1. introduÇÃo À osteopatia

Upload: leonardo-rocha

Post on 14-Jul-2015

530 views

Category:

Documents


14 download

TRANSCRIPT

1 INTRODUO A OSTEOPATIA A osteopatia um meio de diagnstico, tratamento e cura que se utiliza de recursos manuais para interferir na estrutura e funo do organismo para obter os resultados desejados. Est fundamentada em slidos conhecimentos de anatomia e fisiologia. Requer uma experincia prtica e holstica que a permite lidar com os tecidos e estruturas do organismo de uma forma extremamente hbil. Reconhece que a patologia se instala devido a ocorrncia de disfunes das estruturas msculo-esquelticas (msculos, ligamentos, fscias, articulaes, etc.) e que o prprio organismo tem uma estrutura inerente de se auto-curar e recuperar. A osteopatia tem como objetivo principal devolver as funes e auxiliar o organismo a encontrar seu prprio caminho de auto-cura, restabelecendo e revertendo desta forma os processos patolgicos. Suas teorias e fundamentos foram observados h muito tempo. Hipcrates, mdico grego, j dizia desde antes de Cristo que a doena era provocada pela relao do homem com agentes externos como: alimentao e meio ambiente. Estes fatores poderiam influenciar negativamente o sistema de funcionamento do organismo, gerando situaes internas que acabavam em doenas. Tambm percebia a fora natural do organismo de lutar contra essas situaes. NOSSA NATUREZA O MDICO DE NOSSAS DOENAS. Hipcrates, sculo IV antes de Cristo. Se olharmos para a osteopatia hoje, podemos afirmar que os conceitos de Hipcrates e suas observaes foram incorporados filosofia osteoptica.

ORIGEM DA OSTEOPATIA ANDREW TAYLOR STILL

Andrew nasceu em 16 de Agosto 1828 em Jonesburgh Virginia EUA. Seu pai, reverendo Abram Still, da Igreja Metodista Episcopal, era pregador e mdico de seu rebanho, o que era uma pratica comum na poca. Devido ao seu pai ser reverendo, sua famlia mudou-se algumas vezes. J aos seis anos mostrou um grande interesse pelo ambiente natural e com ajuda de seu pai, estudou e observou a natureza, descobrindo uma beleza e uma ordem muito grande no mundo, prejudicadas somente pela presena de doenas e morte. Aos 16 anos, a famlia mudou-se para o Kansas, onde seu pai foi designado como missionrio junto com os ndios Shawnee. Aos 18 anos casou-se e em 1857 foi eleito para a legislatura antiescravagista. Em 1859 sua esposa faleceu deixando-o com 3 filhos pequenos.No ano seguinte casou-se novamente.

2 Iniciou se treinamento como mdico quando estava apto a ajudar e aprender com o seu pai e outros mdicos, pois havia poucas escolas de medicina. Antes da guerra ele freqentou o College of Physicians and Sugeons em Kansas City. Mas antes de terminar se alistou na Guerra civil da Secesso onde serviu como cirurgio e foi promovido a major. Aps a guerra continuou a pesquisar a natureza da sade e da doena. Ele estudou o corpo humano em detalhes, sua estrutura e o relacionamento entre estrutura e funo e estava convencido que somente atravs da compreenso desse relacionamento se poderia atingir a compreenso das disfunes do corpo, ou seja, a doena. Em 1864, uma epidemia atingiu a fronteira do Missouri. Centenas de pessoas morreram inclusive seus 3 filhos. Sua impotncia diante da tragdia levou-o a prosseguir com as pesquisas. At o meu corao ter sido despedaado e dilacerado pela dor e aflio, no percebi totalmente a ineficcia dos remdios. Alguns podem dizer que eu deveria sofrer para que surgisse algo bom, mas sinto que minha dor veio da ignorncia flagrante da profisso mdica. Esta experincia demonstrou sua insatisfao com os mtodos empricos do tratamento mdico da doena. Ele visava uma filosofia sobre a qual pudesse basear sua prtica e que no se modificaria de acordo com nova tendncia de doutrina e experincia, mas que teria uma base cientfica. Em 29 de agosto de 1874, foi registrado como medico praticante no condado de Macon Missouri.

Andrew Taylor Still (1828-1917) Fundador da Osteopatia

Por volta de 1874, um mdico chamado ANDREW TAYLOR STILL, americano da Virgnia, aps anos de pesquisas anunciou os princpios fundamentais nos quais baseava a prtica de sua medicina: 1) O corpo produz suas prprias substncias curativas. 2) A sade depende da integridade de estrutura. 3) A estrutura viciosa a causa fundamental das doenas. Alm dos princpios, criou um sistema de manipulaes manuais que combinava o uso de medicamentos e cirurgias baseado em um conhecimento apuradssimo de anatomia, fisiologia e qumica, existentes na poca.

3 Still percebeu que era possvel, atravs do toque manual, modificar o comportamento dos tecidos e que as doenas tinham uma relao estreita com a estrutura corporal. O Dr. Still teve uma carreira brilhante. Ficou muito conhecido em seu pas e recebia doentes vindos de todas as partes. Foi extremamente combatido por seus colegas de profisso, assim como at hoje a osteopatia continua sendo vtima dos profissionais da sade que no a conhecem. Still sempre foi convicto de seus mtodos e nunca deixou-se abater pelas crticas. O reconhecimento dos seus pacientes e os resultados obtidos foram a confirmao da validade de seus mtodos. Em 1917, falecendo aos 89 anos, deixou inmeros seguidores, que continuam at os dias de hoje praticando medicina manual. Atualmente, conhecemos melhor os conceitos fisiolgicos, anatmicos e patolgicos do que naquela poca. A osteopatia evoluiu, bem como suas tcnicas, mas os princpios de Still permanecem intocveis e ainda hoje um tesouro guardado por qualquer osteopata que se preze. A osteopatia muito mais do que algumas tcnicas manipulativas. um sistema de cuidados com a sade que tem princpios filosficos, que devero ser embutidos no esprito de quem a pratica. Requer um conhecimento de anatomia, fisiologia, biomecnica e um aprendizado prtico que leva tempo para ser adquirido. Somado a tudo isso necessrio ainda incorporarmos a idia inicial de Still, que realizar algo com um nico intuito: o de ajudar pessoas. Seus conceitos e filosofias continuam com seus seguidores como: WILLIAM GARDNER SHUTERLAND, que foi aluno de Still, nascido em 1895 e foi o pai da tcnica crnio-sacra. Estudou todas as suturas do crnio e chegou a preciosas concluses tanto em diagnstico como em tratamento. Os ossos do crnio tem micro movimentos e podemos atuar por intermdio da dura-mter ou do liquido cefaloraquidiano. JOHN LITTLEJOHN. Nascido em Glasgow na Inglaterra em 1875. Realizou seus estudos em medicina na Inglaterra e mudou-se para os EUA. Obteve seu ttulo de D.O. em 1900. Fundou outra escola na Inglaterra que a mais antiga e clebre escola de Osteopatia, que a B.S.O LAWRENCE JONES criou um mtodo de posicionamento derivado da tcnica em que se agrava a leso e se utiliza sobre tudo no trabalho com fscias. FRED MITCHEL, criou uma srie de testes e tcnicas sobre tudo as tcnicas de Energia Muscular. IRWIN KORR, no Osteopata, porem descreveu todas as bases fisiolgicas reprodutveis para explicar a Osteopatia.

4 GILLET,era um quiroprata belga que fundou em 1924 a Belgium chropractic Burset e todos os testes de diagnstico que utilizamos esto baseados sobre os testes de Gillet.

CONCEITOS, PRINCPIOS E FILOSOFIA OSTEOPTICAS

Definies: um sistema de cuidados com a sade que reconhece que a auto-cura e a habilidade de auto-regular o corpo depende de determinado nmero de fatores, incluindo condies favorveis do meio ambiente (internas e externas), nutrio adequada e integridade estrutural normal. Ela se utiliza de mtodos de diagnsticos comumente aceitos, bem como alguns mtodos especficos desenvolvidos para facilitar uma avaliao estrutural precisa. D nfase especial importncia mecnica do corpo e utiliza tcnicas para detectar e corrigir estruturas e funes imperfeitas. Leon Chaiton A Osteopatia o sistema de cura que enfatiza principalmente a integridade da estrutura do corpo. Esta integridade estrutural o fator mais importante a ser mantido. Rege a boa sade do organismo e evita doenas. Associao Americana de Osteopatia A Osteopatia uma concepo diagnstica e teraputica manual das disfunes de mobilidade articular e tecidual em geral, no quadro de sua participao no aparecimento das doenas. Irvin Korr A osteopatia no apenas uma abordagem mecanicista da doena, mas um sistema autntico e efetivo que tenta eliminar as causas de uma sade prejudicada e busca fortalecer o poder curativo bsico que existe dentro do prprio corpo. Andrew Taylor Still Um osteopata deve ter em mente um objetivo bsico quando examina um paciente: descobrir e corrigir aquilo que est estruturalmente incorreto e sempre que possvel, recuperar a funo normal. Para que isso ocorra necessrio conhecer muito a estrutura corporal (os tecidos, rgos e articulaes), as suas relaes e como todo esse sistema funciona. A partir desse conhecimento que podemos apontar as falhas, quando essas existirem.

5 No possvel separar a prtica osteoptica das teorias que lhe do origem e a fundamentam. OS PRINCPIOS FILOSFICOS DA OSTEOPATIA 1- A estrutura governa a funo; esta por sua vez determina a estrutura. O corpo humano uma unidade integrada na qual estrutura e funo so recprocas e ao mesmo tempo interdependentes. Isto significa que qualquer modificao na estrutura alterar algum aspecto da funo e inversamente, qualquer alterao na funo resultar em mudanas estruturais. Existem mudanas na estrutura que so irreversveis (exemplo uma leso medular). Quando tem algo que no pode ser mudado por meio de tcnicas manuais, a osteopatia se torna ineficiente ou contra-indicada. A osteopatia depende de que a estrutura esteja intacta ou que aceite modificaes para que, agindo nela, possa reestruturar as funes, que so fundamentais na recuperao dos processos patolgicos. Entendemos como estrutura, todo tecido orgnico que constitui o corpo humano (msculos, ossos, ligamentos, vasos, articulaes, vsceras). Quando esses tecidos apresentam alguma forma de disfuno, seja ela mecnica ou fisiolgica, esta ser responsvel por danos estruturais que vo se instalar no organismo imediatamente ou ao decorrer do tempo, dependendo da natureza desta disfuno . 2 Princpio da auto-cura A osteopatia reconhece que dentro do corpo existe uma tendncia constante em direo sade. Atravs de mecanismos complexos, o corpo humano busca se auto regular ou auto curar-se quando atacado por algum processo patolgico. Ele est sempre em busca da homeostase ou equilbrio. Devemos reconhecer que essa capacidade de auto-regulao e auto-cura vai ocorrer em qualquer situao de agresso ao organismo, sendo ela tanto de carter viral, quanto mecanicista ou traumtico, etc. Cabe ao osteopata interpretar essa linguagem corporal e reconhecer o caminho que o organismo est tomando para se auto-curar. Nesse momento, dever interferir para ajudar o corpo a retomar o caminho certo. 3 Segmento facilitado Este conceito muito importante para filosofia e fisiologia osteopticas. Permite-nos entender como uma disfuno pode gerar sintomas a distncia, ou como tecidos que aparentemente no fazem parte de uma disfuno podero vir a sofrer. Um segmento o mesmo que um metmero (unidade funcional vertebral composto de duas vrtebras mais seus elementos nervosos, vasculares, articulares, etc.).

6 Quando uma leso osteoptica atinge um segmento, que pode ser por uma perda mecnica normal ou uma aferncia exagerada, ela provocar neste segmento um estado de hiperexcitao. Esta hiperexcitao ou facilitao neural poder afetar os vrios elementos de um metmero. Isto equivale dizer que tecidos como msculos, ligamentos, vasos, nervos, sofrero por conta deste estado de facilitao. Estes tecidos uma vez afetados podero atingir novos segmentos, formando desta forma uma cadeia lesional. Ento podemos concluir que, a partir de um segmento facilitado, podemos influenciar praticamente todos os sistemas do organismo, se entendermos que no existe no organismo um s tecido que no pertena a um determinado metmero. Um dos conceitos mais importantes da teoria osteoptica o segmento facilitado. Devido s vias aferentes anormais ou entradas sensitivas em uma rea especfica da medula espinal, esta rea mantida em constante de excitao aumentada. Esta facilitao permite que estmulos normalmente ineficazes ou subliminares se tornem eficazes e gerem respostas do segmento facilitado, fazendo com que rgos, vsceras e msculos esquelticos inervados por este segmento continuem num estado de superatividade. provvel que a leso osteoptica ou disfuno somtica com o qual um segmento esta associado seja resultado direto da atividade segmentar anormal, sendo em parte responsvel pela facilitao. Segundo Irvin Korr, a facilitao das vias motoras leva as tenses musculares constantes exageradas, assimetrias posturais, locomoo dolorosa e limitada. Uma vez que os msculos possuem uma rica inervao sensorial e motora, sob estas condies podem se tornar com tendes, ligamentos cpsulas articulares, etc.; fontes de correntes de impulsos desequilibrados e relativamente intensos. Os efeitos fisiopatolgicos da facilitao nas vias simpticas locais dependem das estruturas inervadas por estas vias, isto , qual vscera, vasos sangneos, glndulas, etc. que so inervadas por elas. As implicaes de uma ou diversas reas da coluna so profundas, que fazem com que diversos aspectos do sistema nervoso se comportem de maneira exagerada. Desse modo temos um importante talvez, o mais importante mecanismo de coordenao e organizao do corpo, responsvel pela manuteno da vida, comportando de modo anormal. Esta parte do sistema nervoso conhecido como SNS, normalmente tem um papel vital na organizao das funes de adaptao e proteo do corpo. Quando h reao excessiva, existe a probabilidade de danos nos rgos envolvidos e alterao na organizao total do corpo: se isto resultar em doena ou no, depender tambm dos recursos do indivduo, fatores como tendncia herdada, equilbrio, psicolgico e nutricional etc.determinam at certo ponto quais as reservas fisiolgicas que o indivduo possui. O

7 segmento facilitado e os danos que provoca podem ser fatores decisivos que limita a capacidade do corpo em se manter em uma condio saudvel.

4 Leso circulatria ou Lei da artria de Still Para que tenhamos uma estrutura saudvel e funcional, necessitamos que estas estruturas recebam um bom aporte sanguneo e tambm tenham um bom fluxo nervoso. Uma disfuno somtica poder alterar o bom andamento do sistema ortossimptico, que por sua vez controla a vasomotricidade das artrias e veias, influenciando desta forma a boa irrigao para os tecidos, ou provocando congestes (edemas) pela perda de capacidade de reabsoro do sistema venoso. Uma das funes da osteopatia atravs de suas tcnicas fazer com que os tecidos sejam bem nutridos (condio indispensvel para a sade deles) e tambm que os processo patolgicos que gerem estase venosa sejam o mais rpido possvel reabsorvidos, restaurando, desta forma, o livre fluxo de sangue para os tecidos. 5 O sistema msculo esqueltico para osteopatia Ele mais do que apenas uma estrutura que sustenta e contm as vsceras do corpo. o seu principal componente dinmico. (Irwin Koor) Os gestos de nosso cotidiano, bem como os gestos desportivos, so realizados pelos sistemas msculo-steo-articular, que se utilizam de um complexo jogo articular e funes musculares distintas. Todo este sistema controlado por uma rede nervosa e nutrido por uma rede vascular, que nos possibilita realizar os gestos de forma harmnica e perfeita. Cada articulao participa com sua funo e se integra a este complexo sistema que nos possibilita os movimentos. Quando nos movemos, colocamos para funcionar todo o complexo ou quase todo o complexo, e nunca apenas uma articulao. Algumas situaes que vo desde alteraes nervosas, traumatismos, fatores emocionais, postura inadequada etc. podem interferir na fisiologia dos tecidos (msculos, ligamentos) que comprometem a liberdade articular influenciando desta forma a biomecnica (vida mecnica) normal do sistema msculo-steo-articular. Isto o que caracteriza uma disfuno osteoptica ou disfuno somtica (perda da funo articular). Para a osteopatia, uma perda da mobilidade articular significa que o conjunto est comprometido, mas devido a sua versatilidade e incrvel capacidade de se adequar, o sistema steo-msculo-articular se adapta para continuar funcionando. Muitas vezes este nus a instalao de uma patologia. Temos que nos lembrar ainda de que este sistema todo interligado. Qualquer repercusso local poder influenciar tecidos que se relacionam direta ou indiretamente

8 com ela. Cria, desta forma, no organismo uma seqncia de disfunes que a osteopatia denomina CADEIA LESIONAL ADAPTATIVA, ocasionada por uma disfuno primria que a restrio que iniciou todo o processo. 6 - Conceito de hipo e hipermobilidade articular Uma perda de funo articular, que para a osteopatia significa uma articulao hipomvel, far com que outras articulaes que participam da mesma funo sofram uma sobrecarga funcional ou realizem uma hiperfuno, que a denominamos articulao hipermvel. Toda vez que tivermos uma articulao hipomvel, o organismo no deixar de realizar funes biomecnicas, mas utilizar mais de uma determinada articulao, em detrimento daquela que est bloqueada. A osteopatia atua, por tradio, sobre as zonas de hipomobilidade ou fixao articular, devolvendo a elas as funes normais, atuando, para que isto ocorra, diretamente sobre a articulao e tambm sobre os tecidos periarticulares que porventura contribuam para o bloqueio. Pensamos que ao desbloquearmos, estamos, de forma indireta, tratando as zonas de hipermobilidade, pois elas so conseqncias de uma hipomobilidade. Entendemos tambm que as zonas de hipomobilidade so regies assintomticas, ou seja, no so nestes locais que as patologias vo se manifestar. J as zonas de hipermobilidade, como o prprio nome sugere, so regies de muitas funes ou funo exagerada e natural que as patologias ocorram com maior freqncia. Ser um erro grave um osteopata aplicar uma manipulao sobre uma zona hipermvel. Ser um grande acerto manipularmos uma zona hipomvel. Marcas morfo-funcionais de uma hipomobilidade: Diminuio do jogo articular, Teste de mobilidade positivo, Espasmos e hipertonias, Tecido subcutneo enrijecido e hipomvel (pouco jogo de pele sobre o local examinado), Presena de cordes milgicos, Pele com presena de muito plo e acnes sugere que os seguimento abaixo esteja hipomveis. Marcas morfo-funcionais de uma hipermobilidade: Aumento do jogo articular, Teste de mobilidade negativo,

-

9 Hipotonia seguida de flacidez, Tecido subcutneo hipermvel, No temos presena de cordes ou sensaes de enrijecimento subcutneo, Na pele, a presena de estrias sugere que o seguimento ou articulao que estiver abaixo esteja hipermvel.

7 - Conceitos de macrofisiologia articular e microfisiologia articular A macrofisiologia articular utilizada para determinar as atitudes posturais tais como antiverso plvica, retroverso plvica, cifose dorsal, escoliose etc. (macrofisiologia esttica). tambm utilizada para determinar os grandes gestos, antipulso do ombro, extenso do quadril, flexo do punho etc. (macrofisiologia dinmica). a fisiologia estudada pela medicina tradicional. Microfisiologia articular So os movimentos acessrios ou micromovimentos existentes nas articulaes, que muitas vezes no podemos enxergar a olhos claros, mas sabemos que existe e que faz parte das funes articulares. Podemos observ-la atravs de exames osteopticos especficos. A osteopatia trabalha quase que exclusivamente com os conceitos de microfisiologia.

FISIOLOGIA NEUROMUSCULAR Os msculos apresentam 4 propriedades bem definidas : Contratibilidade: cuja funo da fibra muscular ou miofibrilas, que so os elementos contrteis; Excitabilidade: a poro nervosa da fisiologia da unidade motora. A fibra muscular contrai-se sob influncia do influxo nervoso derivado de seu motoneurnio; Elasticidade: uma funo conjuntiva que determina a capacidade de estirar de um msculo. So seus elementos conjuntivos: epimsio, perimsio, endomsio, bandas Z e os tendes; Tonicidade: uma fisiologia totalmente independente, controlada pelo S.N.C. Qualquer que seja a patologia teremos necessariamente uma alterao em pelo menos uma dessas propriedades. Apesar dessas fisiologias serem diferentes e independentes, elas relacionam-se entre si para manter as funes musculares. Isto equivale dizer que qualquer alterao em uma delas afetar a outra.

10 As Aferncias e Eferncias do Sistema Nervoso So as vias pelas quais o sistema nervoso transmite informaes de sua periferia para o centro (SNC) e, tambm, do centro para sua periferia. As vias que levam informaes da periferia para o centro (SNC) so denominadas vias aferentes. As vias que levam informaes do centro (SNC) para a periferia so chamadas vias eferentes. GlndulasAferncia Eferncia

SNCAferncia

Eferncia

Msculos

Classificao fisiolgica dos receptores sensoriais Proposta por SHERRINGTON, esta classificao leva em conta sua localizao e a natureza dos elementos que as atingem. A Os Exteroceptores Localizam-se na superfcie externa do corpo, onde so ativados por agentes externos como calor, frio, tato, presso, luz e som. B Os Interoceptores Localizam-se nas vsceras e nos vasos. Do origem a diversas formas de sensaes viscerais como a fome, sede, o prazer sexual, dor visceral, etc. C Proprioceptores ou Mecanorreceptores

11 Localizam-se nos msculos, tendes, ligamentos e cpsulas articulares. So estimulados a partir de uma deformao mecnica. Dentre os vrios tipos de receptores proprioceptivos, temos: Ruffini, Paccini, Corpsculo de Golgi, Mazzoni, que esto presentes nos tecidos periarticulares. O rgo tendinoso de Golgi e o fuso neuromuscular se encontram presentes nos tendes e ventres musculares, respectivamente. Esses receptores aferentes so extremamente importantes para osteopatia. Atravs de estmulos originados por eles, poderemos ter um segmento facilitado em nvel medular, que por sua vez poder afetar vrios tecidos ou rgos atravs de uma eferncia perturbada.

ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS SINAPSES Um motoneurnio tpico composto de trs partes principais: o soma, que o corpo do neurnio; um axnio nico, que se estende do soma em direo ao nervo perifrico; e os dentritos, que so projees finas que se originam do soma. Sinapse refere-se a uma regio de comunicao entre neurnios, ponto no qual um estmulo passa de um neurnio a outro. Uma sinapse formada basicamente por trs partes: Terminal pr-sinptico, fenda sinptica e neurnio ps-sinptico. Os terminais pr-sinpticos esto localizados em sua maior parte nos dentritos, e uma pouca quantidade sobre o soma. Possuem em seu interior duas estruturas importantes: as vesculas sinpticas e as mitocndrias. As vesculas sinpticas contm substncias transmissoras que, quando liberadas na fenda sinptica, podero inibir ou excitar o neurnio ps-sinptico, dependendo da origem de seu receptor. As mitocndrias fornecem ATP, que serve para a sntese de substncias transmissoras. Logo aps o terminal pr-sinptico, encontramos a fenda sinptica. Em seguida, temos a membrana ps-sinptica, que faz parte do neurnio ps-sinptico.

12 Quando um potencial de ao se propaga sobre um terminal pr-sinptico vindo de algum receptor sensorial aferente, a despolarizao da membrana causa o esvaziamento das vesculas no interior da fenda sinptica e o transmissor liberado causa, por sua vez, modificaes na permeabilidade da membrana ps-sinptica que levar a uma excitao ou inibio do neurnio ou do msculo, dependendo das caractersticas dos seus receptores. Substncias excitatrias, como acetilcolina, norepinefrina, etc., tm a capacidade de abrir os canais de Na+ e Ca+, que so substncias positivas, que uma vez no meio intracelular, vai levar a fibra nervosa ou muscular a um estado de contrao ou de facilitao. O fuso neuromuscular um receptor que faz sinapses essencialmente excitatrias. Isto equivale dizer que toda vez que estimularmos um fuso provocaremos um estado facilitao ou uma contrao muscular reflexa. J o rgo de Golgi um receptor que possui em seu terminal pr-sinptico substncias inibidoras como glicina, cido gama-aminobutnico (Gaba), etc. que, uma vez na fenda sinptica, provocam abertura dos canais de potssio. Isso permite a difuso rpida de ons potssio carregados positivamente para fora do neurnio pssinptico, aumentando a negatividade intracelular, o que inibitrio. Tambm aumenta a condutncia de ons cloreto carregados negativamente no interior do neurnio pssinptico, o que tambm inibitrio. Isto eqivale dizer que toda vez que acionam o rgo tendinoso de Golgi, seus influxos faro com que ocorra a sinapse inibitria nervosa ou msculo-nervosa, o que vai levar a um estado de inibio muscular. Ficar mais difcil de se obter uma contrao neste estado. Sinapse ESTRUTURA DO FUSO NEUROMUSCULAR (FNM) Cada fuso construdo por uma dezena de pequenas fibras musculares esquelticas denominadas fibras intrafusais. Recebem este nome por pertencerem ao fuso. Essas fibras intrafusais esto ligadas s fibras dos msculos esquelticos denominados fibras extrafusais, de forma a estarem em paralelo com essas fibras. Cada fibra intrafusal , na verdade, um msculo digstrico de pequeno calibre, que possui dois ventres musculares, um em cada extremidade das fibras. Entre eles, temos uma poro central, formada de tecido conjuntivo, que corresponde parte tendinosa de

13 um msculo digstrico. Desta forma, temos as duas extremidades do fuso que equivalem a suas pores motoras. A sua parte central equivale rea sensorial do fuso.

Poro central do fuso ou rea sensorial Esta regio receptora do fuso muscular est localizada na sua parte central, onde os fusos no possuem elementos contrteis. H dois tipos de rea sensorial nos fusos: 1) Com bolsas nucleares grande nmero de ncleos est congregado no interior de um saco expandido na poro central da rea receptora. 2) Em cadeias nucleares possuem os ncleos alinhados em cadeia ao longo da rea receptora. Obs. Acredita-se que esses sacos contm substncias neurotransmissoras e fazem parte da especializao do fuso em suas respostas reflexas dinmicas e estticas. Na rea receptora do fuso, so encontrados dois tipos de terminaes sensoriais, que so: Terminao primria e terminao secundria. A) Terminao primria (do tipo Ia) Na parte mais central da rea receptora, uma grande fibra sensorial envolve circularmente a regio central do fuso e transmite impulsos em alta velocidade de conduo. A terminao primria inerva tanto as fibras com saco nuclear como as fibras com cadeia nuclear. B) Terminao secundria Geralmente se encontra em um dos lados da terminao primria a fibra sensorial do tipo II com dimetro bem menor. Esta terminao tambm chamada de terminao em buqu, devido ao seu aspecto se assemelhar a um buqu de flores. Elas tambm envolvem o fuso da mesma maneira que a anterior.

14 Essas vias aferentes sensoriais entram na medula pelas razes sensoriais posteriores e seguem dois caminhos distintos: primeiro um ramo do nervo sensorial termina na substncia cinzenta, onde faz uma sinapse com o motoneurnio alfa, que responsvel pela inervao das fibras musculares esquelticas. Segundo, transmite sinais para nveis mais elevados do sistema nervoso central. Inervao motora do fuso Vindo de centros superiores, mais especificamente do tronco cerebral, desce pela medula anteriormente na substncia cinzenta. O motoneurnio gama inerva as fibras intrafusais dos fusos neuromusculares, portanto, so denominados de eferentes gamas. Uma descarga deste motoneurnio acarretar na contrao das fibras intrafusais, que por sua vez, deformar (provocar um estiramento), ativando a rea sensorial do fuso. Os nervos motores gama podem ser divididos em dois tipos diferentes: Gama dinmico (gama d) Excita principalmente as fibras intrafusais com saco nuclear, portanto a resposta dinmica do fuso torna-se tremendamente aumentada. A resposta esttica muito pouco afetada. Gama esttico (gama e) Excita principalmente as fibras fusais em cadeia nuclear, o que torna a resposta esttica maior, influenciando muito pouco a resposta dinmica. Esses dois tipos diferentes de resposta do fuso neuromuscular so extremamente importantes para os diferentes tipos de controle muscular. Resposta das terminaes primrias e secundrias ao comprimento do receptor O fuso muscular considerado um mecanorreceptor. Isto quer dizer que ele ser ativado a partir de uma deformao mecnica, que poder ser um estiramento (estmulos excitatrios ) ou uma aproximao de suas inseres (estmulos negativos ou inibidores). Estirando-se os fusos neuromusculares, ocorrer um aumento na freqncia de disparo e conseqentemente, levar a um estado de facilitao ou at mesmo de despolarizao na sinapse, ou seja, por via reflexa teremos uma contrao muscular. Enquanto que o encurtamento do fuso diminui essa freqncia de estmulos. Desta forma os fusos podem enviar medula espinhal sinais positivos, gerados por estiramentos, e sinais negativos, gerados por encurtamento, e desta forma controlar e proteger o msculo, que seu papel. Podemos ter duas formas de comportamento do fuso ao ser estirado: resposta dinmica e resposta esttica. Resposta dinmica do fuso

15 Ela se deve ao comportamento da fibra sensorial tipo Ia ou terminaes sensoriais primrias e acontece nas fibras em saco nucleares dos fusos. Toda vez que estiramos o fuso de maneira brusca e rpida h um aumento de influxo atravs das fibras sensoriais tipo Ia, que proporcional a intensidade e velocidade do estmulo. Isto que dizer que o fuso reage rapidamente ao estiramento de sua poro central. medida que o estmulo pra de aumentar, tambm cessam os influxos das fibras sensoriais do fuso tipo Ia, que voltam a uma condio extremamente baixa, a nveis das fibras secundrias que reagem muito pouco com este tipo de situao. Resposta esttica do fuso Acredita-se que este comportamento se deva s fibras sensoriais do tipo II ou terminao sensorial secundria e acontece nas fibras em cadeias nucleares dos fusos. Quando a poro receptora do fuso muscular estirada lentamente, observamos que, tanto as fibras sensoriais primrias tipo Ia, como as secundrias tipo II, descarregam proporcionalmente ao estiramento. No entanto, quando o estiramento interrompido, ou pra de crescer com a relao sua intensidade e mantido, observamos que as fibras primrias tipo Ia cessam imediatamente e cai a nveis extremamente baixos de influxos e a fibra secundria tipo II, comea a diminuir seus influxos, mas de uma forma bastante lenta e gradativa, permanecendo por um longo perodo tempo, mandando influxos at que estes cheguem a nveis extremamente baixos. como se o sistema de defesa do msculo (fuso) interpretasse que aquele estiramento, no representasse mais perigo algum ao msculo e que j no era mais necessrio ficar ligado. A esta forma de comportamento, damos o nome de resposta esttica do fuso ou capacidade de adaptao lenta do fuso. Esses comportamentos (dinmicos e estticos) so extremamente importantes para a clnica osteoptica e podemos observ-los na forma de manifestao fisiolgica dos receptores, que so chamados de reflexos. Quando aplicamos as tcnicas manuais osteopticas, temos como objetivo romper os reflexos patolgicos, devolvendo aos tecidos ou articulao as suas funes neurais e mecnicas normais. Os motoneurnios anteriores (Alfa, Gama) e os interneurnios Os motoneurnios alfa e gama presentes na substncia cinzenta da medula formam a eferncia do SNC para os msculos esquelticos; o alfa para os msculos esquelticos extra-fusais e o gama para os msculos esquelticos intra-fusais. Porm eles no esto sozinhos. Presentes em toda substncia cinzenta da medula, encontramos os interneurnios.

16 Os interneurnios so pequenas clulas, muito excitveis, que fazem conexes entre si e muitas delas inervam diretamente os motoneurnios anteriores, ou seja, atravs dos interneurnios o sistema alfa e gama se relacionam. Reflexo de estiramento dinmico O reflexo de estiramento dinmico desencadeado a partir de uma deformao brusca da rea sensorial do fuso, que faz proporcionalmente as fibras sensitivas primrias mandar influxos para medula e, atravs da sinapse com motoneurnios alfa, desencadear uma forte contrao muscular em resposta. Este reflexo termina assim que estmulo parar de subir, ou seja, enquanto o estmulo estiver aumentando teremos, como resposta reflexa, uma contrao muscular proporcional. Assim que cessar o estmulo, cessa imediatamente a ao reflexa de contrao. Reflexo de estiramento esttico Observamos este reflexo durante um estiramento mantido do fuso e conseqentemente do msculo esqueltico. Ao mantermos um estiramento, observamos um comportamento gradativo e decrescente das fibras sensoriais tipo II e, conseqentemente, das fibras eferentes alfa. Tambm tero o mesmo comportamento que as sensoriais tipo II, j que elas fazem sinapses, desta forma observaremos tambm uma perda gradativa e decrescente de contrao muscular. Na prtica se formos alongar um msculo e mantivermos um estado de estiramento constante, ao incio haver uma contrao reflexa deste msculo, proporcional intensidade do estiramento. medida que o tempo passa, o fuso vai se descarregando lentamente at chegarmos a nveis bem baixos. Este mecanismo possibilita realizar um exerccio de estiramento mantido (alongamento) ou estiramentos repetidos sempre com a mesma intensidade e ritmo (tcnica de stretching) para abaixar a descarga do fuso, normalizando o excesso de descarga que pode ser a causa de um arco reflexo patolgico. Tambm diminumos a qualidade (tonicidade) para melhor agirmos na qualidade (elasticidade) j que no teremos um protetor (tnus reflexo) que nos impea de chegarmos at os elementos elsticos dos msculos. Reflexo de estiramento negativo Quando um msculo encurtado, o efeito verificado exatamente o oposto ao observado pelo estiramento. As fibras sensoriais diminuem seus influxos proporcionalmente ao encurtamento e conseqentemente teremos uma diminuio na contrao muscular reflexa.

17 Nesta condio podemos observar de uma forma dinmica e esttica, como vimos anteriormente. Assim, o reflexo de estiramento negativo se ope ao encurtamento muscular, da mesma maneira que o reflexo de estiramento positivo se ope ao seu alongamento. Na prtica isto equivale a dizer que toda vez que aproximamos as inseres de fuso ou encurtamos as inseres de um msculo os seus fusos diminuiro a descarga proporcionalmente ao encurtamento. Quando chegamos a limites extremos deste encurtamento, por via reflexa, o fuso avisa o SNC atravs de um estmulo inibitrio mximo, e este, por sua vez, ativa o sistema gama, que faz contrair as fibras intrafusais. Estas, por sua vez, estiram as reas sensoriais, que aumentam os influxos atravs dos neurnios sensitivos primrio e secundrio, que ativam o sistema alfa, desencadeando uma contrao. Desta forma, d-se o controle muscular, regulando seu comprimento e tenso, tanto de estiramento como de encurtamento. As tcnicas funcionais se utilizam da ao reflexa negativa para conseguir descarregar os fusos e quebrar o arco reflexo patolgico, que se traduz em espasmos musculares mantidos, normalizando desta forma, as funes musculares e articulares.

RGO TENDINOSO DE GOLGI So receptores sensoriais que possuem fibras encontradas na juno dos msculos com seu tendo. Consistem em fibras nervosas sensitivas aferentes do tipo Ib. A principal diferena entre o rgo tendinoso de Golgi e o fuso que o fuso muscular detecta o comprimento do msculo e suas alteraes e o rgo tendinoso de Golgi detecta a tenso muscular. Os sinais no rgo tendinoso de Golgi so transmitidos por fibras nervosas do tipo Ib e, da mesma maneira que as fibras primrias do fuso, elas transmitem influxo para a medula e tambm para reas centrais distantes. Aqui est o fato que mais interessa em termos de osteopatia. que quando estimulamos um Golgi por um aumento de tenso muscular (contrao muscular), os sinais so transmitidos para medula espinhal para causar efeitos reflexos no prprio msculo estimulado. Esse reflexo , no entanto, inteiramente inibitrio, ou seja, a sinapse com motoneurnio alfa libera substncias inibitrias como vimos anteriormente. Essas substncias ocasionam nos msculos um estado de hiperpolarizao. Na prtica significa que o meio intracelular ficar com um aumento de cargas negativas, dificultando, desta forma, a contrao do msculo. Este reflexo evita que a tenso do msculo se torne excessiva de tal modo que, quando esta tenso chegar a limites extremos, a interferncia via reflexos do rgo tendinoso faz com que o msculo sofra relaxamento instantneo.

18 Da mesma forma que no fuso, tambm no Golgi podemos observar uma resposta dinmica e esttica. Na prtica, a importncia clnica deste reflexo para os osteopatas que as tcnicas de msculo energia e as tcnicas miotensivas se utilizam dos reflexos propiciados pelo Golgi para alcanar objetivos teraputicos, como relaxamento muscular. A leso osteoptica acontece devido a um arco reflexo patolgico e as tcnicas empregadas tm a funo de normalizar essa ao reflexa patolgica. Fisiopatologia do espasmo muscular Um espasmo muscular originado por uma hiperatividade gama mantida. O reflexo patolgico mantido poder ter origem no SNC ou atravs de mecanismos externos. Por exemplo, um movimento brusco que causa um estmulo elevado do fuso, que ao chegar na substncia cinzenta, atravs dos interneurnios, pode influenciar o sistema gama esttico que, atravs de seus influxos, vai manter uma contrao das fibras intrafusais. Esta, por sua vez, estira a poro central do fuso , gerando a nvel das fibras sensoriais de forma constante influxos aumentados, que certamente faro com que os motoneurnios alfa descarreguem da mesma forma criando um estado de contrao mantida, que denominamos espasmo. Um msculo espasmado estar em um processo isqumico, o que acarretar um dficit vascular para o seu ventre. Este dficit vascular provoca uma anxia tecidual. A falta de O2, que vem atravs do sangue para o msculo, dificultar o desatracamento dos miofilamentos de miosina e actina, pois para que isso ocorra, necessrio ATP aerbico. A falta de ATP aerbico faz com que o msculo lance mo de suas reservas anaerbicas por obteno de ATP. Porm, se essas reservas forem insuficientes, a atracamento dos miofilamentos se mantero, e o subproduto do metabolismo anaerbico so substncias txicas como cidos, radicais livres, amnia, etc. Estas substncias ativam receptoras livres, provocando dor. Este msculo, por toda essa circunstncia mencionada, ser um msculo capaz de interferir na mobilidade dos ossos, trazendo para si ou em sua direo as peas sseas, haja visto que possui atracamento importante dos miofilamentos. Este o mecanismo pelo qual uma vrtebra perde parmetros de sua mobilidade normal, instalando o que os Osteopatas classificam de leso osteoptica ou disfuno somtica vertebral. Este msculo em hiperatividade gama ser extremamente dbil ao teste de fora, pois nessa situao ele no ter nutrientes, estar em um processo de anxia e toxemia, e ainda no ter condies estruturais, ou seja, possibilidades de deslizamento entre os miofilamentos. Diante desses fatos, teremos um msculo com uma capacidade diminuda de resistir fadiga durante uma solicitao mecnica, o que lhe confere uma debilidade aos testes de fora quando for solicitado.

19 Obs.: Quando este estado de espasmo bloqueia um movimento sseo, proporcionar aos seus antagonistas um estado de estiramento por conta da posio ssea. Este msculo antagonista estar em sofrimento de estiramento, com suas fibras intrafusais e extrafusais estiradas. O fuso estar descarregando excessivamente e conseqentemente o mesmo acontece com os motoneurnios alfas. As miofibrilas no estaro atracadas, pelo contrrio, estaro mais afastadas do que as de um msculo em estado normal. Todas estas condies so favorveis a uma contrao muscular vigorosa e quando solicitamos este msculo em um teste de fora, por exemplo, vamos encontrar um msculo extremamente forte e o chamaremos na osteopatia de um msculo hipertnico. Isto, na prtica osteoptica, significa que ao encontrarmos um espasmo sempre teremos uma hipertonia antagonista.

Formao de Trigger Points O msculo espasmado apresenta ainda trigger points, que so reas de acmulo de influxos facilitadores proporcionados pela proximidade da placa motora, formada pelo motoneurnio alfa. o local que este motoneurnio se relaciona com o msculo. A distribuio dos influxos na fibra muscular se d em forma de caracol. Isto explica porque no local da juno mioneural temos mais influxos do que nas fibras mais afastadas, ou seja, na periferia. Desta forma, todos os msculos espasmados tm um ou vrios trigger points, por possurem mais de uma placa motora. Da mesma forma, encontraremos esta situao nos msculos hipertnicos. A manuteno de um estado de espasmo poder, com o passar do tempo, levar a uma estruturao (encurtamento, perda de elasticidade) do tecido conjuntivo, instalandose encurtamentos musculares e at mesmo a fibrose.

TCNICAS OSTEOPTICAS

So instrumentos utilizados pelos osteopatas para tratar as disfunes, normalizar os tecidos restabelecer a mobilidade e devolver a sade ao organismo. As tcnicas podem ser estruturais ou funcionais: Tcnicas Estruturais Tcnicas Funcionais

20 - Rtimicas Stretching Articulatria Bombeios Tenso mantida Inibio Energia muscular - Thrust Tcnica Direta Tcnica Semidireta Tcnicas Indiretas Hoover Jones Johnston

Obs: Cada tcnica tem uma ao especfica sobre um elemento anatmico concreto com um objetivo neurolgico e mecanismo preciso. TCNICAS ESTRUTURAIS Todas as tcnicas estruturais obedecem a lei de no dor. O princpio geral destas tcnicas ir no sentido da restrio de mobilidade (sobre um ou vrios parmetros restringidos) para romper aderncias e regular o tnus muscular aplicando uma fora suplementar do terapeuta ou do paciente, para restaurar a funo articular. TCNICAS RTIMICAS Esta categoria de tcnicas controla o ritmo de aplicao da tcnica e a repetio. - Cada movimento ativo e passivo acompanhado de numerosos reflexos de regulao e adaptaes que incluem fenmenos de facilitao e de inibio. Estas tcnicas se utilizam de movimentos de: translaes, traes e compresses, angulaes, empurres que foram o limite articular motriz. 1. Tcnicas de Stretching O objetivo destas tcnicas estirar os ligamentos, as fscias, os msculos e os tendes utilizando alavancas. - Utiliza-se uma amplitude curta para atuar sobre os elementos articulares (ligamentos, cpsulas e msculos) - A fora deve ser aplicada lenta e gradualmente para produzir uma mudana e um relaxamento dos tecidos; a medida que os tecidos mudam, se aumenta o estiramento para aproveitar uma nova amplitude conseguida. 2. Tcnicas de Bombeio Dirigem-se essencialmente as aponeuroses e aos ligamentos.

21 Uma vez localizada a zona de trabalho se faz uma alternncia de traes no eixo da estrutura a estirar e de relaxamento at que se obtenha uma sensao de diminuio das tenses e da dor. 3. Tcnicas de articulaes Dirige-se aos elementos periarticulares e esto baseadas em movimentos passivos e repetidos, associados a uma ou varias alavancas e com um ponto fixo para aumentar a potncia. O terapeuta aumenta e diminui a intensidade de sua ao de acordo com as informaes recebida dos tecidos. A utilizao de um pequeno rebote ao final da amplitude permite produzir mudanas mais rpidas nos tecidos. Essas tcnicas permitem ganhar amplitude de movimento. 4. Tcnicas de tenso mantida Este tipo de tcnica utiliza os princpios das tcnicas de Thrust. Um acmulo de parmetros at a diminuio do slack, mas sem a aplicao do Thrust. nesse momento em que a tenso mantida e o paciente utiliza ciclos respiratrios at se obter o relaxamento dos tecidos. 5. Tcnicas de inibio Dirige-se ao espasmo muscular, consistem em exercer uma presso perpendicular s fibras musculares; esta presso mantida at que o msculo se distende, o terapeuta diminui lentamente a presso. A tcnica aplicada em funo das reaes dos tecidos e do ritmo respiratrio, o que permite obter um relaxamento, um aumento da circulao e uma diminuio da resposta aferente. 6. Tcnicas de energia muscular Utilizam-se contraes isomtricas, a articulao se move at a barreira motriz nos trs planos do espao. Pede-se ao paciente que empurre na direo oposta e o terapeuta resiste ao movimento. A fora no pode produzir desconforto ao paciente. A fora controlada deve se aplicada lentamente e relaxada lentamente: depois de uma trao de 3 segundos, se pede ao paciente que detenha lentamente as contraes e o terapeuta diminui ao mesmo tempo sua contra-fora. Obs: A estimulao dos fusos neuromusculares e dos receptores de Golgi, pela contrao e relaxamento, faz com que estes param de descarregar suprimindo desta forma a hiperatividade gama.

22 indicado para espasmos musculares, disfunes somticas vertebrais, costais e da pelve, e na preparao de uma articulao para manipulao com thrust. TCNICAS COM THRUST - A separao das facetas articulares deve ser obtida na metade das amplitudes articulares, ou seja, dentro dos limites fisiolgicos das amplitudes de movimento. - O thrust aplicado paralelamente ou perpendicularmente ao plano articular, em uma das direes contra a barreira da articulao fixada. - A surpresa das defesas fisiolgicas e a separao brusca das superfcies articulares surpreendem o sistema nervoso central e provoca um black-out sensorial local, o circulo irritativo que mantm o espasmo dos pequenos msculos monoarticulares (transverso espinhoso, etc) se quebra e o tnus muscular pode normalizar-se. Objetivos das tcnicas com thrust - Liberar, separar as facetas articulares e restaurar a funo articular; - Normalizar o sistema aferente local; - Provocar um reflexo eferente. Obs: O estiramento da cpsula articular ao separar as facetas articulares, estimula os receptores de Paccini, a informao sensitiva veicula por fibras aferentes at o corno posterior da medula espinhal a este nvel se produz inibio dos motoneurnios alfa e gama por tanto ocorre inibio do espasmo muscular que mantm a disfuno articular. - Estimular os centros simpticos e parassimpticos para obter a ruptura do arco reflexo neurovegetativo patolgico. - Proporcionar alivio e comodidade ao paciente.

Princpios Universais da Raqui 1o princpio: reduo do slack. 1o tempo: se coloca flexo/extenso para se localizar o nvel a manipular (alavanca primria). 2o tempo: se coloca ltero-flexo e contra-rotao, para levar as tenses sobre as facetas articulares concernidas (alavanca secundria). 2o princpio: thrust. O thrust necessita de uma fora mnima se a posio do terapeuta correta em relao ao plano articular e a colocao correta.

23 O thrust se d por uma contrao breve e explosiva dos peitorais, dorsais e trceps do terapeuta, permitindo alta velocidade da manipulao, o que surpreende as facetas articulares. Contra indicaes as tcnicas com thrust sseas Cncer, osteoporose, raquitismo, reumatismo infeccioso e inflamatrio, anomalias congnitas e fraturas. Nervosas Compresso medular, hrnia discal exteriorizada, neuropraxia. Vasculares Calcificaes artrias (cervical), cncer visceral (risco de metstase ssea), no integridade dos elementos periarticulares: rotura de msculos e ligamentos, receio do paciente (resistncia, espasmo, medo), feeling do terapeuta. Tem casos que nossos instintos nos adverte que no devemos aplicar o thrust. 1. Tcnicas indiretas A colocao em tenso e o thrust so realizados unicamente com ajuda das alavancas superior e inferior. Posio do terapeuta O terapeuta deve colocar seu corpo no espao sobre a articulao manipular. Seu centro de gravidade deve estar colocado acima da leso. Posio do paciente Deve permitir a colocao das alavancas necessrias para normalizao da articulao: este posicionamento deve ser confortvel para o paciente, indolor para que se obtenha um relaxamento. Plano articular Est determinado pela anatomia: permite definir em que direo deve aplicar a fora redutora. As alavancas A reduo do slack, a reduo do jogo articular depende da combinao dos parmetros de movimento maiores mas tambm pelos menores. Os parmetros maiores so flexo/extenso, latero flexo e rotao. Os parmetros menores so compresso/trao deslizamentos laterais e Antero posteriores. 2. Tcnicas diretas Se faz um contato simples (pisiforme) doble tnar ou doble pisiforme, diretamente sobre a articulao manipular.

24 A reduo do slack se far com ajuda de contatos diretos sem grandes alavancas, associando a um tissue pull (estiramento cutneo) em direo a reduo para eliminar o deslizamento de pele. O thrust deve ser o mais rpido possvel, as foras no devem ser absorvidas pelos tecidos e sim passar pelos tecidos que devero ser surpreendidos, gerando um alto poder reflexogeno. Utilizam-se macas especificas de drop. 3. Tcnicas semidiretas Combinam-se tcnicas indiretas e diretas. O contato feito de forma direta sobre a articulao a ser manipulada, reduzindo o slack. Depois a tenso deve ser organizada atravs das alavancas para aumentar a eficcia do contato, bloqueando os nveis suprajacentes e subjacentes.

AS TCNICAS FUNCIONAIS O principio ir no sentido da leso, no sentido oposto barreira, nos sentido da facilitao at o ponto neutro de mobilidade (ponto de Still) e manter esta posio de equilbrio, tridimensional at a liberao total dos elementos periarticulares. Estas tcnicas vo no sentido da reduo do espasmo muscular e da hiperatividade gama, e utilizam como ajuda os ciclos respiratrios e as foras bioenergticas do paciente. Permite obter a nvel medular um silncio neurolgico sensorial que permite a normalizao do tnus muscular. 1. Tcnicas funcionais de Hoover O objetivo encontrar cada direo, cada parmetro fcil e reuni-los para formar um caminho de tratamento (Free way). O terapeuta com sua mo sensitiva, guia e palpa as mudanas que se produzem nos tecidos, at obter uma reduo do tnus muscular na zona lesionada. Utiliza-se parmetros maiores de movimento (flexo-extenso, latero-flexo e rotao) e tambm os parmetros menores (compresso, trao e deslizamento antero posterior e laterais). Obs: Nessa tcnica observa-se a ao do reflexo miottico negativo. 2. Tcnica Funcional de Jones O ponto trigger uma zona hiperexcitvel que ao ser palpada desencadeia manifestaes dolorosas paroxsticas, uma neuralgia local ou uma irradiao dolorosa, alm de ajudar a manter a cronicidade do arco reflexo patolgico (facilitao nervosa).

25 Esta zona de hiperexcitabilidade esta situada no tecido miofascial e pode se localizada em diferentes nveis (aponeuroses, msculos, tendes, cpsulas articulares, ligamentos, peristeo). - Buscar o ponto de trigger com um dedo, depois com a outra mo buscar a posio da articulao no espao, na medida em que diminui a dor do trigger, se produz tambm uma diminuio da tenso dos tecidos. - Manter esta posio durante 90 segundos para permitir normalizar o circuito gama. - Colocar muito lentamente a articulao na posio neutra sem provocar o reflexo de contrao e estiramento. 3. Tcnicas Funcionais indiretas (Johnston) Combina os princpios das tcnicas funcionais e das estruturais. Busca ganhar amplitude contra a barreira em um s parmetro de movimento, geralmente o parmetro maior restringido, Coloca-se a articulao contra a barreira no sentido do parmetro que se quer liberar e, mantendo essa posio, busca-se os parmetros de movimento fsceis e ganha-se amplitude contra a barreira.