1 introduÇÃo · 2020. 3. 19. · 2.1.2 funcionalidade corporativa em uma sala corporativa deve-se...
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1 INTRODUÇÃO
O espaço corporativo é aquele no qual ocorre a interação do cliente e a
empresa e também o ambiente no qual os colaboradores desenvolvem suas principais
atividades. Para tratar desses locais, vale ressaltar que os usuários precisam de
condições favoráveis para melhor produtividade e bem-estar.
Com o intuito de tornar esses ambientes agradáveis, a proposta do ar condicionado é
controlar a temperatura do ambiente nos casos em que não se consegue conforto
térmico sem a instalação de um equipamento de condicionamento de ar.
Ao contrário do que possa parecer, a estratégia no uso de equipamentos
condicionantes de ar está contemplado nos conceitos de arquitetura bioclimática,
como exemplo da carta de GIVONI1. Nesse sentido, a carta é um referencial que
define estratégias bioclimáticas na arquitetura quando o uso do ar condicionado é
sugerido para se deter conforto térmico, nos casos em que a temperatura e o índice
de umidade estão muito elevados.
Para um uso eficiente desse sistema é importante tomar medidas para
proporcionar simultaneamente o conforto térmico, a eficiência energética e a
economia, onde o desempenho esteja junto aos resultados, tendo ligação direta como
a orientação solar do edifício, a ventilação natural, os materiais das fachadas,
coberturas e as aberturas.
Segundo Luizzeto (2014), a função básica de um sistema de ar condicionado é
gerar conforto em um ambiente, de forma a deixar as pessoas em condições ideais
no trabalho, por meio de um processo de tratamento e controle do ar.
Visando a condição do interior do escritório, observa- se que existem vários
transmitentes térmicos atuantes, dentre eles, a presença humana, os sistemas de
iluminação artificial, os motores e os equipamentos, os processos industriais e o calor
solar. Esses atuantes dentro de uma sala corporativa que não dispõe de ar
condicionado podem causar um calor excessivo, o que gera a falta de concentração
dos usuários causando um rendimento inferior, além de problemas de saúde que
podem ser aprendidos no caso de permanência longa nesses locais.
1 - A carta bioclimática para o edifício, (BBCC) "Building Bioclimatic Chart”, foi desenvolvida por
GIVONI (1969), para corrigir as limitações do diagrama bioclimático idealizado por OLGYAY conforme GIVONI (1992).
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Um dos grandes desafios a serem enfrentados na sustentabilidade em
escritórios é o consumo excessivo de energia, uma vez que grande porcentagem do
seu consumo é devido ao ar condicionado e iluminação.
Observa-se superficialmente que no município de Caratinga/MG, na qual torna-
se o objeto de estudo, são poucas as salas coorporativas resultantes de projetos
adequados de conforto, sobretudo térmico, gerando resultados inadequados de
eficiência, e, por conseguinte, interferem negativamente na produtividade da empresa.
A motivação para a realização deste trabalho teve como marco inicial a
percepção quando a falta de conhecimento lógico da maioria da população residente
do município de Caratinga acerca do uso do ar condicionado, uma vez que deve ser
utilizado em casos onde não se consegue gerar conforto térmico de outra forma, mas
que também requer planejamento para ser empregado, a fim de atrelar as boas
condições térmicas do espaço e o baixo consumo de energia.
O objetivo geral deste trabalho é elucidar a viabilidade do uso do ar
condicionado dentro dos parâmetros bioclimáticos, como também analisar seu uso em
três escritórios do município de Caratinga, propondo diretrizes de uso nos espaços
corporativos a fim de obter conforto térmico e eficiência energética.
Dentre os objetivos específicos, enfatiza-se:
Apresentar como o espaço e suas variáveis influenciam no uso eficiente do ar
condicionado
Correlacionar a tipologia dos aparelhos de ar condicionado com as exigências
requeridas para seu funcionamento eficiente.
Examinar em conceito de conforto térmico as normas NBR 15220/2003:
Desempenho térmico das edificações e a NBR 15557/2013: Edificações
habitacionais – Desempenho
Apresentar técnicas e materiais que garantam a hermeticidade e vedação do
espaço a fim de alcançar condições favoráveis ao uso eficiente do ar
condicionado.
Analisar a relação da incidência solar e os mecanismos de troca térmica
(condução, radiação, convicção) nos ambientes corporativos.
Em busca de alcançar os objetivos propostos nesse presente trabalho, a
metodologia resulta-se numa pesquisa de caráter exploratório com abordagem
interdisciplinar e qualitativa. O objeto se constitui na gama de escritórios e salas
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corporativas em Caratinga, analisando a tipologia e o uso correto dos condicionantes
térmicos.
Para estudo e engajamento do tema, utilizou-se o referencial teórico, no qual
apontam questões aos fatores de qualidade térmica do ambiente, em seguida, é
promovido uma pesquisa nos escritórios do município levantando a problemática do
trabalho
Para a definição do objeto de estudo: a concepção do espaço corporativo desde
a sua criação até os dias de hoje. O primeiro ar condicionado utilizado e a justificativa
de sua existência.
A caracterização do objeto: a evolução do espaço corporativo e a tipologia dos
condicionantes de ar para cada funcionalidade. Além do levantamento de dados que
definem as condições térmicas dos escritórios de Caratinga e o levantamento dos
métodos construtivos para melhorar a condição térmica do ambiente.
Espera-se com este trabalho, contribuir com a melhoria do espaço corporativo,
uma vez que o mesmo promoverá impactos positivos e solucionar problemas de
condição térmica de acordo com elementos utilizados no ambiente, com isso,
promover o uso consciente do aparelho condicionador térmico através das estratégias
construtivas, obtendo o desempenho ideal do aparelho potencializando gestos
sustentáveis. E não menos importante, fazer este trabalho uma forma de
engrandecimento pessoal para o autor e ainda disponibilizar ferramenta de estudo
para futuras pesquisas á Faculdades Doctum de Caratinga.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para melhor compreensão do tema a ser abordado, este embasamento
consiste como comparação em relação aos resultados a serem obtidos a partir do
trabalho em desenvolvimento. Neste destaca-se a concepção de ambientes
corporativos e sua funcionalidade, assim também como o uso do ar condicionado e
seus benefícios para satisfazer o usuário e também, de alguma forma tratar a
eficiência energética do local.
2.1 AMBIENTE CORPORTATIVO
A concepção dos ambientes de escritórios responde inicialmente as
necessidades de mercado, seguindo as demandas provenientes de produção. Esses
ambientes passam por diversas transformações ao longo do tempo e também se
destaca de acordo com a sua funcionalidade.
2.1.1 Breve histórico do ambiente corporativo
No início da Revolução industrial (sec XVII) onde surge as primeiras aparições
das maquinas e técnicas industriais, as funções fabris são separadas das funções de
escritório (CASSANO,2008).
Até a metade do século XIX, os ambientes de trabalho eram abertos e com
péssimas condições ambientais como falta de iluminação, ambientes frios e odores
desagradáveis. Os ambientes eram compostos pelas mesmas características físicas
(mesmas escrivaninhas e cadeiras), organizados na mesma ordem, em fileiras
idênticas, com exceção dos chefes que possuíam escritórios separados. No final deste
século, a forca do trabalho passa a ser substituída pela tecnologia, com isso, o
trabalho dos escritórios passa a ter mais destaques nas organizações, inclusive com
maior demanda de pessoas, já que a mão de obra fabril cedia espaço para as
maquinas (CASSANO,2008).
No início do século XX, as transformações de arquitetura no mundo do trabalho
se transforma cada vez mais, adequando os edifícios com ventilação e iluminação
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natural com janelas reguláveis, os pavimentos altos e estreitos adotaram a claraboia
(RHEINGANTZ,2000 apud CASSANO,2008).
Os edifícios coorporativos tomam melhor forma a partir da Segunda Guerra
Mundial, onde surge as primeiras firmas especializadas em planejamentos de
escritórios e componentes especializados (CASSANO,2008).
Em meados dos anos 50, usa-se o termo “paper -factory offices”2 para
descrever os escritórios, devido a sua semelhança com as fabricas. Os escritórios
nessa época eram responsáveis por processar todos os papeis que possuíam algum
tipo de informação relevante. E no final dos anos 50, os edifícios começaram a
possibilitar a utilização do ar condicionados e encorajar o desenvolvimento dos
primeiros escritórios abertos. (CASSANO,2008)
Nessa época, as atenções arquitetônicas são voltadas para ambientes internos,
buscando a integração dos sistemas estruturais, fachada, fluxo vertical, layout,
mobiliário, iluminação e ventilação natural. Os arquitetos começam a promover
soluções funcionalistas para o layout no sentido de hierarquia de cargos, onde o
mobiliário denominava o posto do trabalhador e a sua importância na corporação.
Despontam ambientes internos mais amplos, flexíveis, com áreas internas isentas de
janelas para o exterior da edificação, restando às janelas aos executivos de maior
importância. (CASSANO,2008).
O conceito do edifício-fabrica começa a ser modificado na década de 60
quando o escritório Herman Miller cria o “Action Office” (escritório de ação) onde ele
traz a máquina como o principal protagonista do ambiente e o homem como um mero
operador. O escritório possuía um kit de mobiliário que respondia às variadas tarefas
a serem desenvolvidas, levando em consideração questões como a privacidade, a
comunicação e autonomia de cada usuário. A estrutura deste mobiliário é modular,
(figura 3) possibilitando maior adaptação do usuário conforme suas necessidades e
viabilizando inclusive as possibilidades de mudança no layout do escritório
(CASSANO, apud ABRANTES, 2004).
O conceito de Herman Miller é utilizado até nos dias de hoje (figura 4). Este
modelo diferencia-se do escritório panorâmico principalmente por preocupar-se
primeiramente com o usuário do espaço e não com o fluxo produtivo; possui estrutura
bem definida: com estações de trabalho integradas através de divisórias a meia-altura
2 Paper-factory offices: em português, “escritórios de fábrica de papel”
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(1,60m) que acabam por formar circulações claramente demarcadas
(CASSANO,2008).
Em meados de 1970, os europeus destacam a melhor organização nos
espaços de trabalho, trazendo grandes áreas abertas isentas de espaços privativos
tendo a integração dos trabalhadores. Eles acreditaram que o conceito do tal modelo
conduziria a melhorias nas comunicações e produtividade, a liberdade ilimitada
gerada pela ausência de obstáculos trouxe consigo também inúmeros problemas,
denotando a real importância de espaços variados conforme o usuário e suas
respectivas atividades. O ambiente livre de obstáculos passa a ser substituído por
cubículos que são organizados em um layout retilíneo. Todo e qualquer espaço interno
é aproveitado de maneira a garantir um local de trabalho melhor definido
(CASSANO,2008).
Em 1980 a era da informática e robótica tem grande marcos nos espaços
corporativos, com essa modernização introduzida nos escritórios, diminui o
investimento de mão de obra produtiva, reduzindo funcionários, já que as maquinas
seriam capazes de substituir o homem em inúmeras tarefas (CASSANO,2008).
Os escritórios, cada vez mais informatizados, vão se aperfeiçoando nas
demandas relacionadas ao gerenciamento do trabalho, contribuindo muito para a
evolução do mesmo. Logo, a tecnologia da informação ganha maior mérito ao permitir
que os espaços internos dos escritórios e o tempo dos trabalhadores possam ser
moldados conforme as necessidades e padrões de trabalho vigentes. Contudo,
conclui-se que com o passar dos anos, observou-se a preocupação com a melhor
comodidade no espaço corporativo implantando técnicas para melhor atender os
usuários (CASSANO,2008).
2.1.2 Funcionalidade Corporativa
Em uma sala corporativa deve-se cumprir algumas funções para o seu bom
funcionamento. Uma dessas que o lugar de trabalho é o ambiente físico montado para
que as organizações gerenciem e organizem seus serviços e onde será o local que
os clientes irão procura-lo. Para que o lugar atenda às necessidades dos serviços
realizados é necessário também uma planta flexível de layout, para proporcionar
conforto aos usuários e facilitar a mobilidade (CASSANO,2008).
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A temperatura do ambiente influencia tanto na saúde do usuário quanto na
produtividade da empresa, onde se observa que a maioria dos funcionários se
queixam de um ambiente frio demais ou uma mudança brusca de clima ao entrar em
uma sala, o que causa um certo estresse emocional (CASSANO,2008).
A insatisfação com as condições ambientais é notória quando se tem um índice
de menor produtividade dos trabalhadores, o que conta também é o tipo de atividade
que está sendo desenvolvida. Quando os próprios funcionários têm a liberdade de
controlarem o sistema de climatização para que os fatores ambientais estejam
ajustados, traz -se uma certa satisfação, o que pode melhorar o índice de
produtividade (SILVA,2001).
2.2. CONHECENDO O AR CONDICIONADO: CONCEITO, HISTÓRICO E
TIPOLOGIA
Para a concepção de um projeto cujo o objetivo é transmitir conforto por meio
de uma climatização ambiental é necessária uma instrução de conceitos sobre as
principais variáveis climáticas, contudo serão abordadas a seguir de forma sucinta,
bem como o princípio de funcionamento e tecnologia de condicionadores de ar.
O ar condicionado é um equipamento destinado a climatizar o ar de um
ambiente fechado, mantendo a temperatura e umidade do ar controladas, tendo assim
espaços com temperaturas agradáveis criando uma sensação de conforto térmico.
Com a função de aquecer ou refrigerar, o ar condicionado pode ser indispensável para
lugares como laboratórios, ambientes hospitalares, radiologia entre outros
(ARAUJO,2011).
Araújo (2011) diz que o ar do ambiente é sugado por um ventilador e atravessa
um evaporador, passando em volta de uma serpentina cheia de R-223, substância
refrigeradora à temperatura de 7° C e em estado líquido. Em contato com uma
serpentina gelada, o ar se resfria e volta para o ambiente. Ao absorver o calor do ar,
o R-22 muda de estado dentro da serpentina e vira gás, entrando depois num
compressor elétrico. Essa peça, que produz o barulho do aparelho, comprime o R-22
até que, sob alta pressão, ele vire um gás quente, a 52° C.
3 R22 é um fluido refrigerante. Tem características físicas excelentes para trabalhos em temperatura média e baixa, é utilizado em refrigeradores de diversas marcas, Ar condicionado comercial, como Self e Split, Resfriadores de líquido como Chiller's alternativos e parafusos.
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Segundo a autora, esse gás entra numa outra serpentina, do lado de fora do
aparelho, chamado condensador. Mais quente que o ambiente externo, o R-22 se
resfria um pouco. Com isso, ele vira líquido de novo mesmo antes de chegar os 7°C,
pois está sob alta pressão. Um outro ventilador sopra o ar quente que sobrou para a
rua (ARAUJO,2011).
O R-22 (em estado líquido por causa da alta pressão) entra numa válvula de
expansão, espécie de orifício onde o líquido perde pressão rapidamente e se esfria
até 7° C, que o mentem em estado líquido. A partir daí o ciclo recomeça novamente
(ARAUJO,2011). Para condicionar um ambiente, é preciso colocar em primeiro plano
a necessidade do espaço, para isso, deve-se conhecer os três tipos de
condicionamento para transmitir o conforto ideal – climatização, refrigeração e
ventilação (PENA,2002).
A climatização tem o objetivo de tratar o ar, ajustando os valores acima de 20ºc.
Pode controlar além da temperatura do ar recinto, como também a pureza do ar e sua
umidade relativa. É bastante utilizada em escritórios, residências, comercio e em
setores industriais. Já a refrigeração é utilizada quando o ar como fluido é destinado
para controle da temperatura, o ar é resfriado a temperaturas próximas de 0 o. C,
podendo chegar a temperaturas abaixo de -10 ºC. Suas aplicações típicas são em
Câmaras ou Balcões Frigoríficos. E por fim, a ventilação é quando o ar é introduzido
num ambiente para controlar a sua temperatura, limitado sempre em relação à
temperatura do ar exterior, removendo a energia térmica gerada no seu interior por
pessoas, equipamentos, etc. Neste caso, não há como controlar a temperatura a um
valor fixo. A Ventilação é também usada para remover poluentes e odores.
(PENA,2002).
2.2.1 Breve histórico do ar condicionado
Ao longo dos anos, o homem predisse várias maneiras de amenizar os efeitos
de calor, com isso surgiu, abanadores, ventiladores e até mesmo o uso do gelo em
larga escala, faziam parte dos métodos de condicionar os ambientes (ARAUJO,2011).
Em 1902 surge o primeiro processo mecânico para condicionar o ar, construído
pelo engenheiro Willis Carrier, com a proposta de tornar realidade o controle climático
de ambientes fechados. Essa tecnologia teve início, na época, a partir de um problema
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pelo qual uma empresa de Nova York passava. Ao realizar impressões em papel, o
clima muito quente de verão e a grande umidade do ar faziam com que o papel
absorvesse essa umidade de forma que as impressões saíam borradas e fora de foco
(ARAUJO,2011).
Carrier criou um processo que resfriava o ar, fazendo circular por dutos
resfriados artificialmente, o que também era capaz de reduzir a umidade do ar. Este
foi o primeiro ar condicionado contínuo por processo mecânico da história. A partir
desta experiência, o sistema foi adotado por muitas indústrias de diversos segmentos,
como têxtil, indústrias de papel, farmacêuticos, tabaco e alguns estabelecimentos
comerciais (ARAUJO,2011).
Com base nos estudos de Araújo (2011) a partir de 1914, Carrier começa a
desenvolver aparelhos para outros tipos de ambientes como residencial, ela explica
também que nessa época ele desenha o primeiro ar condicionado para hospitais,
desenvolvido com o objetivo de aumentar a umidade de um berçário (para bebês
nascidos de forma prematura).
Foi a partir de 1920 que o ar condicionado começa a popularizar nos Estados
Unidos. Ele começa a ser instalado em diversos prédios públicos, tais como a Câmara
dos Deputados, o Senado Americano, os escritórios da Casa Branca. Além disso, foi
de grande utilidade para ajudar a indústria cinematográfica pois, antes de serem
instalados os aparelhos de ar condicionado, as salas de cinema ficavam vazias devido
ao clima muito quente, nas temporadas de verão americano (ARAUJO,2011).
Na década de 1930, foi desenvolvido também por Willis Carrier um sistema de
condicionadores de ar para arranha-céus com distribuição de ar em alta velocidade,
que economizava mais espaço, em relação aos produtos utilizados na época. A
distribuição do ar em alta velocidade por meio de dutos "Weathermaster", criada em
1939, economizava mais espaço do que os sistemas utilizados na época. Já em 1950,
os modelos residenciais de ar condicionado começaram a ser produzidos em massa,
ano em que Willis Carrier faleceu. A demanda foi muito grande, acabando com os
estoques em apenas duas semanas. Na década seguinte, estes produtos já não eram
mais novidade. A partir disso, se inicia um mercado de amplitude mundial em
constante expansão, com muito espaço para desenvolvimento tecnológico e
novidades em produtos, até os dias de hoje (ARAUJO,2011).
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Os aparelhos de ar condicionado atuais, que são utilizados para controlar a
temperatura de ambientes fechados, provêm da criação deste processo mecânico
para condicionar o ar, criado pelo Carrier (ARAUJO,2011).
2.2.2. Tipologia e função do ar condicionado
Quando é preciso seguir medidas de conforto para ambientes que não é
possível uma boa ventilação natural ou por questões climáticas, os condicionadores
de ar é a forma ideal para controlar as condições térmicas de uma edificação, de
maneira que essas condições sejam independentes ao clima regional proporcionado
satisfação aos usuários. Hernandez Neto e Vittorino (2003) destacam que os objetivos
desse sistema são: resfriar ou aquecer; umidificar ou desumidificar; distribuir; filtrar e
renovar.
As condições térmicas desejadas de um ambiente interno variam de acordo
com o uso e a climatologia local. Um exemplo de ambientes, um espaço de escritório
tem muito mais permanência de pessoas do que uma garagem, sendo assim, o
escritório requer muito mais cuidado com o condicionamento de ar. Essas questões
de temperatura e umidade variam de acordo com a localização, visto que cada pais e
estado, tem uma condição climática diferente como é observado no Brasil, onde os
requisitos de um projeto de ar condicionado deve -se enfatizar o clima e o uso da
edificação proporcionando melhor conforto ao usuário, com base nisso, elabora-se um
bom projeto arquitetônico considerando a orientação solar, materiais de envoltória,
elementos de proteção e aberturas que são os elementos cruciais para obter um ótimo
desempenho térmico (LIU,2010).
O conceito de funcionamento do sistema de ar condicionado é praticamente
sobre resfriamento, por se tratar de uma ação dificilmente resolvida por métodos
passivos e por ser responsável por grandes interferências físicas no projeto de
arquitetura e de estrutura. Uma vez resolvido este sistema, o de aquecimento passa
a ter soluções mais simples (LIU,2010).
A classificação dos tipos de sistemas pode variar em função do meio utilizado
para fazer a troca de calor do fluido refrigerante ou em função do sistema de
distribuição. Stoecker e Jones (1985) dividem os sistemas de distribuição em:
sistemas de zona simples (utilizados em auditórios e laboratórios, em que condições
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térmicas devem ser mantidas com rigor), sistemas de múltiplas zonas (utilizados nos
edifícios de escritórios em geral), e sistemas unitários. Hernandez Neto e Vittorino
(2003) classificam os sistemas em quatro tipos básicos, apresentados abaixo, em
função de como o ambiente é resfriado ou aquecido: expansão direta no ambiente,
sistemas todo ar, sistemas todo água e sistemas ar-água (LIU,2010).
Expansão direta no ambiente. Sistema unitário, cujo equipamento autônomo
contém todos os componentes necessários (evaporador, compressor, condensador e
válvula de expansão) para resfriar e trocar o ar, sendo que esta ação é feita por meio
de troca de calor direta do ar com o fluido refrigerante (LIU,2010).
Como exemplos deste tipo de sistema, temos os condicionadores de janela e
os sistemas divididos (split). Estes sistemas funcionam bem em pequenos ambientes,
têm custo relativamente baixo e são de fácil instalação, porém oferecem pouca
versatilidade em termos de capacidade e de controles. Seu uso indiscriminado em
edifícios de escritórios representa desperdício de energia e a maior parte dos
equipamentos tipo “mini-split” não permite a renovação do ar interno (LIU,2010).
Sistema todo ar. É um sistema de condicionamento de ar, em que evaporador
e condensador utilizam o ar como meio de transferência do calor do fluido refrigerante.
A mistura do ar pode ser feita no próprio equipamento de resfriamento (no caso, um
“self-contained”) ou em unidades misturadoras específicas. A distribuição do ar
resfriado pode ser feita por evaporadores distribuídos ao longo do forro dos andares
ou por meio de dutos. Neste caso, Air Handling Unit – unidade misturadora de ar.o
equipamento de resfriamento é locado não muito distante do andar condicionado para
evitar grandes percursos horizontais e verticais de dutos, seja de fluido refrigerante ou
de ar (LIU,2010).
Dependendo da geometria do andar e da localização do equipamento (ex:
extremo de um dos lados), o balanceamento da temperatura do andar (muito frio
próximo ao equipamento e pouco frio distante dele) e o retorno do ar resfriado pode
ser dificultado (LIU,2010).
Sistema todo água. É um sistema de condicionamento de ar central, também
conhecido como sistema de expansão indireta (Figura 1), em que evaporador e
condensador utilizam água ou água com sais como meio de transferência do calor do
fluido refrigerante. Este sistema requer subsistemas hidráulicos (Figura 2), compostos
por planta de água gelada e torre de resfriamento (LIU,2010).
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Figura 1 – Sistema de expansão direta
Fonte: LIU,2010 apud LEITE,2009
Figura 2 – Sistema hidráulico do sistema de expansão indireta
Fonte: LIU,2010 apud LEITE,2009
A planta de água gelada permite que o equipamento de resfriamento (chiller)
fique distante do andar ou local condicionado, o que é uma vantagem em termos de
liberação de área útil nos pavimentos. Ela pode contar ou não com um sistema de
termo acumulação, que permite a redução da capacidade total do equipamento de
resfriamento, mas que também implica em maiores espaços demandados pelo
sistema para os reservatórios de água gelada ou gelo. O fornecimento de água gelada
pelo sistema possibilita a sua medição individualizada e o rateio proporcional de
custos de ar condicionado entre os usuários (LIU,2010).
A torre de resfriamento, por sua vez, demanda grandes espaços descobertos
para transferência do calor e é um grande centro consumidor de água, uma vez que
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a maior parte dela é perdida no processo pela evaporação. Esta demanda por
espaços, aliada a necessidades de máximo aproveitamento de áreas
comercializáveis, faz que este sistema hidráulico seja preferencialmente localizado
nas coberturas dos edifícios de escritórios (LIU,2010).
As unidades misturadoras de ar, neste sistema, recebem água gelada do
equipamento central e denominam-se fan coils. Geralmente ficam localizadas em
salas específicas no núcleo do pavimento, e interferem diretamente no arranjo de
vigas estruturais, por necessitarem de dutos de grandes dimensões em suas saídas.
Além disso, estas salas devem contar com sistemas de drenagem para a água de
condensação que se forma na serpentina do fan coil, que devem ser previstos no
projeto de sistemas prediais hidráulicos (LIU,2010).
Sistema ar-água. É um sistema de condicionamento de ar central, em que um
dos componentes do equipamento de resfriamento (evaporador ou condensador) usa
ar, enquanto o outro usa água como meio de transferência de calor do fluido
refrigerante. Esse sistema requer apenas um dos subsistemas hidráulicos
mencionados no sistema todo-água (LIU,2010).
2.3 EFICIENCIA ENERGÉTICA NO AMBIENTE CORPORATIVO
Nos dias de hoje, a comercialização e fabricação de equipamentos cada vez
mais eficientes é um grande avanço para promover a conservação de energia.
Portanto, o uso inadequado de equipamentos pode comprometer toda a eficiência da
instalação.
O consumo dos condicionadores de ar no Brasil é cerca de 25% a 45% mais
alto que o necessário devido a projetos inadequados, isto é, projetos elaborados sem
levar em consideração diversos fatores que influenciam no desempenho térmico do
edifício como a localização, entorno, radiação solar, características térmicas dos
materiais dentre outros, impondo a necessidade de se utilizar o condicionador de ar
como estratégia para o conforto térmico. (LIMA, 2016 apud MORAES, 2013)
Nos Estados Unidos, anualmente mais de 40% da eletricidade gerada é usada
em sistemas de condicionamento de ambiente. O autor relata que é comum
engenheiros de aquecimento e ventilação não se preocuparem com as janelas fixas
ao longo de um edifício, pelo fato dos cálculos serem complexos. Assim, muitos
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edifícios usam o ar condicionado durante todo o ano, enquanto talvez somente um,
dois ou três meses seriam necessários como estratégia para amenizar o desconforto.
(ROAF, 2001 apud LIMA,2017).
2.3.1 Carta de Givoni
A Carta de Givoni desenvolvida em 1976 mostra a inter-relação entre o homem,
clima e a arquitetura. Essa Carta analisa elementos de intercâmbio de calor entre o
homem e seu ambiente térmico através das respostas fisiologias, além de relaciona a
superfície externa dos edifícios e os efeitos diretos das variáveis climáticas através
das propriedades termo físicas dos mesmos (OLIVEIRA,2019).
A Carta Bioclimática de Givoni é baseada nas temperaturas internas dos
edifícios, ela percebeu que o clima interno dos ambientes não condicionados reage
amplamente às variações do clima externo. Os usuários de edificações ventiladas
aceitam habitualmente uma grande variação de temperatura e velocidade do ar como
situação normal (OLIVEIRA,2019).
2.3.2 Variáveis de conforto térmico
Para maior satisfação dos usuários e melhor produtividade, está sendo
elaborado estudos sobre conforto térmico para poder identificar fatores que interferem
na sensação de calor e frio pelo ser humano e como eles se relacionam. A realização
de qualquer atividade, física ou mental necessita de um estado adequado ao conforto
térmico, com isso o bem-estar das pessoas está diretamente ligado ás atividades
humanas, visto que na maioria das vezes, não pode ser adquirido naturalmente o que
se torna uma imposição o uso de equipamentos condicionadores de ar capazes de
proporcionar o conforto desejável.
Conforme Souza (2010 apud PRADO,2003) o conforto térmico depende de
fatores que acontecem no ambiente, que denominam fatores pessoais e fatores
ambientais. Os fatores pessoais são a vestimenta, a movimentação e a taxa de
metabolismo. As ambientais são classificadas em gerais e locais, sendo que as gerais
são a temperatura radiante média, umidade, temperatura e velocidade relativa do ar,
enquanto as variáveis ambientais locais, responsáveis pelo desconforto localizado,
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são a assimetria de temperatura radiante, as correntes de ar, a diferença vertical de
temperatura do ar e a temperatura do piso. A combinação satisfatória dessas variáveis
num determinado ambiente pode levar um indivíduo a experimentar a sensação de
bem-estar e por consequência à satisfação com o conforto térmico.
Enquanto as variáveis ambientais podem ser medidas em campo ou
determinadas para um dado ambiente, as pessoas variam sensivelmente. Apesar dos
esforços de avaliar o conforto térmico conforme a influência das variáveis pessoais e
ambientais, é importante mencionar que a avaliação do conforto térmico depende das
pessoas (SOUZA,2010).
Conforme a definição clássica da ISO 7730 (1994), conforto térmico é “uma
condição da mente que expressa satisfação com o ambiente térmico” (SOUZA 2010
apud PRADO,2003).
Estudos realizados não só ajudaram a ampliar o conhecimento sobre os
mecanismos e parâmetros que levam ao conforto térmico, como também levaram ao
desenvolvimento de normas para projeto de equipamentos e instalações de
condicionamento de ar. No âmbito dos equipamentos e sistemas responsáveis pela
produção das condições térmicas adequadas ao ser humano no ambiente de trabalho,
muito desenvolvimento foi e vem sendo realizado. O estado da arte tem propiciado
equipamentos e sistemas cada vez melhores e sofisticados, com diversas alternativas
de implantação, buscando atender às expectativas e a satisfação do ser humano com
a melhor relação custo-benefício (SOUZA 2010 apud MARAN, 2005).
2.3.3 NBR 15220/2003: Desempenho térmico nas edificações
A NBR 15220 criada em 2003 trata-se do desempenho térmico de edificações,
abordando 5 partes do seu desenvolvimento que são as seguintes:
Parte 1: Definições, símbolos e unidades – É composta por tabelas explicativas
com características de materiais, elementos e componentes construtivos, como
também grandezas do clima, do ambiente e da fisiologia humana relacionadas ao
condicionamento térmico de edificações.
Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica,
do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações –
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detalha os métodos para calcular as condições térmicas dos componentes das
edificações (ABNT,2003).
Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para
habitações unifamiliares de interesse social – Conforme a ABNT NBR 15220-3/2005
A avaliação de desempenho térmico de uma edificação pode ser feita tanto na fase
de projeto, quanto após a construção desde que à a avaliação seja feita através de
medições in-loco de variáveis representativas do desempenho, enquanto que na fase
de projeto esta avaliação pode ser feita por meio de simulação computacional ou
através da verificação do cumprimento de diretrizes construtivas. Ela apresenta
recomendações quanto ao desempenho térmico de habitações unifamiliares de
interesse social aplicáveis na fase de projeto. Ao mesmo tempo em que estabelece
um Zoneamento Bioclimático Brasileiro, são feitas recomendações de diretrizes
construtivas e detalhamento de estratégias de condicionamento térmico passivo, com
base em parâmetros e condições de contorno fixados. Com isso, a NBR, adaptada a
Carta Bioclimatica a partir da sugerida por Givoni, propôs a divisão do território
brasileiro em oito zonas relativamente homogêneas quanto ao clima e, para cada uma
destas zonas, formulou-se um conjunto de recomendações técnico-construtivas que
otimizam o desempenho térmico das edificações, através de sua melhor adequação
climática (ABNT,2003).
Parte 4: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo
princípio da placa quente protegida – Nesta parte são apresentados os critérios
essenciais de projeto, dimensões e tolerâncias para o conjunto de equipamentos,
sendo também especificadas as exigências mínimas em termos de instrumentação.
Apresenta-se também os detalhes de procedimento de medida, as condições
de ensaio e o modo de preparação dos corpos-de-prova, para os diferentes materiais,
especialmente os de baixa densidade e os materiais de construção civil (ABNT,2003).
Parte 5: Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo método
fluximétrico - Esta Norma descreve um método de medição da condutividade térmica
com o auxílio de fluxímetro(s), tendo sido elaborada em conformidade com a ISO
8301, constituindo uma versão condensada. Em particular, o usuário poderá se
reportar à ISO 8301 para explicações mais completas para certos itens desta Norma.O
processo de medição descrito nesta Norma é um método relativo que necessita de
29
uma pré-calibração em relação ao método absoluto da placa quente protegida definido
pela NBR 02:135.07-001/4 (ABNT,2003).
2.3.4 NBR 15575/2013: Edificações habitacionais - Desempenho
A norma 15575 (ABNT 2013) trata-se que critérios para edificações
habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema
construtivo utilizado. Essa norma tem como foco principal atender as exigências dos
usuários quanto ao comportamento de uso e não para prescrição de como os sistemas
são construídos (SORGATO,2012)
A NBR é composta por seis partes sendo: 1-Requisitos Gerais; 2- Requisitos
para sistemas estruturais;3-Requisitos para pisos internos;4- Requisitos para
vedações verticais internas e externas;5-Requisitos para sistema de cobertura;6-
Requisitos para os sistemas hidrossanitários. Sendo que as partes 1,4 e 5 estão
relacionadas ao desempenho térmico nas edificações. (SORGATO,2012)
Os procedimentos de avaliação dessas partes são de acordo com a adequação
das edificações, com isso, os critérios em procedimentos simplificado e medição são:
Procedimento 1 - Simplificado (normativo): atendimento aos requisitos e
critérios para os sistemas de vedação e coberturas, conforme ABNT NBR
15575-4 e ABNT NBR 15575-5. Para os casos em que a avaliação de
transmitância térmica e capacidade térmica, conforme os critérios e métodos
estabelecidos nas ABNT NBR 15575-4 e ABNT NBR 15575-5, resultem em
desempenho térmico insatisfatório, o projetista deve avaliar o desempenho
térmico da edificação como um todo pelo método da simulação computacional
(SORGATO,2012).
Procedimento 2 - Medição (informativo): verificação do atendimento aos
requisitos e critérios estabelecidos na ABNT NBR 15575-1, por meio da
realização de medições em edificações ou protótipos construídos. Este método
é de caráter meramente informativo e não se sobrepõe aos procedimentos
descritos no método simplificado (normativo) (SORGATO,2012).
30
A parte 4 da NBR 15575 trata dos sistemas de vedações verticais internas e
externas, que além da volumetria e da compartimentação dos espaços internos do
imóvel, integram-se de forma muito estreita aos demais elementos da construção,
recebendo influências e influenciando o desempenho do edifício habitacional, com
isso, é necessário uma análise conjunta do desempenho dos elementos para sua
melhor interação e uma funcionalidade isenta de vazamentos à agua, um bom
isolamento térmico e acústico, capacidade de fixação de peças suspensas e
compartimentação em casos de incêndio (SORGATO,2012).
A adequação das paredes externas está relacionada a transmitância térmica e
sua capacidade para proporcionar o desempenho térmico mínimo estabelecidos pelos
critérios de cada Zona Bioclimática. Por exemplo, as paredes que tenham na sua
composição materiais isolantes térmicos de condutividade térmica menor ou igual a
0.065 W/(m.K) e resistência térmica maior que 0.5 m².K/W; o cálculo da capacidade
térmica deve ser feito desprezando-se todos os materiais voltados para o ambiente
externo, posicionados a partir do isolante ou espaço de ar. Este método é elaborado
através de cálculos e tabelas conforme os procedimentos apresentados NBR 15220-
2 (SORGATO,2012).
Para critérios de ventilação, os ambientes de permanência prolongada devem
ter aberturas para ventilação com áreas que atendam à legislação específica do local
da obra, quando não houver exigências de ordem legal, para o local de implantação
da obra, os valores mínimos admissíveis para as áreas de aberturas para ventilação
de ambientes de longa permanência devem ser adotados conforme a tabela abaixo:
Tabela 1 – Áreas mínimas de aberturas para ventilação
Fonte: SORGATO(2012).
A avaliação depende de uma análise no projeto arquitetônico considerando
cada ambiente e sua permanência, com isso, elabora – se o cálculo abaixo onde Aa.
é a área efetiva de abertura de ventilação do ambiente, somente são consideradas as
31
aberturas que permitam a livre circulação do ar, devendo ser descontadas as áreas
de perfis, vidros e de qualquer outro obstáculo; não são computadas as áreas de
portas internas. Ap é a área de piso do ambiente (SORGATO,2012).
A Parte 5 da NBR 15575 dedica-se aos sistemas de coberturas onde tem o
oficio de contribuir para a preservação da saude dos usuarios até a proteção do corpo
da construção, o que interfere diretamente com a vida útil dos elementos que
compõem. A cobertura é o elemento do edifício mais exposto ao sol, o que o torna o
maior influente de carga termica transmitida aos ambientes. O requisíto para esse
sistema é a isolacao termica da cobertura, no qual apresenta a transmitancia termica
e absortancia da radiação solar de acordo com cada Zona Bioclimática
(SORGATO,2012).
Os métodos de avaliação consistem na determinação da transmitância térmica,
por meio de tabelas e cálculos, conforme procedimentos apresentados na ABNT NBR
15220-2. Caso no projeto do sistema de cobertura haja previsão de isolação térmica,
este deve fazer referência às Normas Brasileiras pertinentes (SORGATO,2012).
2.3.5 Importância do ar condicionado nos sistemas energéticos
Ambientes coorporativos demandam um maior cuidado para iluminação e
condicionamento de ar. Um dos problemas responsáveis pelo consumo energético
dos aparelhos de ar condicionado é a carga térmica, que depende diretamente do
projeto de edificação. Desse modo, atesta-se que a carga térmica de uma edificação
contribui de forma expressiva no consumo de energia, em especial quando se usa
aparelhos de ar condicionado, equipamento considerado indispensável para garantir
o conforto interno do ambiente. (SOUZA,2010).
Quando se trata de promover conforto a ambientes, um dos maiores
responsáveis pelo consumo de energia elétrica é o sistema de condicionamento de
ar. Empresas fabricantes de condicionadores de ar, cientes deste fato, são
incentivadas pelo governo federal e pressionadas pelo mercado consumidor. Como
são também atraídas por novos mercados no mundo globalizado, estão buscando
cada vez mais melhorias tanto no aspecto do design e preço, como na eficiência
energética. Destaca-se que o condicionador de ar efetua essencialmente o tratamento
de ar pelo controle simultâneo de temperatura e umidade com o objetivo de satisfazer
32
às necessidades do espaço condicionado. Concomitantemente, controla a pureza e o
fluxo de ar. Sendo assim, o grau de importância destes aparelhos é expressivo,
considerando que os mesmos são utilizados tanto em residências, como em
escritórios, bancos, industrias e outras aplicações afins. (SOUZA,2010)
Por fim, observa-se que o condicionamento ambiental e uma fonte econômica
de grande relevância em instalações comerciais, mediante a combinação da redução
da carga térmica, aliada ao uso de tecnologias eficientes de geração de frio e melhor
controle dos sistemas.
Envoltória: corresponde a “casca” da edificação, sendo ela que separa o interior
da edificação com o ambiente externo.
De acordo com Lima (2017 apud SORGATO,2009) os componentes da
envoltória (paredes, cobertura, aberturas e piso) das edificações que separam o
ambiente interior do exterior são importantes para a determinação dos ganhos e
perdas de calor entre ambiente exterior e interior. Portanto, mesmo apresentando um
peso menor que o condicionamento de ar e igual ao sistema de iluminação na
classificação do RTQ4, a envoltória possui impacto direto nesses dois sistemas. Sendo
assim, podemos afirmar que, para que uma edificação seja eficiente, é estritamente
necessário que sua envoltória seja eficiente. Existem recomendações a respeito dos
níveis de transmitância térmica das paredes externas e cobertura da edificação de
acordo com a zona bioclimatica. (LIMA,2017)
Na tabela (tabela 2) a seguir aborda os níveis exatos para ambientes
condicionados para obter a classificação A e não deve ser superior a esses valores.
Tabela 2 – Limites de Transmitância Térmica para a classificação nível A
Fonte:LIMA (2017)
4 Regulamentos Técnicos da Qualidade – RTQ´S Emitidos pelo INMETRO (Inspeção Obrigatória na
Fabricação e Periódica de Equipamentos Aplicados no Transporte de Produtos Perigosos)
33
Existem também as classificações B (tabela 3) e as classificações C ou D
(tabela 4). Todas elas dependem de saber a transmitância térmica de cobertura (Ucor)
e da parede (Upar). (LIMA,2017).
Tabela 3 – Limites de Transmitância Térmica para a classificação nível B
Fonte:LIMA (2017)
Tabela 4 – Limites de Transmitância Térmica para a classificação nível C e D
Fonte:LIMA (2017)
Levando em consideração a incidência solar, mesmo que a transmissão de
calor possa se dar por um mecanismo ou pela combinação de mais de um, cabe
distinguir a forma que isso ocorre e os fatores desses elementos no espaço
condicionado. (PENA,2002)
A radiação envolve a transferência de energia radiante entre dois corpos
separados. Esta transferência não requer um meio contínuo. É propagada por ondas,
de todos os corpos, em todas as direções. É proporcional à área, ao tipo de superfície
e à diferença de temperatura absoluta entre as superfícies. A Convecção envolve
transferência de energia térmica dentro de um fluido, através de uma ação de mistura.
Pode ocorrer naturalmente por diferença de densidade ou por interferência de um
agente externo (ventilador, bomba, etc.). Para condução, envolve a transferência de
energia entre as moléculas dentro deum corpo, por contato físico. A transferência
34
pode ser alcançada pelo contato entre dois corpos, podendo ser dois sólidos, ou
fluidos, ou um de cada. A condução dentro de um fluido é concomitante com a
transferência por Convecção através de um corpo depende da sua área, da
resistência térmica oferecida pelo material do qual o corpo é feito ou falando de outra
forma, da sua condutibilidade térmica, da sua espessura, e da diferença de
temperatura. (PENA,2002).
35
3 CONTEXTUALIZAÇÃO E OBJETO DE ESTUDO
Neste capítulo será abordado uma análise de técnicas construtivas e
benfeitorias que ajudam no conforto térmico dos ambientes corporativos em
Caratinga/MG de acordo com as normas mencionadas no referencial teórico.
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE CARATINGA/MG
O município de Caratinga (figura 3) possui está localizado na zona leste do
Estado de Minas Gerais, latitude de 19°47’23”S e longitude 42°08’21”W e altitude
578m. Tem como característica geográfica sua imensidade de montanhas
denominadas Mares dos Morros mineiros e um dos seus pontos negativos é o
crescimento desordenado e irregular e possui 90.192 habitantes.
Figura 3 – Mapa de localização da área de estudo
Fonte: COSTA;FERNANDES FILHO;FARIA.2019 p.4
Levando em consideração que Caratinga possui um clima variável entre tropical
mesotérmico brando semiúmido e tropical subquente semiúmido, a temperatura média
é de 22°C entre os meses de outubro a abril sendo dezembro o mês de maior
precipitação. O mês com maior índice de temperatura média chega a 24,1°C e nos
36
meses mais frios ,18,2°C. A umidade do ar é relativamente elevada sendo média anual
superior a 75% segundo COSTA (2018).
3.1.1 Caratinga: Predominância no comercio varejista
É visível que Caratinga possui uma vasta gama de comércios e escritórios, isso
pode acontecer por ser uma cidade polarizada, ou seja, se destaca dos núcleos
urbanos menores e exerce grande influência para o entorno.
Segundo dados do IBGE de 2016 o número de empresas atuantes em
Caratinga é de 2.689, visto que, em 2013 atingiu seu maior índice com 2.873 de
negócios ativos nessa região (Figura 4).
Figura 4 – Numero de empresas ocupantes em Caratinga/MG
Fonte: IBGE (2016)
Nos dados do Altas do Desenvolvimento Humano no Brasil (figura 5), em 2010,
das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 17,73%
trabalhavam no setor agropecuário, 0,34% na indústria extrativa, 6,22% na indústria
de transformação, 7,08% no setor de construção, 0,66% nos setores de utilidade
pública, 20,70% no comércio e 42,48% no setor de serviços.
37
Figura 5 – Taxa de Atividade de Caratinga/MG
Fonte: Adaptado pela Autora,2019 com dados do ATLAS BRASIL.2010.
Comprova-se então que Caratinga possui um índice elevado de prestação de
serviços o que leva a se considerar que o número de escritórios e salas comerciais
será maior.
3.1.2 Zona Bioclimática de Caratinga
O território brasileiro é dividido em 8 zonas bioclimaticas relativamente
uniformes quanto ao clima, e cada uma dessas zonas possui um conjunto de
recomendações técnico-construtivas que aprimoram o desempenho térmico das
edificações, através da sua adequação climática. Com esse conceito, a carta
bioclimatica de Givoni foi adaptada para atender a área e para cada zona também
possui diretrizes construtivas com as seguintes condições: tamanho das aberturas
para ventilação; proteção das aberturas; vedações externas (tipo de parede externa e
tipo de cobertura); e estratégias de condicionamento térmico passivo.
De acordo com a parte 3 da ABNT NBR 15220, Caratinga encontra-se na Zona
Bioclimática 3 (figura 6).
38
Figura 6 – Zona Bioclimatica 3 e Carta Bioclimática
Fonte: ABNT NBR 15220 PARTE 3 (2003)
Para a Zona Bioclimática 3, a norma tece as seguintes recomendações em
relação ás vedações externas: as paredes devem ser leves refletoras com
transmitância térmica de U£ 3,60, atraso térmico de $£ 4,3 horas e fator de calor solar
de FS° £ 4,0. Durante o verão deve possuir ventilação cruzada e para o inverno
aquecimento solar na edificação.
As estratégias fornecidas para a cidade de Caratinga/MG no anexo A da parte
3 conta que a forma, a orientação e a implantação da edificação, além da correta
orientação de superfícies envidraçadas, podem contribuir para otimizar o seu
aquecimento no período frio através da incidência de radiação solar. A cor externa
dos componentes também desempenha papel importante no aquecimento dos
ambientes através do aproveitamento da radiação solar. Para paredes internas
aconselha-se pesadas para manter o interior da edificação aquecido e ainda detalha
que as sensações térmicas são melhoradas através da desumidificação dos
ambientes. Esta estratégia pode ser obtida através da renovação do ar interno por ar
externo através da ventilação dos ambientes, com isso, orienta-se a ventilação
cruzada nas edificações, atento aos ventos predominantes da região.
3.2 OBJETO DE ESTUDO: SALA CORPORATIVA EM CARATINGA
Uma sala corporativa possui características bem parecidas em qualquer lugar
do mundo, tudo vai depender de qual serviço será prestado naquele local. Deve-se
considerar que todo local de trabalho deve ser montado de acordo com o
gerenciamento e organização, além de oferecer conforto e satisfação dos usuários. O
39
básico que uma sala corporativa deve ter é uma recepção com sala de espera, uma
copa, um lavabo (de preferência acessível) e a sala de prestação de serviços onde o
cliente será atendido.
Em Caratinga/MG, em geral, todos os ambientes possuem uma sala de espera,
algumas com TV, Wi-Fi, entre outros, o que faz com que o cliente se sinta á vontade
e acaba se tornando um método de marketing para a empresa. O cuidado para deixar
um ambiente confortável em condições térmicas acaba ficando em segundo plano em
alguns casos, vendo que, as empresas procuram sempre oferecer o serviço pelo
status, não pelas condições do local.
40
4 OBRA REFERENCIAL
Relata-se duas obras referenciais com Selo de certificação LEED que se
destacam como edifícios sustentáveis afim de melhorar o ambiente corporativo. Uma
das principais abordagens dessas melhorias são os materiais compostos para um uso
moderado do ar condicionado através de tecnologias construtivas.
4.1 LC CORPORATE GREEN – FORTALEZA
Um dos edifícios brasileiros que possui o selo LEED, o LC Corporate Green
Tower é o primeiro edifício comercial sustentável do Norte e Nordeste (figura 7).
Figura 7 – Planta Baixa do LC Corporate Green
Fonte: CAVALCANTE
A certificação LEED (em inglês, Leadership in Energy and Environmental
Design), norma desenvolvida pela ONG americana Green Building Council. Significa
que durante o processo construtivo, antes mesmo do início das obras, o projeto
atendeu a requisitos exigidos para obter a certificação de construção sustentável.
(TEIXEIRA,2013).
41
Uma das características do prédio que faz com qual seja a obra referencial é o
destaque para a utilização de vidros duplos nas esquadrias que permite uma ótima
luz natural e bloqueia o calor (figura 8), tendo uma ótima eficiência térmica, além de
ser um ótimo material acústico. (TEIXEIRA,2013).
Figura 8 – Funcionamento de um vidro de isolamento térmico
Fonte: MEDEIROS
Outro ponto inovador deste projeto é o ar condicionado VRF5, pois permite
instalação de tubulações a longas distâncias, além, claro, dos benefícios
proporcionados pela alta tecnologia embarcada, podendo oferecer o ápice do conforto
e ainda proporcionar redução do consumo elétrico. (CONDICIONADO,2012). Em
outras palavras, esse sistema capta o ar externo do edifício, filtra, tira a umidade,
condensa e é enviada para um duto, assim, ele se ramifica para todas as salas do
edifício.
5 Um VRV, cujo significado é "volume de refrigerante variável") ou VRF (do inglês "variable refrigerant
flow", é um tipo de sistema de ar condicionado central do tipo multi-split.
42
4.2 ROCHAVERÁ CORPORATE TOWERS – SÃO PAULO
Destacado pela sua assimetria, O complexo de escritórios é composto por
quatro torres – duas delas já implantadas na marginal Pinheiros da capital paulista –
foi projetado pelo escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos em torno de uma praça
central e exibe desafiantes ângulos não ortogonais, onde as laterais das torres A e B
têm inclinação de 9 º. (MELLO,2015).
As fachadas combinam elementos pré-moldados de concreto revestidos por
placas de granito polido e uma estrutura de alumínio e fechamento de vidro. As placas
especiais de vidro de alta eficiência energética cobrem 41% da superfície e criam uma
barreira ao calor. O arquiteto responsável Roberto Aflalo, diz que essa solução exige
menor utilização do ar-condicionado e, consequentemente, a redução no consumo de
energia elétrica. (MELLO,2015).
As primeiras torres concluídas (figura 9) – A e B – são gêmeas, com
basicamente o mesmo projeto: 16 pavimentos-tipo, fachadas inclinadas e lajes
maiores nos andares superiores. Roberto Aflalo explica que a principal diferença entre
elas está nas plantas, que são espelhadas. “A torre D é a menor das quatro e a C será
a maior de todas, com um edifício-garagem” (MELLO,2015).
Figura 9 – Rochaverá Corporate Towers
Fonte: MELLO (2015)
43
O Rochaverá é o primeiro ícone de um trecho comercial planejado para ser
tomado por outros grandes empreendimentos, tais como o Morumbi Corporate – da
Multiplan – e o Parque da Cidade, em construção, que conta com cinco torres de
escritórios, uma de hotel, uma de salas comerciais e outras duas residenciais, além
de um centro comercial que atua como uma âncora no lado oposto aos shoppings
existentes. Para Aflalo, o aglomerado tem proporções relevantes ao considerar a
quantidade de pessoas que circulam nessa região. Segundo ele, aproximadamente
600 mil m² que receberão cerca de 50 a 60 mil pessoas diariamente, ou seja, em uma
única quadra concentra-se um volume maior do que muitas cidades brasileiras.
(MELLO,2015).
A edificação é referência sustentável no país, e as duas primeiras torres
acabam de ser certificadas pelo GBC – Green Building Council – com o LEED na
categoria “Gold”. Para obter essa certificação, o complexo de torres empresariais
atendeu a quatro critérios: redução do consumo de energia e dos custos operacionais
e de manutenção; diminuição do uso de recursos ambientais não renováveis; melhora
da qualidade do ar interno do edifício; melhora da qualidade de vida e da saúde dos
usuários, otimizando a qualidade do ambiente construído. (MELLO,2015).
O prédio elenca a automação de vários itens como iluminação, elevadores e
ar-condicionado. O resultado é uma economia de 10,5% de energia elétrica em
relação ao edifício padrão da norma técnica internacional ASHLEY. O diretor da
Tishman Speyer, Luiz Henrique Ceotto conta que pelo padrão brasileiro, um prédio
como esse consome 40,96 kWh/m²6” e a perspectiva é cair para 22,40 6 kWh/m², o
que representa quase 50% de economia. (MELLO,2015).
Soluções como o tratamento das águas de chuva, da cinza – de lavatório – e
da água de condensação das torres de resfriamento, encaminhada para as torres de
resfriamento e irrigação de jardins, também otimizam o funcionamento do edifício.
Ceotto revela que o uso e a conservação de água otimizados resultaram na redução
de 50% do consumo, o que representa o consumo de 122 L/m²7, quando em um
edifício de porte semelhante, a média anual consumida é de 197 L/m². Luiz Henrique
Ceotto revela que a Tishman estuda a possibilidade de implantação de ETE – Estação
de Tratamento de Água de Esgoto. (MELLO,2015).
6 Quilowatt-hora por metro quadrado 7 Litro por metro quadrado
44
5 METODOLOGIA, RESULTADOS E ANÁLISES
A presente pesquisa pode ser classificada como exploratória pois parte do
objetivo de identificar como vem sendo utilizado o ar condicionado em ambientes
corporativos do ponto de vista da eficiência energética e do conforto térmico. Para
tanto, como meios de se obter os resultados e respostas para a problematização
apresentada, optou-se por dois métodos de coletas de dados: a revisão bibliográfica
e o estudo de casos múltiplos.
Inicialmente, fez-se uma reunião e análise dos parâmetros usados para melhor
conforto térmico e desempenho energético nos ambientes de trabalho, através de uma
leitura dos conceitos e ideias de outros autores que discorrem sobre o tema e,
posteriormente, foi-se a campo para identificar em três escritórios, se os parâmetros
de conforto térmico e eficiência energética foram atendidos.
O estudo tem caráter qualitativo, com ênfase na análise de campo feita nos
ambientes corporativos visitados pela autora para medir as condições térmicas do
local. Fez-se a análise em três locais com distinguibilidade de atividade e
características abordando sempre a mesma teoria em todos.
Também vale ressaltar que para esse tipo de estudo necessitou -se de um
estudo da localização dos ambientes, tanto para posição solar quanto para melhor
diversidade de lugares dentro da cidade de Caratinga/MG. Utilizou-se o o Google
Earth para localizar e verificar se os escritórios selecionados apresentavam
diversidade de posicionamento (Figura 10).
Figura 10 – Localização dos objetos de estudo
45
Fonte: adaptado pela autora do Google Earth,2019.
Para analise térmica, contou-se com o aparelho de INSTRUTHERM ht - 350
que detecta a umidade relativa do ar e a temperatura exata, permitindo maior
confiabilidade aos dados coletados e trabalhados no estudo.
Os objetos de estudos mostrados na Figura 10 são: o escritório de advocacia
Marques e Pereira Advogados, identificado por objeto 1; o escritório Leonardo
Caetano, identificado como objeto 2; e o ambiente corporativo da Ampla
Geourbanismo, identificado como objeto 3. Todos localizados em Caratinga/MG.
a) Objeto 1: Marques e Pereira Advogados. Em primeiro plano, observa-se a
característica do escritório e qual trabalho é executado naquele ambiente. Em
segundo relatou -se as tipologias de materiais existentes no corpo estrutural
como acabamentos, aberturas, vedações, em terceiro classifica o tipo do ar
condicionado e a temperatura que ele se encontra e por último a analise com o
aparelho INSTRUTHERM para saber exatamente qual as condições térmicas
daquele ambiente. Nessa hora também acontece um diálogo com os ocupantes
do local, o que faz com que tenha mais conhecimento das atividades
desenvolvidas e também se estão satisfeitos com a qualidade térmica do
ambiente de trabalho.
b) Objeto 2: Escritório Leonardo Caetano. Como dito anteriormente, observa-se a
característica do ambiente de trabalho e os elementos que compõem a sua
envoltória. Em seguida analisa-se o tipo do ar condicionado e sua temperatura
atual, estando em ultimo o uso do INSTRUTHERM para melhor precisão de
condição térmica juntamente com um diálogo com os usuários do local.
c) Objeto 3: Ampla Geourbanismo. Em imediato percebe-se que se trata de uma
sala de grande proporção com um formato retangular, analisa-se os materiais
empregados na estrutura geral do ambiente (portas, janelas, vedações,
acabamento, etc). Logo observa-se que possuem 2 usuários permanentes
utilizando computadores, tendo alguns clientes durante o dia de horário
marcado. Em seguida acontece um diálogo com os ocupantes do ambiente
para identificar se a sala atende em condições térmicas e com esses dados
analisa-se o tipo do ar condicionado, juntamente com a localização e a
temperatura marcada e por último a temperatura que está marcando no
aparelho INSTRUTHERM.
46
Após a visita e coleta de dados nos três ambientes supracitados procedeu-se
a análise dos mesmos, correlacionando com os conceitos, informações e parâmetros
levantados na etapa de revisão bibliográfica. Isto para, posteriormente, ser elaborada
a proposta de projeto.
5.1 RESULTADOS
Os resultados encontrados no presente estudo abordam a envoltória dos
ambientes corporativos afim de relatar o quão confortável termicamente estão.
Contudo, observou-se materiais construtivos no local e também os tipos de vedação,
aberturas e atividades realizadas durante o período de trabalho. Levando em
consideração que o estudo foi praticado no período do inverno (de junho a setembro
de 2019) devem estar relevantes os resultados de acordo com a climatologia de
Caratinga.
5.1.1 Objeto 1 - Marques e Pereira Advogados – Caratinga
Em aproximadamente 9 m² (Figura 11), essa sala não possui nenhuma janela
e está localizada em uma sombreada da cidade. Nesse espaço permanecem 2
pessoas e a porta é aberta constantemente (Figura 12.1) por ser um escritório de
advocacia no centro da cidade. A sala é de alvenaria, de laje, está no pavimento térreo
e possui cores branca e laranja
Segundo relatos de um dos ocupantes, o ar condicionado é ligado na parte da
tarde depois do seu horário de almoço (13 horas) na temperatura de 18°C porem o ar
não climatiza inteiramente o ambiente e o ocupante que perpanece superior ao
aparelho sente muito frio (figura 12.2) o que causa um estresse e desconforto no local.
O aparelho esteve 10 minutos no local onde a ocupante se localiza e percebeu-
se que a temperatura finalizou com 24. 9°C (Figura 12.3). O ar condicionado é da
marca Consul modelo Split Bem-Estar Quente/Frio de 12000 BTUs8, possui
classificação energética nível A, temperatura de 18 a 32°C e frequência de 60Hz. A
8 é a sigla de British Thermal Unit, expressão em inglês que significa Unidade Térmica Britânica. BTU é uma unidade de energia, que mede a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura.
47
marca ainda recomenda ao comprador a verificar o BTU correto para o
condicionamento. (CONSUL,2019)
Figura 11 – Planta explicativa do Objeto 1
Fonte: elaborado pela autora, 2019
Figura 12 – Imagens do objeto 1
Fonte: acervo da autora,2019
48
5.1.2 Objeto 2 - Escritório Leonardo Caetano – Caratinga
O escritório localizado também no centro de Caratinga possui apenas um
ocupante e tem aproximadamente 12 m² (Figura 13). O grande problema do espaço é
não possuir laje e o telhado ser de zinco o que faz com que a sala aqueça muito. O
forro utilizado é de material PVC9 (Figura 14.4).
O ocupante relata que está se mudando para outro espaço pois a sala é muito
quente na parte da tarde (aproximadamente as 14:00 horas) e estão consumindo
muita energia com o ar condicionado ligado diariamente. Ele conta que a sala não
possui nenhum tipo de vedação para o ar condicionado, lá existem 2 paredes de
alvenaria e 2 de Compensado de madeira, a janela (Figura 14.2) está em direção sul
(então não recebe incidência solar, apenas luminosidade pois não tem persiana).
Figura 13 – Planta explicativa do objeto 2
Fonte: elaborado pela autora, 2019
Com o ar condicionado na temperatura de 21°C, o aparelho INSTRUTERM
permaneceu 10 minutos onde a mesa do ocupante se localiza e percebeu-se que a
temperatura finalizou com 22.5°C e perto da janela 23.5°C, como pode ser visto na
Figura 14.3.
9 Policloreto de vinila.
49
O ar condicionado é da marca Consul modelo Split Bem-Estar Quente/Frio de
12000 BTUs (Figura 14.1), possui classificação energética nível A, temperatura de 18
a 32°C e frequência de 60Hz. A marca ainda recomenda ao comprador a verificar o
BTU correto para o ambiente a ser condicionado. (CONSUL,2019)
Figura 14 – Imagens do objeto 2.
Fonte: acervo da autora,2019.
5.1.3 Objeto 3: Ampla Geourbanismo
Trata-se de uma sala individual localizada no segundo piso de um edifício de 2
pavimentos, com aproximadamente 40 m² (Figura 15) leva em consideração que se
trata de uma sala de grande proporção. Diferente dos locais anteriores, a locação do
ar condicionado é determinada pelo proprietário do imóvel, o que significa que o
locatário não tem autonomia. Neste sentido, não possibilita um bom conforto térmico
no ambiente pois o aparelho não tem suporte suficiente para atender a sala e no local
que ele se encontra não está atendendo os usuários.
50
Figura 15 – Planta explicativa do objeto 3
Fonte: adaptado pela autora do AutoCAD, 2019
Este ambiente tem a fachada principal toda de vidro com janelas pivotantes, o
que se torna um grande problema no período do verão, pois segundo relatos dos
ocupantes a partir das 15 horas a sala recebe insolação direta, neste sentido, os
usuários frontalmente com a parede envidraçada (Figura 16.3), e o sol incide na
direção aos olhos, o que causa um enorme desconforto causando desconcentração
durante o trabalho. Segundo relatos, o ar condicionado não atende as necessidades
do escritório pois, onde estes se localizam (Figura 16.2) não chega nem 30% do
condicionamento e os clientes também não conseguem sentir esse conforto. Na
maioria das vezes o ar condicionado se mantém desligado e os ocupantes
providenciaram um ventilador. As Janelas (que se encontram na posição oeste)
possuem vedações para esse tipo de condicionamento, já a porta é uma esquadria
normal de madeira sem vedações, o piso de emborrachado e as paredes são brancas
com acabamento de gesso, assim como o teto (Figura 16.1).
Com o ar condicionado na temperatura de 16°C (Figura 16.4), o aparelho
INSTRUTERM permaneceu 15 minutos onde a mesa do ocupante se localiza e
percebeu-se que a temperatura finalizou com 26.7°C (Figura 16.5).
51
Figura 16 – Imagens do objeto 3
Fonte: Acervo da autora, 2019
O ar condicionado é da marca Samsung modelo Split Digital Inverter Frio 9000
BTUs, possui classificação energética nível A,temperatura de 16 a 46 °C e frequência
de 60Hz. Segundo o site da Samsung (2019) o aparelho possui um design
diferenciado que combina com todos os ambientes. Oferece ar mais puro e fresco,
com baixo consumo de energia e desempenho eficiente quando comparado a
equipamentos convencionais.
5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS
O conforto térmico de um ambiente não depende somente da climatologia,
porém de uma série de fatores que envolvem o referido tema, como os materiais, a
posição solar e a localização de aparelhos condicionantes. Segundo um estudo de
Luizetto (2014), quando se trata do desconforto do usuário e queixas em relação a
sensação térmica, ressalta-se os apontamentos para o frio nas condições de trabalho,
como causa deste desconforto e até mesmo da falta de concentração. Neste sentido,
devem ser analisados as falhas em cada objeto e a partir de então, promover as
soluções para um local ideal, onde podem ser exercidos as atividades do dia a dia.
52
5.2.1 Análise do Objeto 1
Com base nos resultados adquiridos, percebe-se que o objeto identificado
como de número 1 não possui janelas no ambiente. Tal fator classifica o objeto 1 como
ambiente enclausurado, com ausência de ventilação natural. Neste sentido, o uso do
ar condicionado é alternativa indispensável para obtenção de conforto térmico do
ambiente. Com base nestes dados, deve-se pensar em como posicionar o aparelho
de condicionamento de ar em relação ao ambiente e como o mesmo propaga sua
ventilação, a fim de conseguir o melhor resultado e por conseguinte, conforto térmico
para a necessidade exigida. Segundo o site da Leroy Merlin (2014) a quantidade de
BTUs necessária para um ambiente de 9m² é de no mínimo 7000 BTUs, para
ambientes comerciais. No ambiente definido por objeto 1, o aparelho utilizado é de
12000 BTUs, o que significa que o aparelho possui capacidade superior ao
recomendado. Neste sentido, deve se atentar para a regulação da temperatura, a fim
de não extrapolar no aspecto “frio” e com isso gerar o desconforto térmico aos
usuários.
Um dos fatores que devem ser levados a sério é a vedação de portas e janelas,
precavendo o escape do ar. No caso do ambiente identificado pelo objeto 1, este
elemento está diretamente relacionado com a porta, sendo esta a única abertura do
ambiente. A porta em questão tem esquadria de madeira, sem nenhuma vedação,
além do que a porta traz em si. Ou seja, existe o escape do ar no que se pode
denominar frestas entre a porta e a aduela.
Um outro fator influente na relação calor e espaço consiste na incidência solar
sobre cores que venham a refletir uma certa condutividade térmica no espaço em si.
Neste sentido, o ambiente identificado no objeto 1 não tem incidência solar capaz de
gerar esta influência, pois ainda que exista uma das paredes com revestimento na cor
laranja, não há qualquer abertura para o exterior que possa propiciar tal resultado.
5.2.2 Análise do objeto 2
Com base nos dados obtidos, o ambiente identificado como objeto 2 consta
com forro de PVC e com telhado de aço galvanizado. Tais dados influenciam na
condutividade térmica deste ambiente. O aço galvanizado possui condutividade
53
térmica de 55 W/m².k10, que por sua vez é relativamente superior às telhas de barro.
Como exemplo, a telha de barro em média possui 2,24 w/m².k (condutividade térmica),
sendo em sua comparação com o aço galvanizado, torna este, o aço, inapropriado
para coberturas em salas corporativas. Já o forro de PVC pode-se salientar que o
mesmo possui condutividade térmica de 0,20 W/m².k, o que o torna muito apropriado
para obter conforto térmico em salas corporativas, de acordo com a norma de
desempenho térmico.
No ambiente identificado como objeto 2 pode-se constar a existência de duas
paredes de compensado, que por sua vez possui variação de 0,12 W/m².k a 0,15
W/m².k de condutividade térmica. Tal fator torna a parede de compensado bastante
apropriado para ambientes corporativos, de acordo com os parâmetros normativos.
Dentre os fatores que caracterizam o espaço identificado pelo objeto 2, há um
que se torna bastante prático e viável de solução. Existe uma única abertura voltada
para o ambiente externo que se trata de janela na fachada sul da edificação. Em
primeiro lugar, a janela posicionada na fachada sul recebe pouquíssima incidência
solar direta, o que reduz os ganhos e calor no ambiente. Em segundo lugar,
considerando que a luz indireta também gera calor, a simples colocação de película
que diminui a incidência de luz natural direta se torna alternativa viável para a redução
do calor. Relevante considerar que a janela em questão contribui de forma positiva na
incidência de luz natural, que ainda que deva ser controlada, na medida certa, pode
resultar em menos ganho de calor, desde que mantenha algum ganho de luz natural
para o ambiente capaz de tornar capaz de tornar desnecessário o uso da luz artificial,
precavendo o consumo de energia.
No ambiente relacionado ao objeto 2 há um ar condicionado de 12000 BTUs o
que também está nos parâmetros exigidos no conforto térmico, já que este possui
12m².
Dentro do quadro apresentado em relação ao ambiente identificado pelo objeto
2, e considerando suas vantagens, a possibilidade de troca do aço galvanizado por
algum outro material de baixa condutividade térmica para a cobertura por si reduziria
sensivelmente os ganhos de calor no ambiente. Por outro lado, a simples instalação
de película na janela da fachada sul, que reduza a incidência da luz indireta, numa
proporção que permita manter incidência que torne desnecessária a luz artificial
10 Watt por metro quadrado Kelvin
54
interna, por si, é também uma alternativa que pode contribuir sensivelmente na
qualidade térmica do espaço.
5.2.3 Análise do Objeto 3
Fundamentado nos conceitos adquiridos, o ambiente constatado como objeto
3, pode-se observar que este espaço é o mais amplo desta análise, o que em partes
de conforto espacial é excelente, porém nas questões térmicas se torna inferior.
Compreendendo que o espaço dispõe de 40 m² e seu ar condicionado contém 9000
BTUs, de imediato identifica-se que este aparelho não atende os parâmetros exigidos,
pois segundo o site Leroy Merlim(2014), para ambientes comerciais com essas
medidas o aparelho deve conter pelo menos 32000 BTUs. Outra contrariedade
identificada no objeto 3 é que o aparelho de condicionamento de ar é fornecido pelo
proprietário do imóvel, então, o locatário não possui nenhuma autoridade para a troca
do dispositivo. Para este caso, é viável o alugador desativar o ar condicionado locado
e adquirir um aparelho com a quantidade de BTUs exigida, assim, o local estará
condicionado corretamente.
O ambiente identificado como objeto 3, apresenta também a parede da fachada
oeste revestida de janelas com folhas verticais, o que causa bastante calor no final da
tarde pois os raios solares penetram diretamente na direção dos usuários. Para este
quesito, o necessário o uso de persianas no ambiente, levando em conta que a
incidência solar é direta no edifício e atrapalha não só no conforto térmico, mas
também na concentração dos ocupantes visto que estão locados diretamente para
esta parede.
O piso assentado no objeto 3 é um elemento emborrachado e, segundo a
Construindo Decor (2019) este retém menos o calor do concreto em comparação a
outros pisos. Além disso, o revestimento também resiste à ações climáticas, é
termicamente estável e dispõe de propriedades antichamas e possibilita conforto
acústico.
55
5.2.4 Conclusão das análises dos resultados
Com base nessas condições, observa-se que o problema está relacionado mais
a questão de posição e unidade térmica do aparelho condicionador de ar do que aos
materiais, mesmo assim, foram identificados alguns preceitos de que se os elementos
utilizados na envoltória estejam nas condições corretas de acordo com a Norma de
Desempenho Térmico, o ar condicionado pode ser dispensado ou então, utilizado de
maneira moderada. Tudo isso também depende da posição solar do edifício, visto que
a incidência solar afeta constantemente o clima do ambiente.
56
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os requisitos apresentados neste Trabalho de Conclusão de Curso se baseiam
em condições térmicas em ambientes corporativos, onde nos estudos realizados
observa-se vários fatores que atrapalham no conforto térmico. Neste sentido, nota-se
que este problema não depende somente do aparelho de condicionamento de ar, mas
também da envoltória do edifício onde está situado o ambiente. É possível observar
que a posição das janelas interfere bastante na qualidade térmica do ambiente, assim
como também a posição do ar condicionado, visto que se é necessário um projeto
específico capaz de mensurar o local que este deve permanecer, além de verificar a
quantidade de BTU’s para a metragem da sala corporativa.
Nestes estudos também nota-se a importância de seguir as normas de
desempenho térmico das edificações (NBR 15220/2003), pois com a análise é
possível encontrar a condutividade térmica de cada material utilizado e também as
diretrizes construtivas para cada região.
Pode-se concluir que o papel do arquiteto é essencial no momento da
concepção projetual visando o conforto térmico dos usuários no ambiente de trabalho.
Para tanto, o profissional de arquitetura pode apelar para o aspecto comercial para
fins lucrativos quando pretende elucidar que há meios de atrelar o ar condicionado
como conforto, de forma eficiente. Neste sentido, os empresários e administradores
entendem a valorização dos seus empreendimentos, justificando que estes ambientes
foram construídos de modo mais eficiente para melhor atender, selecionado os
materiais específicos e fazendo com que o ar condicionado seja usado de modo
eficiente e em alguns casos dispensado.
57
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60
Sumário 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16
2.1 AMBIENTE CORPORTATIVO ........................................................................ 16
2.1.1 Breve histórico do ambiente corporativo .......................................... 16
2.1.2 Funcionalidade Corporativa ............................................................... 18
2.2. CONHECENDO O AR CONDICIONADO: CONCEITO, HISTÓRICO E
TIPOLOGIA ............................................................................................................... 19
2.2.1 Breve histórico do ar condicionado ...................................................... 20
2.2.2. Tipologia e função do ar condicionado ................................................ 22
2.3 EFICIENCIA ENERGÉTICA NO AMBIENTE CORPORATIVO ........................... 25
2.3.1 Carta de Givoni ........................................................................................ 26
2.3.2 Variáveis de conforto térmico ................................................................ 26
2.3.3 NBR 15220/2003: Desempenho térmico nas edificações .................... 27
2.3.4 NBR 15575/2013: Edificações habitacionais - Desempenho ............... 29
2.3.5 Importância do ar condicionado nos sistemas energéticos ............... 31
3 CONTEXTUALIZAÇÃO E OBJETO DE ESTUDO ................................................ 35
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE CARATINGA/MG ................................................ 35
3.1.1 Caratinga: Predominância no comercio varejista ............................. 36
3.1.2 Zona Bioclimática de Caratinga ......................................................... 37
3.2 OBJETO DE ESTUDO: SALA CORPORATIVA EM CARATINGA ................. 38
4 OBRA REFERENCIAL .......................................................................................... 40
4.1 LC CORPORATE GREEN – FORTALEZA ..................................................... 40
4.2 ROCHAVERÁ CORPORATE TOWERS – SÃO PAULO ................................ 42
5.1 RESULTADOS ............................................................................................... 46
5.1.1 Objeto 1 - Marques e Pereira Advogados – Caratinga ..................... 46
5.1.2 Objeto 2 - Escritório Leonardo Caetano – Caratinga ........................ 48
61
5.1.3 Objeto 3: Ampla Geourbanismo ......................................................... 49
5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................... 51
5.2.1 Análise do Objeto 1 ............................................................................. 52
5.2.2 Análise do objeto 2 .............................................................................. 52
5.2.3 Análise do Objeto 3 ............................................................................. 54
5.2.4 Conclusão das análises dos resultados ............................................... 55
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 56