01 apostila contabilidade avançada setembro de 2010

67
ii Sumário 1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1 1.1 EMENTA 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1 1.3 OBJETIVOS 1 1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 1.5 METODOLOGIA 2 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2 1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 3 CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR 3 2. CONTABILIDADE AVANÇADA 4 2.1 INTRODUÇÃO 4 2.2 MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 4 2.2.1 MÉTODO DE CUSTO 4 2.2.2 EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 5 2.3 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 18 2.3.1 OBJETIVO DA CONSOLIDAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 18 2.3.2 DEFINIÇÕES 18 2.3.3 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS 19 2.3.4 ABRANGÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS 19 2.3.4 PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO 21 2.3.5 PERDA DE CONTROLE 23 2.3.6 DIVULGAÇÃO 25 2.3.7 EXEMPLOS ILUSTRATIVOS 26 2.3.8 MODELO DE PAPÉIS DE TRABALHO 30 2.3.9 CONSOLIDAÇÃO ILUSTRAÇÃO 31 3. MATERIAL COMPLEMENTAR À DISCIPLINA 36 TEXTO INTEGRAL DA INSTRUÇÃO CVM Nº 247, DE 27 DE MARÇO DE 1996, COM AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELAS INSTRUÇÕES CVM Nº 269/97, 285/98, 464/08 E 469/08. 36 4. EXERCÍCIOS 49 4.1 MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 49 EXERCÍCIO 1 49

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Page 1: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

ii

Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1

1.1 EMENTA 1

1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1

1.3 OBJETIVOS 1

1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1

1.5 METODOLOGIA 2

1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2

1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 3

CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR 3

2. CONTABILIDADE AVANÇADA 4

2.1 INTRODUÇÃO 4

2.2 MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 4 2.2.1 MÉTODO DE CUSTO 4

2.2.2 EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 5

2.3 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 18 2.3.1 OBJETIVO DA CONSOLIDAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 18

2.3.2 DEFINIÇÕES 18

2.3.3 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS 19

2.3.4 ABRANGÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS 19

2.3.4 PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO 21

2.3.5 PERDA DE CONTROLE 23

2.3.6 DIVULGAÇÃO 25

2.3.7 EXEMPLOS ILUSTRATIVOS 26

2.3.8 MODELO DE PAPÉIS DE TRABALHO 30

2.3.9 CONSOLIDAÇÃO – ILUSTRAÇÃO 31

3. MATERIAL COMPLEMENTAR À DISCIPLINA 36

TEXTO INTEGRAL DA INSTRUÇÃO CVM Nº 247, DE 27 DE MARÇO DE 1996, COM AS

ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELAS INSTRUÇÕES CVM Nº 269/97, 285/98, 464/08 E

469/08. 36

4. EXERCÍCIOS 49

4.1 MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 49 EXERCÍCIO 1 49

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iii

EXERCÍCIO 2 49

EXERCÍCIO 3 50

EXERCÍCIO 4 50

EXERCÍCIO 5 51

EXERCÍCIO 6 52

EXERCÍCIO 7 53

EXERCÍCIO 8 54

4.2 EXERCÍCIOS DE CONSOLIDAÇÃO 55 EXERCÍCIO 9 55

EXERCÍCIO 10 58

EXERCÍCIO 11 61

5. SLIDES 65

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Contabilidade Avançada

1

1. Programa da Disciplina

1.1 Ementa

Métodos de Avaliação de Investimentos: Método de Custo e Equivalência Patrimonial.

Critérios de Contabilização do Resultado de Equivalência Patrimonial.Conceito de

Controladas, Coligadas e Equiparadas.Resultado não Realizado. Eliminação do Lucro

nos Estoques, Investimentos e Imobilizado. Principais mudanças dos Aspectos de

Consolidação das demonstrações Contábeis.

1.2 Carga horária total

24 horas-aula.

1.3 Objetivos

Explicar aos participantes os conceitos relacionados a contabilização de

investimentos pelo método de custo e pelo método de equivalência patrimonial, os

conceitos de consolidação das demonstrações contábeis, conforme a literatura em

vigor ; e

Explicar aos participantes como apurar e contabilizar (1) os investimentos pelo

método de custo e método de equivalência patrimonial, e (2) a consolidação. das

demonstrações

1.4 Conteúdo programático

Método de Avaliação de

Investimentos

- Objetivo

- Legislação Aplicável

- Método de Custo

- Método de Equivalência

Patrimonial

- Apuração

- Contabilização

- Resultados não Realizados

Equivalência Patrimonial

- Legislação aplicável

- Caracterização de coligação, controle e de

subsidiária integrada

- Investimentos relevantes

- Sociedade equiparada a coligada

- Caracterização, controle de ágio, deságio e

provisão para perdas em investimentos(valor

justo)

Contabilização do Resultado de Equivalência

Patrimonial

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Contabilidade Avançada

2

- Dividendos recebidos

- Resultado da investida

- Patrimônio líquido negativo

- Ajustes de exercícios anteriores

- Variação na participação acionária

- Fatos ocorridos no período de defasagem

Resultados não Realizados

- Eliminação de lucro nos estoques

- Eliminação de lucro nos investimentos

- Eliminação de lucro no imobilizado

Casos Práticos

Consolidação das

Demonstrações Contábeis

- Objetivo

- Legislação Aplicável

- Apuração

- Resultados não Realizados

- Imposto de Renda Diferido

Objetivo da consolidação

Legislação aplicável

Caracterização do conglomerado econômico

Sociedade controlada em conjunto

Sociedades a serem excluídas da consolidação

Eliminação de resultados não realizados

Participação de 3ºs

- Conceituação

- Cálculo

Caracterização e apuração do imposto de renda

diferido

Casos Práticos

1.5 Metodologia

As exposições com caráter informativo serão compactadas por temas, devendo ser o

mais prático possível, com exemplos relevantes para ilustração dos respectivos assuntos

e aplicação de exercícios.

1.6 Critérios de avaliação

O grau total que pode ser atribuído ao aluno obedecerá à seguinte ponderação:

30% - referentes às atividades, presenciais, em equipe e em sala de aula; e

70% - referentes à avaliação individual a ser realizado após o término da

disciplina.

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Contabilidade Avançada

3

1.7 Bibliografia recomendada

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de

Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo: Atlas, 2008.

MOBILIÁRIOS, Comissão de Valores. Instruções nº 247/96, nº 269/97, nº 285/98, nº

464/08 e 469/08.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis: CPCs 17 e 18.

Sites: www.cvm.gov.br; www.cfc.org.br; www.cpc.org.br

Curriculum resumido do professor

Antonio Ranha é mestre em Economia Empresarial pela Universidade Cândido

Mendes - RJ, bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Gama Filho RJ. Foi

auditor da KPMG Auditores no período de 1988 a 2001, responsável pelas áreas de

auditoria em Instituições Financeiras e Transportes Marítimos e Terminais Portuários

nos níveis do escritório do Rio de Janeiro e Brasil, respectivamente. Principal executivo

financeiro da ALTM S.A., no período de 2001 a 2002 e desde 2003 tem se dedicado na

prestação de serviços de auditoria e consultoria em médias e grandes empresas dos

seguimentos Financeiros, Comércio e Indústria, Prestação de serviços, Navegação

Marítima e Terminais portuários. Professor concursado da Universidade Federal

Fluminense na Escola de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda - RJ. Membro

do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON e representante adjunto

do Brasil junto ao IFAC(International Federation of Accountants), no Comitê de

pequenas e médias empresas de auditoria. Membro da Comissão de Educação

Profissional Continuada no Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro. É

membro efetivo do conselho fiscal da GPC Participações S.A. desde o exercício de

2001 e da Refinaria de Petróleos de Manguinhos S.A.(1999, 2000, 2008 e 2009). Possui

Certificado Nacional de Auditor Independente - CNAI, para atuar em auditorias de

Companhias de Capital Aberto (CVM) e Instituições Financeiras (BACEN). É professor

da FGV Management e diversas outras instituições de ensino em cursos de MBA, pós-

graduação e de educação profissional continuada ligados às áreas de auditoria,

contabilidade, controladoria e tributos. Integrante da equipe de Autores do Livro

Auditoria das Demonstrações Contábeis, da série Gestão Financeira, Controladoria e

Auditoria do FGV Management, FGV Editora, 2007.

Page 6: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

4

2. Contabilidade Avançada

2.1 Introdução

Equivalência patrimonial e consolidação são consideradas disciplinas de contabilidade

avançada pressupondo, portanto, que os alunos já detenham conhecimentos básicos de

contabilidade.

No mundo moderno, com o advento da globalização dos mercados, o capital das

empresas passa a ser multinacional, caracterizando-se pela entrada, em nosso país, do

acionista estrangeiro via privatização, compra direta de participação acionária ou

mesmo através da constituição das novas empresas.

O fortalecimento das empresas nacionais por intermédio de aquisição de participação

acionária é também fator de extrema relevância no mundo moderno de hoje.

Isto posto, cada vez mais ganha importância os tópicos especiais de contabilidade de

Equivalência Patrimonial e Consolidação a seguir ministrados.

2.2 Método de Avaliação de Investimentos

2.2.1 Método de Custo

No método de custo os investimentos são avaliados ao preço de custo mais correção

monetária menos provisão para perdas permanentes. Em resumo, este método baseia-se

no fato de que a empresa investidora registra somente as operações ou transações

baseadas em atos formais, pois, de fato, os dividendos são registrados como receita no

momento em que são declarados e distribuídos, ou provisionados pela empresa

investida.

Dessa forma, no método de custo não importa a geração efetiva dos lucros ou reservas

mas, sim, as datas e os atos formais de sua distribuição. Assim, deixa-se de reconhecer

na Empresa investidora os lucros e reservas gerados e não distribuídos pela coligada ou

controlada.

Page 7: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

5

2.2.2 Equivalência Patrimonial

Introdução

No método de equivalência patrimonial se concentram as maiores complexidades e

dificuldades de aplicação prática. Todavia, apresenta resultados muito mais adequados.

Esse critério traz reflexos relevantes nas demonstrações financeiras de muitas empresas,

com repercussões positivas, particularmente no mercado de capitais, pois as empresas

reconhecem os resultados de seus investimentos relevantes em coligadas e controladas,

definidos adiante, no momento em que tais resultados são gerados naquelas empresas, e

não somente no momento em que são distribuídos na forma de dividendos, como ocorre

no método de custo.

Dessa forma, o método da equivalência patrimonial acompanha o fato econômico, que é

a geração dos resultados e não a formalidade da distribuição de tal resultado.

Definições

Os termos a seguir são utilizados na presente apostila com os seguintes significados:

Coligada é uma entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de

sociedade tal como uma parceria, sobre a qual o investidor tem influência

significativa e que não se configura como controlada ou participação em

empreendimento sob controle conjunto (joint venture).

Demonstrações consolidadas são demonstrações contábeis de um conjunto

de entidades (grupo econômico) apresentadas como se fossem as de uma

única entidade econômica.

Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da

entidade de forma a obter benefícios de suas atividades.

Método de equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio

do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e

posteriormente ajustado pelo reconhecimento da participação atribuída ao

investidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. O resultado do

período do investidor deve incluir a parte que lhe cabe nos resultados gerados

pela investida.

Controle conjunto é o compartilhamento do controle, contratualmente

estabelecido, sobre uma atividade econômica que existe somente quando as

decisões estratégicas, financeiras e operacionais relativas à atividade

exigirem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle

(os empreendedores).

Demonstrações separadas são aquelas apresentadas por uma controladora,

um investidor em coligada ou um empreendedor em uma entidade controlada

em conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no

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Contabilidade Avançada

6

valor do interesse direto no patrimônio (direct equity interest) das investidas,

em vez de nos resultados divulgados e nos valores contábeis dos ativos

líquidos das investidas. Não se confundem com as demonstrações contábeis

individuais.

Influência significativa é o poder de participar nas decisões financeiras e

operacionais da investida, sem controlar de forma individual ou conjunta

essas políticas.

Controlada é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de

sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por

meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem,

de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de

eleger a maioria dos administradores.

As demonstrações contábeis em que o método de equivalência patrimonial é aplicado

não são demonstrações contábeis separadas e também não são demonstrações contábeis

separadas aquelas da entidade que não tenha controladas, coligadas ou participações em

entidades controladas em conjunto. A essas demonstrações se dá o nome de

demonstrações contábeis individuais. As disposições sobre investimento em controlada

desta Norma se referem exclusivamente ao investimento contido nessas demonstrações

individuais.

2.2.2.1 Influência significativa

Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de

controladas), vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele

tenha influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o

contrário. Por outro lado, se o investidor detém, direta ou indiretamente (por meio de

controladas, por exemplo), menos de vinte por cento do poder de voto da investida,

presume-se que ele não tenha influência significativa, a menos que essa influência

possa ser claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da

investida por outro investidor não necessariamente impede que o investidor minoritário

tenha influência significativa.

A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por um

ou mais das seguintes formas:

(a) Representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;

(b) Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre

dividendos e outras distribuições;

(c) Operações materiais entre o investidor e a investida;

(d) Intercâmbio de diretores ou gerentes; ou

(e) Fornecimento de informação técnica essencial.

A entidade pode ter em seu poder direitos de subscrição, warrants de compras de ações,

opções de compra de ações, instrumentos de dívida ou patrimoniais conversíveis em

ações ordinárias ou outros instrumentos semelhantes com potencial de, se executados

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Contabilidade Avançada

7

ou convertidos, conferir à entidade poder de voto adicional ou reduzir o poder de voto

de outra parte sobre as políticas financeiras e operacionais da investida (isto é,

potenciais direitos de voto). A existência e a efetivação dos potenciais direitos de voto

prontamente exercíveis ou conversíveis, incluindo os potenciais direitos de voto detidos

por outras entidades, são consideradas na avaliação de a entidade possuir ou não

influência significativa ou controle. Os potenciais direitos de voto não são exercíveis ou

conversíveis quando, por exemplo, não podem ser exercidos ou convertidos até uma

data futura ou até a ocorrência de evento futuro.

Ao avaliar se os potenciais direitos de voto contribuem para a influência significativa

ou para o controle, a entidade deve reexaminar todos os fatos e circunstâncias

(inclusive os termos do exercício dos potenciais direitos de voto e quaisquer outros

ajustes contratuais considerados individualmente ou em conjunto) que possam afetar os

direitos potenciais, exceto pela intenção da administração e a capacidade financeira em

exercê-los ou convertê-los.

A entidade perde a influência significativa sobre a investida quando ela perde o poder

de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais daquela

investida. A perda da influência significativa pode ocorrer com ou sem uma mudança

no nível de participação acionária absoluta ou relativa. Isso pode ocorrer, por exemplo,

quando uma coligada torna-se sujeita ao controle de governo, tribunal, órgão

administrador ou entidade reguladora. Isso pode ocorrer também como resultado de

acordo contratual.

2.2.2.2 Método de equivalência patrimonial

Pelo método de equivalência patrimonial, um investimento em coligada e em

controlada (neste caso, no balanço individual) é inicialmente reconhecido pelo custo e o

seu valor contábil será aumentado ou diminuído pelo reconhecimento da participação

do investidor nos lucros ou prejuízos do período, gerados pela investida após a

aquisição. A parte do investidor no lucro ou prejuízo do período da investida é

reconhecida no lucro ou prejuízo do período do investidor. As distribuições recebidas

da investida reduzem o valor contábil do investimento. Ajustes no valor contábil do

investimento também são necessários pelo reconhecimento da participação

proporcional do investidor nas variações de saldo dos componentes dos outros

resultados abrangentes da investida, reconhecidos diretamente em seu patrimônio

líquido. Tais variações incluem aquelas decorrentes da reavaliação de ativos

imobilizados, quando permitida legalmente, e das diferenças de conversão em moeda

estrangeira, quando aplicável. A parte do investidor nessas mudanças é reconhecida de

forma reflexa, ou seja, em outros resultados abrangentes diretamente no patrimônio

líquido do investidor, e não no seu resultado.

Na existência de potenciais direitos de voto, a participação do investidor nos lucros ou

prejuízos da investida e nas mudanças no patrimônio da investida é determinada com

base nas participações no controle acionário atual, e não reflete o possível exercício ou

conversão dos potenciais direitos de voto.

Page 10: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

8

2.2.2.3 Aplicação do método de equivalência patrimonial

O investimento em coligada e em controlada (neste caso, no balanço individual) deve

ser contabilizado pelo método de equivalência patrimonial, exceto quando, e se

permitido legalmente:

(a) O investimento for classificado como mantido para venda, de acordo com os

requisitos da NBC T 19.28 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e

Operação Descontinuada;

(b) For aplicável a exceção contida no item 10 da NBC T 19.36 – Demonstrações

Consolidadas ao permitir que a controladora que também tenha participação em

entidade controlada conjuntamente não apresente demonstrações contábeis

consolidadas; ou

(c) Todas as condições a seguir forem aplicáveis, respeitada a legislação vigente:

1. O investidor é ele próprio uma controlada (integral ou parcial) de outra

entidade, a qual, em conjunto com os demais acionistas ou sócios, incluindo

aqueles sem direito a voto, foram consultados e não fizeram objeção quanto à

não aplicação do método de equivalência patrimonial pelo investidor;

2. Os instrumentos de dívida ou patrimoniais do investidor não são negociados em

mercado aberto (bolsas de valores domésticas ou estrangeiras ou mercado de

balcão – mercado descentralizado de títulos não listados em bolsa de valores ou

cujas negociações ocorrem diretamente entre as partes, incluindo mercados

locais e regionais);

3. O investidor não registrou e não está em processo de registro de suas

demonstrações contábeis na Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão

regulador, visando à emissão de qualquer tipo ou classe de instrumento no

mercado aberto; e

4. A controladora final (ou intermediária) do investidor disponibiliza ao público

suas demonstrações contábeis consolidadas em conformidade com as Normas

Brasileiras de Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade.

Quando o investimento em coligada e em controlada, previamente classificado como

mantido para venda, não mais atender os critérios necessários para essa classificação,

ele deve ser contabilizado pelo método de equivalência patrimonial desde a data em

que tiver sido inicialmente classificado como mantido para venda. As demonstrações

contábeis do investidor, correspondentes aos períodos desde a classificação do

investimento em coligada e em controlada como mantido para venda devem ser

adequadamente ajustadas.

O reconhecimento de receita com base no recebimento de dividendos (e outras

distribuições de lucro) pode não ser uma mensuração adequada do resultado obtido por

investidor sobre o investimento na coligada ou na controlada uma vez que essas

distribuições podem ter pequena relação com o desempenho da investida. Em razão de

o investidor ter influência significativa sobre a coligada, ele tem uma participação no

desempenho da coligada e consequentemente, no retorno sobre seu investimento. O

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Contabilidade Avançada

9

investidor contabiliza essa participação pela ampliação do alcance de suas

demonstrações contábeis para incluir sua parte nos resultados gerados por essa

coligada. Como consequência, a aplicação do método de equivalência patrimonial

proporciona informações mais úteis acerca dos ativos líquidos e dos lucros ou prejuízos

do investidor. O mesmo se aplica ao investimento em controlada no caso de um

balanço individual.

O investidor deve suspender o uso do método de equivalência patrimonial a partir da

data em que deixar de ter influência significativa sobre a coligada e deixar de ter

controle sobre a até então controlada (exceto, no balanço individual, se a investida

passar de controlada para coligada), a partir desse momento, contabilizar o

investimento como instrumento financeiro. Se a coligada passar a ser sua controlada ou

então um empreendimento sob controle conjunto o Investimento em Empreendimento

Controlado em Conjunto (Joint Venture), permanece o uso da equivalência patrimonial

nas demonstrações individuais. Quando da perda de influência e do controle, o

investidor deve mensurar ao valor justo qualquer investimento remanescente que

mantenha na ex-coligada ou ex-controlada. O investidor deve reconhecer no resultado

do período qualquer diferença entre:

1. O valor justo do investimento remanescente se houver, e qualquer montante

proveniente da alienação parcial de sua participação na coligada e na controlada; e

2. O valor contábil do investimento na data em que foi perdida a influência

significativa ou foi perdido o controle.

Na data em que a investida deixa de ser uma coligada ou controlada e passa o

investimento a ser contabilizado como instrumento financeiro, o valor justo desse

investimento será considerado no seu reconhecimento inicial como ativo financeiro.

Se o investidor perde a influência significativa sobre a coligada, ou se perde o controle

sobre a controlada (sem que passe para a categoria de coligada), ele deve contabilizar

todos os valores reconhecidos de forma reflexa em seu patrimônio líquido provenientes

de resultados diretamente reconhecidos no patrimônio líquido da coligada e da

controlada (outros resultados abrangentes), nas mesmas bases que seriam requeridas se

a investida tivesse alienado os ativos e passivos que lhes deram origem. Portanto, tal

como um ganho ou perda reconhecido pela investida diretamente em seu patrimônio

líquido (outros resultados abrangentes) seria reclassificado para o resultado do período

pela alienação dos ativos ou passivos correspondentes quando o investidor perde a

influência significativa sobre essa coligada ou o controle sobre a controlada sem que

passe a ser coligada, o investidor reclassifica o respectivo ganho ou perda de seu

patrimônio líquido para o resultado do período (como ajuste de reclassificação).

Por exemplo, se a coligada possui ativos financeiros disponíveis para venda e o

investidor perde a influência significativa sobre a coligada, o investidor reclassifica

para o resultado do período os ganhos e perdas reconhecidos de forma reflexa

previamente em seu patrimônio líquido como outros resultados abrangentes. Se a

participação relativa do investidor na coligada ou na controlada é reduzida, porém o

investimento continua sendo uma coligada ou controlada, os ganhos e as perdas

previamente reconhecidos de forma reflexa no patrimônio líquido do investidor como

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Contabilidade Avançada

10

outros resultados abrangentes devem ser reclassificados para o resultado do período de

forma proporcional.

Muitos dos procedimentos para a aplicação do método de equivalência patrimonial são

similares aos procedimentos de consolidação, descritos na NBC T 19.36 –

Demonstrações Consolidadas. Além disso, os conceitos que fundamentam os

procedimentos utilizados para contabilizar a aquisição de controlada são também

adotados para contabilizar a aquisição de investimento em coligada.

A participação de um grupo econômico em uma coligada é dada pela soma das

participações mantidas pela controladora e suas controladas naquela coligada. As

participações mantidas por outras coligadas ou empreendimentos sob controle conjunto

do grupo são ignoradas para essa finalidade. Quando a coligada tiver investimentos em

controladas, coligadas ou participações em empreendimentos sob controle conjunto

(joint ventures), os resultados e os ativos líquidos considerados para aplicação do

método de equivalência patrimonial são aqueles reconhecidos nas demonstrações

contábeis da coligada (incluindo a parte que lhe cabe nos resultados e ativos líquidos de

suas coligadas e empreendimentos sob controle conjunto), após realizar os ajustes

necessários para uniformizar as políticas contábeis. Neste caso, aplica-se o mesmo à

figura da controlada no caso das demonstrações contábeis individuais.

Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) e descendentes

(downstream) entre o investidor (incluindo suas controladas consolidadas) e a coligada

são reconhecidos nas demonstrações contábeis do investidor somente na extensão da

participação de outros investidores sobre essa coligada que sejam partes independentes

do grupo econômico a que pertence a investidora. As transações ascendentes são, por

exemplo, vendas de ativos da coligada para o investidor. As transações descendentes

são, por exemplo, vendas de ativos do investidor para a coligada. A parte do investidor

nos lucros e prejuízos resultantes dessas transações deve ser eliminada.

Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) e descendentes

(downstream) entre a controladora e a controlada não são reconhecidos nas

demonstrações contábeis individuais da vendedora enquanto os ativos transacionados

estiverem no balanço da adquirente pertencente ao grupo econômico. O mesmo ocorre

com transações entre as controladas do mesmo grupo econômico. Devem ser

observadas nessas situações o disposto na Interpretação Técnica sobre Demonstrações

Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e

Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial.

O investimento em coligada e em controlada é contabilizado pelo método de

equivalência patrimonial a partir da data em que ela se torna sua coligada ou

controlada. Na aquisição do investimento, quaisquer diferenças entre o custo do

investimento e a parte do investidor no valor justo líquido dos ativos e passivos

identificáveis da investida devem ser contabilizadas como segue:

(a) O ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill) relativo a uma coligada

ou controlada (neste caso, no balanço individual da controladora) deve ser incluído

no valor contábil do investimento e sua amortização não é permitida; e

Page 13: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

11

(b) Qualquer excedente da parte do investidor no valor justo líquido dos ativos e

passivos identificáveis da investida sobre o custo do investimento deve ser incluído

como receita na determinação da parte do investidor nos resultados da investida no

período em que o investimento for adquirido.

Ajustes apropriados devem ser efetuados após a aquisição, nos resultados da investida,

por parte do investidor, para considerar, por exemplo, a depreciação de ativos com base

nos respectivos valores justos da data da aquisição. Da mesma forma, retificações na

parte do investidor nos resultados da investida devem ser feitos, após a aquisição, por

conta de perdas reconhecidas pela investida em decorrência da redução do valor desses

ativos ao seu valor recuperável (impairment), tais como, por exemplo, para o ágio

fundamentado em rentabilidade futura (goodwill) ou para o ativo imobilizado. Devem

ser observadas as disposições da Interpretação Técnica sobre Demonstrações Contábeis

Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do

Método de Equivalência Patrimonial.

Utiliza-se a demonstração contábil mais recente da coligada e da controlada para

aplicar o método de equivalência patrimonial. Quando o término do exercício social do

investidor for diferente daquele da investida, esta elabora, para utilização por parte do

investidor, demonstrações contábeis na mesma data das demonstrações do investidor, a

menos que isso seja impraticável.

Conforme acima, quando as demonstrações contábeis da investida utilizadas para

aplicação do método de equivalência patrimonial forem de data diferente daquelas do

investidor, ajustes pertinentes devem ser feitos em decorrência dos efeitos de eventos e

transações relevantes que ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações

contábeis do investidor. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas

de encerramento das demonstrações da investida e do investidor não deve ser superior a

dois meses. A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis e alguma

diferença entre as respectivas datas de encerramento deve ser igual de um período para

outro.

As demonstrações contábeis do investidor devem ser elaboradas utilizando políticas

contábeis uniformes para eventos e transações de mesma natureza em circunstâncias

semelhantes.

Se a investida utiliza políticas contábeis diferentes daquelas empregadas pelo investidor

em eventos e transações de mesma natureza em circunstâncias semelhantes, são

necessários ajustes para adequar as demonstrações contábeis da investida às políticas

contábeis do investidor quando da utilização destas para aplicação do método de

equivalência patrimonial.

Se a investida tem ações preferenciais com direito a dividendo cumulativo em

circulação que estiverem em poder de outras partes que não o investidor, as quais são

classificadas como parte integrante do patrimônio líquido, o investidor deve calcular

sua parte nos resultados do período da investida após ajustá-lo pela dedução dos

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Contabilidade Avançada

12

dividendos pertinentes a essas ações, independentemente de eles terem sido declarados

ou não.

Quando a parte do investidor nos prejuízos do período da coligada se igualar ou

exceder o saldo contábil de sua participação na coligada, o investidor suspende o

reconhecimento de sua parte em perdas futuras. A participação na coligada é o valor

contábil do investimento nessa coligada, avaliado pelo método de equivalência

patrimonial, juntamente com alguma participação de longo prazo que, em essência,

constitui parte do investimento líquido total do investidor na coligada. Por exemplo, um

componente cuja liquidação não está planejada ou nem é provável que ocorra no futuro

previsível é, em essência, uma extensão do investimento da entidade naquela coligada.

Tais componentes podem incluir ações preferenciais, bem como recebíveis ou

empréstimos de longo prazo, porém não incluem componentes como recebíveis ou

exigíveis de natureza comercial ou algum recebível de longo prazo para os quais

existam garantias adequadas, tais como empréstimos garantidos. O prejuízo

reconhecido pelo método de equivalência patrimonial que exceda o investimento em

ações ordinárias do investidor deve ser aplicado aos demais componentes que

constituem a participação do investidor na coligada em ordem inversa de sua

antiguidade (isto é prioridade na liquidação).

Após reduzir a zero o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais

são consideradas, e um passivo é reconhecido somente na extensão em que o investidor

tenha incorrido em obrigações legais ou construtivas (não formalizadas) de fazer

pagamentos por conta da coligada. Se a coligada subsequentemente apurar lucros, o

investidor retoma o reconhecimento de sua parte nesses lucros somente após o ponto

em que a parte que lhe cabe nesses lucros posteriores se igualar à sua parte nas perdas

não reconhecidas.

Porém, não se aplica a investimento em controlada no balanço individual da

controladora, devendo ser observada a prática contábil que produzir o mesmo resultado

líquido e o mesmo patrimônio líquido para a controladora que são obtidos a partir das

demonstrações contábeis consolidadas do grupo econômico para atendimento ao

requerido quanto aos atributos de relevância, representação adequada, primazia da

essência sobre a forma e outros conforme a NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a

Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis e a NBC T 19.27 –

Apresentação das Demonstrações Contábeis.

2.2.2.3.1 Como Contabilizar o Método de Equivalência Patrimonial

Constata-se que no método de equivalência patrimonial a conta de investimentos será

igual ao valor do patrimônio líquido da coligada ou controlada, proporcional à

participação no seu capital. Assim, se uma investidora tiver, digamos 30% do capital de

uma coligada, a conta de investimentos na investidora deverá ser, a cada encerramento

de balanço, igual a 30% do patrimônio líquido da coligada nas respectivas datas. Se o

valor do patrimônio da coligada aumentar ou diminuir, haverá um aumento ou

diminuição proporcional correspondente na conta de investimento da investidora. Essa

situação somente não ocorre nos casos em que o patrimônio líquido da investida é

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Contabilidade Avançada

13

negativo e quando há lucros ou prejuízos não realizados, decorrentes de vendas da

investida para a investidora, cujo custo do ativo esteja incluído no balanço patrimonial

da investidora.

Resta-nos verificar, agora, como contabilizar as contrapartidas desses lançamentos na

conta de investimentos.

De acordo com as normas contábeis é estabelecido que a diferença entre o valor do

investimento, pelo método da equivalência patrimonial somente será registrada como

resultado do exercício:

a. se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;

b. se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;

c. no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela

Comissão de Valores Mobiliários.

A conclusão é que as variações no patrimônio da coligada ou controlada deverão ter o

seguinte tratamento na investidora:

Lucro ou Prejuízo do Exercício

No caso de Lucro:

DB: Investimento

CR: Resultado de Equivalência Patrimonial

No caso de Prejuízo:

DB: Resultado de Equivalência Patrimonial

CR: Investimento

Dividendos Distribuídos pela Coligada ou Controlada

DB: Caixa ou equivalentes de caixa

CR: Investimento

Integralização de Capital

DB: Investimento

CR: Caixa ou equivalentes de caixa

Variação na Porcentagem de Participação

No caso de aumentos de capital por subscrição, pode ocorrer que o valor do aumento na

conta de investimentos, que será o da subscrição integralizada, não corresponda ao valor

proporcional do aumento de patrimônio da coligada, nos casos em que, por exemplo:

a. A empresa investidora tiver subscrito um percentual do aumento do capital

maior que o percentual anteriormente detido, ou seja, com diluição na

participação dos outros acionistas, pelo fato de eles não terem exercido seu

direito de preferência; e

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Contabilidade Avançada

14

b. Houver situação inversa à da possibilidade anterior, pois a empresa investidora

não terá exercido seu direito na totalidade.

Nesse caso ocorrerá, durante o exercício, uma alteração na porcentagem de participação

da investidora no capital da coligada ou controlada. Situação similar pode ocorrer

quando, entre as ações da coligada ou controlada, houver ações com direito somente a

dividendo fixo e com limitações na participação de lucros e, até em outras vantagens

patrimoniais, como aumentos de capital. Dessa situação decorre o aumento do

percentual de participação sobre o capital dos investidores que têm somente ações sem

limites e restrições de participação.

Nesses casos, o valor da equivalência patrimonial no final do exercício deverá ser

computado pela porcentagem de sua nova participação.

Todavia, há que se considerar que o aumento ou diminuição da porcentagem gerará um

aumento ou diminuição do valor do investimento pela equivalência patrimonial,

diferença essa que, na verdade, não é oriunda de lucros ou prejuízos contabilizados no

exercício pela coligada ou controlada, mas representa, isto sim, um ganho ou perda na

investidora pelo aumento ou diminuição de sua participação nas reservas e lucros

anteriores. Essa diferença, portanto, não deve ser creditada na investidora como

resultado operacional mas, sim, como renda ou despesa não operacional. Esse aspecto e

forma de tratamento são previstos na letra "b" do item XXVI da Instrução CVM nº 01, e

consta também do art. 342 do RIR (Decreto nº 1.041, de 11/01/94), que determina que

tal valor não é tributável se ganho, nem dedutível, se perda.

2.2.2.4 Perdas por redução ao valor recuperável (impairment)

Após a aplicação do método de equivalência patrimonial, incluindo o reconhecimento

dos prejuízos da coligada, o investidor deve aplicar os requisitos necessários

considerando os Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração para

determinar a necessidade de reconhecer alguma perda adicional por redução ao valor

recuperável do investimento líquido total desse investidor na coligada.

O investidor, em decorrência de sua participação na coligada, também deve aplicar os

requisitos dos Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração para

determinar a existência de alguma perda adicional por redução ao valor recuperável

(impairment) em itens que não fazem parte do investimento líquido nessa coligada e o

valor dessa perda.

No caso do balanço individual da controladora, o reconhecimento de perdas por

redução ao valor recuperável (impairment) com relação ao investimento em controlada

deve ser feito com observância do disposto conforme a seguir:

Em função de o ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill), integrar

o valor contábil do investimento na coligada (não é reconhecido

separadamente), ele não é testado separadamente em relação ao seu valor

recuperável. Em vez disso, o valor contábil total do investimento é que é testado

como um único ativo, em conformidade com o disposto na NBC T 19.10 –

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Contabilidade Avançada

15

Redução ao Valor Recuperável de Ativos, pela comparação de seu valor

contábil com seu valor recuperável (valor de venda líquido dos custos para

vender ou valor em uso, dos dois o maior), sempre que os requisitos da NBC T

19.32 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração indicarem

que o investimento possa estar afetado, ou seja, que indicarem alguma perda por

redução ao seu valor recuperável. A perda por redução ao valor recuperável

reconhecida nessas circunstâncias não é alocada para algum ativo que constitui

parte do valor contábil do investimento na coligada, incluindo o ágio

fundamentado em rentabilidade futura (goodwill). Consequentemente, a

reversão dessas perdas é reconhecida de acordo com a NBC T 19.10, na medida

do aumento subsequente no valor recuperável do investimento. Na

determinação do valor em uso do investimento, a entidade deve estimar:

(a) Sua parte no valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera

sejam gerados pela coligada, incluindo os fluxos de caixa das operações

da coligada e o valor residual esperado com a alienação do investimento;

ou

(b) O valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados em função do

recebimento de dividendos provenientes do investimento e o valor

residual esperado com a alienação do investimento.

Sob premissas adequadas, os métodos acima devem gerar o mesmo

resultado.

O valor recuperável de investimento em coligada é determinado para cada coligada, a

menos que a coligada não gere entradas de caixa de forma independente de outros

ativos da entidade.

O ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill) também integra o valor

contábil do investimento na controlada (não é reconhecido separadamente) na

apresentação das demonstrações contábeis individuais da controladora. Mas, nesse

caso, esse ágio, no balanço individual da controladora, deve receber o mesmo

tratamento contábil que é dado a ele nas demonstrações consolidadas. Devem ser

observados nas elaborações das Demonstrações Consolidadas e da Interpretação

Técnica sobre Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas,

Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial.

2.2.2.5 Demonstrações contábeis separadas

O investimento em coligada e em controlada deve ser contabilizado nas demonstrações

contábeis separadas do investidor em conformidade com o disposto nos itens 38 a 43 da

NBC T 19.35 – Demonstrações Separadas.

Esta Norma não exige que as entidades elaborem demonstrações contábeis separadas

para divulgação ao público.

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Contabilidade Avançada

16

2.2.2.6 Divulgação

As seguintes divulgações devem ser feitas:

(a) O valor justo dos investimentos em coligadas e controladas para os quais existam

cotações de preço divulgadas;

(b) Informações financeiras resumidas das coligadas e controladas, incluindo os

valores totais de ativos, passivos, receitas e do lucro ou prejuízo do período;

(c) As razões pelas quais foi desprezada a premissa de não existência de influência

significativa, se o investidor tem, direta ou indiretamente por meio de suas

controladas, menos de vinte por cento do poder de voto da investida (incluindo o

poder de voto potencial), mas conclui que possui influência significativa;

(d) As razões pelas quais foi desprezada a premissa da existência de influência

significativa, se o investidor tem, direta ou indiretamente por meio de suas

controladas, vinte por cento ou mais do poder de voto da investida (incluindo o

poder de voto potencial), mas conclui que não possui influência significativa;

(e) A data de encerramento do exercício social refletido nas demonstrações contábeis

da coligada e da controlada utilizadas para aplicação do método de equivalência

patrimonial, sempre que essa data ou período divergirem das do investidor e as

razões pelo uso de data ou período diferente;

(f) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo, em

consequência de contratos de empréstimos ou exigências legais ou

regulamentares) sobre a capacidade de a coligada ou controlada transferir fundos

para o investidor na forma de dividendos ou pagamento de empréstimos ou

adiantamentos;

(g) A parte não reconhecida nos prejuízos da coligada, tanto para o período quanto

acumulado, caso o investidor tenha suspendido o reconhecimento de sua parte

nos prejuízos da coligada ou controlada;

(h) O fato de a participação na coligada e na controlada não estar contabilizada pelo

método de equivalência patrimonial, em conformidade com as exceções

especificadas no item 13 desta Norma;

(i) Informações financeiras resumidas das coligadas e controladas cujos

investimentos não foram contabilizados pelo método de equivalência patrimonial,

individualmente ou em grupo, incluindo os valores do ativo total, do passivo

total, das receitas e do lucro ou prejuízo do período; e

(j) A excepcionalíssima situação que possa fazer com que o lucro líquido e/ou o

patrimônio líquido do balanço individual da controladora não sejam os

respectivos valores de seu balanço consolidado, quando este é elaborado

conforme as normas internacionais de contabilidade, como é o caso de alguma

determinação ou permissão legal para o balanço individual que não se aplique à

demonstração consolidada (como é o caso do ativo diferido conforme item 20 da

NBC T 19.18 – Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº

449/08).

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Contabilidade Avançada

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Os investimentos em coligadas e em controladas contabilizados pelo método de

equivalência patrimonial devem ser classificados como ativos não circulantes, no

subgrupo Investimentos. A parte do investidor nos resultados do período dessas

coligadas e controladas (nestas, no caso das demonstrações individuais) e o valor

contábil desses investimentos devem ser evidenciados separadamente. A parte do

investidor nas eventuais operações descontinuadas de tais coligadas e controladas

também deve ser divulgada separadamente.

A parte do investidor nas alterações dos outros resultados abrangentes contabilizados

pela coligada e pela controlada deve ser reconhecida pelo investidor também como

outros resultados abrangentes diretamente no patrimônio líquido.

Em conformidade com os requisitos de divulgação com relação às Provisões, Passivos

Contingentes e Ativos Contingentes, o investidor deve evidenciar:

(a) A sua parte nos passivos contingentes da coligada, compartilhados conjuntamente

com outros investidores;

(b) Os passivos contingentes que surgiram em razão de o investidor ser

solidariamente responsável por todos os, ou parte dos passivos da coligada; e

(c) No balanço individual da controladora, o total dos passivos contingentes das

controladas.

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Contabilidade Avançada

18

2.3 Consolidação das Demonstrações Financeiras

2.3.1 Objetivo da Consolidação de Demonstrações Financeiras

O objetivo das demonstrações financeiras consolidadas é apresentar, para benefício dos

acionistas e credores da empresa matriz e/ou do grupo, os resultados das operações e a

posição patrimonial e financeira da empresa matriz e de suas subsidiárias, como se o

grupo fosse uma única empresa com uma ou várias divisões.

As demonstrações financeiras consolidadas são mais apropriadas que as demonstrações

financeiras separadas sempre que uma das empresas de um grupo, direta ou

indiretamente, tem controle acionário sobre as demais empresas.

Somente através da consolidação das demonstrações financeiras pode-se analisar a real

situação econômica e financeira do grupo e, normalmente surgem surpresas tais como

inversões de índices de liquidez, rentabilidade, resultados, patrimônio líquido etc.

2.3.2 Definições

Os termos a seguir são utilizados na presente Norma com os seguintes significados:

Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um conjunto

de entidades (grupo econômico), apresentadas como se fossem as de uma única

entidade econômica.

Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da

entidade de forma a obter benefício das suas atividades.

Grupo econômico é a controladora e todas as suas controladas.

Participação de não controlador é a parte do patrimônio líquido da controlada

não atribuível, direta ou indiretamente, à controladora.

Controladora é uma entidade que tem uma ou mais controladas.

Demonstrações separadas são aquelas apresentadas por controladora,

investidor em coligada ou empreendedor em entidade controlada em conjunto,

nas quais os investimentos são contabilizados com base no valor do interesse

direto no patrimônio (direct equity interest) das investidas, em vez de nos

resultados divulgados e nos valores contábeis dos ativos líquidos das investidas.

Não se confundem com as demonstrações individuais.

Controlada é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de

sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por

meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de

modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger

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Contabilidade Avançada

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a maioria dos administradores.

A controladora ou suas controladas podem ser um investidor em coligada ou um

empreendedor em entidade controlada em conjunto (joint venture). Nesse caso, as

demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas e apresentadas em

conformidade com esta Norma e em conjunto com demais específicas abordadas nos

parágrafos seguintes.

2.3.3 Apresentação das demonstrações contábeis consolidadas

A controladora deve apresentar as demonstrações contábeis consolidadas nas quais os

investimentos em controladas estão consolidados de acordo com o requerido na

presente Norma.

Porém, a controladora pode deixar de apresentar as demonstrações contábeis

consolidadas, somente se, além de permitido legalmente:

(a) A controladora é ela própria uma controlada (integral ou parcial) de outra

entidade, a qual, em conjunto com os demais proprietários, incluindo aqueles sem

direito a voto, foram consultados e não fizeram objeção quanto à não

apresentação das demonstrações contábeis consolidadas pela controladora;

(b) Os instrumentos de dívida ou patrimoniais da controladora não são negociados

em mercado aberto (bolsas de valores no País ou no exterior ou mercado de

balcão – mercado descentralizado de títulos não listados em bolsa de valores ou

cujas negociações ocorrem diretamente entre as partes, incluindo mercados locais

e regionais);

(c) A controladora não registrou e não está em processo de registro de suas

demonstrações contábeis na Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão

regulador, visando a emissão de algum tipo ou classe de instrumento em mercado

aberto; e

(d) A controladora final (ou intermediária) da controladora disponibiliza ao público

suas demonstrações contábeis consolidadas em conformidade com as Normas

Brasileiras de Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade.

2.3.4 Abrangência das demonstrações contábeis consolidadas

As demonstrações contábeis consolidadas devem incluir todas as controladas da

controladora, exceto se a aquisição de controlada atender aos requisitos para sua

classificação como ativo não circulante mantido para venda, de acordo com os

requisitos da NBC T 19.28 – Ativo Não Corrente Mantido para Venda e Operação

Descontinuada, ela é contabilizada de acordo com essa Norma.

Page 22: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

20

Presume-se que exista controle quando a controladora possui, direta ou indiretamente

por meio de suas controladas, mais da metade do poder de voto da entidade, a menos

que, em circunstâncias excepcionais, possa ficar claramente demonstrado que tal

relação de propriedade não constitui controle. O controle também pode existir no caso

de a controladora possuir metade ou menos da metade do poder de voto da entidade,

quando houver:

(a) Poder sobre mais da metade dos direitos de voto por meio de acordo com outros

investidores;

(b) Poder para governar as políticas financeiras e operacionais da entidade conforme

especificado em estatuto ou acordo;

(c) Poder para nomear ou destituir a maioria dos membros da diretoria ou conselho de

administração, quando o controle da entidade é exercido por esses órgãos;

(d) Poder para mobilizar a maioria dos votos nas reuniões da diretoria ou conselho de

administração, quando o controle da entidade é exercido por essa diretoria ou

conselho.

A entidade pode possuir valores mobiliários conversíveis em ações com direito a voto,

tais como, warrants de compra de ações, opções de compra de ações, bônus de

subscrição de ações, debêntures conversíveis e outros direitos ou instrumentos

patrimoniais ou de dívida conversíveis em ações com poder de voto; os quais, se

exercidos ou convertidos, conferem à entidade poder de voto adicional ou reduzem o

poder de voto de outras partes sobre as políticas financeiras e operacionais de outra

entidade (ou seja, constituem-se em potenciais direitos de voto).

A existência e o efeito dos potenciais direitos de voto, prontamente exercíveis ou

conversíveis, incluindo os potenciais direitos de voto mantidos por outras entidades,

devem ser considerados quando da avaliação da influência significativa de uma

entidade sobre outra. Os potenciais direitos de voto que não forem prontamente

exercíveis ou conversíveis no momento dessa avaliação não devem ser considerados.

Esse é o caso, por exemplo, quando não puderem ser exercidos ou convertidos até data

futura ou até a ocorrência de evento futuro.

Ao avaliar se os potenciais direitos de voto contribuem para o controle, a entidade deve

examinar todos os fatos e circunstâncias (incluindo os termos de exercício dos

potenciais direitos de voto e qualquer outro acordo contratual, considerados

individualmente ou em conjunto) que possam afetar os potenciais direitos de voto,

exceto a intenção da administração e a capacidade financeira para exercê-los ou

convertê-los.

Uma controlada não deve ser excluída da consolidação simplesmente porque o

investidor é uma organização de capital de risco, fundo mútuo, truste ou entidade

similar.

Uma controlada não deve ser excluída da consolidação porque suas atividades de

negócio são diferentes daquelas das demais entidades do grupo econômico.

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Contabilidade Avançada

21

Informações relevantes são fornecidas pela consolidação de tais controladas e pela

divulgação de informações adicionais nas demonstrações contábeis consolidadas sobre

as diferentes atividades de negócio dessas controladas que, por exemplo, pode ser

citado o contido na divulgação requerida pela NBC T 19.25 – Informações por

Segmento ajuda a explicar a relevância das diferentes atividades de negócio dentro do

grupo econômico.

2.3.4 Procedimentos de consolidação

Na elaboração de demonstrações contábeis consolidadas, a entidade controladora

combina suas demonstrações contábeis com as de suas controladas, linha a linha, ou

seja, somando os saldos de itens de mesma natureza: ativos, passivos, receitas e

despesas. Para que as demonstrações contábeis consolidadas apresentem informações

sobre o grupo econômico como uma única entidade econômica, os seguintes

procedimentos devem ser adotados:

(a) O valor contábil do investimento da controladora em cada controlada e a parte

dessa controladora no patrimônio líquido das controladas devem ser eliminados.

(ver a NBC T 19.23 – Combinação de Negócios, o qual descreve o tratamento do

ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) resultante);

(b) Identificar a participação dos não controladores no resultado das controladas

consolidadas para o período de apresentação das demonstrações contábeis; e

(c) Identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das

controladas consolidadas, separadamente da parte pertencente à controladora. A

participação dos não controladores nos ativos líquidos é composta:

(i) Do montante da participação dos não controladores na data da

combinação inicial, calculada em conformidade com a NBC T 19.23 –

Combinação de Negócios; e

(ii) Da participação dos não controladores nas variações patrimoniais das

controladas consolidadas desde a data da combinação.

Quando existirem potenciais direitos de voto, a parte atribuível à controladora nos

resultados e demais variações do patrimônio líquido da controlada é determinada com

base na sua atual participação e não deve refletir o possível exercício ou conversão dos

potenciais direitos de voto.

Os saldos, transações, receitas e despesas intragrupo (entre as entidades do grupo

econômico), devem ser eliminados.

Os saldos de balanços e transações intragrupo, incluindo receitas, despesas e

dividendos são eliminados. Os resultados decorrentes das transações intragrupo que

estiverem reconhecidos nos ativos, tais como estoque ou ativo imobilizado, devem ser

eliminados. As perdas intragrupo podem indicar redução no valor recuperável dos

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Contabilidade Avançada

22

ativos correspondentes que precisa ser reconhecida nas demonstrações contábeis

consolidadas. Os impostos e contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela

Eliminação de resultados não realizados nas transações intragrupo devem ser

reconhecidos no ativo ou passivo como tributos diferidos, ou seja, aqueles que ainda

não são direitos e obrigações de fato.

As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na

elaboração das demonstrações contábeis consolidadas devem ser de mesma data.

Quando a data de encerramento da controladora for diferente da data da controlada, esta

última deve elaborar, para fins de consolidação, demonstração contábil adicional na

mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável.

Quando as demonstrações contábeis da controlada, utilizadas para fins de consolidação,

forem de data diferente da data de encerramento das demonstrações da controladora,

devem ser feitos os ajustes necessários em razão dos efeitos de eventos ou transações

relevantes que ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações contábeis da

controladora. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas de

encerramento das demonstrações da controlada e da controladora é de até dois meses. A

duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis e qualquer diferença

entre as respectivas datas de encerramento deve ser igual de um período para outro.

As demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas utilizando políticas

contábeis uniformes para transações e outros eventos iguais, em circunstâncias

similares.

Se a entidade do grupo econômico utiliza políticas contábeis diferentes daquelas

adotadas nas demonstrações contábeis consolidadas para transações e eventos de

mesma natureza, em circunstâncias semelhantes, são necessários ajustes para adequar

as demonstrações contábeis dessa entidade quando da elaboração das demonstrações

contábeis consolidadas.

As receitas e as despesas da controlada são incluídas nas demonstrações contábeis

consolidadas a partir da data de aquisição, tal como definido na NBC T 19.23 –

Combinação de Negócios. As receitas e as despesas da controlada devem estar

baseadas nos valores dos ativos e passivos reconhecidos na posição consolidada da

controladora na data da aquisição. Por exemplo, despesas de depreciação, reconhecidas

na demonstração consolidada do resultado do período, devem estar baseadas nos

valores justos dos ativos depreciáveis reconhecidos na posição consolidada da data da

aquisição. As receitas e as despesas da controlada são incluídas nas demonstrações

contábeis consolidadas até a data em que a controladora perder o controle sobre essa

controlada.

A participação dos não controladores deve ser apresentada no balanço patrimonial

consolidado dentro do patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos

proprietários da controladora.

Page 25: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

23

O resultado do período e cada componente dos outros resultados abrangentes

(reconhecidos diretamente no patrimônio líquido) são atribuídos aos proprietários da

controladora e a participação dos não controladores. O resultado abrangente total é

atribuído aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores,

independentemente desses resultados tornarem negativa a participação dos não

controladores.

Se a controlada tem em circulação ações preferenciais com direito a dividendos

cumulativos classificados como componente do patrimônio líquido, as quais estão em

poder de não controladores, a controladora calcula a sua parte no resultado do período

após a redução deste pelos dividendos pertinentes a essas ações, independentemente de

esses dividendos estarem declarados.

As mudanças na participação relativa da controladora sobre a controlada que não

resultem em perda de controle devem ser contabilizadas como transações de capital (ou

seja, transações com sócios, na qualidade de proprietários), e não no resultado ou no

resultado abrangente.

Em tais circunstâncias, o valor contábil da participação da controladora e o valor

contábil da participação dos não controladores devem ser ajustados para refletir as

mudanças nas suas participações relativas na controlada. Qualquer diferença entre o

montante pelo qual a participação dos não controladores tenha sido ajustada e o valor

justo da quantia recebida ou paga deve ser reconhecida diretamente no patrimônio

líquido atribuível aos proprietários da controladora. Ver a Interpretação Técnica sobre

Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações

Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial.

2.3.5 Perda de controle

A controladora pode perder o controle sobre uma controlada com ou sem uma mudança

no nível de propriedade absoluta ou relativa. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando a

controlada torna-se sujeita ao controle de governo, tribunal, administrador ou órgão

regulador. A perda de controle também pode ocorrer como resultado de acordo

contratual.

A controladora pode perder o controle sobre uma controlada em dois ou mais acordos

contratuais (transações). Contudo, às vezes as circunstâncias indicam que os contratos

múltiplos devem ser contabilizados como uma única transação. Para determinar se um

contrato deve ser contabilizado como uma única transação, a controladora deve

considerar todos os termos e condições do contrato, bem como seus efeitos

econômicos. Um ou mais dos itens abaixo podem indicar que a controladora deve

contabilizar um contrato múltiplo como uma única transação:

(a) Foram firmados ao mesmo tempo e são complementares;

(b) Formam uma única transação, projetada para alcançar efeito comercial global;

(c) A ocorrência do contrato é dependente da ocorrência de pelo menos outro acordo;

(d) Um acordo, considerado isoladamente, não se justifica economicamente, porém

Page 26: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

24

quando considerado em conjunto com outros acordos, ele passa a se justificar. Um

exemplo disso é quando o acordo prevê a alienação de ações a um preço abaixo do

mercado, mas é compensado por outro, com a subsequente alienação a um preço

acima do mercado.

Se a controladora perde o controle da controlada, ela deve:

(a) Deixar de reconhecer os ativos (incluindo o ágio por rentabilidade futura –

goodwill) e os passivos da controlada pelos seus valores contábeis na data em que

o controle for perdido;

(b) Deixar de reconhecer o valor contábil de qualquer participação de não

controladores na ex-controlada na data em que o controle for perdido (incluindo

quaisquer componentes de outros resultados abrangentes reconhecidos diretamente

no patrimônio líquido e atribuíveis aos não controladores);

(c) Reconhecer:

i. O valor justo da compensação recebida em troca, se houver, proveniente da

transação, evento ou circunstância que resultou na perda do controle; e

ii. Se a transação que resultou na perda do controle envolver a distribuição de

ações da controlada aos sócios, na qualidade de proprietários, essa

distribuição; quando houver aumento de capital na controlada e a

controladora não exercer o seu direito na compra de ações adicionais, pode

haver a diluição da participação relativa da controladora. Se essa mudança

é suficiente para ela perder o controle, essa perda pela diluição de sua

participação deve ser considerada nesse item;

iii. Reconhecer o investimento remanescente na ex-controlada, se houver, ao

seu valor justo na data em que o controle foi perdido;

iv. Reclassificar para o resultado do período ou transferir diretamente para

lucros acumulados, quando couber, os valores identificados no item 35; e

v. Reconhecer a diferença resultante como ganho ou perda no resultado do

período atribuível à controladora.

Se a controladora perde o controle de controlada, ela deve contabilizar todos os valores

reconhecidos como outros resultados abrangentes em relação àquela controlada nas

mesmas bases que seriam requeridas se a controladora tivesse diretamente alienado os

ativos e passivos da controlada que lhes deram origem. Portanto, tal como um ganho ou

perda previamente reconhecido como outro resultado abrangente (diretamente no

patrimônio líquido) deveria ser reclassificado para o resultado do período pela

alienação dos ativos e passivos correspondentes, quando a controladora perde o

controle sobre a controlada, ela deve reclassificar esse ganho ou perda para o resultado

do período (como ajuste de reclassificação).

Por exemplo, se a controlada possui ativos financeiros disponíveis para venda e a

controladora perde o controle sobre a controlada, a controladora deve reclassificar para

o resultado do período, o ganho ou a perda previamente reconhecido como resultado

abrangente provenientes desses ativos. Da mesma forma que uma reavaliação de ativos

Page 27: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

25

(reconhecida como outro resultado abrangente), deve ser transferida diretamente para

lucros acumulados pela alienação do ativo correspondente; a controladora, quando

perde o controle sobre essa controlada, deve transferir esse ajuste por avaliação

diretamente para lucros acumulados.

Na data em que o controle sobre uma controlada for perdido, o investimento

remanescente na ex-controlada, se houver, e a quantia devida pela ou para a ex-

controlada deve ser contabilizada em conformidade com outras Normas Brasileiras de

Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade.

O valor justo do investimento remanescente na ex-controlada, na data em que o

controle for perdido, deve ser considerado como o valor justo no reconhecimento

inicial de ativo financeiro, de acordo com os requisitos da NBC T 19.32 – Instrumentos

Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, ou então, quando apropriado, o custo no

reconhecimento inicial de investimento em coligada ou em entidade controlada em

conjunto.

2.3.6 Divulgação

As seguintes divulgações devem ser feitas nas demonstrações contábeis consolidadas:

(a) A natureza da relação entre a controladora e a controlada, quando a controladora

não possuir, direta ou indiretamente (por meio de suas controladas), mais da

metade do poder de voto da controlada;

(b) As razões pelas quais o fato de possuir a propriedade, direta ou indireta (por meio

de suas controladas), de mais da metade do poder de voto ou potencial poder de

voto de investida não detém controle;

(c) A data de encerramento do período abrangido pelas demonstrações contábeis da

controlada utilizadas para elaboração das demonstrações consolidadas quando

forem na data de encerramento ou um período diferente das demonstrações

contábeis da controladora e o motivo para utilizar uma data ou período diferente;

(d) A natureza e a extensão de alguma restrição significativa (resultante de contratos

de empréstimos ou exigência de órgãos reguladores, por exemplo) sobre a

capacidade da controlada de transferir fundos para a controladora na forma de

dividendos ou do pagamento de empréstimos ou adiantamentos;

(e) Um quadro evidenciando cronologicamente as mudanças na relação de

propriedade da controladora sobre a controlada (participação relativa) e seus

efeitos, bem como a alteração do patrimônio líquido consolidado atribuível aos

proprietários da controladora, mas que não resultaram na perda do controle; e

(f) Qualquer ganho ou perda decorrente da perda do controle da controlada,

reconhecido de acordo com o item 34, detalhando:

(i) A parte do ganho ou perda decorrente do reconhecimento, ao valor justo, do

Page 28: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

26

investimento remanescente na ex-controlada, se houver, na data em que o

controle foi perdido; e

(ii) A linha do item ou itens na demonstração do resultado consolidado em que

o ganho ou a perda foi reconhecido, no caso de ele não estar apresentado

em uma linha separada na demonstração do resultado consolidado.

2.3.7 Exemplos ilustrativos

Os exemplos a seguir ilustram, cada um, um aspecto do potencial direito de voto. A

existência de controle, influência significativa e controle conjunto podem ser

determinados somente após a avaliação dos demais fatores descritos nas respectivas

normas acima citadas. Contudo, para fins de exemplificação, é presumido que esses

outros fatores não afetam tal determinação, embora possam afetá-la, quando

considerados.

Exemplo 1: Opção fora do dinheiro (out of the money)

As entidades A e B possuem 80% e 20%, respectivamente, das ações ordinárias que

conferem direito de voto nas assembléias gerais de acionistas da entidade C. A entidade

A vende metade de sua participação para a entidade D e compra opções de compra da

entidade D que são exercíveis a qualquer momento por prêmio em relação ao preço de

mercado quando emitidas e, se exercidas, irão conferir à entidade A sua participação

original de 80% da relação de propriedade e dos direitos de voto.

Embora as opções estejam fora do dinheiro (out of the Money), elas são exercíveis no

momento presente e conferem à entidade A o poder para continuar a estabelecer as

políticas financeiras e operacionais da entidade C, uma vez que a entidade A pode

exercer imediatamente essas opções. A existência dos potenciais direitos de voto

determina-se que a entidade A controla a entidade C.

Exemplo 2: Possibilidade de exercício ou conversão

As entidades A, B e C possuem, respectivamente, 40%, 30% e 30% das ações

ordinárias que conferem direitos de voto nas assembléias gerais de acionistas da

entidade D. A entidade A também possui opções de compra de ações que são exercíveis

a qualquer momento ao valor justo das ações subjacentes e, se exercidas, irão conferir

Monento 1

Cia A Cia B

↓ 80% ↓ 20%

Monento 2

Cia A Cia B Cia D

↓ 40% ↓ 20% ↓ 40%

Monento 3

Cia A Cia B Cia D

↓ 72% ↓ 20% ↓ 8% ←

Cia C

Cia C

Cia C

Cia A Detem

opções de 80% da

Outros Acionistas

Page 29: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

27

mais 20% em potenciais direitos de voto na entidade D, reduzindo as participações das

entidades B e C para 20% cada uma. Se as opções forem exercidas, a entidade A terá

controle sobre mais da metade do poder de voto. A existência dos potenciais direitos de

voto bem como dos demais fatores descritos no item 13 da NBC T 19.36 e nos itens 6 e

7 da NBC T 19.37 são considerados e, em decorrência, determina-se que a entidade A

controla a entidade D.

Exemplo 3: Outros direitos que podem aumentar o poder de voto da entidade e

reduzir o poder de voto de outra entidade

As entidades A, B e C possuem, respectivamente, 25%, 35% e 40% das ações

ordinárias que conferem direitos de voto nas assembléias gerais de acionistas da

entidade D. As entidades B e C também têm warrants de ações que são exercíveis a

qualquer momento a um preço fixo e proporcionam potenciais direitos de voto. A

entidade A tem opção de compra desses warrants a qualquer tempo pelo valor nominal.

Se a opção de compra for exercida, a entidade A teria um aumento potencial em sua

participação relativa de propriedade e consequentemente nos direitos de voto, elevando

sua participação na entidade D para 51% (diluindo as participações das entidades B e

C, respectivamente para 23% e 26%). Embora os warrants não sejam de propriedade da

Entidade A, eles são considerados na avaliação do controle porque eles podem ser

prontamente exercíveis pelas entidades B e C. Normalmente, se a transação (por

exemplo, a compra ou o exercício de outro direito) é requerida antes da entidade ter a

propriedade do potencial direito de voto, esse direito não deve ser considerado como

mantido pela entidade. Contudo, os warrants de ações são, em essência, mantidos pela

entidade A, uma vez que os termos da opção de compra estão destinados a assegurar a

posição da entidade A.

A combinação da opção de compra com os warrants de ações confere à entidade A o

poder para estabelecer as políticas financeiras e operacionais da entidade D porque a

entidade A pode prontamente exercer suas opções e warrants de ações. Os demais

fatores descritos no item 13 da NBC T 19.36 e nos itens 6 e 7 da NBC T 19.37 também

são considerados e, em decorrência, determina-se que a entidade A controla a entidade

D (e não a entidade B ou C).

Monento 1

Cia A Cia B Cia C

↓ 40% ↓ 30% ↓ 30%

Monento 2

Cia A Cia B Cia C

↓ 60% ↓ 20% ↓ 20%

Cia D

Cia A Detem

opções de 20% da

Cia D a serem

Cia D

Page 30: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

28

Exemplo 4: Intenção da administração

As entidades A, B e C possuem cada uma um terço das ações ordinárias que conferem

direitos de voto nas assembléias gerais de acionistas da entidade D. As entidades A, B e

C têm cada uma o direito de indicar dois membros da diretoria da entidade D. A

entidade A também possui opções de compra de ação que são exercíveis a qualquer

momento, a um preço fixo, as quais, se exercidas, irão conferir a ela todos os direitos de

voto na entidade D. A administração da entidade A não pretende exercer essas opções

de compra de ação, mesmo se as entidades B e C não votarem da mesma forma que a

entidade A. A existência dos potenciais direitos de voto, assim como os demais fatores

descritos no item 13 da NBC T 19.36 e nos itens 6 e 7 da NBC T 19.37 são

considerados e, em decorrência, determina-se que a entidade A controla a entidade D.

A intenção da administração da entidade A não influencia essa avaliação.

Exemplo 5: Capacidade financeira

As entidades A e B possuem 55% e 45%, respectivamente, das ações ordinárias que

conferem direitos de voto nas assembléias gerais de acionistas da entidade C. A

entidade B também possui instrumentos de dívida prontamente conversíveis em ações

ordinárias da entidade C. A dívida pode ser convertida a um preço substancial, em

Monento 1

Cia A Cia B Cia C

↓ 25% ↓ 35% ↓ 40%

Monento 2

Cia A Cia B Cia C

↓ 51% ↓ 23% ↓ 26%

Cia A tem opções de

compra dos warrants

das Cias B e CCia D

Cia D

Cia A exerceu o direito

de compra dos warrants

das Cias B e C

Monento 1

Cia A Cia B Cia C

↓ 33,33% ↓ 33,33% ↓ 33,33%

Monento 2

Cia A Cia B Cia C

↓ 33,33% ↓ 33,33% ↓ 33,33%

Cia A tem opções de

compra de ações

exercíveis a qualquer

momentoCia D ( cada um com 2 diretores)

Cia A tem opções de

compra de ações

exercíveis a qualquer

momento e mesmo

sem exercer tem este

di ferencia l a seu

favor.

Cia D ( cada um com 2 diretores)

Page 31: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

29

comparação com os ativos líquidos da entidade B, de forma que sua conversão irá

exigir que a entidade B faça uma captação de recursos junto a terceiros para poder

efetuar o pagamento. Se os títulos de dívida forem convertidos, a entidade B passaria a

deter 70% dos direitos de voto e a participação da entidade A passaria para 30%.

Embora os instrumentos de dívida sejam conversíveis somente a um preço substancial,

eles são prontamente conversíveis e essa conversão dá à entidade B o poder de

estabelecer as políticas financeiras e operacionais da entidade C. A existência dos

potenciais direitos de voto, assim como dos demais fatores descritos no item 13 da

NBC T 19.36 e nos itens 6 e 7 da NBC T 19.37 são considerados e, em decorrência,

determina-se que a entidade B controla a entidade C, e não a entidade A. A capacidade

financeira da entidade B para efetuar o pagamento do preço de conversão não

influencia essa avaliação.

Monento 1

Cia A Cia B

↓ 55% ↓ 45%

Monento 2

Cia A Cia B

↓ 55% ↓ 45%

Monento 3

Cia A Cia B

↓ 30% ↓ 70% ←

A Cia B também possui instrumentos de

dívida prontamente convers íveis em ações

ordinárias da Cia C.

Caso a Cia B converta em ações

ordinárias da Cia C as dívidas desta a nova

participação societária seria modificada.

Cia C

Cia C

Cia C

Page 32: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

30

2.3.8 Modelo de Papéis de Trabalho

COMPANHIA "A" E CONTROLADAS

Consolidação do balanço - Ativo

Eliminações

Saldos conforme balanços de de Saldos

CONTAS Companhia Controlada Controlada Controlada Consolidação consolidados

A B C D D C

Ativo Circulante

Disponível

Contas a Receber

Menos: Duplicatas

Descontadas

Provisão para

Devedores

Duvidosos

Estoques

.

etc.

Ativo Não Circulante

.

.

.

.

etc.

COMPANHIA "A" E CONTROLADAS

Consolidação do balanço - Passivo

Eliminações

Saldos conforme balanços de de Saldos

CONTAS Companhia Controlada Controlada Controlada Consolidação consolidados

A B C D D C

Passivo Circulante

Títulos a Pagar

Fornecedores

Contas a pagar

.

.

etc.

Passivo Não Circulante

.

etc.

Patrimônio liquido

Capital

etc.

Page 33: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

31

2.3.9 Consolidação – Ilustração

Investidora: Cia A

Investida: Cia B

Cia A Cia A

Circulante: Circulante:

Caixa e equivalentes de caixa 1.000 Emprestimos e financiamentos 1.000

Contas a receber de clientes 2.000 Fornecedores 3.000

Estoques 1.000 Impostos, taxas e contribuições 1.000

Depesas antecipadas 1.000 Seguros a pagar 1.000

Impostos e taxas a recuperar 1.000 Provisão para imposto de renda e contribuição social 1.000

Importação em andamento 1.000 Salários e encargos sociais 1.000

Valores em garantia 1.000 Contas a pagar 1.000

Adiantamento a fornecedores 1.000 Adiantamentos de clientes 1.000

Outros adiantamentos 1.000 Outras obrigações 1.000

10.000 11.000

Não circulante: Não circulante:

Transações com partes relacionadas 1.000 Transações com partes relacionadas 2.500

Contas a receber de clientes 2.000 Fornecedores 2.500

Outros Clientes 1.000 Emprestimos e financiamentos 1.000

Depósitos judiciais 1.000 6.000

Investimentos 6.000

Participação na Cia B 2.000 Patrimônio líquido:

Participação na Cia C 3.000 Capital social 1.000

Outros investimentos 1.000 Reservas de Capital 1.000

Imobilizado 1.000 Reserva de Avaliação Patromônial 1.000

Intangível 1.000 Reservas de Lucros 2.000

12.000 5.000

Total 22.000 22.000

Ativo Passivo

Cia B Cia B

Circulante: Circulante:

Caixa e equivalentes de caixa 2.000 Emprestimos e financiamentos 2.000

Contas a receber de clientes 4.000 Fornecedores 4.000

Estoques 2.000 Impostos, taxas e contribuições 2.000

Depesas antecipadas 2.000 Seguros a pagar 2.000

Impostos e taxas a recuperar 2.000 Provisão para imposto de renda e contribuição social 2.000

Importação em andamento 2.000 Salários e encargos sociais 2.000

Valores em garantia 2.000 Contas a pagar 2.000

Adiantamento a fornecedores 2.000 Adiantamentos de clientes 2.000

Outros adiantamentos 2.000 Outras obrigações 2.000

20.000 20.000

Não circulante: Não circulante:

Transações com partes relacionadas 2.000 Transações com partes relacionadas 2.000

Contas a receber de clientes 4.000 Fornecedores 2.000

Outros Clientes 2.000 Emprestimos e financiamentos 2.000

Depósitos judiciais 2.000 6.000

Investimentos 2.000

Participação na Cia B - Patrimônio líquido:

Participação na Cia C - Capital social 2.000

Outros investimentos 2.000 Reservas de Capital 2.000

Imobilizado 2.000 Reserva de Avaliação Patromônial 2.000

Intangível 2.000 Reservas de Lucros 2.000

14.000 8.000

Total 34.000 34.000

Ativo Passivo

Page 34: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

32

Investida: Cia C

Cia C Cia C

Circulante: Circulante:

Caixa e equivalentes de caixa 3.000 Emprestimos e financiamentos 3.000

Contas a receber de clientes 6.000 Fornecedores 4.000

Estoques 3.000 Impostos, taxas e contribuições 3.000

Depesas antecipadas 3.000 Seguros a pagar 3.000

Impostos e taxas a recuperar 3.000 Provisão para imposto de renda e contribuição social 3.000

Importação em andamento 3.000 Salários e encargos sociais 3.000

Valores em garantia 3.000 Contas a pagar 3.000

Adiantamento a fornecedores 3.000 Adiantamentos de clientes 3.000

Outros adiantamentos 3.000 Outras obrigações 3.000

30.000 28.000

Não circulante: Não circulante:

Transações com partes relacionadas 3.000 Transações com partes relacionadas 1.500

Contas a receber de clientes 6.000 Fornecedores 1.500

Outros Clientes 3.000 Emprestimos e financiamentos 3.000

Depósitos judiciais 3.000 6.000

Investimentos 3.000

Participação na Cia B - Patrimônio líquido:

Participação na Cia C - Capital social 3.000

Outros investimentos 3.000 Reservas de Capital 3.000

Imobilizado 3.000 Reserva de Avaliação Patromônial 3.000

Intangível 3.000 Reservas de Lucros 8.000

21.000 17.000

Total 51.000 51.000

Ativo Passivo

Page 35: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

33

Passo 1: Agrupamento das informações de forma mais analítica:

Cia A Cia B Cia C Cia A Cia B Cia C

Circulante: Circulante:

Caixa e equivalentes de caixa 1.000 2.000 3.000 Emprestimos e financiamentos 1.000 2.000 3.000

Contas a receber de clientes 2.000 4.000 6.000 Fornecedores 3.000 4.000 4.000

Contas a receber de A - 1.000 1.500 Cia A - 500 500

Contas a receber de B 500 - 1.500 Cia B 1.000 - 1.000

Contas a receber de C 500 1.000 - Cia C 1.000 1.500 -

Outros clientes 1.000 2.000 3.000 Outros fornecedores 1.000 2.000 2.500

Estoques 1.000 2.000 3.000 Impostos, taxas e contribuições 1.000 2.000 3.000

Depesas antecipadas 1.000 2.000 3.000 Seguros a pagar 1.000 2.000 3.000

Impostos e taxas a recuperar 1.000 2.000 3.000 Provisão para imposto de renda e contribuição social 1.000 2.000 3.000

Importação em andamento 1.000 2.000 3.000 Salários e encargos sociais 1.000 2.000 3.000

Valores em garantia 1.000 2.000 3.000 Contas a pagar 1.000 2.000 3.000

Adiantamento a fornecedores 1.000 2.000 3.000 Adiantamentos de clientes 1.000 2.000 3.000

Outros adiantamentos 1.000 2.000 3.000 Outras obrigações 1.000 2.000 3.000

10.000 20.000 30.000 11.000 20.000 28.000

Não circulante: Não circulante:

Transações com partes relacionadas 1.000 2.000 3.000 Transações com partes relacionadas 2.500 2.000 1.500

Empréstimos e mútuos a receber de A - 1.000 1.500 Empréstimos e mútuos a pagar à A - 500 500

Empréstimos e mútuos a receber de B 500 - 1.500 Empréstimos e mútuos a pagar à B 1.000 - 1.000

Empréstimos e mútuos a receber de C 500 1.000 - Empréstimos e mútuos a pagar à C 1.500 1.500 -

Contas a receber de clientes 2.000 4.000 6.000 Fornecedores 2.500 2.000 1.500

Contas a receber de A - 1.000 1.500 Cia A - 500 500

Contas a receber de B 500 - 1.500 Cia B 1.000 - 1.000

Contas a receber de C 500 1.000 - Cia C 1.500 1.500 -

Outros Clientes 1.000 2.000 3.000 Emprestimos e financiamentos 1.000 2.000 3.000

Depósitos judiciais 1.000 2.000 3.000 6.000 6.000 6.000

Investimentos 6.000 2.000 3.000

Participação na Cia B 2.000 - - Patrimônio líquido:

Participação na Cia C 3.000 - - Capital social 1.000 2.000 3.000

Outros investimentos 1.000 2.000 3.000 Reservas de Capital 1.000 2.000 3.000

Imobilizado 1.000 2.000 3.000 Reserva de Avaliação Patromônial 1.000 2.000 3.000

Intangível 1.000 2.000 3.000 Reservas de Lucros 2.000 2.000 8.000

12.000 14.000 21.000 5.000 8.000 17.000

Total 22.000 34.000 51.000 22.000 34.000 51.000

Ativo Passivo

Page 36: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

Contabilidade Avançada

34

Passo 2: Agrupamento das informações de forma mais analítica e somatório:

Cia A Cia B Cia C Somatório Cia A Cia B Cia C Somatório

Circulante: Circulante:

Caixa e equivalentes de caixa 1.000 2.000 3.000 6.000 Emprestimos e financiamentos 1.000 2.000 3.000 6.000

Contas a receber de clientes 2.000 4.000 6.000 12.000 Fornecedores 3.000 4.000 4.000 11.000

Contas a receber de A - 1.000 1.500 2.500 Cia A - 500 500 1.000

Contas a receber de B 500 - 1.500 2.000 Cia B 1.000 - 1.000 2.000

Contas a receber de C 500 1.000 - 1.500 Cia C 1.500 1.500 - 3.000

Outros clientes 1.000 2.000 3.000 6.000 Outros fornecedores 500 2.000 2.500 5.000

Estoques 1.000 2.000 3.000 6.000 Impostos, taxas e contribuições 1.000 2.000 3.000 6.000

Depesas antecipadas 1.000 2.000 3.000 6.000 Seguros a pagar 1.000 2.000 3.000 6.000

Impostos e taxas a recuperar 1.000 2.000 3.000 6.000 Provisão para imposto de renda e contribuição social 1.000 2.000 3.000 6.000

Importação em andamento 1.000 2.000 3.000 6.000 Salários e encargos sociais 1.000 2.000 3.000 6.000

Valores em garantia 1.000 2.000 3.000 6.000 Contas a pagar 1.000 2.000 3.000 6.000

Adiantamento a fornecedores 1.000 2.000 3.000 6.000 Adiantamentos de clientes 1.000 2.000 3.000 6.000

Outros adiantamentos 1.000 2.000 3.000 6.000 Outras obrigações 1.000 2.000 3.000 6.000

10.000 20.000 30.000 60.000 11.000 20.000 28.000 59.000

Não circulante: Não circulante:

Transações com partes relacionadas 1.000 2.000 3.000 6.000 Transações com partes relacionadas 2.500 2.000 1.500 6.000

Empréstimos e mútuos a receber de A - 1.000 1.500 2.500 Empréstimos e mútuos a pagar à A - 500 500 1.000

Empréstimos e mútuos a receber de B 500 - 1.500 2.000 Empréstimos e mútuos a pagar à B 1.000 - 1.000 2.000

Empréstimos e mútuos a receber de C 500 1.000 - 1.500 Empréstimos e mútuos a pagar à C 1.500 1.500 - 3.000

Contas a receber de clientes 2.000 4.000 6.000 12.000 Fornecedores 2.500 2.000 1.500 6.000

Contas a receber de A - 1.000 1.500 2.500 Cia A - 500 500 1.000

Contas a receber de B 500 - 1.500 2.000 Cia B 1.000 - 1.000 2.000

Contas a receber de C 500 1.000 - 1.500 Cia C 1.500 1.500 - 3.000

Outros Clientes 1.000 2.000 3.000 6.000 Emprestimos e financiamentos 1.000 2.000 3.000 6.000

Depósitos judiciais 1.000 2.000 3.000 6.000 6.000 6.000 6.000 18.000

Investimentos 6.000 2.000 3.000 11.000 Patrimônio líquido:

Participação na Cia B 2.000 - - 2.000 Participação de outros investidores - - - -

Participação na Cia C 3.000 - - 3.000 Capital social 1.000 2.000 3.000 6.000

Outros investimentos 1.000 2.000 3.000 6.000 Reservas de Capital 1.000 2.000 3.000 6.000

Imobilizado 1.000 2.000 3.000 6.000 Reserva de Avaliação Patromônial 1.000 2.000 3.000 6.000

Intangível 1.000 2.000 3.000 6.000 Reservas de Lucros 2.000 2.000 8.000 12.000

12.000 14.000 21.000 47.000 5.000 8.000 17.000 30.000

Total 22.000 34.000 51.000 107.000 22.000 34.000 51.000 107.000

Ativo Passivo

Page 37: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

36

Contabilidade Avançada

Passo 3: Eliminação das operações mercantis, contas a receber e a pagar entre empresas, das participações acionárias:

Cia A Cia B Cia C Somatório Débitos Créditos Consolidado Cia A Cia B Cia C Somatório Débitos Créditos Consolidado

Circulante: Circulante:

Caixa e equivalentes de caixa 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Emprestimos e financiamentos 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Contas a receber de clientes 2.000 4.000 6.000 12.000 - (6.000) 6.000 Fornecedores 3.000 4.000 4.000 11.000 (6.000) - 5.000

Contas a receber de A - 1.000 1.500 2.500 - (2.500) - Cia A - 500 500 1.000 (1.000) - -

Contas a receber de B 500 - 1.500 2.000 - (2.000) - Cia B 1.000 - 1.000 2.000 (2.000) - -

Contas a receber de C 500 1.000 - 1.500 - (1.500) - Cia C 1.500 1.500 - 3.000 (3.000) - -

Outros clientes 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Outros fornecedores 500 2.000 2.500 5.000 - - 5.000

Estoques 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Impostos, taxas e contribuições 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Depesas antecipadas 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Seguros a pagar 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Impostos e taxas a recuperar 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Provisão para imposto de renda e contribuição social 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Importação em andamento 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Salários e encargos sociais 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Valores em garantia 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Contas a pagar 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Adiantamento a fornecedores 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Adiantamentos de clientes 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Outros adiantamentos 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Outras obrigações 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

10.000 20.000 30.000 60.000 - (6.000) 54.000 11.000 20.000 28.000 59.000 (6.000) - 53.000

Não circulante: Não circulante:

Transações com partes relacionadas 1.000 2.000 3.000 6.000 - (6.000) - Transações com partes relacionadas 2.500 2.000 1.500 6.000 (6.000) - -

Empréstimos e mútuos a receber de A - 1.000 1.500 2.500 - (2.500) - Empréstimos e mútuos a pagar à A - 500 500 1.000 (1.000) - -

Empréstimos e mútuos a receber de B 500 - 1.500 2.000 - (2.000) - Empréstimos e mútuos a pagar à B 1.000 - 1.000 2.000 (2.000) - -

Empréstimos e mútuos a receber de C 500 1.000 - 1.500 - (1.500) - Empréstimos e mútuos a pagar à C 1.500 1.500 - 3.000 (3.000) - -

Contas a receber de clientes 2.000 4.000 6.000 12.000 - (6.000) 6.000 Fornecedores 2.500 2.000 1.500 6.000 (6.000) - -

Contas a receber de A - 1.000 1.500 2.500 - (2.500) - Cia A - 500 500 1.000 (1.000) - -

Contas a receber de B 500 - 1.500 2.000 - (2.000) - Cia B 1.000 - 1.000 2.000 (2.000) - -

Contas a receber de C 500 1.000 - 1.500 - (1.500) - Cia C 1.500 1.500 - 3.000 (3.000) - -

Outros Clientes 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Emprestimos e financiamentos 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000

Depósitos judiciais 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 6.000 6.000 6.000 18.000 (12.000) - 6.000

Investimentos 6.000 2.000 3.000 11.000 - (5.000) 6.000 Patrimônio líquido:

Participação na Cia B 2.000 - - 2.000 - (2.000) - Participação de outros investidores - - - - - 20.000 20.000

Participação na Cia C 3.000 - - 3.000 - (3.000) - Capital social 1.000 2.000 3.000 6.000 (5.000) - 1.000

Outros investimentos 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Reservas de Capital 1.000 2.000 3.000 6.000 (5.000) - 1.000

Imobilizado 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Reserva de Avaliação Patromônial 1.000 2.000 3.000 6.000 (5.000) - 1.000

Intangível 1.000 2.000 3.000 6.000 - - 6.000 Reservas de Lucros 2.000 2.000 8.000 12.000 (10.000) - 2.000

12.000 14.000 21.000 47.000 - (17.000) 30.000 5.000 8.000 17.000 30.000 (25.000) 20.000 25.000

Total 22.000 34.000 51.000 107.000 - (23.000) 84.000 22.000 34.000 51.000 107.000 (43.000) 20.000 84.000

Ativo PassivoAjustes Ajustes

Page 38: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

36

Contabilidade Avançada

3. Material Complementar à

Disciplina

Texto Integral da Instrução CVM Nº 247, de 27 de

Março de 1996, com as Alterações Introduzidas pelas

Instruções CVM Nº 269/97, 285/98, 464/08 e 469/08.

“Dispõe sobre a avaliação de investimentos em sociedades coligadas e controladas e

sobre os procedimentos para elaboração e divulgação das demonstrações contábeis

consolidadas, para o pleno atendimento aos Princípios Fundamentais de Contabilidade,

altera e consolida as Instruções CVM nº 01, de 27 de abril de 1978, nº 15, de 03 de

novembro de 1980, nº 30, de 17 de janeiro de 1984, e o artigo 2º da Instrução CVM nº

170, de 03 de janeiro de 1992, e dá outras providências.”

O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM torna

público que o Colegiado, em sessão realizada em 22.03.96, com fundamento no

disposto na alínea "c" do inciso III do artigo 248, no parágrafo único do artigo 249 e no

parágrafo único do artigo 291 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e nos incisos

I, II e IV do parágrafo único do artigo 22 da Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976,

RESOLVEU:

DO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Art. 1º O investimento permanente de companhia aberta em coligadas, suas equiparadas

e em controladas, localizadas no país e no exterior, deve ser avaliado pelo método da

equivalência patrimonial, observadas as disposições desta Instrução.

Parágrafo Único. Equivalência patrimonial corresponde ao valor do investimento

determinado mediante a aplicação da percentagem de participação no capital social

sobre o patrimônio líquido de cada coligada, sua equiparada e controlada.

Page 39: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

37

Contabilidade Avançada

DAS COLIGADAS E CONTROLADAS

Art. 2º Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa com 10% (dez por

cento) ou mais do capital social da outra, sem controlá-la.

Parágrafo Único. Equiparam-se às coligadas, para os fins desta Instrução:

a) as sociedades quando uma participa indiretamente com 10% (dez por cento) ou mais

do capital votante da outra, sem controlá-la;

b) as sociedades quando uma participa diretamente com 10% (dez por cento) ou mais do

capital votante da outra, sem controlá-la, independentemente do percentual da

participação no capital total.

Art. 3º Considera-se controlada, para os fins desta Instrução:

I - sociedade na qual a investidora, diretamente ou indiretamente, seja titular de direitos

de sócio que lhe assegurem, de modo permanente:

a) preponderância nas deliberações sociais; e

b) o poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores.

II - filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de representação no exterior,

sempre que os respectivos ativos e passivos não estejam incluídos na contabilidade da

investidora, por força de normatização específica; e

III - sociedade na qual os direitos permanentes de sócio, previstos nas alíneas "a" e "b"

do inciso I deste artigo estejam sob controle comum ou sejam exercidos mediante a

existência de acordo de votos, independentemente do seu percentual de participação no

capital votante.

Parágrafo Único. Considera-se, ainda, controlada a subsidiária integral, tendo a

investidora como única acionista.

DA DETERMINAÇÃO DA RELEVÂNCIA DO INVESTIMENTO

• Artigo revogado pela Instrução CVM nº 469, de 2 de maio de 2008.

DOS INVESTIMENTOS A SEREM AVALIADOS PELO MÉTODO DA

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Art. 5º Deverão ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial:

I - o investimento em cada controlada direta ou indireta;

II - o investimento em cada coligada ou sua equiparada, quando a investidora tenha

influência significativa na administração ou quando a porcentagem de participação,

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38

Contabilidade Avançada

direta ou indireta, da investidora representar 20% (vinte por cento) ou mais do capital

votante; e

III – o investimento em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou

estejam sob controle comum.

• Redação dada pela Instrução CVM nº 469, de 2 de maio de 2008.

Parágrafo Único. Serão considerados exemplos de evidências de influência na

administração da coligada:

a) participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência de

administradores comuns;

b) poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores;

c) volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de assistência

técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da investidora;

d) significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira;

e) recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de

planos de investimento; ou

f) uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos.

Art. 6º Deverá deixar de ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial, sem

prejuízo do disposto no artigo 12, o investimento em sociedades coligadas e controladas

com efetiva e clara evidência de perda de continuidade de suas operações ou no caso em

que estas estejam operando sob severas restrições a longo prazo que prejudiquem

significativamente a sua capacidade de transferir recursos para a investidora.

Art. 7º O investimento em sociedade coligada e controlada cuja venda por parte da

investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização, continuará

sendo avaliado pelo método da equivalência patrimonial até a data-base considerada

para a venda.

• Artigo 8 revogado pela Instrução CVM nº 469, de 2 de maio de 2008.

DOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS PELO

MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Art. 9º O valor do investimento, pelo método da equivalência patrimonial, será obtido

mediante o seguinte cálculo:

I - aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre o valor do

patrimônio líquido da coligada e da controlada; e

Page 41: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

39

Contabilidade Avançada

II - subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não realizados,

conforme definido no parágrafo 1º deste artigo, líquidos dos efeitos fiscais.

Parágrafo 1º Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados lucros não

realizados aqueles decorrentes de negócios com a investidora ou com outras coligadas e

controladas, quando:

a) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e

correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza

no balanço patrimonial da investidora; ou

b) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e

correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza

no balanço patrimonial de outras coligadas e controladas.

Parágrafo 2º Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e

controladas não devem ser eliminados no cálculo da equivalência patrimonial.

Parágrafo 3º Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes

de negócios que tenham gerado, simultânea e integralmente, efeitos opostos nas contas

de resultado das coligadas e controladas, não serão excluídos para fins de cálculo do

valor do investimento.

Art. 10. Para os efeitos do disposto no artigo 9º, o patrimônio líquido da coligada e

controlada deverá ser determinado com base nas demonstrações contábeis levantadas na

mesma data das demonstrações contábeis da investidora.

Parágrafo 1º Na impossibilidade de cumprimento ao disposto no caput deste artigo,

admite-se a utilização de demonstrações contábeis da coligada e controlada em um

período máximo de defasagem de até 60 (sessenta) dias antes da data das demonstrações

contábeis da investidora.

Parágrafo 2º O período de abrangência das demonstrações contábeis da coligada e

controlada deverá ser idêntico ao da investidora, independentemente das respectivas

datas de encerramento.

Parágrafo 3º Admite-se a utilização de períodos não idênticos, nos casos em que este

fato representar melhoria na qualidade da informação produzida, sendo a mudança

evidenciada em nota explicativa.

Art. 11. Para a determinação do valor da equivalência patrimonial, a investidora deverá:

I - eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, em especial,

referindo-se a investimentos no exterior;

II - excluir o montante correspondente às participações recíprocas;

III - reconhecer os efeitos decorrentes de eventos relevantes ocorridos no período

intermediário, no caso de demonstrações contábeis levantadas em datas diversas;

e

Page 42: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

40

Contabilidade Avançada

IV - reconhecer os efeitos decorrentes de classes de ações com direito preferencial de

dividendo fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de

lucros.

DAS PERDAS PERMANENTES EM INVESTIMENTOS AVALIADOS PELO

MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Art. 12 - A investidora deverá constituir provisão para cobertura de:

I - perdas efetivas, em virtude de:

a) - eventos que resultarem em perdas não provisionadas pelas coligadas e

controladas em suas demonstrações contábeis; ou

b) responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo a descoberto.

II - perdas potenciais, estimadas em virtude de:

a) tendência de perecimento do investimento;

b) elevado risco de paralisação de operações de coligadas e controladas;

c) eventos que possam prever perda parcial ou total do valor contábil do

investimento ou do montante de créditos contra as coligadas e controladas; ou

d) cobertura de garantias, avais, fianças, hipotecas ou penhor concedidos, em favor

de coligadas e controladas, referentes a obrigações vencidas ou vincendas quando

caracterizada a incapacidade de pagamentos pela controlada ou coligada.

Parágrafo 1º Independentemente do disposto na letra “b” do inciso I, deve ser

constituída ainda provisão para perdas, quando existir passivo a descoberto e houver

intenção manifesta da investidora em manter o seu apoio financeiro à investida.

Parágrafo 2º A provisão para perdas deverá ser apresentada no ativo permanente por

dedução e até o limite do valor contábil do investimento a que se referir, sendo o

excedente apresentado em conta específica no passivo.

DO ÁGIO OU DESÁGIO NA AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTO AVALIADO

PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Art. 13. Para efeito de contabilização, o custo de aquisição de investimento em coligada

e controlada deverá ser desdobrado e os valores resultantes desse desdobramento

contabilizados em sub-contas separadas:

I - equivalência patrimonial baseada em demonstrações contábeis elaboradas nos termos

do artigo 10; e

Page 43: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

41

Contabilidade Avançada

II - ágio ou deságio na aquisição ou na subscrição, representado pela diferença para

mais ou para menos, respectivamente, entre o custo de aquisição do investimento e

a equivalência patrimonial.

Art. 14. O ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou subscrição do

investimento deverá ser contabilizado com indicação do fundamento econômico que o

determinou.

Parágrafo 1º O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o valor de mercado de

parte ou de todos os bens do ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil,

deverá ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo realizado na coligada e

controlada, por depreciação, amortização, exaustão ou baixa em decorrência de

alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.

§ 2º O ágio ou o deságio decorrente da diferença entre o valor pago na aquisição do

investimento e o valor de mercado dos ativos e passivos da coligada ou controlada,

referido no parágrafo anterior, deverá ser amortizado da seguinte forma:

a) o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de resultado futuro – no prazo,

extensão e proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por alienação ou

perecimento do investimento, devendo os resultados projetados serem objeto de

verificação anual, a fim de que sejam revisados os critérios utilizados para amortização

ou registrada a baixa integral do ágio; e

b) o ágio decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão

delegadas pelo Poder Público – no prazo estimado ou contratado de utilização, de

vigência ou de perda de substância econômica, ou pela baixa por alienação ou

perecimento do investimento.

• Redação dada pela Instrução CVM nº 285, de 31 de julho de 1998

§ 3º O prazo máximo para amortização do ágio previsto na letra “a” do parágrafo

anterior não poderá exceder a dez anos.

• Redação dada pela Instrução CVM nº 285, de 31 de julho de 1998

Parágrafo 4º Quando houver deságio não justificado pelos fundamentos econômicos

previstos nos parágrafos 1º e 2º, a sua amortização somente poderá ser contabilizada em

caso de baixa por alienação ou perecimento do investimento.

Parágrafo 5º O ágio não justificado pelos fundamentos econômicos, previstos nos

parágrafos 1º e 2º, deve ser reconhecido imediatamente como perda, no resultado do

exercício, esclarecendo-se em nota explicativa as razões da sua existência.

Art. 15. Na elaboração do balanço patrimonial da investidora, o saldo não amortizado

do ágio ou deságio deve ser apresentado no ativo permanente, adicionado ou reduzido,

respectivamente, à equivalência patrimonial do investimento a que se referir.

Page 44: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

42

Contabilidade Avançada

DA DIFERENÇA RESULTANTE DA AVALIAÇÃO BASEADA NO MÉTODO

DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Art. 16. A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do investimento

avaliado pelo método da equivalência patrimonial, deverá ser apropriada pela

investidora como:

I - receita ou despesa operacional, quando corresponder a aumento ou diminuição do

patrimônio líquido da coligada e controlada, em decorrência da apuração de lucro

líquido ou prejuízo no período ou que corresponder a ganhos ou perdas efetivos em

decorrência da existência de reservas de capital ou de ajustes de exercícios anteriores;

II - receita ou despesa não operacional, quando corresponder a eventos que resultem na

variação da porcentagem de participação no capital social da coligada e controlada;

III - aplicação na amortização do ágio em decorrência do aumento ocorrido no

patrimônio líquido por reavaliação dos ativos que lhe deram origem; e

V - na conta de Ajuste Acumulado de Conversão, diretamente no seu patrimônio

líquido, quando corresponder a ajuste da mesma natureza no patrimônio líquido da

controlada ou coligada com investimento no exterior, em função das variações cambiais

de que trata a regulamentação da CVM em vigor.

Parágrafo único. Não obstante o disposto no art. 12, o resultado negativo de

equivalência patrimonial terá como limite o valor contábil do investimento, que

compreende o custo de aquisição mais a equivalência patrimonial, o ágio e o deságio

não amortizados e a provisão para perdas.

DA RESERVA DE LUCROS A REALIZAR E DOS DIVIDENDOS E

BONIFICAÇÕES EM AÇÕES RECEBIDOS PELA INVESTIDORA

Art. 17. Para fins de constituição da reserva de lucros a realizar, somente poderá ser

considerado como lucro a realizar o resultado líquido positivo da equivalência

patrimonial sobre o conjunto dos investimentos, apurado nos termos dos incisos I e II,

do artigo 16.

Art. 18. As bonificações recebidas sem custo pela investidora, quer sejam por emissão

de novas ações, quer sejam por aumento do valor nominal das ações, não devem ser

objeto de contabilização na conta do investimento na coligada e controlada.

Parágrafo Único. Em decorrência do previsto no caput deste artigo, deverá ser revertida

para a conta de lucros ou prejuízos acumulados a correspondente parcela que tiver sido

destinada para reserva de lucros a realizar, a que se refere o artigo 17.

Art. 19. A parcela revertida da reserva de lucros a realizar para a conta de lucros ou

prejuízos acumulados, se não absorvida por prejuízos, deverá ser considerada no

Page 45: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

43

Contabilidade Avançada

cálculo, em separado, do dividendo obrigatório no exercício em que for feita a reversão.

O excedente poderá ser destinado para :

I - aumento de capital;

II - distribuição de dividendo; e

III - constituição de outras reservas de lucros, inclusive retenção justificada em lucros

acumulados, ou absorção do prejuízo do exercício, atendidas as exigências legais.

DAS NOTAS EXPLICATIVAS

Art. 20. As notas explicativas que acompanham as demonstrações contábeis devem

conter informações precisas das coligadas e das controladas, indicando, no mínimo:

I - denominação da coligada e controlada, o número, espécie e classe de ações ou de

cotas de capital possuídas pela investidora, o percentual de participação no capital social

e no capital votante e o preço de negociação em bolsa de valores, se houver;

II - patrimônio líquido, lucro líquido ou prejuízo do exercício, assim como o montante

dos dividendos propostos ou pagos, relativos ao mesmo período;

III - créditos e obrigações entre a investidora e as coligadas e controladas especificando

prazos, encargos financeiros e garantias;

IV - avais, garantias, fianças, hipotecas ou penhor concedidos em favor de coligadas ou

controladas;

V - receitas e despesas em operações entre a investidora e as coligadas e controladas;

VI - montante individualizado do ajuste, no resultado e patrimônio líquido, decorrente

da avaliação do valor contábil do investimento pelo método da equivalência

patrimonial, bem como o saldo contábil de cada investimento no final do período;

VII - memória de cálculo do montante individualizado do ajuste, quando este não

decorrer somente da aplicação do percentual de participação no capital social sobre os

resultados da investida, se relevante;

VIII - base e fundamento adotados para constituição e amortização do ágio ou deságio e

montantes não amortizados, bem como critérios, taxa de desconto e prazos utilizados na

projeção de resultados;

IX - condições estabelecidas em acordo de acionistas com respeito a influência na

administração e distribuição de lucros, evidenciando os números relativos aos casos em

que a proporção do poder de voto for diferente da proporção de participação no capital

social votante, direta ou indiretamente;

X - participações recíprocas existentes; e

Page 46: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

44

Contabilidade Avançada

XI - efeitos no ativo, passivo, patrimônio líquido e resultado decorrentes de

investimentos descontinuados (artigos 6º e 7º).

DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS DO DEVER DE

ELABORAR E DIVULGAR DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CONSOLIDADAS

Art. 21. Ao fim de cada exercício social, demonstrações contábeis consolidadas devem

ser elaboradas por:

I - companhia aberta que possuir investimento em sociedades controladas, incluindo as

sociedades controladas em conjunto referidas no artigo 32 desta Instrução; e

II - sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta.

Art. 22. Demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço patrimonial

consolidado, a demonstração consolidada do resultado do exercício e a demonstração

consolidada das origens e aplicações de recursos, complementadas por notas

explicativas e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da situação

patrimonial e dos resultados consolidados.

DAS CONTROLADAS EXCLUÍDAS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CONSOLIDADAS

Art. 23. Poderão ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas, sem prévia

autorização da CVM, as sociedades controladas que se encontrem nas seguintes

condições:

I - com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo patrimônio seja

avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou

II - cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara

evidência de realização devidamente formalizada.

§1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, em casos especiais e mediante prévia

solicitação, autorizar a exclusão de uma ou mais sociedades controladas das

demonstrações contábeis consolidadas.

Parágrafo 2º No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento na

sociedade controlada excluída da consolidação deverá ser avaliado pelo método da

equivalência patrimonial.

Parágrafo 3º Não será considerada justificável a exclusão, nas demonstrações contábeis

consolidadas, de sociedade controlada cujas operações sejam de natureza diversa das

operações da investidora ou das demais controladas.

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45

Contabilidade Avançada

DA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS

Art. 24. Para a elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, a investidora

deverá observar, além do disposto no artigo 10, os seguintes procedimentos:

I - excluir os saldos de quaisquer contas ativas e passivas, decorrentes de transações

entre as sociedades incluídas na consolidação;

II - eliminar o lucro não realizado que esteja incluído no resultado ou no patrimônio

líquido da controladora e correspondido por inclusão no balanço patrimonial da

controlada.

III - eliminar do resultado os encargos de tributos correspondentes ao lucro não

realizado, apresentando-os no ativo circulante/realizável a longo prazo - tributos

diferidos, no balanço patrimonial consolidado.

Parágrafo Único. No processo de consolidação das demonstrações contábeis, não

poderá ser efetuada a compensação de quaisquer ativos ou passivos pela dedução de

outros passivos ou ativos, a não ser que exista um direito de compensação e a

compensação represente a expectativa quanto à realização do ativo e à liquidação do

passivo.

Art. 25. A participação dos acionistas não controladores, no patrimônio líquido das

sociedades controladas, deverá ser destacada em grupo isolado, no balanço patrimonial

consolidado, imediatamente antes do patrimônio líquido.

Art. 26. O montante correspondente ao ágio ou deságio proveniente da

aquisição/subscrição de sociedade controlada, não excluído nos termos do inciso I do

artigo 24, deverá:

I - quando decorrente da diferença prevista no parágrafo 1º do artigo 14, ser divulgado

como adição ou retificação da conta utilizada pela sociedade controlada para registro do

ativo especificado; e

II - quando decorrente da diferença prevista no parágrafo 2º do artigo 14:

a) ser divulgado em item destacado no ativo permanente, quando representar ágio; e

b) ser divulgado em conta apropriada de resultados de exercícios futuros, quando

representar deságio.

Art. 27. A parcela correspondente à provisão para perdas constituída na investidora

deve ser deduzida do saldo da conta da controlada que tenha dado origem à constituição

da provisão, ou apresentada como passivo exigível, quando representar expectativa de

conversão em exigibilidade.

Page 48: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

46

Contabilidade Avançada

Art. 28. Para a elaboração da demonstração consolidada do resultado do exercício a

investidora deverá:

I - incluir os resultados de sociedade controlada, adquirida ou vendida no transcorrer do

exercício social, tomando por base a data do respectivo registro ou baixa nos seus

investimentos permanentes; e

II - excluir todas as receitas e despesas decorrentes de negócios entre a investidora e as

sociedades controladas, bem como entre estas.

Art. 29. A participação dos acionistas não controladores no lucro líquido ou prejuízo do

exercício das controladas deverá ser destacada e apresentada, respectivamente, como

dedução ou adição ao lucro líquido ou prejuízo consolidado.

Art. 30. A demonstração consolidada das origens e aplicações dos recursos deverá ser

elaborada de maneira consistente com o contido nesta Instrução.

DAS NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CONSOLIDADAS

Art. 31. As notas explicativas que acompanham as demonstrações contábeis

consolidadas devem conter informações precisas das controladas, indicando:

I - critérios adotados na consolidação e as razões pelas quais foi realizada a exclusão de

determinada controlada;

II - eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício social que tenham, ou

possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros

consolidados;

III - efeitos, nos elementos do patrimônio e resultado consolidados, da aquisição ou

venda de sociedade controlada, no transcorrer do exercício social, assim como da

inserção de controlada no processo de consolidação, para fins de comparabilidade das

demonstrações contábeis; e

IV - eventos que ocasionaram diferença entre os montantes do patrimônio líquido e

lucro líquido ou prejuízo da investidora, em confronto com os correspondentes

montantes do patrimônio líquido e do lucro líquido ou prejuízo consolidados.

DA CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE

SOCIEDADES CONTROLADAS EM CONJUNTO

Art. 32. Os componentes do ativo e passivo, as receitas e as despesas das sociedades

controladas em conjunto deverão ser agregados às demonstrações contábeis

consolidadas de cada investidora, na proporção da participação destas no seu capital

social.

Page 49: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

47

Contabilidade Avançada

Parágrafo 1º Considera-se controlada em conjunto aquela em que nenhum acionista

exerce, individualmente, os poderes previstos no artigo 3º desta Instrução.

Parágrafo 2º No caso de uma das sociedades investidoras passar a exercer direta ou

indiretamente o controle isolado sobre a sociedade controlada em conjunto, a

controladora final deverá passar a consolidar integralmente os elementos do seu

patrimônio.

Art. 33. Em nota explicativa às demonstrações contábeis consolidadas, referidas no

artigo anterior, deverão ser divulgados ainda o montante dos principais grupos do ativo,

passivo e resultado das sociedades controladas em conjunto, bem como o percentual de

participação em cada uma delas.

Art. 34. Aplica-se o disposto nos artigos 23 a 31 à elaboração das demonstrações

contábeis consolidadas de sociedades controladas em conjunto, no que não colidir com

as normas previstas nos artigos 32 e 33.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. As demonstrações contábeis consolidadas e respectivas notas explicativas

serão objeto de exame e de parecer de auditores independentes.

Parágrafo Único. A auditoria referida no caput deste artigo deverá incluir o exame das

demonstrações contábeis de todas as controladas, abertas ou fechadas, incluídas na

consolidação, realizado por auditor registrado nesta Comissão.

Art. 36. As demonstrações contábeis consolidadas, assim como as notas explicativas e

quadros analíticos, referidos nesta Instrução, integram, em cada exercício social, as

demonstrações contábeis da companhia aberta investidora ou da sociedade de comando

de grupo de sociedades que inclua companhia aberta.

Art. 37. A companhia aberta filiada de grupo de sociedades deve indicar, em nota

explicativa às suas demonstrações contábeis, o órgão e, se possível, a data de publicação

das demonstrações contábeis consolidadas da sociedade de comando de grupo de

sociedades a que estiver filiada.

Art. 38. Os ajustes iniciais, decorrentes das alterações introduzidas por esta Instrução,

deverão ser registrados como receita ou despesa de equivalência patrimonial, no

resultado não operacional, com divulgação do fato e os valores envolvidos em nota

explicativa.

Parágrafo 1º Aplica-se, ainda, o disposto no caput deste artigo aos investimentos que,

por se tornarem relevantes, passarem a ser avaliados pelo método da equivalência

patrimonial.

Parágrafo 2º O disposto neste artigo não implicará reelaboração das demonstrações

contábeis individuais ou consolidadas relativas ao exercício social anterior.

Page 50: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

48

Contabilidade Avançada

Art. 39. As companhias abertas deverão manter em boa ordem, pelo prazo de 3 (três)

anos e por quaisquer meios adequados, a guarda dos papéis de trabalho e memórias de

cálculo relativos à elaboração de suas demonstrações contábeis consolidadas.

Parágrafo Único. O descumprimento ao disposto aos artigos 1º, 21, 32 e 35 desta

Instrução será considerado falta grave, para fins do artigo 11 da Lei nº 6.385, de 07 de

dezembro de 1976, ensejando a aplicação das penalidades previstas na legislação

pertinente.

Art. 40. Todas as disposições relativas às sociedades coligadas, contidas nesta

Instrução, aplicam-se ainda às sociedades equiparadas conforme definição contida no

parágrafo único do artigo 2º.

Art. 41. Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às

demonstrações contábeis relativas aos exercícios sociais a se encerrarem a partir de 1º

de dezembro de 1996, quando ficarão revogadas as Instruções CVM nº 01, de 27 de

abril de 1978, nº 15, de 03 de novembro de 1980, nº 30, de 17 de janeiro de 1984, o

artigo 2º da Instrução CVM nº 170, de 03 de janeiro de 1992, e as demais disposições

em contrário.

Parágrafo Único. Adaptam-se à presente Instrução as demais normas da CVM que

tratam dessa matéria.

Original assinado por

FRANCISCO AUGUSTO DA COSTA E SILVA

Presidente

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Contabilidade Avançada

4. Exercícios

4.1 Método de Equivalência Patrimonial

Exercício 1

Identifique os investimentos da Cia. ABC, que de acordo com a legislação vigente,

devem ser contabilizados pelo método de equivalência patrimonial:

Valor Contábil Investimento ( ) Participação

do investimento patrimônio líquido no

R$ da ABC - % capital

Na empresa A 500.000 7,30% 25%

Na empresa B 1.200.000 18,00% 8%

Na empresa C 1.800.000 26,00% 15%

Na empresa D 3.000.000 44,00% 35%

Na empresa E 400.000 6,00% 20%

Na empresa F 750.000 11,00% 9%

Dados adicionais:

ABC exerce influência na administração das investidas B, C, D, E e F.

O valor do patrimônio líquido da ABC era de R$6.800.000 na mesma data.

Exercício 2

A empresa ABC adquiriu em 01.12.09 30.000 ações do capital de empresa

MARAVILHA, pelo preço de R$45.000. O capital da investida era de 150.000 ações

com valor nominal de R$1,00 cada e havia ainda prejuízos acumulados de R$20.000

na data de aquisição.

Pede-se:

Contabilizar o investimento na data da aquisição;

Contabilizar o investimento em 31.12.09 (data do balanço), considerando que o

patrimônio líquido da empresa MARAVILHA, nessa data, era de R$200.000.

Page 52: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

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Contabilidade Avançada

Exercício 3

A CIA ABC registrava em 31.12.08 em seu balanço, o valor de R$20.000, referente a

participação acionária de 35% na Empresa METRÓPOLE, contabilizada pelo método de

equivalência patrimonial.

Em março de 2009 a METRÓPOLE pagou R$4.000 a ABC a título de dividendos.

Em 31.12.09 o patrimônio líquido da METRÓPOLE era assim formado:

Capital R$20.000

Reserva de capital 20.000

Prejuízos acumulados (5.000)

R$35.000

Pede-se:

Contabilizar os dividendos recebidos pela ABC;

Apurar e contabilizar o MEP em 31.12.09.

Exercício 4

Considerando os dados abaixo, proceder aos lançamentos contábeis para a conta de

investimentos da CIA ABC, na data do balanço de 31 de dezembro de 2009.

CIA ABC:

Saldo do investimento em "A"antes do ajuste de E.P. R$6.000

Quantidade de ações possuídas de "A" - 100.000

% de participação no capital de "A" - 20%

Patrimônio líquido de ABC em 31/12/2008 R$50.000

CIA "A":

Patrimônio líquido na data do balanço - 31/12/09:

Capital 35.000

Reservas de capital 30.000

Reservas de Lucros 40.000

Informações adicionais:

- A CIA ABC vem elegendo anualmente um membro da Diretoria de "A".

Page 53: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

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Contabilidade Avançada

Exercício 5

Com base nas demonstrações financeiras a seguir, para os casos aplicáveis, apure e

contabilize os investimentos pelo método de equivalência patrimonial.

ABC B C D

Ativo:

Caixa e bancos 100 1.000 10.000 3.000

Contas a receber - 2.000 20.000 12.000

Estoques:

de "B" 1.000 - - -

de "C" 25.000 - - -

de "D" 17.000 - - -

Outros - 7.000 50.000 14.000

43.000 7.000 50.000 14.000

Investimentos:

em "B" 5.400 - - -

em "C" 9.600 - - -

em "D" 2.500 - - -

17.500 - - -

Imobilizado - 6.000 54.000 31.000

60.600 16.000 134.000 60.000

Passivo:

Fornecedores 15.600 7.500 30.000 25.000

Patrimônio líquido

Capital 40.000 6.000 64.000 32.000

Reservas de Lucros 5.000 2.500 40.000 3.000

45.000 8.500 104.000 35.000

60.600 16.000 134.000 60.000

Demonstração do Resultado

Vendas para ABC - 2.500 75.000 15.000

Vendas para terceiros 200.000 - 15.000 20.000

Custo das vendas p/ABC - 500 30.000 4.500

Custo das vendas p/3ºs 75.000 - 10.000 12.500

Lucro bruto 125.000 2.000 50.000 18.000

Outras receitas 15.000 1.000 10.000 12.000

Outras despesas 135.000 (500) (20.000) (27.000)

Lucro líquido 5.000 2.500 40.000 3.000

Informações adicionais:

- ABC participa em 90% de "B", 15% de "C" e 9% de "D".

- ABC exerce influência na administração de "C".

Page 54: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

52

Contabilidade Avançada

Exercício 6

Proceder a contabilização das seguintes operações na CIA ABC, bem como aos ajustes

contábeis de balanço:

1/3 - Aquisição de 70.000 ações da CIA DELTA, pelo preço de R$200.000. O

patrimônio líquido de CIA DELTA na data da aquisição era assim formado:

Capital - R$100.000 - representado por ações com valor nominal de R$1,00 cada;

Reservas - R$150.000

Prejuízos acumulados - R$90.000

1/6 - Aquisição de 10.800 quotas da empresa 801, por R$60.000, cujo capital era

composto de 90.000 quotas com valor unitário de R$2,00 cada. O patrimônio líquido da

empresa 801 na data de aquisição montava a R$500.000.

ABC exercia influência da administração da empresa 801.

1/8 - Aquisição de 20.000 ações da CIA AMARALINA por R$200.000, correspondendo

a 8% do total do capital da AMARALINA. O patrimônio líquido da AMARALINA na

data da aquisição era de R$5.000.000.

ABC não exercia influência na administração da AMARALINA.

1/12 - Venda de estoques para AMARALINA com vencimento para 120 dias, no total

de R$1.500.000.

Outros dados:

Investimentos na CIA DELTA, empresa 801 e CIA AMARALINA consideradas

relevantes nas respectivas datas de aquisição, de acordo com a legislação

vigente.

Patrimônio líquido na data do balanço:

R$

Cia ABC 1.200.000

Cia Delta 250.000

Empresa 801 400.000

Cia Amaralina 8.000.000

Page 55: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

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Contabilidade Avançada

Exercício 7

Com base nas informações abaixo e de acordo com a legislação vigente, efetue as

contabilizações a cada ano na Empresa Floresbela S.A., bem como informe o tratamento

fiscal das despesas e receitas resultantes.

A Floresbela adquiriu em 31/12/07, 19% do capital social da empresa Alegria

Ltda., pagando R$200.000,00. O capital da Alegria totalizava R$300.000,00,

representado por 100.000 cotas sem valor nominal. Nessa mesma data, o

Patrimônio líquido da investida incluía uma Reserva de Capital no valor de

R$280.000,00 e Prejuízos Acumulados de R$260.000,00. A Floresbela era o único

fornecedor de um líquido preciosíssimo, utilizado como matéria prima pela

Alegria, para produção do Extrato da Felicidade.

A razão do ágio pago pela Floresbela na realidade não existia. Sua diretoria

acreditava que tudo era flores, um excelente negócio, não havendo um fundamento

econômico, uma razão objetiva.

Dessa forma, não deveria ter sido registrado conforme a orientação da legislação

vigente.

Devido aos problemas de aperto monetário trazido pelo novo plano de estabilização

da economia, a população rural de Chorandópolis vivia muito triste, com o que se

aproveitou a Alegria para vender uma grande quantidade do Extrato da Felicidade

em 2008, o que propiciou-lhe o lucro fabuloso de R$550.000,00 naquele exercício.

No final de 2009 a Alegria registrou um lucro de R$265.000,00, bem como agradou

seus cotistas pagando dividendos no montante de R$250.000,00.

Como nem tudo são flores, o sócio majoritário da Alegria se aposentou em

31/12/2009, deixando em seu lugar, na Administração, seu promissor filho - o

Juninho, formado em RAVARDI, ostentando vários canudos de pós-graduação em

Universidades estrangeiras de nome esquisito, com duração entre 30 e 36 horas cada

curso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! . Após 5 meses, em 2010, gerenciando a Alegria, a Empresa

fechou o primeiro quadrimestre de 2010 com um patrimônio líquido negativo de

R$700.000,00 !!!!!!!!!! .

Para piorar esse quadro o contrato social da Alegria determinava que todos os seus

cotistas deveriam arcar com qualquer passivo a descoberto desta.

Dados Adicionais - Patrimônio líquido da Floresbela S.A. :

31/12/2006 - R$ 500.000,00

31/12/2007 - R$ 600.000,00

31/12/2008 - R$ 850.000,00

31/12/2009 - R$1000.000,00

Page 56: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

54

Contabilidade Avançada

Exercício 8

A Empresa REVISÃO S.A., Cia. Aberta, adquiriu, em 31/12/07, 15.000 ações

ordinárias do capital da ULTIMA CHANCE S.A., pagando R$800.000. A diferença de

preço em relação ao valor patrimonial da investida foi devido ao valor de mercado do

seu parque industrial. Ficou ainda acordado que a Revisão indicaria o Diretor comercial

da Investida. O Patrimônio líquido da Revisão em 31/12/07 montava a R$4.000.000.

Pede-se: Efetue as respectivas contabilizações na Revisão S.A. em 31/12/07, 31/12/08,

31/12/09 e 02/01/10.

Dados Adicionais :

DA ULTIMA CHANCE S.A.:

a) 31/12/07 – Patrimônio Líquido -R$ 10.000.000

Capital -150.000 ações ordinárias

-150.000 ações preferenciais

b) Movimentação em 2008:

Lucro do Exercício - R$ 1.200.000

Vendas de estoque para a Revisão - R$ 500.000

Margem de Lucro bruto - 30%

Mais valia do parque industrial, em 01/01/2008 - R$ 7.000.000

Depreciação do Imobilizado, no exercício - 10%

c) Movimentação em 2009:

Prejuízo do exercício - R$ 600.000

Vendas de estoque para a Revisão - R$ 400.000

Prejuízo nas vendas para a Revisão - 18%

Depreciação do parque industrial, no exercício - 10%

d) Aumento de capital em espécie em 02/01/10:

75.000 ações ordinárias a R$47,00 cada uma.

DA REVISÃO S.A. :

A) Qual seria o critério de registro dos Investimentos em 2007, 2008 e 2009;

B) Saldo de Estoques no ativo, referente a compras efetuadas na ULTIMA

CHANCE:

31/12/08 - R$ 40.000;

31/12/09 - R$ 100.000.

Os estoques giram em média a cada 45 dias.

C) A Revisão não participou do aumento de capital ocorrido em 02/01/10.

Page 57: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

55

Contabilidade Avançada

4.2 Exercícios de Consolidação

Exercício 9

Analise as informações abaixo à luz da legislação vigente e, se aplicável, proceda a

consolidação das demonstrações contábeis da Cia. DORA com sua controlada Cia.

IDA em 31.12.2009. A Cia. DORA, uma companhia aberta, possui 70% das ações

da Cia. IDA. Houve no passado, em razão da mais valia do imobilizado, pagamento

de ágio na aquisição de controle da Cia. IDA.

Durante o exercício de 2009, a Cia. DORA vendeu mercadorias para a Cia. IDA no

valor de R$7.932. Entretanto, essas mercadorias foram integralmente revendidas

para terceiros no decorrer do exercício.

Despesas e receitas financeiras entre as Cias. totalizaram R$2.598.

Seguem-se os balanços patrimoniais e as demonstrações de resultados da Cia. DORA

e da Cia. IDA em 31/12/2009, para serem consolidados.

CIA. DORA E CONTROLADA

Balanço Patrimonial Consolidado Em 31 de Dezembro de 2009

Controladora Controlada Ajustes Saldos

Cia. DORA Cia. IDA Total Débito Crédito Consolidados

ATIVO

CIRCULANTE

Caixa e bancos 15.626 12.659 28.285

Duplicatas a receber 63.869 74.278 138.147

Estoques 26.545 28.271 54.816

Adiantamentos a fornecedores e outros 9.203 7.354 16.557

Contas a receber de controlada

Cia. IDA 11.851 - 11.851

Despesas pagas antecipadamente 3.188 2.059 5.247

130.282 124.621 254.903

NÃO CIRCULANTE:

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO:

Empréstimos compulsórios 5.798 6.587 12.385

PERMANENTE:

Investimentos:

Cia. IDA - Valor patrimonial 66.409 66.409

Cia. IDA - Ágio 11.719 11.719

78.128 78.128

Outros 11.438 6.972 18.410

89.566 6.972 96.538

Imobilizado 47.630 46.529 94.159

137.196 53.501 190.697

273.276 184.709 457.985

Page 58: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

56

Contabilidade Avançada

CIA. DORA E CONTROLADA

Balanço Patrimonial Consolidado Em 31 de Dezembro de 2009

Controladora Controlada Ajustes Saldos

Cia. DORA Cia. IDA Total Débito Crédito Consolidados

PASSIVO

CIRCULANTE:

Títulos a pagar 27.743 15.790 43.533

Fornecedores 22.553 24.499 47.052

Salários e encargos a pagar 4.368 2.050 6.418

Imposto de Renda 1.840 3.463 5.303

ICM e outros impostos 7.999 7.504 15.503

Dividendos a pagar 1.980 1.608 3.588

Contas a pagar a controladora

- Cia. IDA - 10.725 10.725

66.483 65.639 132.122

NÃO CIRCULANTE:

Empréstimos e financiamentos 34.532 24.200 58.732

PATRIMÔNIO LÍQUIDO:

Participação de outros acionistas - - -

Capital social 96.875 53.500 150.375

Reservas de capital 63.380 29.982 93.362

Reservas de lucros 12.006 11.388 23.394

172.261 94.870 267.131

273.276 184.709 457.985

Page 59: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

57

Contabilidade Avançada

CIA. DORA E CONTROLADA

Demonstração Consolidada do Resultado

Exercício Findo Em 31 de Dezembro de 2009

Controladora Controlada Ajustes Saldos

Cia. DORA Cia. IDA Total Débito Crédito Consolidados

Receita Operacional Liquida 190.324 135.298 325.622

Custo dos Produtos Vendidos 104.678 60.884 165.562

Lucro bruto 85.646 74.414 160.060

Outras Receitas Operacionais:

Resultado Método Equivalência Patrimonial 4.502 - 4.502

Despesas Operacionais:

De vendas 36.335 28.495 64.830

Financeiras 12.298 8.488 20.786

Administrativas 18.483 13.710 32.193

Depreciações e amortizações 5.771 5.392 11.163

Resultado não Operacional 7.501 8.434 15.935

80.388 64.519 144.907

Lucro do Exercício antes do Imposto de Renda 9.760 9.895 19.655

Imposto de Renda 1.840 3.463 5.303

Lucro do Exercício antes da Participação de 3º 7.920 6.432 14.352

Participação de 3º - - -

Lucro Líquido do Exercício 7.920 6.432 14.352

Page 60: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

58

Contabilidade Avançada

Exercício 10

Com base nos dados abaixo, prepare as Demonstrações Consolidadas da Companhia

ABC de acordo com os critérios da legislação vigente.

1. Dados Relevantes

Controladora - Companhia ABC (Companhia aberta)

Controlada - Companhia XYZ

A Companhia ABC participa em 90% do capital da Controlada XYZ.

Todas as vendas realizadas pela XYZ foram remetidas à ABC.

Cálculo do lucro nos estoques relativo a vendas da XYZ para a ABC:

a) margem de lucro da XYZ - 56% (lucro bruto: vendas);

b) saldo em estoque na ABC proveniente de compras na XYZ - R$ 10.000

Valor das compras - 10.000

Margem de lucro - 56%

Lucro nos estoques - 5.600

Na data de encerramento do exercício de 2009, foi feita a equivalência patrimonial

da seguinte forma:

Patrimônio Lucro do

líquido exercício

XYZ (1) 67.200 20.800

Participação da ABC na XYZ (x) 90% (x) 90%

60.480 18.720

Lucro não realizado nos estoques (5.600) (5.600)

IR s/lucro não realizado (30%) 1.680 1.680

Equivalência patrimonial 56.560 14.800

Participação minoritária ( (1) x 10%) 6.720 2.080

Page 61: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

59

Contabilidade Avançada

2. Balanço Patrimonial Consolidado

Eliminações

ABC XYZ Total Débito Crédito Consolidado

ATIVO

CIRCULANTE:

Disponibilidades 2.500 300 2.800

Contas a receber - clientes 82.500 7.100 89.600

Contas a receber - associada - 45.000 45.000

Estoques 60.000 8.000 68.000

Outras contas 3.000 600 3.600

148.000 61.000 209.000

NÃO CIRCULANTE:

PERMANENTE:

Investimento 56.560 - 56.560

Imobilizado 110.000 12.000 122.000

Intangível 49.952 - 49.952

216.512 12.000 228.512

364.512 73.000 437.512

PASSIVO

CIRCULANTE:

Fornecedores 72.000 2.800 74.800

Obrigações trabalhistas 11.000 600 11.600

Obrigações tributárias 16.000 900 16.900

Instituições financeiras 58.000 1.500 59.500

Contas a pagar - associada 45.000 - 45.000

202.000 5.800 207.800

PATRIMÔNIO LÍQUIDO:

Participações de 3º - - -

Capital 60.000 25.000 85.000

Reservas de Avaliação Patrimonial 16.000 10.000 26.000

Reservas de Lucros

Anos anteriores 22.516 11.400 33.916

Exercício atual 63.996 20.800 84.796

162.512 67.200 229.712

364.512 73.000 437.512

Page 62: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

60

Contabilidade Avançada

3. Demonstração Consolidada do Resultado

Eliminações

ABC XYZ Total Débito Crédito Consolidados

Vendas 700.000 80.000 780.000

(-) Custo das Venda (380.000) (35.000) (415.000)

Lucro bruto 320.000 45.000 365.000

Despesas Operacionais:

Administrativas (127.040) (5.000) (132.040)

Vendas (65.000) (1.000) (66.000)

Despesas Financeiras (39.000) (400) (39.400)

Receitas Financeiras 13.892 (8.600) 5.292

Resultado da Participação em Controlada 14.800 - 14.800

Outras despesas (12.000) (200) (12.200)

Lucro Operacional 76.960 38.400 115.360

Lucro antes do IR 105.652 29.800 135.452

Provisão Para IR (41.656) (9.000) (50.656)

Lucro Líquido do Exercício antes da participação de 3º 63.996 20.800 84.796

Participação de 3º

Lucro líquido do Consolidado

Page 63: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

61

Contabilidade Avançada

Exercício 11

Em 28/01/2009 a Cia. CARTEL adquiriu 80% das ações da Cia MICRO. Como a Cia.

CARTEL é uma companhia aberta, a controladora deverá elaborar demonstrações

financeiras consolidadas em 31/12/2009.

Seguem-se os Balanços Patrimoniais e as Demonstrações de Resultados das Cias.

CARTEL e MICRO em 31/12/2009.

DADOS ADICIONAIS SOBRE AS OPERAÇÕES DAS CIAS.:

1. A Cia. CARTEL aplicou o método de equivalência patrimonial na Cia. MICRO em

31/12/2009, eliminando do patrimônio líquido o lucro não realizado citado em 3

abaixo, deduzido do imposto de renda correspondente.

2. Em 31/01/2009 a Cia. CARTEL fez um adiantamento em conta corrente para a Cia.

MICRO de R$20.000, cobrando juros de 5% ao ano, a serem pagos juntamente com

o principal em 31/12/2009. Os juros correspondentes (R$1.000) foram contabilizados

em 31/12/2008 pelas Cias.

3. Durante o exercício findo em 31/12/2009 a Cia. MICRO vendeu mercadorias à Cia.

CARTEL por R$85.300 cujo preço de custo havia sido R$46.915. Do total adquirido,

a Cia. CARTEL ainda mantinha em estoque, em 31/12/2009, o saldo de

R$25.400,00.

4. Em 27/12/2009 a Cia. CARTEL pagou uma duplicata emitida pela Cia. MICRO no

valor de R$3.200, enviando o cheque pelo correio. Este, todavia, somente foi

recebido e depositado pela Cia. MICRO nos primeiros dias de janeiro de 20010.

5. O imposto de renda e a CSLL foram calculados a alíquota de 25% e 9%,

respectivamente.

6. Em 31/12/2009 a Cia. MICRO tinha um saldo de R$5.600 a receber da CARTEL

por fornecimento de mercadorias.

Page 64: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

62

Contabilidade Avançada

CIA. CARTEL E CONTROLADA

Balanço Patrimonial Consolidado

Em 31 de Dezembro de 2009

Controladora Controlada Ajustes Saldos

Cia

CARTEL

Cia MICRO Total Débito Crédito Consolidados

ATIVO

CIRCULANTE:

Caixa e bancos 7.500 12.300 19.800

Aplicações financeiras 7.000 20.500 27.500

Duplicatas a receber 52.200 61.200 113.400

Estoques 37.300 44.700 82.000

Adiantamento a fornecedores e outros 1.600 5.700 7.300

Contas a receber da Cia. MICRO 20.500 - 20.500

Dividendos a receber da Cia. MICRO 6.400 - 6.400

Imposto de renda diferido - - -

Despesas pagas antecipadamente 1.400 2.600 4.000

133.900 147.000 280.900

NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Aplicações financeiras 13.000 14.400 27.400

Duplicatas a receber 2.200 7.700 9.900

Depósitos judiciais 4.700 5.300 10.000

19.900 27.400 47.300

PERMANENTE:

Investimentos:

Cia. MICRO - Valor Patrimonial 113.885 - 113.885

Cia. MICRO - Ágio (1) 48.172 - 48.172

162.057 162.057

Obras de arte 8.143 6.600 14.743

170.200 6.600 176.800

Imobilizado 112.850 123.400 236.250

Intangível 4.950 - 4.950

288.000 130.000 418.000

441.800 304.400 746.200

(1) Fundamento Econômico: Valor de mercado do imobilizado da Micro

Page 65: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

63

Contabilidade Avançada

CIA. CARTEL E CONTROLADA

Balanço Patrimonial Consolidado

Em 31 de Dezembro de 2009

Controladora Controlada Ajustes

Cia CARTEL Cia MICRO Total Débito Crédito Saldos

Consolidados

PASSIVO

CIRCULANTE:

Empréstimos e financiamentos 39.200 22.059 61.259

Fornecedores 63.223 34.768 97.991

Salários e encargos sociais 15.200 11.200 26.400

IPI, ICM e outros impostos 7.900 11.950 19.850

Imposto de renda 9.502 16.423 25.925

Dividendos a pagar 2.000 8.000 10.000

137.025 124.900 261.925

NÃO CIRCULANTE:

Contas a pagar a Cia. CARTEL - 20.500 20.500

Empréstimos a financiamentos 32.570 25.000 57.570

Imposto de renda diferido 2.205 - 2.205

34.775 25.000 59.775

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Participação de 3º - - -

Capital 180.000 100.000 280.000

Reservas de capital 42.000 20.000 62.000

Reservas de lucros 48.000 34.500 82.500

270.000 154.500 424.500

441.800 304.400 746.200

Page 66: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

64

Contabilidade Avançada

CIA. CARTEL E CONTROLADA

Demonstração Consolidada do Resultado

Exercício Findo Em 31 de dezembro de 2009.

Controladora Controlada Ajustes Saldos

Cia

CARTEL

Cia MICRO Total Débito Crédito Consolidados

Receita Operacional Liquida 170.848 237.364 408.212

Custo dos Produtos Vendidos 97.408 130.630 228.038

Lucro bruto 73.360 106.814 180.174

Outras Receitas Operacionais:

Resultado de equivalência patrimonial 14.685 - 14.685

Despesas Operacionais:

De vendas 6.687 15.935 22.622

Financeiras (deduzido receita R$5.200) 9.990 14.440 24.430

Administrativas 19.529 20.653 40.182

Depreciações e amortizações 6.232 7.530 13.762

Outras Receitas(despesas) operacionais 6.300 (1.333) 4.967

42.438 58.558 100.996

Lucro do Exercício antes do IR 51.907 46.923 98.830

Imposto de Renda:

Corrente 9.502 16.423 25.925

Diferido 2.205 - 2.205

11.707 16.423 28.130

Lucro do Exercício antes da Participação de 3º 40.200 30.500 70.700

Participação de 3º - - -

Lucro Líquido do Exercício 40.200 30.500 70.700

Page 67: 01 Apostila Contabilidade avançada Setembro de 2010

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Contabilidade Avançada

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