0 polÍcia militar de santa catarina universidade …siaibib01.univali.br/pdf/carlos alberto mafra...

101
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA POLICIAMENTO TURÍSTICO: uma proposta para a Polícia Militar de Santa Catarina CARLOS ALBERTO MAFRA JUNIOR FLORIANÓPOLIS 2009 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DIRETORIA DE INSTRUÇÃO E ENSINO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS DE BIGUAÇU

Upload: tranthuy

Post on 08-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

0

CURSO DE GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

POLICIAMENTO TURÍSTICO: uma proposta para a Polícia Militar de Santa Catarina

CARLOS ALBERTO MAFRA JUNIOR

FLORIANÓPOLIS

2009

POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

DIRETORIA DE INSTRUÇÃO E ENSINO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

E JURÍDICAS DE BIGUAÇU

Page 2: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

1

CARLOS ALBERTO MAFRA JUNIOR

POLICIAMENTO TURÍSTICO: uma proposta para a Polícia Militar de Santa Catarina

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em

Segurança Pública pela Universidade do

Vale do Itajaí.

Orientador: Giovanni Cardoso Pacheco

FLORIANÓPOLIS

2009

Page 3: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

2

CARLOS ALBERTO MAFRA JUNIOR

POLICIAMENTO TURÍSTICO: uma proposta para a Polícia Militar de Santa Catarina

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado em sua

forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da Universidade do

Vale do Itajaí, em 20 de junho de 2009.

___________________________________ Prof. Msc. Moacir José Serpa

Univali – CEJURPS Florianópolis Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

____________________________________ Ten Cel PMSC Giovanni Cardoso Pacheco, Esp.

Professor Orientador

_____________________________________ Ten Cel PMSC João Ricardo Busi da Silva, Msc.

Membro

_____________________________________ Maj PMSC Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior, Esp.

Membro

Page 4: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

3

Dedico não só este trabalho, mas também

demais vitórias que já tive e terei a quem

dedica uma grande parte da sua vida por mim.

Daniela Francine Radaelli, obrigado pela

paciência, compreensão, apoio, carinho e por

sempre me incentivar a buscar algo maior.

Comemoro mais essa vitória ao seu lado, como

haverá de ser sempre assim! Foi através desta

referencia de amor incontestável que me

mantive norteado sob todos os aspectos de

minha construção pessoal.

Page 5: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela sua presença constante, revelada através da existência

de pessoas valiosas e concretizada através de oportunidades únicas;

Aos meus pais, Carlos Alberto Mafra e Rejeane Rocha Mafra, que sempre me deram

o melhor de si, que me incentivaram nos momentos difíceis, que me deram todo

amor e apoio necessário e que são para mim o melhor exemplo a se seguir;

A minha irmã, Samantha Marina Mafra que de uma forma especial me ajudou e

torce por mim;

A todos os meus familiares e amigos, antigos e recentes, que de alguma forma me

acompanharam, torceram e entenderam a minha ausência durante está caminhada;

Ao meu orientador, Ten Cel Giovanni Cardoso Pacheco, que com sua paciência e

competência, auxiliou-me durante todo o meu crescimento pessoal e profissional,

não sendo diferente ao longo do desenvolvimento deste trabalho;

Aos membros da banca avaliadora, professores Ten Cel PM João Ricardo Busi da

Silva e Major PM Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior por suas colaborações;

E por fim, à Academia de Polícia Militar da Trindade, pela oportunidade de realizar o

sonho de me tornar Oficial da Polícia Militar de Santa Catarina.

Page 6: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

5

“O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença”

Luís Fernando Veríssimo

Page 7: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

6

RESUMO

O presente trabalho monográfico tem a finalidade de propor a Polícia Militar de Santa Catarina um novo tipo de policiamento ostensivo, o Policiamento Turístico. Para isto, foram formuladas três propostas de criação de Organizações Policiais Militares especializadas no Policiamento Turístico, sendo estas dispostas em diferentes níveis, e uma proposta focada no planejamento e na capacitação de Policias Militares das principais cidades turísticas de Santa Catarina. Levantou-se um histórico sobre a origem e a evolução do turismo, e sua relevância no contexto atual. Apresentou-se informações a respeito do espaço geográfico de Santa Catarina, suas diversificadas rotas turísticas, as cidades do estado que mais atraem visitantes e quais as suas origens. Foi abordada a competência da Polícia Militar, consoante a CF/88, sendo descritos e aprofundados os conceitos aludidos da preservação da ordem pública e da polícia ostensiva. Discutiu-se também a respeito dos modelos já existentes de Polícias Turísticas do Brasil e do Mundo, por fim, tratou-se dos diferentes tipos, processos e modelos de policiamento ostensivo desempenhados pela Polícia Militar de Santa Catarina. Palavras chave: Turismo. Polícia Militar de Santa Catarina. Policiamento Turístico.

Page 8: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

7

ABSTRACT

This monographic study wants to propose the Military Police of Santa Catarina a new kind of ostensible policing, the Policing Tour. For this, three proposals were formulated to create a Military Police ´s Organizations specialized in the Policing Tour, and these being arranged on different levels, and a special proposal on the training of military police of the main tourist cities of Santa Catarina. Was important find the original history and development of tourism, and its relevance in the current context. It has information about the geographical area of Santa Catarina, its diverse tourist routes, the cities of the state that attract more visitors and where are they from. Was talked about the jurisdiction of the Military Police, as CF/88, as described and detailed the concepts that mentioned the preservation of public order and police ostentatious. It also discussed about the models that already exists in Brazil´s Tourist Police and in the Worl´s too, finally, it has talked about different types, processes and models of policing ostensible played by the Military Police of Santa Catarina. Keywords: Tourism. Military Police of Santa Catarina. Tourist police.

Page 9: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Art. - Artigo

BOPE - Batalhão de Operações Especiais

BPM - Batalhão de Polícia Militar

BPTRAN - Batalhão de Polícia de Transito

CIPMOTOS - Companhia Independente de Policiamento com Motos

COPOM - Centro de Operações da Polícia Militar

CPTUR - Companhia Policiamento Turístico

CPTUR-IND - Policia Militar de Turismo Independente

EMPETUR - Empresa de Turismo de Pernambuco

FACHO - Faculdade de Ciências Humanas de Olinda

GEPM - Guarnição Especial de Polícia Militar

N° - Número

OPM - Organização Policial Militar

PIB - Produto Interno Bruto

PMMA - Polícia Militar do Maranhão

PPT - Pelotão de Patrulhamento Tático

QCG - Quartel de Comando Geral

SANTUR - Santa Catarina Turismo S/A

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAC- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

UFSC - Universidade Federal de santa Catarina

UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí

WTTC - World Travel & Turism Council

Page 10: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

1.1 TEMA .................................................................................................................. 16

1.2 PROBLEMA ........................................................................................................ 16

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17

1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 17

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 17

2 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA................................................................ 20

2.1 MÉTODO CIENTÍFICO ....................................................................................... 21

2.2 TIPO E TÉCNICA DE PESQUISA ....................................................................... 22

2.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ......................................................................... 23

2.4 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 24

3 TURISMO EM SANTA CATARINA ....................................................................... 25

3.1 HISTÓRIA DO TURISMO .................................................................................... 25

3.2 ASPECTOS GEOGRÁFICOS E TURÍSTICOS DE SANTA CATARINA ............. 29

3.2.1 Espaço geográfico de Santa Catarina ........................................................... 29

3.2.2 Turismo em Santa Catarina............................................................................ 30

3.3 PRINCIPAIS CIDADES E ROTAS TURÍSTICAS ................................................ 33

3.3.1 Principais rotas turísticas .............................................................................. 35

3.3.1.1 Caminho dos Príncipes e Litoral Norte .......................................................... 36

3.3.1.1.1 Joinville ....................................................................................................... 37

3.3.1.2 Costa Esmeralda e Rota do Sol. ................................................................... 38

3.3.1.2.1 Balneário Camboriú .................................................................................... 38

3.3.1.2.2 Bombinhas ................................................................................................. 40

3.3.1.3 Vale Europeu ................................................................................................. 41

3.3.1.4 Grande Florianópolis ..................................................................................... 42

3.3.1.4.1 Florianópolis ............................................................................................... 42

3.3.1.5 Encantos do Sul e o Caminho dos Cânions .................................................. 44

3.3.1.6 Serra Catarinense ......................................................................................... 45

3.3.1.7 Vale do Contestado ....................................................................................... 46

3.3.1.8 Grande Oeste ................................................................................................ 47

Page 11: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

10

4 POLÍCIA MILITAR E O TURISMO ......................................................................... 48

4.1 COMPETÊNCIAS DA INSTITUIÇÃO POLICIAL MILITAR .................................. 48

4.1.1 Polícia Ostensiva ............................................................................................ 48

4.1.2 Polícia de Preservação da Ordem Pública ................................................... 51

4.2 SEGURANÇA E TURISMO ................................................................................. 55

4.3 VIOLÊNCIA E TURISMO .................................................................................... 56

4.4 AS POLÍCIAS TURÍSTICAS DO BRASIL E DO MUNDO.................................... 58

4.4.1 Instituições Policiais Estrangeiras ................................................................ 59

4.4.1.1 Polícia Turística da Grécia ............................................................................ 59

4.4.1.2 Polícia Turística da Tailândia ........................................................................ 60

4.4.1.3 Polícia Turística do Nepal .............................................................................. 63

4.4.1.4 Polícia Turística do Quênia ........................................................................... 63

4.4.2 Instituições Policias Militares Brasileiras ..................................................... 65

4.4.2.1 Maranhão ...................................................................................................... 65

4.4.2.2 Pernambuco .................................................................................................. 69

5 POLICIAMENTO TURÍSTICO NA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA .... 72

5.1 VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO EXECUTADO PELA PMSC ..... 72

5.1.1 Tipos ................................................................................................................ 72

5.1.2 Processos ........................................................................................................ 77

5.1.3 Modalidades .................................................................................................... 77

5.2 ANÁLISE DOS MODELOS EXISTENTES DE POLICIAMENTO TURÍSTICO .... 79

5.2.1 Criação de uma Unidade de Polícia Turística no estado ............................. 79

5.2.2 Criação de uma fração especializada no Policiamento Turístico dentro dos

Batalhões e Guarnições Especiais ........................................................................ 83

5.2.3 Criação de uma OPM fixa em Florianópolis e com demais frações nas

principais cidades turísticas do estado ................................................................ 86

5.2.4 Criação de uma política de atendimento e proteção ao turista por parte da

PMSC ........................................................................................................................ 89

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 93

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 96

Page 12: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa do Brasil com Santa Catarina em destaque ................................... 29

Figura 2 – Mapa com as Rotas Turísticas ................................................................. 35

Figura 3 – Mapa de Santa Catarina com Joinville em destaque ............................... 37

Figura 4 – Mapa de Santa Catarina com Balneário Camboriú em destaque............. 39

Figura 5 – Mapa de Santa Catarina com Bombinhas em destaque .......................... 40

Figura 6 – Mapa de Santa Catarina com Florianópolis em destaque ........................ 43

Page 13: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de turistas por cidade. .......................................................... 34

Page 14: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

13

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Movimento estimado de turistas. ............................................................ 31

Gráfico 2 – Origem do turista. ................................................................................... 31

Gráfico 3 - Principais mercados estrangeiros emissores .......................................... 32

Gráfico 4 – Movimento estimado de turistas por cidade. ........................................... 33

Gráfico 5 – Principais mercados emissores. ............................................................. 39

Gráfico 6 – Principais mercados emissores. ............................................................. 44

Page 15: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

14

1 INTRODUÇÃO

Santa Catarina é conhecida no Brasil e no Mundo por sua diversidade

cultural e as belezas naturais. O estado é caracterizado por um clima diferenciado,

desde um inverno rigoroso a um verão de 40°C, sendo então distribuídas pelo

estado várias atrações turísticas que preenchem o calendário durante o ano inteiro.

Um dos atrativos do estado é sua colonização diferenciada. Santa Catarina

foi colonizada por imigrantes portugueses, alemães, italianos, holandeses,

austríacos, suíços e gaúchos que deram origem a culturas das mais variadas

tradições.

O estado possui um litoral extenso, sendo contemplado por uma riqueza de

acidentes naturais, onde se destacam as belas praias, enseadas, baías, lagoas

costeiras, dunas além de inúmeros pontões que quebram a continuidade das praias.

No planalto Catarinense estão as serras e campos, com altitudes variadas, e clima

propício para quem gosta de um bom inverno aliado ao sossego do campo.

De acordo com a Secretaria de Estado da Cultura, Turismo e Esporte de

Santa Catarina, o estado recebe por ano, cerca de 3.166.028 de turistas nacionais e

estrangeiros. Ao escolher o destino de sua viagem as pessoas levam em

consideração diversos aspectos, ou seja, buscam avaliar alguns pontos básicos a

procura de um destino ideal, como: qualidade dos serviços prestados, condições

básicas de infraestrutura, preço da viagem e a segurança que o local oferece. Nesta

pesquisa tratar-se-á do quarto aspecto por considerá-lo de maior relevância para a

Polícia Militar de Santa Catarina.

O turismo em Santa Catarina é tido como uma das fontes de renda em

ascensão, e para dar continuidade a este crescimento, o governo juntamente com a

polícia e empresários do ramo turístico, procuram formar parcerias, aprimorando

cada vez mais o serviço a ser prestado aos turistas que ora chegam.

Seguindo esta filosofia de aprimoramento, algumas polícias militares do

Brasil criaram uma unidade especializada no policiamento turístico, que tem como

missão desenvolver um serviço diferenciado, que concilia a missão constitucional da

Polícia Militar, de preservação da Ordem Pública, com um serviço de orientação e

informação aos visitantes do estado.

Page 16: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

15

A atuação da Polícia Turística é baseada nos preceitos de polícia preventiva,

ou seja, trabalha na garantia da ordem pública, realizando o policiamento ostensivo,

principalmente nos pontos turísticos mais visitados. Uma das características

marcantes da Polícia Turística é a integração Polícia Militar, população e turistas,

transmitindo-lhes simpatia e prazer por estarem desfrutando o estado.

Sua atuação peculiar é na administração de ocorrências onde estejam

envolvidos turistas nacionais e estrangeiros que figurem tanto na condição de vítima

como na de imputado. Para isto, a Polícia Turística mantém sempre seus policiais

capacitados, com domínio de línguas estrangeiras e conhecimentos técnicos

específicos para tal fim.

O estado de Santa Catarina destaca-se no âmbito nacional, por se tratar de

um estado que possui índices de um país desenvolvido, com alto padrão de vida. É

um estado reconhecido por sua segurança, onde há uma das melhores polícias do

Brasil. Contudo a Polícia Militar de Santa Catarina ainda não possui nenhuma

unidade especializada no policiamento turístico, algo que não acompanha o

desenvolvimento do turismo no estado. Em função disso, optou-se pelo tema, para

analisar qual a melhor estratégia para a criação desta especialização na polícia

catarinense.

Para tanto o trabalhou seguiu a seguinte evolução, onde inicialmente tratou-

se sobre o Turismo em Santa Catarina, abordando a história do turismo, bem como

os aspectos geográficos e turísticos do estado e em seguida foram apontadas as

principais cidades e rotas turísticas de Santa Catarina.

No capítulo seguinte, intitulado Polícia Militar e o Turismo, fez-se uma

análise sobre as competências da instituição Policial Militar, distinguindo os termos

de Polícia Ostensiva de policiamento ostensivo, dentre outras definições. Na

seqüencia, versou-se sobre a segurança e o turismo, violência e o turismo,

finalizando com modelos de Polícias Turísticas do Brasil e do mundo.

Na seqüência, o capítulo policiamento turístico na Polícia Militar de Santa

Catarina, apontou as variáveis do policiamento ostensivo executado pela PMSC,

indicando os tipos, processos e modalidades. Após isto, fez-se uma análise dos

modelos apontados no capítulo anterior, propondo então quatro modelos de

implementação do policiamento turístico em Santa Catarina. Por fim, nas

considerações finais, realizou-se as conclusões apontadas pelo trabalho bem como

indicou-se a melhor proposta de policiamento turístico a ser adotada pela PMSC.

Page 17: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

16

1.1 TEMA

Policiamento turístico: uma proposta para a Polícia Militar de Santa Catarina.

1.2 PROBLEMA

Santa Catarina destaca-se por sua beleza natural e sua colonização

diferenciada. Os diversos imigrantes do continente europeu que em Santa Catarina

ficaram, deixaram uma diversidade cultural, constituindo juntamente com as belezas

naturais, vários pólos turísticos espalhados por todo o estado. Santa Catarina esta

em constante desenvolvimento no setor turístico, atraindo turistas de todo o mundo

durante o ano inteiro. No inverno a Serra Catarinense é procurada pelos turistas, no

verão as belas praias litorâneas, em outubro quando ocorrem as festas típicas no

Vale do Itajaí, dentre outras atrações existentes no estado.

Florianópolis recebeu no período de 14 à 18 de maio, o Fórum Mundial de

Turismo, promovido pela World Travel & Turism Council (WTTC). O evento que

possui grande importância no calendário internacional do turismo teve grande

repercussão em todo o mundo. Cerca de 800 convidados com grande influência no

setor do turismo e na mídia compareceram na capital catarinense. Eventos desta

magnitude, só confirmam o potencial que o estado possui no ramo turístico e seu

constante desenvolvimento.

Desta forma, o estado de Santa Catarina deve acompanhar este crescimento

acelerado do ramo turístico, prestando os melhores serviços possíveis aos seus

visitantes. Nestes serviços, destaca-se a segurança pública, onde o aprimoramento

no que tange a prevenção ao crime em especial contra o turista deve ser trabalhado.

Diante disto, se faz a seguinte pergunta:

Qual a estratégia a ser utilizada para a implantação do policiamento turístico

na Polícia Militar de Santa Catarina?

Page 18: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

17

1.3 OBJETIVOS

Para desenvolver o presente tema foram elencados os objetivos a seguir.

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar qual a estratégia ideal para a implementação do policiamento

turístico na Polícia Militar de Santa Catarina e sua estruturação.

1.3.2 Objetivos Específicos

Identificar quais são as características do ramo turístico no estado de Santa

Catarina.

Verificar os tipos, processos e modalidades de policiamento ostensivo

desenvolvidos pela Polícia Militar de Santa Catarina.

Analisar os modelos de policiamento turístico utilizados por outras polícias

no Brasil e no mundo.

Apresentar propostas de implementação do policiamento turístico na

Polícia Militar de Santa Catarina.

1.4 JUSTIFICATIVA

Atualmente, uma das principais preocupações encaradas pela sociedade é a

segurança pública. Por diversas vezes a mídia apresenta um novo caso de violência

que choca o país, dentre eles, estão à violência contra os turistas estrangeiros e

brasileiros.

Page 19: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

18

Sabe-se que um dos fatores essenciais para o turista escolher seu destino é

a segurança que o local oferece a sua população e visitantes. As pessoas que

deixam seus lares, seja no Brasil ou exterior, procuram conhecer um lugar novo que

traga tranqüilidade e que lhe possa transmitir a sensação de como se em casa

estivesse.

Santa Catarina é considerada um dos estados mais seguros do Brasil. A

economia do turismo cresce a cada ano, contudo, a Polícia Militar de Santa Catarina

carece de um atendimento especializado aos turistas que chegam a este estado.

Diante disto, os infratores tiram proveito de alguns fatores: os turistas em sua

maioria desconhecem o local que visitam; em alguns casos não falam o português, o

que dificulta a comunicação com a polícia; freqüentam ambientes turísticos onde não

existe policiamento próximo, algo que impossibilita o pedido de ajuda imediata. Em

razão disto, se faz necessário uma atenção especial a este público alvo, ou seja,

criar uma alternativa que atenda todas as necessidades relativas à segurança dos

visitantes de Santa Catarina, sendo este o objetivo deste trabalho.

A relevância social deste trabalho está na melhoria da qualidade dos

serviços prestados pela Polícia Militar de Santa Catarina para com os visitantes

deste estado e para com os empresários que neste ramo trabalham. É seguindo

essa filosofia de trabalho que o estado possuirá uma Polícia Militar mais capacitada,

mais envolvida com a sociedade e com a preservação da ordem pública.

Para o acadêmico este trabalho terá fundamental relevância na sua carreira,

pois o mesmo, com o conhecimento adquirido poderá inovar com este tipo de

policiamento, ao fornecer um atendimento pontual aos visitantes do estado, controlar

a segurança nas áreas consideradas como ponto turístico e atender as

necessidades da comunidade Catarinense.

O tema é de suma importância para o estado de Santa Catarina, onde a

implantação do policiamento turístico na Polícia Militar possibilitará aproximar:

polícia, população e turistas. Com a garantia da segurança aos turistas que ora

chegam, a economia do estado arrecadará cada vez mais com o turismo,

proporcionando o desenvolvimento regional e a melhor qualidade de vida aos

cidadãos catarinenses. Além disto, o policiamento exclusivo nos pontos turísticos

poderá trazer maior segurança aos empresários do ramo, propiciando a prestação

de um melhor atendimento aos visitantes do estado e oferecendo aos turistas

Page 20: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

19

melhores condições de aproveitamento da viagem e, conseqüentemente, a fixação

de uma boa imagem do estado.

Page 21: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

20

2 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

Neste capítulo far-se-á uma adequação metodológica, a qual é de extrema

relevância para o bom desenvolvimento de um trabalho acadêmico. A

fundamentação metodológica é considerada como um meio de conduzir a pesquisa

ou um conjunto de regras para ensino de ciência e arte.

De acordo com o entendimento de Gil (2002, p.17) a pesquisa pode ser

compreendida como:

O procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. [...]. A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na verdade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.

Severino (2002, p. 149) salienta:

Mas qualquer que seja a forma do trabalho científico é preciso relembrar que todo trabalho desta natureza tem por objetivo intrínseco a demonstração, o desenvolvimento de um raciocínio lógico. Ele assume sempre uma forma dissertativa, ou seja, busca demonstrar, mediante argumentos, uma tese, que é uma solução proposta para um problema. Fatos levantados, dados descobertos por procedimentos de pesquisa e idéias avançadas, se articulam justamente como portadores de razões comprovadas daquilo que se quer demonstrar. E é assim que a ciência se constrói e se desenvolve.

Cada investigação requer que seja selecionado um método de pesquisa.

Segundo Pasold (2005) este método é considerado a base lógica da dinâmica de

Pesquisa.

Page 22: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

21

2.1 MÉTODO CIENTÍFICO

Para que um trabalho acadêmico seja considerado científico, ele deverá estar

pautado em métodos científicos. Acerca do que é o método Marconi e Lakatos

(2006, p. 83) discorrem o seguinte:

[...] o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Acerca dos métodos a serem utilizados em pesquisas relacionadas às

ciências sociais, têm-se a distinção de dois ramos de métodos, são eles, os métodos

de abordagem, o qual será utilizado neste trabalho, e os métodos de procedimento.

Os métodos de abordagem se caracterizam por tratar de uma abordagem mais

ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da

sociedade. Sendo eles os métodos: dedutivos, indutivos, hipotético-dedutivo e

dialético (MARCONI E LAKATOS, 2006).

Dentre os diferentes métodos de abordagem, será utilizado nesta pesquisa o

método dedutivo, haja vista que este método é o que estabelece uma formulação

geral, posteriormente, buscará as partes do fenômeno de modo a sustentar esta

formulação. O método dedutivo possibilita alcançar conclusões de maneira

puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. Sobre o método

dedutivo Gil (1999, p. 27) afirma:

O método dedutivo, de acordo com a acepção clássica, é o método que parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica.

Page 23: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

22

2.2 TIPO E TÉCNICA DE PESQUISA

A respeito dos níveis de pesquisa, Gil (1999, p. 43) as distingue em:

pesquisas exploratórias, pesquisas descritivas e pesquisas explicativas. Segundo

ele a pesquisa do tipo exploratória “é realizada especialmente quando o tema

escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas

e operacionalizáveis.” Já a pesquisa do tipo descritiva tem “como objetivo primordial

a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis.” Por fim a pesquisa do tipo explicativa

tem “[...] como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que

contribuem para a ocorrência dos fenômenos.”

Dos tipos de pesquisas acima relacionados, optar-se-á por utilizar a pesquisa

do tipo exploratória, haja vista que o tema Polícia Turística ainda é pouco estudado,

sendo seu objetivo primordial “[...] desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e

idéias [...].” (GIL, 1999, p. 43).

O autor acima mencionado, ainda acrescenta que embora a pesquisa

exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de

pesquisa bibliográfica, sendo que o mesmo acorre com o presente estudo.

Para que o tema proposto seja desenvolvido, utilizar-se-á a pesquisa de

cunho bibliográfico, que conforme Gil (1999, p. 65):

[...] é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

Parra Filho e Santos (1998, p. 97) destacam a relevância da pesquisa

bibliográfica: “qualquer que seja o campo a ser pesquisado, sempre será necessária

uma pesquisa bibliográfica, para se ter um conhecimento prévio do estágio em que

se encontra o assunto.”

Para Marconi e Lakatos (1999, p. 73), a finalidade da pesquisa bibliográfica é:

[...] colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de

Page 24: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

23

debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicada, quer gravadas.

Desta forma, é por meio das fontes bibliográficas que se elabora todo o

arcabouço teórico do trabalho, assim como obter-se-á argumentos para a análise

textual.

Nesta mesma linha que segue a pesquisa bibliográfica, encontra-se a

pesquisa documental que é descrita por Gil (1999, p. 66) da seguinte forma:

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com a pesquisa.

Na pesquisa documental são investigados documentos com a finalidade de

poder descrever e comparar usos e costumes, tendências, diferenças e outras

características (CERVO E BERVIAN, 2002).

Através da pesquisa documental poder-se-á obter um maior conhecimento da

demanda turística do estado de Santa Catarina, analisando-se as informações

disponibilizadas no site da SANTUR. Os documentos estudados proporcionarão um

levantamento das principais cidades turísticas do estado, seus respectivos mercados

emissores e o idioma oficial destes turistas, dados os quais serão de suma

importância para a implantação do policiamento turístico na Polícia Militar de Santa

Catarina.

2.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

As informações das obras estudadas, coletadas durante a realização da

pesquisa bibliográfica serão organizadas em fichas e a posteriori empregadas

durante a confecção do trabalho de conclusão de curso. Segundo Pasold (2005), o

uso desta técnica tem como principal utilidade aperfeiçoar a leitura na pesquisa

científica. Seguindo esta corrente, Marconi e Lakatos (2006, p. 49 - 50) dispõem:

Page 25: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

24

Para o pesquisador, a ficha é um instrumento de trabalho imprescindível. Como o investigador manipula o material bibliográfico, que em sua maior parte não lhe pertence, as fichas permitem: a) identificar as obras; b) conhecer seu conteúdo; c) fazer citações; d) analisar o material; e) elaborar críticas.

Nesta mesma linha Antonio Carlos Gil (2002, p. 81) discorre:

Embora haja casos em que os pesquisadores passam diretamente dos apontamentos para a redação do trabalho, é bastante conveniente a confecção de fichas. Sua necessidade torna-se tão mais evidente quanto maior for a dimensão do trabalho.

2.4 ANÁLISE DOS DADOS

A análise trata-se da tentativa de evidenciar as relações existentes entre o

fenômeno estudado e outros fatores (MARCONI; LAKATOS, 2006).

Dentre os diversos itens de natureza metodológica, o que possui maior

carência de sistematização é o referente à análise e interpretação dos dados.

Partindo do pressuposto que o estudo de caso vale-se de procedimentos de coletas

de dados os mais variados, o processo de análise e interpretação pode,

naturalmente, envolver diferentes modelos de análise. Contudo, pode-se afirmar que

a análise dos dados seja de natureza predominantemente qualitativa (GIL, 2002).

Desta forma, os dados serão estudados de forma que venham a garantir a

excelência dos resultados, ou seja, evitar-se-á que a pesquisa fique subordinada à

subjetividade.

Page 26: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

25

3 TURISMO EM SANTA CATARINA

3.1 HISTÓRIA DO TURISMO

Ao longo dos anos, tem-se como objeto de estudo a transformação histórica

do turismo, conforme Pires (2001, p. 1), “[...] não obstante a existência de diversos

marcos que, segundo a visão de estudiosos, poderiam, de maneira perfeitamente

clara, descrever a trajetória histórica do turismo”; através de seu estudo detalhado,

pode-se obter um contribuição para a compreensão da história do turismo. Contudo,

sabe-se que esta trajetória é muito longínqua e portanto, muito fica encoberto, Pires

(2001, p. 1) explica que, “[...] mesmo em se tratando de abordar uma atividade num

mundo onde as condições de vida do ser humano em muito diferiam das dos tempos

modernos, até se torna polêmica usar a palavra “turismo” para aquelas épocas”.

Para a diferenciação dos termos viagem e turismo Barreto (2001, p. 44)

discorre o seguinte:

Para uma melhor compreensão da história do turismo, é essencial mencionar à diferença entre o conceito de viagem,que implica apenas deslocamento, e o conceito de turismo, que implica a existência também de recursos, infra-estrutura e superestrutura jurídico-administrativa.

Para Barreto (2001), se faz necessário também diferenciar viagem dos

demais tipos de deslocamentos. O homem primitivo migrava, procurando melhores

condições para seu sustento, caça, árvores frutíferas. Isso não é o mesmo que

viajar. Viajar implica voltar, e o homem primitivo ficava no novo lugar desde que este

lhe garantisse o sustento; ele não tencionava retornar. Muitos povos viveram,

durante séculos, de forma nômade, o que tampouco tem a ver com viagens ou

turismo.

Conforme menciona Cooper (2001, p.38), turismo é “uma experiência

essencialmente humana. As cidades de onde as pessoas saem são denominadas

de núcleos emissores, e as cidades para onde as pessoas se deslocam denominam-

se de núcleos receptores.”

Para Serrano (2001, p.18), turismo é:

Page 27: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

26

Um fenômeno social que atualmente abrange o mundo inteiro do ponto de vista geográfico [...], abrange todas as camadas e grupos sociais. É um produto que se elabora com as matérias primas da natureza (recursos naturais), ou da cultura material (recursos culturais), acrescido de equipamentos para prestar serviços de recreação, alimentação e hospedagem, aos quais se chega através de um transporte.

Há autores que situam o começo do turismo no século VIII a.C., na Grécia,

porque as pessoas viajavam para ver os jogos olímpicos a cada quatro anos (DE LA

TORRE apud BARRETO, 2001), outros acreditam que os primeiros viajantes foram

os fenícios, por terem sido os inventores do comércio (McINTOSH apud BARRETO,

1995), e é muito provável que, se fosse realizada uma pesquisa em tempos

anteriores, e em outras culturas, além da greco-romana, seria possível encontrar

antecedentes ainda mais remotos, chegando-se a supor que o ser humano sempre

viajou, seja definitivamente (migrando) ou temporariamente (retornando).

Conforme discorre Rangel (2000), é extremamente dificultoso determinar

quando e onde o turismo foi praticado pela primeira vez. Na história da humanidade

podem-se encontrar inúmeras amostras de viagens, viajantes e até organizadores

de viagens, embora esses deslocamentos tenham sido motivados por objetivos

bastante diferentes. Em primeiro lugar, a viagem era um meio para desenvolver o

comércio e os desejos políticos de expansão territorial das nações antigas,

posteriormente, também a busca por descanso e tratamentos de saúdo por parte

das classes mais favorecidas tornaram-se importantes causas dos deslocamentos.

Em segundo lugar, tratava-se de uma prática bastante penosa, em função da

insegurança e da precariedade dos meios de transporte existentes, e restrita a uma

minoria privilegiada.

Este estudo está focado em épocas mais recentes, contudo, não se deixará

de relatar alguns episódios mais remotos. Desta forma Barreto (2001, p. 44),

considera fato relevante na história do turismo a peregrinação à Jerusalém,

dispondo o seguinte:

Entre os séculos II e III houve intensa peregrinação à Jerusalém, à igreja do Santo Sepulcro, que fora construída em 326 pelo imperador Constantino, o Grande. Esses peregrinos eram chamados palmeiros. A partir do século VI, aproximadamente, registram-se peregrinações de cristãos (chamados romeiros) para Roma. No século IX foi descoberta a tumba de Santiago de Compostela, e tiveram início as peregrinações do chamados jacobitas ou jacobeus. Tais peregrinações eram feitas por terra e por mar, e também havia as de budistas para o extremo oriente.

Page 28: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

27

O que se pode constatar é que na Idade Média, o que podemos chamar de

turismo se realizou principalmente devido às peregrinações religiosas, da mesma

forma que as cruzadas lideradas pela nobreza que, em nome do Deus dos cristãos,

guerrearam para defender o Santo Sepulcros (ERN FILHO; GRAIPEL JUNIOR,

2006).

Através das grandes navegações e a descoberta de novos continentes que

houve no século XV, novas rotas de comércio foram estabelecidas e, assim, a

curiosidade de conhecê-los começou a ser despertada nas pessoas e comerciantes

(BARRETO, 2001).

É a partir do século XIX que começa efetivamente o turismo na forma em que

se conhece hoje. Em 1831, “Thomas Cook andou 15 milhas para um encontro de

uma liga contra o alcoolismo em leicester e, para um outro encontro, em

Loughborough, ocorreu-lhe uma idéia de alugar um trem para levar outros colegas”

(BARRETO, 2001, p. 51). Desta forma, Thomas Cook tornou-se o primeiro agente de

viagens, fazendo reservas em hotéis, instituiu o Vouncher, idealizou o guia de

turismo, e seu grande feito foi, sem dúvida, o de implantar o conceito de turismo

para grupos, acessível à classe média.

Vários foram os fatores que contribuíram para o desenvolvimento do turismo,

como a implantação das ferrovias, transporte rodoviário e os navios movidos a

vapor. As cidades começaram a se preocupar com a insalubridade, instalação de

redes de esgotos e outras melhorias, como criação de hotéis de luxo e estímulo às

viagens. E, como Burkart e Medlik (1986 p.3 apud PIRES, 2001, p. 26),

textualmente, disseram:

O turismo, no sentido moderno, tem seus antecedentes históricos, mas pode-se questionar se as diferenças do mundo anterior ao século XVIII e dos séculos mais recentes não são meramente uma questão de grau, pois que o mundo de 1850 – por exemplo – difere estruturalmente do mundo de 1750, no turismo como em tudo o mais.

No século XX, surge o turismo de massa, que segundo Andrade (1997, p. 58

apud ERN FILHO; GRAIPEL JUNIOR, 2006, p.16), “também chamado de turismo de

maiorias ou turismo de burguesia, que se efetua através dos representantes da

classe média [...] que utilizam as agências de viagens e optam a viajar em

transportes coletivos”.

Page 29: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

28

Sobre o avanço e a modernização do turismo, Ern Filho; Graipel Junior (2006,

p. 17) discorre desta forma:

O advento do turismo de massa fez com que a atividade se tornasse predominante no mundo desenvolvido. A rápida expansão das viagens de lazer desde os anos 60, quando as operadoras de viagens passam a oferecer pacotes turísticos, do tipo all inclusive tour, responsável pela maior parte do movimento turístico. Também teve como uma das causas principais a evolução ocorrida nos transportes, principalmente a utilização do avião para o turismo com tarifas turísticas, econômicas e ganho de tempo no deslocamento e, desta forma, influenciou todos os aspectos do sistema de turismo.

Os existentes desafios do atual mundo moderno interligado por informações

em tempo real geram uma instabilidade constante na atividade do turismo, haja vista

que as ameaças externas ficam evidenciadas em qualquer acontecimento político,

econômico ou social. São esses desafios do mundo moderno, que tanto influenciam

a atividade turística, necessitam de novas respostas, novos rumos e uma nova

abordagem conceitual do turismo (ERN FILHO; GRAIPEL JUNIOR, 2006).

Atualmente o turismo pode ser considerado a maior indústria global entre as

mais produtivas atividades econômicas do mundo, ocupando lugar entre os três

segmentos mais importantes do comércio mundial, como setor petrolífero e o setor

automobilístico (TRIGO, 1999).

O faturamento da atividade turística é significativo não só pelos valores

envolvidos, mas também pelas progressivas taxas de crescimento, que evoluem na

medida em que os países receptores e emissores desenvolvem suas economias,

equilibrando suas finanças, estabilizando seus padrões monetários e até mesmo

controlando índices como da inflação. Sabe-se, que a atividade turística tende a

crescer a cada ano, por se tratar de um setor importante na geração de empregos,

renda e de captação de divisas, apontando para os novos destinos que ofereçam

atrações diferenciadas e diversificadas (ZUNINO, 2003).

Após uma melhor compreensão da atividade turística, sua origem,

desenvolvimento e motivações, se faz necessário estudar o espaço geográfico em

que será proposto a realização do policiamento turístico e as peculiaridades da

atividade turística no estado de Santa Catarina, aspectos esses que serão

abordados a seguir.

Page 30: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

29

3.2 ASPECTOS GEOGRÁFICOS E TURÍSTICOS DE SANTA CATARINA

3.2.1 Espaço geográfico de Santa Catarina

Santa Catarina é o menor estado da Região Sul do Brasil, possui uma área

total de 95.442,9 km² (94.940,90 km² de área terrestre e 502,00 km² de área de

águas internas, correspondendo a 1,12% da área territorial brasileira e 16,57% da

Região Sul. No entanto, apesar de seu pequeno espaço territorial, o estado é

considerado um dos mais ricos e promissores do Brasil, sendo procurado por um

número significativo de turistas (SILVA, 2000).

Figura 1: Mapa do Brasil com Santa Catarina em destaque. Fonte: Wikipédia, 2008

Sobre o litoral catarinense Silva (2000, p. 15) dispõe “possui um litoral com

561,4 Km, o que corresponde a 7% do litoral brasileiro; vai da foz do rio Saí-Guaçu,

no município de Itapoá, ao Norte, até a foz do rio Mampituba, no município de Passo

te Torres, ao Sul.”

Para o estado de Santa Catarina alcançar os atuais contornos, muita história

foi acumulada. Conforme o historiador Piazza (1983), a demarcação das terras

catarinenses teve início no período Colonial com a divisão do Brasil em Capitanias

Hereditárias. Parte das terras do atual estado de Santa Catarina pertencia à

Capitania de Sant‟Ana, cujo donatário, Pero Lopes de Souza, tinha outras duas

Page 31: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

30

Capitanias sob seu comando: a de Santo Amaro e a de Itamaraça, todas isoladas

entre si. A Capitania de São Vicente, como outro donatário, fazia fronteira com a de

Sant‟Ana.

Neste sentido, Piazza (1983), afirma que por questões óbvias, os donatários

entregaram o governo das duas capitanias ao mesmo capitão-mor, criando assim

sérias dificuldades à demarcação conjunta não houve a preocupação em demarcar

os limites.

Para Silva (2000), tais falhas tiveram conseqüências no futuro, na ocasião da

criação das Províncias de São Paulo e de Santa Catarina e se agravou ainda mais

com a criação da Província do Paraná, em 1853.

Acerca da criação da Província do Paraná, Silva (2000, p. 16) discorre:

A disputa de terras travada entre as Províncias do Paraná e de Santa Catarina, chamou-se Questão do Contestado envolvendo disputas judiciais, econômicas, militares, bem como sérias questões religiosas e sociais. Os limites dos dois estados só foram definitivamente estabelecidos com a assinatura de um “Acordo”, em 1916.

3.2.2 Turismo em Santa Catarina

Conforme informações disponíveis no site da SANTUR, órgão oficial do

turismo no estado de Santa Catarina, o ramo turístico no estado segue em constante

desenvolvimento. O estado recebeu o título de “melhor destino turístico do País”

pela segunda vez consecutiva, título este conferido pela Revista Viagem e Turismo

da Editora Abril.

Conforme Kaiser (2004, p. 4):

Somando os veranistas, os participantes de eventos – inclusive aqueles que freqüentam as grandes festas de outubro -, os turistas da terceira idade, os freqüentadores do Beto Carrero World e os peregrinos que visitam o Santuário de Santa Paulina, o turismo de Santa Catarina mobiliza mais de 8 milhões de pessoas anualmente – este número inclui os visitantes estrangeiros, brasileiros de outros estados e catarinenses que viagem dentro do próprio Estado. Não há dados oficiais consolidados sobre a atividade fora da temporada de verão ou de outros segmentos além dos já citados – como estâncias termominerais, turismo rural, ecoturismo. Ou seja, os números do fluxo turístico são ainda maiores e podem alcançar os 10

Page 32: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

31

milhões/ano – quase o dobro da população do Estado, de 5,5 milhões de habitantes.

Gráfico 1: Movimento estimado de turistas. Fonte: Diário Catarinense, 2008.

Na temporada de verão de 2007/2008, o estado recebeu cerca de 4.303.423

de turistas, neste setor o estado vem crescendo cerca de 28,33% ao ano, gerando

somente no período da temporada de verão, aproximadamente 1,6 bilhão de reais

(SANTUR, 2008).

Gráfico 2: Origem do turista. Fonte: Diário Catarinense, 2008.

3.149.343

4.008.152

4.303.423

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

4.000.000

4.500.000

5.000.000

2006 2007 2008

12%

88%

Estrangeiros 146.996

Nacionais 629.378

Page 33: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

32

Conforme o quadro acima, dos turistas que visitam o estado, 12% são

estrangeiros que optam em vir ao Brasil conhecer Santa Catarina e 88% são

brasileiros de outros estados que procuram Santa Catarina para aproveitar suas

férias. Desta forma, o quadro abaixo mostra quais são os principais países

estrangeiros emissores de turistas.

Gráfico 3: Principais mercados estrangeiros emissores. Fonte: SANTUR, 2008.

Pode-se concluir após análise dos números acima, que os turistas

estrangeiros que freqüentam Santa Catarina, são de países Sul Americanos, ou

seja, 99,44% são estrangeiros que vêm de países vizinhos do Brasil (exceto o Chile)

e têm como idioma oficial o espanhol. Apenas 0,56% dos estrangeiros são Norte

Americanos, o que corresponde a 3.524 pessoas que possuem como idioma oficial o

inglês. O número de europeus que visitam o estado, ainda não é de grande escala,

porém, conforme informações disponibilizadas pela SANTUR, dos países do velho

continente, a Alemanha se destaca como o país emissor de maior número de

turistas a Santa Catarina, principalmente no mês de julho, no inverno catarinense.

78,53%

11,86%

3,39% 3,11% 0,56%0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

Argentina Paraguai Chile Uruguai USA

Page 34: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

33

3.3 PRINCIPAIS CIDADES E ROTAS TURÍSTICAS

Tendo em vista as pesquisas realizadas pela SANTUR e divulgadas no site

do Diário Catarinense, a respeito da temporada de Verão(janeiro/fevereiro)

2007/2008, destacaram-se como destinos mais procurados para o turismo em Santa

Catarina as cidades abaixo:

Gráfico 4: Movimento estimado de turistas por cidade1.

Fonte: Diário Catarinense, 2008.

As estatísticas apontam Florianópolis, Balneário Camboriú, Bombinhas e

Laguna como as principais cidades do estado de Santa Catarina no setor turístico no

Verão. Todavia, sabe-se que cada cidade possui sua peculiaridade em relação ao

turismo, seja ela: o período, o perfil do turista, origem do turista, dentre outras

características. Desta forma, fez-se um quadro com os dados disponibilizados pela

SANTUR, referente aos meses de Janeiro, Fevereiro, Março, Julho, Agosto e

Setembro de 2008.

1 Obs.: Itapema, um dos mais movimentos balneários do Litoral, não respondeu à pesquisa realizada

pela SANTUR.

776.374

685.946

126.804 119.450

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

900.000

Florianópolis Balneário Camboriú

Bombinhas Laguna

Page 35: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

34

Cidades Estrangeiros Nacionais Total Estrangeiros

Baln . Camboriú 153.167 1.362.262 1.515.429 10%

Florianópolis 208.394 907.913 1.116.307 19%

Joinville 2.846 748.792 751.638 1%

Blumenau 10.209 509.779 519.988 2%

Itajaí 1.169 267.265 268434 1%

Jaraguá do Sul 1234 184.075 185.309 1%

Bombinhas 28.222 98.582 126.804 22%

Laguna 7.167 112.283 119.450 6%

Garopaba 10.324 101.118 111.442 9%

São Bento do Sul 468 64.355 64.823 1%

Penha 209 61.207 61.416 1%

São Joaquim 0 58.265 58.265 0

Porto Belo 234 52.823 53.057 1%

Mafra 0 38.778 38.778 0

Fraiburgo 0 37.083 37.083 0

Urubici 75 23.275 23.350 1%

Pomerode 98 4300 4398 2%

TOTAL = 423.816 4.632.155 5.055.971 8% Tabela 1: Quantidade de turistas por cidade

2.

Fonte: SANTUR 2008.

Através do quadro, pode-se constatar que as cidades que formam o litoral

catarinense são as que atraem o maior número de turistas estrangeiros. Contudo,

percebe-se que o turismo interno, está bastante espalhado pelo estado de Santa

Catarina, ou seja, cidades como Joinville e Blumenau que não possuem praias,

atraem um número significativo de turistas, assim como as demais cidades no

interior do estado. É importante enfatizar, que a pesquisa realizada pela SANTUR,

possui dados somente do turismo de verão, sendo que a procura maior de turistas

pelo interior de Santa Catarina é bastante comum no inverno, com o turismo rural, o

turismo de aventura ou ainda com o turismo religioso.

2 Florianópolis possui dados somente de Janeiro, Fevereiro e Março. São Bento do Sul possui dados

somente de Julho, Agosto e Setembro. Urubici não possui dados de Março. Bombinhas, Garopaba, Laguna, Penha, Pomerode e Porto Belo, possuem dados somente de Janeiro e Fevereiro.

Page 36: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

35

3.3.1 Principais rotas turísticas

Santa Catarina não possui turismo só no verão, apesar de ser conhecida pela

costa litorânea com mais de 500 praias, o Estado se desenvolveu, explorando

melhor a diversidade geográfica e cultural. O turista pode encontrar, percorrendo

pequenas distâncias, cenários e climas de grandes contrastes. São apenas duas

horas de carro que separam praias paradisíacas de montanhas com altitude

próximas a 2.000 metros (KAISER, 2004).

A cerca das atrações turísticas, Kaiser (2004, p. 04) discorre:

Há grande variedade na oferta de produtos e segmentos especializados que estão em operação em qualquer época do ano: turismo rural, estâncias termominerais, ecoturismo e aventuras radicais, patrimônios histórico, turismo religioso, turismo de terceira idade, os parques do Beto Carrero e o Unipraias, em Balneário Camboriú...

O mapa turístico de Santa Catarina, conta com oito roteiros turísticos e

produtos turísticos diferenciados, os quais serão apresentados a seguir.

Figura 2: Mapa com as Rotas Turísticas. Fonte: Guia Santa Catarina, 2008.

Page 37: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

36

A seguir serão analisados separadamente cada roteiro turístico de Santa

Catarina, apontando seu espaço geográfico, sua colonização, principais atrações

turísticas e as cidades que mais se destacam no setor turístico de cada roteiro.

3.3.1.1 Caminho dos Príncipes e Litoral Norte

Conforme discorre Kaiser (2004, p. 20), o Caminho dos Príncipes abrange a

região que compreende o Nordeste, o planalto Norte e o litoral Norte de Santa

Catarina, onde estão situadas a maior cidade catarinense, Joinville, e a mais antiga,

São Francisco do Sul.

A região é colonizada principalmente por alemães, mas também por italianos,

poloneses, franceses, suíços e noruegueses. O Caminho dos Príncipes conserva em

sua arquitetura e hospitalidade os traços trazidos pelos imigrantes europeus.

Diversidade ecológica, natureza rica e conservada, pólos industriais e ferrovia, são

características encontradas no Caminho dos Príncipes (Guia Santa Catarina, 2008).

Seguindo essa idéia, Kaiser (2004, p. 21) afirma:

Apesar do desenvolvimento econômico, o caminho dos Príncipes é um roteiro essencialmente turístico, com exuberantes paisagens naturais, bucólicos cenários rurais e o charme da herança européia. A região conserva com carinho o legado cultural deixado pelos imigrantes pioneiros: cidades ajardinadas, ruas limpas e floridas, lambrequins emoldurando a varanda, cortinas nas janelas...

Segundo informações do site do Guia de Santa Catarina de 2008, as

principais atrações da região são: em Joinville, o Festival de Dança de Joinville que

é maior festival de dança do mundo; Jaraguá do Sul, localizada no Vale do Itapocu,

oferece ótimas condições para a prática de esportes de aventura, especialmente o

vôo livre. O Parque Malwee, em uma área de preservação natural de 2,5 milhões de

metros quadrados; Rio Negrinho é famoso pelo passeio no trem a vapor, que

percorre 45 km de descida na Serra do Mar, passando por túneis, pontes e rios; São

Bento do Sul preserva com afinco as tradições dos colonizadores, homenageadas

no mês de outubro com a Musikfest.

Page 38: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

37

3.3.1.1.1 Joinville

Conforme informações site Guia Santa Catarina, Joinville está situada no

norte do Estado, a cidade de Joinville é dentre as cidades catarinenses a mais

populosa, possui 492 mil habitantes. Por ser uma cidade industrial, Joinville possui o

maior PIB (Produto Interno Bruto) de Santa Catarina.

Figura 3: Mapa de Santa Catarina com Joinville em destaque. Fonte: Wikipédia, 2008.

A cidade de Joinville, recebeu no período de agosto/setembro de 2008, cerca

de 324 mil turistas, sendo que seu turismo é diferenciado, não possuindo litoral, a

cidade tem à sua disposição atividades que vão do turismo rural ao industrial,

passando por um patrimônio cultural e comercial bastante diversificado, e uma

gastronomia de dar água na boca, com seus doces e chocolates caseiros, cafés

coloniais e o tradicional marreco recheado (SANTUR, 2008).

Neste período o turismo em Joinville gera para cidade uma renda aproximada

de 98 milhões de reais, sendo que, dos turistas que freqüentam a cidade apenas 1%

é de origem estrangeira. Destaca-se que em sua maioria, os turistas são oriundos de

países como: Argentina, Estados Unidos e Inglaterra (SANTUR, 2008).

Desta forma, pode-se concluir, que as principais línguas utilizadas pelos

países emissores de turistas são o Espanhol e o Inglês.

Page 39: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

38

3.3.1.2 Costa Esmeralda e Rota do Sol

As belezas naturais, as diversas praias, as variadas opções de lazer e a boa

infra-estrutura fazem do turismo a principal atividade econômica da Costa Verde Mar

(Costa Esmeralda). Contudo, não é a única. Itajaí, o centro econômico da região, é

cidade portuária. A cidade é equipada com um píer exclusivo para atracação de

transatlânticos turísticos. Nesta região, encontra-se Balneário Camboriú, uma das

cidades que possui o maior fluxo de turistas de todo o Brasil, além dos municípios de

Itapema, Porto Belo e Bombinhas (KAISER, 2004).

De acordo com a SANTUR (2008), a Costa Verde Mar:

[...] é um mostruário completo de suas belezas mais expressivas: praias de areias brancas e águas azuis transparentes, emolduradas por morros verdejantes; balneários movimentados com agitada vida noturna e recantos bucólicos, alguns quase selvagens; enseadas abrigadas e praias de mar aberto.

3.3.1.2.1 Balneário Camboriú

Balneário Camboriú, está situada no litoral norte de Santa Catarina, mesmo

sendo uma cidade de pequeno espaço territorial, ela é a segunda cidade que mais

recebeu turistas no Verão de 2007/2008, ou seja, cerca de 685 mil pessoas

passaram pela cidade. Balneário Camboriú tem como base de sua economia o

turismo, arrecadando somente no mês de janeiro e fevereiro de 2008, uma quantia

aproximada em 308 milhões de dólares (SANTUR, 2008).

Page 40: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

39

Figura 4: Mapa de Santa Catarina com Balneário Camboriú em destaque. Fonte: Wikipédia, 2008.

Dos turistas que freqüentam a cidade de Balneário Camboriú,

aproximadamente 14% são oriundos de outras nações que se deslocam pra Cidade

de Balneário Camboriú no período do verão, os 86% restantes são na maioria

turistas do estado do Paraná e do Rio Grande do Sul (SANTUR, 2008).

No que tange ao turista estrangeiro, se faz necessário identificar os países

emissores, para que se obtenha o idioma utilizado, um dos objetivos deste trabalho,

desta forma, será analisado o quadro a seguir:

Gráfico 5: Principais mercados emissores. Fonte: SANTUR, 2008.

75,00%

20,46%

2,27% 2,27%0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Argentina Paraguai Uruguai USA

Page 41: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

40

Pode-se concluir que a maioria dos turistas estrangeiros são oriundos de

países da América do Sul, com a ressalva aos Estados Unidos da América.

Portanto, são dois os idiomas falados pelos visitantes que freqüentam Balneário

Camboriú, são eles, o espanhol, na sua grande maioria, e a língua inglesa que

equivale apenas a 2,27% dos turistas.

3.3.1.2.2 Bombinhas

O município de Bombinhas é menor Município de Santa Catarina, possuindo

uma área territorial de 36,6 km². O município encontra-se próximo a Balneário

Camboriú, situando-se no litoral norte do estado. Durante o verão, sua população se

multiplica, o que coloca Bombinhas como a terceira cidade que mais recebe turistas

no estado, gerando para o Município uma quantia de 50 milhões de dólares (GUIA

SANTA CATARINA, 2008).

Figura 5: Mapa de Santa Catarina com Bombinhas em destaque. Fonte: Wikipédia, 2008.

De acordo com dados disponíveis no site da SANTUR, dos 126.804

visitantes que o estado recebeu, 78% são turistas brasileiros, em sua maioria do Rio

Grande do Sul e Paraná. Já os 22% restante, são visitantes oriundos da Argentina

(88,88%) e do Paraguai (11,12%). Portanto, o idioma que predomina entre os

turistas que viajam para o Município de Bombinhas é o Espanhol.

Page 42: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

41

3.3.1.3 Vale Europeu

A região do vale do Itajaí foi colonizada por imigrantes europeus,

principalmente os alemães, que fundaram Blumenau em 1850. No último quarto do

século XIX, os italianos instalaram-se próximo às povoações germânicas já

existentes. Os descendentes desses povos preservam os costumes dos

antepassados na culinária, na arquitetura, no folclore, nas danças e nas festas. A

natureza privilegiada da região propicia inúmeras opções de ecoturismo e turismo de

aventura (SANTUR, 2008).

Kaiser (2004, p. 29), afirma:

Blumenau – a maior cidade da região – e Pomerode – “a cidade mais alemã do Brasil” – são os melhores representantes da colonização germânica no Valem preservando um pedaço da Alemanha encravado em Santa Catarina. Os italianos, responsáveis pela maior corrente de imigração para o Estado, também se fazem presente no Vale do Itajaí, onde fundaram seu primeiro núcleo de colonização, em 1836, situado no atual município de São João Batista. Outras cidades típicas italianas são Rodeio e Nova Trento, onde fica o Santuário de Santa Paulina. O Vale também tem vocação para o ecoturismo, com destaque para parte alta, onde fica um dos melhores locais para prática de rafting no Brasil.

Diante das informações obtidas no site da SANTUR, pode-se afirmar que

Blumenau é o Pólo do turismo e da economia do Vale do Itajaí. A cidade mescla a

agitação de um centro moderno com a tradição germânica, onipresente na culinária,

na arquitetura e nos costumes de seus mais de 290 mil habitantes.

Blumenau, destaca-se por suas belezas naturais, patrimônios históricos,

ofertas em malhas, porcelanas e cristais e a maior festa da cerveja fora da

Alemanha (Oktoberfest). A cidade é visitada por cerca de 1 milhão de pessoas em

todas as épocas do ano - aproximadamente 600 mil somente durante a Oktoberfest.

Para recebê-Ias, há uma excelente estrutura hoteleira (com cerca de 4.700 leitos).

bons equipamentos para realização de convenções, exposições, feiras e

restaurantes capazes de contentar os paladares mais exigentes.

Page 43: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

42

3.3.1.4 Grande Florianópolis

Qualidade de vida é a melhor definição para a região da Grande Florianópolis.

São 13 cidades que integram este roteiro: Florianópolis, Governador Celso Ramos,

Palhoça, São José, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Pedro

de Alcântara, Antônio Carlos, São Bonifácio, Angelina, Anitápolis e Rancho

Queimado. A característica marcante é que todos possuem em comum a natureza

exuberante (SANTUR, 2008).

A cerca deste roteiro, a SANTUR (2008) dispõe:

A maior cidade deste roteiro é a capital de Santa Catarina, que combina conforto e agitação de centro urbano desenvolvido, ao mesmo tempo em que oferece mar, morros, dunas e bosques de Mata Atlântica em cenário deslumbrante. Uma vantagem é que os municípios da Grande Florianópolis ficam muito próximos entre si, o que permite explorar a região em deliciosos roteiros de um ou dois dias e descobrir vários lugares, cada um com suas características e atrativos próprios. Em toda a região, a herança dos açorianos convive de perto com as tradições germânicas.

Nesta linha, Kaiser (2004, p. 33) afirma:

A natureza é espetacular. Praias magníficas – são 100, de todos os tipos, desde mar grosso com grandes ondas até enseadas abrigadas -, morros cobertos com vegetação de Mata Atlântica, ilhas, restingas, dunas, manguezais e lagoas. Cerca de 45% da ilha é área de preservação permanente. A forte influência dos fundadores portugueses, e dos colonizadores açorianos, é percebida na arquitetura, na culinária e nas manifestações culturais e religiosas. Há bons hotéis, pousadas restaurantes, shoppings, aeroporto internacional e vida noturna agitada. O turismo é a principal atividade econômica, mas Florianópolis tem outras vocações: é um dos mais importantes pólos de tecnologia e informática do país e o maior produtor de ostras em cativeiro do Brasil.

3.3.1.4.1 Florianópolis

A cidade de Florianópolis, Capital Catarinense, localiza-se no centro-leste do

estado. A Cidade foi escolhida pela Revista Viagem e Turismo da Editora Abril,

Page 44: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

43

como a segunda melhor cidade para realizar turismo, ficando atrás apenas da

cidade do Rio de Janeiro.

Figura 6: Mapa de Santa Catarina com Florianópolis em destaque. Fonte: Wikipédia, 2008.

Segundo dados do site da SANTUR, a cidade de Florianópolis, principal

cidade do estado no ramo turístico, recebeu cerca de 776 mil turistas no período do

Verão 2007/2008. Sendo que, destes turistas, 629.378 (81%) são brasileiros que

vieram de outros estados e 146.996 (19%) são turistas estrangeiros, ou seja, vieram

de outras partes do mundo para conhecer Florianópolis. O turismo em Florianópolis,

assim como em todo o estado de Santa Catarina, é uma das principais fontes de

renda, gerando para a cidade no período do Verão cerca de 330 milhões de dólares.

Para que se possa saber o idioma utilizado por esses turistas estrangeiros,

um dos objetivos deste trabalho se faz necessário saber quais são os países de

origem destes turistas, desta forma, analisa-se o quadro abaixo:

Page 45: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

44

Gráfico 6: Principais mercados emissores. Fonte: SANTUR, 2008.

Percebe-se que os principais países emissores de turistas para Florianópolis

são Sul Americanos, conseqüentemente, de colonização semelhante, adotando a

maioria deles a mesma língua como idioma oficial, o espanhol.

3.3.1.5 Encantos do Sul e o Caminho dos Cânions

Sobre a colonização e as características desta região, Kaiser (2004, p. 36),

discorre:

Os portugueses foram os primeiros a chegar, iniciando sua ocupação do Sul catarinense pelo litoral, onde fundaram Laguna, terceira povoação mais antiga do Estado (1676). Mas foram os açorianos, quase um século mais tarde (a partir de 1748), que se fixaram na cidade e a colonizaram, assim como demais povoações litorâneas. No final do século XIX, foi a vez dos imigrantes italianos desbravarem o interior da região até a serra, fundando dezenas de povoações – as atuais Criciúma, Tubarão, Araranguá, Urussanga, Orleans, Nova Veneza, entre outras cidades – que, ainda hoje, conservam influências importantes dos tempos coloniais em todos os aspectos da vida cotidiana.

A respeito deste roteiro, o site da Secretaria de Estado de Turismo por meio

da SANTUR afirma que se trata de uma terra surpreendente, onde cidades

79,17%

8,33%5% 5%

0,83%0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

Argentina Chile Uruguai Paraguai Bolívia

Page 46: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

45

históricas e vilas de pescadores dividem a paisagem com belas praias, lagoas, baías

e enseadas protegidas nas quais as baleias Francas buscam refúgio no inverno. Em

direção ao interior estradas boas e bem sinalizadas atravessam cidades fundadas

por imigrantes italianos, localidade de origem alemã e um grande complexo

termomineral, antes de galgar a serra em direção ao planalto.

No mesmo site, a respeito do Caminho dos Cânions, dispõe que o Extremo

sul de Santa Catarina é uma grande aventura, onde os Balneários agitados

contrastam com cidades de vida simples e povo hospitaleiro. A beleza natural é

exuberante. É na divisa do Estado de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, que

encontram-se os parques nacionais dos Aparados da Serra e da Serra Geral, que

abrigam os cânions Itaimbezinho e Fortaleza. Os cortes abruptos nas montanhas

são atração para ecoturistas que buscam adrenalina em meio à magnitude da

natureza. Araranguá é cortada pelo rio de mesmo nome e reúne praia, dunas e

furnas. A diversidade geográfica pode ser vista por todo o Caminho dos Cânions.

3.3.1.6 Serra Catarinense

Trata-se da região mais fria do Brasil. É o único lugar do país onde neva

todos os anos, durante o inverno. A paisagem de araucárias, campo e taipas cobre-

se inteiramente de branco e até as águas da cachoeira congelam. Fazendas

centenárias, a cultura gaúcha, a culinária campeira, cavalgadas e visões bucólicas

de povoados rurais complementam o belo espetáculo da natureza agreste da Serra

catarinense (KAISER, 2004).

Neste contexto, a Secretaria de Estado de Turismo, através da SANTUR

completa que as montanhas da Serra Catarinense, região com altitudes próximas

aos 2.000 m, registram as temperaturas mais baixas do Brasil. Foram os fazendeiros

da região que criaram o turismo rural, adaptando suas fazendas centenárias para

receber hóspedes. Os serranos encantam os visitantes com a hospitalidade

calorosa, a comida farta e deliciosa e a oferta de atividades ao ar livre, como as

cavalgadas, que rapidamente sintonizam o visitante com a natureza.

Seguindo o mesmo viés, Kaiser (2004, p. 41) complementa:

Page 47: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

46

Estão situados os pontos mais altos do Estado. Quase todos os municípios que formam esta região – entre eles São Joaquim, Urubici, Bom Jardim da Serra, Lages e Urupema – estão localizados a mais de 1.000 metros de altitude, a apenas duas horas de carro do litoral. No Parque Nacional de São Joaquim, em Urubici, fica o Morro da Boa Vista (1.827 m) e a famosa Pedra Furada, no topo de uma elevação próxima ao Morro da Igreja (1.822 m), onde ocorrem as mais baixas temperaturas de todo o Brasil.

3.3.1.7 Vale do Contestado

Kaiser (2004, p. 45), explica a origem do nome deste roteiro da seguinte

forma:

Esta região foi palco da Guerra do Contestado (1912-1916), uma das mais sangrentas revoltas populares registradas no Brasil. Cerca de 20 mil Sertanejos lutaram contra forças policiais para evitar a desapropriação de suas terras em benefício da companhia norte-americana Brazil Railway Company. Fanáticos religiosos que seguiam um líder messiânico conhecido como Monge José Maria, os sertanejos eram bem organizados e foi preciso uso de metade do efetivo militar do Exército Brasileiro para sufocar a revolta. As marcas desta epopéia ainda se fazem presentes nos municípios da região, especialmente em Caçador e Irani.

A SANTUR, em seu site, dispõe que o principal atrativo da região é sua

multiplicidade de paisagens, de gentes e culturas. A Rota da Amizade, é formada

por seis cidades, são elas: Treze Tílias, Fraiburgo, Piratuba, Videira, Tangará e

Pinheiro Preto. As quais oferecem a melhor infra-estrutura hoteleira e gastronômica.

Mas as demais cidades têm encantos naturais, museus e boas opções de

programas ao ar livre que justificam a visita.

Sobre o roteiro do Vale do Contestado, para Kaiser (2004, p. 45), o “principal

atrativo do Meio-Oeste catarinense é sua multiplicidade de paisagens, de gentes, de

culturas [...]”.

Page 48: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

47

3.3.1.8 Grande Oeste

Acerca desta região, o site da SANTUR trás que o território que faz fronteira

com a Argentina possui belas paisagens naturais caracteriza-se pela diversidade

étnica. Os principais atrativos estão ligados às culturas italiana, alemã e gaúcha,

predominantes na região, e às fontes de águas termominerais existentes em alguns

municípios. Todavia, o Oeste também oferece desafios aos espíritos aventureiros:

cânions, quedas d‟água e corredeiras começam a atrair os amantes do ecoturismo e

dos esportes radicais.

Sobre a estrutura turística do Grande Oeste, Kaiser (2004, 49), afirma que “é

incipiente, mas a aventura de explorar novos destinos, a vida simples e acolhida do

povo do interior são prazeres que recompensam”.

Nesta região, conforme Kaiser (2004) destacam-se o turismo nas águas

termominerais e o Ecoturismo. Ao longo dos Rios Uruguai e Chapecó, fontes de

águas termominerais, desenvolveu-se uma nova vocação econômica, voltada para o

turismo, nas cidades de Chapecó, Palmitos, São Carlos, Quilombo e Caibi.

Page 49: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

48

4 POLÍCIA MILITAR E O TURISMO

4.1 COMPETÊNCIAS DA INSTITUIÇÃO POLICIAL MILITAR

A atual Constituição da República Federativa do Brasil versa em seu Título V,

Capítulo III, art. 144, das competências dos Órgãos integrantes da Segurança

Pública, definindo que a Segurança Pública é dever do Estado, direito e

responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e

da incolumidade das pessoas e do patrimônio, enumerando então, os órgão

integrantes do Sistema de Segurança Pública, e delimitando-lhes as respectivas

competências. A Constituição Federal de 1988 traz bem delineada a competência

constitucional da Polícia Militar, rezando em seu § 5° do art. 144: “às polícias

militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública [...].” (BRASIL,

2005, p. 74).

Vale salientar que a Constituição atual inovou ao trazer o termo polícia

ostensiva, substituindo o termo policiamento ostensivo, trazido pela legislação

infraconstitucional. Outra alteração é a utilização do termo preservação, ao invés de

manutenção da ordem pública, trazido pelas constituições anteriores.

Além de amparada pela Constituição Federal, a competência e atividades das

Polícias Militares estão regulamentadas no Decreto n° 88.777, de 30 de setembro de

1983 e no Decreto-Lei n° 667 de 2 de julho de 1969, os quais atribuem às Policias

Militares a missão de preservação da ordem pública.

Cabe-nos, após estas considerações a respeito da competência

constitucional, trazer um estudo sobre polícia ostensiva e a polícia de preservação

da ordem pública.

4.1.1 Polícia Ostensiva

Para que se construa uma fácil compreensão do termo Polícia Ostensiva, se

faz necessário deslindar o conceito de polícia e de poder de polícia. Segundo

Page 50: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

49

Lazzarini (1987, p. 20), Polícia é “vocábulo derivado do latim, ou seja, de politia, que,

por sua vez, procede do grego, isto é, politeia, trazendo originariamente, o sentido

de organização política, sistema de governo e, mesmo, governo.”

Define ainda, Lazzarini apud Marcineiro (2005, p. 46), polícia como:

O conjunto de instituições, fundadas pelo Estado, para que, segundo as prescrições legais e regulamentares estabelecidas, exerçam vigilância para que se mantenham a ordem pública, a moralidade, a saúde pública e se assegure o bem-estar coletivo, garantindo-se a propriedade e outros direitos individuais.

O Estado, por meio da Polícia, exerce seu poder coercitivo, fazendo-se

presente nos mais diversos lugares onde seus outros órgão não possuem condições

de chegar. A Polícia é o órgão do Estado que zela pela segurança dos cidadãos.

Já o termo poder de polícia é entendido por Di Pietro (2003, p. 111) como “a

atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em

benefício do interesse público”. Esta é uma definição simples que abrange o poder

de polícia em todas as suas facetas, independente de qual seja a atividade estatal, o

poder de polícia sempre será reconhecido pela capacidade de limitar o exercício de

um direito por um indivíduo, buscando sempre o bem coletivo.

É importante ressaltar, que o poder de polícia, não é exclusivo dos órgãos

policiais, pois é exercido por outros órgãos do Estado, podem-se citar como exemplo

as atividades de vigilância sanitária e fiscalização fazendária.

O poder de polícia é exercido em quatro fases, são elas: a ordem de polícia, o

consentimento de polícia, a fiscalização de polícia e a sanção de polícia. Ao

institucionalizar a polícia ostensiva, a Constituição de 1988 deu a Polícia Militar,

ampla dimensão de atuação, abrangendo este termo todas as fases da atividade

policial. Inovou, portanto, pois o termo policiamento abrangia somente a fase de

fiscalização do poder de polícia (LAZZARINI, 1999).

Conforme acima citado, o poder de polícia não é exclusivo das organizações

policiais, contudo, quando for relativo a estas, será classificado como Poder de

Polícia de Segurança, sendo dividido por Chimenti (2004, p. 422), em duas

espécies:

Page 51: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

50

a) Polícia ostensiva – conhecida também como polícia administrativa ou preventiva, procura impedir a prática de infrações;

b) Polícia judiciária – também conceituada como polícia repressiva, investigatória, atua após a ocorrência do crime, realizando as investigações necessárias para a aplicação da sanção ao delinqüentes.

A polícia de segurança, que em sentido estrito é a polícia ostensiva, tem

como finalidade a preservação da ordem pública e em virtude disto, é de sua

competência tomar as medidas preventivas que em sua ótica julgar necessárias

para evitar o dano ou o perigo para as pessoas. Diante disto, pode-se afirmar, que o

exercício da polícia ostensiva, não deve limitar-se à tratar apenas da ocorrência dos

delitos, mas das medidas necessárias a evitá-los, podendo lançar mão de todas as

fases do poder de polícia, seja através da ordem, regulando ou proibindo atividades

de particulares; do consentimento, autorizando o exercício de direitos com ou sem

restrições; da fiscalização, acompanhando e verificando, as atividades dos

particulares; e da sanção, impondo penalidades quando do descumprimento dos

preceitos que regem o exercício dos direitos na vida social (Silva, 2001).

Focando para o termo polícia ostensiva, Moreira Neto (1991 apud

LAZZARINI, 1999, p. 103), discorre da seguinte forma “é uma expressão nova, não

só no texto constitucional, como na nomenclatura da especialidade.” Neste sentido,

ele elenca duas razões para adotá-la: a primeira “de estabelecer a exclusividade

constitucional” e, a segunda, para “marcar a expansão da competência policial dos

policiais militares, além do „policiamento ostensivo”.

Nesta mesma linha, Valla (2004, p. 74) dispõe que o termo polícia ostensiva,

em relação ao policiamento ostensivo, é muito mais amplo, “elevando-o além

daquele modo visível de atuar, à concepção, ao planejamento, à coordenação e à

condução das atividades correlatas [...].”

Moreira Neto (1999, p.104), destaca que o adjetivo ostensivo “refere-se à

ação pública da dissuasão, característica do policial fardado e armado, reforçado

pelo aparato militar utilizado, que evoca o poder de uma corporação eficientemente

unificada pela hierarquia e disciplina.”

Está previsto no Decreto-Lei 667/69, em seu art. 3º, a, redação dada pelo

Decreto nº 2010, de 12 de janeiro de 1983, que compete às Polícias Militares:

Executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade

Page 52: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

51

competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos. (BRASIL, 1969).

Nesta mesma linha, fica claro no Decreto nº 88.777/83 a exclusividade da

polícia ostensiva quando define policiamento ostensivo como:

Ação policial, exclusiva das Policias Militares em cujo emprego o homem ou a fração de tropa engajados sejam identificados de relance, quer pela farda quer pelo equipamento, ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública. (BRASIL, 1983).

Sobre a exclusividade da polícia ostensiva, a qual compete a Polícia Militar,

Lazzarini (1999, p. 101) afirma que a “formação, distribuição geográfica e as

características de ostensividade das funções que desempenha viabilizam e

aconselham a exclusividade ou a unicidade do órgão à qual compete.” Acrescenta

ainda que é “importante para a população enxergar uniformidade a polícia

preventiva, pois com ela terá o relacionamento direto e pessoal a dar-lhe a

segurança que tanto necessita. A multiplicidade de cores das viaturas e nas

vestimentas confunde as pessoas e dilui a imagem da Polícia.”

Haja vista o acima exposto, torna-se claro que a polícia ostensiva exerce as

quatro fases do poder de polícia, sendo esta, exclusividade da Polícia Militar

detentora de tal competência, a qual é fundamental para exercer sua missão de

preservação da ordem pública.

4.1.2 Polícia de Preservação da Ordem Pública

A Constituição Federal de 1988, em seu capítulo sobre segurança pública,

atribuiu a Polícia Militar a missão de preservar a ordem pública. Ela evoluiu ao trazer

o termo preservação da ordem pública e não mais a manutenção dessa ordem

(LAZZARINI, 1999, p. 104), como era previsto no art. 13, § 4º da Constituição de

1967:

As polícias militares, instituídas para a manutenção da ordem e segurança interna nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, e os corpos de

Page 53: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

52

bombeiros militares são considerados forças auxiliares, reserva do Exército. (BRASIL, 1967).

Para que se possa compreender a dimensão desta “nova” missão, a qual vai

além dos limites da segurança pública, se faz necessário entender o significado de

ordem pública, para isto, o Decreto no 88.777, de 30 de setembro de 1983, R-200,

traz sua conceituação legal, em seu art. 2º, item 21:

Ordem Pública – Conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia, e constituindo uma situação ou condição que conduza ao bem comum.

Conforme afirma Cretella Junior (1978 apud LAZZARINI, 1999, p. 52), a sua

noção “[...] é extremamente vaga e ampla, não se tratando apenas da manutenção

material da ordem na rua, mas também da manutenção de uma certa ordem moral

[...].” A ordem pública, continua o autor :

É constituída por mínimo de condições essenciais a uma vida social conveniente, formando-lhe o fundamento à segurança dos bens e das pessoas, à salubridade e à tranqüilidade, revestindo, finalmente, aspectos econômicos (luta contra monopólios, açambarcamentos e a carestia) e, ainda, estéticos (proteção de lugares e de monumentos).

A ordem pública é sempre efeito de uma realidade nacional, que vem a

nascer da convivência harmônica resultante do consenso entre a maioria dos

homens comuns e variando no tempo e no espaço em decorrência da própria

história. “O arcabouço jurídico que o Estado proporciona à sociedade é simples

tradutor dessa ordem.” (LAZZARINI, 1999, p. 77).

Nota-se que, o conceito de ordem pública vai além do simples estado de

cumprimento do ordenamento jurídico, e desta forma, para possibilitar uma melhor

compreensão, a ordem pública será divida em três elementos, são eles: a

Segurança Pública, a Salubridade Pública e a Tranqüilidade Pública.

Acerca da Segurança Pública, Lazzarini (1999, p. 53) comenta que “se vaga é

a noção de ordem pública, não menos é a de segurança pública.” Contudo, os

Page 54: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

53

autores dão uma definição para o que seja este termo segurança pública. Conforme,

Mário Pessoa (1971 apud LAZZARINI, 2003, p. 284), segurança pública é:

O estado antidelitual, que resulta da observância dos preceitos tutelados pelos códigos penais comuns e pela lei das contravenções penais, com ações de polícia repressiva ou preventiva típicas. As ações mais comuns são as que reprimem os crimes contra a vida e a propriedade.

Sabe-se que a atuação das Polícias é melhor percebida nas ocorrências

referentes a Segurança Pública, sendo atrelada a inexistência ou não de delitos.

Entretanto, a atribuição das polícias militares não se limita apenas na preservação

da segurança pública, e sim da ordem pública em sua plenitude, a qual é composta

por mais dois elementos.

A Tranqüilidade Pública, segundo elemento componente da ordem pública,

nos dizeres de Silva (2000, p. 827) é “o sossego das ruas, ou a ausência de ruídos,

ou de perturbações que possam afetar a tranqüilidade das pessoas, ou o repouso

delas.”

Acerca da Tranqüilidade Pública, Lazzarini (2000, p.119) discorre da seguinte

forma:

Exprime o estado de ânimo tranqüilo, sossegado, sem preocupações nem incômodos, que traz às pessoas uma serenidade, ou uma paz de espírito. A tranqüilidade pública, assim, revela a quietude, a ordem, o silêncio, a normalidade das coisas, que, como se faz lógico, não transmitem nem provocam sobressaltos, preocupações ou aborrecimentos, em razão dos quais se possa perturbar o sossego alheio. A tranqüilidade, sem dúvida alguma, constitui direito inerente a toda pessoa, em virtude da qual está autorizada a impor que lhe respeitem o bem-estar, ou a comodidade do seu viver.

Na concepção de Valla (2004, p. 5), tranqüilidade pública “é o estágio de

serenidade em que se encontra uma sociedade, tendo no clima de convivência

harmoniosa e pacífica o seu fundamento mais importante.”

Por fim, o terceiro elemento que consiste a ordem pública, é a Salubridade

Pública, que conforme Silva (2000, p. 731), “refere-se ao estado sanitário de um

lugar, ou aos requisitos indispensáveis à sanidade pública.” O autor acrescenta que:

Page 55: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

54

[...] embora se referindo às condições sanitárias de ordem pública, ou coletiva, não deixa a expressão de aludir ao estado higiênico ou de sanidade de um lugar, em virtude do qual se mostram favoráveis às condições de vida quantos o habitam.

Em concordância com este pensar, Lazzarini (2003, p. 285), afirma que a

expressão salubridade pública, referindo-se às condições sanitárias de ordem

pública, ou coletiva, “designa também o estado de sanidade e de higiene de um

lugar, em razão do qual se mostram propícias às condições de vida de seus

habitantes.” Acrescenta ainda o autor que por ser pública, está entre os fatores de

interesse geral.

Tendo em vista a conceituação dos elementos que constituem a Ordem

Pública, torna-se possível estabelecer uma noção melhor definida do que vem a ser

este termo. Ou seja, é um Estado de ordem e cumprimento das normas formais do

ordenamento jurídico vigente, que envolve desde o sentimento de tranqüilidade e

paz, até questões de salubridade e higiene, aspectos esses concatenados

harmoniosamente, buscando o bem comum.

Absorvido o conhecimento sobre ordem pública, é indispensável um estudo

sobre sua preservação como missão constitucional da Polícia Militar, desta forma,

Lazzarini (1999, p. 105) dispõe:

A preservação abrange tanto a prevenção quanto a restauração da ordem pública, no caso, pois seu objetivo é defendê-la, resguardá-la, conservá-la integra, intacta, daí afirmar-se agora com plena convicção que a polícia de preservação da ordem pública abrange as funções de polícia preventiva e a parte da polícia judiciária denominada de repressão imediata, pois é nela que ocorre a restauração da ordem pública...

A interpretação da Constituição Federal permite afirmar que cabe à Polícia

Militar a competência residual de toda a atividade policial. Sendo então,

responsabilidade da Polícia Militar, todas às atribuições que não recaíram a algum

órgão policial, além de:

No caso de falência operacional deles, a exemplo de greves ou de outras causas, que os tornem inoperantes ou ainda incapazes de dar conta de suas atribuições, funcionando, então, a Polícia Militar como a verdadeira força pública da sociedade, como previsto na bicentenária Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. (LAZZARINI, 1999, p. 104)

Page 56: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

55

Frente ao que foi exposto até o momento, e partindo da análise da

competência constitucional da Polícia Militar, dada no § 5º, do art. 144 da

Constituição Federal, cabe as Polícias Militares o exercício da polícia ostensiva,

exercendo plenamente o poder de polícia em suas quatro fases, de forma a

preservar a ordem pública, evitando-lhe a quebra, ou ainda, restaurando-lhe quando

esta houver ocorrido, além de suas atribuições residuais, que consistem em assumir

as atividades de outros órgãos em caso de falência dos mesmos.

Desta forma, é de competência da Polícia Militar, no cumprimento de sua

missão, trabalhar na prevenção dos crimes e garantir as pessoas o Estado de

Ordem Pública. E como foco deste trabalho, é a prevenção dos crimes, com

prioridade aos cometidos contra Turistas, seja ele brasileiro ou estrangeiro, cabe-nos

estudar a seguir, quais são as causas que levam o delinqüente agir contra os

turistas.

4.2 SEGURANÇA E TURISMO

Tratar sobre Segurança e Turismo é uma questão bastante complexa que

envolve uma gama de segmentos da gestão do turismo, sejam eles; administradores

públicos, empresários do setor, empregados, comunidade, o próprio turista e órgãos

de segurança. Nesta linha, Gollo (2004, p. 17) dispõe:

Deve-se trabalhar efetivamente no sentido buscar uma consciência local em termos de segurança, onde cada segmento ou pessoa envolvida, entenda seu papel e sua importância no contexto maior. Um grande desafio é, sem dúvida, buscar soluções para as situações controláveis visando administrar as situações de riscos atinentes à atividade turística, por óbvio sempre existirão.

Encontra-se então a necessidade da cidade escolhida como destino, possuir

um bom funcionamento de todos os membros que constituem o sistema de

segurança turística.

Acerca da segurança como fator relevante para que seja tomada alguma

decisão, Kahn (1999, p. 2) discorre:

Page 57: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

56

[...] sem que se perceba, deixa-se de viajar para determinadas cidades, de morar em certas vizinhanças, de estacionar o carro nesta ou naquela rua, de comprar carros conversíveis ou morar em casas. Em função da violência, reordenamos parte de nossa vida e de nossos negócios”.

Conforme Gollo (2004, p. 17), a “percepção e/ou a sensação de segurança na

ótica do turista [...] costuma estar associada a fatores como estabilidade social,

política e econômica.” Cita ainda, fatores como “a oferta de um produto turístico

atrativo, uma estrutura receptiva adequada envolvendo limpeza urbana,

equipamentos, sinalização.” Segundo o autor, são estes os fatores determinantes

que influenciarão na decisão do “turista” de viajar.

O consumidor turista busca cada vez mais experimentar situações novas que

contrastem com o seu cotidiano, além da autorealização, equilíbrio, enriquecimento

pessoal e destinos que preservam a harmonia e tranqüilidade. Nesse contexto, os

destinos podem ser divididos e percebidos como “seguros ou refúgios” ou

percebidos como “menos seguros” (GANDARA apud GOLLO, 2004).

O destino para ser considerado ideal, deve obedecer alguns critérios, dentre

eles, destaca-se o que se refere a este trabalho: forças de segurança (pública e

privada) preparadas para atender e solucionar os problemas locais e dos visitantes.

Ou seja, um dos itens elencados para que a cidade seja considerada como destino

ideal para o turismo, refere-se à segurança oferecida ao turista que visita local

(HANDSZUH, 2003).

4.3 VIOLÊNCIA E TURISMO

Apresentam-se informações e pressupostos fundamentais para a

contextualização do tema proposto, dando continuidade numa seqüência de

abordagens que se inicia na conceituação, história do turismo e seus aspectos,

passando pela atividade de policia até chegar na segurança turística e finalmente

tratar da violência. Tratar-se-á então dos conceitos e tipos de violência, com o foque

na violência existente no Brasil e suas implicações no turismo.

Para que se possa compreender as interferências causadas pela violência no

turismo, se faz necessário conceituá-la, desta forma, Chauí (1999, p. 3-5) vai além

Page 58: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

57

da definição de violência como atos que imputam danos físicos a pessoas ou grupos

de pessoas, ele afirma que violência é:

(...) 1) tudo o que age usando a força para ir contra a natureza de alguém (é desnaturar); 2) todo ato de força contra a espontaneidade, a vontade e a liberdade de alguém (é coagir, constranger, torturar, brutalizar); 3) todo ato de transgressão contra o que alguém ou uma sociedade define como justo e como direito. Conseqüentemente, violência é um ato de brutalidade, sevícia e abuso físico e/ou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e intimidação, pelo medo e o terror (...).

É certo que o consenso sobre violência é tênue, conforme Arblaster (1996, p.

803-805), em verbete a respeito do termo no Dicionário do Pensamento Social do

Século XX:

O termo é potente demais para que [um consenso] seja possível. Não obstante, um entendimento do termo ditado pelo senso comum é, grosso modo, que a violência classifica qualquer agressão física contra seres humanos, cometida com a intenção de lhes causar dano, dor ou sofrimento. Agressões consideradas, com freqüência, atos de violência. E é comum falar-se também de violência contra certa categoria de coisas, sobretudo a propriedade privada

Tendo em mente os aspectos que envolvem a violência, tratar-se-á sobre a

atividade turística. Esta atividade é desenvolvida por pessoas que realizam uma

atividade fora das suas cidades e usufruem de equipamentos e serviços, os quais

fazem parte de um negócio, sendo que não se podem ignorar os impactos sociais

que estas atividades causam, Barreto (2003, p. 21) lembra:

Sendo o negócio apenas uma parte do fenômeno turístico, analisá-lo somente com os paradigmas econômicos que verificam os fluxos de dinheiro leva ao esquecimento da dimensão antropológica, ao mesmo tempo, tratar o turismo somente a partir da dimensão socioantropológica e ambiental leva ao esquecimento das suas derivações no plano econômico, o que pode constituir-se numa visão romântica deslocada das atuais condições históricas.

Neste contexto, cabe lembrar a citação de Kahn (1992, p.2), já apresentada

no item anterior. Onde o autor destaca que a preocupação com a segurança

interfere nas decisões de cidadãos que moram nos grandes centros urbanos, sem

Page 59: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

58

que os mesmos percebam. Ele ainda cita como exemplo, o fato de pessoas

deixarem de viajar para alguma região, de se mudar para alguma cidade, ou mesmo

estacionar seu carro em qualquer rua, em virtude do medo da violência. Kahn afirma

que em virtude da violência, as pessoas em sua maioria, reordenam parte de suas

vidas e seus negócios.

Este medo da violência pode afetar na mente e no corpo das pessoas, dando

origem a transtornos físicos e até distúrbios mentais. As vitimas consideradas diretas

ou indiretas da violência têm 60% de chance de desenvolverem algum transtorno

emocional, enquanto a população em geral possui apenas 20% de chance de

desenvolver algum transtorno emocional (BALLONE, 2005).

Para Ballone (2005, p. 4), a violência “não é objeto especifico da medicina na

medida em que representa um processo social, portanto, muito mais atrelada a

política e a sociologia.” Na sua visão, o que interessa é comentar a respeito dos

efeitos da violência sobre a saúde das pessoas. O autor afirma que “Um débito da

violência que raramente é publicada na mídia, preocupada muito mais com a

descrição e teatralização do ato violento em si, do que com as conseqüências deste

sobre a felicidade e saúde das pessoas.”

Com base nos argumentos até aqui expostos, pode-se perceber que a

violência tem uma parcela de interferência muito grande na vida das pessoas, e que,

de forma imperceptível afeta em suas decisões. No turismo não é diferente, pode-se

dizer que os locais que não oferecem segurança, cidades com alto índice de

violência, não são consideradas atrativas para os turistas. Portanto, no item a seguir,

serão apontadas algumas cidades e países que possuem um policiamento destinado

a atender os turistas e garantir a segurança nos pontos turísticos.

4.4 AS POLÍCIAS TURÍSTICAS DO BRASIL E DO MUNDO

Neste item, serão apresentados alguns casos de instituições policiais

nacionais e estrangeiras, as quais oferecem serviços especiais de atenção aos

turistas. Estes modelos servirão como base para elaboração de uma proposta no

capitulo a seguir, o qual sugere a criação de um policiamento voltado à segurança

dos turistas em Santa Catarina.

Page 60: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

59

4.4.1 Instituições Policiais Estrangeiras

Diversos países já possuem um atendimento diferenciado aos seus turistas,

seja numa simples central de atendimento, como ocorre em Madri (Espanha), ou

mesmo, na criação de uma Divisão de Polícia Turística, como ocorre em países

como: Japão, França, Grécia, Argentina, Nepal, Tailândia, Quênia, Índia, Malásia,

Síria, Dubai e em Praga na República Tcheca. Dos países citados, serão tratados

somente os que possuem maior informação disponibilizada em seus sites.

4.4.1.1 Polícia Turística da Grécia

Conforme informações disponibilizadas no site da Polícia Turística da Grécia

(2009), a Polícia Turística é uma repartição da Polícia Grega, onde trabalham

policiais com uma formação especial, a exemplo, o treinamento de línguas

estrangeiras. No âmbito de sua missão, a Polícia Turística Grega presta os

seguintes serviços:

Oferece ajuda aos turistas nacionais e estrangeiros, fornecendo informações

e facilidades de interesse dos turistas e resolvendo litígios entre eles e as

empresas turísticas.

Colabora com as Direções de Turismo competentes a nível local e com as

autoridades locais, a fim de resolver problemas do setor do turismo.

Zela pela aplicação da legislação turística vigente, mantém a segurança nos

pontos turísticos, bem como nas empresas e meios do setor do turismo,

como: hotéis, entidades que alugam apartamentos ou quartos, lojas de artigos

turísticos, agências de turismo, ônibus turísticos, estabelecimentos de aluguel

de automóveis e motos, sítios arqueológicos, guias turísticos, estações de

esqui, spas, estações de chegada e partida massiva de turistas,

estabelecimentos sanitários que funcionam no quadro de empresas turísticas,

locais de acampamento selvagem, etc.

Exerce controles em empresas turísticas, com o objetivo de assegurar os

melhores serviços e a proteção dos turistas.

Page 61: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

60

As insígnias que distinguem os agentes da Polícia Turística dos Policiais

Tradicionais são (POLÍCIA TURÍSTICA DA GRÉCIA, 2009):

A faixa branca que levam no boné

O cinto branco

As luvas brancas

O crachá que trazem no peito com a indicação TOURIST POLICE.

A Polícia Turística Grega dispõe de uma central telefônica que funciona 24

horas por dia, com o número de chamada “171”, a qual fornece todo tipo de

informações e instruções em grego, inglês, francês e alemão, para a resolução

imediata de qualquer conflito que os turistas venham se envolver.

4.4.1.2 Polícia Turística da Tailândia

De acordo com informações obtidas no site da Polícia turística da Tailândia

(2009), há cerca de três décadas, a indústria do turismo da Tailândia está em

constante crescimento, o número de turistas aumenta a cada ano, gerando uma

grande renda ao país. Em contrapartida, os crimes cometidos contra os turistas

aumentam na mesma proporção. Tendo isto em vista, o governo estabeleceu a

criação de uma Divisão Policial Especializada no Turismo, com exclusiva missão,

garantir a segurança dos turistas que visitam o local.

a. Estruturação e atribuições da Divisão Central e Subdivisões de Polícia Turística

da Tailândia (POLÍCIA TURÍSTICA DA TAILÂNDIA, 2009):

As atribuições da Divisão Central de Polícia Turística da Tailândia constituem:

na segurança do Rei e da Rainha, seus herdeiros; cerceamento e prevenção ao

crime; cumprir as leis dispostas no código penal e outros dispositivos existentes ao

longo do território da Tailândia.

Cumprir os deveres dispostos na lei de imigração, quando envolver vítimas

ou agentes transgressores de nacionalidade estrangeira. A Divisão Central de

Page 62: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

61

Polícia Turística, também é responsável por fiscalizar qualquer ação que venha

causar algum impacto na indústria do turismo, mantendo a segurança dos turistas ao

longo de toda Tailândia. Além disto, esta divisão tem como responsabilidade,

coordenar outras organizações ou instituições relacionadas, trabalhando junto e

dando suporte, sendo ela dividida em 5 subdivisões, um setor administrativo e um

setor de informação.

Setor da tecnologia e informação: é responsável pela segurança e coleta de

informações, processamento de dados e administração de pessoal. Além de

trabalhar na elaboração de decretos e ordens solicitadas pelo comando.

Setor administrativo: é responsável pela administração e o apoio a Divisão

Central de Polícia Turística, por sua coordenação, administração de pessoal, casos

disciplinares, trabalho analítico, compromisso de posição, planejamento, estratégia e

plano, tesouraria, logística, e relações públicas.

Subdivisão 1: é responsável por manter a paz, pela investigação, prevenção e

cerceamento do crime e executar seus deveres conforme dispõe o código penal e

outros códigos existentes na Tailândia. Esta Subdivisão também é responsável por

manter a segurança aos turistas na área de Bangkok, servindo de apoio a polícia

local e realizando operações conjuntas. E por fim, é também de sua

responsabilidade executar as ordens determinadas em lei, regulamentos e oficiais

superiores.

Subdivisão 2: tem como missão manter a paz, a investigação e prevenção de

crimes e executar seus deveres conforme dispõe o código penal e outros códigos

existentes na Tailândia. A Subdivisão 2, é responsável também por prover

segurança aos turistas na área da primeira, segunda e sétima Região de Polícia,

servindo de apoio a polícia local e realizando operações conjuntas. E por fim, é

também de sua responsabilidade executar as ordens determinadas em lei,

regulamentos e oficiais superiores.

Subdivisão 3: tem como missão manter a paz, a investigação e prevenção de

crimes e executar seus deveres conforme dispõe o código penal e outros códigos

existentes na Tailândia. Esta Subdivisão também possui como responsabilidade,

prover segurança aos turistas na área da terceira e quarta Região de Polícia,

servindo de apoio a polícia local e realizando operações conjuntas. E por fim, é

também de sua responsabilidade executar as ordens determinadas em lei,

regulamentos e oficiais superiores.

Page 63: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

62

Subdivisão 4: é responsável por manter a paz, pela investigação, prevenção e

cerceamento do crime e executar seus deveres conforme dispõe o código penal e

outros códigos existentes na Tailândia. Esta Subdivisão também possui como

responsabilidade, prover segurança aos turistas na área da quinta e sexta Região de

Polícia, servindo de apoio a polícia local e realizando operações conjuntas. E por

fim, é também de sua responsabilidade executar as ordens determinadas em lei,

regulamentos e oficiais superiores

Subdivisão 5: tem como missão manter a paz, a investigação e prevenção de

crimes e executar seus deveres conforme dispõe o código penal e outros códigos

existentes na Tailândia. Esta Subdivisão também possui como responsabilidade,

prover segurança aos turistas na área da oitava e nona Região de Polícia, servindo

de apoio a polícia local e realizando operações conjuntas. E por fim, é também de

sua responsabilidade executar as ordens determinadas em lei, regulamentos e

oficiais superiores.

b. Objetivos da Polícia Turística da Tailândia (POLÍCIA TURÍSTICA DA TAILÂNDIA,

2009):

1. Passar uma sensação de segurança aos turistas que visitam o país.

2. Executar um serviço que satisfaça as necessidades dos turistas e facilite a sua

atividade no turismo.

3. Eliminar os impostores que tentam tirar vantagem do desconhecimento dos

turistas, oferecendo uma falsa proteção.

4. Eliminar os problemas que causam má impressão aos turistas, no que diz a

respeito a segurança.

5. Proteger e prevenir que a indústria do turismo se torne vítima do crime

organizado.

6. Criar uma aproximação e cooperação entre as partes envolvidas na indústria do

turismo sejam elas, o governo e o setor privado, o mercado de turismo interno e

externo e particularmente as instituições policiais, visando aumentar a eficiência

na proteção dos turistas e seus direitos.

Page 64: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

63

4.4.1.3 Polícia Turística do Nepal

Conforme dispõe o site da Polícia Turística do Nepal (2009), trata-se de uma

unidade especializada da Polícia do Nepal, a Polícia Turística, é especialmente

treinada para ajudar os turistas com possíveis problemas em sua viagem. Há

sempre um policial que domina a língua inglesa de serviço, ele estará disponível na

central de atendimento das oito horas da manhã às oito horas da noite. Estes

policiais também estão dispostos em todos os principais pontos turísticos. Eles

podem ser facilmente identificados, seja pela viatura ou bicicleta azul que usam para

efetuar a patrulha nos pontos turísticos.

A Polícia Turística no Nepal foi criada em 1979 pelo Ministério da Cultura,

Turismo e Aviação Civil. Sua missão principal, como Polícia Turística, é cuidar do

bem-estar dos turistas e os assegurar uma agradável e memorável permanência no

Nepal.

Entre outras atribuições, sua função inclui o assessoramento e garantia ao

turista na sua integridade física e a segurança, seja durante sua viagem, sua

estadia, e os mais variados tipos de transportes em Nepal. Atualmente, a Polícia

Turística de Nepal é constituída por 42 policiais treinados e capacitados (POLÍCIA

TURÍSTICA DO NEPAL, 2009).

4.4.1.4 Polícia Turística do Quênia

Em acordo com o que dispõe o site da Polícia Turística do Quênia (2009), a

sua Unidade de Policiamento turístico foi criada para prover segurança para os

turistas. A idéia de criação da Unidade foi proposta em 1992 quando a sensação de

insegurança era um real desafio à Indústria do Turismo. A iniciativa contou com a

colaboração do Comissário de Polícia do Quênia, Ministério de Turismo e

Empresários da Indústria de Turismo.

A Unidade tem como missão prover a segurança aos turistas nos vários

pontos turísticos e lugares mais freqüentados pelos turistas no Quênia. A

preocupação da Unidade Policial do Turismo é prover segurança aos turistas fora

Page 65: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

64

das áreas já protegidas, realizando policiamento em praias, estradas, ruas,

aeroportos, pontos de ônibus, parques públicos, hotéis, chalés, museus, locais

históricos e feiras (POLÍCIA TURÍSTICA DO QUÊNIA, 2009).

Além de atuar cumprindo as missões de policia tradicional, o foco da unidade

policial turística é (POLÍCIA TURÍSTICA DO QUÊNIA, 2009):

Proteção da vida do turista e seus pertences

Promover segurança aos turistas e sua integridade física

Receber as queixas, reivindicações e reclamações feitas pelos turistas.

Investigar os crimes que envolvam turistas e processar os agentes

Realizar policiamento nas praias, hotéis e pontos turísticos

Prover escoltas para turista

Resguardar os turistas de molestamento

Prestar diversas informações a respeito do turismo.

Objetivos alcançados com o policiamento turístico no Quênia (POLÍCIA

TURÍSTICA DO QUÊNIA, 2009):

Redução dos crimes contra turistas

Aumento do número de turistas que visitam os pontos turísticos

Treinamento aos policiais em idiomas estrangeiros e cursos relacionados ao

turismo

Bom relacionamento com o público alvo

Criação de bases policiais voltadas ao policiamento turístico.

Sensação de segurança dos turistas que visitam o país.

A criação de um projeto de Unidade de Policiamento Turístico aconteceu em

1992, pelo Comissário de Polícia, Ministério do Turismo e empresários da Indústria

do Turismo. A idéia de criação de uma unidade foi fruto do alto índice de crimes

cometidos contra os turistas que visitavam o país. Outro motivo relevante para a

criação da Unidade é o fato dos turistas se depararem com moradores de rua

pedindo esmolas ou mesmo os coagindo, “flanelinhas” exigindo dinheiro e

vendedores ambulantes nas praias forçando a compra de produtos.

O policiamento turístico deu início em 1996 com 50 policiais, que mantinham

a segurança dos turistas no litoral queniano. Atualmente, houve um grande

Page 66: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

65

crescimento desta unidade, passando a ter 310 policiais que estão lotados em um

Batalhão com duas Companhias e diversas Bases (POLÍCIA TURÍSTICA DO

QUÊNIA, 2009).

4.4.2 Instituições Policiais Militares Brasileiras

Grande parte dos estados brasileiros que possuem a indústria do turismo

como um setor forte em sua economia, já possuem um policiamento especializado

ao mercado do turismo. Exemplo claro disto, ocorre na região nordestina onde vários

estados já possuem este serviço.

Alguns estados criaram uma unidade voltada ao policiamento turístico, como:

Bahia, Maranhão, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Sul (Gramado), Pernambuco,

Distrito Federal, Mato Grosso (Chapada do Guimarães), Sergipe, Rio Grande do

Norte, Pará, Piauí e Rio de Janeiro. Dentre estes estados, alguns modelos serão

analisados para a contribuição na elaboração de um modelo para a Polícia Militar de

Santa Catarina.

4.4.2.1 Maranhão

Conforme informações obtidas no site da Polícia Militar do maranhão, a

criação de uma Companhia voltada para o policiamento turístico aconteceu da

seguinte forma:

No ano de 1999, São Luís foi sede de um grande evento chamado Bolsa de

Turismo, promovido pelo governo do Estado, na época sob a administração de Sra.

Roseana Sarney. O evento atraiu muitas pessoas que aproveitaram a oportunidade

para fazer turismo. Uma das atrações, o Centro Histórico, recém considerado

Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, se constituiu em um grande atrativo

para essas pessoas, oferecendo opções de compras, lazer, passeios etc.

Esse evento ocasionou a realização de um curso de informações turística

destinados a cinqüenta e cinco policiais militares das diversas unidades da Polícia

Page 67: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

66

Militar do Maranhão(PMMA), realizado no Quartel de Comando Geral (QCG) da

PMMA com duração de uma semana. O efetivo policial militar foi destinado a fazer o

policiamento do Centro Histórico durante a realização da Bolsa de Turismo, o que

após o término do evento se constitui no primeiro “grupamento” especializado em

policiamento turístico de São Luís (PMMA, 2005).

Mais tarde, conforme informações do site da PMMA (2005):

(...) parte dos policiais que compunham o efetivo turístico retornaram para suas unidades de origem, dos cinqüenta e cinco policias, permaneceram somente cerca de vinte cinco policiais. Este efetivo que restou, foi incorporado ao 1º Batalhão de Policia Militar (1º BPM) e passou a compor a 4ª Companhia, em seguida a 3ª Companhia sendo que em novembro de 2000, por determinação do então Comandante Geral da Polícia Militar do Maranhão, a 5ª Companhia do 1º BPM, que já havia incorporado o contingente turístico, passou a ser chamada de Companhia de Turismo (CPTUR) e ficou responsável pelo policiamento especializado de apoio ao turista.

a. Situação atual

Conforme informações obtidas no site da PMMA (2005), desde 2000:

(...) a Companhia de Turismo passou a ter melhores condições de desenvolver sua atividade-fim: equipamentos de trabalho como viaturas, motocicletas e armamentos foram adquiridos; foram realizadas melhorias nas instalações da sede principalmente e um significativo aumento no número de policiais foi obtido com a chegada da nova turma de Curso de Formação de Soldados (CFSD) de 2001. A pedido do Secretário de Planejamento do Estado, na época o Sr. Jorge Murad, foram destinados para essa unidade, 70 homens previamente selecionados, priorizando aqueles que tinham alguma formação em línguas e/ou curso na área de turismo (informação verbal).

Em acordo com informações deste mesmo site, o atual aumento do efetivo da

Companhia de turismo, tornou possível a expansão da área de atuação da unidade,

incluindo mais pontos com fluxo turísticos. O Decreto nº 19.498, de 08 de abril de

2003, do Exmo. Sr. Governador do Estado José Reinado Tavares, trouxe em seu

bojo o desmembramento da CPTUR do quadro de companhias do 1º BPM,

tornando-se parte do quadro de unidades subordinadas diretamente ao CPM,

Page 68: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

67

ganhando assim, mais autonomia hierárquica e passando a chamar-se Companhia

de Policia Militar de Turismo Independente (CPTUR-IND).

b. Projetos desenvolvidos

Após aproximadamente dois anos da emancipação da Companhia de

Turismo, começou-se a desenvolver alguns projetos, como a readequação física,

organizacional e operacional da CPTUR. Outras medidas também foram tomadas,

como as implementações que promoveram: a aproximação do comando com os

praças, realização constante de reuniões com a comunidade e participação nas

reuniões do núcleo gestor do Centro Histórico, buscando a aproximação desta

comunidade com a CPTUR, criação do Memorial da Polícia Militar do Maranhão,

mudanças no uniforme da unidade (boina e braçal azul e brasão do policiamento

turístico).

Foram também tomadas medidas operacionais como dispõe o site da PMMA

(2005):

A implementação do serviço de inteligência na área do Centro Histórico, instalação do Posto III e instalação do Trailer como posto móvel. Já na área de requalificação de pessoal, promoveu-se o primeiro estágio de segurança aplicado ao turismo, realizou-se palestras sobre conhecimentos geográficos e históricos do Maranhão, promoveram-se noções de turismo, segurança pública e direito, onde foram confeccionadas apostilas, sendo estas distribuídas aos policiais da unidade.

Outro projeto de extrema relevância, constitui-se em uma das principais ações

na área de requalificação. Foi proporcionado aos policiais, cursos de línguas

estrangeira (francês, espanhol, inglês), que foram promovidos através de uma

parceria entre a Polícia Militar, Secretaria de Turismo do Estado e SENAC.

Uma mudança que traz inúmeros benefícios aos serviços prestados pela

Polícia Militar do Maranhão, é o fato de que os policiais que ingressam no quadro de

praças recebem um treinamento especial na área de turismo, tendo disciplinas

como: formação em turismo, história e língua estrangeira. Desta forma, esses

policiais estão aptos a trabalhar na Companhia de Turismo, e quando for necessário,

Page 69: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

68

mesmo atuando na Policia Tradicional, poderão ajudar os turistas da melhor forma

possível (PMMA, 2005).

c. Atuação da Companhia de Policia Militar de Turismo Independente.

Em vista as informações contidas no site da PMMA (2005), a unidade Policial

Militar (CPTur-Ind) possui um quadro organizacional de 253 policiais, porém seu

efetivo atual é de 109 homens que atuam diuturnamente, nos serviços de

expediente, viaturas e motos, bicicletas, postos fixos e trailer, além do serviço no

memorial.

O serviço de expediente é o trabalho administrativo, executado na sede da

Companhia, no regime de seis horas diárias de segunda a sexta-feira.

Nas motocicletas as escalas de serviço são extremamente flexíveis, podendo ser a

escala de (doze por vinte e quatro e doze por quarenta e oito), escala por “giro”, que

se refere ao serviço operacional de seis horas por dia, com uma folga semanal

(PMMA, 2005).

O policiamento de bicicletas foi adotado pela CPTUR para uso e aplicação

exclusiva no perímetro da Lagoa da Jansen. Também opera na escala de giro, que

inicia às seis horas da manhã até o meio-dia e das dezesseis às vinte e duas horas.

Sobre a utilização do Trailer, o site da PMMA (2005) informa que:

Funciona como um posto móvel da CPTur; utilizada nas Praças mais freqüentadas pelos turistas e em grandes eventos como as festas da: Marafolia, Festejo de São José de Ribamar, Via Sacra do Anjo da Guarda, Expoema e outros eventos.

O trailer quando fixado nas praças, funciona 24 horas, sendo que sempre

estará de serviço pelo menos uma dupla de policiais prontos para atenderem as

ocorrências das proximidades.

Page 70: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

69

4.4.2.2 Pernambuco

Segundo informações disponibilizadas no site da Companhia Independente

de apoio ao Turista de Pernambuco (CIATUR), o início da atividade policial voltada

ao turismo, ocorreu da seguinte forma, CIATUR (2006) “O Policiamento turístico do

estado de Pernambuco surgiu no ano de 2000, quando a Policia Militar de

Pernambuco deu início à especialização de policiais militares no Curso de

Informações e Atendimento Turístico.”

Em acordo com as informações do site da CIATUR (2006), foi:

Em 20 de agosto de 2001 criou-se oficialmente o Grupamento Especial de Apoio ao Turismo- GEATur- através da Portaria do Comando Geral nº 620, de 20 AGO 01, objetivando operacionalizar ações conjuntas com as demais Unidades da Corporação, através de um Policiamento voltado para a segurança, o atendimento e apoio aos turistas, passando a funcionar no Batalhão de Polícia de Transito (1º BPTran).

Enfim, por força da Lei nº 12.544, de 30 de março de 2004, foi criada a

Companhia Independente de Apoio ao Turista – CIATUR. Expandindo ainda mais a

sua participação nas ações desencadeadas pela Policia Militar no atendimento ao

turista. Várias metas foram alcançadas no decorrer de sua criação, e em especial,

no ano de 2005, quando a Unidade firma oficialmente uma parceria com a Empresa

de Turismo de Pernambuco (EMPETUR), num projeto piloto do Governo do Estado,

com a criação de uma Zona de Turismo, que objetivava transformar o Sítio Histórico

de Olinda, em uma ilha de excelência, sendo a segurança pública o suporte para

todas as demais ações a serem desenvolvidas no local (CIATUR, 2006).

Neste contexto a Companhia, conforme informações de seu site, recebeu:

200 novos policiais, que triplicaram o efetivo da Companhia. Foram adquiridos novos equipamentos, viaturas, motocicletas, armamentos, uniformes dentre outros. Além da capacitação e especialização dos policiais militares, como o I Estágio de Segurança Aplicada ao Turismo, onde foi transmitido conhecimentos teóricos e práticos necessários a realização de atividades afetas ao policiamento turístico, bem como a realização de um Estágio de Técnicas de Pilotagem promovido pela Companhia Independente de Policiamento com Motos - CIPMOTos, sobre procedimentos em técnicas de pilotagem e abordagem com motocicletas.

Page 71: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

70

Foi no ano de 2006 que a CIATur realizou o seu primeiro carnaval no

Município de Olinda, atualmente foi eleita a primeira Capital Nacional da Cultura,

tendo sido considerado o Serviço Público de maior confiabilidade por 72% da

população, numa pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Ciências Humanas de

Olinda - FACHO, firmando de forma definitiva a sua importância no contexto turístico

e de segurança no Estado (CIATUR, 2006).

a. Missão

Assim como a policia tradicional, a Companhia Independente de Apoio ao

Turista tem como missão geral proporcionar serviços de Segurança Pública a todas

as pessoas que visitam, freqüentam ou circulam nas áreas de especial interesse

turístico, suprindo os anseios tantas vezes apresentados pela população de um

policiamento ostensivo especializado, qualificado e equipado, capaz de atender as

necessidades desse público.

A CIATur tem sua atuação focada nas ocorrências que envolve turistas

estrangeiros e nacionais, estando eles na condição de vítima como na de imputado,

através de policiais capacitados, que possuem domínio do idioma estrangeiro e

conhecimentos técnicos específicos para tal fim.

O objetivo da companhia é desenvolver um serviço diferenciado, que abrange

tanto a sua missão constitucional de preservação da Ordem pública, como um

serviço de orientação e informação aos turistas que chegam ao estado. Estando

focado, não somente na prestação de um serviço melhor, mas, sobretudo, realizar a

integração da Polícia Militar com os turistas e população, transmitindo aos visitantes

do estado de Pernambuco educação, simpatia e prazer.

b. Locais de atuação

De acordo com o site da CIATUR (2006), a companhia:

Page 72: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

71

Realiza o policiamento em todo o Sítio Histórico de Olinda e áreas circunvizinhas, possuindo a responsabilidade territorial sobre a mesma, empregando Policiamento Ostensivo, através dos diversos tipos meios disponíveis, como: motorizado, moto patrulhamento, bicicleta e a pé. Todos estes, visando proporcionar uma maior sensação de segurança a todos os visitantes do local.

A Companhia realiza também o policiamento em locais de grande destaque

histórico e cultural do Estado, atuando em apoio e recobrimento às unidades de

área. Desta forma, o balneário de Porto de Galinhas, e os bairros de Boa Viagem e

Recife Antigo, além do Aeroporto Internacional do Recife/ Guararapes, são

assegurados por um policiamento especializado e voltado ao turismo.

Os policiais da Companhia de Turismo, segundo informações do site da

CIATUR (2006), estão presentes em:

(...) eventos da agenda cultural do Estado que atraem um grande fluxo de turistas nacionais e estrangeiros, tais como as festividades em alusão a Semana Santa nas cidades de Gravatá e Fazenda Nova, que possui o maior teatro ao ar livre do mundo, São João de Caruaru, Circuito do Frio, destacando-se o Festival de Inverno de Garanhuns, entre outros.

A Companhia, em conjunto com outras unidades da Corporação,

desempenha uma ação operacional preventiva. Esta ação consiste em monitorar os

deslocamentos dos grupos de turistas que desembarcam em vôos “charters”

internacionais. Destaca-se que estes grupos de turistas, são os principais visitantes

dos mais bem-conceituados pólos turísticos do litoral pernambucano.

Page 73: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

72

5 POLICIAMENTO TURÍSTICO NA POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA

5.1 VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO EXECUTADO PELA PMSC

O policiamento ostensivo, como já designa o nome, deve ser o mais visível

possível. Este é realizado baseado na polícia ostensiva, por um conjunto de

processos, de tipos e modalidades.

Neste sentido Manoel (2004, p. 37) contribui:

Policiamento ostensivo, de competência da Polícia Militar, são todos os meios e formas de emprego da Polícia Militar, onde o policial é facilmente identificado pela farda que ostenta, como principal aspecto e de equipamentos, aprestos, armamento e meios de locomoção, para a preservação da ordem pública, observando critérios técnicos, táticos, variáveis e princípios próprios da atividade, visando a tranqüilidade e bem estar da população.

Conforme o manual básico de policiamento ostensivo da Polícia Militar de São

Paulo (M-14-PM), o policiamento ostensivo possui como objetivo “assegurar e

manter a ordem pública. É alcançado por intermédio do desencadeamento de ações

e operações, integradas ou isoladas, com aspectos particulares definidos.”

A seguir serão elencadas e diferenciadas as variáveis do policiamento

ostensivo, ou seja, os processos, tipos e modalidades de policiamento ostensivo

desenvolvidos pela Polícia Militar do Estado de Santa Catarina.

5.1.1 Tipos

Para que a Polícia Militar consiga desenvolver todas as atividades e missões

que lhe é competente, ela possui os diferentes tipos de policiamento ostensivo, são

eles:

Page 74: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

73

a. Policiamento Ostensivo geral, urbano e rural

Sobre este tipo de policiamento, o manual básico de policiamento ostensivo

desenvolvido pela inspetoria geral das polícias militares (1984, p. 9), se refere a “um

tipo de policiamento que visa satisfazer as necessidades basilares de segurança,

inerentes a qualquer comunidade ou a qualquer cidadão.”

Conforme Manoel (2004, p. 38), o policiamento ostensivo geral é:

O principal tipo de policiamento que existe. Ele visa a satisfação das necessidades basilares de segurança da comunidade. Todas as atuações da polícia ostensiva primeiro estão englobadas dentro do contexto de policiamento ostensivo geral. Ele se consubstancia no resultado do trabalho que é desenvolvido pelas diversas unidades operacionais, as unidades de área.

O Decreto n° 19.237 de 14 de março de 1983, que aprova a Lei de

Organização Básica da Polícia Militar de Santa Catarina, Lei n° 6.217, trás ao

policiamento ostensivo geral a nomenclatura de policiamento ostensivo normal,

conceituando-a em seu art. 4° inciso I, da seguinte forma:

É a Ação de patrulheiros a pé, isolados ou em dupla, postados em determinados locais escolhidos, ou percorrendo determinados itinerários. Poderão ser empregados Patrulheiros motorizados ou a cavalo, cuja Ação poderá ser estendida as áreas rurais.

b. Policiamento de Radiopatrulha Terrestre e Aérea:

De acordo com o Decreto n° 19.237 de 14 de março de 1983, em seu art. 4°

inciso II, o policiamento de Radiopatrulha Terrestre e Aérea é conceituado como:

Ação de Policiamento ostensivo em viaturas ou aeronaves de radiopatrulha, em permanente ligação com o Centro de Operações da corporação e sob seu controle. Comporta Ação preventiva e Ação repressiva: a primeira, pela presença; a segunda, por ordem do Centro de Operações ou em atendimento a pedido de socorro público.

Page 75: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

74

c. Policiamento de Trânsito ou Rodoviário

Trata-se de um tipo específico de policiamento ostensivo executado em vias

terrestres abertas á livre circulação, objetivando disciplinar o público no cumprimento

e respeito ás regras e normas de trânsito, as quais são estabelecidas por órgão

competente, conforme o Código Nacional de Trânsito e legislação pertinente (M-14-

PM, 1983).

Já o Decreto n° 19.237 de 14 de março de 1983, em seu art. 4° inciso III, trás

separadamente o policiamento de Trânsito do policiamento Rodoviário, o qual

postula:

Ação de Policiamento ostensivo visando a disciplinar o público no cumprimento e respeito as regras e normas de Trânsito estabelecidas pelo Departamento Estadual de Trânsito ou órgão congênere municipal e de acordo com o Código Nacional de Trânsito e Legislação decorrente.

Da mesma forma, Manuel (2004, p. 40) completa:

O policiamento ostensivo de trânsito urbano é executado exclusivamente em vias urbanas abertas a circulação, consideradas vias públicas, visando disciplinar a circulação de veículos automotores, pedestres, semoventes e ciclistas, de acordo com as normas estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), bem como pelas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).

A respeito do policiamento Rodoviário, o Decreto n° 19.237 de 14 de março

de 1983, em seu art. 4° inciso IV, dispõe:

Ação de Policiamento ostensivo visando a disciplinar o público no cumprimento e respeito as regras e normas de tráfego rodoviário, estabelecidas pelo Departamento Estadual de Estradas e Rodagem, e de acordo com o Código Nacional de Trânsito. E exercido nas rodovias estaduais e, eventualmente, mediante convênio com o DNER, em algumas rodovias federais.

Seguindo a mesma linha, Manuel (2004, p. 40) contribui, afirmando que o

policiamento ostensivo de trânsito rodoviário é “uma atividade de polícia

especializada na execução do policiamento ostensivo em rodovias e estradas,

Page 76: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

75

independente da pavimentação.” Conforme o autor “sua finalidade é garantir a livre

circulação de veículos, passageiros de cargas, de acordo com as normas próprias

de trânsito brasileiro.”

d. Policiamento Ferroviário

O policiamento Ferroviário não é muito difundido entre as doutrinas policiais,

contudo, o Decreto n° 19.237 de 14 de março de 1983, em seu art. 4° inciso V,

afirma que a atividade deste policiamento esta baseada na “ação de Policiamento

ostensivo no interior de estações e, eventualmente, de composições ferroviárias de

trens de pequeno percurso das ferrovias estaduais.”

e. Policiamento Portuário

Da mesma forma que o policiamento Ferroviário, o policiamento Portuário não

é explorado nas doutrinas policiais, todavia, o Decreto n° 19.237 de 14 de março de

1983, em seu art. 4° inciso VI, sobre este tipo de policiamento postula que “é a ação

de Policiamento ostensivo no interior de instalações portuárias estaduais. Não deve

ser confundido com o Policiamento marítimo, missão da Polícia Federal, prevista na

Constituição Federal.”

f. Policiamento Fluvial e Lacustre

Assim como os policiamentos acima citados, o policiamento Fluvial e Lacustre

é pouco difundido, porém também está previsto no Decreto 19.237 n° de 14 de

março de 1983, em seu art. 4° inciso VII, que o define como “a ação de Policiamento

ostensivo utilizando embarcações motorizadas, realizado em lagos, baias, enseadas

e rios, mediante entendimento prévio com as autoridades do Ministério da Marinha.”

Page 77: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

76

g. Policiamento Florestal e de Mananciais

Trata-se de um tipo específico de policiamento ostensivo voltado a preservar

a fauna, os recursos florestais, as extensões d´água e mananciais, contra a caça e

as pescas ilegais, a derrubada indevida ou a poluição. Deve-se realizar em

cooperação com os órgãos competentes, sejam eles, federais ou estaduais,

mediante convênio (M-14-PM, 1983).

Pelo mesmo viés, o Decreto n° 19.237 de 14 de março de 1983, em seu art.

4° inciso VIII, conceitua o policiamento Florestal e de Mananciais como:

Ação de Policiamento ostensivo visando a preservar a fauna, os recursos florestais e os mananciais, contra a caca e a pesca ilegais, e derrubada indevida ou a poluição. Deve ser realizado em cooperação com as autoridades competentes federais ou estaduais. Sua Ação e também exercida nos parques naturais, estaduais ou federais, nestes mediante convênio.

h. Policiamento de Guarda:

Conforme o Manual Básico de Policiamento Ostensivo (1985, p. 27), o tipo

policiamento de guarda, é definido da seguinte forma:

Tipo específico de policiamento ostensivo que visa á guarda de aquartelamentos, á segurança externa de estabelecimentos penais e á segurança física das sedes dos poderes estaduais e outras repartições públicas de importância, assim como á escolta de presos fora dos estabelecimentos penais.

Em sintonia com a citação acima, o Decreto n° 19.237 de 14 de março de

1983, em seu art. 4° inciso IX, ao tratar do policiamento de Guarda, versa que é a

“ação de Policiamento ostensivo visando a guarda e a Segurança externa de

estabelecimentos penais, de estabelecimentos públicos e das sedes dos poderes

Estaduais.

Page 78: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

77

Após ter sido esmiuçado todos os tipos de policiamento previstos na Lei de

Organização Básica da Polícia Militar de Santa Catarina, serão então expostos os

processos de policiamento.

5.1.2 Processos

Os processos de policiamento são caracterizados pelos meios de locomoção

utilizados na realização do policiamento ostensivo. Conforme informações obtidas no

site da Polícia Militar de Santa Catarina, são seis os processos utilizados na PMSC.

São eles: a pé; motorizado (veículos e motocicletas); montado (hipomóvel); aéreo

(helicópteros e aviões); em embarcação (barcos e lanchas) e tração humana

(bicicleta).

5.1.3 Modalidades

As modalidades de policiamento são os modos peculiares de execução do

policiamento ostensivo. Conforme Manoel (2004, p. 50) “Elas dizem a respeito á

forma da ação do policial, normalmente se constituem em quatro, são elas:

patrulhamento; permanência; diligência e escolta”. A seguir, serão abordadas as

quatro modalidades.

a. Patrulhamento

Acerca desta modalidade, o Programa Padrão de Instrução de Policiamento

Ostensivo de Santa Catarina (1994, p. 24), acrescenta:

Na modalidade de patrulhamento, o policial militar, a pé, montado ou em viatura se desloca por diversos postos, cobrindo locais previamente

Page 79: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

78

determinados, conforme o índice de ocorrência (quantidade) e a incidência (dia, horário, local e tipo).

Pelo mesmo viés, Manoel (2004, p. 50) destaca que o patrulhamento consiste

na “atividade móvel de observação, fiscalização, reconhecimento, proteção ou

mesmo emprego de força, desempenhada pelo policial na execução de qualquer tipo

de policiamento ostensivo.”

b. Permanência

Conforme o Programa Padrão de Instrução de Policiamento Ostensivo de

Santa Catarina (1994, p. 24), esta modalidade é caracterizada “pela presença do

policial militar em um determinado local, donde não poderá se afastar, em razão da

importância deste local.”

Nesta mesma linha, Manoel (2004, p. 50) destaca como uma “atividade

predominantemente estática de observação, fiscalização, reconhecimento, proteção

ou mesmo de emprego de força, desempenhada pelo policial na execução de

qualquer tipo de policiamento ostensivo.”

c. Escolta

Trata-se de uma modalidade, onde a atividade principal é custodiar pessoas,

na maioria das vezes presos ou bens, que necessitam deslocar, seja pra ir a uma

audiência, transferência, dentre outras inúmeras finalidades (MANOEL, 2004).

d. Diligência

Segundo Manoel (2004, p. 50), esta modalidade é definida como:

Page 80: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

79

É a atividade que compreende o atendimento de ocorrências policiais ou até mesmo assistenciais, busca de pessoas ou de coisas, capturas de animais, resgate de pessoas e outras do mesmo gênero. Destaque especial deve ser dado às diligências de investigação de ocorrências, na hora do atendimento preliminar.

Enfim, são esses os tipos, modalidades e processos de policiamento

desempenhados pela Polícia Militar de Santa Catarina. Cada um dos tipos,

modalidades e processos possuem as suas peculiaridades e por vezes ainda são

confundidos, haja vista, que sempre estão ligados uns aos outros formando as mais

variadas formas de policiamento.

O Policiamento turístico se enquadraria como um novo tipo de policiamento,

semelhante ao policiamento ostensivo geral, contudo, atuando principalmente nos

locais onde existe a presença maior de turistas. Dos processos a serem utilizados,

caberia a avaliação do local para a escolha ideal para o policiamento turístico,

podendo ser tanto a pé, como motorizado, ou mesmo com auxilio das bicicletas. No

que tange a modalidade, o policiamento turístico faria uso tanto do patrulhamento

como a permanência.

No item a seguir, serão analisadas as estruturas dos modelos existentes de

polícia turística do Brasil e do mundo, confrontando-os com as reais necessidades

do estado de Santa Catarina.

5.2 ANÁLISE DOS MODELOS EXISTENTES DE POLICIAMENTO TURÍSTICO

5.2.1 Criação de uma Unidade de Polícia Turística no estado

Trata-se da criação de uma Organização Policial Militar (OPM) semelhante ao

Batalhão de Operações Especiais (BOPE), ou seja, uma OPM de Policiamento

Turístico que teria sua área de atuação, todo o estado de Santa Catarina. Os

policiais que pertencerem a esta unidade, passariam por uma capacitação

específica, realizando um curso de policiamento turístico que abordaria assuntos

como: história de Santa Catarina, principais pontos turísticos, idiomas estrangeiros,

dentre outras disciplinas que serão tratadas mais adiante.

Page 81: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

80

Seguindo este viés, a OPM especializada no Policiamento Turístico estaria

diretamente subordinado ao Sub-comandante geral da Polícia Militar de Santa

Catarina. Para cidade sede desta unidade aponta-se Florianópolis, em razão do seu

destaque nacional no setor turístico.

Algumas particularidades que distinguiriam os policiais desta OPM dos

demais policiais estariam no: Braçal com identificação Police Tourist e o idioma que

o policial domina; viaturas, motocicletas e bicicletas devidamente identificadas e com

o logotipo da OPM de Policiamento Turístico e a criação de um número telefônico

específico aos turistas no Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM).

a. Missão

Os policias da OPM de Policiamento Turístico, além de possuírem a missão

de polícia tradicional, trabalhando na garantia da Ordem Pública, possuem a

seguinte missão: Proporcionar Segurança Pública aos turistas que chegam ao

estado de Santa Catarina através de um serviço de orientação e informação a estes

visitantes e realizando um policiamento ostensivo especializado, voltado às

necessidades das pessoas que visitam, freqüentam ou circulam ás áreas

consideradas como ponto turístico no estado.

b. Atividades Desempenhadas

Ao serem acionados pelo Sub-comandante Geral da Polícia Militar de Santa

Catarina, os policiais da OPM de Policiamento Turístico deslocarão as cidades cuja

presença de turistas seja considerável e executarão as seguintes atividades:

Policiamento Ostensivo nos pontos turísticos.

Fornecer informações e orientações aos turistas conforme suas

necessidades.

Realizar a mediação de conflito entre empresas de turismo e turistas.

Page 82: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

81

Garantir a segurança dos turistas, bem como das empresas do trade

turístico: meios de hospedagem, restaurantes, comércio local, etc...

Alertar os turistas e coibir a ação de possíveis estelionatários (empresas

fantasmas).

Eliminar os fatores que causam má impressão aos turistas em relação a

segurança.

Garantir a proteção dos turistas bem como a de seus pertences.

Instalar-se junto ao COPOM da região, disponibilizando um telefonista que

domine os idiomas dos principais grupos de turistas que freqüentam a

região.

c. Processos de policiamento

Para a realização do Policiamento Turístico, os policiais utilizarão dos

seguintes processos:

Policiamento ostensivo a pé: Os policias realizarão este processo de

policiamento nos pontos turísticos como praias museus, mercados

públicos e etc.

Policiamento ostensivo motorizado: Utilizar-se-á tanto automóveis, como

motocicletas, ambas devidamente caracterizadas com logotipo da OPM de

Policiamento Turístico. Efetuarão o policiamento nas principais áreas

freqüentadas pelos turistas.

Policiamento ostensivo a tração humana: Deste processo de policiamento,

será utilizada a bicicleta, onde será empregada em áreas extensas que

possuam ciclovias e um número considerável de turistas.

Page 83: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

82

d. Observações

A respeito da criação de uma OPM voltada ao Policiamento Turístico, é

importante realizar algumas observações, sejam elas positivas ou negativas. A partir

dos dados levantados anteriormente neste trabalho, pode-se avaliar que a criação

desta unidade irá oferecer um serviço especializado e com um alto padrão de

qualidade, devido ao treinamento focado no atendimento específico de ocorrências

envolvendo turistas.

Diferentemente dos policiais do policiamento tradicional, os policiais desta

OPM especializada serão treinados e capacitados a falar os idiomas mais utilizados

pelos estrangeiros que visitam o estado, ou seja, o espanhol, inglês e o alemão,

oferecendo serviços de informação e orientação às estes visitantes.

Estes serviços seriam cada vez mais aperfeiçoados, devido à experiência que

estes policiais iriam adquirir realizando o policiamento nas diversas cidades do

estado de Santa Catarina, conhecendo as peculiaridades dos diversos grupos (faixa

etária, nacionalidade, comunidades temáticas e etc.) de turistas que visitam o

estado.

Todavia, conforme já foi exposto nos capítulos anteriores, o estado de Santa

Catarina possui uma grande vocação turística, tendo inúmeras cidades visitas por

turistas de todo o mundo durante o ano inteiro. Desta forma, a criação desta

unidade, torna-se bastante onerosa para o estado, haja vista a quantidade de

deslocamento que serão efetuados durante o ano inteiro, gerando diárias para os

policiais.

Outro fato que poderia ser identificado como possível problema na criação

desta unidade é a atual situação que a Polícia Militar de Santa Catarina se encontra

em relação ao número escasso de policiais. Para a criação desta Organização

Policial Militar especializada no Policiamento Turístico, faz-se necessário a

transferência de um número significativo de policiais dos vários batalhões do estado

para executarem o serviço de policiamento turístico, gerando ainda mais problemas

em relação ao efetivo nestes batalhões.

Para que então seja realizada a criação desta unidade especializada, é de

suma importância a inclusão de novos policiais na Polícia Militar de Santa Catarina,

Page 84: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

83

suprindo principalmente as necessidades dos Batalhões já existentes, para

posteriormente realizar a criação de uma unidade especializada.

5.2.2 Criação de uma fração especializada no Policiamento Turístico dentro

dos Batalhões e Guarnições Especiais

Sugere-se neste item, a criação de uma Organização Policial Militar

especializada no Policiamento Turístico, nas principais cidades turísticas no estado

de Santa Catarina. Estas companhias estariam subordinadas aos Batalhões ou

Guarnições Especiais das respectivas cidades ou regiões, semelhante ao que

acontece com os Pelotões de Patrulhamento Tático (PPT). Conforme já visto

anteriormente, as cidades como: Florianópolis; Balneário Camboriú, Bombinhas,

Itapema e Laguna seriam as primeiras a criar uma OPM voltada ao policiamento

turístico, devido ao destaque que possuem no setor turístico em Santa Catarina.

Os policias desta OPM destinados ao policiamento turístico, passariam por

uma capacitação específica, realizando um curso de policiamento turístico que

abordaria assuntos como: história de Santa Catarina, principais pontos turísticos,

idiomas estrangeiros, dentre outras disciplinas que serão tratadas mais adiante.

Algumas particularidades irão distinguir os policiais desta fração voltada ao

Policiamento Turístico dos demais policiais do Batalhão, seriam elas: o Braçal com

identificação Police Tourist e o idioma que o policial domina; viaturas, motocicletas e

bicicletas devidamente identificadas e com o logotipo da OPM de Policiamento

Turístico, além da criação de um número telefônico específico aos turistas na

Central de Emergência da PMSC.

a. Missão

Os policias da OPM especializada no Policiamento Turístico, além de

possuírem a missão de polícia tradicional, trabalhando na garantia da Ordem

Pública, possuem a seguinte missão: Proporcionar Segurança Pública aos turistas

Page 85: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

84

que chegam ao estado de Santa Catarina através de um serviço de orientação e

informação a estes visitantes e realizando um policiamento ostensivo especializado,

voltado às necessidades das pessoas que visitam, freqüentam ou circulam ás áreas

consideradas como ponto turístico no estado.

b. Atividades Desempenhadas

Os policiais da OPM voltada ao Policiamento Turístico executarão em suas

cidades as seguintes atividades:

Policiamento Ostensivo nos pontos turísticos.

Fornecer informações e orientações aos turistas conforme suas

necessidades.

Realizar a mediação de conflito entre empresas de turismo e turistas.

Garantir a segurança dos turistas, bem como das empresas do ramo

turístico, hotéis, campings, resorts, etc...

Alertar os turistas e coibir a ação de possíveis estelionatários (empresas

fantasmas).

Eliminar os fatores que causam má impressão aos turistas em relação a

segurança.

Garantir a proteção dos turistas bem como a de seus pertences.

Instalar-se junto ao COPOM da unidade, disponibilizando um telefonista

que domine os idiomas dos principais grupos de turistas que freqüentam a

região.

c. Processos de policiamento

Para a realização do Policiamento Turístico, os policiais utilizarão dos

seguintes processos:

Page 86: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

85

Policiamento ostensivo a pé: Os policias realizarão este processo de

policiamento, nos pontos turísticos como, praias, museus, mercados

públicos e etc.

Policiamento ostensivo motorizado: Utilizar-se-á tanto automóveis, como

motocicletas, ambas devidamente caracterizadas com logotipo da fração

de Policiamento Turístico. Efetuarão o policiamento nas principais áreas

freqüentadas pelos turistas.

Policiamento ostensivo a tração humana: Deste processo de policiamento,

será utilizada a bicicleta, onde será empregada em áreas extensas que

possuam ciclovias e um número considerável de turistas.

d. Observações

Para a criação desta Organização Policial Militar especializada no

Policiamento Turístico, nas principais cidades turísticas do estado, torna-se

fundamental realizar algumas observações, sejam elas positivas ou negativas.

Assim como a proposta anterior, de criação de uma OPM em Florianópolis

semelhante ao BOPE, a criação desta fração especializada nas unidades (BPM e

GEPM) iria oferecer um serviço especializado e com um alto padrão de qualidade,

devido ao treinamento focado no atendimento específico de ocorrências envolvendo

turistas.

Ao contrário dos policiais do policiamento tradicional, o efetivo desta OPM de

Policiamento Turístico serão treinados e capacitados a se relacionarem com os

turistas. No curso voltado ao policiamento turístico, aprenderão noções básicas dos

idiomas constatados nos capítulos anteriores como os mais utilizados pelos

visitantes de outros países que chegam ao estado, ou seja, o espanhol, inglês e o

alemão, oferecendo a estas pessoas serviços de informação e orientação.

Por se tratar de uma OPM voltada ao policiamento turístico, os policiais que a

integrarem, obterão bastante experiência na relação com as mais diversas

comunidades de turistas, sejam eles, grupos de idosos, estrangeiros americanos, sul

americanos, universitários, dentre outros grupos existentes. Desta forma,

Page 87: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

86

conhecerão as peculiaridades destas comunidades, aprimorando cada vez mais o

serviço a ser prestado.

Contudo, um fato que gera problema na criação destas frações, assim como

ocorre na criação dos BPM`s e GEPM`s de Policiamento Turístico citadas

anteriormente, porém em menor escala, é situação atual que a Polícia Militar de

Santa Catarina se encontra em relação ao seu efetivo. Para tornar realidade a

implantação destas frações, se faz necessário o deslocamento de parte do efetivo

do batalhão para estas frações especializadas, o que iria gerar complicações

relativas ao número de policiais a disposição do policiamento ordinário no batalhão.

Para que se consiga atender as necessidades em relação ao efetivo dos

batalhões existentes, e tornar possível a criação de uma OPM especializada, é de

extrema relevância a inclusão de policiais militares na corporação, aumentando

assim o número do efetivo e prestando a sociedade catarinense e a seus visitantes

um serviço de qualidade.

5.2.3 Criação de uma OPM fixa em Florianópolis e com demais frações nas

principais cidades turísticas do estado

Propõe-se neste item, a criação de uma Organização Policial Militar de

Policiamento Turístico com sede na cidade de Florianópolis, cidade que atrai o maior

número de turistas no estado de Santa Catarina, tendo esta, frações subordinadas

nas demais cidades com potencial turístico, semelhante ao que ocorre com a Polícia

Militar Rodoviária e a Polícia Militar Ambiental.

Os policiais lotados nestas unidades, receberiam uma capacitação voltada a

atividade de policiamento turístico. Neste curso, o qual será tratado mais a frente,

seriam abordados assuntos como: principais pontos turísticos de Santa Catarina,

idiomas estrangeiros, história de Santa Catarina, e etc.

Para distinguir os policiais destas unidades voltadas ao Policiamento

Turístico dos demais policiais das OPM`s tradicionais, seriam criadas algumas

particularidades, são elas: o Braçal com a identificação Police Tourist e o idioma que

o policial domina; viaturas, motocicletas e bicicletas devidamente identificadas e com

Page 88: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

87

o logotipo da OPM de Policiamento Turístico, além da criação de um número

telefônico específico aos turistas no COPOM da PMSC.

a. Missão

Além de possuírem a missão de polícia tradicional, ou seja, promover aos

cidadãos um estado de tranqüilidade e Ordem pública os policias militares que

estiverem lotados nas unidades especializadas no policiamento turístico

Os integrantes da OPM especializada no Policiamento Turístico, além de

possuírem a missão de polícia tradicional, trabalhando na garantia da Ordem

Pública, estes policias se baseiam na seguinte missão: Proporcionar aos cidadãos

catarinenses e aos seus visitantes uma estadia segura, bem como um serviço de

orientação e informação aos turistas. Realização de um policiamento ostensivo

especializado, direcionado as necessidades das pessoas que visitam, freqüentam ou

circulam os principais pontos turísticos no estado.

b. Atividades Desempenhadas

Os integrantes destas unidades especializadas no Policiamento Turístico

executarão em suas cidades as seguintes atividades:

Policiamento Ostensivo nos pontos turísticos.

Fornecer informações e orientações aos turistas conforme suas

necessidades.

Realizar a mediação de conflito entre empresas de turismo e turistas.

Garantir a segurança dos turistas, bem como das empresas do ramo

turístico, hotéis, campings, resorts, etc...

Alertar os turistas e coibir a ação de possíveis estelionatários (empresas

fantasmas).

Page 89: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

88

Eliminar os fatores que causam má impressão aos turistas em relação a

segurança.

Garantir a proteção dos turistas bem como a de seus pertences.

Instalar-se junto ao COPOM da região, disponibilizando um telefonista que

domine os idiomas dos principais grupos de turistas que freqüentam a

região.

c. Processos de policiamento

Para a execução do Policiamento Turístico, os integrantes destas unidades

farão uso dos seguintes processos:

Policiamento ostensivo a pé: Os policias realizarão este processo de

policiamento, nos pontos turísticos como, praias, museus, mercados

públicos e etc.

Policiamento ostensivo motorizado: Utilizar-se-á tanto automóveis, como

motocicletas, ambas devidamente caracterizadas com logotipo da unidade

de Policiamento Turístico. Efetuarão o policiamento nas principais áreas

freqüentadas pelos turistas.

Policiamento ostensivo a tração humana: Deste processo de policiamento,

será utilizada a bicicleta, onde será empregada em áreas extensas que

possuam ciclovias e um número considerável de turistas.

d. Observações

É extremamente necessário analisar esta proposta de criação de unidades

especializadas no policiamento turístico com sede em Florianópolis e frações

dispostas nas demais cidades com potencial turístico. Com isto, serão elencados

alguns pontos positivos e negativos que apontarão o nível de viabilidade desta

proposta.

Page 90: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

89

Seguindo o mesmo viés das propostas acima, a criação destas unidades iria

ensejar num atendimento de alto padrão aos visitantes do estado. Trata-se de um

serviço especializado, realizado por profissionais capacitados, com o treinamento

focado no atendimento específico de ocorrências que envolvam turistas.

Ao contrário do efetivo do policiamento tradicional, os policiais destas novas

unidades serão treinados, a fim de se comunicarem com os turistas. No curso

voltado ao policiamento turístico, aprenderão noções básicas dos idiomas

constatados nos capítulos anteriores, são eles, o espanhol, inglês e o alemão,

oferecendo a estes visitantes serviços de informação e orientação.

É certo, que estes serviços seriam cada vez mais aperfeiçoados, devido à

experiência que estes policiais iriam adquirir realizando diariamente o policiamento

turístico, se relacionando com os diversos grupos (faixa etária, nacionalidade,

comunidades temáticas e etc.) de turistas que visitam o estado, conhecendo assim

suas peculiaridades.

Todavia, um fator que dificulta a criação destas novas unidades pelo estado, é

a atual falta de efetivo em que se encontra a Polícia Militar de Santa Catarina. Para

que esta proposta seja efetuada, é necessário que parte do efetivo dos batalhões

tradicionais da PMSC, sejam capacitados e transferidos para estas novas unidades,

gerando uma série de complicações referente ao efetivo dos Batalhões de origem.

Para que se consiga atender as necessidades em relação ao efetivo dos

batalhões existentes, e tornar possível a criação de unidades especializadas, é de

suma importância a inclusão de policiais militares na corporação, possibilitando uma

melhora na qualidade dos serviços prestados a sociedade catarinense e a seus

visitantes.

5.2.4 Criação de uma política de atendimento e proteção ao turista por parte

da PMSC

Diferentemente das propostas anteriores, que basicamente sugeriam a

criação de Organizações Policiais Militares especializadas no Policiamento Turístico,

esta proposta tem o objetivo de capacitar os policiais que trabalham nas cidades que

possuem um grande potencial no setor turístico.

Page 91: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

90

Propõe-se também, a elaboração de um planejamento operacional que

englobe os pontos turísticos destas cidades, ou seja, um policiamento específico

para o atendimento desta demanda.

Um ponto relevante que também pode ser utilizado nesta proposta é a criação

de um número especial na Central de Emergência destinado aos turistas, com um

telefonista que tenha domínio das línguas estrangeiras mais utilizadas pelos

visitantes que freqüentam a região.

a. Missão

O efetivo dos batalhões que receberão essa capacitação continuará com a

mesma missão de Preservação e Garantia da Ordem Pública, efetuando um

policiamento similar ao que já vinham realizando. Contudo, esses policiais também

executarão policiamento nas áreas consideradas como pontos turísticos, prestando

informações e garantindo aos mesmos uma estadia tranqüila e segura em Santa

Catarina.

b. Processos de policiamento

Para a execução deste planejamento nas áreas turísticas, os policiais

utilizarão dos mesmos processos de policiamento que já vinham usando, são eles:

Policiamento ostensivo a pé: Utilizarão deste processo nos pontos

turísticos como, praias, museus, mercados públicos e etc.

Policiamento ostensivo motorizado: Utilizar-se-á tanto automóveis, como

motocicletas. Efetuarão o policiamento nos principais pontos turísticos e

locais freqüentados por turistas.

Policiamento ostensivo a tração humana: Será utilizada a bicicleta, onde

será empregada em áreas extensas que possuam ciclovias e um número

considerável de turistas, como praias, avenidas comerciais que possuam

grande fluxo de pessoas, dentre outros locais.

Page 92: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

91

c. Observações

Nesta proposta de Criação de uma política de atendimento e proteção ao

turista, podem-se identificar alguns pontos que a torna mais interessante que as

demais propostas, e alguns fatores que não seriam tão eficientes quanto os

sugeridos anteriormente.

Pode-se afirmar que com esta proposta, os serviços prestados aos turistas

não serão tão especializados e qualificados quanto os das propostas sugeridas

anteriormente, haja vista um menor contato dos policiais com os diferenciados

grupos de turistas, que no caso das propostas anteriores ocorriam diariamente.

Todavia, estes serviços prestados não seriam de baixa qualidade, em virtude dos

cursos de capacitação voltados ao policiamento turístico proporcionados a estes

policiais.

Entretanto, pode-se constatar um diferencial nesta proposta, onde o problema

encontrado nas propostas anteriormente citadas, referente à falta de efetivo da

PMSC é fator preponderante para sua inviabilidade, fator este que não implica nesta

sugestão de criação de uma política de atendimento e proteção ao turista. Ou seja,

os policiais que atuarão neste planejamento, continuarão realizando as mesmas

atividades que já vinham desempenhando, apenas terão um acréscimo de algumas

atribuições, não interferindo no número de policiais disponíveis para o policiamento

ordinário nas Organizações Policiais Militares.

Outra característica relevante desta proposta é realização de um estudo

elencando os principais pontos turísticos das cidades catarinenses, para que estes

atrativos turísticos sejam incluídos no planejamento do policiamento ostensivo

realizado pela OPM. Desta forma, cada OPM estudaria o calendário turístico de sua

região, disponibilizando policiamento nas áreas consideras turísticas no período que

entender necessário.

As cidades litorâneas que possuírem a “Operação Veraneio”, ao receberem

os policiais de outras unidades, fornecerão aos mesmos um manual com as

principais informações referentes ao turismo, contendo: histórico da cidade,

principais atrativos turísticos, hotéis, casas de câmbio, dentre outros assuntos que

se julgar relevante. Com isto, os policiais quando solicitados poderão atender as

Page 93: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

92

necessidades dos turistas, informando-os e colaborando para a segurança desses

visitantes.

Por fim, para o encerramento desta pesquisa científica, partir-se-á para as

considerações finais, cujo objetivo será responder o problema de pesquisa deste

Trabalho de Conclusão de Curso: Qual a melhor estratégia a ser utilizada para a

implantação do policiamento turístico na Polícia Militar de Santa Catarina?

Page 94: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

93

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mostrou-se neste trabalho o real potencial que o estado de Santa Catarina

possui no ramo turístico, apontando Florianópolis, Balneário Camboriú, Bombinhas e

Laguna como as cidades do estado que recebem o maior número de visitantes

durante o ano. Dos turistas que visitam o estado, são os países Sul Americanos os

principais emissores, por conseguinte, o espanhol é a língua que predomina dentre

os turistas estrangeiros.

Conforme informações levantadas ao longo do trabalho, o estado de Santa

Catarina recebeu no verão de 2007/2008, cerca de quatro milhões de visitantes, que

renderam ao estado, aproximadamente 1,6 bilhão de reais. O turismo no estado vem

crescendo anualmente cerca de 28,33%, tornando-se uma das principais fontes de

renda do povo catarinense.

Frente a esta realidade, para que o turismo de Santa Catarina continue em

ascensão, o estado deve continuar proporcionando segurança aos seus visitantes e

aprimorando cada vez mais este serviço. Em virtude disto, fez-se um estudo a

respeito dos modelos já existentes de policiamento turístico no Brasil e no mundo,

adaptando esses modelos as reais necessidades do estado de Santa Catarina,

propondo então quatro modelos de implantação do Policiamento Turístico na PMSC.

Dos modelos propostos, são três os que indicam para a criação de uma OPM

distinta e especializada no policiamento turístico, sendo que uma, a última, está

voltada para o planejamento das OPM‟s, que visará à execução do policiamento

ostensivo nas áreas turísticas. Para isto, os modelos propostos estão vinculados a

capacitação do policial, desta forma, se faz necessário que os policiais sejam

preparados, ou seja, submetidos a um curso de policiamento turístico, oferecendo

então um serviço de qualidade aos visitantes do estado.

Para a obtenção de sucesso na implantação deste curso de Policiamento

Turístico na Polícia Militar de Santa Catarina, faz-se necessário estabelecer algumas

parcerias. Estas ações conjuntas, poderão contar com a participação de órgãos

como: Santa Catarina Turismo S/A (SANTUR), Universidade do Vale do Itajaí

(UNIVALI), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (SENAC), empresas privadas, demais universidades,

dentre outros órgãos.

Page 95: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

94

Este curso servirá como requisito básico para o ingresso a participação dos

policiais nas ações das OPM´s no policiamento turístico. Da mesma forma, ao

aplicar a proposta de criação de uma política de atendimento e proteção ao turista,

os integrantes da OPM passarão por um treinamento semelhante. O curso objetivará

a implantação de um novo tipo de policiamento ostensivo, o Policiamento Turístico,

que ocasionará a integração da comunidade, turistas, empresas e órgãos

governamentais.

É extremamente relevante para o policial militar que for realizar o policiamento

turístico, possuir noções básicas da evolução do turismo até os dias atuais,

conhecendo as legislações existentes, dentre outros fatores deste ramo. Neste

sentido, foram elencadas algumas cadeiras consideradas indispensáveis para o

curso, são elas: Introdução ao estudo do Turismo; Calendário turístico de Santa

Catarina; Atrações turísticas de Santa Catarina; Rotas turísticas de Santa Catarina;

Noções de língua Inglesa; Noções de língua espanhola; Noções de linha alemã;

Missão do policiamento turístico; Legislação pertinente ao turismo; Primeiros

socorros, dentre outras disciplinas voltadas para o melhor atendimento aos visitantes

do estado.

Por fim, vale ressaltar que independentemente da estratégia de implantação

que for adotada, seja ela, na criação de uma OPM especializada no policiamento

turístico, ou mesmo, a implementação do planejamento das OPM‟s existentes com o

policiamento em pontos turísticos, o ponto fulcral deste trabalho encontra-se na

capacitação dos policiais militares para o atendimento aos visitantes do estado,

oferecendo-lhes um serviço de qualidade e os garantindo uma estadia segura,

transmitindo-lhes a sensação de como se em “casa” estivessem.

Ao observar à situação atual em que a corporação se encontra referente ao

problema da falta de efetivo, avalia-se como melhor proposta de implantação do

policiamento turístico na Polícia Militar de Santa Catarina, a criação de uma política

de atendimento e proteção ao turista por parte da PMSC. Acredita-se nesta

proposta, em virtude da facilidade de implantação e a possibilidade de

remanejamento do efetivo sem que ocorra uma transferência permanente para

determinada OPM, não ensejando no agravamento ainda maior do problema da falta

de efetivo.

Contudo, a partir do momento que a PMSC encontrar-se nas condições ideais

quanto ao seu efetivo, indicar-se-á então como melhor estratégia de implantação do

Page 96: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

95

policiamento turístico, a criação de OPM‟s vinculadas aos Batalhões e Guarnições

Especiais das principais cidades que possuem potencial turístico.

A criação das OPM‟s voltadas ao policiamento turístico nos Batalhões e

Guarnições Especiais, semelhante ao que ocorre com o PPT, promoverá um melhor

aproveitamento dos policiais que já conhecem as áreas em que irão trabalhar.

Diferentemente das outras propostas, os policiais destas OPM‟s de policiamento

turístico, irão adquirir experiência na resolução de lides envolvendo turistas de

outras nacionalidades, o que ocasionará um melhor atendimento a estes visitantes.

Estes policiais obterão uma significativa experiência na relação com as mais

diversas comunidades de turistas, sejam eles, grupos de idosos, estrangeiros

americanos, sul americanos, universitários, dentre outros grupos existentes. Desta

forma, conhecerão as peculiaridades destas comunidades, aprimorando cada vez

mais o serviço a ser prestado.

Concluindo, o efetivo destas OPM‟s utilizará braçais que distinguirão estes

policiais dos demais que executam o policiamento ostensivo tradicional. Estarão

então, devidamente identificados, para que sejam vistos pelos visitantes como uma

referência. Além disto, o policiamento ostensivo turístico proporcionará a todos os

envolvidos no ramo turísticos e aos visitantes do estado, uma sensação de

tranqüilidade e segurança, garantido o sucesso e o crescimento do ramo turístico em

Santa Catarina.

Page 97: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

96

REFERÊNCIAS

ARBLASTER, A. Violência In: OUTHWAITE, W.; BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento social do século XX. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1996.

BALLONE, G. J. Sintomas psíquicos do estresse. PsiqWeb. Disponível em: <http://gballone.sites.uol.com.br/temas/violen_inde.html>. Acesso em: 18 out. 2008.

BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. ed. Campinas: Papirus, 2001.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. In: ANGHER, Anne Joyce (org.). Vade Mecum: acadêmico de direito. 2. ed. São Paulo: Rideel, 2005. (Coleção de Leis Rideel). p. 43-103.

______. Decreto 88.777, de 30 de setembro de 1983. Aprova o regulamento para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (R-200). In: BRITO JUNIOR, Marcos Antônio. Aspectos legais e práticos da busca pessoal na atividade policial militar. Florianópolis: 2002. Anexo 2, p. 120-139.

______. Decreto-Lei Nº 667, de 2 de julho de 1969. Reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/>. Acesso em: 08 julho 2006.

CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron, 1996.

CIATUR. Companhia independente de Apoio ao Turista. Recife, 2006. Disponível em: <http://www.ciatur.pe.gov.br/>. Acesso em: 16 abril 2009.

CHAUI, M. Uma ideologia perversa: explicações para a violência impedem que a violência real se torne compreensível. In: Folha de S. Paulo, 14 de março de 1999.

CHIMENTI, Ricardo. et all. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2004.

Page 98: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

97

COOPER, Chris. Educando os educadores em turismo: manual de educação em turismo e hospitalidade. São Paulo: Roca, 2001

DIÁRIO CATARINENSE. Florianópolis, 2008. Disponível em: <http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense>. Acesso em: 24 nov. 2008.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 16 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

ERN FILHO, Adolfo; GRAIPEL JR, Hermes José. História do Turismo em Blumenau. ed. Blumenau: Furb, 2006.

INSPETORIA GERAL DAS POLÍCIAS MILITARES. Manual Básico de Policiamento Ostensivo. Brasília, 1984.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GOLLO, Gelso Guimarães. Segurança e Turismo: Percepções quanto ao aspecto “Segurança” de um destino turístico, como forma de mantê-lo atrativo e competitivo. Dissertação de Mestrado – UCS, 2004.

GUIA SANTA CATARINA. Florianópolis, 2008. Disponível em: <http://www.guiasantacatarina.com.br/>. Acesso em: 01 dez. 2008.

HANDSZUH, Henrik F. Destinos vacacionales Seguros en el marco del turismo mundial. In: Dossiê de Seguridad Turística. Revista On Line Marketing e Turismo, n°. 01, 2003. 34 p.

KAISER, Jakzam. Guia para profissionais do Turismo. Florianópolis: Letras, 2004.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

LAZZARINI, Álvaro. et alli. Direito administativo da ordem pública. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1987.

Page 99: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

98

MANOEL, Élio de Oliveira. Policiamento Ostensivo, com ênfase no processo motorizado. Curitiba: Optagraf, 2004.

MARCINEIRO, Nazareno; PACHECO, Giovanni C. Polícia Comunitária: evoluindo para a polícia do século XXI. Florianópolis: Insular, 2005.

_____. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

_____. Temas de direito administrativo. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.

______. Temas de direito administrativo. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

PARRA FILHO, Domingos; SANTOS, João Almeida. Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Futura, 1998.

PASOLD, Cesar Luiz. Prática da pesquisa jurídica: idéias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito. 9. ed. Florianópolis: OAB/SC Editora co-edição OAB Editora, 2005.

PIRES, Mario Jorge. Lazer e Turismo Cultural. ed. Barueri: Manole, 2001.

PIRES, Mario Jorge. Raízes do Turismo no Brasil. ed. Barueri: Manole, 2001.

PMESP. Manual Policial Militar: Manual Básico de Policiamento Ostensivo. São Paulo, 1985.

PMMA. Polícia Militar do Maranhão. São Luís, 2005. Disponível em: <http://www.pm.ma.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=826>. Acesso em: 19 abril 2009.

PMSC, Estado de Santa Catarina. Decreto 19.237 de 14 de março 1983: Aprova o Regulamento da Lei n° 6.217. Florianópolis, 1983.

PMSC. Estado de Santa Catarina Polícia Militar: Programa Padrão de Instrução de Policiamento Ostensivo. 1994.

Page 100: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

99

POLÍCIA TURÍSTICA DA GRÉCIA. Disponível em: <http://www.visitgreece.gr/pages.php?langID=2&pageID=23>. Acesso em: 01 maio 2009.

POLÍCIA TURÍSTICA DO NEPAL. Disponível em: <http://www.bharatonline.com/nepal/travel-tips/tourism-police.html>. Acesso em: 01 maio 2009.

POLÍCIA TURÍSTICA DO QUÊNIA. Disponível em: <http://www.kenyapolice.go.ke/tourism%20police%20unit.asp>. Acesso em: 03 maio 2009.

POLÍCIA TURÍSTICA DA TAILÂNDIA. Disponível em: <http://www.thaitouristpolice.com/main.php>. Acesso em: 28 abril 2009

RANGEL, Sheila. A contribuição turismo para o desenvolvimento de pequenas localidades. Dissertação de Mestrado – EPS/UFSC, 2000.

SANTUR. Santa Catarina Turismo S/A. Florianópolis, 2008. Disponível em: <http://www.santur.sc.gov.br/>. Acesso em: 23 nov. 2008.

SERRANO, C; BRUHNS, HT; LUCHIARI, MTDP. Olhares contemporâneos sobre o turismo. 2. ed. São Paulo: Papirus, 2001.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

______. Curso de Direito Constitucional Positivo. 19ª ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros Editores, 2001.

TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Turismo básico. 3.ed. São Paulo: SENAC, 1999.

VALLA, Wilson Ordiley. Doutrina de emprego de Polícia Militar e Bombeiro Militar. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: AVM, 2004.

Page 101: 0 POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA UNIVERSIDADE …siaibib01.univali.br/pdf/Carlos Alberto Mafra Junior.pdf · forma final pela Coordenação do Curso de Segurança Pública da

100

ZUNINO, Vilmar. Turismo de eventos e negócios na ilha de Santa Catarina: uma perspectiva das tendências recentes no MERCOSUL. 2003. 183f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Relações Internacionais, Universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal>. Acesso em: 24 nov. 2008.