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ÁREA II – ECONOMIA AGRÍCOLA OS EFEITOS DA REFORMA AGRÁRIA, DO CRÉDITO E DAS CHUVAS SOBRE A RENDA RURAL CAMILA DE SOUZA LUZ Graduada em Economia pela UERN Analista do BNB – Agência Areia Branca/RN Endereço: Rua Salina Severo, 36, Salinópolis, Areia Branca/RN. e-mail: [email protected] RODOLFO FERREIRA RIBEIRO DA COSTA Pós Doutor em Economia pela UFRN Doutor em Economia pelo CAEN/UFC Professor Adjunto IV do DEC/UERN Coordenador do Programa de Pós Graduação em Economia – PPE/UERN Endereço: Av. Francisco da Mota, 4222, Rincão – Mossoró/RN. Cep: 59.626-105 e-mail: [email protected]

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REA II ECONOMIA AGRCOLA

OS EFEITOS DA REFORMA AGRRIA, DO CRDITO E DAS CHUVAS SOBRE A RENDA RURAL

CAMILA DE SOUZA LUZ

Graduada em Economia pela UERN

Analista do BNB Agncia Areia Branca/RN

Endereo: Rua Salina Severo, 36, Salinpolis, Areia Branca/RN.

e-mail: [email protected]

RODOLFO FERREIRA RIBEIRO DA COSTA

Ps Doutor em Economia pela UFRN

Doutor em Economia pelo CAEN/UFC

Professor Adjunto IV do DEC/UERN

Coordenador do Programa de Ps Graduao em Economia PPE/UERN

Endereo: Av. Francisco da Mota, 4222, Rinco Mossor/RN. Cep: 59.626-105

e-mail: [email protected]

REA II ECONOMIA AGRCOLA

OS EFEITOS DA REFORMA AGRRIA, DO CRDITO E DAS CHUVAS SOBRE A RENDA RURAL

RESUMO: O objetivo deste trabalho analisar os efeitos da reforma agrria, das incidncias pluviomtricas e da concesso de crdito sobre a renda rural. Foi utilizada a metodologia de Mnimos Quadrados Generalizados Quase Factveis (MQGF). Os dados utilizados formam um painel para os estados da federao, entre os anos de 1999 e 2009. Os resultados apontam uma relao positiva e significativa entre os ndices de chuvas e a renda, assim como o crdito e a renda. Todavia a varivel terra apontou-se como no significativa para gerao de renda. Assim, polticas de incentivo ao crdito rural e anos com maiores indecncias de chuvas colaboraro para o alcance de maiores nveis de renda rural.

Palavra-chave: reforma agrria, incidncias pluviomtricas, crdito e renda rural.

ABSTRACT The objective of this work is to analyze the effects of agrarian reform, pluviometry incidence and credit concession on rural income. The methodology of Generalized Least Squares (MQGF) was used. The data used form a panel for the states of the federation, between the years of 1999 and 2009. The results indicate a positive and significant relationship between rainfall indexes and income, as well as credit and income. However, the land variable was not significant for income generation. Thus, rural credit incentive policies and years with higher rainfall indices will contribute to reach higher levels of rural income.

Keywords: agrarian reform, pluviometry incidence, credit and rural income.

JEL: Q10. Q15. Q54.

1 INTRODUO

O setor agrcola tem assumido um papel estratgico na atual fase da economia brasileira, colaborando para o aumento da oferta interna de alimentos e matrias-primas agrcolas e para o aumento das exportaes (REZENDE, 2006). O crescimento da agricultura e seu satisfatrio desempenho na Balana Comercial tm chamado ateno nas discusses sobre a economia brasileira. Um aumento da produo agropecuria acentua o crescimento econmico, que por sua vez, tem efeitos positivos sobre a primeira (GASQUES E SPOLADOR, 2003).

Neste sentido, alguns aspectos mostram-se relevantes para o desenvolvimento do setor primrio, entre elas aes de poltica pblicas, de mercado e fenmenos naturais. Como exemplo da ao pblica em benefcio da agropecuria tem-se a reforma agrria, que consiste em uma distribuio mais igualitria das terras, dando oportunidades ao homem do campo, fixando-os em seus locais de origem, diminuindo o xodo rural, possibilitando a desconcentrao fundiria e dando espao aos trabalhadores rurais para que possam prosperar e resgatar a dignidade perdida.

A nvel de mercado, a concesso de crdito para atividade rural tambm considerada um importante instrumento de insero social, econmica e produtiva. O crdito que pode ser destinado ao custeio, investimento ou comercializao a fim de incrementar as atividades dos agricultores, de impulsionar o crescimento, a melhoria da qualidade de vida destes, gerando emprego, renda, de forma a cooperar para o desenvolvimento da nao mediante o fortalecimento da atividade agropecuria.

comum a separao de politicas de transferncia de renda compensatrias, (previdncia social e seguro desemprego) de politicas estruturais, que elevam a renda de forma permanente das pessoas, por intermdio de transferncia de capital (politicas de microcrdito e reforma agrria). No entanto o grande problema a lentido para que esses efeitos sejam sentidos (NERI, 2008, p. 22).

As condies climticas tambm podem ser consideradas como elemento determinante no processo produtivo rural. Tal elemento, em especial a precipitao pluviomtrica, considerado insumo natural e substancial, regulando e ampliando a produo. Quando as condies so favorveis, o fator climtico diminui a vulnerabilidade do da atividade rural, expandindo suas perspectivas de produo e de bem-estar.

Enfim, no meio rural, o acesso desajustado a terra possivelmente a principal das condies precrias de vida do homem do campo, contudo outros fatores so responsveis pela intensificao da desigualdade vivida por este povo, incluindo a qualidade da terra e do clima, a dificuldade na obteno de recursos creditcios, de infraestrutura e aos servios de suporte (KHAN, 2005, p. 28).

Neste sentido, este trabalho visa analisar os efeitos da reforma agrria, das incidncias pluviomtricas e da concesso de crdito sobre a renda rural, identificando a capacidade de influncia do governo, dos efeitos climticos e das forcas de mercado na modificao do cenrio rural brasileiro, no perodo de 1999 a 2009

Por conseguinte, o trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira, alm dessa breve introduo e consideraes finais. A segunda seo dedica-se a realizar uma explanao acerca dos efeitos da reforma agrria, do sistema creditcio e dos efeitos climticos sobre o problema. Na terceira seo apresentada metodologia utilizada para alcanar os objetivos da pesquisa. A quarta descreve a anlise dos resultados. Por fim, tm-se as consideraes finais.

2 FUNDAMENTAO TERICA

A economia brasileira est entre as que mais se fortaleceu no mundo desde os anos 1930. No entanto, apesar do crescimento, a m distribuio de renda mostrou-se presente de forma abundante nas mais diversas regies brasileiras e este problema veio desde o perodo de sua colonizao.

A agricultura possui importncia vital para economia, muitas vezes servindo de sustentao para o PIB do pas. O Brasil considerado um pas agroexportador, onde predomina a exportao de bens primrios para os mais diversos lugares do mundo. A produo agrcola tem exercido um papel estratgico e fundamental na economia brasileira, em virtude de sua capacidade de fornecer uma adequada oferta interna e externa de alimentos e matrias-primas. Sendo assim, no Brasil, a agricultura exerce papel primordial para o fomento da economia, contribuindo para obteno de supervits na Balana Comercial.

De fato, a importncia do setor agropecurio brasileiro, tanto internamente como externamente, para o desenvolvimento do pas algo consumado. Neste sentido, compreender como fatores de mercado, climticos e como o governo pode interferir no fomento desta atividade parece algo necessrio ao processo econmico e, principalmente, a formao da renda rural.

2.1 A REFORMA AGRRIA E OS EFEITOS SOBRE A RENDA RURAL

Pases desenvolvidos em algum momento de sua histria realizaram alteraes em suas estruturas fundirias, com o intuito de resolver problemas sociais causados pela concentrao de terras, de oportunidades e de poder. Essas reformas na estrutura agrria foram realizadas em todos os pases que so considerados desenvolvidos, permitindo uma distribuio de terra e de mo-de-obra mais equitativa viabilizando melhores condies de trabalho, amplificando a produo e o consumo (MELGAREJO 2001, p. 59).

De acordo com Souza-esquerdo (2014) e Oliveira (2014) o modelo de desenvolvimento predominante no Brasil que concentra terra e renda, com prticas de monoculturas voltadas exportao, associado a uma lentido para a realizao da reforma agrria, acentuam o cenrio da desigualdade no meio rural.

Essa ideia reafirmada por Leite e vila (2007) quando diz que a democratizao de ativos tem ganhado espao como ttica de crescimento e desenvolvimento econmico, sobretudo porque pesquisas apontam que pases com altos ndices de concentrao de terras apresentam graves dificuldades em introduzir um processo de crescimento e desenvolvimento econmico, tendo em vista que a forte concentrao de renda e fundiria, so considerados fatores obstantes para propagao da justia social e para o exerccio da cidadania.

Heredia et al (2002) alegam que o acesso a terra permite que as famlias tenham maior autonomia socioeconmica e produtiva, alm de possibilitar uma maior estabilidade e reajuste dentro do mbito familiar, principalmente quando se considera a situao de pobreza e excluso social que predominava em muitas dessas famlias antes de seu ingresso nos projetos de assentamento, possibilitando sua insero no mercado de trabalho, sobre condies menos precrias e instveis, promovendo uma melhoria em suas condies de vida, aumentando sua capacidade de consumo de produtos alimentcios, como tambm de bens durveis. O fato de serem assentados proporcionou a essa populao, historicamente excluda o acesso ao credito e uma melhor integrao com agentes financeiros, resgatando a dignidade dessa populao. A instalao dos assentamentos rurais, que so formas objetivas de se fazer reforma agrria, trouxe mudanas significativas para essas pessoas, porm deve-se ressaltar a situao de precariedade que ainda existe, quando se trata de sade, educao, infraestrutura e assistncia tcnica que so variveis inerentes ao processo produtivo e imprescindveis na transformao da vida do homem, principalmente do homem do campo.

Segundo Souza-esquerdo, e Oliveira (2014) apesar da precariedade predominante em muitos assentamentos como falta de estradas adequadas, de postos de sade e escolas de boa qualidade, as famlias assentadas acreditam que suas vidas podem melhorar. Isso porque a reforma agrria uma poltica de incluso social, que apesar das limitaes impostas pelas polticas pblicas no mbito rural, as perspectiva do homem do campo so amplificadas, ao possuir seu prprio local de moradia, ter seus filhos estudando, trabalhar na sua prpria terra, produzindo alimentos e gerando renda para a famlia.

Contudo, Rezende (2006) afirma que a atual poltica fundiria instaurada no pas restringe de acesso ao crdito, o que interfere diretamente na capacidade produtiva, impedindo os assentados de atingir patamares satisfatrios de produo. Stiglitz (2000) ratifica esta ideia afirmando que a realizao de uma reforma agrria, alcanaria sucesso apenas se realizasse em um mbito mais amplo, fornecendo aos mais pobres no apenas o acesso a terra, mas tambm ao crdito, extenso rural e outros servios. O que proporcionaria um maior sentimento de igualdade e justia social, viabilizando mudanas oportunas para a conquista do processo de desenvolvimento.

Portanto, a ideia da reforma agrria promover a desconcentrao fundiria e d oportunidade aos trabalhadores rurais. Os assentamentos exercem um papel preponderante no espao rural brasileiro contribuindo para ascenso econmica e social, capaz de provocar com a produo de emprego, a diminuio do xodo rural, o aumento na oferta de alimentos, o fomento na produo agropecuria e o aumento de renda com, resultando na diminuio da desigualdade e na melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores rurais. Uma maior distribuio de terras conciliada com outras polticas como uma concesso creditcia orientada amplificaria as probabilidades de xito do propsito das politicas fundirias.

2.2 A CONCESSO DE CRDITO E O SEU IMPACTO SOBRE RENDA

A Lei n 4.829 de 5 de novembro de 1965, institucionaliza o crdito rural e tem como objetivos especficos: I - estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para armazenamento beneficiamento e industrializao dos produtos agropecurios, quando efetuado por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural; II - favorecer o custeio oportuno e adequado da produo e a comercializao de produtos agropecurios; III - possibilitar o fortalecimento econmico dos produtores rurais, notadamente pequenos e mdios; IV - incentivar a introduo de mtodos racionais de produo, visando ao aumento da produtividade e melhoria do padro de vida das populaes rurais, e adequada defesa do solo. Para Rezende (2006) essa poltica exerceu um papel decisivo para que o setor agrcola se adaptasse s condies institucionais surgidas em 1963 e 1964, com os Estatutos do Trabalhador Rural e da Terra, protegendo o segmento de possveis crises, viabilizando a aquisio de maquinrio com a finalidade de facilitar o preparo do solo e a colheita.

De acordo com o Manual de Crdito Rural (MCR), o crdito rural pode ser destinado para custeio, investimento ou comercializao. Oscrditos de custeioficam disponveis para cobrir despesas corriqueiras dos ciclos produtivos, da aquisio de insumos fase de colheita. Oscrditos de investimentoso destinados para obteno em bens ou servios durveis, que so aproveitados por muitos anos. E oscrditos de comercializao que garantem ao produtor rural os recursos necessrios obteno de ferramentas que garantam o abastecimento e levem o armazenamento dacolheita nos perodos de queda de preos.

Nesse contexto destaca-se o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) que tem como finalidade a melhoria das condies vida e o aumento da renda das famlias que vivem no meio rural mediante a concesso de crdito subsidiado, com condies especiais de pagamento e com taxas de juros diferenciadas. Isso porque os produtores agrcolas, principalmente os de carter familiar, geralmente descapitalizados e com baixos ndices de produtividade, no teriam acesso ao sistema financeiro tradicional e mesmo se tivessem no teriam condies de arcar com as taxas cobradas pelo mercado para, assim incrementar suas atividades com investimentos em modernizao.

Em 1995 foi instituda, pela Resoluo CMN/BACEN n. 2.191, a Linha de Ao PRONAF Crdito Rural, que permitiu a contratao do crdito com destino ao auxilio financeiro das atividades agropecurias. De 1995 at o final de 2000, o programa havia liberado R$10,2 bilhes para os pequenos produtores, contabilizando aproximadamente 4 milhes de contratos at a safra 2000/2001 (KAGEYAMA 2003, p. 2).

Segundo Guanziroli (2007), o PRONAF ampliou-se de forma significativa em todo territrio nacional, desde sua instituio em 1995, expandiu o montante financiado, responsabilizou-se pela assistncia tcnica e fortaleceu a infraestrutura tanto dos agricultores, quando dos municpios em que estava presente. No entanto por utilizar recursos provenientes das mais diversas fontes e por se tratar um programa caro em termos financeiros para sociedade por envolver altos ndices de subsidio e custos o PRONAF deve ser avaliado constantemente para fundamentar sua existncia. Sua efetividade como agente impulsionador do crescimento da renda dos agricultores e no aumento da produo agrcola do pas tem sido tema de diversos debates, entre vrios autores. Questiona-se a eficincia do crdito como instrumento de incluso social, como instrumento de modificao da realidade excludente dos que vivem no meio rural. Levantando a hiptese de que polticas scias e agrrias seriam muito mais eficientes do que politicas de crdito, tendo em vista a falta de sentido em conceder credito para quem no possui renda monetria.

Objetivando verificar as relaes entre o PRONAF e algumas particularidades dos agricultores familiares, como: renda, produo, pobreza; Kageyama (2003), realizou um estudo em 21 municpios, utilizando diversos modelos de regresso mltipla e formalizando o ajustamento por mnimos quadrados ordinrios. Os resultados apontaram que os pronafianos e no-pronafianos so bastante semelhantes, no tocante a pobreza. No entanto com relao escolaridade, produtividade, uso de tecnologias qumicas e mecnicas os pronafianos apresentam melhores condies. Destaca-se tambm uma associao positiva entre presena do PRONAF e aumento de eroso e do uso frequente de agrotxicos como tambm a no associao do PRONAF e aes de recuperao de reas degradadas. O que preocupante, pois coloca em questionamento a sustentabilidade do programa e cria a necessidade da implantao de sistemas produtivos com prticas que sejam ambientalmente apropriadas. Segundo Kageyama (2003) a presena do PRONAF no est ligada a uma maior renda das famlias e sim a maiores ndices de produtividade.

De modo geral Guanziroli (2007) afirma que no h concluses definitivas, at o momento, quanto eficincia e eficcia do PRONAF em ampliar as condies de vida dos agricultores e de renda, pois apesar do impacto considervel na dcada de 90 e tambm entre os anos de 2000 e 2005, os desfechos apontam melhoras de carter tnue. O programa aponta alguns problemas, no que diz respeito capacidade de pagamento dos beneficirios, que muitas vezes inviabilizado pela falta ou baixa qualidade da assistncia tcnica, dificuldades no gerenciamento dos recursos do crdito, ausncia de viso sistmica dos tcnicos, falta de integrao nos mercados, de estrutura de comercializao e de agregao de valor e pela prpria indisciplina financeira dos beneficirios.

2.3 OS EFEITOS CLIMTICOS E AS CONSEQUNCIAS SOBRE A RENDA RURAL

Na cadeia produtiva, o setor agrcola se destaca pela sua capacidade de oferecer alimentos e matrias primas ao mercado interno e pela sua contribuio no aumento das exportaes (REZENDE 2006, p. 48). No Brasil e agricultura exerce papel fundamental para o fomento da economia, haja vista as exportaes concentram-se basicamente em produtos primrios, oriundos da agricultura e da agropecuria. A escassez de chuvas, enfrentada principalmente pela populao rural, dificulta o desenvolvimento de atividades econmicas, inclusive atividades agropecurias, comprometendo a gerao de renda, diminuindo as oportunidades do homem rural.

De acordo com Silva, Prela-pantano e Anna Neto (2008) dentro desse processo produtivo, os componentes climticos, principalmente a incidncia de chuvas so considerados insumos preponderantes e essenciais na produtividade agrcola. Dessa forma a precipitao pluvial considerada agente regulador da produo agrcola, sem ignorar as condies sociais, politicas e econmicas inerentes ao processo produtivo.

Segundo Khan et al (2005) no cenrio econmico, a escassez de chuvas, representa a diminuio da produo, da oferta e por consequncia, o aumento imediato dos preos dos produtos, queda na demanda agregada, nos nveis de renda e de ocupao expandindo a misria do homem rural, ocasionando srias interferncias em outros segmentos econmicos como comercio, indstria e servios, impactando nas receitas e nos ndices de crescimento da regio. Assim as consequncias das secas, para populao rural so desastrosas, em virtude do j existente quadro de pobreza e de fragilidade econmica e social que passa a ser intensificado, tendo como principais sequelas a fome, as doenas e o crescimento dos movimentos migratrios.

As chuvas nas regies tropicais e, especificamente para as culturas temporrias a que mais condicionam o rendimento, pois assumem papel de fornecedora de insumos hdricos para as culturas. (MARIANO, 2005, p. 09). No Brasil, as fortes secas, caracterstica do seu clima, afetam significativamente e principalmente o volume da produo agrcola e da pecuria, contribuindo fortemente para o avano das irregularidades sociais, sendo necessrio que haja expanso dos estudos que relacionam os impactos das secas, sobre a produo, a renda e o emprego agrcola, ampliando conhecimentos sobre processos e mecanismos, que possam vir a reduzir a vulnerabilidade do homem do campo. (KHAN et al 2005, p. 245).

Segundo Mariano (1997) o clima possui uma importncia fundamental no planejamento agrcola, seja ele em macro ou micro escala, uma vez que o elemento de mais difcil controle, manejo e gerenciamento, num territrio de caractersticas tropicais como o Brasil.

Em seus estudos Khan et al (2005) destacam uma srie de polticas e programas, criados com o intuito de reduzir os impactos das secas sobre a produo e sobre a vida do homem do campo no nordeste do Brasil, como: criao da Superintendncia dos Estudos e Obras Contra os Efeitos da Seca, que posteriormente viria a se tornar o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), da Sudene, com o proposito de apoiar e introduzir aspectos econmicos, afim de promover mudanas estruturais e o desenvolvimento regional, assim como o Projeto Nordeste, que compreendia os programas: Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural, Programa de Irrigao, Programa de Apoio e Pequenos Negcios no Agrcolas, Programa de Aes Bsicas de Sade no Meio Rural e o Programa de Saneamento Bsico no Meio Rural. Contudo os programas no apresentaram os resultados esperados, no sendo suficientes para evitar que as tragdias acarretadas pelas secas se repetissem cada vez que faltava chuva. A produtividade direta e significativamente afetada pela escassez de chuvas, a reduo da oferta de emprego evidente em virtude da safra frustrada, assim como a queda da renda, que faz com quem a populao rural migre para os centros urbanos, muitas vezes contribuindo para o aumento da marginalizao, do desemprego, da fome e da violncia urbana. O cenrio sugere que haja o desenvolvimento de politicas publicas de longo e de mdio prazo que possam reduzir efetivamente a pobreza do homem do campo proporcionando opes de emprego e de renda em perodos de ps-seca, porm a magnitude do impacto varia de cultura para cultura e de regio para regio. Assim se faz necessria a participao macia das comunidades na elaborao dessas politicas junto s autoridades das diversas esferas, a fim de assegurar a reduo da fragilidade dos agricultores. Alm do aperfeioamento de projetos de distribuio e tratamento de agua garantindo a melhora nas condies de vida do homem do campo e sua permanncia em seu local de origem.

De modo geral, Silva, Prela-pantano e Anna Neto (2008) afirmam que a ligao entre, elementos climticos, variao pluviomtrica e produtividade existe. O clima possui relevncia substancial no planejamento e na produtividade agrcola. A disponibilidade de gua determina o potencial produtivo. Todavia essa relao encontra-se de forma reprimida, disfarada, em virtude do nvel de dependncia de cada cultura e do ndice de tecnologia empenhado, quanto menor o emprego de tecnologia e o planejamento, maior a dependncia de incidncias pluviomtricas.

3 METODOLOGIA

Procurou-se analisar os fatores que contribuem para a expanso da atividade agrcola do pas, mensurar a influencia da reforma agrria, da concesso de crdito e das incidncias de chuvas analisando a ao do estado, das foras de mercado e dos efeitos climticos sobre a renda rural.

Conforme mencionado por Heredia et al (2002) o acesso terra possibilita que as famlias tenham uma maior segurana nas estratgias de reproduo familiar que resultam, em um progresso nos rendimentos e nas condies de vida, especificamente quando se considera as circunstancias de pobreza e excluso social vividas por essas famlias, antes de sua insero nos projetos de assentamento.

Os mesmos autores acrescentam que a falta de crditos de investimentos podem ser considerados fatores impeditivos para o alavancar do processo produtivo no assentamentos.

Guanziroli (2007), complementa, afirmando que os recursos creditcios contribuem para o desenvolvimento da capacidade produtiva dos agricultores familiares, proporcionando uma ampliao da rea cultivada, reduzindo a dependncia de alimentos advindos de outros lugares que no sejam de suas unidades produtivas, limitando a vulnerabilidade do homem do campo. Porm, uma srie de fatores, como a aplicao correta dos recursos, pode intervir no sucesso da poltica.

Silva, Prela-pantano e Anna Neto (2008) em contrapartida, declaram que a variao pluviomtrica representa, na grande maioria dos casos o insumo essencial na produo agrcola.

Os autores apontam que existe uma relao intrnseca entre o regime pluviomtrico e a produo agrcola. Entretanto, esta relao depende tambm do nvel de desenvolvimento de determinada cultura e da tecnologia que aplicada, quanto menor o emprego de tecnologia, maior a dependncia das variaes climticas.

A fim de atender os objetivos do trabalho, utilizou-se uma metodologia economtrica com um modelo de regresso com dados em painel. Este modelo permite a observao de sries temporais e de corte transversal, que permite uma melhor verificao sobre as mudanas nas variveis, no tempo e no espao. Foram estudados os 27 estados da federao, entre os anos de 1999 e 2009. Para realizar a investigao ser utilizado o software Stata.

3.1 DADOS EM PAINEL

Os modelos de regresso com dados em painel permitem que sejam realizadas observaes sobre as mesmas unidades de corte transversal em diversos perodos de tempo. Confrontando estados, pases, empresas, indivduos com o tempo. (GUJARATI e PORTER, 2011, p. 583).

De acordo com Loureiro e Costa (2009), este tipo de regresso permite estudar amostras de tamanhos maiores e mais completos. Alm de proporcionar um estudo mais adequado, com maiores graus de liberdade, eficincia e dados mais explicativos no tocante mudana de comportamento das variveis, em suas determinadas unidades ao longo do tempo. Uma simples analise aplicada dos dados de cortes transversais inviabilizaria a observao do ajustamento do tempo. E um estudo de dados nas sries temporais inibiria a anlise dos indivduos que compe a conjuntura econmica.

De modo geral, os dados em painel proporciona uma anlise aplicada, confivel e enriquecedora a qualquer pesquisa. Os dados em painel representado de forma geral por:

Onde, i indica os diversos indivduos e remete o perodo de tempo que est sendo investigado. representa os parmetros que sero estimados e correspondo ao erro estocstico.

A representao matricial para i-simo elemento :

Nesse caso, e contm a varivel independentes e de erro, respectivamente, sendo matrizes de dimenso (n x 1). compreende as variveis explicativas do modelo, cuja dimenso (n x k); dessa forma o elemento denota a k-sima varivel explicativa do modelo, para o individuo i no instante de tempo . i sero os parmetros que sero estimados.

O modelo geral apresenta intercepto e parmetros diferentes para cada elemento e a cada perodo de tempo, o que torna a estimao dos parmetros bastante complexa, haja vista h mais parmetros desconhecidos que observaes.

Entre os modelos que analisa simultaneamente dados de sries temporais e de corte transversal, pode destacar Modelo de Efeito Fixo e Modelo de Efeito Aleatrio.

3.1.1 EFEITOS FIXOS

No Modelo de Efeitos Fixos (MEF), o intercepto de regresso apresenta diferenas entre os indivduos em virtude de sua heterogeneidade (caractersticas especiais, originalidade), nesse caso o intercepto varia de um indivduo para o outros, porm no varia ao longo do tempo, ou seja, ele constante no tempo. Portanto, o MEF investiga os efeitos das variveis postergadas que variam entre os indivduos e permanecem constantes ao longo do tempo. Hill, Griffiths e Judge (1999 apud DUARTE; LAMOUNIER; TAKAMATSU, 2007) sugerem o modelo abaixo:

E a representao matricial para o i-simo individuo a seguir:

= + +

onde denota os interceptos que sero estimados para cada indivduo. As variaes dos indivduos sero percebidos pelo intercepto, j que os parmetros so constantes entre os indivduos e ao longo do tempo. Dessa forma, nesse modelo i seria compreendido como o efeito das variveis postergadas. As concluses realizadas por este modelo pode ser realizado somente se possuir dados, tendo em vista que, no modelo de efeitos fixos o intercepto um parmetros fixo e desconhecido, capaz de visualizar as diferenas dos indivduos que esto na amostra.

Afim de examinar se as hipteses acerca do modelo so apropriadas necessrio a realizao de um teste, para assim, analisar se os interceptos so diferentes no meio dos indivduos. Hill, Griffiths e Judge (1999 apud DUARTE; LAMOUNIER; TAKAMATSU, 2007) propem as hipteses nula e alternativa:

Ao rejeitar H0 constata-se que os interceptos no so todos iguais, atendendo, dessa forma, s hipteses do modelo e n interceptos diferentes. Ressalta-se que os estimadores de i apresentaro resultados mais satisfatrios, quando o intervalo de tempo for grande.

O modelo de efeitos fixos considerado a melhor opo quando o intercepto i ligado as variveis explanatrias em qualquer intervalo de tempo. No entanto, o MEF consome muitos graus de liberdade, diminuindo a dimenso da amostra e fazendo-se necessria a introduo de N variveis dummies.

3.1.2 EFEITO ALEATRIO

No Modelo de Efeito Aleatrio (MEA), assim como no modelo de efeitos fixos o intercepto muda no meio dos indivduos, porm, no varia ao longo do tempo.

Diferente do modelo de efeitos fixos, onde os interceptos so tratados como parmetros fixos, no modelo de efeitos aleatrios, os interceptos so tratados como parmetros aleatrios, o que sugere que os indivduos ao qual se possui os dados so apenas amostras aleatrias de uma populao de indivduos bem maior. Hill, Griffiths e Judge (1999 apud DUARTE; LAMOUNIER; TAKAMATSU, 2007) descrevem no modelo, os n interceptos como:

Nota-se que o modelo composto pelo intercepto i que mede a variao do comportamento dos indivduos no modelo de efeitos fixo e pelo 0 que denota o intercepto populacional.

O modelo geral dos efeitos fixos dado:

Onde, caracteriza o termo estocstico.

A representao matricial para o i-simo individuo dado por:

= + +

O novo termo estocstico, apresenta quatro propriedades de acordo com Hill, Griffiths e Judge (1999 apud DUARTE; LAMOUNIER; TAKAMATSU, 2007):

I. E(it) = 0

II. var(it) = +

III. cov(it, is ) = , t s

IV. cov(it, jt ) = 0 , i j

As propriedades I e II sugerem que o novo termo estocstico possui mdia zero e varincia constante, respectivamente. A terceira propriedade indica a existncia de autocorrelao, os erros do mesmo individuo e intervalos distintos de tempo esto correlacionados. E a quarta propriedade, prope a no existncia de uma correlao contempornea, ou seja, os erros dos indivduos diferentes no mesmo perodo de tempo no esto correlacionados.

A terceira propriedade indica a existncia de correlao entre o mesmo individuo em diferentes intervalos de tempo, o que determina que o mtodo de mnimos quadrados ordinrios (MQO) no o mais adequado para avaliar os coeficientes do modelo de efeitos aleatrios. Assim o mtodo mais apropriado para realizar estimaes nesse caso o de mnimos quadrados generalizados (MQG).

Para identificar se o modelo de efeitos aleatrios adequado realiza-se um teste mediante a utilizao de hipteses nula e alternativa:

H0 : = 0

H1 : 0

Nesse caso, se a hiptese nula for aceita, o modelo mais adequado, seria o modelo de efeitos fixos e se a hiptese nula for rejeitada o modelo de efeitos aleatrios mais apropriado para a realizao do estudo.

Outro fator determinante para escolha entre o modelo de efeitos fixos e modelos de efeitos aleatrios o efeito no observado i. Quando i no est vinculado a todas as variveis explanatrias o modelo de efeitos aleatrios o mais apropriado. Se caso i estiver correlacionado a apenas algumas variveis explanatrias o modelo de efeitos fixos deve ser utilizado.

3.1.3 TESTE DE HAUSMAN

O fator determinante para escolha do modelo, se efeitos fixos ou aleatrios, se o intercepto especfico est correlacionado ou no aos regressores. Isso pode variar de acordo com os dados coletados e suas singularidades. O teste de Hausman pode ser utilizado para decidir entre o Modelo de Efeitos Fixos e o Modelo de Efeitos Aleatrios.

H0 : i no relacionado com variveis explanatrias

H1 : i relacionado com as variveis explanatrias

Caso a hiptese nula for aceita, o modelo mais adequado deve ser o de efeitos aleatrios. Se caso a hiptese nula for rejeitada deve-se utilizar o modelo de efeitos fixos.

3.2 MODELO EMPRICO E DESCRIO DOS DADOS

Foi utilizada como metodologia economtrica, dados em painel, combinando observaes de corte transversal ao longo do tempo, possibilitando um estudo no contexto espacial e temporal. Neste caso estudou-se o comportamento das variveis nos 27 estados da federao, no intervalo de tempo de 1999 e 2009.

Com o objetivo de ajustar o conjunto de dados utilizou-se um modelo logartmico:

Para se obter um painel balanceado necessrio que tenha-se para todos os perodos t informaes referentes para cada unidade i, uma vez que o numero total de observaes ser t x i. Em caso de ausncia de informaes, o painel ser considerado no-balanceado.

Para estimao do modelo de dados em painel sucederam os passos proposto por Bressan (2009):

Configurao do painel;

Estimao do Modelo com Efeitos Fixos;

Aplicao do Teste de Chow para avaliar a utilizao de Efeitos Fixos versus Pooled;

Estimao do Modelo com Efeitos Aleatrios;

Aplicao do teste de Breusch-Pagan para avaliar a utilizao de modelo com efeitos aleatrios versus pooled;

Aplicao do teste de Hausman para avaliar a utilizao de modelos com efeitos aleatrios;

Aplicao do teste de Wald modificado para heterocedasticidade;

Aplicao do teste de Wooldrigde para autocorrelao serial;

Estimao do modelo de dados em painel usando Mnimos Quadrados Generalizados Quase Factveis, utilizando funo logartmica (base e) - logaritmo natural.

Para alcanar os objetivos e executar as estimaes, foram utilizadas as variveis descritas no seguinte Quadro 1.

Varivel

Definio

Unidade

Fonte

PIBagro

Produto Interno Bruto Agropecurio.

R$

IBGE

RA

Reforma Agrria, reorganizao da estrutura fundiria para promover uma distribuio mais justa da terra.

ha

INCRA

CR

Crdito Rural, financiamento voltado para produtores rurais.

R$

BACEM

IP

ndices pluviomtricos, somatrio da quantidade de precipitao em um determinado local, durante um perodo de tempo.

mm

BDMEP

QUADRO 1 Variveis Utilizadas na Estimao Economtrica

Fonte: Elaborao do Autor

3.2.1 EXPECTATIVAS

Assim, esperou-se que as variveis evidenciadas acima se comportassem de acordo com o Quadro 2.

Variveis Dependentes: PIBagro

Varivel Explanatria

Efeito sobre o PIBagro

Reforma Agrria

+

Crdito Rural

+

Indices Pluviomtricos

+

Quadro 2 Efeitos Esperados das Variveis Explicativas sobre o PIBagro

Fonte: Elaborao do Autor

Esperou-se que o aumento de politicas que incentivem uma melhor distribuio fundiria, creditcia e a elevao dos ndices de chuvas, provoquem efeitos positivos, haja vista ir ampliar as possibilidades de crescimento econmico equilibrado e sustentvel ao longo do tempo. Permitindo um crescimento continuo do PIBagro, como consequncia da renda per capita, viabilizando uma melhoria nos indicadores de bem-estar social e econmico.

Neste sentido Heredia et al (2002) ressaltam apesar das dificuldades e das condies bastante instveis a distribuio de terras mediante politicas de assentamentos permitem uma insero social da populao rural. Proporcionando melhores condies de vida para esses indivduos, assegurando um lugar para morar trabalhar, tirar seu sustento. Elevando sua renda, ao diminuir a precariedade que viviam antes dos assentamentos.

Neri (2008), por sua vez, afirma que se o Brasil quiser afetar a persistente desigualdade de renda, ter que alterar a distribuio de riqueza. No s pela distribuio de ativos como terra e educao, mas tambm pela simplificao da acumulao de capital para os pobres mediante a ampliao do microcrdito produtivo. Essa a melhor maneira de gerar crescimento a preos populares.

Para Khan et al (2005) a seca provoca reduo na renda do agricultor, no volume de produo e compromete a qualidade de seu produto, fazendo com que o agricultor perca competitividade no mercado. Portando, quanto maior as incidncias de chuvas melhores sero as condies de vida e de produo para o homem do campo.

4 RESULTADOS

Inicialmente, visando auferir os objetivos deste estudo, que prope analisar os efeitos da reforma agrria, do crdito e da seca, sobre a renda rural nos estados brasileiros entre nos anos de 1999 e 2009, buscou-se identificar qual a melhor estratgia para tal fim.

Nesse sentido, optou-se por utilizar a metodologia de dados em painel com Mnimos Quadrados Generalizados Quase Factveis (MQGF), aplicando dados da renda, crdito, ndices pluviomtricos e terra. Para explicar as estimaes do modelo de dados em painel seguiram-se as recomendaes de Bressan (2009): A principio foi estimado o Modelo com Efeitos Fixos e na sequencia foi realizado o teste de Chow para analisar a utilizao de Efeitos Fixos versus Pooled, em seguida estimou-se o Modelo com Efeitos Aleatrios e realizou-se a aplicao do teste de Breusch-Pagan para avaliar a utilizao de Modelo com Efeitos Aleatrios versus Pooled, posteriormente submeteu-se o teste de Hausman para avaliar a utilizao de modelos com efeitos aleatrios. Foram realizados, tambm os testes de Wald modificado para heterocedasticidade e do teste de Wooldrigde para autocorrelao serial e por fim estimou-se o modelo de dados em painel usando Mnimos Quadrados Generalizados Quase Factveis, utilizando funo logartmica (base e) - logaritmo natural. A tabela 1 apresenta os resultados das sequencias de testes orientados por Bressan (2009).

Tabela 1 Resultados dos testes

Teste Chow

Breusch Pagan Lagrange Multiplier

Teste de Hausman

Teste de Wald modificado

Teste de Wooldridge

F(26, 267) = 49.85

Prob=0.000

2(1) = 907.82

Prob =0.000

2(2) = 0.45

Prob = 0.797

2(27) = 7.5e+05

Prob =0.000

F(1, 26) = 50.75

Prob = 0.000

Fonte: elaborao prpria.

O teste de Chow utilizado para averiguar entre o modelo de efeitos fixos e o modelo pooled. O resultado de um p-valor menor que 1% indica que deve-se rejeitar a hiptese nula e considerar a hiptese alternativa. Recomendando-se, portanto o uso de modelo de efeitos fixos como mais apropriado para o primeiro modelo.

O teste Breusch Pagan Lagrange Multiplier (LM) auxilia na decidio entre efeito de regresso aleatria e uma regresso simples com MQO, que corresponde hiptese nula. De acordo com os resultados evidenciados Tabela 1, os efeitos aleatrios so mais adequados do que o da regresso com MQO.

O teste de Hausman utilizado para escolher entre o modelo de efeitos fixos (estimadores divergentes) e o modelo de efeitos aleatrios (estimadores similares). Assim, testou-se a hiptese nula para os efeitos aleatrios e conforme os resultados obtidos na Tabela 1 rejeita-se H0 apontando como mais adequado para o estudo o modelo de efeitos fixos.

O teste de Wald Modificado realizado para verificar se h homocedasticidade (ou varincia constante) para o modelo de efeitos fixo, considerando a hiptese alternativa, conclui-se pela ocorrncia de heterocedasticidade, tendo em vista que o p-valor apresenta um resultado menor que 1% e portanto rejeita-se H0.

Para investigar se h autocorrelao serial foi realizado o teste de Wooldrigge. Ao considerar a hiptese nula admite-se que no h autocorreo. Entretanto, conforme resultados constatados na Tabela 1, o p-valor apresentou resultado inferior a 1% o que configura uma rejeio de H0 e reconhecendo a presena de autocorrelao no modelo estudado.

O modelo de efeitos fixos apresenta, portanto, problemas de heterocedasticidade e de autocorrelao, logo, recomendado utilizao de Mnimos Quadrados Generalizados Quase Factveis (MQGS).

Os resultados alcanados mediante estimaes so considerados satisfatrios e aceitveis ao aplicar o modelo de MQGS. Os coeficientes encontrados apresentam sinais esperados e relevantes, com exceo do coeficiente do fator terra (reforma agrria) que contrariando expectativas apresentou resultados no significativos. Os resultados dessa estimao seguem apresentados na tabela abaixo:

Tabela 2 Estimativa do efeito dos ndices de chuvas, do crdito e da reforma agrria sobre a renda dos Estados Brasileiros.

Varivel Dependente: Logaritmo da renda (lnrenda)

Varivel Explicativa

Coeficiente

Lnagua

0,212*

(0,035)

Lncredito

0,453*

(0,022)

lnterra

- 0,011

(0,010)

_const

3,416*

(0,544)

N = 287

Wald(x) = 485,84

p-valor(x) = 0,000

Fonte: Elaborao do autor

Obs.: * Significativo a 1%. Erro padro entre parnteses.

Mediante observao das estimaes e dos seus respectivos erros padro, pode-se constatar que somente a varivel reforma agrria mostrou-se no significativa, sendo todas as demais variveis estatisticamente significativas a 1%. Ressalta-se tambm a existncia de um efeito conjunto das variveis explicativas sobre e renda, tendo em vista o acentuado resultado evidenciado pela estatstica Wald. Assim, possvel explicar a varivel renda atravs das variveis explicativas de forma individual ou conjunta da srie em questo, no perodo estudado.

Na tabela 2, observa-se que para o acrscimo de 1% nas incidncias de chuvas nos estados da federao h um crescimento de 0,212% na renda. Esse resultado confirma o que fora mencionado anteriormente por Khan et al (2005) que aponta uma correlao positiva entre a renda e os ndices de chuvas, evidenciando que a escassez deste recurso natural provoca sensvel reduo na renda do agricultor, tanto pela reduo no volume de produo quanto pelo comprometimento da qualidade do produto, que perde sua competitividade no mercado. Alm disso, a estiagem impossibilita o desenvolvimento das pastagens, desorganizando toda a economia regional. Essa ideia ratificada Sant Anna Neto (1998) que afirma que a variabilidade e a irregularidade das chuvas, interferem significativamente a rentabilidade agrcola, diminuindo a eficincia da produo, os rendimentos das famlias e comprometendo os calendrios agrcolas. Silva, Prela-pantano e Anna Neto (2008) ressalta que a incidncia pluviomtrica o mais importante o regulador da produtividade agrcola, mais importante at que aspectos sociais, polticos e econmicos inerentes ao processo de produo.

A varivel crdito capaz de influenciar positivamente a gerao de renda rural a um nvel de significncia de 1%. Para cada crescimento de 1% na concesso de crdito para o homem do campo, h um incremento de 0,453% no nvel de renda rural, resultado que corresponde expectativa do estudo e ao ponto de vista de Rezende (2006) quando afirma que esse tipo de poltica exerce papel determinante para o setor agrcola familiar, protegendo o homem do campo de possveis crises, criando oportunidades para financiamento de maquinas, equipamentos, ferramentas para assim desenvolver sua unidade produtiva e amplificar sua renda. Mattei et al. (2007), tambm constataram o efeito positivo do crdito sobre a agricultura familiar. Segundo os autores, maiores volumes de crdito do esto associados a elevaes na produo, na rea colhida e no rendimento, alm disto, os recursos creditcios tendem a melhorar os indicadores de desenvolvimento humano. A ideia assegurada por Claessens e Perotti (2005) quando atesta que o acesso ao crdito permite elevar a renda, a produtividade e modernizao de tais famlias, alm de viabilizar o investimento e inovao na agricultura familiar. Contrariando, no entanto, o ponto de vista de Kageyama (2003) que afirma que o efeito social e econmico entre crdito e agricultores bastante duvidoso e que o acesso ao crdito no favorece uma elevao da renda. Bem como a ideia de Guanziroli (2007) que afirma no haver concluses definitivas no que diz respeito eficincia e a eficcia do crdito na gerao de renda para agricultores.

No que corresponde varivel terra, nota-se que este fator considerado no significativo para renda rural, ou seja, no h correlao positiva entre a reforma agrria e a renda, pelo menos no de forma contempornea. O resultado ope-se s expectativas e contesta a afirmativa de Heredia et al (2002) que alegam que o acesso a terra possibilita maior autonomia socioeconmica e produtiva. Assim como Bergamasco e Norder (1999) que confirmam viabilidade dos assentamentos rurais, no sentido da gerao de empregos e do estabelecimento de um modelo de desenvolvimento agrcola em bases sociais mais equitativas, buscando a melhoria de vida das famlias assentadas e o aumento de renda familiar. Todavia, Rezende (2006) defende a ideia de que este tipo de politica limita o acesso ao crdito e que por este motivo os assentados no alcanam nveis satisfatrios de produo e renda. Stiglitz (2000) compartilha da mesma concepo e reitera que o sucesso da reforma agrria depende tambm do acesso ao crdito, extenso rural e a outros servios que propiciariam o alcance de maiores nveis produtivos e consequentemente de renda.

Portanto, os resultados das estimaes foram de encontro s expectativas iniciais do estudo, com exceo da varivel terra. Observou-se que os ndices de chuvas afetam de forma positiva a renda rural e este resultado corrobora ao fato de que as incidncias pluviomtricas so consideradas insumos preponderantes dentro do processo produtivo agrcola e que a escassez desse recurso natural contribui para uma diminuio significativa da produo, elevando os preos, diminuindo a demanda e os nveis de renda. No tocante ao coeficiente crdito, a anlise revelou tambm uma relao positiva entre concesso de emprstimos e renda, tendo em vista que a expanso dos financiamentos permite aos agricultores terem acesso assistncia tcnica e melhores condies de infraestrutura, favorecendo o processo produtivo, proporcionando melhores nveis de produo e de renda. Por fim, a varivel terra apresentou um coeficiente negativo o que no denotou conformidade com a teoria e com as expectativas para a investigao, sobretudo porqu a literatura afirma que a reforma agrria uma politica de incluso social que permite a criao de oportunidade para o homem do campo, contribuindo para sua ascenso econmica e produtiva. Dessa maneira, o efeito da reforma agrria sobre a renda por si s de forma contempornea nulo.

5 CONSIDERAES FINAIS

Com o propsito de analisar os efeitos da reforma agrria, do crdito e da seca sobre a renda rural nos vinte e seis estados da federao mais o Distrito Federal, entre os anos de 1999 e 2009, utilizou-se de um modelo economtrico como melhor estratgia para o alcance dos objetivos. Neste sentido, o modelo que mais se adequou para demonstrao desses efeitos, foi de dados em painel com Mnimos Quadrados Generalizados Quase Factveis (MQGF), aplicando dados da renda, crdito, ndices pluviomtricos e da terra. Para realizar as estimaes, foram seguidas as orientaes de Bressan (2009).

Os resultados individuais indicaram que as incidncias pluviomtricas impactaram positivamente a renda, desfecho que foi de encontro com as expectativas iniciais da pesquisa, haja vista maiores volumes de chuvas, resultaro em maior produo e gerao de rendimentos.

No que diz respeito varivel crdito concluiu-se sua relevncia e seu efeito positivo na gerao de renda rural, conforme perspectivas iniciais, considerando que quanto maior a concesso de crdito, maiores as oportunidades, as possibilidades de elevao da produo, da renda, alm de propiciar mais investimentos e modernizao da agricultura familiar.

Os resultados ainda apontaram a varivel terra como no significativa na gerao de renda, ou seja, a questo da reforma agrria, ao menos de forma contempornea e individual, no exerce influncia positiva sobre a gerao de renda. Discordando da perspectiva inicial, j que a ideia da reforma agrria possibilitar o acesso a terra, para garantir condies de vida mais equitativas, criao de empregos e aumento da renda das famlias assentadas.

Dessa forma, o estudo corrobora que politicas de incentivo ao crdito rural e anos com maiores indecncias de chuvas propiciaro e colaboraro para o alcance de maiores nveis de renda para o homem do campo. Como tambm polticas fundirias por si s e forma contempornea no oferecem alteraes positivas na produo rural.

Este estudo possui algumas limitaes, no que concerne ao fato de trabalhar com elementos rurais e variveis como os insumos utilizados na produo, as despesas com insumos, capital investido e mo-de-obra empregada, tm sua relevncia e enriqueceriam de forma significativa a pesquisa. Entretanto essas variveis esto disponveis apenas de forma quinquenal no senso rural. Todavia, conseguiu-se alcanar resultados pertinentes e considerveis auferindo os objetivos traados a principio.

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