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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO DA ÁREA ADMINISTRATIVA DO TJDFT PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Saudações, prezado aluno! Em nossa aula 3, estudaremos a regência de alguns nomes e verbos, além de casos de ocorrência (ou não) da crase. Em relação à regência, digo “de alguns nomes e verbos” porque a grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não nos permite estudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, então, com o estudo da regência de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento não pode faltar a você. Regência Nominal Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei de falar: (1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos. (2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão mais perto da aprovação. (3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso! É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que merecem sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos das mais diversas bancas examinadoras: ADJ. COMP. NOMINAL PREP. ADV. COMP. NOMINAL PREP. (de + a) SUBST. COMP. NOMINAL PREP.

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1

Saudações, prezado aluno!

Em nossa aula 3, estudaremos a regência de alguns nomes e

verbos, além de casos de ocorrência (ou não) da crase.

Em relação à regência, digo “de alguns nomes e verbos” porque a

grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não nos permite estudar o

assunto em sua inteireza.

Ficaremos, então, com o estudo da regência de um grupo de

nomes e verbos cujo conhecimento não pode faltar a você.

Regência Nominal

Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo ou

advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é

intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei de

falar:

(1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.

(2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão mais

perto da aprovação.

(3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!

É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo

regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa,

nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.

Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que merecem

sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos das mais

diversas bancas examinadoras:

ADJ. COMP. NOMINAL

PREP.

ADV. COMP. NOMINAL

PREP. (de + a)

SUBST. COMP. NOMINAL

PREP.

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2

Acessível a Favorável a Ódio a ou contra

Acostumado a ou com Fiel a Odioso a ou para

Alheio a Grato a Posterior a

Alusão a Hábil em Preferência a ou por

Ansioso por Habituado a Preferível a

Atenção a ou para Inacessível a Prejudicial a

Atento a ou em Indeciso em Próprio de ou para

Benéfico a Invasão de Próximo a ou de

Compatível com Junto a ou de Querido de ou por

Cuidadoso com Leal a Residente em

Desacostumado a ou com

Maior de Respeito a ou por

Desatento a Morador em Sensível a

Desfavorável a Natural de Simpatia por Desrespeito a Necessário a Simpático a

Estranho a Necessidade de Útil a ou para

Estranho a Nocivo a Versado em

Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem preposição

A, por possibilitarem a ocorrência de crase.

1. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A coerência e a correção gramatical do

texto seriam mantidas ao se substituir “fundamentais para a

sobrevivência” (l.9) por fundamentais a sobrevivência.

Comentário – O emprego da preposição a (no lugar de “para”) para reger o

complemento do adjetivo “fundamentais” deve fazer surgir a crase, pois ela se

aglutina com o artigo “a” que determina o substantivo “sobrevivência”:

“fundamentais à sobrevivência”.

Resposta – Item errado.

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3

[...]

Então, o estudo classifica essa drástica redução na

43 intensidade das emissões de gás carbônico relacionadas às

atividades econômicas de “sem precedente e, provavelmente,

impossível”, reforçando a defesa da estagnação econômica.

[...]

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,

26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 45, o termo “da” pode ser

trocado por à, o que, embora altere a regência do nome, mantém seu

sentido no texto.

Comentário – A preposição “de”, que se contraiu com o artigo definido

feminino “a”, decorre da regência do substantivo abstrato “defesa” (esse é um

caso de regência nominal). A troca da preposição original por a não causa

prejuízos ao texto (permanece a ideia de que a estagnação econômica é

defendida) e faz surgir a crase, que deve ser indicada pelo acento grave (`):

“defesa a a estagnação” = “defesa à estagnação”

Lemos em Cegalla (2008:487), por exemplo, que:

“Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma

regência. A escolha desta ou daquela preposição deve, no

entanto, obedecer às exigências da clareza e da eufonia e

adequar-se aos diferentes matizes do pensamento.”

O que podemos entender quando o pesquisador diz "admitem

mais de uma regência" e logo em seguida menciona "A escolha desta ou

daquela preposição"? Devemos entender que mudança de preposição tem a

ver com mudança de regência.

Resposta – Item certo.

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4

[...]

legislar, de julgar e de impor o cumprimento da lei. Foi muito

além de seus antecessores e rejeitou, na construção da imagem

25 do homem natural, todas as determinações atribuíveis à vida

social, incluída a capacidade intelectual necessária para

conceber as normas adequadas à vida coletiva.

Rolf Kuntz. Um clássico sobre Rousseau.

In: Jornal de Resenhas, n.º 10 (com adaptações).

3. (Cespe/CNPQ/Analista em Ciência e Tecnologia Júnior/2011) O emprego

do sinal indicativo de crase em “à vida social” (L.25-26) e “à vida coletiva”

(L.27) é exigido por “atribuíveis” (L.25), no primeiro caso, e por

“adequadas” (L.27), no segundo, e pela presença do artigo feminino, que,

nos dois casos, restringe o substantivo “vida”.

Comentário – Repare que, realmente, os dois adjetivos exigem a preposição

“a” (atribuíveis a quê?; adequadas a quê?) para regerem seus respectivos

complementos: “a vida social” e “a vida coletiva”. Como esses complementos

se fazem acompanhar pelo artigo definido “a” (que pelo próprio nome já

transmite a ideia de determinação, restrição), as condições para o surgimento

da crase estão todas satisfeitas.

Resposta – Item certo.

A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome

regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao Dicionário

de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes, observam-se,

por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a regência do

substantivo dificuldade(s), entre elas estão:

(4) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com

fornecedores."

1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo.

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(5) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas

dificuldades de o respirar propende à sonolência."

(6) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo procurava

apenas uma achega."

(7) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus

projetos."

Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a

preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual forma

um constituinte. Isso é o que ocorre em (7).

Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições

adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do

professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso

inadequado da preposição trazem prejuízo à frase.

Verifique a partir de agora outras questões de provas anteriores.

1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por

265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela

ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,

4 Argentina, Paraguai e Uruguai.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

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(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

[...]

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.

4. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao

MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que exige

preposição a.

Comentário – Na verdade, a preposição a é exigida pela regência do nome

“adesão” (adesão de quem a quê?): “a adesão da Venezuela ao MERCOSUL”.

Resposta – Item errado.

5. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”

(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.

Comentário – O vocábulo “a” é preposição exigida pelo nome “superior”

(superior a quê?), que é seguido por complemento: “superior a U$ 1 trilhão” e

“superior a US$ 300 bilhões”.

Resposta – Item errado.

6. (Cespe/Sedu-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) “o relacionamento

do ser humano com o meio onde vive e ao qual está diretamente

relacionado”. O emprego da preposição a em “ao qual está diretamente

relacionado” é exigido pela regência de “relacionado”.

Comentário – Este é mais um caso de regência nominal. O adjetivo

“relacionado”, que tem seu significado complementado pelo pronome relativo

“o qual” (representante do substantivo “meio”) exige a preposição “a”

(relacionada a quê?) para reger seu complemento.

Resposta – Item certo.

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VTD

Como você está indo até agora? Caso não tenha entendido alguma

explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem que as

dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre regência

verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que você esteja

seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras informações serão

acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem.

Regência Verbal

Comecemos este tópico trazendo à memória conceitos de

transitividade verbal. Você se lembra disso? Não é nenhum “bicho de sete

cabeças”! Quer ver?

Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos

indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.

Estão divididos em:

a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos) não

são introduzidos obrigatoriamente por preposição;

(8) Quero água.

(9) A médico, confessor e letrado nunca enganes.

Em (9), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo

de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o

complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.

b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos indiretos)

são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto quando

empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);

(10) Gosto de água.

(11) Custou-me entender o assunto.

VTD OD

ODP

VTI OI

VTI OI

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c) transitivos diretos e indiretos: reúnem, ao mesmo tempo,

objetos diretos e indiretos;

(12) Deram-lhe um presente.

Há também verbos considerados de sentidos completos, por não

exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos

como intransitivos.

(13) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.

Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor

semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade

mental).

Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser mencionada

aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não nocionais ou

copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou predicações

incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da oração a seu

predicativo (função esta desempenhada por adjetivos, substantivos ou

pronomes).

(14) Maria é feliz.

Verbos de ligação denotam situação permanente, situação

transitória, mudança de situação.

(15) João é estudioso. (situação permanente)

(16) João está cansado. (situação transitória)

(17) João ficou alegre. (mudança de situação)

Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,

não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo direto,

VTD

I

OI OD

VI

Suj. VL Pred.

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transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou de

ligação dependerá das relações semântico-sintáticas entre os termos da

oração.

(18) João anda cansado.

(19) João anda depressa.

Em (18), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no momento

da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo (“cansado”). É,

pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).

Em (19), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo sujeito.

É, pois, verbo nocional. Notem que o vocábulo “depressa” não integra o

significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que a ação é

desenvolvida.

Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em

transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação, já

estamos aptos a tratar especificamente da regência de alguns verbos. Diga-se

ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos regimes com

que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o eminente professor

Décio Sena.

1 Assistimos à dissolução dos discursos

homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não

existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um

4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da

experiência da vida, da cultura, da ciência ou da

subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se

7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem

estáveis. [...]

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried

Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).

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7. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo de

crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de relações

sintático-semânticas para o verbo assistir.

Comentário – Vamos aproveitar esta questão de prova para conhecer as

acepções do verbo ASSISTIR.

a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR; seu

complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do campeonato.

b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,

TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não

assiste ao professor reclamar tanto.

c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,

exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O

médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico

assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da

preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de mesmo

gênero gramatical).

d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há cinco

anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida pelo

verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse termo

com objeto indireto).

Agora já podemos dar início ao comentário da questão

propriamente dito. O gabarito oficial considerou este item anulado. Por quê? A

parte final da declaração traz um conceito discutível. A ocorrência da crase,

muito embora dependa realmente da regência do verbo ASSISTIR, deve-se

ainda pela presença do artigo feminino A que acompanha o substantivo

“dissolução”.

Não obstante, a admissão do verbo ASSISTIR como transitivo

direto ou indireto só faz sentido se o tomarmos com os valores semânticos

indicados em c). No contexto em que surge, essa concepção alteraria o sentido

do que se pretende comunicar. Portanto, melhor seria a interpretação do verbo

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ASSISTIR como transitivo indireto, indicando a observação do fato exposto

no período em que surge.

Resposta – Item realmente mal formulado, melhor foi ter sido anulado

mesmo.

8. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que apresenta

fragmento de texto gramaticalmente correto.

a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que

preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%

dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi

alcançado às 19 h 30 min.

b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração do

segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,

“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por legitimidade

para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio congratulou aos

eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram às urnas para

exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito de escolher os

representantes”.

Comentário – Alternativa A: apresenta dois problemas de regência verbal. O

primeiro deles é o emprego da preposição “de” para reger o complemento da

forma verbal “lembrou”. É comum que algumas pessoas se atrapalhem com o

uso dos verbos LEMBRAR/ESQUECER. Isso ocorre porque esses verbos

apresentam variados regimes. Vamos a eles!

a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do

pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada detalhe.

Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e “cada

detalhe”.

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b) Transitivos indiretos quando conjugados com auxílio de

um pronome (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro. Lembrou-se de

cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do verbo: “me” e “se”;

II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.

c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a

coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente

representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto: Esqueceu-

me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o livro” e “cada

detalhe”; II) objeto indireto: “me”.

De acordo com a explicação em A, você pode entender que o

verbo “lembrou” é transitivo direto e a preposição “de” que o segue está

“sobrando” no enunciado. Também está “sobrando” a preposição “de” que rege

a oração subordinada substantiva predicativa “chegar ao patamar de 90% dos

votos totalizados em todo o país”. A redação correta deve ser a seguinte:

“Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que

preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos

totalizados em todo o país às 22h, mas o índice foi alcançado às 19h30min.

Voltemos agora nossas atenções para a alternativa B, em que

há três problemas de regência verbal. A primeira diz respeito ao regime do

verbo RESPONDER, que pode ser empregado como:

a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com

objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por

pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.

b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à

pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.

c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à

resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.

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Note a ausência da preposição A antes do complemento do

verbo “responder” na passagem em surge, indicando erroneamente seu

emprego como transitivo direto.

E não é só isso: o verbo RESULTAR, transitivo indireto, rege

preposição EM e não “por” como está no texto. Por último, o verbo

CONGRATULAR é transitivo direto, isto é, seu complemento não necessita de

preposição. Mas ele foi utilizado como verbo transitivo indireto. Caso seu

emprego se desse com aspecto pronominal (congratular-se), seria também

transitivo indireto, porém regendo preposição COM. O emprego da preposição

“a” é completamente descabido.

Resposta – Itens errados.

[...] Para crescer mais e de maneira

13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é

que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso,

carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos

16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de

cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade.

Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio

Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações)

9. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A ausência da preposição de antes do

complemento de “precisa” (l.13) indica que essa forma verbal está sendo

usada em função de auxiliar, como em precisar construir.

Comentário – Na verdade, a preposição de existe e o verbo precisar é

principal e não integra nenhuma locução. Repare que ela esta aglutinou-se

(“do”) com o pronome demonstrativo “o” (= aquilo) que surgiu antes do

pronome relativo “que”. Cegalla (2008:513) ensina que a anteposição da

preposição ao pronome demonstrativo tem a vantagem de tornar a frase mais

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leve e eufônica. Ele afirma que é opcional repetir a preposição depois do verbo

ser:

“Do que ele menos se lembrava era da perfídia que os

inspirou.” (Machado de Assis)

Atente agora para as possíveis regências do verbo precisar:

– TRANSITIVO INDIRETO com sentido de ter necessidade,

necessitar:

O país precisa de bons professores. Quem não precisa deles?

Observação: quando acompanhado de infinitivo, a língua

tende a dispensar a preposição:

“Precisavam ser duros, virar tatus.” (Graciliano Ramos)

“Precisava ter a cabeça fria.” (Machado de Assis)

– TRANSITIVO DIRETO no sentido de indicar com exatidão:

A testemunha não soube precisar a hora do acidente.

Resposta – Item errado.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. [...]

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

10. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e a

correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois da

forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: [...] imaginar de que o real

[...].

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Comentário – Não é difícil perceber que o verbo “imaginar” é transitivo direto

e que, por isso mesmo, seu complemento não vem regido por preposição

(quem imagina, imagina algo). Logo, a preposição “de” não tem vez no

segmento.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. [...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

11. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do

texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir

“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.

Comentário – A melhor maneira de perceber o equívoco é reescrever a

passagem como a banca indica: “que consubstanciam na propriedade, na

vida, na liberdade e em outros bens”. Antes, o adjetivo-particípio exigia a

preposição “em” (consubstanciados em quê?). Agora, a forma verbal

consubstanciam (consubstanciam o quê?) possui regência transitiva direta e

dispensa a preposição.

Resposta – Item errado.

1 Aprendemos a pensar o Brasil como gigante adormecido.

O mito nos diz que o sucesso está garantido pela grandeza dos

nossos recursos naturais, humanos e culturais.

[...]

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Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio

Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações).

12. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A omissão da preposição em no

complemento de pensar, como se vê em “pensar o Brasil” (l.1), indica

uma linguagem pouco formal; em texto com mais formalidade seria

usado: pensar no Brasil.

Comentário – Esta foi de lascar! Acostumados a utilizar o verbo pensar como

transitivo indireto (pensar em), muitos candidatos erraram a questão. Portanto

eis aqui uma excelente oportunidade para aprendermos um pouco mais sobre

os regimes desse verbo.

Como verbo INTRNASITIVO, ele se equivale a analisar,

refletir, raciocinar. Exemplo:

Antes de decidir, pense!

Como verbo TRNASITIVO INDIRETO (ocorrência muito

comum entre nós), exige a preposição em para reger seu complemento (objeto

indireto) e significa imaginar, cogitar. Exemplo:

“Quando penso em você fecho os olhos de saudade.” (Fágner)

Como verbo TRANSITIVO DIRETO (uso menos comum), é

sinônimo de cuidar, tratar. Exemplo:

A equipe permaneceu pensando as vítimas do terremoto.

Foi com o último sentido que o verbo pensar surgiu no texto

da prova. Entenda-se: Aprendemos a tratar o Brasil como se ele fosse um

gigante adormecido. Portanto o emprego dele também demonstra o uso formal

da linguagem.

Resposta – Item errado.

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17

[...]

4 A palavra “projeto” remete-se à antecipação e, em boa

parte, ao voluntarismo. Não se trata unicamente de prever o

futuro e, sim, de mudar o seu rumo em consequência de um

7 conjunto de valores e de necessidades. [...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

13. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) A supressão da preposição

antes dos vocábulos “antecipação” (l.4) e “voluntarismo” (l.5), com a

manutenção dos artigos definidos, não acarretaria prejuízo sintático ao

texto.

Comentário – A preposição a (“à” = a [prep.]+ a [art.]; “ao” = a [pre.]+ o

[art.]) é uma exigência do verbo remeter (remeter a). Suprimi-la da

aglutinação existente em “à antecipação” e da combinação em “ao

voluntarismo” constitui erro de regência

Resposta – Item errado.

[...]

[...]

14. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Em “à natureza”, o emprego do

sinal indicativo de crase indica que o verbo “conectar” está sendo utilizado

com a preposição a, regendo um de seus complementos. Estaria

igualmente correto e coerente o emprego, em vez da preposição a, da

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18

preposição com, não cabendo, nesse caso, o uso do acento indicativo de

crase: com a natureza.

Comentário – Sim, é isso mesmo. O verbo conectar é bitransitivo. Os termos

“a sua moralidade” e “à natureza das coisas” são, respectivamente, objeto

direto e objeto indireto. Este é regido pela preposição a, mas nada impede o

emprego da preposição com. Obviamente, a estrutura com (prep.) + a (art.)

não faz surgir a crase.

Resposta – Item certo.

Precisamos ainda conhecer a regência de mais alguns verbos.

ASPIRAR

a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo.

b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de

gerente.

CHAMAR

a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.

b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.

c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de

patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota). – a preposição que

acompanha o predicativo do objeto é facultativa.

[...]

15. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/Advocacia/2011) Em “que ele

chama metafísica dos costumes” (L.1-2), o trecho em itálico, que exerce,

na oração, a função de complemento verbal, deveria estar precedido da

preposição de.

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Comentário – Existem dois problemas aqui, apesar de muitos candidatos

terem percebido apenas um deles. Começarei explicando o mais notável para a

maioria.

O primeiro problema foi o examinador ter dito que a

preposição de é obrigatória. Na verdade, ela é facultativa quando o verbo

chamar tem sentido de qualificar, nomear, apelidar. Nesse caso, ele é

transitivo direto ou transitivo indireto, tanto faz. Portanto a construção está

correta e correta também estaria se fosse assim: que ele chama de metafísica

dos costumes.

Agora vem o que muitos não viram. O trecho em itálico não

exerce função de complemento verbal (objeto direto e objeto indireto). Essa

função é desempenhada pelo pronome relativo “que”, o qual substitui o

antecedente “ética”. Veja a oração adjetiva reescrita de outra forma: ele

chama a ética (de) metafísica dos costumes. O termo “ética” funciona

como complemento verbal (objeto direto); o trecho destacado pelo examinador

(“metafísica dos costumes”) funciona como predicativo desse objeto, quer com

preposição, quer sem.

Resposta – Item errado.

CUSTAR

a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me

entender este assunto.

b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.

c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.

16. (Cespe/Ceturb-ES/Agente de Trânsito/2010) “que os acidentes de trânsito

no Brasil custam ao Estado e à sociedade aproximadamente 30 bilhões de

reais por ano”. O acento grave indicativo de crase em “à sociedade”

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justifica-se pela regência de “custam” e pela presença de artigo definido

feminino singular.

Comentário – Funciona como objeto indireto da forma verbal “custam” o

termo “ao Estado e à sociedade”. Como tal, o objeto indireto veio regido por

preposição (“a” – custam a quem?). Essa preposição contraiu-se com o artigo

“a” que acompanha o substantivo “sociedade” (a + a), o que ocasionou a

forma “à”.

Resposta – Item certo.

IMPLICAR

a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua

reprovação.

b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão.

c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas.

INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR

a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova.

1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)

naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento

maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma

4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que

se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do

Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado

7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA

corre o risco de perder vigência. [...]

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

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17. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego de

preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).

Comentário – Usou-se o particípio do verbo avisar em construção de voz

passiva. Perceba que “O poder de Washington” fora avisado de algo, ou seja,

“de que a OEA corre o risco de perder vigência”.

Resposta – Item certo.

PREFERIR

a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro

cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO). Prefiro

mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO).

Obs.: O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que; menos...

que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu complemento

indireto é, obrigatoriamente, A.

VISAR

a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.

b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.

c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da

linguagem.

MORAR/RESIDIR/SITUAR

a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) / Ela

reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)

OBEDECER/DESOBEDECER

a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais.

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Crase

Vamos agora estudar os casos de ocorrência (ou não) de

crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais idênticas

e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos versos do

poeta Casemiro de Abreu:

“Teu pensamento é como o Sol que morre

Há de cismando mergulhar-se em mágoas

Durante a noite quando o orvalho desce.”

Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos de

crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação gráfica

específica (acento grave): À.

(20) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.

Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,

seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo artigo

feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento grave (`),

como no exemplo acima. Analise estas questões de prova:

18. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011) Emprega-se o sinal indicativo

de crase em “corresponde à crescente transformação histórica” (l.1-2)

porque

(A) a expressão “história postal” (l.1) exige complemento antecedido por

artigo definido feminino.

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23

(B) a forma verbal “corresponde” exige complemento regido da preposição a,

e a expressão que a complementa é precedida do artigo definido a.

(C) a expressão “transformação histórica” deve ser imediatamente precedida

da preposição a.

(D) a forma verbal “transcorrer” exige complemento regido da preposição a.

(E) a forma verbal “transcorrer” (l.1) foi transformada em substantivo pela

anteposição do artigo “O”.

Comentário – Está clara para você a relação estabelecida entre o termo

regente (a forma verbal “corresponde”) e o termo regido (“a crescente

transformação histórica do próprio país”)? O verbo reclamou a preposição a; o

complemento dele é iniciado pelo artigo definido feminino a. Pronto, estão

satisfeitas as condições para a ocorrência a crase: a + a = à.

Resposta – B.

[...]

[...]

19. (Cespe/Correios/Cargos de Nível Superior/2011) O emprego do sinal

indicativo de crase em “Sujeitado a residência forçada” (L.14-15)

manteria a correção gramatical do texto.

Comentário – Sim. Esta foi só para confirmar o que ensinei acima sobre a

relação entre o termo regente (“Sujeitado”) e o termo regido (a residência

forçada. Quem se sujeita se sujeita a [preposição] alguma coisa. Residência é

palavra feminina que admite o artigo definido feminino a.

Resposta – Item certo.

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1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. [...]

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

20. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa

percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem

complemento regido pela preposição a.

Comentário – Sim, é verdade o que foi declarado. O adjetivo-particípio

“oferecidos” reclama preposição a para reger seu complemento (oferecido a

quem?). Como os termos regidos admitem a presença do artigo feminino

(singular no primeiro caso e plural no segundo), a crase surge naturalmente: a

+ a = à; a + as = às.

Resposta – Item certo.

21. (Cespe/Serpro/Advogado/2010) No trecho “vem causando crescente

apreensão às autoridades”, a ocorrência do acento grave deve-se à

regência de “apreensão”.

Comentário – Na verdade, a ocorrência do acento deve-se à regência do

verbo causar – que foi usado como bitransitivo (causando o quê a quem?) e

exigiu a preposição “a” para reger o objeto indireto (“as autoridades”) – e à

presença do artigo definido plural “as” que acompanha o substantivo

“autoridades”.

Resposta – Item errado.

22. (Cespe/Serpro/Advogado/2010) “os dados reforçam tendências que vêm

causando crescente apreensão às autoridades atentas à evolução do perfil

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da violência no país”. Em “autoridades atentas à evolução do perfil da

violência no país”, o termo “à” poderia ser substituído, sem prejuízo

gramatical ou de sentido para o texto, por para a.

Comentário – Esta questão trata de regência nominal. O adjetivo “atentas”

tem seu significado complementado pelo termo seguinte. Como todo

complemento nominal, este veio introduzido por preposição (“a”). Já que a

regência do nome “atentas” admite tanto a preposição a quanto a preposição

para, a substituição mencionada pelo examinador não prejudica o texto.

Ressalte-se que o artigo que surge na forma para a também está presente na

forma “à”.

Resposta – Item certo.

1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do

Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de

US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.

4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os

presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando

Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

[...]

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

23. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige

preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

Comentário – É isso mesmo. O advérbio “paralelamente” requer a preposição

a (paralelamente a que?), que se aglutina com o artigo singular a que

determina a expressão “Cúpula da América Latina e Caribe”.

Resposta – Item certo.

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1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a

2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote

de estímulo à economia. [...]

Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

24. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela

presença de artigo definido feminino.

Comentário – Aqui o motivo é outro. A regência não é do verbo “planeja”

(que nem sequer pede preposição, pois é transitivo direto); mas, sim, do

substantivo “estímulo” (linha 3).

Resposta – Item errado.

25. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Nos trechos “chegou à sala

de aula” (L.7) e “uma referência à xepa” (L.8), o emprego do sinal

indicativo de crase, opcional em ambos os casos, justifica-se pela

regência, respectivamente, da forma verbal “chegou” e do substantivo

“referência”.

Comentário – O texto aqui é desnecessário. Tanto o verbo “chegou” como o

nome “referência” requerem a preposição para regerem seus respectivos

complementos (chegou a onde?; referência a que?). Mas isso é só um lado da

história. A ocorrência da crase depende ainda do que vem depois. Como os

termos seguintes são femininos e estão acompanhados pelo artigo definido

“a”, a crase ocorre. Portanto, dizer que a crase se justifica pela regência da

forma verbal “chegou” e do substantivo “referência” é o mesmo que

desconsiderar a segunda condição, que é essencial.

O outro problema é dizer que a crase é facultativa.

Experimente, por exemplo, substituir os termos femininos “a sala de aula” e “a

xepa” por outros masculinos (não precisa haver relação semântica entre os

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27

termos substitutos e substituídos): “chegou ao auditório”; “referência ao

mercado”. Eis a regrinha de ouro: se usamos ao(s) para o masculino, usamos

à(s) para o gênero feminino.

Resposta – Item errado.

26. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação /2011) No trecho “essa

propensão tenderá à aceleração” (L.25), o uso do sinal indicativo de crase

não é obrigatório, haja vista que o verbo tender, com o sentido

empregado no texto, pode ter complementação direta ou indireta, isto é,

com ou sem preposição.

Comentário – A história pode até ter comovido você, mas não expressa a

verdade. O verbo é transitivo indireto e requer a preposição A para reger seu

objeto indireto: tenderá a + a aceleração. Basta trocar o substantivo feminino

“aceleração” por um masculino para comprovar o uso do artigo: tenderá ao

aumento.

Pessoalmente, acredito que a banca quis confundir os

candidatos com a regência do verbo atender. Este pode ser usado como

transitivo direto ou indireto: atendeu aos/os anseios dos alunos. Nesse caso,

crase seria facultativa.

Resposta – Item errado.

[...]

[...]

27. (Cespe/MJ-DPF/Papiloscopista/2012) Na linha 24, considerando-se a dupla

regência do verbo impor e a presença do pronome “mesmas”, seria

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28

facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da

expressão “as mesmas renúncias”.

Comentário – O verbo impor é transitivo direto e indireto. Pense assim:

quem impõe impõe algo a alguém. A coisa imposta (“as mesmas renúncias”) é

o objeto direto; portanto “as” é somente artigo, não existe aí preposição. A

pessoa a quem se impõe algo é o objeto indireto, representado pelo pronome

reflexivo “se”, que faz alusão ao termo “aqueles”. Como o pronome “se” é

átono, a preposição é desnecessária. Caso estivéssemos diante de um

pronome tônico, a preposição seria evidenciada: ...pela prisão daqueles que

não impõem as mesmas renúncias a si mesmos. Concluímos, pois, que o

emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da expressão “as

mesmas renúncias” é proibido.

Resposta – Item errado.

Também merecem destaque os casos de crase que surgem do

encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes demonstrativos

AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (= aquela) pronome

demonstrativo.

(21) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.

(22) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.

Em (23), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do

verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A, que

se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.

Em (24), o complemento indireto de “dado” é regido também pela

preposição A, que se funde com o pronome demonstrativo A (= aquela).

Vejamos outras questões de prova:

1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso

da técnica, com transformações profundas das noções de espaço

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e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse

4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no

homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento

de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. Nada

7 vemos de semelhante ao que aconteceu, no plano das ideias, em

outro momento de grandes transformações da técnica e também

de grandes descobertas [...]

Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto Novaes (Org.).

Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

28. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Na linha 7, as relações de regência entre

“semelhante” e “aconteceu” permitem que o trecho “ao que” seja

substituído por àquilo que, sem prejudicar a coerência nem a correção

gramatical do texto.

Comentário – Convém entender primeiro o que há no trecho original. O

adjetivo “semelhante” exige preposição a para reger seu complemento:

“semelhante ao que aconteceu” (isso é um caso de regência nominal, como

visto na primeira parte desta aula). O vocábulo “o” é pronome demonstrativo

(= aquilo); o “que” é pronome relativo. A substituição do “o” por “aquilo” faz

aglutinarem-se a preposição exigida pelo adjetivo “semelhante” e a letra inicial

do pronome relativo: “semelhante àquilo que aconteceu”. A tal aglutinação

deve ser indicada por meio do acento grave indicativo de crase.

Resposta – Item certo.

29. (Cespe/SAD-PE/Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão/2010)

“Mas, diante de cada fato, por mais inelutável que seja, o indivíduo tem

ainda uma opção: pode escolher que significação atribuirá àquele fato”. O

acento grave em “àquele” indica que “fato” está empregado de maneira

determinada e específica, comportando o artigo definido.

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30

Comentário – A crase com os pronomes demonstrativos àquele, àquela e

àquilo ocorre porque o “a” inicial desses pronomes se aglutina com a

preposição “a” exigida por um verbo ou por um nome. Nesta questão, a

preposição foi solicitada pelo verbo “atribuirá”, que a requereu para reger o

seu objeto indireto.

Resposta – Item errado.

[...]

país. Para reverter esse quadro, a Federação Brasileira de

Bancos tenta convencer o Congresso Nacional a criar uma

22 legislação específica para punir os delitos eletrônicos,

semelhante àquela adotada há nove anos pela União Europeia.

André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações).

30. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) O uso do acento grave no

pronome “àquela” (L.23) é obrigatório.

Comentário – Você reparou que antes do pronome demonstrativo existe o

adjetivo “semelhante”, que exige a preposição “a” (semelhante a quê?) para

reger seu complemento? Portanto a fusão da preposição “a” com a letra inicial

do demonstrativo “aquela” faz surgir obrigatoriamente “àquela”.

Resposta – Item certo.

Passarei à explicação de outros casos obrigatórios de emprego

do acento grave indicativo de crase.

1. Nas locuções adverbiais femininas

(23) Sairás às pressas.

(24) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.

2. Nas locuções prepositivas femininas

(25) Vivia às expensas do (de + o) tio.

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31

(26) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.

Observação: a crase será de rigor quando uma locução

prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que acompanha

substantivo. Veja um exemplo abaixo, a partir de uma questão de prova.

1 Creio que há evidência contundente em favor do

argumento de que os investimentos públicos em pesquisa

científica têm tido um retorno bastante compensador em

4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos

científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se

pode questionar, não somente quanto à aplicação de

7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou

nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à

distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

[...]

Samuel Macdowell. Responsabilidade social

dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,

São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).

31. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à aplicação”

(l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo uso

obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar” (l.6).

Comentário – As ocorrências da crase justificam-se por outro motivo. Na

linha 6, o a final da locução prepositiva “quanto a” contraiu-se com o artigo

definido feminino da expressões “a aplicação” (repare que caso semelhante

corre em “quanto à distribuição”, nas linhas 7 e 8). Na linha 8, a crase surge

em razão da regência do adjetivo “nocivas” (nocivas a quê?) e da presença do

artigo definido feminino das expressões “a humanidade” e “a natureza”.

Resposta – Item errado.

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32

[...] Enfrentam-se, teoricamente e na

prática, as manifestações de saúde, a qual é alterada no seio da

10 sociedade devido aos efeitos da desigualdade da distribuição

dos bens produzidos, à aquisição de uma multiplicidade de

conhecimentos e de erros, às possibilidades de domínio dos

13 territórios e comportamentos e ao choque contínuo dos

conflitos. [...]

Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho.

In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.o 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações).

32. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A presença da preposição a

em “à aquisição” (l.11), “às possibilidades” (l.12) e “ao choque” (l.13) é

exigida por “Enfrentam-se” (l.8); por isso, sua repetição é importante,

pois explicita as relações entre termos tão distantes no período sintático.

Comentário – O erro está na indicação do termo regente. A preposição

integra a locução prepositiva “devido a” (l. 10). Observe que a crase decorre

da aglutinação entre a preposição a e os artigos a e as que determinam os

substantivos “aquisição” e “possibilidades”. Note bem: “...devido aos

efeitos..., à aquisição..., às possibilidades... e ao choque...”.

Resposta – Item errado.

[...]

34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias

fósseis, provocou um aquecimento global de consequências

37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro

considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais

podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de

40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios

de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais

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33

do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,

43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para

plantar.

[...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.

Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

33. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O emprego do sinal

indicativo de crase na expressão “à espera” (l.43) é obrigatório; portanto,

sua retirada acarretaria prejuízo ao sentido do texto.

Comentário – O examinador fez duas afirmativas: uma quanto à

obrigatoriedade do acento indicativo de crase e outra a respeito do prejuízo

semântico causado pela sua retirada.

A primeira afirmativa é verdadeira, pois estamos diante da

locução prepositiva feminina “à espera de” (nas locuções adverbiais,

prepositivas e conjuntivas, o acento grave é empregado independentemente

da relação entre termo regente e termo regido).

Agora, experimente retirá-lo: “...4,8 milhões de famílias

sem-terra estão a espera do chão para plantar”. A informação tem sua clareza

prejudicada. É possível argumentar em favor da existência de uma espera: “a

espera do chão”, com a finalidade de plantar. Assim, a passagem perderia a

coesão e a coerência adequadas, ficaria inconclusa (“a espera do chão para

plantar” – e daí?), e teria, repito, seu sentido prejudicado. A segunda

afirmativa também é verdadeira.

Resposta – Item certo.

3. Nas locuções conjuntivas femininas

(27) À medida que estudo, mais aprendo.

(28) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da

aprovação.

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34

4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à aula

2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome

substantivo)

(29) Sou favorável à proposta dele e não à sua.

(30) Refiro-me a sua proposta e à minha.

5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as

palavras MODA, MANEIRA

(31) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.

(32) Usava sapatos à (moda) Luís XV.

Há construções em que o fenômeno da crase pode ou não ocorrer.

São casos facultativos de emprego do acento grave.

1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso é

proibido)

(33) Refiro-me a (à) Joana.

(34) Refiro-me a Joana d’Arc.

2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.

(35) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.

Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da

possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes

possessivos femininos que acompanham substantivos.

3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.

(36) Correu até a (à) árvore.

Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,

perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada

concomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o emprego

da preposição A é facultativo em casos semelhantes.

E há ainda os casos de crase proibida.

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35

1. Antes de nomes masculinos

(37) Comprou a prazo.

(38) Dei aquela calça a este homem.

2. Antes de verbo.

(39) Começou a chover.

1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção

à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração

dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os

4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados

pelo exercício do trabalho. [...]

Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios

éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).

34. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 3, não se usa o

acento grave na preposição a, logo depois de “visando”, porque o verbo

“evitar” não admite o artigo definido feminino.

Comentário – Questão fácil. A crase não ocorre diante de verbo realmente

porque ele não admite artigo. O “a” é preposição.

Resposta – Item certo.

3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA, SENHORITA)

(40) Referiu-se a Vossa Excelência.

4. Antes de pronomes oblíquos

(41) Dedico o meu trabalho a ela.

5. Antes de pronomes indefinidos

(42) Ofereci um presente a alguém desta sala.

6. Antes de artigo indefinido

(43) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.

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36

Você deve comparar este exemplo com o (26), que traz uma

locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase.

7. Quando o A precede palavras femininas no plural

(44) Respondeu a cartas pouco elogiosas.

Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência da

forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)

precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance

semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte

estrutura: singular (a) + plural (cartas).

35. (Cespe/MPU/Analista Atuarial/2010) “Estudos a respeito de riqueza e

pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do

ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista”. A

ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a classes” indica que

foi empregada apenas a preposição a, exigida pelo verbo dar, sem haver

emprego do artigo feminino.

Comentário – Sim, é isso mesmo. Lembre-se de que não existe crase na

estrutura SINGULAR + PLURAL. Nesse caso, o a que surge é apenas

preposição e o substantivo não se faz acompanhar de artigo.

Resposta – Item certo.

36. (Cespe/TRE-MT/Analista Administrativo/2010) “É preciso partir da vida.

Mas não vida em geral, e sim da vida hoje, no contexto contemporâneo,

frente a duas tendências contrapostas que nos obrigam a repensar”. A

coerência e a correção gramatical do texto serão preservados caso se

proceda à inserção do sinal indicativo de crase em “a duas”.

Comentário – Mais uma vez a banca examinadora nos apresentou a estrutura

SINGULAR + PLURAL, diante da qual não existe crase. O “a” é preposição

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37

que integra a locução prepositiva “frente a”. Para haver crase é preciso que

haja também o artigo feminino a(s): ...frentes às duas tendências...

Resposta – Item errado.

37. (Cespe/TRE-ES/Técnico – Operação de Computadores/2011 – adaptada)

Considerando que o item seguinte é parte de um texto adaptado do jornal

Estado de Minas de 29/11/2010, julgue-o com referência à correção

gramatical.

A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro a candidatura à cargos

eletivos dos condenados em decisão colegiada por crimes contra a vida, o

patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio

ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso

de autoridade, lavagem de dinheiro e atentado à dignidade sexual, entre

outros.

Comentário – O Cespe não se cansa de apresentar este tipo de questão

envolvendo a estrutura SINGULAR + PLURAL (“à cargos”), diante da qual

não existe crase. Além disso, o substantivo “cargos” repele a crase por ser do

gênero masculino.

Resposta – Item errado.

[...]

38. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Seriam desrespeitadas as regras

gramaticais caso se substituísse, na expressão “à custa de” (l.4), o

vocábulo “custa” por custas.

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38

Comentário – De novo!? Não existe crase com SINGULAR + PLURAL

(à custas de).

Resposta – Item certo.

8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas

(45) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.

9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)

(46) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.

O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a

preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o

pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o

acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.

10. Com pronome relativo QUEM

(47) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.

Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.

ATENÇÃO! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos

QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo anterior

a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo seguinte for um

dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S), AQUELE(S), AQUILO

(48) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.

Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo verbo

DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).

(49) Sou favorável à que chegou primeiro.

Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o

termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição

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39

imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o

integra.

(50) A festa à qual nos dirigimos começará agora.

11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ

(51) Ele o esperava desde as oito horas.

(52) O trabalho ficará pronto após as seis horas.

12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens

históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas

(53) Refiro-me a Joana d’Arc.

(54) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.

13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA(S), ESSA(S)

(55) Chegamos a esta cidade há cinco anos.

39. (Cespe/Previc/Técnico Administrativo/2011) Na linha 21, a supressão do

termo ‘essas’, em ‘a essas intervenções externas’, provocaria a

necessidade do uso do acento indicativo de crase em ‘a’.

Comentário – Se você está sentindo falta do texto, digo que ele não é

necessário aqui. Acabei de dizer que a crase não ocorre antes do

demonstrativo essa(s). Mas vamos retirar esse pronome do trecho indicado,

conforme sugere a banca: a intervenções externas. Então, você acha mesmo

que a mudança provocaria a necessidade do uso do acento indicativo de crase?

É claro que não! A crase não ocorre na estrutura SINGULAR + PLURAL

(a intervenções). Na dúvida, volte ao ponto 7, exemplo (46).

Resposta – Item errado.

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40

40. (Cespe/TC-DF/ACE/2012) No trecho “Exceção a essa regra” (L.22), é

opcional o emprego do sinal indicativo de crase no “a”.

Comentário – Questão fácil, fácil, não é mesmo? Você nem precisa do texto,

certo? Repita-se a regra: antes dos pronomes demonstrativos ESTA(S),

ESSA(S), é proibido o uso do acento indicativo de crase.

Resposta – Item errado.

14. Quando se atribui ao nome valor semântico indefinido

(56) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante. (o “a” é apenas

preposição)

[...]

16 informação. “Tudo o que eu aprendo está sujeito à imediata

erosão”, afirma. Isso provoca o que o autor chama de “liquidez

[...]

Mao Barros e Victor Guy. A Internet e a mente. In:

Época Negócios, abr./2010, p. 82 (com adaptações).

41. (Cespe/FUB/Médico/2011) O uso do sinal indicativo de crase em ‘à

imediata erosão’ (L.16-17) é obrigatório.

Comentário – Belíssima questão, apesar de algumas controvérsias por parte

de alguns candidatos. O nome “sujeito” rege preposição “a”; mas o seu

complemento pode ser usado sem o outro “a”, ou seja, sem a outra condição

para que ocorra a crase. Em outras palavras, a expressão “imediata erosão”

pode ser usada em sentido genérico. Compare com os exemplos abaixo:

– Ele está sujeito a multa. (que tipo de multa?)

– Ele está sujeito à (a + a) multa prevista no regulamento.

(está claro que se trata de uma multa específica)

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41

O eminente gramático Cegalla (2008:277-8) nos ensina

claramente que não há crase diante de nomes femininos “usados em sentido

geral e indeterminado”. Entre os vários exemplos que ele nos fornece, estão

estes que lemos a seguir:

– Depois comprara um cone de papel com pipocas recendentes

a gordura vegetal. (Érico Veríssimo)

– O exército dos invasores, semelhante a serpe monstruosa...

(Alexandre Herculano)

Resposta – Item errado.

15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação

(57) A vítima reconheceu o ladrão a distância.

Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens

constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado de

S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.

42. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela

Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será

implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros para

obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.

Comentário – No trecho “incentivo a economia” houve omissão do acento

grave indicativo de crase, que se justifica pela contração da preposição a

regida pelo nome “incentivo” (incentivo a quê?) e pelo artigo definido feminino

a que acompanha o substantivo “economia”.

Na expressão “à partir”, a crase é desautorizada, pois o

vocábulo “partir” é verbo. Diante de verbo não há crase.

O verbo obrigar foi usado como bitransitivo (obrigou alguém

a algo). Seu objeto direto é o termo “a chanceler Angela Merkel”; seu objeto

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42

indireto (regido pela preposição a) é a oração iniciada pelo verbo “anunciar”.

Note a ausência da preposição.

Resposta – Item errado.

43. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que ela

perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60 bilhões e

incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista como tendo

hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate a crise.

Comentário – A crase não deveria ocorrer diante do nome “Merkel”. Apesar

de ser nome feminino, ele se refere a uma personagem ilustre. Mas a crase

tem lugar na expressão “combate a crise”. O termo regente pede preposição a

e o substantivo admite o artigo a.

Resposta – Item errado.

Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de O

Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

44. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,

afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua bem

acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave retração da

economia global levou a destruição da demanda, resultando em uma

pressão de queda com os preços sem precedentes”.

Comentário – O verbo levar é transitivo indireto no sentido de acarretar ou

conduzir e requer preposição a para reger seu complemento: “a destruição da

demanda”. Como esse complemento admitiu o artigo definido a, a crase

deveria ter sido indicada por meio do acento grave.

Resposta – Item errado.

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43

45. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é

adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o

quanto à correção gramatical.

“A capacidade de atingir milhões de pessoas em apenas alguns segundos

[falando sobre a internet] significa uma ferramenta de valor inestimavel,

que já mostrou toda sua eficiência na eleição

norte-americana que levou Barack Obama a Casa Branca, em um

processo que foi visto como uma revolução na maneira de fazer

campanha.”

Comentário – O Cespe novamente explorou a regência do verbo levar, como

na questão anterior. O detalhe agora é que o seu objeto indireto, regido pela

preposição a, contém a palavra “Casa”. Quando ela vem seguida de

determinante (“Casa Branca”), a crase é obrigatória (“levou Barack Obama à

Casa Branca). Veja outro exemplo:

Vou à casa florida.

Quando a palavra casa vem sem nenhum determinante, a

crase é proibida:

Vou a casa imediatamente.

Resposta – Item errado.

Por hoje é só. Na próxima aula, estudaremos sintaxe dos termos

da oração. Antes disso, porém, espero suas dúvidas e sugestões.

Fique com Deus e bons estudos!

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44

Lista das Questões Comentadas

[...] Omite-se, propositadamente,

7 que o mais longo período da história da vida humana foi

orientado pela cooperação e solidariedade, valores

fundamentais para a sobrevivência da espécie. [...]

Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet:

<www.espacoacademico.com.br> (com adaptações).

1. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A coerência e a correção gramatical do

texto seriam mantidas ao se substituir “fundamentais para a

sobrevivência” (l.9) por fundamentais a sobrevivência.

[...]

Então, o estudo classifica essa drástica redução na

43 intensidade das emissões de gás carbônico relacionadas às

atividades econômicas de “sem precedente e, provavelmente,

impossível”, reforçando a defesa da estagnação econômica.

[...]

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,

26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 45, o termo “da” pode ser

trocado por à, o que, embora altere a regência do nome, mantém seu

sentido no texto.

[...]

legislar, de julgar e de impor o cumprimento da lei. Foi muito

além de seus antecessores e rejeitou, na construção da imagem

25 do homem natural, todas as determinações atribuíveis à vida

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45

social, incluída a capacidade intelectual necessária para

conceber as normas adequadas à vida coletiva.

Rolf Kuntz. Um clássico sobre Rousseau.

In: Jornal de Resenhas, n.º 10 (com adaptações).

3. (Cespe/CNPQ/Analista em Ciência e Tecnologia Júnior/2011) O emprego

do sinal indicativo de crase em “à vida social” (L.25-26) e “à vida coletiva”

(L.27) é exigido por “atribuíveis” (L.25), no primeiro caso, e por

“adequadas” (L.27), no segundo, e pela presença do artigo feminino, que,

nos dois casos, restringe o substantivo “vida”.

1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por

265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela

ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,

4 Argentina, Paraguai e Uruguai.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

[...]

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.

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46

4. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao

MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que exige

preposição a.

5. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”

(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.

6. (Cespe/Sedu-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) “o relacionamento

do ser humano com o meio onde vive e ao qual está diretamente

relacionado”. O emprego da preposição a em “ao qual está diretamente

relacionado” é exigido pela regência de “relacionado”.

1 Assistimos à dissolução dos discursos

homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não

existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um

4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da

experiência da vida, da cultura, da ciência ou da

subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se

7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem

estáveis. [...]

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried

Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).

7. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo de

crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de relações

sintático-semânticas para o verbo assistir.

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47

8. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que apresenta

fragmento de texto gramaticalmente correto.

a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que

preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%

dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi

alcançado às 19 h 30 min.

b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração do

segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,

“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por legitimidade

para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio congratulou aos

eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram às urnas para

exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito de escolher os

representantes”.

[...] Para crescer mais e de maneira

13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é

que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso,

carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos

16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de

cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade.

Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio

Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações)

9. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A ausência da preposição de antes do

complemento de “precisa” (l.13) indica que essa forma verbal está sendo

usada em função de auxiliar, como em precisar construir.

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48

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. [...]

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

10. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e a

correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois da

forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: [...] imaginar de que o real

[...].

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. [...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

11. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do

texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir

“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.

1 Aprendemos a pensar o Brasil como gigante adormecido.

O mito nos diz que o sucesso está garantido pela grandeza dos

nossos recursos naturais, humanos e culturais.

[...]

Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio

Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações).

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49

12. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) A omissão da preposição em no

complemento de pensar, como se vê em “pensar o Brasil” (l.1), indica

uma linguagem pouco formal; em texto com mais formalidade seria

usado: pensar no Brasil.

[...]

4 A palavra “projeto” remete-se à antecipação e, em boa

parte, ao voluntarismo. Não se trata unicamente de prever o

futuro e, sim, de mudar o seu rumo em consequência de um

7 conjunto de valores e de necessidades. [...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

13. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) A supressão da preposição

antes dos vocábulos “antecipação” (l.4) e “voluntarismo” (l.5), com a

manutenção dos artigos definidos, não acarretaria prejuízo sintático ao

texto.

[...]

[...]

14. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Em “à natureza”, o emprego do

sinal indicativo de crase indica que o verbo “conectar” está sendo utilizado

com a preposição a, regendo um de seus complementos. Estaria

igualmente correto e coerente o emprego, em vez da preposição a, da

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preposição com, não cabendo, nesse caso, o uso do acento indicativo de

crase: com a natureza.

[...]

15. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/Advocacia/2011) Em “que ele

chama metafísica dos costumes” (L.1-2), o trecho em itálico, que exerce,

na oração, a função de complemento verbal, deveria estar precedido da

preposição de.

16. (Cespe/Ceturb-ES/Agente de Trânsito/2010) “que os acidentes de trânsito

no Brasil custam ao Estado e à sociedade aproximadamente 30 bilhões de

reais por ano”. O acento grave indicativo de crase em “à sociedade”

justifica-se pela regência de “custam” e pela presença de artigo definido

feminino singular.

1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)

naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento

maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma

4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que

se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do

Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado

7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA

corre o risco de perder vigência. [...]

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

17. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego de

preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).

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18. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011) Emprega-se o sinal indicativo

de crase em “corresponde à crescente transformação histórica” (l.1-2)

porque

(A) a expressão “história postal” (l.1) exige complemento antecedido por

artigo definido feminino.

(B) a forma verbal “corresponde” exige complemento regido da preposição a,

e a expressão que a complementa é precedida do artigo definido a.

(C) a expressão “transformação histórica” deve ser imediatamente precedida

da preposição a.

(D) a forma verbal “transcorrer” exige complemento regido da preposição a.

(E) a forma verbal “transcorrer” (l.1) foi transformada em substantivo pela

anteposição do artigo “O”.

[...]

[...]

19. (Cespe/Correios/Cargos de Nível Superior/2011) O emprego do sinal

indicativo de crase em “Sujeitado a residência forçada” (L.14-15)

manteria a correção gramatical do texto.

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1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. [...]

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

20. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa

percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem

complemento regido pela preposição a.

21. (Cespe/Serpro/Advogado/2010) No trecho “vem causando crescente

apreensão às autoridades”, a ocorrência do acento grave deve-se à

regência de “apreensão”.

22. (Cespe/Serpro/Advogado/2010) “os dados reforçam tendências que vêm

causando crescente apreensão às autoridades atentas à evolução do perfil

da violência no país”. Em “autoridades atentas à evolução do perfil da

violência no país”, o termo “à” poderia ser substituído, sem prejuízo

gramatical ou de sentido para o texto, por para a.

1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do

Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de

US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.

4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os

presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando

Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

[...]

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

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23. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige

preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a

2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote

de estímulo à economia. [...]

Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

24. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela

presença de artigo definido feminino.

25. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Nos trechos “chegou à sala

de aula” (L.7) e “uma referência à xepa” (L.8), o emprego do sinal

indicativo de crase, opcional em ambos os casos, justifica-se pela

regência, respectivamente, da forma verbal “chegou” e do substantivo

“referência”.

26. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação /2011) No trecho “essa

propensão tenderá à aceleração” (L.25), o uso do sinal indicativo de crase

não é obrigatório, haja vista que o verbo tender, com o sentido

empregado no texto, pode ter complementação direta ou indireta, isto é,

com ou sem preposição.

[...]

[...]

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27. (Cespe/MJ-DPF/Papiloscopista/2012) Na linha 24, considerando-se a dupla

regência do verbo impor e a presença do pronome “mesmas”, seria

facultado o emprego do acento indicativo de crase na palavra “as” da

expressão “as mesmas renúncias”.

1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso

da técnica, com transformações profundas das noções de espaço

e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse

4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no

homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento

de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. Nada

7 vemos de semelhante ao que aconteceu, no plano das ideias, em

outro momento de grandes transformações da técnica e também

de grandes descobertas [...]

Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto Novaes (Org.).

Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

28. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Na linha 7, as relações de regência entre

“semelhante” e “aconteceu” permitem que o trecho “ao que” seja

substituído por àquilo que, sem prejudicar a coerência nem a correção

gramatical do texto.

29. (Cespe/SAD-PE/Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão/2010)

“Mas, diante de cada fato, por mais inelutável que seja, o indivíduo tem

ainda uma opção: pode escolher que significação atribuirá àquele fato”. O

acento grave em “àquele” indica que “fato” está empregado de maneira

determinada e específica, comportando o artigo definido.

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[...]

país. Para reverter esse quadro, a Federação Brasileira de

Bancos tenta convencer o Congresso Nacional a criar uma

22 legislação específica para punir os delitos eletrônicos,

semelhante àquela adotada há nove anos pela União Europeia.

André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações).

30. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) O uso do acento grave no

pronome “àquela” (L.23) é obrigatório.

1 Creio que há evidência contundente em favor do

argumento de que os investimentos públicos em pesquisa

científica têm tido um retorno bastante compensador em

4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos

científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se

pode questionar, não somente quanto à aplicação de

7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou

nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à

distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

[...]

Samuel Macdowell. Responsabilidade social

dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,

São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).

31. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à aplicação”

(l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo uso

obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar” (l.6).

[...] Enfrentam-se, teoricamente e na

prática, as manifestações de saúde, a qual é alterada no seio da

10 sociedade devido aos efeitos da desigualdade da distribuição

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dos bens produzidos, à aquisição de uma multiplicidade de

conhecimentos e de erros, às possibilidades de domínio dos

13 territórios e comportamentos e ao choque contínuo dos

conflitos. [...]

Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho.

In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.o 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações).

32. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A presença da preposição a

em “à aquisição” (l.11), “às possibilidades” (l.12) e “ao choque” (l.13) é

exigida por “Enfrentam-se” (l.8); por isso, sua repetição é importante,

pois explicita as relações entre termos tão distantes no período sintático.

[...]

34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias

fósseis, provocou um aquecimento global de consequências

37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro

considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais

podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de

40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios

de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais

do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,

43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para

plantar.

[...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.

Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

33. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O emprego do sinal

indicativo de crase na expressão “à espera” (l.43) é obrigatório; portanto,

sua retirada acarretaria prejuízo ao sentido do texto.

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1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção

à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração

dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os

4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados

pelo exercício do trabalho. [...]

Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios

éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).

34. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 3, não se usa o

acento grave na preposição a, logo depois de “visando”, porque o verbo

“evitar” não admite o artigo definido feminino.

35. (Cespe/MPU/Analista Atuarial/2010) “Estudos a respeito de riqueza e

pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do

ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista”. A

ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a classes” indica que

foi empregada apenas a preposição a, exigida pelo verbo dar, sem haver

emprego do artigo feminino.

36. (Cespe/TRE-MT/Analista Administrativo/2010) “É preciso partir da vida.

Mas não vida em geral, e sim da vida hoje, no contexto contemporâneo,

frente a duas tendências contrapostas que nos obrigam a repensar”. A

coerência e a correção gramatical do texto serão preservados caso se

proceda à inserção do sinal indicativo de crase em “a duas”.

37. (Cespe/TRE-ES/Técnico – Operação de Computadores/2011 – adaptada)

Considerando que o item seguinte é parte de um texto adaptado do jornal

Estado de Minas de 29/11/2010, julgue-o com referência à correção

gramatical.

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A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro a candidatura à cargos

eletivos dos condenados em decisão colegiada por crimes contra a vida, o

patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio

ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso

de autoridade, lavagem de dinheiro e atentado à dignidade sexual, entre

outros.

[...]

38. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Seriam desrespeitadas as regras

gramaticais caso se substituísse, na expressão “à custa de” (l.4), o

vocábulo “custa” por custas.

39. (Cespe/Previc/Técnico Administrativo/2011) Na linha 21, a supressão do

termo ‘essas’, em ‘a essas intervenções externas’, provocaria a

necessidade do uso do acento indicativo de crase em ‘a’.

40. (Cespe/TC-DF/ACE/2012) No trecho “Exceção a essa regra” (L.22), é

opcional o emprego do sinal indicativo de crase no “a”.

[...]

16 informação. “Tudo o que eu aprendo está sujeito à imediata

erosão”, afirma. Isso provoca o que o autor chama de “liquidez

[...]

Mao Barros e Victor Guy. A Internet e a mente. In:

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Época Negócios, abr./2010, p. 82 (com adaptações).

41. (Cespe/FUB/Médico/2011) O uso do sinal indicativo de crase em ‘à

imediata erosão’ (L.16-17) é obrigatório.

42. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela

Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será

implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros para

obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.

43. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que ela

perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60 bilhões e

incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista como tendo

hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate a crise.

Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de O

Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

44. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,

afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua bem

acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave retração da

economia global levou a destruição da demanda, resultando em uma

pressão de queda com os preços sem precedentes”.

45. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é

adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o

quanto à correção gramatical.

“A capacidade de atingir milhões de pessoas em apenas alguns segundos

[falando sobre a internet] significa uma ferramenta de valor inestimavel,

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que já mostrou toda sua eficiência na eleição

norte-americana que levou Barack Obama a Casa Branca, em um

processo que foi visto como uma revolução na maneira de fazer

campanha.”

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado

2. Item certo

3. Item certo

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Itens errados

8. Item errado

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. Item errado

13. Item errado

14. Item certo

15. Item errado

16. Item certo

17. Item certo

18. B

19. Item certo

20. Item certo

21. Item errado

22. Item certo

23. Item certo

24. Item errado

25. Item errado

26. Item errado

27. Item errado

28. Item certo

29. Item errado

30. Item errado

31. Item certo

32. Item errado

33. Item certo

34. Item certo

35. Item certo

36. Item errado

37. Item errado

38. Item certo

39. Item errado

40. Item errado

41. Item errado

42. Item errado

43. Item errado

44. Item errado

45. Item errado