04 - arquitetura eclética
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Arquitetura Eclética e Neocolonial
Professor Mario Muylaert História e Teoria da Arquitetura IV
LINHA DO TEMPO
Ópera de Paris 1861-65
1902-1906
Proclamação da República 1889
Teatro Municipal do Rio de Janeiro - 1904
Exposição Internacional de 1922
Arquitetura Eclética e Neocolonial
O ECLETISMO no BRASIL:
PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
Apresentou-se como DOUTRINA FILOSÓFICA em MEADOS do século XIX.
DUAS TENDÊNCIAS:
01 - A REUNIÃO de AFIRMATIVAS DOUTRINÁRIAS, SEM CRÍTICA ou
METODOLOGIA de CONCEITOS DIFERENTES;
02 - A PREMISSA de que o PENSAMENTO FILOSÓFICO pode ABRANGER ELEMENTOS
INCOMPATÍVEIS entre SI.
“MISTURA DE VÁRIOS ESTILOS”
Entre os diversos PENSADORES, o francês VICTOR COUSIN (1792-1867) RECOMENDAVA
um ECLETISMO ILUSTRADO, de todas as ESCOLAS - “ PEÇA-LHES por EMPRÉSTIMO o que
tem de VERDADEIRO e ELIMINE o que tem de FALSO.”
ÓPERA de PARIS, 1861-1875, de CHARLES GARNIER (1825-1898), OBRA EMBLEMÁTICA do
ECLETISMO.
Arquitetura Eclética e Neocolonial
A Influência
CARACTERÍSTICAS da ARQUITETURA ECLÉTICA
APESAR da grande DIVERSIDADE de POSSIBILIDADES da ARQUITETURA ECLÉTICA, de suas
OPÇÕES ESTILÍSTICAS e das ALTERNATIVAS de MATERIAIS e TÉCNICAS, algumas
CARACTERÍSTICAS COMUNS da BEAUX-ARTS do FINAL do século XIX e INÍCIO do século XX
PERMITEM COMPREENDER esse CONJUNTO como uma CATEGORIA HISTÓRICA BEM DEFINIDA.
I – SIMETRIA; II – COMPOSIÇÃO; III – PROPORÇÃO; IV – ARQUITETURA FALANTE;
V – ORNAMENTAÇÃO
Arquitetura Eclética e Neocolonial
De esquina
Compacto
Centrado
Descentrado
Com torre
Com bastiões laterais
TIPOLOGIAS de FACHADA:
PENSAMENTOS:
1. O REVIVALISMO
DISTINTO do ECLETISMO, relacionado às BUSCAS de um ESTILO NACIONAL.
PESQUISAS APROFUNDADAS sobre manifestações da ARQUITETURA do PASSADO NACIONAL.
2. A COMPOSIÇÃO ESTILÍSTICA
VARIANTE do REVIVALISMO, SEM a PROCURA de um ESTILO NACIONAL, procurava APLICAR
REFERÊNCIAS do PASSADO com UNIDADE e CORREÇÃO, porém INCLUINDO NOVAS TÉCNICAS
CONSTRUTIVAS.
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3. O FUNCIONALISMO ou HISTORICISMO TIPOLÓGICO
Procurava ASSOCIAR a FORMA da EDIFICAÇÃO às suas
ORIGENS HISTÓRICAS, definindo alguns PADRÕES
ESTÉTICOS para determinados PROGRAMAS.
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Igreja da Imaculada Conceição, Botafogo, Rio de Janeiro, com seu repertório neogótico, 1890.
3. O FUNCIONALISMO ou HISTORICISMO TIPOLÓGICO
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Ilha Fiscal, Rio de Janeiro, engenheiro Adolpho del Vecchio, 1881-89. Alusão aos castelos medievais era comum em programas relativos à segurança ou fiscalização, valorizando as torres-mirante.
4. Os PASTICHES (Imitações COMPOSITIVA)
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Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, Largo do Machado, arquiteto Bethencourt da Silva, 1874. A matriz neoclássica passa a incorporar diversos ornamentos, nem sempre adotando as leis acadêmicas de composição.
5. O ECLETISMO de CATÁLOGO
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Centro de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, 1879, Botafogo
6. A ARQUITETURA do FERRO
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Restaurante Albamar, 1 dos 5 torreõs do antigo Mercado Municipal, em estrutura metálica, 1903-1907
Os pensamentos do inglês Joseph Paxton
6. A ARQUITETURA do FERRO
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Palácio de Cristal, Petrópolis, 1884, edificação produzida na França sob encomenda do Conde d’Eu, Inspirada no Palácio de Cristal de Paxton
1. ECLETISMO CLASSICIZANTE
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Instituto Nacional de Educação de Surdos, Laranjeiras, 1913-15 Hospital da Cruz Vermelha, 1919-23
2. IDADE MÉDIA
Em 2º LUGAR na PREFERÊNCIA
vem as DIVERSAS INTENSIDADES
do NEOGÓTICO, escolhido pela
EVOCAÇÃO ESPIRITUAL de suas
FORMAS ALONGADAS, serviu
para a CONSTRUÇÃO de IGREJAS
e EDIFICAÇÕES de FUNÇÃO
MILITAR.
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Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Glória, 1890-1909, e o V Batalhão de Polícia Militar, Gamboa, 1906
3. FRANÇA
A 3ª INFLUÊNCIA mais CONSTANTE é do CAPÍTULO da HISTÓRIA FRANCESA da ARQUITETURA.
NÃO É DIFÍCIL ENTENDER a PREFERÊNCIA pela FRANÇA, todos os CARIOCAS de CULTURA
MEDIANA SABIAM FRANCÊS, nos TEATROS eram vistas PEÇAS FRANCESAS, LIA-SE quase tanto
em FRANCÊS do que em PORTUGUÊS, PARIS era para a ELITE CARIOCA e para TODO o OCIDENTE
a CAPITAL do MUNDO.
As grandes OBRAS de HAUSSMANN que tinham dado a PARIS um NOVO ASPECTO, fizeram com que
FRANCISCO PEREIRA PASSOS, PREFEITO do RIO entre 1902 e 1906, DESTRUÍSSE parte do
CENTRO ANTIGO para ABRIR amplas AVENIDAS, a PRINCIPAL delas a hoje AVENIDA RIO BRANCO,
que veio a ABRIGAR VÁRIOS NOVOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS.
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3. FRANÇA
Pela ORDEM de INCIDÊNCIA o ESTILO LUÍS XVI
vem em PRIMEIRO LUGAR, servindo para EDIFÍCIOS
de USOS mais DIVERSOS.
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Jockey Club Brasileiro, Gávea, 1922, de Francisque Cuchet e Arquimedes Memória
Clube Naval, Centro, de Tommaso Bezzi, 1905-10 Estação Marítima de Passageiros, Praça Mauá
3. FRANÇA
Seguem o ESTILO RENASCIMENTO FRANCÊS e os outros LUÍSES entre XIII e XV.
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Palácio Laranjeiras, Parque Guinle, Laranjeiras. Estilo Luís XIII, atual residência do Governador do Estado, projeto de Armando da Silva Telles e Joseph Gire, 1909-14
3. FRANÇA
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Residência Paula Machado, Botafogo, Estilo Luís XIV, de Armando da Silva Telles, 1910
3. FRANÇA
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Museu Nacional de Belas Artes, Centro, antiga Escola Nacional de Belas Artes, Estilo Luís XV, de Adolpho Morales de los Rios, 1906
3. FRANÇA
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Teatro Municipal, Estilo Napoleão III, de Francisco de Oliveira Passos, 1904
3. FRANÇA
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Teatro Municipal, Estilo Napoleão III, de Francisco de Oliveira Passos, 1904
3. FRANÇA
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Teatro Municipal, Estilo Napoleão III, de Francisco de Oliveira Passos, 1904
3. FRANÇA
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Teatro Municipal, Estilo Napoleão III, de Francisco de Oliveira Passos, 1904
3. FRANÇA
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Teatro Municipal, Estilo Napoleão III, de Francisco de Oliveira Passos, 1904
3. FRANÇA
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Teatro Municipal, Estilo Napoleão III, de Francisco de Oliveira Passos, 1904
4. ESTILOS INGLESES
Em 4º vem as COMPOSIÇÕES INGLESAS, INTRODUZIDAS principalmente pelos PRÓPRIOS
BRITÂNICOS nas FÁBRICAS da ÉPOCA.
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Fábrica de Tecidos de Bangu, atual Bangu Shopping, de Morgan Snell e Cia, 1889-92
4. ESTILOS INGLESES
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Fábrica de Tecidos de Bangu, atual Bangu Shopping, de Morgan Snell e Cia, 1889-92
5. OUTROS ESTILOS
Além dos ECLETISMO CLASSICIZANTE de forte
INSPIRAÇÃO ITALIANA, tivemos outros EXEMPLOS:
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Estilo Mourisco do edifício do Instituto Oswaldo Cruz, Manguinhos, de Luís de Moraes Júnior, 1904-18
5. OUTROS ESTILOS
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Igreja dos Capuchinhos, Tijuca, Estilo Bizantino, 1928
6. ECLETISMO PROPRIAMENTE DITO
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Educandário Gonçalves de Araújo, São Cristóvão, do Conde de Santa Maria, 1898-1900
7. ECLETISMO POPULAR
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8. NEOCOLONIAL
O CARÁTER dessas RESIDÊNCIAS vinha do EMPREGO sistemático de ELEMENTOS tomados de
EMPRÉSTIMO da ARQUITETURA CIVIL PORTUGUESA dos século XVII e XVIII.
• VARANDAS;
• COLUNAS TOSCANAS;
• TELHADOS PLANOS;
• LARGOS BEIRAIS;
• TELHAS-CANAL;
• MUXARABIS;
• AZULEJOS PORTUGUESES.
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Residência Lusa, Ricardo Severo, São Paulo, 1917-24
8. NEOCOLONIAL
Arquitetura Eclética e Neocolonial
Palacete Numa de Oliveira, Av. Paulista, Ricardo Severo, 1916
8. NEOCOLONIAL
VICTOR DUBUGRAS, por ser FRANCÊS, NÃO TINHA a MESMA SENSIBILIDADE em relação à
ARQUITETURA LUSO-BRASILEIRA, sua “ARQUITETURA TRADICIONAL BRASILEIRA”
NÃO ROMPEU absolutamente com sua OBRA ANTERIOR, de estilo ART NOUVEAU, como a
ESCADARIA do LARGO da MEMÓRIA, reforma de 1919.
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Largo da MEMÓRIA, São Paulo
8. NEOCOLONIAL
A MISTURA de ESTILOS e a FANTASIA era mais VISÍVEL em um de seus ÚLTIMOS PROJETOS,
como a CASA de ARNALDO GUINLE em TERESÓPOLIS e o MONUMENTO COMEMORATIVO do
CENTENÁRIO da INDEPENDÊNCIA do BRASIL, na ESTRADA de SANTOS.
Arquitetura Eclética e Neocolonial
8. NEOCOLONIAL
A PREGAÇÃO de JOSÉ MARIANO teve GRANDE REPERCUSSÃO entre ARQUITETOS e o PÚBLICO
ERUDITO, e na EXPOSIÇÃO INTENACIONAL de 1922, o ESTILO NEOCOLONIAL se FIRMOU.
Com DESTAQUE para o
PAVILHÃO das PEQUENAS
INDÚSTRIAS de NESTOR de
FIGUEIREDO e SAN JUAN,
inspirado no CONVENTO de
SÃO FRANCISCO em
SALVADOR, com um GRANDE
FRONTÃO ROCOCÓ decorado
com AZULEJOS.
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8. NEOCOLONIAL
A ÚNICA OBRA REMANESCENTE da EXPOSIÇÃO é o MUSEU HISTÓRICO NACIONAL, obra de
ARCHIMEDES MEMÓRIA e FRANCISQUE CUCHET.
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INSPIRAÇÃO na ARQUITETURA MONÁSTICA
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8. NEOCOLONIAL
O CORPO CENTRAL da FACHADA se ASSEMELHA
aos FRONTISPÍCIOS de algumas IGREJAS e
CONVENTOS da REGIÃO de PERNAMBUCO.
O PÁTIO LEMBRA os ANTIGOS
COLÉGIOS JESUÍTICOS.
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8. NEOCOLONIAL
A ARQUITETURA NEOCOLONIAL também TRIUNFOU na PREFERÊNCIA da ARQUITETURA
RESIDENCIAL, mas NÃO através de um ESTILO REGIONAL, VERNACULAR, mas através da MODA
das chamadas CASAS “MISSÃO ESPANHOLA”, importada dos EUA por EDGAR VIANNA.
Esse ESTILO com MACIÇAS ARCADAS em ARCO PLENO, COLUNAS TORSAS, REBOCO GROSSO
em RELEVO com DESENHOS INFORMAIS lembrando vagamente a DECORAÇÃO ÁRABE.
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8. NEOCOLONIAL
Na ACADEMIA também acontece uma GRANDE TRANSFORMAÇÃO, os FORMANDOS das ESCOLA
de BELAS ARTES em 1925 apresentavam cada vez mais PROJETOS NEOCOLONIAIS.
LUCIO COSTA tem grande
DESTAQUE nessa ÉPOCA,
apresentando com FERNANDO
VALENTIM uma SÉRIE de
CASAS de ESTILO
NEOCOLONIAL de
CONSIDERÁVEL INTERESSE,
como a RESIDÊNCIA RAUL
PEDROSA, no RIO DE
JANEIRO, em 1925.