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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A importância da psicomotricidade nas aulas de educação física para crianças da educação infantil. Diego Ubiratan Bezerra da Luz Orientador Profª. Maria Esther Araújo Co-orientadora: Profª. Giselle Böger Brand Rio de Janeiro 2012 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A importância da psicomotricidade nas aulas de

educação física para crianças da educação infantil.

Diego Ubiratan Bezerra da Luz

Orientador

Profª. Maria Esther Araújo

Co-orientadora:

Profª. Giselle Böger Brand

Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A importância da psicomotricidade nas aulas de

educação física para crianças da educação infantil.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em psicomotricidade pelo aluno

Diego Ubiratan Bezerra da Luz

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

O desenvolvimento da motricidade humana

CAPÍTULO II

O processo de maturação da psicomotricidade da criança

CAPÍTULO III

As dificuldades de aprendizagem dos gestos motores

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

RESUMO

4

O Presente estudo evidencia a importância da psicomotricidade na

educação infantil. O trabalho teve como objetivo demonstrar as

dificuldades motoras dos alunos de 2 a 5 anos em que estão matriculado

na escola ou na creche. Utilizamos como referencial a pesquisa

qualitativa por meio de uma revisão bibliográfica sobre o assunto,

enfatizando seus principais aspectos como: O desenvolvimento da

motricidade humana, os processos de maturação da psicomotricidade da

criança e as dificuldades de aprendizagem dos gestos motores. Com isso

buscamos melhorar a vivencia motora das crianças.

METODOLOGIA

5

Buscando alcançar os objetivos propostos, a pesquisa será realizada

em método qualitativo. Essa pesquisa se dará através de um levantamento

bibliográfico sobre o tema psicomotricidade.

Para a coleta dos dados será realizado o método de abordagem

qualitativa. Essa técnica consiste na revisão detalhada da literatura existente

sobre o tema. Sendo ela pesquisa em livros, artigos, revistas e internet.

A bibliografia utilizada terá autores como: Fátima Alves, Jean Le bouch,

Henri Wallon, Francisco Rosa Neto, David Gallahue, Vitor Fonseca, Dalila

Molina Costallat, Jorge Sérggio Gallardo.

INTRODUÇÃO

6

A Psicomotricidade como ciência da síntese, segundo Dalila de Costallat

(1987) com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que

afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano

e sua convivência com os demais.

Sendo a psicomotricidade a educação da integridade do ser, através do

seu corpo, visa privilegiar a qualidade da relação efetiva, a mediatização, a

disponibilidade tônica, a segurança gravitacional, o controle postural, a noção

do corpo e sua lateralização, enquanto componentes essenciais e globais da

aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade

são abordadas como unidade e totalidade do ser. Seu enfoque é, portanto,

psicossomática, psicognitivo, psiquiátricos, somático analítico, psiconeurológico

e psicoterapêutico, (Dalila 1987).

A questão centra desse trabalho é a importância da psicomotricidade

nas aulas de educação física da educação infantil. Por meio de atividades as

crianças além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o

mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais precisamos que os jogos e as

brincadeiras ocupem um lugar no programa escolar desde a educação infantil.

O desenvolvimento global da criança se dá através do movimento, da

ação, da experiência e da criatividade, levando-a a conseguir plena

consciência de si mesma, da sua realidade corporal que sente, pensa,

movimenta-se no espaço, bem como encontra-se com os objetos e

gradativamente distingue suas formas e se conscientiza das relações de si

mesma com o espaço e o tempo, interiorizando, assim, a realidade

(FONSECA, 1995). As crianças estão perdendo a melhor fase da vida delas

com outras ocupações como horas no computador, jogando vídeo games,

realizando muito poucas atividades motoras. Para que aja um desenvolvimento

integral dessas crianças precisamos nos conscientizar desse problema e

buscar profissionais que tenham capacidade para trabalhar na melhoria dessa

situação.

Considerando a psicomotricidade como a ciência que envolve toda a

ação realizada pelo individuo, que represente suas necessidades e permitem

suas relações com os demais, vemos que é indispensável sua atuação durante

7

a vida da pré-escola da criança. Segundo Gallardo (2003), a infância é

caracterizada por concentrar as aquisições fundamentais para o restante do

desenvolvimento humano, pois é nessa etapa da vida que o indivíduo forma a

base motora para a realização de movimentos mais complexos futuramente.

Neste momento é importante que a criança tenha um bom acompanhamento

no seu desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. O movimento permite

a criança explorar o mundo exterior. Sem contato com o concreto, a criança

pode desenvolver um bloqueio e se isolar por toda vida.

O objetivo desde trabalho foi levantar questões sobre da estimulação

da importância psicomotora na educação infantil. Mostrar que as crianças

estão tendo muitas dificuldades em realizarem atividades motoras simples

como correr, saltar, pular, dentre outras. Demonstrando que a educação infantil

tem finalidade em si mesma e, consequentemente, é a preparação para a vida

posterior á escola. A construção do esquema corporal e a organização das

sensações relativas ao próprio corpo têm um papel fundamental no

desenvolvimento da criança.

Nesse trabalho serão apresentadas as definições de psicomotricidade,

pelo olhar de vários pesquisadores, além de sua importância na vida de

crianças 2 a 5 anos de idade.

No capitulo I será abordado o desenvolvimento da motricidade humana

enfatizando temas relativos à psicomotricidade. Esse desenvolvimento vem

sofrendo transformações o a evolução ser humano. Esse capítulo com tem um

a visão de geral da motricidade humana. Tem como contexto o ponto de vista

conceitual do desenvolvimento humano.

No capitulo II será abordado o processo de maturação da

psicomotricidade da criança. Destacando as questões relacionadas ao

desenvolvimento psicomotor da criança bem como os esquemas de

desenvolvimento infantil. E a relação do individuo com o meio. Também em

destaque fatores pré-natais que afetam o desenvolvimento.

No capitulo III, será enfatizado as dificuldades de aprendizagem

decorrente dos distúrbios psicomotores. E bem clara a diferença de uma

criança que brinca de amarelinha, pega-pega, e jogos de percurso da criança

8

que passa o dia inteiro em frente à TV ou jogando vídeo-game; esta não tem

equilíbrio, boa coordenação motora e raciocínio rápido. Assim a única hora que

essa criança brinca e joga é na aula de educação física escolar. Enquanto que

a criança anterior apresenta bom desenvolvimento da área psicomotora e

cognitiva. A fala também pode ser estimulada pela brincadeira onde a criança

pequena com gestos se comunica com os outros e aos poucos vai

desenvolvendo a linguagem, estruturando-a e enriquecendo seu vocabulário.

CAPÍTULO I

O desenvolvimento da motricidade humana

Desde o momento da concepção, o organismo humano segue uma

lógica biológica dentro de uma organização maturativa, evolutiva e integrada.

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Entre o nascimento e a idade adulta no organismo humano se produzem

profundas modificações que leva a interação e a estimulação. As

possibilidades motoras da criança evoluem de acordo com a sua idade, sendo

cada vez mais variadas, completas e complexas.

Durante a gravidez, os sinais de vida do feto em relação ao mundo

exterior, se da fundamentalmente pela atividade motora, que evolui

amplamente. O movimento conte em si mesmo sua verdade, tem sempre uma

orientação significativa em função da satisfação das necessidades que o meio

promove, portanto, o movimento e o seu fim são uma unidade relacional.

Esses dois aspectos se aperfeiçoam cada vez mais como resultado de uma

diferenciação progressiva das estruturas do ser humano (NETO, 2002 p.11).

Os movimentos do feto são relacionados com o meio. Esses

movimentos são de estrema necessidade para a comunicação com a mãe. O

individuo ao nascer já possui uma conexão motora pré-estabelecida a com o

meio ambiente. Conexão essas que tem com ponto fundamental a

individualidade biológica.

Em 1925, Heuyer (apud Rosa Neto 2002 p.13) partindo da perspectiva

de Dupré, empregou o termo psicomotricidade a fim de ressaltar a associação

estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da

afetividade. Dedicou-se a isolar os transtornos das funções motrizes que

acompanham as do caráter. Através de suas investigações comprovou

aplicação de um tratamento motriz às crianças instáveis, com ligeiras

paranoias, e as jovens delinquentes, emotivos, dentre outros. A

psicomotricidade para trabalhar na relação de afetividade traz o lazer, a

brincadeira e o desafio com ponte de apoio. O desafio é parte imprescindível

para atuação da psicomotricidade com jovens. As pesquisas de Dupré fizeram

parte do avanço da psicomotricidade.

É importante destacar as contribuições de Wallon (1963 p.25), que

conduzira sua analise sobre os estágios e os transtornos do desenvolvimento

motor e metal da criança; de Piaget por considerá-las pilares fundamentais na

construção teórica do campo da motricidade; e de Freud e Spitz, pelo olhar

psicanalítico contribuindo imensamente com seus estudos.

10

No período que prossegue de 1947 a 1959, no Hospital Henri-

Rousselle de Paris, Ajuriaguerra e Diatkine dão inicio ao trabalho que busca a

identidade da motricidade, impulsionando de maneira significativa a história

moderna da motricidade. Ambos eram alunos de Heuyer e tinham preferência

pelo estudo crítico da debilidade motriz. Contribuíram de maneira a dar um

avanço na pratica motriz, constituindo base cientifica para sequência do

tratamento em crianças.

Suas publicações, uma serie delas, deram lugar a primeira carta de

reeducação motriz na França, publicada em 1960, tendo como conteúdo a

fundamentação teórica do exame motor, uma serie de métodos e técnicas de

tratamento de diversos transtornos motrizes.

A nova metodologia pode ser considerada como a estrutura que

configura as grandes bases da motricidade atual: Coordenação Dinâmica e

Oculomanual; Equilíbrio; Organização Espacial e temporal; Esquema corporal

e lateralidade.

Seguidor de Ajuriaguerra, Berges estudo quase todos os temas que

podem ser suscitados no desenvolvimento do cérebro, entre outros aspectos

(ROSA Neto, p.11 2002).

1.1 - Psicomotricidade

O estudo da psicomotricidade surgiu na França, por volta de 1950, sua

evolução veio da psiquiatria.

É uma técnica em que se misturam vários olhares e que se utiliza das

varias ciências: a Biologia, a Psicologia, a psicanálise, a sociologia e a

lingüística (Coste, 1975 p.14).

Seu objeto de estudo é o homem, através de seu corpo em movimento,

esse mesmo homem em relação com o mundo nas suas possibilidades de

perceber, atuar e agir consigo mesmo, e com o outro e com os objetos.

Segundo o Dr. Julian ajuriaguerra, medico psiquiatra, laureado pela

École de France, considerado pela comunidade cientifica como “pai da

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psicomotricidade”, ele a define assim: a Psicomotricidade se conceitua como

ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas,

psicológicas, condutistas, evolutista, genética, etc., ela visa à representação e

a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do individuo”,

(COSTE, 1989, P. 33)

A Psicomotricidade como ciência da síntese, segundo Dalila de Costallat

(1976, p.24), com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os

problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade

do ser humano e sua convivência com os demais.

.

1. 2 - Elementos básicos da psicomotricidade

Apresento os elementos básicos da motricidade, inspirados nos

referenciais propostos por Jean Claude Costa (A Psicomotricidade, 1989) e

Vitor da Fonseca (Psicomotricidade: Filogênese, ontogênese e Retrogenese,

1998)

• Motricidade fina (Óculo Manual)

Os três componentes utilizados nesta coordenação, que representa a

atividade mais frequente e mais comum no homem, é o objeto olho e mão.

O homem utiliza da coordenação para pegar um objeto e lança-lo, para

escrever, desenhar, recortar, etc. Ela inclui uma fase de transporte de mão,

seguida de uma fase de agarre e manipulação.

Atividade manual, guiada por um meio da visão, faz intervir, ao mesmo

tempo, no conjunto dos músculos que asseguram a manutenção dos ombros,

braços, do antebraço e da mão que é responsável pelo ato motor ou manual

de agarrar. Já os músculos oculomotores regulam a fixação do olhar, as

sacudidas oculares e os movimentos de perseguição.

Para a coordenação desses atos, participam diferentes centros

nervosos motores e sensoriais que se fazem pela organização de programas

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motores e pela intervenção de varias sensações vindas de receptores

sensoriais, articulares e cutâneos do membro a ser utilizado.

O córtex pré-central corresponde à motricidade fina e tem um papel

fundamental no controle dos movimentos isolados das mãos e dos dedos faz

ressaltar a fineza extrema dos controles táteis e motores.

As explorações táteis e palmatórias permitem o reconhecimento das

formas sem a intervenção da visão. Por si só, as informações cutâneas e

articulares associadas à motricidade digital proporcionam as indicações a partir

das quais as formas podem ser reconstituídas.

A coordenação viso motora é um processo de ação existente na

coincidência do ato motor e da estimulação visual percebida, portanto esse tipo

de dinamismo só pode dar em indivíduos videntes. Os não videntes transferem

as percepções visuais, que não possuem, para outros meios de informação:

guias sonoros, percepções táteis, entre outros.

A atividade motriz usual que se requer o controle de músculos e

articulações de um membro superior associada à coordenação viso manual é a

escrita considerando que a mão e o olho não são absolutamente

indispensáveis, a escrita manual guiada pela visão proporcionada o modelo

gráfico mais regular e rápido.

Essa coordenação se elabora de modo progressivo com a evolução

motriz da criança e do aprendizado.

• Motricidade global

O movimento motor global, seja ele mais simples, é um movimento

sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial, temporal, e assim por diante.

Os movimentos dinâmicos corporais desempenham um importante

papel na melhora dos comandos nervosos e no afinamento das sensações e

das percepções.

O que é educativo na atividade motora não é a quantidade de trabalho

efetuado, mas sim o controle de si mesmo obtido pela quantidade do

movimento executado, da precisão e da maestria de sua execução.

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O Equilíbrio é a base primordial de toda a ação diferenciada dos

segmentos corporais. Quanto mais defeituoso for o movimento, mais energia o

corpo consome e dessa luta constante, mesmo que inconsciente, contra o

desequilíbrio, resulta uma fadiga corporal, mental e espiritual, aumentando o

nível de estresse, ansiedade e angustia do individuo.

Com efeito, existem relações estreitas entre as alterações ou as

insuficiências do equilíbrio estático e dinâmico e os latentes estados de

ansiedade ou insegurança.

Num breve retomar da historia humana, em relação à complexibilidade

motora ,citaremos, a postura que é a atividade reflexa do corpo com relação

espaço, vinda de uma experiência pessoal e subjetiva, única e personalizada.

Esses reflexos podem fazer intervir os músculos, segmentos corporais ou o

corpo todo, como, por exemplo, a postura tônica em flexão.

A postura está estruturada sobre o tônus muscular. O equilíbrio e o

resultado de um corpo quando forças distintas que atuam sobre ele se

compensam e anulam-se mutuamente.

Do ponto de vista biológico, a possibilidade de manter posturas,

posições e atitudes indicam a existência de equilíbrio.

• Esquema corpora

A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, sendo o

núcleo da personalidade, se organiza em um contexto de relações mutuas do

organismo e do meio.

A construção do esquema corporal é a organização das sensações

relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior.

Exercendo um papel fundamental no desenvolvimento da criança, já que essa

organização é o ponto de partida de suas possibilidades de ação, então,

esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo

em associação com os dados do mundo exterior.

• Organização espacial

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A noção de espaço é ao mesmo tempo concreta e abstrata, finita e

infinita, envolve tanto o espaço do corpo, como o espaço que nos rodeia. A

ideia de espaço esta imbuída em nossas sensações, resultante de

experiências e aprendizagens.

O espaço psicológico, associado a nossa atividade mental, revela-se em

nosso nível de consciência.

A nossa atividade perceptiva baseada na experiência do aprendizado é

que nos permite dar significado a organização espacial. A organização espacial

depende, ao mesmo tempo, da estrutura do nosso próprio corpo, da natureza

do meio que nos rodeia e de suas características.

Todas as modalidades sensórias participam em certa medida na

percepção espacial: a visão, a audição, o tato e o olfato.

A evolução da noção espacial destaca a existência de suas etapas: uma

ligada à percepção imediata do ambiente, caracterizada pelo espaço

perceptivo e a outra baseada nas operações mentais que saem do espaço

representativo e intelectual.

• Organização temporal

O tempo é, antes de tudo, memória: à medida que leio, o tempo passa.

Dessa maneira existem dois grandes componentes da organização temporal: a

ordem e a duração que o ritmo reúne.

A ordem define a sucessão que existe entre os acontecimentos que

produzem, uns sendo continuação dos outros, em uma ordem física

irreversível.

A duração permite a variação do intervalo que separa o principio e o fim

de um acontecimento. Essa medida possui diferentes unidades cronométricas

como o dia e as suas divisões, as horas, os minutos e os segundos.

A organização temporal inclui uma dimensão lógica, uma dimensão

convencional e um aspecto de vivencia que surge antes dos outros dois.

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Os aspectos relacionados à percepção do tempo evoluem e amadurecem

com a idade.

No tempo psicológico, organizamos a ordem dos acontecimentos e

estimamos a sua duração, construindo, assim, nosso próprio tempo.

• Lateralidade

O corpo humano está caracterizado pela presença de partes

anatômicas pares e globalmente simétricas.

A lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes

simétricas do corpo: mão, olho, ouvido, pernas; a lateralização cortical é a

especialidade de um dos dois hemisférios quanto ao tratamento da informação

sensorial ou quanto ao controle de certas funções.

A lateralidade está em função de um predomínio que outorga a um dos

dois hemisférios a iniciativa da organização do ato motor, a qual chegará à

aprendizagem e na consolidação das praxias.

CAPÍTULO II

O Processo de maturação da psicomotricidade da

criança

“A interação existe entre o pensamento,

consciente ou não, e o movimento efetuado pelos

músculos, com a ajuda do sistema nervoso,

compreende-se como desenvolvimento psicomotor.

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Dessa maneira, o cérebro e músculos influenciam-se e

educam-se mutuamente, agindo de maneira que leve o

individuo a evoluir, progredindo no plano do

pensamento e da motricidade”. (Conceição, 1984,

p.23)

No Processo evolutivo humano, vê-se que há dois momentos

interessantes: inicialmente, as aprendizagens, ou seja, o método de

estabelecer conexão entre certos estímulos e determinadas repostas. Para

aumentar a adaptação do individuo ao ambiente, fica uma dependência maior

dos aspectos internos, isto é, da maturação do sistema nervoso central; em

seguida as aprendizagens dependem mais das informações provindas do meio

externo que são captadas pelos órgãos sensoriais. Portanto, há uma relação

bastante intima entre as influencias externas e internas, criando a integridade

do sistema nervoso central e subsídios para o estabelecimento de conexão

com os estímulos do ambiente para um desenvolvimento percepto-motor.

Harlow (apud Vitor da Fonseca 1995), demonstrar que o córtex motor

exerce uma função determinante em todas as funções de aprendizagem

efetivamente inter-relacionadas em termos de desenvolvimento

psiconeurologico.

A importância de um adequado no desenvolvimento motor está

intimamente relacionada com o desenvolvimento cognitivo. A cognição é

compreendida como uma interação com o meio ambiente, referindo-se a

pessoas e objetos. A diferente fase do desenvolvimento motor tem grande

importância, porque colabora para a organização progressiva das demais

áreas, tal como a inteligência.

Segundo Conceição (1984, p.23) o desenvolvimento humano

implica transformações continuas que ocorrem através da interação dos

indivíduos entre si e com o meio que vivem então quanto mais dinâmicas forem

às experiências da criança, a partir de sua liberdade de sentir agir, através de

17

brincadeiras e jogos, maiores serão as possibilidades de enriquecimento

psicomotor.

O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos

tecidos nervosos, aumento em tamanho e complexibilidade do sistema nervoso

central, crescimento dos ossos e músculos, portanto comportamento nato,

espontâneo. Somente em casos de extrema privação ou de algum tipo de

distúrbio, esses comportamentos não se desenvolverão.

O desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes é englobado

pelo desenvolvimento psicomotor. É através dele a criança deixa de ser

criatura frágil da primeira infância e se transforma numa pessoa livre e

independente do auxilio alheio. As atividades motoras desempenham na vida

da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas

intelectuais. Enquanto explora o mundo que rodeia com todos os órgãos dos

sentidos, ela percebe também os meios com quais fará grande parte dos seus

contatos sociais.

Durante a primeira infância, até os 3 anos, a inteligência é função

imediata do desenvolvimento neuromuscular. Mais tarde, esta associação e

rompida e a inteligência e a motricidade se torna independente; essa

associação só será mantida nos casos de retardamento mental, em que

consciente intelectual diminuindo corresponde um rendimento motriz também

deficiente.

Um desenvolvimento psicomotor normal apresenta qualidades nos

movimentos que se integram numa certa ordem, ou seja, seguida por etapas:

fase de precisão: do 0 aos 7 anos, de rapidez dos 7 aos 10 anos e a fase

muscular que é dos 10 aos 15 anos.

A coordenação geral da criança alcança seu desenvolvimento definitivo

aproximadamente aos 15 anos, o que vem a facilitar uma educação

progressiva e normal.

Durante a evolução motora da criança vão ocorrendo dois processos que

se completam e se inter-relacionam: a diferenciação e a integração; e ambos

acontecem de maneira recíproca e simultânea o que resulta num

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desenvolvimento psicomotor normal que leva ao aumento de força, de rapidez,

de precisão e facilidade de movimento.

2.1 Esquema de desenvolvimento infantil dos dois aos

cinco anos

Segundo Gesell. Pcq e Vayer, Savastano, Piaget e Holle (apud FELIX,

2007, P.12) a relação de desenvolvimento da criança de 2 a 5 anos se da

assim:

2 anos

Características físicas e cognitivas

• Pesa de dez a treze quilos.

• Necessidade de mais ou menos treze horas de sono a noite e

repouso a tarde.

• A bexiga tem capacidade para conter mais urina, mas o

desenvolvimento neuromuscular ainda é insuficiente para que consiga um

controle esfincteriano perfeito.

• Apresenta alguma noção de quantidade e começar a enumerar.

• Lembrar o lugar onde deixou certos brinquedos e objetos.

• Mantém atenção concentrada por aproximadamente cinco minutos.

Comunicação e expressão

• Usa frequentemente a palavra não

• Atende pelo próprio nome

• Sua língua se torna útil

• Começa a construir frases curtas e simples

• Descreve objetos em termos de suas funções.

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Percepção

• Tem preferências por cores.

• Nomeia objetos, reconhece figuras.

• Percebe-se em fotos e espelho.

• Explorar o mundo pelos sentidos.

• Distingue o preto do branco.

• Classifica algumas figuras geométricas em termos e formas.

Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal.

• Coloca-se em posição bípede e anda.

• Corre com dificuldade, embora não caia muito.

• Sobe escadas, a cada movimento apoiando os dois pés em cada

degrau.

• Percebe-se no espelho e aponta algumas partes do corpo.

• Desenha garatujas.

• Salta desajeitadamente.

• Se Mantém de pé e imóvel sobre o banco, como os pés juntos,

durante dez segundos.

Coordenação fina

• Começa a comer sozinha; usa colher, xicaca ou copo sem derramar

muito.

• Copia linhas nos sentidos vertical e horizontal.

• Constrói torres de seis a oito cubos com 3 cm de lado.

• Fecha o zíper

• Tirar os próprios sapatos.

• Apresenta preensão fina nos dedos para: segurar objetos, colocar

objetos um ao lado do outro, folhear, enfiar contas grandes em fio.

20

• Aponta objetos com o indicador e transporta coisas.

• Apresenta dificuldade para dobrar papel e pintar.

Orientação temporal

• Tem noção do agora.

• Compreende sequência simples, sem referência ao passado.

Orientação espacial

• É capaz de grandes explorações do espaço

• Apresenta noções de localização: cima/embaixo, dentro/fora.

• Compreende as expressões aqui e lá.

• Com demonstração, encaixa quadrado, circulo e triangulo nos

respectivos lugares.

Características socio-afetivas

• Chama-se pelo próprio nome.

• Distingue meninos e meninas.

• A afetividade é viva e explosiva.

• Manifesta emoção sem controle.

• A sociabilidade é pouco diferenciada, com atividade lúdica solitária.

Ainda não divide brinquedos.

• Conhece a diferença entre “eu” e “tu”, mas não entende o que seja o

“nos”.

• Mantém distancia de estranhos.

• Mostrar a dificuldade para fazer escolhas e manifesta ansiedade

quando fracassa.

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• Revela ritualismo: faz as coisas a seu modo e irrita-se se alguém

interfere.

• Gosta de controlar os outros e dar ordens.

• Mostrar algumas tendências consideradas agressivas: bate, morde,

belisca.

• É Teimoso, negativista.

3 anos

Características físicas e cognitivas

• Pesa de treze a dezesseis quilos.

• Necessidade de repouso após a almoço.

• Concentra atenção por aproximadamente dez minutos.

Comunicação e expressão

• Entra na fase dos porquês (pensamento finalista: a criança quer saber

na realidade a finalidade, o “para quê das coisas”).

• É muito curiosa.

• Sabe sua idade.

• Não discrimina realidade e fantasia (pensamento mágico).

• Fala consigo mesma e com pessoas imaginarias.

• Forma frases completas.

• Nomeia o que constrói.

• Sabe dizer seu nome e sobrenome.

• Pode passar por fase de gagueira.

Percepção

• Reconhece as cores primarias.

• Observa detalhes e começa a identificar, classificar e comparar.

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• Classifica objetos por cor ou forma.

• Aumenta o interesse em ouvir.

• Discrimina quente/frio

Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal.

• Apresenta postura automatizada e melhor equilíbrio.

• Pode correr saltar, pular e subir escadas (com um pé ada degrau).

• Reconhece as diferentes partes do corpo e sabe nomeá-las

• Coloca o sapato correspondente em cada pé.

• Para com um pé só por momentos.

• Salta com os pés juntos sobre uma corda estendida no solo.

• Sabe se é menino ou menina.

• Tenta desenhar uma pessoa.

Coordenação fina

• Pode guardar suas próprias roupas, vestir-se e desamarrar cordões,

embora não de laços. Não consegue distinguir frente/atrás, de certas

roupas, escova os dentes com ajuda e abotoa apenas botões grandes.

• Constrói torre de novos cubos.

• Realiza construções ordenadas e equilibradas.

• Usa corretamente a colher e o garfo.

• Começa a segurar xícara pela asa e a comer sozinha sem derramar.

• Utiliza tesoura a manipula massa de modelar.

• Não consegue despejar liquido de um a outro recipiente, mas pode

treinar sobe supervisão.

• Pode copiar um circulo uma cruz e dobrar papel na horizontal e na

vertical.

Orientação temporal

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• Vocabulário de doze palavras para designar o tempo.

Orientação espacial

• Reconhece a ordem dos objetos familiares.

• Percebe o espaço onde se da à ação.

• Tem noção de “casa” e de suas partes.

• Orienta-se em itinerários simples.

Características sócio-afetivas

• Trata-se por “eu”! E fala de “meu” (noção do eu e de posse).

• Percebe os outros e a diferenças fisiológicas entre sexos.

• Pode julgar e escolher entre duas opções.

• Imita principalmente os adultos.

• É capaz de dramatizar.

• Consegue esperar sua vez nos jogos.

• Apresenta expressão emocional variável: ora tímida, ora extrovertida.

• Mostrar mais conformismo com a rotina do que aos dois anos.

• É ainda ritualista.

• Passe pela fase de birra, dos gritos.

4 anos

Características físicas e cognitivas

• Pesa de dezesseis a dezoito quilos.

• Recorda-se de objetos, mesmo na ausência destes.

• Necessita de algum repouso durante o dia.

• Concentra a atenção por períodos de aproximadamente vinte minutos.

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Comunicação e expressão

• Aumenta rapidamente seu vocabulário.

• Não para de fazer perguntas.

• Fala sozinha.

• Tem imaginação fértil.

• Apresenta curiosidade aumentada, quer saber “como” e “por que”.

• Sabe dizer seu nome, sobrenome e idade quando lhe perguntam.

• Canta bem pequenas canções.

• Gostam de palavras bobas, sem sentido, palavrões.

Percepção

• Reconhece cores e tonalidades tamanhas e formas geométricas.

• Reconhece objetos pelo tato, mesmo sem vê-los.

Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal.

• Apresenta integração do automatismo postural.

• Pode andar de bicicleta, jogar bola, aprender a nadar.

• Fica de pé sobre uma perna só, salta para frente com os pés juntos,

da saltos no mesmo lugar, caminhada na ponta dos pés.

• Reconhece as diversas partes do corpo e interessa-se pelas roupas e

gestos dos adultos.

• Demonstra curiosidade pelos órgãos genitais, pelo nascimento dos

bebes e diferenças sexuais.

Coordenação fina

• Realiza construções mais difíceis e combina construções.

25

• Veste-se e abotoa suas roupas, distingue frente/atrás, lava suas mãos

e pode tomar banho sozinho.

• Consegue enfiar fio grosso em agulha para borda em talagarça.

• Desenha uma pessoa.

• Recorta papel, segura pincel e cola com mais precisão.

• Desenha coisas que já viu.

Orientação temporal

• Demonstrar noção de duração de situações.

• Aumenta o vocabulário sobre o tempo.

Orientação espacial

• Tem noção de cidade e rua.

• Representa mentalmente itinerário.

• Emprega com exatidão o vocabulário relativo ao espaço (sentido de

direção e posições).

Características socio-afetivas

• Desenvolve o sentido do “eu”.

• Tem mais noção dos limites (meu/teu/nosso, certo/errado).

• Segrega o sexo nos jogos.

• Demonstra autoritarismo, expansividade e iniciativa.

• Tem grande capacidade de imitação.

• Adora ser elogiada e se elogia.

• É fisicamente afetuosa.

• Demonstrar alguns medos e por isso não deve ser assustada e nem

ouvir muitas estórias que venham a aumentar seus medos.

• Suas emoções são extremas: gosta muito, detesta muito.

26

• Gosta de exageros: ”maior que o céu” etc.

5 anos

Características físicas e cognitivas

• Pesa de dezessete a vinte quilos

• Planeja atividades, a idéia percebe a ação e é menos impulsiva (penas

antes de agir).

• É mais responsável e organizada.

• Pode começar a perder os dentes de leite.

• Começa a perceber a correspondência termo a termo, quando

compara dois conjuntos.

• Concentra a atenção por períodos de aproximadamente quinze a trinta

minutos.

Comunicação e expressão

• Vence as maiores dificuldades de pronuncia.

• Domina vocabulário rico.

• Faz muitas perguntas.

• Pode começar a ler algumas palavras.

• Define os objetos segundo seu uso.

• Começa a fazer distinção entre realidade e fantasia. É mais realista.

• Escreve primeiro seu nome.

Percepção

• Aprendem os conceitos e noção básicos de cor, forma, tamanho,

espessura, temperatura, sabor, cheiro e peso.

• Tem percepção de detalhes e é capaz de comparar e seriar.

27

Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal

• Demonstrar precisão e destreza na motricidade: pode sentar-se ereta,

correr, pedalar, pular, nadar, saltitar, atirar, virar cambalhotas.

• Tem melhor conhecimento das partes e das partes e das proporções

corporais.

• Com os pés juntos, salta sem impulsos, por cima de um elástico

colocado a 20 cm do solo e se mantém na ponta dos pés por dez

segundos.

• Apresenta independência total em suas necessidades (bexiga e

intestino).

Coordenação fina

• Apresenta motricidade fina mais hábil: da nos simples; escreve,

modela constrói, manipula, veste-se, alimenta-se, lava-se, colore dentro

de limites, utiliza faca ao comer, abotoa, amarra.

Orientação temporal

• Interessa-se pelo tempo presente.

• Compreende as diferenças: dia/noite, manhã/tarde.

• Maneja adequadamente os termos referentes ao tempo.

Orientação espacial

• Começa a diferenciar direito e esquerda.

• Reconhece alguns limites geográficos e consegue-se orientar na rua.

• Arma quebra-cabeças.

Características socio-afetivas

28

• Demonstra sentido mais seguro do “eu”.

• A mãe continua sendo o centro de seu universo, embora esteja mais

independente dela.

• Inicia atividades grupais, embora com fins mais individuais do que

coletivos.

• Começa a interessar-se pelos vizinhos, por pessoas novas.

• Aceita regras e limites e consegue jogar cooperativamente. É mais

sociável.

• Aparecem juízos de valor sobre o seu próprio comportamento.

• Tem iniciativa e ideias próprias.

• É mais autocrítica e segura.

• Continua a apresentar ansiedade com relação às coisas cuja

explicação desconhece.

Assim, considerando os esquemas de desenvolvimento psicomotor

infantil apresentado, podemos perceber a importância do trabalho do

professor e também do psicopedagogo, junto a essas crianças.

CAPÍTULO III

As dificuldades de aprendizagem dos gestos motores

O desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo ligado

ao processo global, inicia-se na infância e só termina na vida adulta.

Aprendizagem é um processo em que suas unidades básicas ocorrem quando

o individuo relaciona-se com outros, essa relação concretiza as aprendizagens

significativas.

O conceito de aprendizagem em muitas situações é restrito aos

conhecimentos escolares, entretanto é bem mais amplo. Abrangendo todo

ambiente social, vida afetiva e valores culturais.

29

O processo de aprendizagem sofre uma intervenção de vários fatores:

social, físico, intelectual, psicomotor. Na educação infantil o foco principal é o

emocional. Há quatro elementos que fazem parte da aprendizagem como

processo de comunicação:

Comunicador: professor ou meios de informação

Mensagem: conhecimento transmitido adequado à idade

Receptor: aluno devendo ser critico

Meio ambiente: escola, família e social. Todos devem ser estimulados

na aprendizagem.

Esses quatros elementos têm papel fundamental no processo ensino-

aprendizagem, se ocorrerem falhas e barreira entre a comunicação desses

elementos, poderá causar problemas de aprendizagem.

Na tabela quadro de aprendizagem (anexo 1) relaciona a aprendizagem

com a idade. Crianças de 2 anos e maio a 4 anos o esquema corporal é

abordado por meio de jogos de lateralidade. Assim como no ponto de vista

motor, que trabalha o conhecimento do espaço imediato e desenvolver

diferentes nossos. As crianças de 4 a 5 anos utilizam os jogos de lateralidade

com membros superiores e inferiores. Desenvolve nossos de espaço plano e

em 3 dimensões. Compreende sucessão como os termos “ante” e “depois”.

Desenvolver varias noções corporais e reproduzir um figura humana. A

orientação do espaço corporal do ponto de vista motor tem com objetivo apurar

os sentidos, aprendizagem das diversas posições do corpo e conseguir

reproduzi-las. Essa mesma faixa etária tem a estruturação espacial com

exercícios de reprodução em formas de grandezas movimentos. Na orientação

espacial do ponto de vista motor tem noções de fila, fileira, frente, costa. A

memória espacial das crianças de 4 a 5 anos tem a capacidade de memorizar

um espaço criado. Também podem desenvolver as orientações empregar os

termos “ontem” e “hoje”, colocar na ordem em que as coisas são vistas e

descobrir a ordem cronológica dos gestos da vida cotidiana. Elas têm a

capacidade de compreender a duração do tempo. Associar um material a

manha, à noite, associar um material as estação.

30

3.1 padrões básicos de desenvolvimento psicomotor (0

aos 5 anos )

“É uma ciência que tem por objetivo o

estudo do homem através do seu corpo

em movimento nas suas relações com o

seu mundo interno e externo”. (SPB,

1984, P.32)

O texto a seguir falará os padrões perceptivos visuais, motores e

psicomotores. Padrões esse que serão muito úteis para verificar a dificuldade

de aprendizagem do gesto motor. Tendo conhecimento desses padrões o

professor saberá se o seu aluno está com o desenvolvimento motor atrasado,

ou seja, fora de sua faixa etária. Assim o professor pode fazer uma análise do

desenvolvimento motor de seu aluno. Esse mesmo texto tem com referência a

tabela de escala do desenvolvimento motor feito por Fonseca em 1998.

O bebê ao nascer utiliza o processo de olhar e procurar estímulos

visuais estranhos, reação global e desorganizada dos momentos reflexos. No

primeiro mês o processo perceptivo visual passa a ser perseguição horizontal,

circular no olhar e Olha para as mãos. Ainda no primeiro mês o processo motor

da para o bebê a capacidade de levanta a cabeça e o tronco enquanto em

decúbito facial. Ele passa a segura objetos por longos períodos de tempo

decorrente do seu processo psicomotor.

No 2º mês ocorre a convergência binocular. E o processo motor

desenvolve a capacidade da manutenção das vértebras cervicais e dorsais. O

processo psicomotor começa as primeiras relações entre a mão e visão.

Passando para o 3º mês no processo de perceptivo visual, ocorre a

observação os movimentos dos dedos e das mãos. Isso acontece com o

aparecimento da acomodação visual. O processo motor se desenvolve e o

31

bebê é capaz de realizar movimentos com rotação do corpo para um dos

lados, abrir as mãos frequentemente, senta-se com um suporte e rodar de

decúbito dorsal para decúbito facial. No processo psicomotor a mão é

orientada para atração dos objetos através de preensões.

No 6º mês o processo perceptivo visual, persegue pontos ou

objetos no espaço em diferentes velocidades e discrimina de formas simples

os mesmos. Processo motor da Preferência manual começa a emergi

(lateriadades). Nessa idade o bebê senta-se com ajuda. Pode segurar dois

objetos simultaneamente passando um objetivo de uma mão para outra opõe o

polegar na preensão dos objetos.

Com um ano a criança já tem preferência manual na preensão dos

objetivos, consegue movimenta-se em quadrúpede e anda com suporte. Com

um ano e meio sobe escada engatinhando, anda automaticamente e a

preferência manual é menos diferenciada. Também realiza pequenas

imitações nos gestos, faz imitações espontâneas e executa pequenos jogos

simples, com apanha a bola.

Com 2 anos a criança tem a capacidade de discriminar formas, correr

e Imita movimentos verticais e horizontais. Aos 3 ano a criança melhora a

percepção visual do espaço. Consegue desenvolver os primeiros grafismos.

Equilibra-se num pé por pequeno período de tempo e equilibra-se na ponta do

pé. Tem a capacidade de controla-se em equilíbrio com os olhos fechados e a

capacidade de dissociar movimentos dos braços e das pernas. Com 4 anos

aparece a coordenação oculomotora, a preensão de objetos utilitários, a

Coordenação da marcha e a corrida salta.

Quando a criança chega aos 5 anos ela já tem a capacidade realizar

um grafismos simbólicos, desenho do corpo e da casa. Criança com essa

idade também consegue copiar figuras geométricas. O seu desenvolvimento

motor sofre grandes mudanças. São capazes de salta com os pés juntos, sobir

escadas correndo, noção do corpo em manipula objetos e atira objetivos com

intencionalidade. Possui a Lateralidade e a direcionalidade bem desenvolvidas.

Em todo caso haverá sempre crianças que desenvolve um processo mais

rápido do que o outras.

32

Um professor da pré-escola, tendo em conta a idade cronológica de

seus alunos, prever o que pode esperar deles do ponto de vista da linguagem,

da inteligência e do corpo. A partir daí ele tem condições de dosar a

estimulação em cada dessas áreas, a fim de encaminhar seus alunos para

amadurecer equilibrado intelectual, afetivo e corporalmente.

3.2 A brincadeira e a aprendizagem

"O jogo é, portanto, sob as suas duas

formas essenciais de exercício sensório-

motor e de simbolismo, uma assimilação da

real à atividade própria, fornecendo a esta

seu alimento necessário e transformando o

real em função das necessidades múltiplas

do eu. Por isso, os métodos ativos de

educação das crianças exigem todos que

se forneça às crianças um material

conveniente, a fim de que, jogando, elas

cheguem a assimilar as realidades

intelectuais que, sem isso, permanecem

exteriores à inteligência infantil". (Piaget

1976, p.160).

Segundo Piaget (1976, p.54) brincar vem sendo muito comentada e trabalhada

atualmente. O que antes era visto como pura diversão, hoje é visto como forma

de aprendizagem e ferramenta extremamente importante para o

desenvolvimento infantil. Até pouco tempo atrás as crianças brincavam para

se distraírem e darem um pouco de “sossego” para pais e professores. As

brincadeiras de esconder, pega-pega, amarelinha, cabra-cega, eram as mais

usadas, assim como dominó, baralho e jogos de percurso que sempre foram a

33

sensação de pré - adolescentes e adolescentes. Brincar na rua era um

sentimento de liberdade; as crianças se juntavam no final da tarde para brincar

e os pais ficavam observando e conversando com a vizinhança.

No entanto, hoje as coisas mudaram um pouco; criança que brinca na

rua não é bem vista, e os pais com medo da violência preferem ficar em casa

As crianças preferem brincar no computador ou com vídeo game, deixando

aquelas brincadeiras tradicionais, que fizeram parte de nossa cultura, de fora.

E como consequência vemos um grande número de crianças com dificuldades

de aprendizagem; escrevem mal e ninguém entende a letra, não resolvem

situações problemas, pois não têm desenvolvido o raciocínio lógico e dedutivo,

não produzem textos, pois não têm criatividade e tantas outras dificuldades.

A questão é que não existe desculpa para essa situação, já que temos

conhecimento de que a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento

infantil, seja social, cognitivo, psicológico, dentre outros. A criança que brinca

entra em contato com um mundo que é a representação do mundo em que

vivemos, com regras e valores que fazem parte de sua cultura, e cria

personagens e papéis que representam essa realidade. Entram em conflitos,

experimentam emoções variadas, alegria, tristeza, raiva, sentimento de perda,

além de trabalhar com o auto-conhecimento. É bem clara a diferença de uma

criança que brinca de amarelinha, pega-pega, e jogos de percurso, da criança

que passa o dia inteiro em frente à TV ou jogando vídeo-game; esta não tem

equilíbrio, boa coordenação motora e raciocínio rápido, enquanto que a

anterior apresenta bom desenvolvimento da área psicomotora e cognitiva.

A fala também pode ser estimulada pela brincadeira onde a criança

pequena com gestos se comunica com os outros e aos poucos vai

desenvolvendo a linguagem, estruturando-a e enriquecendo seu vocabulário.

Assim fica fácil concluir o porquê da brincadeira ser tão importante.

As escolas também precisam estabelecer uma rotina para seus alunos, onde o

brincar seja permitido. O aluno aprenderá a ler e a escrever com maior

facilidade se sua rotina for dividida entre lições e brincadeiras. E por que não

ensiná-los a ler e escrever de forma lúdica? Trabalhar com o lúdico não é

perda de tempo, como muitos ainda acham, e muito menos adequar a

34

infraestrutura da escola permitindo um ambiente de integração por meio da

brincadeira.

A brincadeira não faz parte da aprendizagem, pois ela é puramente a

aprendizagem que vai sendo modificada e ficando mais complexa ao longo dos

anos de acordo com o crescimento e desenvolvimento humano.

Do ponto de vista da legislação, o Estatuto da criança e do adolescente

(BRASIL, Lei 8.069/90) considera a atividade lúdica um direito da criança e um

dever do Estado, da família e da sociedade proporcionar condições para este

exercício.

A lei, no entanto, não é suficiente para garantir que as crianças possam

dispor de tempo, local, material e acompanhamento de adultos para se

ocuparem com brincadeiras. As diferentes condições socioculturais

vivenciadas determinam uma diversidade de possibilidades de exercício da

atividade lúdica.

CONCLUSÃO

Ao concluir este trabalho posso resgatar os objetivos de ampliar os

estudos sobre a psicomotricidade. Bem como a psicomotricidade das

contribuições das atividades praticas para o desenvolvimento psicomotor da

criança, posso afirmar que a psicomotricidade se constitui em um tema de

estudo altamente relevante. Isto se deve especialmente ao considerar que a

criança se desenvolve a medida que interage com o seu corpo, com os objetos

de seu meio e com as pessoas ao seu redor.

É de suma importância que o educador físico o habito de observa se o

seu aluno possui um desenvolvimento psicomotor adequado. Diante das

observações ele poderá buscar e também aplicar exercícios psicomotores

adequados, que ajudem no processo de desenvolvimento da criança.

Educação psicomotora também pode ser utilizada em caráter preventivo.

Assim os possíveis fatores que influenciariam as dificuldades de aprendizagem

35

decorrentes da falta de vivencia motora fora do ambiente escolar podendo ser

prevenidos, evitados.

O profissional deve sempre estar atento ao trabalho a ser desenvolvido

para uma melhor educação psicomotora. Pois com isso ele sempre realizando

um melhor trabalho, buscando auxiliar o aluno nas suas necessidades através

de atividades psicomotoras diferentes, atuais, tendo sempre a preocupação de

estar despertando o interesse dos alunos nas aulas.

Bibliografia

ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 4ª ed. Rio de

Janeiro: Wak Editora, 2008. 164p

CONCEIÇÃO, J. F. et al. Como Entender o Excepcional Deficiente Mental.

Rio de Janeiro: Rotary Club, 1984.

COSTALLAT, Dalila Molina. Psicomotricidade: Coordenação Visomotora e

Dinâmica Manual da Criança Infradotada. Método de Avaliação e Excitação

Gradual Básica. 7 ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987.

FONSECA, Vitor. Psicomotricidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1996.

LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

GALLAHUE, D.L. e Ozmun, John. Compreendendo o desenvolvimento

motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Phorte ed. 2001.

GALLARDO, Jorge Sérggio Pérez. Educação Física escolar: do berço ao

ensino médio. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

36

GALLARDO, Jorge Sérggio Pérez (Coord.). Educação Física (contribuição à

formação profissional). 4º edição. Ed. Unijuí, 2004

NETO, Francisco rosa. Manual de avaliação motora. 1° ed. Porto Alegre:

Artmed, 2002.

WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1947.

WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão

Européia, 1971.

Anexo 1

Quadro da aprendizagem

Idade Esquema

corporal

Lateralidade Estruturação

espacial

Orientação

temporal

Pré-

Escrita

De 2

anos

e

meio

a 4

anos

Primeira

abordagem

por meios

dos “jogos

de

lateralidade”.

Conhecimento

das noções

ponto de vista

motor:

Conhecer o

espaço

imediato.

Desenvolver

diferentes

noções.

37

De 4

anos

a 5

anos

Todos os

“jogos de

lateralidade”

Membros

inferiores

Membros

superiores

Desenvolver

noções em

espaço plano

e em espaço

com três

dimensões.

Ponto de

vista motor

Ordem e

sucessão:

empregar os

termos

“antes” e

“depois”;

38

Fonte: psicomotricidade e educação e Reeducação (1984 p. 45-46).

Idad

e

Esquema

corporal

Lateralidade Estruturaçã

o espacial

Orientação

temporal

Pré-

Escrita

De 4

anos

a 5

anos.

Desenvolver

varias noções

corporais

reproduzir um

figura

humana

orientação

espaço

corporal

ponto de

vista motor:

apurar os

sentidos

aprendizage

m das

diversas

posições e

conseguir

reproduzi-las.

Exercícios

de

reprodução

de: formas

grandezas

movimentos

orientação

espacial

ponto de

vista motor:

Noções de:

fila, fileira,

frente,

costas

contra

costas.

Memória

espacial:

descobrir se

lugar,

memorizar

um espaço

criado.

Desenvolver

as

orientações:

- empregar

os termos

“ontem” e

hoje”; -

colocar na

ordem em

que as

coisas são

vistas; -

descobrir a

ordem

cronológica

dos gestos

da vida

cotidiana.

Duração do

tempo: -

associar um

material a

manha, a

noite; -

associar um

material as

estações