zine lucifer luciferax iii[1] nopw

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  • 8/14/2019 Zine Lucifer Luciferax III[1] NoPW

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    Apresentao Vox Mortem, hoc erat in votis

    POR PHARZHUPHNossos sinceros cumprimentos a Todos!

    C estamos para apresentar a Terceira Edio do Zine Lucifer Luciferax.Uma de nossas Metas lanar sementes de revoluo aos quatro ventos. Sementes que sejam capazes

    de tirar alguns indivduos de seus estados inertes e letrgicos. Indivduos que possuem dentro de si aqueleselementos essenciais que anseiam por cultivo, por evoluo.

    Essa edio nos trs entrevistas esclarecedoras e de inestimvel valor para os Buscadores que trilham ocaminho tortuoso da Espiritualidade Luciferiana e Draconiana: Adriano Camargo Monteiro, autor dos livros ARevoluo Luciferiana, Sistemagia e A Cabala Draconiana; Lon Milo DuQuette, clebre ocultista e escritor,autor dos livros Angels, Demons & Gods of the New Millennium, Enochian Vision Magick, The Key toSolomon's Key: Secrets of Magic and Masonry, Aleister Crowley's Illustrated Goetia: Sexual Evocation,

    Enochian World of Aleister Crowley: Enochian Sex Magick e outros; Luciferian Darkness Lux Occulta, mentor,idealizador, condutor e nico membro do Algol Naos, projeto artstico e musical que mescla elementosexperimentais ao mais primoroso Dark Ambient...

    Novamente contamos com o apoio e a valiosa colaborao de Frater Adriano C. Monteiro, Frater Apep,Editora Coph Nia, Morte Sbita Inc, pessoas e entidades a quem agradecemos profundamente!

    Reverendo Eurybiadis, imerso em sua busca inicitica, acabou nos deixando somente duas pequenasprolas de conhecimento e m educao.

    Infelizmente no pudemos apresentar contedos relevantes relacionados ao cenrio da msica extrema,pois enfrentamos srias dificuldades em manter os poucos contatos interessantes nessas esferas.

    Como de costume, ateno, todo o contedo do zine pode ser citado, copiado e publicadolivremente, desde que sejam observadas as seguintes regras: o material no pode ser utilizado,direta ou indiretamente, com fins lucrativos; o zine e os autores devem ser citados sempre, juntocom seus meios de contato. Nessa edio h duas excees para a liberdade de utilizao demateriais relacionados ao Zine Lucifer Luciferax: o texto O Ritual do Pilar do Meio Qliftico, deFrater Apep, est sob direitos autorais reservados Editora Coph Nia, ou seja, para utiliz-lo preciso obter permisso diretamente com a Editora Coph Nia. O mesmo se aplica ao texto UmGrande Disparate: A Mulher Crist, de Adriano Camargo Monteiro.

    Nos Sagrados e Sinceros Laos da Fraternidade,Pharzhuph, Frater Nigrum Azoth

    NOTA IMPORTANTE SOBRE A CONSTITUIO BRASILEIRA

    Supremo Tribunal FederalConstituio da Repblica Federativa do Brasil

    Documento 1 de 13Ttulo II

    Dos Direitos e Garantias FundamentaisCaptulo I

    Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos IV - livre a manifestao dopensamento, sendo vedado o anonimato;

    V - assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao pordano material, moral ou imagem;

    VI - inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livreexerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locais de

    culto e a suas liturgias;

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    ndiceCapa: Marqus de Sade, desenho de H. Biberstein em L'uvre du marquis de Sade , GuillaumeAppolinaire (Edit.), Bibliothque des Curieux, Paris, 1912. - 1 -

    Apresentao, Vox Mortem, por Pharzhuph - 2 -

    ndice - 3 -

    S ymbolica HieroglyphicumUm Ensaio sobre o Pentagrama, por Pharzhuph - 4 -

    Vox Infernum I, Pharzhuph entrevista Frater .. Adriano Camargo Monteiro, artista ilustrador eautor dos livros A Revoluo Luciferiana, Sistemagia e A Cabala Draconiana - 9 -

    S umma Goetia I, AstarothIntroduo: Uma Confuso de Gnero? Astaroth, por Pharzhuph - 14 -

    S umma Goetia IIUm Esboo da Prtica Gotica, por Pharzhuph - 17 -

    Vox Infernum II, Pharzhuph faz uma breve entrevista sobre Goetia com Lon Milo Duquette,clebre ocultista, magista, escritor e autor do livro Aleister Crowley Illustred Goetia - 27 -

    Drakon Typhon I, Um Grande Disparate: A Mulher CristTexto e Ilustrao por Frater Adriano Camargo Monteiro - 29 -

    S ade, Dolmonc explica Deus e Religio EugenieExcerto da Obra Magnfica do Marqus de Sade, Filosofia na Alcova - 35 -

    Philosophorum, Crentes e a Necessidade de CrenaExcerto da Inestimvel Obra de Nietzsche, A Gaia Cincia - 37 -

    Lua NegraCarta Aberta, por Pharzhuph - 38 -

    Lux VeritatisVagas Reflexes Luciferianas, por Pharzhuph - 39 -

    Index Librorum ProhibitorumSinopses de livros e literatura recomendada, por Pharzhuph - 44 -

    Vox Infernum III, Algol Naos, Pharzhuph entrevista Luciferian Darkness Lux OccultaMentor e nico membro dessa fantstica manifestao artstica musical ligada ao LHP!!! - 46 -

    O Demnio me fez fazer isso!!!Reverendo Eurybiadis analisa o mercado esquisotrico brasileiro! Por nosso Homem Santo! - 50 -

    O Demnio me fez fazer isso!!! 2X!!!Reverendo Eurybiadis re-vela outra parbola do Evangelho de Josifaldecindo - 52 -

    Drakon Typhon IIO Ritual do Pilar do Meio Qliftico, gentilmente cedido por Frater Apep e Editora Coph Nia - 54 -

    Finisltimas palavras, por Pharzhuph - 55 -

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    Symbolica Hieroglyphicum O PentagramaTEXTO E PANTCLO DE APRESENTAO POR PHARZHUPH

    Ah! que deleite, a vista tal, se estendeDe sbito por todos os sentidos,E prazer juvenil, sagrado gosto

    At medula ardentes me penetram!Seria um Deus quem desenhou tais signosQue a interna tormenta em mim serenam

    O pobre corao de paz me enchemE com secreto impulso patenteiam

    Em torno a mim as foras da natura?Serei Deus? To claro se me torna

    Tudo! E patente nestes puros traosVejo ante mim a natureza ativa.

    Agora, compreendo a voz do Sbio: No est fechado o mundo dos Espritos;O corao tens morto e o pensamento!

    Goethe, Fausto, 1 parte, cena 1

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    Symbolica Hieroglyphicum O PentagramaPOR PHARZHUPH

    O pentagrama basicamente uma figura geomtrica plana em forma de estrela com cincopontas. O trao nico de seu desenho indica uma linha contnua, sem incio ou fim e se aestendssemos sobre uma mesa, como a um barbante, poderamos formar um crculo.

    conhecido por diversos nomes dentro das diversas tradies mgickas, ocultistas eespirituais existentes: Smbolo de Baphomet, Adam Belial, Pentagrama, Estrela Flamejante, Bode deMendes, Bode Preto e muitos outros.

    O ocultismo ocidental da falsa luz o interpreta basicamente de duas maneiras. O desenhodo pentagrama com uma das pontas voltada para cima simbolizaria o Esprito dominando os quatroelementos. J o desenho com uma das pontas voltadas para baixo representaria o Espritodominado pelos elementos mais grosseiros de sua prpria constituio. Um pentagrama invertidorepresentaria ainda a negao de alguma trindade sagrada segundo famosos escritores satanistas,muito embora no vejamos nenhuma relevncia em trindades de religies e correntes espirituaisobscuras, controversas e torpes como as crists, por exemplo, que precisem ser negadasnecessariamente.

    O pentagrama simboliza o microcosmo (pequeno mundo) e o microprsopo (pequena face)que, segundo o simbolismo qabalstico e alqumico, so a imagem e a semelhana do macrocosmo(universo ou grande mundo) e do macroprsopo (grande face). A interpretao para essa sentenadeve ser estruturada sob a luz da qabalah, ao invs do engodo infeliz das associaes espirituaisda ignorncia.

    O Homem possui em si, de maneira proporcional, todos os elementos do universo, sendo elemesmo um universo nico que pode ser comparado ao Grande Universo Ilimitado.

    Ao Homem cabe a tarefa de construir e expandir seu prprio universo, assim como a tarefanica de sua prpria evoluo, ou como diriam os adeptos da falsa luz, sua prpria redeno.

    Considerando o smbolo dentro da Espiritualidade das Trevas, da Verdadeira Luz, nopodemos admitir que o mesmo represente o homem dominado por seus instintos grotescos,animais, primitivos e grosseiros. Seria o mesmo que atestarmos nossa fraqueza diante doselementos que constituem nosso Ser, elementos que no negamos e procuramos no refrear emdemasia, elementos pesados na balana da alta Sabedoria e da prpria Vida.

    Na Espiritualidade Luciferiana procuramos estar alm da relatividade do Bem e do Mal,alm das limitaes impostas por dogmatismos esdrxulos de Branco e Preto. Nossas cabeas acimados cus e nossos ps abaixo dos infernos!

    O Pentagrama representa o nmero 5, a unio do 2 e do 3, um princpio feminino (2)acrescido de um princpio masculino, flico (3). O Homem comum possui 5 sentidos: viso, audio,paladar, olfato e tato. H 5 dedos em cada mo. Na antiga astrologia havia 5 planetas errantes. Adcima sephirah Malkut e seu nmero mstico 55 (um duplo 5). O 5 o nmero que divide o 10de maneira perfeita, sendo o 10 o nmero do Ciclo Eterno. O 5 representa a Essncia, o Espritodaquele que incorre nas quatro provas fundamentais do ocultismo: Querer, Saber, Ousar e Calar. O5 o facho luminoso que se desprende entre os 4 chifres da Divindade, coroando as 4 virtudes doHomem, a saber: F, Inteligncia, Fora e Sabedoria.

    O 5 o valor gemtrico da letra hebraica Heh, o recipiente e o reprodutor das formas.As armas elementais so 5: a Espada (Ar), o Pentculo (Terra), o Basto (Fogo), o Clice

    (gua/Sangue) e a Lmpada (Esprito).

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    Symbolica Hieroglyphicum O PentagramaPOR PHARZHUPH

    O pentagrama era o emblema da escola pitagrica e nele encontramos a Razo urea, comoapresentado na figura abaixo:

    Dividindo 228,25356 pela somatria de 87,1851 e 53,88336 obtemos 1,618033 (Razourea).

    Obtemos o mesmo valor dividindo 87,1851 por 53,88336.No importa a dimenso do pentagrama, se ele for construdo simetricamente, a Razo

    urea estar nele.A Razo urea est presente no Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci; nas linhas

    imaginrias que ligam nossos dedos; nas escamas dos peixes; no marfim dos elefantes; nocrescimento das plantas; no Parthenon construdo por Phidias.O pentagrama tambm o smbolo de Adam Belial (o Homem Decado), de Adam Cadmo (o

    Homem Redimido) e de Adam Protoplasta (a primeira forma do homem), conceitos qabalsticos quetambm so utilizados para representar o Homem que se espelha em determinadas virtudes e naessncia dos caminhos espirituais que escolheu seguir ou naqueles em que ele se espelhaessencialmente.

    A ponta inferior do pentagrama invertido representa a queda auto infligida pela prpriavontade consciente do Homem para dentro de seus planos interiores obscuros e ctnicos.Representa a descida aos mundos inferiores, erroneamente associados involuo espiritual. tambm uma aluso cauda demonaca que representa a exacerbada espiritualidade da Luz atravsde Kundartiguador, smbolo da Iluminao alcanada pela vitoriosa explorao e despertar dos

    chakras (a Kundalini ao revs, se preferirem).Um dos pentagramas mais difundidos foi utilizado e registrado em cartrio por Anton S. LaVey, sendo que a Church of Satan possui seus direitos autorais. Trata-se do smbolo de Baphomet,segundo a definio da Bblia Satnica.

    Baphomet, o andrgino incompreendido, emprestou seu nome ao pentagrama, embora suacabea no seja necessariamente a cabea de um bode.

    A figura hbrida, imortalizada pela recriao de Eliphas Levi, se tornou uma espcie de conesatnico, principalmente pela herana medieval dos Cavaleiros Templrios. Perseguidos pela Igreja,os Cavaleiros foram torturados e queimados por toda a Europa. Em suas confisses figuravamfestins diablicos presididos por Baphomet. A cerimnia Templria do beijo obsceno inspirou aimaginao de centenas de artistas pelo mundo afora e, numa criao de um deus macaco,surgiram estigmas diablicos e outras imitaes bizarras de um deus ainda mais bizarro.

    Tradicionalmente, o Osculum Obscenum representaria a fidelidade do Adepto ao Demnio.Em antigas interpretaes da cerimnia dizia-se que o beijo da obedincia era dado na face maisbela e oculta. H citaes sobre um rosto escondido que ocuparia o local do nus, o que justificariaa disposio para o ato. um smbolo da admisso do adepto ao interior, ao inferior e aoheterodoxo.

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    Symbolica Hieroglyphicum O PentagramaPOR PHARZHUPH

    A cabea de Baphomet, segundo o desenho de Levi, formada por caracteres de animaissagrados em antigas tradies, entre eles esto: o burro, o bode, o co, o touro e o homem. Seuschifres representam as virtudes do Homem. O archote luminoso representa a oniscincia autocriada. As mos humanas representam o trabalho. Os seios revelam os sinais da criao e damaternidade. Seu colo est coberto para ocultar os mistrios da criao universal. De seu manto seergue um caduceu hermtico. O pentagrama em sua fronte representa a inteligncia humana.

    Baphomet considerado o guardio da chave do templo e o lado Obscuro da face divina.Embora a literatura ocultista possua centenas de interpretaes para Baphomet, no h

    evidncias histricas que possam corroborar a origem do mito, da imagem ou de seu culto. Hmuitas conjecturas e muitas hipteses relevantes, cabendo somente ao prprio Iniciado o trabalhode reunir os elementos fundamentais para uma compreenso adequada ou assimilar asinterpretaes clssicas daqueles que nos procederam.

    O bode representa os instintos carnais exaltados, a licenciosidade, a luxria, a fora bruta ea persistncia, caractersticas inerentes, embora no dominantes na constituio da espiritualidadeLuciferiana.

    Em antigas celebraes judaicas, na cidade de Mendes, dois bodes eram consagrados, umpara representar a pureza e outro a impureza. O puro era sacrificado e o impuro era posto emliberdade sob o pretexto da expiao dos pecados, esse era o Bode de Mendes. Pode-se aludir beno de Caim, que para ser ouvido, derramou o sangue de seu irmo Abel, sendo depois marcadona fronte para que ningum o ferisse.

    Ao redor do Smbolo de Baphomet tradicional, como o utilizado pela Church of Satan, estescrito o nome Leviathan em hebraico.

    O nome Leviathan citado no Velho Testamento por 5 vezes, sendo que os primeiros cincocaptulos que o compe so chamados de Pentateuco.

    Segundo a mitologia hebraica e o Zohar, Leviathan foi criado no 5 dia e ele representa asforas pr-existentes do caos.

    O valor gemtrico da palavra Leviathan 496, o que a torna equivalente palavra Malkut,cujo valor gemtrico tambm 496. Malkut a Esfera do planeta Terra e tambm sua Alma, localonde habitamos.

    O Zohar diz que Leviathan foi criado como um monstro marinho. Ele associado ao DragoTheli e o Arqui-Demnio que melhor representa Malkunofat, o 23 kala ou Tnel de Set (2+3=5).Malkunofat conhecido como a morada dos Profundos, identificados com os deuses e demniosctnicos.

    Na antiga mitologia hebraica, Leviathan est associado aos peixes marinhos da mesma formaque Behemoth associado aos animais terrestres. A palavra e a letra hebraica Num significampeixe e Mem as guas do oceano. O peixe nada coberto pelas guas do mundo oculto. A gua tambm o sangue, o elemento que compe oceanos fludicos para a explorao dos Tneis de Set.

    Conclumos ento que a ponta inferior do pentagrama tambm representa essa jornada dequeda auto infligida, rumo s regies do submundo, do inconsciente e das profundezas abissais dosoceanos fludicos. Uma das tarefas primordiais e primrias do Iniciado a conquista do planomaterial associado Malkut. O indivduo deve se tornar mestre de seu redor e de si mesmo antesde se lanar abruptamente nos caminhos da magia e da espiritualidade das Trevas, da VerdadeiraLuz. Como algum poderia querer dominar a energia, as foras da natureza e a tenebrosa Sombrasem antes compreender e dominar as foras que atuam em si mesmo?

    Os rituais do pentagrama costumam ser a maneira mais difundida para ajudar o Iniciado acompreender e a dominar os elementos fundamentais presentes em Malkut. Aleister Crowleyatribua significado especial ao ritual do pentagrama menor, sobre o qual escreveu: Aqueles queconsideram esse ritual como um mero artifcio para invocar ou banir espritos no so merecedoresde possu-lo. Propriamente entendido, ele a Medicina dos Metais e a Pedra do Sbio..

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    Symbolica Hieroglyphicum O PentagramaPOR PHARZHUPH

    Tanto no ritual do pentagrama menor tradicional, quanto no Rubi Estrela, o Iniciadorepresenta um papel associado ao quinto elemento do ritual. O praticante porta a Quintessncia eest no centro de uma cruz. As invocaes so dirigidas aos quadrantes, que por sua vez estoassociadas s inteligncias invocadas, aos pontos cardeais, aos quatro elementos, s quatro provasda Iniciao, e etc.

    Interpretando qabalisticamente temos a cruz (4) + o Praticante (1) que formam o 5. Sobuma segunda interpretao temos a cruz (4) + o Microcosmo (5) e temos o 9, o nmero doIniciado.

    A cruz pode ser vista como 10, pois 1+2+3+4=10, sendo 10 o nmero de Malkut, a esferada Terra e dos 4 elementos.

    O duplo 5 forma o nmero mstico de Malkut (55) que tambm a resultante da soma de1+2+3+4+5+6+7+8+9+10=55.

    J vimos que o valor gemtrico das palavras Malkut e Leviathan 496. Se reduzirmos onmero qabalisticamente teremos 4+9+6=19, o mesmo valor da soma do 10 (cruz) com o 9(nmero do Iniciado). Reduzindo o 19 temos 1+9=10.

    O arcano maior de nmero V do tarot de Thoth o Hierofante. Essa carta associada letrahebraica Vau que significa Prego. 9 pregos prendem o oriel que est atrs do Hierofante na carta. Ovalor gemtrico de Vau 6, portanto 9x6=54, reduzindo o 54 temos 5+4=9, o nmero do Iniciado.O Hierofante est no centro da carta (1) e nos cantos esto as 4 figuras que representam osQuerubins associadas ao Leo, ao Touro, ao Homem e guia. Essa carta representa o signo deTouro, que por sua vez regido por Vnus. No oriel fixo por detrs do Hierofante vemos a rosa decinco ptalas desabrochada circundada pela serpente.

    Quando adicionamos a letra Shin ao vocbulo Yehovah (YHVH tetragrama) formamos opentagrama Yeheshuah (YHShVH) que simboliza o esprito sobre a matria.

    Lembramos ao leitor que as operaes qabalsticas no se resumem somente aos conceitosdifundidos pelas principais escolas de esoterismo e pelos ocultistas mais clebres. As mesmasoperaes se expandem e so aplicadas na Qabalah das Qliphoth, nas tradies Draconianas eTifonianas e nos crculos mais restritos dos praticantes de Kishuph e Nefashuth. Atravs dosensinamentos dessas escolas e dos clebres magistas que nos procederam, podemos ingressarnuma esfera de conhecimentos negros que nos foi omitida pela literatura ocultista ocidental.

    A seqncia de operaes qabalsticas que podem ser empreendidas praticamenteindefinida, sendo que cada Iniciado deveria fazer suas prprias incurses para tentar entender maiso que o pentagrama pode fornecer sob a luz da Qabalah.

    Em alguns ramos da bruxaria, o pentagrama com uma ponta voltada para cima representa aGrande Deusa ou a Grande Me, j o pentagrama invertido representa o deus Chifrudo.Dependendo do ramo e da tradio, o deus pode ser associado ao grego P ou ao celta Cernunnos,divindade que em algumas representaes possua 4 chifres iluminados por um archote centralparecido com o de Baphomet.O nmero cinco tambm pode ser visto, apreendido, na figura da pirmide quadrangular: elapossui cinco lados e cinco vrtices.

    Finis

    As associaes apresentadas acima esto longe de estarem completas, mas so suficientespara demonstrar que um smbolo pode representar muito mais do que um indivduo comum capazde imaginar.

    Nas antigas escolas de mistrios e em alguns crculos contemporneos de Adeptos, o estudoe a reflexo sobre os smbolos mgickos so tarefas recorrentes e incentivadas.

    A simples meditao sobre um determinado smbolo pode nos fazer entende-lo, mesmo que

    no conheamos suas origens.O conhecimento sobre religies, qabalah, astrologia, sistemas mgickos, tradies iniciticas,filosofia e matemtica nos ajuda a obter estrutura suficiente para comearmos a entender almdaquilo que nossos olhos enxergam, pois os smbolos no so meros adornos nos pescoos e nosaltares dos magistas. Nada , em essncia, somente aquilo que parece ser.

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    Vox Infernum I Entrevista Frater .. Adriano CamargPOR PHARZHUPH

    Escritor que est ajudando a preencher o imenso hiato literrio do ocultismo brasileiro comsuas obras Sistemagia, A Revoluo Luciferiana e A Cabala Draconiana, Frater Adriano C.Monteiro nos conta um pouco sobre sua vida, seu trabalho, seus valores e Iniciao.

    1- Quem Adriano Camargo Monteiro?

    Escritor, artista ilustrador, ocultista draconiano, maom, gnstico luciferiano, semideus edemnio, para aqueles que podem entender.

    2- Qual a importncia da religiosidade, da espiritualidade e da magia em sua vida?

    Minha vida centrada nesses elementos. Em tudo o que fao, minhas convices e ideaisespirituais e mgickos esto presentes. So combustveis que mantm minha vida funcionandoneste e em outros planos.

    3- Voc se considera um Luciferiano? Em quais aspectos? Como voc definiria umLuciferiano?

    Sendo um semideus e demnio, (i)mortal, imperfeito, porm em processo evolutivo, possodizer que meu ser do raio luciferiano/draconiano, conforme as idias e ideais apresentados naobra A Revoluo Luciferiana. Um luciferiano pode ser definido como um ser que busca sua prpriaevoluo conscientemente, que busca expandir sua conscincia e experinciais para alm do mundocomum e corrente. Um luciferiano trabalha para adquirir conhecimento e sabedoria (que conhecimento com compreenso), valorizano a si mesmo e se aprimorando continuamente.Abomina a ignorncia, a mediocridade, a hipocrisia, a opresso, a coero, o fanatismo, asbanalidades coletivas e a violncia gratuita e desmedida. Um luciferiano tambm sente prazer pelo

    conhecimento, prazer pela arte, prazeres estticos e intelectuais, alm dos prazeres fsicos sadios.Entende tanto as Trevas quanto a Luz em seu sentido mais significativo e em seus aspectos maiscriativos e essenciais. Entende a necessidade da existncia de foras denominadas deuses edemnios e trabalha com ambas para atingir seus objetivos mgicko-espirituais. Enfim, luciferiano um ser que busca se tornar superior.

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    Vox Infernum IEntrevista Frater .. Adriano CamargPOR PHARZHUPH

    4- Em quais aspectos voc diria que a filosofia e a prtica de Thelema poderiam conduzir oser humano a se tornar melhor? Como? H relao entre Thelema e a doutrina Luciferiana em suaopinio? Quais?

    Thelema pode tornar um ser humano melhor se ele realmente tiver vontade (thelema), por simesmo, e no apenas por causa da filosofia thelmica em si, ou qualquer outra. a interao entreum indivduo e uma doutrina que gera o processo de desenvolvimento. Thelema fornece ferrementaspara o auto-aprimoramento do mesmo modo que a doutrina luciferiana. Mas o indivduo deve possuirvontade e amor (thelema e agape) pelo que faz, pelo que busca para si. No h necessidade de serestritamente crowleyano em Thelema, como muitos acreditam, mas sim seguir a prpria vontadecom discernimento e conhecimento, assimilando aquilo que nos serve e descartando aquilo que noserve para os nossos propsitos. H tambm a importncia da mulher, do sexo e da magia sexual

    tanto em Thelema quanto no Luciferianismo. assim que a doutrina thelmica se relaciona com adoutrina luciferiana.

    5- A maioria dos mais conhecidos ocultistas ocidentais costuma exaltar a espiritualidade dafalsa Luz e manter a espiritualidade das Sombras no anonimato. Em sua opinio, quais motivoslevaram esses clebres ocultistas a isso?

    Acredito que muitos desses ocultistas viveram sob uma forte influncia judaico-crist, o queos tornou tendenciosos e dicotmicos no que diz respeito ao que da luz e ao que das trevas.Sempre com muito alarde, maldizem tudo o que parece ser trevoso sem muitas vezes buscaremsaber a origem remota de tais coisas. Vejo tambm um certo recalque nesses ocultistas temorosos etemerrios que no so capazes de imergir em suas prprias trevas interiores, assimilar oselementos de seu subconsciente primitivo e sair de l com a verdadeira Luz da Sabedoia e daIniciao sem se perder.

    6- Em nosso idioma existem pouqussimos bons exemplos de literatura que possam serclassificados como Luciferianos. Como foi conceber e escrever A Revoluo Luciferiana? Quais soseus propsitos com esse livro?

    Foi exatamente essa carncia que me levou a escrever uma obra que eu mesmo gostaria queexistesse em nosso idioma. Conceber essa obra foi, em si mesmo, um verdadeiro ideal luciferianoque eu sempre tive vontade de realizar, desde h vrios anos. o resultado de vises, experinciase conhecimentos adquiridos em minhas perigrinaes. O que exponho na obra , em essncia, oque considero ser o verdadeiro modo de viver luciferiano. Muitos leitores podem realmente sentirafinidade com tais ideais e modo de vida, podem propagar o Luciferianismo como tal e desmistificartabus e condicionamentos scio-religiosos, levando o ser humano a se tornar superior para simesmo. Assim como o Homem Vitruviano desenhado por Leonardo da Vinci representa um estgiomais atrasado da espcie humana (o homem comum e corrente), o homem luciferiano, proprosto emminha obra, representa um estgio mais avanado, de uma espcie em constante evoluodeliberada.

    7- Atualmente voc est trabalhando em algum novo livro?O que podemos esperar aps a trilogia Sistemagia, A RevoluoLuciferiana e A Cabala Draconiana?

    Sim. Mas creio que ainda cedo para dizer mais sobre isso.

    8- Existem planos para divulgar seus livros em outrosidiomas e pases?

    Sim. Esses planos existem, porm dependem de negociaescom as Editoras estrangeiras.

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    Vox Infernum IEntrevista Frater .. Adriano CamargPOR PHARZHUPH

    9- H algum motivo em especial para que o livro A Cabala Draconiana no tenha sidoilustrado com os trabalhos da Linda Falorio ou com mais trabalhos artsticos seus?

    Os trabalhos de Linda Falorio fazem parte do The Shadow Tarot e constituem uma obra comoum todo, com personalidade prpria, contexto, direitos autorais, etc. Ela tem seu prprio estiloinseparvel tambm de seus textos e de suas experincias. A Cabala Draconiana a mesma coisacom relao s minhas ilustraes. Por falta de tempo em criar mais ilustraes, contextualizei-aspara abrir as partes da obra (Part I, Part II, Posfcio...).

    10- Voc poderia definir como a sua obra artstica como ilustrador? Como sua arte eroto-surrealista?

    Subliminar. Subversiva. Surreal. A srie Erotopia baseada em alguns dos mais famososcontos-de-fadas, de maneira distorcida, bizarra, qliphtica mesmo, e, por isso,subconscientemente mais real.

    11- Dentre seus trabalhos artsticos e literrios voc identificaria algum preferido? Algum quetivesse maior relevncia em sua opinio? Por qu?

    Os trabalhos artsticos que tm maior relevncia para mim so aqueles que fazem parte dostrabalhos literrios, formando um todo contextualizado. Vejo os trs livros de minha trilogia comigual importncia, pois cada um traz conhecimentos que servem para determinados trabalhos e quese complementam.

    12- Nem todos os leitores conheceram as antigas escolas de mistrios ou tiveram aoportunidade de ler obras como o ABC do Ocultismo de Papus. Voc poderia, para essas pessoas,explicar o que significam os termos Luciferosofia, Luciferonomia, Luciferologia e Luciferofania?

    Luciferosofia (do latim lux fero; do grego sophia) significa Sabedoria de Lcifer ou Sabedoria do Portador da Luz, ou seja, a verdadeira Luz logica individual.

    Luciferonomia (do latim lux fero; do grego nomia) significa Lei de Lcifer ou Lei doPortador da Luz. Isso nos leva ao termo autonomia, cujo significado lei prpria ou regra de simesmo, um dos objetivos do luciferiano, sempre na medida do possvel, respeitando o prprio livre-arbtrio e o dos outros.

    Luciferologia (do latim lux fero; do grego logia) significa Estudo de Lcifer ou Discurso deLcifer, a Cincia de Lcifer, o Logos, a Palavra de Lcifer, que nos conduz ao auto-estudo e aoauto-conhecimento.

    Luciferofania (do latim lux fero; do grego phania) significa manifestao de Lcifer ou apario de Lcifer para o indivduo, a manifestao de tudo o que representa Lcifer no prprioindivduo e a manifestao de suas prprias vises lucifricas que podem ocorrer mediante rituais,estados de xtase, etc.

    13- Na Europa conhecemos muitas publicaes, grupos de pessoas, ordens e associaes quetrabalham ativamente no Caminho da Mo Esquerda e na Espiritualidade da verdadeira LUZ. Vocacha que algum dia teremos indivduos e organizaes trabalhando seriamente na divulgao emanuteno do LHP por aqui?

    Acretido na existncia de pessoas srias nesse Caminho, muitas comeando a despontar e adivulgar a Via Noturna, o Luciferianismo, o Draconismo, de maneira independente. Exemplos disso

    so o zine Lucifer Luciferax, minhas obras, blogs e sites, divulgao boca a boca, etc. Tambmacredito que futuramente surgiro ordens srias e estabelecidas dessa Via Esquerda, sempalhaadas, sem degradaes e sem interesses escusos e ilcitos, com pessoas srias, inteligentes,sensveis e respeitveis.

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    Vox Infernum I Entrevista Frater .. Adriano CamargPOR PHARZHUPH

    O Selo de Lcifer-Vnus

    14- Existem diversas maneiras de conduzir o trabalho inicitico. Em sua opinio, melhorpertencer a algum grupo de pessoas ou seria mais adequado que cada um buscasse seu prpriocaminho como fazem alguns Peregrinos no Deserto?

    Uma peculiaridade da Via Draconiana o prprio trabalho solitrio, pois assim os mritos somuito maiores. Mas um grupo tambm pode ser til desde que as pessoas envolvidas sejamrealmente srias, inteligentes, discretas, respeitosas e respeitveis, o que no muito fcil de seencontrar. Talvez o grupo ideal deva ser pequeno e seletivo.

    15- Muitas pessoas acreditam erroneamente que a Maonaria um culto velado e voltado aoDiabo. Apesar de sabermos que isso no corresponde realidade e de conhecermos muitos Maonsdos mais variados ritos, como sua orientao mgicka, religiosa, mstica, inicitica e espiritual vista pela Maonaria?

    A Maonaria respeita minha orientao mgicko-espiritual e a mim, apesar de haver aindaalgum preconceito (as pessoas adoram falar de preconceito) por parte de alguns maons. Acreditotambm que o verdadeiro culto do Diabo a religio da luz, da falsa luz, as religies monotestaspatriarcais repressoras, opressoras, hipcritas, gananciosas e verdadeiramente destrutivas, emtodas as suas formas.

    16- Apesar da enxurrada de informao que a Internet pode fornecer para as pessoasinteressadas por assuntos relacionados ao Caminho da Mo Esquerda, em sua opinio, por quevemos tantas mesmices? Como voc analisaria o acesso informao de qualidade sobre o LHP emnosso pas?

    As mesmices se propagam, se multiplicam, se copiam... A internet possibilita isso. Ainformao precisa ser peneirada, selecionada, com discernimento, e as pessoas interessadas

    precisam ficar atentas aos detalhes para poder chegar s informaes mais importantes. precisoum pouco de sensibilidade e percepo por parte do buscador para comparar fontes de informao,bibliografias, indicaes, etc. No basta ser apenas um trevoso de internet ou um satanista defarmcia para fazer parte do LHP, da Via Draconiana, da Via Noturna.

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    Vox Infernum I Entrevista Frater .. Adriano CamargPOR PHARZHUPH

    17- Muitas pessoas acreditam que encontraro na magia uma maneira de driblar osobstculos que esto no caminho. Existem centenas de pessoas que gostariam de praticar gociasomente para ver um antigo Esprito materializado realizar seus desejos. O que h com essaspessoas? Para voc, qual a motivao que justificaria a busca pela prtica Gotica e pelastradies Draco-Tifonianas?

    De fato, h pessoas que querem a Gocia para a realizao de desejos pessoais e atinescrupulosos. Mas a Gocia no apenas isso. Uma real e vlida justificativa para a Via Esquerda a busca pelo conhecimento, pela sabedoria, pelo aprimoramento individual, pela experincia daconscincia, pelo prazer do xtase espiritual, mental, emocional e fsico. Indivduos fracos,atrasados, com desejos medocres, mesquinhos e caprichosos no so bem vistos peloLuciferianismo nem pelos espritos goticos ou qualquer outro.

    18- Para voc, quais as relaes entre anarquia e a doutrina Luciferiana?

    H relaes no que diz respeito ao livre-arbtrio, ao auto-governo, lei de si mesmo(luciferonomia) e liberdade de expresso, de ir e vir, de fazer o que quiser, desde que seja comdiscernimento e conhecimento de causa e efeito e com respeito liberdade alheia (tambm, desdeque no interfira na sua). O Liber Oz pode ser um bom exemplo de idia anarco-luciferiana, paraaqueles que so capazes de apreender seu significado.

    Anarquia pressupe-se ausncia de coero (uma das piores espcies de violao liberdadeindividual), e, portanto, o Luciferianismo se coloca fora dos movimentos e aes em que a coeroexiste. Assim, o luciferiano busca no participar de movimentos ufanistas patriticos (em ptriainferimos uma forma de patriarcalismo e coero), de movimentos polticos, de movimentosecolgicos institucionalizados (que so polticos), de guerras (provocadas por pessoasespiritualmente atrasadas para financiar indstrias armamentistas e usurpar territrios) e dequalquer coisa em que exista a manipulao da liberdade. Contudo, a anarquia s existe de fato emcada indivduo autoconsciente, por si mesmo, e no como sociedade organizada, pois o anarquismopoltico uma utopia que seria passvel de degenerao como em qualquer movimento ou vertentepoltica.

    19- O que voc aconselharia aos buscadores sinceros que se identificam com o caminho daEspiritualidade Luciferiana? Como eles poderiam buscar ascender e evoluir?

    Aconselho buscar sempre ao aprimoramento individual, primariamente o desenvolvimentomental, intelectual, e, posteriormente, o desenvolvimento mgicko-espiritual. Aquisio de obrassrias e a prtica diria daquilo que se aprende na teoria tambm importante. preciso conhecera prpria natureza interior, buscar o auto-conhecimento e ser voc mesmo, mas sendo cada vezmelhor, tornando-se superior. Livrem-se das manadas e desenvolvam o senso crtico, desgarrando-se assim dos rebanhos que marcham para os abatedouros.

    Obrigado!

    Salve Lucifer Draconis!

    http://br.geocities.com/viadraconiana

    http://br.geocities.com/adrianocmonteiro

    http://br.geocities.com/viadraconianahttp://br.geocities.com/viadraconianahttp://br.geocities.com/adrianocmonteirohttp://br.geocities.com/adrianocmonteirohttp://br.geocities.com/adrianocmonteirohttp://br.geocities.com/viadraconiana
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    Summa Goetia Introductio: Uma Confuso de GnePOR PHARZHUPH

    Na histria contada no filme expressionista alemo Der Golem (1920), do diretor PaulWegener, Astaroth foi evocado para animar o mito das lendas hebraicas. O ritual utilizava asfrmulas de um antigo livro cabalstico que trouxeram o Poderoso Duque com seu hlito miasmtico

    diante do Mago e de seu assustado auxiliar.Embora o cinema primitivo e os grimrios clssicos apresentem Astaroth como um poderosoduque, encontramos diversas evidncias de que sua divindade teria se originado na antiga deusaAstarte, adorada pelos antigos fencios h mais de 1500 antes do incio da era vulgar.

    Irm e consorte de Baal, Astarte era a deusa do amor e da fertilidade e associada babilnica Ishtar e grega Afrodite.

    Alm das evidncias histricas, h dezenas de relatos de praticantes de Goetia que teriam sedefrontado com uma figura de intensa feminilidade em suas operaes, sendo que o mesmo j foirelatado com outros Espritos e Divindades goticas.

    Acredita-se que os Massoretas tenham includo o sufixo da palavra la-bosheth ao final dovocbulo Astarte, para que seu nome fosse desonrado e associado vergonha e degradao nasprimeiras cpias dos textos que compuseram o Antigo Testamento.

    A palavra ento se tornou Astareth para o singular e Astaroth para o plural.O prprio MacGregor Mathers, no Livro da Magia Sagrada de Abramelin, menciona queAstaroth tambm o nome da deusa Astarte, alm de significar multido e assemblia, o que corroborado pelas operaes lingsticas dos massoretas.

    Konstantinos e Anton S. LaVey atribuem as origens do Duque Astaroth Deusa Fencia,como podemos confirmar em suas obras Summoning Spirits e Bblia Satnica. LaVey explicaclaramente que Astaroth a deusa fencia da lascvia, equivalente Ishtar babilnica. Konstantinosdiz que Astaroth atualmente uma forma estreita disfarada da Antiga Deusa Astarte.

    Outras clebres autoridades do Left Hand Path, como Nikolas e Zeena Schreck, falaram arespeito de Astaroth em suas obras. Em seu livro Demons of the Flesh, Zeena fala sobre asinvocaes demonacas conduzidas durante as antigas missas negras realizadas pela MadameMontespan nos anos de 1670 e sobre a aparncia que Collins de Plancy deu a Astaroth em sua obra

    Dictionnaire Infernal. Ela comenta o desenho de Collins como um grito distante da deidademajestosa da qual o demnio insignificante derivou.

    Opinies ao largo, preferimos deixar para o leitor a tarefa honrosa de verificar por si prprioe tirar as prprias concluses aps o estudo apurado e a prtica persistente.

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    Summa Goetia Conjurao de AstarothPOR PHARZHUPH

    Astaroth, Ilustrao da Demonographia de Collins de Plancy

    Astaroth, Ador, Cameso, Valeurituf, Mareso, Lodir, Cadomir, Aluiel,Calniso, Tely, Deorim, Viordy, Cureviorbas, Camaron, Vesturiel,

    Vulnavij, Benez, meus Calmiron, Noard, Nisa Chenibrando Calevodium,Brazo, Tabrasol. Venite Astaroth, Assim Seja!Conjurao de Astaroth

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    Summa Goetia Astaroth na Goetia TradicionalPOR PHARZHUPH

    Posio: DuqueDecanato: 10-20Signo do zodaco: Capricrnio, Gmeos ou Virgem

    Ms do ano: 31/dezembro 09/JaneiroPlaneta: Vnus ou Mercrio

    Animal: MacacoMetais: cobre, mercrio, liga metlica de prata e ouro.

    Tarot: Trs de OurosDia da semana: quarta-feira (conjurado entre 22:00 e 23:00)

    Qlipha: Samael / Gamchicoth / GhaagsheblahElemento: Ar

    Incenso: Sndalo

    Cores: laranja e amareloO vigsimo nono esprito da Goetia Astaroth. Ele um poderoso Duque que pode aparecer

    na forma de um anjo nocivo, montando uma besta infernal parecida com um drago, carregandouma vbora em sua mo direita. Pode aparecer tambm em forma humana, coroado eextremamente plido ou como uma esttua branca com olhos completamente negros, sem pupilas,emanando frio intenso.

    recomendado ao Magista para no permitir que ele se aproxime muito, pois seu hlito podeser prejudicial e nauseante.

    Em Goetia tradicional, aconselha-se que o praticante esteja com o anel mgico prximo dorosto para poder se proteger.

    Astaroth fornece respostas verdadeiras sobre o passado, o presente e o futuro. Ele podedescobrir todos os segredos e pode explicar como foi a queda dos Espritos e, se desejado, podeexplicar sua prpria queda. Pode tornar os homens em perfeitos conhecedores de todas ascincias liberais, alm de ser evocado para favores relacionados : viagens, inteligncia,comunicao, oratria, educao, medicina, estados alterados de conscincia, composio detrabalhos acadmicos e viagens entre planos de existncia.

    De acordo com a maioria dos tratados goticos, ele governa 40 Legies de Espritos, pormh indicaes de que sejam 29.

    Michael W. Ford, em seu tratado sobre Goetia, destaca a importncia de Astaroth como Guiae Iniciador no caminho Luciferiano da auto-deificao.

    O Selo de Astaroth

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    Summa Goetia II Um Esboo da Prtica Gotica

    POR PHARZHUPH

    Mesmo com o manancial de informao disponvel atravs da literatura especializada e daInternet, muitos estudantes se debatem como mariposas diante da luz at encontrarem um mtodoque julguem apropriado para suas operaes Goticas.

    H centenas, talvez milhares, de livros que indicam desde a prtica tradicional ensinada nostemplos das ordens e das escolas iniciticas, at os procedimentos mais heterodoxos da prticamgicka.

    Muitos adeptos iniciam suas prticas goticas de maneira arbitrria, heterodoxa e diferentedaquilo que costuma ser recomendado por adeptos mais experientes.

    No h necessariamente um caminho certo ou um caminho errado a ser seguido, porm fundamental que o estudante seja capaz de encontrar as prprias respostas atravs da anlisecrtica, do estudo diligente e da prtica persistente.

    Cada indivduo possui as prprias aspiraes dentro da senda espiritual e motivaes

    prprias para escolher seus caminhos e prticas.O motivo que conduz o aspirante Goetia algo bastante relevante e que costuma servilipendiado por muitos pseudo-iniciados.

    A descuidada motivao associada incapacidade de relacionar causas aos seus respectivosefeitos costuma gerar indivduos propensos a multiplicar fenmenos, ao invs de adeptos sriostrabalhando para sua prpria evoluo mgicka e espiritual.

    Podemos notar uma espcie de frenesi e desvario em alguns indivduos que concluem que osfenmenos ocultos e sobrenaturais so os resultados positivos das operaes, sendo que suamotivao passa a ser a multiplicao do fenmeno ao invs da obteno dos resultados.

    H pessoas que se declaram experientes magistas devido sua capacidade de ver vultos eespritos, de gerar black-outs em seus condomnios, de substiturem lmpadas queimadas emdemasia sem explicao cientfica, de no conseguirem dormir direito, etc. Alm de supersticiosos,se tornam papagaios fanticos de comportamento no-inicitico e centrado no ego. Esqueceram doTouro e do Silncio e bradam aos quatro ventos: sou um multiplicador de fenmenos.

    O verdadeiro Adepto julga a efetividade de suas operaes atravs de seus resultados. Porexemplo, pode ocorrer de um indivduo evocar Bune com a finalidade de se tornar sbio eeloqente, ora, o resultado esperado simples de ser entendido. Agora, se o indivduo dimportncia exacerbada aos fenmenos que ocorreram em seus experimentos e acredita que asucesso dos mesmos o conduzir ao final almejado, ento o propsito da operao pode ter seperdido.

    Alguns estudantes acreditam que o cerne da prtica Gotica a capacidade de trazer oesprito em forma visvel dentro de um tringulo para que seus desejos sejam realizados. Hmotivaes nobres e propsitos no muito justificveis, mas que movem muitos estudantes prtica e consequentemente ao erro ou ao acerto, geralmente a ambos.

    Um exemplo clssico de boa motivao a primeira evocao realizada por Lon MiloDuQuette, narrada em seu livro Aleister Crowleys Illustred Goetia. Lon realizou um ritualdesesperado para conseguir tomar as rdeas da prpria vida, mesmo a revelia de seus superiores einstrutores, Lon realizou a evocao de Orobas e, mesmo com os intensos infortnios e errosdurante o ritual, ele conseguiu atingir os resultados esperados, e mais, o trabalho ressoou por muitotempo em sua mente, permitindo que ele aprendesse cada vez mais com o tipo de energia com aqual ele esteve trabalhando.

    A Goetia uma ferramenta afiadssima para a explorao dos mais recnditos e escurosplanos de nossa Sombra e de nossa existncia, porm a maioria dos estudantes no costuma dar adevida ateno a esse aspecto. Quando as experincias goticas desencadeiam os processos que oslevam a se confrontarem com suas prprias Sombras, o esprito evocado costuma serresponsabilizado pelo atroz infortnio.

    A Goetia uma maneira de nos defrontarmos diretamente com os aspectos de nosso

    Inconsciente e de nos colocarmos prova sobre eles. Esse um dos principais motivos que levammuitos instrutores a no aconselhar seus discpulos a resolverem seus pequenos problemas atravsdessas prticas, pois eles podem simplesmente criar problemas ainda maiores e mais difceis deserem resolvidos.

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    Summa Goetia II Um Esboo da Prtica Gotica

    POR PHARZHUPH

    Entre as motivaes no muito justificveis se encontram aquelas de alguns indivduos quecrem que o verdadeiro mago aquele que submete as leis da natureza exterior aos seus caprichos,como se a obteno de xito sobre alguns objetivos materiais e mesquinhos lhes conferisse a coroade Atarah.

    Muitos acreditam que a Magia Gotica simplesmente uma prtica para driblar dificuldades eter acesso mais fcil quilo que no conseguem conquistar atravs de seus esforos comuns.

    No pretendemos evocar a aura perniciosa da moralidade ou um senso de tica parainterpretar as motivaes que conduzem o Adepto, mesmo porque, a relatividade se presta lgicada justificativa.

    Um outro aspecto que no deve ser posto margem so os efeitos que podem ocorrerposteriormente, pois muitas evocaes trazem consigo verdadeiros demnios de nossas prpriasprofundezas. Diferente daquilo em que acreditamos, esses seres no surgiro entre chamas e

    enxofre, ao contrrio, eles se colocaro a nossa frente no momento da vulnerabilidade e tentaronos despedaar entre rodas.Obviamente a evocao gotica um meio de nos colocarmos em contato com Deuses,

    Espritos e Seres que existem alm de nossa prpria constituio, porm os aspectos interioresno deveriam ser menosprezados jamais. Como disse Lon Milo DuQuette, para nossa reflexo, Euposso mudar somente uma coisa com Magick eu mesmo.

    Os mtodos de evocao utilizados so praticamente indefinidos em nmero, podendo variardesde tcnicas mais simples atravs de concentrao e meditao, at rituais mais ridos eelaborados como na evocao sexual.

    Para o incio das operaes, muitos Adeptos preferem algum mtodo derivado doprocedimento tradicional re-velado no livro The Goetia, The Lesser Key of Solomon the King deMacGregor Mathers e Aleister Crowley, outros preferem mtodos mais arcaicos de grimriosdiferentes. Considerando que muitos estudantes iniciam suas prticas dessa forma, procuraremosdelinear nos pargrafos seguintes um mtodo simples e eficiente, baseado nos ensinamentosfundamentais de Crowley, Mathers, e DuQuette.

    Espera-se que o estudante tenha pleno domnio sobre as disciplinas fundamentaisnecessrias para a realizao da evocao. As operaes de banimento e invocao sero citadas,sugeridas, mas no sero descritas. Espera-se tambm que o estudante j esteja familiarizado comprocedimentos cerimoniais comuns e com a literatura afim. Se o estudante no se julgasuficientemente preparado, se ele no confia suficientemente em si mesmo, se ele no acredita nopoder de sua palavra, ento melhor que o ritual no seja empreendido.

    Crculo negro das evocaes e dos pactos, segundo Eliphas Levi

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    Summa Goetia II Um Esboo da Prtica Gotica

    POR PHARZHUPH

    1. Escolha do EspritoA Escolha do Esprito deve ser feita em funo do resultado esperado, ou seja, o Estudante

    deve escolher o Esprito que melhor se encaixe ao resultado almejado.Escolher um Esprito por sua fora ou por sua posio podem no resultar no que se

    deseja.Por exemplo, se o estudante pretende realizar uma evocao gotica para aumentar o raio

    de seus conhecimentos sobre cincias e artes, ento podemos aconselhar para que ele escolhaPaimon, um Rei. Se o estudante teme evocar um Rei, ento que ele no escolha um outro Espritoque lhe parea menos arriscado sem que esse se encaixe ao resultado esperado. Escolher Samigina(Marqus), nesse caso, no surtiria o efeito desejado, ou melhor, o efeito que est emconformidade com a vontade.

    O estudante tambm no deve esperar que a obteno de xito na evocao de Paimon sejaindcio de que ele acordar um sbio na manh seguinte.

    O estudante deve possuir vontade fixa e firme no propsito que deseja alcanar.

    2. Estudar o Esprito

    fundamental que o Estudante tenha os conhecimentos sobre as correspondncias eanalogias referentes ao Esprito que se planeja evocar.

    O estudante deve conhecer as melhores horas para a evocao, os melhores dias, ascorrespondncias astrolgicas, as cores, os incensos, os sinais, os sigilos, as conjuraes especficassempre que possvel, os sinais, etc.

    Tais informaes podem ser adquiridas em profuso em grimrios, em livros especficossobre goetia e pela Internet, desde que as informaes partam de fontes confiveis.

    comum encontrarmos informaes conflitantes, nesses casos, aconselhamos ao estudantepara que escolha as informaes mais generalizadas e que use seu discernimento e inteligncia.

    3. Preparao do Templo, do Crculo e do Tringulo

    O Templo representa o Universo Externo e ser o local onde o ritual ser realizado.Pode-se escolher um quarto de uma habitao - geralmente, um espao de 9m o

    suficiente.O Templo deve ser um local onde no sejamos incomodados por outras pessoas ou por

    animais no decorrer do ritual. Deve ser um local com ventilao moderada para evitar efeitosintoxicantes provenientes do incenso ou de leos que podem ser utilizados.

    Portas e janelas devem estar fechadas e a iluminao deve ser a mnima possvel, depreferncia no eltrica. Caso o estudante opte pelo crculo tradicional descrito por Crowley, afonte de iluminao das 9 velas ao redor do crculo ser mais que suficiente.

    O Crculo anuncia a Natureza da Grande Obra, afirma a identidade do Magista com o Infinito,afirma o equilbrio do trabalho e delimita a rea de operao.

    O Crculo sugerido o seguinte:

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    Chaos pode ser substitudo por Therion, Laylah por Lilith e Perdurabo por Lucifer. Oestudante pode utilizar seus prprios conhecimentos e inteligncia para alterar os nomes dasDivindades.

    Os 9 pentagramas so uma aluso clara ao Iniciado e no centro de cada um deles h umapequena vela acesa. As velas representam os pensamentos negativos que so impedidos de surgirna conscincia para atrapalhar o ritual. No livro Magick, Crowley diz que as velas originais eramfeitas com gordura humana dos inimigos do magista ou das crianas estranguladas, sendo essasltimas relacionadas aos pensamentos que tentam surgir nos momentos inoportunos. Essas velasso as Torres na Beira do Abismo - que o estudante pondere sobre o significado das velas e que nocometa nenhuma sandice para seguir ao p da letra o que as explicaes de Crowley dizem. Nove o nmero do Iniciado na Qabalah.

    Os crculos so traados na cor verde e os nomes das divindades em vermelho, assim comoos quadrados que compe o Tau no centro do crculo.

    O dimetro do crculo determinado em funo da altura do magista e deve ter espaosuficiente para que ele se mova com facilidade. Deve-se evitar crculos muito grandes.

    A proporo pode ser apreendida atravs da ilustrao acima.Os trs losangos representam os vrtices de um tringulo cujas linhas so imaginrias.O Tau composto por 10 quadrados, um para cada Sephirah.O tringulo desenhado na direo particular do Esprito (ponto cardeal) ou voltado para o

    norte ou leste, dependendo exclusivamente do magista. Sugerimos o leste.O desenho sugerido o seguinte, em consonncia com Crowley e DuQuette:

    Trata-se de um tringulo eqiltero com base de aproximadamente 91cm.O tringulo representa a manifestao e o 3 o nmero da forma na Qabalah.Uma vez preparados o Templo, o Crculo e o Local, o estudante ter algo como a ilustrao

    abaixo para realizar o ritual, ou seja, o estudante ter os seguintes elementos gravados no cho deseu Templo:

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    4. O Selo do EspritoO Selo do Esprito so os sinais grficos que o representam e podem ser encontrados na

    literatura gotica ou mgicka em profuso.O Selo deve ser fabricado antes da operao.Na literatura especializada h muitas instrues sobre como fabricar o selo, sugerimos que o

    estudante no se preocupe em demasia em atender aos requisitos tradicionais. Um desenho feito mo nas horas adequadas servir suficientemente. O Selo deve ser desenhado nas corescorrespondentes, estudadas sobre o Esprito, em papel novo (virgem).

    O Selo ser colocado no centro do tringulo que est fora do crculo antes do incio daoperao.

    importante que o Magista tenha um local apropriado para guardar os selos aps as

    operaes. Aconselha-se que os selos sejam guardados em locais nicos (no devem ficar junto comoutros selos goticos de outras operaes).

    5. O Hexagrama e o Pentagrama da Arte

    Aconselha-se que o estudante utilize os smbolos consagrados do Hexagrama e doPentagrama, seja atravs de medalhes ou gravados artisticamente em sua tnica.

    O Hexagrama a representao do Macrocosmo (Universo Ilimitado) e do Macroprsopo(Grande Face).

    O Pentagrama a representao do Microcosmo (Universo Limitado), do Microprsopo(Pequena Face) e do Homem (Esprito/Essncia) dominando os quatro elementos em sua jornadarumo ao mundo Interior, Inferior e Ctnico.

    Estudantes mais avanados encontraro correspondncias e analogias interessantesrelacionando e trabalhando os nmeros 5, 6, 11 e 66.

    5. O Basto

    O Basto uma das principais armas mgicas, o smbolo da Vontade Mgica e Criativa doMagista. O Basto uma alavanca e com um ponto de apoio, universos inteiros podem se movercom a aplicao da Fora adequada. No Basto tradicional esto incrustadas as insgnias que re-velam a Vontade Mgica do Magista.

    por excelncia uma arma flica e a arma elemental do Fogo e das Conjuraes.Alguns magistas preferem a Espada (arma elemental do Ar), mas o Basto o mais indicado

    para o incio de operaes devido sua natureza.No necessrio gastar fortunas para se conseguir um. O estudante pode fabricar o seu

    prprio ou comprar algum de madeira que se encaixe em seu oramento. altamente recomendvel que o Basto seja fabricado pelo prprio estudante, sempre que

    possvel. Basta encontrar uma rvore saudvel, com galhos firmes e bem vivos, escolher um galho

    bastante reto e corta-lo com um s golpe. O basto tem aproximadamente a medida entre ocotovelo e as pontas dos dedos do magista. Essa arma deve ser trabalhada e consagrada da melhormaneira que as aptides e habilidades do estudante permitirem. De qualquer maneira, o Bastodeve ser consagrado de acordo com a Arte antes de ser utilizado nas operaes goticas.

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    6. A TnicaUm robe preto nico, sem capuz, de mangas longas o suficiente.O estudante pode utilizar outras vestes, desde que as mesmas se enquadrem na cadeia de

    analogias do Iniciado ou de acordo com sua orientao mgicka e religiosa.

    O Ritual

    O estudante deve providenciar os requisitos bsicos para que o ritual possa ser empreendido,conforme as instrues sugeridas previamente.

    O Ritual servir para a evocao de qualquer Esprito da Gocia, sem restries, incluindo osEspritos descritos por Guido Wolther.

    1. Escolher o Esprito;2. Estudar o Esprito;3. Preparar o Templo, o Crculo e o Tringulo;4. Preparar o Selo do Esprito;5. Possuir, com antecedncia, o Pentagrama, o Hexagrama, o Basto e a Tnica

    consagrados;6. Adquirir incenso em boa quantidade com antecedncia. importante que o incenso seja

    escolhido de acordo com o Esprito escolhido e com as correspondncias estudadas;7. Colocar o incensrio no centro do tringulo que est fora do crculo de operao. O

    incensrio deve ser aceso de maneira que o incenso, em grande quantidade, queime durante todo operodo da operao;

    8. Colocar o selo do Esprito que ser evocado na frente do incensrio;9. Acender as 9 velas ao redor do Crculo de operao;10. Realizar um ritual de banimento. Aconselhamos o Rubi Estrela (banindo), mas pode-se

    utilizar o Ritual do Pentagrama Menor (banindo);11. No centro do Crculo, no quadrado de Thipareth, que o Magista faa a Invocao

    Preliminar da Goetia, conforme Liber Samekh (texto destacado em negrito). Os pentagramas devemser traados no Ar com o Basto.

    A Ti eu invoco, o No-Nascido.Tu, que criaste a Terra e os Cus.Tu, que criaste a Noite e o Dia.Tu, que criaste as Trevas e a Luz.Tu, que s RA-HOOR-KUIT, Eu mesmo feito perfeito, a quem nenhum homem jamais

    viu. Tu, que s IA-BESZ, a Verdade na Matria.Tu, que s IA-APOPHRASZ, a Verdade em Movimento.Tu, que distinguiste entre o Justo e o Injusto.Tu, que fizeste a Fmea e o Macho.Tu, que produziste as Sementes e o Fruto.Tu, que formaste os Homens para amarem uns aos outros, e para odiarem uns aos

    outros.

    Eu sou (seu Moto) teu Profeta, a quem Tu confiaste Teus Mistrios, as Cerimniasde Khem (ao invs de Khem (Egito) pode-se utilizar Thelema ou a corrente particular doMagista).

    OUVE-ME TU, pois Eu sou o ngulo de NU, o Mensageiro de HAD, o Enviado de RA-HOOR-KHU (ou os nomes divinos da tradio particular do Magista): estes so os TeusVerdadeiros Nomes, dados aos Profetas de Khem (ao invs de Khem (Egito) pode-seutilizar Thelema ou a corrente particular do Magista).

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    Summa Goetia II Um Esboo da Prtica Gotica

    POR PHARZHUPH

    Em sentido anti-horrio, caminhe at o Leste.Trace no ar o pentagrama equilibrante do Esprito Ativo.Mantre: EHEIEH Faa o sinal de abertura do vu.Trace no ar o pentagrama do Ar Invocando.Mantre: IHVH Faa o sinal de Shu.Dizer em voz alta, em tom firme:

    Oua-me! AR ThIAO RHEIBET A-ThELE-BER-SET A BELAThA ABEU EBEU PhI-ThETA-SOE IB ThIAO

    Oua-me, e faa todos os Espritos submissos a Mim; de modo que todo Esprito doFirmamento e do ter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na gua; no ArRodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possamobedecer a Mim.

    Em sentido anti-horrio, caminhe at o Sul.Trace no ar o pentagrama equilibrante do Esprito Ativo.Mantre: EHEIEH Faa o sinal de abertura do vu.Trace no ar o Pentagrama do Fogo Invocando.Mantre: ELOHIM Faa o sinal de Thoum-Aesh-Neith.Dizer:

    Eu invoco a Ti, o Terrvel e Invisvel Deus: Que habita no Lugar Vazio do Esprito:AR-O-GO-GO-RU-ABRAO SOTOU MUDORIO PhALARThAO OOO AEPEO No-Nascido.Oua-me, e faa todos os Espritos submissos a Mim; de modo que todo Esprito do

    Firmamento e do ter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na gua; no ArRodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possamobedecer a Mim.

    Em sentido anti-horrio, caminhe at o Oeste.Trace no ar o Pentagrama equilibrante do Esprito, Passivo.Mantre: AGLA

    Faa o sinal de fechar o vu.Trace no ar o pentagrama da gua, Invocando.Mantre: EL Faa o sinal de Auramot.

    Dizer:

    Oua-me!RU-ABRA-IAO MRIODOM BABALON-BAL-BIN-ABAOT. ASAL-ON-AI APhEN-IAO I

    PhOTETh ABRASAX AEOOU ISChUREPoderoso e No-Nascido!Oua-me, e faa todos os Espritos submissos a Mim; de modo que todo Esprito do

    Firmamento e do ter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na gua; no ArRodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possamobedecer a Mim.

    Em sentido anti-horrio, caminhe at o Norte.

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    Summa Goetia II Um Esboo da Prtica Gotica

    POR PHARZHUPH

    Trace no Ar o Pentagrama do Esprito, Passivo.Mantre: AGLA Faa o sinal do fechamento do vu.Trave no Ar o Pentagrama da Terra, Invocando.Mantre: ADONAI Faa o sinal de Set.Dizer:

    Eu Te Invoco: MA BARRAIO IOEL KOThA AThOR-E-BAL-O-ABRAOT.Oua-me, e faa todos os Espritos submissos a Mim; de modo que todo Esprito do

    Firmamento e do ter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na gua; no ArRodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possamobedecer a Mim.

    Em sentido anti-horrio, caminhe at o quadrado de Tiphareth novamente.Trace no ar o Pentagrama do Esprito, Ativo.Mantre: EHEIEH Faa o sinal de abertura do vu.Faa o sinal da Lua e do Sol Unidos.Faa os sinais de LVX.Dizer:

    Oua-me: AOT ABAOT BAS-AUMGN. ISAK SA-BA-OT.

    Curve-se levemente, com a cabea erguida, em sinal de reverncia.Dizer:

    Este o Senhor dos Deuses.Este o Senhor do Universo.Este Aquele a quem os Ventos temem.Este Ele, que tendo feito a Voz com suas ordens, o Senhor de todas as Coisas;

    Rei, Regente e Auxiliador.Oua-me, e faa todos os Espritos submissos a Mim; de modo que todo Esprito do

    Firmamento e do ter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e na gua; no ArRodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo da Divindade, possamobedecer a Mim.

    Trace no ar o Pentagrama do Esprito, Passivo.Mantre: AGLA Faa o sinal de fechar o vu.Faa o sinal da Lua e do Sol Unidos.Faa os sinais de LVXDizer:

    Oua-me: IEOU PUR IOU PUR IAOTh IAEO IOOU ABRASAX SABRIAM OO UU AD-ON-A-I EDE EDU ANGELOS TON ThEON ANLALA LAI GAIA AEPE DIATHARNA THORON

    Eu sou Ele! o Esprito No-Nascido! tendo a viso nos ps: Forte, e o Fogo Imortal!Eu sou Ele! a Verdade!

    Eu sou Ele! Que odeia que o mal deva ser lanado no Mundo!Eu sou Ele, que relampeia e troveja!Eu sou Ele, de quem derrama a Vida da Terra!Eu sou Ele, cuja boca sempre flameja!

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    Summa Goetia II Um Esboo da Prtica Gotica

    POR PHARZHUPH

    Eu sou Ele, o Gerador e Manifestador da Luz!Eu sou Ele, a Graa dos Mundos!"O Corao cingido com a Serpente" o meu nome!Surge adiante e segue-me: e faa todos os Espritos submissos a Mim; de modo que

    todo Esprito do Firmamento e do ter; sobre a Terra e sob a Terra, na Terra seca e nagua; no Ar Rodopiante e no Fogo Crepitante, e todo Encantamento e Flagelo daDivindade, possam obedecer a Mim.

    Mantre: IAO SABAO

    Dizer: Tais so as palavras!

    Imediatamente aps essas invocaes, o Esprito deve ser Evocado com as palavras:Oua-me, Esprito (dizer o nome do Esprito), e aparea diante deste Crculo na

    forma Humana. Venha em paz e em forma visvel, diante de mim no Tringulo da Arte.

    Repita a Evocao por umas trs vezes. Conjuraes especficas podem ajudar nessemomento e servir de complemento podendo, em alguns casos, substitu-la. Repita a Evocao echame o Esprito com Vontade e Firmeza.

    Quando voc sentir a presena do Esprito no Tringulo ou quando voc o ver na fumaa doincenso, voc dever saud-lo respeitosamente e agradecer pela presena dele.

    D suas instrues ao Esprito com clareza de intento, diga exatamente o que voc quer,como quer e quando quer. Evite dialogar com o Esprito. No oferea aquilo que no pode cumprir.Caso o Esprito lhe pea algo, tente ser breve na negociao. Evite ofertar seu prprio sangue. Eviteambigidades na hora de transmitir suas instrues para o Esprito.

    Procure ficar sempre no controle da situao e no tema os desvios que podem ocorrer.Evite falar sobre os motivos que o levaram a evocar o Esprito, suas instrues devem ser

    claras e sem muitas explicaes.Ao trmino das instrues voc deve dar a licena para que o Esprito parta.As palavras podem ser essas:

    V agora e esteja pronto para vir sempre que eu cham-lo no Tringulo da Arte. V! V em paz e sem causar dano ou prejuzo para mim ou para aqueles que me so

    amados.

    Finalize o ritual com um banimento. Pode ser o Rubi Estrela ou o Ritual do PentagramaMenor.Guarde o selo no local preparado anteriormente e procure no pensar mais no Ritual.

    Se o Esprito se recusar a aparecer voc pode tentar intimida-lo, ameaando queimar seuselo atravs dessas palavras:

    Se voc no est comigo ento voc est contra mim, se voc no aparecerimediatamente para atender minha Vontade eu queimarei seu Selo e Removerei voc demeu Universo para sempre.

    No blefe com o Esprito, se voc prometer queimar seu selo, ento faa, mas tenha emmente as possveis conseqncias futuras, caso queira tentar evoca-lo novamente.

    Outra opo para trazer o Esprito utilizar uma nova Evocao ou Conjurao,

    aconselhamos inicialmente a primeira e a segunda Chaves Enoquianas, mas prefervel que aEvocao seja a mais breve sempre que possvel. Cadeias muito longas de conjuraes podemdispersar o nvel de energia atingido na invocao preliminar e podem fazer com que estudantesmenos experientes permitam que pensamentos contrrios evocao surjam em sua mente.

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    Summa Goetia II Um Esboo da Prtica Gotica

    POR PHARZHUPH

    Caso voc no sinta a presena do Esprito ou as conjuraes no surtam efeito: no sepreocupe, d a licena para que o Esprito parta e encerre o ritual com o banimento. Volte a repetiro ritual em outra oportunidade mais propcia.

    Palavras Finais

    O ritual delineado acima foi amplamente utilizado por muitos Magistas durante o ltimosculo e possui um grau de eficcia bastante significativo, mesmo sendo relativamente simples deser realizado.

    bvio que esse somente um dos incontveis mtodos que podem ser empregados nasevocaes, sendo que o trabalho pode ser adaptado e reestruturado pelo estudante de acordo comseus conhecimentos prticos e tericos acerca da Tradio e da Arte.

    Com o passar do tempo novas idias so incorporadas, novos conceitos so compreendidos ea prtica se transforma, renasce e ajuda o praticante a perceber os melhores caminhos a seremseguidos.

    Finalizamos a primeira parte do ensaio com os mesmos conselhos: estudem, se conheam,pratiquem, pensem, tenham discernimento e saibam calcular o valor do Silncio.

    Todos os sinais foram omitidos, embora citados, justamente para conduzir os estudantes Busca!

    Bibliografia de referncia:

    - Qabalah, Qliphot and Goetic Magic, de Thomas Karlsson, Ajna Books;- Sistemagia, de Adriano Camargo Monteiro, Editora Madras;

    - The Goetia The Lesser Key of Solomon the King, de Mathers / Aleister Crowley, Weiser Books;

    - Aleister Crowley Illustred Goetia, de Lon Milo DuQuette e Christopher S. Hyatt, PhD, New Falcon;- The Goetia The Lesser Key of Solomon the King Luciferian Edition, Michael W. Ford;- Nightside of Eden, Kenneth Grant, Scoob Books;

    - Aleister Crowley and the Hidden God, Kenneth Grant, Scoob Books;- A Natureza da Psique, C.G. Jung, Editora Vozes;

    - A Psicologia do Inconsciente, C.G. Jung, Editora Vozes;- Pacts With the Devil, de S. Jason Black / Christopher S. Hyatt, PhD, New Falcon;

    - Magick, de Aleister Crowley, Weiser Books;- The Equinox Vol. I N II, publicao oficial da Astrum Argentum, Simpkin Marshall, Hamilton, Kent &

    Co. Ltda.

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    Vox Infernum II Lon Milo DuQuette Nos Fala SobreENTREVISTA, TRADUO E ADAPTAO POR PHARZHUPH

    Lon Milo DuQuette, clebre ocultista, emrito escritor um dos principais membros da Ordo Templi Orientis e daIgreja Gnstica Catlica nos Estados Unidos. Recentementeteve uma de suas obras publicada em portugus pelaEditora Madras, trata-se do A Magia de Aleister Crowley,Um Manual dos Rituais de Thelema. Lon escreveu muitoslivros importantes e reconhecidos, entre eles esto:

    Angels, Demons & Gods of the New Millennium, EnochianVision Magick e The Key to Solomon's Key: Secrets ofMagic and Masonry. Junto com Christopher Hyatt publicouos excelentes Aleister Crowley's Illustrated Goetia: SexualEvocation e Enochian World of Aleister Crowley: Enochian

    Sex Magick.Aos sessenta anos de idade, Lon est em plenaatividade: alm de suas inclinaes literrias, DuQuette dpalestras, cursos, seminrios e workshops por todo omundo e produz sries de DVDs como o box The GreatWork Iniciation Into the Mysteries.

    Mesmo com uma agenda bastante atarefada e commais de mil e-mails para responder, Lon nos concedeu umabreve entrevista para falar sobre Goetia.

    Com a Palavra, Lon Milo DuQuette...

    Eu posso mudar somente uma coisa com MagLon Milo DuQuette1. Cada Magista possui motivaes prprias para praticar a Goetia.Em sua opinio, em quais ocasies o Magista deveria utilizar a Goetia?

    Em minha opinio, a natureza do trabalho Gotico tal que o Magista deve ter uma estaca emocionalmuito forte no sucesso da evocao.

    Para mim, a evocao Gotica funciona melhor quando j exauri todos os outros meios para resolverum problema, ou seja, quando no tenho outra escolha.

    O problema deve ser de carter pessoal. Eu aprendi que desastroso tentar fazer uma evocaoGotica para outra pessoa ou junto com outra pessoa.

    2. possvel estabelecer uma relao entre a Goetia e o conceito de Sombra de Jung? Como?

    Eu no conheo muito sobre Jung, ento prefiro no dizer.

    3. Goetia significado de baixa magia para voc? Porque h tantos escritores e ocultistas que acondenam?

    Quando voc evoca um Esprito Gotico, voc evoca uma espcie de aventura, uma experinciaincomum. Essas aventuras raramente so agradveis, na maioria das vezes a experincia completamentedesagradvel.

    Em todo caso, a evocao ter idealmente o carter de construir a experincia que o fortalecer e otransformar no tipo de pessoa que far com que a sua vontade acontea. Frequentemente essas experinciaspodem ser consideradas baixas e sujas.

    Algumas pessoas consideram Goetia como baixa magia porque na maioria das vezes esse caminho muito spero, rduo.

    Em minha mente isso poderia ser considerado baixo somente porque voc est lidando com forascegas sobre as quais voc jamais teve controle antes da evocao.

    Isso pode parecer baixa magia para pessoas que pensam que Magick s com anjinhos fofinhos.

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    Vox Infernum II Lon Milo DuQuette Nos Fala SobreENTREVISTA, TRADUO E ADAPTAO POR PHARZHUPH

    4. Em sua opinio, qual a importncia da Goetia para a espiritualidade do Magista?Pode ser vitalmente importante. Isso depende somente do Magista.Ignorar o que est abaixo no uma boa idia.

    5. O que podemos aprender com essas prticas?

    Voc pode aprender muito sobre voc mesmo nas operaes Goticas.As pessoas costumam dizer que a Goetia traz o pior daquilo que est no Mago.Eu lhes falo: Sim! exatamente isso que deve acontecer!Trazer o pior de voc para que voc possa se confrontar com isso... Conquistar isso...Redirecionar esse poder aterrador para que ele trabalhe por voc e no contra voc.

    6. Qual a origem dos Espritos da Goetia? Astaroth, por exemplo, ele possui alguma relao coma Deusa Astarte dos fencios ou o esprito da Goetia chamado Astaroth um ser absolutamenteindependente? Poderia explicar?

    bvio que muitos dos 72 Espritos listados na Goetia so corrupes de deidades pags. Mas defato eu no vejo estes como sendo muito mais do que nomes ligados a arqutipos mais genricos.

    7. Conheo praticantes que no executam banimentos aps as operaes de Goetia. Essa prtica nociva? Os banimentos so recomendados?

    Eu fao banimentos antes e aps evocaes Goticas. Isso faz parte de minha rotina operacional.Outros Magistas podem se sentir mais confortveis sem os banimentos. uma questo que deve serresolvida por eles.

    8. Um esprito da Goetia pode se manifestar atravs da voz de um ser humano numa operaomgicka? Algo semelhante a uma possesso ou estado de transe? Em quais circunstncias isso seriapossvel?

    Eu acredito que sim, claro. Eu no me preocupo como isso pode ser possvel. Acima de tudo,isso Magick...

    9. Muito se fala sobre os modos de operao da goetia. Quais tcnicas poderiam serrecomendadas?

    Eu s posso falar sobre o melhor mtodo para mim. Minha tcnica bem baixa. Uso uma cordafina de seda negra para fazer o crculo e um tringulo. No uso as conjuraes clssicas, prefiro fazerminhas prprias invocaes e conjuraes.

    10. Tendo evocado o esprito o que garante que ele ir cumprir a vontade do Magista?

    O Esprito faz aquilo que falado ou no faz. Se ele no faz ento deve-se evoca-lo novamente eter uma conversa mais forte com ele. Se aps vrias tentativas o esprito no resolver cooperar, deve-seconsiderar a hiptese de conjur-lo novamente para sua total aniquilao. Eu s tive que fazer isso umavez.

    11. Quais conselhos voc daria aos estudantes e Magistas sobre Goetia?

    No mudem de idia sobre aquilo que querem no meio de uma conjurao.A tentao para que isso ocorra vem do Esprito que est sendo evocado. Isso foi feito contra

    voc sua vida inteira.

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    Drakon Typhon Um Grande Disparate: A Mulher Cr

    TEXTO E ILUSTRAO POR FRATER ADRIANO CAMARGO MONTEIRO

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    Drakon Typhon Um Grande Disparate: A Mulher Cr

    POR FRATER ADRIANO CAMARGO MONTEIRO

    Saudaes!O que leva uma mulher a ser crist? Ou melhor, o que leva uma mulher a ser de qualqueruma das trs maiores religies esprias, opressoras, misginas e agressivas do mundo? claro queos indivduos inteligentes, os seres pensantes e livres, sabem quais so essas pseudo-religies dedesgraa e sofrimento.

    Eis o maior disparate!Em pleno sculo XXI, onde os grilhes dogmticos de nocivas religies patriarcais e

    misginas esto mais frouxos (ou inexistentes para muitas pessoas), h ainda muitas mulherestemerariamente apegadas ao Deus machista do monotesmo e aos seus seguidores. E podemos ficarperplexos ao ver que ainda existem mulheres que se humilham irracionalmente diante de umconfessionrio, em pblico, para que todos a vejam! Sem falar de muitos outros comportamentosdeplorveis mundo afora, nas paredes internas dessas falsas religies e de lares monotestas quemais parecem masmorras disfaradas.

    Muitas mulheres foram e ainda so torturadas e assassinadas covardemente em nome decertos monotesmos fundamentalistas, religies nada divinas nem abenoadas, sem qualquer direito defesa. Desnecessrio dizer que os assassinos so homens com uma misoginia inata elevada aoextremo por causa de uma educao maldita no interior de tais religies. O dio mulher e ofanatismo violento e irracional imperam nesses "mundinhos".

    fcil forjar julgamentos com base em mentiras que jamais sero contestadas, deixando amulher sem qualquer salvao para morrer terrivelmente nas mos do monotesmo.

    Como facilmente (ou no) observvel, o monotesmo uma limitao, uma restrio vidae ao progresso, uma degenerao espiritual, uma abstrao.

    Mas o monotesmo cristita (o foco deste texto) tambm uma combinao velada edeturpada de antigos cultos politestas e pantestas e de cultos monotestas primitivos pr-cristos,uma verdadeira colcha de retalhos.

    Um tal monotesmo, de obstruo, de coero e de excluso, que desde seu surgimentoprega a submisso da mulher, jamais poderia ser aceito pelo sexo feminino. Os maiores e maisconhecidos seguidores desse monotesmo absurdo sempre depreciaram a imagem feminina, sempreinferiorizaram a mulher. Todos sabemos das atrocidades monotestas ao longo da Histria e suanefasta influncia nos dias de hoje, por meio de seus dogmas esprios aceitveis pelas mentesfracas e temerrias. E a fraqueza podemos ver em seu Deus moribundo, agonizante, deprimente,em seu culto de dor e sofrimento desnecessrios, um culto escravagista, um culto de pseudo-vtimas do mundo e do destino e de menosprezo s foras femininas da vida.

    Tentaremos demonstrar, pelo que segue, que a situao da mulher pode ser triste elamentvel, ainda hoje.

    Como exemplos, sobre as mulheres temos aqui algumas lamentveis citaes dessemonotesmo estagnado e ranoso e de seus "fiis" presunosos:

    "Que as mulheres aprendam no silncio a sua sujeio." So Paulo de Tarso

    "Vs, mulheres, sujeitai-vos ao homem como ao Senhor." So Paulo de Tarso

    "No permito, porm, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas queesteja em silncio." So Paulo de Tarso

    "As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque no lhes permitido falar; mas estejamsubmissas como tambm ordena a lei." So Paulo de Tarso

    "Casamento de divorciados uma praga social." Papa Bento XVI

    "...alastra-se as feridas dos divrcios e das unies livres." Papa Bento XVI

    "O ministrio sacerdotal do Senhor , como sabemos, reservado aos homens." Papa Bento XVI

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    "...no se poder oferecer mais espao, mais posies de responsabilidade s mulheres."Papa Bento XVI

    "No h manto nem saia que pior assente mulher ou donzela que o querer ser sbia."Martinho Lutero, reformador protestante

    "As mulheres casadas, as crianas, os idiotas e os lunticos no podem legar suas propriedades." Rei Henrique VIII, da Igreja Anglicana.

    "...a mulher mais amarga do que a morte; quem bom aos olhos de Deus, foge dela, maso pecador ser sua presa." Bblia, Eclesiastes 7:27

    "Por causa da formosura da mulher pereceram muitos: porque da que se ascende aconcupiscncia, como fogo." Bblia, Eclesistico 9:9

    "Da mulher nasceu o princpio do pecado, e por ela que todos morremos." Bblia,Eclesistico 25:33

    "(Deus) disse tambm mulher: eu multiplicarei os trabalhos de teus partos. Tu parirs teusfilhos em dor, e estars debaixo do poder de teu marido, e ele te dominar." Bblia, Gnesis 3:16

    "Se uma mulher, tendo usado do matrimnio, parir macho, ser imunda sete dias." Bblia,Levtico 12:2

    "Se ela parir fmea, ser imunda duas semanas." Bblia, Levtico 12:5

    "Se um homem tomar uma mulher (sexualmente), e ela no for agradvel a seus olhos porcausa de algum defeito vergonhoso, far um escrito de repdio e a despedir de sua casa." Bblia,Deuteronmio 24:1

    "Se hoje queimamos as bruxas, por causa de seu sexo feminino." Leonard de Vair,inquisidor

    "A mulher mais carnal que o homem; vemos isto por suas mltiplas torpezas... Existe umdefeito na formao da primeira mulher, pois ela foi feita de uma costela curva, torta, colocada emoposio ao homem. Ela , assim, um ser vivo imperfeito, sempre enganador." Jacques Sprenger,inquisidor dominicano

    "... bruxaria quando a mulher impossibilitada de concenber ou aborta aps ter concebido." Jacques Sprenger, inquisidor dominicano

    "Os males perpetrados pelas bruxas modernas excedem todos os pecados j permitidos porDeus." Jacques Sprenger, inquisidor dominicano

    "(...) no importa o quanto sejam penitentes (as bruxas): preciso que sofram a penalidadeextrema." Jacques Sprenger, inquisidor dominicano

    "To hediondos so os crimes das bruxas que chegam a superar, em perversidade, os pecados e a queda dos anjos maus." Jacques Sprenger, inquisidor dominicano

    "(...) em meio a todos os animais selvagens no se encontra nenhum mais nocivo do que amulher." So Joo Crisstomo, patriarca de Constantinopla

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    POR FRATER ADRIANO CAMARGO MONTEIRO

    "...que (a mulher) viva sob uma estreita vigilncia, veja o menor nmero de coisas possvel,oua o menor nmero de coisas possvel, faa o menor nmero de perguntas possvel." Xenofonte,historiador, soldado e mercenrio grego

    "Mulher, tu s a porta do inferno." Tertuliano, telogo cristo e advogado

    "Lembre-se do grande nmero de trabalho que temos tido para manter nossas mulherestranqilas e para refrear-lhes a licenciosidade." Marco Prcio Cato, senador romano

    "... as mulheres so disformes e vergonhosas quando nuas." Ambroise Par, cientista emdico

    "...o corpo histrico da mulher s pode conduzi-las desordem moral." Franoise Rabelais,mdico

    "Dai aos vares o dobro do que dai s mulheres." Alcoro, Cap.IV, Vers.11

    "Os homens so superiores s mulheres porque Deus lhes outorgou a primazia sobre elas. Osmaridos que sofrerem desobedincias de suas esposas, podem castig-las, deix-las ss em seusleitos e at bater nelas." Alcoro, Cap.IV, vers.38

    "No se legou ao homem calamidade alguma maior do que a mulher." Alcoro, Cap.XXIV,vers.59

    "A mulher deve adorar o homem como a um Deus. Toda manh, por nove vezesconsecutivas, deve ajoelhar-se aos ps do marido e, de braos cruzados, perguntar-lhe: 'Senhor,que desejais que eu faa?" Zarathustra, filsofo persa monotesta, sculo VII A.C.

    "Inimiga da paz, fonte de inquietao, causa de brigas que destrem toda a tranqilidade, amulher o prprio Diabo." Petrarca, poeta italiano do Renascimento

    "Enquanto houver homens sensatos sobre a terra, as mulheres letradas morrero solteiras." Jean-Jacques Rousseau, escritor francs, precursor do Romantismo

    "Todas as mulheres que seduzirem e levarem ao casamento os sditos de Sua Majestademediante o uso de perfumes, pinturas, dentes postios, perucas e recheio nos quadris, incorrem emdelito de bruxaria e o casamento fica automaticamente anulado." Constituio Nacional Inglesa,sculo XVIII

    "As mulheres nada mais so do que mquinas de fazer filhos." Napoleo Bonaparte,imperador francs

    Suficiente. possvel ficar atordoado com tantos absurdos patticos.Temos tambm, hoje em dia, muitas piadas machistas e de mau gosto que inferiorizam a

    mulher, geralmente de homens com uma educao cristita, mesmo que seja negligente, homensque foram criados desrespeitando as mulheres, e que jamais mudaro. Em muitos casos, essescomportamentos so inconscientes e mecanides, impulsivos, pois a predisposio de hostilizar amulher parece j fazer parte do inconsciente coletivo masculino.

    Tal a torpeza e ignorncia desses homens! Sem as mulheres, obviamente, noexistiramos, e o mundo seria to montono, aptico, sem sabor e com um terrvel e pesado cheirode escroto!

    A mulher sempre foi vista sob a uma dicotomia inconcilivel. O feminino sim o oposto domasculino; os dois so plos que se complementam, e no opostos que devem estar separados.

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    Drakon Typhon Um Grande Disparate: A Mulher Cr

    POR FRATER ADRIANO CAMARGO MONTEIRO

    Pelo que precede, podemos ver que a mulher, por muito tempo, foi considerada pela religiomonotesta como um ser inferior e, at mesmo como o prprio mal. fcil constatar isso quandoestudamos o passado dessa religio e suas barbaridades para conquistar poder, domnio sobre asmassas e riqueza. Se no bastasse sua forada condio inferior, a mulher tambm era vista como aconsorte do Diabo, chamado Sat pelos cristitas.

    Mas como tachar de mal ou maligno (Sat) algo que pr-existente ao nosso mundo, j quenosso conceito de bem e mal no existia porque a raa humana ainda no havia sido criada? Esseconceito s existe entre os seres humanos! Conclumos, ento, que o mal e o Diabo so pr-humanos e que o prprio Deus os criou! Ou, ento, no era o mal! Ou que o prprio Deus o Diabodisfarado (para quem acredita no Diabo)! Ou, talvez, Sat tenha surgido de algum outro lugar. Oualguma outra coisa, que no seja Deus, o criou. Conclumos tambm, que a maldade, a misoginia eo machismo hipcrita esto implcitos nesse Deus e que seu exemplo foi seguido por milhes de

    cristitas ao longo da Histria.A Bblia diz que a mulher foi proibida por Deus e tentada pelo mal (equivocadamente Sat, aSerpente, o Diabo) logo aps sua criao a partir do homem (literalmente, um absurdo biolgico!).Mas, podemos entender que a primeira mulher (Eva) provavelmente j era maligna, pois caiu emtentao e arrastou Ado e toda a futura prole humana desgraa! Podemos entender tambm queesse Deus bblico misgino e iracundo criou a primeira mulher m! Outro absurdo! Sorte de Lilith,que escapou desse fardo! Assim a culpa toda recaiu sobre Eva, supostamente a primeira mulher mda face da Terra! A mulher, que por meio da malcia de Deus, tornou desgraado e inferior todo serdo sexo feminino! Com exceo de Lilith (e tambm Kali), mulher no submissa, contestadora, quese defende, que revida uma ofensa, que faz escrnio de homens tolos com testosterona pululante edesequilibrada.

    Na Bblia, a mulher j criada com proibies, ameaas e limitaes. O plano traado naBblia de submisso e dominao no qual o homem manda e a mulher obedece, sej l o que for.Todas as neuroses, recalques, angstias, medo, dissociaes e disfunes psicossexuais j foramprevistos na Bblia para se levar a cabo uma dominao baseada nas idias de proibio, restrio,pecado, impureza, vergonha, punio, sofrimento, escravido. Isso tudo est registrado nos textosbblicos, pois Deus estende todas essas maldies a todos os descendendes do primeiro supostocasal humano, incluindo enfaticamente a dor do parto s mulheres. Insano! Absurdo! Hilrio! umplano que parece reduzir a mulher a um mero vaso de esperma e a uma servial domstica etemerosa. Essa idia foi cultivada e estendida alm da razo e do discernimento, chegando aosabsurdos conceitos e comportamentos "religiosos", como podemos ver nos exemplos citados e naprpria histria suja e sangrenta do monotesmo. Alis, essa prpria idia bblica constitui umairracionalidade e falta de bom senso, propagada por um Deus (ou Diabo?) sempre iracundo evingativo quando contrariado, mandando e desmandando, sempre irado com sua cria, dando comuma das mo e tirando com a outra.

    Isso tudo no mais to evidente para as grandes massas. Contudo, a mulher ainda sofrediscriminao, violncia (fsica e moral), desigualdades sociais e tratada com um certomenosprezo na sociedade, inclusive no trabalho e no prprio lar (cristo, como dizem). Afinal, essase outras diretrizes j foram "receitadas" na Bblia e em outros textos do gnero.

    Tal a herana cultural e social que temos hoje. A civilizao ocidental est condicionada aosparadigmas h muito impostos pelo decadente monotesmo patriarcal misgino e realmente no temconscincia de sua nefasta influncia no cotidiano e na vida como um todo. Afinal, o comodismo sempre bem-vindo pois mais fcil engolir dogmas e costumes prontos e enlatados sem precisarraciocinar, sem precisar se esforar para mudar o rumo, a mentalidade, as crenas...

    A est a origem da continuidade das famlias e mulheres cristitas que j nascem em umambiente repleto de proibies, ameaas, punies, falsos moralismos, idias de pecado, Diabo einferno, e, em muitos casos, num ambiente quase ditatorial. Sabemos que as mulheres soespecialmente "bem-vindas" na cristandade porque, paradoxalmente, so elas que possuem o poderde levar o restante da famlia, e at seus parentes, para a priso doentia do monotesmo, sobimposio de seus "superiores".

  • 8/14/2019 Zine Lucifer Luciferax III[1] NoPW

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    Drakon Typhon Um Grande Disparate: A Mulher Cr

    POR FRATER ADRIANO CAMARGO MONTEIRO

    Mas, nos dias de hoje, no h mais o porqu de ser cristita. As mulheres, que tanto queremigualdade (e com razo), no precisam ser crists, no precisam se submeter ao patriarcalismohipcrita que se infiltra em todos os aspectos da sociedade. Elas podem ser livres, seguir umareligio ou filosofia mais condizente com a liberdade de expresso, com o respeito ao feminino, como respeito natureza e com o sagrado dentro de cada uma delas. Podem, sem medo de represso,adotarem uma vida psicomentalmente mais saudvel, prazerosa, alegre, sem as idias de pecado,impureza, condenao e sofrimento, sem os recalques causados pelo monotesmo patriarcal e seusdogmas perniciosos disfarados de santos.

    Se no mundo existisse s o monotesmo, seria extremamente montono...Contudo, apenas as mulheres fortes e obstinadas conseguem mudar seus paradigmas

    psicomentais e se emancipar. Senso comum, comportamento de rebanho, debilidade e a moral deescravo so coisas para as massas, como tem sido h milnios.

    Depois de tantas frases desprezveis sobre a mulher, vamos, agora, enaltec-la apenas comuma, eloqente o suficiente para dispensar comentrios:

    "A terra insultada vinga-se dando flores." Rabindranath Thakhur, msico, escritor e poetaindiano

    Fr.'. Adriano Camargo Monteiro

    http://br.geocities.com/adrianocmonteiro

    http://br.geocities.com/viadraconiana

    http://br.geocities.com/imaginarius.arte

    Lilith, de John Collier

    http://br.geocities.com/adrianocmonteirohttp://br.geocities.com/adrianocmonteirohttp://br.geocities.com/viadraconianahttp://br.geocities.com/viadraconianahttp://br.geocities.com/imaginarius.artehttp://br.geocities.com/imaginarius.artehttp://br.geocities.com/viadraconianahttp://br.geocities.com/adrianocmonteiro
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    Sade Dolmonc Explica Deus e Religio POR MARQUS DE SADE

    S os imbecis podem crer nessas balelas. Deus ora criado pelo medo, ora pela fraqueza.Fantasma abominvel, intil ao sistema terrestre. S poderia ser nocivo vida: se a sua vontadefosse justa, n