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Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 1 Sumário Executivo ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DA ÁREA DO AGLOMERADO URBANO DE GOIÂNIA SUMÁRIO EXECUTIVO GOIÂNIA 1994 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE DIRETORIA DE GEOCIÊNCIAS - DGC DIVISÃO DE GEOCIÊNCIAS DO CENTRO-OESTE - DIGEO/CO

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Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 1

Sumário Executivo

ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DA

ÁREA DO AGLOMERADO URBANO DE

GOIÂNIA

SUMÁRIO EXECUTIVO

GOIÂNIA1994

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE DIRETORIA DE GEOCIÊNCIAS - DGC DIVISÃO DE GEOCIÊNCIAS DO CENTRO-OESTE - DIGEO/CO

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 2

Sumário ExecutivoESTADO DE GOIÁSSECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO - SEPLAN - GO.SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - SUPLEC

ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICODA ÁREA DO AGLOMERADO URBANO DE GOIÂNIA ESTADO DE GOIÁS

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE DIRETORIA DE GEOCIÊNCIAS - DGC DIVISÃO DE GEOCIÊNCIAS DO CENTRO-OESTE - DIGEO/CO

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

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Governo do Estado de Goiás Governador: Marconi Ferreira Perillo Junior SEPLAN - SECRETARIA DE PLANEJAMENTO Secretário Giuseppe Vecci Chefe de Gabinete Jailton Paulo Naves Superintendente de Planejamento e Controle Ubajara Berocan Leite Superintendente de Pesquisa, estatística e Informação Jefferson de Castro Vieira Superintendente de Desenvolvimento Eduardo Bilenjian Filho IBGE Presidente Sérgio Bruni Diretor de Planejamento e Coordenação Maurício de Souza Rodrigues Ferrão Órgãos Técnicos Setoriais Diretoria de Pesquisa Tereza Cristina Nascimento Araújo Diretoria de Geociências -DGC Ney Alves Ferreira Diretoria de Informática Francisco Quental Centro de Documentação e Disseminação de Informações Paulo Cesar Quinslri Unidades Responsáveis Diretoria de Geociências e Departamento de Geografia

Divisão de Geociências do Centro-Oeste Bernardo Cristóvão Colombo da Cunha Serviço de Estudos Ambientais Maria Luiza Osório Moreira Departamento de Geografia Cesar Ajara Divisão de Estudos Setoriais e Regionais Maria Mônic a O'Neill

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia4

Sumário Executivo

EQUIPE EXECUTORA

GERENTE: Levi Makert dos Santos

AUTORES: Análise Ambiental

Engº Ftal Luiz Alberto DambrósEngº Agrº Ademir Benedito de OliveiraGeól. Jeferson Oliveira Del'ArcoGeóg. Levi Makert dos SantosGeóg. Francisco José de Almeida

Análise Sócio-Econômica

Geóg. Vera Maria d'Ávila Cavalcanti BezerraGeóg. Diva Almeida FurlanettoGeóg. Edson Faria Ferreira(in memorian)

PARTICIPANTES:

Setor de Tratamento Gráfico:

Bernadete Maria Braga LobatoDioberto Carvalho ArantesOrisvando Gonzaga de ResendeEdson Rodrigues PlácidoJosé Maria TobiasJoão Martins LemesAntônio Carlos Rodrigues da SilvaSebastião de Souza SilvaRaimundo Cabral ResendeClaudimar Ferreira CastroPaulo Afonso Melo da SilvaRegina Célia Silva Alonso

Arquivo Gráfico Municipal:

Márcia Cristina de Souza Matos CarneiroVeralúcia Aparecida Nascimento Cunha

Digitação:

Solange Versiani Novaes Magalhães

Editoração: (março de 2001)

AGIM - Diretoria de Mineração e Recursos NaturaisLaboratório de Geoprocessamento

Geól. Aurelene SilvaGeól. Heitor Faria da CostaTéc. Min. Jeovah Quintino da SilvaGeól. Maria Luiza Osório MoreiraTec. Min. Sérgio Pereira da Silva

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 5

Sumário Executivo

AGRADECIMENTOS__________________________________________________________________________

Para a realização do trabalho contribuiram, de diversos modos, as seguintes instituições,órgãos e/ou empresas: CODEPLAN - Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central;Delegacia do Ministério de Minas e Energia em Goiás(ex-DNPM/VI Distrito); EMCIDEC -Empresa Estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Social de Goiás;EMOP - Empresa Estadual de Obras Públicas de Goiás; FEMAGO - Fundação Estadual do MeioAmbiente de Goiás; IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente-Goiás; IPLAN - Institutode Planejamento Municipal de Goiânia; METAGO - Metais de Goiás S/A; SANEAGO -Empresa de Saneamento de Goiás S/A; UFG - Universidade Federal de Goiás(Departamento deGeografia e Escola de Agronomia - Departamento de Engenharia Rural); Secretaria de Saúde eMeio Ambiente de Goiás; e as prefeituras municipais do Aglomerado Urbano de Goiânia.

Os autores são gratos também aos seguintes colegas por suas colaborações especiais: Eng.Agr. Antônio Silva Novaes pela compatibilização da legenda de solos; Arnaldo Guimarães deÁvila pela confecção de lâminas petrográficas; Eng. Agr. José Alberto Celestino Novais pelaorganização dos dados climáticos; Eng. Agr. José Renato de Souza Costa pela caracterização dealguns aspectos do uso agropecuário; Geól. Maria Luiza Osório Moreira pela descrição delâminas petrográficas; Geól. Péricles Prado pela elaboração de tabelas e figuras de texto nocomputador, Geóg. Diana Melo Del'Arco, Eng. Agr. Antônio José Wilman Rios e Prof.Dra.Teresa Cardoso da Silva pelas orientações e sugestões técnicas na elaboração dos mapas; aoscolegas Geól. Igor Tarapanoff, Geóg. Lindinalva Mamede, Geól. Valter Alberto Drago e Eng.Agr. Virley Álvaro de Oliveira pelas críticas e sugestões durante as várias etapas do trabalho; e àGeóg. Alenir Mendonça Veiga pela sua participação no trabalho de campo da equipe doDEGEO.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 6

Sumário Executivo

SUMÁRIO__________________________________________________________________________

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9

2. METODOLOGIA .......................................................................................................... 13

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ................................................................................ 233.1 - Aspectos Físico-Bióticos ........................................................................................ 23

3.1.1 - Domínio dos Complexos Granulíticos e dos Granitóides, com Zonasde Cisalhamento - Região do Planalto Central Goiano ............................. 24

3.1.2 - Domínio das Sequências Metassedimentares da Faixa de DobramentosUruaçuanos - Região do Planalto Rebaixado de Goiânia .......................... 30

3.1.3 - Domínio das Depressões Pediplanadas, Interplanálticas - Região dasDepressões e Morrarias do Rio dos Bois ................................................... 31

3.1.4 - Domínio Azonal das Áreas Aluviais - Região das Planícies Aluviais ....... 323.1.5 - Potencial dos Recursos Naturais ............................................................... 32

3.2 - Aspectos Sócio-Econômicos .................................................................................. 463.2.1 - Aspectos do Processo de Ocupação e da Urbanização do Aglomerado

Urbano de Goiânia - Identificação de Alguns Problemas e suasImplicações no Meio Ambiente ................................................................. 46

3.2.2 - Aglomerado Urbano de Goiânia - A Área de Estudo ................................. 473.2.2.1 - Goiânia - o Município-Núcleo .................................................... 473.2.2.2 - O Entorno de Goiânia .................................................................. 50

3.2.3 - O Setor Secundário no Aglomerado Urbano de Goiânia ........................... 513.2.4 - A Situação Ambiental do Aglomerado Urbano de Goiânia ....................... 533.2.5 - Considerações Finais .................................................................................. 54

4. PRODUTOS GERADOS .............................................................................................. 584.1 - Mapa Geoambiental ............................................................................................... 584.2 - Mapa de Dinâmica da Paisagem ............................................................................ 594.3 - Mapa de Avaliação da Qualidade Ambiental ........................................................ 604.4 - Mapa de Subsídios ao Reordenamento Territorial ................................................. 63

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................... 65

6. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 67

TABELASTabela 1 - Estabelecimentos Industriais – 1985 .................................................................. 55Tabela 2 - Variação da População Absoluta e Relativa - 1980-1991 .................................. 56Tabela 3- Área, População, Demografia e Taxa de Urbanização ........................................ 57

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 7

Sumário Executivo

FIGURAS

01 - Localização da Área ..................................................................................................... 1002 - Divisão Político-Administrativa da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia ........... 1103 - Principais vias de acesso do Aglomerado Urbano de Goiânia ..................................... 1204 - Fluxograma - Roteiro Metodológico ............................................................................ 1405 - Pluviosidade média anual no Aglomerado Urbano de Goiânia - Período 1978-88 ..... 1806 - Temperatura média anual no Aglomerado Urbano de Goiânia - Período 1978-88 ...... 1907 - Geossistemas da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia ......................................... 2008 - Mapa Geológico Simplificado da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia ............... 2109 - Unidades Litoestratigráficas da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia .................. 2510 - Relevos da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia ................................................. 2611 - Altitudes dos compartimentos topográficos do Aglomerado Urbano de Goiânia ....... 2712 - Mapa Esquemático de Solos do Aglomerado Urbano de Goiânia ............................... 2813 - Distribuição Esquemática da Vegetação Primitiva do Aglomerado Urbano de

Goiânia ........................................................................................................................ 2914 - Potencialidade econômica das rochas do Aglomerado Urbano de Goiânia ................. 3415 - Classes de Predisposição à Erosão das rochas do Aglomerado Urbano de Goiânia,

à ação das águas de escoamento superficial ............................................................... 3516 - Potencial agrícola dos solos do Aglomerado Urbano de Goiânia ................................ 3617 - Distribuição percentual dos solos na Área do Aglomerado Urbano de Goiânia,

segundo suas classes de fertilidade natural .................................................................. 3918 - Distribuição percentual dos solos na Área do Aglomerado Urbano de Goiânia,

segundo suas classes de terras para mecanização ........................................................ 3919 - Distribuição do percentual dos solos na Área do Aglomerado Urbano de Goiânia,

segundo suas classes de terras para irrigação ............................................................... 3920 - Vulnerabilidade do meio físico do Aglomerado Urbano de Goiânia - classes de

dinâmica da paisagem ................................................................................................... 4021 - Potencial da vegetação natural do Aglomerado Urbano de Goiânia ............................ 4122 - Vegetação natural remanescente e/ou regenerada na área do Aglomerado Urbano

de Goiânia ..................................................................................................................... 4223 - Uso atual das terras no Aglomerado Urbano de Goiânia ............................................. 4324 - Padrões de Uso do Solo na Área do Aglomerado Urbano de Goiânia ......................... 45

ESTAMPAS ....................................................................................................................... 72

I Padrão de ocupação agrícola intensiva: culturas anuais intercaladas compastagens e olericultura. Município de Nerópolis ................................................. 73

II Área de média a baixa encosta,preparada para olericultura(tomate),comirrigação.Município de Nerópolis .......................................................................... 74

III Pastagem plantada em Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, no topo dechapada. Município de Aragoiânia ........................................................................ 75

IV Desmatamento em área remanescente de vegetação primária, próximo à fozdo rio Caldas. Município de Bela Vista de Goiás ................................................. 76

V Cascata no ribeirão Cachoeira, em lajedos de quartzitos micáceos, próximo àserra do Mato Grande. Município de Aragoiânia ................................................. 77

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 8

Sumário Executivo

VI Pastagem plantada em relevo plano-rampeado à margem esquerda do ribeirãodos Pereiras. Município de Guapó ......................................................................... 78

VII Plantio de milho irrigado com pivô central, em área plana com LatossoloVermelho-Escuro distrófico; sul do município de Guapó ..................................... 79

VIII Voçoroca em área adjacente à drenagem, com solo Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico. Município de Trindade .............................................................. 80

IX Planície aluvial do rio Meia Ponte, com uso múltiplo, a montante do Campusda UFG. Município de Goiânia ............................................................................. 81

X Área degradada por atividade de mineração clandestina, no sopé da serra daAreia. Município de Aparecida de Goiânia .......................................................... 82

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 9

Sumário Executivo

1. INTRODUÇÃO__________________________________________________________________________

Este sumário mostra os resultados do estudo "Zoneamento Ecológico-Econômico da Áreado Aglomerado Urbano de Goiânia", realizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística-IBGE, por solicitação do Governo do Estado de Goiás, mediante contrato de prestaçãode serviços técnicos firmado com a Secretaria de Planejamento e Coordenação-SEPLAN-GO, em14 de março de 1991.

O estudo teve por objetivo analisar, de forma integrada, a potencialidade dos recursosnaturais da área da capital do Estado e adjacências, bem como as formas de ocupação e de uso daterra e a sua qualidade ambiental atual, de modo a estabelecer, em mapas na escala 1:150.000, ozoneamento ecológico-econômico.

Tal delimitação é a setorização das características do meio físico , incluindo asinterferências antrópicas, em espaços homogêneos, ou zonas equiproblemáticas em relação àsofertas ecológicas, aos problemas ambientais e aos sócio-econômicos nelas contidos.

O trabalho visa subsidiar as políticas e ações governamentais para o desenvolvimentodessa área, com instrumentos básicos que permitam promover o Reordenamento Territorial, demodo a assegurar e preservar o uso contínuo dos seus recursos naturais, assim como aminimização e o controle dos impactos ambientais decorrentes das atividades humanas.

O Aglomerado Urbano de Goiânia abrange uma área de 6.943,3km2, localizada na partecentral do Estado de Goiás, entre os paralelos 16o16' e 17o13' de latitude Sul e os meridianos de48o38' e 49o45' de longitude Oeste, a uma distância aproximada de 200 km da Capital Federal,Brasília (Fig. 1). Compreende o município de Goiânia, capital do Estado e 16 (dezesseis) outrosmunicípios do seu entorno, a saber: Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás,Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Goianápolis, Goianira, Guapó, Hidrolândia, Leopoldode Bulhões, Nerópolis, Santo Antônio de Goiás, Senador Canedo, Terezópolis de Goiás eTrindade (Fig. 2).

Contrasta com o restante do Estado por sua grande concentração urbana, comcaracterísticas metropolitanas, inserida em uma região de economia tipicamente agropecuária.Servida por excelente rede de estradas de rodagem, a área tem acesso fácil em todas as direções,ligando a qualquer parte do país. Desta rede três são rodovias federais: BR-153, BR-457 e BR-060; as demais são de jurisdição estadual. Completando o sistema viário há várias estradasvicinais de jurisdição municipal e, com exceção de Caldazinha, todas as sedes se ligam à Goiâniapor estrada asfaltada (Fig.3).

Da execução do projeto participaram equipes técnicas multidisciplinares, sediadas naDivisão de Geociências do Centro-Oeste - DIGEO-CO e na Divisão de Estudos Setoriais eRegionais - DIESE, do Departamento de Geografia - DEGEO-RJ, pertencentes à Diretoria deGeociências - DGC. A equipe da DIGEO-CO, incumbiu-se da análise e do mapeamento dascaracterísticas físico-bióticas, de uso da terra e de qualidade ambiental e a do DEGEO-RJ, dosaspectos sócio-econômicos.

Foram realizados levantamentos de campo em todos os municípios, num total de 8.321kmde estradas percorridas, para a caracterização geral da área, com coleta de amostras de rochas,solos e de diversos dados ambientais e sócio-econômicos.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 13

Sumário Executivo

Como resultado dos estudos desenvolvidos foram elaborados quatro mapas dezoneamento, que se encontram em anexo:• Mapa Geoambiental - mostra a compartimentação da paisagem segundo suas características

físicas (geológicas, geomorfológicas, de solos, de vegetação e de clima), hierarquizadas emDomínios, Regiões, Geossistemas, Subsistemas e Geofacies.

• Mapa de Dinâmica da Paisagem - apresenta a capacidade de evolução da paisagem emrelação à ação das águas superficiais (erosão pluvial, principalmente), separando áreas comvulnerabilidade desde muito fraca a muito forte.

• Mapa de Avaliação da Qualidade Ambiental - indica avaliações da interferência antrópicano meio ambiente (as diferentes formas de apropriação do espaço geográfico: usos urbano,agropecuário, com atividades de mineração, entre outros), face à capacidade natural de suportedas terras. Define a qualidade ambiental atual distinguindo áreas conservadas ou em equilíbrionatural, áreas em equilíbrio/uso compatível, áreas em alerta e áreas críticas, e os impactosconfigurados e/ou potenciais.

• Mapa de Subsídios ao Reordenamento Territorial - integra as informações dos mapasanteriores e assinala as zonas que necessitam ações de reordenamento, indicando osproblemas identificados/esperados na diversas áreas e as recomendações gerais e específicaspara solucioná-los.

Esses conhecimentos permitem, à gestão do Reordenamento Territorial, direcionar osestudos para serviços técnicos mais detalhados, que se ocupem da agricultura, urbanização,preservação e recuperação.

2. METODOLOGIA__________________________________________________________________________

Para que o objetivo proposto fosse alcançado, a metodologia adotada previu olevantamento e o mapeamento sistemático dos recursos naturais e da dinâmica da ocupaçãosócio-econômica. A análise e correlação dessas informações delinearam os contornos de zonas deacordo, não apenas com o uso efetivo e o uso potencial dos recursos na ocupação atual, mastambém as tendências ou perspectivas de ocupação futura na área do Aglomerado Urbano deGoiânia.

Para esta análise, foram observadas as mudanças ocorridas neste espaço, através darealização de pesquisas de campo, nas quais foram levantadas diferentes informações, tanto pelaequipe técnica da DIGEO-CO, quanto pela do DEGEO-RJ.

A equipe técnica da DIGEO-CO seguiu procedimentos que incluem vários estágios,conforme indica o fluxograma (Fig.4). Inicialmente fez-se o levantamento bibliográfico sobre ascaracterísticas físicas, bióticas e antrópicas da área e confeccionou-se uma base cartográficapreliminar, na escala 1:100.000. Em seguida, a partir da interpretação de imagens de satélite TM-Landsat-5, na mesma escala, em falsa cor e preto e branco, fotografadas em 1988 e 1990,elaborou-se mapas de serviço temáticos, sobre os diversos componentes do meio físico/biótico(Geologia, Geomorfologia, Solos e Vegetação) e as formas de uso da terra. As interpretaçõesforam complementadas, em algumas partes da área, com análises de fotografias aéreasconvencionais a 1:60.000 de 1964 e a 1:40.000, de 1988.

Fig. 4 - F UXOGRAMA – ROTEIRO MEDOLÓGICO

1ª ETAPA: CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO-BIÓTICO E DOS ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

2ª. ETAPA: CARACTERIZAÇÃO DA DINAMICA DO MEIO FISÍCO E DAS ATIVIDADES ANTROPICAS

MAPA GEOLÓGICO

- PARÂMETROS LI-TOLÓGICOS E ES-TRUTURAIS

- FORMAÇÕES SU-PERFICIAIS

- POTENCIAL DOSBENS MINERAIS

MAPA GEOMORFOLÓGICO

- MODELADOS SO RELEVO- DECLIVIDADE DAS EN-

COSTAS- DENSIDADE DA DRENA-

GEM- ALTIMETRIA- ANÁLISE GEOMORFOLÓ-

GICA

MAPA DE SOLOS

- CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, MI-NERALÓGICAS E MORFOLÓGICAS

- FATORES FAVORÁVEIS E LIMI-TANTES DAS CLASSES DE SOLO

RA AS ATIVIDADES ANTRÓPI-S

- TIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS

CLIMA

- PARÂMETROSTERMO-HÍDRICOS

- BALANÇO HÍDRI-CO

MAPA DE VEGETAÇÃO

- REGIÕES FITOECOLÓ-GICAS, FORMAÇÕES /SUBFORMAÇÕES

- CARACTERÍSTICAS DAVEGETAÇÃO REMANES-CENTE

- POTENCIAL DA VEGETA-ÇÃO REMANESCENTE

PARÂMETROSSÓCIO-ECONÔMICOS

COMPONENTES ABIÓTICOS COMPONENTES BIÓTICOSAGENTES E FATORES

DE ALTERAÇÃO

MAPA MORFOESTRUTURAL MAPA MORFOP OLÓGICOMAPA DE RECONSTITUIÇÃO

FITOGEOGRÁFICA

MAPA GEOAMBIENTALDOMINIOS, REGIÕES, GEOSISTEMAS, SUBSISTEMAS E GEOFACIES

MAPA GEOAMBIENTAL

MAPA DE DINÂMICA DA PAISAGEMMEIO ESTAVEL, DE TRANSIÇÃO, E INSTAVEL

MAPA DE PREDISPOSIÇÃO MAPA DE EROSÃO MAPA DE USO ATUAL DAS TERRAS

L

PACA

AP

ED

3ª. ETAPA: CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE AM IENTAL

4ª. ETAPA: IDENTIFICADOR DAS ZONAS PARA AÇÕES DE REORDENAMENTO

MAPA DE DINÂMICA DA PAISAGEM

MAPA DE QUALIDADE AMBIENTALAREAS EM EQUILIBRIO NATURAL, COM USO COMPÁTIVEL,

EM ALERTA E CRITÍCAS

MAPA DE USO ATUAL S TERRAS MAPA DE IMPACTOS CONFIGU-RADOS E/OU POTÊNCIAIS

PARÂMETROS SOCIO-ECOMÔMICOS

MAPA DE QUALIDADE A BIENTAL

MAPA D BSIDIOS AO REORDENAMENTO TERRITORIALZONAS PAR EORDERNAMENTO (AREAS CRITÍCAS, EM ALERTA,

DE PROTEÇÃO INTEGRAL, URBANAS)ZONAS M NECESSIDADE ATUAL DE REORDENAMENTO

MAPA DE POTÊNCIAL DOS RECURSOS MAPA DE AÇÃO TENDÊNCIA DOS PARÂMETROSSOCIOS-ECONÔMICOS

E SUA R

SE

M

B

DA

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 16

Sumário Executivo

Os trabalhos de campo foram realizados em quatro ocasiões: junho/91, novembro/91,fevereiro/92 e novembro/92, durante os quais fez-se descrições das características físicas,bióticas e dos modos de apropriação do espaço geográfico, bem como a coleta de amostras derochas e solos para análises de laboratório.

No presente estudo as informações relativas ao substrato geológico foram extraídas,principalmente, dos mapas geológicos a 1:100.000 das folhas SE.22-X-B-I - Nerópolis, SE.22-X-B-II - Anápolis, SE.22-X-B-IV - Goiânia, SE.22-X-B-V - Leopoldo de Bulhões e SE.22-X-B-VI- Nazário, realizados pela Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais - SUREG/GO, em1988, como parte do Programa Levantamentos Geológicos Básicos, do Departamento Nacionalda Produção Mineral. Esses mapas, com base cartográfica preliminar, deverão trazer nosrelatórios anexos, informações detalhadas sobre as características estratigráficas, petrográficas,litoquímicas, estruturais, geoquímicas, geofísicas e metalogenéticas das diversas unidadeslitoestratigráficas cartografadas. Nos trabalhos de campo, a distribuição e as característicasdessas unidades litoestratigráficas foram observadas, porém enfatizou-se o mapeamento dascoberturas detrito-lateríticas cenozóicas (Latossolos em geral), que sobrepõem as rochascristalinas, visto à sua importância para o estudo integrado. Elas se encontram espalhadas portoda área e sobre elas se desenvolvem mais intensamente as atividades agrícolas, principal usodas terras do Aglomerado Urbano de Goiânia.

Em função dos objetivos do trabalho e do seu caráter interdisciplinar, e seguindoexemplos de procedimentos metodológicos similares, adotados em estudos integrados do meiofísico com fim de ordenamento territorial (ver item 6 - Bibliografia), estabeleceu-se umaorganização das litologias em grupamentos litológicos com características afins, os quais foramordenados segundo classes de predisposição à erosão das rochas. Essas classes foram definidasanalisando-se, qualitativamente, características geológicas e geotécnicas das rochas como:composição, estrutura, fraturamento, granulação, consistência e alteração.

As análises sobre as características geomorfológicas consideraram os dados altimétricos,os tipos de modelados presentes na área (as formas de aplanamento, de dissecação e deacumulação), as declividades das encostas, a densidade da drenagem e as inter-relações do relevocom as rochas e os solos. Dados pluviométricos e térmicos da área no período 1978/1988, foramexaminados para se distinguir as variações climáticas ocorridas e elaborar o balanço hídrico,empregado nas avaliações de aptidão agrícola das terras.

O estudo dos solos utilizou dados dos levantamentos realizados por Novaes et all. (1983)na escala 1:1.000.000, pela Secretaria de Agricultura de Goiás, escala 1:200.000 e da Carta deRisco do Município de Goiânia, na escala 1:40.000. Esses dados foram complementados comtrabalhos de campo e as análises das amostras coletadas. Essa avaliação definiu classes de solosdominantes e para cada uma delas foram analisadas as potencialidades e limitações ao usoagropastoril, considerando-se os aspectos de fertilidade natural, deficiência de água, excesso deágua, susceptibilidade à erosão e impedimento à mecanização, entre outros.

O estudo da vegetação mapeou os remanescentes da cobertura vegetal natural, distinguiuas diferentes fisionomias da área, caracterizou as regiões fitoecológicas, identificou as principaisespécies ocorrentes e delineou o potencial extrativo da vegetação nativa. Além disso, separou asdiversas formas de uso da terra, especificando as áreas com pastagens naturais ou plantadas, comlavouras perenes ou anuais e com os demais usos.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 17

Sumário Executivo

A partir desses conhecimentos básicos sobre o meio físico e biótico da área, a etapasubsequente foi de integração dos mesmos, para identificar os ambientes naturais queapresentassem similaridades e definir os sistemas ambientais básicos para o zoneamento . Nessaetapa seguiu-se método desenvolvido por Silva (1987), aplicado também nos estudossemelhantes da SEPLAN-MS & IBGE (1989) e SEPLAN-GO & IBGE (1990), entre outros. Rioset all (1994) resumem essa metodologia como segue:

"A metodologia tem princípios fundamentados na Teoria Geral de Sistemas e na divisãoda paisagem física segundo modelo de Bertrand (1971)e permite compreender o meio-ambientecomo um todo, ainda que analisado em suas partes. A análise sistêmica da paisagem, de um lado,conduziu ao estudo das relações de interdependência existente entre os componentes do meio-físico, permitindo conhecer seus mecanismos de funcionamento. De outro, a compartimentaçãoda paisagem física permitiu a identificação de áreas homogêneas, cujo arranjo espacial se deve auma origem comum e cuja semelhança dos aspectos bióticos e abióticos traduzem uma mesmafase evolutiva. Do ponto de vista prático, essas áreas se comportam como verdadeiras unidadesde manejo ambiental, facilitando a tomada de decisões quanto à sua utilização.

Os domínios constituem os fatos de maior abrangência espacial e podem ser de dois tiposbásicos: o Domínio Morfoestrutural e o Domínio Morfoclimático. O primeiro reúne os fatosgeomorfológicos decorrentes de aspectos amplos da geologia e da geotectônica, que se refletemno arranjo estrutural do relevo, como por exemplo Faixas de Dobramento e Bacias Sedimentares.O segundo, o Domínio Morfoclimático, engloba os aspectos do relevo resultantes da ação defatores exógenos relacionados a fases climáticas específicas, antigas ou atuais dentro do tempogeológico. Geralmente se sobrepõe a um Domínio Morfoestrutural e se traduz por superfícies deaplanamento (de modo residual em topos de chapadas ou extensivamente nas depressões).Encontra-se ainda um terceiro tipo de domínio que tem expressão espacial reduzida e caráterlinear, por acompanhar a rede de drenagem e, por isto mesmo, não está afeito a zonastopográficas específicas, pois corta os outros domínios, regiões e geossistemas. Em virtude dessecaráter de azonalidade, integra o Domínio Azonal das Áreas Aluviais.

As regiões são compartimentações de um domínio e registram as diferenciações queexistem dentro dele. Geralmente compõem-se de mais de um geossistema.

Os geossistemas constituem uma classe peculiar de sistema dinâmico e aberto,hierarquicamente organizado (Sotchava, 1977).

Resultam de uma relação dinâmica entre o potencial ecológico e um certo tipo deexploração biológica do espaço geográfico(Bertrand, 1971).

O potencial ecológico refere-se a dados ecológicos relativamente estáveis do geossitema,quais sejam: os fatores geológicos e geomorfológicos(natureza das rochas e dos mantossuperficiais, valor dos declives, dinâmica das vertentes), os fatores hidrológicos (lençóis freáticosepidérmicos e nascentes, pH das águas, tempo de ressecamento do solo...), e os fatorespedológicos (profundidade, consistência dos agregados, erodibilidade...), conforme preconizaBertrand (op.cit).

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 22

Sumário Executivo

Ainda segundo esse autor, a exploração biológica do espaço refere-se ao predomínio deuma certa flora e fauna sobre um certo espaço geográfico. Para ele, o geossistema está emclímax, quando há um equilíbrio entre o potencial ecológico e a exploração biológica. Mas isto émuito raro, porque há uma dinâmica natural da vegetação e do solo e porque essa dinâmica égeralmente acelerada pelas intervenções antrópicas.

Além disso, é importante entender que um geossistema evolui como um todo, mas algunsde seus componentes o fazem em diferentes velocidades, e não raro, com rumos diferentes,conforme alerta Sotchava (op.cit).

Como qualquer sistema, o geossistema pode ser subdividido em subsistemas, no intuitode se buscar áreas cada vez mais homogêneas quanto às suas características e grau de evolução.

Completando a classificação da paisagem, as Geofacies constituem a menor unidadecartografada e compatível com a escala do mapeamento. Entende-se como Geofacies, as áreasfisionomicamente mais homogêneas de um subsistema (ou de um geossistema se não houversubsistemas), que teoricamente, se encontram numa mesma fase de evoluçào da paisagem.

Desse modo, a paisagem pôde ser sucessivamente compartimentada, possibilitando oreconhecimento de suas características e estruturas básicas".

O resultado dessa etapa é o Mapa Geoambiental, que mostra a compartimentação dapaisagem física da área, estabelecida hierarquicamente, em Domínios, Regiões, Geossistemas(alguns com Subsistemas) e Geofacies, estas as menores unidades homogêneas da paisagem,mapeadas.

Para a equipe técnica do DEGEO-RJ, a pesquisa de campo teve por finalidade levantar everificar o perfil produtivo e as relações sócio-econômicas que permeiam as transformaçõesocorridas na área do Aglomerado, através de entrevistas junto às Prefeituras, SecretariasMunicipais e demais segmentos institucionais e não institucionais dos municípios que compõemo Aglomerado Urbano de Goiânia. Buscou-se obter informações com a finalidade instrumentar aspolíticas governamentais e dar uma visão globalizada do ambiente, através da percepção de suaorganização funcional e de sua dinâmica, sem contudo comprometer sua representaçãocartográfica, atendendo aos objetivos a que se propõe o presente trabalho.

Definida a compartimentação geoambiental da área, que serviu de base para todo otrabalho restante, passou-se à análise das potencialidades e limitações dos recursos naturais, desuas relações de interdependência, da dinâmica dos fluxos de energia/matéria no meio ambiente edas interferências antrópicas.

Desse estudo resultou, primeiramente, o Mapa de Dinâmica da Paisagem, queidentifica, com base na relação entre a morfogênese (desagregação mecânica) e a pedogênese(decomposição química), as paisagens com meios dinâmicos Estável, de Transição e Instável, esuas classes de dinâmica ou vulnerabilidade frente à ação das águas superficiais.

A seguir analisou-se as inter-relações entre as atividades antrópicas atuais e a capacidadede suporte dos sistemas ambientais, frente às diferentes formas de uso da terra e se estabeleceu oMapa de Avaliação da Qualidade Ambiental. Este mapa distingue as Áreas Conservadas quese mantêm com cobertura vegetal natural (primária ou regenerada) e as Áreas Derivadas, cujautilização de modo adequado, pouco adequado ou intensivo, reflete diferentes graus de

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comprometimento da paisagem. Estas áreas estão separadas como Áreas em Equilíbrio/UsoCompatível, em Alerta e Críticas, cada qual contemplando diversos impactos ambientais, jáconfigurados e/ou potencialmente previsíveis.

A última etapa do trabalho foi estabelecer o Mapa de Subsídios ao ReordenamentoTerritorial, tendo por base as avaliações feitas nos mapas anteriores, com a inclusão dasprevisões de possíveis desequilíbrios e/ou degradações resultantes das interferências do homem.As degradações foram examinadas em seus diversos aspectos, inclusive as condicionantesmútuas. Assim, resultaram as recomendações para as Zonas para Reordenamento, separadas nomapa como Áreas Críticas, Áreas em Alerta, Áreas de Proteção Integral e Áreas Urbanas. Asdemais áreas, que se encontram em equilíbrio dinâmico, isto é, com o uso atual compatível aoseu potencial natural, foram consideradas Zonas Sem Necessidade Atual de Reordenamento.Estas áreas, contudo, podem apresentar, localmente, alguns impactos provenientes de usointensivo e/ou manejo inadequado.

Todos esses produtos - Mapa Geoambiental, Mapa de Dinâmica da Paisagem, Mapa deAvaliação da Qualidade Ambiental e Mapa de Subsídios ao Reordenamento Territorial,constituem um acervo de informações, que permite a tomada de decisões para o desenvolvimentoda área com bases sólidas. Isto acarretará o maior percentual de acertos nas medidas a seremadotadas, que devem beneficiar toda a comunidade envolvida.

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA__________________________________________________________________________

As descrições deste tópico contemplam uma caracterização geral da área, em seusaspectos físico-bióticos e sócio-econômicos, que auxiliarão o usuário no conhecimento damesma. Ela está localizada na parte central do Estado de Goiás e envolve 17 municípios,incluindo a capital, perfazendo uma área de 6.943,3km2, equivalente a 2% da área total doEstado. Apresenta uma diversidade fisiográfica com relevos de planaltos, chapadas, morrarias,serras e depressões interplanálticas, segmentados por rios pertencentes à bacia hidrográfica do rioParanaíba, um dos formadores do rio Paraná. A maior parte de suas terras (78,1%) é ocupadacom agropecuária, porém é crescente a expansão urbana, com conurbações com o município-sede Goiânia. Abriga 31,6% da população do Estado (1.270.635 hab.- Censo, 1991), 95,1% daqual é urbana. As particularidades desses aspectos é que serão relatadas a seguir.

3.1 - Aspectos Físico-Bióticos

A área do Aglomerado Urbano de Goiânia está situada entre as latitudes 16o16' e 17o13' Se os meridianos 48o38' e 49o45' WGr, em faixa de clima tropical com duas estações bemmarcadas: verão chuvoso, com precipitações máximas de 300mm e inverno seco, com mínimasinferiores a 11mm. Enquadra-se no tipo subúmido/úmido com 4 a 5 meses secos; a pluviosidademédia anual observada no período 1978/88 foi de 1.550mm (Fig.5). Quanto ao regime térmico,as temperaturas oscilam de amenas a elevadas com temperatura média anual de 21oC (Fig.6). Amédia das máximas ocorre na primavera (26oC), no mês de outubro e a das mínimas no inverno(18oC), no mês de julho.

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Os terrenos compreendidos na área são constituídos essencialmente por rochasmetamórficas pré-cambrianas, com idades do Arqueano ao Proterozóico Superior, que seapresentam, em grande parte, recobertas por Latossolos, os quais integram grupos de formaçõessuperficiais detríticas e/ou lateríticas cenozóicas. Distinguem-se terrenos granito-gnáissicosmigmatíticos, faixas rúpteis e granulíticas, sequências vulcanossedimentares e sedimentares,complexos máfico-ultramáficos diferenciados e intrusões magmáticas de composição ácida aultrabásica.

Esse substrato geológico pré-cambriano mostra uma evolução geotectônica complexa evariada, refletida por zonas de cisalhamento dúctil de escala regional, várias deformações efraturas de direções NE, NW e N-S. Uma longa evolução paleogeográfica sucedeu àconsolidação desses terrenos, em fases climáticas distintas da atual, e foi responsável pelaformação das coberturas detrito-lateríticas cenozóicas e pelas grandes divisões que se identificamna paisagem natural.

Conforme os princípios adotados neste estudo, a compartimentação da paisagem física doAglomerado Urbano de Goiânia, está dividida em 4 Domínios, 4 Regiões e 32 Geossistemas,alguns apresentando Subsistemas (Fig.7). Os Domínios e as Regiões são coincidentes na área ecada qual comporta subdivisões - os geossistemas, que decorrem diretamente dos arranjos que apaisagem natural apresenta na atualidade. Esses arranjos refletem os diferentes modos como osfatores que participam de sua formação se combinaram entre si. Os fatores físicos e bióticos quedistinguem a área estão representados nas Figuras. 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12 e 13.

3.1.1 - Domínio dos Complexos Granulíticos e dos Granitóides, com Zonas de Cisalhamento- Região do Planalto Central Goiano

Este Domínio é de caráter morfoestrutural e se distribue nas porções setentrional eoriental da área. Nele se encontram os municípios de Brazabrantes, Goianápolis, Nerópolis,Santo Antônio de Goiás, Terezópolis de Goiás; a maior parte das áreas dos municípios deBonfinópolis, Goiânia, Goianira e Leopoldo de Bulhões e partes das áreas dos municípios deBela Vista de Goiás, Caldazinha, Senador Canedo e Trindade.

Os compartimentos da Região do Planalto Central Goiano (Geossistemas 1,2,3,4,5,6,7,8 e9) compreendem relevos de topo tabular (t,P3) e/ou plano-rampeados (P/R), de topo convexo("colinas"- c) e de topo aguçado ("morrarias"- a), com altitudes que variam de 720 a 1100m,sendo que as cotas mais elevadas encontram-se nos municípios de Goianápolis e Leopoldo deBulhões (Geossistemas 1 e 2). Esses relevos estão esculpidos, basicamente, em rochas pré-cambrianas de alto grau metamórfico (Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu-G3, G4)associadas com metagranitos (G2), as quais, em grande parte da área, acham-se recobertas porformações detrito-lateríticas cenozóicas (G6,G7). Essas coberturas, representadas por soloslateríticos muito profundos, de textura em geral argilosa (Latossolos Vermelho-Escuro-LE,Vermelho-Amarelo-LV e Roxo-LR), ocorrem nas áreas mais planas, onde a vegetação naturaldominante é de Savana-S (Cerrado), distinguível pelos remanescentes das formações SavanaFlorestada-Sd (Cerradão), Savana Arborizada-Sa (Cerrado, Campo Cerrado), e Savana Parque-Sp (Campo Cerrado ralo).

As formações vegetais mais abertas (Sp,Sa) encontram-se nas chapadas mais altas, deGoianápolis e Leopoldo de Bulhões, com Latossolos Vermelho-Amarelo, enquanto que a SavanaFlorestada (Sd) é mais frequente nos terrenos com Latossolos Vermelho-Escuro e Roxo, dos

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Fig. 09 - Unidades Litoestratigráficas da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

Grupamento Litológico

Descrição Unidade Litoestrati-gráfica/ Idadeaproximada

G1Intrusiva básico-ultrabásica (maciço do Morro Feio): serpentinitosilicificado e, secundariamente, talco-clorita xistos, talco xistos eclorita xistos.

Intrusiva Ultramáfica doMorro Feio/ ProterozóicoMédio.

G2

Granitóides: metagranitos, metagranodioritos, metadioritos, meta-tonalitos; pegmatitos associados às zonas de cisalhamento e encravesde: anfibolitos, piroxenitos e seus derivados transformados, metaga-bros e de restos de supracrustais. Apresentam diferentes idades ediversos graus de metamorfismo.

Granitóides P1, P2 eP3/Proterozóico Inferior,Médio e Superior.

G3

Granulitos paraderivados: gnaisses aluminosos de alto graumetamórfico (facies anfibolito alto a granulito) com intercalações dequartzitos granadíferos(qt), rochas calcissilicáticas e, secunda-riamente, de granulitos ortoderivados. Localmente milonitizados.

Complexo GranulíticoAnápolis - Itauçu /Arqueano-ProterozóicoInferior.

G4

Granulitos ortoderivados: gnaisses ferro-magnesianos, metagabros(mgb), metanoritos, metanortositos, metapiroxenitos(mub) e seusderivados transformados, granulitos félsicos (enderbitos, charnoen-derbitos, charnockitos), com intercalações subordinadas de granulitosparaderivados. Facies anfibolito alto a granulito. Localmentemilonitizados.

Complexo GranulíticoAnápolis - Itauçu /Arqueano-ProterozóicoInferior.

G5

Sequências metassedimentares e metavulcanossedimentares:micaxistos granadíferos, feldspáticos ou não, às vezes calcíferos;quartzitos micáceos (qtm) com intercalações subordinadas demicaxistos e filitos; gnaisses granadíferos e, secundariamente,mármores, anfibolitos (af), talco xistos, metacherts e rochascalcissilicáticas. Facies xisto verde, predominantemente. Localmentecataclasadas. Inclui raros diques de diabásio, em micaxistos.

Grupo Araxá Sul de Goiás/ Proterozóico Mé-dio;Sequências Metavulcanossedimentares deSilvânia e Anicuns-Palmeiras / ProterozóicoInferior.

G6

Coberturas detrito - lateríticas terciárias: Latossolospredominantemente Vermelho-Amarelos, muito profundos, comlateritos ferruginosos (e/ou manganesíferos) subjacentes, e sedimentosarenosos e argilosos, com níveis conglomeráticos, parcial e/outotalmente ferruginizados. Preservados em superfícies de cimeira.

Coberturas Detrito - lateríticas Terciárias/Paleogeno-Neogeno.

G7

Coberturas detrito-lateríticas plio-pleistocênicas e/ou pleistocênicas:Latossolos predominantemente Vermelho-Escuro, Latossolos Roxo,de texturas argilosa e/ou média, muito profundos, às vezes comconcreções ferruginosas associadas; sedimentos conglomeráticos,areno-siltosos, sílticos e argilosos, parcial e/ou totalmenteferruginizados. Dispostos em superfícies rebaixadas por erosão e/ouplano-rampeadas. Inclue depósitos arenosos, quartzosos, de lequesaluviais (Areias Quartzosas).

Coberturas Detrito-late-ríticas Plio-Pleistocênicase/ou Pleistocênicas/Neo-geno(?)-Pleistoceno.

G8Aluviões: argilas, siltes, areias e cascalhos; eventualmente, restosvegetais incarbonizados (turfas). Sedimentos aluviais inconsolidados,em planície e/ou terraço fluvial. Inclue os depósitos das áreas deacumulação inundáveis(Ai), de alguns interflúvios.

Aluviões HolocênicaPleistoceno Superior-Recente.

Obs: Os grupamentos litológicos foram ordenados segundo classes de predisposição à erosão das rochas, analisando-se,qualitativamente, características geológicas e geotécnicas como: composição, estrutura, fraturamento, granulação,consistência e alteração. As classes estabelecidas foram: muito fraca (G1), Fraca (G2,G3,G4,G5-micaxistos eG6), Fraca a moderada (G5-qtm e G7), Moderada (G7-Areias Quartzosas) e Especial/Muito Forte (G8).As coberturas detrito-lateríticas cenozóicas (G6,G7 e G8) ocorrem sobre os demais grupamentos litológicos econstituem formações superficiais de espessuras variáveis (geralmente entre 2m e 10m), que podem estarrecobrindo apenas um, ou mais de um grupamento litológico. Na legenda da geofacies o grupamento litológicosubjacente é indicado após a barra (/).

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municípios a norte de Goiânia (Geossistemas 4 e 8). Nessas áreas o Cerradão se apresenta emcontato com vegetação de Floresta Estacional Semidecidual Submontana-FS, constituindo áreasde tensão ecológica do tipo Encraves.

Nos relevos mais movimentados dessa Região, como os que ocorrem nos Geossistemas3,5,6 e 9, constatam-se solos mais rasos, geralmente de caráter eutrófico, dos tipos PodzólicoVermelho-Amarelo-PV, Podzólico Vermelho-Escuro-PE, Brunizém-Bv e Cambissolos-C, muitasvezes associados com afloramentos de rochas granulíticas, de metabásicas e de metagranitos.Nesses relevos predomina a cobertura vegetal natural de Floresta Estacional Decidual-Cs(Floresta Tropical Caducifólia).

A rede de drenagem tem, em geral, caráter perene e padrão dendrítico, observando-se,subordinadamente, em alguns geossistemas, padrão retangular, adaptado às fraturas das rochas.Alguns rios apresentam trechos descontínuos de planície aluvial, com depósitos de argila, silte,areia e cascalho (G8), solos hidromórficos (G e A) e cobertura vegetal de formações pioneiras-PF. A pluviosidade média anual constatada na área, nessa Região, no período 1978/88, variou, desudoeste para nordeste, de 1.550 a 1.650mm; a maior incidência de chuvas ocorreu nos meses denovembro a fevereiro. As estampas I e II mostram alguns aspectos dessa Região.

3.1.2 - Domínio das Sequências Metassedimentares da Faixa de Dobramentos Uruaçuanos -Região do Planalto Rebaixado de Goiânia

Este Domínio também é de caráter morfoestrutural e nessa Região foram identificados 12compartimentos (Geossistemas 10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20 e 21), que se distribuemprincipalmente nas porções central e meridional da área. Dele fazem parte as terras dosmunicípios de Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Hidrolândia e parte das terras dos municípiosde Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Caldazinha, Goiânia, Goianira, Guapó, Leopoldo deBulhões, Senador Canedo e Trindade.

Na Região do Planalto Rebaixado de Goiânia, identificam-se extensos interflúviosaplanados, configurando chapadas de topo tabular (t, P2,P3 e/ou relevos suavemente ondulados(c/R, c/P, P/R), com altitudes entre 720 e 900m, intercalados por áreas dissecadas(com relevos detopo convexo-c ou aguçado-a)e, localmente, por relevos residuais mais elevados, com altitudesentre 940 e 1040m (Geossistemas 10,11,12,14,17 e 21). Os relevos estão modelados sobre rochasmetamórficas pré-cambrianas, em sua maioria pertencentes ao Grupo Araxá Sul de Goiás (G5:micaxistos, filitos, quartzitos micáceos e, subordinadamente, anfibolitos), as quais, nas áreasmais aplanadas, estão recobertas por formações detrito-lateríticas cenozóicas (G6, G7).

Nessas áreas de chapadas e de relevos plano-rampeados predominam os solos lateríticosmuito profundos, de textura argilosa e/ou média e caráter distrófico, dos tipos LatossolosVermelho-Escuro-LE e Latossolos Vermelho-Amarelo-LV, estes sobretudo em platôs,associados com Solos Petroplínticos-SP. Nessas áreas a vegetação natural é a Savana-S(Cerrado), com suas formações Savana Florestada-Sd (Cerradão), Savana Arborizada-Sa(Cerrado, Campo Cerrado) e Savana Parque-Sp (Campo Cerrado ralo - Estampas III e IV).

Nas áreas dissecadas, com topografia mais movimentada, e nos vales desta Região,ocorrem, por outro lado, solos menos profundos (em geral rasos), sobressaindo-se osCambissolos com caráter distrófico-Cd, quase sempre cascalhentos. Subordinadamenteconstatam-se solos Podzólicos Vermelho-Amarelo-PV e, localmente, Podzólicos Vermelho-

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Escuro-PE (no Geossistema 20). Nos geossistemas 12 (Subsistema 12.2),17 e 19 existemalgumas áreas de Cambissolos e Podzólicos Vermelho-Amarelo, com caráter eutrófico,desenvolvidos também em micaxistos e, localmente, áreas com Solos Litólicos-R, oriundos derochas de natureza e composição diferentes, como no maciço ultramáfico do Morro Feio, a nortede Hidrolândia e no maciço granítico próximo à serrinha dos Teixeiras, a norte de Aragoiânia.

Nos relevos residuais esculpidos em quartzitos micáceos, que se destacamtopograficamente nos Geossistemas 12 (Subsistema 12.3), 13 (Subsistema 13.1), 14(Subsistemas 14.2, 14.3), 17,18 e 21, predominam os Solos Litólicos distróficos-Rd, muitasvezes expondo-se em escarpas, como por exemplo nas serras da Areia, Santa Maria e daFelicidade. A cobertura vegetal primitiva nos relevos movimentados da Região do PlanaltoRebaixado de Goiânia é de contato Savana/Floresta Estacional Decidual (Encraves)-FS,refletindo áreas de tensão ecológica. A maior parte dessa vegetação natural já foi desmatada,assim como a Savana das áreas aplanadas. A rede de drenagem, originalmente com Floresta-de-Galeria (Saf,Spf) tem caráter perene, de modo geral, e padrão dendrítico, ocasionalmente comsegmentos adaptados às fraturas das rochas(Estampa V). Os trechos de planície aluvial comdepósitos de argila, silte, areia e cascalho (G8) e com solos hidromórficos (G e A) são estreitos,descontínuos e relativamente rasos. A pluviosidade média anual constatada nessa região, noperíodo 1978/88, variou de 1.400 a 1.550mm, com incidência maior de chuvas nos meses denovembro a fevereiro. Os mais baixos índices pluviométricos da área, concentraram-se nasadjacências de Hidrolândia.

3.1.3 - Domínio das Depressões Pediplanadas, Interplanálticas - Região das Depressões eMorrarias do Rio dos Bois

Esse Domínio tem caráter morfoclimático e está configurado no âmbito das baciashidrográficas dos rios dos Bois e Turvo. Os compartimentos dessa Região (Geossistemas22,23,24,25,26,27,28 e 29) estão localizados na parte ocidental da área, em terras dos municípiosde Guapó e Trindade. Apresentam como principal característica comum a gênese relacionada aevento erosivo de pediplanação, que rebaixou topograficamente as áreas desses Geossistemastruncando, indistintamente, rochas pré-cambrianas com diversas idades e com diferentescomposições e graus metamórficos, relacionadas nesta Região, aos grupamentos litológicosG2,G3, G4 e G5.

Toda a rede de drenagem desses compartimentos flue para a margem esquerda do rio dosBois e as depressões identificadas (Geossistemas 22,23,24,25,26 e 27)compreendem sub-baciashidrográficas. Nessas áreas predominam interflúvios aplanados, de topos tabular (t,P1),suavemente convexo (C/R) e/ou plano-rampeado (P/R), cujas altitudes decrescem acompanhandoo declive da drenagem. As cotas máxima e mínima verificadas são, respectivamente, 840m, noGeossistema 22 e 560m, no 23. Nos interflúvios ocorrem coberturas detrito-lateríticas cenozóicas(G7) com solos lateríticos muito profundos e profundos, dos tipos Latossolos Vermelho-Escuro-LE, Latossolo Roxo-LR e, esporadicamente, Latossolo Vermelho-Amarelo-LV. Nessas áreasaplanadas a vegetação natural é de contato Savana/Floresta Estacional Semidecidual (Encraves)-SF, com predomínio Savana Florestada (Cerradão)-Sd, evidenciando áreas de Tensão Ecológica.

Nos Geossistemas 23 e 25 existem alguns interflúvios com áreas de acumulaçãoinundáveis-Ai, contendo pequenos lagos, com solos Glei-G e vegetação de Formações Pioneiras-PF. Nas bordas das depressões constatam-se relevos dissecados de topo convexo-c e/ou aguçado-a, com exposições de rochas pré-cambrianas e com solos menos profundos, dos tipos

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Cambissolo-C, Podzólico Vermelho-Amarelo-PV, Podzólico Vermelho-Escuro-PE, com caráterdistrófico ou eutrófico, dependendo da composição das rochas subjacentes. Nesses relevos avegetação primitiva dominante é de contado Savana/Floresta Estacional Decidual (Encraves)-FS,representativa de áreas de Tensão Ecológica.

Nos vales os solos também são mais rasos, predominando os Cambissolos e ao longo dealguns drenos maiores pode-se constatar faixas estreitas e descontínuas de depósitos aluviais,com Gleissolos-G e Solos Aluviais-A, com vegetação de Formações Pioneiras-PF.

Circundadas pelas depressões dessa Região sobressaem as Morrarias das serras Feia, daTaboca e do Bitã (Geossistemas 28 e 29), que, com altitudes variáveis de 700 a 900m se elevamde 150 a 300m de altura em relação à superfície das depressões adjacentes. Configuram relevosresiduais de encostas íngremes, esculpidos em metagranitos (G2) e, subordinadamente, emgranulitos (G4) e/ou metassedimentos (G5), com solos pouco profundos e/ou rasos dos tiposPodzólico Vermelho-Amarelo-PV(predominante), Cambissolo-C, Litólico-R e ocasionalmenteBrunízem-BV. Nessas morrarias a cobertura vegetal é de Floresta Estacional DecidualSubmontana-Cs, porém, quase toda ela já foi desmatada. A pluviosidade média anual constatadanessa Região, no período 1978/88, variou, de sul para norte, de 1.450 a 1.550mm, comincidência maior de chuvas nos meses de novembro a fevereiro. As estampas VI,VII e VIIIilustram aspectos dessa Região.

3.1.4 - Domínio Azonal das Áreas Aluviais - Região das Planícies Aluviais

Está representado por apenas três compartimentos, relacionados a importantes rios daárea. A Planície do Rio Meia-Ponte/Ribeirão João Leite (Geossistema 30), que se encontra emterras dos municípios de Brazabrantes, Goiânia, Goianira e Santo Antônio de Goiás; a Planíciedo Rio dos Bois/Ribeirão dos Pereiras (Geossistema 31), no município de Guapó e a Planície doRio Santa Maria/Ribeirão Fazendinha, no município de Trindade.

Essas áreas, com distribuição alongada, marginais aos rios apresentam topografia plana,com pelo menos dois níveis de terraços: um de várzea, mais baixo, periodicamente inundável eoutro mais elevado, descontínuo, sujeito ou não às inundações excepcionais. As altitudesdecrescem de montante para jusante; a mais elevada, 760m, ocorre na Planície do Rio Meia-Ponte e a mais baixa, 560m, na do Rio dos Bois. São constituídas por depósitos aluviaisquaternários, com argilas, siltes, areias e cascalhos (G8) e, eventualmente restos vegetaisincarbonizados (turfas). Nos baixos terraços predominam solos Glei-G, com caráter distróficoe/ou eutrófico, e nos mais altos Solos Aluviais distróficos-Ad. A cobertura vegetal nessas áreas éde Formações Pioneiras-PF, com comunidades aluviais herbáceas e arbustivas, intercaladas compequenos trechos de Floresta Estacional Aluvial. Grande parte dessa vegetação ainda estápreservada. Os meses de menor volume d' água nos rios são junho, julho, agosto e setembro. Aestampa IX mostra um trecho de planície aluvial já antropizado.

3.1.5 - Potencial dos Recursos Naturais

A análise dos atributos físico-bióticos da área permitiu, tanto definir as suas delimitaçõesespaciais no Mapa Geoambiental (em anexo), como caracterizar o potencial natural de cada umdeles.

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A Figura 14 indica o potencial das rochas em seus aspectos metalogenético(mineralizações possíveis, comprovadas ou não) e de uso "in natura", como materiais deconstrução. Neste último aspecto a área apresenta elevado potencial, sobretudo para britas e soloslateríticos. Os locais onde se executam atividades de extração desses materiais estão indicados noMapa de Avaliação da Qualidade Ambiental, em anexo. A Figura 15 classifica as rochas quanto àsua predisposição à erosão sob a ação das águas de escoamento superficial, parâmetro utilizadona avaliação da dinâmica da paisagem. As atividades de mineração sempre provocam impactosambientais, como ilustra a estampa X.

A análise do relevo mostra que 43,76% da área são de modelados planos a suaveondulados (3.037,8 km2) e 39,77% tem topografia acidentada (2.762.1km2), o que indica que,quanto à esse fator, há mais áreas planas com suporte para atividades agro-pastoris e paraocupaçào urbana, sem riscos naturais de desmoronamentos.

Quanto ao atributo solos constata-se que, pela avaliação do potencial agrícola (Fig. 16),54,8% da área (3.835,0Km2) são terras que podem ser aproveitadas com lavouras ; 62,9% dossolos (4.369,7 km2) tem baixa fertilidade natural (Fig.17), 50,8% (3.525,4 km2) são classificadoscomo terras boas para mecanização (Fig.18) e apenas 9,5% (659,0km2) se enquadram nas classesEspecial e Boa para irrigação (Fig.19).

Outra característica física da área é sua capacidade natural de evoluir frente à ação daságuas superficiais, ou seja, sua vulnerabilidade à esse agente. Foi identificada através daavaliação da declividade do relevo juntamente com a análise da erodibilidade dos solos, dapredisposição à erosão das rochas e dos processos erosivos relacionados àquele agente. Essacaracterística está representada no Mapa de Dinâmica da Paisagem (em anexo), mas a Figura 20mostra como as diferentes classes de dinâmica se distribuem na área, por município. Verifica-seque a classe fraca se espalha por 42,69% da área (2.963,km2) e que os municípios de Caldazinha,Hidrolândia e Leopoldo de Bulhões apresentam as maiores áreas com vulnerabilidade muitoforte.

A análise do potencial da vegetação natural indica a diversidade de usos que esse recursotem (Fig.21), contudo o mapeamento demonstrou que apenas 15,68% da área (1.088,3km2) semantém com vegetação natural remanescente e/ou regenerada (Fig.22). Isto indica odesmatamento intensivo que se processou na área e permite avaliações sobre os prejuízos deledecorrentes. As Figuras 23 e 24 mostram como o meio físico está sendo utilizado nos municípiosda área. Outras informações e correlações sobre as características físico-bióticas do AglomeradoUrbano de Goiânia podem ser extraídas das figuras apresentadas e dos mapas em anexo.

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Fig. 14 - Potencialidade econômica das rochas do Aglomerado Urbano de Goiânia.

GRUPAMENTO LITOLÓGICO POTENCIAL DE MINERALIZAÇÕES*

POTENCIAL DEMATERIAIS DECONSTRUÇÃO

G1 – Intrusiva Ultramáfica do Morro Feio Cromo, platinóides, talco pedra natural

G2 – Granitóidesestanho, berilo, molibdênio, nióbio, ouro,pegmatitos, tântalo, tungstênio, urânio.

brita, pedra natural, areiaartificial, caulim, argila.

G3 – Complexo Granulítico Anápolis-Itau-çu (rochas paraderivadas).

manganês brita, pedra natural,caulim e argila.

G4 – Complexo Granulítico Anápolis-Itau-çu (rochas ortoderivadas).

chumbo, cobalto, cobre, cromo, manganês,níquel, platina, titânio, vanádio, zinco.

brita, pedra natural,caulim e argila.

G5 – Grupo Araxá Sul de Goiás e Sequên-cias Vulcanossedimentares deSilvânia e Anicuns-Palmeiras.

arsênio, cassiterita, chumbo, cianita, cobre,manganês, ouro, prata.

brita, pedra natural,argila, caulim, calcário,mármore.

G6 – Coberturas Detrito-lateríticas Terciá-rias

G7 – Coberturas Detrito-lateríticas Plio-Pleistocênicas e/ou Pleistocênicas

cassiterita, cianita, manganês, ouro, rutilo. solos lateríticos, argila,areia, cascalho.

G8 – Aluviões Holocênicas cassiterita, ilmenita, ouro, rutilo, turfa. argila, areia, cascalho.

* Segundo DNPM/CPRM (1988)

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 35

Sumário Executivo

Fig.15 - Classes de Predisposição à Erosão das Rochas do Aglomerado Urbano de Goiâniaà ação das águas de escoamento superficial

MUITO FRACA(Mfa)

Rochas do grupamento litológico G1(serpentinito silicificado, pouco fraturado, muitoconsistente).

FRACA(Fa)

Rochas dos grupamentos litológicos G2, G3, G4 e G5, que são rochas cristalinas decomposição variada, com diversos graus metamórficos (desde facies xisto verde atégranulito). Quase sempre pouco fraturadas, às vezes medianamente fraturadas e com zonasde cisalhamento; com granulação geralmente fina, às vezes fina a média e média; sãomuito consistentes e pouco alteradas (praticamente sãs). Compreende os granitóides emgeral (G2: metagranitos, metagranodioritos, metadioritos e metatonalitos), os granulitosparaderivados (G3: gnaisses aluminosos e quartzitos granadíferos), os granulitosortoderivados (G4: gnaisses ferromagnesianos, metagabros, metanoritos, metapiroxenitos,enderbitos,charnoenderbitos e charnockitos) e os metassedimentos e metavulcânicas (G5:micaxistos granadíferos, feldspáticos ou não, gnaisses e anfibolitos), pouco alterados.

Também as rochas sedimentares e os latossolos do grupamento litológico G6, queconstituem as Coberturas Detrito-lateríticas Terciárias (Solos Petroplínticos e LatossolosVermelho-Amarelo, argilosos e muito profundos, em relevo plano/classe 1).

FRACA AMODERADA

(Famo)

Rochas do grupamento litológico G5 como os micaxistos alterados e os quartzitosmicáceos, que se apresentam com granulação geralmente fina a média, são pouco amedianamente fraturados e quase sempre quebradiços (às vezes consistentes ou friáveis).

Também as rochas sedimentares e os latossolos do grupamento litológico G7, queconstituem as Coberturas Detrito-lateríticas Plio-pleistocênicas e/ou Pleistocênicas(Latossolos Vermelho-Escuro e Latossolos Roxo, de textura argilosa e/ou média, muitoprofundos, em relevo plano e suave ondulado/classes 1 e 2; e sedimentos colúvio-aluviais).

MODERADA(Mo)

Rochas sedimentares arenosas do grupamento litológico G7, que constituem os depósitosde leques aluviais do sopé da Serra da Areia. São sedimentos essencialmente quartzosos,em geral de granulação fina, friáveis, com alta permeabilidade, que constituem solosprofundos e muito profundos, excessivamente drenados (Areias Quartzosas).

ESPECIAL/ MUITOFORTE(E/Mfo)

Rochas sedimentares inconsolidadas do grupamento litológico G8, que compõem asAluviões das planícies e terraços fluviais. São depósitos de argila, silte, areia e cascalho,que estão sujeitos à dinâmica fluvial.

Parâmetros geotécnicos utilizados (segundo CHIOSSI, 1979): grau de alteração (rocha praticamente sã, alterada emuito alterada); grau de consistência (rocha muito consistente, consistente, quebradiça, friável) e grau defraturamento (rocha ocasionalmente fraturada, pouco fraturada, medianamente fraturada, muito fraturada). O númerode fraturas por metro linear correspondente a cada grau de fraturamento é, respectivamente: <1, 1-5, 6-10 e 11-20.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 36Sumário Executivo

Fig. 16 – POTENCIAL AGRÍCOLA DOS SOLOS DO AGLOMERADO URBANO DE GOIÂNIARECOMENDAÇÃO

P/ USO MAISINTENSIVO DO

SOLODOMINANTE

CLASSE DE APTIDÃOAGRÍCOLA

(Solo Dominante)

SOLOSDOMINANTES LIMITAÇÕES UNIDADES DE MAPEAMENTO

(Geofacies do Mapa Geoambiental)

ÁREADISPONÍVEL/

PARTICIPAÇÃOPERCENTUAL

2abc – Terras que apresentamclasse de aptidãoRegular para lavourasnos níveis de manejo A,B e C

LRd - Latossolo Roxodistrófico

1c, 4b, 5a, 7b, 8b, 9a, 22b, 25b (LRd1)8d, (LRd2)8e, 9b, (LRd3)4c, 5b, 8g, 9c, 22c, (LRd4)

47.310ha / 6,8%

2(a)bc - Terras que apresentamclasse Restrita paralavouras no nível demanejo A e classe deaptidão Regular nosníveis de manejo B e C.

LEd - Latossolo Vermelho-Escuro distrófico. Fertilidade natural e

Deficiência de água

24a (LEd1), 11.1b, 13.1a, 13.2a, 17b, 18a, 23a, (LEd2)1b, 3a, 4a, 6a, 7a, 8a, 11.1c, 11.2a, 13.1b, 17c, 20a, 22a, 33b, 24b,25a, 26b, 27a, 28a (LEd3)1e, 11.2b, 13.1d, 13.3c, 14.1d, 14.1d, 15c (LEd4)1d, 2.1c, 2.2a, 10.1b, 12.1a, 13.1c, 13.2b, 14.1b, 14.2a, 15a, 16a,17a, 18a, 19a, 24c, 25c (LEd6)8c, 10.2a, 13.1f, 17f, 18c, 25d, 26b, (LEd5)23c, 24e (LEd7) , 13.1g, 13.2d (LEd8) , 4d, 8f (LEd9)

218.420ha / 31,4%

2a(b)c - Terras que apresentamclasse Regular paralavouras nos níveis demanejo A e B e classe deaptidão Restrita ao nívelde manejo C.

PEe - Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico

PVe - Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico

PEd - Podzólico Vermelho-Escuro distrófico

Deficiência de água ,Susceptibilidade à erosão eImpedimento à Mecanização(presença de cascalho)

26c (PEe)8j, 8k (PEe3)3b, 9d, 20c, 25g (PEe1)1f, 4e, 5c, 6b, 8h, 11.1e, 25d, 26d (PVe1) 16.090ha / 2,3%

2(ab)c - Terras que apresentamclasse Aptidão Restritapara lavouras nos níveisde manejo A e B e classede aptidão Regular aonível de manejo C.

LEd - Latossolo Vermelho-Escuro distrófico

Fertilidade natural eDeficiência de água.

11.2c, 12.1e, 12.3a, 13.1e, 14.1e, 14.2b, 17e (LEd10)14.1f, 14.3a, 16c (LEd11)

25.010ha / 3,6%

2a(b) – Terras que apresentamclasse Aptidão Regularpara lavouras no nível demanejo A, Restrita nonível B edesaconselhável no C.

PEe - Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico

PVe - Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico

BV- Brunizem AvermelhadoCe - Cambissolo eutrófico

Deficiência de água,Susceptibilidade à erosão eImpedimento à Mecanização(presença de cascalho).

20b, 23i (PEe2)5d, 6f, 11.1f, 11.2f, 12.2a, 23j, 28b (PVe2)3c, 9f (BV)1h, 2.1d, 23h, 24i (Ce1)

31.270ha / 4,5%

LAVOURAS

2abc – Terras que apresentamclasse de aptidãoRestrita para lavourasnos níveis de manejo A,B e C

Gd - Gleissolo distróficoGe - Gleissolo eutróficoAd - Solos Aluviais

distróficosLVd – Latossolo Vermelho-

Amarelo distrófico

Fertilidade natural eDeficiência de água (LVd) eExcesso de água (Gd, Ge eAd)

8m, 11.2i, 13.1n, 13.2f, 14.1l, 14.2i, 15f, 16h, 17o, 20f, 22j, 23m,23n, 24l, 25i, 26g, 27b, 27c, 31a, 32a (Gd)1l, 4g, 8n, 9i, 30b (Ge)22i, 24k, 30a (Ad)2.1b, 10.1a (LVd1)15b, 16b (LVd2)12.1d (LVd3)12.1b, 12.1c, 19b (LVd4)14.1c (LVd5)

43.400ha / 6,2%

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 37Sumário Executivo

Fig. 16 – POTENCIAL AGRÍCOLA DOS SOLOS - (Continuação)RECOMENDAÇÃO

P/ USO MAISINTENSIVO DO

SOLODOMINANTE

CLASSE DE APTIDÃOAGRÍCOLA

(Solo Dominante)

SOLOSDOMINANTES LIMITAÇÕES UNIDADES DE MAPEAMENTO

(Geofacies do Mapa Geoambiental)

ÁREADISPONÍVEL/

PARTICIPAÇÃOPERCENTUAL

4P - Terras que apresentamclasse de aptidão Regularpara pastagem plantada.

6e, 10.2b, 11.1d, 11.2e, 1h, 13.1i, 14.1i, 14.2d, 15e, 16f, 17h, 18f,22e, 23f, 24h, 25f, 26f (Cd4)14.3b, 16g (Cd6)

59.380ha / 8,5%

PASTAGEMPLANTADA 4(P) - Terras que apresentam

classe de aptidão Restritapara pastagem plantada.

Cd – Cambissolo distrófico

Fertilidade Natural, Defi-ciência de água, Suscepti-bilidade à erosão eImpedimento à Mecanização.

13.1h, 14.1g, 14.2c, 18d, 22d (Cd3)11.1g, 11.2g, 12.1i, 12.2b, 13,1j, 14.2e, 14.3c, 17i (Cd7)6d (Cd8)10.2d, 14.2f (Cd10)

55.430ha / 8,0%

PASTAGEMPLANTADA /

SILVICULTURA

4P/5P - Terras que apresentamclasse de aptidãoRegular para pastagemplantada e/ousilvicultura.

PVe - Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico

Ce – Cambissolo eutróficoCd – Cambissolo distrófico

Deficiência de água,Susceptibilidade à erosão eImpedimento à Mecanização eFertilidade Natural (parte)

17k, 19e, 22f, 23l (PVe4), 6g (PVe5), 5f, 9e, 22h (PVe7), 1g, 2.2b,6c, 7c, 8i, 23g (Ce2), 12.2c, 13.1k, 17j, 19f, 22g, 25h (Ce4), 12.1g,14.1h, 16e, 23e, 24g (Cd2) 64.870ha / 10,0%

SILVICULTURA5s - Terras que apresentam

classe de aptidão Regularpara silvicultura.

PEe - Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico

PVe - Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico

Deficiência de água,Susceptibilidade à erosão eImpedimento à Mecanização

8l, 9g (PEe4), 1i, 4f, 5e, 19d, 23k, 29a (PVe3)

24.290ha / 3,5%

5n - Terras que apresentamclasse de aptidão Regularpara pastagem natural

AQd - Areias Quartzosasdistróficas

Rd - Solos litólicos distró-ficos

12.1f, 12.3b (AQd1) 12.3c (AQd2)12.3d, 14.1a (Rd6) 2.550ha / 0,4%PASTAGEM

NATURAL /EXTRAVIMISMO

VEGETAL 5(n) - Terras que apresentamclasse de aptidão Restritapara pastagem natural.

SPd - Solos Petroplínticosdistróficos

Cd - Cambissolo distrófico

Fertilidade Natural, Defi-ciência de água, Suscepti-bilidade à erosão eImpedimento à Mecanização 10.2c (Cd9) 1a, 2.1c, 11.1a, 14.1a, 17a (SPd)

7.960ha / 1,1%

PRESERVAÇÃOAMBIENTAL

6 - Terras desaconselháveis parauso agrícola, compreendeterras mais apropriadas àpreservação da fauna e florae/ou atividadesconservacionistas tipomanejo sustentado deflorestas, lazer, etc.

PVe - Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico

Ce - Cambissolo eutróficoRd - Solos Litólicos distró-

ficosCd - Cambissolo distrófico

1j, 3d, 5g, 20e, 28c, 29b (PVe6), 20d (PVe8), 6h (Ce3), 14.1j, 14.2g,17l, 21a (Cd5), 11.1h (Cd11), 9h (Rd1), 1k, 12.3e, 13.1l, 13.2e, 18g(Rd2), 5h, 11.2h, 13.1m, 14.1k, 14.2h, 14.3d, 17m, 21b (Rd3), 17n(Rd4), 12.2d (Rd5) 55.110 / 8,0%

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

38Sumário Executivo

Fig. 16 - ConclusãoNo julgamento da aptidão agrícola, basicamente, terras aptas para culturas (ciclo

curto) o são também para culturas perenes (ciclo longo), consideradas menos exigentesapós o 1º ano de implantação das lavouras. As terras consideradas aptas para lavouras(anuais e perenes), o são também para o uso agrícola menos intensivo (pastagemplantada e silvicultura).

Os NÍVEIS DE MANEJO indicados nas caracterizações das áreas derecomendações de uso, visam diagnosticar o comportamento das terras em diferentesníveis tecnológicos.

NÍVEL DE MANEJO A - Baseado em práticas agrícolas que refletem um baixonível tecnológico. Praticamente não há aplicação de capital para manejo, melhoramento econservação das condições das terras e das lavouras. As práticas agrícolas dependem dotrabalho braçal, podendo ser utilizada alguma tração animal com implementos agrícolassimples.

NÍVEL DE MANEJO B - Baseado em práticas agrícolas que refletem um médionível tecnológico. Caracteriza-se pela modesta aplicação de capital e de resultados depesquisas para manejo, melhoramento e conservação das condições das terras e daslavouras. As práticas agrícolas estão condicionadas principalmente à tração animal.

NÍVEL DE MANEJO C - Baseado em práticas agrícolas que refletem um altonível tecnológico. Caracteriza-se pela aplicação intensiva de capital e de resultados depesquisas para manejo, melhoramento e conservação das condições das terras e daslavouras. A motomecanização está presente nas diversas fases da operação agrícola.

As CLASSES DE APTIDÃO refletem o grau de intensidade com que aslimitações afetam as terras.

CLASSE BOA - terras sem limitações significativas para a produção sustentadade um determinado tipo de utilização, observando as condições do manejo considerado.Há um mínimo de restrições que não reduzem a produtividade ou benefíciosexpressivamente, e não aumentam os insumos acima de um nível aceitável.

CLASSE REGULAR - Terras que apresentam limitações moderadas para aprodução sustentada de um determinado tipo de utilização, observando as condições domanejo considerado. As limitações reduzem a produtividade ou os benefícios, elevando anecessidade de insumos de forma a aumentar as vantagens globais a serem obtidas douso. Ainda que atrativos, essas vantagens são sensivelmente inferiores àquelas auferidasdas terras de classe boa.

CLASSE RESTRITA - terras que apresentam limitações fortes para a produção deum determinado tipo de utilização, observando as condições de manejo considerado.Essas limitações reduzem a produtividade ou os benefícios, ou então aumentam osinsumos necessários, de tal maneira que os custos só seriam justificados marginalmente.

CLASSE DESACONSELHÁVEL - terras apresentando condições que parecem excluir aprodução sustentada do tipo de utilização em questão.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

39Sumário Executivo

Fig. 17 - Distribuição Percentual dos Solos na Área do Aglomerado Urbano de Goiânia,segundo suas Classes de Fertilidade Natural

Classe de Fertilidade Natural Área no AGLUG (km2) %Alta

MédiaBaixa

1.414,21.159,44.369,7

20,416,762,9

Obs.: Os solos de alta fertilidade natural, não possuem necessidade de calcário comocorretivo e tão pouco, como suprimento de cálcio + magnésio. Os de Médiafertilidade natural, embora não necessitem de calcário como corretivo, precisam desuprimento adicional de cálcio + magnésio. Os solos de Baixa fertilidade naturalnecessitam de calcário tanto como corretivo, como suprimento de cálcio + magnésio.

Fig. 18 - Distribuição percentual dos Solos na Área do Aglomerado Urbano de Goiâniasegundo suas classes de Terras para mecanização.

Classes de Terra para Mecanização Área no AGLUG (km2) %BoaRegularRestritaInadequada

3.525,4244,6

2.028,31.144,0

50,83,5

29,216,5

Obs.: Os critérios de avaliação das terras para fins de mecanização basearam-se nadeclividade, condições de drenagem, profundidade efetiva do solo, textura, carátercascalhento e/ou petroplíntico e fase pedregosa.

Fig. 19 - Distribuição Percentual dos Solos na Área do Aglomerado Urbano de Goiâniasegundo suas Classes de Terras para Irrigação

Classes de Terra para Irrigação Área no AGLUG (km2) %EspecialBoaRegularRestritaMuito RestritaNão Recomendável/Inadequada

152,8506,2

2.686,3412,2

1.149,92.035,9

2,27,3

38,75,9

16,629,3

Obs.: A classificação de terras para irrigação baseou-se no julgamento de critérios restritivosapresentados pelos solos (fertilidade, profundidade, textura, a presença ou ausência decascalhos petroplínticos e/ou pedregosidade), pelo relevo(declividade), drenagem doperfil do solo e possíveis riscos de inundação. Não foi considerado a disponibilidadeda água e nem os métodos de irrigação, que, devem ser avaliados numa etapaposterior, quando da execução específica dos projetos.A classe Especial, refere-se àsterras de várzeas e terraços fluviais, mais indicados para irrigação por superfície(sulcos e inundação).

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

40Sumário Executivo

Fig. 20 - Vulnerabilidade do Meio Físico do Aglomerado Urbano de Goiânia - Classesde Dinâmica da Paisagem

Classes de Dinâmica Área km2

Mfa Fa Famo Mo Mofo Fo Mfo Esp TotalAparecida deGoiânia

146,9 19,7 42,5 55,0 22,7 2,3 289,1

Aragoiânia 46,1 83,3 14,1 45,6 26,0 21,7 0,6 237,4Bela Vista deGoiás

32,1 641,6 3,0 126,6 329,8 185,2 20,3 5,2 1.343,8

Bonfinópolis 0,9 50,5 13,4 15,0 24,0 19,0 122,8Brazabrantes 65,1 7,4 42,2 9,2 123,9Caldazinha 25,8 24,5 22,8 22,3 56,3 71,9 6,6 230,2Goianápolis 1,6 60,7 3,3 1,3 12,0 81,2 1,7 161,8Goiânia 482,7 124,5 5,1 45,0 92,0 2,9 35,4 787,6Goianira 83,2 21,6 22,7 17,8 16,1 161,4Guapó 229,6 16,0 42,9 102,9 118,3 21,6 531,3Hidrolândia 0,3 249,4 194,9 67,3 160,0 199,6 68,6 5,4 945,5Leopoldo deBulhões

39,1 191,6 2,1 171,6 35,7 54,6 0,9 495,6

Nerópolis 105,0 12,7 7,5 79,4 0,3 204,9Santo Antônio de Goiás

87,3 6,6 6,9 26,7 5,2 132,7

Senador Canedo 83,4 36,0 11,6 28,1 68,3 25,1 4,2 256,7Teresópolis deGoiás

0,3 78,8 2,6 0,9 22,8 1,5 106,9

Trindade 335,8 61,6 65,9 100,5 209,9 38,0 811,7km2 74,3 2.963,5 610,3 373,1 1.120,7 1.340,4 308,5 152,5 6.943,3% 1,07 42,69 8,79 5,37 16,14 19,30 4,44 2,20 -

Mfa (Muito Fraca) Mofo (Moderada a Forte)Fa (Fraca) Fo (Forte)Famo (Fraca a Moderada) Mfo (Muito Forte)Mo (Moderada) Esp (Especial)

Municípios

ÁREA

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 41Sumário Executivo

Fig. 21 – POTENCIAL DA VEGETAÇÃO NATURAL DO AGLOMERADO URBANO DE GOIÂNIA

LEGENDA DE MAPASTIPO DE VEGETAÇÃO

Geoambiental QualidadeAmbiental

POTENCIAL NATURAL

ÁREAREMANES-

CENTE(ha)

Savana Florestada (Cerradão) Sd C1Alto potencial de lenha - média de 143 St/ha; baixo potencial de toras para serrarias; algumasde suas madeiras encontram utilização variada como cabos de ferramentas, moirões, etc.Principais espécies utilizadas: Gonçalo Alves, Sucupira.

5.730

Savana Arborizada ( Campo Cerrado e Cerrado censustricto) As, Saf C1

Médio potencial de lenha – cerca de 68 St/ha; algumas de suas madeiras encontram utilizaçãovariada como cabos de ferramentas, moirões, etc.; Apresenta bom potencial para extrativismode frutos edules, em especial o pequi. Permite o pastoreio extensivo por conter inúmerasforrageiras nativas.

27.000

Savana Parque ( Campo Sujo e Campo Cerrado ralo) Sp, Spf C1Baixo potencial de lenha – menos de 20 St/ha; Apresenta bom potencial para extrativismo deplantas medicinais, frutos edules, etc. Permite o pastoreio extensivo por conter inúmerasforrageiras nativas.

8.240

Floresta Estacional Semidecidual Aluvial Pf C4

Semelhante às florestas de galeria, guardam um potencial madeireiro razoável, com madeirasque se prestam para construções civis em geral. Sua utilização, entretanto, deve ser limitadaou evitada, tendo em vista os frágeis ambientes que eles protegem. Principais espécies compotencial de utilização: tamboril, jequitibá.

1.380

Floresta Estacional Semidecidual Submontana Fs C2

Potencial madeireiro elevado - 120m³/ha em média e ainda melhor para lenha. Osremanescentes atuais, entretanto, quase sempre já se encontram desprovidas das melhoresmadeiras pela exploração seletiva. Principais espécies utilizadas: jatobá, pau d’óleo, garapa,mandiocão, anjico, etc.

1.140

Floresta Estacional Decidual Submontana Cs C3

Potencial madeireiro médio alto - 108m³/ha geralmete localizados em topos de morros emsituação de acesso difícil. A maior parte dos remanescentes atuais foram exploradosseletivamente em suas melhores madeiras: aroeira, cedro, peroba, moreira, etc. Parte dessasflorestas são matas reconstituídas naturalmente (vegetação secundária).

13.470

Predomínio de Savana

Sd (Es, Cs)As (Es, Cs)Saf (Fs, Cs)Sp (Cs)Spf (Cs)

C5 22.400

Predomínio de FlorestaEstacional Semidecidual

Fs (Sd, Sa) C6 14.140

Áreas de TensãoEcológica (Contatos)Encraves Savana /Floresta Estacional

Predomínio de FlorestaEstacional Decidual

Cs (Sd, Sa, Saf,Sp, Spf) C7

Potencial Natural variável de acordo com o tipo de vegetação ou formação vegetal

13.980

Formações Pioneiras Herbáceas / Arbustiva Pf C4 Ambientes encharcados, podem eventualemte fornecer forragem para o gado nas épocas secas 1.310

Nota: O Potencial madeireiro lenhoso existente em áreas consideradas de preservação permanente: nas situações de cabeceiras de drenagens, encostas comaclives acentuados (45°), matas de galeria e topos de morro tem sua utilização proibida. Sua exploração total sujeita a autorização prévia, só poderá ser efetuadanas demais situações, desde que, em áreas não declaradas como reserva legal das propriedades (20%). Para este caso a lei prevê a possibilidade de utilizaçãoparcial, através do plano de manejo sustentado.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

42Sumário Executivo

Fig. 22 - Vegetação Natural Remanescente e/ou Regenerada na Área do AglomeradoUrbano de Goiânia

FISIONOMIASÁREA

km2ÁREA

ha%

Em relação à vege-tação remanescente

%Em relação àárea total

Savana Florestada (Cerradão) 57,3 5.730 5,3 0,83Savana Arborizada (Campo Cerrado eCerrado “sensu stricto”)

270,0 27.000 24,8 3,89

Savana Parque (Campo Sujo e CampoCerrado, ralo).

82,4 8.240 7,6 1,19

Floresta Estacional Semidecidual, Aluvial 13,8 1.380 1,3 0,20Floresta Estacional Semidecidual,Submontana

11,4 1.140 1,0 0,16

Floresta Estacional Decidual, Submontana 97,8 9.780 9,0 1,41

Savana Florestada 144,5 14.450 13,3 2,08Áreas de TensãoEcológica Savana Arborizada 23,0 2.300 2,1 0,33Savana/Floresta Savana Parque 56,9 5.690 5,2 0,82Estacional(predomínio)

Floresta EstacionalSemidecidual,Submontana

141,4 14.140 13,0 2,04

Floresta EstacionalDecidual, Submontana 63,3 6.330 5,8 0,91

Áreas das Formações Pioneiras herbáceas/arbustivas 13,1 1.310 1,2 0,19Vegetação Secundária (em áreas de Floresta Estacional) 36,9 3.690 3,4 0,53Vegetação Secundária (em áreas de TensãoEcológica 76,5 7.650 7,0 1,10

T O T A L 1.088,3 108.830 100,0 15,68

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

43Sumário Executivo

Fig. 23 - Uso Atual das Terras no Aglomerado Urbano de Goiânia (1)

2,00%

1,30%

6,20%

0,80%

1,70%

0,40%

0,90%

0,50%

2,70%

30,70%

0,80%

0,20%

0,90%

1,10%

0,50%

0,80%

42,20%

86,20%

88,10%

79,90%

81,10%

84,60%

67,50%

77,20%

83,30%

81,60%

60,10%

81,50%

79,00%

85,60%

86,30%

80,90%

81,90%

44,90%

11,80%

10,60%

13,90%

18,10%

13,70%

32,10%

21,90%

16,20%

15,70%

9,20%

17,70%

20,80%

13,50%

12,60%

18,60%

17,30%

12,90%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

TRINDADE(811,7 km²)

TEREZÓPOLIS DE GOIÁS(106,9 km²)

SENADOR CANEDO(256,7 km²)

SANTO ANTÔNIO DE GOIÁS(132,7 km²)

NERÓPOLIS(204,9 km²)

LEOPOLDO DE BULHÕES(495,6 km²)

HIDROLANDIA(945,5 km²)

GUAPÓ(531,3 km²)

GOIANIRA(161,4 km²)

GOIÂNIA(787,6 km²)

GOIANÁPOLIS(161,8 km²)

CALDAZINHA(230,2 km²)

BRAZABRANTES(123,9 km²)

BONFINÓPOLIS(122,8 km²)

BELA VISTA DE GOIÁS(1.343,8 km²)

ARAGOIÂNIA(237,4 km²)

AP. DE GOIÂNIA(289,1 km²)

ÁREA URBANIZADA ÁREA AGRICULTADA (2) ÁREA COM VEGETAÇÃO NATURAL (3)

(1) Área de imagem TM - LANDSAT 5 (Agosto/90)(2) Inclui áreas de pastagens plantadas de lavouras e em pousio, de sivicultura de vegetração secundária em estágios pioneiros (capoeiras ralas) e de parcelamentos urbanos não consolidados.(3) Vegetação primária e / ou regenerada (vegetação secundária em estágios evoluídos).

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 44Sumário Executivo

Fig. 23 - Complementação

Áreas Urbanizadas (2) Área Agricultada

Agropecuária Total (2;4)

Vegetação Natural(2;4)MUNICÍPIOS

ÁreaTotal(km²) (km²) %

Lav. Temp.(1)

(ha)*

Lav. Perm.(1)

(ha)**

Reflorest.(2)

(ha) (ha) (km²) (%) (ha) %

Aparecida de Goiânia 289,1 122,0 42,2 517 68 29 12.990 129,9 44,9 3.729 12,9

Aragoiânia 237,4 1,9 0,8 2.300 88 119 19.450 194,5 81,9 4.108 17,3

Bela Vista de Goiás 1.343,8 6,7 0,5 9.295 245 134 108.720 1.087,2 80,9 24.990 18,6

Bonfinópolis 122,8 1,4 1,1 840 44 --- 10.600 106,0 86,3 1.547 12,6

Brazabrantes 123,9 1,1 0,9 2.272 255 --- 10.610 106,1 85,6 1.672 13,5

Caldazinha 230,2 0,5 0,2 Incluso em Bela Vista --- 18.190 181,9 79,0 4.788 20,8

Goianápolis 161,8 1,3 0,8 6.111 488 16 13.190 131,9 81,5 2.863 17,7

Goiânia 787,6 241,8 30,7 1.352 144 --- 47.340 473,4 60,1 7.245 9,2

Goianira 161,4 4,4 2,7 2.585 1.350 --- 13.170 131,7 81,6 2.533 15,7

Guapó 531,3 2,7 0,5 2.315 85 27 44.260 442,6 83,3 8.607 16,2

Hidrolândia 945,5 8,5 0,9 4.574 378 10 73.000 730,0 77,2 20.706 21,9

Leopoldo de Bulhões 495,6 2,0 0,4 3.725 270 --- 33.460 334,6 67,5 15.908 32,1

Nerópolis 204,9 3,5 1,7 1.480 570 --- 17.340 173,4 84,6 2.807 13,7

Santo Antônio de Goiás 132,7 1,1 0,8 Incluso em Goianira 40 10.760 107,6 81,1 2.401 18,1

Senador Canedo 256,7 15,9 6,2 1.630 166 30 20.520 205,2 79,9 3.560 13,9

Teresópolis de Goiás 106,9 1,4 1,3 Incluso em Goianápolis 21 9.420 94,2 88,1 1.133 10,6

Trindade 811,7 16,2 2,0 4.168 506 --- 69.980 699,8 86,2 9.578 11,8(1) - Produção Agropecuária 1992 – IBGE. * Área colhida com: milho, arroz, feijão, soja, mandioca, cana-de-açúcar, tomate,

alho,(2) - Análise de Imagens TM-LANDSAT 5, agosto 1990. melancia, batata-doce e abacaxi.(3) - Inclui áreas de pastagens plantadas, de lavouras em geral, reflorestamento e áreas em pousio. ** Área plantada com: café, laranja, banana, tangerina, limão, manga, mamão,

maracujá,(4) - Vegetação primária ou regenerada. e abacate.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

46Sumário Executivo

3.2 - Aspectos Sócio-Econômicos

3.2.1 - Aspectos do Processo de Ocupação e de Urbanização do Aglomerado Urbano deGoiânia - Identificação de Alguns Problemas e suas Implicações no MeioAmbiente.

Os impactos causados pelas transformações desencadeadas pela expansão capitalistavêm ocasionando, principalmente a partir da década de 5O, profundas modificações no Paíse, particularmente, na área de estudo - o Aglomerado Urbano de Goiânia.

Essas mudanças vêm produzindo um intenso processo de urbanização, que, associadoàs transformações ocorridas no campo, constituem a base dos problemas que recaem noespaço urbano, especialmente com respeito ao comprometimento das condições de vida dapopulação, como, entre outros, deficiência ou ausência de serviços e/ou da propriedade,desequilíbrio entre oferta e demanda de empregos e baixos níveis de remuneração queimpedem o acesso aos equipamentos e a um nível de vida digno.

No Estado de Goiás e, mais especificamente, no Aglomerado Urbano de Goiânia, aprodução e reprodução desse quadro evidencia-se num rápido e intenso processo deurbanização, consequente da expansão da empresa agropecuária e do Capital, que intervêmdiferentemente no campo e na cidade, modificando as relações sociais e de trabalho.

Assim, a cidade passa a ser o espaço cristalizador dos efeitos da mudança dos padrõesde acumulador de Capital que, também no espaço goiano, passa a exigir a elaboração depolíticas socialmente igualitárias e economicamente viáveis.

O aglomerado urbano em pauta é um conjunto de municípios com características quelhes dão especificidade e que, por isto, merecem tratamento especial por parte dasautoridades governamentais que, preocupadas com os problemas que surgiram e/ouaceleraram-se nestes municípios, não devem esquecer a perspectiva totalizadora dosprocessos espaciais dos quais são componentes.

Com respeito à expansão urbana dos municípios do Aglomerado , em especial à deseu núcleo Goiânia - centro regional e capital do Estado -, as autoridades locaisdesenvolveram mecanismos de contenção, na tentativa de racionalizar a oferta de infra-estrutura e equipamentos sociais e de controlar o crescimento desordenado, fazendo com quefossem transferidos para fora do perímetro urbano, os problemas decorrentes desta expansão.

Desse modo, os contornos das áreas urbanas tornaram-se palco de intensaespeculação imobiliária, de graves conflitos sociais; enfim, de um acelerado processo depauperização. Consequentemente, os limites dos núcleos urbanos foram-se expandindo e,com eles, ampliaram-se também as dificuldades de acesso aos equipamentos sociais e deinfraestrutura, já que os municípios não estavam preparados para este crescimento aceleradoe caótico (TABELA 2).

A malha urbana de Goiânia, cidade planejada, cresceu de forma espontânea edesordenada, direcionada por especulações de poder que nortearam o parcelamento e a

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

47Sumário Executivoocupação da cidade. Este rápido e descontrolado crescimento, principalmente nas duasúltimas décadas, ocasionou problemas de ordem física, demográfica e social de sériasdimensões, não apenas para a própria Goiânia, mas, consequentemente, também, para osmunicípios de seu entorno, que juntos compõem o Aglomerado Urbano de Goiânia.

Este inchamento está intimamente atrelado ao parcelamento do solo urbano da capitalestadual e núcleo do Aglomerado urbano, o que ocasionou o surgimento de inúmerosloteamentos. Este retalhamento do solo, deixa claro o alto grau de especulação imobiliáriaque vem ocorrendo no aglomerado, tornando-se ainda mais grave o fato de que o índice dedesocupação dos lotes é elevado e que há um consequente estoque dos mesmos.

O grande poder de atração que os municípios do Aglomerado exercem sobre osfluxos migratórios, em suas variadas origens, agrava os problemas já existentes, à medidaque o ritmo do crescimento urbano não é acompanhado, na mesma intensidade, pelo ritmo docrescimento das atividades econômicas e da oferta de infra-estrutura básica e social.

No que tange às atividades econômicas, há o predomínio do Setor Terciário. Já comrespeito ao Setor Secundário, o maior peso fica por conta da indústria de transformação, comênfase no gênero de produtos alimentares. No Setor Primário, a pecuária tem suarepresentatividade através da bovinocultura de corte e leiteira, seguida pela avicultura.

Os municípios que compõem o Aglomerado não possuem infra-estrutura capaz deoferecer os serviços básicos urbanos e sociais e, nem tão pouco, possuem um mercado detrabalho compatível com a oferta de mão-de-obra, o que faz com que se cristalize maisfortemente no município-sede do aglomerado - Goiânia, toda a problemática econômico-social da região. Esses problemas têm gerado um quadro urbano crítico, apresentando quasetodos os itens que se configuram hoje nas grandes cidades do País.

Na tentativa de melhorar este panorama desordenado, as autoridades governamentaisdeverão elaborar políticas específicas para as diferentes configurações da problemáticaurbana do Aglomerado, viabilizando as mesmas através de projetos preventivos dos possíveisdesequilíbrios e de projetos corretivos, quando possível, dos impactos já sofridos pela áreaem estudo.

3.2.2 - O Aglomerado Urbano de Goiânia - A Área de Estudo

3.2.2.1 - Goiânia - o Município-Núcleo

Goiânia, núcleo polarizador do Aglomerado Urbano, teve iniciado seu processo deimplantação através de uma proposta urbanista de vanguarda para a época (1933).

Em 1949, a cidade já apresentava significativo crescimento, com o Estadomonopolizando, quase integralmente, o parcelamento do solo.

No entanto, foi durante a década de 5O que Goiânia passou a sofrer um intensoprocesso de parcelamento do solo, que tornou-se ainda maior com a construção de Brasília.Com o início das obras, em 1956, Goiânia passou a ser suporte importante na construção da

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

48Sumário Executivonova Capital Federal, além de beneficiar-se de sua posição em relação à ligação Brasília-SãoPaulo, através da BR-153.

Em 1959, o Governo Municipal suspendeu a aprovação de novos loteamentos emGoiânia, cujo planejamento ficou prejudicado por mudanças políticas; sendo que, destaépoca até 1963, a proposta original sofreu intensa descaracterização.

Na década de 6O, Goiânia apresentava elevada taxa de crescimento demográfico,sendo que a população urbana dobrou o seu contingente até o final deste mesmo período. Istoé explicado pela liberação do parcelamento do solo para fins urbanos, no final de l963,processo este que se intensificou em 1967 e 1968. Neste período, muitos setores, parceladosanteriormente, consolidaram-se.

Em 1967, o Governo Municipal, sentindo necessidade de controlar o caótico edescontínuo processo de parcelamento do solo urbano e de impedir a verticalização e oadensamento que prejudicavam a estrutura física da cidade, solicitou a uma equipe técnica domunicípio a elaboração de um plano diretor - o Plano de Desenvolvimento Integrado deGoiânia (P.D.I.G.) -, que, até hoje, tem servido como referência para os demais planos,programas e diretrizes governamentais e/ou privados.

Um dos pontos importantes do referido plano diretor é a recomendação de que ocrescimento da cidade seja direcionado para sudoeste, usando como mecanismo de indução aalocação de conjuntos habitacionais nesta direção. A lógica desta recomendação são asbarreiras naturais a norte e a nordeste, apenas pela necessidade de preservação da área dabacia de captação do ribeirão João Leite, como também por representar umas das poucasreservas de áreas verdes do município.

Um outro ponto importante do P.D.I.G., este não apenas para Goiânia, mas tambémpara os demais municípios do Aglomerado Urbano , diz respeito à Lei Municipal 4526 de 31de dezembro de 1971, que impedia a aprovação, em Goiânia, de loteamentos sem infra-estrutura de pavimentação, água, luz e esgoto. Essa lei reflete-se clara e imediatamente noespaço goianiense, pois, a partir de 1972, reduz-se consideravelmente o parcelamento do solopara fins urbanos neste município. Entretanto, nos municípios limítrofes à Goiânia, a partirdeste mesmo ano, acentua-se a aprovação de novos parcelamentos, já que neles não havianenhuma restrição legal à aprovação dos mesmos. A maioria destes loteamentos autorizadosapós 1972, destinava-se à implantação de conjuntos habitacionais.

Em 1975, pela própria dinâmica que passou a ter a cidade de Goiânia, houve anecessidade de uma complementação do P.D.I.G. Para tanto, formulou-se o Plano de Uso doSolo Urbano de Goiânia (Lei Municipal 5735 de 19 de dezembro de 198O), o qual pretendeurespeitar as tendências naturais de localização de usos e criar mecanismos para minimizarseus efeitos negativos, tentando, assim, proporcionar à cidade uma ocupação futura racional eharmônica.

No referido plano complementar em vigor, que dá a definição locacional de áreascom usos específicos, pretendeu-se mais do que respeitar as tendências de utilização naturaldo espaço, redirecionar essa ocupação de modo a possibilitar o descongestionamento de umadas principais vias da cidade - a Avenida Anhangüera -, indicando para tanto a criação de

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

49Sumário Executivouma zona de comércio e serviços na porção sul de Goiânia, circundada por uma zonahabitacional de alta densidade.

Uma outra proposição deste plano diz respeito à localização das zonas industriais,objetivando retirar as indústrias de pequeno e médio porte, localizadas na zona oeste dacidade, ao longo dos córregos; no entanto, com relação às indústrias de grande porte não hádelimitação de área, sendo este ponto uma das graves falhas do Plano de Uso do Solo Urbanode Goiânia.

Este referido plano, no que concerne a preservação dos mananciais que abastecemparte do município de Goiânia é deficiente, posto que a proteção do ribeirão João Leite éincompleta, já que à montante da captação há ocupação acentuada de suas margens, além dodespejo de dejetos industriais próximo às nascentes, nos arredores da cidade de Anápolis.Entretanto, as autoridades governamentais, atentas a esta falha de planejamento, jásolicitaram a elaboração de estudos na tentativa de solucionar este sério problema.

O serviço de abastecimento d'água tratada é prestado a quase toda a população urbanado município de Goiânia, estendendo-se sem solução de continuidade para a área conurbadano município de Aparecida de Goiânia. Tal serviço foi possível com a ampliação da estaçãode tratamento de água de Goiânia(ETAG) e o aproveitamento do rio Meia Ponte a montanteda cidade. Para uma futura ampliação do sistema de abastecimento de água de Goiânia, aSANEAGO prevê a construção de uma nova captação no ribeirão João Leite a montante daatual. Para o futuro existe ainda a possibilidade de aproveitamento do ribeirão Sozinha e dorio Caldas que tem seus cursos posicionados a leste, no município de Senador Canedo.

Entretanto, a dinâmica de ocupação não é acompanhada pelos serviços urbanos,mesmo com a ampliação da rede de distribuição de água tratada, alguns bairros periféricosainda ficaram sem a prestação desse serviço e continuaram a utilizar-se do lençol freático,através de poços, o que vem ocasionando sérios problemas de saúde pública, já que, emfunção da quase total ausência do sistema de esgoto sanitário, o lençol freático écontaminado automaticamente.

Goiânia tem cerca de 70.00% de sua população urbana total atendida pela rede deesgoto, que está concentrada na área central e nos bairros mais nobres. A população nãoatendida por esse serviço utiliza-se de soluções individuais, como as fossas sépticas(sumidouros), as fossas negras (nas áreas mais pobres) ou, ainda, as fossas secas.Concomitantemente, as indústrias e os hospitais têm seu esgoto despejado diretamente, semtratamento, na rede pública de coleta ou nos cursos d'água. Poucos possuem tratamentopróprio.

Existe um projeto de ampliação do sistema de esgoto sanitário, que, em razão do altocusto, não há perspectiva de implantação a médio prazo. Porém, mesmo após a implantaçãodo referido projeto, os bairros periféricos (de baixa renda) continuarão à margem do sistema,devido a incapacidade de pagamento das taxas que recairão sobre a população que seriaatendida por esse serviço.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

50Sumário Executivo

Portanto, conclui-se que o município-núcleo do Aglomerado Urbano de Goiâniaapresenta sérios problemas nos mais diferentes setores, o que exige, do Poder Público,providências imediatas, a fim de que sejam minimizados os impactos que degradam o meioambiente.

3.2.2.2 - O Entorno de Goiânia

O entorno de Goiânia é composto por 16 (dezesseis) municípios, dos quais 9 (nove)têm contiguidade territorial com o município-núcleo.

Como já visto anteriormente,a aprovação da Lei Municipal 4526, que impedia oparcelamento do solo em Goiânia para fins urbanos, sem infra-estrutura mínima de águatratada, pavimentação e iluminação pública,que vinha ocorrendo desde 195O e acentuou-se apartir de 1972, fez com que surgissem inúmeros novos loteamentos nos municípios doentorno de Goiânia, uma vez que neles não havia restrições à aprovação dos mesmos.

Dentre esses municípios, o que mais sofreu os reflexos dessa lei foi o de Aparecida deGoiânia, em razão de sua maior proximidade com o município-núcleo e também por suaacessibilidade, posto que ambos são cortados pela BR-153. As empresas imobiliárias, emrazão das limitações legais para sua atuação em Goiânia, passaram a investir nos municípiosvizinhos, especialmente no município em pauta, já que eles não eram protegidos porlegislação específica, além de dispor de terrenos mais baratos.

Como em Goiânia, também em Aparecida de Goiânia, já na década de 5O, iniciava-seo processo de parcelamento do solo urbano. Porém, no final desta e início da década de 6O,este processo acelerou-se em razão da construção da Capital Federal e da abertura easfaltamento da rodovia Belém-Brasília (BR-153). Como consequência, ocorreram: aaprovação de vários projetos de loteamentos, ao longo da década de 6O, e um intensoparcelamento do solo na década seguinte (7O); processos esses favorecidos por leismunicipais que ampliavam o perímetro urbano, chegando a alcançar quase todo o territóriodo município em questão.

Assim, desde o início dos anos 5O, a cidade de Aparecida de Goiânia vem-seexpandindo horizontalmente por sobre as inúmeras chácaras existentes, que sofreram umintenso retalhamento, concorrendo, portanto, para a quase extinção da área agricultável domunicípio. Este parcelamento do solo, a partir do núcleo central, espraiou-se por todo omunicípio, desordenada e descontinuadamente, formando extensos vazios entre osloteamentos, sem as mínimas condições de infra-estrutura. Os loteamentos começaram asurgir próximos ao limite municipal com Goiânia, como se fossem continuidade dos láexistentes e foram caminhando na direção da sede urbana do município de Aparecida deGoiânia.

O município em pauta foi, entre os que compõem o Aglomerado Urbano, o que maissofreu os reflexos da expansão de Goiânia, o que resultou numa intensa e descontroladaocupação do solo, possibilitando, assim, o surgimento de vários núcleos urbanosindependentes.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

51Sumário Executivo

Por outro lado, dos demais municípios do Aglomerado, Nerópolis foi o queapresentou o mais baixo índice de parcelamento do solo, pois o predomínio das atividadesprimárias (agricultura e extração de mineral não-metálico - argila), levando o uso da terra aser quase exclusivamente agrícola, não oferece atrativos à ação das empresas imobiliárias.

Outro município do Aglomerado Urbano que também pouco sofreu a ação dosincorporadores imobiliários foi Goianápolis. Ele, assim como Nerópolis, tem na agriculturasua principal atividade econômica que, desde a década de 6O, vem absorvendo grandecontingente de mão-de-obra urbana que passou a atrair para este núcleo, quando aí teve inícioa cultura do tomate - principal cultivo do município.

Portanto, desde a década de 5O, vem ocorrendo a implantação de grande número deloteamentos em Goiânia e em Aparecida de Goiânia; sendo que, entre 1966 e 1968, emGoiânia, houve um incremento do número de loteamentos e, nos demais municípios doAglomerado, ocorreu um decréscimo do número de instalação dos mesmos. Porém, a partirde 1969, este processo inverteu-se, intensificando-se após 1972, em razão da aprovação daLei Municipal 4526, principalmente em Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás,Trindade, Aragoiânia e Goianira e, nos demais municípios, de forma mais lenta.

Entre 197O e 198O, nos municípios do entorno de Goiânia, à exceção de Hidrolândia,ocorreu um elevado crescimento da população urbana, em parte resultado da ampliação doperímetro urbano, consequente de um intenso processo de loteamento do solo rural. Esteprocesso de parcelamento apresentou, somente em Aparecida de Goiânia, um quantitativo delotes quase igual ao de Goiânia . No entanto, apenas um pequeno percentual dos lotes estáocupado, o que significa a existência de um estoque considerável de lotes vazios.

Com respeito à infra-estrutura básica do entorno de Goiânia, o problema é bastantegrave, posto que nenhum de seus municípios conta com sistema de coleta de esgotamentosanitário. A solução é dada individualmente com a instalação de fossas negras que vêmocasionar outro sério problema. A rede de abastecimento d'água, por sua vez aindainsuficiente, leva a população a fazer uso de poços que alcançam o lençol freático jácomprometido e, consequentemente, a consumir água contaminada, pois coexistem nummesmo lote as fossas negras e os poços artesianos e tubulares profundos.

A rede de abastecimento d'água atende relativamente bem à população urbana doentorno de Goiânia. Dentre os mais bem servidos, com fornecimento entre 81.00% e 9O.00%de sua população urbana, estão os municípios de Nerópolis, Goianápolis, Bonfinópolis,Leopoldo de Bulhões e Guapó. A captação d'água é feita, respectivamente, nos córregos doCafé, Sozinha e Barro Preto, no rio dos Bois e no ribeirão dos Pereiras. Atingindo umpatamar entre 71.00% e 8O.00% de população urbana atendida, encontram-se Bela Vista deGoiás, Hidrolândia e Aragoiânia, que utilizam os córregos Sucuapara, Canoas e Veredas.Com fornecimento d'água feito entre 6O.00% e 8O.00% da população urbana acham-seTrindade (córregos Anil, Barro Preto e Barro Branco), Aparecida de Goiânia (córrego dasLages e sistema da capital estadual em alguns bairros conurbados com Goiânia) eBrazabrantes (ribeirão Cachoeirinha). Goianira é abastecido através de poço tubularprofundo, que atende de 2O.00% a 3O.00% de sua população urbana; e, finalmente, SenadorCanedo que não é beneficiado pelo serviço de abastecimento de água tratada, utilizando-se ,então de poços artesianos. Estes poços estão bastante difundidos nas áreas não servidas pelosistema, havendo também outras formas menos usuais de abastecimento (MAPA).

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

52Sumário Executivo

3.2.3 - O Setor Secundário no Aglomerado Urbano de Goiânia

Na presente análise foram utilizadas variáveis do Censo Industrial de 1985 daFundação IBGE, além de informações complementares do Anuário Estatístico de 1991 daFederação das Indústrias do Estado de Goiás, que detalha nominalmente os estabelecimentosindustriais por município.

De grande valia para a execução desta análise, foi a pesquisa de campo, que alertou eesclareceu determinados aspectos que dependem, sobretudo, de informações locais.

O processo de industrialização no Aglomerado Urbano de Goiânia teve início com atransferência da capital do Estado para Goiânia, em 1937, o que veio ocasionar um maiordesenvolvimento, não apenas para a nova sede do Governo estadual, mas ainda para osmunicípios de seu entorno, que também tornaram-se foco de atração populacional.

Porém, foi somente na década de 70 que o setor secundário fortaleceu-se em Goiânia;sendo que, na década seguinte (80), expande-se para outros municípios, como Aparecida deGoiânia, Trindade e Bela Vista de Goiás. Nos demais, o processo de industrialização é,praticamente inexistente (TABELA 1).

O setor secundário no Aglomerado Urbano de Goiânia, em 1985, ocupava umasituação de destaque no cenário econômico do Estado de Goiás. Contava com 1563estabelecimentos industriais, o que correspondia a 26,33% do número total do Estado, valoreste bastante representativo para um universo de apenas 14 (quatorze) municípios.

No entanto, o processo de industrialização na área de estudo ocorre de formacontrastante, já que , em 1985, Goiânia concentrava 84,00% do número total deestabelecimentos industriais; os municípios de Aparecida de Goiânia, Trindade e Bela Vistade Goiás compreendiam cerca de 9,00%, enquanto todos os demais municípios doAglomerado concentravam apenas cerca de 7,00% do total de estabelecimentos industriais daárea de estudo.

Portanto, pode-se afirmar que os problemas ambientais, resultantes dos poluentesindustriais, tanto do ar, quanto da água ou do solo, vão impactar diferenciadamente a área doAglomerado Urbano de Goiânia.

Assim, ao se analisar os impactos ambientais resultantes da presença dosestabelecimentos industriais na área em estudo, distinguiram-se, numa primeira etapa, asindustrias de transformação das indústrias extrativas, já que as primeiras, em razão do maiornúmero de estabelecimentos, são mais impactadoras.

Numa segunda etapa, procurou-se detectar, entre as indústrias de transformação, quaisos gêneros que durante o processo de produção apresentam maior efeito poluidor. Após estaavaliação, concluiu-se que 13 (treze) gêneros poderiam ser citados: transformação deprodutos minerais não-metálicos; metalurgia; papel e papelão; borracha; couro e peles eprodutos similares; química; produtos farmacêuticos e veterinários; perfumaria, sabões evelas; produtos de matéria plástica; têxtil; produtos alimentares; bebidas; e fumo.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

53Sumário Executivo

Todos esses gêneros estão presentes basicamente em Goiânia e Aparecida de Goiânia,sendo que alguns deles aparecem em concentrações elevadas, como é o caso do gênero papele papelão, que, no Estado de Goiás, é encontrado somente na área em pauta.

Em razão do número elevado de estabelecimentos industriais (1313) localizados emGoiânia, dentre os quais estão presentes os 13 (treze) gêneros considerados os maispoluentes, e de muitos deles estarem estabelecidos próximo aos mananciais que abastecem oAglomerado, a situação é bastante séria. Um outro fator que compromete mais ainda é aausência de cuidados especiais necessários, por parte dos responsáveis por estes inúmerosestabelecimentos industriais, e que é difícil, hoje, de ser resolvido, principalmente, se houvernecessidade de remoção de alguns desses estabelecimentos.

Deve-se ressaltar, também, que o gênero de produtos alimentares é o responsável pelomaior número de estabelecimentos industriais do Aglomerado Urbano, dos quais 74,00%estão localizados em Goiânia. Deve-se acrescentar, ainda, que o grau de poluição ocasionadopor esse gênero industrial é intenso, fazendo-se necessário, portanto, uma fiscalizaçào severapara o funcionamento desses estabelecimentos.

Nos demais municípios do Aglomerado, a situação é contornável, visto que o númerode estabelecimentos industriais é bem menor, além de o próprio tamanho das unidadesprodutivas contribuir para que seja mais reduzido o grau de poluiçào.

A indústria extrativa mineral tem pouca representatividade, visto que , na área doAglomerado Urbano de Goiânia, não há ocorrência de minerais considerados de alto valoreconômico. Entretanto, explorações de minerais ligados à indústria da construção civil, queé, hoje, uma atividade com grande demanda na área em foco.

3.2.4 - A Situação Ambiental do Aglomerado Urbano de Goiânia

Embora possa-se afirmar que, sob o ponto de vista ambiental, a área do Aglomeradonão esteja numa situação crítica, como outras áreas do País, faz-se necessário uma breveanálise dos níveis de comprometimento dos receptores - solo, ar e água.

A poluição do solo tem sua origem, principalmente, em razão da ausência de umsistema regular de coleta de lixo, acrescido pela falta de um programa de aproveitamento dosrejeitos sólidos, resultantes do processo industrial. Dessa forma, um dos gêneros industriaisque mais impactam o meio ambiente são as indústrias de couros e peles e produtos similarese as indústrias de produtos alimentares, que utilizam, como matéria-prima, produtosperecíveis.

Quanto à poluição do ar, é ainda controlável, pois algumas indústrias já utilizam-se defiltros, enquanto outras encontram-se em processo de instalação desse equipamento. Umoutro fator favorável a não contaminação excessiva do ar, diz respeito a dispersão dalocalização das indústrias, cuja exceção é feita ao eixo da BR-153, no trecho Goiânia -Aparecida de Goiânia, onde concentram-se inúmeros estabelecimentos industriais. Portanto,esta área pode ser considerada crítica, do ponto de vista ambiental, dentro do AglomeradoUrbano de Goiânia.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

54Sumário Executivo

Ao contrário da poluição do ar, a da água encontra-se em pior condição, pois osmunicípios da área em estudo contam com apenas 3 (três) mananciais para seu abastecimento- os rios Meia-Ponte, João Leite e Caldas -, que hoje apresentam suas águas com fortecomprometimento. A situação complica-se mais ainda, quando estes rios cortam omunicípio- sede do Aglomerado (Goiânia), pois eles, e até mesmo seus afluentes, passam areceber, de maneira intensa, uma variada descarga industrial, isto é, recebem tanto efluenteslíquidos, como resíduos sólidos; comprometendo seriamente suas águas.

De forma geral, pode-se dizer que muitas situações de degradação ambiental podemser contornadas, mas para isso faz-se necessário o empenho dos órgãos que tratam da questãoambiental e da fiscalização dos equipamentos de proteção ao meio ambiente.

3.2.5 - Considerações Finais

O Aglomerado Urbano de Goiânia é considerado um espaço estratégico, posto queexerce forte influência na região entorno.

A área do aglomerado em estudo, seja pela expansão demográfica natural, seja por seralvo de convergência de fluxos migratórios, vem apresentando um acelerado e rápidocrescimento populacional em seus núcleos urbanos, ocasionando assim graves problemas aomeio ambiente. Portanto, deve-se estar atento à concentração espacial de população e deatividades produtivas, que ocorrem mais em Goiânia que nos demais municípios doaglomerado urbano em questão.

Essa dinâmica demográfica vem ocasionar um inchamento das cidades doAglomerado, à medida que as possibilidades concretas de oferta de emprego e deequipamento de consumo individual e coletivo não atingem a massa populacional que afluipara estes centros urbanos, indicando, assim, um marcante descompasso entre o ritmo decrescimento populacional das cidades e o ritmo de ampliação dos serviços por elasoferecidos.

Pode-se ainda afirmar que alterações na economia nacional levaram a significativasmudanças nas relações de produção no campo, gerando excedentes de mão-de-obra que, àprocura de melhores condições de vida, buscaram os centros urbanos. Estes, em suasdiferentes instâncias, vêm apresentando redefinição de seu conteúdo e forma, no contexto doprocesso de mudança em curso na sociedade e na economia do País; redefinição essa que, aocontrário de excluir, vem aguçando os conflitos que têm como cerne a conquista de direitossociais, progressivamente colocados no jogo de forças econômicas, sociais e políticas.

A população que emigra do campo está " inchando " as cidades de todo o País, e osmaiores índices de crescimento populacional ocorrem nas cidades médias e nas capitaisestaduais, que passam a absorver contingentes demográficos que, por extrapolarem acapacidade de seus equipamentos urbanos, mostraram a necessidade de umredimensionamento dos mesmos.

Os problemas emergentes, a partir das novas relações que se estabelecem entre ourbano e o rural, tornaram-se o centro de preocupação dos órgãos de planejamento e dasautoridades, posto que a questão ambiental, associada à urbanização, merece atenção especial

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

55Sumário Executivonão somente por parte do Poder Público, mas também uma conscientização da própriapopulação com respeito à preservação do meio ambiente.

Assim, o acelerado crescimento observado nas cidades brasileiras e, no caso, nascidades do Aglomerado Urbano de Goiânia mostra a necessidade de se elaborar estratégias,não se limitando apenas ao ordenamento do crescimento da malha urbana, mas também dasáreas rurais. Estas estratégias deverão contribuir para minimizar os atritos e possibilitar umamelhor coordenação dos fatores responsáveis pelo crescimento urbano.

Deste modo, as políticas de organização do espaço, que visam disciplinar o uso dosolo no Aglomerado Urbano de Goiânia, devem estar atentas ao descontrolado crescimentoda área em questão, assim como aos problemas dele decorrentes - desordenada distribuiçãoda população e das atividades produtivas, o que vem dificultar as ações dos órgãos deplanejamento.

No entanto, uma melhor organização do espaço contribuiria para minimizar osconflitos advindos dessa ocupação desordenada, além de ordenar, de forma integrada, osfatores responsáveis pelo desenvolvimento, levando-se sempre em conta a qualidade de vidada população e a preservação ecológica e ambiental do Aglomerado Urbano de Goiânia.

Tabela 01 - Estabelecimentos Industriais - 1985

Municípios Total %

Aparecida de GoiâniaAragoiâniaBela Vista de GoiásBonfinópolis (*)BrazabrantesCaldazinha (**)GoianápolisGoiâniaGoianiraGuapóHidrolândiaLeopoldo de BulhõesNerópolisSanto Antonio de Goiás (**)Senador Canedo(*)Terezópolis de Goiás (**)Trindade

58622-4-

111.313

1116251324---

60

3,710,381,40

-0,25

-0,7084,000,701,021,590,831,53

---

3,83

T O T A L 1563 100,00Fonte: Censo Industrial - Goiás - 1985. IBGE(*) Município instalado em 1989(**) Municípios instalados em 1993

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia 56Sumário Executivo

Tabela 02- Variação da População Absoluta e Relativa Total, Urbana e Rural do Aglomerado Urbano de Goiânia1990

POPULAÇÃO1991

POPULAÇÃO1980-91

VARIAÇÃO ABSOLUTA1980-91

VARIAÇÃO RELATIVA

Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Aparecida de Goiânia 42632 20719 21913 178326 175505 2821 135694 154786 -19092 318.29 747.07 -87.13

Aragoiânia 3701 1834 1867 4616 2836 2080 1215 1002 213 32.83 54.63 11.41

Bela Vista de Goiás 17154 6022 11232 17181 9513 7668 -73 3491 -3564 0.42 57.97 -31.73

Bonfinópolis (*) --- --- --- 3330 2750 580 3330 2750 580 --- --- ---

Brazabrantes 2249 710 1539 2332 1270 1062 83 560 -477 3.69 78.87 -30.99

Caldazinha (***) --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

Goianápolis 7574 2790 4784 10714 8597 2117 3140 5807 -2667 41.46 208.14 -55.75

Goiânia 717526 703682 13844 920840 912136 8704 203314 208454 -5140 28.34 28.62 -37.13

Goianira 7488 4721 2767 12906 10142 2764 5418 5421 -3 72.36 114.83 -0.11

Guapó 9995 5323 4672 11748 8217 3531 1753 2894 -1141 17.54 54.37 -24.42

Hidrolândia 8561 3392 5169 10221 4622 5599 1660 1230 430 19.39 36.26 8.32

Leopoldo de Bulhões 8340 4168 4172 7331 4082 3249 -1009 -86 -923 -12.10 -2.06 -22.12

Nerópolis 9368 7103 2265 12937 11256 1681 3569 4153 -584 38.10 58.47 -25.78

Santo Antônio de Goiás (**) --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

Senador Canedo --- --- --- 23923 8766 15157 23923 8766 15157 --- --- ---

Teresópolis de Goiás (***) --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

Trindade 30612 22327 8285 53930 48800 5130 23318 26473 -3155 76.17 118.57 -38.08

TOTAL 865300 782791 82509 1270635 1208492 62143 405335 425701 -20366 46.84 54.38 -24.68

* - Municípios criados em 1980 e instalados em 1989** - Municípios criados em 1990 e instalados em 1993*** - Municípios criados em 1992 e instalados em 1993IBGE – Censo Demográfico 1991 (dados preliminares)

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

57Sumário Executivo

Tabela 03 - Área, População, Densidade Demográfica e Taxa de Urbanização, Segundo os Municípios doAglomerado Urbano de Goiânia

MUNICÍPIO ÁREA(km²)

POPULAÇÃO1993

DENSIDADEDEMOGRÁFICA

(hab/km²)

TAXA DEURBANIZAÇÃO

1991

Goiânia 789,7 957.434 1.212,40 99,05

Aparecida de Goiânia 290,1 201.479 694,52 98,36

Trindade 780,6 57.526 73,69 90,48

Senador Canedo 245,6 25.432 103,55 36,62

Bela Vista de Goiás 1.280,9 15.761 12,30 56,90

Nerópolis 204,9 13.697 66,85 87,05

Guapó 533,6 12.047 22,58 70,0

Goianira 201,1 11.504 57,20 78,59

Hidrolândia 947,4 10.482 11,06 45,49

Leopoldo de Bulhões 496,7 7.779 15,66 55,63

Goianápolis 163,0 7.629 46,8 80,20

Aragoiânia 238,2 5.138 21,57 57,66

Teresópolis de Goiás 107,3 3.673 34,23 (..)

Bonfinópolis 122,7 3.483 28,39 82,52

Brazabrantes 124,0 2.343 18,89 54,46

Santo Antônio de Goiás 133,3 2.097 15,73 (...)

Caldazinha 312,8 1.987 6,35 39,19

TOTAL DA REGIÃO 6.971,9 1.339.491 192,13 95,10

TOTAL DO ESTADO 341.289,5 4.170.906 12,22 80,81

PARTICIPAÇÃORELATIVA 2,04 32,11 --- ---

Fonte: Fundação IBGE - Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional

(..) Município criado em 1992 e instalado em 1993(...) Município criado em 1990 e instalado em 1993

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

58Sumário Executivo

4. PRODUTOS GERADOS___________________________________________________________________________

4.1. Mapa Geoambiental

Este produto mostra como a área é, ou seja, a compartimentação da sua paisagemnatural, baseada na análise do arranjo de seus atributos físico-bióticos. Essacompartimentação está hierarquizada, do taxon maior para o menor, em Domínios, Regiões,Geossistemas, Subsistemas e Geofacies. Os Domínios e as Regiões identificadas sãocoincidentes na área.

O Mapa mostra a área do Aglomerado Urbano dividida em 4 Domínios, 4 Regiões, 32Geossistemas, 14 Subsistemas e diversas Geofacies. Na legenda do mapa, quando oGeossistema não contempla Subsistema, a denominação é a mesma.

Cada Geofacies, a unidade mais homogênea da paisagem mapeada, traz os atributosfísico-bióticos que a compõem, relacionados de forma abreviada, nessa ordem: grupamentolitológico (Geologia), relevo (Geomorfologia), solo dominante (Solos) e formaçãofitoecológica (Vegetação).

A compartimentação da paisagem natural no mapa é a seguinte:

Domínio dos Complexos Granulíticos e dos Granitóides, com Zonas de Cisalhamento -Região do Planalto Central Goiano.

Geossistemas:1 - Complexo de Chapadas de Goianápolis-Goiavista (12 Geofacies)2 - Chapadas de Leopoldo de Bulhões-Silvânia2.1 - Subsistema de Topo-Chapadas de Leopoldo de Bulhões-Silvânia (4 Geofacies)2.2 - Subsistema de Borda-Chapadas de Leopoldo de Bulhões-Silvânia (2 Geofacies)3 - Morrarias de Nova Veneza (4 Geofacies)4 - Planalto de Nerópolis-Terezópolis de Goiás (7 Geofacies)5 - Morrarias de Goiânia-Anápolis (8 Geofacies)6 - Patamares de São Bento-Mata Feia (8 Geofacies)7 - Planalto do Alto Rio Vermelho-Douradinho (3 Geofacies)8 - Planalto Rebaixado do Alto Meia Ponte (14 Geofacies)9 - Morrarias das Serras do Bugre-do Lajeado (9 Geofacies)

Domínio das Sequências Metassedimentares da Faixa de Dobramentos Uruçuanos-Região do Planalto Rebaixado de Goiânia

Geossistemas:10 - Chapadões do Divisor Piracanjuba - Passa Quatro10.1 - Subsistema de Topo-Chapadões do Divisor Piracanjuba-Passa-Quatro (2 Geofacies)10.2 - Subsistema de Borda-Chapadões do Divisor Piracanjuba-Passa-Quatro (4

Geofacies)11 - Planalto de Bonfinópolis-Caldazinha11.1 - Subsistema do Médio Rio Caldas (8 Geofacies)

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

59Sumário Executivo11.2 - Subsistema do Ribeirão Bonsucesso (9 Geofacies)12 - Chapadas de Aragoiânia-Abadia de Goiás12.1 - Subsistema de Topo-Chapadas de Aragoiânia-Abadia de Goiás (9 Geofacies)12.2 - Subsistema de Borda-Chapadas de Aragoiânia-Abadia de Goiás (4 Geofacies)12.3 - Subsistema da Serra da Areia (5 Geofacies)13 - Planalto de Goiânia-Nova Fátima13.1 - Subsistema das Chapadas de Aparecida de Goiânia-Senador Canedo (14 Geofacies)13.2 - Subsistema do Complexo de Rampas do Anicuns-Botafogo (6 Geofacies)14 - Planalto de Hidrolândia-Oloana14.1 - Subsistema das Chapadas-Planalto de Hidrolândia-Oloana (12 Geofacies)14.2 - Subsistema das Serras de Santa Maria-da Bocaina (9 Geofacies)14.3 - Subsistema das Serras Santa Bárbara-da Felicidade (4 Geofacies)15 - Chapadas de Bela Vista de Goiás (16 Geofacies)16 - Chapadas do Médio Meia Ponte (8 Geofacies)17 - Planalto de Roselândia (15 Geofacies)18 - Planalto de Cristianópolis-São Miguel do Passa-Quatro (7 Geofacies)19 - Morrarias da Pedra Grande-Serrinha (6 Geofacies)20 - Morrarias do Rio do Peixe-Terra Pobre (6 Geofacies)21 - Serrania do Taquari-Mato Grande (2 Geofacies)

Domínio das Depressões Pediplanadas Interplanalticas-Região das Depressões eMorrarias do rio dos Bois

Geossistemas:22 - Depressão de Trindade (10 Geofacies)23 - Depressão de Posselândia (14 Geofacies)24 - Depressão de Guapó (12 Geofacies)25 - Depressão de Santa Maria (9 Geofacies)26 - Depressão de Varjão (7 Geofacies)27 - Depressão de Santa Bárbara de Goiás (3 Geofacies)28 - Morrarias da Serra Feia (3 Geofacies)29 - Morrarias das Serras da Taboca-do Bitã (2 Geofacies)

Domínio Azonal das Áreas Aluviais - Região das Planícies Aluviais

Geossistemas:30 - Planície do Rio Meia Ponte-Ribeirão João Leite (2 Geofacies)31 - Planície do Rio dos Bois-Ribeirão dos Pereiras (1 Geofacies)32 - Planície do Rio Santa Maria-Ribeirão Fazendinha (1 Geofacies)

O Mapa Geoambiental permite ao usuário identificar as características fisiográficasda área e estabelecer o potencial de seus recursos naturais, para as diversas utilizaçõesantrópicas.

4.2. Mapa de Dinâmica da Paisagem

Este produto mostra como a área funciona, ou seja, qual a capacidade de evoluçãoda paisagem natural frente à ação das águas superficiais. Foi elaborado a partir do Mapa

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

60Sumário ExecutivoGeoambiental e da análise do conjunto de processos naturais que modificam a paisagem,como o intemperismo, os tipos de escoamento superficial, movimentos de massa, entreoutros.

No Sistema Morfogenético de Interflúvios e Vertentes o mapa distingue 7 classes deDinâmica da Paisagem: Muito fraca (Mfa), Fraca (Fa), consideradas meio dinâmico Estável;Fraca a moderada (Famo), e Moderada (Mo) - meio dinâmico de Transição; Moderada aforte (Mofo), Forte (Fo) e Muito forte (Mfo), no meio dinâmico Instável.

O Sistema Morfogenético de Drenagem é considerado Classe Especial porque estárelacionado principalmente ao sistema fluvial, onde as características diferem ao longo daextensão do rio. Essas modificações ocorrem como consequência da interação, no tempo, dasdiversas variáveis do próprio sistema (substrato geológico, clima, vegetação, hidrologia, redede drenagem da bacia, nível de base, entre outros), as quais apresentam diferentes graus dedependência entre si. Nesta classe Especial foram enquadradas também as áreas deinterflúvios com pequenos lagos (áreas de acumulação inundáveis) que apresentam drenageminterna, relacionada à oscilação do lençol freático.

A legenda do mapa contém a descrição de cada classe de dinâmica da paisagem, comos atributos físicos que a distinguem, a relação dos processos erosivos que nela ocorrem e osefeitos que resultam desses processos.

O usuário poderá utilizar-se do Mapa de Dinâmica da Paisagem para escolher melhora instalação de sítios urbanos, em áreas sem riscos naturais de desmoronamentos ouinundações; prevenir-se de prejuízos em atividades agrícolas, por efeitos de erosão; definircorretamente o traçado de estradas e vias de acesso, evitando áreas de riscos de movimentosde massa, entre outras aplicações.

4.3. Mapa de Avaliação da Qualidade Ambiental

Este produto mostra como a área está, ou seja, caracteriza o uso antrópico atual dasterras e indica se essa apropriação do espaço geográfico está compatível, ou não, com o seupotencial natural. Resultou da correlação dos atributos da natureza, analisados nos mapasGeoambiental e de Dinâmica da Paisagem, com a avaliação da intensidade das diferentesformas de ocupação do meio físico-biótico pelo homem.

O Mapa de Avaliação da Qualidade Ambiental através dessa análise, indica quatroestados da qualidade ou de adequação de uso, na área:

• Áreas em Equilíbrio Dinâmico Natural(C1 a C7)• Áreas em Equilíbrio Dinâmico/Uso Compatível(De)• Áreas em Alerta(Da)• Áreas Críticas

O primeiro estado da qualidade representa as Áreas Conservadas, que se mantém emequilíbrio dinâmico, com cobertura vegetal natural. Os outros três compreendem as ÁreasDerivadas ou antropizadas, hierarquizados de forma crescente quanto aos riscos e impactosconfigurados.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

61Sumário Executivo

O mapa também contempla o uso atual das terras, representado por siglas,ornamentos e símbolos, com a seguinte configuração:

Áreas Conservadas Áreas Derivadas

Vegetação Natural

C1 – Savana Florestada (Cerradão)Savana Arborizada (Campo Cerrado,Cerrado, "sensu stricto").Savana Parque (Campo Sujo, CampoCerrado ralo)

C2 – Floresta Estacional SemidecidualSubmontana

C3 – Floresta Estacional Decidual Submontana

C4 – Formações Pioneiras Fluviais HerbáceasAr-bustivas eFloresta Estacional Semidecidual Aluvial

C5, C6, C7 - Áreas de Tensão Ecológica-contatosSavana/Floresta Estacional

Uso Urbano/Industrial

Urbanizada 1Urbanizada 2Urbanizada 3

Uso Agropecuário(áreas de concentração)PastagensPastagens e Lavouras anuaisPastagens e Lavouras perenes e semiperenesPastagens e OlericulturaPastagens e Lavouras diversas

Outros Usos (pontuais)

Atividades Extrativas de Mineração(argila, areia,cascalho e brita); Vazadouros (Lixões); AterrosSanitários; Entulhos; Voçorocas; Turismo/lazer;Aeroporto; Captação de Água para AbastecimentoPúblico; Lagoas de Estabilização de Esgoto;Depósito de lixo radioativo.

As áreas urbanas ocupam cerca de 432,4km2 ou seja, pouco mais de 6% da área doAGLUG, e se distinguem em três classes: U1 - áreas urbanizadas concentradoras depopulação e atividades administrativas, econômicas e serviços; U2 - áreas relativamenteurbanizadas com funções administrativas e fraco desempenho econômico e, U3 - áreas combaixo índice de urbanização, geralmente, parcelamentos recentes semiconsolidados.

As Áreas Derivadas classificadas como Outros Usos, têm caráter pontual e foramdestacadas por suas particularidades potencialmente poluidoras ou de degradação ambiental,ou porque necessitam de medidas preservacionistas ou de recuperação.

Para as Áreas Derivadas são identificados os principais problemas ou impactos, afetosaos diversos usos ou formas de apropriação, como segue:

Impactos diagnosticados com o Uso Urbano/Industrial:

• Poluição dos cursos d'água e fundos de vale com resíduos sólidos e efluentes industriais edomésticos;

• Poluição do lençol freático em áreas sem esgotamento sanitário;

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

62Sumário Executivo

• Poluição com lixo e entulho depositados em áreas inadequadas(lotes baldios e laterais deestradas);

• Poluição atmosférica decorrente de emanações industriais;

• Entulhamento/assoreamento dos cursos d'água;

• Erosão progressiva das margens dos cursos d'água em função de ocupação indevida e/oudestruição da vegetação de proteção;

• Desenvolvimento de ravinas e voçorocas por escoamento superficial concentrado;

• Fortes enxurradas e alagamentos devido à impermeabilização das superfícies e aoentupimento e/ou subdimensionamento das galerias pluviais, durante chuvas torrenciais;

• Urbanização em áreas de planície fluvial sujeita a inundações periódicas;

• Poluição atmosférica com poeira, especialmente nas áreas com baixo índice deurbanização, durante a estação seca;

• Inversões térmicas periódicas em áreas específicas, com poluição atmosférica;

• Alterações climáticas originando "ilhas de calor" em áreas específicas;

• Rebaixamento do nível do lençol freático pela utilização intensiva de cisternas e poçosrasos.

Impactos Decorrentes do Uso Agropecuário

• Modificações das propriedades físicas e químicas do solo;

• Perda da camada superficial do solo por erosão laminar;

• Perda de solo por erosão linear (sulcos, ravinas e voçorocas);

• Contaminação do solo e das águas superficiais e subsuperficiais por pesticidas, adubos ecorretivos;

• Destruição da cobertura vegetal em áreas de preservação permanente(declives acentuados,nascentes e margens de rios);

• Perda de solo por deslizamento e/ou desmoronamento em declives acentuados;

• Perda de solo por solapamento basal e desbarrancamento em planícies fluviais;

• Assoreamento dos cursos d'água;

• Diminuição da população de flora e fauna, com reflexos na cadeia alimentar e incidênciade pragas;

• Descaracterização dos cerrados pela queima, pastejo e exploração de lenha(simplificaçãofitofisionômica);

• Descaracterização das matas-de-galerias e de interflúvios pela prática de rotação de terrassem adubação(capoeirização);

Impactos Relacionados às Atividades de Mineração

• Modificação do perfil do relevo;

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

63Sumário Executivo

• Modificação da dinâmica fluvial nas áreas de extração de argila, areia e cascalho aluvial;

• Turvação das águas fluviais com reflexos na ictiofauna;

• Poluição atmosférica e sonora junto às pedreiras;

• Destruição da cobertura vegetal;

Impactos Relacionados às Áreas Especiais:

• Contaminação do lençol freático pelo chorume escoado de aterro sanitário e vazadouro;

• Proliferação de insetos e vetores de doenças associada à odores desagradáveis em lixões,aterros e entulhos;

• Susceptibilidade à abatimentos topográficos e escapamento de gases, em aterrossanitários;

Além dos impactos relacionados no Mapa de Avaliação da Qualidade Ambiental,outros conflitos de ordem sócio-econômica, em caráter generalizado, contribuíram para umaavaliação negativa, especialmente dos perímetros das maiores cidades - Goiânia e Aparecidade Goiânia. Nessas cidades, que exercem grande poder de atração de fluxos migratórios devariadas origens, os conflitos se configuram ou ocorrem por:

• Inchamento dos centros urbanos periféricos pelo esvaziamento ou retração das atividadesno campo;

• Falta de oferta adequada de serviços de saúde, saneamento, transporte e educação;

• Falta de oportunidades de emprego;

• Favelamento;

• Baixa renda ou subemprego;

• Aumento da violência;

• Especulação imobiliária, entre outros.

O Mapa de Avaliação da Qualidade Ambiental indica também o grau decomprometimento atual da paisagem frente aos diversos impactos, segundo acompartimentação geoambiental. Cada geossistema ou subsistema foi avaliadoindividualmente, constatando-se comprometimentos variáveis desde nulo a muito forte.Além dessa classificação, são relacionados os principais impactos configurados e/oupotenciais que contribuíram para essa avaliação.

O Mapa de Avaliação da Qualidade Ambiental, assim definido, torna-se importanteinstrumento para subsidiar as ações de Reordenamento Territorial.

4.4. Mapa de Subsídios ao Reordenamento Territorial

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

64Sumário Executivo

Este produto indica o que deve ser corrigido na área, ou seja, mostra as zonas (ouáreas) que necessitam de ações de reordenamento para a correção/prevenção dos problemasconfigurados e/ou potenciais.

Sua elaboração baseou-se na avaliação conjunta dos mapas Geoambiental, deDinâmica da Paisagem e de Avaliação Qualidade Ambiental, e dos aspectos intrínsecos dopotencial natural da área, quais sejam: o seu potencial agrícola ou a aptidão agrícola dasterras, o potencial dos recursos minerais e o potencial da vegetação natural.

O Mapa de Subsídios ao Reordenamento coloca em destaque zonas paraordenamento/reordenamento e zonas, ou áreas, momentaneamente sem necessidade deintervenções corretivas (áreas com uso atual compatível com o seu potencial natural).

Cinco áreas foram destacadas como Zonas Críticas:

• Segmentos fluviais em perímetros urbanos;

• Áreas de extrativismo mineral (areia, cascalho e argila);

• Vazadouros(lixões);

• Entulho em voçorocas;

• Aterros Sanitários;

Em estado de Alerta foram definidas oito zonas:

• Áreas de bacia de captação de água para abastecimento urbano;

• Áreas de conflito-preservação ambiental/ocupação e expansão urbana;

• Áreas de conflito-atividade de mineração/expansão urbana;

• Áreas urbanas em declives acentuados;

• Áreas aluviais de inundação periódica;

• Áreas rurais de relevo forte ondulado à escarpado;

• Áreas rurais de relevo ondulado a forte ondulado;

• Áreas rurais de vertentes com declives acentuados, marginais às drenagens.

Além dessas áreas são julgadas como passíveis de ordenamento/reordenamento, asáreas urbanizadas, situadas em sítios topograficamente adequados, mas que podemapresentar problemas de infra-estrutura e sócio-econômicos em graus diversos. Também sãoindicadas as principais unidades de conservação da área, do tipo Proteção Integral,representadas pelos Parques Ecológicos dos Ipês e Ulisses Guimarães.

As zonas consideradas momentaneamente em equilíbrio, representam, de modo geral,áreas rurais com uso adequado. Entretanto, localmente, podem apresentar impactos ouproblemas decorrentes de uso intensivo ou manejo inadequado.

Para cada zona para ordenamento/reordenamento são identificados os problemasconfigurados e/ou potenciais; ao mesmo tempo são propostas recomendações gerais eespecíficas, que auxiliarão o usuário na tomada das decisões.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

65Sumário Executivo

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES__________________________________________________________________________

_

O estudo realizado permitiu identificar e caracterizar os atributos físicos e bióticos daÁrea do Aglomerado Urbano de Goiânia, suas inter-relações, sua dinâmica natural e asdiferentes formas de apropriação desses recursos pelo homem. Da análise integrada dessesfatores foi possível estabelecer os graus de comprometimento da paisagem e definir o estadoatual de Qualidade Ambiental.

A avaliação conjunta da Qualidade Ambiental da área, da potencialidade dos seusrecursos naturais (geológicos, pedológicos, vegetais) e da tendência de parâmetros sócio-econômicos, resultou na elaboração de um Mapa de Subsídios ao Reordenamento Territorial.Este documento identifica as áreas que necessitam ações de intervenção - Zonas paraReordenamento, distinguidas em Áreas Críticas, Áreas em Alerta, Áreas de Proteção Integrale Áreas Urbanas.

As áreas consideradas Críticas e as Áreas Urbanas, necessitam de ações corretivasprioritárias ou emergenciais. As Áreas em Alerta e as de Proteção Integral requerem, emgrande parte, apenas ações preventivas.

As Zonas Sem Necessidade Atual de Reordenamento encontram-se em equilíbriodinâmico, ou seja, o tipo de uso é compatível em relação ao meio físico. Contudo, podemapresentar localmente, alguns impactos decorrentes de uso intensivo e/ou manejo inadequadodos recursos naturais, como desmatamento indevido, voçoroca e outros.

O uso atual das terras no AGLUG tem a seguinte configuração : Áreas Agricultadas -78,1%; Áreas Urbanizadas - 6,2% e Áreas com Vegetação Natural - 15,7%. Das ÁreasAgricultadas 80 a 90% são ocupadas com pastagens plantadas.

A avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (Fig.16) indica a possibilidade deutilização com lavouras, em diferentes níveis de manejo, de 383.500 ha, ou 54,8% do totaldas áreas rurais. Cerca de 30,0% das terras, ou 203.970 ha, só admitem utilização menosintensiva (Pastagem Plantada e/ou Silvicultura).

Cerca de 10% das áreas rurais, ou 65.620 ha, representadas nas Classes de Aptidão5n, 5(n) e 6, constituem terras desaconselháveis para uso agrícola, por apresentarem severaslimitações. Nessas áreas deve-se priorizar as atividades conservacionistas, como preservaçãode flora e fauna, coleta ou extrativismo através de planos de manejo sustentado, pastoreioextensivo em pastagem natural, exploração dos sítios favoráveis ao turismo, entre outros.

Programas de eventuais assentamentos agrícolas devem priorizar as áreas de Classede Aptidão 2ab(c) e 2a(b),que apesar das limitações como deficiência de água,susceptibilidade à erosão e impedimentos à mecanização, apresentam solos mais férteis,reduzindo a necessidade de insumos.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

66Sumário Executivo

Com a finalidade de resguardar os mananciais de captação d’água para abastecimentourbano, deve-se estudar a possibilidade de criação de APAs, Áreas de Proteção Ambiental,dessas bacias ou de parte delas.

A contaminação dos mananciais por resíduos de agrotóxicos que caem diretamentenas águas pela aplicação descuidada, ou então são levados pela erosão dos campos decultivo, é uma realidade nas áreas dedicadas à olericultura e, em especial, à cultura dotomate. Essas áreas ocorrem principalmente, nos municípios de Leopoldo de Bulhões,Goianápolis e Bonfinópolis. Para evitar o agravamento dos problemas a Comissão Estadualcriada para a questão dos agrotóxicos deve incrementar seus programas nessas áreas.

A região do Aglomerado Urbano de Goiânia apresenta significativo déficitmadeireiro/energético, chegando a inviabilizar alguns empreendimentos, especialmente naárea de cerâmicas e olarias. A instituição ou revigoramento de programas de fomento ereposição florestal, a exemplo do Programa Bosques Energéticos da EMATER com asPrefeituras, e do Programa para Pequenos Consumidores de Produtos Florestais - Reflora doIBAMA - é altamente desejável.

Tendo em vista os parcos remanescentes da vegetação natural, deve-se desestimularnovos desmatamentos na área e priorizar os atuais núcleos, como áreas de preservaçãopermanente. Além disso, deve-se estimular os programas de recuperação das matas ciliares.

As atividades extrativas de mineração em sua maioria necessitam de regulamentaçào,afim de que se possa exercer fiscalização e cumprimento das questões relativas à recuperaçãodo meio ambiente, e também recolher os tributos, conforme a legislação.

Recomenda-se a criação de áreas específicas, prioritárias para extração mineral,especialmente materiais de construção, como forma de otimizar os recursos, fiscalizar emonitorar as atividades.

Como forma de minorar as agruras do homem da periferia das cidades, considera-sepositivo o incremento de programas já existentes, como os Projetos: Parceria, HortasComunitárias e Lavouras Comunitárias, que propiciam o arrendamento de terras para cultivo.

Na instituição de parcelamentos urbanos ou de programas de assentamento depopulação, deve-se priorizar as questões de Saneamento Básico e a observância de PlanosDiretores, quando houver.

As ações de reordenamento e/ou de ordenamento territorial que venham a serimplantadas na área do Aglomerado Urbano de Goiânia, deverão contemplar acompartimentação ambiental proposta. Isto implicará em decisões de ações conjuntas entreos municípios, de modo a conservar e otimizar a utilização dos recursos naturais, manter aqualidade de vida da população e minimizar custos com medidas corretivas de impactosambientais.

O entendimento desses fatos permitirá ao planejador estabelecer estratégias dedesenvolvimento com base no planejamento regional racional e equilibrado, colocando-o emposição de vanguarda entre seus pares.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

67Sumário Executivo

6. BIBLIOGRAFIA__________________________________________________________________________

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Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

72Sumário Executivo

E S T A M P A S

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

73Sumário Executivo

I - Padrão de ocupação agrícola intensiva: culturas anuais intercaladas com pastagens e olericultura. Municípiode Nerópolis. Notar a descaracterização da floresta-de-galeria, nos fundos de vales, em desrespeito aoCódigo Florestal. Programas de recuperação dessa vegetação contribuem para manter em equilíbrio aqualidade ambiental. Morrarias de Nova Veneza(Geossistema 3), Região do Planalto Central Goiano. Localde meio dinâmico Instável.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

74Sumário Executivo

II - Área de média a baixa encosta, preparada para olericultura(tomate), com irrigação. Município de Nerópolis.A situação topográfica e a proximidade da drenagem aumentam os riscos de contaminação da águasuperficial por agrotóxicos. Essa atividade requer técnicas de manejo adequadas, para manutenção daqualidade ambiental, em equilíbrio. Planalto de Nerópolis-Terezópolis de Goiás(Geossistema 4), Região doPlanalto Central Goiano. Local de meio dinâmico Instável.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

75Sumário Executivo

III - Pastagem plantada em Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, no topo de chapada. Município deAragoiânia. A vegetação primitiva dessa área, a Savana(Cerrado), está praticamente confinada às margensda drenagem (mata-de-galeria). Chapadas de Aragoiânia - Abadia de Goiás (Geossistema 12, Subsistema12.1 - Topo), Região do Planalto Rebaixado de Goiânia. Local de meio dinâmico Estável.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

76Sumário Executivo

IV - Desmatamento em área remanescente de vegetação primária, próximo à foz do rio Caldas. Município deBela Vista de Goiás. Como forma de conservação, em vista do baixo índice de cobertura vegetal natural noAglomerado Urbano de Goiânia (abaixo de 16%), os núcleos florestais da área deveriam ser preservados, ouutilizados apenas mediante planos de manejo sustentado. Planalto de Roselândia (Geossistema 17), Regiãodo Planalto Rebaixado de Goiânia. Local de meio dinâmico Estável.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

77Sumário Executivo

V - Cascata no ribeirão Cachoeira, em lajedos de quartzitos micáceos, próximo à serra do Mato Grande.Município de Aragoiânia. Local de turismo/lazer, em propriedade particular, distante cerca de 10 km asul/sudeste de Aragoiânia. Valorizar e adequar recantos turísticos como esse, é uma necessidade na área doAglomerado Urbano de Goiânia. Chapada de Aragoiânia-Abadia de Goiás (Geossistema 12, Subsistema12.1-Topo), Região do Planalto Rebaixado de Goiânia. Local de meio dinâmico Estável.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

78Sumário Executivo

VI - Pastagem plantada em relevo plano-rampeado à margem esquerda do ribeirão dos Pereiras. Município deGuapó. Área de contato Savana/Floresta Estacional. Ao fundo relevos das Morrarias das Serras daTaboca-do Bitã (Geossistema 29), com remanescentes da vegetação primitiva. Depressão de Posselândia(Geossistema 23), Região das Depressões e Morrarias do rio dos Bois. Local de meio dinâmico Instável.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

79Sumário Executivo

VII - Plantio de milho irrigado com pivô central, em área plana com Latossolo Vermelho-Escuro distrófico; suldo município de Guapó. Essa técnica ainda é pouco utilizada na área. Em segundo plano relevos das morrariasda serra Feia (Geossistema 28), com remanescentes de Floresta Estacional Decidual. Depressão de Varjão(Geossistema 26), Região das Depressões e Morrarias do rio dos Bois. Local de meio dinâmico Estável.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

80Sumário Executivo

VIII - Voçoroca em área adjacente à drenagem, com solo Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico. Município deTrindade. A erosão iniciou após o desmatamento da floresta-de-galeria e já atingiu o lençol freático. A falta demedidas de contençäo, como plantio de bambu, por exemplo, e o gado, também contribuem para a evolução davoçoroca. Depressão de Santa Maria (Geossistema 25). Região das Depressões e Morrarias do Rio dos Bois.Local de meio dinâmico de Transição.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

81Sumário Executivo

IX - Planície aluvial do rio Meia Ponte, com uso múltiplo, a montante do Campus da UFG. Município deGoiânia. Notar a agricultura em pequenas parcelas de milho, arroz e horticultura; a área de Formações PioneirasHerbáceas/Arbustivas, utilizada como pastagem nativa e as fímbrias remanescentes de Floresta EstacionalSemidecidual Aluvial. Às margens da planície, relevos rampeados do Planalto Rebaixado do Alto Meia Ponte(Geossistema 8), com pastagem plantada (primeiro plano) e com ocupação urbana (ao fundo, à esquerda).Planície do rio Meia Ponte-Ribeirão João Leite (Geossistema 30), Região das Planícies Aluviais. Local dedinâmica Especial.

Zoneamento Ecológico-Econômico da Área do Aglomerado Urbano de Goiânia

82Sumário Executivo

X - Área degradada por atividade de mineração clandestina, no sopé da serra da Areia. Município de Aparecidade Goiânia. A extração de areia para construção civil é feita sem a habilitação legal e fiscalização, provocandodesperdício do material pela retirada desordenada, aumento da degradação ambiental, evasão de tributos,... Áreade conflito com expansão urbana. Chapadas de Aragoiânia-Abadia de Goiás (Geossistema 12, Subsistema 12-3- Serra da Areia), Região do Planalto Rebaixado de Goiânia. Local de meio dinâmico Instável.

LEGENDA FIGURA 7

DOMÍNIO DOS COMPLEXOS GRANULÍTICOS E DOS GRANITÓIDES E DOSGRANITÓIDES, COM ZONAS DE CISALHAMENTO – REGIÃO DO PLANALTOCENTRAL GOIÂNO

1. Complexo de Chapadas de Goianápolis-Goiavista

2. Chapadas de Leopoldo de Bulhões-Silvânia2.1. Subsistema de Topo - Chapadas de Leopoldo de Bulhões-Silvânia2.2. Subsistema de Borda - Chapadas de Leopoldo de Bulhões-Silvânia

3. Morrarias de Nova Veneza

4. Planalto de Nerópolis – Terezópolis de Goiás

5. Morrarias de Goiânia – Anápolis

6. Patamares de São Bento - Mata Feia

7. Planalto do Alto Rio Vermelho – Douradinho

8. Planalto Rebaixado do Alto Meia Ponte

9. Morrarias das Serras do Bugre – do Lajeado

DOMÍNIO DAS SEQÜÊNCIAS METASSEDIMENTARES DA FAIXA DEDOBRAMENTOS URUAÇUANOS – REGIÃO DO PLANALTO REBAIXADO DEGOIÂNIA

10. Chapadões do Divisor Piracanjuba – Passa Quatro10.1. Subsistema de Topo - Chapadões do Divisor Piracanjuba – Passa Quatro10.2. Subsistema de Borda - Chapadões do Divisor Piracanjuba – Passa Quatro

11. Planalto de Bonfinópolis – Caldazinha11.1. Subsistema do Médio Rio Caldas11.2. Subsistema do Ribeirão Bonsucesso

12. Chapada de Aragoiânia – Abadia de Goiás12.1. Subsistema de Topo – Chapadas de Aragoiânia - Abadia de Goiás12.2. Subsistema de Borda – Chapadas de Aragoiânia - Abadia de Goiás12.3. Subsistema de Serra da Areia

13. Planalto de Goiânia – Nova Fátima13.1. Subsistema das Chapadas de Aparecida de Goiânia – Senador Canedo13.2. Subsistema do Complexo de Rampas do Anicuns – Botafogo

14. Planalto de Hidrolândia – Oloana14.1. Subsistema das Chapadas – Planalto de Hidrolândia - Oloana14.2. Subsistema das Serras Santa Maria - da – Bocaina14.3. Subsistema das Serras Santa Bárbara - da Felicidade

15.Chapadas de Bela Vista de Goiás

16.Chapadas do Médio Meia Ponte

17. Planalto de Roselândia

18. Planalto de Cristianópolis – São Miguel do Passa Quatro

19. Morrarias da Pedra Grande – Serrinha

20. Morrarias do Rio do Peixe – Terra Pobre

21. Serrania do Taquari – Mato Grande

DOMÍNIO DAS DEPRESSÕES PEDIPLANADAS – REGIÃO DAS DEPRESSÕES EMORRARIAS DO RIO DOS BOIS

22. Depressão de Trindade

23. Depressão de Roselândia

24. Depressão de Guapó

25. Depressão de Santa Maria

26. Depressão de Varjão

27. Depressão de Santa Bárbara de Goiás

28. Morrarias da Serra Feia

29. Morrarias das Serras da Taboca – do Bitã

DOMÍNIO AZONAL DAS ÁREAS ALUVIAIS – REGIÃO DAS PLANÍCIESALUVIAIS

30. Planície do Rio Meia Ponte – Ribeirão João Leite

31. Planície do Rio dos Bois – Ribeirão dos Pereiras

32. Planície do Rio Santa Maria – Rebeirão Fazendinha