zych, valleska capoeira

7/26/2019 ZYCH, Valleska Capoeira

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COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGOZYCH, Valleska; KUHN, Daniela. CAPOEIRA: um despertar para o autoconhecimento. In: ENCONTROPARANAENSE, CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS, XVI, XI, 2011. Anais.Curitiba: Centro Reichiano, 2011. [ISBN 978-85-87691-21-7]. Disponvel em:www.centroreichiano.com.br/artigos. Acesso em: ____/____/____._________________________________

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CAPOEIRA:UM DESPERTAR PARA O AUTOCONHECIMENTO

Valleska ZychDaniela Kuhn

A capoeira reconhecida nacionalmente, por ter sua origem histrica da pocada escravido. Sua prtica ajuda o indivduo a entrar em contato com seu eu,favorecendo uma melhor percepo de seus aspectos mais ntimos, na medidaem que gera oportunidade para o autoconhecimento e melhora da sua auto-estima. O processo de aprendizagem acontece atravs de vrios canais tantopara o conhecimento sistematizado, como para o autoconhecimento. medidaque as propostas da capoeira tragam para o aluno um trabalho corporal queaborde a conscincia corporal e a oportunidade para cada um expressar-se

atravs do corpo, o processo vir a proporcionar uma melhor compreenso desi. A capoeira apresenta um potencial para que os alunos abram os olhos paraenxergar claramente seu eu, reconhecendo assim, seus mecanismos dedefesas, num ambiente que propicia os desenvolvimentos de auto-realizao ede superao. A capoeira oferece todos independente de sexo, raa, idadeou nvel social crescimento pessoal, oportunidade de obter maior confianaem si, em seus direitos felicidade e vida.

Palavras-chaves:Autoconhecimento. Auto-estima. Capoeira. Mecanismos dedefesas.

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A capoeira reconhecida nacionalmente, por ter sua origem histrica da

poca da escravido. A necessidade de defesa para a sobrevivncia dos

escravos trouxe a capoeira, pois como eles no tinham armas descobriram o

prprio corpo como instrumento de defesa.

Os conhecimentos de defesas e ataques foram incorporados a partir da

natureza, especialmente a natureza dos animais. Uma natureza instintiva de

conquistar a liberdade perdida.

Paulo Freire (1984) observa que os movimentos dos negros africanos,ou seja, dos capoeiristas, revelam relaes harmnicas com a natureza,

chamando ateno para o possvel potencial que a mmica, como expresso

corporal, possa ter em culturas em que o corpo no foi submetido a um

intelectualismo racionalizante. (p.111).


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Cada ser tem movimento diferente dentro da vida, cada ser nico.

Assim tambm na capoeira, cada um tem pensamentos diferentes, agem

diferentes, porm somos todos, um conjunto corpo, mente e esprito

(GONALVES, 1994; COBRA, 2000; FREIRE, 1988).

A capoeira historicamente nasce e estrutura-se da necessidade do

capoeirista vivenciar sua identidade, de construir um movimento de resistncia

cultural e de lutar pela sua liberdade. Este objetivo maior e histrico concretiza-

se ainda hoje em uma roda de capoeira.

Para um capoeirista no momento da roda que ele se sente mais

importante (FALCO, 1996). Assim como afirma Reis (1997) que A roda

sintetiza o esprito de luta, a necessidade de exibir-se, satisfazer-se, o

encontro amistoso com o prximo procurando troca de experincias e a

aplicao do desenvolvimento individual de cada um (p.81).

O momento da entrada para o jogo mgico e ele acontece paraque cada um se encontre emocionalmente, restabelea o equilbrioe a autoconfiana, trabalhando seus medos: da solido, da timidez,dos preconceitos, das diferenas raciais e culturais (AFONSO, 2005,p.15).

Freitas (1997) com seu trabalho com crianas, aponta que a infncia a

fase mais importante de se aprender que o ser humano um conjunto, ou seja, nessa fase que a criana atravs de brincadeiras e jogos, enriquece seu

desenvolvimento das funes corporais, psquicas e psicolgicas, construindo

assim o seu prprio comportamento.

A capoeira histria, filosofia de vida, sentimento de brasilidade,msica, dana, jogo, amor, poesia, educao, cultura e a arte debrincar com o nosso prprio corpo no tempo e espao, no s doponto de vista da psicomotricidade, mas da contextualizao da suaprpria identidade histrica. Tudo isso movimento e se movimento vida. (FREITAS, 1997.p. 18).

Quando a percepo da real identidade torna-se mais aguada, o ser

humano pode sentir medo, pois geralmente est desvendando ou descobrindo

algo novo. natural sentir medo, porm deve-se evitar o sentimento de

imobilidade por causa dele. Paulo Freire em seu livro Medo e Ousadia (1987,

p.71), fala que se o indivduo racionalizar o medo que sente poder iniciar um


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processo de negao deste sentimento, ento quanto mais reconhecer que

esse medo conseqncia da tentativa de praticar seu sonho, mais voc

aprende a pr seu sonho em prtica.

Quando no queremos nos descobrir, nos encontrar e nos aceitar

buscamos obter meios de nos defender, que nos acomodam, incomodam e

nos bloqueiam.

Lewin citado por Mailhiot (1981) fala que nossos bloqueios prejudicam

as comunicaes, pois bloqueados no conseguimos enxergar a situao real,

podemos s vezes at ignor-la ou distorcer a verdadeira mensagem. (p.81).

Reich (1995) chama esse mecanismo de defesa como couraas

musculares. O corpo demonstra as resistncias, um meio tangvel para

elaborao de traumas emocionais.

Volpi e Volpi (2003) falam que a partir desses conflitos necessrio

alivi-los para que os mecanismos de defesa no nos angustiem (p.30).

Afirmam-nos que esses meios de proteo so inconscientes e nos do

exemplos deles: Recalque, Projeo, Identificao Projetiva, Introjeo,

Regresso, deslocamento, Negao, Converso, Isolamento, Inibio,

Racionalizao, Anulao, Formao Reativa, Fantasia e Sublimao

(p.31).

A capoeira pode nos libertar desses mecanismos de defesas, pois sua

pratica corporal nos equilibra fsica, psicolgica e espiritualmente. Atravs dela

possvel que as pessoas acreditem nos seus potenciais e se libertem de

seus gestos de defesas.

Um trabalho corporal que leve em considerao estes aspectos e que

proponha um contato da pessoa com suas potencialidades e suas limitaes,

balizado pela percepo da integridade do ser - levando em considerao suas

dimenses fsica, mental, emocional e espiritual (COBRA, 2000) - oportuniza

um contato da pessoa com seu universo pessoal e ntimo, favorecendo oautoconhecimento.

A capoeira oferece todos independente de sexo, raa, idade ou nvel

social crescimento pessoal, oportunidade de obter maior confiana em si, em

seus direitos felicidade e vida, adquirindo fora categrica na livre deciso

da vontade do indivduo.


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Yara Cordeiro (1998) em seu livro Capoeira e a Auto-estima mostra que

possvel atravs da capoeira o praticante conhecer-se sendo tambm uma

maneira de melhorar sua auto-estima.

A auto-estima possui dois componentes: o sentimento de competncia

pessoal e o sentimento de valor pessoal, ou seja, a soma da Autoconfiana e

Auto-respeito. Branden (1987), divide a auto-estima em 6 pilares: Viver

conscientemente, Auto-aceitao, Auto-responsabilidade, Auto-afirmao,

Intencionalidade e Integridade pessoal.

Viver conscientemente para Branden (1987) uma opo de escolha,

pois ele acredita que todo ser humano ir passar um dia pelos perodos de

modificao e transio com os quais ele tem que lidar. E esquivando-se

dessa responsabilidade o individuo perde a capacidade de estar cnscio do

ambiente de alguma forma, em algum nvel, e de guiar a ao de acordo com

essa percepo (BRANDEN, 1987, p. 96).

Segundo Cordeiro (1998), viver conscientemente no implica no fato de

que tudo a nossa volta deve ser automaticamente analisado, e que em

determinado momento haver um processo de seleo da mente, separando o

que realmente nos importa no momento. Atravs desse momento o ser ir

perceber o ambiente externo e interno (necessidades, vontades, emoes) de

forma responsvel e realista, conduzindo assim as aes mais adequadas de

acordo com a natureza individual de cada um.

A auto-aceitao para Branden (1997) a minha conduta em manter

um relacionamento antagnico comigo mesmo. (p.125). Compreender e

aceitar no significa gostar, nem se conformar; as mudanas podem e devem

ser desejadas. Por isso, necessrio buscar compreender os prprios erros e

aprender com eles ao invs de simplesmente reprov-los. (CORDEIRO, 1998,

p. 20).Para que algum se sinta merecedor de felicidade preciso se ter

controle sobre a vida, assumir as responsabilidades pelos atos, valores

assumidos, pelos objetivos, pela conscincia desenvolvida, pela prpria

felicidade, ou seja, pela vida. A auto-responsabilidade implica basicamente,

numa orientao ativa diante da vida. (BRANDEN, 1997, p. 149).


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A auto-afirmao para Branden (1997) honrar minhas vontades,

minhas necessidades e meus valores, buscando formas apropriadas de

express-los na realidade. (p.157). Segundo Cordeiro (1998) externar as

emoes necessrio para manter a sade mental e at fsica das pessoas,

pois estas tendem a negar ou reprimir as emoes ditas ruins, passando assim

a assumir uma postura passiva ou aptica diante de situaes que geram

essas emoes. necessrio que haja um equilbrio comportamental onde as

emoes possam ser expressas para que no haja tenses e dores

musculares, cefalias, gastrites ou at mesmo tumores. (CORDEIRO, 1998).

Viver intencionalmente usar os poderes que temos para atingir os

objetivos que selecionamos. (BRANDEN, 1987, p.170). Intencionalidade ,

ento, ter um propsito para evitar que a vida d voltas sem alcanar objetivo

algum. Ou seja, estes objetivos ou metas traados representam a viso que a

pessoa tem de si e a competncia que ela acha ter para realizar tal tarefa.

(CORDEIRO, 1998).

Integridade pessoal para Branden (1987) a integrao dos ideais, das

convices, dos critrios e das crenas e do comportamento. (p.185). ser

coerente, respeitando assim seus valores, pois se agir em funo de normas

alheias a pessoa est propensa a se sentir culpada. E agindo de acordo com

sua conscincia, sua competncia, suas intenes e responsabilidades, de

forma a manter sua integridade, estaro assim, preservando sua auto-estima e

seus erros sero assimilados e corrigidos mais facilmente (CORDEIRO, 1998).

A Auto-estima em geral no se ganha, ela precisa ser conquistada e

adquirida com trabalho srio, responsvel e consciente. Escolhendo valorizar

as alegrias ao invs de lutar contra as mgoas, consequentemente gerando a

conquista de uma maior liberdade de viver (CORDEIRO, 1998). Desenvolver a

auto-estima expandir nossa capacidade de ser feliz (BRANDEN, 1987).Atravs da movimentao ritmada, gestos, posturas, vivncia mostradas

em danas e lutas, a capoeira ajuda realmente o indivduo a entrar e perceber

bem o seu interior, ou seja, ela uma forma de se autoconhecer, alm da

abertura para reconhecer o prximo (MACHADO, 1997).

Segundo Senna Carlos (1990), citado por Machado (2001):


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A Capoeira cortesia e patrocina a moderao da linguagem..., ajudaa desenvolver o poder da vontade, cultura a. Coopera com aformao do carter, dando quele que nela se exercita fsica efilosoficamente uma marcante sinceridade, induzindo a uma moralna qual procura sempre no atingir a dignidade do seu semelhante

(p.50).

Na abordagem reichiana, atravs dos mecanismos de defesa,

manifesta-se o carter da pessoa. Reich diz que a anlise do carter no pode

ser aprendida atravs de livros. necessrio treinar, ou seja, atravs de uma

prtica corporal (REICH, 1995)

Anlise do carter foi desenvolvida por Reich no final dos anos 20.

feita atravs de uma leitura corporal de forma a identificar seu carter,

permitindo assim, a observao da relao ntima entre os processos da menteinseridos no corpo, chamadas por ele de couraas musculares. Para

desbloquear essas couraas, Reich criou a tcnica de vegetoterapia.

Segundo Alexander Lowen (1975),

A vegetoterapia se refere mobilizao de sentimentos e sensaesatravs da respirao e outras tcnicas corporais que ativam oscentros vegetativos (os gnglios do sistema nervoso autnomo) elibera energias vegetativas. (p.17).

A vegetoterapia caractero-analtica uma metodologia teraputicacom implicaes socioculturais, polticas (no partidrias!), cujoescopo contribuir para transformar, gradual e progressivamente, acondio atual de nossa sociedade (causa da psicopatologiacoletiva em que nos encontramos!) (NAVARRO, 1996, p.13).

A capoeira tambm um processo de trabalho de transformao

gradual e progressivo, tornando-nos mais conscientes. Claro que isso

possvel a partir do momento que vamos nos reconhecendo, nos reciclando, ou

seja, tirando nossas mscaras e nos vendo como seres nicos.Roberto Freire (1988), criador da Somaterapia, a define como uma

prtica para a libertao de nossos bloqueios. Soma tambm a

compreenso e a prtica de viver sob o comando da bioenergia, que alimenta

e realiza a experincia somtica do ser (FREIRE, 1988, p. 24).


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A anlise bioenergtica foi criada por Alexander Lowen em 1956, uma

extenso do trabalho de Reich. uma maneira de atender a personalidade de

em termos do corpo e de seus processos energticos (LOWEN, 1985, p.5).

Pode ser considerada uma forma de terapia que combina o trabalho com o

corpo e com a mente para ajudar as pessoas a resolverem seus problemas

emocionais e melhor perceberem o seu potencial para o prazer e alegria de

viver. (LOWEN, 1985, p.5).

Neste sentido vislumbramos o potencial da capoeira veculo de

transformao pessoal.

A movimentao da capoeira propicia um trabalho bioenergtico

intenso, influindo diretamente nos anis de couraa propostos porReich, desbloqueando-os, o que faz com que o praticante adquira umaflexibilidade e destrezas corporais, levando-o a uma auto-confiana ealegria de viver (AFONSO, 2005, p.15).

Uma proposta bem direcionada de capoeira e com profissionais

qualificados para atuar a partir da totalidade dos praticantes, oportuniza

organizar nossa estrutura, em suas dimenses fsica, mental, emocional e

espiritual, pois sua prtica tem muita eficcia na descronificao da couraa

muscular, havendo espao e satisfao para o Autoconhecimento.

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REFERNCIAS

AFONSO, R. Um grito de liberdade: de zumbi a Reich. Curitiba: CentroReichiano, 2005. Disponvel em: www.centroreichiano.com.br/artigos. Acessoem: 12/05/2011.

BRANDEN, N. Auto-Estima: Como aprender a gostar de si mesmo. (RicardoGouveia, trad, Maria Silva M Netto, ver.) 30 ed. Saraiva. So Paulo 1987.

COBRA, N. A Semente da Vitria. So Paulo: editora Senac, 2000.

CORDEIRO, Y. C. Capoeira e Auto-Estima. Braslia-DF, 1998.

FALCO, J. C. L. A escolarizao da Capoeira. Braslia: ASEFE RoyalCourt, 1996.


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FREIRE, P; IRA, S. Medo e Ousadia: O cotidiano do professor. Paz e Terra.Rio de Janeiro, 1987.

FREIRE, R. Soma: uma terapia anarquista. Vol.1 A Alma o Corpo 3 ed.

Guanabara Koogan. S.A. Rio de Janeiro, 1988.

FREITAS, J. L. Capoeira Infantil: a arte de brincar com o prprio corpo. Ed.Expoente. Curitiba-PR, 1997.

GONALVES, M. A. S. Sentir, Pensar, Agir, Corporeidade e Educao. 11ed. Campinas: Papirus, 1994.

LOWEN, A. Bioenergtica. Traduo de Maria Silvia Mouro Netto. Summus.So Paulo, 1975.

MAILHIOT, B. G. Dinmica e Gnese dos Grupos. Livraria Duas Cidades. 5

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MACHADO, L. R. Capoeira e Dana na Educao de Adolescentes. 2001.165f. (Dissertao de Mestrado) em Artes Instituto de Artes da Universidadede Campinas, Campinas, 2001. Disponvel em www.unicamp.com.br.Acessado em 22/04/2011.

NAVARRO, F. Metodologia da Vegetoterapia caractero-analtica:sistemtica, semitica, semiologia, semntica. Traduo de Silvana Fo.Summus. So Paulo, 1996.

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VOLPI, J. H; VOLPI, S. M. REICH: da psicanlise anlise do carter. CentroReichiano. Curitiba, 2003.

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AUTORAS

Valleska Zych/PR - Graduada em Educao Fsica pela UTFPR. Cursandoespecializao em Psicologia Corporal na categoria pedaggica no CentroReichiano, Curitiba/PR. Pesquisadora do grupo de pesquisa Corpo, Educaoe Desenvolvimento Humano da UTFPR. Capoeirista desde 2002.E-mail: [email protected], maio de 2011.

Daniela Kuhn/PR - professora do curso de Educao Fsica da UTFPR.Coordenadora e Orientadora do grupo de Pesquisa Corpo, Educao e


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Desenvolvimento Humano. Coordenadora do Projeto Catadoras de Si daUTFPR. Curitiba-PR, maio de 2011.E-mail: [email protected]

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