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1 Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CHRISTINE LIMA RIBEIRO A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FISICA COM HABILIDADES DO SAPATEADO NO DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA LONDRINA – PARANÁ 2008

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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CHRISTINE LIMA RIBEIRO

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FISICA COM HABILIDADES DO SAPATEADO NO DESENVOLVIMENTO DA

COORDENAÇÃO MOTORA

LONDRINA – PARANÁ

2008

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CHRISTINE LIMA RIBEIRO

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FISICA COM HABILIDADES DO SAPATEADO NO

DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Bacharelado em

Educação Física do Centro de Educação

Física e Desportos da Universidade

Estadual de Londrina, como requisito

parcial para sua conclusão.

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CHRISTINE LIMA RIBEIRO

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FISICA COM HABILIDADES DO SAPATEADO NO

DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Profª. Ms. Lucília Kunioshi Utiyama Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Prof. Dr. Ernani Xavier Filho

Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Profª. Orientadora Ms. Josiane Medina Papst

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ____ de____________ de 2008

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“O homem global é formado por corpo,

mente, espírito e emoção. Parece até coisa

sabida, praticada, mas não é! Vive-se

parcialmente .Alguns esquecem do corpo e

vivem no templo da mente e por ela buscam

aproximar-se do espírito, mas o corpo

esquecido cobra-lhes sustentação, o bem-

estar...”

(Nuno Cobra)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, aos meus

pais, a minha irmã, e aos meus amigos...

companheiros de todas as horas... E a todos que

sempre estiveram presentes na minha memória e

dentro do meu coração tornando-me

capaz de lutar pelas coisas que valem a

pena e que duram além dessa vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar forças para continuar lutando por meus objetivos.

A todos que me ajudaram na realização deste trabalho.

A minha família, razões da minha existência, e pela confiança e motivação.

A minha mãe Maria Leoni Silva Lima, por me dar a vida e fazer com que eu esteja

aqui buscando meus sonhos sem nunca fraquejar.

Ao meu pai Jorge Ribeiro Junior, por mostrar que podemos realizar nossos sonhos.

A minha irmã Françoise Lima Ribeiro, por ser mais do que minha irmã, por ser minha

amiga acima de tudo.

Aos meus amigos e colegas, pela força e pela vibração em relação a esta jornada.

A minhas amigas e amigos Juliana Angeloni, Cecilia Kawaziri, Josimeire Catharino,

Silvia Hoshino, Hugo Sadao, Camila Tsuzuki, Eloisa Pola, Isabela Oliveira, e a

TODOS que mesmo que o nome não tenha sido citado aqui, sabem que são muito

importantes na minha vida e que me apoiaram neste ano de 2008 me dando força

para eu não desistir apesar de todas as adversidades e dificuldades que enfrentei.

Aos meus familiares, avós, e tios (Lailson, José e Maria José) que já não estão mais

presentes em corpo aqui comigo, mas que em espírito estarão para sempre dentro

do meu coração.

Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de

nossas vidas.

A Profª. Orientadora Josiane Medina Papst, que me ajudou na realização deste

trabalho e que esteve presente na maioria dos momentos para sua conclusão.

Aos que me ajudaram nas coletas de dados, principalmente ao graduando Luis Rissardy que esteve presente na maioria das coletas.

A coordenação do Colégio Aplicação, que colaborou com a coleta de dados, assim

como as crianças, pela concessão de informações valiosas.

A Banca Examindora, Profª. Ms. Lucília Kunioshi Utiyama e Prof. Dr. Ernani Xavier

Filho, por aceitarem analisar e avaliar o meu estudo, contribuindo com sugestões

que enriqueceram o meu trabalho.

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste

trabalho.

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RIBEIRO, Christine Lima. A influência de um programa de Educação Física com habilidades do sapateado no desenvolvimento da coordenação motora. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2008.

RESUMO

A coordenação motora é um componente essencial para um bom andamento das habilidades motoras fundamentais. Dessa forma, pretendeu-se através deste estudo, verificar como o sapateado, uma variação da dança, pode contribuir para o desenvolvimento da coordenação motora de crianças. Ou seja, o intuito deste estudo foi constatar se crianças com uma vivência em uma experiência rítmica melhorariam seu desempenho no teste que avalia o nível de coordenação motora - o KTK. Optou-se pelo sapateado pelo nível de habilidades e dificuldades que ele exige do individuo que está praticando, e pelo ritmo e sincronia necessários para a realização dos movimentos. Foram avaliadas 59 crianças na faixa etária dos 8 aos 9 anos de idade, e que foram divididas em dois grupos – o G1, grupo intervenção, que participou das aulas de sapateado e o G2, grupo controle, que não praticou as aulas de sapateado, dessa forma, foi realizado um pré e um pós-teste. Em síntese, todas as crianças que foram avaliadas pelo teste de coordenação obtiveram avanços na coordenação, porém, somente as crianças que participaram das aulas de sapateado obtiveram avanços acentuados. Através deste estudo constatou-se que a aprendizagem motora em uma tarefa rítmica pode sim influenciar na melhora da coordenação motora. Palavras-chave: Aprendizagem motora, desenvolvimento motor, coordenação motora, desempenho, sapateado.

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ABSTRACT

The motor coordination is a key component for a smooth conduct of fundamental motor skills. Thus, we set out to through this study, see how the tap-dancing, a variation of dance, can contribute to the development of motor coordination in children. In other words, the purpose of this study was to see if children with a life experience into a rhythmic improve their performance on the test that assesses the level of motor coordination - the KTK. We chose to tap dance by the level of skills and difficulties that it requires an individual who is practicing, and the pace and coordination necessary to realize the movement. We evaluated 59 children aged from 8 to 9 years old, and were divided into two groups - the G1, the intervention group, who participated in the classes in tap dance and G2, control group, which is not practiced the lessons of tap dance, that form has been carried out a pre-and post-test. In short, all the children who were evaluated by the test of coordination achieved advances in coordination, however, only the children who attended classes in tap dance had sharp advances. Through this study found that the motor learning task in a rhythmic but can influence the improvement of motor coordination. Key Words: Motor learning, motor development, motor coordination, performance, tap dance.

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Análise operacional da causa do desenvolvimento motor ................ 13 FIGURA 2- Modelo teórico de desenvolvimento motor ......................................... 14

FIGURA 3 - Calçado utilizado no sapateado e plaquinhas adaptadas .................. 25

FIGURA 4 – Equilíbrio em marcha para trás ......................................................... 27

FIGURA 5 – Pulo monopedal ................................................................................ 28

FIGURA 6 - Saltos laterais .................................................................................... 29

FIGURA 7 - Transposição lateral .......................................................................... 30 FIGURA 8 – Comparação entre os grupos no pré e no pós-teste .......................... 33

FIGURA 9 – Classificação entre os grupos no pré e no pós-teste ........................ 34

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mediana, mínimo e máximo do quociente motor dos grupos no pré e pós-

teste ....................................................................................................................... 32

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 11

1.2. Objetivo Geral .............................................................................................. 12

1.3. Objetivos Específicos ................................................................................. 12

2. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 13 2.1. Desenvolvimento Motor ................................................................................ 13

2.2. Coordenação Motora .................................................................................... 17

2.3. Dança e sapateado ...................................................................................... 18

3. METODOLOGIA .......................................................................................... 22 3.1. Sujeitos ........................................................................................................ 22

3.2 Procedimentos ............................................................................................. 22

3.3 Programa de Intervenção ............................................................................. 23

3.4. Instrumento de Avaliação da Coordenação Motora ..................................... 26

3.5. Materiais ....................................................................................................... 26

3.6 Testes de Coordenação Motora ................................................................... 27

3.6.1. Equilíbrio em marcha para trás ................................................................... 27

3.6.2. Pulo monopedal ........................................................................................... 28

3.6.3. Saltos laterais ............................................................................................... 29

3.6.4. Transposição lateral ..................................................................................... 30

3.7. Protocolo do Teste de Coordenação Motora ................................................ 31

4. ANALISE ESTATÍSTICA ............................................................................. 31 5. RESULTADOS ............................................................................................. 32 6. DISCUSSÃO ................................................................................................ 35 7. CONCLUSÃO .............................................................................................. 39

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 40

9. APÊNDICES .................................................................................................. 42

APÊNDICE 1 – Autorização para a coleta de dados ............................................. 42

APÊNDICE 2 – Declaração da Coordenação ........................................................ 43

APÊNDICE 3 – PROTOCOLO DO TESTE KTK .............................................................. 44

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1. INTRODUÇÃO

Inúmeros são os desafios aos estudos do desenvolvimento motor que tem

como propósito compreender quando e como o comportamento motor se modifica

ao longo do processo de desenvolvimento do ser humano. Visto que as mudanças

que ocorrem nesse processo resultam da ação de múltiplas causas, sendo estas,

causas internas (biológicas) ou externas (ambiente, tarefa e individuo) (GALLAHUE

& OZMUN, 2003).

O nível de coordenação corporal, que é uma das capacidades motoras mais

importantes para a realização de ações habilidosas em diversas tarefas, tanto do

cotidiano, como em atividades esportivas, é geralmente dependente da qualidade e

quantidade de experiências motoras vivenciadas pelo indivíduo.

A complexidade de uma tarefa esta relacionada com a quantidade de prática,

pois quanto mais difícil a atividade a ser realizada, maior a quantidade de prática

necessária.

Uma coordenação motora baixa provoca uma alteração dos movimentos e

produz uma diminuição do rendimento motor, ou seja, estas vivências podem e

devem ser corrigidas por medidas adequadas e aplicadas neste contexto.

A dança por sua vez, pode ser considerada uma atividade rítmica. A tarefa

rítmica requer do executante uma representação interna do padrão temporal do

evento percebido (PARKER, 1992).

De um modo geral, o aprendizado da dança exige um maior grau de precisão

e coordenação do praticante, sendo assim uma atividade de grande valia para os

avanços e melhoras das habilidades motoras.

Muitos estudos em aprendizagem motora entendem o homem como um ser

capaz de processar informações a partir de si mesmo e do ambiente em que vive,

mas concordam que a capacidade de atenção é limitada ao tratar vários estímulos

simultaneamente (MAGILL, 2000).

___________________________________________________________________ Parker, 1992 apud Pellegrini, Neto, Bueno, Alleoni, Motta, 2003.

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Mais especificamente se tratando do sapateado, este solicita a execução de

movimentos específicos, em série, rápidos e de modo preciso, solicitando do

praticante um maior grau de percepção e atenção, e devido a isso, acreditou-se que

a dança poderia contribuir para avanços na coordenação motora de crianças que se

encontram na fase de aquisição das habilidades motoras fundamentais.

Porém, poucos são os pressupostos existentes na literatura com relação a

tarefas aplicadas ao desenvolvimento das capacidades motoras, deixando ainda

incerto de que maneira poderia ser feita essa inserção no ensino de crianças em

aulas de Educação Fisica ou em aulas particulares, e se realmente isso auxiliaria

nos avanços das capacidades motoras das crianças. Pretende-se através deste

estudo, verificar como o sapateado, uma variação da dança, pode contribuir para o

desenvolvimento da coordenação motora de crianças. ou seja, o intuito deste estudo

foi constatar se crianças com uma vivência em uma experiência rítmica melhorariam

seu desempenho no teste que avalia o nível de coordenação motora - o KTK. Optou-

se pelo sapateado pelo nível de habilidades e dificuldades que ele exige do individuo

que está praticando, e pelo ritmo e sincronia necessários para a realização dos

movimentos.

1.2. OBJETIVO GERAL

* Avaliar a influência de um programa de Educação Física com habilidades

do sapateado no desenvolvimento da coordenação motora de crianças em idade

escolar.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

* Comparar o desenvolvimento da coordenação corporal das crianças antes

e após as aulas de sapateado.

* Comparar os grupos, com e sem aulas de sapateado, no desenvolvimento

da coordenação corporal.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento motor refere-se ao processo de aquisição de ações

habilidosas no decorrer da vida do indivíduo, através de uma evolução progressiva

das habilidades do movimento, e que podem ser analisadas através da observação

do comportamento motor do sujeito (GALLAHUE & OZMUN 2003).

De acordo com Gallahue & Ozmun (2003) “o desenvolvimento é um processo

contínuo que se inicia na concepção e cessa com a morte. O desenvolvimento inclui

todos os aspectos do comportamento humano e, como resultado, somente

artificialmente pode ser separado em ‘áreas’, ‘fases’ ou ‘faixas etárias’.

Por isso o que nos vem à mente é a idéia de mudança, de grandes

transformações em direção a habilidades mais complexas. Mais especificamente,

mudanças em classes de movimentos essenciais à vida diária, tais como locomoção,

manipulação e controle postural.

Este processo compreende causas internas e externas ao indivíduo, sendo

assim, é um processo contínuo e demorado, e suas principais mudanças ocorrerem

nos primeiros anos de vida, mas continuam ao longo da vida (TANI, MANOEL,

KOKUBUN, PROENÇA,1988).

Gallahue & Ozmun (2003) apresentam em um modelo teórico o

desenvolvimento da transacionalidade, a interação indivíduo, ambiente e tarefa

(FIGURA 1).

FIGURA 1 – Análise operacional da causa do desenvolvimento motor

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Gallahue & Ozmun (2003) descreve um modelo de desenvolvimento motor

do ser humano com os domínios, cognitivo, afetivo e motor, desde a fase dos

movimentos reflexos, rudimentares, fundamentais até a fase dos movimentos

especializados. Para cada fase do processo de desenvolvimento motor são

indicados estágios com idades cronológicas correspondentes (FIGURA 2).

FIGURA 2- Modelo teórico de desenvolvimento motor (Gallahue & Ozmun 2003)

Particularmente se tratando da fase dos movimentos especializados, esta

etapa é o resultado da fase de movimentos fundamentais, ou seja, as habilidades

locomotoras, manipulativas e estabilizadoras são progressivamente refinadas,

combinadas e elaboradas para uso em situações cada vez mais exigentes. E esta

fase se divide em estágio transitório, de aplicação e de utilização permanente. (TANI

et al. 1988).

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O estágio transitório, que é dos 7 aos 10 anos, começa a combinar e aplicar

as habilidades motoras fundamentais para a performance de habilidades

relacionadas ao esporte em ambientes recreacionais. Esse estágio contém os

mesmos elementos que os movimentos fundamentais, mas com forma, precisão e

controle maiores. (TANI et al. 1988).

Para Pérez (1994) a fase da Educação Infantil é a época da aquisição de

habilidades motoras básicas e os movimentos fundamentais são considerados

verdadeiros núcleos cinéticos. A capacidade para mover-se cada vez de forma mais

autônoma está relacionada com diversos fatores: maturação neurológica que

permite movimentos mais completos; crescimento corporal, que ao final deste

período vai permitir maior possibilidade de domínio corporal, facilitando o movimento

e disponibilidade em realizar atividades motoras.

Gallahue & Ozmun (2003) mostram que para se chegar ao domínio de

habilidades desportivas, é necessário um longo processo, onde as experiências com

habilidades básicas (movimentos fundamentais) são de grande importância. E as

mudanças observadas nos estágios serão estabelecidas em forma de um

refinamento das habilidades básicas e, melhor eficiência em sua combinação, o que

irá marcar a passagem para a fase seguinte, a dos movimentos relacionados ao

desporto, ou especializados.

A aquisição das ações motoras fundamentais parte de movimentos mais

simples para os mais complexos, ou seja, estágio inicial, elementar e maduro. Nesta

fase, os movimentos fundamentais vão servir de base para as combinações em

habilidades desportivas.

De acordo com Gallahue & Ozmun (2003) conclui-se que o desenvolvimento

motor pode ser entendido do ponto de vista onde o movimento desempenha parte

principal, produzindo uma alteração constante no comportamento motor em função

da prática ou de experiências anteriores. É um processo que envolve necessidades

biológicas, ambientais e ocupacionais, que influenciam o indivíduo desde o período

neonatal até a velhice, estando intimamente relacionado com o desenvolvimento

humano.

___________________________________________________________________ Pérez, 1994 apud Paim 2003.

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Ressalta-se assim, que para um bom andamento de programas de Educação

Física, os profissionais da área devem ter um conhecimento adequado sobre o

desenvolvimento motor e sobre a aquisição das habilidades motoras, para então

poder fazer um trabalho com resultados satisfatórios e que auxiliem na aquisição e

no aperfeiçoamento das suas capacidades físicas.

A infância é o período mais crítico para que as formas motoras básicas sejam

desenvolvidas corretamente, por isso é preciso ajudar as crianças a controlarem

seus corpos, manipular seu ambiente, e dar forma a habilidades complexas

envolvidas nos esportes e outras tarefas.

Para que a criança possa se aperfeiçoar, as atividades realizadas com elas

devem buscar o desenvolvimento desses padrões através de jogos e brincadeiras

que envolvam os movimentos fundamentais.

Um ambiente com atividades qualificadas da área da Educação Física,

planejado adequadamente, podem assegurar o domínio das formas motoras básicas

num estágio ótimo, mas se esse nível ótimo do desenvolvimento não for alcançado,

uma intervenção com acompanhamento mais específico será necessária.

Atualmente, não se pode focar na estabilidade e na dependência de um

único elemento para que ocorra a aquisição de habilidades motoras, e também não

se pode ignorar que à medida que o indivíduo se desenvolve, outros componentes

também estão passando por alterações.

A habilidade pode ser definida como potencialidade para produzir um

resultado de performance com máxima certeza, mínimo de energia ou tempo

mínimo, desenvolvida como um resultado da prática. (MAGILL, 2000).

Sendo assim, os fatores do controle motor, como o equilíbrio, a noção de

espaço, o ritmo, e principalmente a coordenação motora, são de particular

importância no início da infância, para a aquisição de ações mais complexas.

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2.2. COORDENAÇÃO MOTORA

O desempenho de habilidades motoras envolve a organização dos músculos

do corpo, o que permite que a pessoa atinja com habilidade a meta pretendida, e

essa organização caracteriza a coordenação. (MAGILL, 2000).

Elemento central nas habilidades básicas, a coordenação motora pode ser

definida como a ativação de várias partes do corpo para a produção de movimentos

que apresentam relação entre si, executados numa determinada ordem, amplitude e

velocidade (CLARK, 1994)

Para Newell (1986), define que um padrão “ótimo” de coordenação é

estabelecido pelo controle da interação das restrições da tarefa, do organismo e do

ambiente.

Jean Piaget (1969), para ele cada criança tem seu ritmo próprio de

desenvolvimento, e “[...] o problema central reside em encontrar os métodos e meios

mais apropriados para ajudar a criança a construir seus próprios processos e a obter

coerência intelectual e moral”.

Segundo Kiphard & Schilling (1974), a coordenação é a interação harmoniosa

e econômica do sistema músculo-esquelético, do sistema nervoso e do sistema

sensorial com o fim de produzir ações motoras precisas e equilibradas, e reações

rápidas adaptadas a situações que exigem: 1) uma adequada medida de força que

determina a amplitude e velocidade do movimento; 2) uma adequada seleção dos

músculos que influenciam a condução e orientação do movimento; 3) a capacidade

de alternar rapidamente entre tensão e relaxação musculares.

Os trabalhos de Schilling & Kiphard (1974) sobre o desenvolvimento da

coordenação e suas insuficiências nas crianças de idade escolar levaram à

elaboração de uma bateria de avaliação da capacidade de coordenação corporal, o

KTK (Körperkoordination Test für Kinder – KTK). Essa bateria de avaliação pretende

examinar uma função motora básica, a coordenação, a qual desempenha um papel

importante no desenvolvimento motor da criança à medida que a idade avança

(LOPES & MAIA, 1997).

_____________________________________________________________ Clark 1994, Newell 1986, apud Pellegrini et al. 2003. Jean Piaget 1969, apud Oliveira 1982. Kiphard & Schilling, 1974, apud Lopes, Maia, Silva, Seabra e Morais 2003.

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Dessa maneira, o nível de coordenação motora de um indivíduo pode ser

entendido pelo grau de percepção adquirido por ele conforme suas experiências, ou

seja, toda instrução deve estar centrada no estágio atual de desenvolvimento da

criança, partindo de suas próprias experiências, porém deve-se respeitar os limites

das crianças e jamais forçá-las a fazer alguma atividade sem que estejam

preparadas para isso.

De um modo geral, a aprendizagem de habilidades motoras tem como intuito

principal analisar a aquisição e a modificação do movimento. Porém, diferenças

consideráveis na performance de habilidades motoras podem ser percebidas entre

tentativas e entre indivíduos.

2.3. DANÇA E SAPATEADO

O papel da dança é manter o corpo em movimento, e isso abrange as

propriedades físicas dos movimentos do corpo humano, através de intensidade,

ritmo e expressão corporal.

Já no campo mental e social o sapateado pode ajudar a lidar com a energia

corporal, ensinando a ampliá-la e concentrá-la no momento certo, com expressão e

domínio de espaço e tempo. Ele pode auxiliar também na integração social, na

desinibição, na elevação da auto-estima e no combate ao stress, além de aguçar o

ritmo e a musicalidade de quem pratica esse estilo de dança.

Partindo desse pressuposto e de acordo com Scalzzo e Pires (2008, s/

pág):

“O sapateado é uma modalidade de dança que se faz através de ritmos e sons produzidos por movimentos de pernas e pés, com o auxílio de plaquinhas de metal parafusadas fixas nos sapatos. No campo físico o sapateado é uma atividade que aumenta a capacidade cardiovascular, protege as articulações e trabalha os músculos inferiores, já que a dança exige mais das pernas e dos pés do que de qualquer outra parte do corpo. Mas geralmente nas aulas também se trabalha a musculatura dos braços e do abdômen, visando assim, que o aluno utilize o corpo como um todo. De um modo geral, quem pratica o sapateado tem uma melhora na postura e na perda de peso, desenvolve-se força, resistência, agilidade, equilíbrio e velocidade, e principalmente a coordenação motora, aguçando assim, a consciência corporal.”

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De acordo com Vianna (1990) para que a dança contribua significativamente

no processo construtivo do corpo é preciso buscar a origem, a essência, a história

dos gestos – fugindo da repetição mecânica de formas vazias e pré-fabricadas.

Visando um ambiente adequado para a formação da criança, a Educação

Física adquire papel importantíssimo, oferecendo experiências e auxiliando no

desenvolvimento humano, em especial no desenvolvimento motor, garantindo a

aprendizagem de habilidades específicas nos jogos, esportes, ginásticas e dança.

No âmbito ensino-apredizagem os motivos que levam os alunos a não

gostarem da dança sejam inversamente proporcionais aos que os levam a gostarem

mais do desporto, ou seja, a falta de incentivo, de divulgação ou da falta desses

conteúdos nos programas de Educação Física.

No entanto, supõe-se que haja um motivo maior: o preconceito existente em

nossa cultura e que condiciona os alunos a criarem aversões, que a própria

sociedade se encarrega de fixar.

E isso pode ser observado pelo fato de que as crianças tem medo de tocar o

colega, o receio dos amigos rirem, ou outras atitudes que não estão acostumados a

executar e que acabam complicando a inserção da dança.

Mas na prática, apesar de se poder observar este contexto no inicio das aulas

de dança, após um curto tempo de adaptação, as crianças acabam se acostumando

e se inserindo no contexto, porém sempre existem as exceções.

Muitos estudos em aprendizagem motora entendem o homem como um ser

capaz de processar informações a partir de si mesmo e do ambiente em que vive,

mas concordam que a capacidade de atenção é limitada ao tratar vários estímulos

simultaneamente (MAGILL, 2000).

Este é um dos objetivos da dança nos anos iniciais, promover e desenvolver

todas as habilidades das crianças, ou seja, oferecer oportunidades para as elas

criarem simples seqüências, através da improvisação, interagindo uma com a outra,

orientadas por um professor capacitado na área da dança.

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Rolfe (1992), enfatiza como a composição, a performance e a observação

podem ser apropriadas pelas crianças e pelos praticantes de dança de um modo em

geral. Para ele as crianças precisam desenvolver as habilidades e conhecimentos

necessários para criar, modelar e estruturar movimentos em forma de dança

expressiva.

O que ocorre é que o movimento executado é muito impreciso, o aluno não

sabe como executou o movimento, como estava sua postura corporal, e em

movimentos de giro ele as vezes perde a orientação, e no caso do sapateado isso

ocorre com bastante freqüência, por isso é necessário que as aulas sejam bem

planejadas e bem orientadas para que uma aprendizagem satisfatória ocorra.

De acordo com Strazzacappa ( 2001, p. 71):

“A dança no espaço escolar ou como forma de aprendizagem busca o desenvolvimento não apenas das capacidades motoras das crianças e adolescentes, como de suas capacidades imaginativas e criativas. As atividades de dança se diferenciam daquelas normalmente propostas pela Educação Física, pois não caracterizam o corpo da criança como um apanhado de alavancas e articulações do tecnicismo esportivo, nem apresentam um caráter competitivo, comumente presente nos jogos desportivos. Ao contrário, o corpo expressa suas emoções e estas podem ser compartilhadas com outras crianças que participam de uma coreografia de grupo.”

Na aprendizagem da dança o professor deve criar oportunidades de

familiarização com a prática, criando um clima de entrosamento e comunicação,

onde a atenção dos alunos será aos poucos direcionada aos pontos chave da

habilidade. E os procedimentos mais eficientes vão variar de acordo com o que se

quer ensinar e com nível de conhecimento do grupo.

_________________________________________________________________________________

Rolfe, 1992 apud Freire 2001.

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21

No caso da aprendizagem motora de uma habilidade como o sapateado, a

aprendizagem motora tenta compreender a influência do feedback; a influência da

prática na habilidade; a influência das diferenças individuais na habilidade; assim

como compreender como estes fatores se relacionam à retenção e a transferência

da habilidades.

A compreensão e execução de uma tarefa na aprendizagem motora, no caso

o sapateado, corresponde ao objetivo de ação e às informações necessárias de

acordo com a situação e com o estimulo e a motivação, ou seja, a formação da

representação do movimento ocorre com base na recepção das informações

sensoriais e verbais. Dessa forma, ele pode utilizar-se de instruções verbais ou

escritas, de demonstrações visuais (fotos, vídeos, figuras ou instrução visual) e de

orientações nas aulas.

Com um pouco de encorajamento e assistência e com suas habilidades e

conhecimentos desenvolvidos, elas poderão ser capazes de criar danças mais

complexas, as quais terão uma estrutura clara, incluindo aspectos interessantes de

composição, tal como desenvolvimento de tema e repetição.

O uso da repetição pode ter seu valor, a medida que favorece a

automatização do movimento, auxiliando também a coordenação, que incluirá todo o

corpo, ou apenas partes dele (MAGILL, 2000).

Sendo assim, o ensino na dança e do sapateado em si pode ser uma forma

terapêutica para algumas pessoas, além de se tratar de uma experiência

significativa, pelo fato de proporcionar novas sensações, possibilidades, emoções,

aprendizagens a todos os tipos de pessoas, principalmente às crianças.

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3. METODOLOGIA

Essa pesquisa foi do tipo quase experimental de caráter comparativo

(THOMAS e NELSON, 2002).

3.1. SUJEITOS

A amostra foi composta por 59 crianças, de 8 a 9 anos de idade, sendo 30

meninos e 29 meninas, de duas turmas estudantes do Colégio Aplicação da

Universidade Estadual de Londrina, localizado no município de Londrina-PR.

3.2. PROCEDIMENTOS

As crianças foram divididas em dois grupos, sendo:

G1 – grupo intervenção, que participou das aulas de sapateado, para verificar se

houve avanços na coordenação motora após as aulas.

G2 – grupo controle, que não participou das aulas de sapateado, e que serviu para

verificar se realmente houve efeito da aprendizagem motora após as aulas de

sapateado com relação ao outro grupo.

O G1 foi composto por alunos da terceira série do período matutino e o G2

da terceira série do período vespertino.

A avaliação da coordenação motora e as aulas de sapateado foram

realizadas nas dependências da escola, em dias e horários agendados

anteriormente com a supervisão escolar e mediante autorização para a coleta de

dados (ANEXO 1) e a declaração da coordenação (ANEXO 2).

A avaliação motora pelo teste KTK foi conduzida por professores de

Educação Física e estagiários da área, previamente treinados e familiarizados às

tarefas.

As crianças do G1 foram avaliadas antes e após (retenção) as aulas de

sapateado, e as crianças do G2, que não participaram das aulas de sapateado

também foram avaliadas no pré e no pós-teste, aproximadamente com o mesmo

período de tempo de intervalo entre o pré e o pós-teste. E as aulas de sapateado

seguiram o programa de intervenção descrito a seguir.

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3.3. PROGRAMA DE INTERVENÇÃO

O sapateado americano é constituído por diferentes passos, que

combinados e realizados de forma seqüencial resultam na habilidade de sapatear.

Neste estudo foram ensinados os seguintes passos, com seus respectivos nomes,

na seqüência:

1) STEP: mudança do peso do corpo de uma perna para a outra, batendo só a placa

da frente do sapato no chão, ou seja, caminhar batendo só a placa da frente no

chão.

2) HEEL: batida da placa de trás, o salto do sapato, no chão.

3) TOE: batida com a ponta da placa da frente do sapato no chão, o bico da placa.

4) HOP: salto com um pé só, sem mudar o peso do corpo de uma perna para a

outra, caindo só com a placa da frente do sapato no chão. O mesmo que “pular com

um pé só”.

O método de ensino trabalhado foi o parcial por adição, além do ensino

dos conhecimentos teóricos sobre o sapateado que envolveram questões

referentes ao sapato específico utilizado na dança bem como conhecimentos

sobre o país de origem desta modalidade de dança, o que é o sapateado, qual

seu objetivo, material necessário, a existência de outras modalidades, entre

outros.

Neste sentido, na primeira aula foram escritos na lousa os nomes dos dois

passos a serem ensinados com o intuito de solicitar uma pesquisa de seus

significados visto que estes são em inglês. Em seguida, os alunos se dirigiram para

o pátio para a aprendizagem do step em combinação com o heel, começando com o

pé direito e logo com o pé esquerdo, até a realização constante do movimento step-

heel (pé direito), step-heel (pé esquerdo). A estratégia utilizada foi a criação de uma

música, na qual as crianças interpretavam e realizavam os passos aprendidos

conforme era solicitado na própria canção.

Na segunda aula foram escritos novamente os nomes STEP e HEEL para

que as crianças apresentassem suas pesquisas que constataram os significados:

caminhar ou andar para a tradução de step e calcanhar ou salto do sapato para

heel. Em seguida, foi apresentado o toe e seu significado: “dedão do pé” ou ponta

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(bico) do sapato para que, assim, a canção pudesse ser relembrada, tornando-a

mais complexa com a adição e combinação de mais um passo.

Assim, os alunos foram separados em grupos para a criação de uma

seqüência de passos utilizando o step, o heel e o toe, bem como palmas e saltos da

maneira que desejassem.

Na terceira aula os alunos realizaram uma atividade de recortar e colar

figuras que representassem os significados de step, heel e toe estudados na aula

anterior.

Na quarta aula a história do sapateado foi sendo contada a partir de

questionamentos sobre o conhecimento das crianças, abrangendo questões sobre o

país de origem do sapateado, a Irlanda, sua expansão, o desenvolvimento do

sapateado americano, o que já envolve assuntos como as diferenças e se estende

também para a existência de outras modalidades de sapateado e seus respectivos

locais de origem. Em seguida, o ultimo passo hop foi ensinado e combinado,

finalizando a seqüência, as crianças foram dividas em grupos para a criação de uma

mini coreografia se utilizando de todos os passos aprendidos, sendo que o grupo

deveria decidir também por uma música solicitada para a aula seguinte, na qual as

crianças apresentariam seus trabalhos ou suas coreografias, com música.

Porém, na quinta aula, através do DVD de um espetáculo, mostrou-se as

diferenças entre as modalidades citadas na aula anterior que foram o sapateado

irlandês, o americano, o flamenco (Espanha). Vale ressaltar que o sapateado

gaúcho, originário do Rio Grande do Sul também foi mencionado.

Nesta aula, após assistirem ao DVD, os alunos foram questionados sobre as

diferenças entre as modalidades que foram escritas na lousa conforme eles

apontavam: a música, as roupas, o movimento dos braços e das mãos e o tipo de

sapato. E finalmente na ultima, antes das apresentações, foi solicitado a realização

da seqüência step, heel, toe, hop primeiramente para quem se manifestasse a fazer

sozinho, em duplas ou grupos. Depois, tiveram que realizar um por um para uma

breve observação.

Vale ressaltar que durante as aulas as crianças receberam orientação verbal

e demonstrações sobre as habilidades motoras do sapateado, sendo incentivadas a

realizá-las da melhor maneira.

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As crianças que participaram do grupo que praticou as aulas de sapateado

realizaram seis aulas para a aprendizagem das habilidades do sapateado, duas

vezes por semana em dias alternados, com a duração de cinqüenta minutos cada,

realizadas no horário das aulas de Educação Física no Colégio Aplicação, localizado

na Universidade Estadual de Londrina-PR.

Foi solicitado aos alunos do grupo que participou das aulas de sapateado o

uso de tênis na participação das aulas práticas, pois todas as crianças utilizaram em

algumas aulas plaquinhas de metal nos pés, no caso, latinhas de refrigerante

cortadas e amarradas com elástico e adaptadas para imitar o calçado utilizado no

sapateado (FIGURA 7).

FIGURA 3 – Calçado utilizado no sapateado e plaquinhas adaptadas

Concluída a fase de pré-teste de avaliações através do teste KTK e

posteriormente o término das aulas de sapateado, foi realizado o teste de retenção,

ou seja, ocorreu um intervalo de aproximadamente 50 dias para cada criança, desde

o pré e o pós-teste.

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3.4. INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA

A avaliação da coordenação motora foi feita através do Teste de

coordenação corporal – Körperkoordination Test für Kinder – KTK, proposto por

Kiphard e Schiling (1974), descrito por Gorla (1997).

O teste KTK avalia o desenvolvimento da coordenação motora grossa em

crianças de 4 a 15 anos de idade. Ele permite avaliar os indivíduos em um tempo

consideravelmente reduzido. Além disso, é um método que não dispende de muitos

gastos, nem de estrutura tecnológica para realizá-lo, tornando-se de fácil acesso.

O teste de retenção é considerado um meio de inferir a aprendizagem, e para

medir a aprendizagem, são consideradas as curvas de desempenho e os testes de

retenção. A curva oferece uma imagem da aprendizagem durante um tempo da

prática, e o teste de retenção consiste em realizar a habilidade depois de algum

tempo sem prática (MAGILL, 2000).

Em síntese, o teste de coordenação corporal para crianças KTK se mostra

eficiente dentro dos objetivos a que se propõe.

Por isso, é um instrumento que pode ser utilizado tanto na Educação Física

regular como na especial, para delinear programas de Educação Física, diagnosticar

crianças com problemas, verificar o desenvolvimento e a aquisição de habilidades

motoras globais (GORLA, ARAÚJO, RODRIGUES, PEREIRA, 2003).

3.5. MATERIAIS

- Foram utilizadas 3 traves de 3 metros de comprimento por 6,0 cm, 4,5 cm e 3,0 cm

de largura com altura de 5 cm do solo para o teste de equilíbrio em marcha para

trás.

- Para o pulo monopedal foram utilizadas 12 peças de espumas (50 cm x 5 cm).

- Nos saltos laterais foi utilizada uma plataforma de madeira (compensado) de 60 cm

x 100 cm x 0,8 cm.

- Para o teste de transposição lateral foram usadas 2 plataformas de madeira 25 cm

x 25 cm x 5 cm e um cronômetro. Fichas de avaliação individuais foram utilizadas para anotações dos

resultados das crianças em cada um dos testes (ANEXO 3).

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3.6 TESTES DE COORDENAÇÃO MOTORA

3.6.1. EQUILÍBRIO EM MARCHA PARA TRÁS

A tarefa equilíbrio em marcha para trás (FIGURA 3) consistiu em caminhar

para trás sobre três traves de madeira com espessuras diferentes.

Foram válidas três tentativas por cada trave.

Durante o deslocamento (passos) não foi permitido tocar com os pés no

chão. Antes das tentativas válidas a criança fez um pré-exercício para se adaptar à

trave, no qual realizou um deslocamento à frente e outro para trás.

Os deslocamentos realizaram-se por ordem decrescente de largura das

traves. Foi anotado o número de passos em cada trave de equilíbrio até que o

avaliado tocasse um dos pés no solo ou alcançasse o número de 8 passos antes de

vencer a distância total da trave.

Foram anotados os resultados obtidos nas três traves e somados os pontos,

encontrando o escore referente ao resultado na tabela normativa.

FIGURA 4 - Equilíbrio em marcha para trás

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3.6.2. PULO MONOPEDAL

Para o pulo monopedal (FIGURA 4) foram utilizadas 12 peças de espumas

(50 cm X 20 cm X 5 cm), o exercício consistiu em saltar sobre uma ou várias peças

de espuma em uma perna só (primeiro o pé preferido e depois o não preferido), as

espumas ficaram sobrepostas e colocadas transversalmente à direção do salto.

A criança deveria começar o salto de acordo com a altura recomendada para

a idade de acordo com o proposto no protocolo e poderia dar um arranque de 1,50

metros de distância, em uma perna só, passando sobre a espuma e deveria

continuar por mais 2 pulos na mesma perna após a ultrapassagem.

O avaliador demonstrou a tarefa, e as alturas iniciais dos testes para os

avaliados dependeram do resultado do pré-teste como também da idade dos

indivíduos, sendo que cada individuo fez até 2 pré-testes antes de executar o teste.

Foram realizadas 3 tentativas válidas para cada altura em cada perna, sendo que se

o individuo não fosse bem sucedido na primeira tentativa, deveria fazer a segunda

tentativa, valendo 2 pontos e assim até a terceira tentativa.

Na avaliação do teste para cada altura foi considerado pontos de cada

tentativa sendo que a primeira tentativa valeu 3 pontos, a segunda tentativa valeu 2

pontos e a terceira tentativa valeu 3 pontos.

FIGURA 5 - Pulo monopedal

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3.6.3. SALTOS LATERAIS

Para o teste saltos laterais (FIGURA 5) foi utilizado uma plataforma de

madeira (compensando) de 60 cm X 100 cm X 0,8 cm, e o exercício consistiu em

saltar lateralmente o mais rápido possível com ambos os pés, que deveriam manter-

se unidos, durante 15 segundos de um lado para o outro de um obstáculo sem o

tocar dentro de uma área delimitada.

Foram realizados 5 saltos como pré-exercício e foram permitidas duas

tentativas válidas, com 10 segundos de intervalos entre elas.

A avaliação do teste foi realizada por meio da quantidade de saltos que o

avaliado completou no tempo de 15 segundos, ou seja, contou-se o número de pulos

que o individuo executou em 15 segundos sendo uma contagem progressiva (para lá

conta 1 e para cá 2...) em cada tentativa.

O individuo deveria ficar sobre a plataforma de um lado, e no sinal de “já”

deveria começar o teste, o cronômetro era acionado quando o mesmo tocasse o

lado oposto.

Se por acaso o individuo tocasse a divisória ou saísse da plataforma, o teste

deveria ser interrompido por um momento, sendo que o avaliador não deveria parar

com o teste e sim orientar o avaliado, recomeçando novamente.

FIGURA 6 - Saltos laterais

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3.6.4. TRANSPOSIÇÃO LATERAL

Para a transposição lateral (FIGURA 6) foram utilizadas 2 plataformas de 25

cm X 25 cm X 5 cm, sendo que estas foram colocadas no solo, em paralelo, uma ao

lado da outra com um espaço de cerca de 15 cm entre elas.

A tarefa a cumprir consistiu na transposição lateral de duas plataformas

durante 20 segundos, quantas vezes fosse possível.

Foram permitidas duas tentativas válidas. Ou seja, o individuo deveria mudar

de lado o mais rápido possível, devendo ficar sobre uma das plataformas (lado

direito) e pegar a plataforma do lado esquerdo com as duas mãos, e deveria coloca -

lá no seu lado oposto devendo passar para cima desta e continuar assim até o final

dos 20 segundos.

Foi alertado ao avaliado para não colocar a plataforma longe ou perto

demais, pois poderia ter influência na mensuração do teste.

A avaliação do teste foi feita da seguinte maneira, quando o avaliado

pegasse a plataforma do seu lado, o cronômetro foi acionado e quando a plataforma

tocasse o solo, se contou 1 ponto e quando o avaliado passasse para cima da

plataforma que colocou no solo contou-se 2 pontos e assim sucessivamente ate o

final do teste.

Executou-se 2 tentativas e anotou-se no protocolo de teste.

FIGURA 7 - Transposição lateral

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3.7. PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DO TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA

Todas as crianças foram avaliadas individualmente com o teste KTK antes

(PRÉ) e após (PÓS) o programa de intervenção com habilidades do sapateado.

Para análise dos resultados sobre o nível de desenvolvimento motor das

crianças seguiram-se os critérios recomendados no instrumento de avaliação.

Para cada teste realizado, anotou-se na folha individual os resultados obtidos

(ANEXO 2). Feito isso, foram somados os resultados de cada teste anotando-o na

lacuna RW o valor da soma e em seguida na lacuna MQ anotou-se o resultado

correspondente ao RW encontrado na tabela de valores de acordo com a idade e o

teste.

Ao final dos 4 testes somou-se os valores de MQ1 a MQ4 tendo um total geral

de pontos, obtendo através da tabela normativa o valor correspondente ao quociente

motor. A partir do quociente motor foi possível classificar o avaliado de acordo com

classificação proposta na tabela normativa. Assim, a análise do desempenho da

criança se deu por meio de medidas quantitativas do movimento.

A partir de um quociente motor (QM), advindo da pontuação obtida nos

testes, obteve-se a posição da criança quanto a um percentil podendo classificar seu

desempenho como “alto”, “bom”, “normal’, ‘regular” ou “baixo”.

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados dos quocientes motores foram tabulados e analisados

descritivamente com base na mediana, valores mínimos e máximos. A partir do valor

mediano do quociente motor do grupo foi apresentada a classificação do nível de

coordenação motora, “alto”, “bom”, “normal’, ‘regular” ou “baixo”.

Considerando a natureza ordinal das variáveis obtidas na avaliação da

coordenação motora foi utilizado os testes não-paramétricos.

Para a comparação entre as avaliações da coordenação motora antes e

após as aulas de sapateado foi utilizado o teste de Wilcoxon, com nível de

significância de p<0,05.

E para a comparação entre os grupos antes e após as aulas de sapateado

foi utilizado o teste U Mann-Whitney, com nível de significância de p<0,05.

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5. RESULTADOS

Pode-se observar na Tabela 2 a estatística descritiva apresentada por valores

de mediana, mínimo e máximo por grupo, do desempenho das crianças em cada

tarefa avaliada pelo teste KTK no pré e no pós-teste.

TABELA 1 – Mediana, mínimo e máximo do quociente motor dos grupos no pré e

pós-teste

Mediana Mínimo Máximo Pré 104 * 85 120

Grupo 1 Pós 114 * 93 129

Grupo 2 Pré 99,5 # 77 113 Pós 106 # 81 120

* # Diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

Verificaram-se por meio dos valores medianos um aumento significativo

(p<0,05) no desempenho das crianças, do pré-teste para o pós-teste, em ambos os

grupos.

Ou seja, o valor mediano do controle motor de 104 do grupo 1 no pré-teste e

de 114 no pós-teste, representou uma classificação “normal”, já no grupo 2 o valor

mediano de 99,5 no pré-teste e de 106 no pós-teste representa uma classificação

também considerada “normal”, porém, em cada grupo esses valores possuem uma

diferença estatisticamente significativa no mesmo grupo.

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FIGURA 8 – Comparação entre os grupos no pré e no pós-teste

* Diferença estatisticamente significante (p<0,05)

Na figura 8 pode-se observar a comparação entre os grupos no pré e no pós-

teste, onde se constatou diferenças em ambos.

Sendo que, o grupo 1 foi classificado como “normal” e o grupo 2 como

“normal” também na avaliação do pós-teste.

Porém, as crianças que participaram das aulas de sapateado obtiveram

aumentos acentuados na coordenação motora no pós-teste em relação ao grupo de

crianças que não participaram das aulas de sapateado.

Esse aumento é expresso pela diferença significativa apontada entre os

grupos (p<0,05).

*

*

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FIGURA 9 – Classificação entre os grupos no pré e no pós-teste

Na figura 9 pode-se observar a análise descritiva da porcentagem de crianças

que estiveram classificadas em “regular”, “normal” e “bom” no pré e no pós-teste,

nos dois grupos. Ressaltando que não se encontrou nenhuma criança classificada

com os indicadores “baixo” e “alto”.

Pode-se constatar através destes resultados que no pré-teste a maioria das

crianças esteve na classificação “normal” nos dois grupos, e que no pós-teste

ambos os grupos também obtiveram evoluções em todas as classificações, ou seja,

algumas crianças passaram de “regular” para “normal” e outras de “normal” para

“bom”.

Porém, apesar de ter havido diferença em ambos os grupos no pré e no pós-

teste, o G1 que participou das aulas de sapateado, obteve um índice maior de

crianças que passaram de “normal” para “bom”, ou seja, pode-se interpretar que as

aulas de sapateado possam ter influenciado significativamente na evolução da

coordenação motora das crianças.

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6. DISCUSSÃO

A falta de experiências motoras ou a falta de instrução adequada,

assim como a inexistência de oportunidades de práticas motoras ou ainda a

ausência de motivação para essas vivências é um problema que ocorre no ensino

de habilidades motoras e no contexto atual da Educação Física.

Dessa forma, é essencial que o profissional de Educação Física conheça o

processo de desenvolvimento pelos quais seus alunos passam, assim como

programas de atividades adequados para que possa garantir uma intervenção

segura.

O presente estudo apresentou informações sobre o nível de desenvolvimento

coordenativo de crianças de 8 a 9 anos, após a participação em um programa de

Educação Física com habilidades do sapateado.

Verificou-se diferença significativa nos resultados das crianças que praticaram

o sapateado, com aumento superior no desempenho no teste de coordenação

motora em relação as crianças que não participaram das aulas.

Uma suposição que justifique o fato de que as crianças que não participaram

das aulas de sapateado não tenham tido um desempenho considerado satisfatório

com relação as crianças que participaram das aulas de sapateado, deve-se ao fato

do baixo rendimento motor das mesmas, e apesar de todas as crianças estudarem

no mesmo colégio e todas terem aulas de Educação Física equivalentes, sendo as

aulas ministradas pela mesma professora nos dois turnos, talvez o número de

vivências e motivação não seja equiparado ao da turma do turno da tarde.

Enfim, deve-se levar em conta que este estudo não levou em consideração

variáveis que poderiam interferir na aprendizagem da tarefa ou na avaliação do

teste, sendo estas variáveis ambientais, da tarefa ou do individuo.

Outra suposição para explicar que o resultado da maioria das crianças em

ambos os grupos serem classificadas como “normal” deve-se ao fato de que a faixa

de classificação da interpretação dos valores no indicador “normal é muito mais

ampla do que a dos outros indicadores, de acordo com o protocolo de avaliação do

teste KTK.

Vários estudos vêm analisando o nível e desenvolvimento da coordenação

motora em diferentes populações.

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Gorla (2001), realizou um estudo com indivíduos portadores de deficiência

mental na faixa etária compreendida entre 6 e 11 anos de idade, e desenvolveu um

programa de educação física específico (PEFE) durante um período de 23 sessões.

Para as análises da coordenação motora global, foi realizado o teste KTK e para

comparação dos índices de coordenação motora global utilizou-se das tabelas

normativas de Kiphard e Schilling, 1974. Observou-se que todos os sujeitos tiveram

progresso na coordenação corporal total, porém algumas características individuais

como: déficit de atenção, ansiedade, distração e timidez, contribuíram para um

desempenho não satisfatório em algumas tarefas.

Estes dados apontam que o programa de Educação Física orientado exerceu

nos sujeitos do estudo (portadores de deficiência mental) melhoria ou progresso na

coordenação motora, sugerindo, entretanto a necessidade de aprofundamento de

estudos em cada uma das variáveis numa amostra mais abrangente desta

população.

Um estudo de Corte-real, Vasconcelos e Martinho (2004) abordando a

formação corporal de base como elemento fundamental para o desenvolvimento

global, visando avaliar principalmente a coordenação motora e velocidade de reação

partindo de dois grupos, um de crianças não praticantes de atividades físicas e outro

composto por crianças praticantes de modalidades desportivas extra-curriculares,

concluíram que o grupo de crianças praticantes apresentou, níveis mais elevados de

coordenação motora e velocidade de reação em relação ao grupo de não

praticantes.

Estes resultados confirmam a teoria de Gallahue e Ozmun (2003) onde

quanto mais experiências perceptivo-motoras de aprendizagem as crianças

vivenciarem, mais oportunidades terão de desenvolver uma certo número de

respostas diante as diversas solicitações motoras e sugere novas investigações

comparativas e abordando outras variáveis pertinentes.

Silva e Ferreira (2001), realizaram um estudo que teve como objetivo verificar,

através da aplicação do teste KTK, os níveis de coordenação motora de nove

crianças de seis a dez anos com síndrome de Down. A metodologia de trabalho

consistiu de um pré e um pós-teste para coordenação corporal. Os resultados

indicaram que a aplicação de um programa diferenciado de atividades físicas

produziu melhora significativa no desenvolvimento motor de 78% dos sujeitos.

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Concluiu-se que atividades físicas específicas com crianças com síndrome de Down

mostram melhora na coordenação em toda sua extensão, o que provavelmente pode

ocorrer com crianças sem nenhum tipo de deficiência.

Desta forma, se uma criança for pouco estimulada ou apresentar déficits do

desenvolvimento motor na primeira infância, estes se refletirão em sua vida adulta.

Fernandes (1999),realizou um estudo com o objetivo de comparar e

diagnosticar o desempenho motor coordenado de 110 crianças de escolas

regulares.Como instrumentos foram utilizados o Teste de Coordenação Motora KTK

de Kiphard e Schilling (1974) e uma entrevista semi-estruturada contendo dados

relativos à identificação, inserção habitacional na escola, clubes e associações. As

análises revelaram um predomínio de classificação normal para ambas às escolas,

com superioridade para o sexo masculino.

Silva (1989) desenvolveu um estudo que teve como objetivo detectar a faixa

etária de maior desenvolvimento da coordenação motora ampla (grossa) de crianças

do sexo masculino e feminino, nas idades de sete a dez anos, assim como verificar

se existem diferenças significativas entre os graus de coordenação motora ampla

por sexo e idade. A amostra foi constituída de 1000 escolares (500 do sexo

masculino e 500 do sexo feminino) e avaliados pelo teste de KTK. Os resultados

mostraram uma superioridade do quociente motor global no sexo masculino com

exceção da idade de 8 anos que foi superior no sexo feminino.

Esses dois estudos justificam as afirmações de que as variações se devem

em função da prática ou de experiências anteriores, porém deve-se considerar

também que o desenvolvimento motor varia de acordo com o ambiente, sexo, faixa

etária e com outras variáveis que é importante considerar e analisar.

Outro estudo que se utilizou o teste KTK foi o de Lupatini citado por Silva

(1989) que procurou observar se o equilíbrio corporal entre 19 meninos e 19

meninas de seis a oito anos desenvolvia-se diferencialmente após um programa

específico de Educação Física em uma escola pública da cidade de Águas de

Chapecó/SC. Verificou-se que houve melhora significativa tanto no equilíbrio quanto

na coordenação motora ampla de ambos os grupos, no entanto, não houve

diferença significativa na comparação entre meninos e meninas na faixa etária de

seis e sete anos.

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Através do estudo anterior é visível que se deve desenvolver na criança um

comportamento criativo, através da percepção corporal que é uma condição básica

para a estruturação do movimento humano e das capacidades físicas.

Santos (1999), procurou avaliar o nível de desenvolvimento da coordenação

motora em um grupo de sete crianças portadoras de deficiência mental leve,

moderada e severa e não portadora de deficiência mental, inscrito no projeto de

extensão "Ginástica Olímpica - Esporte de Base". A faixa etária dos participantes

(meninos e meninas) foi de cinco a nove anos de idade. Para verificar os efeitos das

atividades de ginástica olímpica sobre a coordenação motora dos participantes,

foram coletados dados utilizando-se o Teste de Coordenação Motora Para Crianças

- K.T.K., antes e depois da intervenção. O processo metodológico utilizado nas aulas

constituiu-se de atividades lúdicas e em circuito, de forma a garantir maiores níveis

de participação e vivência do aprendizado. Conforme a verificação do teste K.T.K., o

grupo obteve na primeira avaliação um coeficiente motor regular. Após a

intervenção, no re-teste, o coeficiente motor mostrou índice normal. Verificou-se

assim, que a prática da ginástica olímpica, dentro da proposta de trabalho,

influenciou na melhora do desenvolvimento da coordenação motora dos

participantes. Concluíram que esta atividade promoveu o desenvolvimento da

autonomia, motivação, imaginação e criatividade, além da melhoria relativa ao

acervo motor.

Assim, temos que reconhecer que a infância é a etapa mais importante a

caminho da maturidade neurológica e psicológica, razão pela qual temos a

necessidade de garantirmos que as atividades motoras da infância representem

concretamente, a oportunidade de vivências corporais e de desenvolvimento global

para estas crianças.

De um modo geral, a maioria dos estudos citados acima comprovam a

suposição de que o ensino de um programa de Educação Física especifico e bem

elaborado , pode contribuir sim para melhoras nas capacidades físicas, mentais e

sociais de crianças .

Enfim, o efeito da prática através da dança serviu como estímulo no

desenvolvimento global das crianças, integrando corpo e mente na exploração e

interação com o meio.

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7. CONCLUSÃO

Através dos resultados deste estudo, pôde-se concluir que há indícios para

afirmar que o ensino de aulas rítmicas de dança, mais especificamente o sapateado,

pode ter efeito positivo no desenvolvimento e evolução de capacidades físicas de

crianças e no que se refere à avanços na qualidade do movimento.

Verificou-se uma melhoria na capacidade de coordenação corporal nos dois

grupos avaliados, tanto nas crianças que participaram das aulas de sapateado

quanto nas crianças que não participaram das aulas.

Porém, as crianças que participaram do grupo que praticou as aulas de

sapateado obtiveram avanços mais acentuados e também um melhor e maior

desempenho na coordenação motora, comparado as crianças que não participaram

do programa de aulas de sapateado.

Conclui-se que este resultado se deve ao fato de que, a aprendizagem de

uma habilidade motora especifica, ou seja, o efeito da prática desenvolve melhor as

capacidades motoras de um individuo, sendo que o processo especifico de

aprendizagem de uma habilidade motora beneficia e auxilia no avanço do

desempenho das capacidades físicas e cognitivas.

De um modo geral, o ensino de uma atividade rítmica apresentou evidências

positivas a respeito da evolução da aprendizagem motora em crianças, e

conseqüentemente melhora na coordenação motora.

Porém, este estudo não traz conclusões definitivas no que diz respeito a

duração das aulas, nem considerou fatores sociais, psicológicos, físicos e

ambientais, tornando-se necessário a realização de mais estudos que analisem a

influência da duração das aulas, a freqüência semanal e outras restrições que

interfiram na aprendizagem motora e na melhora das capacidades físicas. Podendo

ser feito também uma adequação em diferentes contextos sociais, econômicos e

culturais em instituições de ensino, aulas particulares e principalmente analisando o

real papel que a Educação Física exerce neste contexto.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Aires - Año 8 – n. 58 - Marzo de 2003. Revista digital. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd58/5anos.htm PELLEGRINI, A. M.; NETO, S. S.; BUENO, F. C.; ALLEONI, B. N.; MOTTA, A. I. Desenvolvendo a coordenação motora no ensino fundamental. In: Vários coordenadores. (Org.). Núcleo de Ensino. São Paulo: Editora UNESP, vol. 1, p. 177-190, 2003. SANTOS, W. A influência da Ginástica olímpica na coordenação motora de crianças portadoras de deficiência mental.In: CONGRESSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, Londrina. Anais - Londrina: Editora da UEL, 1999. p. 324, 1999. SCALZZO, F.; PIRES, W. Todo mundo pode sapatear. Disponível em: http://www.xenicare.com.br/pc/obesidade/xenicare/web/printMatch.asp?CAN=2&MAT=sapateado. Acesso em 25 de maio de 2008. SILVA, G. A. S. Análise da coordenação ampla (grossa) em crianças de 7 a 10 anos. 1989. 100 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989. SILVA, D. R.; FERREIRA, J. S. Intervenções na Educação Física em crianças com Síndrome de Down. Revista da Educação Física da UEM, Maringá, v. 12, n. 1, p. 69-76, 2001. STRAZZACAPPA, M. A educação e a fábrica de corpos: a dança na escola; Cadernos Cedes, ano XXI, n. 53, abril/2001 TANI, G.; MANOEL, E.J.; KOKUBUN, E; PROENÇA J. E. Educação Física Escolar: Fundamentos de uma Abordagem Desenvolvimentista. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988. THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2002 VIANNA, Klaus. A dança. São Paulo: Siciliano, 1990.

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9. APÊNDICES APÊNDICE 1

Londrina,____de______________de 2008.

AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS

À COORDENAÇÃO DO COLÉGIO APLICAÇÃO – CAMPUS-UEL,

Vimos por meio desta, solicitar autorização para a realização nessa instituição, das

coletas de dados referente ao trabalho de conclusão de curso: “A influência de um programa

de Educação Física com habilidades do sapateado no desenvolvimento na coordenação

motora”, da aluna Christine Lima Ribeiro do curso de Educação Física - Bacharelado da

Universidade Estadual de Londrina.

O estudo, sob orientação da professora Ms. Josiane Medina Papst tem por finalidade

avaliar a influência de um programa de Educação Física com habilidades do sapateado no

desenvolvimento da coordenação motora de crianças em idade escolar, comparando o

desempenho das crianças nos testes de coordenação motora antes e após as aulas de

sapateado. As crianças serão filmadas realizando as habilidades propostas do sapateado

em três momentos: antes do início das aulas, após a ultima aula e uma semana após o seu

término. Serão conduzidas seis aulas, em dias alternados, conforme horários agendados

anteriormente.

Salientamos que os dados coletados estarão sob sigilo e serão utilizados apenas

para fins acadêmicos e de pesquisa.

Agradecemos antecipadamente.

Atenciosamente,

Christine Lima Ribeiro Discente do curso de Educação Física – Bacharelado.

Profª. Ms. Josiane Medina Professora responsável

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

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APÊNDICE 2

Londrina,____de______________de 2008.

DECLARAÇÃO DA COORDENAÇÃO

Declaramos para os devidos fins que autorizamos a realização da

coleta de dados referente ao trabalho de conclusão de curso: “A influência de um

programa de Educação Física com habilidades do sapateado no desenvolvimento na

coordenação motora”, da aluna Christine Lima Ribeiro do curso de Educação Física

- Bacharelado da Universidade Estadual de Londrina, sob orientação da professora

Ms. Josiane Medina Papst.

Fomos esclarecidos sobre todos os procedimentos do estudo e tendo em

vista que não há nenhum custo ou risco para as crianças participantes

disponibilizamos os espaços da escola para a condução das aulas e as

correspondentes avaliações.

Atenciosamente,

A direção / coordenação pedagógica do

do Colégio de Aplicação

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA COLÉGIO DE APLICAÇÃO - CAMPUS

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APÊNDICE 3

PROTOCOLO DO TESTE K.T.K

IDENTIFICAÇÃO

Nome:

Sexo: Data de nascimento:

01 - TESTE BALANÇAR DE PÉ

Trave 1 2 3 Soma

6,0 cm

4,5 cm

3,0 cm RW MQ1

Total

02- TESTE PULO MONOPEDAL (PM)

Alt. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Soma

D

E RW MQ2

Total

03- TESTE PULO DE LADO (PL)

1 2 Soma RW MQ3

Pular 15 segundos

04- TESTE MUDAR DE LADO (ML)

1 2 Soma RW MQ4

Mudar 20 segundos

Soma de MQ1 – MQ4:

Classificação