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ÁRTICO

XVI MIRIN

GUIA DE ESTUDOS

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GUIA DE ESTUDOS

XVI MIRIN

JOÃO CARMINO

LUCAS BRAGA

MARCELLA TORRES

RAFAEL GABBAY

VICTOR ALMEIDA

(NOVAS) ABORDAGENS SOBRE A SEGURANÇA NO ÁRTICO

CONSELHO DO ÁRTICO

RIO DE JANEIRO

2019

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1 Sumário

1 Sumário ................................................................................................................... 1

2 Carta aos Delegados ............................................................................................. 4

3 Principais Rotas Marinhas ................................................................................... 6

3.1 As rotas marinhas árticas no século XXI .................................................... 7

4 Questões a serem discutidas............................................................................. 10

5 Problemáticas Atuais .......................................................................................... 11

5.1 Os Conceitos de Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva .............. 11

5.2 Interesses Públicos e Privados .................................................................. 13

5.3 O Antagonismo entre Países Exploradores .............................................. 19

6 Políticas Externas ................................................................................................ 22

6.1 Alemanha ....................................................................................................... 22

6.2 Canadá............................................................................................................ 23

6.3 China ............................................................................................................... 24

6.4 Coreia do Sul ................................................................................................. 24

6.5 Dinamarca ...................................................................................................... 25

6.6 Estados Unidos da América ........................................................................ 26

6.7 Finlândia ......................................................................................................... 27

6.8 França ............................................................................................................. 28

6.9 Greenpeace .................................................................................................... 29

6.10 Índia ................................................................................................................ 30

6.11 Islândia ........................................................................................................... 30

6.12 Japão .............................................................................................................. 31

6.13 Noruega .......................................................................................................... 31

6.14 Polônia............................................................................................................ 32

6.15 Reino Unido ................................................................................................... 32

6.16 Rússia ............................................................................................................. 33

6.17 Singapura ....................................................................................................... 33

6.18 Suécia ............................................................................................................. 34

6.19 Conselho Circumpolar Inuíte (ICC)............................................................. 34

6.20 Associação Russa dos Povos Indígenas do Norte (RAIPON) ................ 35

6.21 Conselho Saami (SC).................................................................................... 36

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6.22 Worlwide Wildlife Fund for Nature.............................................................. 36

7 Bibliografia ........................................................................................................... 37

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2 Carta aos Delegados

Queridxs Delegadxs,

É com um imenso prazer e dedicação, que nós, a Mesa Diretora, fornecemos a todos

vocês, esse guia prático de estudos para auxiliar-vos no seus respectivos estudos e na sua

preparação para o Comitê do Conselho do Ártico no XVI MIRIN. Estamos bastante ansiosos

para conhecê-los e esperamos que esses 5 dias que passaremos juntos sejam bastante

proveitosos para todos nós e que as discussões sejam bastante enriquecedoras, aprofundando o

conhecimento de todos acerca do tema que será discutido. Vale ressaltar, que prezamos por um

debate saudável, onde todos tenham direito igual de fala e de respeito mútuo, de tal modo que,

todas as opiniões serão bem-vindas, desde que não alimentem discursos de ódio e preconceito,

que ferem os Direitos Humanos. Garantindo assim, um ambiente de respeito e cooperação,

como previsto na Carta das Nações Unidas, de 1945.

Nós escolhemos esse tema por acreditarmos na importância que o atual contexto do

Ártico assume nas negociações internacionais, dado a sua riqueza latente, o que gera uma

ambição desenfreada das grandes potências, que colocam seus interesses de progresso

econômico frente aos possíveis impactos ambientais irreversíveis à biodiversidade na região,

principalmente através da instalação de gigantes do setor na região, das mais diversas

nacionalidades. Além disso, a falta de tratados que definem os impasses sobre a circum-

navegação na região e que acertem os direitos internacionais sobre a divisão da licença para

exploração do seu subsolo, produz um clima de instabilidade, principalmente com os países

deslocando tropas, submarinos e caças como uma forma de marcação de território.

Transformando-o assim, em uma das zonas mais propensas a guerras de grande escala no futuro,

se nada for feito.

Trataremos no presente comitê do Conselho do Ártico, portanto, da busca por soluções

aos atuais impasses, tais como: O Direito da exploração das reservas de petróleo e gás, o direito

das Populações Indígenas Locais (Inuítes, Sami Eskimo, Esquimós, Alutiit etc.), promoção de

um desenvolvimento econômico sustentável, limites de atuação das indústrias, proibição da

pesca industrial predatória, moratórias de pesca, direito de navegação, manutenção de tropas na

região, interesses dos países observadores e tentativa hegemônica russa.

Nossa proposta é oferecer a todos vocês uma experiência única e mágica de resolução

de problemas da mais alta prioridade, tais como Aquecimento Global, controle e exportação do

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petróleo mundial, defesa e preservação de espécies ameaçadas de extinção, defesa do

patrimônio histórico cultural de populações e etnias, sob as efígies do Ártico.

Como seus diretores, temos por objetivo guiar os debates e chegar a um consenso, para

resolução dos conflitos. Esperamos a compreensão de todos os representantes dos países a

respeito das regras da Casa e da posição oficial do país assumido pelos mesmos, garantindo a

fluidez e bom senso as negociações. Por fim, pedimos para que vocês não se restrinjam a esse

Guia de Estudos e busquem mais informações sobre o tema em livros, jornais e sites. Estaremos

disponíveis para sanar qualquer tipo de dúvida.

Do mais, esperamos por todos vocês para dar início às sessões! Até Julho!

Nos vemos em breve,

Victor de Almeida Fernandes

Marcella Torres

João Carmino

Rafael Gabbay

Lucas Braga

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3 Principais Rotas Marinhas

Desde o período das Grandes Navegações, em meados do séculos XV e XVI, procura-

se uma maneira mais rápida de ligar os continentes europeu, asiático e americano. Nessa

procura, muitos navegadores embarcaram em expedições perigosas, porém naquela época, com

as condições climáticas diferentes das atuais e o gelo marinho cobrindo quase toda extensão do

Ártico até mesmo no verão, as viagens eram dificultadas. Assim, as rotas marítimas árticas não

puderam ser exploradas por muito tempo. Entretanto, com o atual aquecimento global e a

consequente retração do gelo marinho, o que era um sonho passa a ser realidade: as rotas que

outrora foram abandonadas por serem de difícil acesso, passam a ligar o mundo de maneira

mais rápida e barata. Nessa parte do guia, iremos analisar as questões mais importantes sobre

as rotas marinhas do Ártico baseada em registros históricos e estudos geográficos, além de

pensar o que podemos esperar no século XXI, com a abertura dessas passagens.

Entre as motivações mais importantes para se buscar novas rotas marinhas pelo Ártico,

na Era dos Descobrimentos, estava a busca de novos caminhos que ligassem a Europa ao

Oriente, diminuindo assim o custo da viagem e consequentemente o preço dos produtos,

aumentando a competitividade dos países no comércio de especiarias.

Durante essa época, várias expedições saíram, principalmente oriundas de Portugal,

Espanha, França e Inglaterra em busca da passagem Noroeste, que ligaria o Oceano Atlântico

ao Pacífico pelo Ártico, entretanto, a maioria das embarcações que embarcavam na empreitada,

desapareceram. Por seguinte, outros navegadores foram se aventurando cada vez mais ao Norte

em busca de uma rota para o Oriente, porém, novamente sem sucesso.

Após as Guerras Napoleônicas, no século XIX, reascendeu-se o desejo pela passagem

Noroeste. Os ingleses John Barrow em 1817, e John Ross, tio do explorador antártico James

Ross, em 1818, velejaram no norte canadense, ambos sem sucesso de encontrar a passagem.

Novamente em 1819, surge uma nova expedição, agora comandada por John Franklin. A

primeira expedição de Franklin durou três anos, entre 1819 e 1822. Em 1845, a Marinha Real

Britânica enviou a mais avançada missão já realizada ao Ártico, com dois navios comandados

por Franklin; entretanto, as duas embarcações desapareceram nas Ilhas Canadenses.

Também havia um interesse crescente pela Rota Nordeste, que cruza o Norte da Europa

e Ásia em direção à China. Os países, sobretudo Inglaterra e Holanda, estavam dispostos a

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encontrar uma rota alternativa para Oriente, de modo a não ficar dependente do monopólio

português/espanhol.

Em 1596, uma expedição fracassada do navegador holandês William Barents, em busca

da Passagem Nordeste, levou a primeira possibilidade de extração de recursos na região do

Ártico, com a caça predatória, principalmente para comercialização da pele de animais, o que

levou várias embarcações a se aventurarem na região, por ser um negócio altamente lucrativo.

O chanceler sueco Axel Oxenstierna chegou a chamar o Ártico de "Nova Índia", diante de tal

situação. Entretanto, essa busca desenfreada por riquezas desequilibrou o ecossistema local,

levando os povos indígenas Saamis, que habitavam a região, a migrarem para o interior do

continente, e exercer atividades como pastoreio de renas, pela escassez de recursos no mar.

Mais de um século depois, o tzar Pedro, o Grande, financiou uma expedição para

procurar uma rota para a América. A tarefa foi incumbida ao dinamarquês Vitus Bering, que

descobriu o estreito entre a Rússia e EUA, que hoje recebe seu nome. Bering participou de

outras expedições nessa região e chegou no ano de 1741 ao Alasca, provando a proximidade do

continente asiático ao americano, além de levar, com isso, a colonização russa no local.

Diante dos fatos supracitados, conclui-se que a busca pelas Rotas Noroeste e Nordeste

sempre existiu, seja para fugir do monopólio exército por Portugal ou Espanha, seja para

diminuir a distância para o Oriente, levando milhares de navegadores, que buscavam fama e

riquezas, a arriscarem e perderem suas vidas na buscando a tão sonhada ligação entre Oceano

Atlântico e Oceano Pacífico via Ártico, através do norte do Canadá ou do norte da Rússia.

3.1 As rotas marinhas árticas no século XXI

O gelo no Ártico, no Verão de 2012, apresentou uma extensão mínima 49% menor do

que a calculada em 1979, o que comprovou uma sensível redução. Pela primeira vez na Era

Moderna, o Oceano Ártico registrou áreas livres de gelo nessa estação, o que torna possível a

navegação de navios comerciais sem proteção contra gelo. A tendência é que se intensifique o

fluxo comercial via Ártico, como já afirmou a Marinha dos EUA.

Ao utilizar-se a Rota Noroeste, a distância de transporte entre São Francisco (EUA) e

Rotterdam (Holanda) será reduzida em 2.000 milhas náuticas (3700 km) e, ainda, sem precisar

utilizar o canal do Panamá, que encarece o transporte. A viagem de Yokohama (Japão) para

Rotterdam (Holanda), que atualmente é de 11.200 milhas náuticas (20750 km) através do canal

de Suez, será reduzida para 6.500 milhas náuticas (12000) através da Rota do Nordeste.

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Figura 1- Rotas marítimas utilizando o Oceano Ártico, rota Nordeste passando no litoral da russo e rota Noroeste

utilizando os canais do Canadá. Fonte: Adaptado de Brigham, 2011.

Figura 2- Rotas marítimas mais curtas via Ártico. Fonte: adaptado de Perry e Andersen, 2012.

Além da redução no tempo gasto entre as viagens, por exemplo, via canal de Suez é de

40 dias entre China e Noruega e poderá diminuir para 22 dias via Ártico. Para as companhias

também é significativa a economia com gastos de combustível que poderá ser reduzida em 580

toneladas de óleo combustível por navio, o que representaria atualmente a quantia entre 180.000

- 300.000 euros (THE GUARDIAN, 2011).

Porém, de acordo com Nordic Centre for Spatial Development, para usar a Rota

Nordeste, que ainda não está completamente livre de gelo durante o verão, os navios comerciais

ainda precisam pagar uma taxa para a empresa russa Murmansk Shipping Company. O serviço

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prestado pela empresa inclui acompanhamento de navios quebra-gelo e o preço varia de acordo

com o tamanho da embarcação, espessura, rota e o nível de monitoramento preciso. Ainda,

destaca que se tem elevado muito o valor cobrado pela companhia russa, que no início dos anos

1990 cobrava de 2 a 4 dólares (EUA) por tonelada transportada e em 2003 o custo por tonelada

já estava em 40,8 dólares (EUA). O maior problema para uma melhor utilização das rotas via

Ártico ainda é a cobertura de gelo marinho. Por isso são realizados estudos para variações na

extensão e espessura desse gelo ao longo das próximas décadas. Apesar dos recentes esforços

para que se utilize de forma mais efetiva as rotas árticas, outro assunto que tem recebido atenção

é o limitado número de portos de escala na região. Por isso, a Rússia, anunciou em 2011 que

investiria 3,4 bilhões de euros nos próximos 10 anos em seu sistema de transporte para reformar

os portos de Murmansk situado na parte europeia da Rússia e Petropavlovsk no extremo

Oriente, península de Kamchatka, além de construir centros de emergência com serviços de

meteorologia e salvamento na região.

A Islândia possui uma posição estratégica entre Europa e América e é entrada e saída

do Oceano Ártico, assim o governo islandês tem investido na adequação do porto de

Vopnafjörður, como um porto de águas profundas com profundidade de até 70 metros,

permitindo a criação de um centro de transbordo. Para isso, no entanto, são necessários

investimentos de capital estrangeiro, como é o caso da China, um país muito interessado no

desenvolvimento das rotas árticas e que tem estreitado relações econômicas com a Islândia.

A China ocupa o topo em número de exportações e suas mercadorias são enviadas para

diversas partes do mundo pelo mar. Assim, caso se consolidem as rotas árticas, destaca que esse

país tem muito a ganhar. Ainda com o oceano livre para navegação, podem surgir novas

questões geopolíticas. Os países do Conselho do Ártico têm olhado com certa desconfiança

para os interesses da China no local, podendo ser considerado uma questão chave, na questão

da navegação ártica.

A Rota Noroeste cruza o Oceano Ártico, ligando o Atlântico ao Pacífico, cruzando as

águas do Canadá. Desse modo, o mesmo controla a passagem. Entretanto, os EUA não

reconhecem a soberania canadense sobre a Rota, uma vez que as embarcações que ali cruzam

têm que respeitar as normas canadenses. Os EUA alegam que a passagem está sob jurisdição

internacional. A posição estadunidense reconhece a soberania canadense sobre as ilhas no norte

do país e apoia os exercícios militares de soberania sobre elas, porém defende que a passagem

seja uma via internacional de livre circulação.

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Os dois países terão que chegar a um acordo sobre as reivindicações sobrepostas, como

é o caso dessas águas internas do Canadá. Esse conflito de interesses não é vantajoso para

nenhuma das partes, pois enquanto os estadunidenses aumentam a tensão, a Rússia reativou sua

frente militar ártica e tem desenvolvido navios e submarinos mais avançados tecnologicamente.

Em suma, os principais interessados nessas vias são: Estados Unidos, Rússia e China,

pois através do Oceano Ártico economiza-se tempo e dinheiro (combustível). Para a Rússia há

também o interesse de acessar áreas remotas do seu território pelo Norte, facilitando o

transporte de bens e mercadorias para a Sibéria. Contudo, a navegação nessas águas apresenta

dificuldades constantes, com o clima severo, falta de logística (portos, serviço meteorológico,

serviço de busca e salvamento, legislação internacional, etc.), por isso alguns autores apostam

que os canais de Suez e do Panamá ainda terão um papel preponderante no comércio marítimo.

As rotas do Nordeste e do Noroeste têm apresentado um aumento no fluxo de navios, e isso

aumenta a preocupação sobre os possíveis impactos ambientais decorrentes da intensificação

da navegação, tais como o a descarga de efluentes no oceano e possíveis acidentes com

derramamento de óleo. As rotas serão uma opção conforme o gelo marinho encolhe, contudo

haverá um preço ambiental a se pagar.

4 Questões a serem discutidas

Como se observou, a Rússia foi pioneira na exploração do Ártico. Isso, além de conceder

ao país certa vantagem sobre a corrida pelos recursos, provoca, ainda, uma preocupação com

as demais nações exploradoras, que consideram os passos de Moscou, por vezes, largos e

precipitados demais.

Essas preocupações tomam como base, também, os territórios do Ártico em que é

permitida a exploração de recursos por um país (Zona Econômica Exclusiva), muitas vezes

confundida com o próprio território do país (Mar Territorial). São conceitos, por vezes

confundidos, mas que devem ser entendidos com clareza para a compreensão das disputas

árticas.

Deve-se lembrar, ainda, da influência do aquecimento global no Ártico (KESKITALO,

2008). Esse fenômeno vem permitindo que navios petroleiros naveguem com mais facilidade

na região, onde é cada vez mais comum ver bandeiras de países do Conselho sendo fincadas.

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Isso abre espaço, também, para empresas do setor privado buscarem rotas marítimas com mais

facilidade, gerando, assim, nova disputa com as nações locais.

A questão do aquecimento global prejudica, ainda, os povos nativos do Ártico, que se

veem perto de ter vilas e casas inundadas, como consequência do aumento do nível do mar.

Não se deve ignorar suas vidas e seus interesses, uma vez que possuem, também, representações

no Conselho, indicando assim sua preocupação com aqueles, ainda que em pequeno número,

que vivem na região ártica.

Por último, além de todos os fatores citados anteriormente, há um atrito geopolítico que

interfere nas negociações pelos territórios do Ártico (YAROVOY, 2014). Além da rivalidade

histórica entre EUA e Rússia, os demais países também têm seus posicionamentos e críticas

contra os outros, o que dificulta as negociações e a possibilidade de um consentimento, que vise

não somente a melhor forma de explorar o Ártico, como também de preservá-lo e sua população

do aquecimento global.

5 Problemáticas Atuais

5.1 Os Conceitos de Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva

Em 10 de dezembro de 1982, foi assinada a Convenção das Nações Unidas sobre o

Direito do Mar (CNUDM) em Montego Bay, Jamaica.1 Este acordo prevê a definição de dois

importantes conceitos: Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva.

Ao tratar-se de Mar Territorial e Zona Contígua, o CNUDM abrange e define o regime

jurídico do mar territorial, seu espaço aéreo, leito e subsolo (UNITED NATIONS

CONVENTION ON THE LAW OF THE SEA, 1982, p. 27). O texto determina que a soberania

do Estado costeiro se estende além do seu território e das suas águas interiores e, no caso de

Estado arquipélago, das suas águas arquipelágicas, a uma zona de mar adjacente designada pelo

nome de mar territorial. Esta soberania estende-se ao espaço aéreo sobrejacente ao mar

territorial, bem como ao leito e ao subsolo deste mar (UNITED NATIONS CONVENTION

ON THE LAW OF THE SEA, 1982, p. 27).

1 Dentre os países contemplados por delegações no comitê do Conselho do Ártico no XVI MIRIN, apenas Estados Unidos da América não é signatário do CNUDM.

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Além da definição básica de soberania sobre o Mar Territorial, a Convenção encarregou-

se também de determinar as características limitantes deste conceito. Por exemplo, todo Estado

tem o direito de fixar a largura do seu mar territorial até um limite de 12 milhas marítimas. Esse

limite exterior do mar territorial é definido por uma linha em que cada um dos pontos fica a

uma distância do ponto mais próximo da linha de base igual à largura do mar territorial

(UNITED NATIONS CONVENTION ON THE LAW OF THE SEA, 1982, p. 27). O texto da

CNUDM possui maiores explicações a respeito do que são e de como são definidas as linhas

de base, que ajudam a compor a jurisdição do mar territorial e a estabelecer os limites de

influência dos Estados costeiros (neste caso, as delegações estão convidadas a expandirem as

pesquisas e tomarem maior conhecimento destas importantes definições).

Outros pontos que valem ser ressaltados, determinados dentro do conceito de Mar

Territorial, são o direito de passagem inocente, em que embarcações de outros Estados podem

navegar as águas do mar territorial de um certo país com a intenção de atravessar este território

marítimo para chegar a outro lugar, e as demandas referentes a submarinos (são obrigados a

navegar superficialmente, exibindo a bandeira de seu país). A Convenção ainda estabelece o

conceito de Zona Contígua, área para além do mar territorial, podendo se expandir até 24 milhas

marítimas da costa, em que o Estado costeiro tem o direito de manter pontos de fiscalização

para evitar infrações e ataques a soberania sobre suas águas, como abusos sanitários, questões

imigratórias, embarcações com intenções bélicas ou de exploração de recursos (UNITED

NATIONS CONVENTION ON THE LAW OF THE SEA, 1982, p. 30-35).

A definição de Zona Econômica Exclusiva (ZEE) também é firmado pela CNUDM. A

Convenção define esse termo da seguinte forma: A zona econômica exclusiva é uma zona situada além do mar territorial e a este

adjacente, sujeita ao regime jurídico específico estabelecido na presente parte,

segundo o qual os direitos e a jurisdição do Estado costeiro e os direitos e liberdades

dos demais Estados são regidos pelas disposições pertinentes da presente Convenção

(Organização das Nações Unidas, 1982, p. 15).

Dentre os referidos direitos do Estado costeiro está a soberania para fins de exploração

e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos das águas

sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras

atividades com vista à exploração e aproveitamento da zona para fins econômicos, como a

produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos (UNITED NATIONS

CONVENTION ON THE LAW OF THE SEA, 1982, p. 43-44). Além disso, o Estado também

está livre para a colocação e a utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas; para o

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investimento em investigação científica marinha; e para a proteção e preservação do meio

marinho (UNITED NATIONS CONVENTION ON THE LAW OF THE SEA, 1982, p. 43-44).

Ao tratar dos direitos de outros Estados sobre a ZEE do Estado costeiro, a CNUDM

estabelece:

Na zona econômica exclusiva, todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral,

gozam, nos termos das disposições da presente Convenção, das liberdades de

navegação e sobrevôo e de colocação de cabos e dutos submarinos, a que se refere o

artigo 87, bem como de outros usos do mar internacionalmente lícitos, relacionados

com as referidas liberdades, tais como os ligados à operação de navios, aeronaves,

cabos e dutos submarinos e compatíveis com as demais disposições da presente

Convenção (Organização da Nações Unidas, 1982, p. 16).

Por fim, estando claros os conceitos básicos de Mar Territorial e Zona Econômica

Exclusiva, os delegados são novamente convidados a lerem o texto original da Convenção das

Nações Unidas sobre o Direito do Mar, visto que as minúcias jurídicas (não pertinentes a este

guia) relacionadas aos conceitos aqui apresentados poderão fazer a diferença na composição do

posicionamento e da argumentação do Estado (ou agente internacional) defendido pelos

senhores.

5.2 Interesses Públicos e Privados

Para melhor entender a dinâmica de interesses e posicionamentos em 2019, devemos

compreender alguns pontos importantes da cronologia ártica que desembocam na atualidade.

Ao longo do século XX, o Ártico foi alvo de atenção de muitos países da região, que exploraram

ao máximo todos os recursos disponíveis. Estados Unidos, Rússia e outros países europeus

marcaram forte presença no Ártico durante a 2ª Guerra Mundial, em atividades mineradoras e

no transporte de armas e recursos, que, devido à escassez tecnológica, custavam muito caro. Os

estudos geográficos sobre o polo glacial que visavam o barateamento das atividades predatórias

ampliaram exponencialmente na década de 60 e 70, permitindo maior atuação das esferas

públicas e privadas. No entanto, o estopim desses estudos coincidiram com as décadas que

marcaram a expansão dos movimentos em defesa do meio ambiente (período pós 2ª Guerra

Mundial, os ataques nucleares em Hiroshima e Nagasaki, o surgimento do movimento hippie e

a bipolarização do mundo na Guerra Fria), ganhando força em várias frentes e traduzindo essa

força para o Ártico, que serviram para contrabalancear, quase de maneira preventiva, as

explorações. O peso dos ambientalistas na questão refletiu, por exemplo, nesta declaração

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diplomática do antigo presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, clamando por paz e

respeito na região:

O Ártico não é apenas o oceano Ártico, mas sim o extremo norte de três continentes,

Europa, Ásia e América. É o lugar onde três regiões se encontram, a Eurásia, a Norte

Americana e o Pacífico Asiático, onde as fronteiras se aproximam umas das outras e

os interesses dos Estados pertencentes a blocos militares mutualmente opostos e os

não-alinhados se cruzam (...) Deixe o Norte do globo, o Ártico, se tornar uma zona de

paz. Deixe que o Polo Norte seja um polo de paz (GORBACHEV, Speech in

Murmansk, p. 3).

Também é possível concluir que a criação do Conselho do Ártico teve grande influência de tais

movimentos.

Após a criação do Conselho do Ártico houve um período de “tranquilidade” nas

discussões da cúpula, devido ao menor interesse dos principais Estados árticos, que

posicionaram as discussões pertinentes ao Conselho em segundo plano. Entretanto, a partir da

segunda metade da década de 2000, um fator específico foi capaz de reascender o interesse

destes países: o derretimento de grandes acúmulos de gelo no extremo norte do planeta. Esse

evento gerou duas principais posições perante o tema. A primeira diz respeito a preocupação

da comunidade científica e de certos organismos públicos e privados em relação ao

aquecimento do planeta e os futuros impactos que este poderia causar a natureza e aos seres

humanos.2 A segunda mostra-se mais fervorosa em relação as possibilidades exploratórias que

tornaram-se possíveis na região, ou seja, o derretimento abriu espaço para a exploração de

novos recursos naturais, antes inacessíveis devido as grandes quantidades de gelo.

O “ponta pé inicial” que retomou a corrida entre os Estados banhados por águas glaciais

foi dado pela Rússia em 2007, quando fincou a bandeira de seu país em território ártico

submarino, claramente numa demonstração de dominância sobre a região. A partir daí, outros

Estados poderosos (Estados Unidos e Canadá, por exemplo) começaram a se utilizar da

Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) para “burlar” os acordos

ambientais firmados pelo Conselho, argumentando que as definições de Mar Territorial e Zona

Contígua eram suficientes para justificar a exploração daquela região, pela qual eram banhados.

Desse modo, até países que não faziam parte dos arranjos iniciais de controle começaram a

reivindicar espaço na exploração do Ártico. A China, por exemplo, expressou forte interesse no

2 O recente relatório do Professor Sir Andrew Haines destaca estudos que comprovam que os danos causados pelo aquecimento global e consequente derretimento de calotas polares já está prejudicando a saúde humana.

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extremo norte, percebida pelos fortes investimentos na Islândia e na Groenlândia e pela

declaração do presidente chinês Xi Jinping em 2014 que dava enfoque ao interesse da China

em se tornar uma “grande potência polar”.

Dentro do âmbito público, é importante destacar o histórico recente de atuação dos

principais Estados envolvidos, que visam, inevitavelmente, seus próprios interesses:

• O Canadá anunciou recentemente um plano de desenvolvimento voltado para o

Ártico sob o lema “Nosso Norte, Nossa Herança, Nosso Futuro”, que conta com

o massivo investimento de 720 milhões de dólares canadenses que serão

aplicados em questões econômicas, administrativas e principalmente militares.

O argumento principal do país para essa iniciativa é a visão de que o Ártico seria

uma área de grande potencial energético e determinante para os rumos do

comércio internacional. Outra empreitada canadense seriam os planos

apresentados em 2017 de construção de uma plataforma que facilitasse a

pesquisa e a exploração de territórios glaciais, juntamente com dutos submarinos

para o transporte facilitado de recursos naturais, tais como o petróleo. O

repentino foco na região é também fruto da preocupação com a expansão da

Rússia, Estados Unidos e Noruega, que estariam ameaçando a soberania

canadense no Ártico.

• O Reino da Dinamarca é um exemplo de país que anunciou bem cedo a expansão

de sua atividade recente no Ártico (mais precisamente em 2011). Foi publicado

um plano de 10 anos sobre os interesses dinamarqueses e suas reivindicações na

região. As suas posições e intenções podem ser considerados “leves”, já que não

confrontam diretamente com partes fundamentais das resoluções dos principais

acordos do Conselho do Ártico. No entanto, o país vem recebendo críticas dos

Estados Unidos e de outros países europeus pela decisão de estabelecer uma

parceria com a China na Groenlândia (região administrada pela Dinamarca),

concedendo espaço para o investimento chinês no setor de transporte de

recursos, e aproximando-os dos territórios glaciais.

• O polêmico governo de Donald Trump já demarcou suas posições quanto ao

Ártico. Na última reunião do Conselho, os EUA foram acusados de boicotar o

documento final redigido pela cúpula na Finlândia, devido a menção do termo

“mudança climática” no texto, não aceita por eles. O discurso de campanha de

Trump se traduziu para o Conselho do Ártico, causando tumulto e indignando

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outros países presentes e boa parte da comunidade internacional. O Secretário

de Estado norte-americano, Mike Pompeu, declarou em maio de 2019 que o

degelo seria fundamental para gerar novas oportunidades econômicas, no que

diz respeito principalmente ao petróleo. Fundamentalmente, o modus operandi

dos EUA não mudou, já que ele direciona recursos e investimentos militares no

Ártico, mais recentemente, desde 2011, quando navios militares foram enviados

para lá. No entanto, os interesses por detrás desse posicionamento são

estratégicos para ampliar a “legitimidade” de suas explorações no polo norte,

embasadas pela CNUDM a anos.3 A real mudança que pode ser observada é um

maior alinhamento entre a postura do governo americano e seu discurso para a

comunidade internacional. De qualquer modo, o entrave de um acordo

multilateral no Ártico é prejudicial, pois impede avanços em questões ambientais

consideradas de extrema importância por parte da comunidade internacional,

como veremos mais à frente.

• A Islândia mantém uma dinâmica de interesses peculiar perante os circunscritos

ao território marítimo polar. O planejamento da abertura da principal rota

comercial do Ártico passaria pela Islândia, que se beneficiaria largamente desse

arranjo (diminuição do tempo e do custo dos transportes comerciais europeus,

americanos e asiáticos), já que isso representaria mais dinheiro injetado em sua

economia. A parte interessante é que o pequeno país mantém diálogos

permanentes com a dupla Rússia e China (que já possui um observatório e um

centro de pesquisa no país), despertando a preocupação dos EUA e de alguns

países europeus. Entretanto, é possível concluir que a Islândia está interessada

em ampliar sua economia, independente de quem esteja interessado em formar

parcerias com ela.

• A Noruega tem um grupo de interesses bem diversos na questão do Ártico. Ao

mesmo tempo em que tenta transparecer como uma referência nas políticas de

preservação ambiental, é também a maior exportadora de petróleo e gás natural

da Europa. Seus interesses são econômicos e diplomáticos ao mesmo tempo, o

que leva muitos a criticarem a hipocrisia deste país. O líder mundial na luta

3 Esta nota dedica-se a esclarecer que os Estados Unidos, apesar de não serem signatários do CNUDM, utilizam-se de suas normas e definições a fim de atingirem seus objetivos. É uma posição estratégica que permite o governo americano driblar todas as convenções e tratados referentes ao tema, utilizando-os apenas ao seu favor, sob o argumento da soberania intacta. Então, não estranhem ouvir que os EUA se utilizaram de uma convenção não reconhecida por eles para burlar outros acordos.

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contra explorações ambientais é o mesmo governo que autorizou licitações para

13 empresas petrolíferas procurarem e extraírem recursos naturais no círculo

polar ártico.

• A Rússia e a China também merecem destaque nas problemáticas atuais.

Pioneira em exploração de recursos no Ártico, a Rússia detém a maior frota de

navios quebra gelo do mundo. O principal interesse do Kremlin é a abertura de

rotas comerciais alternativas que diminuam os custos e o tempo do trajeto,

permitindo uma predominância russa nesse quesito. A sua aproximação da China

gerou a recente declaração do ministro de Relações Exteriores russo de que estão

abertos a “mais ampla cooperação no Ártico”. Essa declaração revela uma

estratégia dupla: rebater o recente posicionamento dos EUA e tentar abrir

caminhos para a aproximação chinesa do bloco de países que exercem influência

sobre os territórios glaciais. Dentre os interesses chineses, está a possibilidade

de abrir o polo norte para a Rota Polar da Seda.4

Este conjunto de iniciativas estatais agradou e favoreceu também a iniciativa privada.

Na década de 2010, ocorreram situações que agitaram a imprensa mundial e trouxeram mais

atenção para as questões que se passam no Ártico.

É certo que muitas vezes, em casos como este, os interesses públicos e privados se

confundem. Muitas empresas privadas se beneficiaram com as licitações dos países para a

exploração de recursos naturais do Ártico na última década, com pouquíssimas restrições

quanto aos abusos ambientais e sanitários na região, provocando grande margem de lucro para

tais empresas. Dois casos são dignos de destaque: o primeiro pela quantidade, as licitações da

Rússia, e o segundo pelas ramificações, o caso Shell.

Ao longo da última década, o governo Putin autorizou mais de 30 empresas (públicas e

privadas) a explorarem a região glacial. Os números assustadores revelam-se muito benéficos

aos empresários responsáveis por tais explorações, já que atuam com considerável liberdade na

área. A contradição é que a atividade predatória por recursos atinge diretamente a comunidade

russa dos povos indígenas do Norte, gerando inúmeras controvérsias quanto as questões dos

direitos humanos. Inclusive, colocando em dúvida a credibilidade do governo russo, acusado

4 Recomenda-se o aprofundamento sobre a questão da Nova Rota da Seda, plano de investimento do governo chinês, que apesar de não estar diretamente relacionado aos assuntos deste comitê, pode ser importante para entender aonde se encontram as prioridades chinesas no momento e como elas podem afetar as dinâmicas no Ártico.

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de estar atacando o próprio povo. Trinta ativistas do Greenpeace foram presos em territórios da

Rússia, por estarem protestando contra os abusos das empresas privadas e do governo no Ártico,

o que despertou a atenção pública (favorável ao Greenpeace) e conferiu maior voz ao ativismo

relacionado às questões no polo Norte.

O caso Shell foi o mais importante dos últimos tempos por representar uma “vitória”

dos ambientalistas sobre os interesses das companhias privadas e por centrar a atenção nos

abusos ocorridos no Ártico. Em 2011, a empresa Shell lançou uma campanha que apontava ser

possível explorar de forma segura o petróleo no polo Norte sem prejudicar o meio ambiente.

Como resposta a essa iniciativa, o Greenpeace criou o movimento “Salve o Ártico”, já

angariando a adesão de um milhão de pessoas apenas no primeiro mês de campanha.

Celebridades e importantes vozes mundiais aderiram ao projeto que ganhou ainda mais força

durante a convenção ambiental sediada no Rio de Janeiro em 2012, a Rio+20. Durante o evento,

o Greenpeace fez um requerimento à ONU para que o Ártico fosse declarado um santuário

global, para acuar iniciativas como a da Shell e para desencorajar outras empresas a iniciarem

campanhas parecidas.

Apesar do forte ativismo e de recomendações científicas que se opunham a esta decisão,

o governo americano concedeu autorização final para a Shell explorar recursos petrolíferos no

Ártico em 2015. Fortes protestos e campanhas publicitárias se sucederam a esta decisão para

condenar as intenções da Shell, que havia se mostrado despreparada para administrar com

segurança a exploração de petróleo na região. Finalmente, em outubro de 2015, a Shell

anunciou que havia desistido de operar na região glacial do planeta, justificando a saída em

razões econômicas. Ainda assim, a decisão foi revertida em uma vitória para os ativistas

ambientais e para os habitantes dos territórios glaciais.

Outra representação do interesse privado, e que pode soar estranha, é o turismo. Apesar

de não representar uma porção significativa desses interesses, é importante destacar que a

empresa Serenity (sediada em Los Angeles) já planejou um cruzeiro que percorre rotas por

águas do Ártico. Pelas dificuldades logísticas do projeto, uma “aventura” dessas custaria em

torno de 30000 dólares por passageiro (pacotes mais caros chegando em 160000 dólares) e já

foi classificada por estudiosos como “turismo de extinção”. Isso significa que a empresa se

aproveita das destruições provocadas pelas mudanças climáticas para lucrar em cima delas.

Pode-se concluir que os interesses públicos e privados desempenham papel fundamental

nas dinâmicas de relacionamento dos integrantes do Conselho do Ártico. Sendo importante

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reiterar que os dados e informações aqui apresentados foram encontrados até junho de 2019, e

que novas notícias sobre o posicionamento dos agentes globais envolvidos no assunto discutido

podem ser divulgadas a qualquer momento até o início das discussões no MIRIN.5 Então é

fortemente recomendado que os delegados utilizem-se de outras fontes de informação, a fim de

estarem a par com as novidades que possam surgir.

5.3 O Antagonismo entre Países Exploradores

Apesar do foco principal do Conselho do Ártico ser a integração e a colaboração entre

os Estados membros, visando o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental (ambas,

como já visto, deixadas de lado), estes apresentam muitas discrepâncias tanto em assuntos

pertinentes ao Comitê quanto em assuntos exteriores a ele. Nesta parte do guia serão expostos

pequenos embates entre países membros sobre a reivindicação, o controle e a exploração de

regiões específicas e a grande tensão do Sistema Internacional atual que coloca Estados Unidos,

Rússia e China em quadros competitivos, e que inevitavelmente reflete na corrida de exploração

de recursos no polo norte.

Os vizinhos do norte, Estados Unidos e Canadá, possuem disputas mal resolvidas no

Mar de Beauford. Como a lei marítima está aberta a interpretações, ambos os países reivindicam

a soberania sobre o Mar de Beauford, alegando que faz parte de suas respectivas zonas de Mar

Territorial, determinada pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direto do Mar. Como

resposta a este embate, o Departamento de Defesa estadunidense publicou em 2013 o primeiro

estudo estratégico sobre o Ártico e, desde então, mantém um contingente de 27 mil militares na

região. Isso levou o Canadá a aumentar seus esforços militares em Beauford. Com a crescente

tensão militar nesta área, Rússia também enviou suas tropas em apoio ao Canadá, e a Noruega

realiza atividades militares anuais nesse mar. O embate gerou impasses dentro da OTAN.

A passagem do Noroeste é outra localização que representa disputas entre Canadá e

Estados Unidos. A infame passagem nos mares árticos que tirou a vida de navegadores e

exploradores no século XIX, possibilita nos dias de hoje, devido ao derretimento do gelo, uma

passagem mais tranquila. Além de mais tranquila, também é mais rápida do que pelo Canal do

Panamá. Pelo motivo de ser uma localização estratégica, o Canadá reivindica seu domínio junto

a ONU. Ao mesmo tempo, Estados Unidos e outros países europeus pertencentes ao Conselho

5 Esta sessão de “Problemáticas Atuais”, por exemplo, teve de ser reescrita três vezes para serem adicionadas informações novas que estavam sendo divulgadas simultaneamente a confecção do guia de estudos.

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do Ártico consideram a passagem como ponto de travessia internacional. Esta disputa é

caracterizada mais pela esfera jurídica do que militar.

O caso da Ilha Hans é um tanto peculiar. A ilha, com aproximadamente 1 km² de

extensão, é disputada a anos entre Canadá e Dinamarca. A Ilha é deserta e não aparenta ter

nenhuma característica vantajosa estrategicamente. No entanto, as regras de Mar Territorial e

Zona Contígua (ver 4.1.) também se aplicam a ilhas e ilhotas e sua posse poderia ampliar a área

de exploração dos países envolvidos. Ainda não foi comprovado se existem ou não abundância

de recursos minerais nos entornos da ilha. A disputa continua sem resolução e sempre pode

causar atrito entre os envolvidos.6

Em 2010, foi resolvida uma disputa de 40 anos sobre o Mar de Barents entre Rússia e

Noruega através de um acordo que determinou a fronteira de cada país nesse mar

compartilhado. Apesar de supostamente resolvido, o Mar de Barents representou uma

rivalidade histórica entre os dois países, que pode ser transferida para outros assuntos, apesar

desta disputa em específico estar resolvida.

A autoridade sobre a Cordilheira de Lomonosov, que divide “submarinamente” o

Oceano Ártico gera atritos entre Rússia, Canadá e Dinamarca. Todos estes alegam que a posse

da cordilheira é deles, argumentando que são os locais onde ela se inicia.

A questão do antagonismo no Ártico fica um pouco mais complexo quando as

rivalidades entre países por questões externas interferem no funcionamento deste. O panorama

internacional deixa claro que as tensões EUA-Rússia e as tensões EUA-China invadem

qualquer instituição que incluem a presença desses Estados. Recentemente o Secretário de

Estado norte-americano, Mike Pompeu, declarou pouco antes da reunião do Conselho do Ártico

que os Estados Unidos iriam tomar as providencias necessárias como resposta a imposição russa

e chinesa na região que, segundo ele, “se tornou um espaço de poder e competição global”. Ele

também aproveitou a oportunidade para provocar o aumento da influência da China na região.

No caso dos Estados Unidos e da Rússia, as tensões foram reativadas recentemente

depois de um período de relativa “tranquilidade”, passando por um período um tanto ambíguo.

É sabido que as relações entre os EUA e a antiga União Soviética nunca foram muito boas, mas

passaram por momentos de integração plena e de “Guerra Fria”. A eleição de Donald Trump

6 Como curiosidade, ao invés de finarem bandeiras para reivindicar a posse de territórios como normalmente é feito, a disputa entre Canadá e Dinamarca é marcada por bebidas típicas dos países. Sempre que canadenses visitam a ilha deixam uma garrafa de whiskey Canadian Club, e os dinamarqueses deixam uma garrafa de schnapps.

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em 2016 representou um período de ambiguidade entre as potências, devido a relatos

jornalísticos e investigações de que a Rússia poderia estar envolvida na intervenção das eleições

americanas, favorecendo a campanha de Trump. Apesar de nenhuma prova concreta ter sido

apresentada, houve, por um breve momento, um tom amistoso entre Donald e Vladmir. Logo,

este tom iria mudar. Com críticas e provocações de ambos os lados ao longo dos dois anos de

governo Trump, especialistas afirmam que este é o período de maior tensão entre os dois países

desde a Crise dos Misseis de Cuba. Após assumirem posições contrárias em relação a situação

crítica da Venezuela, o estopim da instabilidade foi atingido quando ambos os países decidiram

deixar o Tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário firmado durante a Guerra

Fria, por Mikhail Gorbachev e Ronald Reagan, que controlava a expansão dos arsenais

nucleares de ambos. Com isso, é retoma uma espécie de corrida armamentista e disputa pela

primazia da narrativa.

Em pleno século XXI, com a tecnologia muito mais avançada, é de se esperar o estudo

e o desenvolvimento de armas hipersônicas que não existiam naquela época. E, é claro, isto é

muito ameaçador para a sobrevivência do Ártico. A descoberta de novos recursos na região

pode ser o gatilho para o desenvolvimento de novos conflitos. E a mera possibilidade de que o

Polo Norte possa vir a ser um campo de batalha ideológico com tais armas disponíveis é sem

dúvidas preocupante. O agravante destes riscos é que a região glacial agora é um tabuleiro

estratégico cheio de recursos e pouco povoado, ao mesmo tempo em que é muito frágil. Uma

demonstração de força militar nos territórios do extremo norte seria completamente e

irreversivelmente danosa para a humanidade.

Paralelamente a isso, a China apresenta-se como uma potência emergente no cenário

internacional do século XXI. O crescimento exponencial de sua economia foi capaz de colocar

em dúvida a predominância americana a longo prazo. Em meio ao frenético crescimento chinês,

o governo de Donald Trump institui medidas protecionistas para tentar frear o crescimento

econômico do gigante asiático e sua inserção no mercado americano. Em meio as posições

ideológicas distintas, EUA e China iniciaram recentemente então uma espécie de guerra

comercial e econômica pautada em sanções aplicadas por cada país ao outro.

O distanciamento ainda maior da relação sino-americana propiciou uma aproximação

entre China e Rússia, colocando os Estados Unidos numa posição de adversário em comum. A

aliança entre ambos é justificada por um esforço conjunto de projeção das economias asiáticas

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ao mundo, priorizando o desenvolvimento da região. As trocas comerciais entre os países

aumentaram consideravelmente, assim como a influência exercida sobre o sudeste asiático.

Os investimentos chineses alcançaram também o Ártico, colocando-o como o país

observador do Conselho que exerce maior influência na região, para o desagrado dos Estados

Unidos. A China já conta com parcerias estratégicas na Groenlândia e na Islândia, para

aproximá-la dos recursos lá disponíveis. Tendo a Rússia como aliada é fundamental para os

chineses nesse processo, criando um canal de voz através dos russos, que sempre estiveram

muito presentes no Conselho e na exploração do polo glacial. Neste caso, Moscou também se

beneficia dessa parceria devido ao poder econômico de investimento chinês.

Muitos fatores ameaçam a estabilidade do Conselho do Ártico. Por sua vez, a

instabilidade na região representa riscos ao meio ambiente. E, por conseguinte, os danos ao

meio ambiente representam riscos para o futuro da humanidade. Portanto, será necessária

grande habilidade diplomática neste comitê para que sejam colocadas em pauta as

problemáticas atuais aqui apresentadas (ou descobertas em estudos adicionais dos delegados),

um grande desafio a ser enfrentados por vocês.

6 Políticas Externas

6.1 Alemanha

Tendo ingressado no Conselho em 1998 sob o status de observadora, a República

Federal da Alemanha vê o Ártico como uma região em transição de grande importância para

seus interesses e para a geopolítica global onde todos devem cooperar para que o melhor

resultado possível para a comunidade internacional seja atingido, criticando nações árticas que

põem seus interesses acima do bem comum.

Em seu discurso, a delegação dá atenção especial a temas como contenção das mudanças

climáticas, desenvolvimento sustentável, direitos dos povos indígenas e pesquisa científica.

Porém, não pode ser esquecido que, como a maior economia europeia, a Alemanha também

tem por objetivo garantir seu acesso aos recursos minerais, tendo relações comerciais com a

Noruega e, apesar da crise ucraniana, com a Rússia nesse sentido, e às rotas comerciais árticas,

defendendo a livre navegação. Quanto à segurança da região, a nação alemã advoga pelo uso

somente pacífico do Ártico prezando pelo respeito aos tratados e convenções internacionais que

governam o direito do mar e a região e crê que a discussão dos temas de segurança ártica é de

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extrema importância. Não se pode esquecer também a participação do país na OTAN e sua

aliança geral aos interesses do bloco ocidental nesse aspecto.

Para atingir esses fins, a Alemanha busca, primeiramente, uma orientação conjunta da

União Europeia quanto aos assuntos do Ártico tendo em vista os interesses conjuntos na região.

Além disso, a delegação deve defender que o melhor caminho é a cooperação multilateral entre

os Estados, principalmente por meio do Conselho do Ártico, fortalecendo sempre o status do

país como membro observador da organização.

6.2 Canadá

Membro permanente do Conselho e com um vasto território na região, o Ártico é crucial

para o interesse nacional canadense. Por isso, é fundamental para o país ser ativo nas discussões

da organização, buscando tomar liderança.

O principal pilar da política externa ártica do Canadá é o exercício de sua soberania.

Nessa questão, os interesses canadenses se veem questionados por grande parte da comunidade

internacional no que diz respeito à Passagem de Noroeste. Ao contrário de outros países que

defendem que essas águas, que permeiam o Arquipélago Ártico Canadense, são internacionais,

a delegação canadense deve afirmar vigorosamente que se tratam de suas águas internas,

citando o uso histórico e milenar das mesmas pelos povos inuítes. Essa posição é ainda

sustentada pela opinião pública que a defende de maneira enérgica. O derretimento das calotas

polares e o potencial comercial da rota, combinados a disputas com a Rússia pelas águas

repletas de recursos que circundam o polo norte, têm pressionado o Canadá a reafirmar suas

reivindicações expandindo sua presença militar na região.

O país defende também o desenvolvimento sustentável econômico e social do Ártico,

com a participação dos povos indígenas locais. Apesar de o Estado canadense ter um mau

histórico com os nativos, uma das plataformas do atual primeiro ministro Justin Trudeau se

trata justamente da melhora de sua qualidade de vida.

Portanto, a visão do Canadá para o Ártico é de uma região estável, embasada em regras

com fronteiras bem definidas e respeitadas, comércio e crescimento econômico dinâmicos,

comunidades vibrantes e ecossistemas saudáveis e produtivos. Para atingir esses fins, o país

aposta num Conselho do Ártico mais robusto e busca demonstrar liderança e cooperação com

os outros atores da região, sem jamais abandonar seu compromisso de proteger seus territórios

nortenhos.

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6.3 China

A República Popular da China ingressou há menos de uma década no Conselho do

Ártico como observadora permanente, porém, como a grande potência emergente do atual

ordenamento internacional, está decidida a participar ativamente do desenvolvimento ártico.

Tanto isto é verdade que o país se declara um “Estado próximo ao Ártico”.

Por um lado, a China deseja se posicionar internacionalmente como um ator responsável

na região em relação às questões ambientais. O clima ártico é intrinsecamente ligado àquele do

território chinês e correntes de ar vindas da região podem ser a causa dos severos impactos

climáticos que o país vem experimentando nos últimos anos.

Por outro, é notório que o debate acadêmico e o discurso político na China têm girado

em torno do potencial de exploração de recursos naturais na região que poderiam alimentar a

indústria chinesa. Além disso, a navegação pelas rotas comerciais árticas é de grande interesse

ao país que tem como um de seus objetivos a criação do que chama de “Rota Polar da Seda”,

tendo desenvolvido uma frota de navios quebra gelo.

Para atingir seus objetivos, a nação chinesa tem desenvolvido fortes laços com a Rússia

de Putin, principalmente após as sanções sofridas pelo país após a anexação da Crimeia. Essas

relações dizem respeitos principalmente ao setor energético: as imensas reservas russas se

complementam com a grande demanda do mercado chinês. A China tem focado seus esforços

na estratégia que já desenvolve para conquistar mercados: investir na infraestrutura da região,

como tem acontecido na Groenlândia, por exemplo.

Portanto, é evidente que a região é de enorme interesse à delegação chinesa cujo objetivo

no Conselho deve ser principalmente o desenvolvimento econômico e comercial do Ártico,

posicionando a China sempre como um ator principal.

6.4 Coreia do Sul

A República da Coreia tornou-se observadora permanente do Conselho do Ártico em

2013 e, por meio de sua participação na organização, assegurar sua posição na região, já que lá

possui diversos interesses.

Uma das questões mais importantes para a delegação sul-coreana são as novas rotas

comerciais abertas pelo degelo. Um percurso marítimo pelo norte da Sibéria para a Europa dura

metade do tempo que tomaria pelo canal de Suez e, por isso, o país tem investido fortemente

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em novas tecnologias que busquem tornar a navegação pelo Ártico algo menos custoso. Além

disso, a dependência energética externa da Coreia do Sul faz com que a possibilidade da

exploração de hidrocarbonetos na região seja algo muito interessante, já trabalhando, junto a

outros países asiáticos, com a Rússia nesse sentido.

A delegação também deve prestar atenção à questão ambiental: as mudanças climáticas

no Ártico têm produzido invernos rigorosos no Nordeste Asiático e o país desenvolve

fortemente a pesquisa científica polar, devendo favorecer assim uma maior cooperação

internacional nas áreas do clima e da ciência. O país tem também buscado cooperar com as

nações indígenas, oferecendo estudos a nativos da região.

Portanto, a Coreia do Sul orienta-se no Ártico pelos objetivos do fortalecimento da

cooperação bilateral e multilateral internacional, o encorajamento da pesquisa científica e

tecnológica, o desenvolvimento econômico e comercial sustentável e, buscando a estabilidade

da região, a asseguração de uma sólida fundação legal e institucional.

6.5 Dinamarca

O Reino da Dinamarca tem como um de seus países constituintes a Groenlândia e, por

isso é evidentemente um importantíssimo ator no Ártico sendo membro permanente do

Conselho.

O país tem disputas territoriais na região. Além da controvérsia com o Canadá quanto à

posse da ilha Hans, as reivindicações russas e dinamarquesas sobre o mar do Ártico, incluindo

o polo Norte, se sobrepõem, o que tem causado tensões entre os dois países e a preocupação de

Copenhague com o exercício de sua soberania na região. Porém, a Dinamarca tem procurado

enfatizar a cooperação e manter a Rússia em um curso pacífico na região. Por essa razão, ainda

que defenda que a OTAN deva manter-se firme em relação aos russos no geral, considera que

a aliança não deva envolver-se muito com o Ártico de modo a apaziguar tensões.

Outra controvérsia que chega a atingir o Reino internamente tem a ver com os

investimentos chineses na Groenlândia. Enquanto os groenlandeses, em sua maioria inuítes, e

seu governo local estão interessados em atrair a maior quantidade de investimento possível, o

governo dinamarquês teme que uma presença chinesa tão forte antagonizaria os Estados

Unidos, sendo o país um aliado chave de Copenhague.

A Dinamarca defende também a exploração de recursos e o crescimento econômico na

região de maneira sustentável. O Reino acredita na priorização de fontes energia renováveis e

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no desenvolvimento da pesquisa científica para que o Ártico seja administrado da melhor

maneira possível.

Por fim, a delegação deve promover o desenvolvimento social das populações locais e

perseguir seus interesses sob a bandeira do respeito às instituições e ao direito internacional e a

cooperação internacional, principalmente com aqueles que já são seus parceiros, como a União

Europeia.

6.6 Estados Unidos da América

A inconteste superpotência militar da atualidade, os Estados Unidos da América, insere-

se no Conselho como membro permanente. Graças ao estado do Alasca, o país é também um

Estado ártico costeiro e têm interesses na região que vão desde pautas econômicas e comerciais

até a segurança de seu território, devendo ser bem presente nas discussões da casa.

Historicamente, os Estados Unidos têm se afastado de pautas ambientalistas ambiciosas,

o que tem se intensificado na administração Trump, com o presidente anunciando a saída do

país do Acordo de Paris, por exemplo. Recentemente, o jornal Washington Post (2019) reportou

que a delegação americana teria impedido uma declaração conjunta do Conselho quanto ao

aquecimento global e resistido a qualquer menção ao assunto. Ainda que oficialmente

reconheça que o meio ambiente e os povos indígenas são pautas importantes, o país tem tentado

promover medidas em prol do crescimento econômico e sua segurança energética.

Washington vê também como promissor o degelo do Ártico, uma vez que as rotas

comerciais abertas na região podem estimular o comércio. Por isso, a delegação se opõe aos

empreendimentos canadenses e russos de exercer soberania sobre tais rotas e defende a livre

navegação na região. Quanto à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar que pauta

grande parte das discussões sobre soberania no Ártico, os Estados Unidos são o único país

presente que não ratificaram o documento, apesar de terem participado de sua elaboração e

serem signatários do mesmo. A ratificação de tratados internacionais no país deve ser aprovada

por dois terços do Senado americano. Muitos Republicanos se opõem à Convenção por

considerar que ela ameaçaria a soberania americana ao restringir as ações do país a seu âmbito.

Eles preferem que os Estados Unidos se pautem antes pelo direito consuetudinário

internacional, aquele que deriva dos costumes e tradição em vez de tratados e convenções.

Ainda assim, desde a administração Reagan, os presidentes têm, na prática, guiado o país pela

Convenção, considerando que ela se trata de uma codificação que reflete os costumes do direito

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internacional e atende os interesses americanos, usando a como argumento nas discussões

referentes à navegação no Mar do Sul da China, por exemplo.

O Ártico é também de suma importância para a segurança americana desde a Guerra

Fria, uma vez que é o percurso mais curto entre o país e a Eurásia. Sendo assim, é uma das

prioridades da Casa Branca conter o avanço russo e chinês na região já que poderia contrariar

seus interesses e ameaçar os EUA.

Apesar disso, o país não tem conseguido se equiparar militarmente à Rússia no que diz

respeito à região e, portanto, seria muito proveitoso que o país pudesse atingir seus interesses

diplomaticamente. Assim, a delegação deve buscar a cooperação, a promoção da segurança e a

neutralização das ameaças regionais reforçando o aparato jurídico que governa o Ártico,

trabalhando em conjunto com seus aliados tradicionais e aumentando a participação americana

no Conselho.

6.7 Finlândia

A República da Finlândia é membro permanente do Conselho do Ártico e, de 2017 até

maio de 2019, ocupou a presidência do mesmo com seu antigo ministro de Relações Exteriores

Timo Soini. Helsinque preza fortemente pela organização como meio de cooperação na região

e deseja fortalecê-la.

O país vê a navegação crescente e a exploração de recursos naturais causadas pelo

degelo do Ártico com apreensão, já que podem constituir fontes de instabilidade à segurança

ártica. A Finlândia crê que um Ártico estável deva ser preservado acima de tudo e para isso

confia no direito internacional como forma de atingir essa estabilidade. Helsinque no passado

viveu sob a sombra de Moscou, foi parte do Império Russo até 1917 e atravessou o resto do

século XX cautelosamente lutando duas vezes contra os soviéticos e tentando apaziguar o país

durante a Guerra Fria. Hoje, porém, tende a se aliar mais com a OTAN tendo apoiado as sanções

à Rússia após a anexação da Crimeia em 2014, mas também tenta manter boas relações com o

Kremlin optando sempre pelo diálogo franco e aberto. A Finlândia, portanto, pode ser uma

ponte entre os interesses ocidentais e russos.

Outra pauta de extrema importância para os finlandeses e que foi uma grande bandeira

durante sua presidência do Conselho é a ambiental. A delegação deve prezar pelo

desenvolvimento sustentável do Ártico e nesse sentido crê que acordos ambientais multilaterais,

como o Acordo de Paris, são de extrema importância. Também é muito enfatizada na política

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ártica finlandesa a expertise que a nação possui nos setores energético, turístico, de

infraestrutura, de mitigação dos danos ambientais, entre outros, para prover soluções aos

problemas suscitados pelas especificidades da região ártica. Sendo assim, a comercialização

desse know-how poderia ser muito proveitosa para a Finlândia enquanto ao mesmo tempo

promoveria a cooperação internacional e a sustentabilidade.

Por fim, a República da Finlândia é membro da União Europeia e deseja ver uma

participação maior da organização no Ártico, clamando inclusive pela participação da

organização no Conselho como membro observador e favorecendo uma política ártica europeia.

6.8 França

A República Francesa, governada pelo presidente Emmanuel Macron, é observadora do

Conselho do Ártico desde 2000, mas não se encontra satisfeita com esse status. Apesar de não

possuir territórios na região, a França considera que os eventos no Ártico afetam diretamente

seus interesses. Portanto, Paris enfatiza que as questões árticas devam ser tratadas como globais

e não apenas regionais. Os rumos de uma região tão importante para o clima mundial não

deveriam ser deixados à mercê do pequeno clube de Estados árticos. Desse modo, alguns

políticos e especialistas franceses defendem que a proteção da natureza ártica seja de

responsabilidade internacional e não dos países que lá se localizam e que Estados não-árticos

devem poder participar ativamente da elaboração de documentos no que concerne à região.

O posicionamento francês integra-se também ao de seus aliados como a Alemanha e a

União Europeia. A França teve um papel de grande importância na elaboração da política ártica

europeia e defende que a organização deva ingressar como observadora no Conselho. Em

conjunto com seus aliados, os franceses se pautam pelo enfrentamento ao aquecimento global

por meio de regulações, pelas questões ambientais e pela sustentabilidade no desenvolvimento

da região, das populações nativas e da exploração de recursos minerais.

Economicamente, Paris possui interesses no que diz respeito à importação de recursos

árticos e às novas rotas comerciais. Como não possui reservas energéticas significativas

próprias, a França deve importar a maior parte de seu gás natural e seu petróleo, sendo a

Noruega o país de onde os franceses mais compram seu gás e o segundo de onde compram o

petróleo. Além disso, a França é também o maior mercado para peixes originários no Ártico,

logo tem grande interesse pela pesca sustentável na região. Em relação à abertura de rotas de

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navegação na região, Paris defende que as águas da Passagem de Noroeste no Canadá devam

ser consideradas internacionais, contrariando assim a posição de Ottawa.

Por último, como membro da OTAN e potência nuclear, a França está comprometida a

garantir a segurança do Ártico. O país tem trabalhado para garantir que suas forças armadas

possam operar na região. Enquanto Paris se posiciona firmemente como pertencente ao bloco

ocidental, Macron tem tentado melhorar as relações francesas e europeias com a Rússia por

motivos estratégicos, tendo em vista as posturas mais isolacionistas do presidente americano

Donald Trump. Assim, a delegação pode ser uma voz conciliatória na casa, defendendo sempre

soluções baseadas no respeito à legislação internacional e na cooperação com o fim de atingir

um Ártico estável e seguro.

6.9 Greenpeace

A história da ONG ambientalista Greenpeace começou em 1971, quando um pequeno

grupo de ativistas zarpou de Vancouver para tentar impedir a continuação de testes nucleares

americanos na pequena ilha vulcânica de Amchitka na costa ocidental do Alasca. Chamaram

sua embarcação de Greenpeace desejando representar a junção do que consideravam serem as

duas grandes questões dos tempos modernos, a sobrevivência do meio ambiente e a paz

mundial. A missão foi interceptada pela marinha americana, mas o movimento conseguiu

despertar a consciência popular e a ilha foi declarada um santuário para aves. O Greenpeace

logo se espalhou para vários outros países e, em 1979, o Greenpeace International foi fundado.

Em suas atividades, a organização já foi acusada de ecoterrorismo ao tentar boicotar ou buscar

informação sobre as causas porque luta.

Em relação ao Ártico, a organização pauta seus esforços em torno de sua campanha

“Salve o Ártico”. Nela, o Greenpeace defende que as regiões não habitadas de alto mar em

torno do Polo Norte tornem-se um santuário natural. Isso seria algo parecido ao que o Tratado

da Antártida estabeleceu para este continente, definindo-o como uma região destinada apenas

a fins pacíficos, onde toda atividade militar é banida e com cooperação internacional e liberdade

de investigação científica.

O Greenpeace também critica fortemente a exploração de gás e petróleo offshore no

Ártico por parte de países como Rússia e Noruega argumentando que ela apresenta sérios riscos

ao frágil ecossistema ártico e que qualquer resposta a acidentes na região seria extremamente

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dificultada pelo ambiente inóspito. A organização considera a prática tão danosa que clama por

uma moratória internacional da mesma no Ártico.

Por fim, o Greenpeace considera que o Conselho do Ártico possui objetivos louváveis

e pode ser a organização ideal para defender o meio ambiente ártico. Porém, ao mesmo tempo,

crê que a casa tem se mostrado deveras morosa no passado, não respondendo com rapidez às

questões ambientais emergenciais da região, e questiona a influência da indústria petrolífera na

organização. O Greenpeace quer, enfim, ver ações mais enfáticas do Conselho para proteger o

Ártico.

6.10 Índia

A Índia recebeu o status de observador em 15 de maio de 2013. O país possui interesses

científicos, ambientais, comerciais e estratégicos na região, ainda que atribua mais peso ao

potencial ambiental e científico do que ao potencial econômico da região. O apoio a esse

enfoque é certamente enviesado pela importância da agricultura para a economia indiana e sua

dependência das monções, juntamente com sua longa linha de costa com uma alta população,

o que torna o país extremamente vulnerável às mudanças climáticas.

A Índia iniciou seu Programa de Pesquisa do Ártico em 2007 e seus principais objetivos

são: estudar as conexões hipotéticas entre o clima ártico e a monção indiana, analisando os

registros de sedimentos e núcleos de gelo das geleiras do Ártico e do Oceano Ártico;

caracterizar o gelo marinho no Ártico usando dados de satélite para estimar o efeito do

aquecimento global na região polar norte; realizar pesquisas sobre a dinâmica e o orçamento de

massa das geleiras do Ártico, concentrando-se no efeito das geleiras sobre a mudança do nível

do mar e realizar uma avaliação compreensiva da flora e fauna do Ártico vis-à-vis sua resposta

a atividades antropogênicas.

O país também lançou sua primeira expedição científica ao Oceano Ártico em 2007 e

abriu uma base de pesquisa chamada "Himadri" na Base Internacional de Pesquisa do Ártico

em Ny-Alesund, Svalbard, Noruega em julho de 2008 para realizar estudos em disciplinas como

Glaciologia, Ciências Atmosféricas e Ciências Biológicas.

6.11 Islândia

Membro do Conselho do Ártico, poucos Estados possuem interesse maior no

desenvolvimento sustentável da região do que a Islândia, já que todo o país e uma grande parte

de suas águas territoriais estão dentro dos limites da região ártica. Aspecto único dentre os oito

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Estados membros do Conselho. As questões do Ártico tocam quase todos os aspectos da

sociedade islandesa e são uma prioridade fundamental da política externa na Islândia.

A política da Islândia nas questões do Ártico está ancorada numa resolução parlamentar

adotada por unanimidade em 2011, que delineia 12 áreas prioritárias. Estas cobrem a posição

da Islândia na região; a importância do Conselho do Ártico e da Convenção das Nações Unidas

sobre o Direito do Mar; alterações climáticas; utilização sustentável dos recursos naturais;

segurança e interesses comerciais. A ênfase é, para além disso, colocada na colaboração entre

Estados vizinhos com as Ilhas Faroe e na Groenlândia, bem como os direitos dos povos

indígenas.

A Islândia assumirá a presidência do Conselho do Ártico em 2019 e a manterá até 2021.

A presidência estará claramente entre os maiores projetos que a Islândia realizou

internacionalmente e exigirá preparativos cuidadosos e elaborados.

6.12 Japão

A importância do Ártico para o Japão está relacionada principalmente as discussões de

mudança climática. O Ártico e suas regiões adjacentes são altamente sensíveis ao fenômeno e

vêm aquecendo mais que o dobro da taxa da média global (ONU, 2019), e o país enxerga nas

rápidas mudanças ambientais em curso na região um leque de desafios e oportunidades. Embora

o Japão não seja um Estado pertencente da região, é um Estado cercado pelo mar, vulnerável

às mudanças climáticas na região através da circulação oceânica e atmosférica.

Simultaneamente, por estar localizado geograficamente mais próximo do Oceano Ártico

na região asiática, o Japão está em posição de aproveitar muitas oportunidades nos setores

econômico e comercial, como a utilização da Rota Marítima do Ártico.

O Japão obteve o status de observador no Conselho apenas em maio de 2013. Entretanto,

por mais de meio século, desde os anos 50, o Japão realizou pesquisas sobre mudanças

climáticas na região. Dada a sua acumulação de conhecimentos científicos no Ártico, o Japão

contribui de forma importante no Conselho.

6.13 Noruega

O território ártico da Noruega constitui quase metade da massa de terra norueguesa e

serve como lar para cerca de 470 mil pessoas. Soemente as áreas marítimas da Noruega no

Ártico constituem o corresponde à área combinada da França, Alemanha e Espanha. Dona do

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maior IDH do mundo, a Noruega depende enormemente de recursos naturais como petróleo e

gás natural para manutenção do alto padrão de vida da população. Nesse sentido, o país tem

grande interesse em proteger os campos de exploração ao largo de seu território.

As mudanças que ocorrem na região colocam novos desafios e geram novas

oportunidades e o país se esforça para enfrentar estes desafios e aproveitar estas oportunidades,

de forma segura e ambientalmente correta. Importante promotor dos direitos dos povos

indígenas no Ártico, o país trabalha visando manter a região como um território pacífico de

cooperação e estimula a gestão sustentável de recursos. A Noruega acredita que, para lidar de

forma ainda mais eficiente com os novos desafios apresentados na região, o Conselho precisa

tomar um maior número de decisões com caráter mais vinculativo e ampliar ainda mais as

discussões por meio da inclusão de observadores relevantes.

6.14 Polônia

A Polônia chama atenção para os processos de mudança pelos quais a Terra vem

passando e acredita na necessidade de uma nova visão estratégica da presença do país no polo

norte. Para isso, opera por meio do engajamento ativo na cooperação multilateral referente a

região. O país aumentou notavelmente sua atividade relacionada aos assuntos do Ártico nas

últimas décadas: apesar das primeiras instalações de pesquisa polonesa em Svalbard terem sido

estabelecidas ainda na década de 1950 (como parte do Tratado de Spitsbergen) e o país tenha

se envolvido em atividades pioneiras de cooperação ambiental no Ártico desde o princípio dos

anos 90, foi a partir de 2006-2007 que se pode observar uma mudança política no sentido de

assumir um papel mais ambicioso.

A atual atividade polonesa no Ártico é motivada principalmente por interesses

científicos e desfrutando do seu estatuto de observador do Conselho, o país tem se empenhado

intensamente introduzindo e apoiando diversas iniciativas no âmbito do AC.

6.15 Reino Unido

Estado observador original do Conselho, o Reino Unido possui como principal objetivo

de política externa para o Ártico a manutenção da paz na região. Dada a proximidade do país

ao Ártico e sua conexão com os sistemas globais, o Reino Unido possui grande interesse em

trabalhar em parceria com os Estados árticos e com os povos indígenas da região.

O país aponta a importância da liderança dos oito Estados árticos, que possuem sob sua

jurisdição a maior extensão da região, para viabilizar a segurança na região. Nesse sentido, os

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avanços científicos e tecnológicos realizados pelo Reino Unido auxiliam na promoção do

entendimento internacional de como as mudanças no Ártico têm consequências globais e

orientam na descoberta de soluções para os desafios que são postos. O país foi, por exemplo,

uma voz proeminente no Grupo de Trabalho de Proteção do Meio Ambiente Marinho (PAME),

durante o desenvolvimento do Código Polar. Os especialistas do Reino Unido ainda estiveram

ativamente envolvidos no desenvolvimento da estrutura do Black Carbon 2015, produzida pela

Força-Tarefa do Conselho do Ártico sobre o Carbono Negro.

6.16 Rússia

O Ártico russo compreende um imenso território, tornando o desenvolvimento

sustentável do Ártico uma prioridade nacional. A Rússia contesta oficialmente os limites das

suas possessões e possui como principais interesses no Ártico o uso da Zona Ártica como base

estratégica de recursos da Federação Russa, visando contribuir para o desenvolvimento socio-

econômico do país; a preservação do Ártico como uma área de paz e cooperação; a conservação

dos ecossistemas característicos do Ártico e o uso da Rota do Mar do Norte como uma linha de

transporte nacional unificada da Federação Russa no Ártico.

De acordo com a Estratégia para o Desenvolvimento da Zona do Ártico da Federação

Russa e os esforços de segurança nacional até o período de 2020, as áreas prioritárias para o

desenvolvimento do Ártico russo são: desenvolvimento socio-econômico abrangente da Zona

Ártica da Federação Russa (incluindo melhoria da qualidade de vida da população indígena e

das condições sociais para a atividade econômica no Ártico); desenvolvimento científico e

tecnológico; criação de uma infraestrutura atualizada de informação e telecomunicações;

segurança ambiental e cooperação internacional no Ártico.

6.17 Singapura

Ao contrário de muitos dos Estados asiáticos envolvidos no Ártico hoje, a Singapura

não tem uma tradição histórica de ciência polar. O país não realizou nenhuma pesquisa

científica ou expedições no Ártico e está tecnologicamente atrasada, se comparada com outros

países do Conselho, tendo em vista por exemplo que não possui quebra-gelo. Seu envolvimento

na região teve início nos anos 2000, pautado principalmente em interesse em discussões

relacionados a transporte marítimo, recursos energéticos e mudanças climáticas.

O interesse do país deriva do potencial desafio da Rota do Mar do Norte para o papel de

Singapura como um centro de transporte global, bem como das consequências do derretimento

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do gelo marinho. O país, pobre em recursos naturais, está ciente de que sua posição privilegiada

na atual rede global de transporte marítimo é fundamental tanto para sua economia quanto para

garantir sua segurança, e o desenvolvimento previsto das rotas de navegação do Ártico é uma

ameaça potencial à Singapura, pois redirecionaria seu tráfego marítimo, enfraquecendo sua

economia. Reconhecendo o problema, o país se mobilizou para participar de projetos de

cooperação na região.

Recentemente o país esteve fortemente envolvido no projeto do grupo de trabalho sobre

aves migratórias da Conservação da Flora e Fauna do Ártico e criou o Pacote de Cooperação

de Participantes Permanentes do Conselho Singapura-Ártico para dar oportunidades gratuitas

de educação em Singapura aos povos indígenas da região do Ártico.

6.18 Suécia

A pesquisa sueca relacionada ao clima no Ártico possui uma longa tradição e suas

descobertas auxiliam na compreensão dos processos em andamento. O acesso a plataformas

logísticas modernas é crucial para a pesquisa ambiental e o norte da Suécia compreende as

estações de pesquisa em Abisko e Tarfala, bem como a instalação de radar de dispersão

EISCAT12 em Kiruna. A Abisko Scientific Research Station realiza experimentos e testes para

pesquisadores de todo o mundo e abriga um extenso programa de monitoramento ambiental

sobre temperatura, precipitação, degelo, flora e fauna na área local há quase 100 anos. Já a

Secretaria de Pesquisa Polar Sueca fornece a estrutura necessária para realizar expedições de

pesquisa marinha nos oceanos Ártico e Antártico com o quebra-gelo Oden.

O país possui conhecimentos de ponta no que diz respeito à navegação nas condições

do Ártico, em que operações de quebra de gelo são necessárias para promover a segurança

marítima e melhorar a acessibilidade em águas congeladas. Os quebra-gelos suecos viabilizam

o aumento do transporte comercial no Ártico, bem como auxiliam no monitoramento do

ambiente marinho vulnerável e na pesquisa do Ártico. Ainda é importante ressaltar o papel de

extrema relevância que o país possui nas discussões multilaterais e bilaterais.

Em 2011, a Suécia adotou uma estratégia de longa distância para a região do Ártico,

pautada no processo de mudanças na região. Seu trabalha visa garantir que o Ártico.

6.19 Conselho Circumpolar Inuíte (ICC)

Fundado em 1977 pelo falecido Eben Hopson Sr. em Barrow, no Alasca, o ICC se

consagrou como uma importante organização internacional de povos indígenas. Ativamente

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envolvido na Estratégia de Proteção Ambiental do Ártico, que culminou na criação do Conselho

do Ártico em 1996, é um dos participantes permanentes originais do Conselho do Ártico. O

ICC concentra grande esforço no Conselho do Ártico e tem atuado em seus vários grupos de

trabalho, forças-tarefa e projetos fomentando discussões importantes e promovendo esforços

para proteger os modos de vida dos povos originários.

Entre os principais objetivos do Conselho estão: fortalecer a unidade entre os inuítes da

região circumpolar; promover direitos e interesses inuítes em nível internacional; desenvolver

e incentivar políticas de longo prazo que salvaguardem o meio ambiente ártico e buscar uma

parceria plena e ativa no desenvolvimento político, econômico e social das regiões

circumpolares. A ICC mantém o status consultivo II no Conselho Econômico e Social das

Nações Unidas desde 1983 e é bem ativo dentro das Nações Unidas e seus vários órgãos

subsidiários. O Conselho consulta regularmente a ONU sobre uma ampla gama de questões

relativas ao Ártico e aos direitos dos povos indígenas.

6.20 Associação Russa dos Povos Indígenas do Norte (RAIPON)

A RAIPON foi fundada em 1990 no Primeiro Congresso dos Povos Indígenas do Norte

da URSS. Atualmente é a organização russa que comporta 35 organizações regionais e étnicas

de povos indígenas. Representa 41 grupos de povos indígenas do norte do país, da Sibéria e do

Extremo Oriente. O objetivo da RAIPON é contribuir para a preservação dos direitos dos povos

indígenas, defendendo seus interesses legais, auxiliando na solução de questões ambientais,

sociais, econômicas, culturais e educacionais e promovendo o direito dos povos à auto

governança.

A RAIPON trabalha com a Duma e o Governo da Federação Russa em relação à

legislação relativa às questões dos povos indígenas. O órgão mais alto da RAIPON é o

Congresso de todos os povos indígenas do norte, da Sibéria e do Extremo Oriente da Federação

Russa, realizado a cada quatro anos. O Presidente da RAIPON, Grigoriy Ledkov, é deputado

da Duma. Presidente do Grupo de Trabalho para Questões de Nacionalidade da Duma, Ledkov,

desenvolve projetos de legislação federal relacionados com a proteção dos direitos dos povos

indígenas na Rússia.

A RAIPON participa do Conselho do Ártico como participante permanente e de outros

instrumentos internacionais como o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas – com

status consultivo especial – e como observador do Conselho Governante/Fórum Ministerial

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Global de Meio Ambiente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Os membros

do presidium da RAIPON são agora membros da Câmara Pública da Federação Russa, Fórum

Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas, mecanismo de especialistas da ONU

sobre direitos indígenas e o grupo de trabalho da ONU sobre direitos humanos e corporações

transnacionais e outras empresas.

6.21 Conselho Saami (SC)

Uma das organizações de povos indígenas que existem há mais tempo, o Conselho

Saami é uma organização não governamental fundada em 1956. Possui como principal objetivo

a promoção dos direitos e interesses do povo Saami nos quatro países em que se encontram -

Finlândia, Rússia, Noruega e Suécia - para fomentar a união do povo Saami, obter seu

reconhecimento como nação e preservar sua economia, direitos sociais e culturais na legislação

dos quatro Estados.

Para atingir esse fins são realizados acordos entre esses Estados e os organismos que

representam o povo Saami, conhecidos como parlamentos Saami. O Conselho Saami formula

diretrizes e elabora propostas sobre questões relativas aos direitos do povo Saami.

6.22 Worlwide Wildlife Fund for Nature

Fundada em 1961, a ONG ambientalista Worldwide Wildlife Fund for Nature, ou WWF

simplesmente, é observadora no Conselho do Ártico e usa de sua posição para advogar pelo

meio ambiente nas discussões da organização e participar das ações da mesma.

Um trabalho digno de nota realizado pela WWF em relação ao Ártico é a avaliação anual

que faz de como cada um dos países árticos tem preenchido ou não certos critérios ambientais.

A mais recente indica graves problemas no que diz respeito à navegação pela maior parte dos

países, requerendo uma maior governança desse setor. Outra área em que falhas são apontadas

é no que diz respeito ao reconhecimento das demandas das populações indígenas que têm tido

seu estilo de vida afetado pelo aquecimento global. A avaliação pode ser encontrada nas

referências bibliográficas do guia.

A WWF vê também com grande preocupação a exploração de petróleo offshore no

Ártico. A organização ressalta que não há meio conhecido de limpar um possível vazamento e

assim defende que essa exploração cesse até que uma técnica eficiente de resposta a tais

acidentes seja desenvolvida devendo ser priorizadas as fontes de energia limpas e renováveis.

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Por último, a WWF crê que a falta de consenso, em especial quanto ao aquecimento

global por parte dos Estados Unidos, demonstrada no último encontro do Conselho em

Rovaniemi põe em risco o futuro da natureza e os povos da região. Para a organização o

Conselho do Ártico deve ser fortalecido com a criação de um sistema de governança dos altos

mares árticos, junto a um planejamento de longo prazo por parte do Conselho e uma melhor

implementação das decisões da casa.

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