.S. do Paraba 5 BomJardim So Joo do Ribeiro

TotaisFonte: Cedae

671 Em fase de instalao 2 Aguardando instalao de bomba de instalao 5 ETA - Desferrizador

493 Poo Amazonas

164 Em fase

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Ambiente das guasA Regio Nordeste detm 22% do total de gua subterrnea do pas, porm irregularmente distribuda. A maior parte est armazenada nas reas sedimentares dos estados do Maranho e Piau. Os nveis de utilizao de guas subterrneas no mundo em geral e no Brasil em particular, so ainda relativamente modestas. O consumo tambm desigualmente distribudo, apesar do forte crescimento da demanda por gua nos pases, nas ltimas dcadas. A Primeira Conferncia Mundial de gua, realizada em Mar del Plata em 1977, considerou que cerca de 70% das cidades carentes de gua potvel no Terceiro Mundo poderiam ser abastecidos ou reforados de forma mais barata e rpida, utilizando-se guas subterrneas, como tambm a maioria das comunidades rurais.

Maior reserva do mundoUma das maiores reservas de gua subterrnea do mundo est no aqfero Guarani, com ocorrncia em oito estados brasileiros. Essas reservas devem ser permanentemente protegidas das contaminaes: depsitos de lixo, de lodos de estaes de tratamento de esgotos e resduos industriais. As reservas brasileiras, at uma profundidade de mil metros, esto avaliadas em 192.000 quilmetros cbicos, com um volume de reabastecimento de 3.500 km3/ ano. Do total de gua armazenada no Brasil, 97 por cento situam-se nas bacias sedimentares do Paran ( 1.000.000 km2 ), Amazonas ( 1.300.000 km ) e Piau/ Maranho ( 700.000 km ).

Potencialidades mdias de gua subterrnea no Brasil ( segundo Rebouas, 1978 )

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Ambiente das guaspele e as mucosas e, principalmente, regular a temperatura. Em torno da gua surgiram tambm as primeiras civilizaes e cidades criadas pelo homem, de que so exemplos o Egito e a Mesopotmia, que quer dizer entre rios. No Brasil, a histria registra a colonizao e o estabelecimento das Capitanias Hereditrias feitos a partir do litoral, induzidos pela presena dos cursos dgua e do mar. Determinadas pelos hbitos culturais e estgio de industrializao dos pases, as demandas por gua continuam crescendo ao longo dos tempos, enquanto os mananciais so exauridos ou contaminados pelo descaso do prprio homem. Hoje, a ONU considera a gua um recurso natural estratgico, em face de sua importncia e escassez.

gua vidaA vida sempre esteve associada existncia de gua. O aparecimento da vida na Terra h 4,5 bilhes de anos se deve gua. Os primeiros organismos vivos, unicelulares, surgiram nas guas superficiais de lagoas e lagos. Os vegetais foram os Foto: Biologia/Editora tica primeiros a sair da gua, seguidos pela fauna. Passados perto de 1 bilho de anos de evoluo, surgiram os mamferos. Ao longo da vida, os homens dependem o tempo todo da gua, solvente das molculas, porque as substncias por Embrio humano implantado no tero elas absorvidas e as reaes metablicas ocorrem por via aquosa. O desenvolvimento embrionrio da espcie humana, inicia-se trs ou quatro dias depois da fecundao, quando o embrio chega ao tero. No mnio, ou bolsa dgua, o embrio permanece por cerca de nove meses protegido de choques e desidratao pelo lquido que o envolve. No homem, a Foto: Biologia/Editora tica gua ( H2O ) corresponde a mais de 60% do seu peso. Isso significa que em um indivduo de 70 kg, 42 kg se constituem gua. O corpo humano necessita de gua todos os dias para dissolver e eliminar resduos txicos, umedecer os pulmes, a

EscassezEm pleno Sculo XXI, reflexo da escassez, perto de 80 milhes de chineses andam mais de 11 km por dia para conseguir gua. Tambm encontram-se na faixa de escassez hdrica pases como Malta, Kuwait, Egito, Arbia Saudita, Jordnia, Lbia, Israel, Tunsia, Barbados, Tailndia, Singapura, Cabo Verde, Burundi, Arglia e Blgica, entre outros. Principalmente em territrios palestinos, a escassez de gua considerada, hoje, alarmante e at motivo de beligerncia. Para cada habitante, a disponibilidade de gua chega

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Ambiente das guasa 500 metros cbicos por ano, quando o mnimo necessrio seriam de 2 mil metros cbicos por ano. No Brasil, a oferta de gua nas cidades vem diminuindo por fora da crescente urbanizao e poluio de mananciais. Para se ter uma idia, a populao urbana no pas aumentou 137% em 26 anos, passando de 52 milhes de pessoas, em 1970, para 123 milhes, em 1996, e 166,7 milhes em 2000. J a disponibilidade hdrica, de 105 mil metros cbicos por habitante/ano, em 1950, caiu para 28,2 mil metros cbicos, em 2000. A escassez de gua est diretamente ligada combinao de fatores, como o crescimento populacional exagerado, a diminuio da cobertura vegetal e o comprometimento dos recursos hdricos pela degradao ambiental. Por isso, a relao homem-recurso dgua ter de ser revista o quanto antes. Em muitas ocasies, o alerta foi dado, como na Conferncia Internacional sobre gua e Meio Ambiente ocorrida em janeiro de 1992, em Dublin ( Irlanda ). Consta dos Princpios de Dublin: A gua doce um recurso finito e vulnervel, essencial para a sustentao da vida, o desenvolvimento e meio ambiente. Preocupada com essa situao, a Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental Abes deflagrou, em 1997, movimento de gerenciamento de recursos hdricos nacionais com a elaborao da Carta de guas Doces no Brasil. Em maro de 2000, o tema, sob o enfoque gua vida voltou ao debate internacional, desta vez no Frum Mundial sobre a gua, em Haia ( Holanda ). A discusso prosseguir na reunio de Bonn ( Alemanha ), em 2002 ( Dublin + 10 ), para avaliao dos dez anos da implantao da Agenda 21, discutida e aprovada na Eco-92, no Rio de Janeiro.

DesperdcioAo lado do desperdcio de 45% do volume total produzido ao ano pelos sistemas pblicos de abastecimento de gua registrado pela Secretaria de Recursos Hdricos, do Ministrio do Meio Ambiente, ocorrem tambm outras perdas na maioria das residncias dos 91,1% de brasileiros que dispem de gua encanada e tratada. A crescente escassez de gua no Planeta est

Distribuio da gua nos continentes No mundo, ao lado da distribuio to desigual da gua ( veja ilustrao ), o volume de gua doce dos rios, por continente, classificado em abundante, suficiente, escasso e insuficiente. Refletindo todo esse quadro, o consumo de gua por habitante tambm muito diferenciado. Enquanto em Sidney ( Austrlia ), o consumo domstico de 330 litros por habitante/dia, nos Estados Unidos de 500 litros/dia e, no Qunia ( frica ), as pessoas tm de se contentar com 5 litros de gua por dia. Bem de disputa universal, a gua, de acordo com relatrio da ONU divulgado por ocasio da Conferncia Internacional sobre a gua de Paris, em 1998, no Planeta, h 70 regies em confronto pelo controle de fontes de gua potvel. Cerca de 200 bacias hidrogrficas localizam-se em reas de fronteiras desses pases, o que pode provocar srios conflitos entre os povos..

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Ambiente das guasIlustrao: Atlas Ambiental/ Embrapa

diretamente associada combinao de fatores, em especial ao crescimento exagerado da populao, diminuio da cobertura florestal e ao comprometimento das reservas hdricas rios, represas e at das guas subterrneas , pela degradao ambiental. Portanto, a gua deve ser usada racionalmente para que sejam preservadas, garantindo este importante recurso natural para as atuais e

futuras geraes. No Estado do Rio, cerca de 2 milhes de habitantes, ou mais de dez por cento de sua populao, no tm gua encanada em suas residncias. No Brasil, a mesma situao afeta mais de 15 milhes de habitantes. Nas residncias, em geral, 32% do consumo domstico de gua referem-se ao uso de chuveiros e 14% s lavadoras de roupa, que gastam de 100 a 200 litros de gua por ciclo de lavagem.

Uso racional de gua: exemplos e conselhos teisAtividadeEscovar os dentes Tomar banho em chuveiro eltrico Regar jardins e plantas Lavar o carro Lavar a calada

Gasto mdio12 litros em 5 minutos 45 litros em 15 minutos 186 litros em 10 minutos 560 litros em 30 minutos 279 litros em 15 minutos

Uso racionalFechar a torneira enquanto escova os dentes e usar a gua de um copo de 350ml para enxagu-los Fechar o chuveiro enquanto se ensaboa e diminuir o tempo de banho para 5 minutos Usar esguicho tipo revlver, regar s o necessrio e, de preferncia, pela manh ou noite, quando a evaporao menor Lavar s quando necessrio e trocar o esguicho por um balde Limpar com vassoura, o resultado o mesmo

Economia11,65 litros 30 litros 96 litros 520 litros 279 litros

Fonte: Sabesp Obs.: Como a presso da gua nos prdios maior, o consumo em edifcios pode ser at trs vezes o que se gasta em uma casa. Os nmeros acima se referem ao consumo em casas.

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Ambiente das guasno Estado do Rio de Janeiro

SANEAMENTO GRICULTURA SANEAMENTO . INDSTRIA . AGRICULTURA ENERGIA . ENERGIA . LAZER

OS RIOS E OS RIOS E

SEUS US OS SEUS US OS

Mananciais

O

s rios fluminenses totalizam extenso de 29 mil km, garantindo ao Estado do Rio cerca de 950m/s de vazo mdia. Esse volume proporciona aos 14,4 milhes de habitantes ( ano 2000 ), 2.060m de gua/ano. Segundo os critrios da ONU, essa disponibilidade hdrica suficiente para atender s demandas atuais de consumo.

Foto: Arq. Prefeitura de Duas Barras

Cachoeira Alta, atrao tursitica no Municpio de Duas Barras

O aporte de gua do rio Paraba do Sul que chega ao rio Guandu , em mdia, de 160 m3/s. Parte deste volume ( 45 m3/s ) desviado pela Cedae, atravs do Sistema Guandu, para abastecimento domiciliar do Municpio do Rio de Janeiro e parte da Baixada Fluminense. Dos 66 municpios fluminenses com os quais a Cedae mantm contratos e convnios de concesso, 16 localizam-se na Regio Metropolitana. Essa Regio concentra 80% de toda a populao do Estado, 14,4 milhes de habitantes. Em junho de 1999, a populao dos 66 municpios abastecidos com gua da Cedae representava 87% dos habitantes do Estado; j as redes de esgotos, atendiam 83% dos habitantes. Dados recentes do Sistema Nacional de Informao em Saneamento SNIS revelam que 84,9% da populao total do Estado do Rio de Janeiro so abastecidos por rede de gua tratada. Assim, cerca de 2 milhes de habitantes no tm acesso a gua potvel, prpria para consumo. Quanto aos dejetos, em sua maioria, so carreados para os rios e regies costeiras,

Ambiente das guascontribuindo para polu-las, assim como os ecossistemas a localizados. Para garantir o

. .

fornecimento de gua Regio Metropolitana, a Cedae depende basicamente de dois sistemas:

Sistema Guandu-Lajes-Acari ( rio Guandu ) 4.276.800m3/ dia ( 49.5m3/s ) Sistema Imunana-Laranjal ( rio Macacu ) 604.800m3/dia ( 7.0m3/s ) Esses sistemas permitem ( dados de junho de 1999 ): Nmero de ligaes ( gua ): 1.448.241; Nmero de unidades prediais ( gua ): 2.863.744; Extenso da rede de gua: 14.015.572m; Volume de gua produzido ( 1997 ): 147.047.469 de m3; Volume de gua faturado ( 1997 ): 68,01%; Ligaes com hidrmetro: 860.542; Nmero de ligaes ( esgoto ): 632.010; Nmero de unidades prediais ( esgoto ): 1.685.680; Extenso da rede de esgotos: 4.830.768m; Volume de esgoto produzido: 39.287.506 m3.

Fonte: Home page Cedae

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muito significativo ainda o ndice de desperdcio de gua da Cedae, acima de 40%, quando a mdia admissvel oscila entre 12% e 15% nos sistemas bem operados. Em 1997, a Foto: IEF/Lagief Companhia registrou uma perda de faturamento de gua distribuda de aproximadamente 51,23%, que representa a diferena entre o volume produzido e o volume faturado.

A histria do abastecimento de gua do Rio de Janeiro passa tambm pelo Ribeiro das Lajes ( 30 km de espelho dgua )

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Ambiente das guasPercentual de domiclios do Rio de Janeiro com acesso a servios ( redes ) de abastecimento de gua e esgotamento sanitrio Ano 1993 1995 1999 Rede de gua (%) 85,2 96,1 86,8 Rede de Esgoto (%) 52,8 50,4 56,3 Populao do Rio de Janeiro 13.083.476 13.213.114 13.631.354

Fonte: IBGE / PNAD

Concesso de serviosEncontra-se sob a fiscalizao da Agncia Reguladora de Servios Pblicos Concedidos do Estado do Rio de Janeiro Asep a concesso iniciativa privada a explorao dos servios de abastecimento de gua, coleta e tratamento de esgotos sanitrios na Regio dos Lagos, antes da responsabilidade da Cedae. O primeiro lote foi concedido mediante licitao pblica ao consrcio guas de Juturnaba. Corresponde aos municpios de Araruama, Saquarema e Silva Jardim. O segundo lote, tambm por licitao, foi concedido ao consrcio Pr-Lagos, que engloba os municpios de Cabo Frio, Arraial do Cabo, So Pedro da Aldeia, Iguaba e Bzios. Passaram a ser administrados tambm pela iniciativa privada os sistemas de Campos e Niteri, antes operados pela Cedae, e da Prefeitura de Petrpolis, que era administrado pela prpria municipalidade. O aproveitamento racional e a preservao dos recursos de gua doce so metas prioritrias das sociedades modernas. Dados do Programa das

Naes Unidas para o Meio Ambiente Unep, de 1991/92, mostram que, em 1987, o consumo domstico de gua, no Brasil, foi de cerca de 250 litros/dia por pessoa. Esse total tem a seguinte destinao: consumo humano ( bebida, lavar mos, etc. ), 5%; banho, 37%; toilete, 41%; cozinha, 6%; lavagem de roupa, 4%; limpeza, 3%; jardim, 3%; lavagem de carro, 1%.

Consumo industrialO valor mdio de consumo de gua para fins industriais no Brasil varia muito em funo do tipo de indstria. Por exemplo, a indstria siderrgica consome 600 litros de gua para cada quilo de ao produzido, enquanto a indstria de celulose consome 500 litros de gua para cada quilo de polpa produzido. De acordo com os dados disponibilizados pela Cedae, em junho de 1999, as ligaes de gua com vistas ao setor industrial totalizavam 2.399. Como a gua recurso natural limitado, sua reutilizao no processo de produo industrial tem sido estimulada pelos poderes pblicos e fruns internacionais.

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Ambiente das guas

Consumo agrcolaNa rea rural, as fontes e os agentes poluidores da gua so os mais diversos, como as enormes quantidades de agrotxicos e fertilizantes usados pelos agricultores. Muitas vezes os frascos Foto: SEAAPI/Pesagro vazios desses produtos usados para evitar pragas e preparar o solo para o plantio so abandonados no meio do campo. Quando chove, a possibilidade de as embalagens irem parar nos rios grande. Fora isso, o prprio solo absorve tais produtos e pode fazer com que eles cheguem aos lenis freticos, ou seja, s guas que correm embaixo da terra, aos Comunidade Campo Leal ( microbacia crrego Lambari, Municpio de Sumidouro ) rios, lagoas e mares, nos 4.135 km2 de reas agrcolas estaduais. So ainda fontes poluidoras das guas a eroso do solo, o assoreamento dos corpos dgua e os resduos provenientes da pecuria.

Controle microbiolgicoA gua um dos principais elementos da natureza responsveis pela sobrevivncia de todos os seres vivos. No estado slido, lquido ou gasoso, est sempre em contato ntimo com todas as formas de vida. Entretanto, as reservas naturais de gua no tm sido preservadas. Os rios, lagoas e mares recebem poluentes de todo tipo. Cabe ao cidado atuar junto ao Poder Pblico para que esse bem valioso no se torne escasso e sem qualidade. A Empresa de Pesquisa Agropecuria do Estado do Rio de Janeiro Pesagro-Rio executa, alm de atividades de

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pesquisa e diagnstico em Sanidade Animal, o monitoramento bacteriolgico ( colimetria ) de guas do municpio de Niteri e adjacentes. De incio, o servio de Controle Microbiolgico de gua CMA visava atender principalmente a solicitaes de criadores de pequenos animais. Posteriormente, estendeu-se ao diagnstico bacteriolgico de guas destinadas ao consumo humano ( poos cavados e gua de distribuio ). O Laboratrio de Biologia Animal LBA atende a aproximadamente 60 solicitaes de anlise de gua por ms. Os interessados na execuo da anlise bacteriolgica da gua ( colimetria ) devero dirigir-se

Ambiente das guasao setor de atendimento do LBA da Pesagro-Rio. No momento da entrega do resultado, os interessados recebem atendimento tcnico quanto aos procedimentos necessrios para a manuteno da qualidade da gua. Nesse contato realizado exerccio de conscientizao quanto importncia da preservao da gua. A seguir, demonstrativos das anlises de gua realizadas no perodo de 12 meses, com os respectivos municpios atendidos.

Quantidade de amostras de gua analisadas no perodo de novembro/1999 a outubro/2000Ilustrao: SEAAPI/Pesagro

Municpios atendidos no perodo de novembro/1999 outubro/2000Ilustrao: SEAAPI/Pesagro

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Ambiente das guasa promover o desenvolvimento rural sustentvel das comunidades de base familiar localizadas em microbacias hidrogrficas e transformar o homem do campo num forte aliado para a difcil tarefa de conservar os recursos naturais. O Programa, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior / Superintendncia de Microbacias Hidrogrficas, est dimensionado para beneficiar 230.180 habitantes das 491 bacias identificadas em todo o Estado. Na primeira fase ( 1991 ), o Programa foi implementado em 18 microbacias abrangendo 29.771ha, beneficiando 11.295 pessoas. Na fase seguinte ( 1995/1998 ), foram envolvidas 24 microbacias cobrindo 29.501ha e atendendo a 7.137 pessoas.Foto: SEAAPI/Pesagro

MicrobaciasConservao e revitalizao dos recursos hdricos e do solo, um dos sete componentes do Programa Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentvel em Microbacias Hidrogrficas Rio Rural. Mediante o Programa, o Governo do Estado pretende viabilizar a permanncia do homem no campo, para que o xodo rural no agrave ainda mais o quadro demogrfico estadual em que 95% da populao concentra-se, hoje, em reas urbanas, muitas delas como a Baixada Fluminense , carentes de infra-estrutura, principalmente de saneamento bsico ( gua, coleta e destino adequado de esgotos e lixo, drenagem ). O Rio Rural prope-se

Microbacia Crrego Lambari, no Municpio de Sumidouro

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Ambiente das guasFoto: Semads

NavegaoO So Joo um exemplo de rio navegvel ( para pequenas embarcaes ) no Estado, num trecho de 59 km, at seu esturio, no Oceano Atlntico.Trecho navegvel do rio So Joo, no Municpio de Casimiro de Abreu

Foto: Cerj

Energia hidreltricaOs impactos decorrentes da implantao de usinas hidreltricas sobre os ecossistemas aquticos devem ser avaliados luz da conservao da biodiversidade local ou regional, ou seja, se a represa e a barragem afetam os seres vivos. No Estado do Rio, so muitos os exemplos de empreendimentos voltados para a produo de energia de origem hidrulica, como a usina de Glicrio, em Maca, movida pelas guas desviadas do rio Macabu.

Barragem da hidreltrica de Comendador Venncio, no rio Maca

Distribuio das 15 usinas hidreltricas em operao e das 38 em estudo/projeto ( 1998 )

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Ambiente das guas

Foto: Brasil Municpios n 1/00

Foto: Brasil Municpios n 1/00

Barragens, represas e usinas hidreltricasUsina Pereira Passos ( 100 MW ) Usinas Fonte Nova ( 132 MW ), Nilo Peanha ( 380 MW ) e Velha ( desativada )

Macrorregio

Usina hidreltrica ( UHE ) e represa Reservatrio de Lajes UHEs Fontes Nova e Velha Nilo Peanha 1 UHE Ponte Coberta ou Pereira Passos Represa Juturnaba UHE Macabu UHE Funil Santa Ceclia UHE Ilha dos Pombos Represa de Santana Represa do Vigrio Represa de Tocos UHE Areal 2 UHE Piabanha 2 UHE Fagundes 2 UHE Euclidelndia 3 UHE Chave do Vaz 3 UHE Hans 3 UHE Xavier 3 Catete UHE Com. Venncio UHE Tombos UHE Rosal UHE Franca Amaral

Rio Ribeiro das Lajes

Proprietrio Light

MW 132,0

Concluso das obras 1906

MRA - 2

MRA - 4 MRA - 5 MRA - 6

Ribeiro das Lajes So Joo Macabu Paraba do Sul Paraba do Sul Paraba do Sul Pira Pira Pira Piabanha Piabanha Fagundes Negro Negro Santo Antonio Grande Bengala Muria Carangola 4 Itabapoana Itabapoana

Light Light Domnio da Unio Cerj Furnas Light Light Light Light Light Cerj Cerj Cerj Cerj Cerj CENF CENF CENF Cerj Cerj Gr. Rede Cerj

380,0 100,0

1962 1982

17,5 216,0

1960 1969 1952

164,0

1924 s.d. s.d. s.d. 1949 1908 1924 1949 1914 s.d. s.d. s.d. 1914 1914 1998 1960

MRA - 71 2 3 4

8,6 4,8 1,2 0,7 0,3 6,0 2,1 0,7 1,7 55,0 4,8

Fonte: Semads, com base em dados do CideSituada na bacia do Ribeiro das Lajes. As turbinas so movimentadas pelas guas transportas do rio Paraba do Sul Situadas na bacia do rio Piabanha, afluente do rio Paraba do Sul Situadas na bacia do rio Dois Irmos, afluente do rio Paraba dio Sul Afluente do rio Muria

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Ambiente das guas

Extrao de areia

Em rios como o Guandu, So Joo, Macacu e muitos outros, em todo o Estado do Rio de Janeiro, a extrao de areia tem sido uma importante atividade econmica na gerao de insumos bsicos, principalmente para a construo civil e indstrias de vidro. Ao lado do benefcio econmico, no entanto, a extrao de areia em corpos hdricos e em cavas representa ainda, na maioria dos casos, acentuada modificao no meio ambiente. Retirada de areia com balsas na reta de Piranema ( Municpio de Seropdica ) A areia compreende a dragagem dos para construo civil um bem sedimentos atravs de bombas mineral de uso social e a sua de suco instaladas sobre extrao tem que ser realizada barcaas ou flutuadores dentro de critrios de sustentabilidade, levando-se em montados sobre tambores. As bombas de suco so considerao o meio ambiente, acopladas s tubulaes que as futuras geraes e as outras fazem o transporte do material formas de uso dos recursos dragado at as peneiras dos naturais e ocupao do solo, silos. deixa claro, em suas De acordo com as Consideraes Finais, a normas em vigor ( Decreto publicao da Sema/Serla 97.597, de 1989, Decreto Impactos da Extrao de Areia 97.632, de 1989, Lei 6.938, de em Rios do Estado do Rio de 1981, e a Constituio de 1988 ), Janeiro, de junho de 1997, aquele que explorar recursos elaborada com o apoio do minerais fica obrigado a Projeto Plangua/Sema/GTZ de recuperar o meio ambiente Cooperao Tcnica Brasildegradado, de acordo com Alemanha. soluo tcnica exigida pelo A extrao mecanizada rgo pblico competente. Os de areia provoca em leitos de novos empreendimentos do rios, com freqncia: alterao setor mineral devero no traado, na velocidade do escoamento, no aprofundamento apresentar ao rgo ambiental competente o Plano de do leito, na ressuspenso de sedimentos finos e desfigurao Recuperao de reas Degradadas PRAD. da calha no desmonte de A concesso de barranca e margens. Acarreta explorao mineral

ainda destruio do habitat dos peixes pelo aumento da turbidez e a elevao dos custos da gua para consumo pela demanda crescente de produtos qumicos utilizados, entre outros malefcios, inclusive, a destruio dos ecossistemas. Essa atividade

Foto: IEF/Lagief

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Ambiente das guascompetncia do rgo federal, Departamento Nacional da Produo Mineral DNPM, com base no Cdigo de Minerao ( Decreto-lei 227, de 28/02/67 ). Hbridos Tambacu e Paqui, Piauu, Matrinx, Piraputanga, Carpas ( comum, capim, prateada e cabea grande ) e Pirapitinga. Do ponto de vista comercial, muitas comunidades pesqueiras ainda sobrevivem da pesca na lagoa Feia, no Norte do Estado, em Araruama e Maric. No entorno da Baa de Guanabara, ainda existem algumas colnias de pesca, como a de Ramos e Jurujuba. No fundo da Baa de Guanabara, freqente a pesca artesanal, sendo comuns os currais de peixe, primitiva modalidade de captura em que trechos da Baa, preferencialmente, na desembocadura dos rios, so delimitados por lascas de bambu, dispostas de forma a induzir os peixes a entrarem no compartimento, onde ficam aprisionados at a retirada. Em muitas regies, no entanto, a queda de volume de pescado evidente, ocasionada pelos despejos domsticos e industriais nos corpos receptores, mas tambm pelos mtodos empregados, como a pesca de arrasto, que destri a fauna local. A pesca comercial, empresarial/industrial, desportiva, amadora e cientfica , de alguma forma, dispe de legislao especfica, uma vez que o setor pesqueiro encontra-se

Pesca e lazer

Pesque-pague em Nova Friburgo

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O Estado do Rio de Janeiro possui 35 municpios costeiros dos 92 existentes , detendo tambm o terceiro maior litoral de pas, todo recortado por baas, enseadas, lagoas costeiras, esturios e manguezais, ecossistemas de grande produtividade, prprios maricultura, isto , criao de organismos marinhos, como Mexilhes ( Perna perna ), Ostras do Foto: SEAAPI/ Fiperj Mangue ( Crassostrea rhizophorae ), Coquilles ( Nodipecten nodosus ), na avaliao da Fiperj. Na ltima dcada, a piscicultura no Estado apresentou salto qualitativo e quantitativo como atividade econmica, geradora de emprego e produtora de alimento, reflexo da Foto: Semads parceria entre a Fiperj, prefeituras municipais e produtores privados, ( o turismo rural e a pesca esportiva e de lazer ). Atualmente, as espcies mais cultivadas no Estado so: Tilpia do Nilo e seus hbridos Na barragem de Juturnaba a pesca tambm realizada Tambaqui e Pacu,

Ambiente das guasvinculado atividade econmica do segmento agrcola. Alm da Constituio federal, a Lei 8.171, de 17 de janeiro de 1991