1 - introduÇÃo

37
FMU INTRODUÇÃO: No final do século XX, foi iniciado um processo de globalização que diminuiu as fronteiras econômicas. O Brasil antes de efetivamente se inserir nesse mundo globalizado enfrentou sérias crises econômicas com incríveis taxas de inflação que chegaram a atingir mais de 80% ao mês. Passamos por várias reformas monetárias com cortes de muitos zeros em nossa moeda, que teve diferentes denominações. Em 1.994, foi lançado o Plano Real e implementadas várias medidas econômicas que permitiram ao Brasil atingir em 2.008 o grau de investimento (Investment grade – dado pelas principais agências internacionais de

Upload: leilinhaanndrade

Post on 02-Aug-2015

124 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1 - INTRODUÇÃO

FMUINTRODUÇÃO:

No final do século XX, foi iniciado um processo de globalização que diminuiu as fronteiras econômicas.

O Brasil antes de efetivamente se inserir nesse mundo globalizado enfrentou sérias crises econômicas com incríveis taxas de inflação que chegaram a atingir mais de 80% ao mês.

Passamos por várias reformas monetárias com cortes de muitos zeros em nossa moeda, que teve diferentes denominações.

Em 1.994, foi lançado o Plano Real e implementadas várias medidas econômicas que permitiram ao Brasil atingir em 2.008 o grau de investimento (Investment grade – dado pelas principais agências internacionais de avaliação de risco).

Page 2: 1 - INTRODUÇÃO

FMUAs reformas brasileiras caminharam paralelamente ao processo de aceleração da globalização mundial.

Nesse ambiente global, é inimaginável que os agentes econômicos pudessem continuar com diferentes normas contábeis e de auditoria.

Apenas para exemplificar a grau de dificuldade que diferentes metodologias contábeis e de auditoria provocam, vamos imaginar a seguinte situação:

O investidor A do País B tem a possibilidade de aplicar seus recursos em diferentes mercados e resolve analisar as demonstrações financeiras auditadas de diferentes empresas situadas nesses mercados.

Page 3: 1 - INTRODUÇÃO

FMUPor hipótese, uma dessas candidatas ao investimento é uma empresa brasileira.

O investidor obtém as demonstrações financeiras auditadas dessa empresa e lê no relatório dos auditores independentes que essas demonstrações, preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, foram examinadas de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil.

O referido relatório trouxe ao investidor duas enormes interrogações.

Quais seriam as práticas contábeis adotadas no Brasil e as normas de auditoria aplicáveis no Brasil?

Como ele não tem tempo, ele deixaria de lado a empresa brasileira e, provavelmente, partiria para analisar as demonstrações financeiras de concorrentes de empresa brasileira em outro país.

Page 4: 1 - INTRODUÇÃO

FMUEm grande parte desses outros países, ele enfrentaria os mesmos problemas que teve ao ler o relatório dos auditores independentes que acompanhavam as demonstrações financeiras da empresa brasileira; todavia, dependendo do país, sua percepção de risco poderia ser maior ou menor em relação ao Brasil.

Esse grau de dificuldade e incerteza provoca um aumento de risco e consequentemente do custo desses países na captação de recursos, seja na forma de investimento ou financiamento, principalmente naqueles em que a percepção risco era maior, como era o caso do Brasil antes de atingir o tão almejado grau de investimento.

A homogeneização acabava se dando via conversão das demonstrações financeiras para o princípio contábil norte-americano - US GAAP (Generally Accepted Acouting Principles in the United States of America).

Page 5: 1 - INTRODUÇÃO

FMUUma vez que os Estados Unidos da América, dono do maior mercado mundial, possuía a técnica contábil mais conhecida.

A formação da Unidade Europeia e a criação do euro como moeda comum aos diversos países, acompanhadas da consolidação do processo econômico, permitiram aos países, acompanhadas da consolidação do processo econômico, quando olhados de forma conjunta.

Esse maior peso econômico era o ingrediente que faltava para dar força competitiva ao IASB (International Accounting Standard Board) e IAASB (International Auditing and Assurance Standard Board) frente aos órgãos americanos que, de forma soberana, ditavam as normas contábeis e de auditoria.

Page 6: 1 - INTRODUÇÃO

FMUEm se tratando de normas contábeis, houve adesão dos principais países às normas contábeis internacionais (IFRS) do IASB, inclusive dos Estados Unidos da América.

Obviamente, isso não significa que o FASB (Financial Accounting Standard Board) “se curvará” ao IASB e simplesmente aplicará suas normas contábeis.

Muito pelo contrario, os “discussion papers” até então publicados pela equipe conjunta (FASB/IASB) que vem trabalhando no processo de harmonização das estruturas conceituais permitem concluir que as normas do IFRS passarão por um processo de mudança para incorporar importantes aspectos das normas emitidas pelo FASB.

Um bom exemplo é o novo IAS 1, cuja versão que entrou em vigor em 2.008 incorpora uma série de conceitos do FASB.

Page 7: 1 - INTRODUÇÃO

FMUPor outro lado, embora a pujança da economia norte-americana e o seu poder de influenciar o mundo não devam ser ignorados, esse processo de mudança também não significa a simples transposição do FASB para o IFRS, conforme pode ser percebido pela agenda conjunta de convergência divulgada pelo FASB e IASB.

Na área de auditoria, a situação não é muito diferente e é nesse contexto que o Brasil assumiu o compromisso de adotar tanto as normas contábeis, assim como as normas internacionais de auditoria (ISAs do IAASB/IFAC) e as demais normas relacionadas com outros trabalhos de asseguração e outros serviços correlatos executados por auditores independentes.

Page 8: 1 - INTRODUÇÃO

FMUVIABILIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONVERGÊNCIA:

Para viabilizar o atendimento a esse compromisso assumido, foi criado o Comitê Gestor da Convergência no Brasil (Resolução 1.103/2007 do Conselho Federal de Contabilidade, alterada pela Resolução 1.105/2.007).

Esse comitê em seu início contou com a participação do Conselho Federal de Contabilidade (doravante CFC), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (doravante IBRACON), Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central do Brasil (BCB ou Banco Central).

Esse comitê foi constituído com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil por meio da reforma contábil de auditoria que resulte em maior transparência e aprimoramento das práticas profissionais.

Page 9: 1 - INTRODUÇÃO

FMUEsse aprimoramento foi constituído com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil por meio da reforma contábil e de auditoria que resulte em maior transparência e aprimoramento das práticas profissionais.

Esse aprimoramento se traduz na identificação e monitoramento das ações a serem implantadas para viabilizar a convergência das normas contábeis e de auditoria, por meio das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) editadas pelo CFC e dos Pronunciamentos de Contabilidade emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), bem como de assuntos regulatórios no Brasil, com vistas ao seu alinhamento às Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB, às normas Internacionais de Auditoria e Asseguração emitidas pela IFAC e às melhores práticas internacionais em matéria regulatória.

Para atingir os objetivos delineados na criação do Comitê Gestor da Convergência foram criados Grupos de Trabalho para as convergências em: (a) Auditoria, (b) Contabilidade Societária, (c) Contabilidade Pública, (d) Regulatória e (e) Grupo de Trabalho de Educação e Treinamento para os aspectos da convergência.

Page 10: 1 - INTRODUÇÃO

FMUESTRUTURA DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE:

Em 13 de fevereiro de 2.009, o CFC editou a Resolução 1.156/09, que dispõe sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade, que devem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais.

As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) compreendem o Código de Ética Profissional do Contabilista, Normas de Contabilidade, Normas de Auditoria Independente e de Asseguração, Normas de Auditoria Interna e Normas de Perícia.

Essas normas cobrem aspectos profissionais (NBC P +) e técnicos (NBC T +) para cada uma das áreas acima.

As NBC Ps estabelecem preceitos de conduta para o exercício profissional, enquanto as NBC Ts estabelecem conceitos técnicos doutrinários, de estrutura e procedimentos a serem aplicados.

Page 11: 1 - INTRODUÇÃO

FMUA identificação da área a que a norma se refere é feita pela adição de letra que identifique a área.

No caso da Auditoria Independente, que é o que nos interessa, a sigla se completa com a adição da letra A.

Dessa forma, a identificação das normas profissionais aplicáveis à auditoria é dada pela sigla NBC PA (norma profissional de auditoria), enquanto para as normas técnicas é dada pela sigla NBC TA (norma técnica de auditoria independente e de asseguração).

Page 12: 1 - INTRODUÇÃO

FMUO quadro a seguir é um resumo das normas profissionais e técnicas:

Código de ÉticaNormas Brasileiras de Contabilidade

Contabilidade Auditoria e Asseguração Auditoria Interna PeríciaProfissionais NBC PG Normas Profissionais do Normas Profissionais do Normas Profissionais do

Auditor Independente NBC PA Auditor Interno NBC PI Perito NBC PPTécnicas NBC NBC NBC NBC NBC NBC NBC NBC NBC

TS TSP TE TA TR TO TSC TI TP

Page 13: 1 - INTRODUÇÃO

FMUA numeração das normas brasileiras de auditoria é a mesma adotada pelas normas internacionais, ou seja, a NBC TA 200 está correlacionada com a ISA 200 (Internacional Standard on Auditing (Norma Internacional de Auditoria) e assim por diante.

A adoção da mesma numeração além de facilitar a comunicação se fez necessária, uma vez que as normas fazem referência entre si e seria extremamente trabalhoso e impraticável o uso de uma numeração diferente.

A numeração final é composta pela sigla + número da norma expresso em três dígitos (centena) com numeração saltada para inclusão de novas normas quando forem necessárias.

Por sua vez, o primeiro dígito da centena significa o grupo a que se refere.

Page 14: 1 - INTRODUÇÃO

FMUPor exemplo, na seção (centena) que inicia com dígito 7 estão classificadas as normas relacionadas com as conclusões da auditoria de demonstrações contábeis e dos relatórios de auditoria.

Dessa forma, a identificação completa das normas compreende um código alfanumérico.

No caso da norma 700, sua identificação completa é: NBC TA 700, que significa: Norma Brasileira de Contabilidade Técnica de Auditoria (Independente e de Asseguração) 700.

Page 15: 1 - INTRODUÇÃO

FMUVIGÊNCIA E APLICAÇÃO DAS NOVAS NORMAS DE AUDITORIA (NBC TAs)

As novas técnicas de auditoria que entraram em vigor para trabalhos de auditoria de demonstrações contábeis, cujos exercícios são iniciados em ou a partir de 1 de ̊�janeiro de 2.010 e que se encerram em ou após 31 de dezembro de 2.010, compreendem as normas aprovadas pelo Projeto “Clarity” do IAASB/IFAC para serem seguidas nos trabalhos iniciados em ou após 15 de dezembro de 2.009.

No primeiro ano de vigência dessas novas normas de auditoria no Brasil (2.010), elas não se aplicam para trabalhos de auditoria de demonstrações contábeis intermediárias levantadas antes de 31 de dezembro de 2.010.

Page 16: 1 - INTRODUÇÃO

FMUEssas normas de auditoria independente estão assim classificadas:

Seção 200 – Princípios Gerais e Responsabilidades

NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução de uma Auditoria em conformidade com as Normas de Auditoria.

NBC TA 210 – Concordância com os Termos de um Trabalho de Auditoria.

NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis.

NBC TA 230 – Documentação de Auditoria.

NBC TA 240 – Responsabilidades do Auditor em relação a Fraude, no Contexto de Auditoria de Demonstrações Contábeis.

Page 17: 1 - INTRODUÇÃO

FMUNBC TA 250 – Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria de Demonstrações Contábeis.

NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança.

NBC TA 265 – Comunicação de Deficiências do Controle Interno (aos Administradores e aos Responsáveis pela Governança).

Page 18: 1 - INTRODUÇÃO

FMUSeção 300 e Seção 400 – Avaliação dos Riscos e Respostas aos Riscos Avaliados:

NBC TA 300 – Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis.

NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento da Entidade e do seu Ambiente.

NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução de uma Auditoria.

NBC TA 330 – Respostas do Auditor aos Riscos Avaliados.

NBC TA 402 – Considerações de Auditoria para a Entidade que Utiliza Organização Prestadora de Serviços.

NBC TA 450 – Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria.

Page 19: 1 - INTRODUÇÃO

FMUSeção 500 – Evidência de Auditoria:

NBC TA 500 – Evidência de Auditoria.

NBC TA 501 – Evidência de Auditoria – Considerações Específicas para Itens Selecionados.

NBC TA 505 – Confirmações Externas.

NBC TA 510 – Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais.

NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos.

NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria.

Page 20: 1 - INTRODUÇÃO

FMUNBC TA 540 – Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo e Divulgações Relacionadas.

NBC TA 550 – Partes Relacionadas.

NBC TA 560 – Eventos Subsequentes.

NBC TA 570 – Continuidade Operacional.

NBC TA 580 – Representações Formais.

Page 21: 1 - INTRODUÇÃO

FMUSeção 600 – Utilização do Trabalho de Outros.

NBC TA 600 – Considerações Especiais – Auditoria de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o Trabalho dos Auditores de Componentes.

NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna.

NBC TA 620 – Utilização do Trabalho de Especialistas.

Page 22: 1 - INTRODUÇÃO

FMUSeção 700 – Conclusão da Auditoria e Emissão de Relatórios:

NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis.

NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente.

NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente.

NBC TA 710 – Informações Comparativas – Valores Correspondentes e Demonstrações Contábeis Comparativas.

NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em relação a Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Demonstrações Contábeis Auditadas.

Page 23: 1 - INTRODUÇÃO

FMUSeção 800 – Áreas Específicas:

NBC TA 800 – Considerações Especiais – Auditoria de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas Conceituais de Contabilidade para Propósitos Especiais.

NBC TA 805 – Considerações Especiais – Auditoria de Quadros Isolados das Demonstrações Contábeis e de Elementos, Contas ou Itens Específicos das Demonstrações Contábeis.

NBC TA 810 – Trabalhos para Emissão de Relatórios sobre Demonstrações Contábeis Condensadas.

Page 24: 1 - INTRODUÇÃO

FMUPor sua vez, cada uma das normas apresenta o objetivo específico da norma, as definições dos principais termos para o seu entendimento e aplicação, os requisitos dela e detalhes para a sua aplicação, inclusive exemplos e informações adicionais inclusas em apêndices.

De forma geral, as definições são fornecidas para auxiliar na aplicação e interpretação consistentes das NBC Tas e não tem por objetivo modificar outras definições estabelecidas para outras finalidades.

Dessa forma, salvo indicação em contrário, os termos possuem o mesmo significado nas diversas normas.

É importante destacar que os requisitos devem ser aplicados compulsoriamente, desde que sejam relevantes nas circunstâncias.

Page 25: 1 - INTRODUÇÃO

FMUDessa forma, os requisitos nas normas possuem sempre a conotação de obrigação e utilizam sempre o verbo dever, ou seja, no sentido de obrigação, tal procedimento deve ser aplicado, tal assunto deve ser considerado e assim por diante.

Page 26: 1 - INTRODUÇÃO

FMUAPLICAÇÃO DAS NOVAS NORMAS DE AUDITORIA PELAS PEQUENAS E MÉDIAS FIRMAS DE AUDITORIA

De forma geral, as pequenas e médias firmas de auditoria é que devem sentir os impactos da aplicação das novas normas e, por consequente, existem preocupações sobre como enfrentar esses problemas, uma vez que as grandes firmas de rede com operações em vários países do mundo, além de possuírem maiores recursos (humanos, tecnológicos e financeiros), de certa forma já seguem essas normas e o nível de adaptação é muito menor do que nas pequenas firmas de auditoria, que devem se reinventar para compatibilizar seus processos de auditoria às novas normas.

Essas preocupações não são apenas das pequenas firmas brasileiras de auditoria.

Elas ocorrem também em outros países, tanto é que o IAASB do IFAC tem dado uma atenção especial aos problemas enfrentados por essas pequenas firmas, uma vez que as normas internacionais de auditoria (ISAs) se aplicam indistintamente a todas as firmas de auditoria.

Page 27: 1 - INTRODUÇÃO

FMUEssa atenção especial é evidenciada por meio do comitê específico para atender essas firmas e pela publicação de perguntas e respostas(Q&A – Question and Answers) endereçando assuntos relevantes para essa comunidade, como por exemplo:

Questão 1 – O auditor, ao executar o seu trabalho de auditoria em uma entidade de pequeno ou médio porte (EPM), deve considerar as diferentes características dessa EPM em relação a uma entidade de maior porte e mais complexa?

Questão 2 – Como o esforço do trabalho se diferencia em uma EPM?

Questão 3 – Como as NBC TAs ajudam no caso de EPM e para uma pequena firma de auditoria (PFA)?

Questão 4 – O auditor precisa cumprir com todas as NBC Tas?

Page 28: 1 - INTRODUÇÃO

FMUQuestão 5: O auditor precisa cumprir todos os requisitos de todas as NBC Tas?

Questão 6: Como a documentação auxilia o auditor em um trabalho em uma EPM?

Questão 7: Como as NBC TAs ajudam a guiar o auditor na aplicação dos requisitos de documentação de uma maneira eficiente e efetiva?

Page 29: 1 - INTRODUÇÃO

FMUResposta 1: As normas de auditoria (NBC Tas no Brasil) enfocam assuntos que o auditor precisa tratar e não detalham os procedimentos específicos que o auditor deve executar em cada situação específica.Por outro lado, elas deixam claro que os procedimentos dependem da avaliação de risco, portanto, em uma entidade maior e mais complexa, o auditor pode usar uma abordagem combinada de procedimentos de controle e substantivos.

Resposta 2: As transações são normalmente mais simples, assim como o seu controle interno, portanto procedimentos mais diretos e o ambiente de controle mais facilmente documentado.

Resposta 3: Elas especificam procedimentos alternativos quando a entidade não estabeleceu um processo de avaliação de risco e incluem orientações específicas para PME, assim como no caso de PFA (PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE AUDITORES) (trabalho realizado por um único profissional). Adicionalmente apresentam check-lists e outras orientações.

Page 30: 1 - INTRODUÇÃO

FMUResposta 4: Sim, desde que seja relevante para a auditoria e seja aplicável na circunstância.Nesse sentido, nem todas as NBC TAs são aplicáveis ou relevantes.Por exemplo, se uma entidade não tem a função de auditoria interna ou o auditor não utiliza especialistas, as NBC TAs 610 e 620 não seriam aplicáveis.

Resposta 5: Mesmo quando uma NBC TA é aplicável, nem todos os seus requisitos são necessariamente relevantes.Nesse sentido, se um requisito é condicionado a uma circunstância e ela não existe, o requisito não é relevante.Por exemplo, procedimentos sobre Transações com Partes Relacionadas não seriam necessários se não existem transações com partes relacionadas.

Page 31: 1 - INTRODUÇÃO

FMUResposta 6: A documentação facilita a supervisão e a revisão do trabalho realizado por assistentes e é fundamental para o início da auditoria do ano seguinte, mas a sua importância maior está no fato de que ela (documentação) serve para solidificar as conclusões, por meio da fundamentação das suas decisões.

Resposta 7: A regra fundamental para a documentação é a de que ela deve permitir que um auditor experiente, que não tenha qualquer ligação anterior com a entidade ou com o trabalho, possa entender os assuntos que fundamentam a opinião emitida pelo auditor,

Page 32: 1 - INTRODUÇÃO

FMUOutras normas técnicas (de revisão, asseguração sobre informações não históricas e serviços correlatos):

Além das normas de auditoria (NBC TAs) emitidas em consonância com o Projeto Clarity do IAASB do IFAC, que são aplicáveis na auditoria das demonstrações contábeis e das normas de revisão de informações contábeis históricas (NBC TRs), que são o foco deste trabalho, existem também outras normas que estão sendo apenas citadas a seguir, mas não foram incluídas considerações adicionais nesta primeira apresentação.

Dentre essas outras normas, destacam-se as NBC TO, que tratam de trabalhos de asseguração (assurance) que não sejam de auditoria ou de revisão de informações contábeis históricas e as normas de Serviços Correlatos (NBC TSC).

Page 33: 1 - INTRODUÇÃO

FMUAs normas de revisão e de serviços correlatos são as seguintes:

NBC TR 2400 – Trabalhos de Revisão de Demonstrações Contábeis.

NBC TR 2410 – Revisão de Demonstrações Contábeis Intermediárias Executadas pelo Auditor Independente da Entidade.

NBC TSC 4400 – Trabalhos de Execução de Procedimentos Acordados Relacionados com Informação Contábil.

Page 34: 1 - INTRODUÇÃO

FMUNeste trabalho não esta incluso a NBC PA 1, que trata do controle de qualidade no nível da firma que executa exames de auditoria e revisões de informação financeira histórica, outros trabalhos de asseguração e serviços correlatos.

Essa não inclusão deve-se, principalmente, ao fato de que o Comitê de Pequenas e Médias Firmas de Auditoria do IFAC emitiu uma guia contendo diretrizes para implementação de controle de qualidade para auxiliar essas pequenas e médias firmas na implantação de controles de qualidade no nível da firma.

Essa guia foi traduzida pelo IBRACON, em conjunto com o CFC, e está disponível nos sites do CFC (www.cfc.org.br) e do próprio IBRACON (www.ibracon.com.br).Como essa guia é bastante completa e bastante didática, contendo exemplos de estudos de caso para cada um dos aspectos relevantes abordados pela norma NBC PA 1 , a decisão foi não incluir os aspectos de controle de qualidade no nível da firma, mas tão somente os controles no nível do trabalho de auditoria das demonstrações contábeis, que estão apresentados no item NBC TA 220.

Page 35: 1 - INTRODUÇÃO

FMUA referida guia editada pelo CFC cobre os seguintes aspectos:

Responsabilidade da liderança da firma pela qualidade;

Exigência éticas, compreendendo: independência, conflito de interesses econfidencialidade;

Aceitação e continuidade de relacionamento com clientes e de trabalhosespecíficos;

Renúncia ao relacionamento com um cliente ou a um trabalhoespecificamente.

Page 36: 1 - INTRODUÇÃO

FMURecursos Humanos, compreendendo: recrutamento, retenção,Desenvolvimento Profissional (educação continuada), Designação depessoal para trabalhos específicos (programação) e Avaliação dodesempenho;

Aspectos na execução do trabalho, compreendendo: papel do sócioresponsável pelo trabalho, planejamento, supervisão e revisão, consultas,diferenças de opinião e revisão (preventiva) de controle de qualidade dotrabalho (antes da emissão e liberação do relatório);

Monitoramento da qualidade, por meio de inspeções periódicas detrabalhos concluídos, avaliação e comunicação para correção dosproblemas encontrados, reclamações e alegações; e

Page 37: 1 - INTRODUÇÃO

FMUDocumentação da políticas de controle de qualidade, dos trabalhos efetuados, incluindo as revisões de controle de qualidade e domonitoramento da qualidade.