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CURAÇAO Letícia, minha filha, e eu fomos passar uma semana em Curaçao, que não conhecíamos. Para falar a verdade, conheço muito pouco da América Central e do Sul, se comparado com a Europa, por exemplo. Curaçao é a maior ilha do antigo arquipélago das Antilhas Neerlandesas. Assim mesmo, é bastante pequena para os nossos padrões, pois em 50 minutos, mais ou menos, é possível atravessá-la de carro de um extremo a outro. No extremo oposto ao centro histórico, aliás, ficam as praias mais bonitas. Em 1997, a Zona Histórica de Willemstad (a capital), o Centro da Cidade e o Porto foram inscritos na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco.

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CURAÇAO

Letícia, minha filha, e eu fomos passar uma semana em Curaçao, que não conhecíamos. Para falar a verdade, conheço muito pouco da América Central e do Sul, se comparado com a Europa, por exemplo. Curaçao é a maior ilha do antigo arquipélago das Antilhas Neerlandesas. Assim mesmo, é bastante pequena para os nossos padrões, pois em 50 minutos, mais ou menos, é possível atravessá-la de carro de um extremo a outro. No extremo oposto ao centro histórico, aliás, ficam as praias mais bonitas.

Em 1997, a Zona Histórica de Willemstad (a capital), o Centro da Cidade e o Porto foram inscritos na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco.

1. Hotel  e Museu Kura Hulanda

1.a. O Hotel Kura Hulanda, onde ficamos hospedadas  está situado no bairro de Otrobanda e .foi instalado em um conjunto de casas coloniais holandesas dos séculos 18 e 19. O hotel surgiu da ideia do arquiteto holandês Jakob Gelt Dekker, que restaurou uma parte do centro histórico, transformando as casinhas em apartamentos para os hóspedes. Foram criadas pracinhas onde antes eram ruas. Restaurantes, museus, um Spa e duas piscinas integram o complexo do Kura Hulanda. Tudo no hotel é perfeito Funcionários atenciosos, comida excelente, ótimo café da manhã.

De acordo com informações, em 1854, Cathalina Isênia Helm, esposa do mercador Thomas Cornelis Haayen, comprou uma área de terra no local. Em 1855, o casal ali contruiu uma casa,  ampliada em 1857,  que correspondia aos números 52-54 e 56-58 da rua posteriormente existente. Vários anexos foram sendo construídos e o conjunto de casas permaneceu com os descendentes dos Haayen até 1999, quando foram adquiridos por duas empresas.

1.b. No complexo do hotel, está o Museu Kura Hulanda, que é imperdível. Nele foram reproduzidas habitações típicas de alguns dos Reinos da África. Egito, Suriname, Benin, etc., estão representados através de objetos variados, como bronzes, objetos rituais e religiosos, utensílios da vida cotidiana, armas e vestuário. Na Baía de Santa Ana, próxima ao Museu, desembarcavam os lotes de escravos africanos.

2. Língua falada em Curaçau

A lingua falada por 84% da população é o papiamento, uma mistura de espanhol, flamengo, português, francês, inglês, de linguas africanas e do arawak (língua dos povos indígenas que habitavam o local antes da chegada dos colonizadores).

Sendo o papiamento uma mistureba tão grande, é possível falar português ou espanhol e ser entendido sem dificuldades.

3. Indian Caves e Cave of Hato

Segundo consta, a historia da ilha começou com os ameríndios Arawak, que imigraram do continente sul-americano 6000 anos atrás. Vestígios da presença dos índios podem ser encontrados nas Indian Caves, que ficam junto à Cave of Hato visita obrigatória também.

Os indígenas nao ingressavam na grande caverna escura - a Cave of Hato - provavelmente por motivos religiosos. Essa caverna serviu, porém, de refúgio para os escravos negros, que fugiam das fazendas localizadas nas proximidades.

A caverna deveria ser assustadora não só pela sua absoluta escuridão como pela enorme quantidade de morcegos em seu interior.

4. Iguanas

Devo confessar que um dos meus problemas - talvez o único - tenha sido topar  a toda a hora com iguanas. Elas são muito comuns em Curaçao. Com certeza,  a população não morre de medo delas como eu, pois até uma pracinha tem brinquedos em forma de iguanas. Se não bastasse, no Iguana Café - um local muito simpático que gostávamos de frequentar - passava sempre um cidadão,

carregando duas iguanas, para que os turistas tirassem fotografias com elas no ombro. Vixe!!!

5. Sinagoga Mikvé Israel-Emanuel

Outra visita imperdível é a Sinagoga Mikvé Israel-Emanuel, de 1752, a mais antiga sinagoga em contínuo funcionamento nas Américas. O prédio do museu contíguo, construído em 1728, era a residência de um comerciante e foi comprado e restaurado pela Fundação de Monumentos, tendo aberto suas portas em 1970.

No século XVIII, havia mais de 2000 judeus em Curaçao, dos quais restam, hoje, apenas cerca de 300. Isso deve-se ao fato de que as famílias mandavam e ainda mandam seus filhos estudar no exterior, onde acabam ficando.

Um detalhe importante é que o piso da Sinagoga é coberto de areia, simbolizando os 40 anos que os judeus  passaram no deserto de Sinai, após a fuga do Egito e recordando que, durante a Inquisição na Espanha, os judeus silenciavam seus passos, na cerimônia do Shabbat, colocando areia no chão das casas.

6. Do outro lado de Willemstad - Punda

Uma ponte movediça liga Otrobanda ao outro lado de Willemstrad, Punda. A ponte, que é de madeira e apoiada sobre barcos, tem uma espécie de roldanas, que permitem que se afaste da terra pelo lado de Punda, permitindo a passagem das embarcações. Enquanto isto se processa, fica vedada a passagem de pedestres, que fazem uso de um barco para irem de um lado ao outro da baia durante o período em que a ponte está fechada.

Punda é o lado mais comercial de Willelmstad, com lojas de grife, que vendem de tudo: relógios, perfumes, cosméticos, roupas femininas e masculinas, produtos eletrônicos, computadores, etc.

Também é onde se encontram os prédios mais significativos do início do período colonial holandês, como La Casa Amarilla.

Um relógio, com sinos, toca de hora em hora, enquanto bonecos se movem saindo da parede do prédio onde se encontram.

Em Punda, na baía, está situado o Iguana Café, ao qual me referi mais acima, local muito frequentado pela Letícia e por mim e que serve um camarão agridoce sensacional.

As ruínas de dois antigos fortes - Waterfort em Punda e Rif Fort em Otrabanda - abrigam os melhores restaurantes da ilha, em alguns dos quais se pode jantar olhando os barcos entrando na baia e as casas coloniais ao fundo.

7. The dolphins academy

Esta é outra atração da ilha que vale a pena. Pode-se nadar com os golfinhos, beijá-los e receber beijinhos ou simplesmente tirar fotos (os preços variam conforme a escolha). Há também shows de golfinhos, leões-marinhos e tubarões, em horários programados.

Aquários com as mais diversas espécies marinhas, arraias e flamingos completam o ambiente.

OPSSSS!!!!!

8. As praias

Em Curaçao nem todas as praias são públicas. Nas particulares, paga-se de 8 a 12 dólares para permanecer o dia todo, com direito a usar as cadeiras e barracas, que são da melhor qualidade e nem de longe lembram aquelas enferrujadas que se alugam no Rio de Janeiro.

Entre as praias públicas, que ficam distantes - é bom alugar um carro, de preferência com GPS, porque a sinalização é inexistente - a mais bonita, sem dúvida, é Kenepa Grandi. A praia é pública, mas, em compensação, paga-se 1 dolar para usar o banheiro às pessoas que administram a única e modesta lanchonete.

Lagun, que fica um pouco menos distante e também é pública, é excelente para snórkel. Barcos de pesca coloridos dão o tom diferente dessa praia cujas águas, como as das demais, são calmas e transparentes.

TE OTRO BIAHA, CURAÇAO!