03 - série ser escoteiro é: sistema de patrulhas

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Série Escoteira

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  • 1. SRIE O SISTEMA DE PATRULHAS Cap. Roland E. Phillipps

2. 1Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Esta mais uma publicao TAFARA Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 O SISTEMA DE PATRULHAS Autor: Cap. Roland E. Phillipps 1a. Edio: 2000 exemplares Edio: Tania Ayres Farinon e Carlos Alberto F. de Moura Capa: Carlos Alberto F. de Moura Coordenao: Mario Henrique P. Farinon Digitao: Tania Ayres Farinon PUBLICAO NO OFICIAL OU AUTORIZADA PELA UEB Porto Alegre, RS, 2002 EDIO IMPRESSA PELA DIRETORIA REGIONAL 2001/2003 Diretoria Mario Henrique Peters Farinon Diretoria David Crusius Diretoria Mrcio Sequeira da Silva Diretoria Ronei Castilhos da Silva Diretoria Osvaldo Osmar Schorn Correa EDIO DIGITALDISPONIBILIZADAPELADIRETORIAREGIONAL2004/2006 Diretoria Ronei de Castilhos da Silva Diretoria Neivinha Rieth Diretoria Waldir Sthalscmidt Diretoria Paulo Roberto da Silva Santos Diretoria Leandro Balardin COMITGESTOR Carlos Alberto de Moura Marco Aurlio Romeu Fernandes Mario Henrique Peters Farinon Miguel Cabistani Paulo Lamego Paulo Ramos Paulo Vincius de Castilhos Palma Sigrio Felipe Pinheiro Tania Ayres Farinon 3. 2 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 APRESENTAO Na Pscoa de 1998, de 10 a 12 de abril, um grupo de escotistas e dirigentes reuniram-se, em um stio denominado TAFARA CAMP, tomando para si a incumbncia de suprir a lacuna deixada pela falta de definio do tema das Especialidades, concebeu e criou o que hoje constitui-se no Guia de Especialidades da UEB. O mesmo grupo, na seqncia, participou decisivamente na elaborao dos Guias Escoteiro, Senior e Pioneiro. Visto que este trabalho informal e espontneo estava tendo resultados positivos, e, entendendo que a carncia de instrumentos, principalmente literatura, um grande obstculo ao crescimento do Escotismo, resolvemos assumir como misso disponibilizar instrumentos de apoio aos praticantes do Escotismo no Brasil. Este grupo, que tem sua composio aberta a todos quantos queiram colaborar com esta iniciativa, tambm resolveu adotar o pseudnimo TAFARA para identificar-se e identificar a autoria e origem de todo o material que continuar a produzir. Os instrumentos que TAFARA se prope a produzir, tanto sero originais como os Mapas de Especialidades, de Etapas Escoteiro, de Etapas Senior e de Planejamento, j editados pela Loja Escoteira Nacional, como tambm, tradues, adaptaes, atualizaes, consolidaes, etc., de matrias j produzidas em algum momento, e que, embora sejam teis, no mais esto disponveis nos dias de hoje. O material produzido por TAFARA feito de forma independente. No temos a pretenso de fazermos obras primas, mas instrumentos que possam auxiliar a todos quantos pratiquem Escotismo no Brasil. Esta edio reproduz o original. Em respeito ao autor no fizemos qualquer adaptao ou atualizao dos aspectos do programa que j so diferentes. Na divergncia entre o contedo deste livro e o P.O.R. e o Manual do Escotista - Ramo Escoteiro, considerar como vlido estes ltimos. A publicao desta obra foi possvel graas ao desprendimento, iniciativa e patrocnio dos grupos escoteiros, empresas e dirigente identificados no final deste livro. Este mais um instrumento de apoio a suas atividades. Boa Atividade. Mario Henrique Peters Farinon Diretor Presidente UEB/RS 4. 3Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 O SISTEMA DE PATRULHAS Cap. Roland E. Phillipps Sumrio APRESENTAO...................................................................................................... 2 I O SISTEMADE PATRULHAS ................................................................................... 4 II O MONITOR E O SUBMONITOR ............................................................................. 5 III COMO PODE O MONITOR DIRIGIR? ..................................................................... 7 IV QUANDO DEVE O MONITOR DIRIGIR ? .............................................................. 10 V OS PRIVILGIOS DO MONITOR .......................................................................... 12 VIACORTEDEHONRA .......................................................................................... 14 VII O ESPRITO DAPATRULHA ............................................................................... 17 VIIIADISCIPLINADAPATRULHA ........................................................................... 20 IXAINSTRUO DAPATRULHANAS PROVAS DE SEGUNDACLASSE ............... 23 XAINSTRUO DAPATRULHANAS ESPECIALIDADES ...................................... 25 XIOCONSELHODEPATRULHA ............................................................................. 27 XIICOMPETIESDEPATRULHA ......................................................................... 29 XIIIAPATRULHANOS JOGOS ............................................................................... 34 XIVAS BOASAES DE PATRULHA ..................................................................... 36 XVAS VISITAS ENTRE PATRULHAS ...................................................................... 38 XVIAPATRULHANOACAMPAMENTO .................................................................. 40 XVIIDIFICULDADES ................................................................................................ 42 XVIII COMO INICIAR UMATROPAPELO SISTEMADE PATRULHAS ..................... 44 5. 4 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO I O SISTEMA DE PATRULHAS Em todos os casos, com um passo decisivo para o sucesso, recomendaria muitssimo o uso do Sistema de Patrulhas, isto , a formao de pequenos grupos permanentes, cada um sob a responsabilidade de um rapaz encarregado da chefia. As palavras acima citadas se encontram nas pginas iniciais da primeira edio do livro Scouting for Boys (Escotismo para Rapazes), publicada em 1908, num Prembulo para os instrutores. Desde ento muitas coisas tm acontecido, sendo que uma das mais surpreendentes foi o grande nmero de edies deste livro de Baden-Powell. E se algum abrir a ltima edio, encontrar as seguintes palavras: - Geralmente o Escotismo praticado por um par de Escoteiros, e s vezes por um Escoteiro sozinho; se um nmero maior se junta para p-lo em prtica, chama-se a isto uma Patrulha. Devemos atribuir idia fundamental contida nos dois trechos citados a maior parte do xito obtido em seu trabalho pelos Chefes Escoteiros de todas as regies do pas. As pginas que se seguem so dedicadas a uma exposio simples e prtica de alguns dos processo mais elementares e mais aconselhveis de aplicar o Sistema de Patrulhas a qualquer Tropa. necessrio frisar, desde j, que o Sistema de Patrulhas no apenas um mtodo pelo qual o Escotismo possa ser posto em prtica, mas que, na verdade, o nico mtodo possvel para praticar o Escotismo de B-P. O Sistema de Patrulhas pode ser adotado e utilizado em maior ou menor grau, mas o essencial que existam os pequenos grupos permanentes sob a responsabilidade de um rapaz encarregado da chefia, e que estes grupos estejam organizados como Patrulhas Escoteiras. 6. 5Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO II O MONITOR E O SUBMONITOR Eis a uma Patrulha, constituda de seis, sete ou oito rapazes. Como tem que ser uma unidade para o trabalho, os jogos, a disciplina, o acampamento e as boas aes, essencial que um Escoteiro capaz seja designado para dirig-la. Por capaz no se subentende que seja inteligentes e esperto; significa que deve ser capaz de dirigir. As qualidades de chefia so parcialmente naturais e parcialmente adquiridas. As qualidades naturais so importantes porque um rapaz, ainda que seja excelente, no pode, na verdade, ter xito como chefe se no possuir algo daquela qualidade caracterstica o magnetismo pessoal que atrai seus companheiros para o trabalho e para os jogos. As qualidades adquiridas podem ser rapidamente desenvolvidas, sob o Sistema de Patrulhas, pelo adestramento escoteiro comum. Se um rapaz est para ser designado como monitor, muito importante que sua idade no seja uma desvantagem contra si. Isto no significa que um rapaz de doze anos no possa ser um chefe to bom quanto um rapaz de dezesseis ou dezoito, mas quer dizer que, normalmente, um menino no capaz de chefiar rapazes mais velhos, a no ser que seja realmente excepcional. Os rapazes mais jovens seguem um mais velho, mesmo que este seja pouco inteligente e tolo. Os rapazes mais velhos no seguem um mais jovem, ainda que este seja esperto e inteligente. Nessas situaes os msculos tm, em geral, uma influncia muito mais convincente do que o crebro. Os rapazes respeitam os biceps e no esto interessados em Frenologia, isto , no estudo das funes intelectuais humanas. Mesmo admitindo que o Monitor indicado possua na justa medida as qualidades naturais, e admitindo tambm que provavelmente 7. 6 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 ir conseguir em pouco tempo as qualidades adquiridas, ainda assim a chefia de uma Patrulha tarefa to importante que no se deve esperar de nenhum rapaz que consiga realiz-la sozinho. Uma segunda pessoa O Submonitor deve, portanto , ser designado para ajud-lo. O Submonitor um rapaz escolhido pelo Monitor, da Patrulha para ser seu assistente e para, na sua ausncia, tomar conta da Patrulha. Para que a Patrulha seja bem organizada essencial que o Monitor e o Submonitor se mantenham sempre em ntima cooperao. por esta razo que cometem um erro inicial os Chefes Escoteiros que escolhem submonitores sem consultar os Monitores, erro esse que talvez seja impossvel corrigir depois. O Chefe Escoteiro poder conversar com o monitor sobre quem deveria ser o seu submonitor, mas, se no o convencer com os seus argumentos, no usar da fora de seus poderes para designar um Submonitor contra os desejos do Monitor. O Fundador do movimento sempre foi favorvel a deixar a seleo do Submonitor inteiramente nas mos do Monitor, dando-lhe liberdade de cometer seus prprios erros, se quiser comet-los. 8. 7Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO III COMO PODE O MONITOR DIRIGIR? Freqentemente se ouve um Chefe Escoteiro dizer: Designei meus Monitores tal como o Fundador desejava, mas, a no ser teoricamente, eles no so capazes de dirigir suas Patrulhas em coisa nenhuma. Na prtica eu que tenho de assumir a chefia. A resposta para essa queixa a seguinte: A principal funo do Chefe Escoteiro no Movimento fazer com que seus Monitores sejam capazes de dirigir suas patrulhas. Costuma-se dizer Saber poder! e isto uma verdade absoluta quando se trata de rapazes. Normalmente o garoto que vive enfurnado, comendo os livros como uma traa, alvo de zombarias e no consegue o respeito de seus companheiros. Mas um rapaz que sabe muito mais que seus camaradas sobre os organismos vivos em geral, sobre as organizaes e entidades existentes e sobre todos os fenmenos que ocorrem diante de ns na vida diria, esse tem, s por esse motivo, uma vantagem considervel. Se for possvel, deixe este rapaz ser o Monitor! E um rapaz como este, se no existe, pode ser criado. O mtodo usual para criar este tipo de rapaz : - dar aos Monitores e Submonitores facilidades especiais para que possam aumentar seus conhecimentos gerais sobre todos os assuntos. O saber s se consegue de uma maneira: - pela experincia. A experincia pode ser: - ou pessoal, ou adquirida, e esta ltima, quer dos outros, quer dos livros. uma boa coisa ter uma pequena biblioteca de livros tcnicos especialmente para o uso dos Monitores e Submonitores. Esta pequena biblioteca no precisa ter mais que uma dzia de livros. Nesta dzia se incluem dois ou trs exemplares do 9. 8 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Escotismo para Rapazes, dois exemplares de um livro de Provas de Classe Escoteiro, e livros sobre Primeiros Socorros, Sinalizao, Luta de boxe, Trabalhos mateiros de pioneiria, ns e amarras, etc., como os editados na Coletnea Gilcraft. (Coletnea inglesa cujos livros sobre esses assuntos no esto ainda traduzidos e editados em portugus). Estes livros no so para ornamentar a prateleira e nunca se deve permitir que fiquem cobertos de poeira. Se os livros esto cheios de p porque os crebros dos monitores tambm esto empoeirados. The Scout, a revista semanal, deve ser lida por todos os Escoteiros, e The Scouter, a revista mensal para chefes, pode tambm ser comprada e aconselha-se aos monitores que a leiam. (The Scout (O Escoteiro) e The Scouter (O Escotista) so revistas da Associao de Escoteiros da Inglaterra). Alm dos livros, os Monitores e Submonitores devem ter oportunidades especiais para perguntar ao Chefe Escoteiro o que quiserem. Devem tambm ter oportunidades especiais para se encontrar com o Chefe Escoteiro, ou procurando-o em sua residncia, ou realizando uma vez por semana na sede da tropa uma reunio especial para Monitores e Submonitores, aproveitando a mesma ocasio em que se realiza a Corte de Honra. O Chefe Escoteiro no precisa ser uma enciclopdia ambulante, mas, sem vaidades tolas, deve reconhecer sua ignorncia em muitos assuntos, e dar-se ao trabalho de procurar e consultar as pessoas que sabem. O Fundador disse que a finalidade de um Chefe Escoteiro no ensinar pessoalmente tudo aos rapazes de sua tropa, mas, de preferncia, por em boa ordem e encaminhar corretamente a ambio de aprender que estes rapazes j possuem. Recentemente soube que um timo Monitor esqueceu o modo de fazer o N de Escota e, com receio de ser ridicularizado, no teve coragem bastante para pedir ao seu Chefe Escoteiro que lhe ensinasse de novo aquele n. Neste caso, se havia algo errado no Monitor, sem dvida tambm havia algo de errado na atitude do Chefe Escoteiro. De um modo geral, devem ser dadas aos Submonitores 10. 9Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 as mesmas oportunidades especiais de instruo que se oferecem aos monitores. Um Submonitor no s um assistente do Monitor para auxili-lo na chefia; tambm, freqentemente, um chefe em potencial, um futuro Monitor. essencial que os Monitores e Submonitores no fiquem apenas na leitura da teoria do Escotismo e que procurem tambm pratic-lo. Para isso devem se organizar numa Patrulha especial cujo Monitor ser o prprio Chefe Escoteiro (que em vez de ser chamado de Chefe, pode, nestas ocasies, ser chamado por um nome de guerra escoteiro, Lobo Cinza, por exemplo). Esta Patrulha pode se dedicar a assuntos especiais, como por exemplo: a preparao das provas de primeira Classe, a organizao de Acampamento, a observao da natureza, a Tcnica mateira e outros trabalhos prticos ao ar livre, de forma que os monitores estejam, depois, melhor preparados para cuidar de suas prprias Patrulhas. Finalmente, tambm muito importante que o cargo de monitor seja visto, pelo prprio Monitor e pelo seu Chefe Escoteiro, como uma escola de adestramento para uma futura chefia escoteira. 11. 10 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO IV QUANDO DEVE O MONITOR DIRIGIR ? A resposta simples: - Sempre. O Monitor dirige nos jogos como capito da equipe, sendo a equipe, sempre que possvel, a Patrulha. Dirige no trabalho - freqentemente ensinando, e na totalidade dos casos, fazendo a superintendncia e a inspeo. Dirige na qualidade de autoridade principal por ter o privilgio de comparecer s reunies da Corte de Honra, por ser o presidente do Conselho de Patrulha, e por ser o organizador das provas e dos trabalhos das competies entre os escoteiros da Patrulha. Sua autoridade pode ser muito mais acentuada se estiver encarregado de apresentar semanalmente o Relatrio da Patrulha. Este relatrio, preenchido e assinado pelo Monitor, atesta quais os escoteiros que estiveram presentes ou ausentes nas reunies e atividades, e qual o adestramento que cada um deles fez em, pelo menos, quatro provas ou assuntos escoteiros; e requer que o Monitor verifique se os membros de sua Patrulha esto cumprindo as regras gerais de higiene e sade, e de servio pessoal pela boa ao, que no livro Escotismo para Rapazes so amplamente explicadas pelo Fundador. Alm dessas, o Monitor tem muitas maneiras de aumentar a sua autoridade. Uma delas conhecendo pessoalmente os pais de todos os rapazes de sua Patrulha; outra sabendo onde trabalham ou estudam os membros de sua Patrulha e conhecendo quais so suas esperanas futuras nestes assuntos e quais as oportunidades que esperam encontrar. Pode, por outro lado, aumentar sua autoridade apresentando idias originais e planos cheios de iniciativas que sero entusiasticamente postos em execuo pelos seus irmos escoteiros. 12. 11Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Por exemplo: - O Monitor dos Lees de uma tropa de Londres levou sua Patrulha ao Jardim Zoolgico para que os Escoteiros se aperfeioassem no grito da patrulha ouvindo o prprio Leo. Outro exemplo o Monitor de uma Tropa do interior, ouvindo dizer que a estrada estava inundada, saiu uma tarde com sua Patrulha para desentupir o encanamento de guas pluviais da estrada ou limpar o gradil do ralo, removendo assim a causa da inundao. Um Monitor tambm pode procurar fazer o melhor pelos Escoteiros de sua Patrulha lendo-lhes bons trechos de livros ou revistas escoteiras cada semana. 13. 12 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO V OS PRIVILGIOS DO MONITOR Dando-se aos Monitores e Submonitores privilgios especiais, eles tero mais facilidade em afirmar sua autoridade sobre suas Patrulhas. O Fundador s vezes comparava a posio do Monitor com a do Prefeito Escolar dos Colgios Ingleses. Se levarmos a comparao at muito longe, termos que reconhecer que a situao do Monitor mais vantajosa. Mas o ponto especial de identidade que desejamos destacar : - quando se d privilgios, se d autoridade. J falamos dos privilgios de comparecer Corte de Honra, de possuir uma biblioteca especial, de ter fcil acesso ao Chefe Escoteiro, e de exercer uma indiscutvel chefia em todos os assuntos referentes ao trabalho e a administrao. Ser til agora mencionar um ou dois mtodos de fortalecer a posio dos Monitores e Submonitores. Quando o Chefe Escoteiro pode dispor de tempo, ser excelente dedicar uma tarde ou noite instruo e adestramento dos Monitores e Submonitores. Este encontro pode ser uma vez por semana, uma vez por ms ou mesmo trimestral. Duas ou mais Tropas podero se combinar para realizar em conjunto desta atividade. Numa vez algum far uma palestra sobre Desenho Topogrfico e Levantamento do Terreno, noutra um experimentado enfermeiro ser o instrutor, e noutra um engenheiro ensinar a construo de pontes. No h limites no nmero de palestras teis e instrutivas que, deste modo, podem ser dadas aos Graduados e que depois sero transmitidas por eles suas Patrulhas. Outra forma de desenvolver esta idia a levada a efeito nalguns dos maiores Conselhos Locais de cidades. Em Londres, por exemplo, muitos Distritos realizam reunies trimestrais dos seus Monitores e Submonitores, chamadas s vezes de Convenes de 14. 13Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Monitores. O comparecimento mdio de 50 rapazes e os prprios Monitores fazem palestras sobre assuntos de interesse especial para os trabalhos de patrulha. Estas palestras so seguidas por um perodo em que os ouvintes fazem perguntas ao orador, estabelecendo-se animada discusso. Um Comissrio ou um Chefe Escoteiro habitualmente preside a reunio, mas o secretrio um Monitor que redige as atas e envia, para as secretarias das Cortes de Honra das vrias Tropas que esto tomando parte, as notcias e concluses da reunio. Em Tropas bem organizadas, com alguns anos de atividade, com freqncia considerada uma tima atividade realizar um acampamento especial de fim de semana para Monitores e Submonitores. Muita instruo til pode ser dada por este meio. Recurso semelhante pode ser adotado para adestrar os Monitores e Submonitores de tropas que esto se iniciando. 15. 14 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO VI A CORTE DE HONRA A Corte de Honra pode ser constituda de vrios modos, mas, seja qual for a sua composio, uma vez constituda, deve ser o rgo mais importante da tropa. Desde que o Escotismo comeou, muito tem evoludo a Corte de Honra. No princpio era um rgo destinado a decidir sobre punies, a dar recompensas e a tratar de assuntos importantes ligados continuidade da Tropa. Mas os Chefes Escoteiros julgaram necessrio ter, lado a lado com a Corte de Honra, um Conselho de Monitores, ou de Monitores e Submonitores, para cuidar dos assuntos de rotina e resolv-los. Certo tempo depois a todos pareceu desnecessrio ter dois rgos separados, cujas funes se sobrepunham em grande parte, e que, se reunidos, tornariam mais fcil o governo da tropa. Assim se deu a ltima e mais til evoluo da Corte de Honra. A Corte quase sempre formada pelos Monitores e Submonitores, com o Chefe Escoteiro na presidncia. Pode tambm ser constituda s pelos Monitores, ou por todos os Monitores com alguns Submonitores selecionados, ou ento formada por todos os Graduados, com mais alguns Escoteiros especialmente eleitos em cada Patrulha. Habitualmente til ter o Chefe Escoteiro como presidente, mas nalguns casos a presidncia dada a um Monitor, e o Chefe Escoteiro no estar presente. Porm bom lembrar que mesmo nesses casos o Chefe Escoteiro o nico responsvel pela Tropa, perante os pais e o pblico. A Corte se rene para exercer dois poderes: - o poder executivo e o poder judicirio. Como rgo executivo (o Conselho dos Monitores) deve se reunir semanalmente, mesmo que seja s por cinco minutos para 16. 15Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 despachar os assuntos ordinrios da Tropa. Um rapaz designado secretrio e deve fazer as atas. As atas so lidas e assinadas, e depois, cada Monitor faz um breve relatrio das atividades e ocupaes de sua Patrulha durante a semana. Se o Monitor no pode comparecer, avisa a seu Submonitor com antecedncia, e este faz o relatrio. Torna-se desnecessrio o relatrio verbal se usado um impresso para Relatrio de Patrulha, que poder ser lido pelo presidente da Corte de Honra fora da reunio. Aseguir, a Corte de Honra trata das questes referentes prxima semana, competies de Patrulha, acampamento de vero, futebol ou basquetebol, exames de Especialidades , instruo tcnica, visitas interpatrulhas, mensalidades da Tropa e muitas outras coisas. Se o Chefe Escoteiro tem que dar qualquer aviso, deve faz-lo nesta ocasio, e os monitores podero informar depois a suas respectivas Patrulhas. Qualquer membro da Corte de Honra tem o direto de fazer ao Chefe Escoteiro a pergunta que quiser, exceto perguntas que sejam uma quebra da Lei Escoteira. A livre discusso na Corte de Honra deve ser calorosamente estimulada. Em nenhum outro momento o Chefe Escoteiro tem melhor oportunidade de entrar em contato com os verdadeiros sentimentos e aspiraes dos seus rapazes. Alguns Chefes dizem que suas Patrulhas s se encontram uma noite por semana e que portanto no h tempo para reunir a Corte de Honra. Isto um erro. Suponhamos que a Tropa se reuna nas teras-feiras das 7,30 s 9 horas da noite. s 8,50 d-se o debandar s Patrulhas e todos iro para casa, exceto os Membros da Corte de Honra, que permanecero na sede. Se procedermos assim, todos os membros da Tropa tero ainda maior considerao pela Corte de Honra. Mas a Corte de Honra tambm pode se reunir como poder judicirio. Sua constituio, para esta finalidade, pode permanecer exatamente igual ou ser ligeiramente alterada. Algumas Corte, quando se renem como poder judicirio, formam um espcie de conselho dos mais antigos, composto do Chefe Escoteiro e de dois ou trs Monitores especialmente selecionados. Alis, sempre se deve tomar 17. 16 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 cuidado, quando qualquer membro da Tropa est em julgamento, para no haver quebra de hierarquia, convidando a se retirar todo aquele que for mais novo que ele, isto , o de graduao mais baixa ou mais novo na mesma graduao. S quando houver quebra da lei Escoteira a Corte de Honra se rene como poder judicirio. Portanto numa boa Tropa no deve haver mais que duas ou trs reunies desse tipo por ano. Nas Cortes de Honra de carter judicirio qualquer veredito deve figurar como deciso global da Corte e seus membros devem fazer ponto de honra em no discutir depois o voto ou a opinio emitidos durante a reunio por qualquer dos membros da Corte. A maior vantagem da Corte de Honra administrativa ou judiciria estimular, no mais alto grau, o Sistema de Patrulhas e incrementar o espirito de patrulha. Cada Monitor sabe muito bem que o responsvel pela sua Patrulha, mas s sente com clareza esta responsabilidade no momento em que est numa reunio da Corte de Honra. Naquele instante ele deve no s relatar o que sua Patrulha esta fazendo como tambm explicar o desleixo, o desinteresse ou a falta de comparecimento de qualquer um dos seus rapazes. Algum pode perguntar, por exemplo, por que um dos seus escoteiros, que j usa a estrela de um ano de atividade, ainda no ganhou nenhum distintivo de Especialidade, ou nem mesmo a 2 classe. Algum pode perguntar se Antnio da Silva, que ontem quebrou o brao, est em casa ou no hospital, e se no hospital, quais os dias de visita. Ser til para o Chefe Escoteiro que vai comear a usar a Corte de Honra, redigir uma Constituio simples, definindo e regulamentando os poderes e deveres da Corte, que, lida e aprovada na primeira reunio, ser transcrita no livro de atas. No ser prudente dar Corte o poder de expulsar um Escoteiro, exceto se os Monitores so rapazes mais velhos, com compreenso perfeita dos objetivos e ideais do movimento. Se ficar consignado que o Chefe Escoteiro tem o poder de veto sobre qualquer deciso da Corte, quase certo que ele nunca dever us-lo. 18. 17Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO VII O ESPRITO DA PATRULHA Os captulos anteriores trataram de um s assunto como colocar o Monitor em posio de poder dirigir sua Patrulha. Mas o Chefe Escoteiro e o Monitor devem, alm disso, fazer tudo o que for possvel para criar e incrementar o Esprito de patrulha. O esprito de Patrulha significa que cada rapaz da Patrulha se sente como uma parte essencial de uma unidade autnoma, completa e perfeita a Patrulha um rgo em que cada membro deve bem cumprir sua parte para que se consiga atingir a perfeio do todo. Quando, ao fazer a Promessa, um rapaz se torna Escoteiro, o seu futuro Monitor quem o traz presena do Chefe Escoteiro. At que faa sua Promessa ele no pode, teoricamente, pertencer a uma Patrulha, porque uma Patrulha s contm Escoteiros e ele ainda no um Escoteiro. Mas feita a Promessa logo a seguir ele entra na Patrulha, torna-se um membro dela. O Escotismo para rapazes estabelece que, depois da cerimnia da investidura, o novo Escoteiro e seu Monitor marcham de volta sua Patrulha. Em lugar de ser simplesmente um rapaz, o novo Escoteiro torna-se agora um Elefante, um crocodilo, um pica- pau ou um cuco. E deve no s ser um cuco, como tambm aprender imediatamente os hbitos de um cuco. Principia aprendendo o seu grito ou pio, que a maneira de chamar de sua Patrulha o seu chamado de patrulha. Deve saber imit-lo bem e de maneira suficientemente audvel, de modo a ser ouvido e reconhecido numa floresta, distncia de mais ou menos 50 metros. O Chamado da Patrulha para ser usado e deve ser usado com a maior freqncia possvel. O Fundador estava procurando 19. 18 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 acentuar a importncia de ser Cuco quando disse: Nenhum Escoteiro tem o direito de imitar o chamado de nenhuma Patrulha, exceto o da sua. A idia geral que um Lobo est mentindo quando finge que um cordeiro, e tambm que, a honra de um Escoteiro merece crdito, mesmo que ele seja uma Raposa. Aps ter aprendido o Chamado de Patrulha o novo Escoteiro deve aprender os hbitos do animal smbolo da sua Patrulha. Aprender a assinar o seu nome como membro da Patrulha, isto , precisar saber desenhar de maneira esquemtica a figura que o emblema de sua Patrulha. Tudo quanto indicamos so apenas meios elementares de conseguir o Esprito de Patrulha, mas em Escotismo as coisas insignificantes nunca devem ser ignoradas e desprezadas. O Fundador recomendou tambm que cada patrulha tivesse o seu lema, inventado se possvel pelos prprios rapazes. A Patrulha dos Buldogues, por exemplo, pode ter como lema: Violentos, mas sinceros. As Rs podem escolher: antes coaxar que cochichar. Outra maneira de fazer com que a Patrulha adquira personalidade dando uma parte da sede para seu uso particular. Algumas Tropas so to afortunadas que podem ter cada Patrulha trabalhando numa sala diferente. Normalmente no entanto a Tropa tem apenas uma sala para seu uso, e neste caso bom entregar a cada Patrulha um canto ou uma parte da sala. Quando uma guia chega sede da Tropa numa noite de reunio geral, vai direto para o Ninho das guias, nome que pode ter o seu Canto de Patrulha. Uma raposa pode ir para a Terra da Raposa e um leo para a Caverna dos Lees. Se a sede pertencer aos prprios rapazes, cada canto poder ser decorado de maneira apropriada. Provavelmente as Patrulhas iro por cabides para os chapus e casacos e uma grade para enfiar os bastes. Algum far a objeo de que algumas salas so to pequenas que impossvel dar uma parte para cada Patrulha. Ento a sala inadequada para ser a sede de uma Tropa. Mas o Chefe Escoteiro pode evitar isso limitando o nmero de seus rapazes ao tamanho das acomodaes que dispe para adestr-los em Escotismo. Na verdade no h razes que obriguem as Patrulhas a se reunirem todas na mesma noite. Duas podem se reunir nas teras e sextas e as outras duas nas segundas e quintas. A Tropa inteira 20. 19Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 neste caso se rene apenas nas tardes de sbado e, possivelmente, nos domingos para as cerimnias religiosas. 21. 20 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO VIII A DISCIPLINA DA PATRULHA A disciplina da Patrulha uma questo de instruo da patrulha, e o melhor fixar desde j um bom mtodo de levar a efeito uma reunio geral de Tropa. Se a Tropa se rene das 8 horas s 9,30 h, essencial e absolutamente indispensvel que o Chefe Escoteiro ou o seu Assistente estejaM na sede precisamente s 8 horas ou antes da 8, exceto se, por ter sido assim combinado, os Monitores estejam pessoalmente encarregados de toda a atividade. tambm essencial que cada Monitor seja rigorosamente pontual. Se a um Monitor no for possvel chegar na hora, por trabalhar at tarde ou por outro qualquer motivo, seu Submonitor deve ser antecipadamente avisado para que o substitua at a sua chegada. s 8 horas em ponto o Chefe Escoteiro d a ordem de Formar. Cada Monitor corre para o lugar que lhe destinado e pe em forma sua Patrulha. Cada Patrulha deve estar formada e em posio de Alerta dentro de 12 segundos no mximo, contados desde a ordem dada pelo Chefe Escoteiro. Para formar sua Patrulha o Monitor pode comandar Patrulha da Gara, formar ou simplesmente Garas, ou dar o grito ou pio que o chamado da Patrulha, ou qualquer outra coisa que os rapazes possam ouvir e compreender. O Monitor da Patrulha dos Castores de uma certa Tropa costumava bater palmas e coar a orelha direta para formar, coava a orelha esquerda para Debandar e atrs da cabea para Meia volta. O Monitor fica sempre numa posio de onde possa melhor fiscalizar sua Patrulha. As Patrulhas esto formadas em linha de uma fileira. O 22. 21Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Chefe Escoteiro, parado prximo ao centro da sala, d uma srie de apitos curtos, significando Concentrao circular. Cada Monitor d ento as seguintes ordens a sua Patrulha: primeiro, Alerta, depois, direita ou esquerda, volver. A Patrulha segue em marche-marche atrs do Monitor, em coluna por um, em direo do Chefe Escoteiro, de modo que os Escoteiros fiquem como os raios de uma roda em torno do eixo, que o Chefe Escoteiro. Enquanto correm, as Patrulhas podem dar os seus gritos ou chamados de patrulha, mas, a no ser que estejam ao ar livre, no h necessidade disso. Os Monitores param a uns 4 passos do Chefe Escoteiro que d ento alguma instruo ou aviso sobre o programa desta noite. Aps as preces (conforme o costume) e depois de saudar a Bandeira, o Chefe Escoteiro inspecionar rapidamente as Patrulhas verificando quem est ausente. O Monitor, ou o Submonitor que o substitua, deve justificar os membros de sua Patrulha, e ele, ou o Chefe Escoteiro, anota os ausentes no seu caderno. A seguir o Chefe Escoteiro d a ordem: iniciar as atividades. Cada monitor faz a saudao, ordena sua Patrulha: Meia volta, volver e leva-a de volta, em marche-marche, para a parte da sala que pertence Patrulha. Chegando l comanda debandar e principia ento com a instruo que deseja dar Patrulha. Deve ficar bem claro que tudo isso que acabamos de descrever no demora mais que 5 minutos , mas a regularidade de sua prtica contribui consideravelmente para a boa disciplina de uma reunio escoteira normal. Ao se esgotar o horrio dedicado reunio o Chefe Escoteiro d um apito que significa Alerta. Cada Patrulha guarda com a maior rapidez possvel todo o material que estiver usando. Os rapazes pem o chapu e apanham o basto. Os monitores chamam suas Patrulhas para formar na posio de Alerta. O Chefe Escoteiro comanda Debandar. Cada Monitor manda sua Patrulha fazer Direita, volver e a Saudao, para ento debandar. Est encerrada a reunio. O que acabamos de descrever apenas um dos 23. 22 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 possveis processos de por em prtica, numa sede de Tropa, a mais elementar disciplina do Sistema de Patrulhas. Observem a finalidade do processo: dar responsabilidade ao Monitor e individualidade Patrulha. O Chefe Escoteiro s deve dar ordens atravs dos seus Monitores, e nunca diretamente aos escoteiros. Os que dizem que isto no funciona so os que ainda no tentaram experimentar. Durante o inverno um Distrito de Londres costuma realizar com regularidade palestras sobre a Lei Escoteira. Os 800 escoteiros que comparecem s conferncias vo sempre para o auditrio separadamente, cada monitor conduzindo sua Patrulha. Desta maneira no h necessidade de interromper o trfego, pois interromper o trfego no positivamente um procedimento que possa ser chamado de escoteiro. O mtodo mais simples de movimentar uma Patrulha faz-la marchar em fila indiana com o monitor do lado direito. bom pr o Escoteiro menor na frente porque assim, usando seu passo natural, no ficar fatigado. 24. 23Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO IX A INSTRUO DA PATRULHA NAS PROVAS DE SEGUNDA CLASSE Nas noites de reunio, cada Monitor deve instruir sua prpria Patrulha. S nas Tropas em formao ou recm-formadas admite- se, como uma exceo, que o Monitor se encarregue pessoalmente da instruo nas provas de Novio. Nas Tropas j em pleno funcionamento a instruo do candidato a Escoteiro ser feita fora da noite de reunio. O Submonitor receber provavelmente instrues do Monitor para visitar o futuro escoteiro e ensinar-lhe, em sua prpria casa, as provas necessrias para ser novio. Em muitas Tropas o aspirante deve saber estas provas antes mesmo de preencher o pedido de inscrio. O que naturalmente se espera de um Monitor que d sua Patrulha bastante instruo nas provas de Segunda classe. Mesmo quando todos os escoteiros da patrulha j passaram nestas provas, preciso estar revendo constantemente o adestramento da segunda classe, e tambm o adestramento das provas de novio. Tornar este trabalho de adestramento interessante deve ser a preocupao e o principal objetivo do Monitor. Deve portanto, para alcanar este objetivo, usar uma grande variedade de atividades e, inteligentemente, no se deter num mesmo assunto por muito mais de meia hora. Jamais deve iniciar o ensino de qualquer matria sem dizer em primeiro lugar aos escoteiros para que esto aprendendo isto, qual o objetivo dessa aprendizagem. Conhecer os 16 pontos da bssola coisa em si mesmo intil e desnecessria para algum que anda e se orienta dentro da sede escoteira! Mas o monitor dir aos escoteiros para se imaginarem 25. 24 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 perdidos nos pntanos de Yorkshire ou na floresta de Epping. Primeiro se imaginaro tendo o sol e um relgio para auxili-los; em segundo lugar tendo uma igreja vista num dia de nevoeiro; em terceiro lugar numa tempestade, tendo uma bssola; em quarto lugar com um cu estrelado e tendo um mapa das constelaes; em quinto lugar com um mapa topogrfico e o prprio crnio, e assim por diante. Da mesma forma, o Monitor no comear traando no quadro-negro, com giz, uma circunferncia mal desenhada. Perguntar primeiro a opinio dos seus escoteiros sobre qual o melhor mtodo para desenhar uma circunferncia, chamar alguns para fazer o desenho no quadro e s depois mostrar os 16 pontos da bssola exigidos. Sobre Primeiros Socorros, antes de comear qualquer instruo prtica, conversar com seus rapazes sobre acidentes. Deve mostrar tambm uma gravura do esqueleto humano ou lev- los a um museu prximo para ver um esqueleto de verdade. Deve ensinar seus escoteiros a transmitir corretamente uma mensagem verbal, pois isso importante quando se tem de chamar um mdico ou uma ambulncia para atender a um acidente. Deve procurar descries interessantes sobre o salvamento de vidas e sobre a prtica do socorro de urgncia publicados no The Scout ou em outros jornais. Neste ou noutros assuntos o monitor no deve ser o nico a falar, mas ao contrrio, dar aos outros camaradas uma oportunidade para expressar seus pontos de vista, enquanto ele apenas mantm a disciplina da reunio. No h espao neste volume para mencionar o que o Monitor deve fazer em cada uma das provas de segunda classe, mas, se tiver tido previamente as facilidades especiais para aprender, por qualquer dos mtodos sugeridos na parte inicial desse livro, o Monitor certamente ter bastante competncia para ensin-las. 26. 25Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPITULO X A INSTRUO DA PATRULHA NAS ESPECIALIDADES A tarefa do Chefe Escoteiro muito mais fazer com que seus escoteiros tenham oportunidade de aprender do que ensin- los diretamente. Com referncia ao Monitor pode se dizer precisamente o mesmo. Um Monitor um pouco mais velho e mais experimentado quase sempre est em condies de adestrar sua patrulha em pelo menos uma especialidade. Se entretanto no se sente capacitado para isso, pode levar sua patrulha a algum que seja capaz de instru- la. Poder, por exemplo, levar sua patrulha uma vez por semana a alguma piscina ou local prprio para natao, onde aprendero a nadar com algum que se prontificou a dar meia hora de adestramento por semana. Igualmente uma tarde por semana podero ir ao quartel de bombeiros local para receber instrues de um dos membros dessa corporao. Pode levar sua patrulha casa de uma senhora que combinou ensinar a patrulha a cozinhar. Poder levar sua patrulha casa de algum senhor que dar instruo sobre astronomia, jardinagem, carpintaria ou sobre matria de qualquer outra especialidade Pode ser tambm que, ao contrrio, o monitor consiga que o instrutor venha sede da tropa. O instrutor pode ser, enfim, o prprio Chefe Escoteiro. No tem importncia o fato de duas patrulhas receberem a mesma instruo ao mesmo tempo do mesmo instrutor, se cada patrulha se mantm como uma unidade separada para o estudo e se o Monitor est compenetrado de que o responsvel pela instruo tcnica de sua unidade. As atividades de muitas tropas, especialmente no interior, 27. 26 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 ficam grandemente prejudicadas e restringidas pela falta de compreenso do Sistema de Patrulhas. Muitas pessoas, inclusive senhoras, gostariam de ensinar 7 ou 8 escoteiros, mas deixam de oferecer seus servios por pensarem que tero de ensinar em conjunto uma tropa de 30 rapazes. Sete pessoas numa cozinha pode ser at divertido, mas no h graa nenhuma em ter 30 trabalhando no mesmo local. Os chefes escoteiros que adotam a patrulha como a unidade para qualquer tipo de adestramento tcnico, conseguem um progresso extraordinrio em pouco tempo. Muitas vezes o Fundador recomendou como coisa desejvel a especializao das patrulhas. Isto significa que, numa patrulha, os escoteiros todos sero faz tudo, noutra todos sero Ciclistas e numa terceira todos tero a especialidade pioneiria. Se toda a patrulha conquistou o mesmo distintivo, este distintivo pode ser colocado na bandeirola de patrulha, o que se torna um incentivo adicional para a especializao das patrulhas. Alm do adestramento coletivo da patrulha numa especialidade, h ainda muitas outras especialidades que podem ser conquistadas pelos rapazes individualmente ou aos pares. Tambm nestes casos o Monitor deve auxiliar para que tudo saia bem. As especialidades desse tipo so: msico, naturalista, cavaleiro, guia, intrprete, fotgrafo, etc. Um Monitor descobre que um dos seus escoteiros toca, de ouvido, um pouco de piano. Conversa com este escoteiro para saber se esta disposto a dedicar um pouco de tempo aprendizagem da leitura de msica. Se houver interesse, o Monitor leva o assunto Corte de Honra para conseguir algum que possa ser o Instrutor. 28. 27Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPITULO XI O CONSELHO DE PATRULHA excelente que cada patrulha tenha seu Conselho de Patrulha, constitudo por todos os seus membros e sob a presidncia do Monitor. Nalgumas patrulhas h o costume de se reunirem todos, nos domingos, tarde, na casa de um dos seus membros, para tomarem juntos um ch, um caf com leite, um sorvete ou uma merenda. Isto significa que cada um dos membros de uma patrulha de sete escoteiros, de sete em sete domingos convida e recebe em sua casa os seus seis irmos Ursos. Aps a merenda e antes de voltarem para suas casa ou sarem para algum programa combinado, h uma tima oportunidade para reunir o Conselho de Patrulhas. Tambm nos domingos, antes ou depois dos deveres religiosos de cada um, e em outros momentos semelhantes, h ocasies que podem ser bem aproveitadas para a reunio. O principal objetivo desse Conselho por o Monitor em contato com os desejos e aspiraes dos escoteiros que dirige, para que possa agir, tanto quanto possvel, de acordo com eles. O Monitor tem um lugar na Corte de Honra mais como representante de sua patrulha do que para expressar seus pontos de vista pessoais. J foi dito que o Chefe Escoteiro no deve impor sua vontade aos monitores com referncia s especialidades que devem ser tiradas; a atitude certa levar o assunto deciso da Corte de Honra. Igualmente, muito importante que o Monitor no imponha seus desejos sua patrulha, mas que convide a patrulha a decidir sozinha em que distintivo quer se adestrar. Esta prtica acaba trazendo um bom esprito de cooperao. Praticamente no h limites quanto aos assuntos que 29. 28 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 possam ser discutidos num Conselho de Patrulha. Se h uma competio interpatrulhas em que cada patrulha s pode ser representada por trs escoteiros, os trs devem ser escolhidos pelo Conselho. Se se pensar em fazer Boas Aes de Patrulha, tambm sero combinadas e decididas em reunio do conselho. Os problemas de comparecimento irregular de um membro, de novos aspirantes, de acampamento da patrulha ou de visitas interpatrulhas, sero a completamente solucionados. Nalguns casos as patrulhas organizam debates, tm o seu prprio regulamento especial, dirigem sua prpria cantina. H uma patrulha isolada numa aldeia do norte do pas de Galles que conquistou uma excelente reputao devido ao escotismo esforado e ativo que pratica j h 4 ou 5 anos. Cada patrulha (devemos sempre nos lembrar) sob muitos aspectos uma patrulha isolada, isto , uma comunidade autnoma, auto-suficiente e confiante em si mesma, que vai por este mundo afora procurando oportunidades para cumprir o dever para com Deus e a Ptria, ajudar o prximo em qualquer ocasio e obedecer os dez artigos da Lei Escoteira. Mas a patrulha compreende facilmente que impossvel ajudar o prximo em todas as ocasies se no souber como ajud- lo, e por isso dedica muito tempo aquisio de conhecimentos tcnicos. 30. 29Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO XII COMPETIES DE PATRULHA O melhor de todos os mtodos para incrementar o esprito de patrulha a realizao de competies contnuas entre as vrias patrulhas. Por contnuas se deve compreender que assim que uma competio termina, a prxima comea. Em muitas tropas se acha melhor organizar torneios de 6 meses ou de 3 meses do que competies com um ano de durao. Se o perodo de competio muito longo as patrulhas que ficam para trs na contagem de pontos tendem a perder o interesse e a se tornarem fracas e negligentes. Por outro lado, quando a competio recomea 3 ou 4 vezes no ano o interesse e o estmulo sempre se mantm vivos, e a patrulha que ficou para trs s ter que esperar umas poucas semanas para reiniciar uma nova luta pela supremacia. A questo mais importante a ser resolvida sobre que ser a competio. Se o Chefe Escoteiro decidir esta questo sozinho, verificar depois que a competio de patrulhas nasceu morta. Um Chefe Escoteiro que pensa no que deseja, mas no pensa no que seus rapazes desejam - j dissemos anteriormente no poder se queixar ao notar que em sua tropa h falta de entusiasmo escoteiro. A Corte de Honra quem deve resolver quais sero os itens e assuntos da competio. Na verdade, onde h uma competio de patrulhas, indispensvel haver uma reunio semanal da Corte de Honra. As competies de patrulhas obedecem a um princpio geral d-se pontos em cada um dos assuntos em, que todas as patrulhas tem igual oportunidade de competir e os pontos so dados de modo que a patrulha mais nova ou fsicamente menor tenha tanta chance de vencer quanto a patrulha mais velha ou fsicamente maior. 31. 30 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 A Corte de Honra certamente decidir por unanimidade dar pontos por comparecimento. Um bom mtodo dar o mximo de 100 pontos pelo comparecimento integral durante 6 meses, e descontar, por exemplo, 5 pontos por falta de qualquer dos rapazes nas reunies obrigatrias. Se a tropa usa o Relatrio de Patrulha Semanal, a competio pode ser baseada no sistema de percentagem, pois nesse impresso figura a percentagem de comparecimentos, com a finalidade de se poder comparar o mrito de diversas patrulhas. J se mencionou num captulo anterior que o Chefe Escoteiro ou o Monitor anota os ausentes em cada reunio. Os nomes destes faltosos de cada patrulha so lidos na Corte de Honra e se pergunta ao Monitor se h qualquer razo que justifique a ausncia, por exemplo, do escoteiro Barbosa. Se no h justificativa, descontam-se 5 pontos. Se, porm, esta existe, cabe Corte de Honra julgar se justa. Um escoteiro deve sempre informar antecipadamente o seu Monitor ou Submonitor, a sua impossibilidade de comparecer, pois s assim, na noite de reunio, o Monitor pode prestar contas de toda a sua patrulha ao Chefe Escoteiro. Se um rapaz tinha uma justificativa aceitvel para estar ausente mas deixou de informar antecipadamente o seu Monitor, a Corte de Honra pode resolver que ele perca dois ou trs pontos em vez de cinco. Economiza-se muito tempo na Corte de Honra adotanto- se algumas regras gerais sobre as faltas s reunies. Em Londres, por exemplo, muitas tropas decidiram que o comparecimento s aulas das escolas noturnas se conta como de comparecimento reunio, desde que o escoteiro tenha notificado com antecedncia Corte de Honra. Provavelmente a Corte resolver tambm dar pontos por Distintivo de Classe ou de especialidade conquistado durante os seis meses. Poder dar 5 pontos por distintivo conquistado, talvez mais para o de Primeira Classe e o de Escoteiro da Ptria, e talvez apenas 2 pontos para o de Novio. Apenas como sugesto, convm lembrar que a Corte de Honra dando pontos especiais para determinado distintivo, pode estimular a tropa a esforar-se mais pelos distintivos que so julgados no mento mais importantes e necessrios. Tambm podem ser dados pontos para competies em Ns, sinalizao, primeiros socorros, fogueira, corrida de 32. 31Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 revezamento, e em qualquer outra prova para obteno de distintivos. Um bom mtodo para fazer uma competio de ns entregar um cabo solteiro a cada rapaz, dizer-lhe que segure o cabo nas costas, dar-lhe a ordem de fazer um Lais de Guia. No fim de um minuto finda o tempo. A patrulha que fez 7 Lais de Guia conta 7 pontos e a que fez 2 conta 2 pontos. Uma competio de fogueira pode ser realizada entregando-se uma caixa de fsforos e uma panela a cada patrulha, e dando pontos patrulha que primeiro apresentar uma xcara de gua fervendo. Certa vez um examinador julgava uma prova cujo resultado deveria ser, em vez de gua fervendo, um omelete, mas no final se encontrou diante de um enigma indecifrvel: que um omelete? A nica resposta que achou foi: - Algo que no pode ser confundido com uma panqueca nem com ovos mexidos Alguns membros da Corte de Honra podem sugerir que sejam dados pontos por boa apresentao. Os pontos por Boa apresentao devem ser bem reduzidos, pois tarefa difcil e ingrata, para o Chefe Escoteiro ou para quem quer que seja, decidir qual a patrulha que se apresenta melhor. A Boa apresentao no acampamento mais fcil de ser julgada, e certamente uma competio pode ser feita sobre qual a barraca melhor cuidada. Convm lembrar que a patrulha melhor apresentada no ser certamente a que tem atitude e garbo militar, mas a que est sempre alerta e pronta para agir ou trabalhar. Uma boa patrulha, por exemplo, cumpre todas as ordens em marche-marche. Numa tropa de rapazes com bom nvel cultural excelente realizar semestralmente uma competio sobre o contedo do livro Escotismo para Rapazes. Cada patrulha seleciona dois membros para competir. O questionrio pode ser dado pelo Comissrio Distrital ou seu Assistente para o Ramo Escoteiro. Talvez seja uma boa idia realizar um competio para escolher o melhor ensaio sobre a Lei Escoteira, entendendo-se que ensaio uma dissertao de algumas pginas estudando e analisando metodicamente vrios aspectos do assunto focalizado, se possvel sob um ponto de vista original. Ou ento uma competio sobre o melhor relatrio de atividade ou dirio que relate o que fez ou o que sucedeu com a patrulha durante um certo perodo de tempo, um ou 33. 32 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 outro apresentado como um caderno ou pequeno livro escrito num estilo agradvel, com fotografias, ilustraes, caricaturas, mapas e uma capa ou encadernao apropriada. Para a competio, cada patrulha enviar um ensaio ou um relatrio. H uma tropa que tem uma competio em que vence a patrulha que apresentar o melhor acervo de Boas Aes de patrulha. Pode-se pensar, de incio, que essa competio tenderia para tornar os rapazes presunosos, mas, na realidade, se verificou que esse torneio de Boas Aes tem exatamente um efeito posto. Quanto mais no fosse, essa competio tem a vantagem de lembrar aos rapazes as boas aes dirias que devem fazer. No h nenhuma razo pela qual devam permanecer sempre os mesmos os assuntos ou provas da Competio. A Competio entre as patrulhas deve ter bastante elasticidade, e seu objetivo deve ser estimular as patrulhas nas suas atividades escoteiras e manter vivo nelas o entusiasmo e o interesse. Os rapazes gostam de competir uns com os outros e dificilmente algum achar que h demasiados assuntos em competio. Nalgumas das melhores tropas verificou-se que a patrulha vencedora habitualmente registra de 500 a 1.000 pontos no fim de uma competio de seis meses. Perguntaro agora qual ser o prmio da patrulha vencedora. Alguns Chefes Escoteiros erradamente fazem com que os escoteiros da melhor patrulha usem medalhas ou condecoraes especiais. Isto totalmente contrrio ao esprito dos regulamentos da nossa Entidade nacional, e deve ser, definitivamente, evitado. J existe uma boa quantidade de condecoraes e distintivos oficiais para os rapazes que estejam prontos a se esforarem para a sua obteno, e no devemos de modo algum estimular o aparecimento de uma multiplicidade de distintivos no oficiais. Quando os rapazes tm liberdade para decorar e enfeitar as paredes da sede que usam , uma boa idia possuir um Quadro de Honra. O nome da patrulha vencedora na competio semestral deve ser posto no Quadro. Possivelmente tendo abaixo, entre parnteses, o nome do Monitor. Nalguns casos talvez seja bom ter uma taa, trofu, escudo ou bandeirola como prmio patrulha vencedora. Atravs da 34. 33Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 cantina podem ser adquiridos estes trofus escoteiros. O Monitor vencedor ter o direito de levar o trofu para sua casa durante uma quinzena, e os demais membros da patrulha durante uma semana, permanecendo na sede da tropa durante as semanas restantes at que termine a competio seguinte. Outro modo fcil de premiar uma patrulha dar-lhe o privilgio de conduzir a bandeira da tropa at que outra patrulha a derrote. Se o Monitor no se mostra vivamente interessado pela vitria de sua patrulha na competio, h algo de errado com ele ou com seu Chefe Escoteiro. O Esprito Escoteiro de um dos dois precisa de tratamento mdico. Um lembrete final: - devem ter reparado que em todo este captulo usamos a palavra pontos e no usamos a palavras notas. Para alguns rapazes a palavra notas desagradvel, por ser de uso nitidamente escolar. 35. 34 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO XIII A PATRULHA NOS JOGOS Pode ser que algum Chefe Escoteiro irnico ache suprfluo devotar um captulo inteiro a este assunto, e diga que o jogo constitui proporcionalmente uma parte insignificante do Escotismo. Sei que algum responderia a este Chefe Escoteiro mandando-o ler a primeira pgina do Escotismo para Rapazes. Esta resposta s estaria errada porque o primeiro captulo deste livro no comea na pgina um, mas nele se encontram estas duas sentenas: No Escotismo a instruo deve ser dada, tanto quanto possvel, por meio da execuo prtica, dos jogos e das competies. Os jogos devem ser organizados de preferncia sob a forma de disputas entre equipes, cada patrulha constituindo uma equipe, e de modo tal que cada menino participe do jogo e nenhum fique simplesmente assistindo. Os jogos, portanto, constituem uma parte realmente importante do adestramento escoteiro. O prprio Escotismo pode ser descrito como o maior de todos os jogos. Convm, no entanto, lembrar que, nos grandes jogos ou nos pequenos jogos, nos jogos de sede ou nos jogos ao ar livre, num torneio de msculos ou num torneio de inteligncia, o essencial que a patrulha constitua a unidade em jogo, e que ningum fique como espectador. Muitos dos esplndidos jogos que os escoteiros devem jogar no mais precisam ser inventados porque o prprio Fundador j escreveu um livro sobre este assunto, livro que cada Chefe Escoteiro deve possuir. Alm disso todas as partes do Adestramento Escoteiro podem ser transformadas em jogos. O captulo anterior sobre competies de patrulhas explicou, em linhas gerais, como isto pode ser feito. 36. 35Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 O Chefe Escoteiro deve usar sua imaginao, mas, se for pouco imaginativo, poder usar a imaginao dos seus rapazes. Suas prprias idias podem se esgotar, mas, aps dois anos de escotismo, as idias dos rapazes sero to frteis quanto as dele o eram no incio. Em determinada tropa h certos momentos da reunio geral em que qualquer dos rapazes tem o direito de fingir que precisa urgentemente de Primeiros Socorros. Repentinamente um corre gritando que suas roupas esto pegando fogo. Ou ento tem um ataque epiltico ou rola uma escada at a rua. O caso encarado com seriedade e o rapaz recebe realmente o tratamento adequado ao acidente.. Um rapaz que sofre queimaduras por ter derramado um chaleira no trax, foi considerado em estado grave e teve de ser transportado de maca para casa, ficando proibido de comparecer prxima reunio! Muitos escoteiros foram visit-lo em casa para saber como ia passando e o Chefe mostrou-se aborrecido porque seus pais no permitiam seu internamento num hospital! A sinalizao , a natao, a orientao, o jogo do Kim e muitas outras coisas tambm podem ser ensinadas por este mtodo imaginativo. O resultado que se obtm em fazer todos os jogos tendo como equipe a patrulha , no s incrementar o esprito de patrulha, como tambm dar ao monitor um conhecimento mais exato e minucioso das vrias habilidades de todos os escoteiros de sua patrulha. 37. 36 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO XIV AS BOAS AES DE PATRULHA Um dia algum perguntou a um monitor que usava um distintivo de sapateiro porque conquistara tal especialidade. O rapaz, um escoteiro de Londres, explicou que os membros de sua patrulha no tinham recursos para pagar as passagens dos veculos que teriam que tomar para, nos sbados tarde, fazerem excurses pelo campo, nos arredores da cidade, e que tambm alguns pais no deixariam que fossem a p, por que isto gastaria as solas dos sapatos. Em face desta situao ele achou que a soluo seria aprender a consertar sapatos e dedicar uma noite por ms para auxiliar deste modo os escoteiros de sua patrulha. O objetivo do sistema de distintivos de especialidades e, sem dvida, no s fazer com que o rapaz se esforce para conquistar o distintivo, e realmente consiga conquist-lo, como tambm fazer com que uma vez conquistada a especialidade, o rapaz utilize os conhecimentos adquiridos com a maior freqncia possvel. Um escoteiro com a especialidade de Primeiros socorros deve na realidade cuidar dos ferimentos e dos resfriados de todos os rapazes com quem lida. Um escoteiro com a especialidade de Enfermeiro tem o direito de fazer o trabalho de um enfermeiro, e isto uma grande honra. Em alguns distritos foi organizado um plano de servio para os escoteiros enfermeiros, em combinao com uma Sociedade de Proteo aos Cegos. Uma patrulha tem o encargo de cuidar de um cego, ajudando-o por dois ou trs meses. Isto quer dizer que semanalmente dois diferentes escoteiros da patrulha so selecionados para visitar o caso que est sendo ajudado. Os rapazes entram pela casa rindo, procuram rir durante todo o tempo em que l estiverem, levam s vezes, um toca-discos, levam livros 38. 37Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 para cegos, em caracteres Braille, emprestados por alguma instituio, e procuram ser to teis e agradveis quanto seja possvel. uma grande coisa ter uma patrulha que realmente, durante o ano inteiro, procura fazer Boas Aes coletivas deste gnero. Muito se obtm fazendo os escoteiros compreenderem o que o Fundador estava sugerindo ao dizer que os escoteiros deveriam ser como os Cavaleiros Andantes de outrora, que iam pelo mundo procurando fazer boas aes. Esses Cavaleiros do passado salvaram donzelas em perigo, amarradas numa rvore no meio de uma clareira silvestre ou encadeadas na borda de um precipcio... O moderno cavaleiro de joelhos nus sabe que a donzela em perigo uma velha de oitenta anos que mora num sto e que perdeu a vista mas que, ainda assim, vale a pena ser um Cavaleiro moderno! Na verdade no h razo que impea uma boa patrulha de fazer continuamente Boas aes coletivas, porque isso igualmente possvel quer no campo, quer na cidade. Numa vila do interior os escoteiros sempre podem ajudar um casal de velhinhos, visitando-os e auxiliando-os a capinar o jardim ou a consertar as cadeiras. Nas cidades h grande nmero de instituies de caridade capazes de arranjar qualquer quantidade de servios de beneficncia para serem feitos por escoteiros voluntrios. 39. 38 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO XV AS VISITAS ENTRE PATRULHAS de importncia fundamental que cada patrulha tenha alguma coisa que justifique a sua existncia; ela deve saber para que e por existe. (Para que e por que existe, isto : - a posio da patrulha como grupo pertencente ao escotismo, sociedade e ao mundo; os princpios e ideais que possui, mantm e defende;a fora, valor, sabedoria, habilidades e significado da patrulha como unidade coletiva; e os objetivos e a meta que a patrulha procura alcanar com esforo e perseverana). Todas as patrulhas de nossa Ptria existem para cumprir as dez Leis Escoteiras, mas tambm devem existir como uma unidade capaz de fazer algum trabalho coletivo de utilidade. Foi por esta razo que o Fundador recomendou a especializao de Patrulha. Uma patrulha pode ser um peloto de Primeiros Socorros, ou capaz de construir uma ponte, ou um destacamento mvel de ciclistas, ou uma sociedade de naturalistas, ou uma corporao de hbeis artesos ou uma equipe de cozinheiros. Tambm pode ser um grupo de cantores negros, um bando de palhaos, ou uma tribo indgena que apresenta suas danas guerreiras. Se cada uma das patrulhas consegue fazer alguma coisa deste gnero, o Chefe Escoteiro no ter dificuldades em organizar um espetculo de sucesso em benefcio das finanas da tropa. Nas reunies do Conselho de Patrulha devem ser revistos de vez em quando os trabalhos e atividades que tm realizado, e avaliado com exatido o que coletivamente so capazes de fazer. Sobre este assunto o melhor dos estmulos para o desenvolvimento das patrulhas so as visitas entre patrulhas. A idia bsica a seguinte: - uma noite a patrulha do 40. 39Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Crocodilo do 10 Grupo de Timbutto faz uma visita sede do 1 Grupo de Kassambara. uma longa viagem, mas, ao chegar so calorosamente recebidos e solicitados a fazerem uma representao qualquer.Abrem o programa com uma Dana dos Crocodilos. Seus hospedeiros fazem ento uma demonstrao de sinalizao e de trabalhos de pioneiria. Os crocodilos respondem mostrando suas habilidades com um simples basto. Os de casa terminam o programa mostrando um ou dois jogos excelentes que so uma especialidade do 1 de Kassambara. Aps os refrescos e doces, os Crocodilos nadam para casa. Uma semana depois a patrulha do Antlope de Kassambara para a visita da patrulha de Timbutoo. Fazendo demonstraes sobre emendas e costuras de cabos e de ginstica. Os que hospedam mostram como fazer um uniforme para os escoteiros do Saara. Como isto no demora muito, preparam tambm um jantar para suas visitas, e antes que se retirem juntam-se todos cantando algumas alegres canes. A finalidade das visitas entre patrulhas dupla: em primeiro lugar desenvolve bastante a individualidade da patrulha; em segundo lugar aumenta o saber e alarga amplamente a viso das tropas que as praticam. 41. 40 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO XVI A PATRULHA NO ACAMPAMENTO Nos acampamentos escoteiros as barracas no so armadas formando alinhamentos e ruas como nos acampamentos militares, mas, ao contrrio, disseminadas pelo terreno, afastadas 50, 100 ou mais metros umas das outras, e formando como que um grande crculo em torno da barraca do Chefe Escoteiro. Desta forma se mantm cada patrulha como uma unidade separada. Habitualmente cada patrulha tem sua prpria barraca, bem distante de todas as outras, mas ao alcance de um sinal de chamada da barraca do Chefe Escoteiro. O Monitor pode fazer um abrigo ou armar sua prpria barraquinha, dormindo fora, mas, bem junto da barraca da patrulha. Para que a patrulha compreenda sua importncia como uma unidade autnoma, no h, num ano inteiro de atividades escoteiras, oportunidade mais certa e mais marcante do que o grande acampamento anual, em geral realizado nas frias de vero. Durante todo o acampamento o Monitor totalmente responsvel pela disciplina e pela organizao dos trabalhos e atividades de sua patrulha. No final, a patrulha que se manteve sempre nas melhores condies possveis quanto organizao e a apresentao, habitualmente recebe algo em reconhecimento do esforo feito. Umas das melhores coisas que podemos fazer tornar cada patrulha responsvel pela sua prpria cozinha. Talvez isto seja impraticvel no grandes acampamentos, concentraes e Jamborees; mas quando uma tropa passa uns dias sob as lonas num local bem escolhido para um acampamento de tropa, nada funciona melhor do que a cozinha por patrulha. Alm disso a cozinha por patrulha evita o aborrecimento de ter que transportar uma pesada carga de material de acampamento. 42. 41Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Quando soa o apito ou o Chamado convencional da tropa para as refeies, para os servios religiosos ou para qualquer reunio, o Monitor pe sua patrulha em forma defronte da barraca da patrulha e depois marcha em fila indiana at o local de concentrao, se h um designado, ou vai em marche-marche at o Chefe Escoteiro, onde fazem a concentrao circular j descrita. A concentrao circular pode ser usada constantemente na rotina diria do acampamento. Num acampamento escoteiro comum, o uso de uma Trompa de Chifre para os toques de chamada muito mais escoteiro que a corneta, por ser menos ruidosa e menos capaz de perturbar as pessoas que moram nas vizinhanas. Quando as patrulhas no esto encarregadas de sua prpria cozinha, a cozinha geral ficar cada dia sob o encargo de uma patrulha diferente. Outra patrulha ser responsvel por servir mesa e uma outra se encarregar do trabalho de manter o acampamento limpo. Todos os trabalhos do acampamento sero feitos pelas patrulhas em rodzio, para que todas consigam durante a semana uma boa experincia nos mais variados encargos que se lhes possa dar. Nalgumas tropas especialmente adestradas ou que esto prximas dos locais permanentes de acampamentos coletivos, o Chefe Escoteiro pode permitir aos seus Monitores que cada um leve a sua patrulha para acampar sozinha nos fins de semana. uma atividade excelente mas que deve ser vista como um privilgio especial que o Monitor consegue mostrando antes, em coisas menores, que se pode confiar na sua responsabilidade. 43. 42 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO XVII DIFICULDADES possvel que um Chefe Escoteiro, tendo lido todo este volume at aqui, esteja pensando consigo mesmo: Concordo que o Sistema de Patrulhas o melhor meio de organizar e dirigir uma Tropa Escoteira, e tenho a certeza de que muitas das melhores Tropas da nossa terra so orientadas segundo as linhas bsicas deste sistema, mas, tendo em vista as circunstncias excepcionais em que me encontro, totalmente impossvel para mim adotar o Adestramento de Patrulhas em minha prpria Tropa . Um Chefe Escoteiro apontar como sendo as suas circunstncias excepcionais as caractersticas singulares e especiais dos seus rapazes ou so excepcionalmente inconstantes ou so surpreendentemente slidos e imutveis. Outro falar das residncias dos seus rapazes, espalhadas por um grande territrio e das longas distncias que devem transpor nas escuras noites de inverno. Um outro Chefe Escoteiro achar que na sua tropa existem dificuldades especiais com respeito aos rapazes mais velhos; outro descobre que sua situao singular decorre dos mais jovens. Ainda outro diz que no pode trabalhar com sua tropa separada em patrulhas porque no possui um assistente para auxili-lo; e outro acha que impossvel porque tem esposa e trs filhos e tem que trabalhar at tarde no escritrio. H no entanto um ponto a lembrar: - no h tropa, seja da cidade ou seja do interior, que no melhore cem por cento quando passa a seguir rigorosamente as linhas traadas pelo Fundador. preciso admitir que dificilmente se encontra um s chefe escoteiro em toda a Fraternidade que no seja um homem excepcional, trabalhando com rapazes de caractersticas extraordinrias, sob a condies raras e singulares, e com dificuldades especiais, peculiares e nunca vistas. Mas a que est 44. 43Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 todo o encanto do Escotismo ! O prprio Movimento , em si mesmo, uma originalidade uma originalidade de inspirao genial e portanto para que consiga o sucesso preciso que se utilizem mtodos de adestramento e de organizao que sejam tambm especiais, originais e caractersticos. Tais mtodos se encontram resumidos sob o ttulo Sistema de Patrulhas. Mas aparecer um outro chefe escoteiro para dizer: - Creio neste Sistema de Adestramento, mas infelizmente h dois ou trs anos que dirijo minha tropa seguindo uma outra orientao, e agora no possvel mudar... Ah! Se eu pudesse comear de novo como seria diferente!... De uma vez por todas quero deixar aqui bem claro, livre de qualquer possibilidade de parecer ambguo ou de ser mal interpretado: - o Sistema de Patrulhas no um plano terico e formal, no uma frmula rgida e seca, ao contrrio, ele surge de uma atitude especial da mente a crena de que a formao do carter e a educao do rapaz devem ser desenvolvidos de dentro para fora, e no imposto de fora para dentro. Na verdade so os prprios rapazes que se transformam e se tornam escoteiros ningum mais no mundo poderia fazer neles esta transformao. O calo curto e a camisa podem ser impostos externamente, mas, s da alma e do corao do rapaz pode surgir e evoluir o Esprito Escoteiro! Esta atitude mental que caracteriza o Sistema de Patrulhas no demora anos para se produzir em algum: - surge numa semana ao se reler o Escotismo para Rapazes, procurando sentir o livro sob o ponto de vista do rapaz, isto , como o rapaz o sentiria. O modo de iniciar o Sistema de Patrulhas numa tropa : conversar inicialmente com os rapazes sobre a idia da Patrulha como uma unidade autnoma, e a seguir, sem perda de tempo, instituir a Corte de Honra e a Competio entre Patrulhas como duas caractersticas permanentes da Tropa. O desenvolvimento subseqente vir por si s. 45. 44 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 CAPTULO XVIII COMO INICIAR UMA TROPA PELO SISTEMA DE PATRULHAS Quem tiver alguma experincia em Escotismo dar sempre pelo menos trs palavras de conselho a um amigo que esteja para iniciar uma Tropa: Comece com poucos. muitssimo freqente comear com um nmero demasiado grande; dificilmente se v algum comear com um nmero insuficiente. Em captulos anteriores mostramos que para se conseguir um completo sucesso com o Sistema de patrulhas h necessidade de dar aos monitores e submonitores maior soma de conhecimentos e de idias do que as que possuem no momento os rapazes que eles devem dirigir. Os mtodos do Sistema de Patrulhas devem ser adotados desde os momentos iniciais. Suponhamos que o futuro chefe escoteiro promoveu uma reunio dos rapazes de sua localidade ou dos rapazes ligados a uma Igreja, um clube ou uma escola. Deve ter se esforado para obter um bom orador, possivelmente o seu Comissrio Distrital ou algum chefe escoteiro experimentado das vizinhanas, para explicar aos rapazes o que o Movimento Escoteiro. O futuro chefe tambm deve falar nesta reunio aos rapazes presentes, informando que iniciar uma tropa dentro de trs ou quatro meses. Mas que nesta noite vai anotar os nomes dos que acham que gostariam de se inscrever. Desta lista selecionar dez ou doze dos rapazes que lhe paream mais espertos e comear imediatamente o adestramento dos escolhidos. Depois da primeira quinzena ficar apenas com os oito melhores para continuar o adestramento. Estes oito passaro nas provas de novio e faro a Promessa Escoteira, conquistando ento o direito de usar o uniforme escoteiro. 46. 45Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Nos meses seguintes o Chefe Escoteiro ir adestr-los nas provas de segunda classe. O tempo necessrio para um rapaz tornar-se segunda classe depende da idade, da educao e do ambiente em que vive. Quando se d aos rapazes uma ateno especial este perodo durar de quatro a seis meses. Quando todos j forem segunda classe o chefe escoteiro designar os Monitores e submonitores. Se os oito so todos merecedores de confiana nomear quatro Monitores e quatro Submonitores. Se isto no for possvel nomear trs Monitores e Submonitores e colocar dois outros rapazes como membros das patrulhas. Neste momento o Chefe Escoteiro entrar em comunicao com os rapazes que na reunio inicial deram seus nomes ou ento promover outra reunio, e s agora realmente organizar as patrulhas e iniciar sua tropa. Se tem trs monitores e trs submonitores aceitar mais treze e far trs patrulhas de sete. Este efetivo ser excelente para o primeiro ano, ainda que em certos casos, especialmente nas cidades, seja difcil deixar de receber um nmero muito maior. Como pode ser previsto, o entusiasmo dos rapazes que compareceram primeira reunio, estar muito diminuda aps trs ou quatro meses de espera. Deixando de lado, entretanto, a possibilidade sempre existente de se reavivar rapidamente o entusiasmo dos rapazes quando isto for necessrio, devemos lembrar que o rapaz que esperou trs ou quatro meses e ainda deseja ser escoteiro, constitu a matria-prima de melhor qualidade para se construir uma tropa forte, capaz de formar uma boa tradio. Em um bom nmero de casos o futuro Chefe Escoteiro julgar que so quase esmagadora as razes contrrias a um comeo com apenas um punhado de rapazes. Ainda nestes casos se deve fazer a mesma recomendao anterior: - Comece com poucos e se deve catequizar desde o princpio o Chefe Escoteiro para convenc-lo a dar facilidades especiais para os seus monitores e submonitores. Em nenhuma hiptese os monitores e submonitores devem ser nomeados antes que os rapazes tenham passado nas provas de novio. Sempre que for possvel, as nomeaes devem ser transferidas at que os rapazes se tornem escoteiros de segunda classe. Possivelmente isto se aplicar mais no interior do que nas cidades. 47. 46 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 Antes de nomear um monitor o chefe escoteiro dir sempre ao rapaz exatamente o que se espera dele, no s na tropa, como tambm na Fraternidade Escoteira, pois o Comissrio Nacional, sendo o Escoteiro-Chefe, muito espera do trabalho e da responsabilidade de todos os monitores do Movimento. Seria um grande erro nomear um rapaz que de antemo se sabe no ser suficientemente esperto nem estar preparado para desempenhar o seu cargo. Resumindo, o mtodo aconselhado para se iniciar um tropa em essncia o seguinte: dar aos Monitores e submonitores oportunidades para que fiquem sempre muito adiante dos outros rapazes, quer em conhecimentos escoteiros, quer em experincia prtica de escotismo. Desejo terminar este livro com as mesmas palavras iniciais, as palavras do Fundador na primeira edio do Escotismo para Rapazes: Em todos os casos, como um passo decisivo para o sucesso, recomendaria muitssimo o uso do Sistema de Patrulhas, isto , a formao de pequenos grupos permanentes, cada um sob a responsabilidade de um rapaz encarregado da Chefia. 48. 47Srie Ser Escoteiro ...Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 UMA PALAVRA AOS MONITORES (Baden Powell) Quero que vocs, monitores, entrem em ao e adestrem suas patrulhas inteiramente sozinhos e a sua moda, porque para vocs perfeitamente possvel pegar cada rapaz da patrulha e fazer dele um bom camarada, um verdadeiro homem. De nada vale ter um ou dois rapazes admirveis e o resto prestando para nada. Vocs devem pro- curar faz-los todos positivamente bons. Para conseguir isso a coisa mais importante o prprio exemplo, porque, o que vocs fizerem, os seus escoteiros tambm faro. Mostrem a todos eles que vocs sabem obedecer as or- dens dadas, sejam elas ordens verbais, ou sejam regras que estejam escritas ou impressas; e que vocs cumprem ordens, esteja ou no o Chefe Escoteiro presente. Mostrem que conseguem conquistar dis- tintivos de especialidades, e, com um pouco de persuaso, os seus rapazes seguiro o seu exemplo. Mas lembrem-se que vocs devem gui-los e no empurr-los. 49. 48 Srie Ser Escoteiro ... Volume 3 Produzido pela UEB/RS - Edio Impressa: Gesto 2001/2003 - Edio Digital: Gesto 2004/2006 21/RS G. E. CRUZEIRO DO SUL 30/RS G. E. HUMAIT-SUL 36/RS G. E. IGUASS 37/RS G. E. SILVA PAES 47/RS G. E. TUPANCIGUARA 61/RS G. E. TABAJARA 65/RS G. E. CIRETAMA 96/RS G. E. ANHANGUERA 100/RS G. E. MEDIANEIRA 173/RS G. E. HARMONIA 175/RS G. E. MATE AMARGO 209/RS G. E. 20 DE SETEMBRO 262/RS G. E. DO AR URUGUAIANA NEIDA TEREZINHA LIMA DE OLIVEIRA BRESSIANI TECNOLOGIALTDA PISONIAR CONDICIONADO LTDA Esta publicao foi possvel graas ao apoio de: PISONI AR CONDICIONADO LTDA SERVIOS DE INSTALAES, CONSERTOS MANUTENO E DUTOS ELTRICAEMGERAL Alberto Pisoni Celular: 9985.2272 50. PUBLICADO POR UNIO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL REGIO DO RIO GRANDE DO SUL