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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO DA ÁREA ADMINISTRATIVA DO TJDFT PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá! Nesta aula 5, darei continuidade ao estudo sobre a sintaxe da oração e do período, agora com o foco voltado para as relações existentes entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos sobre o que é uma oração e o que é um período. Lembra-se de que na aula anterior iniciei minhas explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período? Se você ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler o material do nosso último encontro. Os exercícios de provas anteriores e os devidos comentários serão apresentados ao final da aula, após a exposição da parte teórica. Você perceberá que o Cespe não está dando ênfase às nomenclaturas das orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao período. Acontece que tenho notado que muitos alunos sentem dificuldades de responder às questões de provas sobre orações porque desconhecem suas conjunções características e classificações. Sou contra aquele tipo de “decoreba” a que normalmente nos sujeitamos durante os tempos escolares. Você se deparará – só para dar um exemplo – com casos em que uma conjunção tipicamente adversativa introduz uma oração de valor semântico aditivo, e vice-versa. Admito, porém, que há certa importância nos estudos “cartesianos” das orações. Alguns professores tornam esse assunto mais difícil de ser compreendido porque partem do princípio de que seus alunos já vão para a sala de aula sabendo classificar cada oração, reconhecendo suas características e valores semânticos. Não pretendo incorrer em equívoco semelhante, por isso iniciarei explicando cada uma delas separada e detalhadamente. De início, você deve observar que as orações surgem organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta. Vive-se um momento social delicado.

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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO

DA ÁREA ADMINISTRATIVA DO TJDFT

PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA

Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1

Olá!

Nesta aula 5, darei continuidade ao estudo sobre a sintaxe da

oração e do período, agora com o foco voltado para as relações existentes

entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos sobre o que é uma

oração e o que é um período. Lembra-se de que na aula anterior iniciei minhas

explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período? Se você

ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler o material do nosso último

encontro.

Os exercícios de provas anteriores e os devidos comentários serão

apresentados ao final da aula, após a exposição da parte teórica. Você

perceberá que o Cespe não está dando ênfase às nomenclaturas das orações,

mas sim ao valor semântico delas em relação ao período.

Acontece que tenho notado que muitos alunos sentem dificuldades

de responder às questões de provas sobre orações porque desconhecem suas

conjunções características e classificações. Sou contra aquele tipo de

“decoreba” a que normalmente nos sujeitamos durante os tempos escolares.

Você se deparará – só para dar um exemplo – com casos em que uma

conjunção tipicamente adversativa introduz uma oração de valor semântico

aditivo, e vice-versa.

Admito, porém, que há certa importância nos estudos “cartesianos”

das orações. Alguns professores tornam esse assunto mais difícil de ser

compreendido porque partem do princípio de que seus alunos já vão para a

sala de aula sabendo classificar cada oração, reconhecendo suas características

e valores semânticos. Não pretendo incorrer em equívoco semelhante, por isso

iniciarei explicando cada uma delas separada e detalhadamente.

De início, você deve observar que as orações surgem organizadas

em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou composto.

Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou uma locução

verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.

Vive-se um momento social delicado.

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Os alunos continuam estudando.

Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso em

que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade

(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.

Eu vou à escola; você, à praia.

A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o

verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já que

esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba, é que

as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a coordenação

entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o elemento “co”, que

traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras palavras, não há o

exercício de uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adnominal etc.) por

qualquer das orações do período.

É necessário que vocês estudem.

A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações: “É

necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que o a

primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo

(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde está

o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração (“que vocês

estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque a frase na

ordem direta:

Que vocês estudem é necessário.

Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício: substitua

a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:

Isso é necessário.

Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela

oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha alguma

função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de

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subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”,

tradutor da noção de posição abaixo, dependência.

Vezes há em que, em um mesmo período, as orações que o

compõem articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.

Eu disse que trabalho e estudo.

As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)

subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o

significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto

direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações

estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se à

segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto, ou

seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações,

precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada

uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá

por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos uma

coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre

orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação

assindética (sem conjunção). Averiguemos!

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas

As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem

conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações

coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe nome

semelhante ao da oração.

Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção)

Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção)

Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com conjunção)

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ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração de

um período composto por coordenação.

2 – O mesmo período pode ser composto por orações coordenadas

assindéticas e sindéticas.

“Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à

primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da

conjunção “e”).

• CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a ideia de soma.

Ela falava, e eu ouvia.

Nossas crianças não fumam nem bebem.

Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro

lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática)

b) Adversativas – exprimem fatos opostos ao que se declara na

oração coordenada anterior; ideia de contraste.

Apressou-se, contudo não chegou a tempo.

Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no

entanto, não obstante.

c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem

mutuamente.

Ora respondia, ora ficava mudo.

Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...;

seja... seja...

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d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a

partir dos fatos expressos na oração anterior.

Ele estuda; passará, pois.

ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando aparecer

após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela integrará oração

de cunho explicativo.

Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por conseguinte, por

isso, de modo que, em vista disso.

e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem, suposição

ou sugestão.

Fique calmo, pois ele já vem.

Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações

coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas adverbiais

causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou; uma causa é

sempre anterior à consequência gerada. Além disso, as orações explicativas

normalmente aparecem após frases imperativas ou optativas.

Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo da oração

explicativa)

OBSERVAÇÕES: 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando

apenas a conjunção que a introduz.

Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu.

Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva, percebe-se que a segunda

oração é coordenada sindética adversativa; pois, nesse contexto, a conjunção

‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.” (João Domingues Maia)

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2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no entanto,

vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. [...] felizmente, essa visão

limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido efetivo.”

(Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto)

3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem

claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo

subentendido.

Fiz o possível para prevenir-lhe o perigo; ninguém me ouviu.

Fale baixo: não sou surdo.

A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do

segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já que

não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira tem valor

semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a segunda,

explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’).

Por isso convém insistir em que você se preocupe mais com o

uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às vezes

intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante e

Pasquale Cipro Neto, com adaptações).

Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas, quero

exemplificar o que foi dito anteriormente com uma questão de concurso

público.

Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de adição

que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos deixeis cair em

tentação, mas livrai-nos do mal”.

a) Tem olhos, e não vê.

Tem boca, e não fala.

b) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.

c) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!

d) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

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Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela

conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração

“mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato

mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa

apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da

realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em

que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”) com

a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas livrai-

nos do mal”, no comando da questão.

Resposta – D

Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise fria e

tradicional das conjunções durante o processo de classificação das orações. É

fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre elas.

A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que

podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos.

Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei

um quadro-resumo delas. Orações Subordinadas

Substantivas 1 – Subjetiva 2 – Predicativa 3 – Objetiva Direta 4 – Objetiva Indireta 5 – Completiva Nominal 6 - Apositiva

Adverbiais 1 – Causal 2 – Consecutiva 3 – Condicional 4 – Concessiva 5 – Comparativa 6 – Conformativa 7 – Temporal 8 – Proporcional 9 – Final

Adjetivas 1 – Explicativa 2 – Restritiva

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Orações Subordinadas Substantivas

São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos no

período simples. Elas podem surgir em duas formas:

1. desenvolvidas ligam-se à oração principal por meio das conjunções

subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de um pronome

ou advérbio interrogativo.

É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante)

Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante)

Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo)

Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo)

2. reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas

por preposição.

É importante estudar com afinco.

Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu.

• Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal)

É fundamental a sua opinião sobre o assunto.

É fundamental que você opine sobre o assunto.

É fundamental você opinar sobre o assunto.

O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há

apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua opinião

sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais fácil perceber

isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental.

Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a

expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma

desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida

(verbo opinar no infinitivo).

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ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo

da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.

Estruturas típicas da oração principal nesse caso são:

1. verbo de ligação + predicativo é bom...; é conveniente...; é claro...;

está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc.

É preciso que se adotem providências eficazes..

Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam..

2. verbo na voz passiva sintética ou analítica sabe-se...; soube-se...;

comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc.

Sabe-se que a prova está próxima.

Foi dito que a prova será adiada.

3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder,

parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular.

Convém estarmos aqui.

Urge que tomemos uma decisão.

1. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) No trecho “É verdade que a CE

vem desenvolvendo novas formas políticas” (L.21-22), o emprego da

forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não

ter sujeito explícito.

Comentário – Deve chamar sua atenção a estrutura verbo de ligação +

predicativo (“É verdade”), como explicado no item 1 acima. Agora, uma

preciosa dica para classificar adequadamente as orações subordinadas

substantivas: substitua a oração “que a CE vem desenvolvendo novas formas

políticas” pelo pronome demonstrativo ISSO: É verdade ISSO. Se preferir,

reorganize tudo: ISSO é verdade. Ficou fácil identificar o sujeito da forma verbal

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“É”, certo? Pois é, trata-se de um sujeito oracional e de uma oração

subordinada substantiva subjetiva.

Resposta – Item errado.

• Objetiva Direta

Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da

oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição

obrigatória.

Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações

subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas

conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por pronomes

ou advérbios interrogativos.

Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem perguntar,

por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo possuem a

mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente, dois vocábulos

introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Partindo

da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções integrantes, é

possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se dar conta de que

pode estar diante de uma conjunção integrante e um pronome interrogativo.

Todos sabemos que ele aceitará o convite.

como as coisas funcionam aqui.

onde fica a farmácia.

quanto custa o remédio.

quando acabam as aulas.

qual é a matéria da prova.

ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e

ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada

substantiva objetiva direta:

Ouvi-os bater.

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Deixe-me entrar.

As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais interessante é

que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos verbos no

infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais pronomes

desempenham tal função sintática.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) No período “Que Demócrito não risse, eu o

provo” (L.20), o verbo provar complementa-se com uma estrutura em

forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente

para um pronome.

Comentário – A oração “Que Demócrito não resiste” (iniciada por uma

conjunção integrante) é subordinada substantiva objetiva direta. Por estar

antecipada e retomada pelo pronome oblíquo (que funciona como objeto direto

pleonástico ou repetido), surge separada pela vírgula (voltaremos a esse caso

na aula específica sobre pontuação). Entenda a frase da seguinte forma: Eu

provo que Demócrito não risse (Eu provo ISSO).

Resposta – Item certo.

• Objetiva Indireta

Completa o sentido de um verbo transitivo indireto da oração

principal. Normalmente vem introduzida por preposição, mas esta pode ser

omitida.

Lembro-me de que fizemos muitas visitas. (Mário Donato)

Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. (Clarice Lispector)

• Completiva Nominal

Liga-se a um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da oração

principal completando seu significado. É introduzida por preposição (como todo

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adjetivo

advérbio

substantivo

complemento nominal). Aqui, o emprego da preposição não é facultativo. A

omissão dela implica erro de regência e revela falta de coesão.

Tenho a impressão de estar sempre no mesmo lugar.

A nova metodologia é útil para diminuir a margem de erro.

Está perto de fazermos a prova.

• Predicativa

Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal; seu

valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se notar

também a presença de um verbo de ligação na oração principal.

Nosso desejo era encontrares o teu caminho.

O triste é que não era uma planta qualquer.

• Apositiva

Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada

pela pontuação (vírgula, dois pontos). Seu significado amplia, explica,

desenvolve, resume o conteúdo da oração principal.

O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se

rapidamente.

Só resta uma alternativa: encontrar o culpado.

Orações Subordinadas Adverbiais

Características

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I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição,

finalidade etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração

principal;

II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo e

são introduzidas por conjunção;

III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio,

particípio).

Classificações

I. Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal.

Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em

português. (Clarice Lispector)

II. Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração

principal.

Fiquei tão alegre com esta ideia que ainda agora me treme a pena na

mão. (Machado de Assis)

III. Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na

oração principal se realize.

Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de

Elpenor. (Augusto Meyer)

IV. Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o acontecimento

do que se declara na oração principal.

[...] descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala.

(Graciliano Ramos)

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V. Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação.

Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo)

ATENÇÃO! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial

comparativa está oculto.

As ideias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de temporal

[...]. (Machado de Assis)

Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa pode

apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto.

VI. Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é dita

na oração principal.

Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo outro.

(Mário Donato)

VII. Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente ao

que se diz na oração principal.

Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da natureza.

(Graça Aranha)

VIII. Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal.

O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem os

quatro movimentos.

IX. Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração

principal.

Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta [...].

(Lourenço Diaféria)

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Observe que as três orações subordinadas abaixo apresentam

estruturas diferentes das anteriores. Nelas não há verbos desenvolvidos

(conjugados no modo indicativo ou subjuntivo) nem conjunções. Agora, os

verbos assumem uma das formas nominais (gerúndio, infinitivo e particípio).

Ao abrir o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (infinitivo)

Aberto o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (particípio)

Abrindo o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (gerúndio)

Uma vez estudadas as características e os valores semânticos das

orações subordinadas adverbiais, convém agora apontar as principais

conjunções que fazem a articulação entre elas e sua principal.

Causais Porque; como; que; pois; porquanto; visto que; dado

que; já que; uma vez que; na medida em que; etc.

Consecutivas Que, de forma que, de maneira que, de modo que etc.

Comparativas Que; (do) que; quanto; como; assim como; bem como;

etc.

Concessivas

Ainda que; embora; mesmo que; posto que; por mais

que; se bem que; por pouco que; nem que; conquanto

etc.

Condicionais Se; caso; sem que; contanto que; salvo se; desde que;

a menos que; a não ser que; que; etc.

Conformativas Conforme; como; segundo; consoante; etc.

Finais Para que; a fim de que; que; etc.

Proporcionais

À medida que; à proporção que; ao passo que; quanto

mais... mais; quanto menos... menos; quanto maior...

maior; etc.

Tempo

Quando; enquanto; antes que; depois que; desde que;

logo que; assim que; até que; que; apenas; mal;

sempre que; tanto que; etc.

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Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim eu

arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na

medida em que. A primeira introduz oração subordinada tradutora de valor

semântico de proporcionalidade; a segunda inicia oração subordinada que

expressa a causa de um fato. Já vi muito candidato bom “derrapar” por falta

de atenção a esse detalhe.

Quer outro conselho? Não confunda oração subordinada adverbial

causal com oração coordenada sindética explicativa! Em alguns momentos,

elas podem apresentar semelhanças que dificultam a análise correta. Por

exemplo, ambas admitem as conjunções pois, que, porque, porquanto.

Porém, um pouco de atenção para os aspectos que vou assinalar pode ser de

grande utilidade:

[Ele pegou a doença] [porque

andava descalço.]

[Não ande descalço,] [porque

você vai pegar uma doença.]

1. Há uma relação de causa e

consequência entre as duas orações.

1. Não há relação de causa e

consequência: apenas é dado o

motivo para que não se ande

descalço.

2. A conjunção que introduz a

oração causal não pode ser eliminada.

2. Pode-se eliminar a conjunção

coordenativa explicativa: Não ande

descalço, você vai pegar uma

doença.

3. A oração adverbial pode ser

transformada em oração reduzida de

infinitivo: Ele pegou a doença por

andar descalço.

3. Não se pode transformar a

oração coordenada em oração

reduzida.

4. O verbo da oração principal não

expressa dúvida ou hipótese.

4. A oração anterior à explicativa

geralmente possui verbo no

imperativo ou tem caráter hipotético.

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Oraç. Subord. Adj. Restritivas

Oraç. Subord. Adj. Explicativas

De outro modo, poderíamos dizer: Ele

dever ter andado descalço, pois

pegou uma doença.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se,

semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo,

atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem

exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal.

Observem:

Deve-se investir em soluções definitivas.

Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os

problemas.

Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no

segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”

discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico. Além

disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro exemplo:

ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo “soluções”,

que é núcleo do objeto indireto.

• ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS

Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as

orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:

restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,

realçando, amplificando uma informação sobre ele.

O jovem que estuda passa.

O homem que luta vence.

O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.

Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós.

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No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a verdadeiros

adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não constituem um

atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza): nem todo jovem

passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence (somente o que luta).

Elas funcionam como adjuntos adnominais e não podem ser separadas do

substantivo por vírgulas.

No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico

explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo a

que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não

influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas da

frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar

alteração semântica. Sendo assim, elas funcionam com aposto explicativo.

[...]

A crescente e constante ampliação da escolaridade feminina

tem contribuído para ampliar o espaço de atuação das

mulheres no mercado de trabalho também em profissões

16 que, historicamente, têm sido consideradas como espaços

masculinos. As profissões científicas e tecnológicas inserem-se

nesse contexto. Essas carreiras estão associadas a

19 conhecimentos de ciência e tecnologia cuja construção

histórica e social foi marcada por exclusões de gênero que

resultaram em campos com predominância masculina, seja pelo

22 perfil de gênero dos seus profissionais, seja pela forma como

seus conhecimentos se desenvolveram, estruturaram-se ou se

organizaram. A baixa participação feminina, nesse universo,

25 ainda é uma realidade, particularmente na Engenharia. A

reduzida presença de mulheres é um fenômeno que pode ser

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visto como corolário da baixa presença feminina em cursos

28 superiores dessa área.

Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de

gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

3. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As orações

“que, historicamente, têm sido consideradas como espaços masculinos”

(l.16-17) e “que resultaram em campos com predominância masculina”

(l.20-21) poderiam, mantendo-se a coerência do texto e a sua correção

gramatical, ser introduzidas por vírgulas, sendo, assim, interpretadas de

uma maneira não restritiva.

Comentário – As duas orações apontadas são adjetivas restritivas e,

portanto, possuem caráter restritivo. É importante notar que elas não são

separadas dos substantivos que especificam por meio de pontuação (vírgula,

por exemplo):

– “profissões que, historicamente, têm sido consideradas”;

– “exclusões de gênero que resultaram em campos”.

De fato, a inserção de vírgulas mudaria o caráter restritivo

delas para explicativo, porém afetaria o sentido original do texto.

Resposta – Item errado.

Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas

apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome

relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome

relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função sintática

na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função, o pronome

relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele substitui (o

antecedente).

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sujeito

sujeito

Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver

definitivamente os problemas.

Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os

problemas.]

Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por

um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo

(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são

introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição)

e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio e

particípio), elas são chamadas de reduzidas.

Essas são as ideias tão valorizadas por ele.

Via-se um cartaz comunicando a falência.

Nosso argumento foi o primeiro a cair.

Uma vez arregimentado, você pode resolver as questões de provas

anteriores. Nesta etapa, você notará que é frequente, como disse antes, a

exploração das relações semânticas estabelecidas entre as orações que

compõem um período. Portanto não se deixe influenciar simplesmente pela

conjunção empregada (ou não). Além dessa análise inicial, observe ainda o

sentido da frase.

4. (Cespe/IFB/Cargos de Nível Médio/2011) Considerando-se apenas o

trecho “Viver em ambiente sem gravidade faz coisas curiosas com o

corpo” (L.1-2), não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o

sujeito da forma verbal “faz”.

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Comentário – Quando o examinador diz “do ponto de vista sintático”, ele não

está preocupado com o aspecto semântico, ou seja, não importa para ele a

identificação do ser responsável pela ação verbal. Nesse caso, vale mesmo é a

relação estabelecida entre os termos e as orações do período.

Assim sendo, é importante notar que a oração “Viver em

ambiente sem gravidade” funciona como sujeito (oracional) do verbo da

segunda oração: “faz” (repare a flexão em terceira pessoa do singular).

Resposta – Item errado.

5. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010)

“Esse cenário precisa mudar e depende, basicamente, de ações do Estado

em conjunto com a iniciativa privada.”

“No final do ano passado, o Conselho Nacional de Justiça e o Supremo

Tribunal Federal (STF) lançaram a campanha Começar de Novo...”

Em ambas as ocorrências, o vocábulo “e” une orações de mesmo valor

sintático.

Comentário – Na primeira ocorrência, a conjunção “e” uma oração

coordenada aditiva à sua anterior. Na segunda ocorrência, a conjunção não

une orações, mas sim termos que funcionam como sujeito composto de verbo

“lançaram”.

Resposta – Item errado.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

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7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. [...]

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

6. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor

semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na

linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de Whyte;

por isso correspondem a porque tomavam decisões temerárias e

causavam grandes fracassos.

Comentário – As relações estabelecidas entre as orações indicam que o

segmento “tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos”

exprime o motivo pelo qual “grupos se tornavam reféns de sua própria

coesão”. Repare que as orações que servem de causa ou motivo estão

reduzidas (sem conjunção que as introduz, verbo na forma nominal conhecida

como gerúndio). O que a banca examinadora propôs foi simplesmente o

desenvolvimento delas por meio da introdução da conjunção causal “porque” e

da conjugação dos verbos em uma forma finita (pretérito imperfeito do

indicativo).

Resposta – Item certo.

[...]

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7. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Seria mantida a relação

sintático-semântica entre as orações que compõem o terceiro período do

texto ao se substituir “uma vez que” (L.9) por qualquer um dos termos a

seguir: porque, porquanto, já que, visto que, conquanto.

Comentário – A locução conjuntiva “já que” integra o rol das típicas

conjunções subordinativas adverbiais que exprimem valor semântico de causa.

Semelhantemente, as conjunções (ou locuções) porque, porquanto, já que e

visto que também. Mas a conjunção conquanto, diferentemente, integra o

conjunto das conjunções subordinativas adverbiais concessivas. Isso altera a

relação sintático-semântica apontada pelo examinador.

Resposta – Item errado.

[...] Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse

comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define

10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.

Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais

quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e

13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem

perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

8. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do

texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior por

meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo: [...]

profissionais, conquanto priorizamos [...].

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Comentário – Estamos novamente às voltas com a conjunção concessiva

conquanto, que exprime ressalva, objeção em relação a um fato, sem impedir

a realização dele: Conquanto estivesse capacitado para exercer o cargo, não

foi admitido. Ocorre que não se verifica entre os períodos iniciados por “Por

sinal” e “Priorizamos” a ideia de objeção ou ressalva. Antes, a informação

contida no período iniciado por “Priorizamos” justifica o que se declara no

período anterior.

Resposta – Item errado.

[...]

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa

física ou material e, de outro, a coisa como ideia e

13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a

coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da

significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz

16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo

significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

9. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento

das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o

conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.

Comentário – A conjunção no entanto exprime adversidade, oposição,

sentido que não se verifica no último período sintático do texto. Este, salvo

melhor interpretação, é a conclusão do que foi dito.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

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4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. [...]

Destarte, a razão da organização da sociedade, da

16 formação do poder político e da construção do Estado é a

conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de

modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

10. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2), a

argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político e

outras formas de poder.

Comentário – A comparação é feita entre “produto de uma convenção” e “da

natureza”. Além disso, o vocábulo “como” exprime conformidade (= conforme

postulava Aristóteles).

Resposta – Item errado.

11. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção

“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido conclusivo

do parágrafo e a correção gramatical do texto.

Comentário – Aqui foi exigido simplesmente conhecimento da classificação da

conjunção “Destarte” (= desta forma, deste modo, assim sendo, diante disso),

que é pouco utilizada. Frise-se que, no texto, ela exprime ideia conclusiva, tal

como Assim sendo.

Resposta – Item certo.

1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia

só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não

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necessariamente de mercado. De modo geral, a

4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,

assim como desigualdades sociais em geral não contribuem

para a fixação de uma tradição democrática. [...]

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

12. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do

texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a expressão

Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).

Comentário – A expressão em negrito, conforme o que foi dito acima, tem

valor semântico conclusivo, exprime a consequência, o desfecho de uma ideia

anterior. Esse sentido é diferente do significado da expressão “De modo geral”,

que denota imprecisão, generalização a respeito do que está sendo

considerado.

Resposta – Item errado.

[...] Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. [...]

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

13. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e “mas

também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois

argumentos mutuamente excludentes.

Comentário – Esses operadores são utilizados na aproximação de argumentos

coordenados entre si e que se adicionam: “as razões da desqualificação da

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concepção gramatical da linguagem” e “a indicação do estatuto que Rousseau

confere à linguagem”.

Resposta – Item errado.

14. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original do

texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi

pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos pela

conjunção coordenativa nem.

Comentário – A conjunção “nem” é coordenativa sindética aditiva e significa

“e não”. Portanto não há prejuízo na substituição indicada.

Resposta – Item errado.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

[...]

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após “autoridades

municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração subordinada adjetiva

explicativa.

Comentário – Está correto o que se declara. A oração depois da vírgula

constitui uma informação de caráter explicativo em relação ao substantivo

“autoridades municipais”. Frise-se que oração adjetiva de caráter restritivo

não é separada pela vírgula.

Resposta – Item certo.

[...]

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37 Não é preciso repetir que o Brasil é um país inovador.

O que nos falta é o suporte do crédito, de forma contínua, para

sustentar as inovações, é claro que com algumas notáveis

40 exceções: alcançamos o estado da arte na produção de

combustíveis para transporte, e a EMBRAPA fez, em 30 anos,

uma revolução na produtividade de nossa agricultura e

43 pecuária, dando um enorme retorno aos parcos recursos de

investimentos que recebeu.

[...] Delfim Netto. Fórmulas de crescimento. Internet:

<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

16. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Mantém-se a relação existente

entre as orações separadas no texto por dois-pontos (l.40), caso esse

sinal de pontuação seja substituído por vírgula e, após esta, seja

acrescentado o vocábulo pois.

Comentário – Primeiramente, você precisa entender que a oração iniciada

pela forma verbal “alcançamos” é apositiva, isto é, explica, esclarece,

desenvolve o sentido do substantivo “exceções”. A conjunção pois surgida

antes do verbo da oração a que pertence e separada da oração anterior pela

vírgula (“...é claro que com algumas notáveis exceções, pois alcançamos...”)

também introduz segmento de valor semântico explicativo. Portanto a relação

existente entre as orações é preservada com a alteração proposta pelo

examinador.

Resposta – Item certo.

[...]

Para que o Brasil se transforme, efetivamente, em

46 protagonista importante da revolução que vai mudar,

profundamente, os processos de produção industrial e

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agropastoril em todo o mundo, os próximos governos terão de

49 dar prioridade absoluta aos investimentos em inovação e ao

desenvolvimento tecnológico.

[...]

Delfim Netto. Fórmulas de crescimento. Internet:

<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

17. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Na linha 46, o pronome “que”

introduz uma oração de sentido explicativo.

Comentário – Perceba que o Cespe gosta de “brincar” com as orações

adjetivas. As explicativas, repito, vêm separadas da sua principal pelo

competente sinal de pontuação (vírgula, travessão, parênteses). Em “que vai

mudar”, o pronome relativo introduz oração de sentido restritivo, pois

especifica, restringe o sentido do substantivo “revolução”: não é qualquer

revolução, e sim a que vai alterar significativamente os processos.

Resposta – Item errado.

[...] Sua metodologia é

simples — por meio de conversas frequentes com a família, o

13 voluntário receita cuidados básicos para evitar que a criança

morra por falta de conhecimento, como os hábitos de higiene,

a administração do soro caseiro e a adoção da farinha de

16 multimistura na alimentação, que se tornou uma solução

simples e emblemática contra a desnutrição. Mas o seu segredo

é um só: a persistência.

Jornal do Commercio (PE), Editorial, 20/1/2010 (com adaptações).

18. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Médio/2010) O trecho “que se tornou uma

solução simples e emblemática contra a desnutrição” (l.16-17) está

precedido por vírgula porque se trata de um trecho com função restritiva.

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Comentário – A oração iniciada pelo pronome relativo “que” tem valor

semântico explicativo e esclarece a importância da adoção da farinha de

multimistura na alimentação. A essa altura, você já deve ter certeza de que

oração adjetiva explicativa vem separada por vírgula, ao contrário da adjetiva

restritiva.

Resposta – Item errado.

10 [...] Ocorre que, ao dar vazão ao seu

insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem

13 depara-se com seus limites. [...]

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).

Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).

19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A oração iniciada por “ao dar

vazão” (l.10) apresenta uma causa para o homem deparar-se “com seus

limites” (l.13).

Comentário – Não são apenas as subordinadas adjetivas que podem se

apresentar sob a forma reduzida (sem conjunção inicial e com verbo em uma

das formas nominais: particípio, gerúndio e infinitivo); as substantivas e as

adverbiais também. É isso o que se verifica no segmento “ao dar vazão”. O

problema é que o examinador afirmou que ela “apresenta uma causa”, o que

não corresponde aos fatos. A circunstância expressa pela oração é de tempo.

Ela equivale a: “quando dá vazão”.

Resposta – Item errado.

1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção

à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração

dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os

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4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados

pelo exercício do trabalho. [...]

Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios

éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).

20. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A relação de significados que

a oração introduzida por “ao adotar” (l.1) mantém com as demais orações

do mesmo período sintático permite que se substitua essa oração por se

adotasse, sem se prejudicar a coerência nem a correção gramatical do

texto.

Comentário – Estamos diante de outra oração adverbial reduzida (de

infinitivo). Ela também expressa circunstância de tempo e equivale a: “quando

adota”. Repare que a declaração indica um fato certo, real, positivo e habitual.

A utilização da forma se adotasse (que caracterizaria uma oração adverbial

condicional) tornaria o fato incerto, possível até, mas hipotético. Isso

prejudicaria a coerência e a correção gramatical.

Resposta – Item errado.

[...] Inovador é o

7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em

situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude

de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica

10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação

é um percurso de difícil travessia para a maioria das

instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de

13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa.

[...]

21. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O período sintático iniciado por

“Inovar significa” (l.12) estabelece, com o período anterior, relação

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semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte,

escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa [...].

Comentário – A expressão Por conseguinte integra segmento de valor

semântico conclusivo. Mas a relação estabelecida é de explicação, justificativa.

Resposta – Item errado.

[...]

O imaginário, acionado pela imaginação individual, é

19 pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a

história museológica. Mesmo que possamos pensar que

estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica,

22 porquanto símbolos e estereótipos são olhados e

ressignificados em determinado instante social.

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São

Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

22. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Preservam-se as relações

argumentativas do texto bem como sua correção gramatical, caso se inicie

o último período por Ainda, em lugar de “Mesmo” (l.20).

Comentário – A substituição mantém o valor concessivo presente no último

período e não causa nenhum prejuízo gramatical a ele.

Resposta – Item certo.

O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança

de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no

10 curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As

razões para esse estancamento encontram-se no comportamento

do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes,

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13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar —

ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão.

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

23. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) No trecho “cujo

desenvolvimento econômico [...] expansão” (L.13-14), identifica-se

relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada

com travessão e a oração que a antecede.

Comentário – O conectivo “ainda que” ressalta o valor semântico concessivo

estabelecido na passagem.

Resposta – Item errado.

1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e

traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da

cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais

4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os

de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho

branco e trabalham para as organizações mais poderosas.

[...]

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed.,

São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

24. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Sem prejuízo para a coerência

textual e a correção gramatical, o trecho “Mas os danos [...] minúsculos”,

que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por:

Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos

[...].

Comentário – A transformação prejudicaria o texto; o argumento ficaria sem

conclusão; a estrutura oracional ficaria incompleta (com falta da competente

oração principal).

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Resposta – Item errado.

25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A correção gramatical e a

coerência do texto seriam preservadas se a oração “que possam ser

encontrados em uma rua escura da cidade” (L.2-3) estivesse entre

vírgulas.

Comentário – A coerência é afetada com o uso das vírgulas, que transformam

a oração restritiva em explicativa.

Resposta – Item errado.

No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos

inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam

16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de

produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa

forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,

19 geradoras de renda, de maneira sustentável.

O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

26. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A ausência de vírgula logo após

o termo “investimentos” (L.15) permite concluir que, segundo o autor do

texto, é necessário que, no Brasil, sejam priorizados investimentos

voltados para a expansão da produção e para o aumento da

produtividade.

Comentário – A ausência de vírgula faz surgir orações (subordinadas

adjetivas restritivas) que limitam e distinguem o alcance semântico do

substantivo “investimentos”. Caso uma vírgula fosse empregada, as orações

teriam natureza semântica explicativa.

Resposta – Item certo.

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27. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) Entre as

orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses

temas, ou sequer saber que existem” (L.14-15) estabelece-se uma

relação sintático- semântica de alternância.

Comentário – Que bela questão! Muitos candidatos erraram a resposta

porque se deixaram levar pela aparência. Em outras palavras, eles viram a

conjunção “ou” articulando as orações e prontamente concordaram com o

argumento do examinador, sem analisar a real relação existente entre os

segmentos.

A ideia é a seguinte: não é preciso trabalhar com esses

temas nem ao menos saber que eles existem. Ficou melhor assim? Deu para

perceber que a conjunção “ou”, no contexto, tem valor semântico de adição,

como a conjunção nem? Vou escrever de outra forma: não é preciso trabalhar

com esses temas e também não é preciso saber que eles existem. Então, o

que você me diz agora?

Resposta – Item errado.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

1 Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due,

na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do

que à filosofia e à religião.

[...]

Filosofia, nº 28, Escala Educacional, 16

(com adaptações)

28. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Na construção “mais à

pintura e à musica do que à filosofia e à religião” (L.2-3), o vocábulo

“que” introduz oração restritiva com verbo elíptico.

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Comentário – Vocábulo que introduz oração (adjetiva) restritiva é pronome

relativo. Na qualidade de pronome relativo, o que pode muito bem ser

substituído por o/a qual, o que não é possível na passagem apresentada:

...Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música da qual à filosofia e à religião

(estranho, não é?). Na verdade, o que é uma conjunção subordinativa que

introduz oração adverbial com valor semântico de comparação. E é nas

orações comparativas que o verbo costuma vir oculto. Observe: ...Erasmo

dedicou-se mais à pintura e à música do que se dedicou à filosofia e à

religião.

Resposta – Item errado.

29. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Carteiro/2011) Assinale a opção

correspondente ao trecho em que há mais de uma oração.

(A) “Aposto que ela vai adorar.”

(B) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.”

(C) “Ela é uma gatinha.”

(D) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.”

(E) “Agora vou botar renda em volta.”

Comentário – Para haver mais de uma oração, é necessário haver mais de

um verbo com sentido próprio (dois verbos, duas orações, três verbos, três

orações...) ou mais de uma locução adverbial.

Alternativa A: “Aposto” = oração principal; “que ela vai

adorar” = oração subordinada substantiva objetiva direta. O conjunto “vai

adorar” é uma locução formada por verbo auxiliar + verbo principal. Note que

ela pode ser substituída por adorará.

Alternativa B: “Vou mandar” = locução verbal (Mandarei),

uma oração.

Alternativa C: “é” = um verbo, uma oração.

Alternativa D: “fiz” = um verbo, uma oração.

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Alternativa E: “vou botar” = uma locução verbal (botarei),

uma oração.

Resposta – A

[...]

16 recolher. Não adiantou. Os protestos continuaram. A semana

terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior

aliado dos Estados Unidos da América (EUA) no mundo árabe.

[...]

Juliano Machado e Letícia Sorg. O grito árabe

pela democracia. In: Época, 31/1/2011, p. 32 (com adaptações).

30. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No desenvolvimento da

argumentação do texto, a oração “sem que estivesse claro o futuro

político do maior aliado dos Estados Unidos da América (EUA)” (L.17-18)

expressa circunstância de causa em relação à oração que a antecede.

Comentário – Não! A relação é de modo. Como a semana terminou? De

maneira isso aconteceu? Interessante é que a NGB não relaciona este tipo de

oração no rol das subordinadas adverbiais. Porém esclarecidos gramáticos –

como Bechara, Cegalla e Rocha Lima, por exemplo – percebem tal

circunstância. Veja dois exemplos colhidos em Bechara e Cegalla: Os

convidados saíram sem que fossem notados. Aqui viverás em paz, sem que

ninguém te incomode.

Resposta – Item errado.

Aqui finalizamos a aula sobre sintaxe da oração e do período,

prezado aluno.

No próximo encontro (aula 6), você estudará comigo o emprego

dos sinais de pontuação.

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Lista das Questões Comentadas

1. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) No trecho “É verdade que a CE

vem desenvolvendo novas formas políticas” (L.21-22), o emprego da

forma verbal singular “É” justifica-se pelo fato de essa forma verbal não

ter sujeito explícito.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2012) No período “Que Demócrito não risse, eu o

provo” (L.20), o verbo provar complementa-se com uma estrutura em

forma de objeto direto pleonástico, com uma oração servindo de referente

para um pronome.

[...]

A crescente e constante ampliação da escolaridade feminina

tem contribuído para ampliar o espaço de atuação das

mulheres no mercado de trabalho também em profissões

16 que, historicamente, têm sido consideradas como espaços

masculinos. As profissões científicas e tecnológicas inserem-se

nesse contexto. Essas carreiras estão associadas a

19 conhecimentos de ciência e tecnologia cuja construção

histórica e social foi marcada por exclusões de gênero que

resultaram em campos com predominância masculina, seja pelo

22 perfil de gênero dos seus profissionais, seja pela forma como

seus conhecimentos se desenvolveram, estruturaram-se ou se

organizaram. A baixa participação feminina, nesse universo,

25 ainda é uma realidade, particularmente na Engenharia. A

reduzida presença de mulheres é um fenômeno que pode ser

visto como corolário da baixa presença feminina em cursos

28 superiores dessa área.

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Nanci Stancki Silva. Engenharias no Brasil: mudanças no perfil de

gênero? Internet: <www.fazendogenero.ufsc.br> (com adaptações).

3. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2012) As orações

“que, historicamente, têm sido consideradas como espaços masculinos”

(l.16-17) e “que resultaram em campos com predominância masculina”

(l.20-21) poderiam, mantendo-se a coerência do texto e a sua correção

gramatical, ser introduzidas por vírgulas, sendo, assim, interpretadas de

uma maneira não restritiva.

4. (Cespe/IFB/Cargos de Nível Médio/2011) Considerando-se apenas o

trecho “Viver em ambiente sem gravidade faz coisas curiosas com o

corpo” (L.1-2), não se pode determinar, do ponto de vista sintático, o

sujeito da forma verbal “faz”.

5. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010)

“Esse cenário precisa mudar e depende, basicamente, de ações do Estado

em conjunto com a iniciativa privada.”

“No final do ano passado, o Conselho Nacional de Justiça e o Supremo

Tribunal Federal (STF) lançaram a campanha Começar de Novo...”

Em ambas as ocorrências, o vocábulo “e” une orações de mesmo valor

sintático.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

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7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. [...]

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

6. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor

semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na

linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de Whyte;

por isso correspondem a porque tomavam decisões temerárias e

causavam grandes fracassos.

[...]

7. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Seria mantida a relação

sintático-semântica entre as orações que compõem o terceiro período do

texto ao se substituir “uma vez que” (L.9) por qualquer um dos termos a

seguir: porque, porquanto, já que, visto que, conquanto.

[...] Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse

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comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define

10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.

Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais

quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e

13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem

perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

8. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do

texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior por

meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo: [...]

profissionais, conquanto priorizamos [...].

[...]

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa

física ou material e, de outro, a coisa como ideia e

13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a

coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da

significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz

16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo

significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

9. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento

das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o

conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

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4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. [...]

Destarte, a razão da organização da sociedade, da

16 formação do poder político e da construção do Estado é a

conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de

modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

10. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2), a

argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político e

outras formas de poder.

11. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção

“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido conclusivo

do parágrafo e a correção gramatical do texto.

1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia

só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não

necessariamente de mercado. De modo geral, a

4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,

assim como desigualdades sociais em geral não contribuem

para a fixação de uma tradição democrática. [...]

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

12. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do

texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a expressão

Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).

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[...] Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. [...]

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

13. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e “mas

também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois

argumentos mutuamente excludentes.

14. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original do

texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi

pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos pela

conjunção coordenativa nem.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

[...]

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após “autoridades

municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração subordinada adjetiva

explicativa.

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[...]

37 Não é preciso repetir que o Brasil é um país inovador.

O que nos falta é o suporte do crédito, de forma contínua, para

sustentar as inovações, é claro que com algumas notáveis

40 exceções: alcançamos o estado da arte na produção de

combustíveis para transporte, e a EMBRAPA fez, em 30 anos,

uma revolução na produtividade de nossa agricultura e

43 pecuária, dando um enorme retorno aos parcos recursos de

investimentos que recebeu.

[...] Delfim Netto. Fórmulas de crescimento. Internet:

<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

16. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Mantém-se a relação existente

entre as orações separadas no texto por dois-pontos (l.40), caso esse

sinal de pontuação seja substituído por vírgula e, após esta, seja

acrescentado o vocábulo pois.

[...]

Para que o Brasil se transforme, efetivamente, em

46 protagonista importante da revolução que vai mudar,

profundamente, os processos de produção industrial e

agropastoril em todo o mundo, os próximos governos terão de

49 dar prioridade absoluta aos investimentos em inovação e ao

desenvolvimento tecnológico.

[...]

Delfim Netto. Fórmulas de crescimento. Internet:

<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

17. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Na linha 46, o pronome “que”

introduz uma oração de sentido explicativo.

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[...] Sua metodologia é

simples — por meio de conversas frequentes com a família, o

13 voluntário receita cuidados básicos para evitar que a criança

morra por falta de conhecimento, como os hábitos de higiene,

a administração do soro caseiro e a adoção da farinha de

16 multimistura na alimentação, que se tornou uma solução

simples e emblemática contra a desnutrição. Mas o seu segredo

é um só: a persistência.

Jornal do Commercio (PE), Editorial, 20/1/2010 (com adaptações).

18. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Médio/2010) O trecho “que se tornou uma

solução simples e emblemática contra a desnutrição” (l.16-17) está

precedido por vírgula porque se trata de um trecho com função restritiva.

10 [...] Ocorre que, ao dar vazão ao seu

insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar

em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem

13 depara-se com seus limites. [...]

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).

Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).

19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A oração iniciada por “ao dar

vazão” (l.10) apresenta uma causa para o homem deparar-se “com seus

limites” (l.13).

1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção

à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração

dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os

4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados

pelo exercício do trabalho. [...]

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Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios

éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).

20. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A relação de significados que

a oração introduzida por “ao adotar” (l.1) mantém com as demais orações

do mesmo período sintático permite que se substitua essa oração por se

adotasse, sem se prejudicar a coerência nem a correção gramatical do

texto.

[...] Inovador é o

7 indivíduo que procura respostas originais e pertinentes em

situações com as quais ele se defronta. É preciso uma atitude

de abertura para as coisas novas, pois a novidade é catastrófica

10 para os mais céticos. Pode-se dizer que o caminho da inovação

é um percurso de difícil travessia para a maioria das

instituições. Inovar significa transformar os pontos frágeis de

13 um empreendimento em uma realidade duradoura e lucrativa.

[...]

21. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O período sintático iniciado por

“Inovar significa” (l.12) estabelece, com o período anterior, relação

semântica que admite ser explicitada pela expressão Por conseguinte,

escrevendo-se: Por conseguinte, inovar significa [...].

[...]

O imaginário, acionado pela imaginação individual, é

19 pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a

história museológica. Mesmo que possamos pensar que

estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica,

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22 porquanto símbolos e estereótipos são olhados e

ressignificados em determinado instante social.

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São

Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

22. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Preservam-se as relações

argumentativas do texto bem como sua correção gramatical, caso se inicie

o último período por Ainda, em lugar de “Mesmo” (l.20).

O corte de 125 mil empregos em junho indica que a esperança

de gradual retomada do crescimento do mercado de trabalho no

10 curto prazo era prematura e não deverá se concretizar. As

razões para esse estancamento encontram-se no comportamento

do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes,

13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar —

ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão.

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

23. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) No trecho “cujo

desenvolvimento econômico [...] expansão” (L.13-14), identifica-se

relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada

com travessão e a oração que a antecede.

1 Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e

traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da

cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais

4 criminosos causam são minúsculos quando comparados com os

de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho

branco e trabalham para as organizações mais poderosas.

[...]

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed.,

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São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

24. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Sem prejuízo para a coerência

textual e a correção gramatical, o trecho “Mas os danos [...] minúsculos”,

que inicia o segundo período do texto, poderia ser substituído por:

Embora os danos causados por esses criminosos sejam ínfimos

[...].

25. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A correção gramatical e a

coerência do texto seriam preservadas se a oração “que possam ser

encontrados em uma rua escura da cidade” (L.2-3) estivesse entre

vírgulas.

No lugar de alta carga tributária e estrutura de impostos

inadequada, o país deve priorizar investimentos que expandam

16 a produção e contribuam simultaneamente para o aumento de

produtividade, como é o caso dos gastos com educação. É dessa

forma que são criadas boas oportunidades de trabalho,

19 geradoras de renda, de maneira sustentável.

O Globo, Editorial, 12/7/2010 (com adaptações).

26. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) A ausência de vírgula logo após

o termo “investimentos” (L.15) permite concluir que, segundo o autor do

texto, é necessário que, no Brasil, sejam priorizados investimentos

voltados para a expansão da produção e para o aumento da

produtividade.

27. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) Entre as

orações que compõem o período “não é preciso trabalhar com esses

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temas, ou sequer saber que existem” (L.14-15) estabelece-se uma

relação sintático- semântica de alternância.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

1 Nos primeiros anos como seminarista, em Bois le Due,

na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do

que à filosofia e à religião.

[...]

Filosofia, nº 28, Escala Educacional, 16

(com adaptações)

28. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) Na construção “mais à

pintura e à musica do que à filosofia e à religião” (L.2-3), o vocábulo

“que” introduz oração restritiva com verbo elíptico.

29. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Carteiro/2011) Assinale a opção

correspondente ao trecho em que há mais de uma oração.

(A) “Aposto que ela vai adorar.”

(B) “Vou mandar um cartão de dia dos namorados para a Susi Derkins.”

(C) “Ela é uma gatinha.”

(D) “Eu fiz um coraçãozão vermelho.”

(E) “Agora vou botar renda em volta.”

[...]

16 recolher. Não adiantou. Os protestos continuaram. A semana

terminou sem que estivesse claro o futuro político do maior

aliado dos Estados Unidos da América (EUA) no mundo árabe.

[...]

Juliano Machado e Letícia Sorg. O grito árabe

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pela democracia. In: Época, 31/1/2011, p. 32 (com adaptações).

30. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No desenvolvimento da

argumentação do texto, a oração “sem que estivesse claro o futuro

político do maior aliado dos Estados Unidos da América (EUA)” (L.17-18)

expressa circunstância de causa em relação à oração que a antecede.

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado

2. Item certo

3. Item errado

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Item errado

8. Item errado

9. Item errado

10. Item errado

11. Item certo

12. Item errado

13. Item errado

14. Item errado

15. Item certo

16. Item certo

17. Item errado

18. Item errado

19. Item errado

20. Item errado

21. Item errado

22. Item certo

23. Item errado

24. Item errado

25. Item errado

26. Item certo

27. Item errado

28. Item errado

29. A

30. Item errado