:: portal da justiça federal da 4ª região - trf4.jus.br agravante : conselho regional de...

730
DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano XIII – nº 55 – Porto Alegre, terça-feira, 13 de março de 2018 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES Expediente Secretaria dos Órgãos Julgadores Expediente Nro 054/2018 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Secretaria dos Órgãos Julgadores 00001 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5061840-78.2017.4.04.0000/SC RELATOR : SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - CRC/SC AGRAVADO : JOSE LUIZ DOS REIS EDITAL O DESEMBARGADOR FEDERAL SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Faz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele tiverem conhecimento, que tramita neste Tribunal, perante a egrégia Segunda Turma, o Agravo de Instrumento nº 5061840- 78.2017.4.04.0000, em que figura como agravante a CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - CRC/SC e, agravado JOSE LUIZ DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO 1 / 730

Upload: dinhngoc

Post on 09-Nov-2018

257 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIOAno XIII n 55 Porto Alegre, tera-feira, 13 de maro de 2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    PUBLICAES JUDICIAIS

    SECRETARIA DO PLENRIO, CORTE ESPECIAL E SEESExpediente

    Secretaria dos rgos Julgadores

    Expediente Nro 054/2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    Secretaria dos rgos Julgadores

    00001 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5061840-78.2017.4.04.0000/SCRELATOR : SEBASTIO OG MUNIZ

    AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA -CRC/SC

    AGRAVADO : JOSE LUIZ DOS REIS

    EDITAL

    O DESEMBARGADOR FEDERAL SEBASTIO OG MUNIZ, DO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOFaz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele tiverem conhecimento, que tramitaneste Tribunal, perante a egrgia Segunda Turma, o Agravo de Instrumento n 5061840-78.2017.4.04.0000, em que figura como agravante a CONSELHO REGIONAL DECONTABILIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - CRC/SC e, agravado JOSE LUIZ

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 1 / 730

  • DOS REIS, interposto contra deciso proferida na Execuo Fiscal n00015141520098240006, em trmite perante a 2 Vara de Barra Velha/SC. E, no tendo sidoencontrado o agravado no endereo indicado e sendo desconhecido seu domiclio atual,INTIMA-O, atravs deste, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresente contrarrazes aoagravo de instrumento, nos termos do art. 1.019, II, do Cdigo de Processo Civil, ressaltandoque a tramitao do mesmo na forma eletrnica e que os referidos documentos encontram-se disponveis na pgina da internet - https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/, digitando onmero do processo e a respectiva chave, a qual dever ser obtida na Secretaria dos rgosJulgadores do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, na rua Otvio Francisco Caruso daRocha, n 300, 4 andar, tel. (51) 3213-3592, e-mail: [email protected], nesta Capital . PortoAlegre, 23/02/2018.

    00002 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5061738-56.2017.4.04.0000/RSRELATOR : SEBASTIO OG MUNIZ

    AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMVEIS 3 REGIO - CRECI/RS

    AGRAVADO : IARA DE LIMA VIANNA

    EDITAL

    O DESEMBARGADOR FEDERAL SEBASTIO OG MUNIZ, DO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOFaz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele tiverem conhecimento, que tramitaneste Tribunal, perante a egrgia Segunda Turma, o Agravo de Instrumento n 5061738-56.2017.4.04.0000, em que figura como agravante a CONSELHO REGIONAL DECORRETORES DE IMVEIS 3 REGIO - CRECI/RS e, agravada IARA DE LIMA VIANNA,interposto contra deciso proferida na Execuo Fiscal n 50111197520114047100, emtrmite perante a 16 Vara Federal de Porto Alegre/RS. E, no tendo sido encontrado oagravado no endereo indicado e sendo desconhecido seu domiclio atual, INTIMA-O,atravs deste, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresente contrarrazes ao agravo deinstrumento, nos termos do art. 1.019, II, do Cdigo de Processo Civil, ressaltando que atramitao do mesmo na forma eletrnica e que os referidos documentos encontram-sedisponveis na pgina da internet - https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/, digitando o nmerodo processo e a respectiva chave, a qual dever ser obtida na Secretaria dos rgosJulgadores do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, na na Otvio Francisco Caruso daRocha, n 300, 4 andar, tel. (51) 3213-3592, e-mail: [email protected], nesta Capital . PortoAlegre, 23/02/2018.

    00003 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5057592-69.2017.4.04.0000/SCRELATOR : SEBASTIO OG MUNIZ

    AGRAVANTE : UNIO - FAZENDA NACIONAL

    AGRAVADO : SNA AUDIO VIDEO AUTOMACAO EIRELI - EPP

    EDITAL

    O DESEMBARGADOR FEDERAL SEBASTIO OG MUNIZ, DO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOFaz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele tiverem conhecimento, que tramita

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 2 / 730

    https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/,https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/,

  • neste Tribunal, perante a egrgia Segunda Turma, o Agravo de Instrumento n 5057592-69.2017.4.04.0000, em que figura como agravante a UNIO - FAZENDA NACIONAL e,agravado SNA AUDIO VIDEO AUTOMACAO EIRELI - EPP, interposto contra decisoproferida na Execuo Fiscal n 50015354720174047205, em trmite perante a 5 VaraFederal de Blumenau/SC. E, no tendo sido encontrado o agravado no endereo indicado esendo desconhecido seu domiclio atual, INTIMA-O, atravs deste, para que, no prazo de 15(quinze) dias, apresente contrarrazes ao agravo de instrumento, nos termos do art. 1.019, II,do Cdigo de Processo Civil, ressaltando que a tramitao do mesmo na forma eletrnica eque os referidos documentos encontram-se disponveis na pgina da internet -https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/, digitando o nmero do processo e a respectiva chave, aqual dever ser obtida na Secretaria dos rgos Julgadores do Tribunal Regional Federal da4 Regio, na rua Otvio Francisco Caruso da Rocha, n 300, 4 andar, tel. (51) 3213-3592, e-mail: [email protected], nesta Capital . Porto Alegre, 23/02/2018.

    00004 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5056472-88.2017.4.04.0000/RSRELATOR : SEBASTIO OG MUNIZ

    AGRAVANTE : INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAISRENOVVEIS - IBAMA

    AGRAVADO : CORAQUIM- INDUSTRIA DE PRODUTOS QUIMICOS E REPRESENTACOES LTDA

    EDITAL

    O DESEMBARGADOR FEDERAL SEBASTIO OG MUNIZ, DO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOFaz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele tiverem conhecimento, que tramitaneste Tribunal, perante a egrgia Segunda Turma, o Agravo de Instrumento n 5056472-88.2017.4.04.0000, em que figura como agravante a INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIOAMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVVEIS - IBAMA e, agravadaCORAQUIM- INDUSTRIA DE PRODUTOS QUIMICOS E REPRESENTACOES LTDA,interposto contra deciso proferida na Execuo Fiscal n 00028913820128210155, emtrmite perante a Comarca de Porto/RS. E, no tendo sido encontrado o agravado noendereo indicado e sendo desconhecido seu domiclio atual, INTIMA-O, atravs deste, paraque, no prazo de 15 (quinze) dias, apresente contrarrazes ao agravo de instrumento, nostermos do art. 1.019, II, do Cdigo de Processo Civil, ressaltando que a tramitao do mesmo na forma eletrnica e que os referidos documentos encontram-se disponveis na pgina dainternet - https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/, digitando o nmero do processo e arespectiva chave, a qual dever ser obtida na Secretaria dos rgos Julgadores do TribunalRegional Federal da 4 Regio, na rua Otvio Francisco Caruso da Rocha, n 300, 4 andar, tel.(51) 3213-3592, e-mail: [email protected], nesta Capital . Porto Alegre, 23/02/2018.

    00005 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5048963-09.2017.4.04.0000/RSRELATOR : SEBASTIO OG MUNIZ

    AGRAVANTE : CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL -COREN/RS

    AGRAVADO : EDITE ISOLDA SCHMIDT

    EDITAL

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 3 / 730

    https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/,https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/,

  • O DESEMBARGADOR FEDERAL SEBASTIO OG MUNIZ, DO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOFaz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele tiverem conhecimento, que tramitaneste Tribunal, perante a egrgia Segunda Turma, o Agravo de Instrumento n 5048963-09.2017.4.04.0000, em que figura como agravante a CONSELHO REGIONAL DEENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL - COREN/RS e, agravada EDITE ISOLDASCHMIDT, interposto contra deciso proferida na Execuo Fiscal n50318572120104047100, em trmite perante a 16 Vara Federal de Porto Alegre/RS. E, notendo sido encontrado o agravado no endereo indicado e sendo desconhecido seu domiclioatual, INTIMA-O, atravs deste, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentecontrarrazes ao agravo de instrumento, nos termos do art. 1.019, II, do Cdigo de ProcessoCivil, ressaltando que a tramitao do mesmo na forma eletrnica e que os referidosdocumentos encontram-se disponveis na pgina da internet -https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/, digitando o nmero do processo e a respectiva chave, aqual dever ser obtida na Secretaria dos rgos Julgadores do Tribunal Regional Federal da4 Regio, na rua Otvio Francisco Caruso da Rocha, n 300, 4 andar, tel. (51) 3213-3592, e-mail: [email protected], nesta Capital . Porto Alegre, 23/02/2018.

    00006 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 5002760-52.2018.4.04.0000/RSRELATOR : SEBASTIO OG MUNIZ

    AGRAVANTE : UNIO - FAZENDA NACIONAL

    AGRAVADO : Lauro Baldi da Silva (Esplio)

    INTERESSADO : BERNADETE MONTANARI

    EDITAL

    O DESEMBARGADOR FEDERAL SEBASTIO OG MUNIZ, DO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA 4 REGIOFaz saber a todos quantos o presente edital virem ou dele tiverem conhecimento, que tramitaneste Tribunal, perante a egrgia Segunda Turma, o Agravo de Instrumento n 5002760-52.2018.4.04.0000, em que figura como agravante a UNIO - FAZENDA NACIONAL e,agravado LAURO BALDI DA SILVA e Interessada BERNADETE MONTANARI, interpostocontra deciso proferida no processo n 00146512520048210038, em trmite perante a 2Vara Cvel da Comarca de Vacaria/RS. E, no tendo sido encontrado a InteressadaBERNADETE MONTANARI no endereo indicado e sendo desconhecido seu domiclioatual, INTIMA-O, atravs deste, para que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentecontrarrazes ao agravo de instrumento, nos termos do art. 1.019 do Cdigo de ProcessoCivil, ressaltando que a tramitao do mesmo na forma eletrnica e que os referidosdocumentos encontram-se disponveis na pgina da internet -https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/, digitando o nmero do processo e a respectiva chave, aqual dever ser obtida na Secretaria dos rgos Julgadores do Tribunal Regional Federal da4 Regio, na rua Otvio Francisco Caruso da Rocha, n 300, 4 andar, tel. (51) 3213-3592, e-mail: [email protected], nesta Capital . Porto Alegre, 02/03/2018.

    Expediente

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 4 / 730

    https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/,https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/,

  • Secretaria dos rgos Julgadores

    Expediente SPLE Nro 055/2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    Secretaria dos rgos Julgadores

    AUTOS COM DESPACHOMANDADO DE SEGURANA N 0000661-34.2017.4.04.0000/RSRELATORA : Juza Federal TAS SCHILLING FERRAZ

    IMPETRANTE : NOELCI BONOMO

    ADVOGADO : Vilmar Lourenco e outro

    : Imilia de Souza

    IMPETRADO : JUIZO DE DIREITO DA COMARCA DE TRSCOROAS/RS

    INTERESSADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    DECISO

    Trata-se de mandado de segurana impetrado por NOELCI BONOMO, em facede ato judicial proferido por Juiz de Direito da Comarca de Trs Coroas/RS (fls. 50/51), quenos autos de ao previdenciria, visando a concesso de aposentadoria por tempo decontribuio, declinou da competncia para processar e julgar o feito, tendo em vista ainstalao da UAA de Gramado/Canela/RS.

    A impetrante alega que o ato judicial impugnado viola direito lquido e certo, namedida em que a Comarca de Trs Coroas/RS no sede de Vara Federal, podendo a ao serajuizada na Justia Estadual do domiclio do segurado, nos termos do artigo 109, 3, daCRFB/88, bem como dispe o artigo 2, da Resoluo 23/2017 que no haver redistribuioprocessual em face da implementao da unidade avanada de atendimento, inclusive dosprocessos na Justia Estadual.

    Requer o deferimento da medida liminar, e posterior concesso da segurana,para determinar que o processo originrio continue tramitando junto ao juzo estadual dacomarca de Trs Coroas/RS.

    Na hiptese de no recebimento da inicial como mandado de segurana, requerseja processado o feito como conflito de competncia.

    Por fim pleiteia a concesso da gratuidade da justia, porque hipossuficientenos termos da lei.

    Decido.A lei processual disponibiliza aos interessados os instrumentos legais hbeis

    impugnao das decises que lhes so desfavorveis.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 5 / 730

  • De acordo com as novas regras processuais em vigor desde 18-03-2016, dasdecises interlocutrias que suspendem o processo no se faz mais possvel a interposio doagravo de instrumento (artigo 1.015 do NCPC). O rol ali contido taxativo e no permiteflexibilizao.

    O fato de assim dispor a nova regra no inviabiliza, contudo, a impugnao dadeciso desfavorvel, que poder ser feita quando da interposio de recurso da sentena,momento em que as questes resolvidas na fase de conhecimento e contra as quais descabidaa interposio do agravo de instrumento, podero ser suscitadas como preliminares dorecurso, pois no cobertas pela precluso (artigo 1.009, 1, do NCPC).

    Como se v, a parte autora possui meio e momento adequados para impugnar adeciso recorrida e o presente mandado de segurana no a medida processual cabvel paraa insurgncia veiculada pelo impetrante.

    Entender-se de modo diverso seria permitir a utilizao substitutiva e anmalado mandado de segurana, remdio constitucional reservado impugnao excepcional dosatos judiciais, quando haja risco de prejuzos irreparveis e o ato atacado seja teratolgico, oque aqui no se verifica. Mais do que isso, seria admitir, por via transversa, a recorribilidadeinstantnea de decises que o legislador processual optou por afastar, em evidentedesprestgio s modificaes legislativas, que se tornariam incuas.

    Inobstante no ser o mandado de segurana a via processual adequada, aTerceira Seo deste Tribunal Regional Federal est julgando a questo em sede de conflitonegativo de competncia, considerando que as partes, assim como o MP e o juzo, estolegitimadas a suscitar o incidente.

    Transcrevo trecho de um dos precedentes, da relatoria do eminenteDesembargador Federal Joo Batista Pinto Silveira:

    Trata-se de mandado de segurana originrio impetrado por Jaime Camargo contradeciso proferida pelo Juiz de Direito da Vara da Comarca de Rolndia/PR que declinouda competncia para o processamento e julgamento da ao ordinria n 0001126-52.2016.8.16.0148/PR para a Unidade Avanada de Atendimento da Justia Federal deArapongas/PR.

    Aduz que, por no possuir sede de Vara Federal, e nem tampouco contar com UnidadeAvanada da Justia Federal, acabou por ajuizar ao previdenciria na JustiaEstadual na cidade onde reside, conforme expressamente autorizado pelo 3 do art. 109da Constituio Federal. Requer a nulidade da deciso e a determinao para que oprocesso tenha sua tramitao regular na Vara de competncia delegada da comarca deRolndia/PR. Por fim, requer a concesso da AJG.

    o relatrio. Decido.

    Conhecimento da ao como conflito de competncia;

    Preliminarmente, trago a norma do artigo 5, caput, e inc. II, da Lei n 12.016/2009, quedispe no caber mandado de segurana quando se tratar de deciso judicial da qualcaiba recurso com efeito suspensivo. Na mesma linha, a Smula 267 do STJ orienta nosentido de que no tem cabimento a ao mandamental dirigida a combater ato judicialpassvel de recurso ou correio. Aliado a isso, h inmeros precedentes que corroboramesse entendimento (TRF4, AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANA(TURMA) N 5040944-48.2016.404.0000, 5 TURMA, Des. Federal ROGER RAUPP RIOS,POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 07/12/2016;AgInt nos EDcl no RMS50.562/RJ, Rel. Ministro JOO OTVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em16/08/2016, DJe 26/08/2016).

    Por outro lado, a insurgncia veiculada neste writ, contra a declinao de competnciapromovida pelo Juiz de Direito da Vara da Comarca de Rolndia/PR, encontra guarida

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 6 / 730

  • promovida pelo Juiz de Direito da Vara da Comarca de Rolndia/PR, encontra guaridano novo CPC por meio do incidente previsto no art. 951, conflito de competncia.

    Mesmo ciente da definio legal contida no art. 66 do CPC, de que somente haveriaconflito de competncia quando dois ou mais juzes se declarassem competentes ouincompetentes, entendo que a legitimidade trazida para promover o incidente, no art. 951,dispondo que o "conflito de competncia pode ser suscitado por qualquer das partes",restaria esvaziada se para tando deveria aguardar o pronunciamento de mais de um juiz.Nesse caso, a legitimidade das partes restaria limitada a hipteses remotas, de conflitopositivo ou em que houvesse sucessivas declinaes de competncia.

    Outro motivo que milita em favor do conhecimento da questo via conflito de competnciae no relegar a sua apreciao apenas em preliminar, no julgamento de eventual apelo, o fato de que, caso o Tribunal viesse a considerar incompetente o juzo processante emprimeira instncia nessa fase processual, seria inevitvel a anulao da sentena e dosatos decisrios e a remessa para juzo que entendesse competente para novoprocessamento. Portanto, o recebimento deste writ como conflito de competncia para ofim de dirimir desde j tal controvrsia medida necessria para se preservar aceleridade e a economia processual.

    Quanto ao cabimento do Conflito de Competncia, cito precedente desta Corte n0000094-03.2017.4.04.0000, julgado em 06/04/2017, unnime, onde deixei consignadoque exigir manifestao do juzo suscitado como requisito para que a parte interessadapossa suscitar conflito de competncia pode acarretar, caso ela no ocorra, violao aodireito maior, constitucionalmente assegurado, que o de o segurado poder optar peloajuizamento da ao previdenciria na Comarca onde tem domiclio. A possibilidade deinsurgncia tardia, aps todo o processamento do feito em sede de apelao, tem omesmo efeito prtico que o alijamento do direito de opo.

    Assim, diante das limitaes veiculadas no art. 1.015 do CPC/2015, que impedem ahiptese de interposio de agravo de instrumento na presente situao e aimpossibilidade de impetrao de mandado de segurana como visto acima, no restaalternativa seno o conhecimento da ao mandamental impetrada como conflito decompetncia, nos mesmos moldes em que j decidido pelo eminente Des. Federal RogrioFavreto no MS n 0001140-89.2017.4.04.0000/PR. (CC0000165-05.2017.4.04.0000/PR;TERCEIRA SECO; d.e 24/05/2017)

    Aponta neste sentido o julgado da relatoria do ilustre Desembargador FederalFernando Quadros da Silva:

    Conhecimento da ao como conflito de competncia.

    Preliminarmente, trago a norma do artigo 5, caput, e inc. II, da Lei n 12.016/2009, quedispe no caber mandado de segurana quando se tratar de deciso judicial da qualcaiba recurso com efeito suspensivo. Na mesma linha, a Smula 267 do STJ orienta nosentido de que no tem cabimento a ao mandamental dirigida a combater ato judicialpassvel de recurso ou correio. Aliado a isso, h inmeros precedentes que corroboramesse entendimento (Agravo Interno em Mandado de Segurana n 5040944-48.2016.404.0000, TRF/4 Regio, 5 Turma, Rel. Des. Federal Roger Raupp Rios, juntadoaos autos em 7-12-2016; AgInt nos EDcl no RMS 50.562/RJ, STJ, Rel. Ministro JooOtvio de Noronha, STJ, Terceira Turma, DJe de 26-8-2016). Por outro lado, ainsurgncia veiculada neste writ, contra a declinao de competncia promovida peloJuiz de Direito da Vara da Comarca de Rolndia/PR, encontra guarida no novo CPC pormeio do incidente previsto no art. 951, conflito de competncia. Mesmo ciente dadefinio legal contida no art. 66 do CPC, de que somente haveria conflito decompetncia quando dois ou mais juzes se declarassem competentes ou incompetentes,entendo que a legitimidade trazida para promover o incidente, no art. 951, dispondo queo "conflito de competncia pode ser suscitado por qualquer das partes", restariaesvaziada se para tanto deveria aguardar o pronunciamento de mais de um juiz. Nessecaso, a legitimidade das partes restaria limitada a hipteses remotas, de conflito positivo

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 7 / 730

  • caso, a legitimidade das partes restaria limitada a hipteses remotas, de conflito positivoou em que houvesse sucessivas declinaes de competncia. Outro motivo que milita emfavor do conhecimento da questo via conflito de competncia e no relegar a suaapreciao apenas em preliminar, no julgamento de eventual apelo, o fato de que, casoo Tribunal viesse a considerar incompetente o juzo processante em primeira instncianessa fase processual, seria inevitvel a anulao da sentena e dos atos decisrios e aremessa para juzo que entendesse competente para novo processamento. Portanto, orecebimento deste writ como conflito de competncia para o fim de dirimir desde j talcontrovrsia medida necessria para se preservar a celeridade e a economiaprocessual.

    Assim, diante das limitaes veiculadas no art. 1.015 do CPC/2015, que impedem ahiptese de interposio de agravo de instrumento na presente situao e aimpossibilidade de impetrao de mandado de segurana como visto acima, no restaalternativa seno o conhecimento da ao mandamental impetrada como conflito decompetncia. (Conflito de Competncia n 0000164-20.2014.404.0000/PR; TERCEIRASEO; Data da deciso: 29/09/2017)

    Assim, primando pela soluo do mrito (art. 4 do CPC) e tendo em conta apossibilidade, em tese, de a questo posta na presente ao mandamental ser apreciada pelavia conflito de competncia, deixo de indeferir a petio inicial.

    Considerando, porm, que no integro a Terceira Seo, determino aredistribuio a um dos integrantes daquele colegiado para anlise da eventualadmissibilidade desta correio parcial como conflito de competncia.

    Secretaria para as diligncias legais cabveis.Porto Alegre, 22 de novembro de 2017.

    MANDADO DE SEGURANA N 0000661-34.2017.4.04.0000/RSRELATOR : Des. Federal LUIZ CARLOS CANALLI

    IMPETRANTE : NOELCI BONOMO

    ADVOGADO : Vilmar Lourenco e outro

    : Imilia de Souza

    IMPETRADO : JUIZO DE DIREITO DA COMARCA DE TRSCOROAS/RS

    INTERESSADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    DECISO

    Trata-se de mandado de segurana impetrado em face de ato judicial proferidopor Juzo de Direito da Comarca de Trs Coroas/RS (fls. 50/51), que nos autos de aoprevidenciria, objetivando a concesso de aposentadoria por tempo de contribuio,declinou da competncia para processar e julgar o feito, tendo em vista a instalao da UAAIntegrada de Gramado e Canela/RS.

    A ao foi inicialmente distribuda para a Juza Federal Tas Schilling Ferraz,convocada para integrar a 6 Turma deste Tribunal, que determinou a redistribuio doprocesso a um dos integrantes da 3 Seo, a fim de avaliar, com fundamento no art. 4 doCPC, a possibilidade de conhecer do mandado de segurana como conflito de competncia.

    o breve relato. Decido.Consoante se pode observar, diante da declinao da competncia efetuada

    sistematicamente pelos Juzos Estaduais de cidades abrangidas pela competncia deUnidades Avanadas de Atendimento (UAAs) da Justia Federal, as partes tem ingressadocom agravos de instrumento, mandados de segurana, correies parciais e conflitos decompetncia, ensejando os mais variados entendimentos a respeito da questo, sobretudo

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 8 / 730

  • quanto ao cabimento de uma ou de outra medida.Quanto ao manejo do agravo de instrumento, parece ser pacfico o

    entendimento quanto ao seu no cabimento, porquanto se trata de hiptese no contempladano rol taxativo previsto no art. 1.015 do novo CPC.

    Da mesma forma, parece ser consenso a impossibilidade de ajuizamento demandado de segurana, uma vez que, embora a deciso que declina da competncia no sejapassvel de recurso, poderia ensejar a utilizao da correio parcial, o que implica aincidncia do disposto na Smula n 267 do STF, que dispe que No cabe mandado desegurana contra ato judicial passvel de recurso ou correio.

    J no que pertine converso tanto do agravo de instrumento quanto domandado de segurana em conflito de competncia ou mesmo quanto ao cabimento doconflito de competncia em si, tenho que merecem ser tecidas algumas consideraes.

    Acerca do referido incidente, assim dispe o CPC:

    Art. 66. H conflito de competncia quando:

    I - 2 (dois) ou mais juzes se declaram competentes;

    II - 2 (dois) ou mais juzes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro acompetncia;

    III - entre 2 (dois) ou mais juzes surge controvrsia acerca da reunio ou separao deprocessos.

    Pargrafo nico. O juiz que no acolher a competncia declinada dever suscitar oconflito, salvo se a atribuir a outro juzo.

    Art. 951. O conflito de competncia pode ser suscitado por qualquer das partes, peloMinistrio Pblico ou pelo juiz.

    Pargrafo nico. O Ministrio Pblico somente ser ouvido nos conflitos de competnciarelativos aos processos previstos no art. 178, mas ter qualidade de parte nos conflitosque suscitar.

    Ocorre que, no obstante o disposto no art. 951 do CPC, que permite que a parteinteressada suscite o conflito de competncia, tenho que tal previso esbarra no disposto noart. 66 do referido diploma processual, que prev a necessidade de que existam dois ou maisjuzes que se considerem competentes ou incompetentes para o julgamento do feito (STJ,AgInt no CC n 150.684, 1 Seo, Rel. Min. REGINA HELENA COSTA, DJe de 30-05-2017).

    Portanto, no basta que um juiz decline da competncia para outro juzo paraque a parte possa suscitar o conflito. necessrio que o outro juzo recuse ou aceite estacompetncia. Somente aps isto que a parte ou o Ministrio Pblico podem suscitar oconflito de competncia.

    Nesse sentido j decidi, monocraticamente, no MS n 0000660-49.2017.4.04.0000, publicado no D.E. de 11-12-2017, e no MS n 0000648-35.2017.4.04.0000, publicado no D.E. de 11-12-2017.

    E, sendo assim, entendo invivel a converso da presente ao mandamental emconflito de competncia.

    Retornem, pois, os autos e. Relatora originria.Porto Alegre, 15 de dezembro de 2017.

    MANDADO DE SEGURANA N 0000075-60.2018.4.04.0000/RSRELATORA : Juza Federal TAS SCHILLING FERRAZ

    IMPETRANTE : DIONISIO OLIVO TIBURSKI

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 9 / 730

  • ADVOGADO : Ramon Bornholdt dos Santos

    IMPETRADO : JUIZO DE DIREITO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA DE FLORES DACUNHA/RS

    INTERESSADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    DECISO

    Trata-se de mandado de segurana impetrado por DIONISIO OLIVO TIBURSKI,em face de ato judicial proferido por Juiz de Direito da Comarca de Flores da Cunha/RS (fls.28/29), que nos autos de ao previdenciria, visando a concesso de aposentadoria porinvalidez, ou auxlio-doena, declinou da competncia para processar e julgar o feito para oJuzo Federal da Vara Federal de Caxias do Sul.

    A impetrante alega que o ato judicial impugnado viola direito lquido e certo, namedida em que a Comarca de Flores da Cunha/RS no sede de Vara Federal, podendo aao ser ajuizada na Justia Estadual do domiclio do segurado, nos termos do artigo 109,3, da CRFB/88.

    Requer o deferimento da medida liminar, e posterior concesso da segurana,para determinar que o processo originrio continue tramitando junto ao juzo estadual dacomarca de Igrejinha/RS.

    Por fim pleiteia a concesso da gratuidade da justia, porque hipossuficientenos termos da lei.

    fl. 42 foi certificado que no foram recolhidas as custas, consoante estabelecea Portaria n 619, de 10 de julho de 2012.

    fls. 43 a impetrante informa que tomou cincia, em 19/02/2018, da conversodo agravo de instrumento, que interps contra a deciso ora impugnada, em conflito decompetncia.

    Requer a extino do processo em face da perda do objeto, ou, assim no sendoentendido, requer a desistncia da ao mandamental.

    Decido.

    Primeiramente, considerando a qualificao da parte impetrante comodesempregado/agricultor e a apresentao de declarao de hipossuficincia, com presunodo art. 99, 3, do CPC/2015, concedo a gratuidade da justia.

    Constata-se que ao patrono da impetrante foi conferido poder especfico paradesistir (fls. 22).

    Isto, posto, homologo o pedido de desistncia da ao e julgo extinto o processosem julgamento do mrito nos termos do artigo 485, III, do Cdigo de Processo Civil.

    Sem custas em face da gratuidade da justia. Sem honorrios, nos termos doartigo 25, da Lei n 12.016/2009.

    Intime-se a impetrante.Aps, d-se baixa na distribuio.

    Porto Alegre, 02 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0007043-92.2012.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 10 / 730

  • APELADO : ADAO DECIO DOS ANJOS

    ADVOGADO : Miriam Matias de Souza

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimento

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 11 / 730

  • do direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 01 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0017170-89.2012.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 12 / 730

  • ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : DEOMIRA FERLA

    ADVOGADO : Leandro Jaime Cipriani

    : Miguel Gelmini e outros

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STF

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 13 / 730

  • no precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 02 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0021399-92.2012.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 14 / 730

  • APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : VALDIR BRAMBILLA

    ADVOGADO : Laudir Gulden

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido de

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 15 / 730

  • impossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 02 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0003702-24.2013.4.04.9999/RS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 16 / 730

  • APELAO CVEL N 0003702-24.2013.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : SEVERINO PEGORARO

    ADVOGADO : Laudir Gulden

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise da

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 17 / 730

  • inconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 02 de maro de 2018.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 18 / 730

  • APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0015044-32.2013.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : CLAUDIO FRANCISCO SCHNEIDER

    ADVOGADO : Luiz Marcelo Tassinari e outros

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : (Os mesmos)

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DEPORTAO/RS

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 19 / 730

  • (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 20 / 730

  • Porto Alegre, 01 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0007617-81.2013.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : MARIA COLLAZIOL

    ADVOGADO : Miguel Gelmini e outros

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 21 / 730

  • (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 22 / 730

  • remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 02 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0017299-60.2013.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : VALDIR BILIAO

    ADVOGADO : Vilmar Lourenco

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 23 / 730

  • (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 24 / 730

  • Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 01 de maro de 2018.APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0000654-52.2016.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : ANTONIO DUARTE DO NASCIMENTO

    ADVOGADO : Paulo Andre Fernandes Solano e outro

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DEALVORADA/RS

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 25 / 730

  • vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso de

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 26 / 730

  • perodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 01 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0004017-18.2014.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELANTE : CLOVIS ROBERTO COSTA VICTORIA

    ADVOGADO : Paulo Andre Fernandes Solano

    : Luiz Marcelo Tassinari

    APELADO : (Os mesmos)

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que reconheceram o direito de segurados renncia aposentadoria, para,aproveitando-se das contribuies vertidas aps a concesso desse benefcio pelo RGPS,obter junto ao INSS regime de benefcio posterior, mais vantajoso.

    2. A Constituio de 1988 desenhou um sistema previdencirio de teor solidrio edistributivo. inexistindo inconstitucionalidade na aludida norma do art. 18, 2, da Lei n8.213/91, a qual veda aos aposentados que permaneam em atividade, ou a essaretornem, o recebimento de qualquer prestao adicional em razo disso, exceto salrio-famlia e reabilitao profissional.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 27 / 730

  • 3. Fixada a seguinte tese de repercusso geral no RE n 661.256/SC: "No mbito doRegime Geral de Previdncia Social (RGPS), somente lei pode criar benefcios evantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8213/91".

    4. Providos ambos os recursos extraordinrios. (RE ns 661.256/SC e 827.833/SC).

    (STF, RE n 661.256/SC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Roberto Barroso, Rel. p/ acrdo Min.Dias Tofolli, DJe 28-09-2017 ).

    No caso concreto, o julgamento do pedido dependia de anlise dainconstitucionalidade da norma previdenciria defendida pelo INSS, no sentido deimpossibilitar a validade jurdica do instituto da desaposentao, questo apreciada pelo STFno precedente acima, por isso plenamente aplicvel a ratio decidendi aos processos quediscutem a mesma matria, como na presente hiptese. Pretendeu-se, aqui, o reconhecimentodo direito desaposentao, consistente na renncia a benefcio de aposentadoria, com autilizao dos tempos ou contribuies que justificaram prestao previdenciria originria,para a obteno de benefcio mais vantajoso em nova aposentadoria, computando-se tambmtempo posterior concesso desse benefcio originrio.

    O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a questo, fixou a seguinte tesejurdica: "No mbito do Regime Geral de Previdncia Social - RGPS, somente lei pode criarbenefcios e vantagens previdencirias, no havendo, por ora, previso legal do direito 'desaposentao', sendo constitucional a regra do art. 18, 2, da Lei n 8.213/91.".Portanto, concluiu a Corte Suprema pela constitucionalidade da limitao prevista no art. 18, 2, da Lei n 8.213/91 e que a Constituio, apesar de no vedar expressamente o direito desaposentao, no o previu especificamente, remetendo legislao ordinria a definiodas circunstncias em que as contribuies vertidas ao sistema previdencirio seriamaproveitadas. No tendo a lei institudo a possibilidade da desaposentao, concluiu-se pelaimpossibilidade de acolhimento do pedido respectivo, soluo integralmente aplicvel aocaso dos autos, cujos elementos de fato e de direito identificam-se s que foram decididas noprecedente.

    Assim, impe-se o reconhecimento da improcedncia do pedido, inclusivequando a possibilidade de desaposentao tenha sido cogitada diante de eventual devoluo,como contrapartida, dos valores pagos pelo INSS por conta do benefcio originrio. Adefinio desta condio resulta prejudicada frente inexistncia, no atual contextonormativo, do direito desaposentao para novo benefcio.

    Outrossim, no se cogita da aplicao da tese firmada no julgamento, peloSuperior Tribunal de Justia, do recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC - Tema 563(renncia aposentadoria sem devoluo dos valores j recebidos), uma vez que o referidorecurso especial restou sobrestado exatamente por conta do recurso extraordinrio n661.256.

    Disso se infere que tambm o recurso especial repetitivo n 1.334.488/SC estsubordinado tese fixada no recurso extraordinrio com repercusso geral n 661.256, naforma do artigo 927, inciso III, do Cdigo de Processo Civil. Ainda, compete ao STF, em sedede recurso extraordinrio, a apreciao de deciso colegiada contraria dispositivoconstitucional ou que declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, conforme art.102, inciso III, da CF/88.

    Assim, merece acolhimento a remessa necessria e o apelo do INSS.Honorrios advocatcios e custas judiciais

    Reformada a sentena, resta sucumbente a parte autora, que dever arcar com opagamento das custas judiciais e com os honorrios advocatcios, os quais, com base no art.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 28 / 730

  • 85, 2 e 3, do CPC/2015, fixo em 10% sobre o valor da diferena entre o benefciooriginal e aquele que a parte receberia, caso mantida a desaposentao, compreendido operodo desde o ingresso da ao at a sentena. A exigibilidade fica suspensa no caso deconcesso de gratuidade da justia.

    Ante o exposto, com base no art. 932, IV, b, do NCPC, dou provimento remessa necessria e ao recurso.

    Porto Alegre, 02 de maro de 2018.APELAO CVEL N 0006065-13.2015.4.04.9999/RSRELATOR : Juiz Federal ARTUR CSAR DE SOUZA

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : JAIR VALERIO BOECKEL MAGEIRO

    ADVOGADO : Paulo Andre Fernandes Solano e outro

    DECISO

    Trata-se de remessa necessria e de apelao interposta pelo INSS em face desentena que julgou procedente o feito, em ao previdenciria em que discutida apossibilidade de reconhecimento da validade jurdica do instituto da desaposentao, pormeio do qual seria permitida a converso de uma espcie de aposentadoria em outra, maisvantajosa, pela renncia ao benefcio original e o cmputo das contribuies recolhidasposteriormente primeira jubilao.

    O processo foi sobrestado para aguardar a definio da questo constitucionalprejudicial ao seu julgamento (Tema 503), que teve reconhecimento de Repercusso Geralpelo Supremo Tribunal Federal.

    o relatrio. Decido.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinrio n 661.256/SC

    (Tema 503), submetido sistemtica da repercusso geral, decidiu a questo constitucionalque envolvia a possibilidade de desaposentao, fixando tese contrria pretenso da parteautora, em acrdo que restou assim ementado:

    Constitucional. Previdencirio. Pargrafo 2 do art. 18 da Lei 8.213/91. desaposentao.Renncia a anterior benefcio de aposentadoria. Utilizao do tempo deservio/contribuio que fundamentou a prestao previdenciria originria. Obtenode benefcio mais vantajoso. Julgamento em conjunto dos RE ns 661.256/SC (em quereconhecida a repercusso geral) e 827.833/SC. Recursos extraordinrios providos.

    1. Nos RE ns 661.256 e 827.833, de relatoria do Ministro Lus Roberto Barroso,interpostos pelo INSS e pela Unio, pugna-se pela reforma dos julgados dos Tribunais deorigem, que