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AULA 2- EVOLUÇÃO DO DESENHO DOS ESPAÇOS DE TRABALHO Novembro 20, 2013 · by apdf23 · in Modulo III , Notas de Aula . · A separação espacial entre produção e serviço/administração, começa a partir do século XIX com a introdução do telégrafo, telefone e a extensão do correio e das redes de transporte. A produção passou a acontecer na fábrica, regularmente alojada em um galpão com sua forma horizontal, e a administração em uma forma verticalizada, regularmente um arranha-céus. Sendo assim, a evolução do espaço administrativo fica atrelado aos avanços do cálculo estrutural dos arranha-céus, incidindo também na configuração espacial dos espaços de trabalho. Procura-se diminuir a quantidade de pilares para obter maior abertura espacial. Cabe apontar como antecedente importante, a Escola de Chicago , que desenvolveu a formas verticalizadas consolidado o modelo do arranha-céu desde o século XIX. Sendo assim, os espaços de trabalho vão se desenvolver de acordo com os avanços técnicos: 1) Evolução dos pórticos verticais que possibilita se chegar à grandes alturas, liberando grandes áreas em um processo que pode se simplificar conforme diferentes modelos: o Pórtico rígido (viga ou arcos nos pilares). O modelo da Escola de Chicago de pilar e viga modular; o Tubo. A pele se identifica na fachada com a estrutura, tendo um núcleo rígido de circulação vertical, sendo os pilares colocados nas periferias); o Tubo em tubo (decompõe a estrutura conforme esforços; o tubo interno absorve as solicitações verticais; é um tubo dentro de outro tubo, feixe de tubos o Feixe de tubos o Outras técnicas: TMD – Tuned Mass Damper Triangulação, 40% a menos de aço do que o tubo em tubo; exemplo: Bank of China).

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AULA 2- EVOLUÇÃO DO DESENHO DOS ESPAÇOS DE TRABALHO

Novembro 20, 2013 · by apdf23 · in Modulo III, Notas de Aula. ·

A separação espacial entre produção e serviço/administração, começa a partir do século XIX com a introdução do telégrafo, telefone e a extensão do correio e das redes de transporte.

A produção passou a acontecer na fábrica, regularmente alojada em um galpão com sua forma horizontal, e a administração em uma forma verticalizada, regularmente um arranha-céus. Sendo assim, a evolução do espaço administrativo fica atrelado aos avanços do cálculo estrutural dos arranha-céus, incidindo também na configuração espacial dos espaços de trabalho. Procura-se diminuir a quantidade de pilares para obter maior abertura espacial.

Cabe apontar como antecedente importante, a Escola de Chicago, que desenvolveu a formas verticalizadas consolidado o modelo do arranha-céu desde o século XIX.Sendo assim, os espaços de trabalho vão se desenvolver de acordo com os avanços técnicos:

1)  Evolução dos pórticos verticais que possibilita se chegar à grandes alturas, liberando grandes áreas em um processo que pode se simplificar conforme diferentes modelos:

o Pórtico rígido (viga ou arcos nos pilares). O modelo da Escola de Chicago de pilar e viga modular;o Tubo. A pele se identifica na fachada com a estrutura, tendo um núcleo rígido de circulação vertical, sendo os pilares colocados nas periferias);o Tubo em tubo (decompõe a estrutura conforme esforços; o tubo interno absorve as solicitações verticais; é um tubo dentro de outro tubo, feixe de tuboso Feixe de tuboso Outras técnicas:TMD – Tuned Mass Damper

Triangulação, 40% a menos de aço do que o tubo em tubo; exemplo: Bank of China).

2) Organização espacial: estudos da organização do trabalho, derivados de estudos administração, mudam o layout interno.

o Primeira Geração: Escritório Taylorista (até 30’s)

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É a proposta de se alinhar atividades como linha de produção em série, organizando o espaço de forma a ser mais eficiente à classificar e arquivar os documentos em paredes.

É feita uma organização contínua, não celular, favorecendo o fluxo dos documentos.

Os espaços gerados possuem um caráter hermético, com paredes periféricas altas e em sua extensão, armários. A janela alta ventila e ilumina indiretamente. Tais escritórios dependem da luz natural, e devido à isso, a distância máxima que se pode ter em um cômodo é de 8,2m.

Exemplo: Edifício Larking Building (1906) de Frank Lloyd Wright localizado em Nova York.

oo Depende da luz natural

o As mesas de trabalho são organizadas em fileiras;

o Os ambientes são fechados, com esquema rígido.

Edifício Larking Building (1906) de Frank Lloyd Wright, NY.

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Interior edifício Larking Building (1906) de Frank Lloyd Wright, NY. Janelas altas criam um espaço ensimesmado, hermético, onde o trabalhador pode se concentrar no seu trabalho

Interior edifício Larking Building (1906) de Frank Lloyd Wright, NY. Vista do espaço central, iluminado com uma grande claraboia.

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Planta de um edifício Taylorista – Edifício Larking Building (1906) de Frank Lloyd Wright, NY.

o Segunda Geração: Escritório Aberto (EUA, após 50’s): Derivado de uma  reação contra o Taylorismo.

Passaram a considerar o psicológico e o social para motivar os trabalhadores, transformando os espaços em locais mais confortáveis e representativos, porém, hierarquizado. Os grupos de trabalho deixaram de ser uma fragmentação de unidades individuais e passaram a ser grupos semi-autônomos, seria a substituição das fileiras de trabalho por grupos.

Tais equipes são organizadas através de sistemas de vedação, modulação do piso e teto técnico.

O desenho do espaço de trabalho é totalmente integrado com o mobiliário e se amplia o espaço para melhor conforto usando as estruturas de tubos. Os avanços técnicos como a luz fluorescente, permitiram aumentar a profundidade entre 12 e 20 metros.

Exemplo: One Chase Manhattan Plaza (1961 – SOM), de Gordon Bunshaft localizado em Manhattan.

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Edifício One Chase Manhattan (1961) – SOM. Manhattan.

Planta de um escritório aberto. Edifício One Chase Manhattan (1961) – SOM. Manhattan.

o Terceira Geração: Escritório Paisagem (Europa após 60’s) Novas considerações a partir dos 60’s dão prioridade à conectividade da informação entre pessoas.

O escritório passa a ser visto como um “centro de processamento de dados” (estudos derivados do grupo denominado “Quickborner Team”). Neles os sistemas técnicos devem permitir absoluta versatilidade, possibilitando a mudança de equipes de trabalho.“Mobilidade máxima do mobiliário”: Assim as vedações verticais são eliminadas e os espaços possuem uma profundidade máxima permitida pela estrutura. Tais espaços deixam de possuir uma hierarquia e passa a ser organizado de acordo com os fluxos de informação. São usadas jardineiras, paredes e almoxarifados baixos para criar uma continuidade espacial promovendo conforto aos trabalhadores.Exemplo: Edifício Osram (1962) de Walter Henn, localizado em Munique.

o O próprio mobiliário faz a configuração dos grupos de trabalho.

o Os postos de trabalho são dependentes do teto e do piso técnico.

o Visuais internos abrangem todo o edifício, facilitando o contato visual e a conectividade.

o Distância indeterminada.

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Planta Edifício Osram (1962) W. Henn, Munique

Exemplo: Willis Faber (1971) de Norman Foster localizado no Reino Unido.

Edifício Willis Faber (1971) Norman Foster, Reino Unido.

Edifício Willis Faber (1971) Norman Foster, Reino Unido.

Interior edifício Willis Faber (1971) Norman Foster, Reino Unido.

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Estações de trabalho edifício Willis Faber (1971) Norman Foster, Reino Unido.

o Quarta   Geração: Escritório Estruturalista É considerado um estudo comportamental das pessoas e coloca atenção no favorecimento da coesão entre pequenos grupos (cluster) reunidos.Em vista de estudos antropológicos de Levi-Strauss, cria-se então, uma sensação nas pessoas de pertencer a uma determinada comunidade ou grupo.

Exemplo: Centraal Beheer (1974), de Hermann Hertzberger, localizado em Apeldoorn.

Vista aérea do edifício Centraal Beheer (1974), Hermann Hertzberger, Apeldoorn.

Interior edifício Centraal Beheer (1974), Hermann Hertzberger, Apeldoorn.

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Interior edifício Centraal Beheer (1974), Hermann Hertzberger, Apeldoorn. Percebe-se o núcleo de pessoas reunidas em pequenas comunidades.

Planta edifício Centraal Beheer (1974), Hermann Hertzberger, Apeldoorn.

Ainda existe uma quinta geração de escritórios que seria a da atualidade.

Nela se pode enquadrar escritórios como o da Google, com grande liberdade de layouts, livres de estruturas ou pensamentos totalmente técnicos.

O próprio trabalho à distância (Home Office), ou o trabalho nômade também fazem parte dos novos tipos de escritórios da quinta geração, onde a liberdade das pessoas no trabalho acaba sendo a principal característica.