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Leonardo de A. Delgado. CREF. 001764‐G/MA 50 Capitulo 05: PROVAS DE ARREMESSOS E LANÇAMENTOS Introdução Arremesso é o movimento originário de um trabalho de braço, limitado pelo peso e forma do objeto não totalmente adaptável à mão; esta, não podendo apreender o objeto, impede que o membro possa ser estendido completamente para trás. No arremesso, os membros executam a ação de empurrar, partindo de posição próxima ao corpo. Figura 107: Prova de Arremesso Lançamento é o movimento onde o membro superior é levado completamente estendido para trás, obtendo‐se maior alcance, mesmo porque o objeto a ser projetado, normalmente, tem menor massa. Figura 108: Provas de Lançamentos Adquire maior velocidade na fase de sua aceleração. O membro que empunha o objeto parte de posição estendida podendo durante a sua trajetória ser flexionado, sendo estendido novamente na fase final do movimento. As ações realizadas envolvem, normalmente, o puxar e o empurrar o implemento. Existem 1 (uma) prova de arremesso 3(três) provas de lançamento. - Arremesso do Peso: consiste no arremesso de uma esfera de bronze ou ferro, do interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34 o . Técnicas: ortodoxa, “Parry O’Brien” e com giro. - Lançamento do Dardo: consiste em lançar uma haste cilindrocônica de madeira ou metal de uma pista medindo aproximadamente 35m em um setor de 29 o . - Lançamento do Disco: consiste em lançar um disco biconvexo construído de madeira e/ou metal do interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34°. - Lançamento do Martelo: consiste em lançar uma esfera de ferro ou bronze, presa a um cabo de aço medindo 1,22m do interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34°. A regra é a mesma para todas elas, o vencedor é o atleta que conseguir lançar o objeto na maior distância. Arremesso de Peso Definição Consiste do arremesso de uma esfera de bronze ou ferro do interior de um círculo de 2,1 metros de diâmetro o mais longe possível, delimitado em parte por um anteparo, em um setor de queda. Figura 109: Área de Arremesso Objetivo Os atletas devem arremessar com uma mão uma bola sólida de metal a partir de um círculo de 2,1 metros de diâmetro o mais longe possível. Figura 110: Circulo de Arremesso Origens do Arremesso do peso A antiga civilização egípcia incluía provas de arremesso de pedras em suas festividades, bem como os gregos, nas primeiras reuniões religiosas e esportivas, há mais de 3 mil anos. Ao que consta, o arremesso do peso é de origem celta, pois nos “Jogos Tailteanos, no início da Era de Cristo, os celtas disputavam uma prova de arremesso de pedra que pelas descrições se assemelhavam à prova atual” (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2003). Também, na Antiguidade, os celtas, escoceses e irlandeses arremessavam pedras e ramos de árvores que pesavam aproximadamente 25 kg, em seus rituais (JONATH et al., 1977). UI MARIA LENIR ARAÚJO MENESES Prof° Esp. Leonardo Delgado Cap. 05: ARREMESSOS E LANÇAMENTOS – UNIDADE I Aluno: Data: / /

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Leonardo de A. Delgado. CREF. 001764‐G/MA

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Capitulo 05: PROVAS DE ARREMESSOS E LANÇAMENTOS Introdução Arremesso é o movimento originário de um trabalho de braço, limitado pelo peso e forma do objeto não totalmente adaptável à mão; esta, não podendo apreender o objeto, impede que o membro possa ser estendido completamente para trás. No arremesso, os membros executam a ação de empurrar, partindo de posição próxima ao corpo.

Figura 107: Prova de Arremesso

Lançamento é o movimento onde o membro superior é levado completamente estendido para trás, obtendo‐se maior alcance, mesmo porque o objeto a ser projetado, normalmente, tem menor massa.

Figura 108: Provas de Lançamentos

Adquire maior velocidade na fase de sua aceleração. O membro que empunha o objeto parte de posição estendida podendo durante a sua trajetória ser flexionado, sendo estendido novamente na fase final do movimento. As ações realizadas envolvem, normalmente, o puxar e o empurrar o implemento. Existem 1 (uma) prova de arremesso 3(três) provas de lançamento.

- Arremesso do Peso: consiste no arremesso de uma esfera de bronze ou ferro, do interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34

o. Técnicas: ortodoxa,

“Parry O’Brien” e com giro. - Lançamento do Dardo: consiste em lançar uma haste cilindrocônica de madeira ou metal de uma pista medindo aproximadamente 35m em um setor de 29

o.

- Lançamento do Disco: consiste em lançar um disco biconvexo construído de madeira e/ou metal do interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34°.

- Lançamento do Martelo: consiste em lançar uma esfera de ferro ou bronze, presa a um cabo de aço medindo 1,22m do interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34°.

A regra é a mesma para todas elas, o vencedor é o atleta que conseguir lançar o objeto na maior distância.

Arremesso de Peso Definição Consiste do arremesso de uma esfera de bronze ou ferro do interior de um círculo de 2,1 metros de diâmetro o mais longe possível, delimitado em parte por um anteparo, em um setor de queda.

Figura 109: Área de Arremesso

Objetivo Os atletas devem arremessar com uma mão uma bola sólida de metal a partir de um círculo de 2,1 metros de diâmetro o mais longe possível.

Figura 110: Circulo de Arremesso

Origens do Arremesso do peso A antiga civilização egípcia incluía provas de arremesso de pedras em suas festividades, bem como os gregos, nas primeiras reuniões religiosas e esportivas, há mais de 3 mil anos. Ao que consta, o arremesso do peso é de origem celta, pois nos “Jogos Tailteanos, no início da Era de Cristo, os celtas disputavam uma prova de arremesso de pedra que pelas descrições se assemelhavam à prova atual” (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2003). Também, na Antiguidade, os celtas, escoceses e irlandeses arremessavam pedras e ramos de árvores que pesavam aproximadamente 25 kg, em seus rituais (JONATH et al., 1977).

UI MARIA LENIR ARAÚJO MENESES

Prof° Esp. Leonardo Delgado

Cap. 05: ARREMESSOS E LANÇAMENTOS – UNIDADE I

Aluno: Data: / /

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Há, também, indícios de que o arremesso do peso era praticado na Grécia antiga. O pensador grego Homero, por exemplo, faz menção a competições de arremessos de pedra realizados por soldados para saber quem era o mais forte, durante o cerco de Tróia (INFOPÉDIA, 2012). Entretanto, a prova de arremesso do peso, tal como ela é nos dias de hoje, foi influenciada pelos ingleses. Por meio da criação dos canhões no século XIV permitiu‐se o desenvolvimento dessa prova no território inglês (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2003). Sabe‐se, também, que na Idade Média, por volta do século XVI, o Rei Henrique VIII era famoso por realizar competições de arremesso do peso e lançamento do martelo dentro de quadras. Já no século XVII os soldados ingleses, para superarem o tempo de ociosidade, organizavam competições em que arremessavam bolas de canhão que pesavam aproximadamente 7 ‐ 8 kg (INFOPÉDIA, 2012). Aliás, foi este tipo de bola, com cerca de sete quilos e meio, que os universitários ingleses adotaram nos torneios realizados em meados do século XIX, jogo que foi o verdadeiro precursor do atual arremesso do peso, uma vez que as bolas pesam 7,260kg (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2003). O arremesso do peso, como uma prova do atletismo, teve pela primeira vez, suas regras estabelecidas em 1860. A partir daí foram ocorrendo pequenas modificações até chegar à prova como ela é praticada nos dias de hoje (PORTAL SÃO FRANSCISCO, 2012). A prova está presente nos Jogos Olímpicos da Era Moderna desde a primeira edição, em 1896, em Atenas.

As competições femininas A competição feminina de arremesso de peso, disputada pela primeira vez na França, teve início em 1917. O primeiro recorde mundial foi homologado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) em 1934, com o evento estreando em 1948 nos Jogos Olímpicos. Até 1927, as competições femininas também usavam chumbos pesando 5kg. Hoje o peso feminino possui 4 kg,

Especificações do Implemento O peso da bola para homens é de 7,26 kg e para as mulheres de 4 kg.

A Técnica do Arremesso de Peso Evolução O atleta, partindo da posição de parado, com o peso do corpo sobre a perna direita, segurava o engenho com as duas mãos e lançava‐o ficando apoiado sobre a perna esquerda.

Figura 111: Técnica do Arremesso de Peso

A técnica sofreu uma ligeira evolução, passando para a deslocação lateral, com o avanço prévio do pé esquerdo: esquerdo+direito+esquerdo+ lançamento.

Figura 112: Técnica de Arremesso Lateral

O primeiro atleta a passar dos 14 metros foi George Gray (1,77m ‐ 85 kg), um canadiano residente nos Estados Unidos que, em 1891, conseguiu fazer 14,07m. Durante a sua carreira, sagrou‐se campeão nacional por 10 vezes. O primeiro atleta a passar dos 15 metros foi Wesley W. Coe (1,78m ‐ 95 kg), com 15,08m, em 1905. Utilizava a técnica de Gray que, nesta altura, passou a chamar‐se técnica ortodoxa americana. Em 1909, foi introduzido o uso da antepara, com a finalidade de ajudar o lançador a equilibrar‐se, dentro do círculo, depois do lançamento. Refira‐se que o primeiro a passar os 16 metros foi o atleta germânico Emil Hirschfeld, acabando com 16,04m, numa prova realizada em Bochum, no dia 26 de Agosto de 1928. Em 1934 Jack Torrance (1,98m ‐ 117 kg), foi o primeiro a transpor a barreira dos 17,00 metros. Conseguiu melhorar o recorde mundial por cinco vezes, fixando‐o na extraordinária marca, para a época, de 17,40m. Jim Fuchs (USA), após 1940, utilizando uma técnica diferente da até então conhecida ortodoxa (cuja posição inicial, deslocamento e posição final eram realizadas na posição lateral), conseguiu superar o recorde mundial, com 17.95 m. Este novo estilo, iniciava o arremesso em posição lateral, terminando o deslocamento com as costas voltadas para a direita do lançamento. Observando a técnica de Fuchs, um homem que marcou época na história desta prova, outro americano, Parry O'Brien, partiu para o seu estilo próprio. Este atleta, vencedor dos Jogos

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Olímpicos de 1956 e 1960, se convenceu que seria o primeiro homem a arremessar um peso de 7.257 kg acima de 20 metros. Tamanha era a sua obsessão, que transportava um peso dentro do seu carro e onde quer que parasse, treinava horas a fio. O’Brien concluiu que poderia iniciar o deslocamento com o corpo de costas para a direção do lançamento, o que daria ao peso, um maior caminho dentro do círculo, lhe permitindo maior impulso e velocidade. Até hoje, esta técnica é a preferida pela maioria dos arremessadores, embora uma outra, a do arremesso com giro, surgida com o atleta russo Alexander Baryschikov, em 1972, conseguindo um número considerável de adeptos, com bons resultados. As técnicas utilizadas são: - Sem deslocamento

Arremesso parado – sem deslocamento e com as duas mãos

- Com deslocamento linear Arremesso ortodoxo ‐ iniciando de lado para o setor de queda Arremesso O’Brien ‐ iniciando de costas para o setor de queda

- Com deslocamento circular Arremesso com giro ‐ iniciando de costas para o setor de queda

Técnica de Arremesso de Peso Retilínea sem Deslocamento O arremesso do peso lateral sem deslocamento realiza‐se a partir dos seguintes movimentos:

Figura 113: Arremesso sem Deslocamento

Posicionado na metade anterior do circulo de arremesso, o arremessador realizará ligeira inclinação do tronco, acentuando o apoio, no caso do exemplo, na perna direita, que está flexionada. A partir dessa posição, ocorre o arremesso propriamente dito, iniciando pela ação de rotação do quadril e direcionamento do tronco para frente. O peso, arremessado para cima e para frente (aproximadamente a 40º), deverá deixar a mão do arremessador pelas pontas dos dedos, com

a palma da mão voltada para fora, a partir de extensão do braço dominante.

Técnica de Arremesso Lateral com Deslocamento O deslocamento para a realização do arremesso do peso lateral com deslocamento caracteriza‐se por duas fases, a saber:

Figura 114: Arremesso com Deslocamento Lateral

1. Ligeira inclinação do tronco, acentuando o apoio na perna (direita, no caso se o atleta for fazer o arremesso com a mão direita) 2. Deslocamento do corpo em direção ao setor de queda do arremesso do peso, a partir do deslocamento lateral rasante da perna direita em direção ao centro do círculo e a perna esquerda em direção ao anteparo no chão. A partir disso, ocorre o arremesso propriamente dito. Em função do movimento realizado, há uma tendência do arremessador projetar se para fora do círculo no momento final do arremesso, o que, por regra, não é permitido.

Técnica O´Brien Para nosso estudo, vamos analisar a técnica desenvolvida por Parry O'Brien. Nela, na posição inicial, o atleta está de pé, virado para trás, em relação ao sentido do lançamento. Esta posição facilita a aceleração continuada do engenho ao longo de uma linha reta. 1. Ligeira inclinação do tronco para frente, ao mesmo tempo que há a elevação da perna esquerda (no caso do exemplo) estendida para trás; 2. Flexão de ambas as pernas, de modo que o joelho esquerdo se aproxime do direito, que corresponde à perna de apoio nesse momento de desequilíbrio do tronco para frente, com consequente elevação do quadril. 3. Inicia-se o deslocamento do corpo para trás, a partir do deslocamento rasante da perna direita em direção ao centro do círculo, onde se posicionará com o pé direito ligeiramente na diagonal. Ainda nesse mesmo deslocamento, a perna esquerda é lançada para trás e para baixo, assentando‐se próximo ao anteparo, com a parte

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anterior do pé ligeiramente na diagonal, provocando uma ligeira rotação do quadril. A partir disso, ocorre o arremesso propriamente dito.

Fases da Técnica Para que se possa compreender melhor, dividiremos a técnica em fases de acordo com os diversos movimentos realizados na execução do arremesso. Desta forma, temos as seguintes fases: PREPARAÇÃO, DESLIZAMENTO, ARREMESSO e RECUPERAÇÃO.

Figura 115: Técnica O´Brien

Preparação

A fase de preparação o lançador prepara‐se para o início do deslizamento.

Figura 116: Fase de Preparação da Técnica O´Brien

Empunhadura O atleta pega o peso de modo que o mesmo fique repousado sobre a base (calo) dos dedos. O mínimo e o polegar servem de apoio lateral, enquanto que os outros três dedos da mão ficam ligeiramente afastados. O peso não deve ser seguro com contração da mão, também não pode rolar na sua palma.

Figura 117: Empunhadura

Desta forma, o peso é levado na cavidade do pescoço, abaixo do maxilar inferior. A palma da mão, está sob o implemento, flexionada no punho, com o cotovelo ligeiramente levantado e puxado para adiante. O braço aponta para a frente e para baixo, enquanto que a cabeça é conservada na sua posição normal.

Figura 118: Posição Inicial

Com o cotovelo e antebraço exatamente abaixo do peso, esta posição se manterá desde a inclinação do atleta para adiante, até o final do deslizamento.

Posição Inicial ou de Partida O arremessador posiciona‐se de pé, em afastamento antero‐posterior das pernas na parte posterior do círculo e de costas para o setor de arremesso.

Figura 119: Inicio da Técnica O´Brien

O peso do corpo recai sobre a perna direita, enquanto que a esquerda fica ligeiramente afastada atrás, apoiada na ponta dos dedos.

Deslocamento ou Deslizamento O corpo do atleta na posição acima descrita tem um certo grau de inércia que para ser quebrado, requer movimentos preliminares, antes de iniciar o deslocamento propriamente dito.

Figura 120: Deslocamento ou Deslizamento

Assim o atleta flete o tronco para adiante e compensando esta flexão, leva a perna esquerda para trás e para cima. Quando o tronco e a perna esquerda estiverem quase paralelos ao solo, a perna direita flexionada e a outra é trazida para junto dela. A inclinação do tronco aumenta e o quadril é levado para trás provocando um desequilíbrio. Após esta seqüência, inicia‐se o deslocamento, quando a perna esquerda é lançada

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energicamente para trás e para baixo, ao mesmo tempo que a perna direita sofre um deslocamento para trás, no sentido do arremesso. O pé direito vai assentar‐se no centro do círculo, com a sua polpa planar com a ponta voltada para a esquerda. Desta forma, o pé esquerdo lançado para trás e para baixo, assenta‐se a seguir próximo ao anteparo, também com a sua ponta voltada para a esquerda. O peso deve ser mantido sobre a parte posterior do círculo o maior tempo possível. O quadril gira um pouco para a esquerda, acompanhando a estrutura criada pelas pernas, com o tronco e a linha dos ombros ainda voltados para o sentido oposto ao lançamento. Assim é formada a conhecida posição em “T”.

Posição de Arremesso Esta fase técnica se caracteriza logo após o deslocamento, com o assentamento de ambos os pés no solo. Sua correta execução é de importância fundamental para o êxito do arremesso. O peso do corpo fica sobre a perna direita flexionada, no centro do círculo. O lado direito do quadril se flexiona, em uma torção preparando a impulsão final para cima e para frente, enquanto o pé esquerdo se coloca próximo da borda interna do anteparo. Assim o corpo se coloca em posição para o arremesso.

Figura 121: Posição de Arremesso

A posição do tronco em relação aos membros inferiores é correta, quando as costas, a nádega esquerda e a perna esquerda, formam uma linha reta.

Arremesso Propriamente Dito A ação do arremesso, conduzido pela perna direita, inicia‐se com uma extensão clara de ambas as pernas e uma rotação e elevação do tronco. É aí que se verifica a maior velocidade do peso. Nos movimentos que se sucedem é importante o emprego sucessivo da perna direita, do lado direito do quadril e do tronco. O lado esquerdo do corpo é fixado nas articulações, constituindo o eixo de rotação do lado direito do corpo.

Figura 122: Arremesso Propriamente Dito

Ao começar a extensão da perna e ao erguer‐se o tronco, o peso encontra‐se ainda encostado no pescoço do atleta. O movimento de extensão do corpo é ajustado pelo braço esquerdo que gira para a esquerda e para trás, até que os eixos dos ombros e da bacia fiquem paralelos, desfazendo assim a torção. Aí tem início a extensão do braço direito. Durante a elevação e rotação, o ombro esquerdo está mais elevado. O peso do corpo passa a perna esquerda, que tem ainda a função de deter o avanço da pélvis, acentuando a elevação e a rotação do tronco. Desta forma o peso é impelido com uma extensão total e simultânea das pernas, tronco e braço direito. O ombro direito se eleva acima do esquerdo e assim o peso perde contato com o arremessador pelas pontas dos dedos cuja mão acompanha o movimento até o final, na ação vulgarmente denominada de “tapinha”, num ângulo aproximado de 40º. (Figura 119 de 10 a16)

Reversão ou Troca de Pés A ação final coloca o arremessador de frente para a direção do arremesso, animado de uma grande velocidade, em conseqüência das ações anteriores. Isto ocasiona um desequilíbrio para frente, com o adiantamento do centro de gravidade, para que o arremesso não queime, devido à falta que o atleta pode cometer, torna‐se necessário retomar o equilíbrio.

Figura 123: Reversão ou Troca de Pés

Nesta volta ao equilíbrio, há necessidade de uma ação especial que denomina‐se reversão. Consiste numa troca das posições das pernas, com a esquerda puxada para trás, enquanto o pé direito assenta‐se no solo, próximo ao anteparo. A perna direita flexiona‐se

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absorvendo o impacto do peso do corpo e o abaixamento do centro de gravidade. O tronco gira para a esquerda e o braço direito é conduzido contra o corpo. Esta reversão deve ser muito rápida, mas nitidamente separada do movimento de impulsão para o arremesso.

Técnica Rotacional (- Baryschnikov)

Figura 124: Técnica Rotacional

Assim como nos demais estilos, a tendência é que o arremessador ultrapasse o círculo a partir da conclusão do arremesso.

Fases da Técnica Posição Inicial De costas para o setor de arremesso e no lado oposto do anteparo, o arremessador fica em afastamento lateral, já com o peso empunhado. É o momento de sua concentração. A empunhadura é feita exatamente como as técnicas apresentadas anteriormente.

Balanceio Nesta fase o arremessador faz uma movimentação preparatória que consiste em transferir o peso do corpo para a perna direita flexionando‐a, ao mesmo tempo em que faz a rotação do tronco para o lado direito. No caso desta técnica, apenas um balanceio já é suficiente para iniciar a seqüência de giros.

Giros Os giros iniciam‐se a partir do ponto mais baixo do balanceio, com a transferência do peso do corpo para a perna esquerda e giro para trás, no lugar, feito na ponta do pé (esquerdo). Estando de frente para o setor de arremesso, o arremessador salta para o apoio da perna direita. O pé direito quando ainda no ar, gira para dentro, procurando um apoio no centro do círculo. O pé esquerdo, ao perder o contato com o solo, é levado para o seu apoio na parte anterior do círculo (próximo ao anteparo). Com isso forma‐se a posição para o arremesso propriamente dito.

Arremesso propriamente dito O arremesso ppd inicia‐se efetivamente com o trabalho da perna direita. O pé esquerdo ao apoiar‐se no solo com a ponta

voltada para dentro, inicia uma ação impulsora conjugada com o término da ação da perna direita que foi de giro e extensão. O tronco gira para a direção do arremesso, simultaneamente com a ação de empurrar o peso com o braço, que se estende para frente, finalizando esta ação com a palma da mão voltada para fora. As pernas vão ao máximo possível de sua extensão. O tronco acompanha a extensão do braço indo também para frente.

Recuperação do equilíbrio com reversão Após perder o contato com o peso, o arremessador tende a sair do círculo. Nesta condição, o pé direito assenta‐se no lugar do esquerdo que vai para trás e aproveitando o restante da força de giro continua girando até ficar posicionado de frente para o local de queda do implemento.

Finalização O atleta deverá sair do setor de arremesso pela metade de trás do círculo.

Regras As regras do esporte mudaram bastante com o passar do tempo, tanto que em sua primeira participação olímpica, nos Jogos de Estocolmo, na Suécia, em 1912, o lançamento podia ser feito com as duas mãos, o que hoje não é permitido. Os concorrentes devem arremessam de dentro de um círculo que mede 2,13 metros de diâmetro que é delimitado por uma borda de madeira de aproximadamente 10 cm (stop board). Os competidores não podem sair do círculo até o pouso do peso. As modalidades de arremesso de peso têm sido disputadas nos Jogos Olímpicos desde o início. Todos os dozes finalistas têm direito a três tentativas. Os oito melhores finalistas têm mais três tentativas.

Seleção dos Arremessadores Para a escolha de um futuro arremessador, é indispensável observarmos as seguintes qualidades: a) Qualidades morfológicas: boa estatura, boa distribuição da massa corporal (relação peso/altura) e boa envergadura. b) Qualidades físicas: velocidade e boa reação nervosa, dinamismo e agilidade, força, coordenação e flexibilidade. c) Qualidades psíquicas: voluntariedade, constância, combatividade, resistência psíquica às frustrações e poder de concentração.

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Com relação a atletas de outras provas atléticas, os arremessadores são atletas de: a) Longo e lento período de formação. b) Longo período de maturidade atlética. c) Declínio demorado.

Critérios para o Período de Formação a) Formação polivalente. b) Prática de diferentes arremessos. c) Destinar especial atenção psíquica do iniciante. d) Determinar a especialidade definitiva do arremessador, somente quando tivermos certeza do seu gosto pessoal e suas possibilidades futuras.

Critérios Pedagógicos Para se chegar ao gesto global, é recomendável começar com uma graduação pedagógica elementar. Este método se dá no sentido inverso à cronologia do gesto total, para facilitar o estudo da técnica, que é dividida nas seguintes fases: a) Fase preparatória: Esta fase se inicia com os movimentos preliminares para o arremesso, como por exemplo o deslocamento no peso, voltas, no disco molinetes e giros, no martelo. b) Fase de realização: Começa com a chegada do pé direito ao solo (sempre, durante o nosso curso, trataremos de atletas destros), após o inicio do lançamento. Assim temos, no peso, quando o pé direito atinge o centro do círculo. No dardo, no penúltimo passo. No disco, chegada do pé direito ao centro do círculo e no martelo, quando o pé direito chega no chão, no término do terceiro giro, são exemplos claros. Esta fase termina no momento em que a perna esquerda recebe o peso do corpo sobre si. As duas fases acima descritas, tem os seguintes objetivos: ‐ Vencer a inércia do implemento. ‐ Aumentar o caminho do impulso. ‐ Adiantar a linha da pélvis, em relação a linha do ombro. ‐ Colocar o arremessador em melhores condições no penúltimo apoio para a execução do arremesso. c) Fase final: Começa com a chegada do peso do corpo sobre a perna esquerda e compreende: o arremesso propriamente dito e a recuperação do equilíbrio. Tem os seguintes objetivos:

‐ Dar ao implemento a maior aceleração possível, utilizando o caminho mais longo e a maior soma de forças possível.

‐ Recuperar o equilíbrio dentro da zona de impulso, uma vez que o implemento perde o contato com a mão do arremessador.

Lançamento de Dardo Definição É uma modalidade que simboliza as caças com lanças da Antiguidade. Na prova, os atletas, sempre com o braço totalmente estendido, devem lançar o dardo o mais longe possível.

Figura 125: Lançamento de Dardo

Objetivo Lançar um dardo tentando alcançar a maior distância possível.

História A prova é a que mais lembra o modo de vida das antigas civilizações, em que o dardo (lança) era usado para caçar e guerrear. A primeira aparição em Jogos Olímpicos deve ter sido por volta de 708 d.C., integrando o pentatlo. Faz parte do Programa Olímpico da Era Moderna desde 1908, na Olimpíada de Londres. Hoje também os soviéticos se destacam, além dos americanos. Tanto isto é verdade que o dardo foi lançado por um russo há mais de 104,00 metros, um feito realmente fantástico ainda mais considerando‐se que marca dos 100 metros não seria atingida ainda neste século. Isto, porém trouxe um problema: o perigo que o dardo poderia oferecer, devido a demanda de espaço cada vez mais crescente. Desta forma, um novo dardo foi desenhado com uma aerodinâmica que lhe permite descer mais rápido, atingindo obviamente uma distância menor com relação ao antigo.

Local da Competição A prova do lançamento do dardo disputa‐se na pista de atletismo, numa zona específica que compreende uma pista de balanço com 4 metros de largura e 30 a 36,5 metros de comprimento, assim como um sector para a queda.

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Figura 126: Local da Competição

O lançamento é feito da pista de balanço, atrás de um arco de círculo traçado com um raio de 8 metros. A partir do ponto de lançamento, duas linhas de 90m de distância formam o campo de arremesso. Todos os lançamentos devem cair entre essas duas linhas.

A Técnica do Lançamento do Dardo Como nas demais provas de campo, a ação total do arremesso deve ser realizada como uma só unidade, que precisa ser ensinada o mais cedo possível. Não obstante, a natureza do arremesso admite que se enfoque passo por passo, o que permite ganhar tempo. Os detalhes do método podem ser divididos em fases técnicas e descritas da seguinte maneira.

Fases Básicas dos Lançamentos Os lançamentos constam basicamente de uma fase preparatória, a fase de aceleração (deslocamento), o lançamento/arremesso propriamente dito, a fase de recuperação do equilíbrio corporal e a saída de setor de lançamento/arremesso.

Figura 127: Fases do Lançamento de Dardos

Preparatória/Concentração refere‐se aos procedimentos do atleta durante a preparação para a execução do lançamento/arremesso, incluindo a empunhadura do implemento. Deslocamento fase de aceleração – corrida de aproximação (dardo), “arrasto” (peso) e giros (disco, martelo e peso). Lançamento propriamente dito lançamento (dardo, disco e martelo) ou arremesso(peso). Recuperação (com reversão) – retomada do equilíbrio – recuperação do equilíbrio após o lançamento ou arremesso propriamente dito que deverá acontecer integralmente dentro do setor de lançamento/arremesso. Finalização do lançamento– refere‐se à saída do círculo de lançamento ou arremesso e do corredor de lançamento.

a) Empunhadura: A empunhadura ou pega, é a maneira correta de segurar o dardo. É feita na extremidade posterior do encordoamento, o que possibilita no lançamento uma transposição favorável da força atrás do centro de gravidade, enquanto que dos dedos encontraram uma melhor resistência e apoio. Existem três tipos de empunhaduras mais comuns: 1- Finlandesas, nesta, o polegar e as duas primeiras articulações do dedo médio encontram‐se atrás do encordoamento. O indicador fica estendido ao longo do dardo, na sua parte de baixo.

Figura 128: Empunhadura Finlandesa

2 -Empunhadura Americana, o polegar e o indicador é que pressionam o dardo, atrás do encordoamento, enquanto que os demais dedos o envolvem.

Figura 129: Empunhadura Americana

3 -Empunhadura Alemã em "V" ou tenaz, onde o dardo é seguro entre o dedo indicador o médio. O indicador fica fletido no fim do acordoamento para equilíbrio. Os outros dedos seguram em volta do acordoamento.

Figura 130: Empunhadura Alemã em "V"

b) Corrida de Aproximação: A 1ª parte, chamada de corrida de aproximação, abrange cerca de 2/3 da distância total, é uma corrida de aceleração progressiva e retilínea, que vai levar o atleta a uma velocidade ótima. Pode ter, conforme o atleta, de 7 a 13 passos: O dardo é transportado à altura da testa, não importando se a ponta está um pouco para cima ou para baixo. Este não é fixado na perpendicular ao eixo dos ombros, mas sim com a ponta voltada um pouco para dentro, o que permite um recuo em linha reta com maior facilidade. O braço de lançamento move‐se pouco, enquanto que o livre, trabalha ao ritmo da corrida.

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Figura 131: Corrida de Aproximação

c) Corrida Preparatória: Ao atingir a marca intermediária, inicia‐se a segunda parte da corrida, que podemos chamar de corrida preparatória. Esta parte da corrida é de fundamental importância, porque é dela que depende o maior ou menor sucesso do lançamento, no aspecto técnico. Dos ritmos de passadas conhecidas nesta fase (três, cinco ou sete) vamos adotar o segundo, por ser o mais empregado. O início é delimitado pela marca intermediária, a qual é alcançada pela perna esquerda (para os atletas destros, o ritmo das cinco passadas é o seguinte: esquerda‐direito‐esquerda‐direito‐esquerda e lançamento).

Figura 132: Corrida Preparatória

Esta fase é a preparação para o arremesso propriamente dito e compreende: 1 -O recuo do implemento. O dardo inicia seu recuo logo após o atleta atingir a marca intermediária para se completar no terceiro passo. Isto deve acontecer gradativamente e durante esse tempo, o tronco executa uma rotação para a direita, sendo que o braço é levado atrás em alinhamento com o eixo dos ombros. A palma da mão encontra‐se voltada para cima, no prolongamento do antebraço. A corrida mantém‐se no seu alinhamento, sendo que as pernas e o quadril continuam voltados para a direção da corrida, o braço esquerdo acompanhando a rotação do tronco, vai para a frente do peito, ligeiramente flexionado. 2 -O passo impulsor Segundo as técnicas mais modernas, é necessário que o quarto passo seja rápido e ativo, porém rasante.

A perna esquerda impele o corpo de modo rasante na execução do quarto passo, evitando que o centro de gravidade se eleve durante o contanto do pé direito, cuja perna é flexionada, ao receber o peso do corpo. Agora sim, o eixo dos quadris e o pé direito giram para o lado direito acompanhando a rotação do tronco, já existente. É o chamado passo cruzado, seguido de um apoio dos pés, com a perna esquerda à frente, terminando assim a corrida e formando a nova fase técnica que passamos a ver em seguida. d) Posição de Lançamento: A posição de lançamento verifica‐se no momento em que ambas as pernas fizeram o contato com o solo, brecando a corrida, o peso do corpo recai sobre a perna direita flexionada e o tronco inclinado para trás. O pé esquerdo toca o solo, primeiro com o calcanhar, alguns centímetros para a esquerda da linha de direção do lançamento, com sua ponta ligeiramente voltada para dentro ou para frente. O braço direito e o dardo não mudam de posição durante o passo impulsor nem durante a posição de lançamento. Nesta fase, é importante que a mão esteja perfeitamente no prolongamento do antebraço e não poderá haver flexão absolutamente nenhuma do pulso. e) Lançamento Propriamente Dito: O lançamento começa com uma extensão para a frente e para cima da perna direita, pelas articulações do tornozelo e do joelho, conduzindo à frente o lado direito do quadril, enquanto que a perna esquerda, um pouco fletida, assentada primeiramente pelo calcanhar tendo primeiro uma ação de apoio e depois de elevação, bloqueia o lado esquerdo do quadril. Desta forma, o tronco é impelido para frente, originando a tensão em arco, através da qual é possível o emprego da força de ambas as pernas, tronco e braço de lançamento. Primeiramente, a perna de apoio é levemente fletida e em seguida, fortemente esticada (ação de apoio e alavanca). A perna de trás desliza e no ato do lançamento, encontra‐se apoiada pela ponta dos dedos, na sua lateral direita. O peso do corpo já passou da perna de trás para a perna da frente. Quando o braço lançador começa a atuar, é levantamento a nível da cabeça, apontado no sentido do lançamento, palma da mão para cima. Nesta altura o braço e antebraço estão em ângulo reto e o dardo já sofreu a ação dos quadris e da rotação do tronco. Exatamente no momento em que o lado direito do corpo ultrapassa o esquerdo, o

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braço esquerdo que se encontra fletido na altura do peito, tem o seu movimento para trás bloqueado. O lançamento tem lugar mais ou menos de saída de 31º a 36º. f) Reversão: Não tem influência direta no resultado do lançamento. Sua finalidade é brecar a velocidade do atleta e recuperar o equilíbrio, impedindo que ele transponha o limite regulamentar. Consiste depois de soltar o dardo, como num salto, inverter a posição das pernas, sendo que o pé direito deve assentar transversalmente à direção do lançamento, com a perna fletida. O tronco deve inclinar ‐se para adiante, o que causará o abaixamento do centro de gravidade. A perna esquerda deve ser levantada e puxada para trás. Para tal, é necessária uma distância de 1,5 a 2 metros do arco.

Regras ‐ A ordem em que os competidores farão suas tentativas será decidida por sorteio; ‐ Em uma competição até 8 competidores – cada um terá direito a 6 tentativas; ‐ Quando houver mais de 8 competidores: 3 tentativas para cada um, classificando os 8 melhores para mais 3 tentativas; ‐ O dardo deve ser seguro na empunhadura e sendo lançado por sobre o ombro ou acima da parte superior do braço de lançamento; ‐ Um lançamento só será valido se a ponta da cabeça metálica tocar o solo antes de qualquer outra parte do dardo; ‐ Será falta, se após iniciada uma tentativa, o competidor tocar com qualquer parte do corpo fora do corredor, incluindo as linhas demarcatórias, ou soltar impropriamente o dardo em uma tentativa; ‐ Para uma tentativa ser valida o dardo deve cair completamente nos limites internos do setor de queda; ‐ A medição é feita do primeiro ponto de contato da ponta da cabeça do dardo com o solo até a borda interna do arco, ao prolongamento da linha ao centro do círculo de que o arco faz parte; ‐ O competido não poderá deixar o corredor antes do dardo tocar o chão, ‐ A cada competidor será creditado o melhor de seus lançamentos

Lançamento de Disco Esta é a mais antiga das provas de lançamento. Teve importância capital nos jogos antigos da antiga a Grécia. O atleta deve segurar um disco plano contra os dedos da mão e antebraço. Depois, deve girar sobre seu corpo em

uma área circular de 2,5 metros de diâmetro e lançar o disco para frente na maior distância possível. O disco é feito de metal, pesa 2 Kg e mede entre 219 e 221 milímetros de diâmetro para as provas masculinas. Já para as provas femininas, o disco pesa 1 Kg e possui diâmetro de 180 e 182 milímetros.

Figura 133: Lançamento de Disco

O atleta pode fazer oito lançamentos. Se houver empate entre atletas, o segundo melhor lançamento é calculado na pontuação geral. Martina Hellmann quebrou o recorde olímpico feminino, com 72.30 m nos Jogos de 1988, em Seul.

História Eternizado na famosa estátua Discóbolus, de Míron, na Antiguidade o lançamento do disco fazia parte do pentatlo, que também incluía salto em distância, o stadium (corrida de cerca de 200 m), lançamento do dardo e luta. Existem registros de discos feitos de pedra, ferro e bronze. Acredita‐se que a prova tenha sido incluída no programa olímpico da 18ªOlimpíada da Era Antiga, em 708 a.C.; na Era Moderna, está presente já nos primeiros Jogos, em Atenas/1896.

Técnica do Lançamento do Disco

Figura 134: Fases da Técnica de Lançamento de Disco

Uma análise dos movimentos do lançamento do disco, mostra as seguintes fases: a) Empunhadura b) Posição inicial c) Giro ou deslocamento d) Posição final ou de lançamento e) Lançamento propriamente dito f) Reversão a) Empunhadura: O disco deve ser seguro de uma maneira bem descontraída, ficando apoiado pelas falanges distais e afastamento dos dedos, com exceção do polegar que não participa desta sustentação, mas ajuda no seu equilíbrio.

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Figura 135: Empunhadura do Disco

O indicador se posiciona aproximadamente sobre o seu diâmetro, enquanto existe uma ligeira flexão do pulso, permitindo que a parte superior toque o antebraço. Assim se obtém a conveniente descontração e evita que o disco caia da mão do atleta, durante os movimentos seguintes. b) Posição Inicial: O atleta toma a posição na parte posterior do setor de lançamento, de costas voltadas para o sentido que este vai se realizar, o afastamento dos pés, formando a base, é igual à largura dos ombros.

Figura 136: Posição dos Pés

O peso é eqüitativamente distribuído em ambas as pernas, com o disco ao lado do corpo.

Figura 137: Posição Inicial

Após a colocação do corpo nessa posição, inicia‐se os balanceamentos preparatórios (três geralmente), onde o disco é levado de um lado para o outro do corpo, que o acompanha descontraidamente com participação total. Estes balanceios, além da quebra da inércia, têm por objetivo concentrar o atleta para a realização do

arremesso e também auxiliar a impulsão favorecendo a velocidade do giro.

Figura 138: Balanço

c) Giros ou Deslocamento: A finalidade do giro é acelerar o disco de forma continuada, ao longo de um percurso tão extenso quanto possível, anterior aos movimentos do lançamento propriamente dito. Uma das principais forças atuantes no lançamento é a força centrífuga, que é aumentada durante o giro, pois o caminho que o disco percorre em torno do eixo representado pelo lançador, é bem maior.

Figura 139: Giro ou Deslocamento

O giro é iniciado com as pernas. A esquerda começa a girar sobre a planta para se dirigir ao sentido do lançamento, neste exato instante, o corpo começa a se deslocar e o arremessador leva, então, o seu peso sobre o pé esquerdo, que será o eixo do giro. O pé direito permanece no solo até o momento em que o lançador se encontre equilibrado sobre o pé esquerdo. Após perder o contato com o chão, é lançado em direção ao centro do círculo. No momento em que o pé direito se aproxima do seu objetivo, o esquerdo perde o contato com o solo, havendo assim uma fase de suspensão. Este movimento é na realidade um salto rasante e veloz. Quando a perna direita fletida tiver o contato com o solo (ao centro do círculo e sobre a planta do pé), passa a ser o pivô. A perna esquerda é conduzida adiante, na parte anterior do círculo, formando assim a posição de lançamento. Como sempre acontece durante todo o giro, o braço de lançamento continua atrasado, com relação ao eixo da linha dos ombros.

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d) Posição Final ou de Lançamento: Na posição de lançamento ambos os pés assentados no solo, numa distância aproximada (dependendo da estatura do atleta) de 70 a 80 cm, em afastamento antero‐posterior. O peso do corpo está sobre a perna direita no centro do círculo formando um ângulo de 150º em relação à direção do lançamento. O pé esquerdo apoia ao lado do anteparo, a cerca de 10cm com um ângulo em torno de 90º, relacionado com a direção do lançamento.

Figura 140: Posição Final ou de Lançamento

O braço que segura o disco está ainda bem atrás, para o lado direito, permitindo assim uma impulsão máxima do disco. O tronco, forma uma linha do ombro esquerdo até o pé esquerdo, sendo ainda que o ombro esquerdo fica na mesma linha vertical do joelho e ponta do pé direito. (Figura 1b e 2a, b) e) Lançamento Propriamente Dito: Esta é a mais importante fase de toda técnica do lançamento do disco. Assemelha‐se muito com a técnica do arremesso do peso, com exceção da diferença da posição do braço arremessador. O mecanismo de impulsão é quase idêntico nos dois casos.

Figura 141: Lançamento Propriamente Dito

Primeiramente, a perna esquerda freia o lado esquerdo do corpo, enquanto que, sob a impulsão da perna direita e do tronco, o corpo se volta, elevando‐se bruscamente, arrastando o braço que arremessa, o qual atua em atraso com relação ao peito, que se encontra de frente. A perna esquerda freia o movimento do lado esquerdo do quadril, enquanto que a direita impulsiona o quadril para o alto e para a frente. A pélvis acentua seu avanço sobre o tronco (formando um arqueamento). Este se manifesta através de uma rápida rotação para a frente.

Os ombros se abrem e o braço arremessador prolonga a sua demora antes de efetuar uma rápida “Chicotada” para a frente e para o alto. No instante em que se solta o disco, o peito está voltado para a frente. O braço esquerdo flexionado, a cabeça elevada, a perna esquerda completamente estendida e o braço arremessador quase na horizontal, tendo a palma da mão voltada para baixo, noprolongamento do eixo dos ombros. Desta forma, o disco abandona a mão, sofrendo por último a ação do dedo indicador e sai girando no sentido dos ponteiros do relógio num ângulo próximo dos 40º. Devemos observar que durante o giro, o disco não fica muito longe do corpo, mas na sua trajetória final, estará bem afastado. f) Reversão: Após soltar o disco, devido à grande velocidade com que o mesmo é arremessado, a tendência do corpo (o tronco em especial) é de desequilibrar para frente. Com isto, caso não consiga recuperar o equilíbrio, o atleta pode cometer uma falta que anulará a sua tentativa. Para que isto não ocorra, fará a reversão, que consiste numa inversão da posição das pernas. Com isso, ele coloca a perna direita flexionada à frente e puxa a esquerda atrás. Alguns continuam girando sobre a perna direita, após a reversão.

Tabela 18: Correção dos erros mais comuns no lançamento do disco.

Erros Correções

Dificuldades com o manuseio do disco

Realização de exercícios de adaptação ao implemento, enfatizando‐se a necessidade de velocidade na execução dos movimentos para manutenção do disco na posição correta

Realização de salto no momento da realização do giro

Realizar exercícios que acentuem a velocidade de deslocamento (rente ao solo) durante a realização do giro

Posicionamento antecipado do braço de lançamento

Realizar movimentos isolados da fase final do lançamento de modo que o lançador acompanhe o posicionamento correto do braço de lançamento, o qual deverá estar atrasado em relação ao restante do corpo

Dificuldades com a recuperação do equilíbrio

Realizar exercícios visando a parte final do lançamento, introduzindo‐se o movimento de “troca de pés” (ou reversão) fora e dentro do setor de lançamento

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Regras O disco, cujas faces devem ser lisas e uniformes, poderá ser de madeira ou outro material, sólido ou oco, envolto por um aro de metal em sua borda, que deve ser arredondada, com raio de aproximadamente 6 mm. Ao centro deverá conter placas metálicas circulares em ambas as faces, ou uma área plana equivalente. Seu peso total mínimo deverá ser de 1 kg, para provas femininas, e 2 kg, para provas masculinas. O disco deverá ser lançado a partir de uma posição estacionária de um círculo de 2,50 m de diâmetro, dividido externamente por uma linha pela qual o lançador deverá deixá‐lo (pela metade posterior) após sua queda no setor de lançamento. Na metade anterior, há um arco que coincide com a borda interna do círculo e pode ser tocado lateralmente, mas não pode ser ultrapassado, já que isso invalidará o lançamento. A orientação é que, em competições oficiais com mais de oito lançadores, cada um terá direito a três lançamentos, classificando‐se os oito melhores, que terão direito a mais três lançamentos. Caso o número inicial de competidores seja menor que oito, cada lançador terá direito a seis tentativas, valendo, para fins de classificação final, o melhor lançamento. Em uma competição, a ordem dos competidores deverá ser definida por sorteio, e cada lançador não deverá ultrapassar 1 minuto na realização da tentativa. A medição ocorrerá a partir do local de queda do disco mais próximo ao círculo de lançamento até a parte interna do aro do setor de lançamento onde será feita a leitura. Após a tentativa e tão logo o implemento tenha tocado o solo, o lançador deverá deixar o círculo por detrás da linha externa que define sua metade.

Lançamento do Martelo O objetivo do atleta é lançar para frente uma bola de ferro presa a um arame metálico com uma alça na extremidade. Este equipamento pesa 7,26 Kg a partir de uma base que tem 2,1 metros de diâmetro. Para o lançamento, o atleta pode dar três giros com o martelo sobre a cabeça para ganhar impulso e depois mais três giros em alta velocidade em torno do eixo do seu corpo antes de efetuar o lançamento. Se o martelo cai no terreno dentro de um ângulo de 90 graus, o arremesso é considerado válido.

História Do folclore irlandês vêm as façanhas de Cuchulain, que nos Jogos Atléticos do povo celta, por volta de 2 mil a.C, realizava prodígios de

força e destreza. Conta a lenda que, em certa ocasião, amarraram uma grande pedra ao eixo de uma carruagem. Cuchulain rodopiou sobre o próprio corpo e lançou o aparato "a uma distância que nenhum homem podia igualar". Nascia o lançamento do martelo.

A Técnica do Lançamento do Martelo O lançamento do martelo é sem dúvida uma das provas mais difíceis do atletismo. É necessário um longo processo de exercitação e de treino para poder se dominado completamente.

Figura 142: Lançamento do Martelo

Nele podemos encontrar as seguintes fases técnicas: a) Empunhadura b) Posição de partida c) Balanceios para os molinetes d) Molinetes e) Giros f) Lançamento propriamente dito g) Reversão a) Empunhadura: A anilha (manopla) é tomada primeiramente com a mão esquerda, pelas flanges distais, que deve estar protegida por uma luva especial. A mão direita se coloca sobre a esquerda, de tal modo que ambos os polegares se cruzam. Esta empunhadura deve ser firme mas sem contrações.

Figura 143: Empunhadura

b) Posição de Partida: O atleta se encontra na parte do círculo, de costas voltadas para a direção do lançamento, em afastamento lateral das pernas de aproximadamente da largura dos ombros. O

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eixo do círculo passa entre as duas pernas, cujo peso do corpo se divide proporcionalmente sobre elas. c) Balanceios Para os Molinetes: Existe dois tipos de balanceios para acelerar o martelo, preparando‐o para os molinetes, que são: 1 ‐ O martelo é levado à direita e atrás, podendo ainda ser dentro ou fora do círculo de lançamento. Desta forma, partindo de uma flexão lateral do tronco, tem‐se uma extensão, iniciando‐se assim o molinete. 2 ‐ No outro tipo de balanceio antes dos molinetes, o martelo encontra‐se elevado à frente do atleta e oscila para trás, entre suas pernas. Aproveitando o impulso adquirido, faz‐se um novo balanceio para a frente e para cima. À seguir, o martelo é dirigido para trás e a direita, fazendo uma rotação do tronco para acompanhar o implemento(que neste caso, fica elevado e não baixo como o outro tipo de balanceio) e tem início os molinetes.

Figura 144: Balanceio

d) Molinetes: Após realizar os balanceios descritos acima, as pernas começam a se estenderem parcialmente, dirigindo e girando o tronco para a esquerda, momento em que o martelo é arrastado para cima e à esquerda.

Figura 145: Molinetes

Desta forma, o martelo começa a impulsionar‐se através de dois ou três giros. Para que o raio eficaz de rotação do martelo seja o maior possível e o atleta tratará de manter os braços em extensão, durante tanto tempo quanto puder. Para satisfazer esta exigência, todos os bons especialistas abaixem um pouco o ombro esquerdo. Durante os molinetes existe um arqueamento do corpo, com transferência do peso, para o lado contrário à posição do martelo. Isto, para atuar contra a força centrífuga. Assim, no

momento em que o implemento se encontra em seu ponto baixo (lado direito do arremessador), o quadril se desloca para a esquerda, com a perna deste lado semiflexionada, a direita estendida e vice ‐versa, quando o martelo estiver na sua trajetória alta. e) Giros: Uma aceleração inicial que é criada nos molinetes, em um sistema de forma centrífuga, onde o lançador faz o papel de eixo fixo, tem nos giros esta aceleração aumentada, onde ainda o atleta continua como o eixo.

Figura 146: Giro

No momento em que a cabeça do martelo se encontra na diagonal, à direita do seu ponto mais baixo de trajetória, após o último molinete, começa o primeiro giro de impulso. Partindo daí, o arremessador transfere o peso do corpo para a perna esquerda, que nunca abandona o solo, passando a ser pivô de todos os giros (geralmente três), que são executados para dar a impulsão necessária ao arremesso, momento em que é produzido um desequilíbrio controlado para a esquerda e atrás. Os pés trabalham de forma que o esquerdo gire sobre o calcanhar e parte externa, a seguir para a esquerda, em direção ao lançamento, enquanto que o direito gira sobre a planta, dando assim meia volta. A segunda meia volta do pé esquerdo se fará sobre o posterior do mesmo, para terminar no plano do solo. O pé direito sai do chão novamente, passando rapidamente e muito próximo em volta da perna, buscando novo apoio no solo, colocando‐se paralelamente ao esquerdo, propiciando outra vez o “duplo apoio”. Quanto mais rápido se apoia o pé direito no solo tanto mais tempo pode‐se levar o martelo para baixo e tanto maior será a sua velocidade. Todos os giros são semelhantes e a velocidade deve ser tecnicamente crescente para que o arremessador possa colocar seu peso cada vez com maior força contra a força centrífuga do martelo, evitando assim ser arrastado ou derrubado.

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É importante a extensão dos braços durante os giros, bem como não projetar o peito à frente, nem estender as pernas, durante o apoio do direito, após a fase do primeiro apoio. Nunca se deve transportar o peso do corpo para a perna direita ou cair sobre ela. Com a rotação progressiva, com conseqüência da elevada velocidade no segundo e terceiro giro, a colocação dos pés se torna cada vez mais estreita, de rotação para rotação, de forma que a perna direita possa percorrer um caminho mais curto e veloz. f) Lançamento Propriamente Dito: Após a última rotação, depois do assentamento da perna direita no solo, e com o terço anterior, o lançador encontra‐se junto ao limite anterior do círculo, de costas para a direção do lançamento.

Figura 147: Lançamento Propriamente Dito

O peso do corpo encontra‐se sobre a perna esquerda e ambas as pernas estão fletidas. Neste momento começa o arremesso, especificamente com as pernas e não com os braços. Ambos os pés continuam girando para a esquerda, 90º, para a então começar o impulso simultâneo das duas pernas, juntamente com o tronco e os quadris. Isto após a passagem do martelo pelo ponto baixo de sua trajetória. A enorme velocidade em que se encontra o martelo neste momento faz com que ele adiante a sua posição em relação àquela que possuía no final de cada volta. Devido a isto, o atleta atua rapidamente, levando o tronco para trás, exercendo com ambos os braços a ação de tracionar o martelo, levando‐o para trás e para cima, sem que a ação diminua o raio de giro. O martelo é largado à altura dos ombros e a 90º, o ombro esquerdo aponta no sentido do lançamento e as costas estão bem arqueadas. O ângulo de saída aconselhável varia de 42º a 44º. g) Reversão: Com a finalidade de não transpor o limite do círculo de lançamento, o atleta absorve o impacto, através de uma inversão da posição das pernas. A esquerda é retirada para trás enquanto alguns flexionam a direita. Outros continuam

girando sobre a perna direita, levando o pé esquerdo para o centro do círculo.

Regras O chamado martelo na verdade é uma esfera de metal – geralmente aço inoxidável ou bronze – com 7,26 kg de peso no masculino e 4 kg no feminino. Ela é presa a um cabo de aço na ponta do qual existe uma manopla, onde o atleta segura para o lançamento. O conjunto esfera, cabo e manopla formam uma unidade de comprimento máximo de 1,2 m. O lançamento é feito com o atleta posicionado dentro de uma base de concreto circular de 2,135 metros de diâmetro (7 pés), com um anel metálico ressaltado marcando o diâmetro limite. Para que a distância seja medida, o lançamento precisa ser feito de maneira a que o implemento caia dentro de uma área marcada num ângulo de 34,92° à frente e o atleta não pode sair do círculo antes que o martelo toque o chão após o voo e sempre pela parte traseira dele. O setor onde se realiza o lançamento de martelo é envolto por três lados por uma gaiola (geralmente revestida por redes), de cerca de dez metros de altura, que protege os espectadores e demais atletas de um lançamento mal sucedido.[4] Após a chamada e permissão do árbitro, o atleta deve adentrar no setor e realizar o movimento de lançamento. O lançamento será invalidado: se os pés do atleta tocarem fora do círculo de 2,135 m, ou sobre a parte superior da borda metálica que o envolve; se o atleta demorar mais de 1 minuto para iniciar o movimento de lançamento; se o implemento for lançado fora do ângulo demarcado junto à grama; se, após realizar o lançamento, o atleta deixar o setor pela metade da frente do círculo. Como nas demais competições de lançamentos, vence quem lançar o implemento a maior distância. Geralmente os atletas fazem dois ou três rodopios antes de lançá‐lo para ganhar mais impulsão. Cada atleta tem três tentativas e, após realizá‐las, ficam apenas oito atletas com os melhores resultados para realizar mais três lançamentos. Como resultado final, considera‐se a melhor marca entre os seis lançamentos feitos. Em caso de empate, vale a segunda melhor marca do atleta. QUESTÕES 1. Existem vários tipos de lançamentos tais como: a) Vara, bola, peso, martelo b) Disco, dardo, peso, vara c) Disco, martelo, dardo, bola d) Bola, disco, dardo e peso e) Nenhuma das anteriores

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2. Quais são os tipos de lançamentos existentes no Atletismo? a) Lança, disco, vara e martelo. b) Bola, disco, lança e vara. c) Peso, disco, martelo e dardo. d) Vara, disco, peso e martelo 3. O lançamento do peso é válido quando: a) O peso cai no setor de queda. b) O peso cai fora das linhas que delimitam o sector de queda. c) O peso cai no círculo de lançamento. d) O peso cai o mais longe possível. 4. Qual peso dos implementos dardo e disco masculino e feminino respectivamente? a) 800g, 600g e 2kg, 1kg b) 800g, 700g e 1kg, 1kg c) 900g, 600g e 3kg, 2kg d) 800g, 700g e 1kg, 2kg e) 700g, 600g e 2kg, 2kg 5. Qual peso(kg) do implemento utilizado nas provas de arremesso de peso masculino e feminino respectivamente? a) 8,620 kg e 5kg b) 7,260 kg e 4kg c) 6,026kg e 3kg d) 9,206 kg e 5kg e) 7, 620kg e 4 kg GABARITO 1)e 2)c 3)a 4)a 5)b