07_dos fatos jurídicos

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Maria Helena Diniz – Dos Fatos Jurídicos Marcelle Rosa 1. Teoria Gera dos Fatos Jurídicos a. Conceito de Fato Jurídico em sentido Amplo I. O fato jurídico é o elemento que dá origem aos direitos subjetivos, impulsionando a criação da relação jurídica, concretizando as normas  jurídicas. Logo, os fatos jurídicos seriam os acontecimentos, previstos em norma de direito, em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas. b. Classificação I. Fato  Natural 1. Advém de fenômeno Natural, sem intervenção da vontade do homem. II. Fato Humano 1. Depende da vontade do homem, abrangendo os lícitos e ilícitos. a. Classifica çã o: i. Voluntário 1. Ato jur ídi co e m se nt ido est rit o 2. Ne cio Jurí di co ii. In vo lu nt ário 1. Ato i lícito Fato Jur. Ordinário Fato Fato Jur. em  Natural Sentido Estrito Fato Jur. Extraordinário Fatos Jurídicos Fato Involuntário Ato Ilícito Humano Ato Jur. Em Voluntário Ato Jur. Em sentido estrito Sentido amplo Negócio Jurídico c. Aquisição de Direitos I. Classificação 1. Originário a. Quand o o dir eito nasc e quan do o ti tula r se apro pria do bem d e maneira direta, sem interposição ou transferência de outra  pessoa 2. Derivado a. Se h ouv er t ransmissão do di rei to. 3. Gratuita a. Se m co nt rapr es ta çã o 4. Onerosa a. Com co nt ra pr es ta çã o 5. Aquisição à título universal

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CURSO DE DIREITO CIVIL BRASILEIRO.MARIA HELENA DINIZ

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Maria Helena Diniz – Dos Fatos Jurídicos

Marcelle Rosa

1.Teoria Gera dos Fatos Jurídicos

a. Conceito de Fato Jurídico em sentido AmploI. O fato jurídico é o elemento que dá origem aos direitos subjetivos,

impulsionando a criação da relação jurídica, concretizando as normas jurídicas. Logo, os fatos jurídicos seriam os acontecimentos, previstos emnorma de direito, em razão dos quais nascem, se modificam, subsistem e seextinguem as relações jurídicas.

b. ClassificaçãoI. Fato

 Natural1. Advém de fenômeno Natural, sem intervenção da vontade do homem.

II. Fato Humano1. Depende da vontade do homem, abrangendo os lícitos e ilícitos.

a. Classificação:i. Voluntário

1. Ato jurídico em sentido estrito2. Negócio Jurídico

ii. Involuntário1. Ato ilícito

Fato Jur. OrdinárioFato Fato Jur. em

 Natural Sentido Estrito Fato Jur. ExtraordinárioFatosJurídicos Fato Involuntário Ato Ilícito

Humano Ato Jur. EmVoluntário Ato Jur. Em sentido estrito

Sentido amplo Negócio Jurídico

c. Aquisição de Direitos

I. Classificação1. Originárioa. Quando o direito nasce quando o titular se apropria do bem de

maneira direta, sem interposição ou transferência de outra pessoa

2. Derivadoa. Se houver transmissão do direito.

3. Gratuitaa. Sem contraprestação

4. Onerosaa. Com contraprestação

5. Aquisição à título universal

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a. Quando o adquirente substitui o antecessor na totalidade deseus direitos

6. Aquisição à título singular a. Quando adquire uma ou várias coisas determinadas

7. Simples

a. Se o fato gerador da relação jurídica consistir em um ato só8. Complexa

a. Mais de um ato.

II. Observações1. Os direitos podem ser adquiridos por ato do adquirente ou por 

intermédio de outrem. Logo, uma pessoa pode adquirir direitos para siou para outrem.

2. Classificação quanto à aquisição:a. Atuais

i. É o que já foi adquirido e encontra-se em condição de

ser exercido. b. Futuros

i. É o que a aquisição, por ocasião da realização donegócio, ao se operou, dado que sua efetivaçãodepende de uma condição ou um prazo.

ii. Direitos Futuros1. Direito futuro deferido

a. Quando depende somente da vontadedo sujeito de torná-lo atual.

2. Direito futuro não deferidoa. Quando depende de um fato ou

condição falível. b. Expectativa de Direito

i. Mera possibilidade de adquirir um direito.

c. Direito Eventuali. Um interesse que não está

completo pela falta de umelemento básico protegido pelanorma jurídica

d. Direito Condicional

i. É o que tem uma condição(evento futuro e incerto)d. Modificação dos Direitos

I. O que pode ser modificado:1. Conteúdo2. Objeto3. Titulares. 

II. Classificação1. Modificação Objetiva

a. Quando atingir a qualidade (quando altera o qualidade do

objeto, sem alterar seu valor) ou quantidade do objeto ou oconteúdo da relação jurídica.

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2. Modificação subjetivaa. Substituição do sujeito de direito inter vivos ou causa mortis.

Pode ser o sujeito passivo ou o ativoe. Defesa dos Direitos

I. Atos de conservação do direito1. Protesto, Retenção, Arresto, Seqüestro, Caução real ou fidejussória,

Interpelação judicial.2.  Notificação Extrajudicial

II. Atos de defesa do direito lesado1. Ação judicial para defender direitos atuais e futuros deferidos, e

ainda, os eventuais

III. Atos de defesa preventiva1. Extrajudicial2. Judicial

IV. Autodefesa1. O possuidores turbado pode manter-se ou restituir-se por sua própria

força, mas deve ser feito logo e nos limites do indispensável.

f. Extinção dos DireitosI.  Nos casos:

1. Perecimento do objeto2. Alienação3. Renúncia

4. Abandono5. Falecimento do titular 6. Prescrição7. Decadência8. Abolição de uma instituição jurídica9. Confusão10. Implemento de uma condição resolutiva11. Escoamento do prazo12. Perempção13. Aparecimento de direito incompatível com o direito atualmente

existente e que o suplanta.

2. Fato Jurídico em estrito senso

a. Conceituação e ClassificaçãoI. Conceito: É o acontecimento independente da vontade humana, que produz

efeitos jurídicos, criando, modificando ou extinguindo direitos.II. Classificação:

1. Ordináriosa. Morte, nascimento, maioridade, avulsão, aluvião, decurso do

tempo, decadência, prescrição, usucapião2. Extraordinários

a. Força Maior i. Conhece-se a causa.

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 b. Caso Fortuitoi. Causa do ocorrido é indeterminada.

b. PrescriçãoI. Conceito:

1. É a extinção de uma pretensão, que seria o poder de valer em juízo a prestação devida por meio de uma, em virtude da inércia do titular dodireito durante um período de tempo.

2. É de ordem pública (cogente), sendo então inalteráveis eirrenunciáveis antes de consumada a prescrição.

II. Requisitos:1. Existência de uma pretensão, que possa ser em juízo alegada por meio

de uma ação exercitável.2. Inércia do titular da ação pelo seu não-exercício.3. Continuidade dessa inércia por certo lapso de tempo.4. Ausência de causas impeditivas, suspensivas ou interruptivas.

III.  Normas Gerais:1. Somente depois de consumada a prescrição, desde que não haja

 prejuízo de terceiro, é que pode haver renúncia expressa ou tácita por  parte do interessado.

2. A prescrição poderá ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita direta ou indiretamente.

3. Tanto as pessoas naturais como as jurídicas sujeitam-se aos efeitos da prescrição, ativa ou passivamente.

4. As pessoas arroladas pela lei como relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representanteslegais quando estes derem causa à prescrição ou não a alegaremoportunamente.

5. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra oseu sucessor, salvo se for absolutamente incapaz.

6. O juiz poderá pronunciar, de ofício, a prescrição7. Somente as partes interessadas podem alegá-la, mas se não a fizerem,

um representante do Ministério Público poderá fazê-lo.8. Com o principal, prescrevem os acessórios.9. A prescrição em curso não origina direito adquirido.

10. As partes não podem restringir nem aumentar o prazo prescricionalfixado por lei, mesmo que se trate de direito patrimonial.11. Deve-se determinar o momento exato em que a prescrição começa a

correr para que se calcule corretamente o prazo.

IV. Prazo Prescricional1. Ordinário – 10 Anos.2. Especial – determinado na lei.

V. Ações Imprescritíveis1. Direito da personalidade, o estado da pessoa, os bens públicos, o

direito de família, bens confiados a outrem a título de depósito, penhor, mandato, a pretensão do condômino de dividir coisa comum

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 pó a meação de muro divisório, a exceção de nulidade, a ação paraanular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei oude contrato.

VI. Causas que impedem, suspendem ou interrompem. 

1. Impedem ou Suspendema. Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal b. Entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar c. Entre tutelados ou curatelados e seus tutore ou curadores,

durante a relaçãod. Contra os absolutamente incapazese. Contra os ausentes do país em serviço público da Uniãof. Contra os que se acharem servindo as Forças Armadas

2. Interrompema. Por despacho do juiz, mesmo incompetente

 b. Protesto judicial ou cambial

c. Apresentação do título de crédito e juízo de inventário ou emconcurso de credores

d. Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor e. Qualquer ato que apresente reconhecimento da dívida pelo

devedor, mesmo que extrajudiciais.

As causas somente poderão ocorrer uma vez. E quando issoocorrer, o prazo prescricional recomeçará a contagem.

c. DecadênciaI. Conceito:

1. É a extinção do direito pela inação de seu titular que deixa escoar o prazo legal ou voluntariamente fixado para o seu exercício.2. O objeto da decadência é um direito postestativo, que é aquele que

não tem pretensão, sendo insuscetível de violação, por a ele não seopões um dever específico de alguém

3. Pode ser por determinação legal ou por vontade humana. Os legaissão irrenunciáveis, tendo por exceção os de direitos patrimoniais. Osvoluntários são renunciáveis.

4.

II. Efeitos:1. Extinção do direito, e em conseqüência a extinção da ação

correspondente.2. Corre contra todas as pessoas, não tendo causas de impedimento ou

de interrupção, salvo contra os absolutamente incapazes.3. É irrenunciável, mesmo depois de concluído o prazo, salvo as

voluntários e os patrimoniais.4. Também há ação contra os representantes das pessoas jurídicas ou

dos relativamente incapazes que derem causa à decadência ou não aalegarem.

d. Prescrição e Decadência

Prescrição DecadênciaDireito Subjetivo Direito Potestativo

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Extingue a pretensão Extingue o direitoSomente fixado por lei Prazo fixado por lei ou convencionalRenunciável após decurso do tempo Irrenunciável (lei) ou Renunciável (vontade)Pode ser interrompida/impedida Corre contra todos sem pausa

 Não corre contra o absolutamente incapaz Não corre contra o absolutamente incapaz

Pode ser decretada pelo juiz A legal pode ser pelo juiz, convencional não.Parte Geral Demais partes do Código

Para relembrar para o próximo ponto:

FatosJurídicos Fato Involuntário Ato Ilícito

Humano Ato Jur. Em

Voluntário Ato Jur. Em sentido estritoSentido amplo Negócio Jurídico

3. Ato Jurídico em sentido Estrito

a. Conceito:I. È o que era conseqüências jurídicas previstas em lei e não pelas partes

interessadas.b. Classificação

I. Atos Materiais ou reais1. Consistem numa atuação da vontade que lhes dá existência imediata.

São aos que a ordem jurídica confere efeitos invariáveis,

concentrando-se no resultado a atuação, produzindo-se independenteda consciência do agente.2. Ex: ocupação, achar tesouro, confusão, etc.

II. Participações1. Declarações de ciência ou comunicação de intenções ou de fatos.2. Ex: Intimação, notificação, interpelação, convite, denúncia.3.

c. Ato Jurídico em Sentido Estrito e Negócio JurídicoI. Teoria Voluntarista

1. Concebia a diferença entre as duas com a declaração de vontadedirigida a provocar efeitos jurídicos tutelados pela ordem jurídica,

mas errava, pois ao ato jurídico em sentido estrito também tinha essavontade.

II. Teoria Objetiva1. Colocou o negócio jurídico como auto-regulamentação dos interesses

 particulares reconhecida pelo ordenamento, dando-a força criativa.

O negócio jurídico não é totalmente criado pela vontade das partes, e suasnormas não são autônomas. Elas dependem das outras normas fixadas emlei. Para que ele ocorra é necessário se verificar a validade da norma

 jurídica geral na qual se dá a base para tal acordo

III. A diferença:1.  Negócio

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a. Leva em consideração o escopo procurado pela parte ou partesinteressadas e a esse fim a ordem jurídica adapta efeitos

2. Ato Jurídico em Sentido Estritoa. Prevalece apenas a função que o ordenamento estabelece par 

ao próprio ato e o objetivo colimado pela agente ao cumpri-lo.

4. Negócio Jurídico

a. Conceito:I. Baseado na autonomia privada (poder de auto-regulação), o negócio jurídico

é formado por normas estabelecidas pelas partes, através de sua declaração devontade, que deve estar conforme a norma jurídica.

b. ClassificaçãoI. Quanto às vantagens

1. Gratuitos2. Onerosos3. Bifrontes

4.  NeutrosII. Quanto às formalidades1. Solenes2.  Não-solenes

III. Quanto ao conteúdo1. Patrimoniais2. Extrapatrimoniais

IV. Quando à manifestação da vontade1. Unilaterais2. Bilaterais3. Plurilaterais

V. Quanto ao tempo1. Inter vivos2. Mortis causa

VI. Quanto aos efeitos1. Constitutivos2. Declarativos

VII. Quanto à sua existência1. Principais2. Acessórios

VIII. Quanto ao exercício dos direitos1.  Negócios de disposição2. Simples administração

c. InterpretaçãoI. Tipos:

1. Declaratórias – para mostrar a intenção dos interessados2. Integrativa – para preencher lacunas3. Construtiva – para reconstruir o ato negocial para salvá-lo

II. Regras de Interpretação:1.  Nas declarações de vontade atender-se-á mais a sua intenção do que

ao sentido literal da linguagem2. A transação interpreta-se restritivamente

3. A fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação extensiva4. Os contratos benéficos e a renúncia interpretar-se-ão estritamente

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5. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretaçõesdiferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância davontade do testador.

6. Os negócios devem ser interpretados conforme a boa fé objetiva, quedeve estar presente nas negociações preliminares, na formação,

execução e extinção negocial, e os usos do lugar de sua celebração.7. A doutrina e a jurisprudência também tem seus entendimentos sobre

outras regras de interpretação.d. Elementos Constitutivos

I. Elementos Essenciais1. Imprescindível à existência do ato negocial2. Classificação:

a. Gerali. É o que é comum e necessário a todos os negócios

 jurídicos:1. Capacidade do agente2. Objeto lícito, possível e determinado ou

determinável3. Consentimento dos interessados

 b. Particular i. É necessário para uma forma específica de negócio

 jurídico.II. Elementos Naturais

1. É o que se concretiza naturalmente pelos efeitos decorrentes de umnegócio jurídico.

III. Elementos Acidentais

1. Cláusulas pra alterar suas conseqüências naturais:a. Condição b. Termoc. Modo ou Encargo

e. Elementos Constitutivos (Análise)I. Elementos Essenciais Gerais

1. Capacidade do agentea. Os absoluta e relativamente incapazes não podem por si sós,

 praticar nenhum negócio válido, tendo como conseqüência anulidade ou a anulabilidade do fato, respectivamente.

 b. Mas essa incapacidade relativa não poderá ser invocada pelaoutra parte em seu benefício.

c. Representação:i. Tipos:

1. Legala. A quem a norma confere poderes para

administrar bens alheios. (ex: pais)2. Judicial

a. Os nomeados pelo magistrado paraexercer certo cargo no foro ou no

 processo3. Convencional

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a. Se munidos de mandato expresso outácito, verbal ou escrito, dorepresentado. (ex: procurador)

2. Objeto lícito, possível, determinado ou determinávela. Lícito

i. Não deve ser contrário à ordem pública e à moral. b. Possíveli. Se houver impossibilidade, esta, para que haja

nulidade, deverá ser absoluta, ou seja, deve se dar paratodas as pessoas, e não somente para o devedor. Se for relativa, não será obstáculo ao negócio jurídico.

c. Determinado ou Determináveli. Se for absoluta, será motivo de nulidade. Se relativa,

não será obstáculo. Mesma situação da possibilidade.ii. Se for determinado, as partes deverão descrevê-lo. Se

for determinável, deverá ser indicado o gênero e

quantidade.3. Consentimento

a. Manifestação de Vontadei. É a anuência valida do sujeito a respeito de uma

relação jurídica sobre determinado objeto. Essa deveráser livre, de boa-fé, não podendo ter vícios deconsentimento, nem vícios sociais.

 b. Vícios de Consentimentoi. Quando a vontade interna do agente não tem

correspondência com a vontade que ele declara. Nesse

caso, o negócio jurídico é anulável, num prazodecadencial de 4 anos.

ii. Erro

1. É uma noção inexata, não verdadeira, sobrealguma coisa, objeto ou pessoa, que influenciaa formação da vontade. O agente emite suavontade de modo diferente do que emitiria sedele tivesse conhecimento exato ou completo.

2. Erro ≠ Ignorânciaa. Erro – Falsa noção de algo

 b. Ignorância – Ausência de qualquer noção

 

1. Vícios de Consentimentoa. Erro

 b. Dolo

c. Coaçãod. Estado de Perigoe. Lesão

2. Vícios Sociaisa. Simulação

 b. Fraude Contra Credores

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3. Requisitos:4. Substancial

a. Deve recair sobre a natureza do atonegocial

 b. Deve atingir o objeto principal da

declaraçãoc. Deve incidir sobre as qualidadesessenciais do objeto

d. Deve recair sobre as qualidadesessenciais da pessoa

e. Se houver erro de direito, tendo sido o principal ou único motivo da realizaçãodo ato negocial.

f. Substancial é o contrário ao erroacidental, que alude às qualidadessecundárias ou acessórias.

Obs.:Erro de Fato – o que for sobre ascircunstâncias do fato, ou seja, sobre asqualidades essenciais da pessoa ou coisa.Erro de Direito – aquele relativo àexistência de uma norma jurídica. Falsoconhecimento e não ignorância.Ignorância da Lei – Quando alguém tentase escusar de cumprir a lei, alegando que

não a conhece. Há punição nesse caso.5. Escusável

a. Aquele que é justificável, tendo-se emconta as circunstâncias do caso. Seráanalisado com base na percepção deuma pessoa com diligência normal,levando-se em consideração os níveisda pessoa (ex: estudo, social, etc.)

6. Real

iii. Dolo1. É o emprego de um artifício ou expediente

astucioso para induzir alguém à prática de umato que o prejudica e aproveita ao autor do doloou a terceiro.

2. Erro ≠ Doloa. Erro – equívoco da própria vítima

 b. Dolo – provocado pelo autor do dolo outerceiro intencionalmente.

3. Tipos:a. Dolus Bonus

 b. Dolus Malusc. Dolo Principal

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d. Dolo Acidentale. Dolo Positivof. Dolo Negativog. Dolo pelo beneficiadoh. Dolo de terceiro

i. Para ser anulável, é necessárioque uma das partes contratantessaiba e que tenha tirado

 proveito, para proteger ocontratante de boa-fé. O terceiroresponderá pelos danos mesmoque subsista.

i. Dolo do representante legal ouconvencional.

i. A legal acarreta aresponsabilidade civil do

representante. Na convencional,o representante respondesolidariamente com orepresentado, tendo açãoregressiva.

ii. A vítima tem o direito deanulação se o dolo foi a causa

 principal do negócio. j. Dolo de ambas as partes

i. Não pode ser anulado, poisocorre uma neutralização dodelito.

iv. Coação

1. Conceito:a. Qualquer pressão física ou moral

exercida sobre a pessoa, bens ou honra para obrigá-lo.

 b. Física:i. Retira todo o consentimento da

 pessoa, acarretando nulidade. Não é vício de consentimento, é

a ausência dele.c. Moral:i. Vício de consentimento, pois

atua sobre a vontade da vítimasem retirá-la por completo, poisela pode escolher entre ceder acoação ou não.

2. Requisitos:a. Deve ser a casa determinante do

negócio jurídico. b. Deve incutir um temos justificado.

c. O temor deve dizer respeito a um danoiminente (razoavelmente próximo),

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suscetível de atingir a pessoa da vítima,sua família ou seus bens.

d. O dano deve ser considerado grave ou patrimonial.

e. O dano pode atingir pessoa não

 pertencente à família da vítima, sob julgamento do magistrado.3. Exclusão de Coação:

a. A ameaça de exercício normal de umdireito

 b. Simples temor reverencial4. Coação por terceiro

a. Mesmo que nenhuma das partes tenhaciência da coação, esta vicia o negócio,estando sujeito à anulabilidade sempre.Sendo essa uma diferença do dolo.

 b. O contratante que tiver conhecimentoresponderá solidariamente com o autor da coação pelas perdas e danos.

c. A vítima terá direito À anulação e àreparação.

v. Estado de Perigo1. Conceito:

a. Quando alguém, premido denecessidade de salvar-se, ou a pessoa desua família, de grave dano (moral oumaterial) conhecido pela outra parte,assume obrigação extensivamenteonerosa em virtude de um risco pessoalque diminui sua capacidade de dispor livremente e conscientemente.

 b. Há a anulabilidade no caso de a outra parte saber da necessidade e ter-seválido desse pavor, agindo de má-fé,abusando da situação. Portanto, onegócio jurídico será anulado.

2. Elementos:a. Objetivo:i. Assunção da obrigação

excessivamente onerosa b. Subjetivo:

i. Constrangimento causado pelanecessidade de salvar-se

vi. Lesão

1. Conceito:a. Quando alguém obtém um lucro

exagerado, desproporcional,aproveitando-se da inexperiência ou da

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situação de necessidade do outrocontratante.

2. Elementos:a. Objetivo:

i. Desproporcionalidade das

 prestações b. Subjetivo:i. Inexperiência ou Premente

necessidade3. Lesão ≠ Estado de Perigo (SINOPSE)

a. Lesão:i. Não é exigido que a outra parte

suba da necessidade ou dainexperiência do lesado

 b. Estado de Perigo:i. Tal ciência é requisito essencial

 para sua caracterização.4. Lesão ≠ Estado de Perigo (no livro)

a. Lesão:i. Causado por estado de

necessidade econômica, mesmonão conhecido pelo contraente,que vem a se aproveitar donegócio. O risco é patrimonial.

 b. Estado de Perigo:i. Temor iminente e grave dano

moral ou material, onde o lesadoé levado a efetivar o negócio emvirtude de um risco pessoal quediminui sua capacidade de dipor livre e conscientemente. Requer que a outra parte tenhaconhecimento.

5. Dolo de Aproveitamento (na lesão)a. Quando o beneficiado tira vantagens da

situação, não se exigindo que tenhainduzido a celebrar contrato lesivo.

6. Princípio da Conservaçãoa. Não será decretada a anulação donegócio se for oferecido suplementosuficiente, ou se a parte favorecidaconcordar com a redução do proveito.

 b. O lesado optará entre a anulação ou arevisão do contrato

7. Tipos de lesão:a. Usuária ou real

i. Quando a lei exige além danecessidade ou inexperiência, o

dolo de aproveitamento da outra b. Enorme ou Especial

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i. Não há interesse na má-fé daoutra parte.

c. Vícios Sociaisi. Há a correspondência entre a vontade real e a

declarada, mas essa desvia-se da lei, ou da boa-fé,infringindo o direito e prejudicando terceiros. No casoda simulação, haverá nulidade, e no caso de fraudecontra credores, será anulação, como nos vícios deconsentimento.

ii. Simulação1. Conceito:

a. É a declaração enganosa da vontade,visando a produzir efeito diverso doostensivamente indicado, onde se

 procura iludir alguém por meio de umafalsa aparência que encobre averdadeira feição do negócio jurídico.

2. Características:a. Falsa declaração bilateral de vontade

 b. Vontade exterior diferente da interior c. É sempre concertada com a outra parte,

sendo intencional.d. É feita no sentido de iludir terceiro.

3. Simulação ≠ Dissimulação

a. Simulação:i. Provoca falsa crença querendoenganar sobre uma situação nãoverdadeira, tornando nulo onegócio.

 b. Dissimulação:i. Oculta ao conhecimento de

outrem uma situação existente, pretendendo, portanto, incutir noespírito de alguém a existênciade uma situação real. Subsistirá

se for válido na substancia eforma.c.